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INTRODUÇÃO

Primeiros socorros: São os procedimentos prestados, inicialmente, àqueles que sofreram acidente ou doença, com a finalidade de evitar o agravamento do estado da vítima, até a chegada de ajuda especializada. É uma série de procedimentos simples com o intuito de manter vidas em situações de emergência até a chegada do atendimento médico.  

 Socorrista: É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao Socorrista prestar o adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes. É a pessoa que está habilitada à prática dos Primeiros Socorros, utilizando-se dos conhecimentos básicos e treinamentos técnicos que o capacitou para esse desempenho. 

Este curso tem como escopo orientar os profissionais e estudantes sobre a primeira e fundamental abordagem à vítima, nos cuidados emergenciais em casos de acidentes, a fim de assegurar a saúde daquele que não esteja em condições de cuidar de si próprio. Expõem de forma objetiva as ocorrências mais comuns de acidentes e doenças que necessitam de um pronto atendimento. 

OS 10 MANDAMENTOS DO SOCORRISTA

 1 ) Mantenha Calma.

 2)Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando você estiver prestando socorro: 1A - Primeiro EU (o socorrista) 1B - Depois minha equipe (e transeuntes) 1C - E por ultimo a vítima.

 3)Ao prestar socorro, é fundamental ligar (ou pedir para)ao serviço especializado de imediato. Podemos por exemplo discar: 192- Emergências Médico.

 4)    Sempre verifique se há riscos no local, para você sua equipe, antes de agir na emergência.

 5)    Mantenha o bom senso.

 6)    Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos.

 7)    Distribua tarefas, assim os transeuntes que poderiam atrapalhar lhe ajudarão e se sentirão mais úteis. 

8)    Evite manobras intempestivas - Imprudentes, com pressa.

 9)    Em caso de múltiplas vítimas dê preferência àquelas que correm maiores riscos de morte como, por exemplo, vítimas em parada cárdio respiratória ou com fortes hemorragias.

 10) Seja socorrista e não herói – Respeite suas limitações.  

A IMPORTÂNCIA DOS PRIMEIROS SOCORROS 

  Quando ocorre um acidente, alguns conhecimentos simples podem diminuir o sofrimento, evitar complicações futuras e até mesmo salvar vidas. O fundamental é saber que, em situações de emergência, deve se manter a calma e ter em mente que a prestação de primeiros socorros não exclui a importância de um médico. Além disso, certifique-se de que há condições seguras o bastante para a prestação do socorro sem riscos para você. Não se esqueça que um atendimento de emergência mal feito pode comprometer ainda mais a saúde da vítima..  

OBJETIVO DO SOCORRISTA 

  O objetivo é dar suporte básico para a vida, e evitar maiores danos, protegendo a vítima até a chegada de um profissional especializado.   

NO ATENDIMENTO

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 1. Manter a respiração; 

 2. Manter a circulação; 

 3. Cessar hemorragias; 

 4. Impedir o agravamento da lesão; 

 5. Prevenir o estado de choque; 

 6. Proteger áreas queimadas; 

 7. Manter áreas com suspeitas de fratura ou luxação protegidas e imobilizadas; Transportar cuidadosamente.  

AVALIAÇÃO DO PACIENTE

 A – Airways : VIAS AÉREAS: verificar se não estão obstruídas.

 B – Breathing: RESPIRAÇÃO: existe movimento respiratório.

 C - Circulation: CIRCULAÇÃO: verificar o pulso. 

D – Disability: DESABILIDADE: verificar se o paciente não está com alguma falta de sensibilidade, sinal para não mexer no paciente, pois pode denotar séria lesão na coluna vertebral podendo comprometer o sistema nervoso. 

E – Exposure: EXPOSIÇÃO: cortar a roupa para ver se não há lesão, enfim desnudar para permitir inspeção.  

SINAIS VITAIS 

Sinais vitais são aqueles que evidenciam o funcionamento e as alterações da função corporal. Dentre os inúmeros sinais que são utilizados na prática diária para o auxílio do exame clínico, destacam-se pela sua importância e por nós serão abordados: a temperatura corpórea, o pulso, a respiração e a pressão arterial. Por serem os mesmos relacionados com a própria existência da vida, recebem o nome de sinais vitais. Existem equipamentos próprios para a verificação de cada sinal vital, que devem ser verificados com cautela e sempre que possível não comentá-lo com o paciente. 

TEMPERATURA 

A temperatura é a medida do calor do corpo, é o equilíbrio entre o calor produzido e o calor perdido. Tempo para deixar o termômetro no paciente é de 5 a 10 minutos.  

VALORES DA TEMPERATURA: É considerado normal 36ºC a 37ºC Temperatura axilar- 36ºC a 36,8ºC Temperatura inguinal- 36ºC a 36,8ºC Temperatura bucal- 36,2ºC a 37ºC Temperatura retal- 36,4ºC a 37,2ºC

Atendimento pré-hospitalar: É considerado como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar ao sofrimento, a sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Ocorrência: Evento causado pelo homem, de forma intencional ou acidental, por fenômenos naturais, ou patologias, que podem colocar em risco a integridade de pessoas ou bens e requer ação imediata de suporte básico de vida, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida ou sobrevida aos pacientes, bem como evitar maiores danos à propriedade ou ao meio ambiente.

 Omissão de socorro:- Segundo o Artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em: 

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“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”.  

Pena: detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa. Diz ainda aquele artigo, “A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e é triplicada, se resulta de morte”. Vale ressaltar que, o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro.  

Crime de abandono: Artigo 133 do código penal brasileiro.   “Abandonar pessoa que está sob o seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono.”   

Pena: detenção, de seis meses a três anos.  

§ 1º. Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Reclusão, de um a cinco anos.  

§2º.  Resulta-se morte: Reclusão, de quatro a doze anos.  

Direito da vítima: A vítima tem o direito de recusar o atendimento. No caso de adultos, esse direito existe quando estiver consciente e orientado; No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela mãe ou pelo responsável legal; Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do socorro especializado, o prestador de socorro deverá se possível, arrolar testemunhas que comprovem o fato; O diálogo é imprescindível, é através dele que o socorrista poderá convencer a vítima e/ou parentes a aceitarem o socorro. 

ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA 

Os principais atributos inerentes à função do Socorrista são: 

Ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao paciente;   Ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o atendimento necessário;  

Para ser um Socorrista é preciso aprender a lidar com o público. Pessoas que estão doentes ou feridas não se encontram em condições normais. Lidar com as pessoas é uma das mais exigentes tarefas do Socorrista. Quando estiver ajudando uma pessoa, você não deve dizer que ela está bem, se na verdade ela estiver doente ou ferida. Nem mesmo dizer que tudo está bem quando você percebeu que existe algo errado. Dizer para a pessoa não se preocupar. Quando uma emergência acontece, certamente, existe algo com que se preocupar. O socorrista deve ser honesto e autêntico, ser capaz de superar comportamentos grosseiros ou pedidos descabidos, supondo que estes pacientes estão agindo assim devido à doença ou ao ferimento presente.

No local da emergência, você deve ser um profissional altamente disciplinado: Observe a sua linguagem diante dos pacientes e do público. Não faça comentários sobre os pacientes ou sobre a gravidade do acidente. Concentre-se em auxiliar o paciente e evite distrações desnecessárias. Coisas simples como fumar um cigarro no local da emergência, mostra que você não é disciplinado e não pode ser um Socorrista.  É essencial ao Socorrista ter discernimento quanto aos limites do que pode ser comunicado ao paciente. Avisar que a criança do paciente está morta ou um ente querido está seriamente ferido não ajudará em nada. Quando a assistência de emergência é prestada, o Socorrista deve ter maior sensibilidade sobre o que dizer ao paciente. Nessas situações, como uma tentativa de acalmar o paciente, o Socorrista pode avisar que outras pessoas estão cuidando de seus entes queridos. É importante lembrar que um paciente vivendo o stress da doença ou de um trauma pode não tolerar uma pressão adicional. Saiba mais sobre a ação do Socorrista. 

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A comunicação com o paciente pode ser benéfica e contribuir para o seu relaxamento, desde que você seja honesto. Dizer ao paciente que você está treinado em primeiros socorros e que irá ajudá-lo, pode diminuir o medo e estabelecer vínculos de confiança. Avisar ao paciente que o Serviço de Emergência Médica (Corpo de Bombeiros Militar ou o SAMU) está a caminho pode ajudar a tranquilizá-lo. Aprender a controlar suas emoções, ser paciente com as ações anormais ou exageradas daqueles que estão sob situação de stress; Atuar como Socorrista exige que você controle os seus próprios sentimentos no local da emergência. Você aprenderá a envolver-se com a assistência aos pacientes enquanto, ao mesmo tempo, controla as suas próprias reações emocionais ao enfrentar uma situação de doença ou ferimentos graves. Os pacientes não necessitam unicamente de simpatia ou lágrimas, mas exigem um atendimento profissional.

 Prestar assistência como Socorrista requer que você admita que o local do acidente ou os tipos de emergência podem afetá-lo. Você deve conversar com outros trabalhadores do serviço de emergência ou especialistas do Serviço de Emergência Médica, para lidar com os seus problemas emocionais e o stress, ocasionados pelas situações de emergência. Você não precisa mudar o seu estilo de vida para ser um Socorrista. Entretanto, no momento em que você é requisitado para prestar assistência a uma pessoa, alguns aspectos relacionados à mudança de seu comportamento devem ser considerados. Sua atuação e aparência podem facilitar a obtenção da confiança do paciente. Tomar uma dose a menos de bebida alcoólica em uma festa, pode parecer pouco importante, porém, o significado desta pequena ação é muito importante, para que o Socorrista preste uma assistência adequada nas situações de emergência. 

Para ser um Socorrista, você deve manter-se em boas condições de saúde. Se você tem limitações físicas, como dificuldade em agachar ou de respirar, o seu treinamento terá pouca utilidade, já que apresentará dificuldades de realizar o socorro. Podendo até eventualmente tornar-se outra vítima. As responsabilidades do Socorrista no local da ocorrência incluem o cumprimento das seguintes atividades:  

Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros presentes no local da emergência e coordenar as atividades.   Decidir quando a situação exige a mobilização ou mudança da posição ou local do paciente. O procedimento deve ser realizado com técnicas que evitem ou minimizem os riscos de lesões adicionais; Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com seu treinamento; Identificar os problemas utilizando-se das informações obtidas no local e pela avaliação do paciente; Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários para a situação; Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, sua equipe, o paciente, e prevenir outros acidentes; Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs);

Imperícia (Ignorância, inabilidade, inexperiência): Entende-se, no sentido jurídico, a falta de prática ou ausência de conhecimentos, que se mostram necessários para o exercício de uma profissão ou de uma arte qualquer. A imperícia, assim se revela na ignorância, como na inexperiência ou na inabilidade acerca de matéria, que deveria ser conhecida, para que se leve a bom termo ou se excute com eficiência o encargo ou serviço, que foi confiado a alguém. Evidencia-se, assim, no erro ou engano de execução de trabalho ou serviço, de cuja inabilidade se manifestou, ou daquele que se diz apto para um serviço e não o faz com a habilidade necessária, porque lhe falecem os conhecimentos necessários. A imperícia conduz o agente à culpa, responsabilizando-o, civil e criminalmente, pelos danos que sejam calculados por seu erro ou falta. Exemplo: é imperito, o Socorrista que utilizar o reanimador manual, sem executar corretamente, por ausência de prática, as técnicas de abertura das vias aéreas, durante a reanimação.

Imprudência (Falta de atenção, imprevidência, descuido): Resulta da imprevisão do agente ou da pessoa, em relação às consequências e seu ato ou ação, quando devia e podia prevê-las. Mostra-se falta involuntária ocorrida na prática de ação, o que a distingue da negligência (omissão faltosa), que se evidencia, precisamente, na imprevisão ou imprevidência relativa à precaução que deverá ter na prática da mesma ação. Fundasse, pois, na desatenção culpável, em virtude da qual ocorreu um mal, que podia e deveria ser

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atendido ou previsto pelo imprudente. Em matéria penal, arguido também de culpado, é o imprudente responsabilizado pelo dano ocasionado à vítima, pesando sobre ele a imputação de um crime culposo. Exemplo: É imprudente o motorista que dirige um veículo de emergência excedendo o limite de velocidade permitido na via.  

Negligência (Desprezar, desatender, não cuidar): Exprime a desatenção, a falta de cuidado ou de precaução com que se executam certos atos, em virtude dos quais se manifestam resultados maus ou prejudicados, que não adviriam se mais atenciosamente ou com a devida precaução, aliás, ordenada pela prudência, fosse executada. A negligência, assim, evidencia-se pela falta decorrente de não se acompanhar o ato com a atenção que se deveria. Nesta razão, a negligência implica na omissão ou inobservância de dever que competia ao agente, objetivado nas precauções que lhe eram ordenadas ou aconselhadas pela prudência e vistas como necessárias, para evitar males não queridos ou evitáveis.  

Exemplo: É negligente o Socorrista que deixa de utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI), em um atendimento no qual seu uso seja necessário. Reconhecimento do local da ocorrência: O reconhecimento da situação é realizado pelo Socorrista no momento em que chega ao local da emergência. O reconhecimento é necessário para que o mesmo possa avaliar a situação inicial, decidir o que fazer e como fazer. Para o correto reconhecimento do local da ocorrência, devem ser observados:  

Avaliação do local: O Socorrista deverá avaliar o local da ocorrência, observando principalmente os seguintes aspectos: 

 • A situação; 

• Potencial de risco; • As medidas a serem adotadas.  

Informes do Socorrista após avaliar o local, o Socorrista deverá informar ao Corpo de Bombeiros Militar ou ao SAMU: 

 • Local exato da ocorrência; • Tipo de ocorrência; • Riscos potenciais; • Número de vítimas e idade; • Gravidade das vítimas; • Necessidades de recursos adicionais; • Nome e telefone do solicitante do socorro adicional.  

Conforme a situação a ordem dos dados a serem informados é dinâmica, podendo ser alterada. O importante é reportá-los sempre e o mais breve possível, pois só assim o Socorrista terá o apoio necessário. Segurança do local: Consiste na adoção dos cuidados por parte do Socorrista para a manutenção da segurança no local de uma ocorrência, priorizando: 

• Estacionamento adequado da viatura de emergência; • Sinalização e isolamento do local; • Gerenciamento dos riscos.  

Estacionamento: O Socorrista/motorista deverá estacionar a viatura de socorro/carro particular 15 metros antes do local do acidente, utilizando-a como anteparo, a fim de proporcionar maior segurança à guarnição de serviço e às vítimas envolvidas, deixando assim, uma área denominada “zona de trabalho”.

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE SEGURANÇA

Equipamento para Segurança no Local do Acidente 

● Equipamento de proteção individual – este conjunto de equipamentos destina-se a proteção do socorrista e da vítima, objetivando evitar a transmissão de doenças, seja pelo contato com a pele ou através da contaminação das mucosas; materiais de uso obrigatório no atendimento no interior das viaturas de resgate: luvas descartáveis, máscara de proteção facial, óculos de proteção, aventais e capacetes (em locais de risco iminente de acidentes)

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Equipamento de segurança no local – este conjunto de equipamentos destina-se a garantir a segurança das equipes no local do acidente, bem como, das vítimas envolvidas e da população em geral; destacam-se entre esses materiais os cones de sinalização, lanternas, fitas para isolamento e extintores de incêndios. 

Equipamentos de Reanimação e Administração de Oxigênio

● Cânula orofaríngea ou Cânula de Guedel – equipamento destinado a garantir a permeabilidade das vias áreas em vítimas inconscientes devido à queda da língua contra as estruturas do palato, promovendo a passagem de ar através da orofaringe. Possui vários tamanhos.  

● Reanimador ventilatório manual ou Ambu – equipamento destinado a estabelecer ventilação artificial manual. Composto de bolsa, válvula e máscara, garantindo assim eficiente insuflação de ar e maior concentração de oxigênio para a vítima. Equipamento disponível nos tamanhos adulto e infantil.

● Equipamento de administração de oxigênio portátil – unidade portátil destinada a dar suporte de oxigênio a vítima acidentada no local da ocorrência inicial, com capacidade de 300 litros e fluxômetro a fim de dosar a administração de pelo menos 12 litros de oxigênio por minuto. Toda a ambulância possui uma segunda unidade fixa com capacidade de armazenamento maior, possibilitando a continuação da administração de oxigênio durante o deslocamento até o pronto socorro.  

● Equipamento para aspiração – destinado à aspiração de secreções da cavidade oral, as quais obstruem a passagem de oxigênio sendo indispensável uma unidade portátil e uma unidade fixa na ambulância.   

●Equipamentos de Imobilização e Fixação de Curativos  

● Talas flexíveis e rígidas (madeira, papelão) – são equipamentos indispensáveis na imobilização de fraturas e luxações. 

● Bandagens triangulares e ataduras de crepom – destinam-se à fixação de talas e curativos.  

● Cintos de fixação – cintos flexíveis e resistentes que se destinam a prender a vítima junto à tábua de imobilização. 

● Colete de imobilização dorsal (ked) - equipamento destinado à retirada de vítimas do interior de veículos que estiverem sentadas, objetivando a imobilização da coluna cervical, torácica e lombar superior. Sua fixação dá-se através de tirantes flexíveis fixos e móveis. 

● Colar cervical – equipamento destinado à imobilização da coluna cervical quanto a movimentos axiais, confeccionado em polietileno, dobrável e de vários tamanhos e modelos.  

● Tabua de imobilização – equipamento destinado à imobilização da vítima deitada, de vários modelos e tamanhos, possuindo aberturas para fixação de cintos e imobilizadores de cabeça.  

● Imobilizadores de cabeça – equipamento destinado à imobilização total da cabeça da vítima acidentada. Confeccionado em espuma revestida de um material impermeável e lavável.  

Materiais Utilizados em Curativos 

● Gaze, ataduras de crepom, bandagem, fita adesiva – material indispensável na limpeza superficial de ferimentos e contenção de hemorragias em vítimas.    

Materiais de Uso Obstétrico 

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● Material de assistência ao parto – material esterilizado, normalmente colocado em pacotes hermeticamente fechados, contendo campos duplos e simples, clamps para laqueadura umbilical, lençóis e tesoura. 

Equipamentos para Verificação de Sinais Vitais 

● Esfigmomanômetro – equipamento destinado à aferição da pressão arterial.   

● Estetoscópio - aparelho destinado a ausculta cardíaca e pulmonar.

● Oxímetro de pulso portátil - aparelho eletrônico destinado à medição da saturação periférica de oxigênio.  

● Desfibriladores automáticos externos (DEA) – equipamento destinado à verificação de arritmias ventriculares (taquicardia e fibrilação), que se confirmadas através da obediência aos comandos emanados, resultará na aplicação de choques buscando a reversão do quadro apresentado.   

OBS: a Classificação do DEA, neste grupo deve-se ao mesmo atuar também como monitor cardíaco, identificando o padrão de atividade elétrica do coração, é um material de uso de pessoal treinado, mas não necessariamente de profissional de saúde, o que o diferencia do cardioversor.

● Maca – equipamento destinado ao transporte de vítima, sendo confeccionado em alumínio, com mecanismo de travamento, possibilitando que a maca aumente ou diminua a altura.  

● Cobertor e manta aluminizada – material destinado ao conforto térmico.   

CINEMÁTICA DO TRAUMA 

Trauma: É a lesão caracterizada por uma alteração estrutural ou fisiológica, resultante de exposição a uma energia (mecânica, térmica, elétrica).  

Cinemática do trauma: É o estudo do movimento de um corpo, que sofreu um impacto ou agressão, relacionando-o com suas prováveis avarias e lesões. “Saber onde procurar lesões e tão importante quanto saber o que fazer após encontrá- las.” Esta ciência é baseada em princípios fundamentais da física: - Primeira Lei de Newton -"Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças impressas a ele." - Princípio da Inércia. (Mesmo que um carro colida e pare, as pessoas no seu interior continuam em movimento até colidirem com o painel, direção, pararias etc.). Mas, por que este repentino início ou parada de movimento resulta em trauma ou lesões? Esta questão é respondida por um segundo princípio da Física:  

 “A energia pode ser transformada de uma forma em outra em um sistema isolado, mas não pode ser criada ou destruída; a energia total do sistema sempre permanece constante”. Considerando-se o movimento de um carro como uma forma de energia (energia cinética), quando o carro colide, esta forma de energia é transformada em outras (mecãnica, térmica, elétrica, química).  

Considerando que E = (m. V²)/2, sendo E = energia cinética (movimento) m = massa (peso) V = velocidade  

“Conclui-se que quanto maior a velocidade, maior a troca de energia resultando assim em maiores danos aos organismos envolvidos”.  

“Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.” 

Trauma Contuso X Penetrante 

 Trauma Contuso “temporário”: trauma onde não há o rompimento da pele.  Trauma Penetrante “permanente”: trauma que rompe a integridade da pele penetrante “permanente”, 

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A evolução clínica de uma vítima de trauma divide-se em três fases: 

Pré-Colisão: tudo o que acontece antes da colisão bebidas, velocidade, drogas. Colisão: quando a transmissão de energia acontece entre eles.  Pós-Colisão: informações conseguidas após a transmissão de energia (como ficou o carro, estado da vítima).  São considerações importantes para o atendimento: A direção que ocorreu a variação de energia.  A quantidade de energia transmitida.  A forma como as forças afetaram o paciente.  

Acidente Automobilístico: Em um acidente automobilístico há uma desaceleração brusca, ocorrem três tipos de colisão: 

Colisão da Máquina: o veículo colide com outro ou com um anteparo; Colisão do Corpo: o corpo mantém-se em movimento e colide com o anteparo do carro; Colisão dos Órgãos: na colisão os órgãos colidem-se contra as paredes do corpo.  

Formas de Colisão 

Colisão frontal: fratura de crânio, penetração óssea no cérebro, hemorragia intercraniana, fratura ou luxação de vértebras, além de lesões nos tecidos moles do pescoço, trauma na laringe, fratura de face, ruptura da aorta, pneumotórax, hemotórax, fratura nos arcos costais, fratura no esterno, hemorragia nos órgãos abdominais ”rins, baço, pâncreas, fígado”, fratura de pelve, fratura de fêmur, joelho, tíbia e fíbula, fratura no tornozelo e pés.

Colisão Traseira: rompimento da cervical, “efeito chicote – aceleração brusca”, fratura de face.  

Colisão Lateral: fratura de costelas, contusão pulmonar, tórax instável, ruptura do fígado ou baço, fratura no braço e ombro, lesões na coluna, fratura ou luxação do fêmur, joelho, fratura na cabeça, fratura na pelve.  

Capotamento: todos os tipos de ferimentos podem ser mencionados, além da probabilidade de fratura na coluna cervical, e se a vítima for lançada para fora do veículo aumenta o risco em seis vezes o seu valor. Acidente Motociclístico: Os acidentes de motocicleta são responsáveis por grande número de mortes todos os anos. O mecanismo de trauma é o mesmo da colisão de veículo e segue as leis da Física. O uso do capacete previne lesões de face e crânio

Numa colisão frontal contra um objeto, a moto inclina-se para frente e o motociclista é jogado contra o guidão, esperando-se trauma de cabeça, tórax e abdômen. Caso pés e pernas permaneçam fixos no pedal e a coxa colida contra o guidão, pode ocorrer fratura bilateral de fêmur. Na colisão lateral do motociclista, geralmente há compressão de membros inferiores provocando fraturas de tíbia e fíbula. Nos casos de colisão com ejeção do motociclista, o ponto de impacto determina a lesão, irradiando-se a energia para o resto do corpo. Como nos automobilísticos, geralmente as lesões são muito graves nesse tipo de acidente.  

Atropelamento: Na abordagem de vítima de atropelamento, é importante conhecer sua idade, pois existem mecanismos distintos de trauma entre adultos e crianças. Quando o adulto percebe estar prestes a ser atropelado, ele se vira de costas para o veículo, na tentativa de se proteger; logo, as lesões se localizam nas regiões posterior e lateral do corpo. Por outro lado, as crianças encaram o veículo atropelador de frente. Existem três fases no atropelamento: 

● Impacto inicial nas pernas, às vezes atingindo coxa e quadril; 

● Tronco lançado contra o capô do veículo;  

● Vítima caída no asfalto – geralmente o primeiro impacto é na cabeça, com possibilidade de trauma de coluna cervical.  

Quedas: A queda se caracteriza por uma desaceleração vertical rápida. No atendimento às vítimas de queda, o socorrista deve conhecer:

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● Altura da queda; 

● Tipo de superfície com que a vítima colidiu. Exemplos: gramado, concreto etc.;  ● Parte do corpo que sofreu o primeiro impacto. Como a velocidade na queda aumenta com a altura, grandes alturas predispõem a lesões mais graves. Como referência, considera-se grave a queda de altura três vezes maior que a altura da vítima. Chamamos de "síndrome de Don Juan" a queda de altura com aterrissagem pelos pés. Conforme a altura acontece fratura bilateral de calcâneos. Após os pés, as pernas são as próximas partes a absorver a energia - fratura de tornozelos, ossos longos e quadril. No terceiro momento, verificar fratura com compressão de coluna torácica e lombar. Se a vítima apoia as mãos na queda, espera-se fratura de punho. Assim, cabe- nos determinar a parte do corpo que sofreu o primeiro impacto e, consequentemente, deduzir as lesões relacionadas.  

Lesões por Explosão:

 A explosão tem três fases:

● Causada pela onda de pressão proveniente da explosão, atinge particularmente órgãos ocos ou contendo ar, como pulmões e aparelho gastrointestinal. Pode ocorrer sangramento pulmonar, pneumotórax, perfuração de órgãos do aparelho digestivo. A onda de pressão rompe a parede de pequenos vasos sanguíneos e também lesa o sistema nervoso central. A vítima morre sem que se observem lesões externas. O socorrista, sempre atento a essas possibilidades, pesquisa sinais de queimadura nas áreas descobertas do corpo. 

● Em vítima atingida por estilhaços e outros materiais provenientes da explosão, é possível encontrar lace rações, fraturas, queimaduras e perfurações.  

● Se a vítima é lançada contra um objeto, haverá lesões no ponto do impacto e a força da explosão se transfere a órgãos do corpo. Elas são aparentes e muito similares àquelas das vítimas ejetadas de veículos ou que sofrem queda de grandes alturas.  

SINAIS VITAIS 

Os sinais vitais são: Pressão Sanguínea, Temperatura, frequência respiratória e pulso. 

Nas variações dos sinais vitais, devemos considerar:  

• Condições ambientais, tais como: temperatura e umidade do local; Condições pessoais: como exercício recente, tensão emocional, alimentação; Equipamentos apropriados e calibrados regularmente.  

Temperatura Dentro de limites determinados e de fatores conhecidos podemos aceitar como normais variações segundo:  

Idade -- Antes de um ano de idade, a temperatura normal é maior do que a do adulto. A partir de um ano de idade, a temperatura tende a alcançar níveis semelhantes aos dos adultos. A diferença já é notável após o 6º mês de idade (0,5 ºC), acentua-se a partir do 2º ano alcançando a diferença máxima após o 6º ano de idade (0,9 - 1,1 ºC). Ciclo circadiano -- Segundo o momento do dia, a temperatura pode variar sendo mais baixa na madrugada (3 horas) e no início da manhã. Pode ser máxima no final da tarde (17 horas) e no início da noite. Sexo. No sexo feminino a temperatura é mais elevada do que no masculino, e apresenta variações segundo a fase do ciclo menstrual. Atividade física e o meio ambiente -- A temperatura ambiental elevada e o ambiente pouco arejado, além de atividade física intensa, podem determinar elevação da temperatura corporal. Local de verificação da temperatura. -- Temperatura retal é a mais elevada, a bucal é intermediária e a axilar a mais baixa quando medida nas mesmas condições. A temperatura axilar normal é (36,5 ºC pela manhã a 37,2 ºC à tarde), sendo a temperatura bucal aproximadamente 0,5 ºC maior do que a axilar e a retal 0,8 a 1º C superior à axilar, podendo a temperatura retal atingir 37,8 ºC e mesmo 38,2 ºC. Pulso: É a onda provocada pela pressão do sangue contra a

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parede arterial em cada batimento cardíaco, sentida pelo toque com um impacto ou batida leve. ADULTO De 60 A 100 bpm.  CRIANÇA De 80 A 120 bpm.  BEBÊS De 100 A 160 bpm.  

Bradicardia: Frequência cardíaca abaixo do normal, abaixo de 60 bpm. Taquicardia: Frequência cardíaca acima do normal, acima de 100 bpm.  Taquisfigmia: É o aumento da frequência do pulso, acima do normal, é um pulso taquicárdico.     Bradisfigmia: É a diminuição da frequência do pulso, abaixo do normal, é um pulso bradicárdico.  Pulso Filiforme: Quando sentimos o pulso fino e fraco, geralmente da decorrência da diminuição do volume do sangue. Respiração: A avaliação da respiração inclui: frequência (movimentos respiratórios por minuto), caráter (superficial e profunda) e ritmo (regular ou irregular).  

ADULTO De 12 a 20 Movimentos Respiratórios por minuto; CRIANÇA De 20 a 30 Movimentos Respiratórios por minuto;  BEBÊS De 30 a 60 Movimentos Respiratórios por minuto;  

Apnéia: Sem respiração.  Bradipneia: Respiração lenta, regular (abaixo de 12 M. R.P.M.). Taquipnéia: Respiração rápida, regular (acima de 20 M.R.P.M.).  Dispneia: Respiração difícil. Pressão Sanguínea: A pressão sanguínea ou Pressão arterial (PA) é uma função da força exercida pelo sangue contra as paredes da artéria.   

ATENDIMENTO INICIAL 

O objetivo do atendimento inicial à vítima de trauma é identificar rapidamente situações que coloquem a vida em risco e que demandem atenção imediata pela equipe de socorro. Deve ser rápido, organizado e eficiente de forma que permita decisões quanto ao atendimento e ao transporte adequados, assegurando à vítima maiores chances de sobrevida.  O atendimento inicial à vítima de trauma se divide em três etapas sequenciais: 

1) Controle de cena; 

 2) Abordagem primária; 

 3) Abordagem secundária;   

Controle de Cena Segurança do Local: Antes de iniciar o atendimento propriamente dito, a equipe de socorro deve garantir sua própria condição de segurança, a das vítimas e a dos demais presentes. De nenhuma forma qualquer membro da equipe deve se expor a um risco com chance de se transformar em vítima, o que levaria a deslocar ou dividir recursos de salvamento disponíveis para aquela ocorrência.   

O socorrista deve atentar para:  

Óculos de proteção; Máscara facial; Luvas de procedimentos; Isolamento e controle de trânsito; Utilizando cordas ou fitas de isolamento; Sinalizando o trânsito para evitar acidente em cadeia; Desligar ao cabo da bateria do automóvel, bem como calçar as rodas. Mecanismo de Trauma: Enquanto se aproxima da cena do acidente, o socorrista examina o mecanismo de trauma, observando e colhendo informações pertinentes. Em uma colisão entre dois veículos, por exemplo, avaliar o tipo de colisão (frontal, lateral, traseira), veículos envolvidos, danos nos veículos, número de vítimas, posição dos veículos e das vítimas, etc. O Socorrista deve atentar para: Analisar o local do acidente; Identificar-se como socorrista; Afastar o risco da vítima ou a vítima do risco; Proteger a vítima de curiosos, impedindo que tentem movê-la de forma errada.  

Abordagem Primária Na abordagem primária, para facilitar a memorização, convencionou-se o “ABCD do trauma” para designar uma sequência fixa de passos, utilizando-se as primeiras letras das palavras (do inglês) que definem cada um dos passos:   

1) Passo “A” (Airway) – Vias aéreas com controle cervical;  

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2) Passo “B” (Breathing) – Respiração (existente e qualidade);  

3) Passo “C” (Circulation) – Circulação com controle de hemorragias;  

4) Passo “D” (Disability) – Estado neurológico;  

5) Passo “E” (Exposure) – Exposição da vítima (para abordagem secundária). 

A. AIRWAY (Vias aéreas com controle cervical) Se, acalme-a e pergunte o que aconteceu com ela: “Eu sou (nome do socorrista);  

Aproximar-se da vítima pelo lado para o qual a face da mesma está volta, garantindo-lhe o controle cervical. Em seguida, observar se a vítima está consciente e respirando. Tocando o ombro da vítima do lado oposto ao da abordagem, apresente- se: “tenho treinamento em primeiros socorros, e estou aqui para te ajudar. O que aconteceu contigo?”   

Uma pessoa só consegue falar se tiver ar nos pulmões e se ele passar pelas cordas vocais. Portanto, se a vítima responder normalmente, é porque as vias aéreas estão permeáveis (passo "A" resolvido) e respiração espontânea (passo "B" resolvido). Seguir para o passo "C". Se a vítima não responder normalmente, examinar as vias aéreas. Desobstruir vias aéreas de sangue, vômito, corpos estranhos ou queda da língua, garantindo imobilização da coluna cervical. Para a manutenção da abertura das vias aéreas pode ser utilizada cânula orofaríngea ou nasofaríngea. Estando as vias aéreas desobstruídas, passar para o exame da respiração (passo "B"). Técnicas de abertura das vias aéreas Quando o tônus muscular é insuficiente, a língua e a epiglote podem obstruir a faringe. A língua é a causa mais frequente de obstrução das vias aéreas na vítima inconsciente. Se não houver evidência de trauma craniano nem cervical, o Socorrista deve utilizar a manobra de inclinação da cabeça- elevação do queixo para abrir as vias aéreas. Avaliação de vias aéreas. Socorrista verifica se há corpos estranhos na cavidade oral da vítima. As técnicas para abertura das vias aéreas são: Manobra de inclinação da cabeça – elevação do queixo – casos clínicos Esta manobra deve ser utilizada apenas em casos clínicos.  1) Coloque o paciente em decúbito dorsal e posicione-se ao seu lado, na altura dos ombros;  2) Coloque uma das mãos na testa do paciente e estenda sua cabeça para trás;  3) Coloque a ponta dos dedos, indicador e médio, da outra mão, apoiados na mandíbula para elevá-la até perceber uma resistência ao movimento.  

Cabeça ou o pescoço 

Manobra de tração mandibular – caso de trauma Esta manobra deve ser utilizada apenas em casos de trauma.  1) Coloque o paciente em decúbito dorsal e posicione-se de joelhos acima da parte superior de sua cabeça;  2) Com os cotovelos na mesma superfície que o paciente ou apoiados nas coxas, segure os ângulos da mandíbula do paciente com os dedos, indicador e médio;  3) Com os dedos posicionados, empurre a mandíbula para cima, mantendo a cabeça estabilizada com a palma das mãos. Não eleve ou realize rotação da cabeça do paciente, pois a proposta desta manobra é manter a via aérea aberta sem mover a Utilize a manobra correta ao realizar uma abertura de vias aéreas - VA:  

• Em caso clínico - manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo • Em caso de trauma - manobra de tração mandibular 

B BREATHING (Respiração) 

Checar se a respiração está presente e efetiva (ver, ouvir e sentir). Se a respiração estiver ausente, iniciar respiração artificial (passo "B" resolvido temporariamente). Estando presente a respiração, analisar sua qualidade: Avaliação da respiração – ver, ouvir e sentir. Lenta ou rápida, superficial ou profunda, de ritmo regular ou irregular, silenciosa ou ruidosa. Se observar sinais de respiração difícil (rápida, profunda, ruidosa), reavaliar vias aéreas (passo "A") e solicitar a presença do médico no local. A necessidade de intervenção médica é muito provável. Se observar sinais que antecedam parada respiratória (respiração superficial, lenta ou irregular), ficar atento para iniciar respiração artificial. _ 

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  C CIRCULATION (Circulação com controle de hemorragias)  

O objetivo principal do passo "C" é estimar as condições do sistema circulatório e controlar grandes hemorragias. Para tanto devem ser avaliados: pulso; perfusão periférica; coloração, temperatura e umidade da pele.   

Se o socorrista verificar hemorragia externa, deve utilizar métodos de controle. Observando sinais que sugerem hemorragia interna, deve agilizar o atendimento e transportar a vítima o mais brevemente possível ao hospital. _ 

D DISABILITY (Estado Neurológico) 

Tomadas as medidas possíveis para garantir o “ABC”, importa conhecer o estado neurológico da vítima (passo "D"), para melhor avaliar a gravidade e a estabilidade do quadro. O registro evolutivo do estado neurológico tem grande valor. A vítima que não apresente alterações neurológicas num dado momento, mas passe a apresentá-las progressivamente, seguramente está em situação mais grave que outra cujo exame inicial tenha mostrado algumas alterações que permaneçam estáveis no tempo. Na avaliação do estado neurológico o socorrista deve realizar a avaliação do nível de consciência e o exame das pupilas.   

Avaliação do Nível de Consciência A análise do nível de consciência é feita pelo método “AVDI”, de acordo com o nível de resposta que a vítima dá aos estímulos:

● A – Acordada com resposta adequada ao ambiente. 

● V – Adormecida. Os olhos se abrem mediante estímulo verbal. Avaliação do nível de consciência – estímulo doloroso aplicado comprimindo-se a borda do músculo trapézio. 

● D – Com os olhos fechados que só se abrem mediante estímulo doloroso.  

● I – Não reage a qualquer estímulo. Exame das Pupilas Em condições normais as pupilas reagem à luz, aumentando ou diminuindo seu diâmetro conforme a intensidade da iluminação do ambiente. O aumento do diâmetro, ou midríase, ocorre na presença de pouca luz, enquanto a diminuição, ou miose, ocorre em presença de luz intensa. Quanto à simetria, as pupilas são classificadas em isocóricas (pupilas normais ou simétricas), que possuem diâmetros iguais, e anisocóricas (pupilas anormais ou assimétricas), de diâmetros desiguais.  O socorrista deve avaliar as pupilas da vítima em relação ao tamanho, simetria e reação à luz. Pupilas anisocóricas sugerem traumatismo ocular ou cranioencefálico. Neste caso a midríase em uma das pupilas pode ser consequência da compressão do nervo oculomotor no nível do tronco encefálico, sugerindo um quadro de gravidade. Pupilas normais se contraem quando submetidas à luz, diminuindo seu diâmetro. Se a pupila permanece dilatada quando submetida à luz, encontra-se em midríase paralítica, normalmente observada em pessoas inconscientes ou em óbito. Pupilas contraídas (miose) em presença de pouca luz podem indicar intoxicação por drogas ou doença do sistema nervoso central. Se houver depressão do nível de consciência e anisocoria, ficar alerta, pois existe o risco de parada respiratória. Manter-se atento para o “ABC”. Abordagem Secundária  

E EXPOSURE (Exposição da Vítima) Finalmente, no passo "E", expor a vítima, à procura de lesões. Entretanto, em nível pré-hospitalar, as roupas da vítima só serão removidas para expor lesões sugeridas por suas queixas ou reveladas pelo exame segmentar, respeitando seu pudor no ambiente público. Só iniciar a abordagem secundária depois de completada a abordagem primária. Examinar todos os segmentos do corpo, sempre na mesma ordem (exame segmentar): Pupilas de tamanhos desiguais (anisocóricas) – olho direito apresentando midríase e esquerdo miose. Avaliação das pupilas quanto à reação à luz. Crânio, face, pescoço, tórax, abdômen, quadril, membros inferiores, membros superiores e dorso. Nesta fase, realizar:  

● Inspeção: cor da pele, sudorese, simetria, alinhamento, deformidade e ferimento;

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● Palpação: deformidade, crepitação, rigidez, flacidez, temperatura e sudorese; Durante todo o exame segmentar, manter-se atento a sinais de dor ou a modificações das condições constatadas na abordagem primária da vítima.

DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS 

Obstrução de Vias Aéreas Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou parcialmente o trânsito do ar ambiente até os alvéolos pulmonares. A restauração e manutenção da permeabilidade das vias aéreas nas vítimas de trauma são essenciais e devem ser feitas de maneira rápida e prioritária. A vítima de trauma pode ter as vias aéreas comprometidas direta ou indiretamente por mecanismos distintos, sendo os principais os enumerados a seguir: - Inconsciência: A causa mais frequente de obstrução de vias aéreas em vítimas de trauma é a inconsciência, provocando o relaxamento da língua que se projeta contra a orofaringe (fundo da garganta) da vítima em decúbito dorsal, impedindo a passagem de ar das vias aéreas superiores para as inferiores. - Trauma Direto Sobre Vias Aéreas.  

- Queimaduras em Vias Aéreas: Queimaduras em vias aéreas podem produzir inflamação e edema de glote e de vias aéreas inferiores.  

- Corpo Estranho em Vias Aéreas: Fragmentos de próteses dentárias, alimentos, balas, chicletes e pequenos objetos podem causar obstrução de vias aéreas em diferentes níveis.

Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE) Causa Em Adultos: Embora a perda de consciência seja a causa mais frequente de obstrução de vias aéreas, a obstrução por corpos estranhos pode ser causa de perda de consciência e parada cardiopulmonar. A eventualidade de corpos estranhos obstruírem vias aéreas em pessoas conscientes ocorre mais frequentemente durante as refeições, sendo a carne a causa mais comum. A obstrução de vias aéreas pelo conteúdo regurgitado do estômago pode ocorrer durante a parada cardiopulmonar ou nas manobras de reanimação cardiopulmonar. 

Em Crianças: Em crianças a principal causa de obstrução de vias aéreas é a aspiração de leite regurgitado ou de pequenos objetos. Outras causas frequentes são alimentos (balas, chicletes, etc.) e causas infecciosas (epiglotite). Reconhecimento Em Vítima Consciente: A obstrução total das vias aéreas é reconhecida quando a vítima está se alimentando ou acabou de comer e, repentinamente, fica incapaz de falar ou tossir. Pode demonstrar sinais de asfixia, agarrando o pescoço, apresentando cianose e esforço respiratório exagerado. O movimento de ar pode estar ausente ou não ser detectável. A pronta ação é urgente, preferencialmente enquanto a vítima ainda está consciente. Em pouco tempo o oxigênio disponível nos pulmões será utilizado e, como a obstrução de vias aéreas impede a renovação de ar, ocorrerá a perda de consciência e, rapidamente, a morte. Em Vítima Inconsciente: Quando um adulto for encontrado inconsciente por causa desconhecida, suspeitar de parada cardiopulmonar por infarto, acidente vascular ou hipóxia secundária à obstrução de via aérea. Ele será avaliado pensando- se em parada cardiopulmonar, deixando para fazer o manejo de desobstrução de vias aéreas apenas se o fato se evidenciar. Tratando-se de criança, devemos suspeitar imediatamente de OVACE. Desobstrução de Vias Aéreas Os métodos de desobstrução de vias aéreas dividem-se em dois tipos, conforme a natureza da obstrução: obstrução por líquido (rolamento de 90º e aspiração) ou obstrução por sólido (remoção manual e manobras de desobstrução).  

Obstrução por Líquido 

 A) Rolamento de 90º: Esta manobra consiste em lateralizar a vítima em monobloco, trazendo-a do decúbito dorsal para o lateral, com o intuito de remover secreções e sangue das vias aéreas superiores. Estando a vítima na cena do acidente, ainda sem intervenção do socorrista, ou seja, sem qualquer imobilização (colar cervical e tábua), havendo a necessidade da manobra, esta deverá ser realizada com controle cervical manual. Estando a vítima já imobilizada em tábua, proceder a manobra mediante a lateralização da própria

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tábua. B) Aspiração: A aspiração de secreções e sangue pode ser realizada ainda na cena do acidente, mediante uso de aspiradores portáteis, ou no interior da ambulância, pelo uso de aspiradores fixos. Aplicar a sucção por períodos de no máximo 05 segundos de cada vez, alternando-a com o suporte ventilatório. 

(Obstrução por Sólido A) Remoção Manual: Durante a avaliação das vias aéreas, o socorrista pode visualizar corpos estranhos, passíveis de remoção digital. Somente remover o material que cause obstrução se for visível. Rolamento de 90º com um socorrista. Manobra de emergência para remoção de líquidos de vias aéreas. Avaliação de vias aéreas. Socorrista verifica se há corpos estranhos na cavidade oral da vítima. A técnica de remoção manual consiste em abrir a boca da vítima utilizando a manobra de tração da mandíbula ou a de elevação do mento (abordadas à frente) e retirar o corpo estranho com o indicador “em gancho”, deslocar e retirar o corpo estranho. Estando o corpo estranho mais aprofundado, existe a alternativa de utilizar os dedos indicador e médio “em pinça”. Em recém-nato e lactente, utilizar o dedo mínimo em virtude das dimensões reduzidas das vias aéreas. Somente tentar a remoção se o corpo estranho estiver visível. C) Manobras de desobstrução de vias aéreas em adultos: São manobras realizadas manualmente para desobstruir vias aéreas de sólidos que lhe ficarem entalados. Compressão Abdominal Também chamada manobra de Heimlich, consiste numa série de quatro compressões sobre a região superior do abdômen, entre o processo xifóide e a cicatriz umbilical.  

● Vítima em pé ou sentada:

1) Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do abdômen; 2) Segurar o punho da sua outra mão e aplicar compressão contra o abdômen, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical no sentido superior (tórax), por quatro vezes;  3) Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, afastando as pernas, e posicionar uma entre as pernas da vítima, para evitar-lhe a queda caso fique inconsciente.    

D) Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em Crianças: A remoção manual de material que provoque obstrução sem ser visualizado não é recomendada.  

Para crianças maiores de um ano, aplicar a manobra de Heimlich, de forma semelhante à do adulto; nos lactentes, uma combinação de palmada nas costas (face da criança voltada para baixo) e compressões torácicas (face voltada para cima), sempre apoiando a vítima no seu antebraço; mantenha-o com a cabeça mais baixa que o tronco, próximo a seu corpo.  

● Técnica: 

1) Utilizar a região hipotenar das mãos para aplicar até 05 palmadas no dorso do lactente (entre as escápulas);   

2) Virar o lactente segurando firmemente entre suas mãos e braços (em bloco);  

3) Aplicar 05 compressões torácicas, como na técnica de reanimação cardiopulmonar (comprima o tórax com 02 dedos sobre o esterno, logo abaixo da linha mamilar).  

Os passos da manobra de Heimlich para crianças maiores e os da combinação de palmada nas costas com compressões torácicas para lactentes devem ser repetidos até que o corpo estranho seja expelido ou a vítima fique inconsciente. Neste caso, proceder as manobras de abertura de vias aéreas, repetir os passos de desobstrução iniciar manobras de RCP.  

Desobstrução de VA de lactente – 05 palmadas no dorso, entre as escápulas.  

Desobstrução de VA de lactente – 05 compressões torácicas.  

RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR 

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É o conjunto de manobras realizadas para estabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea, tais como, respiração artificial e massagem cardíaca externa, manobras essas utilizadas nas vítimas em parada cardiopulmonar (morte clínica). A tabela abaixo mostra a evolução da morte clínica até a morte biológica e os vários cenários possíveis após a RCP, segundo o tempo decorrido entre a parada circulatória e a restauração do fluxo sanguíneo espontâneo. 

A viabilidade do cérebro é que define a vida humana. Na ausência de intervenção terapêutica, a morte clínica é rapidamente seguida de lesão biológica tecidual irreversível. Essa sequência é um processo que se estende de 5 a 20 minutos no cérebro, de 20 a 30 minutos no coração e por horas na pele. Para alguns pacientes com parada cardiopulmonar e com funções neurológica e cardiorrespiratórias previamente preservadas, a utilização rápida das técnicas de RCP, seguidas de cuidados médicos definitivos, pode ser salvadora. Parada Respiratória: A parada respiratória evolui em alguns minutos para uma parada cardiopulmonar e apesar de ser a menor causa de paradas, possui resultados positivos quando aplicado RCP logo no início da parada, principalmente em obstrução de vias aéreas ou afogamento.  

São causas de parada respiratória por ordem de incidência:  

● Doenças do pulmão; ● Trauma; ● Obstrução de Vias Aéreas por inconsciência ou Corpo Estranho; ● Acidente Cardiovascular (AVC); ● Overdose por drogas; ● Afogamento; ● Inalação de fumaça; ● Epiglotite e laringite; ● Choque elétrico;

Parada Cardíaca, Doenças cardíacas: são a principal causa de morte em todo o mundo e em cerca de 60% destas mortes ocorre uma Parada Cardíaca Súbita (PCS). A parada cardíaca súbita corresponde a 80% das paradas cardiopulmonares. Estas paradas cardíacas súbitas têm como principal causa o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e durante o infarto a grande maioria das vítimas apresenta algum tipo de fibrilação ventricular (FV) durante a parada. Nenhum tipo de RCP consegue reverter este quadro, mas garante a oxigenação dos tecidos até a chegada de um desfibrilador. Um RCP aplicado com alta qualidade pode dobrar ou triplicar as taxas de sobrevivência de PCS.  

Outras causas de Parada Cardíaca são: 

● Trauma direto no coração; 

● Uso de Drogas.  

Sinais de Parada Cardiopulmonar São três os sinais que demonstram que uma vítima está em parada cardiopulmonar:  

● Inconsciência sem resposta a estímulo;

 ● Ausência de movimentos respiratórios, ou respiração agônica;

 ● Ausência de Pulso.  

Procedimentos para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) Ressuscitação cardiopulmonar é o conjunto de manobras realizadas para restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea, tais como, respiração artificial e massagem cardíaca externa, manobras essas utilizadas nas vítimas em parada cardiopulmonar. 

 RCP em Adultos Caso o socorrista esteja sozinho no local da ocorrência o acionamento ao SME - Sistema Médico de Emergência, para a aplicação do desfibrilador, é prioritário para então na sequência iniciar o RCP. A exceção fica para os casos de parada respiratória (OVACE, afogamento, etc.) em que o emprego imediato de manobras de ressuscitação tem prioridade sobre o acionamento do SME. O socorrista se estiver sozinho deve então executar o RCP por pelos menos 2 (dois) minutos antes de acionar o SME. Constatada PCR o socorrista deve iniciar as manobras de ressuscitação. Segundo a American Heart Association, em vigor no ano de 2010, o protocolo de RCP para socorristas treinados e proficientes: 

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 Vítimas adultas: - Certifique-se que a vítima esta em local adequado para realização das manobras: decúbito dorsal (de costas no solo), em superfície, seca, rígida e plana. - Posicione-se próximo ao lado da vítima de joelhos; - Exponha o tórax da vítima, localize o esterno, e posicione o calcanhar de uma de suas mãos sobre ele. - Entrelace uma mão sobre a outra de forma a manter apenas o calcanhar da Mão em contato com a vítima. - Mantenha os braços firmes e perpendiculares ao corpo da vítima, sem flexioná-los durantes as manobras. Estas deverão ser executadas numa frequência de 30 compressões para 2 ventilações durante 2 minutos.  

- O tórax da vítima deverá ser comprimido em 5 cm. Permitindo o retorno completo do tórax durante as compressões. - A velocidade das compressões deve ser de 100/min. - Durante a ventilação mantenha a via aérea aberta e ventile com a bolsa de ressuscitação manual (AMBU) por 1 segundo. Observando a expansão torácica. - Após realização do primeiro ciclo de ressuscitação, 2 minutos, o socorrista deve reavaliar respiração e pulso da vitima, no tempo máximo de 10 segundos. - Não deverá ser interrompida a ressuscitação por mais que 10 segundos. - Caso o socorrista esteja acompanhado por outro socorrista este deverá alternar com o primeiro as manobras a fim de garantir a eficiência da ressuscitação. - No caso de não possuir a bolsa de reanimação manual, ou o socorrista não for proficiente, ou seja, não esteja apto para realização das manobras, deverá ser feita apenas as compressões torácicas, na frequência de 100/min, durante 2 minutos.  

Vítimas Crianças: 

- Certifique-se que a vítima esta em local adequado para realização das manobras: decúbito dorsal (de costas no solo), em superfície, seca, rígida e plana. - Posicione-se próximo ao lado da vitima de joelhos. - Exponha o tórax da vítima, localize o esterno, e posicione o calcanhar de uma de suas mãos sobre ele. - Mantenha os braços firmes e perpendiculares ao corpo da vítima, sem flexioná-lo durantes as manobras. Estas deverão ser executadas numa frequência de 30 compressões para 2 ventilações durante 2 minutos. - O tórax da vítima deverá ser comprimido em 5 cm. Ou no mínimo 4 cm de seu diâmetro. Permitindo o retorno completo do tórax durante as compressões - A velocidade das compressões deve ser de 100/min. - Durante a ventilação mantenha a via aérea aberta e ventile com a bolsa de ressuscitação manual (AMBU) por 1 segundo. Observando a expansão torácica. - Após realização dos primeiros ciclos de ressuscitação, 2 minutos, o socorrista deve reavaliar respiração e pulso da vítima, no tempo máximo de 10 segundos. - Não deverá ser interrompida a ressuscitação por mais que 10 segundos. - Caso o socorrista esteja acompanhado por outro socorrista este deverá alternar com o primeiro as manobras a fim de garantir a eficiência da ressuscitação. - No caso de não possuir a bolsa de reanimação manual, ou o socorrista não for proficiente, ou seja, não esteja apto para realização das manobras, deverá ser feita apenas as compressões torácicas, na frequência de 100/min, durante 2 minutos. 

Vítima Bebê: 

- Certifique-se que a vítima está em local adequado para realização das manobras: decúbito dorsal (de costas no solo), em superfície, seca, rígida e plana.

- Posicione-se próximo ao lado da vítima de joelhos.

- Exponha o tórax da vítima, localize o esterno, e posicione os dedos polegares, tendo o devido cuidado para não apertar o tórax do bebê ou os dedos indicadores e médios sobre o esterno.

- Mantenha os dedos indicadores e médios firmes e perpendiculares ao corpo da vítima. As compressões deverão ser executadas numa frequência de 30 compressões para 2 ventilações durante 2 minutos.  

- O tórax da vítima devera ser comprimido em 4 cm. Ou no mínimo 1/3 de seu diâmetro. Permitindo o retorno completo do tórax durante as compressões.

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- A velocidade das compressões deve ser de 100/min.

- Durante a ventilação mantenha a via aérea aberta e ventile com a bolsa de ressuscitação manual (AMBU) por 1 segundo. Observando a expansão torácica.

- Após realização dos primeiros ciclos de ressuscitação, 2 minutos, o socorrista deve reavaliar respiração e pulso da vítima, no tempo máximo de 10 segundos.

- Não deverá ser interrompida a ressuscitação por mais que 10 segundos.

- Caso o socorrista esteja acompanhado por outro socorrista este deverá alternar com o primeiro as manobras a fim de garantir a eficiência da ressuscitação.

- No caso de não possuir a bolsa de reanimação manual, ou o socorrista não for proficiente, ou seja, não esteja apto para realização das manobras, deverá ser feita apenas as compressões torácicas, na frequência de 100/min, durante 2 minutos.  

FERIMENTOS 

Qualquer rompimento anormal da pele ou superfície do corpo é chamado de ferimento. A maioria dessas lesões compromete os tecidos moles, a pele e os músculos. As feridas podem ser abertas ou fechadas. A ferida aberta é aquela na qual existe uma perda de continuidade da superfície cutânea. Na ferida fechada, a lesão do tecido mole ocorre abaixo da pele, porém não existe perda da continuidade na superfície. Todos os ferimentos logo que ocorrem, causam dor, produzem sangramentos e podem causar infecções. 

As roupas sobre um ferimento deverão ser sempre removidas para que o socorrista possa melhor visualizar a área lesada. Remova-as com um mínimo de movimento. É melhor cortá-las do que tentar retirá-las inteiras, porque a mobilização poderá ser muito dolorosa e causar lesão e contaminação dos tecidos. O socorrista não deverá tocar no ferimento, caso a ferida estiver suja, ou ainda, se for provocada por um objeto sujo, deverá ser limpa com o uso de água e sabão. Diminua a probabilidade de contaminação de uma ferida, utilizando materiais limpos e esterilizados para fazer o curativo inicial. Todos os ferimentos devem ser cobertos por uma compressa (curativo universal), preparada com um pedaço de pano bem limpo ou gaze esterilizada. Esta compressa dever ser posicionada sobre a ferida e fixada firmemente com uma atadura ou bandagem. No socorro pré-hospitalar é indicado o uso de bandagens triangulares que podem ser confeccionadas em diversos tamanhos, no entanto, recomenda-se o uso de bandagens com base de no mínimo 1 metro de comprimento. Confeccionada em algodão cru com costura dupla nos acabamentos, a bandagem é largamente utilizada na proteção de ferimentos, quer na posição aberta (estendida) ou dobrada, proporcionando uma técnica de socorro rápido e seguro. 

Antes de utilizar a bandagem, o socorrista deverá proteger o ferimento com compressas limpas e de tamanho adequado. Deixe sempre as extremidades descobertas para observar a circulação e evite o uso de bandagens muito apertadas que dificultam a circulação sanguínea, ou ainda, as muito frouxas, pois soltam. Não devemos remover corpos estranhos (facas, lascas de madeira, pedaços de vidro ou ferragens) que estejam fixados em ferimentos. As tentativas de remoção do corpo estranho (objeto cravado) podem causar hemorragia grave ou lesar ainda mais nervos e músculos próximos a ele.

 Controle as hemorragias por compressão e use curativos volumosos para estabilizar o objeto encravado. Aplique ataduras ao redor do objeto, a fim de estabilizá-lo e manter a compressão, enquanto a vítima é transportada para o hospital, onde o objeto será removido. Se o ferimento provocar uma ferida aberta no tórax da vítima (ferida aspirante) e, for possível perceber o ar entrando e saindo pelo orifício, o socorrista deverá imediatamente providenciar seu tamponamento, para tal, deverá usar simplesmente a mão (protegida por uma luva descartável) sobre a ferida ou fazer um curativo oclusivo com

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material plástico ou papel alumínio (curativo de três pontas). Após fechar o ferimento no tórax, conduza a vítima com urgência para um hospital. Se o ferimento for na região abdominal da vítima e houver a saída de órgãos (evisceração abdominal), o socorrista deverá cobrir as vísceras com um curativo úmido e não tentar recolocá-las para dentro do abdome. Fixe o curativo com esparadrapo ou uma atadura não muito apertada. Em seguida, transporte a vítima para um hospital. Não dê alimentos ou líquidos para o vitimado. Em alguns casos, partes do corpo da vítima poderão ser parcialmente ou completamente amputadas. Às vezes, é possível, por meio de técnicas microcirúrgicas, o reimplante de partes amputadas. Quanto mais cedo à vítima, junto com sua parte amputada, chegar ao hospital, melhor. Conduza a parte amputada protegida dentro de um saco plástico com gelo moído. O frio ajudará a preservar o membro. Não deixe a parte amputada entrar em contato direto com o gelo. Não lave a parte amputada e não ponha algodão em nenhuma superfície em carne viva. Em casos de esmagamento (normalmente encontrados nos acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, desabamentos e colapsos estruturais), se a vítima ficar presa por qualquer período de tempo, duas complicações muito sérias poderão ocorrer. Primeiro, a compressão prolongada poderá causar grandes danos nos tecidos (especialmente nos músculos). Logo que essa pressão deixa de ser exercida, a vítima poderá desenvolver um estado de choque, à medida que o fluido dos tecidos vá penetrando na área lesada. Em segundo lugar, as substâncias tóxicas que se acumularam nos músculos são liberadas e entram na circulação, podendo causar um colapso nos rins (processo grave que poderá ser fatal).  

O tratamento merecido por uma vítima com parte do corpo esmagado é o seguinte: 

1.      Evite puxar a vítima tentando liberá-la. Solicite socorro especializado para proceder ao resgate (emergência fone 193); 2.      Controle qualquer sangramento externo; 

3.      Imobilize qualquer suspeita de fratura; Trate o estado de choque e promova suporte emocional à vítima; 

4.      Conduza a vítima com urgência para um hospital.  

CORPOS ESTRANHOS 

A penetração de corpos estranhos no corpo humano é um tipo de acidente muito comum e pode ocorrer nas circunstâncias mais inesperadas. Vários tipos de objetos estranhos ao nosso corpo podem penetrar acidentalmente nos olhos, ouvidos, nariz e garganta. São pequenas partículas, de variada origem e constituição física que, muitas vezes, apesar de aparentemente inofensivas devido ao tamanho, podem causar danos físicos e desconforto sério. É importante o rápido reconhecimento do corpo estranho que tenha penetrado no corpo (Quadro X). Em todos os casos de atendimento é preciso agir com precisão, manter a calma e tranquilizar o acidentado. O conhecimento e a serenidade sobre o que está fazendo são fundamentais para o trabalho de primeiros socorros.   

Olhos 

Os olhos são os órgãos que estão mais em contato com o trabalho e, portanto, mais susceptíveis de receber corpos estranhos. Qualquer corpo estranho que penetre ou respingue nos olhos de uma pessoa constitui um acidente doloroso, e muitas vezes, consequências desastrosas. A atividade de quem for prestar os primeiros socorros na remoção de corpos estranhos dos olhos de um acidentado deve-se limitar exclusivamente às manobras que serão explicadas a frente. O uso de instrumentos como agulhas, pinças, ou outros semelhantes só podem se utilizados por profissional de saúde. Todo cuidado é pouco nas manobras de remoção de corpos estranhos dos olhos. Qualquer atendimento mal feito ou descuidado pode provocar lesões perigosas na córnea, conjuntiva e esclerótica.  

Primeiros Socorros 

A primeira coisa a ser feita ao se atender um acidentado que reclame de corpo estranho no olho é procurar reconhecer o objeto e localizá-lo visualmente. Em seguida, pede-se à

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vítima que feche e abra os olhos repetidamente para permitir que as lágrimas lavem os olhos e, possivelmente, removam o corpo estranho. Muitas vezes a natureza e o local de alojamento do corpo estranho não permitem o lacrimejar, pois pode provocar dor intensa e até mesmo lesão de córnea, nestes casos não se deve insistir para a vítima pestanejar. Se for possível, lave o olho com água corrente.  Se o corpo estranho não sair, o olho afetado deve ser coberto com curativo oclusivo e a vítima encaminhada para atendimento especializado. Muitas vezes o corpo estranho está localizado na superfície do olho, especialmente na córnea e na conjuntiva palpebral superior. O corpo estranho localizado na córnea não deverá ser retirado. O procedimento a ser adotado é o seguinte:   

• Manter o acidentado calmo e tranquilo. Manter-se calmo. • Não retirar qualquer objeto que esteja na córnea. • Não tocar no olho do acidentado nem deixar que ela o faça. • Não tocar no objeto. • Encaminhar o acidentado para atendimento especializado, se possível com uma compressa de gaze, lenço ou pano limpo cobrindo o olho afetado sem comprimir, fixando sem apertar. O próprio acidentado poderá ir segurando a compressa Se o corpo estranho não estiver na córnea, ele pode ser procurado na pálpebra inferior. Se estiver lá, pode-se removê-lo com cuidado, procedendo da seguinte maneira: • Lavar bem as mãos com água e sabão. • Tentar primeiramente remover o objeto com as lágrimas, conforme instruído anteriormente.  • Se não sair, podem-se usar hastes flexíveis com ponta de algodão ou a ponta limpa de um lenço retorcido. • Enquanto puxa-se a pálpebra para baixo, retira-se o objeto cuidadosamente. Se o objeto estiver na pálpebra superior será necessário fazer a eversão da pálpebra para localizá-lo e removê-lo, com explicado a seguir: • Levantar a pálpebra superior, dobrando-a sobre um cotonete ou palito de fósforo. • Quando o objeto aparecer, removê-lo com o auxílio de outro cotonete ou ponta de tecido ou de lenço limpo, retorcido. • Se houver risco de lesão ou dor excessiva, suspender a manobra e encaminhar para socorro especializado. • Ao encaminhar o acidentado para atendimento especializado, deve- se cobrir o olho afetado com gaze ou pano limpo. Qualquer líquido que atingir o olho deve ser removido imediatamente. O olho deve ser lavado em água corrente de uma pia, ou no jato de água corrente feito com a mão espalmada sob a torneira. Em muitos laboratórios existe o chuveiro lava-olhos para onde o acidentado deverá ser levado, sempre que possível. Uma alternativa para estas opções é fazer com que o acidentado mantenha o rosto, com o olho afetado, debaixo d'água, mandando-o abrir e fechar repetidamente o olho. Qualquer procedimento de lavagem de olhos para retirada de líquido estranho deverá ser feito no mínimo por 15 minutos. Não se pode perder tempo procurando saber que tipo de líquido caiu no olho do acidentado. Providenciar a lavagem imediatamente. Após a lavagem, com o olho coberto por gaze, o acidentado deve ser encaminhado para socorro especializado. A falta de atendimento e posterior tratamento adequado nos casos de corpos estranhos oculares podem, em determinadas circunstâncias, causar graves problemas aos olhos. Estes problemas podem ir desde dificuldades óticas corrigíveis com lentes, até a perda da visão ou mesmo do próprio olho. Um corpo estranho no olho, além de conduzir microrganismos, pode causar abrasão na superfície da córnea que pode vir a infeccionar e causar desde uma úlcera da córnea até panoftalmite (inflamação do olho); muitas vezes uma vítima reclama da presença de um corpo estranho no olho, que não é encontrado. O corpo estranho pode já ter saído, mas causou abrasão da córnea. O encaminhamento ao médico para prova de fluoresceína deve ser imediato nestes casos.   

Ouvidos Corpos estranhos podem penetrar acidentalmente também nos ouvidos, especialmente na área correspondente ao conduto auditivo externo. Estes acidentes são mais comuns com crianças. Insetos, sementes, grãos de cereais e pequenas pedras podem se alojar no ouvido externo. Muitas vezes, cerume endurecido é confundido com um corpo estranho. Ele causa perturbação na função auditiva e desconforto. Devemos determinar com a maior precisão possível a natureza do corpo estranho. Todos os procedimentos de manipulação de corpo estranho no ouvido devem ser realizados com extrema cautela. Erros de conduta e falta de habilidade na realização de primeiros socorros podem ocasionar danos irreversíveis à membrana timpânica com consequente prejuízo da audição, temporário ou permanente. Não usar qualquer instrumento na tentativa de remover corpo estranho do ouvido. Não se usam pinças, tesouras, palitos,

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grampos, agulhas, alfinetes. O uso de instrumentos É atribuição particular de pessoal especializado. A improvisação geralmente resulta em desastres irreversíveis. Devido à sua posição totalmente exposta, o ouvido externo está frequentemente sujeito a lesões como contusões, cortes, feridas, queimaduras por calor e por frio. A contusão do pavilhão auricular geralmente provoca hemorragia subcutânea e subpericondral. O hematoma, ou otohematoma, que resulta desta hemorragia tem a aparência de um inchaço rígido que compromete toda a orelha, exceto o lóbulo. Devem-se aplicar compressas com bandagens e encaminhar para atendimento especializado.

 Primeiros Socorros 

O acidentado com objeto estranho no ouvido deve ser deitado de lado com o ouvido afetado para cima. Se o objeto for visível, pode-se tentar retirá-lo delicadamente para não forçá-lo mais para dentro, com as pontas dos dedos. Se o objeto não sair ou houver risco de penetrar mais, deve-se procurar socorro especializado. É comum insetos vivos alojarem-se no ouvido. Nestes casos uma manobra que tem dado resultado é acender uma lanterna em ambiente escuro, bem próximo ao ouvido. A atração da luz trará o inseto para fora.  

Nariz 

Corpos estranhos no nariz também ocorrem com mais frequência em crianças; geralmente causam dor, crises de espirro e coriza. Podem resultar em irritação se não forem removidos imediatamente. Insetos podem se alojar nas narinas de crianças e adultos, indiferentemente. Não usar instrumentos como pinça tesoura, grampo ou similar. A conduta correta é comprimir com o dedo a narina não obstruída e pedir o acidentado para assoar, sem forçar, pela narina obstruída. Normalmente este procedimento ajuda a expelir o corpo estranho. Se o corpo estranho não puder sair com facilidade, devemos procurar auxílio médico imediatamente. Manter a vítima calma, cuidando para que não inale o corpo estranho. Não permitir que a vítima assoe com violência. A vítima deverá aspirar calmamente pela boca, enquanto se aplicam as manobras para expelir o corpo estranho.  

QUEIMADURAS 

Queimadura é toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor ou frio, produtos químicos, corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais e plantas (como larvas, água-viva, urtiga), entre outros. Se a queimadura atingir 10% do corpo de uma criança ela corre sério risco. Já em adultos, o risco existe se a área atingida for superior a 15%.  

Tipos de queimaduras: 

- Queimaduras térmicas: são provocadas por fontes de calor como o fogo, líquidos ferventes, vapores, objetos quentes e excesso de exposição ao sol; - Queimaduras químicas: são provocadas por substância química em contato com a pele ou mesmo através das roupas; - Queimaduras por eletricidade: são provocadas por descargas elétricas.  

Graus de queimadura 

As queimaduras são classificadas de acordo com a sua profundidade e tamanho, sendo geralmente mensuradas pelo percentual da superfície corporal acometida. Classicamente as queimaduras são classificadas em 1º, 2º e 3º graus, de acordo com a camada de pele acometida.   Queimaduras de primeiro grau: também chamada de queimadura superficial, são aquelas que envolvem apenas a epiderme, a camada mais superficial da pele. Os sintomas da queimadura de primeiro grau são intensa dor e vermelhidão local, mas com palidez na pele quando se toca.  A lesão da queimadura de 1º grau é seca e não produz bolhas. Geralmente melhoram após 3 a 6 dias, podendo descamar e não deixam sequelas. Queimaduras de 2º grau: atualmente é dividida em 2º grau superficial e 2º grau profundo.

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A queimadura de 2º grau superficial é aquela que envolve a epiderme e a porção mais superficial da derme. Os sintomas são os mesmos da queimadura de 1º grau incluindo ainda o aparecimento de bolhas e uma aparência úmida da lesão. A cura é mais demorada podendo levar até 3 semanas; não costuma deixar cicatriz mas o local da lesão pode ser mais claro. As queimaduras de 2º grau profundas são aquelas que acometem toda a derme, sendo semelhantes às queimaduras de 3º grau. Como há risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo de queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos doloroso que as queimaduras mais superficiais. As glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser destruídos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos. A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixas cicatrizes. Queimaduras de 3º grau: são as queimaduras profundas que acometem toda a derme e atingem tecidos subcutâneos, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e capilares sanguíneos, podendo inclusive atingir músculos e estruturas ósseas. São lesões esbranquiçadas/acinzentadas, secas, indolores e deformantes que não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de enxertos.         

Extensão da queimadura 

Além da profundidade da queimadura, também é importante a extensão da lesão. Todo paciente com lesões de 2º ou 3º grau devem ser avaliados em relação ao percentual da área corporal atingida, de acordo com o diagrama exposto ao lado. Quanto maior a extensão das queimaduras, maiores os riscos de complicações e morte. O diagrama não tem valor para queimaduras de 1º grau ou queimaduras solares. Não é preciso entrar em pânico se após um dia de sol você ficar com mais de 50% do corpo queimado. Se as queimaduras não acometem uma região inteira do corpo, um modo simples de calcular a extensão da lesão é usar a área de uma palma da mão como equivalente a 1% da superfície corporal.  

A classificação de gravidade é feita da seguinte modo: 

a) Queimadura leve: - Menos de 10% da superfície corporal de um adulto com queimaduras de 2º grau;  - Menos de 5% da superfície corporal de uma criança ou idoso com queimaduras de 2º grau; - Menos de 2% da superfície corporal com queimaduras de 3º grau.  b) Queimadura moderada: - 10 a 20% da superfície corporal de um adulto com queimaduras de 2º grau; - 5 to 10% da superfície corporal de uma criança ou idoso com queimaduras de 2º grau;  - 2 a 5% da superfície corporal com queimaduras de 3º grau; - Suspeita de queimaduras do trato respiratório por inalação de ar quente;  - Queimaduras leves em pacientes com doenças que predisponham infecções como imunossupressão, diabetes ou anemia falciforme; - Queimaduras em formato circunferencial, tipo pulseira, colar ou bracelete.  

c) Queimadura grave: - Mais de 20% da superfície corporal de um adulto com queimaduras de 2º grau; - Mais de 10% da superfície corporal de uma criança ou idoso com queimaduras de 2º grau; - Mais de 5% da superfície corporal com queimaduras de 3º grau; - Queimaduras elétricas por alta voltagem; - Queimaduras comprovadas do trato respiratório por inalação de ar quente; - Queimaduras significativas na face, olhos, orelhas, genitália ou articulações; - Outras graves lesões associadas a queimadura, como fraturas e traumas.  

d) Complicações das grandes queimaduras; A pele é o maior órgão do nosso corpo, serve de barreira contra a invasão de germes do exterior e contra a perda de calor e líquidos, sendo essencial para o controle da temperatura corporal. Qualquer paciente com critérios para queimaduras moderadas ou graves deve ser internado para receber tratamento imediato, pois há sério risco de complicações. O primeiro problema das queimaduras é a quebra da barreira de proteção contra germes do ambiente, favorecendo a infecção das feridas por bactérias da pele e o desenvolvimento da sepse. Outra complicação é a grande perda de líquidos dos tecidos queimados. Quando a queimadura é extensa, a saída de água dos vasos é tão intensa que o paciente pode entrar em choque circulatório. A insuficiência renal aguda também é uma complicação grave nos grandes queimados, assim como a hipotermia por incapacidade do corpo em reter calor devido a grandes áreas

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de pele queimada. Quando a área do tórax e do pescoço são acometidas por queimaduras mais profundas, a cicatrização torna a pele muito rígida e retraída, o que pode atrapalhar os movimentos da respiração. Neste caso é necessária a escarotomia, uma incisão cirúrgica da pele de modo a impedir a que a falta de elasticidade da mesma cause compressão das estruturas internas. Como as mãos são áreas de intensa articulação e movimento, cicatrizações de queimaduras podem ser muito limitantes. Por isso, este tipo de queimadura deve sempre ser avaliado por um médico. Queimaduras circunferenciais são perigosas, pois há risco de compressão de estruturas internadas devido ao inchaço que qualquer queimadura provoca.  Nos membros podem comprimir nervos e vasos. No pescoço podem comprimir as vias aéreas. Outra grave complicação é a queimadura por inalação de ar quente que pode impedir o paciente de conseguir respirar adequadamente, seja por lesão direta dos pulmões ou por edema e obstrução das vias aéreas. Quando as lesões são de 3º grau a pele não é capaz de se curar sozinha, sendo necessária a implantação de enxertos de pele para que o interior do organismo não fique exposto ao meio externo. Também é essencial a vacinação contra o tétano.   

Definição de queimadura leve (queimadura simples) 

A maioria das pessoas pensa que uma queimadura leve (ou queimadura simples) é algo como aquelas pequenas queimaduras que ocorrem ao se encostar em uma panela quente ou após um dia de sol sem protetor solar. Na verdade, consideramos queimaduras leves aquelas que não cursam com risco de morte nem causam alterações metabólicas no organismo que necessitem de tratamento intra- hospitalar. Dentro deste conceito podem estar incluídas queimaduras profundas e com risco de cicatrização deformante, daquelas que o senso comum nunca chamaria de queimadura simples. A classificação de gravidade da queimadura depende do grau, da causa, do potencial para haver complicações e, principalmente, da extensão da lesão. Portanto, consideramos uma queimadura leve quando:   

Queimadura de 1º grau da mão  

- Existem apenas queimaduras de 1º grau; 

 - A queimadura de 2º grau acomete menos de 10% da superfície corporal de um adulto (em torno de 7,5 cm no maior diâmetro); - A queimadura de 2º grau acomete menos de 5% da superfície corporal de uma criança ou idoso; - A queimadura de 3º grau acomete menos de 2% da superfície corporal e não há outras lesões traumáticas associadas.  

Além dos requisitos acima, para ser considerada uma queimadura simples também são necessários que:  

Queimadura de 1º grau da perna  

- A queimadura seja isolada - Não acometa olhos ou grandes áreas da face, mãos, períneo ou pés. - Não envolva completamente grandes articulações como joelhos ou ombros, por exemplo. - Não envolva uma área do corpo de forma circunferencial (em forma de pulseira, colar ou anel). Áreas queimadas ficam inchadas e queimaduras circunferenciais podem obstruir o fluxo de sangue para determinada região.  

Os critérios acima servem para avaliar a necessidade ou não de internação hospitalar. Entretanto, o fato de uma queimadura não ser considerada moderada ou grave não obrigatoriamente elimina a necessidade de uma avaliação médica. Qualquer queimadura que destrua a camada superficial da pele ou envolva uma extensão maior que 1% do corpo (equivalente ao tamanho de uma palma da mão) deve ser avaliada por um médico. O mesmo vale para qualquer queimadura elétrica ou por químicos.  

Tratamento das queimaduras simples 

  As primeiras providências após uma queimadura são esfriá-la e limpá-la. Comece com água corrente fria na lesão por até 15 minutos. Atenção: a água deve ser fria, não gelada; nunca coloque gelo nas lesões, pois o mesmo também pode queimar a pele. Inicialmente não é preciso nenhum produto de limpeza específico, basta água e sabão simples. NÃO

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APLIQUE NENHUMA SUBSTÂNCIA SOBRE A LESÃO, principalmente manteiga, óleos, pasta de dente, café etc... Retire qualquer tipo de roupa ou objeto que esteja sobre a lesão. Se os mesmos estiverem aderidos, não force para não lesionar ainda mais a pele; deixe que um médico resolva o problema. Se a pele estiver danificada, envolva a lesão com compressas ou gazes úmidas (estéreis de preferência). Não use materiais que possam ficar aderidos à pele, como algodão. Não envolva a lesão com ataduras ou qualquer material que faça compressão, proteja a pele sem pressioná-la. Se houver bolhas, nunca as estoure; se houver pele pendurada, não a arranque. Se houver sinais de pele carbonizada ou morta, deixe o médico decidir como proceder. Tenha cuidado na hora de limpar a ferida. Se não houver contraindicações, indica-se tomar um analgésico ou anti- inflamatório para o controle da dor. Queimaduras de 1º grau ou 2º grau superficial são muito dolorosas. Se a queimadura for grande, muitas vezes é necessário um analgésico opióide para alívio da dor. Mais uma vez, se a lesão for extensa ou houver dano da camada superficial da pele, procure atendimento médico. Todo paciente com queimaduras que deixem expostas camadas mais profundas da pele deve receber vacina contra tétano, se necessário de acordo com o seu estado vacinal prévio.  Se a queimadura for simples, pequena e superficial, pode não ser preciso atendimento médico e após o devido resfriamento e limpeza da ferida, pode-se aplicar um hidratante a base de Aloe Vera (babosa ou aloés) ou vaselina. Se a pele não estiver intacta, não aplique nenhuma substância sem indicação médica, pois as mesmas aumentam os riscos de infecção da ferida.  

Queimaduras químicas 

As queimaduras químicas ou causticas na pele, olhos ou boca, são muitas vezes causadas por ácidos ou bases fortes, muito frequentemente por fenóis e compostos de fósforo. 

Tratamento 

• Proteja-se com luvas.

• Lave o paciente demoradamente com água corrente.

• Remova as roupas contaminadas.

• Procure saber exatamente qual a substância química responsável pela queimadura.

• Continue o tratamento em colaboração com o médico.  

ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS: 

Acidentes por cobra 

Acidente botrópico (causado por serpentes do grupo das jararacas): dor e inchaço no local da picada, às vezes com manchas arroxeadas e sangramento pelos orifícios da picada; sangramentos em gengivas, pele e urina. Pode evoluir com complicações como infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal. Acidente laquético (causado por surucucu): quadro semelhante ao acidente botrópico, acompanhado de vômitos, diarreia e queda da pressão arterial. Acidente crotálico (causado por cascavel): no local sensação de formigamento, sem lesão evidente; dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento, visão turva ou dupla, dores musculares generalizadas e urina escura. Acidente elapídico (causado por coral verdadeira): no local da picada não se observa alteração importante; as manifestações do envenenamento caracterizam-se por visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento. Convém lembrar que serpentes não peçonhentas também podem causar acidentes e que nem sempre as serpentes peçonhentas conseguem inocular veneno por ocasião do acidente. Cerca de 40% dos pacientes atendidos no Hospital Vital Brazil são picados por serpentes consideradas não peçonhentas ou por serpentes peçonhentas que não chegaram a causar envenenamento.

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Acidentes por escorpião 

Acidentes por escorpião causam dor no local da picada, com boa evolução na maioria dos casos, porém crianças podem apresentar manifestações graves decorrentes do envenenamento. 

Em caso de acidente, recomenda-se fazer compressas mornas e analgésicos para alívio da dor até chegar a um serviço de saúde para as medidas necessárias e avaliar a necessidade ou não de soro. Acidentes por aranhas 

São três os gêneros de aranhas de importância médica no Brasil: 

Loxosceles ("aranha-marrom"): é importante causa de acidentes na região Sul. A aranha provoca acidentes quando comprimida; deste modo, é comum o acidente ocorrer enquanto o indivíduo está dormindo ou se vestindo, sendo o tronco, abdome, coxa e braço os locais de picada mais comuns. Phoneutria ("armadeira", "aranha-da-banana", "aranha-macaca"): a maioria dos acidentes é registrada na região Sudeste, principalmente nos meses de abril e maio. É bastante comum o acidente ocorrer no momento em que o indivíduo vai calçar o sapato ou a bota. Latrodectus ("viúva-negra"): encontradas predominantemente no litoral nordestino, causam acidentes leves e moderados com dor local acompanhada de contrações musculares, agitação e sudorese.  

As aranhas caranguejeiras e as tarântulas, apesar de muito comuns, não causam envenenamento. As que fazem teia áreas geométricas, muitas encontradas dentro das casas, também não oferecem perigo.  

Acidentes por taturanas ou lagartas 

As taturanas ou lagartas que podem causar acidentes são formas larvais de mariposas que possuem cerdas pontiagudas contendo as glândulas do veneno. É comum o acidente ocorrer quando a pessoa encosta a mão nas árvores onde habitam as lagartas. O acidente é relativamente benigno na grande maioria dos casos. O contato leva a dor em queimação local, com inchaço e vermelhidão discretos. Somente o gênero Lonomia pode causar envenenamento com hemorragias à distância e complicações como insuficiência renal.  

Soros 

Os soros antipeçonhentos são produzidos no Brasil pelo Instituto Butantan (São Paulo), Fundação Ezequiel Dias (Minas Gerais) e Instituto Vital Brazil (Rio de Janeiro). Toda a produção é comprada pelo Ministério da Saúde que distribui para todo o país, por meio das Secretarias de Estado de Saúde. Assim, o soro está disponível em serviços de saúde e é oferecido gratuitamente aos acidentados. No Recife toda vítima de animal peçonhento deve ser encaminhada ao Hospital da Restauração ao CEATOX.  

EMERGÊNCIAS CLÍNICAS 1

As emergências clínicas mais comuns e que podem ser atendidas com sucesso por uma pessoa que venha a prestar os primeiros socorros.  

Edema Agudo de Pulmão 

Definição - É o acúmulo anormal de líquido nos tecidos dos pulmões. É uma das emergências clínicas de maior importância e seriedade.  

Principais causas - O edema pulmonar é uma emergência médica resultante de alguma doença aguda ou crônica ou de outras situações especiais. Problemas do coração, como cardiomiopatia (doença do músculo do coração), infarto agudo do miocárdio ou problemas nas válvulas do coração, que determinam uma fraqueza no bombeamento do sangue pelo coração, estão entre as principais causas do edema pulmonar. Quando o coração não funciona.  Bem, o sangue acumula-se nos pulmões, o que leva à falta de ar. Já a infecção pulmonar (pneumonia) ou a infecção generalizada do corpo também leva ao edema

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pulmonar, mas por um mecanismo diferente. Outra alteração que leva ao edema pulmonar é a diminuição de proteínas circulantes no sangue, seja por problema nos rins ou no fígado. Quando o nível de proteína no sangue diminui, há uma tendência de acúmulo de líquidos nos pulmões.  As reações alérgicas por uso de medicações (reações anafiláticas agudas); o uso de narcóticos para dor (morfina, por exemplo) ou de certas drogas (heroína, nitrofurantoína); inalação de fumaça, de gases irritantes, ou de outras substâncias tóxicas, como por exemplo, os compostos orgânicos fosfóricos, acidentes traumáticos graves com o comprometimento do sistema nervoso central e a radioterapia para tumores do tórax, podem também ocasionar o edema pulmonar. Quando uma pessoa muda rapidamente de um local de baixa altitude para um de alta, o edema pulmonar também pode ocorrer.  

Sintomas – 

• Alteração nos movimentos respiratórios - os movimentos são bastante exagerados; • Encurtamento da respiração (falta de ar), que normalmente piora com as atividades ou quando a pessoa deita-se com a cabeceira baixa. O doente assume a posição sentada. • Dificuldade em respirar - aumento na intensidade da respiração (taquipneia) • Respiração estertorosa; pode-se escutar o borbulhar do ar no pulmão; • Eventualmente - batimento das asas do nariz; • A pele e mucosas se tornam frias, acinzentadas, às vezes, pálidas e cianóticas (azuladas), com sudorese fria;  • Ansiedade e agitação; • Aumento dos batimentos cardíacos (taquicardia); • Aumento da temperatura corporal (hipertermia) nos casos de anafilaxia aguda; • Mucosa nasal vermelho-brilhante; • Tosse que no princípio não é produtiva, ou seja, não há expectoração, passa a ser acompanhada por expectoração espessa e espumosa, eventualmente sanguinolenta; • Outros sintomas específicos da causa do edema pulmonar podem ocorrer.  

Primeiros Socorros 

• Transferência para um serviço de urgência ou emergência de um hospital.  • Não movimentar muito a vítima. O movimento ativa as emoções e faz com que o coração seja mais solicitado. • Observar com precisão os sinais vitais. • Manter a pessoa na posição mais confortável, em ambiente calmo e ventilado. • Obter um breve relato da vítima ou de testemunhas sobre detalhes dos acontecimentos. • Aplicação de torniquetes alternados, a cada 15 minutos, de pernas e braços pode ser feito enquanto se aguarda o atendimento especializado. • Tranquilizar a vítima, procurando inspirar-lhe confiança e segurança; • Afrouxar as roupas; • Evitar a ingestão de líquidos ou alimentos; • Se possível, dar oxigênio por máscara à vítima; • No caso de parada cardíaca aplicar as técnicas de ressuscitação cardiorrespiratória. Infarto do Miocárdio 

Definição - Necrose do músculo cardíaco após isquemia por oclusão arterial coronariana aguda, ou seja, é um quadro clínico consequente à deficiência de fluxo sanguíneo para uma dada região do músculo cardíaco (miocárdio), cujas células sofrem necrose devido à falta de aporte de oxigênio. É uma manifestação de insuficiência coronariana e está relacionada, em cerca de 95% dos casos, com a arteriosclerose, um processo de obstrução por deposição de gorduras, que afeta as artérias coronarianas e outras artérias do corpo.  

Principais Causas - Arteriosclerose; embolia coronariana e espasmo arterial coronário (angina pectória).  

Principal Complicação - Parada cardíaca por fibrilação ventricular (parada em fibrilação). Óbito. Sintomas - • A maioria das vítimas de infarto agudo do miocárdio apresenta dor torácica. Esta dor é descrita classicamente com as seguintes características: 

a) Dor angustiante e insuportável na região precordial (subesternal), retroesternal e face anterior do tórax. b) Compressão no peito e angústia, constrição. c) Duração maior que 30 minutos. d) Dor não diminui com repouso. e) Irradiação no sentido da mandíbula e membros superiores, particularmente do membro superior esquerdo, eventualmente para o estômago (epigástrio).  

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• A grande maioria das vítimas apresenta alguma forma de arritmia cardíaca. Palpitação, vertigem, desmaio. Deve-se atender as vítimas com quadro de desmaio como prováveis portadoras de infarto agudo do miocárdio, especialmente se apresentarem dor ou desconforto torácico antes ou depois do desmaio. • Sudorese profusa (suor intenso), palidez e náusea. Podem estar presentes vômitos e diarreia. • A vítima apresenta-se muitas vezes, estressada com "sensação de morte iminente". • Quando há complicação pulmonar, a vítima apresenta edema pulmonar caracterizado por dispneia (alteração nos movimentos respiratórios) e expectoração rosada.  

Crise Hipertensiva 

Apesar dos atuais conhecimentos sobre a fisiopatologia e a terapêutica da doença hipertensiva, sua evolução é eventualmente marcada por episódio de elevação súbita e acentuada da pressão arterial, representando uma séria e grave ameaça à vida. O aumento rápido e excessivo da pressão arterial pode evidenciar- se pelos seguintes sintomas: 

• Encefalopatia. • Cefaleia intensa, geralmente posterior e na nuca. • Falta de ar. • Sensação dos batimentos cardíacos (palpitação). • Ansiedade, nervosismo. • Perturbações neurológicas, tontura e instabilidade. Zumbido. • Escotomas cintilantes (visão de pequenos objetos brilhantes). • Náusea e vômito podem estar presentes.  

Pessoas previamente hipertensas apresentam, na crise, níveis de pressão diastólica (ou mínima) de 140 ou 150 mm Hg ou mais. Em alguns casos, o aumento repentino tem mais importância do que a altura da pressão diastólica, surgindo sintomas com cifras mais baixas, em torno de 100 ou 110 mm Hg. Em ambos os casos as cifras sistólicas (ou máxima) apresentam-se elevadas. Abaixo, apresentamos as variações da pressão arterial normal e hipertensão, em adultos maiores de 18 anos, em mmHg:   

Fonte: Caderno de Atenção Básica – Ministério da Saúde.  

Existem alguns fatores de riscos predispõem pessoas não hipertensas, a terem crises hipertensivas, são eles:   

• Glomerulonefrite (inflamação no interior dos rins) • Pielonefrite (inflamação do sistema excretor renal) 

  • Arteriosclerose • Diabete • Sedentarismo e obesidade  • Liberação de catecolaminas secretadas por tumores das glândulas suprarrenais (feocromocitomas) • Ingestão de inibidor da monoaminoxidase  • Colagenose • Toxemia da gravidez (pré-eclâmpsia leve e pré-eclâmpsia grave) • Mulheres após a menopausa • Fumo • Dieta rica em sal e gorduras

Todos os sintomas e sinais de crise hipertensiva podem evoluir para acidente vascular cerebral, edema agudo do pulmão e encefalopatia. A encefalopatia é uma síndrome clínica de etiologia desconhecida. Ela é causada pela resposta anormal da auto-regulação circulatória cerebral, em decorrência de elevação súbita ou acentuada da pressão arterial. Esta síndrome é geralmente caracterizada por cefaleia intensa, generalizada, de início súbito e recente; náusea; vômito; graus variados de distúrbios da consciência como sonolência, confusão mental, obnubilação e coma; distúrbios visuais e perturbações neurológicas transitórias como convulsões, afasia (ausência da fala), desvalia (dificuldade de falar), hemiparesia e movimentos mioclônicos nas extremidades.  

Primeiros Socorros 

A gravidade potencial da crise hipertensiva exige tratamento imediato, já que a reversibilidade das possíveis complicações descritas está condicionada à presteza das medidas terapêutica. O objetivo inicial do tratamento a ser feito por médico é a rápida redução das cifras tensionais. O atendimento é essencialmente especializado e a principal atitude de quem for prestar os primeiros socorros é a rápida identificação da crise hipertensiva e remoção da vítima. Para identificar a crise, mesmo sem verificar a pressão arterial, deve- se conhecer os sintomas já descritos. Procurar saber se a vítima já é

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hipertensa, há quanto tempo, e que medicamentos usa. A remoção para atendimento especializado deve ser urgente.

EMERGÊNCIAS CLÍNICAS 2 DESMAIO É a perda súbita, temporária e repentina da consciência, devido à diminuição de sangue e oxigênio no cérebro. Principais Causas Hipoglicemia, cansaço excessivo, fome, nervosismo intenso, emoções súbitas, susto, acidentes, principalmente os que envolvem perda sanguínea, dor intensa, prolongada permanência de pé, mudança súbita de posição (de deitado para de pé), ambientes fechados e quentes, disritmias cardíacas (bradicardia). Sintomas Fraqueza, suor frio abundante, náusea ou ânsia de vômito, palidez intensa, pulso fraco, pressão arterial baixa, respiração lenta, extremidades frias, tontura, escurecimento da visão devido à perda da consciência, por isso o acidentado cai. Primeiros Socorros  Se a pessoa apenas começou a desfalecer, deve-se sentá-la em uma cadeira, ou outro local semelhante; curvá-la para frente; baixar a cabeça do acidentado, colocando-a entre as pernas e pressionar a cabeça para baixo; manter a cabeça mais baixa que os joelhos; fazê-la respirar profundamente, até que passe o mal-estar.  Ocorrendo o desmaio: • Manter o acidentado deitado, colocando sua cabeça e ombros em posição mais baixa em relação ao resto do corpo e afrouxar a sua roupa. Manter o ambiente arejado. Se houver vômito, lateralizar-lhe a cabeça para evitar sufocamento.   Convulsão  É uma contração violenta, ou série de contrações dos músculos voluntários, com ou sem perda de consciência. Principais Causas  Nos ambientes de trabalho podemos encontrar esta afecção em indivíduos com histórico anterior de convulsão ou em qualquer indivíduo de qualquer função. De modo específico, podemos encontrar trabalhadores com convulsão quando expostos a agentes químicos de poder convulsígeno, tais como os inseticidas clorados e o óxido de etileno. De modo geral, a convulsão pode ser desencadeada em casos de febre muito alta, devido a processos inflamatórios e infecciosos, ou degenerativos; hipoglicemia; alcalose; erro no metabolismo de aminoácidos; hipocalcemia; traumatismo na cabeça; hemorragia intracraniana; edema cerebral; tumores; intoxicações por gases, álcool, drogas alucinatórias, insulina, dentre outros agentes; Epilepsia ou outras doenças do Sistema Nervoso Central. Sintomas Inconsciência; queda desamparada, na qual a vítima é incapaz de fazer qualquer esforço para evitar danos físicos a si; olhar vago, fixo e/ou revirar dos olhos; suor; midríase (pupila dilatada); lábios cianosados; espumar pela boca; morder a língua e/ou lábios; corpo rígido e contração do rosto; palidez intensa; movimentos involuntários e desordenados. perda de urina e/ou fezes (relaxamento esfincteriano).  Geralmente os movimentos incontroláveis duram de 2 a 4 minutos, tornando- se, então, menos violentos e o acidentado vai se recuperando gradativamente. Estes acessos podem variar na sua gravidade e duração. Depois da recuperação da convulsão há perda da memória, que se recupera mais tarde. Primeiros Socorros  Tentar evitar que a vítima caia desamparadamente, cuidando para que a cabeça não sofra traumatismo e procurando deitá-la no chão com cuidado, acomodando-a. Retirar da boca próteses dentárias móveis (pontes, dentaduras) e eventuais detritos. Remover qualquer objeto com que a vítima possa se machucar e afastá-la de locais e ambientes potencialmente perigosos, como por exemplo: escadas, portas de vidro, janelas, fogo, eletricidade, máquinas em funcionamento. Não interferir nos movimentos convulsivos, mas assegurar-se que a vítima não está se machucando. Afrouxar as roupas da vítima no pescoço e cintura; Virar o rosto da vítima para o lado, evitando assim a asfixia por vômitos

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ou secreções. Não colocar nenhum objeto rígido entre os dentes da vítima. Se possível for, introduzir um pano ou lenço enrolado entre os dentes para evitar mordedura da língua;  Quando passar a convulsão, manter a vítima deitada até que ela tenha plena consciência e autocontrole. Se a pessoa demonstrar vontade de dormir, deve-se ajudar a tornar isso possível. Contatar familiares e/ou atendimento especializado de socorro, se necessário for.  No caso de se propiciar meios para que a vítima durma, mesmo que seja no chão, no local de trabalho, a melhor posição para mantê-la é deitada na "posição lateral de segurança" (PLS). Devemos fazer uma inspeção no estado geral da vítima, a fim de verificar se ela está ferida e sangrando. Conforme o resultado desta inspeção, devemos proceder no sentido de tratar das consequências do ataque convulsivo, cuidando dos ferimentos e contusões.  É conduta de socorro bem prestado permanecer junto à vítima, até que ela se recupere totalmente. Devemos conversar com a vítima, demonstrando atenção e cuidado com o caso, e informá-la onde está e com quem está, para dar-lhe segurança e tranquilidade. Pode ser muito útil saber da vítima se ela é epiléptica.Insolação e Internação  Insolação - É causada pela ação direta e prolongada dos raios de sol sobre o indivíduo. É uma emergência médica caracterizada pela perda súbita de consciência e falência dos mecanismos reguladores da temperatura do organismo. Este tipo de incidente afeta geralmente as pessoas que trabalham com exposição excessiva a ambientes muito quentes ou que sofrem exposição demorada e direta aos raios solares. Pode ocorrer também sem a perda da consciência e afetar pessoas susceptíveis, mesmo que não estejam expostas a condições de calor excessivo. Os fatores predisponentes para estes casos são as doenças cardiovasculares, alcoolismo, sedativo e drogas anticolinérgicas.  Nos casos muito graves de insolação pode haver lesões generalizadas nos tecidos do organismo, principalmente nos tecidos nervosos; morbidade e morte podem ocorrer como resultado de destruição das funções renal, hepática, cardiovascular e cerebral.  Sintomas: 1. Surgem lentamente: • Cefaleia (dor de cabeça); • Tonteira; • Náusea; • Pele quente e seca (não há suor); • Pulso rápido; • Temperatura elevada; . Distúrbios visuais; • Confusão; 2. Surgem bruscamente: • Respiração rápida e difícil; • Palidez (às vezes desmaio); • Temperatura do corpo elevada; • Extremidades arroxeadas. Primeiros Socorros • O objetivo inicial é baixar a temperatura corporal, lenta e gradativamente. • Remover o acidentado para um local fresco, à sombra e ventilado. • Remover o máximo de peças de roupa do acidentado. • Se estiver consciente, deverá ser mantido em repouso e recostado (cabeça elevada). • Pode-se oferecer bastante água fria ou gelada ou qualquer líquido não alcoólico para ser bebidos.TRAUMAS DE EXTREMIDADES/ IMOBILIZAÇÕES

 As lesões traumáticas podem assumir proporções desastrosas se não atendidas com o primeiro socorro adequado. A maioria das lesões traumato-ortopédicas não apresenta muita gravidade. 

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A nossa atuação como socorristas resumi-se a ações de ordem preparatória para um atendimento especializado. Todas as lesões traumato-ortopédicas são extremamente dolorosas, desde as mais simples entorses até as fraturas expostas com hemorragia.

Na maioria dos casos a conduta final mais importante é a imobilização da parte afetada. A imobilização é, muitas vezes, suficiente para aliviar a dor e estabelecer condições favoráveis à cura da lesão. 

A atitude inicial do acidentado e das pessoas que prestarão os primeiros socorros pode representar, muitas vezes, um fator importante, determinando a evolução posterior do traumatismo. Toda a delicadeza é pouca. Manobras desorientadas e descontroladas provocam a laceração de partes moles e até mesmo, perfurações da pele, o que transforma uma fratura fechada em aberta (exposta), de prognóstico muito pior.

O deslocamento inadequado do acidentado; sua movimentação precipitada; a falta de uma avaliação correta do caso; e outras atitudes descuidadas podem provocar lesões graves do tipo: desvio da fratura, deslocamento do periósteo, lesão do músculo, perfuração da pele, laceração de vaso sanguíneo, hemorragia, tornar uma fratura fechada em exposta, sem falar no alto risco de infecção.

Todo acidentado de lesão traumato-ortopédica necessita obrigatoriamente de atendimento médico especializado. O sofrimento do acidentado e sua cura dependem basicamente, da proteção correta do membro atingido, do transporte adequado do acidentado e do atendimento especializado imediato.

Outros fatores importantes que devem ser permanentemente lembrados são o estado geral e as condições das vias aéreas superiores do acidentado. Nos casos de alteração da consciência o acidentado tende a aspirar secreções, sangue e vômito. Precisamos ficar atentos para a necessidade de limpar rapidamente a boca do acidentado, apoiar a cabeça lateralizada e, às vezes, fazer uma suave tração da língua.

Nos casos de fratura exposta, pode ocorrer hemorragia. Será preciso contê-la. Para a profilaxia do estado de choque é importante à contenção da hemorragia. O acidentado deve ser protegido contra o frio, coberto com peças de roupa, mobilizado o menos possível e mantido em decúbito. A proteção da parte atingida assume grande importância. Antes de considerar o transporte do acidentado, a região atingida deve sempre ser imobilizada com a utilização de qualquer material disponível para improvisação como almofadas, travesseiros, ou peças de papelão, papel grosso, madeira; as articulações podem ser protegidas por almofadas. 

ENTORSES E LUXAÇÕES

São lesões dos ligamentos das articulações, onde estes esticam além de sua amplitude normal rompendo-se. Quando ocorre entorse há uma distensão dos ligamentos, mas não há o deslocamento completo dos ossos da articulação. As formas graves produzem perda da estabilidade da articulação às vezes acompanhada por luxação.

As causas mais frequentes da entorse são violências como puxões ou rotações, que forçam a articulação. No ambiente de trabalho a entorse pode ocorrer em qualquer ramo de atividade.

Uma entorse geralmente é conhecida por torcedura ou mau jeito. Os locais onde ocorre mais comumente são as articulações do tornozelo, ombro, joelho, punho e dedos. Após sofrer uma entorse, o indivíduo sente dor intensa ao redor da articulação atingida, dificuldade de movimentação, que poderá ser maior ou menor conforme a contração

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muscular ao redor da lesão. Os movimentos articulares cujo exagero provoca a entorse são extremamente dolorosos e esta dor aumentará em qualquer tentativa de se movimentar a articulação afetada.

As distensões são lesões aos músculos ou seus tendões, geralmente são causadas por hiperextensão ou por contrações violentas. Em casos graves pode haver ruptura do tendão.

Primeiros Socorros

· Aplicar gelo ou compressas frias durante as primeiras 24 horas. Após este tempo aplicar compressas mornas.

· Imobilizar o local como nas fraturas. 

A imobilização deverá ser feita na posição que for mais cômoda para o acidentado. Antes de enfaixar uma entorse ou distensão, aplicar bolsa de gelo ou compressa de água gelada na região afetada para diminuir o edema e a dor. Caso haja ferida no local da entorse, agir conforme indicado no item referente a ferimentos; cobrir com curativo seco e limpo, antes de imobilizar e enfaixar. Ao enfaixar qualquer membro ou região afetada, deve ser deixada uma parte ou extremidade à mostra para observação da normalidade circulatória. As bandagens devem ser aplicadas com firmeza, mas sem apertar, para prevenir insuficiência circulatória.

LUXAÇÃO

São lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõem uma articulação é deslocada de seu lugar. O dano a tecidos moles pode ser muito grave, afetando vasos sanguíneos, nervos e cápsula articular. São estiramentos mais ou menos violentos, cuja consequência imediata é provocar dor e limitar o movimento da articulação afetada. Nas luxações ocorre o deslocamento e perda de contato total ou parcial dos ossos que compõe a articulação afetada. Os casos de luxação ocorrem geralmente devido a traumatismos, por golpes indiretos ou movimentos articulares violentos, mas, às vezes uma contração muscular é suficiente para causar a luxação. Dependendo da violência do acidente, poderá ocorrer o rompimento do tecido que cobre a articulação, com exposição do osso. As articulações mais atingidas são o ombro, cotovelo, articulação dos dedos e mandíbula. Nos ambientes de trabalho a luxação pode acontecer em qualquer ramo de atividade, devido a um movimento brusco.                                     

Sinais e Sintomas

Para identificar uma luxação devem-se observar as seguintes características:

· Dor intensa no local afetado (a dor é muito maior que na entorse), geralmente afetando todo o membro cuja articulação foi atingida.

· Edema.

· Impotência funcional.

· Deformidade visível na articulação. Podendo apresentar um encurtamento ou alongamento do membro afetado.

Primeiros Socorros

O tratamento de uma luxação (redução) é atividade exclusiva de pessoal especializado em atendimento a emergências traumato-ortopédicas. Os primeiros socorros limitam-se

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à aplicação de bolsa de gelo ou compressas frias no local afetado e à imobilização da articulação, preparando o acidentado para o transporte.

A imobilização e o enfaixamento das partes afetadas por luxação devem ser feitas da mesma forma que se faz para os casos de entorse. A manipulação das articulações deve ser feita com extremo cuidado e delicadeza, levando-se em consideração, inclusive, a dor intensa que o acidentado estará sentindo.

Nos casos de luxações recidivantes o próprio acidentado, por vezes, já sabe como reduzir a luxação. Neste caso o socorrista deverá auxiliá-lo.  O acidentado deverá ser mantido em repouso, na posição que lhe for mais confortável até a chegada de socorro especializado ou até que possa ser realizado o transporte adequado para atendimento médico.

FRATURAS

É uma interrupção na continuidade do osso. Constituem uma emergência traumato- ortopédica que requer boa orientação de atendimento, calma e tranquilidade por parte de quem for socorrer e transporte adequado. Apresenta aparência geralmente deformante devido ao grau de deformação que podem impor à região afetada.

Ocorre geralmente devido à queda, impacto ou movimento violento com esforço maior que o osso pode suportar. O envelhecimento e determinadas doenças ósseas (osteoporose) aumentam o risco de fraturas, que podem ocorrer mesmo após traumatismos banais. Estas lesões são chamadas fraturas patológicas. A fratura pode se dar por ação direta, por exemplo, um pontapé na perna, levando à fratura no local do golpe, ou por ação indireta, por exemplo, a queda em pé de uma altura considerável, ocorrendo fratura da parte inferior da coluna vertebral, isto é, o impacto foi transmitido através dos ossos da perna e bacia até a coluna vertebral. Ainda se pode dar por ação muscular, sendo, neste caso, a contração muscular com força suficiente para causar fratura. 

As sequelas nas fraturas podem ocorrer com maior probabilidade e gravidade. A imobilização deve ser cuidadosa; as lesões secundárias, atendidas com redobrada atenção, e o transporte para atendimento médico só poderá ser feito dentro de padrões rigorosos. Suspeita-se de fratura ou lesões articulares quando houver:

1. Dor intensa no local e que aumente ao menor movimento.

2. Edema local.

3. Crepitação ao movimentar (som parecido com o amassar de papel).

4. Hematoma (rompimento de vasos, com acúmulo de sangue no local) ou equimose (mancha de coloração azulada na pele e que aparece horas após a fratura).

5. Paralisia (lesão de nervos). 

As fraturas podem ser classificadas de acordo com sua exteriorização e com a lesão no osso afetado.

Fratura Fechada ou Interna - São as fraturas nas quais os ossos quebrados permanecem no interior do membro sem perfurar a pele. Poderá, entretanto romper um vaso sanguíneo ou cortar um nervo. 

Fratura Aberta ou Exposta - São as fraturas em que os ossos quebrados saem do lugar, rompendo a pele e deixando exposta uma de suas partes, que pode ser produzida pelos

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próprios fragmentos ósseos ou por objetos penetrantes. Este tipo de fratura pode causar infecções. 

Fratura em Fissura - São aquelas em que as bordas ósseas ainda estão muito próximas, como se fosse uma rachadura ou fenda. 

Fratura em Galho Verde - É a fratura incompleta que atravessa apenas uma parte do osso. São fraturas geralmente com pequeno desvio e que não exigem redução; quando exigem, é feita com o alinhamento do eixo dos ossos. Sua ocorrência mais comum é em crianças e nos antebraços (punho).

Fratura Completa - É a fratura na qual o osso sofre descontinuidade total.

Fratura Cominutiva - É a fratura que ocorre com a quebra do osso em três ou mais fragmentos. 

Fratura Impactada - É quando as partes quebradas do osso permanecem comprimidas entre si, interpenetrando-se. 

Fratura Espiral - É quando o traço de fratura encontra-se ao redor e através do osso. Estas fraturas são decorrentes de lesões que ocorrem com uma torção.

Fratura Oblíqua - É quando o traço de fratura lesa o osso diagonalmente. 

Fratura Transversa - É quando o traço de fratura atravessa o osso numa linha mais ou menos reta. 

O indivíduo que sofre uma fratura apresenta dor, que aumenta com o toque ou os movimentos, incapacidade funcional (impossibilidade de fazer movimentos) na região atingida, acentuada impotência funcional da extremidade ou das articulações adjacentes à lesão; inchaço, alteração da cor da área afetada; presença ou não de pulso no membro atingido, pode haver, ainda, fragmentos de ossos expostos e angulação ou curvatura anormal da região afetada. A pessoa que está atendendo não deve esperar deparar com todo este quadro, em todos os casos; encontrando duas destas características, já há uma forte suspeita. 

Primeiros Socorros

· Observar o estado geral do acidentado, procurando lesões mais graves com ferimento e hemorragia.

· Acalmar o acidentado, pois ele fica apreensivo e entra em pânico.

· Ficar atento para prevenir o choque hipovolêmico.

· Controlar eventual hemorragia e cuidar de qualquer ferimento, com curativo, antes de proceder à imobilização do membro afetado.

· Imobilizar o membro, procurando colocá-lo na posição que for menos dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possível. É importante salientar que imobilizar significa tirar os movimentos das articulações (juntas) acima e abaixo da lesão.

· Trabalhar com muita delicadeza e cuidado. Toda atenção é pouca; os menores erros podem gerar sequelas irreversíveis.

· Usar talas, caso seja necessário. As talas irão auxiliar na sustentação do membro atingido.

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- As talas têm que ser de tamanho suficiente para ultrapassar as articulações acima e abaixo da fratura. 

- Para improvisar uma tala pode-se usar qualquer material rígido ou semi-rígido como: tábua, madeira, papelão, revista enrolada ou jornal grosso dobrado. 

- O membro atingido deve ser acolchoado com panos limpos, camadas de algodão ou gaze, procurando sempre localizar os pontos de pressão e desconforto.

- Prender as talas com ataduras ou tiras de pano, apertá-las o suficiente para imobilizar a área, com o devido cuidado para não provocar insuficiência circulatória.

- Fixar pelo menos acima e abaixo da fratura, imobilizando as articulações. 

Sob nenhuma justificativa deve-se tentar recolocar o osso fraturado de volta no seu eixo. As manobras de redução de qualquer tipo de fratura só podem ser feitas por pessoal médico especializado. Ao imobilizar um membro que não pôde voltar ao seu lugar natural, não forçar seu retorno. A imobilização deve ser feita dentro dos limites do conforto e da dor do acidentado.

· Não deslocar, remover ou transportar o acidentado de fratura, antes de ter a parte afetada imobilizada corretamente. A única exceção a ser feita é para os casos em que o acidentado corre perigo iminente de vida. Mas, mesmo nestes casos, é necessário manter a calma, promover uma rápida e precisa análise da situação, e realizar a remoção provisória com o máximo de cuidado possível, atentando para as partes do acidentado com suspeita de lesões traumato- ortopédicas.

· Providenciar o atendimento especializado o mais rápido possível;

· Fraturas expostas requerem cuidados extras;

- Ficar atento para o controle de hemorragia arterial;

- Não tentar jamais recolocar o osso exposto de volta para o seu lugar;

- Limpar o ferimento provocado pela exposição do osso;

- Colocar um curativo seco e fixá-lo com bandagens;

- Não tocar no osso exposto;

- Manter o acidentado em repouso, tranquilizando-o, enquanto se procede à imobilização da mesma maneira que se faz para os casos de fratura fechada.  

ACIDENTE POR MATERIAL BIOLÓGICO

Os acidentes em que profissionais de saúde se expõem a sangue e outros fluidos biológicos devem ser considerados emergência médica, havendo, portanto, necessidade de se priorizar o atendimento no mais curto espaço de tempo possível. 

As exposições que podem trazer riscos de transmissão ocupacional do HIV e dos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV) são definidas como: • Exposições percutâneas – lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (p.ex. agulhas, bisturi, vidrarias);  • Exposições em mucosas – Quando há respingos na face envolvendo olho, nariz, boca ou genitália;  • Exposições cutâneas (pele não íntegra) – Por exemplo: contato com pele com dermatite ou feridas abertas;   • Mordeduras humanas – consideradas como exposição de risco quando envolverem a presença de sangue, devendo ser avaliadas tanto para o indivíduo que provocou a lesão quanto àquele que tenha sido exposto. 

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As condutas específicas a serem tomadas visam evitar a disseminação do vírus da imunodeficiência Humana (HIV), o vírus da hepatite B (VHB) e o vírus da hepatite C (VHC) no ambiente de trabalho. 

O mais importante é ressaltar sempre as medidas de precaução padrão que Deverão ser adotadas quando houver a possibilidade de contato com sangue, secreções, excreções, fluidos corporais, pele não íntegra e mucosas. 

Lavagem das mãos (sempre que estiverem sujas) antes e após: 

» Contato direto com o paciente; » Efetuar procedimentos terapêuticos e diagnósticos, mesmo ao usar luvas; » Entre procedimentos no mesmo paciente; » Realizar trabalhos hospitalares, atos ou funções fisiológicas; » Manipular materiais e equipamentos; » Contato direto acidental com sangue e fluidos; » Término da jornada de trabalho; » Retirada de luvas. 

Uso de luvas: 

» Usar as não estéreis;  » Contato com sangue, mucosa e fluida; » Manuseio de superfícies sujas; 

  » Punção venosa e outros acessos vasculares; » Trocá-las após contato com cada paciente; » Retirar para entrar em contato com telefones ou maçanetas. 

Uso de avental: 

» Utilizar avental limpo, não estéril; » Proteção da roupa;  » Proteção contra respingos de sangue e fluidos; » Retirar o mais rápido possível. 

Uso de máscaras e óculos: 

» Proteção de mucosas; 

» Possibilidade de respingos de sangue, secreções, fluidos corpóreos e excreções. 

Outras medidas: 

» Não reencapar as agulhas; » Os materiais pérfuro-cortantes devem ser desprezados em recipientes próprios; » Não desconectar as agulhas das seringas; » Não utilizar agulhas para fixar papéis; »Ao utilizar material pérfuro-cortante, garantir a imobilização do paciente; »Jamais utilizar os próprios dedos como anteparo; »Utilizar sempre material de apoio; »Não utilizar as lâminas de bisturi desmontadas; »Vacinação contra hepatite B (três doses) em todos profissionais de saúde. 

O risco de infecção pelo VIH foi avaliado em situações de exposição ao sangue. Quanto aos outros fluidos biológicos, o risco existe, ainda que não tenha sido bem definido. O risco estimado de infecção pelo VIH é de 0,3% para exposição percutânea e 0,09% para exposição muco cutânea. 

O uso do Zidovudina (AZT) como profilaxia, imediatamente após o acidente, reduz em até 81% o risco de soro conversão pós-exposição. O uso combinado dos demais antirretrovirais (ARV) visa ampliar a proteção para o profissional acidentado. 

A probabilidade de infecção pós-exposição ao vírus da hepatite B (com paciente-fonte positivo) pode atingir até 40%. Para o vírus da hepatite C o risco varia entre 1 e 10%. 

É imprescindível a imunização contra hepatite B para todos os profissionais de saúde. Após exposição, deve ser administrada em profissionais não imunizados, associada ou não à gamaglobulina hiper-imune. 

Já foi demonstrado que, em temperatura ambiente, o HBV pode sobreviver em superfícies por períodos de até 1 semana. Portanto, infecções pelo HBV em profissionais de saúde, sem história de exposição não ocupacional ou acidente percutâneo ocupacional, podem ser resultado de contato, direto ou indireto, com sangue ou outros materiais biológicos em

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áreas de pele não íntegra, queimaduras ou em mucosas. A possibilidade de transmissão do HBV a partir do contato com superfícies contaminadas também já foi demonstrada em investigações de surtos de hepatite B, entre pacientes e profissionais de unidades de hemodiálise.  

O sangue é o material biológico que tem os maiores títulos de HBV e é o principal responsável pela transmissão do vírus nos serviços de saúde. O HBV também é encontrado em vários outros materiais biológicos, incluindo leite materno, líquido biliar, líquor, fezes, secreções nasofaríngeas, saliva, suor e líquido articular. A maior parte desses materiais biológicos não é um bom veiculo para a transmissão do HBV. 

Para o vírus da hepatite C, não há, até o momento, intervenção específica capaz de prevenir a infecção pós-exposição. 

O vírus da hepatite C (HCV) só é transmitido de forma eficiente através do sangue. A incidência média de soroconversão, após exposição percutânea com sangue sabidamente infectado pelo HCV é de 1.8% (variando de 0 a 7%). Um estudo demonstrou que os casos de contaminações só ocorreram em acidentes envolvendo agulhas com lúmen. 

A única medida eficaz para eliminação do risco de infecção pelo vírus da Hepatite c é por meio da prevenção da ocorrência do acidente. 

CARACTERIZAÇÃO DO ACIDENTE 

• Acidente leve: contato com secreções, urina ou sangue em pele íntegra; • Acidente moderado: contato com secreções ou urina em mucosas; sem sangue visível; • Acidente grave: contato de líquido orgânico contendo sangue visível com mucosas ou exposição percutânea com material pérfuro-cortante. 

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PACIENTE-FONTE 

O paciente-fonte deverá ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, hepatite B e hepatite C, no momento da ocorrência do acidente. Informações disponíveis no prontuário sobre resultados de exames laboratoriais, história clínica prévia e diagnóstico de admissão somente serão considerados, se positivos para determinada infecção (HIV,HBV, HCV).  Se o paciente-fonte é conhecido, mas a informação sobre doença prévia ou situação sorológica para HIV, HBV, HCV é desconhecida, é preciso orientá- lo sobre a importância da realização dos exames sorológicos para o profissional de saúde acidentado.  O aconselhamento prévio para realização do exame é necessário. Os exames laboratoriais devem ser colhidos, preferencialmente, logo após o acidente. Oportunidades perdidas de coleta de amostras podem ocorrer caso o paciente seja transferido, tenha alta ou evolua para o óbito, por exemplo.  Os resultados dos exames sorológicos devem ser sempre comunicados aos pacientes. Na presença de qualquer evidência de infecção o paciente deverá ser encaminhado para acompanhamento clínico-laboratorial.  

Se a fonte da exposição não é conhecida ou não pode ser testada, deve-se avaliar a probabilidade clínica e epidemiológica da infecção pelo HIV, HBV ou HCV. Algumas situações e tipos de exposição podem sugerir um risco aumentado ou reduzido da transmissão.  Importantes itens a serem considerados são a prevalência da infecção naquela localização, origem do material (áreas de alto risco como serviços de emergência, centro cirúrgico, diálise, entre outros) e a gravidade do acidente. 

SOLICITAÇÃO DE TESTE ANTI-HIV DO PACIENTE-FONTE 

A solicitação de teste anti-HIV do paciente-fonte está condicionada a realização de aconselhamento pré e pós-teste, devendo abordar informações sobre a natureza do teste, o significado dos seus resultados e as implicações para a pessoa testada e para o profissional de saúde envolvido no acidente. Recomenda-se a utilização de testes rápidos para detecção de anticorpos anti-HIV (testes que produzem resultados em, no máximo, 30 minutos), quando não há possibilidade de liberação ágil dos resultados dos testes convencionais anti-HIV (EIA/ELISA). Um dos principais objetivos é evitar o início ou a manutenção desnecessária do esquema profilático. Observamos que os testes rápidos

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apresentam alta sensibilidade e especificidade. Utilizam diferentes metodologias, podendo ser feitos a partir de sangue total, soro ou plasma. 

 Sorologias negativas evitam o início desnecessário da quimioprofilaxia antirretroviral. A possibilidade de soro conversão recente ("janela imunológica"), diante de sorologia negativa sem a presença de sintomas de infecção aguda, é extremamente rara. Resultados falso-positivos ou falso-negativos devem sempre ser avaliados dentro do contexto clínico e epidemiológico do paciente-fonte.  

Os testes rápidos não são definitivos para o diagnóstico da infecção pelo HIV/aids. O paciente-fonte deverá receber o resultado final de sua sorologia após a repetição dos testes de triagem e realização de testes confirmatórios imunofluorescência ou Western-blot. 

PROFILAXIA 

CUIDADOS IMEDIATOS COM A ÁREA DE EXPOSIÇÃO 

Recomendam-se como primeira conduta, após a exposição a material biológico, os cuidados imediatos com a área atingida. Essas medidas incluem a lavagem exaustiva do local exposto com água e sabão nos casos de exposições percutâneas ou cutâneas. Apesar de não haver nenhum estudo que demonstre o benefício adicional ao uso do sabão neutro nesses casos, a utilização de soluções antissépticas degermantes é uma opção. Não há nenhum estudo que justifique a realização de expressão do local exposto como forma de facilitar o sangramento espontâneo. Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou com solução salina fisiológica.  Procedimentos que aumentam a área exposta (cortes, injeções locais) e a utilização de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído são contraindicados. 

A seguir, a CCIH ou a enfermeira de plantão deve ser comunicada imediatamente, independente do horário do acidente, para notificação do caso (em formulário especial) e definição da profilaxia medicamentosa, juntamente com o médico atendente. 

A quimioprofilaxia pós-exposição ao HIV é complexa, por englobar tanto a falta de dados mais precisos sobre o risco relativo de diferentes tipos de exposição (p.ex. risco de lesões Superficiais x profundas, agulhas com lúmen x agulhas de sutura, exposição a sangue x outro material biológico), quanto o risco de toxicidade dos medicamentos antirretrovirais.   

O profissional de saúde acidentado deverá ser informado que: 

O conhecimento sobre a eficácia da PEP é limitado;  

• Somente a zidovudina (AZT) demonstrou benefício em estudos humanos; 

  • Não há evidência de efeito benéfico adicional com a utilização da combinação de antirretrovirais, mas a sua recomendação baseia-se na possibilidade de maior potência antirretroviral e cobertura contra vírus resistentes; 

• A eficácia da profilaxia não é de 100%. Existem casos documentados de transmissão mesmo com uso adequado da profilaxia e pacientes-fonte sabidamente infectados pelo HIV com carga viral indetectável.   

• O conhecimento sobre a ocorrência de toxicidade de antirretrovirais em pessoas não infectadas pelo HIV ainda é limitado; os efeitos adversos são mais conhecidos para o AZT comparando-se aos outros inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleotídeos (ITRN); e  

• É direito do profissional se recusar a realizar a quimioprofilaxia ou outros procedimentos necessários pós-exposição (como p.ex. coleta de exames sorológicos e laboratoriais). Nestes casos, porém, deverá assinar um documento (p ex: prontuário) onde esteja claramente explicitado que todas as informações foram fornecidas no seu atendimento sobre os riscos da exposição e os riscos e benefícios da conduta indicada. 

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• A indicação ou não de PEP (Fluxograma 1)  requer a avaliação do risco da exposição, o que inclui:  

• A definição do tipo de material biológico envolvido; 

• A gravidade e o tipo da exposição; 

• A identificação ou não do paciente-fonte e de sua condição sorológica anti-HIV; 

• As condições clínicas, imunológicas e laboratoriais do paciente-fonte identificado como infectado pelo HIV/AIDS.   

Os critérios de gravidade na avaliação do risco do acidente são dependentes do volume de sangue e da quantidade de vírus presente. Os acidentes mais graves são aqueles que envolvem: 

• maior volume de sangue, cujos marcadores são: lesões profundas provocadas por material perfuro cortante, presença de sangue visível no  instrumento, acidentes com agulhas previamente utilizadas na veia ou artéria do paciente-fonte e acidentes com agulhas de grosso calibre;  

• maior inóculo viral representado por pacientes-fonte com  infecção pelo HIV/AIDS em estágios avançados da doença ou com infecção aguda pelo HIV, situações que apresentam viremias elevadas. Estes são exemplos de marcadores para estimar os títulos virais no paciente-fonte para fins de quimioprofilaxia antirretroviral e não refletem todas as situações clínicas que podem ser observadas. Apesar de um alto título de HIV no paciente-fonte ser associado a um maior risco de transmissão, a possibilidade de transmissão de um paciente com baixa carga viral deve ser considerada, nas exposições de alto risco ( ver fluxograma 1). 

Quando indicada, a PEP deverá ser iniciada o mais rápido possível, idealmente, nas primeiras horas após o acidente. Estudos em animais sugerem que a quimioprofilaxia não é eficaz, quando iniciada 24 a 48 horas após a exposição. Recomenda-se que o prazo máximo, para início de PEP, seja de até 72h após o acidente. A duração da quimioprofilaxia é de 28 dias.   

Os esquemas preferenciais estabelecidos pelo MS são: 

- AZT (Zidovudina) + 3TC (Lamivudina) – preferencialmente combinados em um mesmo comprimido 

- 2  AZT + 3TC + NFV (Nelfinavir) ou AZT + 3TC + IDV/r (Indinavir) 

QUIMIOPROFILAXIA PARA O HBV 

A vacinação pré-exposição contra a hepatite B é a principal medida de prevenção de hepatite B ocupacional entre profissionais de saúde. Idealmente a vacinação deverá ser feita antes da admissão do profissional (ou estudante, estagiário) nos serviços de saúde. Está indicada para todos aqueles que podem estar expostos aos materiais biológicos durante suas atividades, inclusive os que não trabalham diretamente na assistência ao paciente como, por exemplo, as equipes de higienização e de apoio. Para todos estes profissionais, a vacina está disponível nas unidades básicas de saúde. 

Caso ocorra uma exposição a materiais biológicos com risco conhecido, ou provável, de infecção pelo HBV, o não respondedor deve utilizar a imunoglobulina hiperimune contra hepatite B (IGHAHB) 

Existe maior eficácia na profilaxia pós-exposição quando a imunoglobulina é utilizada dentro das primeiras 24 a 48 horas após o acidente. Não existe benefício comprovado após uma semana da exposição. 

16. PARTO DE EMERGÊNCIA 

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A grande maioria dos partos se resolve espontaneamente, apenas sendo assistidos pelo médico ou obstetra. Haverá situações em que o parto acontecerá antes de a parturiente chegar ao hospital, ou mesmo a caminho dele. Nestes casos, deve-se estar treinado para assistir (acompanhar) ao parto. No final da gestação, a parturiente começa a apresentar sinais e sintomas que são indicativos do início do trabalho de parto.  

Identificação do parto iminente: 

• Construções regulares a cada 2 minutos; • Visualização da cabeça do bebê no canal de nascimento; • Saída de água pelo órgão genital feminino (ruptura da bolsa das águas);  

Procedimentos gerais: 

Sem expor a parturiente, ela deverá estar livre de todas as vestimentas que possam obstruir o canal de nascimento; Em hipótese alguma o processo de nascimento do bebê poderá ser impedido, retardado ou acelerado; 

Sempre o marido, os pais ou outro parente próximo deverá acompanhar, o tempo todo, a parturiente; Não permitir a presença de curiosos. Procurar ser o mais discreto possível e manter ao máximo a privacidade da gestante; Não permitir que a gestante vá ao banheiro se são constatados os sinais do parto iminente.  

Procedimentos específicos: 

Colocar a parturiente deitada de costas, com os joelhos elevados e as pernas afastadas uma da outra e pedir-lhe para conter a respiração, fazendo força de expulsão cada vez que sentir uma contração uterina; Quem vai assistir ao parto deverá lavar bem as mãos; À medida que o parto progride, ver-se-á cada vez mais a cabeça do feto em cada contração. Deve-se ter paciência e esperar que a natureza prossiga o parto; nunca se deve tentar puxar a cabeça da criança para apressar o parto; À medida que a cabeça for saindo, deve-se apenas ampará-la com as mãos, sem imprimir nenhum movimento, que não o de sustentação; Depois de sair totalmente, a cabeça da criança fará um pequeno movimento de giro e, então, sairão rapidamente os ombros e o resto do corpo. Sustentá-lo com cuidado. Nunca puxar a criança, nem o cordão umbilical; deixar que a mãe expulse naturalmente o bebê; Após o nascimento da criança, limpar apenas o muco do nariz e a boca com gaze ou pano limpo e assegurar-se de que começou a respirar. Se a criança não chorar ou respirar, segurá-la de cabeça para baixo, pelas pernas, com cuidado para que não escorregue, e dar algumas tapinhas nas costas para estimular a respiração. Desta forma, todo o líquido que estiver impedindo a respiração sairá; Se o bebê ainda assim não respirar, fazer respiração artificial delicadamente, insuflando apenas o volume suficiente para elevar o tórax da criança, como ocorre em um movimento respiratório normal; Não há necessidade de cortar o cordão umbilical, se o transporte para o hospital demorar menos de 30 minutos. Porém, se o tempo de transporte for superior a 30 minutos, deitar a criança de costas e, com um fio previamente fervido, fazer nós no cordão umbilical: o primeiro a aproximadamente quatro dedos da criança (10 cm) e o segundo nó distante a 5 cm do primeiro. Cortar entre os dois nós com uma tesoura, lâmina ou outro objeto esterilizado; O cordão umbilical sairá junto com a placenta, cerca de 20 minutos após o nascimento; O retardo da saída da placenta deve ser comunicado a equipe médica ao chegar ao hospital. Após a saída da placenta, deve-se fazer massagem suave sobre o abdome da parturiente para provocar a contração do útero e diminuir a hemorragia que é normal após o parto; Transportar a mãe e a criança ao hospital para complementação assistencial médica. Deve-se também transportar a placenta para o médico avaliar se ela saiu completamente.  

17. TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE) 

O traumatismo crânio-encefálico é uma agressão ao cérebro, em consequência de um trauma externo, resultando em alterações cerebrais momentâneas ou permanentes, de natureza cognitiva ou de funcionamento físico. Tem como principal causa os acidentes de trânsito, mas pode resultar de agressões físicas, quedas e lesões por arma de fogo entre outras. É a principal causa de sequelas e de mortes nos pacientes politraumatizados, com grande impacto sócio-econômico para a saúde pública. Cerca de 70% das vítimas de

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acidentes automobilísticos apresentam TCE.  O Traumatismo Raqui-Medular (TRM) ocorre em 5 a 10% dos casos de TCE. Os traumatismos da cabeça podem envolver o couro cabeludo, crânio e encéfalo, isoladamente ou em qualquer combinação. Lesões de couro cabeludo podem causar hemorragia devido a sua intensa quantidade de vasos.  

Trauma com sonolência, confusão, agitação ou inconsciência de curta ou longa duração pensar em TCE.  

ABORDAGEM DA VÍTIMA 

1. Exame Primário - ABC da vida. 2. Observar cuidados com a coluna cervical: Estabilizar manualmente a cabeça e o pescoço.  3. Controlar hemorragias 4. Exame Secundário: consciência – AVD Suspeitar sempre de lesão de coluna cervical em pacientes com TCE. 5. Sangramento via nasal (rinorragia) e pelo ouvido (otorragia) geralmente é sinônimo de TCE. 6. Nos casos onde ocorram vômitos, a vítima deve ser virada em bloco para o decúbito lateral de forma a preservar a imobilização da coluna cervical.  

18. TRAUMA RAQUI-MEDULAR (TRM)

O trauma raquimedular é a Lesão da coluna vertebral ou medula espinhal.  A coluna cervical é o local mais comum de TRM. A coluna tem a função de sustentar o corpo e proteger no seu interior a medula espinhal, que liga o cérebro aos órgãos através de nervos.   10% das lesões medulares ocorrem por manipulação incorreta das vítimas de trauma, por socorristas ou pessoal não habilitado. Mesmo que as vítimas forem encontradas andando na cena do trauma ou foram ao hospital por seus próprios meios - sempre imobilize.  

Acidentes por arma de fogo.    Esportes.   Acidentes de motocicleta e automóvel.   Mergulho em água rasa. Quedas. As causas mais comuns de TRM são:

• Mecanismos possíveis de lesão raqui-medular - hiperextensão, hiperflexão, compressão, rotação, torção lateral, tração. 

    SUSPEITAR DE TRM NOS SEGUINTES CASOS: 

• Mecanismo de lesão sugestivo (causas de TRM), mesmo sem sintomas. • Vítimas inconscientes que sofreram algum tipo de trauma. • Dor em qualquer região da coluna vertebral. • Traumatismo facial grave ou traumatismo de crânio fechado. • "Formigamento" (anestesia) ou paralisia de qualquer parte do corpo abaixo do pescoço. • Priapismo (enrijecimento do pênis de forma involuntária). • Mergulho em água rasa.  

CUIDADOS NO TRM 

• Exame primário - ABC da vida • Imobilize a cabeça/pescoço em posição neutra com colar cervical ou com as mãos. • Remova o capacete em caso de PCR ou insuficiência respiratória. • Não mova o paciente a menos que seja necessário. Caso tenha que movê-lo utilize a técnica em monobloco. • Suspeitar sempre de lesão de coluna cervical em pacientes com TCE • A proteção da coluna cervical deve ser uma das prioridades do tratamento pré- hospitalar, a não ser que outra situação esteja produzindo risco de vida iminente.  

EQUIPAMENTOS DE IMOBILIZAÇÃO CERVICAL

Colar Cervical Técnica de aplicação: • Alinhe a cabeça e pescoço do paciente se não houver resistência ou dor e mantenha a estabilização manual. • O outro socorrista aplica o colar ao pescoço da vítima. • O paciente lúcido deve ser alertado contra o risco de movimentar-se. • Mantenha a imobilização manual mesmo com o colar aplicado.  

Imobilizador de cabeça - Dispositivo para impedir os movimentos laterais da coluna. É dois anteparos de espuma que são fixados a prancha longa através de um velcro. Improvisação: sacos de areia, tijolos ou anteparos que impeçam os movimentos laterais da cabeça.  

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Prancha rígida com tirantes - Destinado à imobilização da cabeça aos pés da vítima.   

REFERÊNCIAS

Básico de Primeiros socorros – Corpo de Bombeiros Militar – MT

Caderno de Atenção Básica – Ministério da Saúde – DF – 2006

Curso Emergencista Pré-hospitalar – SENASP/MJ – 2007

Diretrizes de 2010 da American Heart Association (AHA) para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)

Manual de Condutas em Exposição ocupacional a material Biológico, Ministério da Saúde.

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Manual de Primeiros Socorros. Fundação Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde.  Básico de Primeiros socorros – Corpo de Bombeiros Militar – RS