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DIREITO ADMINISTRATIVO GUSTAVO SENNA [email protected]

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  • DIREITO ADMINISTRATIVO

    GUSTAVO SENNA

    [email protected]

  • Aps a Constituio de 1988, e a Emenda 19/98

    (Reforma do Estado), o Estado Brasileiro passou de

    Estado intervencionista para ESTADO REGULADOR

    SUBSIDIRIO (ADMINISTRAO GERENCIAL). Para

    entender o Estado Brasileiro, devemos entender os

    fenmenos da sua formao:

  • DESCENTRALIZAO POLTICA - entes federativos / pessoas

    polticas - UNIO, ESTADOS, DF, e MUNICPIOS. Dentro dos entes

    federativos acontece a DESCONCENTRAO ADMINISTRATIVA

    (DL 200/67, art. 4, I) - criao de RGOS para maior

    especializao das funes - os rgos no so pessoas jurdicas,

    no tem personalidade jurdica podemos divididos em Governo

    (chefe do Poder Executivo + Poder Legislativo), que so rgos

    independentes - determinam as diretrizes polticas bsicas da

    entidade federativa e a Administrao Pblica Direta (ministrios,

    secretarias) que so os rgos autnomos, superiores e subalternos - cumprem as diretrizes polticas escolhidas pelo

    Governo, de acordo com a lei. Entre os rgos superiores e

    inferiores h uma subordinao, exerce-se o poder hierrquico

    (controle hierrquico), que por vezes, para fins de incentivo, pode

    haver um contrato (acordo-programa ou contrato de gesto) estipulando metas de produtividade, mediante incentivos (aumento

    salarial e oramentrio) CF, art. 37 8.

  • DESCENTRALIZAO ADMINISTRATIVA (DL 200/67, ART. 4, II) cada ente federativo tem a seu dever constitucional, e para a consecuo destes deveres,

    para especializaes de alta complexidade, para maior independncia

    administrativa, para fugir do rigor hierrquico que as entidades federativas

    promovem a descentralizao administrativa e neste momento, o Poder Pblico:

    1) cria novas pessoas jurdicas da Administrao Pblica Indireta - a

    chamada descentralizao por outorga ou descentralizao institucional legal -

    DL 200/67, art. 4, I a IV; CF, art. 37, XIX; CERJ, art. 77, 2; CC, art. 41, IV - autarquias, empresas pblicas, sociedade de economia mista e fundaes

    pblicas. Embora a regra seja cada ente federativo criar as suas pessoas

    jurdicas para a consecuo de suas responsabilidades, a Lei de CONSRCIO

    PBLICO - Lei 11.107/2005 contrato (convnio ou consrcio) entre Unio/Estados/Municpios objetivando gesto associada de servios pblicos com criao de pessoa jurdica comum aos entes federativos: associaes

    pblicas (autarquia) ou pessoas jurdica de direito privado (empresas

    pblicas) ver Lei 11.107/2005, art. 1, 1 e CC, art. 41, IV - com transferncia total ou parcial de encargos, servios, pessoal e bens das entidades federativas

    para a nova pessoa jurdica - CF, art. 241. Se no quiserem criar pessoa jurdica

    comum, podem simplesmente celebrar convnio ou consrcio de cooperao.

    Lei 11.445/07 incentiva a criao de consrcio na rea de saneamento bsico

    (gua, esgoto e lixo).

  • 2) contrata pessoas jurdicas privadas, as concessionrias e permissionrias

    de servio pblico - a chamada descentralizao por delegao ou

    descentralizao institucional negocial (contratual) - Lei 8666/93, Lei 8987/95 e

    Lei 11079/04 h divergncia se fazem parte ou no da Administrao Pblica;

    3) cria Servio Social Autnomo (sistema S SENAI, SENAC, SESI, SESC) e faz contrato de gesto e termo de parceria com as organizaes sociais (OS) e

    organizaes da sociedade de interesse pblico (OSCIP) o fenmeno da descentralizao institucional social ou descentralizao por reconhecimento so entes de cooperao ou colaborao, entidades paraestatais no fazem parte da Administrao Pblica.

  • PRIMEIRO SETOR (SETOR PBLICO) - ADMINISTRAO

    PBLICA DIRETA e INDIRETA;

    SEGUNDO SETOR (SETOR PRIVADO) - CONCESSIONRIAS E

    PERMISSIONRIAS DE SERVIO PBLICO;

    TERCEIRO SETOR (SETOR SOCIAL) - SERVIO SOCIAL

    AUTONOMO OS e OSCIPs (ONGs).

  • ADMINISTRAO PBLICA E SEUS RGOS A Administrao Pblica que so os pessoas jurdicas, rgos e agentes pblicos (elemento subjetivo) que exercem a funo administrativa (elemento objetivo) visando satisfao das necessidades coletivas (interesse pblico). a funo administrativa a atividade concreta e imediata exercida pela administrao pblica (pessoas jurdicas, rgos e agentes pblicos) para a consecuo das atividades tpicas do estado (servios pblicos, interveno do estado na propriedade, interveno do estado na ordem econmica, interveno do estado na ordem social e fomento pblico). legislativo executivo judicirio praticam funo administrativa

  • rgo pblico a subdiviso das pessoas jurdicas das entidades federativas e da administrao pblica, o centro de poder (de deciso) integrado por agentes pblicos que compe a estrutura da administrao pblica (administrao pblica direta e administrao pblica indireta) para tornar efetiva a vontade do estado. como explicar a vontade das pessoas jurdicas se elas no tem existncia fsica? a teoria do rgo (teoria da imputao volitiva) diz que a vontade do agente deve ser atribuda (imputada) pessoa jurdica de direito pblico qual pertena o rgo. quem tem personalidade jurdica a pessoa jurdica a qual pertence o rgo (unio, estado federado, distrito federal, municpio, autarquia, empresa publica, sociedade de economia mista, fundao, etc.) Os rgos no tm personalidade jurdica, e por isto, em geral, no tm capacidade processual, no figurando como parte nos processos judiciais. H excees ausncia de capacidade processual: nos conflitos de competncia do rgos de alto escalo constitucional da mesma pessoa jurdica, na mesma pessoa jurdica, quando defendem suas prerrogativas funcionais (Ex. Prefeitura X Cmara Municipal), o Ministrio Pblico, os rgos previstos no CDC, art. 82, III, que prev a possibilidade de rgos pblicos ingressarem com aes civis coletivas para a defesa de interesses nele estabelecidos (defesa do consumidor)

  • Criao e a extino do rgo pblico A CF exige lei para a, com iniciativa do chefe do poder (Executivo, Legislativo, Judicirio) onde o rgo vai ser criado, no havendo necessidade de lei para reestrutur-lo. Ver art. 48, XI; art. 61, 1, II e art. 96, I e II. Os rgos podem ser independentes (constitucionais, representativos dos poderes, sem qualquer subordinao hierrquica ou funcional - Presidncia, Governadorias, prefeituras, Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Cmaras Municipais, STF, Tribunais de Justia), autnomos (sujeitos hierarquicamente aos independentes com autonomia tcnica, administrativa e financeira Ministrios e Secretarias), superiores (sujeitos hierarquicamente aos autnomos para decises tcnico-administrativas - rgos dos Ministrios e Secretarias). rgos subalternos (hierarquicamente a todos, com atribuio de execuo, nenhum poder de deciso - , almoxarifados, reparties em geral). Os rgos tambm podem ser simples ou unitrios (indivisveis) ou compostos ou coletivos (conjunto de rgos). Ex.: Juzo de direito, Cmara de um Tribunal, Promotoria de Justia. Podem ser de representao unitria ou singular (a vontade do dirigente a vontade do rgo - Presidncia da Repblica, Juiz de Direito, Promotor de Justia); ou rgos de representao plrima colegiado (vontade majoritria de seus titulares - Congresso Nacional, rgo Especial do TJRJ, Conselho de Contribuintes).

  • PODERES DA ADMINISTRAO PBLICA

  • Poder hierrquico (princpio da hierarquia) - o poder de, na forma da lei, distribuir e escalonar suas funes (competncia), ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, dando ordens e fiscalizando o seu cumprimento, delegando e avocando atribuies, revendo os atos dos agentes inferiores (princpio da autotutela). tpico da funo executiva (administrativa) de todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judicirio). No h hierarquia na funo legislativa e jurisdicional.

  • Poder disciplinar - o poder-dever de, na forma da lei, apurar e punir as infraes administrativas e as violaes de deveres funcionais dos servidores pblicos e demais pessoas sujeitas disciplina administrativa (como as concessionrias de servio pblico). Em regra, h discricionariedade no seu exerccio (escolha da pena entre duas ou mais), sendo de resto vinculado (exemplo: o superior hierrquico, diante da infrao cometida por subalterno, obrigado a punir principio da indisponibilidade do interesse pblico).

  • Poder regulamentar (poder normativo) - o poder de, na forma da lei, editar atos normativos, de carter geral e abstrato (regulamentos, decretos, portarias, instrues, circulares, ordens de servio e resolues, editais, etc.) complementares lei, para sua correta execuo, ou de expedir decretos autnomos sobre matria de sua competncia no disciplinada na lei.

  • Poder de polcia (poder de imprio) - a poder de, na forma da lei, atravs de atos normativos ou atos concretos, preventivamente ou repressivamente, interferir no patrimnio jurdico de particulares, fiscalizando, condicionando e restringindo as liberdades e propriedades, impondo obrigaes de fazer, no fazer ou deixar fazer, tudo em benefcio do interesse pblico, das necessidades coletivas, do bem comum, do bem-estar social. Polcia administrativa CTN, art. 78 - busca o bem-estar social polcia na rea de segurana, salubridade, moralidades pblicas, construo, alimentos, medicamentos, guas, florestas, minas, etc. A polcia ostensiva (Polcia Militar e Federal) e a polcia patrimonial (guarda municipal) faz funo administrativa quando faz segurana pblica e protege o patrimnio pblico; mas a polcia judiciria (Polcia Civil e Federal) apura os ilcitos penais para posterior aplicao da lei penal, que no funo administrativa. A polcia administrativa ser dividida entre Unio, Estado, DF e Municpio de acordo com a predominncia (prevalncia) de interesses nacional, regional ou local. Municpio fica com a maioria (construes, o comrcio e sua salubridade, idade para frequentar os estabelecimentos, trfego/trnsito, etc.). A polcia ambiental feita por todas as entidades federativas: Unio, Estados, DF e municpios. No possvel a delegao do poder de polcia para pessoas jurdicas privadas - delega-se apenas seus atos materiais (fiscalizao e consentimento), sendo a normatizao e sano atos exclusivos do Estado.

  • REGIME JURDICO-ADMINISTRATIVO

    princpios e regras que disciplinam

    o direito administrativo.

  • 1)princpios expressos (explcitos, constitucionais) do direito administrativo CF, art. 37, caput - Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficincia (LIMPE)

    2)princpios reconhecidos (implcitos) do direito administrativo - finalidade pblica, supremacia do interesse pblico, indisponibilidade do interesse pblico; autotutela, continuidade do servio pblico, da razoabilidade e da proporcionalidade.

  • princpio da legalidade A Administrao Pblica somente pode fazer o que lei manda (vinculao lei) ou permite (discricionariedade em relao lei), sempre em benefcio do interesse pblico. Deve cumprir a legalidade em sentido amplo, a juridicidade (Constituio, princpios, leis e atos normativos). Art.5, II, IX, XI, LXIX; art. 37, VII, XIX e XX; art. 70, in fine; a. 84, IV; Lei 9.784/99, art. 2, caput e pargrafo nico, inciso I.

  • princpio da finalidade pblica (ou interesse pblico) o administrador pblico deve sempre atender ao interesse pblico. Lei 9784/99, art. 2, nico, III e XIII. So princpios ligados diretamente ao princpio da finalidade pblica:

    princpio da supremacia (preponderncia) do

    interesse pblico sobre o interesse privado, resguardados os direitos fundamentais. Ex. regulamentao das profisses, desapropriao, requisio administrativa, clusulas exorbitantes nos contratos administrativos, etc.

    princpio da indisponibilidade do interesse pblico - o administrador deve fazer o que a lei manda ou permite em beneficio do interesse pblico, no se admite omisso. As competncias administrativas so irrenunciveis. Lei 9784/99, art. 2, nico, II.

  • princpio da impessoalidade tem trs abordagens distintas: 1) o administrador pblico deve sempre atender ao

    interesse pblico (finalidade publica), no podendo buscar o interesse particular. Lei 9784/99, art. 2, III e XIII;

    2) o ato do administrador pblico deve ser atribudo ao rgo ou entidade a qual ele pertence, e no a ele (teoria do rgo ou da imputao volitiva). Lei 9784/99 art. 2, nico, III. CF, art. 37, 1

    3) o administrador pblico no pode diferenciar administrados nas mesmas condies, na mesma situao jurdica, devendo assim evitar privilgios (igualdade ou isonomia) e buscar igualdade material verifica-se se houve fator de discriminao/excluso e se o resultado compatvel com o objetivo da norma.

  • princpio da moralidade - O administrador pblico deve sempre visar a boa administrao, atuar com tica, honestidade, legitimidade, probidade, decoro e boa-f, atendendo ao interesse pblico (princpio da finalidade pblica), de forma impessoal (principio da impessoalidade) no sendo lcito utilizar-se de meios legais para atingir fins ilegtimos, ainda que implcitos na lei. Lei 9784/99, art. 2, nico, IV. Dec. 1171/94 - Cdigo de tica Profissional do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal. smula vinculante do STF, enunciado 13, contra o nepotismo viola o princpio da impessoalidade e da moralidade. A moralidade administrativa muito mais rigorosa que a moralidade comum, obrigando o administrador a escolher sempre a melhor alternativa dentre as possveis. A Lei de Improbidade Administrativa (lei 8429/92) mais ampla que o principio da moralidade e aborda outros princpios e regras.

  • princpio da publicidade - O administrador pblico de dar total transparncia a todos os atos, fornecer todas as informaes solicitadas, pois, como regra geral, nenhum ato administrativo pode ser sigiloso. A publicidade d eficcia ao ato e inicia a contagem dos prazos prescricionais e decadenciais. Lei 9784/99, art. 2, pargrafo nico, V; Lei 8.666/93, art. 61, pargrafo nico. O princpio da publicidade no absoluto: CF, Art. 5, X ato administrativo no pode violar a intimidade, vida privada, honra e imagem; CF, art. 5, XXXIII a regra a publicidade do ato administrativo, salvo quando colocar em risco segurana da sociedade e do Estado; CF, art. 5, LX fala da regra da publicidade dos atos processuais, engloba os processos administrativos.

  • princpio da eficincia Entrou na CF com a emenda 19/98. O administrador deve, na satisfao do interesse pblico, aplicar os recursos pblicos de forma econmica, otimizada, com o menor custo e maior benefcio, com adequao tcnica e profissional, definindo metas, avaliando resultados, numa melhoria contnua, objetivando o maior proveito com o menor dispndio de recursos. Este princpio j estava implcito, houve apenas a positivao dele.

  • princpio da autotutela - Administrador deve zelar pela legalidade, oportunidade e convenincia dos atos administrativos. se forem ilegais deve anul-los; se forem vlidos, mas no houver mais interesse pblico (convenincia e oportunidade) na sua existncia, deve revog-los. deve fazer isto independentemente de provocao externa do administrado.

  • princpio da continuidade do servio pblico - A atividade administrativa no pode sofrer paralisaes, sendo o direito de greve exercido nos limites da Lei 7783/89, art. 9 a 12. Os Militares no podem fazer greve (CF, art. 142, 3, IV). Concesso de servio pblico no pode deixar de ser prestada, mesmo quando a Administrao no cumprir suas obrigaes (inoponibilidade de exceo de contrato no cumprido exceptio non adimpleti contractus Lei 8666/93, XIV e XV ultrapassando os limites destes artigos possvel a oponibilidade da exceo do contrato no cumprido).

  • princpio da razoabilidade e da proporcionalidade - O administrador deve escolher o meio adequado (objeto razovel, congruente, coerente, lgico) e estritamente necessrio (exigvel) para atingir os fins que deseja e, dentro do necessrio, agir proporcionalmente, de forma equilibrada, entre a limitao ao direito individual e o prejuzo a ser evitado, onde as vantagens superam as desvantagens (proporcionalidade). Ex.: alimento estragado em restaurante infrao administrativa destruio do alimento e multa so meios adequados e necessrios de punio e a multa deve ser proporcional gravidade da infrao (alimentos estragados, sua qualidade e quantidade, etc.) - o risco de estar cometendo uma injustia e ter que indenizar o dono do estabelecimento pela perda dos alimentos melhor que a possvel intoxicao alimentar dos consumidores. O princpio est implcito na CF e explcito na Lei 9784/99, art. 2, nico, VI.

  • outros princpios que se aplicam ao direito administrativo - da segurana jurdica, da motivao, da boa-f, da isonomia/igualdade, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditrio, da inafastabilidade do Poder Judicirio e outros que veremos ao longo do curso.

  • ATOS ADMINISTRATIVOS Os atos administrativos so os atos jurdicos previstos em leis especiais do Direito Administrativo para cumprir os objetivos da Administrao Pblica. Mas a Administrao Pblica pode praticar atos e contratos privados (chamados Atos da Administrao). J os fatos administrativos, so os fatos juridicos no universo do direito administrativo, ora com efeitos juridicos (falecimento de servidor pblico gera vacncia do cargo), ora atividade material sem efeitos juridicos (funcionrio fazendo ofcio, obra sendo construda). Por fim, o silncio administrativo (omisso administrativa) a ausncia de ato administrativo obrigatrio. Para sabermos se o ato foi feito corretamente, precisamos analisar seus elementos (requisitos ou condies de validade): 1. elementos essenciais:

    a. condies de existncia do ato administrativo: objeto e forma b. condies de validade do ato administrativo: objeto lcito, forma prevista em lei, motivo

    verdadeiro e de acordo com a lei, competncia legal e interesse pblico como finalidade. 2. elementos acidentais ou acessrios (atos discricionrios): termo, a condio e o modo ou encargo. 1) objeto: qual contedo do ato? O que ele muda no mundo jurdico? O objeto a alterao da situao

    jurdica que o ato administrativo se prope a processar. Ex.1: desapropriao do terreno a prpria transferncia de propriedade do terreno do particular para o poder pblico; Ex. 2: licena da OAB para advogar a prpria liberdade para exercer a profisso. O objeto deve ser lcito, possvel, determinado ou determinvel (Cdigo Civil art. 104, II).

    2) forma: preencheu as formalidades e procedimentos necessrios da lei? Os atos administrativos tem uma forma mnima (escritos em portugus, datados e assinados), mas alguns precisam de formalidade (solenidade) especiais previstos em lei (publicados no Dirio Oficial). Os podem ser tambm atos orais, mecnicos, eletromecnicos, mmicos.

    3) motivo: que fatos motivaram a feitura do ato? Motivo de fato o fato passado que enseja a edio do ato. Motivo de direito a determinao ou permisso legal para a feitura do ato. Motivao a exteriorizao (escrita, falada, por gestos) do motivo. Em razo do princpio da publicidade (transparncia) devemos exteriorizar o motivo de fato e de direito dos atos administrativos (princpio da motivao), salvo quando a lei expressamente dispensar. Nos atos decisrios (que vo influir no patrimnio jurdico de terceiros) a motivao obrigatria, se no for feito o ato nulo (STF). Lei 9784/99, art. 2, nico, VIII, art. 50; CF, art. 93, X. Motivao genrica (interesse pblico) no motivao. Quando motivado, a ato fica vinculado a aquela motivao (teoria dos motivos determinantes). O vcio de motivao, quando obrigatria, vicio de forma.

  • 4) competncia: a pessoa que fez era aquela indicada pela lei com o dever ou a possibilidade de fazer o ato? S faz ato administrativo quem a lei diz que pode fazer. A competncia inderrogvel (no pode ser retirada seno por lei) e improrrogvel (no pode ser aumentada seno por lei). As competncias diferem em hierarquia, matria, lugar e tempo. Em regra possvel delegar ou avocar competncia do inferior hierrquico, salvo quando a lei vedar ou disser que a competncia exclusiva. Ultrapassar a competncia, invadindo a dos outros abuso de poder, na modalidade excesso de poder (agente incompetente). 5) finalidade: qual o objetivo que o ato quer atingir? A finalidade o objetivo a ser alcanado pelo ato administrativo, que ser sempre para a satisfao do interesse pblico. Se o ato for feito por interesse particular, abuso de poder, na modalidade desvio de poder (desvio de finalidade).

    Ex. 1: Por causa de uma enchente (motivo), o prefeito (competncia) expede decreto escrito, assinado datado e publicado (forma) decretando calamidade pblica (objeto) para receber verba federal e fazer obra pblica (finalidade). Ex. 2: em razo de carncia educacional, a ausncia de escola e a falta de terreno para a sua construo (motivos) o prefeito (competncia) faz ato expropriatrio (objeto) e declara de utilidade pblica terreno (objeto). Vinculao e discricionariedade do motivo e do objeto na competncia dos atos administrativos - Os elementos competncia, forma (mnima) e finalidade (interesse pblico) so sempre vinculados ( lei). O motivo e o objeto que so ora vinculados, ora discricionrios, dependem da lei. O que determina ser um ato vinculado ou discricionrio a predominncia da discricionariedade ou da vinculao na lei. Quando a lei diz (motivo de direito) que quando houver determinado motivo (de fato) iremos praticar determinado objeto, dizemos que o ato vinculado. Quando na ocorrncia de motivo de fato relevante para o Administrador (interesse pblico) e este tem liberdade de ao, a lei deu espao para decidir (juzo de valor) se h motivo para fazer o ato, se conveniente (convenincia - devo ou no fazer o ato?), se oportuno (oportunidade - quando devo fazer o ato?), podendo escolher seu objeto (contedo), e assim encontrar a soluo adequada para o caso concreto, dizemos que este ato discricionrio (discricionariedade). Este juzo do administrador o mrito administrativo. Se ultrapassar os limites da lei, o ato ser arbitrrio (arbitrariedade). Podemos dizer que a escolha do elementos motivo e objeto est no elemento competncia (de escolher ou no o que vai fazer).

  • Classificao de contedo (objeto) dos atos administrativos: atos normativos - regulamentos, regimentos, resolues, deliberaes, instrues normativas, pareceres normativos e portarias normativas. Atos ordinatrios (ordem de superior hierrquico) - instrues, circulares, portarias, despachos, ofcios, ordens de servio, avisos e memorandos. Atos enunciativos - atestam situao ftica atestados, registros, certides, pareceres. Atos punitivos, sancionatrios - para punir servidores - poder disciplinar - e particulares - poder de polcia) - multas administrativas, interdio administrativa, destruio de coisas, advertncia, suspenso, demisso. Atos negociais - declarao da Administrao deferindo faculdade ao particular - licena, permisso e autorizao. Licena o ato vinculado, com presuno de definitividade, de natureza declaratria, por meio do qual a Administrao Pblica obrigada (direito subjetivo), quando satisfeitos todos os requisitos legais, a dar consentimento para o desempenho de certa atividade - para funcionamento de estabelecimento comercial, para exercer profisso regulamentada em lei, etc. A permisso o ato discricionrio e precrio pelo qual a Administrao Pblica consente na execuo de servios de utilidade pblica ou no uso especial de bem pblico, para atendimento de interesses concorrentes entre o permitente, permissionrio e o usurio - bancas de jornal, transporte pblico individual (txi). A autorizao ato administrativo discricionrio e precrio (pode ser revogado a qualquer tempo) pelo qual a Administrao consente que o particular exera atividade ou utilize bem pblico no seu prprio interesse. A autorizao quase igual permisso, a nica diferena que predomina o interesse particular do autorizatrio (se no houver interesse pblico o ato nulo por desvio de finalidade). Ex.: permite a utilizao de uma praa pblica para realizao de uma festa junina; autoriza o uso de uma calada por um restaurante para que coloque as mesas naquele local; autorizao para estacionamento de veculos particulares em terreno pblico; autorizao para porte de arma, etc. Atributos (caractersticas) do atos administrativos - presuno de legalidade, legitimidade e veracidade presume-se que o ato administrativo est em conformidade com a lei, visa o interesse pblico e so verdadeiros os fatos que o fundamentam. A presuno relativa (juris tantum) e admite prova em contrrio. O nus da prova de quem alega. Imperatividade (coercibilidade) os atos administrativos criam obrigaes ou impe restries independentemente da vontade ou consentimento do administrado. So atos de imprio. Ex.: atos normativos, punitivos, atos de polcia, como a multa. Nos atos enunciativos ou negociais no h imperatividade, pois nos enunciativos inexiste obrigao criada pelo administrador para cumprimento pelo Administrado (atestados, certides, registros, pareceres) e nos negociais h solicitao do prprio administrado (autorizaes, permisses, licenas). auto-executoriedade (exigibilidade e executoriedade) os atos auto-executrios podem ser executados diretamente, de forma imediata, independentemente de interveno prvia do Poder Judicirio. Ex.: demolio de prdio que ameaa desabar, destruio de alimentos imprprios para o consumo, etc. O ato tem auto-executoriedade quando a lei prev ou quando existe uma situao de urgncia. Alguns autores dividem a auto-executoriedade em exigibilidade e a executoriedade. A exigibilidade a possibilidade da Administrao exigir indiretamente de seus administrados o cumprimento e a observncia do ato administrativo (ex.: reboque do carro para pagar a multa). A executoriedade a possibilidade da Administrao usar a fora para o cumprimento o ato (coao material). So atributos dos atos praticados no exerccio do poder de polcia: discricionariedade, obrigatoriedade (imperatividade, coercibilidade) e auto-executoriedade (explicao em atributos do ato administrativo). Tipicidade a correspondncia do ato com a norma. Objetiva proteger o administrado contra atos totalmente discricionrios.

  • Ex.1: obrigatoriedade de aposentar servidor que completou 70 anos, mesmo contra a sua vontade (CF, art. 40, 1, II); Ex.2: obrigatoriedade da concesso de aposentadoria voluntria pedida pelo servidor que preencheu os requisitos da CF, art. 40, 1, III, a e b; Ex.3: lanamento de um tributo. Na ocorrncia do fato gerador, no pode o fiscal decidir se oportuno ou conveniente o seu lanamento; h apenas um nico e possvel comportamento do fiscal: lanar, sob pena de estar cometendo ilegalidade por omisso e ser punido por isto. Ex. 4: a licena para exercer profisso ato vinculado, inclusive quanto ao seu objeto (no pode sofre limitaes fora das elencadas por lei). Ex.5: desapropriao de terreno. Desapropria-se quando, preenchidos os requisitos legais, for oportuno e conveniente para a Administrao. Ex.6: permisso de uso da calada para colocao de mesas de restaurante. Ex.7: autorizao para funcionamento de um circo em praa pblica em que fixado o limite mximo de horrio em certas circunstncias. o administrador que ir definir o horrio, sendo o objeto a definio do horrio.

    Quanto s prerrogativas da administrao pblica os atos administrativos podem ser - atos de imprio (ius imperii) impostos coercitivamente aos servidores e administrados - atos de polcia (apreenso de bens, embargo de obra, multa), regulamento, tombamento, desapropriao, etc.; atos de gesto (ius gestionis) atos onde a vontade do administrado importante para a sua feitura - licenas, permisses e autorizaes, contratos em geral, etc.; atos de expediente - mera rotina interna, sem forma especial, sem competncia decisria - ato de abertura de prazo para recorrer de deciso administrativa. Quanto ao critrio da interveno da vontade administrativa os atos podem ser atos simples - emanam da vontade de um s rgo, unipessoal ou colegiado (vontade majoritria). Ex.: despacho de um chefe de seo, deciso de um conselho de contribuintes (ato simples coletivo); atos complexos exigem a manifestao autnoma de agentes ou rgos diversos para a formao de um ato nico. Ex.: a investidura de um servidor pblico, onde a nomeao feita pelo chefe do poder (Executivo, Legislativo, Judicirio) e a posse por outro agente pblico, sendo que a Investidura s estar aperfeioada com a entrada em exerccio do servidor pblico; atos compostos - resultam da vontade nica de um rgo (vontade principal) para existir e ser vlido, mas depende da verificao da sua legalidade por parte do outro rgo para se tornar exequvel (vontade secundria). Ex. autorizao para fazer comrcio em logradouro pblico, sujeita a visto de outra autoridade (apenas para verificao da legalidade ou cincia).

  • Extino dos atos administrativos 1. extino normal ou natural - acontece quando o ato teve a sua execuo material, atingiu o objetivo, chegou ao

    seu termo final, ou foi extinto por implemento de condio resolutiva. ex.: concesso e gozo de frias por servidor, termo final de autorizao por prazo certo, recomeo da contagem dos prazos aps fim de greve, etc.

    2. extino anormal ou acidental

    a. extino objetiva (desaparecimento do objeto) acontece quando desaparece o objeto material do ato (e no o objeto elemento do ato administrativo, que objeto jurdico-normativo). ex.: o fim do imvel tombado (desabamento) extingue o ato administrativo de tombamento.

    b. extino subjetiva (desaparecimento do sujeito) ocorre com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato, sobre o qual recai a manifestao de vontade da administrao (elemento subjetivo do ato). ex.: a morte do permissionrio. sendo as permisses, em regra, intransferveis, extingue o ato por falta do elemento subjetivo.

    c. caducidade (decaimento) acontece quando norma jurdica superveniente contrria quela que respaldava a prtica do ato precrio, impedindo a eficcia deste (salvo direito adquirido). exemplo: autorizao para uso de um bem pblico. se, supervenientemente, editada lei que probe tal uso privativo por particulares, o ato anterior, de natureza precria, sofre caducidade, extinguindo-se. ex: bingos as autorizaes foram concedidas com base na norma em vigor. a medida provisria superveniente tornou essas autorizaes incompatveis.

    d. desfazimento volitivo acontece quando h manifestao de vontade do administrador ou do administrado. So a renncia, a cassao, contraposio, anulao (ou invalidao) e revogao.

    I. renncia acontece quando o beneficiado desiste do ato de forma expressa. A recusa acontece quando o particular desiste de um direito que ainda lhe seria deferido pela Administrao.

    II. cassao acontece quando o beneficirio descumpre condies legais que permitem a manuteno de ato negocial (vinculado ou discricionrio) e de seus efeitos. Ex.: advogado frauda o sistema previdencirio e cassado (perda da licena).

    III. contraposio a perda dos efeitos de um ato em virtude da prtica de outro, cujos efeitos so incompatveis com o anterior. So atos com efeitos contrapostos. Ex: a exonerao de um servidor extingue os efeitos da sua nomeao.

    IV. anulao ou invalidao a extino do ato administrativo em virtude da existncia de vcio de legalidade.

    V. revogao a extino de ato administrativo discricionrio, legtimo e eficaz por no mais convir sua existncia. Acontece quando as razes de convenincia e oportunidade, justia e equidade que existiam na feitura do ato no subsistem.

  • ANULAO E REVOGAO

    Smula do STF, enunciado 346, 473 e Lei 9784/99, art. 53 ANULAO - Quando h vcio (defeito) de legalidade nos elementos do ato administrativo. Pode ser feita pela Administrao Pblica (controle administrativo - princpio da autotutela e legalidade) ou Poder Judicirio (controle judicial - inafastabilidade do controle judicial da legalidade em sentido amplo CF, art. 5, XXXV). Ter efeito ex tunc (todos os efeitos sero apagados). Em regra, no Direito Administrativo, quando o ato tiver ilegalidades (nulidades/anulabilidades), devemos anul-lo, salvo quando: 1) Sendo os vcios sanveis, a convalidao ou saneamento do ato administrativo no acarretar leso ao interesse

    pblico, nem causar prejuzo a terceiros (Lei 9.784/99, artigo 55), em razo do princpio da eficincia, j que os atos convalidados so vlidos desde a sua feitura, caso contrrio faramos outro ato. Podem ser convalidados: 1) vcio de competncia se ratificado pelo agente competente, no for competncia exclusiva nem competncia em razo da matria. chamada de ratificao. Ex.: ato praticado por secretrio de competncia do prefeito (sem proibio expressa de delegao) e ratificado por este; 2) vcio de forma (reforma) - quando no for essencial e for adotada a forma legal. Ex.: investidura (nomeao + posse + exerccio) com nomeao posterior. No h convalidao por vcio de motivo e finalidade. Quanto ao objeto h divergncia. A tese majoritria diz que no h convalidao. Tese minoritria de JSCF - Quando houver mais de um objeto ou parte vlida do objeto, retira-se o objeto invlido ou sua parte invlida, substituindo-os ou no. a reforma (para CABM reforma a convalidao do vcio de forma!!!). Ex.: ato concedia licena e frias; verificada a inexistncia de direito licena, retira-se esta, ratificando as frias. Ex: aposentadoria legalmente concedida, com valor ilegal. No se anula a concesso, acerta-se valor, compensando o que foi pago de maneira indevida, Ex.: um ato promoveu A e B por merecimento e antiguidade, respectivamente; verificando aps que no deveria ser B, mas C o promovido por antiguidade, pratica novo ato mantendo a promoo de A (que no teve vcio) e insere a de C, retirando a de B, por ser esta invlida. A converso se d quando o poder pblico transfere, com efeitos retroativos, um ato de categoria na qual ele seria invlido (objeto ilegal) para outra categoria na qual ele vlido. Ex.: concesso de uso de bem pblico sem licitao e caso de dispensa e inexigibilidade da mesma. A Administrao converte o ato em permisso precria de uso, que no precisa de licitao.

    2) por interesse pblico a desconstituio do ato geraria agravos maiores ao interesse pblico do que sua permanncia (fato consumado) Ex.: o loteamento irregularmente licenciado s vem a ser descoberto depois que inmeras famlias regularmente edificaram neste. Os efeitos da invalidao significaria o retorno ao status quo ante, com a expulso de todas as famlias e ressarcimento dos prejuzos ocasionados pela Administrao Pblica

    3) por decurso do tempo (decadncia) quando escoar o prazo legal para a Administrao invalidar o ato 5 anos (Lei n 9784/99, art. 54 para a Unio, Lei 5729/09 para o ERJ e DL 20910/32 para os outros). Este artigo a positivao do princpio da segurana jurdica ou da estabilidade das relaes jurdicas.

  • O Poder Judicirio no pode invadir o mrito administrativo (convenincia, oportunidade, justia e equidade) na escolha do motivo e do objeto do ato administrativo discricionrio. Ao julgar a razoabilidade e a proporcionalidade do ato o PJ estaria julgando o mrito administrativo? Entende-se que a partir do momento que ele fere a razoabilidade/proporcionalidade, isto , decide por ato irrazovel/desproporcional, o administrador ultrapassa o espao de deciso dado pela lei, e assim sendo o seu ato se torna fora da lei, ilegal; deixa de ser discusso sobre o mrito e passa a ser sobre a legalidade/ilegalidade. ADPF 45 - Poder Judicirio pode interferir em polticas pblicas, quando configurada hiptese de abusividade governamental. Consideraes em torno da clusula da reserva do possvel. Necessidade de preservao, em favor dos indivduos, da integridade e da intangibilidade do ncleo consubstanciador do mnimo existencial. REVOGAO - o ato legal, mas se tornou inoportuno e / ou inconveniente para a AP. Somente a Administrao Pblica pode reanalisar o mrito administrativo (oportunidade e convenincia, justia e equidade). O Poder Judicirio s pode realizar a revogao no exerccio da sua funo administrativa. A revogao do ato ter efeito ex nunc (o ato deixar de existir, e os efeitos gerados pelo ato at ento sero preservados). Somente os atos discricionrios so passveis de revogao. A Administrao Pblica, deparando com ato vlido e discricionrio que se tornou inoportuno e inconveniente no ir revog-lo quando: 1) extintos naturalmente e exauridos os seus efeitos. Ex.: ato defere frias a servidor gozadas as frias, o ato est consumado, exauridos esto seus efeitos; 2) atos vinculados, pois em relao a estes o administrador no tem liberdade de atuao. Ex.: licena profissional legalmente regulamentada no pode ser retirada do mundo jurdico por discricionariedade da Administrao. 3) direitos adquiridos (CF, art. 5, XXXVI) - atravs da concretizao de ato normativo ou da criao de ato concreto, vinculado ou discricionrio, nasce direito adquirido ao ato ou aos seus efeitos, incorporando-se ao patrimnio jurdico do destinatrio. Ex.: ato de investidura do servidor (nomeao + posse + exerccio) gera direito ao exerccio da funo pblica. 4) atos integrativos de um procedimento administrativo - opera-se a precluso do ato anterior pela prtica de ato sucessivo. Ex.: licitao - no pode ser revogado o ato de adjudicao na licitao quando j celebrado o respectivo contrato. 5) os denominados enunciativos ou meros atos administrativos, pois estes no criam direito, apenas atestam, certificam, declaram situao preexistente ou exaram juzo de valor como os atestados, registros, certides e pareceres.

  • LICITAO e CONTRATO ADMINISTRATIVO CF, art. 22, XXVII; art. 37, XXI e Lei 8666/93 procedimento licitatrio - escolha da proposta mais vantajosa - contrato administrativo. A Unio cria normas gerais (Lei 8666/93) e Estados e municpios criam normas especficas pertinentes aos seus contratos e servios pblicos. Sociedade de Economia Mista e Empresa Pblica que explorem atividade econmica podem ter lei prpria (CF, art. 173, 1, III e Lei 8666/93, art. 119). Enquanto no for criada a lei, aplica-se a Lei 8666/93. A Administrao Pblica tambm celebra contratos privados sem prerrogativas especiais, contratos de Direito Civil no so contratos administrativos Ex.: aluga apartamento para servidor pela lei de locaes.

    FASES DO PROCEDIMENTO LICITATRIO (art. 43)

    fase

    interna

    1) Configurao da necessidade, escolha do objeto da licitao (art. 2), estimativa do valor,

    anlise do oramento e empenho;

    2) Escolha do tipo de licitao (art. 45) e modalidade de licitao (Lei 8666/93, art. 22 e 23 e Lei

    10520/02, art. 1) - No admissvel o fracionamento do objeto para realizao de licitao em

    modalidade diversa, salvo quando tecnicamente sustentvel ou h carncia de recursos.

    3) Ler as definies da Lei 8666/93, art. 6;

    4) Quando aos objetos da licitao: obras e servios art. 7 a 12; servios tcnicos profissionais especializados art. 13; compra art. 14 a 16; alienao de bens moveis e imveis art. 17 a 19;

    5) Verificar se no caso de:

    a) Licitao inexigvel - art. 25 - a competio se mostra invivel, impossvel;

    b) Licitao dispensvel art. 24 a licitao possvel, mas no necessria; c) Licitao dispensada art. 17, I e II a lei diz expressamente que no haver licitao.

  • ESCOLHA DO TIPO DE LICITAO E MODALIDADE DE LICITAO

    (Lei 8666/93, art. 22 e 23; art. 45 e Lei 10520/02, art. 1 - prego )

    modalidade de

    licitao

    (art. 22)

    quem so os licitantes

    (art. 22)

    tipo de licitao

    (art. 45)

    objeto da licitao

    para obras e

    servios de engenharia

    compras se

    servios comuns

    convite convidados

    menor preo melhor tcnica tcnica e preo

    at

    R$ 150.000,00

    at

    R$ 80.000,00

    tomada de preos interessados

    cadastrados

    at

    R$ 1.500.000,00

    at

    R$ 650.000,00

    concorrncia quaisquer interessados acima de

    R$ 1.500.000,00

    acima de

    R$ 650.000,00

    prego

    (Lei 10520/02) cadastrados menor preo ------------------------------- sem limites

    concurso quaisquer interessados prmios ou

    remunerao trabalho tcnico, cientfico ou artstico

    leilo quaisquer interessados maior lance ou

    oferta

    para vender:

    bens mveis inservveis at R$ 650,000,00 acima deste valor concorrncia; bens imveis inservveis

    concorrncia Lei 8666/93, art. 17, I e 19); bens imveis derivados de procedimentos judiciais ou

    de dao em pagamento (pode tambm

    concorrncia);

    produtos legalmente apreendidos ou penhorados; privatizao e concesso de servio pblico (Lei

    9074/95)

  • fase

    externa

    8666/93

    Audincia

    pblica

    ato convocatrio

    (edital ou carta-

    convite)

    Habilitao

    (art. 27 a 33)

    classificao e

    julgamento das

    propostas

    homologao

    acima de

    150 milhes

    de reais

    (art. 39)

    prazo (art. 21)

    Contedo (art. 40)

    prazo para

    impugnao (art. 41, 1 e 2)

    carta-convite (art. 22, 3)

    No surgiram interessados

    licitao deserta desclassificado - se

    inexequvel, contrrio

    as clusulas do edital

    ou contiver clusula

    de preo condicional se todos forem

    desclassificados,

    licitao fracassada

    O superior responsvel

    pode:

    aprovar e homologar

    sanar os vcios / homologar ou anular (sem

    indenizao)

    revogar (com indenizao ao vencedor)

    Se homologar adjudicao ao vencedor

    Os interessados devem

    apresentar:

    1. habilitao jurdica

    2. qualificao tcnica

    3. qualificao

    econmico-financeira

    4. regularidade fiscal

    Se ningum passou pela

    habilitao - licitao

    fracassada - prazo de 8

    dias para reapresentao

    das documentaes,

    suprindo as falhas - caso

    persista, poder haver

    contratao direta

    ordem classificatria

    (Lei 8666/93, art. 45 e

    lei 10520/02, art. 4,

    X)

    empate - art. 45, 2

    prego

    fase externa

    Lei 10520/02

    e subsidiariamente

    Lei 8666/93

    1) designao do leiloeiro e da equipe de apoio

    2) convocao dos interessados sesso pblica de julgamento

    3) apresentao das propostas do objeto e do preo com validade de sessenta dias

    4) conhecidas as ofertas, a de menor valor e as que a excederem em at 10% podero apresentar lances

    verbais e sucessivos, at que seja proclamado o vencedor (o critrio sempre ser o de menor preo)

    5) depois de proclamada a melhor proposta (e classificadas todas as propostas), o leiloeiro examinar os

    documentos (reunidos em um invlucro) de habilitao do licitante

    6) habilitado, o autor da menor proposta ser declarado vencedor; caso contrrio, sero examinadas as

    ofertas subsequentes e que atendam s exigncias do edital

  • CONTRATOS ADMINISTRATIVOS clusulas exorbitantes (art. 58) - prerrogativas para a Administrao que exorbitam do direito privado - a Administrao Pblica em posio de superioridade em relao ao contratado - princpio da supremacia (preponderncia) do interesse pblico sobre o particular

    1) o poder de alterao e resciso unilateral do contrato mas mantendo o equilbrio econmico-financeiro do contrato - Lei 8666/93, art. 58, I e II; art. 65, 79, I - assegurada a ampla defesa em processo administrativo

    a) alterao qualitativa (art. 65, I, a) b) alterao quantitativa (art. 65, I, b) Ex.: alterao das tarifas, da qualidade do servio art. 65, 1 e 2

    2) a impossibilidade do contratado opor exceo de contrato no cumprido (exceptio non adimpleti contractus) - Lei 8666/93, art. 78, XIV e XV - princpio da continuidade dos servios pblicos - suspenso da execuo do contrato por prazo superior a 120 dias (art. 78, XIV) - atraso nos pagamentos superior a 90 dias (art. 78, XV). 3) controle da execuo do contrato pela Administrao ou usurio de servio pblico - Lei 8666/93, art. 58, III - dependendo do que for apurado com direito a processo administrativo, com contraditrio e ampla defesa

    a) interdio, na obras, fornecimentos e servios; b) interveno nos contratos de concesso e permisso de servio pblico

    4) possibilidade de aplicao de penalidades ao contratado - Lei 8666/93, art. 87 - advertncia, multa, suspenso temporria e declarao de inidoneidade 5) exigncia de garantias pela AP ao contratado - Lei 8666/93, art. 56, 1 - a garantia ser escolhida pelo contratado, desde que prevista no edital, podendo ser:

    a) cauo (em dinheiro ou ttulos da dvida pblica) b) seguro-garantia (aplice de seguro que possibilite a execuo do contrato ou indenizao) c) fiana bancria (garantia fidejussria)

    O limite da garantia ser de at 5 % do valor do contrato, salvo se se referir a obras, servio e fornecimento de grande vulto, quando ser de at 10% do valor do contrato. Outras garantias (no esto na lei): seguro de bens e de pessoas, compromisso de fornecimento pelo fornecedor, importador, ou fabricante de bens, materiais ou produtos contratados, sempre que tais cautelas forem convenientes.

    MANUTENO DO EQUILBRIO ECONMICO-FINANCEIRO Lei 8666/93, art. 58, 1 - manuteno do padro remuneratrio fixado no instrumento contratual - manuteno da equao econmico-financeira - antevista no edital e presente na proposta - constitui obrigao da Administrao - a Administrao Pblica no pode alterar unilateralmente - para manter este equilbrio poder haver: reajuste (art. 55, III) - nos casos previsveis ex.: inflao (recomposio das perdas inflacionrias) reviso (art. 65, 6) - nos casos imprevisveis ou previsveis de efeitos incalculveis - alterao unilateral da qualidade do servio devido s mudanas tecnolgicas (art. 65, I, a) - caso fortuito, a fora maior, o fato do prncipe (art. 65, II, d), etc.

  • DA INEXECUO E DA RESCISO DOS CONTRATOS 1) extino normal do contrato - com concluso da obra, termino do prazo de fornecimento, etc; 2) resciso de pleno direito - quando houver nulidade no contrato administrativo; 3) resciso administrativa (art. 79, I) - resciso unilateral imposta pela AP ao contratado por interesse pblico ou por motivos elencados na lei, como inexecuo contratual pelo contratado; 4) resciso amigvel (art. 79, II) - fruto da composio entre a AP e o contratado; 5) resciso judicial (art. 79, III) - quando o contratado quiser a resciso contratual por falta da AP;

    INEXECUO CONTRATUAL PELO CONTRATADO descumprimento total ou parcial do pactuado pelo contratado - imposio de sanes, penalidades (responsabilidade administrativa) - inexecuo dolosa ou culposa (responsabilidade civil) - se for o caso, responsabilidade criminal - resciso do contrato. causas justificadoras da inexecuo do contrato - teoria da impreviso e da onerosidade excessiva - rompimento do equilbrio econmico-financeiro - reequilbrio atravs de alterao do preo/tarifa e outras formas ou rompimento to grave que no h salvao para o contrato

    1) anormalidade e imprevisibilidade dos fatos (teoria da impreviso) 2) ausncia de desejo das partes para a sua ocorrncia 3) o rompimento do equilbrio econmico-financeiro capaz de inviabilizar o contrato

    caso fortuito - imprevisvel e inevitvel para os contratantes / decorrente da vontade do homem. Ex: greve, paralisao de trabalhadores, rebelies, conturbaes sociais, etc.; fora maior - previsvel, mas inevitvel / fora da natureza. Ex: enchentes, inundaes, tufes, vendavais, etc.; fato do prncipe - ato de imprio do Estado que incide indireta ou reflexamente no contrato. Ex: proibio de importao / aumento do imposto de importao do produto contratado; fato da administrao - ato da Administrao que incide diretamente sobre o contrato. Ex: interrupo prolongada e imotivada de pagamentos devidos ao contratado. Ex: no-liberao de rea ou objeto necessrio execuo do contrato; interferncias imprevistas - fatos materiais imprevistos, mas existentes ao tempo da celebrao do contrato. Ex: diversidade de terrenos conhecidos somente no curso da execuo da obra, tornando-a mais complexa e onerosa.

  • MODALIDADES DE CONTRATOS EM ESPCIE Contrato de obra pblica - tem por objeto uma construo, uma reforma ou uma ampliao de obra pblica (art. 6, I). Pode ser por execuo direta (art. 6, VII) ou indireta (VIII, a a e). A indireta pode ser por:

    1) empreitada: a contraprestao (remunerao) previamente fixada por preo certo, ainda que: a) por preo unitrio - preo certo por unidade. Ex.: R$ 10.000,00 por casa, no se sabendo ao certo o nmero de casas que sero feitas; b) por preo global - preo certo, sendo reajustado de acordo com a necessidade, pago em prestaes. Ex.: 100 casas por R$ 1.000.000,00 com reajuste de acordo com variaes de preo do material, custo do servio, etc.; c) por preo integral - preo certo e cujo pagamento se dar ao final. Ex.: R$ 1.000.000,00 para a construo de 100 casas, onde o empreiteiro ter que ajustar a obra ao preo dado

    2) por tarefa: a contraprestao devida na proporo em que realizada a obra, periodicamente, aps medio da Administrao.

    Contrato de fornecimento (contrato de compras) art. 6, III - so os contratos de compra que preveem a aquisio de bens mveis pela Administrao, tais como materiais ou produtos de qualquer natureza. Pode ser de trs modalidades: 1) integral: exaure-se com a entrega de uma s vez da coisa adquirida; 2) parcelada: entrega parcelada, de uma quantidade pr-determinada, em um nmero de vezes pr-determinado, com uma entrega final pr-estipulada; 3) fornecimento contnuo: a entrega e o pagamento sucessivo, de acordo com a necessidade, ou com datas e quantidades prefixadas, mas sem quantidade ou termo final. contrato de servio - 1) Servios comuns sem habilitao especial / profissional - pintor de parede 2) Servios tcnico-profissionais com habilitao especial / profissional engenharia, advocacia: a) servios tcnico-profissionais generalizados conhecimentos comuns - engenharia, advocacia b) servios tcnico-profissionais especializados (art. 13) - conhecimentos incomuns e notria especializao profissional (art. 25, 1) - inexigibilidade da licitao contratao direta - advogado para sustentao oral no STF, STJ, tribunais internacionais, tribunais ou comarcas longe da entidade federativa, etc. Os contratos de concesso e permisso do servio pblico, de concesso de uso de bem pblico, convnios e consrcios, contratos de gesto, termos de parceria e contratos de programa sero estudados no momento oportuno.

  • domnio pblico (lato sensu)

    domnio eminente - o resultado do poder poltico, pelo qual o Poder Pblico submete sua vontade todos os bens pblicos e privados localizados em seu territrio (disponibilidade potencial deque detentor em razo da sua prpria soberania interna, abrangendo todos os bens e legitimando as intervenes na propriedade privada). domnio patrimonial - bens que o Estado j tem, que j esto dentro do patrimnio do Estado - corresponde ao direito de propriedade, sujeito, porm, ao regime do direito administrativo (pblico), e no ao regime do direito civil (privado). so os bens pblicos (domnio pblico stricto sensu, patrimnio pblico).

    bens dominiais ...

    bens pblicos (domnio pblico

    stricto sensu, patrimnio pblico)

    1 corrente: somente bens pertences pessoa jurdica de direito pblico (CC, art. 98) - Unio, Estados, DF, municpios e autarquias, associaes pblicas e fundaes pblicas de direito pblico (majoritria JSCF, LVF);

    2 corrente: os bens das pessoas da 1 corrente e as empresas pblicas, sociedades de economia mista e fundaes pblicas de direito privado (HLM, DP);

    3 corrente: os bens das pessoas da 1 corrente e os bens afetados ao servio pblico - trens, nibus, cabos eltricos, etc. das empresas pblicas, sociedades de economia mista e concessionrias e permissionrias de servio pblico (CABM).

    quanto titularidade

    dos bens pblicos

    federais (CF, art. 20), estaduais e distritais (CF, art. 26) e bens municipais (por excluso - logradouros pblicos: avenidas, ruas, praas, parques e jardins pblicos, etc.). A doutrina diz que este rol exemplificativo.

    quanto destinao

    dos bens pblicos (CC, art. 99):

    I) bens de uso comum do povo (do domnio publico) - de uso indiscriminado, geral, universal (sem exclusividades, privilgios) pelos indivduos - rios, mares, estradas, ruas (logradouros pblicos), praas, florestas - o poder pblico pode limitar o uso e cobrar taxa (estacionamento na rua, pedgio, etc.).

    II) bens de uso especial (do patrimnio indisponvel) edifcios ou terrenos destinados/afetados servio ou estabelecimento da administrao direta e autarquias - reparties pblicas, mercados municipais, cemitrios pblicos, aeroportos, museus pblicos, veculos oficiais, estaes e trens do metr, nibus, barcas, terras reservadas indgenas, terras devolutas indispensveis defesa de fronteira, proteo de ecossistemas naturais, etc. subentende-se que seu uso ser condicionado regulamentao.

    III) bens dominicais (bens de domnio privado, bens do patrimnio disponvel ou do patrimnio fiscal) nomenclatura residual (o que no de uso comum do povo ou de uso especial), so os bens desafetados, sem destinao especial, mas objetos de direito pessoal ou real de cada uma das entidades terras devolutas (salvo as indispensveis defesa de fronteira, que so de uso especial), prdios pblicos desativados, terrenos baldios, bens mveis inservveis - como viaturas sucateadas, carteiras escolares danificadas - dvida ativa, etc.

    quanto ao regime jurdico dos bens

    pblicos

    1) inalienabilidade / alienabilidade condicionada - CC, art. 100 alguns bens so inalienveis, outros precisam preencher requisitos; 2) Imprescritibilidade - CC, 102; CF, 183, 3; CF, art. 191, pargrafo nico so insuscetveis de usucapio (prescrio aquisitiva); 3) impenhorabilidade CF, 100 - no sujeitos a constrio judicial (penhora judicial); 4) no onerabilidade no podem ser objeto de penhor, hipoteca, ou anticrese (salvo CF, art. 167, IV receita como garantia de crdito)

    BENS PBLICOS

  • Formas de aquisio de bens pblicos contratos (compra e venda - CC, art. 481 a 532 - doao, permuta, dao em pagamento - CTN, art. 156, XI), usucapio (CC, art. 1.238), desapropriao (CF, art. 5, XXIV; CC, art. 1275, V e DL 3365/41), acesso (CC, art. 1248), causa mortis (CC, art. 1603, V), arrematao e adjudicao (CPC, art. 685-A), resgate na enfiteuse (CC, art. 693) aquisio ex vi legis por fora de lei (Lei 6766/79 - ruas e praas atravs do loteamento; perdimento de bem instrumento ou fruto de crime - CP, 91, I e II; improbidade administrativa - Lei 8429/92; reverso nas concesses de servios pblicos - Lei 8987/95, art. 35, 1; o confisco do CF, art. 243). Formas de alienao de bens pblicos venda (Lei 8666/93, art. 17); b) doao (Lei 8666/93, art. 17, I, b) permuta (Lei 8666/93, art. 17, I, c); d) dao em pagamento (CC, art. 356); e) concesso de domnio (Lei 8666/93, art. 17, 2) f) investidura (Lei 8666/93, art. 17, 3) g) incorporao; h) retrocesso (CC, art. 519); i) legitimao de posse (Lei 6383/76, art.1). Formas de uso dos bens pblicos: Uso comum - aquele aberto coletividade, sem necessidade de autorizao estatal. O uso pode ser gratuito ou remunerado (CC, art. 103 ). Uso especial utilizao submetida a regras especificas e consentimento estatal. Podes ser gratuito ou remunerado . Ex.: utilizao da rodovia pedagiada. Uso compartilhado quando as pessoas jurdicas ou privadas precisam usar bens pertencentes a outras pessoas da AP. Ex.: instalao, pela Unio, de dutos com fios eltricos sob rea pblica municipal. Uso privativo quando da utilizao do bem pblico outorgada temporariamente a determinada pessoa, mediante instrumento jurdico especifico, excluindo-se a possiblidade de uso do mesmo bem pelas demais pessoas. Ex.: autorizao dada pela Prefeitura para festa fechada em praa pblica.

    inalienabilidade / alienabilidade condicionada (CC, art. 101)

    Afeta-se ou desafeta-se (consagrao / desconsagrao) - o bem publico atravs de lei, ato administrativo (DG, DP) ou fato administrativo (JSCF) - prdio desocupado vira escola pblica; escola pblica muda de prdio; escola pblica pega fogo e sobra apenas o terreno, etc. No h a desafetao tcita (por falta de uso) a vontade de no usar o bem tem que estar evidente no caso concreto.

    inalienabilidade - so naturalmente inalienveis os bens pblicos de uso comum do povo insuscetveis de valorao patrimonial (de carter no-patrimonial)

    alienabilidade condicionada - bens de uso comum do povo e bens de uso especial (suscetveis de valorao patrimonial)

    alienabilidade condicionada - bens dominicais / dominiais

    mares, rios/rios navegveis (STF, 479), praias, terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por aes discriminatrias, necessrias proteo dos ecossistemas naturais (CF, art. 225, 5), etc.

    Lei 8666/93, art. 17 bens imveis interesse pblico fundamentado, avaliao prvia, desafetao (autorizao legislativa), licitao (ver licitao) - Se for da Unio, necessidade da autorizao do Presidente da Repblica (art. 23 da Lei 9636/98) bens mveis - interesse pblico fundamentado, avaliao prvia, desafetao (ato administrativo), licitao (ver licitao). Ex.: ruas, praas, estradas, carros, edifcios, etc.

    Lei 8666/93, art. 17 bens imveis interesse pblico fundamentado, avaliao prvia, autorizao legislativa, licitao (ver licitao) - Se for da Unio, necessidade da autorizao do Presidente da Repblica (art. 23 da Lei 9636/98) bens mveis - interesse pblico fundamentado, avaliao prvia, desnecessria a desafetao, licitao (ver licitao). mveis e imveis sem uso, no afetados a servio pblico.

  • formas de uso compartilhado dos bens pblicos (CC, art. 103)

    Autorizao de uso instituto com vrias

    leis

    ato administrativo unilateral sem licitao

    (pode ter) discricionrio

    precrio / sem indenizao pode vincular

    tempo / indenizao: aut. qualificada

    Prepondera o interesse particular pode utilizar

    o bem

    gratuito ou oneroso

    fecha rua para festa, ceder terreno para circo, autorizao para transporte de carga pesada, rea de estacionamento

    Permisso de uso instituto com vrias

    leis

    ato administrativo unilateral - qualquer

    modalidade de licitao (Lei 8666/93, art. 2)

    discricionrio

    precrio/sem indenizao pode vincular

    tempo/indenizao: permisso condicionada

    Prepondera o interesse pblico

    deve utilizar o bem

    gratuito ou oneroso

    banca de jornal, barracas em feiras, boxe em mercado municipal, uso da calada por restaurante

    Concesso de uso instituto com vrias

    leis

    autorizao legislativa, licitao e contrato

    administrativo - qualquer modalidade

    de licitao (Lei 8666/93, art. 2)

    era discricionrio

    torna-se vinculado

    tempo determinado no contrato indenizao,

    salvo culpa do contratado

    Prepondera o interesse pblico

    deve utilizar o bem

    gratuito ou oneroso

    espao comercial em rodoviria / aeroporto, quiosques e praia, jazida (CF, art. 176), etc.

    Cesso de uso instituto com vrias

    leis ato administrativo discricionrio

    precrio/sem indenizao pode vincular

    tempo/indenizao: permisso condicionada

    interesse pblico

    gratuito ou oneroso

    entre rgos e entidades federativas

    Concesso de direito real de uso

    DL 271/67

    autorizao legislativa e contrato

    administrativo escritura pblica no

    RGI

    era discricionrio

    - torna-se vinculado

    tempo determinado no contrato pode ser

    transferido intervivos ou causa mortis mantm a

    finalidade.

    interesse pblico e particular

    gratuito ou oneroso

    interesse social, urbanizao e industrializao

    Concesso de uso especial para fins de

    moradia CF, art. 183, 1;

    MP 2220/01; CC, art. 1225, XI

    pedido - concesso - e escritura pblica no

    RGI

    vinculado (a AP pode

    apenas mudar o local)

    permanente interesse particular (moradia)

    gratuito

    aquele que at 30.06.2001 possui, como seu, por cinco anos, de forma pacfica e ininterrupta, imvel publico de at 250 m2 , em rea urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua famlia, desde que no seja proprietrio ou concessionrio, a qualquer ttulo, de outro imvel urbano ou rural

    Legitimao de posse

    Lei 4504/67, art. 99 a 102

    doao transferncia do domnio

    discricionrio - vinculado quando da

    transferncia

    permanente interesse particular

    gratuito

    mximo de 100 hectares, moradia permanente para cultivo da terra, no pode ser proprietrio de imveis.

  • Espcies de bens pblicos: Terras devolutas so terras que pertenciam originariamente Coroa e, por ocasio da Repblica, passaram aos Estados-membros (CF, art. 26, IV), reservando-se Unio apenas as reas em que estivesse presente o interesse nacional (CF, art. 20, II). Os Estados, por sua vez, transferiram parte do seu terreno para seus municpios. S chamados de devolutas se os terrenos acima forem dominicais. Terrenos de marinha DL 9760/46, baseado no ato imperial de 12/07/1833 - so as reas que, banhadas pelas guas do mar ou dos rios navegveis, em sua foz, se estendem distncia de 33 metros para a reas terrestres, contados da linha do preamar mdio de 1831. Essas reas so da Unio, com uso por particulares em regime de enfiteuse (CC, art. 2038, 2) ou ocupao (DL 9760/46). Terrenos Acrescidos Lei 9760/46, art. 3 - so os que se tiverem formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em seguimento aos terrenos de marinha como se agregam ao terreno de marinha, pertencem a Unio (CF, art. 20, VII). Terrenos marginais (terrenos reservados) D.24643/34, art. 11, 2 e , Lei 9760/46 - so os terrenos banhados por correntes navegveis, fora dos alcance das mars, que se estendem at 15 metros para a parte da terra, contados desde a linha mdia das enchentes ordinrias. (Cdigo das guas, art. 13). Pelo texto do artigo 31 do Cdigo das guas, os terrenos que no forem federais, municipais, sero Estaduais. A Sumula 479 do STF diz que no podem ser particulares (majoritria), mas existem opinies em contrrio, pois poderia o Poder Pblico ter a transferido para particulares (HLM minoritria). Quanto aos rios no navegveis, o art. 12 do Cdigo das guas, dentro de faixa de 10 metros, fica estabelecida servido de trnsito para os agentes da Administrao, quando em execuo de servio. Terras indgenas - CF, art. 20, XI e CF, art. 231, 1 - terras tradicionalmente ocupadas (hoje) por ndios bem imvel afetado a finalidade pblica: preservao da sociedade indgena bem pblico de uso especial - so bens da Unio (CF, art. 20, XI). Plataforma continental CF, art. 20, I - a extenso das reas continentais sob o mar at a profundidade de cerca de duzentos metros. bem da Unio porque o art. 20, I diz que so bens da Unio os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribudos, e como estes bens foram atribudos Unio pelo art. 4, III da CF/67, hoje pertencem a Unio. So tambm bens da Unio os recursos naturais da plataforma continental e da zona econmica exclusiva (art. 20, V). Ilhas elevaes de terra acima das guas e por estas cercadas em toda a sua extenso ilhas martimas (ocenicas e costeiras) - pertencerem a Unio, mas admissvel que Estados e Municpio tenha domnio parcial ou total sobre elas (CF, art. 26, II e art. 20, IV) ilhas fluviais e lacustres pertencem aos Estados, salvo quando dos casos dos art. 20, III e IV, que so da Unio. Faixa de fronteiras CF, art. 20, 2 - rea de 150 km de largura, que corre paralelamente linha terrestre demarcatria da divisa entre o territrio nacional e pases estrangeiros, considerada fundamental para a defesa do territrio nacional terras pblicas e particulares submetidas ao uso pela Unio. domnio das guas Cdigo das aguas (D. 24643/34); Lei da Poltica Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos (Lei 9433/97); ANA Agencia Nacional de guas (Lei 9984/00); domnio mineral Cdigo de Minas (DL 227/67); domnio florestal competncia concorrente entre as entidades federativas (CF, art. 23, VII e art. 24, VI); Cdigo Florestal (Lei 4771/65). So de patrimnio nacional (art. 225, 4): Floresta Amaznica brasileira, Mata Atlntica e Serra do Mar, Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira; domnio da fauna sua preservao competncia comum Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios (art. 23, VII, da CF) legislao: Cdigo de Caa (Lei 5197/67) e Cdigo de Pesca (DL 221/67); domnio espacial Cdigo Brasileiro da Aeronutica (Lei 7565/86); domnio do patrimnio histrico (art. 216, DL 25/37); domnio do patrimnio gentico (CF, art. 225, 2, II). domnio ambiental (CF, art. 225).

  • Aps a Constituio de 1988, e a Emenda 19/98 (Reforma do Estado), o Estado Brasileiro passou de Estado intervencionista para

    ESTADO REGULADOR SUBSIDIRIO (ADMINISTRAO GERENCIAL). Para entender o Estado Brasileiro, devemos entender os

    fenmenos da sua formao:

    DESCENTRALIZAO POLTICA - entes federativos / pessoas polticas - UNIO, ESTADOS, DF, e MUNICPIOS. Dentro dos entes

    federativos acontece a DESCONCENTRAO ADMINISTRATIVA (DL 200/67, art. 4, I) - criao de RGOS para maior especializao

    das funes - os rgos no so pessoas jurdicas, no tem personalidade jurdica podemos divididos em Governo (chefe do Poder

    Executivo + Poder Legislativo), que so rgos independentes - determinam as diretrizes polticas bsicas da entidade federativa e a

    Administrao Pblica Direta (ministrios, secretarias) que so os rgos autnomos, superiores e subalternos - cumprem as diretrizes polticas escolhidas pelo Governo, de acordo com a lei. Entre os rgos superiores e inferiores h uma subordinao, exerce-se o poder

    hierrquico (controle hierrquico), que por vezes, para fins de incentivo, pode haver um contrato (acordo-programa ou contrato de gesto) estipulando metas de produtividade, mediante incentivos (aumento salarial e oramentrio) CF, art. 37 8.

    DESCENTRALIZAO ADMINISTRATIVA (DL 200/67, ART. 4, II) cada ente federativo tem a seu dever constitucional, e para a consecuo destes deveres, para especializaes de alta complexidade, para maior independncia administrativa, para fugir do rigor

    hierrquico que as entidades federativas promovem a descentralizao administrativa e neste momento, o Poder Pblico:

    1. cria novas pessoas jurdicas da Administrao Pblica Indireta - a chamada descentralizao por outorga ou descentralizao

    institucional legal - DL 200/67, art. 4, I a IV; CF, art. 37, XIX; CERJ, art. 77, 2; CC, art. 41, IV - autarquias, empresas pblicas, sociedade de economia mista e fundaes pblicas. Embora a regra seja cada ente federativo criar as suas pessoas jurdicas

    para a consecuo de suas responsabilidades, a Lei de CONSRCIO PBLICO - Lei 11.107/2005 contrato (convnio ou consrcio) entre Unio/Estados/Municpios objetivando gesto associada de servios pblicos com criao de pessoa jurdica comum aos entes federativos: associaes pblicas (autarquia) ou pessoas jurdica de direito privado (empresas pblicas) ver Lei 11.107/2005, art. 1, 1 e CC, art. 41, IV - com transferncia total ou parcial de encargos, servios, pessoal e bens das entidades federativas para a nova pessoa jurdica - CF, art. 241. Se no quiserem criar pessoa jurdica comum, podem simplesmente

    celebrar convnio ou consrcio de cooperao. Lei 11.445/07 incentiva a criao de consrcio na rea de saneamento bsico (gua,

    esgoto e lixo).

    2. contrata pessoas jurdicas privadas, as concessionrias e permissionrias de servio pblico - a chamada descentralizao por

    delegao ou descentralizao institucional negocial (contratual) - Lei 8666/93, Lei 8987/95 e Lei 11079/04 h divergncia se fazem parte ou no da Administrao Pblica;

    3. cria Servio Social Autnomo (sistema S SENAI, SENAC, SESI, SESC) e faz contrato de gesto e termo de parceria com as organizaes sociais (OS) e organizaes da sociedade de interesse pblico (OSCIP) o fenmeno da descentralizao institucional social ou descentralizao por reconhecimento so entes de cooperao ou colaborao, entidades paraestatais no fazem parte da Administrao Pblica.

    PRIMEIRO SETOR (SETOR PBLICO) - ADMINISTRAO PBLICA DIRETA e INDIRETA;

    SEGUNDO SETOR (SETOR PRIVADO) - CONCESSIONRIAS E PERMISSIONRIAS DE SERVIO PBLICO;

    TERCEIRO SETOR (SETOR SOCIAL) - SERVIO SOCIAL AUTONOMO OS e OSCIPs (ONGs).

  • PESSOAS JURDICAS DA ADMINISTRAO INDIRETA

    AUTARQUIAS, EMPRESAS PBLICAS, SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E FUNDAES PBLICAS

    entes administrativos, com patrimnio e receita prpria, com gesto administrativa e financeira descentralizada, mas vinculadas Ministrio (Unio superviso ministerial - DL 200/67, art. 19 a 26) ou Secretaria (Estados e Municpios) da Administrao Direta (controle finalstico ou tutela administrativa nomeao e exonerao do dirigente, fiscalizao administrativa financeira e contbil) - rea de atuao e finalidade definida na lei que a criou (princpio da especialidade) - seus servidores so concursados (obrigatoriedade do concurso pblico, exceto cargos em comisso - CF, art. 37, II) - impedimento de acumulao de cargo, emprego ou funo (CF, art. 37, XVII) - seus agentes respondem por crime contra a administrao pblica e improbidade administrativa (CP, 327, caput e e Lei 8429/92, art. 1 e 2) - submetem-se ao controle financeiro do Tribunal de Contas (controle legislativo ou parlamentar CF, art. 71 a 75 e 31) -

    AUTARQUIA EMPRESA PBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

    pessoa jurdica de direito pblico (DL 200/67, art. 5, I; CERJ, art. 77, 2, I, CC, art. 41, IV) criada por lei especfica (princpio da reserva legal - CF, 37, XIX) e quando federal, justia federal; quando estadual ou municipal, justia estadual podem ser extintas da maneira como foram criadas (princpio do paralelismo das formas). Quando criadas para

    pessoa jurdica de direito privado (DL 200/67, art. 5, II; CERJ, art. 77, 2, II), criada por

    lei autorizativa especfica e registro na junta comercial (princpio da reserva legal - CF,

    art. 37, XIX)

    capital social totalmente pblico, podendo

    ser unipessoal ou pluripessoal (consrcio

    pblico) - qualquer forma societria

    admitida em lei com responsabilidade.

    limitada dos scios - quando federal, litiga

    na Justia Federal - DL 200/67, Lei

    6404/76 (LSA) e CF, art. 109, I podem ser extintas da maneira como foram

    criadas (princpio do paralelismo das

    formas).

    capital social pblico votante de mais de

    50% + 1 voto, sendo que o resto pode ser

    privado - forma societria sempre S.A -

    quando federal litiga na Justia Estadual

    (no ERJ, vara cvel) - DL 200/67, Lei

    6404/76 (LSA) e CF, 109, I podem ser extintas da maneira como foram criadas

    (princpio do paralelismo das formas).

    servio pblico de natureza social; interveno na propriedade, na

    ordem econmica e social;

    fomento pblico.

    Prestam servio pblico de natureza econmica (CF, art. 175); Exploram atividade econmica stricto sensu (CF, art. 173) quando determinado pela

    Constituio (petrleo e material radioativo) ou quando for imperativo para a

    segurana nacional ou relevante interesse coletivo (CF, art. 173). empresas pblicas:

    Caixa Econmica Federal, BNDES, etc. sociedades de economia mista: Banco do

    Brasil, Petrobrs. CEDAE, etc. Obs.: ECT (Correios) foi equiparada Fazenda Pblica

    pelo STF (DL 509/69 e CF, art. 21, X), aplica-se o que foi falado sobre autarquias.

  • AUTARQUIA EMPRESA PBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

    servidores estatutrios seguem a Constituio (CF, 7, 37 a 41) e leis especiais - cada entidade federativa tem uma - aplica-se o teto

    remuneratrio em qualquer caso litigio entre servidores estatutrios na Justia Comum federal ou estadual ; eventualmente na Justia do

    trabalho quando servidor celetista.

    servidores celetistas seguem a Constituio (CF, 7 e 37) e CLT aplica-se o teto remuneratrio, exceto quando os salrios so pagos com receita prpria (CF, art. 37, XI e 9) litgio na Justia do Trabalho.

    tem prerrogativas processuais de Fazenda Pblica - prescrio

    quinquenal (DL. 20910/32, art. 1) prazo em qudruplo para contestar e em dobro para recorrer (CPC, 188) - duplo grau de

    jurisdio obrigatrio (CPC, 475 inc. e ) - execuo especial

    quando credora (Lei 6830/80, art. 1) - no sujeita a concurso de

    credores (Lei 6830/80, art. 29) - com prerrogativa no recebimento de

    crdito (Lei 11.101/05) - execuo especial devedora (execuo

    contra a Fazenda Pblica - CPC, art. 730 e 731) - dbito pago por

    precatrio ou requisio de pequeno valor (CF, art. 100) - despesas

    processuais no final do processo (CPC, 27).

    No possuem prerrogativas processuais de Fazenda Pblica.

    Exceo: ECT (Correios) foi equiparada Fazenda Pblica pelo

    STF (DL 509/69 e CF, art. 21, X), aplica-se o que foi falado sobre

    autarquias.

    possuem imunidade tributria (CF, art. 150, 2). No possuem imunidade tributria (CF, art. 150, 3). Exceo:

    ECT (Correios) foi equiparada Fazenda Pblica pelo STF (DL

    509/69 e CF, art. 21, X), aplica-se o que foi falado sobre

    autarquias.

    submetem-se ao regimes das licitaes e contratos administrativos

    (CF, 37, XXII e Lei 8666/93).

    licitao: CF, art. 173, 1, III, CF, art. 22, XXVII; art. 37, XXII e Lei 8666/93; STJ 333 Se prestadora de servio publico, submetem-se ao regimes das licitaes e contratos administrativos (CF, 37, XXII e Lei 8666/93) em todos os contratos; se exploradora de atividade econmica, dever fazer licitao e contrato administrativo na atividade-meio (ex.: compra de mobilirio) e contrato privado da atividade-fim (ex.: Petrobrs vende seu petrleo, venda da passagem de transporte pblico, etc.). Para a licitao e contrato administrativo, na falta da lei prevista no artigo CF, art. 173, 1, III, duas teses: 1) segue-se os princ. da licitao + Lei 8666/93; 2) segue-se somente os princ. da licitao. A Petrobrs tem o Dec. 2745/98, baseado na Lei 9478/97 duas teses sobre este decreto: 1) inconstitucional, pois no foi criado o procedimento licitatrio por lei, e sim pelo Dec. 2475/98; 2) constitucional, pois a lei 9478/97 criou o processo licitatrio e o Dec. 2745/98 apenas o detalhou.

  • AUTARQUIA EMPRESA PBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

    bens impenhorveis, imprescritveis e

    de alienao condicionada (CF, 183,

    3 CF,191, ; CC, 102; STF 340)

    se prestam servio pblico, h divergncia: 1 corrente - os bens so pblicos (CC, art. 98) por isto so impenhorveis e imprescritveis; 2 corrente - os bens so privados - CF, art. 173, 1, II por isto, penhorveis e prescritveis; 3 corrente - os bens so privados, mas se afetados ao servio pblico, so imprescritveis e impenhorveis, em razo do princpio da continuidade do servio pblico. se exploram atividade econmica, os bens privados so penhorveis e prescritveis - CF, art. 173, 1, II.

    responsabilidade civil extracontratual

    objetiva (CF, art. 37, 6)

    Se prestam servio pblico: CF, art. 37, 6 - resp. civil objetiva da EP e SEM responde subsidiariamente a entidade federativa que criou a EP ou SEM - e

    responsabilidade subjetiva do agente pblico que causou o dano. Se exploram

    atividade econmica: CDC, 14 e CC, art. 186, 188 e 927 e seguintes -

    responsabilidade civil objetiva e subjetiva - ente federativo no responde

    subsidiariamente.

    observaes sobre autarquias: autarquias de regime especial tem maior grau de independncia administrativa que uma autarquia comum (universidades pblicas, conselhos profissionais, agncias reguladoras). O grau de autonomia ditado pela lei

    da autarquia.

    agncias reguladoras autarquias criadas para fiscalizar a prestao de servios pblicos e algumas atividades econmicas. Elas tem independncia administrativa (dirigente escolhido pelo chefe do Presidente da Repblica e aprovado aps audincia pblica pelo Senado (CF, art. 52, III, f e Lei 9986/00, art. 5), autonomia econmico-financeira (taxa de fiscalizao para o exerccio do poder de polcia - CTN, art. 78), poder normativo tcnico (sobre assuntos tcnicos dos servio pblico) e autonomia decisria (funo parajudicial os processos administrativos so julgados na agncia reguladora, e de suas decises finais no cabe recurso hierrquico imprprio para os Ministrios (divergncia: parecer norm. 51/06 AGU). Ex.: ANATEL (CF, art. 21, inciso XI e Lei 9472/97); ANP (CF, 177, 2, III e Lei 9478/97); ANEEL (Lei 9427/96); ANVISA (Lei 9782/99); ANS (Lei 9961/00); ANA (Lei 9984/00); ANTAQ, ANTT e DNIT (Lei 10233/2001); ANAC (Lei 11182/05); ANCINE (MP 2228-1/2001). agncias executivas - Lei 9649/98, art. 51 - fruto do contrato de gesto entre Administrao Direta e autarquias e fundaes pblicas (de direito pblico) - em troca do atendimento de metas pr-determinadas, a autarquia receberia dinheiro, bens mveis e imveis e funcionrios e teria licitao mais branda (Lei 8666/93, art. 24, nico). observaes sobre empresas pblicas e sociedade de economia mista: falncia - 1 corrente - a Lei 11.101/05, art. 2, I, probe a falncia das EP/SEM; 2 corrente - art. 2, I da lei 11101/05 inconstitucional, pois o art. 173, 1, II exige que se d o mesmo tratamento s estatais que se d s empresas privadas. 3 corrente - a EP/SEM que presta servio pblico no passvel de falncia, em funo do princpio da continuidade do servio pblico.

  • fundaes pblicas - DL 200/67, art. 5, IV O instituto das fundaes tem origem no direito civil, onde so entidades sem fins lucrativos, com objetivos sociais, religiosos, morais, culturais ou de assistenciais. As fundaes pblicas so as fundaes criadas pelo

    Poder Pblico. Ex: FIOCRUZ, IBGE, FUNAI, etc. So pessoas jurdicas de direito pblico ou privado? tese majoritria: dividem-se em

    fundaes pblicas de direito pblico (fundaes autrquicas ou autarquias fundacionais - ver quadro sobre autarquias) e fundaes pblicas de direito privado (ver quadro sobre empresas publicas e sociedades de economia mista), vai depender da lei que a regulamenta.

    Para alguns autores, aps a Constituio de 1988, s h fundaes pblicas (todas de direito pblico). Regra comum as duas teses: sempre tem privilgios tributrios (CF, art. 150, 2). A fundao pblica sofre controle finalstico da entidade federativa que a criou. O

    Ministrio Publico faz controle finalstico das fundaes privadas (criadas por particular) - CC, art. 66. Lembramos que o MP sempre

    fiscalizar a legalidade de qualquer ato pblico (STJ 329), e levar os crimes e improbidades administrativas para o controle judicial.

  • DESCENTRALIZAO INSTITUCIONAL SOCIAL OU DESCENTRALIZAO POR RECONHECIMENTO

    (ENTES DE COOPERAO OU COLABORAO, ENTIDADES PARAESTATAIS)

    no fazem parte da Administrao Pblica

    servios sociais autnomos - no fazem parte da Administrao Pblica Indireta (O DL 200/67 no as menciona no art. 4) so pessoas jurdicas de direito privado, sociedades civis sem fins lucrativos, criadas atravs de lei e registro competente, para prestar

    servios de ensino e assistncia social - SENAI e SESI (educao e servio social na indstria) - SENAC e SESC (educao e servio

    social no comrcio) - SENAT e SEST (educao e servio social nos transportes) - SENAR (rural). H servios sociais autnomos

    atpicos (direcionados ao fomento pblico da atividade econmica): SEBRAE (Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas

    Empresas); APEX-BRASIL (Agncia de Produo e Exportao do Brasil) e ABDI (Agncia Brasileira de Desenvolvimento da Indstria).

    So controlados pelas confederaes nacionais dos grupos profissionais (CNI, CNC, etc.) e seu oramento provem de contribuies

    compulsrias parafiscais (CF, art. 240 e 149 - contribuio de 1% sobre o total da folha de pagamento mensal das empresas), da venda

    de cursos e servios tcnicos. Observaes: esto sujeitos ao controle finalstico pelo Ministrio competente, devem fazer licitao, so

    fiscalizados pelo TCU e o controle judicial feito no foro judicial estadual (STF 516).

    organizaes sociais

    (OS) - Lei 9637/98

    organizaes da sociedade civil de interesse pblico

    (OSCIP) - Lei 9790/99

    so associaes civis, fundaes privadas, cooperativas, ONGS, criadas por particulares, pessoas privadas sem fins lucrativos, que prestam de servios de utilidade pblica na rea do ensino, cultura, sade, pesquisa cientfica, desenvolvimento tecnolgico e preservao do meio ambiente. Havendo interesse do Poder Pblico e da associao, se esta ltima preencher os requisitos legais, poder fazer contrato (convnio) e obter subsdios, incentivos fiscais, financeiros (oramento), mveis e utenslios, cesso temporria de bens e servidores pblicos. No h licitao para escolher a ONG que ser agraciada como OS ou OSCIP, nem quando contratada para prestao de servios para a AP (Lei 8666/93, art. 24, XXIV). As leis da OS e da OSCIP no obrigam que as mesmas faam licitao quando contratam terceiros, mas no mbito federal, so obrigadas a licitar, preferencialmente na modalidade prego (D. 5504/05, art. 1, 5). Por envolver dinheiro e patrimnio pblico, seus contratos so submetidos a fiscalizao do TCs (TCU, TCE, etc.). Na prestao de servio pblico, sua responsabilidade extracontratual objetiva (CF, art. 37, 6). As organizaes sociais e a organizao de sociedade civil de interesse pblico podem ser utilizadas pelas pessoas jurdicas de direito pblico que no seja a Unio? Alguns entendem que as leis so federais, Estados e municpios devem criar as suas. Outros entendem que as leis da OS (Lei 9637/98) e da OSCIP (Lei 9790/99) so leis nacionais e os Estados e municpios no precisariam criar as suas prprias leis para celebrar contrato de gesto ou termo de parceria.

    celebrado contrato de gesto firmado acordo-programa ou termo de parceria

    h participao de agentes do poder pblico na estrutura da

    entidade

    No h participao de agentes do poder pblico na estrutura

    da entidade

    tem finalidade de pesquisa e desenvolvimento tecnolgico detm um espectro temtico de maior amplitude, incluindo a

    assistncia social, no podendo ser sociedade comercial,

    associao religiosa ou sindicato

    A OS recebe servidores pblicos e bens pblicos para cumprir suas

    metas e objetivos

    Na OSCIP no h previso na lei para a cesso de bens ou

    servidores pblicos

  • Na OS, h discricionariedade na escolha das atividades, o

    contrato de gesto estabelece apenas metas e prestao de

    contas

    na OSCIP, a atribuio vinculada ao programa pactuado, ou

    seja, o Poder Pblico estabelece todos os passos;

    Na OS, o contrato de gesto imprescindvel para seu perfil

    jurdico como OS.

    Na OSCIP, o termo de parceria no fundamental para a

    qualificao da entidade, basta preencher os requisitos da lei.

  • SERVIOS PBLICOS

    CF, art. 175 o servio pblico ser prestado diretamente ou atravs de terceiros - Administrao Direta, Indireta e concessionrias e permissionrias do servio pblico.

    Servios pblicos federais (CF, art. 21) - servio postal e correio areo nacional, telecomunicaes, energia

    eltrica (aproveitamento energtico dos cursos de gua (com os Estados), radiodifuso sonora, e de sons e

    imagens, transporte rodovirio interestadual e internacional de passageiros, navegao area, aeroespacial e a

    infraestrutura aeroporturia , transporte ferrovirio e aquavirios entre Estados ou outro Estado, polcia

    martima, aeroporturia e de fronteiras, portos martimos, fluviais e lacustres, defesa permanente contra as

    calamidades pblicas, outorga de direitos de uso do recurso hdrico, habitao, saneamento bsico e

    transportes urbanos.

    Servios pblicos estaduais (CF, art. 25) - gs canalizado e competncias residuais da Unio e Municpio;

    Servio pblicos municipais (CF, art. 30) - transporte coletivo e servios pblicos de interesse local.

    DF acumulao dos servios estaduais e municipais CF, art. 32, 1

    Servios pblicos comuns aos entes federativos (CF, art. 23) vai depender da predominncia ou extenso territorial dos interesses - nacional, regional ou local sade, assistncia pblica, cultura, educao, cincia, fomento produo agropecuria, organizao do abastecimento alimentar, construo de moradias,

    proteo do meio ambiente, saneamento bsico educao para a segurana do trnsito.

    Servios pblicos no privativos - sade, educao, previdncia social e assistncia social - CF, art. 196,

    197, 201 a 205, 208, 211e 213, exercidos de forma integrada ao sistema privado.

    A enumerao da CF no taxativa, podendo criar novos servios, respeitando-se os limites

    constitucionais do art. 173 (atividade econmica somente quando: a) imperativa para a segurana nacional

    b) relevante para o interesse coletivo) e art. 170 e 1, IV (no pode ofender a livre iniciativa).

  • CLASSIFICAES DOUTRINRIAS 1) indelegveis, essenciais, prprios privativos da Administrao Direta e autarquias - defesa nacional, segurana pblica, polcia administrativa, processo legislativo, tutela jurisdicional, etc. 2) delegveis, no essenciais, imprprios prestados pela Administrao Direta, Indireta e particulares delegatrios - telefonia, transporte coletivo, energia eltrica, gs, etc. A CF no prev delegao para o servio postal - s Administrao Direta ou Indireta (art. 21, X). 1) gerais, coletivos ou uti universi - atende a coletividade, usurios incertos, indeterminados, indivisveis, no mensurveis, mantidos por imposto, os administrados no tem direito subjetivo a sua obteno (somente por tutela coletiva), prestados de acordo com as possibilidades administrativas. Ex. pavimentao de ruas, iluminao pblica, limpeza urbana, a implantao do servio de abastecimento de gua e esgoto, etc. 2) individuais ou uti singuli - utilizao individual, usurios determinados; divisvel, mensurvel, financiamento atravs de taxa ou tarifa; existe direito subjetivo sua obteno desde que satisfeitas as condies tcnicas exigidas. Ex.: energia eltrica, gua, telefone, lixo domiciliar (Smula Vinculante do STF, enunciado n 19 - taxa cobrada exclusivamente em razo dos servios pblicos de coleta, remoo e tratamento ou destinao de lixo ou resduos provenientes de imveis, no viola o artigo 145, II, da Constituio Federal), etc. 1) compulsrios ou obrigatrios - impostos coercitivamente ao usurio; remunerados por impostos e taxas; a falta de pagamento de tributo no autoriza o corte, por impossibilidade fsica e privilgio da Fazenda Pblica quanto cobrana da dvida (execuo fiscal) - limpeza urbana, coleta de lixo domiciliar, preveno contra incndio, esgoto, etc. 2) facultativos - no imposto coercitivamente ao usurio, remunerado por tarifa, quando da falta de pagamento, havendo aviso prvio, autorizado o corte, no h mecanismo privilegiado de cobrana da dvida - telefonia, transporte coletivo, energia eltrica, gs, etc. 1) servios administrativos destina-se a prpria AP dirio oficial, atos administrativos; 2) servios de utilidade pblica destinam-se aos indivduos energia eltrica, gs, transporte coletivo, etc. 1) servios sociais de carter assistencial, no do lucro, remunerados por impostos ou taxas e executados diretamente pelo Poder Pblico assistencial social, sade pblica e educao pblica. 2) servios econmicos carter industrial e comercial, do lucro, so executados diretamente, por outorga ou delegao e remunerados por taxa ou tarifa energia eltrica, gs, telefonia, transporte coletivo, etc.

  • TAXA E TARIFA 1) Taxa cobrada pelo Estado (tributo), compulsoriamente, independentemente do consumo, basta que o servio esteja disposio do usurio. Ex.: coleta de lixo, preveno contra incndio, etc. 2) Tarifa cobrada pelo Poder Pblico ou particular (no tributo), custeia servio pblico individual, cuja prestao facultativa, cobrada com a utilizao efetiva do servio. Ex. pedgio, transporte coletivo, etc. Tarifa mnima STJ 356 e TJRJ 84 - possvel a sua cobrana, pois remunera a implementao de poltica governamental no mbito social (tarifa subsidiada para pessoas carentes) e a manuteno geral da rede de servios. O servio de telefone fixo obrigatrio, pode haver a cobrana de tarifa mnima servio de telefonia mvel no obrigatrio, no pode haver cobrana de tarifa mnima. Tarifa diferenciada TJRJ, enunciado 82 e STJ 407 possvel.

    POSSVEL A INTERRUPO DA PRESTAO DE SERVIO PBLICO? Em caso de urgncia (segurana) ou se o usurio no satisfizer as condies tcnicas para sua utilizao: o servio poder suspenso a qualquer tempo. Em caso de inadimplemento:

    1) Se o usurio no o Poder Pblico:

    a) Primeira corrente - admite a interrupo, desde que antecedida de aviso prvio, ou seja, notificao extrajudicial - Lei 8987/95, art. 6, 3, II; Lei 11.445/2007, art. 40, V e Smula do TJRJ, enunciado 83;

    b) Segunda corrente inadmissvel a interrupo, pois 1) viola o devido processo legal (CF, art. 5 LIV), que pode ser, no caso de taxa, execuo fiscal (o Poder Pblico estaria usando via transversa para a cobrana de t