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Universidade de Brasília Faculdade Economia, Administração e Contabilidade Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais Bacharelado em Ciências Contábeis BRENDA GIORDANI FAGUNDES FORÇAS E FRAQUEZAS DA PERFORMANCE SOCIAL CORPORATIVA DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS Brasília DF 2017

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Universidade de Brasília

Faculdade Economia, Administração e Contabilidade

Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais

Bacharelado em Ciências Contábeis

BRENDA GIORDANI FAGUNDES

FORÇAS E FRAQUEZAS DA PERFORMANCE SOCIAL

CORPORATIVA DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Brasília – DF

2017

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BRENDA GIORDANI FAGUNDES

FORÇAS E FRAQUEZAS DA PERFORMANCE SOCIAL

CORPORATIVA DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Ciências Contábeis e atuariais da

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

da Universidade de Brasília, como requisito à conclusão

da disciplina Pesquisa em Ciências Contábeis e

obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis

sob a orientação da professora Doutora Fátima de Souza

Freire.

Brasília – DF

2017

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BRENDA GIORDANI FAGUNDES

FORÇAS E FRAQUEZAS DA PERFORMANCE SOCIAL CORPORATIVA DE

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Ciências Contábeis e atuariais da

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

da Universidade de Brasília, como requisito à conclusão

da disciplina Pesquisa em Ciências Contábeis e

obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis

sob a orientação da professora Doutora Fátima de Souza

Freire.

Aprovada em 20 de junho de 2017.

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª. Fátima de Souza Freire

Profª. Drª. Danielle Montenegro Salamone Nunes

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pois Ele é o maior responsável por todos os caminhos que

tracei e que me fizeram chegar onde estou hoje.

À Profª. Drª. Fátima de Souza Freire, por ter me convidado a fazer meu primeiro artigo

e, na sequência, ter aceitado ser minha orientadora e me acompanhado ao longo da execução

desse trabalho.

À minha família de modo geral e, em especial, a minha vó Marlene, que reconheceu

meus esforços desde nova e financiou os meus estudos, possibilitando que tivesse uma

excelente formação; a minha mãe Silvana e irmã Bárbara por sempre terem me dado apoio

incondicional, compreendido meu estresse e ausência em razão dos estudos e não medirem

esforços e palavras de incentivo; ao meu padrasto Seabra por ter me influenciado, na época

em que me encontrava tão confusa, na escolha do curso de Ciências Contábeis e,

consequentemente, no resto de toda minha vida profissional.

Aos meus amigos de faculdade, por terem se tornado grandes parceiros, tanto nas

horas de estudo como nas de diversão.

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“Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena

Acreditar no sonho que se tem

Ou que seus planos nunca vão dar certo

Ou que você nunca vai ser alguém

Tem gente que machuca os outros

Tem gente que não sabe amar

Mas eu sei que um dia a gente aprende

Se você quiser alguém em quem confiar

Confie em si mesmo

Quem acredita sempre alcança!”

Renato Russo

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RESUMO

A Resolução n. 4.327 de 2014 do Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu diretrizes

de Política de Responsabilidade Socioambiental, quanto a sua implantação e estabelecimento,

que devem ser observadas pelas instituições financeiras. Em razão de sua influência sobre a

economia do país e contribuição para o avanço de boas práticas e adequado gerenciamento de

risco socioambiental, é importante explorar e avaliar suas políticas de Responsabilidade

Social Corporativa (RSC). Esse estudo objetiva analisar as forças e fraquezas da Performance

Social Corporativa (PSC) do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander - a respeito das

dimensões socioambientais sugeridas pela Global Reporting Initiative (GRI): práticas

trabalhistas, responsabilidade pelo produto, sociedade, ambiental, econômica e direitos

humanos. Os dados, referentes ao período de 2010 a 2015, foram extraídos, a depender, dos

relatórios de sustentabilidade, anuais e/ou integrados, demonstrações contábeis, inventários

das emissões de gases de efeito estufa e caderno de indicadores de sustentabilidade. Um

índice de PSC foi gerado, a partir da adaptação do indicador Environmental, Social and

Governance (ESG) utilizada por Manescu (2011). Concluiu-se que os bancos privados

apresentaram, de modo geral, melhor índice de PSC que os bancos públicos, além do

Santander ter apresentado destaque na dimensão Sociedade, inclusive melhor que a Caixa,

que é um banco público conhecido por atuar no fomento às comunidades locais. O fato de ter

capital aberto pode ter influenciado no desempenho socioambiental. Esses aspectos podem ser

indícios de comprovação da Teoria da Legitimidade. Individualmente, as dimensões

Econômicas e de Direitos Humanos não tiveram os melhores resultados.

Palavras-Chave: Responsabilidade Socioambiental, Performace Social Corporativa,

Instituições financeiras.

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SUMÁRIO

ÍNDICE DE TABELAS..............................................................................................................7

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................8

2 DISCLOSURE E TEORIAS..................................................................................................12

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...........................................................................16

4 RESULTADOS.....................................................................................................................22

4.1 ANÁLISE GLOBAL DOS ÍNDICES...........................................................................22

4.1.1 Dimensão Econômica...........................................................................................22

4.1.2 Dimensão Ambiental............................................................................................23

4.1.3 Dimensão Práticas Trabalhistas...........................................................................24

4.1.4 Dimensão Direitos Humanos...............................................................................24

4.1.5 Dimensão Sociedade............................................................................................25

4.1.6 Dimensão Responsabilidade pelo Produto...........................................................26

4.1.7 PSC Consolidado..................................................................................................26

4. 2 ANÁLISE DO DESEMPENHO DAS EMPRESAS....................................................27

4.2.1 Banco do Brasil....................................................................................................27

4.2.2 Bradesco...............................................................................................................28

4.2.3 Caixa.....................................................................................................................29

4.2.4 Santander........................................................................................................ .....30

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................31

REFERÊNCIAS........................................................................................................................32

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Categorias e aspectos GRI – G4 (2015)............................................... ............18

Tabela 2 Estatística Descritiva da Dimensão Econômica................................................22

Tabela 3 Estatística Descritiva da Dimensão Ambiental.................................................23

Tabela 4 Estatística Descritiva da Dimensão Práticas Trabalhistas.................................24

Tabela 5 Estatística Descritiva da Dimensão Direitos Humanos.....................................25

Tabela 6 Estatística Descritiva da Dimensão Sociedade..................................................25

Tabela 7 Estatística Descritiva da Dimensão Responsabilidade pelo Produto................26

Tabela 8 Estatística Descritiva do índice PSC consolidado.............................................26

Tabela 9 Respectivas dimensões do Banco do Brasil e seu PSC consolidado.................27

Tabela 10 Respectivas dimensões do Bradesco e seu PSC consolidado............................28

Tabela 11 Respectivas dimensões da Caixa e seu PSC consolidado.................................29

Tabela 12 Respectivas dimensões do Santander e seu PSC consolidado...........................30

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1 INTRODUÇÃO

O relatório Brundtland introduziu o conceito de desenvolvimento sustentável, que

busca conciliar desenvolvimento econômico-social e proteção ambiental, relacionando a

promoção das necessidades do presente, sem afetar a capacidade das gerações futuras de

satisfazerem suas próprias necessidades (CMMAD,1987). Foi no relatório que surgiu a noção

de três pilares do desenvolvimento sustentável, também conhecida como Tripple Botton Line,

que estão voltados para o social, o ambiental e o econômico. Conforme Ventura (2005), tal

conceito influenciou diversos setores sociais a repensarem o processo produtivo,

principalmente naqueles onde o uso de recursos naturais é mais intenso.

O enfoque no desenvolvimento sustentável ganhou voz no Brasil especialmente no

final da década de 1980 (BUFFARA; PEREIRA, 2003). Isso pode ser evidenciado pelo maior

número de pesquisas acadêmicas sobre os problemas ambientais e sociais e pelo maior foco

dado para esse tema pelos governos, profissionais de contabilidade, organizações e diferentes

corporações relacionadas ao assunto (DEEGAN, 2002).

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) é, para Carroll (1999), o compromisso

voluntário e contínuo da empresa com o progresso econômico, desenvolvimento social e a

proteção e preservação do meio ambiente. Wood (1991) acredita que a ideia básica da

performance social corporativa (PSC) é a de que os negócios e a sociedade são intimamente

ligados em vez de serem entidades distintas, porque a sociedade apresenta certas expectativas

quanto ao comportamento das empresas.

Quando vista pela ótica da Teoria da Legitimidade, Behram (2015) ilustra que a

sociedade faz uma pressão social, impactando na escolha de quais informações serão

divulgadas pelas empresas. Conforme Cormier e Gordon (2001), o principal motivo para as

empresas divulgarem informações ambientais é a preocupação que possuem em legitimar suas

atividades.

Liston-Hayes e Ceton (2009) alertam que as organizações estão gastando, anualmente,

grande vulto em nome da performance social corporativa. Eugênio (2010) relata que as

empresas, em geral, não mais produzem relatórios estritamente financeiros, em grande parte,

porque lhes é exigida pela sociedade uma postura socialmente responsável, confirmada com a

disponibilização pública de informações no âmbito social e ambiental.

Os relatórios de RSC são uma ferramenta de comunicação usada pelas companhias

para transmitir uma imagem transparente. Como parte da estratégia de RSC, cada companhia

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escolhe o nível solicitado de transparência, que depende da pressão exercida pelas partes

interessadas específicas da companhia (FERNADEZ-FEIJOO; ROMERO; RUIZ, 2014). A

transparência é definida como o volume de informações específicas da empresa disponíveis

para aqueles que estão fora dela (BUSHMAN et al. 2004).

Em nível internacional, um modelo de relatório de sustentabilidade foi gerado pela

Global Reporting Initiative (GRI), organização internacional criada em 1997 a partir de uma

reunião de investidores na Holanda, Amsterdã. A GRI atingiu as empresas em âmbito

mundial e seus relatórios estão disponíveis em várias línguas, incluindo o Português. A GRI

oferece definições, orientações e demais informações para auxiliar as organizações a divulgar

informações no âmbito econômico, social e ambiental (NOGUEIRA; DE FARIA, 2012).

Ainda no plano internacional, surgiu em 2010 o Relato Integrado, criado pelo IIRC

(International Integrated Reporting Council) por meio de uma coalizão global entre

reguladores, investidores, empresas, profissionais do setor contábil e ONGs (IIRC, 2013). O

Relato Integrado objetiva melhorar a qualidade das informações contidas nos relatórios,

dando ênfase à conectividade de informações, relevância estratégica, concisão e orientação

para o futuro entre os relatórios financeiros e sociais. Contudo, somente em 2013, a estrutura

conceitual do Relato Integrado – The International IR Framework - foi divulgada

oficialmente pelo IIRC, o que o torna ainda pouco conhecido no meio empresarial.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) trouxe o

Balanço Social, demonstração alternativa e não obrigatória mais quantitativa que qualitativa,

que objetiva evidenciar informações financeiras, econômicas, ambientais e sociais da

performance das empresas de maneira transparente para seus usuários. O Balanço Social é,

portanto, um relevante instrumento de divulgação da responsabilidade social da empresa, sem

deixar de apresentar a vertente econômica, auxiliando a gestão socioambiental presente e o

planejamento futuro (FERREIRA et al, 2009).

Ainda no Brasil, em 2015, foi criado o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE),

como um instrumento que possibilita a comparação da PSC das empresas listadas na

BM&FBOVESPA, baseada na eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e

governança corporativa. Para avaliar o desempenho em sustentabilidade empresarial e

selecionar as empresas para compor o índice, a bolsa e o Conselho Deliberativo do ISE

(CISE) utilizam um questionário desenvolvido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade

(GVces) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas

(FGV-EAESP). O questionário é aplicado para as companhias emissoras das 200 ações mais

negociadas da bolsa - principal limitação do índice - e, dentre elas, são escolhidas, no

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máximo, 40 empresas para compor a carteira (BM&FBOVESPA). Não há ainda uma análise

precisa das ações e prejuízos ambientais causadas pelas empresas. Cita-se, por exemplo, o

caso da Samarco, mineradora formada pela joint-venture entre a Vale e a BHP Billiton,

causadora do recente desastre ecológico no país. A Vale, até 2015, participava do rol de

empresas que compunham a carteira do ISE.

Em se tratando das instituições financeiras, os Princípios do Equador surgiram, em

2002, de um encontro promovido pelo International Finance Corporation (IFC), braço

financeiro do Banco Mundial, que com a presença de quatro bancos internacionais (Banco

ABN Amro, Barclays, Citi e WestLB) para discutir sobre aspectos socioambientais em

mercados emergentes, tendo em vista a falta de uma legislação rígida de proteção ambiental.

Os Princípios do Equador revelam uma prática sustentável nos bancos, em suas respectivas

concessões de crédito (NOGUEIRA; DE FARIA, 2012).

No mesmo ano, a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) constituiu a

Comissão de Responsabilidade Social e Sustentabilidade, buscando adequar a divulgação

pelas instituições financeiras ao modelo proposto pela GRI, ilustrando a importância dada ao

assunto no âmbito bancário e a preferência por essa orientação (VENTURA, 2005).

O Banco Central do Brasil (BACEN) se pronunciou sobre o tema em 2014, a partir da

Resolução Nº 4.327/2014, elaborada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que dispõe

sobre as diretrizes que, considerados os princípios de relevância e proporcionalidade, devem

ser observadas no estabelecimento e implementação da Política de Responsabilidade

Socioambiental pelas instituições por ele autorizadas a funcionar.

Segundo Ventura (2005), averiguar quais as ações que estão sendo empreendidas, bem

como o que está sendo objeto de mudança no campo das instituições bancárias brasileiras,

inseridas no movimento pela RSC, é uma maneira de compreender como as ações sociais

estão sendo implantadas, de forma geral, no Brasil.

As instituições financeiras possuem baixo potencial de impacto ambiental, o que lhes

concede maior flexibilidade para realizar ações sociais e, por conseguinte, maior visibilidade

frente aos demais setores. Tais empresas possuem destaque na execução de ações de

sustentabilidade socioambiental e isso é evidenciado na relevante participação, anualmente,

dos bancos no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), em comparação aos outros

setores de empresas listadas na BM&FBOVESPA (RUFINO et al, 2014).

Apesar dos indicadores citados acima, o Brasil ainda carece de pesquisas, métodos e

índices que analisem as ações e os impactos socioambientais das empresas nacionais. Ainda

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não há, no país, metodologias de mensuração com grande dimensão acadêmica (FONTANA;

FREIRE; PEREIRA, 2011).

Assim sendo, Mussoi e Bellen (2008) alertam que a falta de homogeneidade das

informações ambientais contidas nos relatórios limita a análise e a comparabilidade entre as

organizações. Paralelamente, Ceton e Liston-Hayes (2009) relatam que ao mesmo tempo em

que os mercados estão cada vez mais dispostos a dar uma retribuição às empresas socialmente

responsáveis, faltam-lhes instrumentos adequados para medir a performance social

corporativa.

Diante o exposto, esse trabalho objetiva analisar a Performance Social Corporativa

(PSC) de quatro grandes instituições financeiras brasileiras (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa

e Santander), com o intuito de observar as forças e fraquezas, a partir de um conjunto de

responsabilidades econômicas, legais, éticas e filantrópicas, relacionadas a seis dimensões

(práticas trabalhistas, sociedade, ambiental, econômica, direitos humanos e responsabilidade

pelo produto).

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12

2 DISCLOSURE E TEORIAS

Disclosure é o fornecimento em tempo hábil de informações significativas que

resultam em uma imagem precisa e transparente das operações, do desempenho financeiro e

da administração de uma empresa (DAWKINS; FRAAS, 2008).

Os relatórios divulgados pelas empresas podem ser voluntários ou obrigatórios. Dentre

os voluntários, em geral, encontram-se os sociais e ambientais, os quais variam de acordo com

o país. Não só a obrigatoriedade dos relatórios é distinta, como também o volume e o assunto

que é abordado nos relatórios voluntários dependem do país (GRAY et al., 2001).

A teoria do disclosure voluntário indica que as entidades divulgam informações que

lhes são favoráveis em detrimento àquelas que não são. Além disso, utilizam-se da divulgação

voluntária a fim de realçar uma informação e intencionalmente ofuscar algo que não está indo

tão bem na empresa, ficando silenciado no relatório (DYE, 2001).

Conforme Gonçalves (2011), os programas sociais, que buscam reduzir os impactos

negativos ocasionados à comunidade local, são lançados como uma forma de as empresas

conseguirem maior aceitação em virtude de seus externalidades, assim como promoverem

uma imagem delas associada a ações que possam ser vistas como socialmente responsáveis.

Segundo Fernandes (2013), as empresas brasileiras têm divulgado informações

voluntariamente a fim de aumentar seu valor no mercado e ter credibilidade com as partes

interessadas no negócio, facilitando que consigam financiamentos, novos mercados e retornos

financeiros.

Os stakeholders, também chamados de partes interessadas, são as pessoas ou grupos

que sofrem influência, de forma significativa, direta ou indireta, das atividades, produtos e/ou

serviços das empresas (ABNT, 2004; GRI, 2013).

Segundo a teoria da legitimidade, os disclosures são um resultado da pressão social

exercida pelos stakeholders (BEHRAM, 2015), o que pode afetar, de maneira expressiva, a

capacidade de as empresas implementarem suas estratégias e obterem sucesso em seus

objetivos (GRI, 2013). A teoria sugere ainda que os gestores adotarão estratégias para

assegurar a divulgação contínua de determinadas informações que são julgadas como vitais

para a sobrevivência da organização (EUGÊNIO, 2010). Penedo et al. (2004) relatam que os

gestores podem utilizar a política de divulgação escolhida como um instrumento para

influenciar a percepção do exterior sobre sua empresa. Várias empresas, portanto, buscando

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uma melhor imagem social, evidenciam informações menos relevantes à sociedade em

detrimento àquelas que efetivamente refletem a performance ambiental.

A preocupação mundial com o meio ambiente é crescente, o que resulta em uma

cobrança para que as empresas tenham atitudes sustentáveis (FERNANDES, 2013). Dessa

forma, em busca de legitimidade, há um maior volume de informações socioambientais sendo

divulgado pelas empresas, tendo em vista que esse é um indicativo de responsabilidade social

corporativa. A Teoria da Legitimidade, portanto, tem sido usada para explicar a escolha do

conteúdo, apresentação e volume dos relatórios socioambientais pelas empresas (MOREIRA

et al, 2014).

Com relação às normas vigentes sobre sustentabilidade, o Conselho Federal de

Contabilidade (CFC), por intermédio da Resolução de nº 1003/04, de 19 de agosto de 2004,

aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T) 15 – Informações de Natureza

Social e Ambiental. Segundo o CFC, nenhuma empresa é obrigada a divulgar sua

responsabilidade social, no entanto, as que optam por fazê-lo, devem divulgar as informações

de natureza social e ambiental de acordo com os procedimentos determinados por esta norma

e de maneira complementar às demonstrações contábeis, não se confundindo com as notas

explicativas.

Por outro lado, o Comunicado Técnico CTO 01 - Emissão de Relatório de

Asseguração Relacionado com Sustentabilidade e Responsabilidade Social -, que tem por

base o Comunicado Técnico IBRACON nº 07/12, aponta que, enquanto não houver norma

específica sobre Sustentabilidade e Responsabilidade Social, a NBC TO 3000 - Trabalhos de

Asseguração Diferente de Auditoria e Revisão -, novo título dado pela Resolução CFC nº

1.163/09, deverá ser utilizada. A NBC TO 300 é a norma equivalente ao ISAE 3000 do

Assurance Engagements Other than Auditsor Reviews of Historical Financial Information

(IASB, 2003). Tanto a NBC TO 3000 quanto o ISAE 3000 indicaram quais elementos básicos

devem ser adotados pelas empresas, mas não padronizaram a forma de apresentação do

relatório.

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) revela, além de aspectos econômicos, a

atuação das empresas advinda do compromisso estabelecido pelo contrato social, mesmo que

tácito, concebido entre as instituições e a sociedade (CONCEIÇÃO et al, 2011). Para Ventura

(1999), é considerada, ao nível externo, a relação da empresa com o meio ambiente, clientes,

fornecedores, a comunidade onde se insere e as que atingem por meio de seus produtos e

serviços, ou pelo efeito destes.

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A RSC é, levando-se em consideração todas as obrigações das organizações esperadas

pela sociedade, o conjunto de responsabilidades econômicas, legais, éticas e filantrópicas, as

quais devem ser consideradas simultaneamente. As responsabilidades econômicas são as

principais dos negócios, já que possuem o dever de produzir bens e serviços que a sociedade

almeja e, ao vendê-los, produzirem lucros. As legais estão relacionadas ao atendimento das

leis e regulamentos. As éticas são crenças e atividades não necessariamente expressas nas

leis, mas sintonizadas com as normas morais vigentes na sociedade. E as filantrópicas são

relacionadas a atitudes puramente voluntárias, que contribuem para o bem-estar social

(CARROLL, 1979).

Relatório de Sustentabilidade é o termo abrangente para se referir a outros relatórios

cujo intuito é o de descrever os impactos sociais, ambientais e econômicos (triple botton line)

de uma organização. Dessa forma, mede, divulga e presta contas do desempenho

organizacional às partes interessadas, visando o desenvolvimento sustentável (GRI, 2013).

No contexto da RSC, as instituições financeiras têm papel importante, tendo em vista

que os bancos atuam como intermediadores na relação dos que demandam e dos que detêm

recursos, possibilitando a melhoria das condições de vida das pessoas que residem próximo e

promovendo o desenvolvimento local (PÉREZ; DEL BOSQUE, 2012). Como citado por

Crisóstomo, Freire e Soares (2012), os bancos também podem barrar empréstimos para

projetos cujas consequências não sejam viáveis em termos socioambientais, permitindo uma

mitigação de possíveis riscos. Além disso, no Brasil, a atividade produtiva se financia

predominantemente via sistema bancário, e não via mercado de capitais, o que revela um

papel importante das instituições financeiras (LEVINE, 2002).

Quanto aos estudos voltados ao setor bancário, pode-se citar Crisóstomo, Freire e

Soares (2012), que objetivou analisar a RSC do setor bancário comparativamente com a de

outros setores no Brasil, a partir de dados de RSC contidos nos balanços sociais divulgados

pelas empresas brasileiras, relativos ao período de 1996 a 2008. O resultado da pesquisa

revelou índices de RSC mais elevados em empresas do setor bancário em relação aos demais

setores analisados, no entanto, ao analisar isoladamente a questão ambiental, o resultado se

inverte.

Parisotto e De Souza (2012) buscaram avaliar os investimentos em projetos

socioambientais destinados pelo setor bancário brasileiro, evidenciados em seus balanços

sociais e relatórios de sustentabilidade, referentes ao período de 2007 a 2009, em relação ao

valor adicionado, à receita operacional líquida e ao lucro líquido. Os resultados mostraram

que, com exceção de um banco, as instituições analisadas diminuíram seu lucro líquido em

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relação à receita operacional líquida e o valor adicionado apresentou aumento. Apesar dos

136 bancos analisados terem aumentado seus investimentos sociais internos e externos,

apenas dois deles aumentaram com relação ao lucro líquido, sendo um percentual

significativamente menor em se tratando dos externos. Apenas um banco elevou seus

investimentos ambientais, sendo o mesmo aumento com relação ao lucro líquido.

Nogueira e De Faria (2012) objetivaram analisar o real comprometimento dos bancos

com a sustentabilidade e, para isso, avaliaram o nível de evidenciação dos indicadores

essenciais da GRI por parte dos maiores bancos brasileiros. Os resultados ilustraram uma

grande aderência ao modelo proposto pela GRI pelos bancos analisados, denotando

comprometimento com a sustentabilidade por parte das instituições financeiras brasileiras.

Rufino et al (2014) buscaram evidenciar se havia relação entre sustentabilidade

socioambiental e melhor desempenho econômico-financeiro dos bancos enquadrados no ISE

da BM&FBOVESPA entre os anos de 2006 a 2011. Concluiu-se que não houve indícios

suficientes para afirmar de forma decisiva essa relação e que é possível que seja constatada no

médio e longo prazo. Estudo similar foi realizado por Leite Filho e De Figueiredo (2009), que

analisaram a relação de indicadores de RSE do Balanço Social e o desempenho-econômico

financeiro (Valor Econômico Agregado – EVA) de instituições bancárias brasileiras

(divulgadas no site do IBASE). Os resultados indicaram que 63% dos modelos montados

rejeitaram a hipótese de relação entre os indicadores de RSE e o EVA, portanto, os

investimentos em nome da RSE não explicaram de forma significativa uma melhora no

desempenho econômico-financeiro dos bancos analisados.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Conforme Niemeijere De Groot (2008), o uso de indicadores para monitorar a prática

de sustentabilidade socioambiental foi empregado como forma de quantificar os impactos

sociais e ambientais e do crescimento econômicos causados pelas empresas. Contudo, os

indicadores também auxiliam na construção de mecanismos que possam corrigir os efeitos

frequentemente negativos do desenvolvimento de ações (PORTNEY, 2002). Assim, os

indicadores são utilizados para constituir uma base de informações, estabelecendo uma

linguagem comum para as empresas e para as pesquisas acadêmicas.

Esse trabalho sugere a elaboração de um índice que possa medir a PSC de instituições

financeiras. A metodologia escolhida foi a utilizada por Manescu (2011). Em seu trabalho,

foram apresentados modelos baseados no Kinder, Lydenberg, and Domini (KLD), dentre os

quais, foi utilizada a metodologia do índice Environmental, Social and Governance (ESG)

como metodologia de cálculo para esse trabalho, devido à adaptabilidade de sua fórmula.

A metodologia diz respeito a escolher dimensões a serem analisadas e, para cada uma,

classificar pontos fortes e pontos fracos. Para existência atribui-se valor 1; para ausência, 0; e

para falta de divulgação do dado, 0. Para cada dimensão escolhida, calcula-se o índice de

PSC subtraindo-se a média aritmética dos pontos fracos da média aritmética dos pontos fortes,

conforme equação (1) expressa abaixo.

( )

Onde: é o índice de PSC referente à dimensão j no ano t;

é o número de

pontos fortes para a dimensão j no ano t; é o valor atribuído ao ponto forte s

pertencente à dimensão j; é o número de pontos fracos para a dimensão j no ano t;

é o valor atribuído ao ponto fraco r pertencente à dimensão j.

Em seguida, para calcular o índice de PSC, por ano, para cada instituição analisada,

calcula-se a média aritmética a partir dos índices de PSC por dimensão encontrados

anteriormente, de acordo com a equação (2) apresentada abaixo.

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17

( )

Onde: IPSCF é o índice de PSC total daquela instituição no ano t. O valor encontrado

para o corresponde sempre a um valor dentro do intervalo de -1 (mínima PSC) e 1

(máxima PSC).

A técnica de análise de dados utilizada é a análise de conteúdo, que permite

transformar os dados brutos coletados em uma representação a partir da qual se consegue

concluir sobre as características do que foi analisado, de forma a ultrapassar as incertezas e

enriquecer a interpretação (MOZZATO; GRZYBOVSKI, 2011).

Buscando abranger todas as faces da Responsabilidade Social Corporativa, a escolha

de quais dimensões analisar nesse trabalho foi baseada no modelo de divulgação proposto em

2015 pela GRI em seu relatório G4 - Diretrizes para Relato de Sustentabilidade (parte 1 e

parte 2), que traz uma seção contendo orientações para evidenciação de informações nos

campos econômico, ambiental e social. Abaixo, na tabela 1, estão apresentadas as categorias e

subcategorias consideradas pela GRI e seus respectivos aspectos.

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18

Tabela 1 – Categorias e aspectos GRI – G4 (2015)

Fonte: Adaptado da GRI (2015)

Categoria Econômica Ambiental

Social

Práticas Trabalhistas e

Trabalho Decente Direitos Humanos Sociedade

Responsabilidade pelo

Produto

Aspectos

Desempenho econômico Materiais Emprego Investimentos Comunidades locais Conformidade

Presença no mercado Energia Relações entre

trabalhadores e

Empregadores

Direitos indígenas Combate à corrupção Saúde e segurança do

cliente

Práticas de compras Água Não discriminação Políticas públicas Privacidade do cliente

Impactos econômicos

indiretos Biodiversidade

Saúde e segurança no

trabalho Avaliação Concorrência desleal

Rotulagem de produtos e

serviços

- Emissões Treinamento e educação Trabalho infantil Conformidade Comunicações de

marketing

-

Mecanismos de queixas

e reclamações

relacionadas a impactos

ambientais

Mecanismos de queixas

e reclamações

relacionadas a práticas

trabalhistas

Mecanismos de

queixas e reclamações

relacionadas a direitos

humanos

Mecanismos de queixas

e reclamações

relacionadas a impactos

na sociedade

-

- Produtos e serviços

Avaliação de

fornecedores em práticas

trabalhistas

Avaliação de

fornecedores em

direitos humanos

Avaliação de

fornecedores em

impactos na sociedade -

- Conformidade Diversidade e igualdade

de oportunidades

Trabalho forçado ou

análogo ao escravo - -

- Transportes

Igualdade de

remuneração entre

homens e mulheres

Práticas de segurança - -

- Geral -

Liberdade de

associação e

negociação coletiva - -

- Avaliação ambiental de

fornecedores - - - -

- Efluentes e resíduos - - - -

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19

Conforme pode ser observado acima, a categoria social é, para a GRI, divida em

quatro subcategorias (práticas trabalhistas e trabalho decente, direitos humanos, sociedade e

responsabilidade pelo produto), no entanto, nessa pesquisa, as quatro foram analisadas ao

mesmo nível de detalhamento das categorias econômica e ambiental e, a partir disso, foram

escolhidas seis dimensões. Com relação a seus respectivos pontos fortes e fracos, foram

escolhidos dois fortes e dois fracos para cada dimensão, sendo equivalentes aos aspectos

divulgados pela GRI ou itens relacionados considerados relevantes. Abaixo, estão descritas as

seis dimensões com seus respectivos pontos fortes e fracos, bem como a explicação destes.

A dimensão Econômica retrata as consequências causadas pela empresa nas partes

relacionadas ao negócio (além do fluxo de capital entre elas) e nos sistemas econômicos em

suas diferentes escalas. Pontos Fortes: (i) Aumento do Retorno sobre Patrimônio Líquido

(RSPL) de um ano para o outro. O RSPL, ou ROE (Return on Equity) como é mais

conhecido, mensura a rentabilidade de uma entidade ao revelar quanto de lucro a companhia

gera com o dinheiro investido pelos acionistas; (ii) Aumento do Índice de Basileia de um ano

para o outro. Este indicador mede a capacidade de alavancar ativos e fazer frente a riscos

inerentes aos negócios, ou seja, visa garantir que os bancos tenham capital suficiente para

suportar riscos de perda inerentes à atividade bancária. Pontos Fracos: (i) Aumento do índice

de eficiência operacional (ou apenas índice de eficiência). Quanto maior, menor a

produtividade. Esse indicador pode ilustrar o desempenho econômico da empresa, pois é

utilizado para mensurar quanto à instituição financeira gasta para gerar receita; (ii) Redução

do valor econômico gerado pela empresa e distribuído aos provedores de capital. Considera-

se, nesse trabalho, pagamento de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP).

A dimensão Ambiental refere-se aos impactos da empresa sobre os ecossistemas,

abrangendo tanto os aspectos bióticos como os abióticos. Pontos Fortes: (i) Participação em

programas, signatário de pactos ou assunção de compromissos que ilustram a preocupação

com o meio ambiente e a intenção de preservá-lo. Deve ser considerado como ponto forte no

caso de ocorrer de forma significativa; (ii) Avaliação ambiental de fornecedores, sendo um

fator de exigência. O fornecedor, por meio de cláusula contratual, obriga-se a exercer suas

atividades protegendo e preservando o meio ambiente. Pontos Fracos: (i) Aumento da

emissão de gases de efeito estufa em relação ao ano anterior. Inclui tanto as emissões diretas

como as indiretas por parte da empresa; (ii) Redução do total de investimentos e gastos (em

um sentido amplo) voltados para a proteção ambiental de um ano para o outro.

A dimensão Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente representa os esforços da

entidade para com seus funcionários, envolvendo itens como a qualidade das condições de

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trabalho e a oportunidade de aprimoramento. Pontos Fortes: (i) Aumento dos gastos com

capacitação e desenvolvimento profissional para os funcionários, objetivando atualizar e

complementar as competências de seus empregados, por meio de treinamentos e cursos, por

exemplo; (ii) Aumento dos gastos com benefícios pagos aos empregados. Significa um

cuidado da empresa para com seus funcionários, influenciando positivamente em sua

expectativa e qualidade de vida. Pontos Fracos: (i) Aumento do número de acidentes de

trabalho. São eventos que ocorrem pelo exercício do trabalho, que ocasionam lesão corporal

ou perturbação funcional, como perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade

para o trabalho ou, ainda, a morte; (ii) Redução da quantidade de empregados de que

provoque a morte ou um ano para o outro. A geração de desemprego afeta a relação patrão-

empregado e, possivelmente, toda a classe trabalhadora.

A dimensão Direitos Humanos aborda os processos que a empresa realiza visando

assegurar que os funcionários desfrutem e exerçam seus direitos humanos. Envolve a não

discriminação de qualquer tipo, o incentivo ao respeito das diferenças, a não adoção e

aceitação do trabalho infantil ou forçado (ou análogo ao escravo), entre outros fatores que

violem os direitos humanos. Pontos Fortes: (i) Realização de avaliações referentes aos direitos

humanos. Essas avaliações são realizadas antes de fechar contratos com outras empresas ou

adquirir produtos de fornecedores. Não são priorizadas parcerias ou participações no caso de

as empresas não observarem princípios relativos aos direitos humanos; (ii) Aumento do

número de empregados contemplados com treinamentos e programas focados em políticas de

direitos humanos, visando promover a diversidade dentro da empresa (ou aumento dos gastos

nestes treinamentos). Pontos Fracos: (i) Redução do número de empregados contidos nas

“minorias” da empresa (negros, mulheres, deficientes e pessoas com idade superior a 45 anos,

quando divulgado); (ii) Aumento das denúncias de discriminação dentro da empresa,

independente da causa ser raça, cor, sexo, religião, gênero.

A dimensão Sociedade diz respeito aos efeitos causados pela empresa na sociedade e

em comunidades locais próximas. Pontos Fortes: (i) Aumento da carteira de operações de

microcrédito, que é caracterizado por operações de empréstimo de baixo valor, em geral,

destinado ao público de baixa renda que não possuem acesso às linhas convencionais de

crédito. A concessão de crédito à população de menor renda é regulamentada pela Lei nº

10.735/03; (ii) Esforços no sentido de fomentar o desenvolvimento da economia local, bem

como ações que promovam melhores condições habitacionais para a população local. Pontos

Fracos: (i) Aumento do número de queixas e reclamações realizadas pela sociedade pelos

diversos meios de comunicação; (ii) Redução do número de empregados que participaram de

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ações, treinamentos, cursos, palestras que incentivem e conscientizem sobre o combate à

corrupção e à lavagem de dinheiro. Além de ser uma forma de promover a ética entre os

funcionários, esse quesito é especialmente importante em bancos de modo a tornar os

empregados mais aptos a perceber operações estranhas, por meio das quais pode haver

entrada de dinheiro sujo no sistema financeiro.

A dimensão Responsabilidade pelo Produto se refere aos produtos e aos serviços

que afetam os clientes e outras partes relacionadas. Pontos Fortes: (i) Aumento dos gastos

com tecnologias de informação, visando promover facilidades, ampliação e melhoria nos

canais virtuais, possibilitando cada vez mais o auto-atendimento; (ii) Investimentos em

segurança para os clientes, tanto no tratamento (confidencialidade, integridade e

disponibilidade), como na privacidade de dados (tentativas de combater fraudes e clonagem

de cartões). Pontos Fracos: (i) Falta da disponibilização de canais de comunicação ou

palestras que promovam a educação financeira dos clientes e demais interessados,

respondendo, inclusive, suas eventuais dúvidas; (ii) Aumento de multas advindas do

fornecimento e uso de produtos e serviços não condizentes com as normas, leis,

regulamentos cabíveis.

Com relação às instituições financeiras a serem analisadas, foram selecionados

grandes bancos brasileiros seguidores da GRI e com histórico de divulgação socioambiental

pelo menos de 2010 até os dias atuais – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander. A

amostra é formada, portanto, de dois bancos públicos e dois privados. Os dados foram

extraídos, a depender da instituição financeira, dos relatórios de sustentabilidade,

demonstrações contábeis, relatórios anuais, inventários das emissões de gases de efeito estufa,

relatórios integrados e caderno de indicadores de sustentabilidade. O período analisado

corresponde aos anos 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015.

Para fazer inferências sobre a amostra analisada, foram calculados, por meio do uso da

estatística descritiva, parâmetros amostrais (média, mediana, máxima, mínima, variância e

desvio padrão). Os dados foram manipulados em planilha Excel. Foram analisados tanto

aspectos quantitativos (aumento ou redução de um ano para o outro), como aspectos

qualitativos (ser significativo ou não, relevante ou não). Os aspectos qualitativos permitem

certo grau de subjetividade, pois envolvem a opinião de quem analisa os dados.

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22

4 RESULTADOS

Os resultados encontrados foram distribuídos em duas seções secundárias: análise

global dos índices e análise do desempenho das empresas. Na primeira seção, foram

apresentados os resultados das interferências estatísticas realizadas – média, mediana,

máxima, mínima, variância e desvio padrão - para as dimensões analisadas individualmente e

para o PSC consolidado. Na segunda seção, foi analisado o desempenho de cada banco

individualmente a partir das seis dimensões utilizadas – econômica, ambiental, práticas

trabalhistas e trabalho decente, direitos humanos, sociedade e responsabilidade pelo produto.

4.1 ANÁLISE GLOBAL DOS ÍNDICES

4.1.1 Dimensão Econômica

Tabela 2 - Estatística Descritiva da Dimensão Econômica

Econômica 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Média 0,25 -0,38 -0,13 -0,25 0,00 0,38

Mediana 0,25 -0,50 -0,25 0,00 0,00 0,50

Máxima 0,50 0,00 0,50 0,00 0,50 1,00

Mínima 0,00 -0,50 -0,50 -1,00 -0,50 -0,50

Variância 0,06 0,05 0,17 0,19 0,13 0,30

Desvio Padrão 0,25 0,22 0,41 0,43 0,35 0,54

Fonte: Dados da pesquisa

O indicador da dimensão Econômica atingiu média de 0,25, -0,38, - 0,13, -0,25, 0,00

0,38, respectivamente, em 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015. A instabilidade encontrada

pode estar relacionada com às incertezas vivenciadas na política brasileira, que influenciam

no desempenho econômico de modo geral. A dimensão teve mínima negativa em cinco dos

seis anos analisados, o que significa que ao menos um banco em cada ano apresentou PSC

negativa, sendo que, em 2013, a mínima foi também mínima PSC (-1). Esses resultados

ilustram um mau desempenho das instituições financeiras no pilar econômico do

desenvolvimento sustentável e indicam indícios para que os bancos revejam suas políticas

econômicas. Apesar deste resultado ruim, houve uma melhora na dimensão comprovada pelo

atingimento da máxima PSC (1) em pelo menos um banco em 2015. Ao se analisar, no

entanto, as variações dos bancos com relação à média, percebe-se que o maior desvio padrão

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foi também em 2015, mostrando que a melhora econômica não foi generalizada entre os

bancos.

4.1.2 Dimensão Ambiental

Tabela 3 - Estatística Descritiva da Dimensão Ambiental

Ambiental 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Média -0,25 0,13 0,00 0,25 0,25 0,63

Mediana -0,25 0,00 0,00 0,50 0,25 0,75

Máxima 0,00 0,50 0,50 0,50 0,50 1,00

Mínima -0,50 0,00 -0,50 -0,50 0,00 0,00

Variância 0,06 0,05 0,13 0,19 0,06 0,17

Desvio Padrão 0,25 0,22 0,35 0,43 0,25 0,41

Fonte: Dados da pesquisa

O indicador da dimensão Ambiental atingiu média de -0,25, 0,13, 0,00, 0,25, 0,25 e

0,63, respectivamente, em 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015. A dimensão obteve média

positiva em cinco dos seis anos analisados e a média foi, de modo geral, crescente desde

2012. Apesar disso, houve, em metade dos anos, mínimas negativas (em 2010, 2012 e 2013)

e, na outra metade, nulas. Em 2015, houve máxima também máxima PSC (1), o que

representa um melhora da dimensão no ano. Essa análise é corroborada pelo maior desvio

padrão em 2012, 2013 e 2015. A dimensão obteve bons resultados e melhora ao longo do

período, o que demonstra que as políticas dos bancos estão sendo refletidas positivamente em

ações ambientais eficazes. Como resultado da metodologia que atribui 0 para a ausência de

divulgação do dado, a dimensão ambiental foi positivamente afetada pela omissão dos valores

com gastos e investimentos no âmbito ambiental, tendo em vista ser um ponto fraco. Em

2010, apenas um banco não divulgou; de 2011 a 2014, apenas metade; e em 2015 apenas o

Banco do Brasil divulgou essa informação, de forma que a ausência da informação afetou

positivamente a dimensão, justificando a máxima PSC em 2015.

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4.1.3 Dimensão Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente

Tabela 4 - Estatística Descritiva da Dimensão Práticas Trabalhistas

Práticas Trabalhistas

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Média 0,38 0,63 0,25 0,00 0,13 0,38

Mediana 0,25 0,75 0,25 0,00 0,00 0,25

Máxima 1,00 1,00 1,00 0,50 0,50 1,00

Mínima 0,00 0,00 -0,50 -0,50 0,00 0,00

Variância 0,17 0,17 0,31 0,13 0,05 0,17

Desvio Padrão 0,41 0,41 0,56 0,35 0,22 0,41

Fonte: Dados da pesquisa

O indicador da dimensão Práticas Trabalhistas atingiu média de 0,38, 0,63, 0,25, 0,00,

0,13 e 0,38, respectivamente, em 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015. Apesar de não ter

uma estabilidade de crescimento no período, todas as médias encontradas foram positivas e

apresentaram bom desempenho de modo geral. A dimensão atingiu máxima PSC (1) em

quatro dos seis anos analisados, o que ilustra uma ótima performance da dimensão para ao

menos um banco em cada ano. No período analisado, a dimensão obteve duas mínimas

negativas (2012 e 2013) e, no restante dos anos, nula. O desvio padrão apresentado é grande

se comparado com outras dimensões, ilustrando que há diferenças significativas quanto à

dimensão de um banco para outro. O bom resultado da dimensão pode estar vinculado à forte

Legislação Trabalhista no Brasil, com várias garantias e direitos aos funcionários, que foram

conquistados ao longo dos anos. Portanto, a fim de evitar problemas legais e manter boa

relação com os empregados, as empresas, em geral, apresentam bons resultados nessa

dimensão.

4.1.4 Dimensão Direitos Humanos

Tabela 5 - Estatística Descritiva da Dimensão Direitos Humanos

Direitos Humanos 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Média 0,13 0,38 0,13 -0,38 -0,25 0,38

Mediana 0,25 0,50 0,00 -0,25 -0,25 0,25

Máxima 0,50 1,00 0,50 0,00 0,00 1,00

Mínima -0,50 -0,50 0,00 -1,00 -0,50 0,00

Variância 0,17 0,42 0,05 0,17 0,06 0,17

Desvio Padrão 0,41 0,65 0,22 0,41 0,25 0,41

Fonte: Dados da pesquisa

O indicador da dimensão Direitos Humanos atingiu média de 0,13, 0,38, 013, -0,38, -

0,25 e 0,38, respectivamente, em 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015. Observa-se uma piora

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do índice nos anos 2013 e 2014, nos quais as médias encontradas foram negativas. Apesar

disso, houve uma melhora em 2015, que é demonstrada pelo atingimento da máxima PSC (1)

no ano, que também ocorreu em 2011. A dimensão teve mínimas negativas em quatro dos seis

anos analisados (em 2010, 2011, 2013 e 2014), sendo mínima PSC (-1) em 2013, e no restante

dos anos a mínima foi nula. O desvio padrão pode ser considerado alto, mostrando que há

variações significativas do desempenho das empresas nessa dimensão. Em pelo menos um

banco de 2010 a 2014, não houve divulgação a respeito de treinamentos voltados

especificamente para os Direitos Humanos. A melhora em 2015 pode ser justificada pela

busca cada vez maior da igualdade de direitos pela sociedade e acredita-se que esse resultado

continue crescendo tendo em vista a pressão social exercida.

4.1.5 Dimensão Sociedade

Tabela 6 - Estatística Descritiva da Dimensão Sociedade

Sociedade 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Média 0,50 -0,13 0,50 0,38 0,25 0,50

Mediana 0,50 0,00 0,50 0,50 0,50 0,50

Máxima 1,00 0,00 0,50 0,50 0,50 1,00

Mínima 0,00 -0,50 0,50 0,00 -0,50 0,00

Variância 0,25 0,05 0,00 0,05 0,19 0,25

Desvio Padrão 0,50 0,22 0,00 0,22 0,43 0,50

Fonte: Dados da pesquisa

O indicador da dimensão Sociedade atingiu média de 0,50, -0,13, 0,50, 0,38, 0,25 e

0,50, respectivamente, em 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015. Somente em 2011, portanto,

o valor médio do índice foi negativo. A dimensão apresentou mínima negativa em dois dos

seis anos analisados (em 2011 e 2014) e obteve máxima em dois anos (em 2010 e 2015),

sendo a mínima, nestes últimos, nula, o que justifica o maior desvio padrão para esses dois

anos. Isto demonstra que as instituições financeiras apresentam comportamento/ações

positivamente adequadas para a sociedade, tendo em vista que todas as instituições analisadas,

e em todos os anos, apresentaram inciativas significativas que promovem fomento ao

desenvolvimento das economias locais, corroborando com o pressuposto dessa função dos

bancos expressa nesse estudo. Em todos os anos, ao menos em metade dos bancos, houve

aumento das queixas e reclamações por parte da sociedade, evidenciando um aspecto que

deve ser revisto pelos bancos.

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4.1.6 Dimensão Responsabilidade pelo Produto

Tabela 7 - Estatística Descritiva da Dimensão Responsabilidade pelo produto

Responsabilidade pelo Produto

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Média 0,25 0,00 0,50 0,38 0,50 0,50

Mediana 0,25 0,50 0,50 0,25 0,50 0,50

Máxima 0,50 0,50 0,50 1,00 1,00 1,00

Mínima 0,00 0,00 0,50 0,00 0,00 0,00

Variância 0,06 0,19 0,00 0,17 0,13 0,13

Desvio Padrão 0,25 0,43 0,00 0,41 0,35 0,35

Fonte: Dados da pesquisa

O indicador da dimensão Responsabilidade pelo Produto atingiu média de 0,25, 0,00,

0,50, 0,38, 0,50 e 0,50, respectivamente, em 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015. Não houve

nem média e nem mínima negativas. Foi a única dimensão, inclusive, que não apresentou

resultados negativos para nenhuma instituição e em nenhum ano. A dimensão obteve máxima

PSC em ao menos um banco em 2013, 2014 e 2015. Fica evidenciado, portanto, um ótimo

desempenho para essa dimensão, o que pode ser justificado pelos aspectos escolhidos estarem

intimamente ligados com as atividades exercidas pelo setor bancário. O que permitiu

desempenho máximo na dimensão em 2013 e 2014 foi a redução do número de multas

relacionadas à dimensão. Em 2015, metade das empresas analisadas deixou de divulgar esse

dado, o que favoreceu as empresas, pois receberam valor zero (ausência) num ponto fraco. A

educação financeira (sua ausência é um ponto fraco) impactou positivamente todas as

empresas e em todos os anos, pois todas adotam meios de proporcioná-la.

4.1.7 PSC Consolidado

Tabela 8 - Estatística Descritiva do PSC Consolidado

PSC consolidado 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Média 0,21 0,17 0,21 0,06 0,15 0,46

Mediana 0,17 0,21 0,21 0,04 0,13 0,46

Máxima 0,42 0,25 0,42 0,17 0,33 0,83

Mínima 0,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,08

Variância 0,02 0,01 0,02 0,00 0,02 0,08

Desvio Padrão 0,14 0,10 0,15 0,07 0,12 0,28

Fonte: Dados da pesquisa

O indicador do índice PSC consolidado apresentou médias de 0,21, 0,17, 021, 0,06,

015 e 0,46, respectivamente, em 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015. A grande elevação do

índice em 2015 pode ser explicada pela chegada, em 2014, da Resolução nº 4.327 divulgada

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pelo Banco Central do Brasil (BACEN), que dispôs as diretrizes a serem seguidas pelas

instituições financeiras no estabelecimento e implementação da Política de Responsabilidade

Socioambiental. Ocorreu um aumento em mais de 119% da média de 2010 para a média de

2015. Não houve índice de PSC consolidado máximo (1) e nem mínimo (-1), o maior valor

encontrado de PSC foi 0,83 (em 2015) e o menor 0,00 (de 2011 a 2014), ou seja, não ocorreu

índice de PSC negativo e, de fato, 2015 foi o melhor ano dentre os estudados em termos de

performance social corporativa. O desvio padrão, com exceção de 2012, foi menor entre os

índices de PSC consolidados do que entre as dimensões, demonstrando que uma dimensão

acaba compensando a outra e trazendo índices mais próximos entre as empresas.

4.2 ANÁLISE DO DESEMPENHO DAS EMPRESAS

4.2.1 Banco do Brasil

Tabela 9 – Respectivas dimensões do Banco do Brasil e seu PSC consolidado

Banco do Brasil 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Econômica 0,50 -0,50 0,00 0,00 0,00 0,50

Ambiental 0,00 0,50 0,50 0,50 0,00 1,00

Práticas trabalhistas

0,00 0,00 1,00 -0,50 0,00 0,00

Direitos Humanos 0,00 -0,50 0,00 0,00 0,00 0,50

Sociedade 1,00 0,00 0,50 0,50 0,50 0,00

Responsabilidade pelo produto

0,00 0,50 0,50 0,00 0,50 0,00

PSC consolidado 0,25 0,00 0,42 0,08 0,17 0,33

Fonte: Dados da pesquisa

Analisando o caso específico do Banco do Brasil, destaca-se que a evidenciação de

RSC foi realizada principalmente por meio do modelo de balanço social do IBASE, o que

facilitou a obtenção de informações da PSC do banco. A dimensão econômica apresentou

resultado negativo (-0,50) em 2011, nulo em 2012, 2013 e 2014 e positivo (0,50) em 2010 e

2015. Os dados revelam que, embora a instituição tenha obtido resultado negativo em apenas

um dos seis anos analisados, é preciso averiguar as políticas de sustentabilidade econômica

para que os resultados possam ser melhor administrados. Por outro lado, na dimensão

Ambiental, o Banco do Brasil não apresentou índice negativo, demonstrando a adoção de

políticas e ações nessa dimensão, principalmente no ano de 2015, quando obteve índice igual

a 1,0 (máxima PSC). Na dimensão Práticas Trabalhistas, embora na maioria dos anos o índice

tenha sido igual a zero (em 2010, 2011, 2014 e 2015) e negativo em 2013 (-0,50), no ano de

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2012, a instituição apresentou máxima PSC. Esse aspecto deve ser revisto pelo banco,

mormente por se tratar de um banco público. Quanto ao item Direitos Humanos, o Banco do

Brasil apresentou índice igual a zero em quatro anos dos seis anos analisados (2010, 2012,

2013 e 2014), igual a -0,5 em 2011 e obteve uma melhora em 2015, obtendo 0,50 na

dimensão. Espera-se que a melhora em 2015 continue sendo uma realidade para o banco. Na

dimensão Sociedade, no ano de 2010, o índice chegou a 1,0 (máxima PSC), passando para 0

em 2011, subindo para 0,50 de 2012 a 2014 e caindo novamente para 0 em 2015. No item

Responsabilidade pelo Produto, obteve um resultado que oscilou entre 0 (em 2010, 2013 e

2015) e 0,50 (2011 e 2014), demonstrando que os itens de força da PSC foram superiores ou

nulos nos anos estudados. Com relação ao PSC consolidado, 2012 foi o melhor ano para o

Banco do Brasil, seguido do ano de 2015. De forma, geral, o melhor desempenho do banco

ocorreu nas dimensões ambiental e sociedade.

4.2.2 Bradesco

Tabela 10 – Respectivas dimensões do Bradesco e seu PSC consolidado

Bradesco 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Econômica 0,00 0,00 0,50 0,00 0,50 1,00

Ambiental 0,00 0,00 0,00 0,50 0,50 0,50

Práticas trabalhistas

0,50 1,00 -0,50 0,00 0,00 0,00

Direitos Humanos -0,50 0,00 0,00 -1,00 -0,50 0,00

Sociedade 0,00 -0,50 0,50 0,50 0,50 1,00

Responsabilidade pelo produto

0,50 0,50 0,00 1,00 1,00 1,00

PSC consolidado 0,08 0,17 0,17 0,17 0,33 0,58

Fonte: Dados da pesquisa

No caso do Bradesco, a divulgação ocorreu por meio de relatórios anuais de 2010 a

2014. Para o período de 2010 a 2012, a evidenciação foi complementada por relatórios de

sustentabilidade. Em 2015, o banco substituiu seu instrumento de divulgação pelo relatório

integrado. Nos anos 2013 e 2014, a evidenciação se tornou menos completa pela extinção dos

relatórios de sustentabilidade. Destaque deve ser dado para a dimensão Práticas Trabalhistas,

pois no ano de 2011 a empresa atingiu máxima PSC (1,0) e, em 2013, mínima PSC (-1,0),

demonstrando grande oscilação no período. Também deve ser dado destaque para a dimensão

Responsabilidade pelo Produto, onde o Bradesco obteve índice igual a 1,0 nos anos de 2013 a

2015, demonstrando uma grande preocupação da empresa com tecnologias de informação e

investimentos em segurança para os clientes, tanto no tratamento, como na privacidade de

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dados. Na dimensão ambiental, o Bradesco apresentou indicador razoável, nos anos de 2013,

2014 e 2015, com índice igual a 0,5 para os anos citados. O indicador PSC consolidado da

instituição apresentou oscilação entre 0,08 e 0,58 de 2010 a 2015, mostrando um movimento

crescente ao longo do período analisado. A elevação do índice em 2015 pode ser reflexo da

qualidade de informações geradas pela adoção do Relatório Integrado.

4.2.3 Caixa Econômica

Tabela 11 - Respectivas dimensões da Caixa e seu PSC consolidado

Caixa 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Econômica 0,50 -0,50 -0,50 0,00 0,00 -0,50

Ambiental -0,50 0,00 0,00 -0,50 0,00 0,00

Práticas trabalhistas

0,00 1,00 0,50 0,50 0,50 0,50

Direitos Humanos 0,50 1,00 0,50 0,00 -0,50 0,00

Sociedade 0,00 0,00 0,50 0,00 -0,50 0,00

Responsabilidade pelo produto

0,00 0,00 0,50 0,00 0,50 0,50

PSC consolidado 0,08 0,25 0,25 0,00 0,00 0,08

Fonte: Dados da pesquisa

Quanto à análise dos indicadores de PSC da Caixa Econômica, observa-se que é uma

instituição de capital fechado, não tendo, portanto, interesse em conquistar acionistas e sim,

correntistas. A divulgação da RSC da Caixa ocorreu por meio de relatórios de

sustentabilidade durante o período analisado, sendo que, a partir de 2013, estes relatórios

pararam de apresentar o balanço social do IBASE. Em 2015, o relatório de sustentabilidade

da empresa sofreu modificações, divulgando informações menos acuradas e dificultando a

localização dos dados necessários para a geração do indicador de PSC. O indicador geral de

PSC oscilou ao longo do período analisado, sendo igual a 0,08 em 2010 e 2015, 0,25 em 2011

e 2012 e zero em 2013 e 2014. A dimensão econômica apresentou os menores resultados nos

anos de 2011, 2012 e 2015 quando chegou ao patamar de -0,50 pontos. A dimensão Práticas

Trabalhistas parece ser o indicador de melhor qualidade da Instituição, pois nos anos de 2011

(1,0), 2012 a 2015 (0,5) os resultados todos foram positivos, demonstrando o interesse da

instituição em gerar benefícios que influenciam de forma positiva a qualidade de vida dos

funcionários. Enquanto isso, a dimensão Direitos Humanos da instituição alcançou resultado

superior no ano de 2011, o que demonstra uma atuação salutar da Caixa, incentivando o

respeito às diferenças entre as pessoas. Quanto ao item Sociedade, a Caixa apresentou

indicador negativo de -0,5 pontos no ano de 2011. Vale destacar que conforme os relatórios

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de sustentabilidade da instituição, o número de reclamações e queixas aumentou entre o

período de 2009 a 2015, o que reflete na qualidade da dimensão sociedade.

4.2.4 Santander

Tabela 12 - Respectivas dimensões do Santander e seu PSC consolidado

Santander 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Econômica 0,00 -0,50 -0,50 -1,00 -0,50 0,50

Ambiental -0,50 0,00 -0,50 0,50 0,50 1,00

Práticas trabalhistas

1,00 0,50 0,00 0,00 0,00 1,00

Direitos Humanos 0,50 1,00 0,00 -0,50 0,00 1,00

Sociedade 1,00 0,00 0,50 0,50 0,50 1,00

Responsabilidade pelo produto

0,50 0,50 0,50 0,50 0,00 0,50

PSC consolidado 0,42 0,25 0,00 0,00 0,08 0,83

Fonte: Dados da pesquisa

No caso do Santander, contata-se que foram divulgadas informações da PSC em um

relatório denominado de caderno de indicadores de sustentabilidade, anos de 2010, 2011 e

2012. Nos anos seguintes, o banco passou a gerar um relatório anual, unificando todas as

informações obrigatórias e voluntárias (financeiras e socioambientais), o que dificultou a

geração do índice de PSC. O índice geral de PSC da empresa saiu de 0,42 pontos em 2010,

chegou a 0,25 em 2011, passou para 0,00 em 2012 e 2013, voltou a subir em 0,08 em 2014 e

alcançou um valor de 0,83 em 2015, demonstrando uma evolução nos positivos da PSC. O

índice relativo à dimensão econômica do ano de 2013 apresentou resultado negativo de -1,0,

enquanto direitos humanos apresentou resultado positivo de 1 para os anos de 2011 e 2015. O

ano de 2015 teve impactos positivos sobre o resultado da PSC da instituição principalmente

advinda da dimensão ambiental, práticas trabalhistas e sociedade quando chegou ao valor

máximo (1,0) nestas dimensões. O Santander atingiu máxima PSC (1) em quatro das seis

dimensões em 2015 e, em razão disso, apresentou o maior PSC consolidado (0,83) de todo o

período analisado.

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31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os relatórios de sustentabilidade são mecanismos gerenciais que permitem às

empresas apresentarem e legitimarem suas ações sobre o campo econômico, ambiental e

social. São também importantes fontes de dados para a sociedade e para a academia,

permitindo inferências que auxiliam tomadas de decisões e indicativos de boas práticas de

ações sociais.

Constatou-se que diversos relatórios de sustentabilidade foram utilizados pelas

empresas estudadas, com denominações diferentes e modelos que partiam do balanço social

do IBASE, passando pela GRI até chegar mais recentemente ao relato integrado. Com o

intuito de proporcionar indicações de como as instituições financeiras deverão gerar seus

relatórios de sustentabilidade, a CMN emitiu, em 2014, a Resolução nº 4.327, dando diretrizes

para a confecção do mesmo.

No presente trabalho foi gerado um indicador de PSC a partir de informações dos

relatórios de sustentabilidade do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander, com o intuito

de analisar as forças e fraquezas das dimensões econômicas, ambiental, práticas trabalhistas,

direitos humanos, sociedade e responsabilidade pelo produto. Isto foi necessário pela carência

de indicadores de sustentabilidade que pudessem refletir dados da PSC de instituições

financeiras.

Os dados revelam que o banco Santander apresentou o melhor índice no ano de 2015

(0,83 pontos) influenciado principalmente pelas boas práticas trabalhistas, ambientais, de

direitos humanos e sociedade. O Bradesco ficou em segundo lugar, após chegar a 0,53 pontos,

influenciado pela dimensão Responsabilidade pelo Produto e Sociedade. Ainda no ano de

2015, a Caixa apresentou o menor resultado (0,08) impactado principalmente pela dimensão

econômica (-0,5).

O principal limitador encontrado no estudo está relacionado à falta de padronização de

relatórios de sustentabilidade, uma vez que, as informações extraídas permitem uma

subjetividade na interpretação de quem avalia os dados. Assim, a proposta apresentada não

deve ser interpretada como definitiva. Acredita-se que com o advento do Relato Integrado,

novos estudos e parâmetros possam ser gerados, dando uma melhor qualidade a estudo sobre

a PSC de instituições financeiras.

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