fÁtima, ontem e hoje

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1 FÁTIMA, ONTEM E HOJE O artigo que se segue foi retirado do discurso proferido pelo Padre Nicholas Gruner na abertura da Conferência “Fátima: A Nossa Última Oportunidade” realizada em Roma de 14 a 18 de Maio de 2012. O Padre Gruner está à frente de um dos maiores Apostolados de Fátima do mundo e publica a revista The Fatima Crusader, que é a publicação mais divulgada do seu Apostolado. O Apostolado lançou agora a Fatima TV em Roma e na área do Lácio e a Fatima TV WorldWide na Internet (Ver mais pormenores na página 78). Neste artigo extraído do seu discurso, o Padre Gruner salienta a importância de Fátima para a nossa vida de hoje, embora a Mensagem urgente de Nossa Senhora tenha começado em Fátima, Portugal, há já 95 anos. pelo Padre Nicholas Gruner, S.T.L., S.T.D. (Cand.) Bom dia, e que Deus vos Abençoe! Gostaria de começar com uma Avé-Maria, porque sei como Nossa Senhora soluciona a minha falta de preparação ou de capacidade suficientes. (Reza-se a Avé-Maria.) As aparições de Fátima aconteceram já há muito tempo, no ver de muita gente. Foi exactamente há 95 anos que, no dia 13 de Maio (ontem), Nossa Senhora apareceu pela primeira vez. E há pessoas que pensam que talvez devesse haver algo mais recente do que uma Mensagem já com 95 anos. Mas o facto é que esta Mensagem, como afirmou o Papa João Paulo II, é mais relevante e mais urgente hoje do que o era quando Nossa Senhora apareceu pela primeira vez naquele lugar. Gostaria de rever um pouco daquilo que Nossa Senhora fez, para podermos compreender de que modo a Mensagem se refere a nós e ao nosso tempo. O Papa Bento XV pediu à Virgem Santíssima que lhe mostrasse o caminho para sairmos da Primeira Grande Guerra. Aquando da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima, em Maio de 1917, o Papa Bento XV já era Papa há quase três anos. E, antes disso, tivera uma grande experiência como diplomata do Vaticano. Ele tentou tudo o que sabia para trazer a paz ao mundo do seu tempo. Até que reconheceu que era impossível; que só os esforços humanos não bastavam, e que ele precisava da ajuda do Céu para a obter. Escreveu, pois, sobre este assunto, uma carta que dirigiu ao Cardeal Vigário de Roma, e ele mesmo não se cansou de instar junto de Nossa Senhora, para que Ela lhe mostrasse o caminho certo. Estava-se a 5 de Maio de 1917. E oito dias mais tarde, a 13 desse mês de Maio, a Virgem Santíssima desceu a Fátima. E voltou a descer durante seis meses, para explicar o que tinha de se fazer, e que não havia outro caminho – que nem mesmo alguma nova mensagem de mais alguém ou de qualquer outro lugar poderia contradizer ou substituir esta Mensagem que Ela confiara aos Pastorinhos em Fátima. A Mensagem em si mesma é muito simples; mas, tendo-a eu vindo a estudar há 35 anos, http://www.fatima.org/port/crusader/cr102/cr102pg02.pdf

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FÁTIMA, ONTEM E HOJE

O artigo que se segue foi retirado do discurso proferido pelo Padre Nicholas Gruner na abertura da Conferência “Fátima: A Nossa Última Oportunidade” realizada em Roma de 14 a 18 de Maio de 2012. O Padre Gruner está à frente de um dos maiores Apostolados de Fátima do mundo e publica a revista The Fatima Crusader, que é a publicação mais divulgada do seu Apostolado. O Apostolado lançou agora a Fatima TV em Roma e na área do Lácio e a Fatima TV WorldWide na Internet (Ver mais pormenores na página 78). Neste artigo extraído do seu discurso, o Padre Gruner salienta a importância de Fátima para a nossa vida de hoje, embora a Mensagem urgente de Nossa Senhora tenha começado em Fátima, Portugal, há já 95 anos.

pelo Padre Nicholas Gruner, S.T.L., S.T.D. (Cand.)

Bom dia, e que Deus vos Abençoe! Gostaria de começar com uma Avé-Maria, porque sei como Nossa Senhora soluciona a minha falta de preparação ou de capacidade suficientes. (Reza-se a Avé-Maria.) As aparições de Fátima aconteceram já há muito tempo, no ver de muita gente. Foi exactamente há 95 anos que, no dia 13 de Maio (ontem), Nossa Senhora apareceu pela primeira vez. E há pessoas que pensam que talvez devesse haver algo mais recente do que uma Mensagem já com 95 anos. Mas o facto é que esta Mensagem, como afirmou o Papa João Paulo II, é mais relevante e mais urgente hoje do que o era quando Nossa Senhora apareceu pela primeira vez naquele lugar. Gostaria de rever um pouco daquilo que Nossa Senhora fez, para podermos compreender de que modo a Mensagem se refere a nós e ao nosso tempo. O Papa Bento XV pediu à Virgem Santíssima que lhe mostrasse o caminho para sairmos da Primeira Grande Guerra. Aquando da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima, em Maio de 1917, o Papa Bento XV já era Papa há quase três anos. E, antes disso, tivera uma grande experiência como diplomata do Vaticano. Ele tentou tudo o que sabia para trazer a paz ao mundo do seu tempo. Até que reconheceu que era impossível; que só os esforços humanos não bastavam, e que ele precisava da ajuda do Céu para a obter. Escreveu, pois, sobre este assunto, uma carta que dirigiu ao Cardeal Vigário de Roma, e ele mesmo não se cansou de instar junto de Nossa Senhora, para que Ela lhe mostrasse o caminho certo. Estava-se a 5 de Maio de 1917. E oito dias mais tarde, a 13 desse mês de Maio, a Virgem Santíssima desceu a Fátima. E voltou a descer durante seis meses, para explicar o que tinha de se fazer, e que não havia outro caminho – que nem mesmo alguma nova mensagem de mais alguém ou de qualquer outro lugar poderia contradizer ou substituir esta Mensagem que Ela confiara aos Pastorinhos em Fátima. A Mensagem em si mesma é muito simples; mas, tendo-a eu vindo a estudar há 35 anos,

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O Cardeal Renato Martino, do Vaticano, na Conferência de 2012 sobre Fátima com o Padre Nicholas Gruner.

O Padre Paul Kramer, o Padre Gruner e o Cardeal Martino, que tem na mão o livro do Padre Kramer, O suicídio de se alterar a Fé na Liturgia.

Alguns dos Bispos que Assistiram à Conferência “Fátima: A Sua Última Oportunidade” (À esquerda, em cima) Os Bispos Maipan, Malzaire, Andreazza, Mosconi, Bispo Vera Plasencia. (À esquerda, em baixo) (Dr. Peter McNelis, Coordenador do Workshop dos Bispos) O Arcebispo Datubara, os Bispos Thakur e Ghebremedhin, o Arcebispo Barwa, e os Bispos Khoarai, Ponnumuthan, Hombach e Borwah.

O Patriarca Capucci, um Arcebispo da Palestina, com o Padre Gruner.

Os Bispos Mosconi, Khoarai e Andreazza; o Bispo Vera Plasencia, nas suas vestes episcopais especiais, usadas na Audiência Pontifícia.

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feitos agora, devo confessar que é incrível ver quantas desculpas arranjaram os homens – tanto no clero como leigos – para não lhe obedecer.

Os Membros do Parlamento e os eleitores têm uma obrigação para com

as crianças por nascer

Lembro-me de quando escrevi aos Membros do Parlamento do Canadá sobre a Constituição – que era preciso que prestassem atenção e protegessem as crianças por nascer na nova Constituição de 1981. E, embora a minha carta fosse muito simples, fiquei admirado como pôde ela ser tão mal interpretada. Assim, resolvi escrever outra vez, agora uma carta curtíssima: “Exmº Senhor, Membro do Parlamento: Se V. Exª não proteger as crianças por nascer, irá para o Inferno.” Então eles compreenderam. E isso era, na sua essência, a Mensagem do Papa Pio XI na sua Encíclica, ao dizer que os legisladores não têm como simples opção, mas sim como uma obrigação, protegerem as crianças por nascer, os inocentes. É a obrigação deles. Perante Deus, não há partidos políticos que os desculpem. Eles tomaram em mãos a obrigação de proteger as crianças por nascer, de proteger todos os inocentes com as suas leis e sanções apropriadas, tal como o Papa Pio XI salientou na sua Encíclica Casti Connubii em 1930. E essa regra não muda só por terem passado tantos anos. Semelhantemente, a Mensagem de Fátima é algo que Nossa Senhora disse ao Santo Padre e aos Bispos – que, ao aceitarem o cargo de Papa ou de Bispo, aceitaram também essa tarefa, essa responsabilidade de Lhe obedecerem a este respeito, porque não há nenhum outro meio além deste.

Não podemos chamar Bem ao Mal nem chamar Mal ao Bem

Foi já há uns 15 anos que eu escrevi um ensaio – a que nunca respondeu ninguém, nem mesmo um teólogo. Ora eu não estou aqui para julgar ninguém – nem o Papa, nem um Bispo, nem algum padre, nem alguém mais. À excepção de quando ouço confissões, não é meu dever julgar ninguém. Mas sim tenho apuntado cuidadosamente a ordem moral objectiva que a Sagrada Escritura nos ensina: que nós não podemos chamar Bem ao Mal, nem chamar Mal ao Bem. E, na ordem moral objectiva, é um pecado mortal, é um assunto gravemente sério não obedecer à ordem que Nossa Senhora de Fátima deu ao Papa e aos Bispos para Lhe consagrarem a Rússia do modo que a Mesma Senhora especificou. Apercebo-me agora de que fiz uma afirmação ‘politicamente incorrecta’. Esta afirmação não é coisa que seja popular. Conheço teólogos que são progressistas, e conheço outros que, sendo muito tradicionais, têm uma opinião contrária. Mas ainda não

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houve nenhum que respondesse ao argumento que eu apresentara, a despeito de eu o ter tornado público muitas vezes ao longo dos anos em que tenho divulgado a Mensagem de Fátima. Embora eu tenha estudado o assunto extensivamente e feito sobre ele muita pesquisa, sou tratado como a Mensagem de Fátima. “Não façam caso dele, que ele acaba por desaparecer.” “Não façam caso de Nossa Senhora de Fátima, que Ela acaba por desaparecer.” “Se não fizermos caso destes factos, destes argumentos e destas razões, a Senhora e a Sua Mensagem simplesmente desaparecerão.” Mas Nossa Senhora de Fátima e a Sua Mensagem não desaparecerão. Os comentadores dos eventos que agora estão a acontecer no mundo podem ver que, com toda a certeza, os castigos da guerra e da fome (anunciados em Fátima) não desaparecerão num futuro próximo.

Os Media escondem de si, Leitor, toda a verdade

A Virgem Santíssima deu-nos uma Mensagem de como ter paz no mundo; e que só Ela nos poderá valer. Mas talvez lhe falte, Leitor, alguma perspectiva. Poderá dizer-me: “Até agora não aconteceu nada de verdadeiramente dramático.” Mas isso é porque os comentadores, os jornais, os editores, escritores, e as pessoas a quem a maior parte do mundo presta realmente atenção – as pessoas que falam na televisão, na imprensa estabelecida, e assim por diante – não estão a dar-lhe toda a verdade. As pessoas que estão a soldo do inimigo não chamaram a nossa atenção para o facto de que, desde que a família humana desprezou a Mensagem de Nossa Senhora, houve 1.686.570.000 (para cima de mil milhões e meio!) de mortes violentas como resultado directo de se ter ignorado Nossa Senhora de Fátima. E os media não nos deram uma tal perspectiva. Nestes 95 anos em que se ignorou Nossa Senhora de Fátima tivemos de pagar um preço terrível; mas, por muito mau que tenha sido, esse preço será exigido a dobrar ou a triplicar nos anos mais próximos, se continuarmos a ignorar Nossa Senhora por muito mais tempo. Há alguns meses atrás, a população mundial ultrapassava os sete biliões de pessoas. Diz a Sagrada Escritura, e outras profecias também o dizem, que entre um e dois terços de toda a população – que entre um e dois terços da Humanidade – será dizimada na guerra que há-de vir. Não sei o que será preciso para nós acordarmos; talvez tenhamos de ver este assunto na NBC ou na CBS ou ler algum comentador no New York Times para finalmente o tomarmos a sério. E talvez digamos para nós mesmos que estamos a tomar a sério a Mensagem de Fátima; mas eu penso que não a tomamos suficientemente a sério. É que nós temos muitas prioridades; às vezes dou comigo a pensar como é que vou passar o dia, entre o que devo fazer hoje desde que me levanto e faço a minha leitura, e faço o meu trabalho, e falo com pessoas com que Deus quer que eu fale, e assim por diante. E cada dia tem só 24 horas, e eu tenho a certeza de que a minha vida não é tão ocupada como a dos Bispos ou a do Papa. O que temos é que fazer da Mensagem de Fátima a prioridade número um.

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DEVEMOS gritar as verdades de Deus do cimo dos telhados!

Não há nada mais sério, nada mais importante, nada mais urgente do que a Mensagem que Nossa Senhora nos deixou em Fátima. E isto é algo que eu não sei como dizer. Estou a lembrar-me de uma carta que recebi de um Bispo idoso há muitos anos. Penso que ele estava em Ottawa. E o que ele me dizia na sua carta era, basicamente: “Senhor Padre Gruner, se não tivesse levantado tanto a voz, se não tivesse gritado connosco, talvez tivéssemos começado a prestar-lhe atenção.” Eu respondi-lhe, dizendo: “Muito lhe agradeço o seu interesse e a sua advertência. Mas se me puder dizer como poderei eu fazer melhor do que estou a fazer para atrair a atenção, ficaria muito satisfeito em fazê-lo. Detesto gritar com as pessoas, detesto levantar a voz, assim como detesto chamar a atenção para a minha pessoa, mas não há outro modo no que respeita a Mensagem de Fátima.” Não há nada mais importante. Ontem, estivemos nessa Marcha para a Vida aqui em Roma, e além de mais de1,5 mil milhões de bebés assassinados pelo aborto, mais 78 milhões de pessoas são mortas em guerras, ou então assassinadas por Governos – não só na Rússia e na China mas também noutras partes do mundo, mais 238 milhões de pessoas. Números catastróficos, e que nos levam a pensar que – como disse o Papa Pio X – nós vivemos nos dias anteriores à vinda do Anticristo.

Devemos parar e pensar! O número espantoso de assassínios feitos por Governos, que legalizam o assassínio e fazem uma guerra mortal contra os seus próprios cidadãos e outras nações, levou a quase 1.700 milhões de pessoas sofrerem mortes violentas e injustas nos últimos 100 anos. E estas catástrofes continuam.

Estamos a Atravessar o Apocalipse AGORA! O Papa Bento XVI, quando ainda era o Cardeal Ratzinger, referiu-se à Mensagem de Fátima como sendo baseada na Sagrada Escritura. Indicou ele que nós hoje vivemos atravessando os tempos do Apocalipse. E, embora possamos estar distraídos com todas as coisas, desde os jornais diários até filmes novos ou o quer que seja que nos entretenha, tais coisas estão a acontecer à nossa volta e estão a acontecer todos os dias. E estão a acontecer de um modo tal que é difícil negar que estamos a viver no Apocalipse. Se não estamos a viver naquele tempo profetizado como sendo o que precede imediatamente a vinda do Anticristo, tem de ser o pior ensaio desse tempo que o mundo viu até agora. Olhando apenas para a Igreja Católica, por exemplo, a única ocasião, na história da Igreja, que se aproxima deste nosso tempo foi a Crise Ariana, em que 90% dos Bispos eram Arianos. E muito poucos Bispos se ergueram para defender a Fé. E aconteceu que o

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Sessões diárias de perguntas e respostas com os oradores desse dia, que permitiam perguntas e diálogo dos presentes.

Kevin Dias, Moderador

Painel de Segunda-feira: Peter Chojnowski, Padre Gruner,

John Salza

Painel de Terça-feira: Christopher Ferrara, Padre Kramer, Brian

McCall, Michal Semin, Padre Gruner

Painel de Quarta-feira: Padre Stehlin, Padre Gruner, Padre Mura

Painel de Quinta-feira: Padre Paul Kramer, Brian McCall,

Michal Semin, Padre Gruner

Painel de Sexta-feira: Padre Gruner, Brian McCall, Suzanne Pearson,

John Salza, Cristopher Ferrara

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maior deles todos, Santo Atanásio, chegou a ser excomungado pelo Papa no ano 357. Não foi realmente excomungado, porque, tal como a Igreja reconheceu sempre e S. Tomás assinalou, a lei não é uma coisa que só o legislador diz; a lei é a ordenação da razão, é para o bem comum. A lei da Igreja, até aos nossos dias, sublinha que ninguém pode ser castigado se não cometer um crime. Portanto, como Santo Atanásio se erguera a favor da Fé, estava a defender a Fé, o que era o seu dever, não podia ser castigado por fazer isso, mesmo se o Papa pronunciasse uma sentença de excomunhão. De facto, Libério arrependeu-se do seu acto, mas Libério foi o primeiro Papa que não foi canonizado desde o tempo de S. Pedro até ao ano 357.

Receai o juízo de Deus antes do juízo dos homens

É bom que recordemos que não devemos ter medo dos julgamentos dos homens, SE estivermos do lado do direito, se fizermos o que Deus quer que façamos. É um princípio que devemos ter presente na memória; também devemos compreender que a profecia é uma função na Igreja, é uma função que nunca desaparecerá, é uma função que deve ser respeitada, assim como os cargos apostólicos devem também ser respeitados. Como S. Paulo nos diz na Epístola aos Efésios, a Igreja assenta nos alicerces dos Apóstolos e dos profetas, e não só dos Apóstolos. O papel da profecia é essencial. As Sagradas Escrituras dizem-nos que não devemos extinguir o espírito, que não devemos desprezar a profecia, mas que devemos experimentar todas as coisas e reter o que é bom. É por isto que tenho promovido a Mensagem de Fátima, não só porque é única entre todas as Mensagens, mas também, é claro, porque foi aprovada pela Igreja.

O papel da Hierarquia é experimentar, julgar e OBEDECER

a uma profecia aprovada Tal como o Padre Joseph de Sainte Marie salientou aqui em Roma – foi ele que escreveu o discurso para o Papa, quando ele foi a Fátima em 1982 – “Compete à hierarquia julgar e experimentar se o profeta diz a verdade; mas a partir do momento em que a hierarquia reconhece que a mensagem vem de Deus, então o próprio Papa e os Bispos têm a obrigação de obedecer, não ao profeta, mas sim a Deus, Que lhes fala através do profeta.” Tal obrigação é primordial. Não nos compete dizer: “Estou a dizer ao Papa o que deve fazer.” Não. Mas Nossa Senhora de Fátima está a dizer-lhe o que deve fazer. Não faço mais do que explicar o que isso significa, e respondo às objecções de teólogos ou outras pessoas que não tiveram tempo para pensar nisso. Assim, voltando a 1917: Nossa Senhora aparece, vem dar uma Mensagem que mostra à Humanidade o caminho da paz. Pediram-Lhe insistentemente que viesse. Ela veio e explicou. E depois, nos 95 anos seguintes, nós basicamente ignorámo-la.

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Dá-o a conhecer Em 1931, Nosso Senhor explicou ao Papa e aos Bispos uma lição da história. Disse: “Participa aos Meus ministros que, dado seguirem o exemplo do rei de França na demora em executar o Meu pedido, tal como a ele aconteceu, assim o seguirão na aflição.” De que exemplo é que está a falar, relativamente ao Rei de França? Em 17 de Junho de 1689, Nosso Senhor falou a Santa Margarida Maria, dizendo-lhe que dissesse ao Rei de França que consagrasse o País ao Sagrado Coração de Jesus. Ora os Reis de França – e houve logo três desde aquele dia – todos eles ignoraram a Profecia de Santa Margarida Maria e a ordem que Nosso Senhor dera através de Santa Margarida Maria – que, já em vida, era conhecida como santa. Embora estivesse bem escondida, a sua fama de santidade era bem conhecida entre os seus contemporâneos. E assim, por terem ignorado aquela Mensagem, pagaram com a própria vida. Em 17 de Junho de 1789 – passados precisamente 100 anos depois desse dia – o Rei de França era despojado da sua autoridade pelo Terceiro Estado. Três semanas depois, a Revolução Francesa começava abertamente a 14 de Julho de 1789, com a tomada da Bastilha. E em 21 de Janeiro de 1794, a cabeça do Rei era cortada pelos soldados da Revolução. Nosso Senhor faz referência a isto quando diz: “Participa aos Meus ministros que, dado seguirem o exemplo do rei de França na demora em executar o Meu pedido, tal como a ele aconteceu, assim o seguirão na aflição.” Até agora, basicamente, o Papa e os Bispos que o rodeiam ignoraram, demoraram, deram desculpa atrás de desculpa. Creio que já as ouvi todas. E como já provámos nestas conferências e nas nossas publicações, nenhuma destas desculpas é convincente. Realmente, não há desculpa para não o fazer; mas até agora, não foi essa a sua escolha. Temos aqui, portanto, uma escolha a fazer. Claro que nenhum de nós é o Papa, nenhum de nós pode dar ordens ao Papa. Só ele detém a autoridade para dar ordens aos bispos da Santa Igreja. Mas nós não estamos privados de recursos; falaremos disto noutra conferência. Mas o castigo da desobediência não é só para o Papa. Como disse o próprio Papa Bento XVI, quando falou em Fátima há dois anos: “O que está predito no Segredo é a Paixão da Igreja – e, sim, há uma perseguição ao Papa. Mas o Papa está no seio da Igreja e, assim sendo, não é só o Papa que sofre a Paixão que aí vem, é também toda a Igreja.” Portanto, embora haja uma distinção nos cargos, somos todos membros da Igreja, da única e verdadeira Igreja de Cristo, a Igreja Católica. E temos um papel a desempenhar para se alcançar a obediência a Nossa Senhora de Fátima.

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Um Anjo prepara os pastorinhos para a vinda de

Nossa Senhora de Fátima Na Primavera de 1916, quando o Anjo apareceu pela primeira vez, para preparar os pastorinhos, veio por sobre as árvores. Foi logo a seguir a uma chuva ligeira. E aparece como um jovem de cerca de 15 anos; foi assim que ele lhes apareceu. Tinha uma força tremenda, e apareceu à frente deles e disse: “Não temais! Sou o Anjo da Paz. Orai comigo.” E então prostrou-se no chão e ensinou os pastorinhos a fazer o mesmo. “Orai assim,” disse. E portanto, os pastorinhos prostraram-se no chão, com a testa a tocar o chão, e ele disse esta oração, que eles depois repetiram:

“Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam.”

O Anjo disse esta oração três vezes e recomendou aos pastorinhos que continuassem a rezar assim; depois, desapareceu. Durante todo o dia, eles rezaram com a testa a tocar o chão, adorando a Deus e pedindo misericórdia para os pecadores. Foi para eles um acontecimento muito impressionante, e eles não falavam disso a ninguém; mas, passado algum tempo, o seu fervor ia diminuindo. No Verão, quando estava mais calor ao meio-dia, tinham posto as ovelhas no estábulo e foram para um poço a cerca de 50 metros da casa de Lúcia, e foram brincar. E o Anjo veio pela segunda vez e disse-lhes: “Que fazeis? Orai, orai muito. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios pela conversão dos pecadores.” Foi então que, pela primeira vez, Lúcia falou com ele e perguntou: “Como nos havemos de sacrificar?” E o Anjo respondeu: “De tudo que puderdes oferecei a Deus sacrifício… Sobretodo, aceitai e soportai, com submissão, o sofrimento que o Senhor vos enviar.” E assim, os pastorinhos renovaram o seu fervor e rezavam como o Anjo lhes tinha ensinado. No Outono de 1916 o Anjo veio pela terceira vez, e agora trazendo o Santíssimo Sacramento, com a Hóstia numa das mãos e um cálice com o Preciosíssimo Sangue na outra mão. Veio até junto deles no lugar do Cabeço, onde na Primavera rezara com eles pela primeira vez. Mandou-lhes novamente que se prostrassem, com a testa a tocar o chão, e rezou esta oração de adoração perante o Santíssimo Sacramento. Eles repetiram três vezes a oração depois dele:

“Santíssima Trindade, Padre, Filho e Espírito Santo, Adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Sacratíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.”

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O Anjo fê-los rezar esta oração três vezes e depois deu-lhes a Sagrada Comunhão. Lúcia já tinha recebido a Primeira Comunhão, e por isso recebeu a Hóstia na língua, é claro; e deu o Preciosíssimo Sangue do cálice a Jacinta e Francisco. Foi a primeira de duas Comunhões que Francisco recebeu antes de morrer. Duas Comunhões fizeram-no bem-aventurado, fizeram-no santo, evidentemente com a sua colaboração com a graça de Deus. Jacinta também não pôde receber muitas vezes a Sagrada Comunhão, mas também foi beatificada. Falaremos disto mais adiante, à medida que esta semana avança. Todos nós podemos rezar. De facto, naquela ocasião em Agosto de 1931, quando Lúcia ouviu: “Participa aos Meus ministros,” a oração que Lúcia não pronunciou era: “O Papa tem, certamente, a escolha entre obedecer e não obedecer. Mas nós não temos essa escolha; que podemos fazer à luz da recusa do Papa em obedecer?” Não perguntou isto directamente, mas esta pergunta que não fez pode compreender-se a partir da resposta de Jesus. Jesus disse: “Nunca é tarde demais para recorrer a Jesus e a Maria.” Não podemos fazer a Consagração da Rússia que Nossa Senhora pediu sem o Papa. Nós amamos o Papa e respeitamo-lo. Na verdade, esta ordem para consagrar a Rússia que lhe foi dada, e aos Bispos, exaltará o seu prestígio de uma forma que a Igreja nunca viu até agora. Quando o mundo vir que a paz chegou a toda a parte, que esta matança de mais de 1.500 milhões de pessoas chegará ao fim – só porque a Papa finalmente obedeceu – quando isto for visto pelo mundo inteiro, todos verão quão realmente importante é a autoridade que Deus deu ao Papa e aos Bispos.

NUNCA é tarde demais para recorrer a Jesus e a Maria

Não somos o Papa, mas até agora o Papa decidiu não obedecer. Assim, a pergunta não falada de Lúcia é esta: “E nós? Será culpa nossa? Que podemos fazer sobre o Papa não escutar a Mensagem de Nossa Senhora ou não obedecer a esta ordem?” E Nosso Senhor responde a esta pergunta não verbalizada, dizendo: “Nunca é tarde demais para recorrer a Jesus e a Maria.”

O poder do Santíssimo Rosário

Assim, o que nós podemos fazer, como Seus filhos, é rezar e fazer sacrifícios. De facto, Lúcia disse-nos que, no nosso tempo, Deus concedeu um tal poder ao Terço – maior poder que o que o Terço teve em épocas passadas – que não há problema no mundo, nacional ou internacional, físico ou moral, que não possa ser resolvido pelo Terço. O maior problema que o mundo tem hoje, embora não se aperceba disso, é conseguir que o Papa faça a Consagração da Rússia. Portanto, até mesmo este problema – por maior que seja – pode ser resolvido pelo Terço.

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Rezando o Terço Cada dia da Conferência começou e terminou com o Santo Terço. (Em cima) O Padre John Cunningham dirige o Terço; (à direita) O Arcebispo Dataubara a rezar o Terço com as outras pessoas, tanto clérigos como leigos.

O Santo Padre Pio dizia que rezassem o Terço e que fizessem com que outras pessoas rezassem o Terço. Todos nós podemos rezar o Terço; todos nós podemos fazer com que outras pessoas rezem o Terço connosco; todos nós podemos encorajar outras pessoas a rezarem o Terço. No dia 13 de Julho de 1917, quando Nossa Senhora apareceu, disse: “Rezem o Terço” e que “Só Nossa Senhora do Rosário lhes poderá valer.” Estava a dizer-nos que devemos fazer com que o Terço seja rezado, porque só Ela, só Nossa Senhora e o Terço nos podem ajudar, e, como é evidente, Ela ajudar-nos-á se rezarmos o Terço.

“Eu sou a Senhora do Rosário”

Como já disse, foi a 13 de Maio de 1917 que a Virgem Santíssima apareceu. Era um dia de sol, era Domingo, e eles viram um relâmpago. Era um dia sem nuvens, mas pensaram que este relâmpago anunciava uma trovoada que se aproximava. Começaram a juntar as ovelhas, para as proteger da tempestade. Então viram um segundo relâmpago, e pouco depois viram Nossa Senhora de pé numa nuvem, no cimo de uma azinheira. Nossa Senhora disse-lhes: “Não tenhais medo, que Eu não vos faço mal.” Os pastorinhos aproximaram-se, e Lúcia disse a Nossa Senhora que “o Francisco não a vê.” E Ela disse: “Diz ao Francisco que reze o Terço.” Ele tirou o Terço do bolso e começou a rezá-lo, e então sim, também ele pôde ver Nossa Senhora. O Francisco nunca A ouvia, mas podia vê-La. A Lúcia perguntou: “De onde é Vossemecê?” E a Senhora respondeu: “Sou do Céu. Depois vos direi Quem sou.” Então a Lúcia perguntou: “E eu também vou para o Céu?” “Sim, vais.” “E a Jacinta?” “Também.” “E o Francisco? Depois de um breve silêncio, a Senhora respondeu: “Também, mas tem que rezar muitos Terços.”

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Nossa Senhora, que tinha estado de mãos postas, abriu então as mãos. Vinha uma luz da palma das Suas mãos e caiu nos corações dos três pastorinhos. A esta luz, eles viram-se a si próprios na presença de Deus e foi-lhes dado uma amostra do Céu. A essa luz, Francisco, embora não pudesse ouvir, compreendeu muito profundamente que Deus estava muito triste, que Deus se entristecia devido aos pecados da Humanidade. Francisco, desse momento em diante, queria consolar Deus. Ele queria fazer reparação a Deus pelos pecados dos homens. Uma das grandes Mensagens de Fátima é a necessidade de reparação, que temos de fazer reparação a Deus pelos pecados do Homem. O Papa João Paulo II disse, quando veio a Fátima:

“O mundo tem caminhado na direcção oposta à que é indicada pela Mensagem de Fátima.”

O pecado

institucionalizou-se a si próprio Desde as aparições de Nossa Senhora em 1917, que o pecado tem vindo a ser institucionalizado, que o próprio pecado se estabeleceu. Uma coisa é um homem ou uma mulher pecarem uma vez ou outra, mas é coisa muitíssimo séria o pecado ser institucionalizado e estabelecido. Vemos isso hoje em coisas como o aborto ou a homossexualidade. Bem sei que tem havido abortos em todas as épocas, mas foi somente no nosso tempo que foi institucionalizado, que há umas chamadas leis – que, é claro, não podem ser verdadeiras leis – umas chamadas leis que protegem os assassinos, que protegem as pessoas que cometem o crime do aborto dos que protestam contra ele. O Pecado institucionalizou-se a si próprio. Se vamos julgar um homem ou uma mulher, julgamo-los pelos seus hábitos; não os julgamos por um caso em particular. Se alguém estava cansado ou irritado num determinado dia e disse alguma coisa que não devia ter dito, mas geralmente é muito amável e muito simpático e muito agradável, não dizemos dele que é uma pessoa má. Do mesmo modo, nós não julgamos um país nem as pessoas por uma falta ocasional. Julgamos as pessoas pelos seus hábitos e julgamos as nações e as sociedades pelas suas instituições. O facto de a escravatura estar institucionalizada há séculos foi considerada um factor negro naquela sociedade. Muito pior do que a escravatura é o aborto. Muito pior do que a escravatura é proteger o acto criminal da homossexualidade. No meu país, até 1968 era um crime praticar um acto homossexual. A desculpa que veio a dar o Primeiro Ministro, que se dizia Católico, era que não se devia criminalizar o que se passa no quarto de cama. Mas de facto, agora – segundo “a lei” – é um crime denunciar o crime da homossexualidade.

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Ou somos por Deus ou contra Deus

Nestas coisas não há meio caminho. Ou somos por Deus ou somos contra Ele. E, como o Papa João Paulo II disse em Fátima, a sociedade tem evoluído contra a Mensagem de Fátima. A Irmã Lúcia disse-nos em 1957 que Nossa Senhora está triste. E porque está triste? A Irmã Lúcia disse muito simplesmente ao Padre Fuentes: “a Santíssima Virgem está muito triste, por ninguém fazer caso da Sua Mensagem, nem os bons nem os maus.” Compreende-se que os maus não prestem atenção à Mensagem. Afinal, são maus. Mas Lúcia incluiu as pessoas boas nesta censura: ““a Santíssima Virgem está muito triste, por ninguém fazer caso da Sua Mensagem, nem os bons...” Por isso é que Ela está triste. Por isso é que, quando Nossa Senhora foi desprezada em 1952, por não se fazer a devida Consagração da Rússia, uma Sua imagem em Siracusa chorou lágrimas. E eu vi muitas fotos de imagens de Nossa Senhora chorando lágrimas de sangue. Por não obedecer a Nossa Senhora de Fátima, a Humanidade está a preparar um castigo tremendo, como a Humanidade nunca viu antes.

Os que sobreviverem terão inveja dos mortos

O Cardeal Ratzinger disse ao Embaixador das Filipinas que a Mensagem de Akita, que é aprovada pela Igreja, é essencialmente idêntica à Mensagem de Fátima. Nossa Senhora apareceu em 13 de Outubro de 1973 para dizer que cedo virá um tempo em que Cardeal se oporá a Cardeal e Bispo se oporá a Bispo, que os padres que veneram a Santíssima Virgem serão atacados pelos seus irmãos no sacerdócio, e que a Humanidade verá um castigo pior do que o dilúvio, e que este castigo será tão mau que os que sobreviverem – e serão uma minoria da Humanidade – hão-de ter inveja dos mortos.

A ÚNICA solução é a Consagração da RÚSSIA

Tudo isto ainda poderia ser evitado, mas com uma condição – que a Consagração da Rússia fosse feita, e feita a tempo. É esta a Mensagem que temos aqui nesta semana. Tentei, sem dúvida, reduzi-la ao mais simples que pude para uma palestra introdutória; e fiz afirmações que para alguns de vós, sem dúvida, serão exageros. Estou preparado para responder às vossas perguntas nas sessões de perguntas e respostas.

Os caminhos de Deus

não são os nossos caminhos Parte do problema com a Mensagem de Fátima é que parece simples demais. Parte dele é porque há quem diga: “Bem, como é que a paz no mundo pode ser confiada a uma

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Mensagem tão simples, ou aos pastorinhos, camponeses tão simples?” Os caminhos de Deus não são os nossos caminhos. Deus dá mais valor aos sacrifícios dos simples, aos camponeses ou outros de qualquer classe da vida, desde que sejam crentes e fiéis, do que a quem tiver muita inteligência ou muita riqueza ou muito poder ou muito prestígio perante os homens. Devemos procurar a nossa honra em Deus, como Nosso Senhor disse, mas os Fariseus preferiram antes buscar a honra entre os homens. Façamos a nós próprios as seguintes perguntas: • Faremos da Mensagem de Nossa Senhora de Fátima a nossa prioridade número um? • Escutaremos? • Faremos com que outros escutem? • Aprenderemos? • Reflectiremos sobre isto? • Agiremos? Nossa Senhora está triste porque nem os bons nem os maus prestam atenção à Sua Mensagem. Nossa Senhora foi desprezada. Frère Michel disse-me que, na sua opinião, a Consagração da Rússia não será feita enquanto o Terceiro Segredo não for revelado à Igreja. Disse que Nossa Senhora foi insultada e desonrada pelos funcionários do Vaticano que desobedeceram à Sua ordem para divulgar o Terceiro Segredo em 1960. E enquanto o Segredo (isto é, todo o Segredo) não for revelado, Deus não concederá a graça da Consagração da Rússia até se fazer reparação suficiente por este insulto, esta desobediência. E a revelação completa do Segredo é a única reparação que Deus aceitará. Frère Michel, que veio à nossa primeira conferência em 1985, no próprio Vaticano, escreveu os três livros mais completos sobre Fátima. Baseou-se nas pesquisas do Padre Alonso, cujos livros, a propósito, ainda estão por publicar, apesar de estarem prontos para serem publicados desde 1975. Muitos dos 24 volumes do Padre Alonso, com mais de 5000 documentos sobre Fátima, ainda estão por publicar. Se o Terceiro Segredo foi revelado em Junho de 2000 na sua totalidade, porque é que continuam a esconder esses documentos? Tanto os Superiores Claretianos como o Bispo de Fátima têm esses volumes, mas continuam a estar inacessíveis ao público.

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Muitas batalhas se ganharam através do controle da informação

Ainda hoje as pessoas não têm conhecimento, por exemplo, de que o ataque a Pearl Harbor pelos japoneses não era um segredo. Os americanos tinham decifrado o código japonês e sabiam a hora, o dia e o local exactos do ataque. Mas o Presidente dos Estados Unidos ocultou esta informação dos seus Generais e dos seus Almirantes em Pearl Harbor, para que o ataque tivesse lugar. O Presidente Roosevelt (FDR), que era nessa altura o Presidente, fez isto porque queria que se desse o ataque, porque ele queria entrar na guerra contra o Japão e contra a Alemanha. Pode-se dizer que a guerra foi começada pelo Presidente dos Estados Unidos ao guardar um segredo. Não estou a inventar isto. Podem encontrar esta documentação em muitos sítios. Até já li livros sobre isso. Mas não estou aqui para falar no Presidente Roosevelt. O meu objectivo é falar na necessidade de termos as informações de que precisamos, especialmente agora que estamos a ser atacados – estamos numa guerra até ao fim. Precisamos do Terceiro Segredo na sua totalidade para nos protegermos. Como S. Paulo nos disse, a nossa guerra não é contra carne e sangue, mas contra principados e poderes e os dirigentes do mundo das trevas. Esta guerra não está só a ser feita pelo demónio e pelos anjos caídos que trabalham com ele; a guerra também é feita por homens e mulheres que são inimigos da Igreja. Estes seres humanos estão a fazer isto agora mesmo – ou seja, são seres humanos que trabalham para o demónio e lutam deliberadamente contra Deus e Nossa Senhora.

O Padre Gruner proferindo a sua conferência sobre O Triplo Segredo de Fátima.

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Não são os únicos, mas é certo que há maçons que prestam culto ao demónio no grau 33, como referiu o Papa Leão XIII. Os maçons declararam guerra a Deus e à Igreja desde 1730. Os maçons infiltraram profundamente a Igreja Católica, incluindo o próprio Vaticano, nos últimos 50 anos. Encontrei-me com o Padre Francesco Putti, que publicou os nomes de 12 Cardeais que eram maçons. O Padre Putti começou o seu artigo a nomear o Cardeal, dizia o que ele tinha feito, e depois concluía o artigo desta maneira: “o Cardeal fulano de tal é um maçon. Entrou na Maçonaria no dia tal, este é o seu nome de código, este é o seu número.” Fui vê-lo um dia, porque ele tinha escrito uma coisa parecida sobre o Cardeal Garrone. O Cardeal Garrone era um Cardeal francês, e o Padre Putti não acabou o seu artigo da mesma maneira. Em vez disso, escreveu que, se o Cardeal Garrone tivesse recebido do próprio Satanás ou do chefe dos maçons a missão de destruir a educação católica em todo o mundo, não podia ter feito melhor trabalho. Perguntei: “Senhor Padre, parece indicar que ele é maçon, mas não chega a dizer isso.” E ele respondeu: “É verdade, porque não tenho documentos sobre ele. Tenho documentos sobre centenas de padres e Bispos, mas não os publico porque muitos deles reconheceram o erro que cometeram e desistiram, mas os que identifico como maçons não desistiram.” Uma vez, o Padre Putti foi ameaçado, pelo menos indirectamente, numa comunicação à imprensa, que dizia que o Vaticano estava a pensar em excomungá-lo. Assim, o Padre Putti convocou uma conferência de imprensa e disse: “Até agora, só publiquei os factos, mas se for excomungado, irei publicar a documentação.” Logo no dia a seguir, houve uma comunicação à imprensa do Vaticano, dizendo que não havia qualquer intenção de excomungar o Padre Putti. Refiro-me a isto, não porque seja agradável falar de como alguns Cardeais e Bispos – e, evidentemente, alguns padres – são membros da seita maçónica, mas porque eles se opuseram a Fátima desde o princípio. Foi o Administrador de Fátima – mais precisamente, o Administrador maçónico de Ourém – que pôs na cadeia os pastorinhos, que os ameaçou de morte, que os ameaçou de os fritar em azeite. A oposição a Fátima era mais aberta naquele tempo; hoje é muito mais subtil. Mesmo assim, a oposição a Fátima é verdadeira. De facto, o ataque indirecto que fazem é muito mais eficaz. Falei a um Deputado do Parlamento Europeu que não estava a par da necessidade da Consagração da Rússia – o que indica a eficácia que o demónio tem tido em esconder a Mensagem de Fátima.

Fátima, o Rosário e o Escapulário silenciados nos púlpitos

Em primeiro lugar, não ouvimos falar de Fátima nas nossas escolas, nos nossos púlpitos, nem sequer do pedido para rezar o Terço, ou o pedido para usar o Escapulário Castanho de Nossa Senhora do Carmo. Nem estas coisas são geralmente referidas a partir

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dos nossos púlpitos. E se são, é excepcionalmente. Mas se consideramos que há 400 mil padres na Igreja Católica, que há 2.500 dioceses na Igreja Católica – quantos falam regularmente de Fátima, quantos jornais falam dela? As únicas vezes que a vejo na comunicação social é quando há alguma história a dizer que a Consagração está feita e que o Terceiro Segredo foi revelado. Tirando isso, não falam de Fátima e também não falam da Mensagem.

Existe uma oposição a Fátima Portanto, há uma forte oposição a Fátima. Há até uma oposição muito forte a Fátima. Grande parte desta oposição é de pessoas ignorantes, que não sabem mais, mas outra é dirigida por influência maçónica dentro da Igreja Católica, a partir de fontes que não se esperavam. Por isso é que precisamos falar destas coisas, porque nunca ganharemos a batalha se não soubermos o que os inimigos vão fazer. E não vamos ganhar a batalha se não tivermos a informação de que Fátima não é uma opção, é obrigatória. Fátima não é uma opção, e algo que todos nós devemos conhecer.

Mas a Mensagem de Fátima dirige-se a todos os seres humanos

Como disse o Papa João Paulo II, “A Mensagem de Fátima dirige-se a todos os seres humanos.” Olhando para mim próprio e para cada um de vós, às vezes penso que todos estamos tentados a dizer para nós próprios: “Que mais posso eu fazer, que sou apenas Fulano de Tal, só tenho esta pequena parcela da vinha do Senhor – seja essa pequena parte uma Diocese ou uma paróquia, ou um pequeno rebanho de cinco pessoas, ou até uma família de duas – que posso fazer?” Há muita coisa que pode fazer, e durante esta conferência havemos de falar sobre isso. Obrigado pela vossa presença, e ficamos a contar com as vossas perguntas e participação, para que também possam ficar tão comprometidos como qualquer um a promover esta urgente Mensagem de Fátima e a apressar o Triunfo do Imaculado Coração de Maria. O tempo está a esgotar-se, e há muito que fazer. Que Deus vos abençoe!

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