jornal nacional da umbanda ed 45 - mediunidade

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J o r n a l Quinzenal Jornal Nacional da Umbanda São Paulo,15 de Setembro de 2012. Edição: 45 Ano: 02 [email protected] Jornal Nacional da Umbanda página 1 Expediente: Pai Rubens Saraceni Pai Alan Levasseur Edição especial do JNU - MEDIUNIDADE dia 16 de setembro AMIGO LEITOR, ESTA EDIÇÃO DO JNU É EXCLUSIVAMENTE VOLTADA PARA O TEMA MEDIUNIDADE. DESDE QUE O JNU SURGIU, FORAM PUBLICADAS DIVERSAS MATÉRIAS SOBRE O AS- SUNTO, ALÉM DE MATÉRIAS DE PSICOGRAFIAS, DOUTRINAS E OUTRAS. RECEBEMOS DIA- RIAMENTE DEZENAS DE E-MAILS DIZENDO QUE O JNU TEM SIDO USADO COMO MATERIAL DE APOIO PARA O ESTUDO DA UMBANDA EM CENTENAS DE TERREIROS, PESSOAS QUE NOS ENVIAM E-MAILS ONDE RELATAM QUE USAM O JNU PARA CRIAR APOSTILAS A PAR- TIR DE MATERIAS QUE PUBLICAMOS. POR ESTE MOTIVO MANTIVEMOS O FORMATO DE A4 PARA FACILITAR A IMPRESSÃO DO CONTEUDO. ENTÃO RESOLVEMOS CRIAR EDIÇÕES EXTRAS E EXCLUSIVAS PARA AUXILIAR NA CRIAÇÃO DE “APOSTILAS” E MATERIAL PARA ESTUDO DA UMBANDA. ESTA É A EDIÇÃO 1 DE UMA SERIE DE 12 EDIÇÕES, TRAZENDO TODO O CONTEUDO JA PUBLICADO NO JNU, MAS SEPARADO POR CADERNOS PARA FACILITAR NA CRIAÇÃO DE MATERIAL PARA ESTU- DO. O JNU TERA MENSALMENTE UMA PUBLICAÇÃO COM TODOS OS CADERNOS E UMA ES- PECIAL DESTINADA AO ESTUDO DA UMBANDA, NÃO DEIXE DE ATUALIZAR SEU CADASTRO. JNU. O que buscamos na Umbanda (Tininha) pág. 15 O conteudo do médium liga a fonte (Douglas Elias) pág. 16 AVISOS CULTURAL Lançamento de livros, serviços, cursos (JNU). pág. 18 JNU - MEDIUNIDADE Diversidade de rituais umbandistas (Manoel Lopes). pág. 20 Salve aabertura dos trabalhos (Pablo Araujo). pág. 22 Escolas de desenvolvimento (Rubens Saraceni). pág. 24 Cambone de Umbanda (Sheila Nascimento). pág. 26 Os Guias espirituais e a missão na Umbanda (JNU). pág. 28 O que é um Orixá (Rubens Saraceni). pág. 30 O significado da Incorporação (Walmir Pereira). pág. 32 Umbanda que gera Umbandas (Pablo). pág. 33 O auto bloqueio da mediunidade (Thiago Bertozzi). pág. 35 A fé na Umbanda (Rubens Saraceni). pág. 35 EDIÇÃO ESPECIAL - MEDIUNIDADE INDICE DE MATÉRIAS EDITORIAL Reflexoes sobre a mediunidade(Alexandre Cumino) pág. 02 Instrumentos da vontade Divina(Flavio Fukuda) pág. 03 JNU- A MEDIUNIDADE O passe espirita e o passe umbandista (Alexandre Cumino) pág. 04 Você é médium? (FranzMeier) pág. 06 A mediunidade nos terreiros de Umbanda (Marcelo Cordeiro) pág 07 Atendimento magistico e religioso(Nelson Junior) pág 08 A importancia da responsabilidade mediunica (Thiago S. Bertozzi) pág 08 Quem são os consulentes no terreiro (JNU) pág 09 Duplo grau de conciencia (Húmus Reflexione) pág. 11 Conciencia mediunica umbandista (Rafael M. Marcondes) pág. 11 Culto magico religioso de Umbanda (Laerte Nogiri) pág. 12 Uso de ferramentas pelos Guias (Newton Marcelino) pág. 13 JORNAL NACIONAL DA UMBANDA ED. 45

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Jornal de umbada edição especial -mediunidade

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J o r n a lQ u i n z e n a l

Jornal Nacional da Umbanda São Paulo,15 de Setembro de 2012. Edição: 45 Ano: 02 [email protected]

Jornal Nacional da Umbanda ● página 1

Expediente:Pai Rubens SaraceniPai Alan Levasseur

Edição especial do JNU - MEDIUNIDADE

dia 16 de setembro

AMIGO LEITOR, ESTA EDIÇÃO DO JNU É EXCLUSIVAMENTE VOLTADA PARA O TEMA MEDIUNIDADE. DESDE QUE O JNU SURGIU, FORAM PUBLICADAS DIVERSAS MATÉRIAS SOBRE O AS-SUNTO, ALÉM DE MATÉRIAS DE PSICOGRAFIAS, DOUTRINAS E OUTRAS. RECEBEMOS DIA-RIAMENTE DEZENAS DE E-MAILS DIZENDO QUE O JNU TEM SIDO USADO COMO MATERIAL DE APOIO PARA O ESTUDO DA UMBANDA EM CENTENAS DE TERREIROS, PESSOAS QUE NOS ENVIAM E-MAILS ONDE RELATAM QUE USAM O JNU PARA CRIAR APOSTILAS A PAR-TIR DE MATERIAS QUE PUBLICAMOS. POR ESTE MOTIVO MANTIVEMOS O FORMATO DE A4 PARA FACILITAR A IMPRESSÃO DO CONTEUDO. ENTÃO RESOLVEMOS CRIAR EDIÇÕES EXTRAS E EXCLUSIVAS PARA AUXILIAR NA CRIAÇÃO DE “APOSTILAS” E MATERIAL PARA ESTUDO DA UMBANDA. ESTA É A EDIÇÃO 1 DE UMA SERIE DE 12 EDIÇÕES, TRAZENDO TODO O CONTEUDO JA PUBLICADO NO JNU, MAS SEPARADO POR CADERNOS PARA FACILITAR NA CRIAÇÃO DE MATERIAL PARA ESTU-DO. O JNU TERA MENSALMENTE UMA PUBLICAÇÃO COM TODOS OS CADERNOS E UMA ES-PECIAL DESTINADA AO ESTUDO DA UMBANDA, NÃO DEIXE DE ATUALIZAR SEU CADASTRO. JNU.

O que buscamos na Umbanda (Tininha) pág. 15O conteudo do médium liga a fonte (Douglas Elias) pág. 16

AVISOS CULTURALLançamento de livros, serviços, cursos (JNU). pág. 18

JNU - MEDIUNIDADEDiversidade de rituais umbandistas (Manoel Lopes). pág. 20

Salve aabertura dos trabalhos (Pablo Araujo). pág. 22Escolas de desenvolvimento (Rubens Saraceni). pág. 24

Cambone de Umbanda (Sheila Nascimento). pág. 26Os Guias espirituais e a missão na Umbanda (JNU). pág. 28

O que é um Orixá (Rubens Saraceni). pág. 30O significado da Incorporação (Walmir Pereira). pág. 32

Umbanda que gera Umbandas (Pablo). pág. 33O auto bloqueio da mediunidade (Thiago Bertozzi). pág. 35

A fé na Umbanda (Rubens Saraceni). pág. 35

EDIÇÃO ESPECIAL - MEDIUNIDADEINDICE DE MATÉRIAS

EDITORIALReflexoes sobre a mediunidade(Alexandre Cumino) pág. 02

Instrumentos da vontade Divina(Flavio Fukuda) pág. 03JNU- A MEDIUNIDADE

O passe espirita e o passe umbandista (Alexandre Cumino) pág. 04Você é médium? (FranzMeier) pág. 06

A mediunidade nos terreiros de Umbanda (Marcelo Cordeiro) pág 07Atendimento magistico e religioso(Nelson Junior) pág 08

A importancia da responsabilidade mediunica (Thiago S. Bertozzi) pág 08Quem são os consulentes no terreiro (JNU) pág 09

Duplo grau de conciencia (Húmus Reflexione) pág. 11Conciencia mediunica umbandista (Rafael M. Marcondes) pág. 11

Culto magico religioso de Umbanda (Laerte Nogiri) pág. 12Uso de ferramentas pelos Guias (Newton Marcelino) pág. 13

JORNAL NACIONAL DA UMBANDA ED. 45

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EDITORIALREfLExõEs sObRE A MEDIUNIDADEPor Alexandre Cumino E-mail: [email protected]

A mediunidade não é um peso e sim um dom. Mas quando não sabemos como trabalhar com ela, pode se tornar um fardo. Muitos se sentem reféns de dores e sentimentos que se manifestam em seu corpo sem ex-plicação científica, biológica, psicológica ou racional. Em muitos momentos da vida, sentimos que há algo de errado em nós, nos sentimos deslocados do mundo, sentimos que falta um sentido ou uma razão para nossas vidas. Sentimos “coisas” que não conseguimos explicar e, às vezes, parece que estamos ficando loucos. Muitas vezes parece que temos distúrbios bipolares, tripolares, multipolares… Somos vis-tos como histéricos, desequilibrados ou esquisitos, apenas porque vemos, ouvimos ou sentimos o mundo espiritual. Como diria Pai Ronaldo Linares: “Não estamos loucos, apenas descobrimos que somos médiuns”. Durante muito tempo a psicologia considerou os sintomas da mediunidade como se fossem os mesmos da histeria. Hoje sabemos que histeria não tem hora nem lugar para acontecer e muito menos pode dar um sentido para nossas vidas. Sendo assim, se a mediunidade fosse uma loucura, então seria uma loucura controlada. Somos loucos por Deus, somos místicos no sentido mais forte da palavra: aqueles que vivem uma experiência transcendental direta e visceral com o sagrado. Afinal: a sabedoria que reside no sagrado é loucura para este mundo material e a sabedoria deste mundo é loucura para o sagrado e divino. (I Cor: 1:17) Ao nos descobrirmos médiuns, passamos a ouvir muitos dogmas e tabus que nem sempre correspondem à verdade sobre nossa mediunidade. Como por exemplo: De que todo médium tem um pesado karma para carregar. Que médium é um devedor da Lei maior. Que mediunidade é um caminho de sofrimento e dor. Que os guias espirituais ajudam a todos menos a seu médium. Que um médium deve ser um santo(a), casto(a), puro(a) e iluminado(a), como um avatar ou mestre ascensionado. Que médium está destinado a uma vida miserável, sem prosperidade. Que o médium assinou um contrato antes de encarnar e que agora deve cumprir seja lá o que for, que ele mesmo não sabe o que foi. Que uma vez desenvolvida a mediunidade, a pessoa passa a estar amarrada com a Umban-da e não pode sair mais desta religião. Etc... Enquanto, na verdade... Mediunidade é oportunidade de viver a vida com mais qualidade, com mais sentido, com mais sentimento. Mediunidade é oportunidade de contato com nossa família espiritual que nos ama e quer bem. Mediunidade é oportunidade de vencer velhas dificuldades, superar apegos, curar dores e vícios. Mediunidade é oportunidade de sair do caminho da dor e entrar no caminho do amor. Mediunidade é oportunidade de nos libertarmos do peso do karma negativo desta e de ou-tras encarnações. Mediunidade é mais vida para nossas vidas. Mediunidade é tudo isso e muito mais se for bem trabalhada, e pode ser um caos se mal trabalhada. Por isso, precisamos, em primeiro lugar, desconstruir certos paradigmas desconexos com a realidade de uma mediunidade saudável. Não basta apenas cuidar do espírito. É necessária uma

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A.U.E.E.S.P.Você pode se cadastrar na

A.U.E.E.S.P., sendo pessoa física ou jurídica.

Pode ser associado individual, núcleo (centro, associação), colaborador jurídico ou colaborador físico.

Se você acredita que vale a pena lutar por nossa religião, venha juntar-se a nós, que nada mais queremos além de ver a Umbanda crescer e de valorizar nossas práticas religiosas e nosso sacerdócio.

Falar com Sandra SantosFone: (11) 2954-7014

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INsTRUMENTOs DA VONTADE DIVINAPor: Flávio Yoshio Fukuda E-mail: [email protected]

A mediunidade é tida para muitos como um meio de resgatar os erros cometidos ao longo de vidas passadas, meio este escolhido pelos espíritos ao reencarnarem com o intuito de amenizar sua atual passagem terrena. Em se tratando exclusivamente da mediunidade de incorporação, por ser a mais visível, há controvérsias. Em um grupo assoberbado pela intensa rotina da vida cotidiana, este dom divino realmente muitas vezes é esquecido ou visto como um fardo a ser carregado e, se exercitado, sempre é dei-xado em segundo plano em relação às coisas materiais, uma vez que junto dele vem o questiona-mento: “Por quê eu?” Por outro grupo é visto com muito encantamento e as pessoas desejam aquilo para si tam-bém, no entanto esquecem-se que o tempo do homem não é o tempo do Divino Criador e sem se darem conta disto, tentam exaustivamente buscar por algo pelo qual ainda não estão preparadas e junto com a decepção vem o animismo, tornam-se mistificadores e esquecem-se de que são seres únicos na Criação e que possuem outros dons maravilhosos que os tornarão plenos em suas vidas, muitas vezes até outros tipos de mediunidade, mas não o de incorporação. Já, indubitavelmente para todo aquele que possui a verdadeira essência da “manifestação

nova cultura, passar a ver a vida de um ponto de vista integral. O médium precisa se autoconhecer, precisa aprender a trabalhar suas dores, seus traumas, vícios e dificuldades. O médium precisa aprender a aplicar sobre si mesmo e sobre sua vida os recursos da Um-banda, antes de exigir ou esperar que seus guias façam pelos outros. O mais importante é querer se tornar alguém melhor, uma pessoa mais bacana para si mesmo e para os próximos e os distan-tes também. Para conseguir desenvoltura mediúnica na religião de Umbanda, é importante que os mé-diuns conheçam o mínimo sobre o que é Umbanda, quem são os guias e orixás, o que é uma ofe-renda, o que são firmezas e assentamentos, o que é magia, o que são pontos cantados e riscados e etc. 99,9% dos médiuns são semiconsientes e entram em crise por acreditar que estão “mistifi-cando”, não sabem se são eles ou os guias se manifestando. Por esta razão, entre outras, é muito importante que o médium de Umbanda estude, aprenda e conheça o que é este dom divino que se manifesta por seu intermédio.

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JNU - A MEDIUNIDADE

do espírito para a prática da caridade” é mínima a possibilidade de se aceitar que exista toda uma religião fundamentada em cima do castigo de um irmão. Ao ouvir os “gritos” dos atabaques pela primeira vez é como se ouvíssemos um chamado para retornarmos para aquilo que em outrora já pertencíamos. Ah, e respondemos! A resposta vem do fundo da alma e a sensação é de reencontro, seja ao darmos o sorriso de um erê, os conselhos de um preto-velho ou o brado de um caboclo. Por enquanto basta saber que preparados, vida após vida, para serem instrumentos da Vontade Divina, médiuns e guias encontrar-se-ão mais uma vez e serão conduzidos por uma força maior até o lugar certo e na hora certa, de encontro aos seus locais de merecimento na Criação.

O “PAssE EsPíRITA” E O “PAssE UMbANDIsTA”Por Alexandre Cumino

“A um médium é solicitado que conheça o mínimo indispensável para que possa realizar as práticas de Umbanda e seus rituais. Também é exigido que estude um pouco, porque só assim, entenderá tudo o que acontece dentro de um templo de Umbanda durante a realização das giras de trabalho.” Rubens Saraceni. A palavra “passe” tem origem no Espiritismo, codificado por Allan Kardec, e traz a idéia de “passar” ou “transmitir” algo a alguém. A doutrina codificada por Kardec tem base cristã e encontra no Evangelho as muitas passagens em que Jesus cura as pessoas e “expulsa” espíritos indeseja-dos por meio da imposição de mãos. Algo que vamos encontrar em muitas outras culturas como a egípcia, a grega, a celta, a chinesa, a indiana ou em tradições indígenas e xamãnicas. Estudiosos do passado e do presente se debruçam sobre os fundamentos científicos das técnicas de “passe magnético”, desde Hermes Trimegistro, Fo-Hi, Asclépio, Pitágoras, Hipócrates, Paracelso, Van Helmont, Mesmer, Du Potet e outros. Na obra de Allan Kardec vamos encontrar (A Gênese, Cap. XIV, 1:14, 15 e 18) a descrição dos “Fluidos” e sua manipulação: Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens mani-pulam os gases, mas por meio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os Espíritos o que a mão é para os homens... Pode-se dizer, sem receio de errar, que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros... O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados; transmite-se de Espírito a Espírito pelo mesmo veículo, e, conforme sua boa ou má qualidade, sa-neia ou vicia os fluidos circundantes... No “Passe Espírita” o médium manipula estes fluidos por meio de técnicas que foram se desenvolvendo com o tempo. Aqui no Brasil devemos, principalmente, a Bezerra de Menezes e Ed-gard Armond, o método já consagrado e largamente utilizado em boa parte dos “Centros Espíritas”. A padronização dos passes e outras práticas doutrinárias... foram providências adotadas na Federação Espírita dos Estado de São Paulo para efetivar a unidade das práticas espíritas, assunto de alta relevância, levado ao Congresso de Unificação realizado em 1947 nesta Capital. Estas são as palavras que “prefaciam” o título Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura de autoria de Edgard Armond, 1950. Podemos dizer que o conteúdo deste livro norteou e nor-teia até hoje o método e técnicas utilizadas no Espiritismo Brasileiro, em que o “Passe Magnético” subdivide-se por categorias como P1, P2, P3, P4. Além do Passe de Limpeza e da Auto Cura. A realização destes passes é feita por qualquer pessoa de boa vontade que tenha estudado o método, para algumas situações, no entanto é ne-cessário certa sensibilidade ou Don mediúnico. A maioria dos métodos é explicada por uma corrente de energia/magnetismo e fluidos que estabelecem um circuito de forças entre “operador passista” e consulente (assistido). Dentro do

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processo são definidos alguns conceitos como a polaridade das mãos (direita = positiva esquerda = negativa) e os centros de força, denominados de chacras por influência oriental, assim como a importância de um conhecimento básico sobre a fisiologia do corpo material e espiritual. “Quando o Espírito é de elevada categoria, possui grande poder curativo, muito diferente e muito melhor que o que possui o magnetizador encarnado.” Edgard Armond. O “Passe Umbandista” não é apenas um “passe magnético” ou material e sim um “Passe Espiritual”, aplicado por um espírito. Assim como Edgard Armond classificou diferentes métodos de aplicação do Passe Magné-tico para diferentes necessidades, também os espíritos que se manifestam na Umbanda aplicam métodos variados de acordo com a necessidade de cada consulente, dentro dos variados recursos que cada espírito guia entidade/mentor, possui. Sem esquecer que cada um recebe na medida de seu merecimento e afinidade, podendo um encarnado bloquear uma ação positiva direcionada a ele mesmo como consequência de sua postura mental. Pois muitos merecem, mas não estão abertos emocionalmente ou psicologicamen-te para receber o que a espiritualidade lhe oferece, por vários motivos como descrença, irritação, mentalidade critica e posturas interesseiras desfocadas de um objetivo espiritual. O “Passe Umbandista”, para além de “Passe Espiritual”, pode ser definido como a aplicação de um conjunto de técnicas mágico-religiosas, além de explorar todos os recursos possíveis de imposição de mãos, utiliza elementos e técnicas variadas e até inusitadas. “Porém, enquanto nos centros espíritas usa-se o passe magnético, nos centros de Umbanda também se recorre aos passes energéticos, quando são usados diversos materiais (fumo, água, ervas, pedras ou colares, etc.) que descarregam os acúmulos negativos alojados nesses campos eletro magnéticos... Nem sempre o que parece folclore ou exibicionismo realmente o é. Se os mentores dos médiuns de Umbanda exigem determinados colares de pedras, eles sabem para que servem e dominam seu magnetismo, assim como as energias minerais cristalinas irradiadas pelas pedras. Ervas e fumo, quando potencializadas com energias etéreas pelos mentores, também se tornam poderosos limpadores de campos eletromagnéticos.”3 A finalidade é de alcançar maior êxito de acordo com as necessidades, o merecimento e os recursos disponíveis. Cada entidade tem a liberdade de aplicar a técnica que lhe aprouver, desde que dentro dos limites de ética, bom senso e respeito. Embora haja um conjunto de métodos e recursos característicos da Umbanda. Muitas en-tidades, em especial os pretos velhos, por exemplo, realizam o benzimento, que se distingue do “Passe Magnético”, por empregar uma ação mais relacionada ao poder do verbo, elementos e sim-bologia, considerada “Magia Popular”. Também é possível identificar métodos complexos de Magia Riscada (Magia de Pemba), abrindo espaços mágicos (Pontos Riscados) que muitas vezes lembram Mandalas do Hinduismo ou mesmo Fórmulas Cabalisticas da Real Arte Simbólica e Mística Hebraica entre outras práticas de Ocultismo e Hermetismo. Entre os elementos mais utilizados podemos identificar velas, água, óleo, pedras, essências, fumo, ervas, tecidos, ponteiros e a citada pemba (giz utilizado para traçar símbolos), dentro de um ambiente de terreiro, mágico-religioso por natureza. Nos métodos se observam rezas, orações, preces, evocações, invocações, determinações e fórmulas mágico-religiosas associadas a banhos, defumações, oferendas e outros. Todos estes recursos estão mais ou menos associados ao “Passe Umbandista”, no qual se cria um ambiente de Som, Cores, Aromas e Luzes, capaz de inebriar de forma positiva todos os cinco sentidos do consulente a fim de conduzi-lo a certo estado de consciência desejado. Durante o “Passe Umbandista” observamos a entidade espiritual fazer a imposição de mãos, segurar velas direcionadas aos chakras ou traçando movimentos no ar, colocam colares (guias) no pescoço do consulente ou o colocam dentro da mesma em circulo no chão. Atiram ponteiros em pontos riscados, fazem gestos rituais e movimentos com os pés e mãos que nos faz crer na “Magia Gestual”. Em meio a tantos recursos, que nos encantam e fascinam, nos chama a atenção, em espe-cial, o estalar de dedos, bem característico em quase todas as linhas de trabalho. Muitas pesquisas e especulações já foram realizadas sobre esta prática, entre elas são identificadas as energias que

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existem na ponta de cada um dos dedos da mão, que são pequenos chakras ou vórtices de energia (“chacrinhas”), e, o “choque” vibratório desencadeado no ar quando o dedo médio estala sobre a região da mão chamada de “monte de Vênus”, causando vibração astral e sonora o que desperta certa energia dentro do campo em que está atuando. Este “Estalar de Energias” pode assumir contextos vaiados de acordo com o que esteja as-sociado, por meio do pensamento ou movimentos. Além deste contexto pode-se usar o estalar de dedos como um simples gesto de descarre-gar as energias absorvidas pelas palmas das mãos. Um caboclo ou outro espírito guia eleva sua mão ao alto (ou ao lado) buscando certa energia que será irradiada ao consulente, num movimento rápido, ao mesmo tempo em que transmite esta energia positiva, retira os eflúvios negativos e os “descarrega” com um estalar de dedos. Os movimentos longitudinais, transversais e circulares também foram descritos na obra de Edgard Armond, em que: Os passes longitudinais movimentam os fluidos, os transversais os dispersam e os circula-res e as imposições de mãos os concentram, o mesmo sucedendo com o sopro quente. Este último merecendo ainda um estudo à parte. No entanto pode-se associar procedimentos mais ou menos magísticos com os mesmos, ou seja, a relação entre estalos e números com o poder de realização que cada um deles possui, aplicando-se sequências de estalos que podem variar, por exemplo, de 2x3,3x3,4x3 ou ainda esta-los que desenham formas geométricas no ar. Lembrando que a aplicação de símbolos associados a idéias e intenções, com suas respec-tivas invocações é a mais explicita “magia simbólica”, encontrada nas mais variadas culturas. Assim sequências de estalos “desenham” no ar, cruzes, estrelas e círculos; firmando ou estabelecendo pontos e espaços vibratórios, aos quais podem ter função nesta realidade ou abrir portais para ou-tras realidades. Muito mais poderíamos escrever sobre o “Passe Umbandista” e seus recursos, no entanto não pretendemos em um único artigo esgotar o que é inesgotável. Fica aqui um comentário final sobre a importância do estudo, não para complicar o que é realizado de forma tão simples por nossos guias de Umbanda, mas com a finalidade de compreen-dermos o que eles realizam, com a consciência de que eles sim estudam e estudaram muito para realizar este trabalho espiritual. Não estudamos por um movimento do Ego ou para substituir a presença dos mesmos, mas para lhes oferecer maiores recursos psíquicos, espirituais e materiais. Estudamos para ver o quanto somos ainda “neófitos” (aprendizes) nesta senda, em que Ca-boclo (a), Preto Velho (a), Baiano (a), Boiadeiro (a), Marinheiro (a), Cigano (a), Exu e Pomba Gira são nossos Mestres.

VOcê é MéDIUM?Por: Franz Meier e Fabiana Cardoso.

Blog: umbandaconscienciaejuventude.blogspot.com/ Toda vez que se fala em mediunidade, logo se atrela esse conceito a religiões como Espiri-tismo, Umbanda, Candomblé entre outras, que fazem seus rituais deixando que ocorram manifes-tações de ligação com o mundo espiritual. Quando Kardec compilou o Livro dos Espíritos e o Livro dos Médiuns, deu-nos uma noção de como era e como manifestavam-se alguns tipos de mediunidade, como a incorporação, a clari-vidência, a psicografia e etc. Nos dias de hoje, isso foi ficando muito mais esclarecido, mas, creio que alguns conceitos foram deixados de lado com uma visão limitada do que é ser médium. Em nossos templos ou terreiros, em dia de atendimento é comum ver as pessoas dizerem: “ah, eu sou médium” e outras ainda: “não, não tenho mediunidade” ou “Eu não sou médium”. Mas, a percepção que tive é que, uma vez que tudo faz parte de um Mistério Maior - que é Deus - e que interagimos com diversas formações divinas (formas instintivas ou inanimadas, como vegetais, animais, minerais etc.) criadas por Ele e que formam o que chamamos de Natureza, so-mos todos médiuns. Todos os seres humanos assim como tudo o que interage nesse contexto da Natureza é

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médium, pois nós interagimos com tudo ao nosso redor, sendo uma água, uma pedra, uma folha de árvore ou o próprio ar. Logo, acredito que desenvolver a mediunidade está muito além de uma manifestação em qualquer ritual religioso e sim, é desenvolver a capacidade de interagir de uma forma harmônica e consciente com tudo o que nos cerca - seja o nosso irmão em Olorum - (ser humano independente de sua religiosidade), a folha de uma árvore, a energia de uma pedra ou qualquer criação ou mani-festação do Divino, pois tudo vem Dele e Ele é tudo, manifestando sua generosidade para conosco e fazendo com que nós desenvolvamos nossas faculdades divinas. Nós umbandistas, temos que nos conscientizar em reformular e agregar o conceito de “ser médium”, para que possamos entender e passar aos nossos irmãos essa idéia, de forma que haja uma expansão de nossa visão com relação aos Orixás, aos nossos guias, aos elementos que usa-mos. Para que, conscientes de que tudo é Olorum, sejamos mais cuidadosos com o que nos cerca. E isso não serve só para os Umbandistas: afinal, os recursos naturais estão aí, criados por Deus, e são utilizados por todos nós de formas ritualísticas ou ainda para a própria sobrevivência da nossa espécie. Baseados então na raiz em latim da palavra MÉDIUM* (mediu**), concluímos que médium não é uma palavra ou um dom exclusivo de uma religião ou outra, mas sim, uma oportunidade de tudo e todos da Criação interagir entre si para que ocorra uma evolução em todos os sentidos e para tudo. Pense nisso! * médium - Do michaelis.com.br: médium sm (lat. mediu) Pessoa capaz de estabelecer relações entre o mundo visível e o mundo invisível. ** A raiz latina “mediu”:

A MEDIUNIDADE NOs cENTROs DE UMbANDAPor: Marcelo Cordeiro E-mail: E-mail: [email protected]

Sempre nos deparamos com consulentes que se apresentam nos Centros de Umbanda e que após a consulta com os Guias Espirituais se deparam com uma resposta: “você é médium e precisa trabalhar!” Nesta hora, vamos entender o que se passa na cabeça da pessoa, que muitas, se não todas as vezes que vai ao centro, está perturbada, com Inúmeros problemas e muitas vezes como sendo a última alternativa para ver seus problemas resolvidos. Sabemos que raramente aquela pessoa foi motivada pela necessidade religiosa. Ela não está procurando uma religião porque já tem a dela e quer somente ver seus proble-mas resolvidos. Retóricas a parte, o que enfoco é como deve ser a nossa abordagem junto a esta pessoa, tendo em vista tudo o que descrevi acima! Nossa abordagem deve ser, em primeiro lugar e acima de tudo, no sentido de explicarpara a pessoa e para quem esta a acompanhando o que é mediunidade, quais são os tipos de mediunidade, se possível, explicar exatamente a mediunidade que a pessoa possui e quais são os aspectos negativos e positivos sobre esta condição, esclarecer sobre o “dom” mediúnico, que é atributo nosso e que tem em contra partida nossa aceitação e compromisso antes de encarnar. Feito isso, tudo com muito tato, carinho, respeito, conhecimento e embasamento, vemà segunda fase que é despertar na pessoa os aspectos religiosos da Umbanda e como nós trata-mos a mediunidade para só então convidá-la para freqüentar as aulas doutrinárias e as giras de desenvolvimento ainda como consulente. Só aos poucos essa pessoa assimilará os ensinamentos, entenderá os aspectos doutriná-rios e conceituais, entenderá que umbanda é religião, que está bem embasada e possui sim os seus fundamentos. Isto, além do atendimento imediato que a pessoa teve no dia da consulta com os Guias, com a freqüência e vivência dentro do Centro os seus problemas começam a ter respostas. É neste momento que a Umbanda começa a acolher os seus filhos e estes a entendem como Religião. E aqueles seus problemas, se ainda não foram totalmente resolvidos, no entanto tem expli-

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cações lógicas. Assim crescerão dentro da religião não só os seus adeptos, mas também os freqüentadores esporádicos das sessões de atendimento, mas já como participantes efetivos e atuantes, assim perpetuando a Umbanda como uma religião muito bem Fundamentada.

ATENDIMENTO MAgísTIcO E RELIgIOsO com a prática da fé - Por: Nelson Junior E-mail: [email protected]

Desde que tive a honra e o privilégio de me iniciar na Magia Divina, pude atender muitas pes-soas, e como Médium Umbandista pude ceder minha Matéria para que os Pais espirituais atendam muitas Pessoas, mas existe uma coisa que sempre me intriga na postura de muitos irmãos, que agora descreverei. Em geral vemos irmãos ou consulentes quando se queixam sobre dores corpóreas oudificuldades em empreitadas dizerem: “sabe, isso é da matéria, e não é necessária uma atuação no campo espiritual”, porém, quan-do vitimados por atuações trevosas, admitem que as mesmas lhes privem de bens e lhes inoculam doenças que lhes debilitam. Nem tudo na vida é causado por atuações trevosas, mas quando são, por que é mais sim-ples admitir que uma atuação possa gerar a doença, do que uma atuação gerar a cura, ou que uma atuação gere a miséria, mas outra não gere as soluções de prosperidade? Uma Magia Negativa pode trazer miséria na vida de uma pessoa ou doença, mas umapositiva, sendo Divina e atuando dentro do merecimento da pessoa, pode trazer a cura, pode trazer o alivio, ou pode pelo menos atuar no íntimo da pessoa começando um auxilio de transmutação, para que a mesma venha a atingir merecimento e maturidade, resignação e força, para levar um problema cármico até seu fim ou sua conclusão. Há muito irmão de Magia que se ausentam de ao menos tentar as ferramentas de cura ne-cessárias para auxilio em problemas de ordem material, esquecendo-se que se as forças trevosas não se eximem desses recursos e com algum êxito sombrio, então aqueles que o são e o fazem pela Lei, não devem se ausentar da responsabilidade que lhes aparecer, se o balsamo puderem ser, sempre dentro dos limites que a nós são impostos em nossas ações. Se não pudermos mudar uma situação e nem ao menos amenizá-la, não teremos em nosso intimo a incerteza da falta de tentativa, e com certeza aprenderemos mais sobre a natureza dos problemas, avaliando-os sobre o prisma da Fé, que move o nosso intimo no desejo de servir Deus servindo aos nossos semelhantes, através do pouco que sabemos e do muito que podemos apren-der fazendo. Em muitos anos de Mago tenho uma certeza de que todo irmão que também esta em nosso meio é um abençoado servo de Deus, pois todo aquele que dedica parte do tempo a essa missão esta em senda luminosa. Só que muitas vezes falta a certeza ou a determinação de uma ação necessária, ou a Fé de seu resultado, mas estas ações são sempre parte do aprendizado de que tudo que é Divino é mais realizador do que podemos sequer conceber em uma avaliação simples. Não recuem diante dos problemas de saúde ou da matéria, tenham fé na Magia que prati-cam e nos mistérios que os assistem, só assim pondo fim aos temores e grilhões que lhe travam as ações maiores diante das responsabilidades que lhes são atribuídas irmãos Magos...

A IMPORTÂNcIA DA REsPONsAbILIDADE MEDIÚNIcAPor: Thiago Sabino Bertozzi

Hoje a Umbanda já completou um século de existência e muito já foi feito, pela Umbanda e pelos Umbandistas, mas tem muito a se fazer. No meu ponto de vista entendo que um das princi-pais coisas a ter uma atenção especial é a responsabilidade mediúnica, por quê? O que seria responsabilidade mediúnica? O médium deve entender que ele deve ser o exemplo de tudo que ensina a religião em todos os sentidos como de respeito, reverência, humildade, humanidade, paciência, fé, amor, caráter,

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garra, perseverança, honestidade, enfim o que podemos colocar como virtudes, porque o médium é a primeira impressão do terreiro é também o principal elo entre o plano material com o espiritu-al. E um médium responsável, é a certeza que este canal estará límpido e com isso passa para as pessoas que vierem se consultar a confiança em permitir que o Guia espiritual possam auxiliá-la em suas necessidades de acordo com o merecimento delas. Com essa atitude cada médium estará fazendo um trabalho extremamente importante não só para ele como para a religião, porque auxiliará a desmistificar a confusão que à hoje. Onde muitos Terreiros trabalham incessantemente para mostrar a verdadeira pura e simples Religião Umbandista como ela foi aberta e fundada no plano material através do Pai Zélio Fernan-dino de Moraes onde O caboclo das Sete Encruzilhadas nos passou a base que iria sustentar a re-ligião “Com os mais evoluídos aprenderemos e os mais atrasados ensinaremos e a ninguém renegaremos” esta é a umbanda caridade, amor, fé, conhecimento e fundamento e para que ela seja conhecida desta forma é necessário o auxílio de todos e mostrar que se ela foi pensada por espíritos de altíssima elevação não seria de maneira alguma com o propósito de “fazer macumba para os seus semelhantes “de maneira alguma e sim de acolher e confortar milhares de pessoas que necessitam de ajuda e conforto espiritual, além disso, para desmistificar essa idéia de que após a morte nada acontece ou que tudo muda e não verdade nada muda apenas continua se você é feliz você vai continuar sendo se você é infeliz vai continuar sendo, isso é real não esperem sejam felizes agora. E com tantas pessoas em sofrimento de diversas naturezas cada vez se torna fundamental que os médiuns estejam bem preparados para que eles e através deles pelos Guias Espirituais estes corações sejam confortados e amparados para que possam continuar sua caminhada de aprendizado de forma confiante e honrosa. Então eu agradeço a atenção de todos aqueles que dispuseram de seu tempo para ler essa minha opinião e clamor a todo o meu irmão para aqueles que já se esforçam se esforcem mais para benefício próprio no caso de sua própria lapidação auxiliando com responsabilidade o seu seme-lhante. E pensem sempre como se fossem vocês as pessoas que iram se consultar, se você se consultaria com você mesmo, se sim, você está no caminho certo.

QUEM sÃO Os cONsULENTEs NO TERREIRO Quando olhamos para a assistência no terreiro, o que vemos? Muitas vezes um número muito maior de pessoas do que o corpo mediúnico presente,correto? Isto mostra que nossa religião não deve e não pode estar focada e direcionada somente aos médiuns. E como deveríamos proceder então com estas pessoas? Vejamos sob o aspecto da consulta: “o meio que justifica o fim” . Os guias espirituais de umbanda fazem uma interação, uma conversa, a chamada consulta e é claro quebram demandas, anulam negativismos, trabalham os sete campos e sete corpos do consulente, seu mental, seus campos vibracionais e mediúnicos, irradiam axé, dão baforadas de cigarros, charutos, passam guias e colares no corpo deles, ascendem velas, riscam pontos e pas-sam as pessoas dentro, em fim um check-up no espírito corpo e mente. Com isto estão cumprindo a missão confiada a eles como guias espirituais de umbanda, com a finalidade de também evoluírem, amparar e contribuir com a evolução dos filhos encarnados. Então os beneficiados da assistência são consulentes de umbanda! Sob a interação médium, entidade e consulente: “o médium incorporante também é consu-lente”. Será que o médium que está incorporado durante a consulta, deve ficar alheio a tudo?Vejamos: Quantas vezes a consulta parece que está direcionada a nós mesmos, quantas vezes aque-la consulta do Preto Velho, Baiano, Zé Pelintra, e de tantos mais, parece ter sido direcionada para as nossas próprias vidas? Quantas vezes as palavras do Exu, duras e realistas, parecem nos atingir no peito e no âma-

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go? Quantas lições podem ser uteis também para nossas próprias vidas, quantas mudanças de postura e entendimento da realidade Humana podem ser tiradas daquele momento? Sim e por que não, somos seres Humanos com nossas virtudes e nossas falhas, nossa ne-cessidade de evolução e como tal caminha à medida que também contribuímos para a evolução de nosso irmão encarnado. Então nós também somos beneficiados com a consulta, também aprendemos, corrigimos nossa postura, nossas ações e nosso modo de encarar o semelhante. Somos sim beneficiados com o tratamento de nossas angustias, nossas aflições, incertezas, descontentamentos então devemos permanecer atentos e vigilantes para que também possamos receber na integralidade os ensinamentos e que eles também possam nos servir. Vamos lançar mão deste riquíssimo e poderosíssimo beneficio. Até porque aquele momento é único é como uma consulta silenciosa entre você Olorum e suas Forças espirituais! Então os médiuns de incorporação também são consulentes de umbanda! Mas isto não é tudo, também podemos lançar mão deste mesmo momento de trabalho es-piritual de assistência e, antecipadamente, nos prepararmos para sermos “consulentes de nossos próprios Guias e Exus” bastando dias antes aos trabalhos solicitarmos ajuda para nossos proble-mas, aflições, angustias, descontentamentos, anseios, dúvidas, etc. Isto de forma a não atrapalhar os trabalhos e a incorporação, por isso mesmo dever ser an-tecipadamente! Mas temos o velho ditado “o médium deve deixar seus problemas do lado de fora do terreiro para poder incorporar corretamente e não interferir nos trabalhos!”.Certo? Então como fazer isto? Basta pensar todos os problemas antecipadamente e, como relatei, propiciar naquela cai-xinha de “acessórios” das entidades espirituais o que eles precisarão para um bom trabalho em nosso benefício! Vamos disponibilizar ao Exu moedas de nossa propriedade, Currículo, Carteira de Trabalho, Cópia de Processos Judiciais, e quantas e tantas mais “ferramentas” para trabalho. Vamos disponibilizar ao Preto Velho uma receita médica, um medicamento, em resultado de Exame para que ele também possa trabalhar em nosso benefício, como faz para tantos consulen-tes, ou será que não precisamos disso? Esta questão bem desenvolvida e bem praticada elimina sim a possibilidade de que durante um trabalho ou uma consulta o médium fique aflito com seus problemas e suas dificuldades, fique desatento e impaciente; pois saberá que terá o seu momento de ser atendido! É claro que tudo isso com muita disciplina, respeito, reverência e discrição, inclusive e prin-cipalmente para que não haja interferências no trabalho de incorporação e atendimento, vamos escolher a melhor ocasião para fazer isto, quer seja em giras abertas ou fechadas, quando a casa possui esta possibilidade. Ser for possível e tanto melhor será se pudermos ter as giras de desenvolvimento e consulta para os próprios médiuns do terreiro, isto possibilitará não somente esta questão, mas também o fortalecimento da conduta e disciplina, com o exercício, para que novos médiuns possam encarar estes fatos naturalmente e, bem preparados poderão propiciar trabalhos mais focados e com me-nos interferência externa! Com isto poderemos ter a certeza de um bom trabalho para nós mesmos, conduzidos por nossos amparadores espirituais, Orixás, Guias Protetores e Guardiões!

PS: De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa o vocábulo consulente significa: 1. Que ou pessoa que pede consulta. 2. Que ou pessoa que consulta alguma coisa (ex.: consulente de um dicionário). Sinônimos de consulente: consultador, consultante. Consulente é um adjetivo de dois gêne-ros e um substantivo também de dois gêneros.

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ENVIE sEUs TExTOs E MATéRIAs PARA:[email protected]

DUPLO gRAU DE cONscIêNcIAPor: Húmus Reflexione E-mail: [email protected]

Como toda e qualquer religião, a manifestação da fé se materializa através do homem, que se difere espiritualmente em graus de evolução, uma vez que uns são mais desenvolvidos que ou-tros em questões éticas, morais, filosóficas e espirituais. Dentro da umbanda os manifestadores desta maravilhosa fé divergem muito nas questões de como recebem essa benção, que é a mediunidade. Uns aceitam isso como um poder, outros como um dom e ha aqueles que a consideram apenas um instrumento. Sem proferir juízo de valor ou dizer o que é certo ou o que é errado, pergunto-me o quanto os defeitos humanos influenciam nos fins da fé, mais especificamente na umbanda e na forma de como se manifestam os guias espirituais, independente das formas e meios. O fato é que adoto a idéia de que o médium é apenas instrumento da fé, de Deus e de se-res superiores e bem mais evoluídos, e não alguém com poderes ou dotado de um dom que o faz melhor que seus semelhantes. Tem que, antes de tudo, aprender a conviver com a sua consciência, suas necessidades, seus desejos e suas falhas humanas, que corriqueiramente conflitam com os valores eensinamentos espirituais. A pergunta é a seguinte: - consegue um ser humano viver de acordo com o que prega? E daí, questiona-se até certas terminologias, como por exemplo, “Pai de Santo”. Como um ser humano pode se autodenominar dessa forma? Não seria uma blasfêmia dizer-se pai de um santo? Quanto a fraqueza humana interfere na pureza da Umbanda? Chega a ser utópico desejar que uma pessoa, instrumento da Umbanda, não a utilize para fins e necessidades próprias, sujando essa maravilhosa fé com pecados humanos e deixando es-píritos menos desenvolvidos se aproveitarem dessa falha. Por fim, o intuito dessas minhas perguntas é abrir uma reflexão sobre como a Umbanda se manifesta e como deve ser manifestada para não deixar que fraquezas humanas interferirem; para sermos humildes o suficiente para entender que somos apenas um instrumento, um meio de bon-dade e luta contra a maldade, e não seres dotados de poderes!

cONscIêNcIA MEDIUNIcA UMbANDIsTAMensagem recebida por Rafael Martins Marcondes pelo Sr. Ogum Sete Espadas

Médiuns umbandistas, escrevo-lhes com o pesar que em cabe, para dar-lhes um alerta, um pedido e um conselho de reflexão orientadora, muitos de vós estais perdidos nas encruzilhadas de vossas consciências, em um caminho reto escolheis de coração vestir o branco simbólico da vestimenta mediúnica Sagrada, agora lhes peço de coração que vistas a Umbanda em vossos espíritos, a Luz dos Sagrados Orixás da Aruanda transbor-dam a sua volta e basta uma porta aberta para que essa Luz inunde vossa consciência, espalhem essa Luz aos que a sua volta estão, pois o medo ao preconceito assusta vosso coração, mas fazei o trabalho mais digno que pode. Médiuns Umbandistas são únicos em exercício e movimentação de forças da natureza para auxiliar o que sofre e perambula nesse mundo atrás de consolo, mas o consolo energético e purificador é vosso, médium umbandista, através de vossos guias. Não feche a mente para essa realidade, os Orixás são muito mais que seres, são Poderes eternos, está-veis e Imutáveis, podendo ser visto por nós como estados puros de energia, fontes geradoras dos princípios da vida, reguladores dos seres viventes! Tudo vive e nada morre, apenas atravessa de estado de um plano para outro de um plano mais denso para um mais sutil e vice versa, a barreira limitadora esta em vós.

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cULTO MAgIcO RELIgIOsO DE UMbANDA sAgRADAPor: Laerte Nogiri E-mail: [email protected]

É um ritual novo dentro dos trabalhos de Umbanda Sagrada, mas que fazia necessário para preencher uma lacuna existente dentro do ritual umbandista. Haja visto que o trabalho dentro do Templo Umbandista sempre se faz de forma individual (entidade espiritual e o consulente). É necessário para que a Umbanda Sagrada ofereça, como uma religião na mente e no co-ração de todos que a buscam nos momentos de aflições e desesperos, algo mais que venha tocar seus corações e volte suas mentes ao Divino Criador, restituindo-lhes sua fé. Possam ver os Templos de Umbanda Sagrada, com os ensinamentos internalizados na sua infância, juventude ou seus conceitos atuais sobre a sua religiosidade. O Culto Mágico Religioso dentro do ritual de Umbanda Sagrada tem esse poder de mostrar a todos algo familiar e Divino. Onde todos passarão ver a Umbanda Sagrada não como um meio de resolver seus pro-blemas urgentes e depois de resolvidos irão embora e só voltarão quando estiverem novamente desesperados, mas passarão a ver a Umbanda Sagrada como uma religião Divina e seus Templos Sagrados onde voltarão sempre para louvar o Divino Criador e suas Divindades com Amor em seus corações. Os Sagrados Orixás que regem a Umbanda Sagrada abriram para o meio material o Culto Mágico Religioso a través do seu médium Rubens Saraceni. O qual, por meio da psicografia recebeu diversas orações Sagradas, com poderes amplos de realização na vida das pessoas, atuando de forma coletiva, não se restringindo somente às pes-soas presentes, mas também alcançando a todos que estejam ausentes. Mas que de certa forma estão ligados a nós através dos fios invisíveis, sejam eles de ordem mentais ou espirituais, onde todos e tudo são beneficiados, regenerados, curados, reordenados, reequilibrados redirecionados, segundo os ditames da Lei Maior e da Justiça Divina. Assim sendo, devemos explicar o que significa “O Culto Mágico Religioso”. O Culto Mágico Religioso é uma louvação ao nosso Divino Criador Olorum, durante o qual os participantes têm a oportunidade de entrar em sintonia vibratória com Ele e, intimamente clamar por seu auxilio Divino, confessando-lhe suas dificuldades, seus sofrimentos, suas magoas e tristezas. É mágico: porque traz ações realizadoras e a concretização do Verbo Divino, através das ordens mágicas contidas dentro das orações Sagradas e Divinas. É a realização de quando Cristo Jesus disse:“Pedis e Sereis Atendidos”.“Bateis e lhes Serão Abertas as Portas”. Peça paz, e lhe será dado; peça harmonia e lhe será concedida; peça saúde, paciência, fartura, amor, benevolência etc., e serão atendidos. Bata, que as portas lhe abrirão, bata que as passagens lhe serão concedidas, bata que seus caminhos se abrirão para dias melhores, mais cheios de graças e prosperidades.

Médiuns Umbandistas servis um Poder Emanado da Fonte Única de todas as fontes, Deus. Não há li-mite para o alcance de vossos trabalhos, o limite é traçado por Deus e suas Divindades reguladoras da Criação, o limite é ditado pela Lei Maior e a Justiça Divina, ninguém que não mereça algo estará na frente de vosso guia espiritual incorporado em vós, pois se Deus o guiou até lá, existem razões, motivos que para vós pode ser desconhecido e o é. Não é de vosso mérito julgar aqueles que na vossa frente está buscando auxilio, pois são o que são médiuns umbandistas: medianeiros das vontades divinas e dos atos dos manifestadores dos mistérios divinos ou mistérios da natureza, que são vossos guias, sois importantes médiuns umbandistas, mas sois o fim de uma corrente única e iniciada em Vosso Criador Olorum e que passa por vários níveis até chegar ao denso de vossa matéria física, antes de ir para seu centro ou templo Umbandista, tudo já esta pronto no etérico, ou seja, no lado espiritual do centro, mas vós sois os executores finais desse processo Divinoque auxilia o próximo e por isso vos digo: Vista a Vestimenta da Paz e do Amor Divino junto com o branco de suas roupas sagradas e se destrave dos desastres emocionais à vossa volta, sois instrumentos, sois parte de um Todo de uma engrenagem Divina e não sois ilimitados em tudo, mas vossa Umbanda e Vossos Orixás o são!

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UsO DE fERRAMENTAs PELOs gUIAs EsPIRITUAIsPor: Newton Carlos Marcellino E-mail: [email protected]

Muitos guias espirituais usam ferramentas para absorver energias condensadas, atrair ou projetar ondas vibratórias, descarregar os médiuns e os consulentes de energias negativas, etc. Para muitos que desconhecem os fundamentos da Umbanda, para os que estão iniciando na religião ou mesmo para aqueles que estão apenas visitando um terreiro para tomar um passe, as ferramentas utilizadas pelos guias aparentam ser apenas adereços e símbolos para chamar a atenção e tornar o ritual cheio de pompas. Mas tudo na Umbanda tem sua razão de ser e existir. Nada é por acaso. Antes de explicar para que servem as ferramentas utilizadas pelos guias espirituais, vamos conhecer algumas: • Pretos / Pretas velhas: cachimbo, bengala, rosário, terço, figa, crucifixo, lenço, xale, chapéu de palha, cigarro de palha, etc. • Exú: tridente, corrente, marafo, charuto, cigarro, capa, cartola, guias de aço, etc. • Pomba-gira: batom, cigarrilha, anéis, colares, saias, lenços, joias, etc. • Caboclos de Oxóssi: penachos, cocares, arco e flecha, charuto, cuia, etc. • Caboclos de Ogum: lança, espada, elmo, espada de São Jorge ou Ogum, etc. • Caboclos de Xangô: oxé (machado de pedra de duas pontas), pedras, charuto, etc. • Baiano: chapéu, cigarro de palha, badulaques, coco verde, facão, etc. • Marinheiro: boné branco, copo com pinga, cigarro, cordas, etc. • Boiadeiro: chicote, chapéu, cinto, lenço, etc. • Obaluaye / Omulú: roupa de palha da costa, xaxará, pipocas, etc. • Cigano: baralho, lenço, incenso, pedras, joias, almofadas, etc. • Erês: brinquedos, bexigas, doces, bebidas, óculos coloridos, bonés, saias, etc. Há outras linhas de trabalho nos terreiros, por isso enumeramos as mais conhecidas com apenas algumas ferramentas que cada uma delas utiliza, cada qual com sua devida utilidade não servindo apenas como mero adereço, como um batom, por exemplo. Para que servem as ferramentas? Algumas ferramentas como chapéus, cocares, capas, saias, etc., servem como proteção ao médium girante; outras como bengalas, tridentes, espadas, flechas, etc., servem como um meio para descarregar o médium ou o consulente; e há também as ferramentas como incenso, joias, pedras, coco verde, doces, bebidas, etc., que servem para atrair e carregar o médium girante com energia positiva, ajudando no seu fortalecimento, equilibrando-o e acalmando-o. Não há uma regra com relação à função de cada ferramenta, pois os guias utilizam a mes-ma ferramenta para diversos usos, dependendo de sua vontade e do objetivo que ele quer atingir, como por exemplo, a bengala do preto velho pode descarregar o médium, mas também pode servir como meio para atrair energia positiva e carregar o médium. Como são utilizadas as ferramentas? Cada guia espiritual utiliza a ferramenta de acordo com seu fundamento e axé e há variação no uso ou no tipo de ferramenta até mesmo entre guias de mesma linha - como a linha de caboclos Pena Branca, onde um caboclo pode utilizar um cocar e outro utilizar apenas uma cuia com água e mel. O médium girante também influencia na escolha da ferramenta, pois o seu corpo é um trans-missor e receptor de energias, mas a facilidade por onde “entra e sai” energia do seu corpo (que

Basta saber pedir, saber bater, para que o Divino Criador lhe atenda. É religioso: porque é um ato de fé. Porque é realizado dentro de um Templo de Umbanda Sagrada e também, porque é realizado por um sacerdote ou sacerdotisa, que trás em si a outorga de realizar o Culto Mágico Religioso, dentro do ritual de Umbanda Sagrada. O Templo de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, vem realizando o Culto MágicoReligioso no inicio dos seus trabalhos espirituais. Porque entende que desta forma, vai internali-zando nos corações de todos que a buscam os conhecimentos Divinos, como mais uma forma de louvar Deus e seus Divinos Tronos, (os Sagrados Orixás da Umbanda) e atender a muitos de uma só vez.

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pode ser através das mãos ou dos pés ou da cabeça ou do tronco, etc.) é o que ajuda o guia a definir qual ferramenta utilizar. Para fazer o uso das ferramentas iremos descrever - com linguagem humana e pobre - como um (a) preto (a) velho (a) faz uso das mesmas: I. Chapéu de palha, lenço, xale, etc.a. Energia positiva: atrai bons fluídos e energia para a coroa do médium.b. Energia negativa: protege a coroa do médium de vibrações negativas que estão no ambiente e ainda não foram processadas durante o ritual. II. Cachimbo, cigarro de palha, cigarro, etc.a. Energia positiva: o odor do fumo sendo queimado atrai bons fluídos ao médium e ajuda naconcentração. b. Energia negativa: queima os miasmas do corpo do médium e dos consulentes. III. Rosário, terço, figa, crucifixo, guia de contas, etc.a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes. Também serve como meio para o médium se concentrar no trabalho do guia.b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é jogada ao chão ou quando ela quebra. IV. Bengala, espada de Ogum, lança de Ogum, galho de guiné, etc.a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para serem repassadas ao médium ou aos consulentes.b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é batida no chão. V. Comidas e bebidas como café, bolo de fubá, mandioca, arroz, etc.a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes.b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando descartado (cuspido) no “cuspidor”. VI. Tapete de folhas, tapete de palha, chinelo de palha, etc.a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina localizado no congá para ser repassado ao médium ou aos consulentes.b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando o guia bate os pés e ou as mãos contra a ferramenta ou contra o chão. Para deixar bem claro, quem direciona o tipo de energia, positiva ou negativa, para a ferra-menta é o guia espiritual, pois é ele que está visualizando o excesso ou a falta dessas energias, é ele que sabe como manipular essas energias, sem afetar o médium ou o consulente. Mas quem é que define as ferramentas que os guias utilizarão nos trabalhos? Os próprios guias! Por mais “legais e belas” que achamos algumas ferramentas, e até gostaríamos de presen-tear nossos guias, somente os guias é que pedirão, ou não, as ferramentas. Somente os guias é que sabem quais as ferramentas que eles mesmos utilizam e se são ou não necessárias. Há casos em que alguns terreiros proíbem o uso de ferramentas pelos guias, mas é claro que os guias sabem dessa “proibição” e por isso, manipulam as energias de outras maneiras, refor-çando o direcionamento das energias para assentamentos ou para o altar, por exemplo. E se o médium girante quiser presentear um guia espiritual com uma ferramenta? E se um consulente presentear o guia espiritual de um médium com uma ferramenta? Quando decidimos presentear um guia espiritual que trabalha conosco, através do uso de nossa mediunidade, o melhor que se tem a fazer é perguntar para ele (ou pedir para que outra pessoa pergunte para o guia) se o presente será útil ou será uma coisa para atrapalhar. Acredite: se o guia precisar de uma ferramenta ele pedirá ao médium ou ao cambono do médium girante, e às vezes, o que chamamos de “intuição”, como num caso desses, pode ser apenas uma “vaidade” de nossa parte. Todo cuidado é pouco. Se um consulente resolve presentear o guia espiritual devemos ter em consciência o seguin-te caso: a consulta com o guia espiritual é gratuita, logo um presente pode caracterizar, indireta-mente, como pagamento por um “serviço bem feito”.

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O QUE bUscAMOs NA UMbANDA?Por: Tininha E-mail: [email protected]

Quando decidimos nos dedicar a um caminho religioso na Umbanda? Muitas vezes estamos cansados da nossa maneira de ver a vida, de não nos importarmos com os problemas que nos cercam e com os nossos irmãos. O que buscamos? Buscamos por virtudes! Virtudes essas, que por muitas vezes já temos, porém estão adormecidas e são bases importantes em toda nossa jornada. A partir do momento que nós nos dedicamos de coração, tudo vai ficando mais claro. Uma dessas grandes virtudes é a gratidão. A gratidão nunca vem sozinha, ela está sempre acompanha-da de uma série de outros sentimentos: amor, amizade, humildade, e etc. É importante não confundir gratidão com adoração ou outro tipo de lisonja. Quem não ama (seja qualquer um dos exemplos de amor: de pai, de mãe, de irmão, de amigo) não é grato. Quem não ama não é aquele que odeia, mas sim aquele que é indiferente. A falta de gratidão é resultado da incapacidade de retribuir e por isso está ligadaao egoísmo e à apatia. Afinal agradecer é reconhecer, é retribuir. Mesmo que as coisas não aconteçam da forma que deseja-mos. Pois nem sempre a oportunidade de crescimento e evolução vem fácil. A gratidão é um dom de troca, é amor puro, é amor verdadeiro e por isso se aproximatanto da solidariedade/caridade (como uma gratidão incondicional). A gratidão é um mistério, é peça fundamental na vida de todos nós, é a mais agradáveldas virtudes. A gratidão é definitivamente o caminho para o bem maior. Portanto, devemos ser gratos, pois tudo está a serviço do nosso crescimento, proporcionando expansão de consciência sobre quem somos. Pense nisso! Pense na gratidão como um sinal de evolução. Pratique! Agradeça! Que Oxalá nos abençoe...

A vaidade do médium também pode ser exacerbada com este ato. O procedimento neste caso é: alertar para que os consulentes não ofereçam presentes aos guias espirituais, mas caso aconteça, o consulente deve oferecer o presente diretamente para o guia que saberá o que fazer com o presente. E para finalizar este texto, uma dúvida de muitas pessoas é: uma guia de contas estourou durante a gira, isso foi descarrego? Sim e não. Sim se o médium estava muito carregado negativa-mente e a única ferramenta que estava em seu poder era a guia de contas, daí, em decorrência do excesso de energia ela pode estourar. Porém não é sempre que uma guia de contas estoura em decorrência do excesso de energia. O médium constantemente molha a guia de contas em banhos de firmeza, amaci e até mesmo com o próprio suor. Alguns colocam as guias para energizar com a luz solar ou com a luz lunar. Esse processo de molhar e secar a guia por diversas vezes faz com que o fio de nylon da guia de contas não suporte tanta variação e quebre, e claro, como o médium só utiliza a guia de contas em dias de gira, é nesse momento que vai haver o “estouro” da mesma, e isso não é des-carrego.

TENDA DE UMBANDA BAIANO JEREMIASDESENVOLVIMENTO MEDIUNICO COM CURSO DE TEOLOGIA

Venha fazer o curso de Teologia junto com o desenvolvimento mediunico, no bairro do Tatuapé, próximo do Shopping Metro Tatuapé. Este curso é destinado so-mente para médiuns incorporantes. O desenvolvimento mediunico tera inicio dia 19 (sexta-feira) de Outubro das 20h00 ás 22h00, toda sexta feira. Faça sua reserva através do e-mail [email protected]

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O cONTEUDO DO MéDIUM é O QUE LIgA A fONTEEnviado por Douglas O. Elias

“O legado dos Guias e Protetores para seus médiuns é o CONHECIMENTO e o ensinamen-to para o devido aprendizado, pois, se o Universo doa bênçãos em amor, paz e união – o que em resumo, faz e traz Tudo e as Coisas – há também que nos aprimorar.” Digo isto para aquele que quando mistifica e fantasia, e essa, cá para nós e os outros, ser-vem para o espírito da preguiça que é também uma ilusão, pois tudo se movimenta na criação. Mesmo os “sabe-tudo” que estacionam seus dons na pecha do desequilíbrio da arrogância, ou dos tais que duvidam da Verdade, mas não explicam e nem indaga Olorum é Tudo sempre Pron-to e Infinito. Para acessá-lo convenientemente, precisamos nos aprimorar. Eis a função da vida: aprimoramento de si e das coisas que Olorum lhe confiar. Quer o ser humano, no capricho do erro e pela dor ser avisado e ser salvo no socorro da Luz? E assim o é! Todavia, deverá aprender que neste ponto não deve mais falhar e dando vida ao verbo, adiantar-se e também ensinar sendo um bom exemplo. Da Luz que brilha em seu espírito nessa ocasião, deverá refletir que ao sentir-se no sofri-mento, ao pedir para Olorum Justiça, Equilíbrio, Geração, Amor, Proteção, Saúde, Paz, Vitalidade, Energia, Equilíbrio, Transformação e Evolução o que Vem pelas Forças dos Seus Orixás, nos seus Sentidos antes, Estes devem estar, pois é o conteúdo que imanta a Fonte. Se ao acionar objetivamente - Oh! Sagrado Oxalá – a Sua Coroa Divina, como colocar sua fé somente nos elementos? Sagrados são estes também, mas a ação iniciasse em si e por si, pela razão e pela emoção no sentido do Amor Maior. Os poderes da ativação dos Sentidos Divinos estão em você que é para a graça se manifes-tar em sua plenitude. Senão, como firmar pedindo o Bem, com sentimento de cólera? Assim como o Amor, sentin-do ódio? O perdão, com vingança? A paz, desembaiando a espada da guerra? Mas se julga, então como pedir justiça estando desequilibrado? Como sentir-se compensado devolvendo prejuízo? Como pedir a restituição de bens que não conquistou? Será então o pioneiro de Olorum à frente dos seus irmãos ao limitar sua visão na amplitude de suas errôneas emoções? Como pedir saúde, senão valoriza a vida? Como combater o mal, aprisionando-se no medo? Quer assim que Olorum e os Sagrados Orixás sintam dó e pena de vós outros?! Nem nós, vossos Guias e Guardiões, podemos, pois pena e dó são contrários ao amor, desqualificando a vida e a personalidade Divina do Homem. Nós os sentimos sempre como irmãos, aprendizes, dignos e capazes para obter do Criador Tudo o que necessitar e vamos orientando para que rápido alcancem o mérito. Pois creia que ao acionar sua Coroa Divina, para si e para o próximo, há que sentir o que pede, vibrando na realização, esforçando-se na luta de vencer-se nas manias e viciações negati-vas. Assim, e só assim, poderá desfrutar da leveza da Luz, brilhando em si, irradiando no Todo, quando os problemas e aflições – quaisquer que sejam -, serão soluções trazendo novos aprendi-zados e a Verdadeira liberdade do espírito. Ensina os profetas, inclusive os ainda encarnados, que o que existe em cima, existe em baixo e assim, na frequência destes é que se podem desligar ou ligar, ou religar-se. Por ser verdade, nós outros redundamos explicando que enquanto encarnado também po-derá desligar o embaixo religando-se aos mundos da Luz. Entendes o que dizemos? Pois este é mais um aprendizado de quem quer desligar o que deixou ativo no negativo e em vosso mundo que é para amplificar o Amor, em nossos sentidos, imantando-os e recebendo muito mais, eternamente, mais da Fonte. Por isso a necessidade do aprendizado pelo conhecimento e prática, pois é o conteúdo de

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si que imanta, vibra e magnetiza para a Fonte irradiar-se indo além do que julga que necessita. Pela humildade, a Fé direciona para a concretização dos objetivos. E o objetivo é Evoluir pela prática do conhecimento, valorizando seus Guias e Protetores, mormente, também seus mestres enquanto encarnados que por amor os compreendem e, dessa maneira, podem e devem ajudá-los. Pois para o CONHECIMENTO, não existem fronteiras nem limites. Ele viaja sempre e na linha do tempo por todos os Tronos Divinos, até transformar-se em Mistérios de Olorum. E estes, mesmo assim, podem e devem ser acessados pelo conteúdo que estão em vocês. As Bênçãos de Oxalá Estão com todos nós! Agradeçamos, pois! Caboclo Amoré*recebida em 10/01/2011 às 01h00. De Caboclo Aimoré - psicografada

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AVIsOs cULTURAL

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Livro: Umbanda – Rituais de Amaci com Oferendas e Orações Da escritora Domitilde Aparecida Pedro, é fundamental para que templos, terreiros, casas de caridade e centros de Umbanda conheçam um pouco mais sobre obrigações e oferendas, tendo como objetivo a apresen-tação de mais uma opção fundamentada de trabalho para os sacerdotes.Local e horario: Estande da Madras na Bienal do Livro Dia 17 de Agosto, às 19h00

Colégio de MagiaRua IRmã CaRolIna, nº 272 - BelenzInho - São Paulo

Fone: (11) 2796-9059e-maIl: [email protected]

Título: FUNDAMENTOS DOUTRINáRIOS DE UMBANDAAutor: Rubens SaraceniEditora: Madras Editora Ltda. Este é um livro a respeito dos fundamentos doutrinários da Um-banda, uma religião fundada no Brasil em 16 de novembro de 1908, por Zélio Fernandino de Moraes, a partir de uma manifestação espiritual do Caboclo das Sete Encruzilhadas durante uma sessão espírita. Nesta obra, Rubens Saraceni explica com desenvoltura funda-mentos ritualísticos e doutrinários dessa religião centenária, com des-taque para a cosmogênese umbandista e seus Orixás, discorrendo so-bre suas firmezas, irradiações, oferendas e seus assentamentos, bem como aborda de modo claro as Sete Linhas de Umbanda. Outro ponto importante é a Escrita Mágica Divina, que se trata da própria escrita dos Orixás, e que os Guias chefes, com ordens de

trabalho, riscam e ativam o poder das divindades por meio da magia riscada umbandista. O autor discorre ainda sobre o Orixá Exu e sua forma de atuação, e a respeito da formação sacerdotal umbandista. No final da obra, o leitor encontra um glossário que facilita o entendimento dos termos utilizados na obra. Trata-se, portanto, de um livro indispensável a todos os umbandistas e estudiosos do assunto.

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DIVERsIDADE DE RITUAIs UMbANDIsTAs Por Manoel Lopes Contato: [email protected]

O texto que segue é do Irmão e Sacerdote Manoel Lopes, Que apresenta uma “tese” inte-ressante sobre a diversidade na Umbanda, A ideia é olhar para a Umbanda como uma estrutura em rede. Manoel Lopes é responsável pelo Núcleo de Umbanda Mata Verde (Santos – SP). E também pela lista de discussão umbandista, fórum virtual, “Saravá Umbanda”. Além de várias outras atividades deste mesmo irmão, como a publicação do livro: “Umbanda Sete Reinos Sagrados”, RBU e de Cursos Presenciais e Virtuais de Umbanda. Passados mais de cinco anos da publicação do texto inicial, estamos novamente apresen-tando aos umbandistas, para reflexão e ponderação, novamente o texto que mostra a estrutura complexa da formação umbandista. Citamos no Manifesto que fizemos para o lançamento da RBU fatos históricos mostrando que durante muitos anos, vários grupos tentaram “codificar” a Umbanda e a história comprova que todas estas tentativas foram em vão. Precisamos entender que a Umbanda possui características diferentes de outras religiõestradicionais e somente através de uma abordagem moderna e utilizando conceituação da teoria dos sistemas complexos conseguiremos produzir alterações nesta estrutura. Costuma-se dizer de um sistema complexo que “o todo é mais que a soma das partes”. O texto escrito em linguagem simples, como sempre escrevemos, busca facilitar o entendi-mento de seu conteúdo por todo tipo de pessoas. Exemplificamos com experiências pessoais de nossa trajetória umbandista, também pela experiência nas listas de debates e posteriormente nos entrechoques provocados dentro da RBU. Falamos pela primeira vez (desconhecemos outros textos anteriores ao nosso) sobre a orga-nização hierárquica piramidal das religiões tradicionais e fizemos uma comparação com a estrutura em rede, mostrando as características dos diversos “nós”, mostrando através de gráficos a explica-ção desta rede complexa que é a umbanda. Um sistema aberto, complexo e em constante evolução e que mais do que nunca segue a máxima “o todo é mais que a soma das partes”.

VELAs ARTEsANAIsVelas artesanais feitas por uma leitora do JNU, para conhecer mais sobre o trabalho dela, envie e-mail para [email protected]

aos cuidados de Naiara.

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sALVE A AbERTURA DOs TRAbALHOs!Por: Pablo Araujo

Ao dizer essas palavras, os nossos corações se aceleram, nosso peito se enche de alegria e voltamos nossa atenção para o conga, onde as imagens assentadas no altar transformam-se em verdadeiros portais por aonde nos chegam milhares de ondas vibratórias benéficas, harmonizado-ras e equilibradoras de nosso espírito. Um verdadeiro oceano energético toma conta do terreiro, cantos são entoados (Vou abrir minha jurema, vou abrir meu jurema, com a licença de Mamãe Oxum e nosso Pai Oxalá...) as vi-brações sonoras dos atabaques misturam-se às vibrações mentais emitidas pelo corpo mediúnico ativando o mental superior de todos e cada um em particular, graduando as vibrações intimas, ali-nhando as nossas vibrações com os ciclos e ritmos da Criação de Olorum. O canto simbolizando a união de vozes com um único objetivo, que é louvar Olorum, o nosso Divino Criador através de suas Potências Divinas, que são os Sagrados Orixás, os manifestadores das Suas qualidades e mistérios. Em seguida vem a defumação, que se transforma em névoa multicolorida a invadir o nosso espírito, trabalhando todos os nossos campos espirituais; purificando-nos de todas as cargas ne-gativas presas em nosso corpo material e espiritual, preparando-nos para que espíritos luzeiros e guardiões da Lei possam manifestar-se através de nós e servir Olorum servindo a cada pessoa que a eles forem direcionada pela providência divina. Todos são incensados, deixando transparecer no intimo a verdadeira origem do espírito que é pura luz e luz pura. Salve Oxalá! Oxalá é nosso Pai! Após a defumação saudamos o Amado Pai Oxalá e entoamos o seu divino canto: Vou caminhando nas estradas desta vida. E me protegem sete luzes de Orixás Filhos de Umbanda Minha fé é o que me guia Nos caminhos de Aruanda Sob a paz de Oxalá. Oxalá é paz Oxalá é o rei Divino pai Divina força que me encanta Nos caminhos de Aruanda Sua luz é minha lei!

Somos tomados pela presença do Divino Pai Oxalá que se manifesta no intimo de cada um e nesse momento a plenitude preenche todo nosso vazio. Sentimos-nos plenos como éramos quando vivíamos no interior da Criação do nosso Divino Pai Olorum. Somos tomados por uma vibração indescritível de paz, harmonia e plenitude e passamos naquele momento a pedir perdão pelas nossas ofensas e perdoarmos a quem nos tenha ofendido. Após nosso espírito e nosso intimo estarem plenos de sentimento virtuosos, Saudamos a Pemba e a Toalha e, ajoelhados, estendemos a toalha branca no solo e a tocamos com a testa onde nesse momento nos conectamos mentalmente com Olorum e com todos os Orixás, Forças e Poderes assentados na Criação, poderes esses assentados a esquerda e a direita, no alto e no embaixo, na frente e atrás e em todas as realidades da Criação. Em seguida vêm as preces e todos, numa só energia, entoam a Prece de Caritas, o Pai-Nosso e a Ave-Maria, quando somos tocados no íntimo por aquelas verdades, ditas em forma de preces: (Deus dê-nos a força para ajudar o progresso, a fim de subirmos até Vós; dai-nos a carida-de pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina e Santa Imagem). Encorajando-nos a seguir adiante, resignados e perseverantes no caminho da Luz, da Lei e da Vida. Após entoarmos essa prece divina, saudamos o Divino Orixá Exu, o Divino Orixá Pomba-

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Gira, O Divino Orixá Exu-Mirim, e os espíritos Exus, Pombas Giras e Exus Mirins, guardiões e pedimos a esses abnegados e leais espíritos que protejam a nossa Tenda de toda e qualquer per-turbação de ordem material e espiritual que possam intervir em nossos trabalhos. E, como que em um passe de mágica, vemos seres majestosos envoltos por suas capas pretas e vermelhas dispostos a defender com suas próprias vidas a Tenda e o trabalho caritativo que ali é realizado. Verdadeiros guerreiros de luz que servem a Lei Divina nos campos escuros da Criação onde são os retidos espíritos trevosos, para que possam esgotar seus negativismos. E após saudarmos esses guardiões impares, nos voltamos de frente ao conga e saudamos as Sete Linhas de Umbanda, as tão faladas sete linhas de umbanda, que, agora desvelado o véu dos mistérios, sabemos que as sete linhas não são sete orixás, mas sim sete irradiações divinas por onde se manifestam uma infinidade de orixás, todos regidos por uma dessas sete irradiações. E ao entoar o canto: Rei da demanda é Ogum Mege. Quem rola as pedras é Xangô Kaô Flecha de Oxossi é certeira é É é é, Oxalá é meu Senhor ô ô ô ô ô Sete linhas da Umbanda Sete linhas pra vencer É a lei de Oxalá Ninguém pode perecer Tem Oxum nas cachoeiras, Iemanjá Deusa do mar, Iansã pra defender, Cosme e Damião para ajudar. Sentimos as sete vibrações divinas ligarem-se ao nosso mental e fortalecer os nossos sete sentidos divinos, que são: Fé, Amor, Conhecimento, Razão, Lei, Evolução e Geração. E após saudarmos as Sete Linhas, Saudamos o Patrono da nossa casa, o Divino Pai Ogum, onde ajoelhamos e sentimos passar por nós os olhos vigilantes da Lei, sentimos o punho forte do Pai amoroso, a retidão de caráter e o reequilíbrio de nossos sentidos. E quando o Pai Ogum manifesta-se para abrir a gira sentimos a imponência e a força desse majestoso Orixá, sentindo-nos seguros de nossas ações, confiantes e felizes por estar sob o seu amparo. Entoamos o ponto de saudação: (Se a sua espada brilha no raiar do dia! Ogum Beira Mar é filho da Virgem Maria > bis Seu Beira Mar, beirando a areia! Ogum Beira Mar é filho da Mamãe Sereia) E o Amado pai Ogum risca seu ponto de firmeza na frente do conga, onde automaticamente ligam-se ondas vibratórias provindas diretas do altar, confirmando que aquele ponto riscado é o portal de forças responsável pelo trabalho ali realizado. Depois o nosso amado pai Ogum dirige-se até a porteira e risca o ponto de defesa, bem ali, no limiar entre a assistência (lado profano) e o corpo mediúnico (lado sagrado) delimitando assim a entrada de forças. Logo após a partida de nosso pai Ogum, cantamos para a Mãe de nossa casa, a sagrada e Divina Mãe Iemanjá e todos incorporamos suas manifestadoras para que, na irradiação Dela, sejamos amparados pela Vida e, como médiuns, ser instrumentos, doando nosso corpo e nossa energia para que a falange de espíritos luzeiros possa conectar-se a nós e juntos, como os três estados da criação conectados entre si (Lado divino: Orixá) (Lado espiritual: Guias Protetores) e (Lado Material, nós os espíritos encarnados) possamos servir Deus servindo nosso semelhante. Após a partida das nossas amadas mães naturais Iemanjás, cantamos para a linha de tra-balhos espirituais, onde se manifesta a linha de trabalho responsável pelo atendimento naquele dia especifico e vemos a manifestação de espíritos abnegados e voltados totalmente para a caridade pura, atendendo a todos sem distinção de cor, raça, sexo ou credo, sem querer converter ninguém a nada, mas simplesmente sendo um lenitivo na vida das pessoas que até a eles são levadas. E, com uma palavra de fé, carinho e esclarecimento, orientam as pessoas, renovam neles a

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fé em Deus, despertam a força intima e orientam a acreditarem que elas próprias são templos vivos de Deus. Inspiram, nas pessoas que os procuram, a vontade de crescerem e evoluírem espiritual-mente, para que um dia também possam tornar-se caminhos luminosos onde muitos passarão a trilhar. Os Guias Espirituais de Umbanda fazem isto e muito mais, porque se consagraram a Deus como Seus instrumentos vivos a resgatarem todos os filhos Dele, o Divino Criador Olorum, para que num ato de fé, sejam ofertados como templos vivos (médiuns) a servirem o nosso Divino Cria-dor através de suas qualidades Divinas, os Sagrados Orixás. Ao finalizar o atendimento da assistência, os guias protetores que estavam presentes nos trabalhos vão recolhendo-se ao seu plano espiritual, despedindo-se de todos e agradecendo por mais um dia de trabalho. E nós, seus filhos espirituais, de joelhos e de olhos fechados vamos agradecendo as suas presenças luminosas em nossas vidas e lhes agradecemos por todos os que foram ajudados por eles segundo o merecimento e a necessidade de cada um. Então entoamos cantos de despedida e de subida das linhas de trabalhos, ficando em nosso intimo uma energia benéfica de saudade. Depois vem a linha dos nossos guardiões Exus para finalizar o trabalho e descarregar o ter-reiro, recolhendo todos e quaisquer resquícios de energias ou vibrações negativas que possam ter ficado em nossos campos mediúnicos, corpos espirituais e materiais. Pedem um dedinho de pinga para tomar, não porque são viciados, mas sim porque o álcool ministrado em poucas quantidades é um verdadeiro higienizador espiritual. Baforam seus charutos e se utilizam dos elementos vegetais para fazerem uma limpeza no corpo energético dos seus médiuns. E, após a partida desses guardiões da Lei nas Trevas saudamos o fechamento dos trabalhos e agradecemos a Olorum, aos Orixás e Guias protetores por mais um dia de trabalho e entoamos o canto: Me dê a sua mão, me dê o seu amor. {Eu quero te dar um aperto de mão}. {Oxalá nos criou, Oxalá nos uniu!}. {Semeou o amor e a tristeza sumiu}.

E vamos embora para casa com um sentimento maravilhoso de irmandade, agradecendo a Deus por sua generosidade para conosco em podermos servi-Lo através da Umbanda e fazer parte daquela família espiritual que nos acolheu e que faz parte de nossa vida. E, ao chegar a casa e encostar a cabeça em nosso travesseiro, pedimos que a semana transcorra mais rápida para que possamos vivenciar novamente toda aquela explosão de energias positivas e virtuosas em nossas vidas. É isso meu irmão! Assim é a sua religião, assim é o trabalho de Umbanda, uma explosão de energias Vivas e Divinas direcionando e amparando todos na evolução e no despertar consciente de suas faculdades e dons mediúnicos, que todo ser é portador, pois amor, fé, conhecimento, sa-bedoria, razão, criatividade, etc., todos são dons divinos inerentes a todos e que devem ser usados positivamente a serviço dos seus semelhantes.

EscOLAs UMbANDIsTAs DE DEsENVOLVIMENTO MEDIÚNIcO

Por Rubens Saraceni E-mail: [email protected]

Há muitos anos atrás, Pai Benedito de Aruanda, em um dos livros psicografados por mim, revelou-nos isso: ―De cada 100 crianças que nascem, 30 delas já trazem alguma faculdade medi-única (ou várias) já madura e que precisarão ser orientadas corretamente para colocá-la a serviço dos seus semelhantes e auxiliá-los‖. As faculdades mediúnicas mais ostensivas são as de incorporação, de clarividência, de intuição e de sensitividade, que também são as mais difíceis de dominar, porque se não forem

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devidamente colocadas sob controle consciente dos seus possuidores acabarão prejudicando-os e atrapalhando-os em vários aspectos de suas vidas, e mesmo, segregando-os do seio de suas famílias, sendo que muitos se tornam frequentadores de consultórios médicos (psicólogos, psiquia-tras, neurologistas, etc) ou dependentes de drogas e bebidas ainda na juventude porque se sentem diferentes das outras crianças ou dos outros jovens. Faculdade mediúnica fora de controle em uma criança, em um jovem ou adulto torna-o infe-liz, perturbado espiritualmente e desequilibrando psicologicamente, atrapalhando seu desempenho no estudo e no trabalho, podendo, em muitos casos, levar a pessoa à perda da razão e da capaci-dade de separar o lado espiritual de sua vida do lado material. Não são poucos os relatos na literatura espírita de pessoas que foram internadas como ―loucas‖ ou ―desajustadas‖. Não que existam casos como esse devido a desequilíbrios bioquí-micos e psicológicos, estes últimos devido à má formação e má orientação quando na mais tenra idade (de 1 a 7 anos de idade). Sobre isso há farta literatura, tanto espírita quanto médica e só me servi do muito que já li so-bre o assunto. Pois bem, baseado no que eu já sabia e na informação de Pai Benedito de que 30% da população possui alguma faculdade mediúnica já amadurecida em vidas passadas e no período em que o espírito viveu no astral, cerca de 15 anos comecei a estimular os dirigentes de Umbanda a abrirem seus centros em um dia específico só para acolherem essas pessoas com faculdades mediúnicas ostensivas para orientá-las e auxiliá-las no domínio consciente delas, e também ajudá-las a incorporar a mediunidade religiosamente às suas vidas, como um dom do espírito que deve ser colocado a serviço do próximo de forma correta para, aí sim, essas pessoas estarem sendo úteis com algo que possuem ou que demorou muito tempo para adquirirem: o dom mediúnico. Ensinei isso, ensino e sempre ensinarei e sempre lembrarei aos dirigentes dos centros de Umbanda que uma semana tem sete dias e que podem usar um dia só para o estudo da Umbanda e do desenvolvimento mediúnico das pessoas, principalmente dos que tem a faculdade de incorpo-rar os espíritos. Eu me baseei no que é feito regularmente no espiritismo e em muitos centros de Umbanda, onde o desenvolvimento da faculdade de incorporar espíritos é feito em dias específicos, quando o centro não recebe consulentes e suas cargas espirituais que de alguma forma perturbam os mé-diuns iniciantes, ainda vulneráveis à presença de espíritos trevosos ou sofredores que interferem e bloqueiam suas incorporações, deixando-os mal, com tonturas, dores de cabeça ouno corpo, náuseas, etc. Não inventei escolas de desenvolvimento mediúnico, apenas tenho estimulado os dirigentesumbandistas a darem a mediunidade o mesmo valor que sempre deram a ela os nossos irmãosespíritas com suas escolas de desenvolvimento mediúnico criadas há 150 anos pelos semeadores do espiritismo, e tendo à frente deles Allan Kardec que, para mim, é um dos maiores luminares da humanidade. O desenvolvimento mediúnico organizado e bem conduzido tem o apoio da espiritualidade superior e tanto nos centros espíritas quanto nos de Umbanda as aulas e práticas mediúnicas são assistidas e orientadas por espíritos mentores, muitos deles ligados aos médiuns que estão come-çando a desenvolver um método consciente de dominar suas faculdades e coloca-las em ordem para que, posteriormente, possam participar com firmeza e segurança das sessões de atendimento espiritual aos consulentes do centro que frequentam. Como eu já escrevi linhas atrás, não inventei as escolas de desenvolvimento mediúnico, pois já existem no seguimento Espírita, que segue a doutrina de Allan Kardec.Eu não inventei o desenvolvimento na Umbanda porque foi nosso querido e saudoso Pai Zeliode Morais que fundou a Umbanda e alicerçou-a na faculdade de incorporação ao incorporar oespírito mensageiro de Deus que, incorporado nele abriu o primeiro trabalho espiritual de Umban-da, oficializando no plano material mais uma religião. Eu fui beneficiário do legado deles e os reverencio sempre pelo bem que criaram e benefi-ciou-me quando precisei desenvolver-me na Umbanda e fui acolhido por dirigentes que tinham um dia à parte só para o desenvolvimento mediúnico. Mas, como já vi e já passei por centros que desenvolvem os médiuns nos dias de atendi-mento público e o guia-chefe tem pouco tempo para eles, e muitos saem das giras piores do que quando chegaram, tenho recomendado a todos os sacerdotes umbandistas que estudaram comigo

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que adotem nos seus centros um dia só para o desenvolvimento mediúnico. Mas não tenho feito essa recomendação só aos que estudaram comigo e que abriram seus centros. Também tenho divulgado essa iniciativa para que no futuro, a Umbanda tenha muitos mé-diuns, todos conscientes dos seus deveres com Deus e com a espiritualidade superior, mas tam-bém equilibrados intimamente e felizes por possuírem dons espirituais e poderem colocá-los cari-tativamente a serviço dos seus semelhantes. Nos nossos centros, os médiuns iniciantes têm um dia de estudos e práticas mediúnicas sópara eles e quando já dominam conscientemente suas faculdades, aí são conduzidos ao trabalho de atendimento ao público, cambonando os guias de trabalho, fazendo transportes, descarregos e desobsessões, aprendendo também de forma consciente e racional toda a dinâmica de trabalho da Umbanda. Com o passar do tempo e após terem auxiliado os guias e aprendido o mínimo indispensávelpara o exercício de sua mediunidade de incorporação, ficam auxiliando até que seus próprios guias espirituais, incorporados neles comecem a pedir seus colares, confirmarem seus nomes e a solici-tarem ao Guia chefe que querem trabalhar no atendimento às pessoas necessitadas. Em alguns casos é o Guia chefe, que acompanhou todo o desenvolvimento do médium que o avisa de que ele já está pronto e que seus Guias querem trabalhar nos atendimentos incorpora-dos nele. Alguns, mais tímidos ou inseguros relutam. Mas quando seus Guias incorporam e passam atender as pessoas ajudando-as, todos se soltam, se descontraem e tornam-se ótimos médiuns umbandistas. Em todo o período de tempo que passou desenvolvendo-se, o médium submeteu-se a uma disciplina íntima, a uma doutrinação religiosa e espiritualizadora da sua mediunidade, integrando-se à Umbanda e sentindo-se de fato e de direito um umbandista, orgulhoso de ser médium. Isto fizeram por mim, isso tenho feito desde que abri meu centro em 1983 e o GuiaChefe, devido ao grande número de pessoas na assistência com problemas devido à mediunidade, ordenou que abríssemos uma vez por semana só para que ele pudesse assisti-las e desenvolvê-las, pois não adiantava aplicar-lhes um passe, uma vez que eram médiuns e viviam em desequilí-brio por causa de suas mediunidades. Só se desenvolvendo essas pessoas recuperariam seus equilíbrios. Desde então já desenvolvi milhares de médiuns e muitos hoje dirigem seus centros, tambémdesenvolvendo muitos médiuns novos para a Umbanda, expandindo a nossa religião e benefician-do outras pessoas que, como eles, chegam desequilibradas diante dos seus Guias e estes vão logo as alertando com estas palavras: -Filho (a) o seu problema é de mediunidade e só desenvolvendo-a você melhorará! Quantos Guias espirituais, incorporados em seus médiuns já disseram isso a algum consu-lente? Todos os Guias de Umbanda já disseram, dizem e sempre dirão isso quando se depararem com pessoas possuidoras do dom da mediunidade de incorporação, e todos temrecomendado a elas que só desenvolvendo-se poderão recuperar o seu equilíbrio. Isto não sou eu que estou afirmando aqui e sim, todos os Guias espirituais que fazem essas recomendações às pessoas com mediunidade.

cAMbONE DE UMbANDAEscrito por: Sheila Nascimento (Serena) Enviado por Alexandre Cumino.

Gostaria de abordar um trabalho de extrema importância no terreiro que é o de cambone, mas sem deixar de lembrar-se de uma passagem curiosa: - Quando eu era pequena o meu pai sempre tinha o costume de desmontar os relógios dacasa na intenção de “melhorar seu desempenho”, relógios do tipo à corda, e sempre era a mesmaestória, ele desmontava, “lubrificava” e montava novamente, mas sempre sobravam peças, e lógicoo relógio não funcionava, ai começava a discussão com minha mãe que argumentava o erro em não saber remontar e ele dizia que eram peças “dispensáveis”, mas ora o relógio não funcionava ou

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então funcionava com problemas. O trabalho de Umbanda no atendimento ao consulente também funciona como um relógio,que tanto no astral com na parte material depende do bom funcionamento de sua engrenagem. Parte importante, como todas as outras é justamente a do cambone, já tão bem abordada aqui no JUS em outras oportunidades, mas nesta, coloco a visão de um cambone. Existe toda uma expectativa no início dos trabalhos, cada casa tem seu ritmo, mas o que nãomuda é aquela adrenalina e ansiedade (benéfica) à espera da linha de trabalho a ser chamada,muitas vezes por tempo de trabalho, por dedicação e afinidade o cambone se sente um misto depeça importante com o de um filho de todas as entidades que na casa se manifestam. Muitas vezes eu, como muitos outros, temos este sentimento de atenção com tudo: prepararo espaço para a chegada dos Guias Espirituais, pembas, blocos de anotação, velas, charutos, tudotem de estar a contento, a assistência, ansiosa, tem que ser bem recebida e conduzida aos Guias,todo o trabalho transcorre numa dinâmica de atenção, concentração e doação, dependendo muitodo amor e da dedicação de todos, inclusive de nós cambones, ai entra também o sentimento de serfilho de cada um dos Guias espirituais que, com o tempo, só de olhar sabem como estamos: comoum pai que olha o filho pequeno. Os cumprimentos e o abraço de um, a palavra do outro, a “chamada” de um terceiro, e ai agente vai crescendo como crianças dentro de uma grande família de sábios, anciões, companhei-ros, pais e mães espirituais. Chegando até mesmo um ponto em que, no meio de inúmeros Guias, o cambone ouvirmentalmente o chamado de um ou outro Guia Espiritual mais afinado com ele, solicitando suapresença ali ao seu lado. Isso não tem preço! Não digo que a cada dia de trabalho tem um aprendizado, mas sim, que a cada atendimento,sendo este ligado apenas a um médium e suas entidades ou como também os cambones queatendem vários médiuns, todos aprendem. Muito depende do funcionamento de cada casa, mas o trabalho de ser cambone é umaescola, um aprendizado sem fim que, aos atentos, faz aumentar a fé, descobrir-se e sentir-se ama-do e especial. Existem dias em que o cansaço e eventuais dificuldades atrapalham, mas são nesses diasque a espiritualidade te recompensa com um abraço de um pai querido, um ramo de alecrimimantado ou uma rosa para despachar. Enfim, é importante cada gesto dessa grande corrente, formada não só de pais e mãesespirituais, mas também dos “colegas”, irmãos de trabalho que se ajudam e muitas vezes, sob acoordenação de um guia espiritual fazem o revezamento de descarregos para os mais necessita-dos da corrente. Ser cambone é ser importante para o bom funcionamento do trabalho, exige ser atento,concentrado, estudar, aprende e se incorporar à dinâmica de trabalho da Umbanda, estar prepara-do para todo um esforço físico, mental e espiritual de trabalho e, acima de tudo, amar a Deus e o que faz. Hoje, de um modo geral, por todo o trabalho de doutrina, esclarecimento e preparação, nóscambones somos vistos como parte importante da engrenagem de funcionamento de uma casa,mas apelo aos irmãos, colegas de trabalho, que se vejam, não com soberbia na importância do seutrabalho em uma casa, mas como privilegiados e abençoados por tanta generosidade que recebemem cada auxilio às entidades, isto sem precisar mencionar do auxilio que cada cambone, assimcomo cada médium de Umbanda recebe de seus próprios amparadores espirituais. Percebam e internalizem para poderem retransmitir a gratidão, os pequenos gestos dehumildade e delicadeza, a generosidade e o trabalho extremamente gratificante e engrandecedor de servir ao Pai, servido a muitos. Se tiverem amor pelo trabalho de cambone, receberão amor enquanto forem membros nesteponto da hierarquia, e no futuro também colherão e doarão amor para toda a corrente. Hoje me despeço desse trabalho, com tristeza por deixa-lo, mas com gratidão por ter sido tão maravilhoso, e rogo que cada dia do novo trabalho seja tão perfeito, tão bom e me traga tantafelicidade como me trouxe ser cambone.

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Os gUIAs EsPIRITUAIs E A MIssÃO DA UMbANDAPor: publicado noJNU

Nós sabemos que o ato de incorporar espíritos acontece desde os primórdios dahumanidade sendo que tanto acontecem incorporações controladas quanto totalmente fora de con-trole. As incorporações controladas acontecem dentro de trabalhos mágico-religiosos,também tão antigos quanto a humanidade, não sendo privilégio da Umbanda reproduzirregularmente este fenômeno mediúnico porque povos muito antigos e que desconhecem a exis-tência da Umbanda já praticam há milênios a incorporação controlada de espíritos ainda que elas se mostrem menos elaboradas que na Umbanda, pois esta ritualizou e diferenciou a incorporação. Já as incorporações descontroladas vêm acontecendo desde os primórdios da humanidade e não está limitada a um ou outro povo porque acontece em todos os lugares sendo que nem sem-pre foi aceita como tal e sim se atribuiu a este fenômeno a denominação de loucura, segregando estas pessoas de suas famílias e da sociedade porque, quando possuídas tornam-se incontrolá-veis. A incorporação ou possessão descontrolada de espíritos foi explicada no decorrer dostempos por todas as religiões e cada uma a descreveu segundo o seu entendimento sobre o assun-to, com cada uma desenvolvendo um formulário mágico-ritualístico para lidar com este fenômeno. Ainda hoje, em pleno século XXI, vemos algumas religiões lidando com este fenômenode um modo arcaico e já ultrapassado, pois desde o advento de Allan Kardec e do espiritismo essas possessões foram muito bem explicadas e colocadas à disposição de todos, facilitando a compre-ensão da mediunidade, que não tem nada a ver com a existência de um suposto “diabo” tão pode-roso e oposto a Deus que vive atentando as pessoas e possuindo-as para levá-las para o inferno. Hoje, graças ao trabalho de Allan Kardec compreendemos perfeitamente estas possessões descontroladas e até podemos auxiliar médiuns possuídos por espíritos vingativos a lidarem com esta faculdade mediúnica livrando-os do sofrimento ao qual estavam submetidos. Então, que fique bem claro para todos que não existe uma só religião para auxiliarpessoas com desequilíbrios acentuados em suas faculdades mediúnicas. Para uma correta compreensão da possessão descontrolada temos que: 1º Acreditar na imortalidade do espírito. 2º Acreditar que se muitos evoluem no plano material e desenvolvem um elevado estado de consciência que os conduz a planos espirituais luminosos também acontece a regressão conscien-cial que conduz muitos espíritos a planos espirituais escuros retendo-os para que, no arrependi-mento corrijam-se. 3º Também sabemos que, assim como muitos espíritos que evoluíram agradecem a Deus e colocam-se como auxiliares dos que reencarnam, muitos dos espíritos que regrediram conscien-cialmente revoltam-se contra Deus e tornam-se perseguidores dos espíritos encarnados e princi-palmente daqueles que eles acham que são os responsáveis pelas suas quedas. 4º Esses espíritos “caídos” formam numerosas hordas de afins que sentem prazer em de-sencaminhar os espíritos retidos nas faixas vibratórias negativas, desenvolvendo neles a revolta contra Deus e a busca de vingança contra seus desafetos ou inimigos ainda encarnados ou não. Pois bem, como isto já foi muito bem descrito por Allan Kardec, que criou um sistema de lidar com estes espíritos dando origem ao espiritismo então precisamos compreender o contexto onde se insere a Umbanda, que adotou muitos dos conhecimentos trazidos por Allan Kardec, mas adaptou-os em uma forma diferente de utilizá-los. Se no início do século XX o espiritismo estava em plena expansão desenvolvendo um traba-lho muito grande de auxílio às pessoas obsedadas por seus algozes espirituais, no entanto eles se deparavam com a imensa quantidade de pessoas que não estavam sofrendo obsessão, mas sim eram vítimas das mais diversas modalidades de magia negativa praticadas aqui no plano material por pessoas conhecedoras delas e que recorriam a elas para se vingarem dos seus desafetos ou inimigos encarnados. Com as possessões ou obsessões o espiritismo lutava muito bem, mas, com as magias ne-gativas englobadas no nome “magia negra” não possuíam os recursos mágicos necessários para

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anulá-las e libertar as pessoas de ações muito bem direcionadas para destruí-las. Voltando no tempo nós encontramos em todos os continentes varias religiões, muitasdelas já desaparecidas, que tinham a magia positiva ou “branca”, que era recurso paraanularem as ações mágicas negativas e livrarem as pessoas vitimadas por elas dossofrimentos que elas lhes acarretavam. Mas muitas destas antigas religiões que tinham na magia positiva o antídoto correto contra a magia negativa haviam desaparecido quase por completo, só restando poucos conhecedores profundos da verdadeira magia delas. Então o plano espiritual se movimentou para criar, nos moldes do espiritismo, uma nova reli-gião que teria na magia um poderoso recurso para auxiliar pessoas vitimadas pelos que recorriam à magia negra para atingi-los. O pouco que havia restado dessas antigas religiões estava refém de algumas pessoas que não se limitavam só a prática da magia branca e sim, dependendo da recompensa também realiza-vam magias nefastas ao gosto dos seus contratantes. Porque eram muitos os que procuravam este tipo de acerto de contas com seus desafetos ou inimigos, muito era o sofrimento das pessoas vitimadas por elas e que, se não podiam pagar para quem sabia desmanchá-las, ficavam sofrendo sem ter a quem recorrer, pois tanto a feitiçaria indígena praticada aqui no Brasil quanto a europeia e a africana, etc., não fazem distinção na sua prática e sim, tanto a realizam para o bem quanto para o mal sendo que seus praticantes atribuem a responsabilidade por elas aos que os contratam, eximindo-se de qualquer culpa. Diante desse quadro sombrio foi que a espiritualidade superior se organizou para criar uma religião nos moldes do espiritismo, voltada para a prática da magia branca, com uma dinâmica pró-pria para se contrapor à prática da magia negra. Assim como a prática da magia negra envia para as faixas negativas os seus praticantes, a magia branca envia para as faixas positivas os praticantes dela. E foi entre os espíritos praticantes da magia branca que essa nova religião ressonou mais intensamente atraindo muitos milhares deles que aceitaram organizar-se para, através da incorpo-ração mediúnica controlada, começarem a ajudar as pessoas vítimas de magias negras. Espíritos de grande evolução arregimentaram muitos milhares de outros que já seguiam suas orientações e diante dos Sagrados Orixás assumiram o compromisso de, dentro da nova reli-gião, criarem linhas de trabalhos espirituais que ligadas e regidas pelos Orixás formariam a espinha dorsal da nova religião denominada inicialmente de Linha Branca de Umbanda e Demanda. Esses espíritos de grande evolução arregimentaram muitos milhares de outros espíritos também conhecedores da magia e que, em suas últimas encarnações haviam pertencido a várias religiões e povos diferentes, inclusive praticavam de formas diferentes suas ações e, que quando começaram a incorporar solicitavam dos seus médiuns elementos de magia diversificados. Uns trabalhavam com ervas, outros com velas, outros com colares, outros com pontos risca-dos, outros com fitas, linhas e cordões, outros com bebidas, outros com pós, etc. criando em pouco tempo um vasto formulário mágico umbandista que, se usava os mesmos elementos usados em outras religiões mágico-religiosas, no entanto davam a estes elementos uma utilização diferente e isto causou espanto nos tradicionalistas que, desconhecendo o poder mágico dos guias de Um-banda achavam que a nova religião agia de forma profana com elementos de magia tidos como sagrados para eles. Na verdade, não são os elementos que contêm poderes em si mesmos e sim eles estão nas mãos dos espíritos guias de Umbanda que os manipulam segundo a necessidade das pessoas que os consultam e eles, livres de qualquer convencionalismo ou ritualismo os manipulam o tempo todo sem se preocuparem com o que deles falem quem duvida dos seus poderes mágicos. Portanto a nova religião criada com o nome de Umbanda diferencia-se do espiritismo tra-dicional, ainda que se sirva dos seus conhecimentos, e diferencia-se dos tradicionais cultos afro-ameríndio brasileiros porque ainda que se sirva das suas nomenclaturas ou iconografia, no entanto deu a elas uma nova utilização e entendimento visando facilitar seus trabalhos mágico-religiosos em benefício das pessoas vitimadas por nefastas magias negativas. Esta simplificação na manipulação dos elementos de magia e de culto e acesso as Divinda-des é o que diferencia a Umbanda do moderno espiritismo e das antiguíssimas religiões mágicas e engana-se quem pensa que todos os espíritos são iguais, pois há aqueles que não são capazes

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de uma única ação mágica e há os que têm um grande poder de realização desenvolvido quando ainda viviam no plano material e que foram aperfeiçoados depois que desencarnaram e que, já livres das limitações do corpo biológico sentiram-se aptos a ampararem muitas pessoas ao mesmo tempo, trabalho este que podem realizar após ingressarem em alguma linha de trabalhos espiritu-ais umbandistas. Não houve o acaso na criação da Umbanda e ela atendeu a um clamor dos espíritos alta-mente evoluídos direcionado a Deus para que Ele lhes facultasse uma via religiosa afim com suas formações passadas onde, ainda no plano material, já se dedicavam a amparar e ajudar pessoas vitimadas por magias negativas ou perseguidas por seus inimigos espirituais. Muitos, ao descreverem a criação da Umbanda limitam-se ao evento acontecido no lado material com o seu fundador pai Zélio Fernandino de Morais e não atinam com a sua real criação já acontecida no plano espiritual. Portanto que nenhum médium umbandista se surpreenda com a forma dos seus guias tra-balharem e não atribua a eles ignorância ou atraso religioso porque as ditas religiões mentalistas ou filosóficas não sabem como combater as ações mágicas negativas desencadeadas em grande parte por seguidores delas que buscam nessa modalidade de magia acertar suas contas pendentes com seus inimigos encarnados e, justamente por não saberem lidar de forma correta com a magia negra e com as hordas de espíritos trevosos que atormentam seus seguidores, preferem atribuir o sofrimento deles a um suposto diabo, oposto a Deus, do que reconhecerem que a prática do mal contra os seus semelhantes é inerente ao ser humano, mas que essas religiões não sabem como combater.

O QUE é UM ORIxÁPor: Rubens Saraceni

Na Umbanda cultuamos o Divino Criador Olodumare ou Olorum, o nosso Divino Criador e Senhor dos nossos Destinos. E, logo abaixo Dele, cultuamos os Sagrados Orixás como suas potências Divinas que gover-nam a Criação, sendo que os identificamos apenas por alguns dos seus aspectos ou qualidades que os distinguem, os diferenciam, os individualizam, separando-os como as partes de um todo Divino. Essa ideia, sinteticamente, define o Panteão umbandista e fundamenta sua cosmogonia, sua Teogonia, sua androgênese e sua teologia, fornecendo aos estudiosos da Umbanda um ma-nancial de informações inesgotável. Esse manancial, se já era inesgotável, esperamos ampliá-lo para que tanto os estudiosos quanto os médiuns umbandistas avancem um pouco mais na identificação e compreensão do vas-tíssimo “universo” oculto por trás dos Orixás. O fato que estou conduzindo grupos de estudos do Sacerdócio Umbandista no Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, grupos estes que, espiritualmente, são conduzidos por um espírito que se apresenta como “Caboclo Pena Branca”, sendo que outros grupos já foram conduzidos pelo “Caboclo Arranca Tocos”. E, durante as iniciações dos médiuns, que são internas e realizadas dentro do nosso centro escola, o Senhor Pena Branca surpreendeu a todos nós porque alterou toda a nossa compreensão do Universo espiritual umbandista, expandindo-o de tal forma que nossa visão atual é outra, muito mais ampla que a que tínhamos antes. O nosso entendimento anterior era esse: - Temos a linha dos Caboclos, das Crianças, dos Boiadeiros, dos Exus, das Pombas giras e dos Exus mirins, etc. Na iniciação perante Iemanjá, depois dos médiuns incorporarem suas Mães Iemanjás pes-soais, que são Orixás naturais regidas pela Mãe maior Iemanjá, ele nos transmitiu isso: - Filhos, o vosso entendimento atual lhes ensina que vocês possuem um Caboclo (a) regido por um Orixá; possuem um Preto (a) velho (a) regido por outro Orixá; possuem um Baiano regido por outro Orixá; possuem uma Criança regida por outro Orixá; etc. e isso é certo, mas não é toda a verdade sobre as linhas de forças espirituais porque cada Orixá possui sob sua irradiação todas as linhas espirituais. Isto quer dizer o seguinte:

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- Que Iemanjá possui ou rege linhas de trabalhos espirituais formadas por Caboclos (as) de Iemanjá; de Pretos Velhos (as) regidos por Iemanjá; de Baianos (as) regidos por ela; de Crianças regidas por ela; de Boiadeiros regidos por ela; de Marinheiro regido por ela; de Exus, Pomba giras e Exus mirins regidos por ela, além das Sereias e outros povos do mar. Ela rege linhas de trabalhos espirituais com os graus que conhecemos dentro da Umbanda, mas também rege muitas outras linhas (ou hierarquias) de trabalhos espirituais que são totalmente desconhecidas pelos médiuns umbandistas. Ela, uma única Mãe Orixá seria capaz, ou melhor, é capaz de sustentar toda uma religião só com o seu poder Divino e seus Mistérios Sagrados, que são universais e são aplicados na vida de todos os seres (espirituais ou não) gerados por Deus. Tal como o Mestre Jesus ou Mestre Sidarta Gautama (o Buda) dão sustentação ao Cristia-nismo e ao Budismo, Iemanjá poderia sustentar um religião tão grande quanto essas duas. Mas o mesmo poderia fazer cada um dos outros Orixás cultuados na Umbanda. E, para provar o que ele dissera, todos os médiuns incorporaram suas Iemanjás pessoais e a seguir começaram a incorporar seus Pretos (as) velhos (as), Caboclos (as), Crianças e Baianos (as) regidos por Yemanjá. Paramos com a incorporação da linha dos Baianos regidos por Iemanjá, com todos os mé-diuns incorporando cada linha invocada, mas poderíamos prosseguido na incorporação das demais linhas que todos as incorporariam. E na semana seguinte, durante a iniciação perante a Sagrada Mãe Oxum, o Senhor Pena Branca repetiu as mesmas incorporações, com os médiuns incorporando guias dessas linhas de trabalhos acima citados, mas agora regidos por Oxum. Ao final ele nos deu essa explicação. - Filhos de Umbanda, saibam que cada um de vocês possui nas suas linhas de forças espiri-tuais Guias de uma mesma linha, para cada um dos quatorze Orixás regentes das Sete Irradiações Divinas, mas em cada uma delas só um é ativo, pois os outros são passivos e atuam como auxilia-res do que é ativo. O Guia ativo incorpora sempre que a linha dele é invocada e vocês o chamam de “meu Caboclo ou de “meu Preto velho ou de “meu Baiano”, etc., mas eles estão ligados a outros treze espíritos do mesmo grau (Caboclo, Preto velho, Baiano, etc.,) que vocês não conhecem, mas que também estão ligados a vocês e fazem parte do vosso enredo ou trama espiritual”. Cada Orixá cultuando na Umbanda ampara com seu poder Divino todas as linhas de Um-banda e, porque nela o termo Preto Velho (a), Caboclo (a), Erê, Baianos (as), Boiadeiro, Marinheiro, Exu, Pomba Gira, Exu Mirim são “graus” que distinguem as Correntes ou Hierarquias espirituais e cada Orixá sustenta suas correntes espirituais com esses graus. Logo existem Caboclos (as), Pretos velhos (as), Erês, Baianos (as), Boiadeiros (as), Mari-nheiros (Sereias), Exus, Pomba giras e Exus Mirins de Oxalá, de Logunan, de Oxum, de Oxumarê, de Oxossi, de Obá, de Xangô, de Egunitá, de Ogum, de Yansã, de Nanã, de Obaluaiê, de Yemanjá e de Omulu, mas em cada grau só um é ativo em um médium e todos os outros são passivos e atuam como seus auxiliares nas outras irradiações. Portanto, se o Caboclo de “frente” ou de trabalho de um médium é de Oxossi (regido por Oxossi), esse Caboclo “carrega” outros treze Caboclos, com cada um deles regido por outro Orixá diferente. E, se o Preto velho (a) de frente ou de trabalho de um médium é regido por Nanã, esse Preto velho (a) “carrega” outros treze Pretos velhos (as), com cada um deles regido por outro Orixá. E, sucessivamente, o mesmo acontece com todos os guias espirituais de “trabalhos” dos médiuns umbandistas. A soma dos guias ativos e seus auxiliares e grandes e nos mostra quanto é importante que os médiuns umbandistas se doutrinem, aprendam e evoluam praticando e caridade aos seus se-melhantes com fé, amor e racionalidade. Afinal, se as forças espirituais de um médium são muitas e estão à sua volta, distribuídas num enredo muito bem organizado, essas forças exigem o comprometimento dele perante Deus e os Orixás, buscando o aprendizado e o aperfeiçoamento consciencial, senão o abandonam e deixam-no exposto aos espíritos inferiores, denominados Kiumbas, que são grandes mistificadores

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O sIgNIfIcADO DA INcORPORAÇÃOEnviado por: Walmir Pereira E-mail: [email protected]

Incorporação; ação de incorporar; 1. dar forma corpórea a: 2. juntar num só corpo: 3. unir, ligar, reunir (em um só todo): 4 agregar (pessoa física ou jurídica) sob a forma de companhia ou sociedade por ações, cotas, com um fim de construir edifícios, etc; 5 tomar corpo, 6 ingressar em; reunir-se, juntar-se. Eis toda definições contidas no dicionário, mas falando no sentido espiritual qual seria seu real significado? Muitos têm uma visão ou concepção errada do verdadeiro sentido de incorporar nos dias de trabalhos espirituais, tendo em vista a falta de informações, pois existe um dogma muito antigo que o médium é simplesmente um cavalo ou como alguns guias costumam chamar seus médiuns de meus burros, alguns até tem outras concepções bem melhores como que médiuns são canais de comunicação do plano espiritual para com o plano físico, que em termos estão corretos, mas incorporar não é somente ser um canal de comunicação, existe um propósito muito maior por trás desta faculdade mental que muitos praticam dentro dos templos. A incorporação de nossos guias espirituais em nosso corpo físico além de ser uma troca con-tínua de fatores, tem como sentido principal fazer com que assimilemos e comecemos a manifestar em nossas vidas e para o nosso semelhante o que chamamos de sete linhas da umbanda que são as sete vontades de Deus (fé, amor, conhecimento, razão, lei, sabedoria e a vida). Portanto, não é certo vestir o branco, que para nós representa a pureza, a fé e ser visto como um cavalo ou simplesmente só como um canal de comunicação do espiritual para o material, ai estaremos dando sentido ao termo querido que alguns exus se referem a nós. Temos que nos conscientizar que em se tratando de plano espiritual ainda estamos engatinhando com relação ao conhecimento, mas por outro lado muito já foi aberto para nós através de psicografia de mestres espirituais, alguns talvez não aceitem o evoluir das coisas, (pois se tratando de Deus nada é es-tático tudo é movimento) simplesmente por causa de seus egos dominadores, pois se acreditam senhores do conhecimento Divino, e não pretendem dividir ou até mesmo perder seus discípulos para aqueles quem trazem algo diferente do que eles pregam, pois fazem da religião um verdadeiro mercado de seres humanos que inocentemente ou talvez ignorantemente fechem os olhos para as coisas que muitos fundamentam (dão fundamentos) que nos chegam para melhorar e caminhar de forma sábia naquilo que estamos praticando. Hoje temos a nossa disposição vários livros fundamentando tudo aquilo que era oculto, ou talvez desconhecido, mas era conveniente falar oculto, pois não tinham que explicar minuciosa-mente, aonde poderiam se complicar ou complicar mais ainda em nossas cabeças, mas isso é passado hoje em dia não tem conhecimento quem não quer, pois os livros estão todos aí à nossa disposição, basta querer ler. Vou citar apenas alguns dos muitos de autoria de Rubens Saraceni para estudos;

-Umbanda Sagrada-Tratado Geral de Umbanda-Orixás Ancestrais-Orixá Exu-Orixá Pomba gira-Orixá Exu Mirim-Livro de Exu-Doutrina e Teologia de Umbanda-Teogonia de Umbanda

Como diz o Mestre: Nenhuma religião é melhor do que seu pior praticante, cada um é responsável por todos e

e enganadores de médiuns relapsos. Esperamos ter deixado clara a grandeza Divina dos Sagrados Orixás. Também, que um úni-co orixá pode dar sustentação a uma religião e, justamente por isso, em cada centro de Umbanda o Orixá de frente do dirigente sempre se destaca sobre os demais que o amparam.

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vice versa, portanto quando a base da pirâmide é firme, nossas raízes nos levarão de volta as es-trelas. E na espiritualidade de uma forma geral, todas as vias de crescimento para o ser humano, colocadas por Deus à nossa disposição, são boas. Procure não desenvolver dentro de si algum preconceito de que a minha é melhor, a do fula-no é pior, pois todas são boas. Então, as pessoas que queiram se iniciar ou estão se iniciando, que façam sua caminhada sem temor. Confie que tudo está sendo conduzido pelo Superior. Mas procure se instruir, procure aprender e não colocar bloqueios dentro de si mesmo, contra isso ou aquilo, mas sim ir até cada coisa e aprender sobre ela e delas extrair o seu juízo, a sua experiência, porque isso é que vai contar.

UMbANDA QUE gERA UMbANDAs!Por: Pablo E-mail: [email protected]

Em um século de Umbanda, ainda persistimos na vã tentativa de um padrão ou uma liturgia pré-definida para a religião de Umbanda, onde alguns conceitos se complementam e outros se anulam completamente. Sabemos que a Umbanda, por tratar-se de uma religião, vai adaptando-se ao seu tempo e amoldando-se em acordo com a necessidade e cultura dos seus fiéis. Esse processo de renovação é continuo. Em caso contrário, a religião cai no ostracismo, já que deixa de atender a muitas necessida-des dos seus fiéis, outrora sanadas por ela, deixando de estimula-los a voltarem a Deus, pois todas as religiões são meios de nos voltarmos a Ele. A Umbanda destaca-se como uma religião impar, justamente por agregar em torno de si diversas formas de culto, não se apegando assim a uma liturgia ou dogma que restringe e poda o seu crescimento. Hoje muito já se fala de Umbanda e muito se falará daqui a um milênio de existência, pois naturalmente ela se renova em cada templo vivo de Deus, que são os médiuns pelos quais os orá-culos e as vontades dos Orixás manifestam-se. Os médiuns são templos vivos de Deus! Eis o mistério pelo qual a Umbanda não possui uma liturgia estável ou um dogma fixo. A Religião de Umbanda gerou varias “umbandas”, todas Sagradas filhas diletas do UM, pois temos: Umbanda Branca, Pura, Traçada, Cruzada, Divina, Esotérica, Iniciática. Evangelizada, Omolocô, Umbanda Branca de Demanda, Umbanda Cristã, Umbanda de Caboclo, Umbanda de Mesa, Umbanda Mista, etc. A lista é grande e muito se cogitou, muito se falou, muito se digladiou por uma denominação ou modelo que mais falasse ao coração ou a percepção ou ao bom senso dos Umbandistas. Pois bem, nada conseguimos nesse aspecto, pois é justamente a liberdade de culto que torna a religião mais rica. O que é a Umbanda? A Umbanda é paz e amor. É um mundo cheio de luz. É a força que nos dá vida e a grandeza nos conduz! Esta explicita no maravilhoso Hino da Umbanda o que ela é em si mesma. Umbanda é a manifestação do espírito para prática da caridade pura, gratuita e sem que haja o proselitismo. Umbanda é culto aos Orixás da Natureza, pois somos unânimes em dizer que todo templo de Umbanda reúne esses conceitos básicos. Porem não há uma liturgia pré-definida na Umbanda, pois cada médium é um templo em si e desperta de forma individual as forças sagradas que traz em seu intimo, onde imprime a sua própria dinâmica, segundo as Divindades-Orixás que o regem e, assim que assume uma liderança natural de sacerdote e passa a desenvolver seus filhos em seu templo, toda a dinâmica e doutrina serão em acordo com as forças espirituais que se manifesta através do sacerdote dirigente do templo. Então, se temos um sacerdote cujas forças são regidas por Oxalá e Iemanjá, esse templo assim como sua dinâmica e doutrina será totalmente passiva onde os trabalhos ocorrem com uma tranquilidade e paz muito grande. Porem se o sacerdote for regido por Ogum e Iansã, esse templo assim como sua dinâmica

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e doutrina será totalmente ativa, onde os trabalhos ocorreram com uma agilidade, movimentação e rigidez provenientes desses orixás. No primeiro exemplo, onde o sacerdote é regido por Oxalá e Iemanjá, o trabalho realizado ali pode denominar-se (desde que assim seja determinado pelo guia chefe do terreiro), de uma Umbanda com um novo qualificativo ou sobrenome como, por exemplo: Umbanda Cristã, devido à passividade reinante nos trabalhos. Porem no segundo exemplo, onde o sacerdote é regido por Ogum e Iansã, o trabalho rea-lizado ali pode denominar-se (desde que assim seja determinado pelo guia chefe do terreiro), de uma Umbanda com um novo qualificativo ou sobrenome como, por exemplo: Umbanda de Lei e Demanda devido à atividade e a regência direta desses Orixás de Lei, reinantes nos trabalhos. É muita pretensão nossa acharmos que esses sobrenomes ou qualidades agregados na Umbanda foram criados aleatoriamente e não tenham passado pelo crivo de um guia chefe de Umbanda, pois todos são detentores de graus de luz e aptos a darem um sobrenome ou uma qua-lidade à liturgia ali desenvolvida pelos chefes de terreiros. É definitivamente verdadeiro que a Umbanda é uma religião brasileira, fundada por um es-pírito chamado Caboclo Das Sete Encruzilhadas através de seu também fundador encarnado, Pai Zélio de Morais. É dogma fundamental e inalterável conforme as palavras ditas pelo fundador da Umbanda O senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas que: “Todas as Entidades serão ouvidas e nós aprenderemos com aqueles espíritos que soube-rem mais e ensinaremos àqueles que souberem menos, e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai”. É dogma fundamental e inalterável que: “Umbanda é a manifestação do espírito para pratica da caridade pura, gratuita e sem o recurso do proselitismo”. É dogma fundamental e inalterável que: “Umbanda é o Culto a Deus, por meio dos Orixás, que são manifestadores de Suas Qualidades Divinas”. À parte disso, na Umbanda não há um dogma ou uma liturgia que define uma regra esta-belecida para pratica-la, pois, cada médium manifesta uma natureza intima e individual no qual herdamos de Deus nosso Divino Criador. E a Umbanda, que é o culto à natureza, manifesta-se a partir dessa natureza ou DNA divino que herdamos de Deus individualmente. Por isso a existência de varias “Umbandas” na Umbanda, todas sagradas e detentoras de direitos divinos de manifestarem-se com esses nomes, pois é a manifestação de Deus a partir do individual existente no Todo. Assim como Deus nos gerou a sua imagem e semelhança e nos dotou individualmente com uma particularidade única que só existe em nós, assim também é a Umbanda, que gerou tantas outras umbandas e as dotou individualmente com uma particularidade única existente somente nessas umbandas. Minhas reverências às Umbandas: Umbanda Branca, Pura, Traçada, Cruzada, Divina, Eso-térica, Iniciática, Omolocô, Umbanda Branca de Demanda, Umbanda Cristã, Umbanda de Caboclo, Umbanda de Mesa, Umbanda Mista, Umbanda de Lei, Umbanda Renovada, etc. Todas, a meu ver são sagradas, pois todas, sem exceção, foram manifestações da vontade de forças espirituais, na-turais, divinas, guias e protetores daqueles sacerdotes que assim as denominaram e expandiram seus cultos movidos por uma vontade maior. Sarava a Umbanda essa geradora divina, que, ao gerar suas correntes, também denomina-das de Umbanda e batizadas pelos guias-chefes com um sobrenome identificador de seu campo de ação, também exercem de forma digna a pratica da caridade pura e gratuita. Minhas reverências aos Sacerdotes Baluartes que dedicaram suas vidas à expansão do culto e cujo intimo com toda a certeza foi movido pelo amor em tornar a Umbanda uma Grande Via Evolucionista. Minhas reverências a todos aqueles que trabalham na particularidade dos seus lares, feitos templos de Umbanda em um dia especifico da semana, onde arrastam o sofá e transformam a cô-moda em conga e, no anonimato de suas casas, incorporam seus guias para fazerem a caridade pura e gratuita, ajudam a engrandecer a e expandi-la como religião de massa. Sarava a Umbanda, Sarava as Umbandas.

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O AUTO bLOQUEAMENTO DA MEDIUNIDADEThiago Bertozzi Email - [email protected]

Como ocorre o auto bloqueamento da mediunidade? Acontece quando por falta de conhecimento, por arrogância, irresponsabilidade, preguiça, descaso, vaidade, entre outras que leva o médium a deixar seu Dom de lado. “O médium durante sua vida do lado de “fora” (do terreiro vamos colocar desta forma para aqueles que são simpatizantes, mas não fazem parte de corrente mediúnica) tem sua mediunidade em estado potencial”. Mas quando ele passa para “dentro” se torna integrante da corrente mediúnica a sua mediu-nidade deixa de ser passiva e se torna ativa com isso o médium se torna visível pelo baixo astral é como se os holofotes apontassem para ele. O porquê disso? Como a Umbanda é uma religião, que te ensina como não ser mais escravo dos medos, de morrer, dos pecados, do inferno, que muitos falam, mas não sabem explicar e só serve para ame-drontar as pessoas, e a Umbanda te mostra de forma racional que tudo tem o seu porque e que nada é por acaso, com isso você se liberta destas prisões psíquicas que foram construídas através dos anos e esta liberdade consciencial ordenada e equilibrada torna-os um perigo em potencial para os vossos semelhantes que regrediram consciencialmente e povoam as faixas vibratórias negativas, mais conhecidas como baixo astral. Mas se o médium não faz suas obrigações básicas como seus banhos, acender suas velas de proteção e não mantem os seus pensamentos constantemente elevados, e tem ações reprová-veis pela Lei Maior e pela Justiça Divina. Ele acaba cavando o seu próprio buraco, com isso começa dar tudo errado na vida dele, e é nesta hora que eles são realmente testados porque a maioria se revolta e só piora a situação. E não entendem e não enxergam que o problema são eles próprios e muitos só percebem isso quando já estão no fundo do poço. E se a descida é rápida a subida é lenta e cada degrau da escada só se sustenta se for feito de pensamentos, atitudes e ações nobres, boa vontade, luta constante para o aperfeiçoamento, dedicação ao estudo para maior compreensão de sua própria situação. Com este conjunto é formada a reforma intima do ser e se o interior está bem o exterior é consequência, ai sim se vê quanto tempo se passou e o quanto é difícil chegar à superfície e sai deste poço fundo das nossas próprias ilusões. E este texto é uma auto avaliação minha e é muito triste ver diversos irmãos que estão dei-xando de serem ótimos instrumentos do bem e da caridade e se perdendo pelo caminho e tendo que aprender através do caminho da dor ao invés do caminho do amor, mas como todos os ca-minhos levam ao Pai então aqueles que forem pela dor vão ter esta lição marcada pelas lágrimas derramadas de sofrimento. Então irmãos atentem para com os seus pensamentos e atitudes porque o que você plantar será o que você irá colher. E usem este relato de alguém que caiu sofreu mais se levantou através de muita ajuda e paciência de todos os meus irmãos de fé e principalmente do meu Pai de Santo e dos meus Pais e Mães Guias espirituais que são nossos amigos e companheiros para todas as horas. Então eu vos agradeço pela oportunidade e que os Orixás os abençoem.

A fé NA UMbANDAPor: Rubens Saraceni

A Umbanda é uma religião eminentemente espiritista e espiritualizadora. Portanto, a fé professada pelos seus praticantes, médiuns em sua maioria, exige uma crença forte em Deus e na existência do mundo espiritual, que interage o tempo todo com o plano material. Analogicamente, podemos comparar a crença umbandista à do cristianismo, que tem em Deus oCriador Supremo (Olodumare ou Olorum) e em Jesus o seu maior mistério (sincretizado com Oxalá).

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Mas, tal como no cristianismo há as coortes de anjos, arcanjos, querubins, serafins, etc., na Umbanda há hierarquias de Orixás (Ogum, Xangô, Oxóssi, Iemanjá, Oxum, Iansã, etc.) que têmfunções análogas, ainda que sejam enfocadas e cultuadas segundo rituais próprios. Para entender a fé na Umbanda é preciso mergulhar fundo em sua essência religiosa, porque umumbandista convicto não é uma pessoa contemplativa e interage o tempo todo com o mundo espiritual e tam-bém com o universo divino, já que é em si um templo vivo e através do qual os Sagrados Orixás manifestam Suas vontades. A fé, na Umbanda, é mais que uma questão de crença. É um verdadeiro ato de fé, pois um umbandista é o meio natural por onde a religião flui com intensidade e mostra-se em toda a suagrandeza e divindade, ainda que de forma simples e adaptável às condições do seu adepto. A fé, na Umbanda, transcende e torna-se um estado de espírito através do qual são realizadas as engiras ou sessões de atendimento das pessoas necessitadas de auxílio espiritual e de orientaçãodoutrinária e religiosa. Fé, na Umbanda é sinônimo de trabalho em prol do próximo, de evolução consciêncial e transcendên-cia espiritual para os seus adeptos e seus médiuns praticantes. A fé é ensinada como a integração da pessoa ao seu Orixá Regente, que é sua ligação superior com Deus, com Oludumare, o Senhor do nosso destino e da nossa vida. Crer em Deus e nos Seres Divinos manifestadores dos Seus Mistérios Sagrados é natural nos um-bandistas e dispensa maiores esforços nesse sentido, já que a mediunidade é o meio mais rápido de integração com Ele e Seus manifestadores, os Orixás. A Umbanda é Sagrada porque é uma religião onde os mistérios de Deus têm uma feição humanitária e estão voltados para nossa evolução e nosso amparo espiritual, assim como de todas as pessoas que frequentam seus templos, também denominados tendas. Cremos em um Criador Supremo; cremos na existência das hierarquias divinas; cremos na manifesta-ção dos Sagrados Orixás através da incorporação de suas vibrações mentais; cremos na existência do mundo espiritual; cremos na interação deste mundo superior com o nosso mundo material. Enfim, a fé, na Umbanda é mais que uma questão de crença, é um estado de espírito e é muito mais que o ato de crer em Deus, é o ato de realizar-se Nele, enquanto seres espirituais gerados por Ele, o Senhor Olorum, o nosso Divino Criador!

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