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direito tributário - crédito tributário

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DIREITO TRIBUTRIO 3 BIMESTRE38

25/08/2015CRDITO TRIBUTRIO E LANAMENTOSegundo a teoria adotada no Cdigo Tributrio Nacional, quando verificada no mundo dos fatos a situao definida em lei como fato gerador do tributo, nasce a obrigao tributria. Tal obrigao consiste num vnculo jurdico transitrio entre o sujeito ativo (credor) e o sujeito passivo (devedor) e tem por objeto uma prestao em dinheiro. Para muitos, se j h credor e devedor, j h crdito, de forma que o nascimento do crdito tributrio seria concomitante ao surgimento da obrigao tributria.Ocorrido o fato gerador, necessrio definir, com preciso, o montante do tributo ou penalidade, o devedor e o prazo para pagamento, de forma a conferir certeza (quanto existncia) e liquidez (quanto ao valor) obrigao. Da a exigncia de um procedimento oficial consistente em declarar formalmente a ocorrncia do fato gerador, definir os elementos materiais da obrigao surgida (alquota e base de clculo), calcular o montante devido, identificar o respectivo sujeito passivo, com o fito de possibilitar que contra este seja feita a cobrana do tributo ou da penalidade pecuniria. Todo esse procedimento legalmente denominado de lanamento, conforme se pode extrair do art. 142 do CTN, abaixo transcrito:

Art. 142. Compete privativamente autoridade administrativa constituir o crdito tributrio pelo lanamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente, determinar a matria tributvel, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicao da penalidade cabvel.Para haver lanamento e, portanto, crdito tributrio necessrio que exista fato gerador e, portanto, obrigao. exatamente por isso que o art. 139 do CTN afirma que o crdito tributrio decorre da obrigao principal e tem a mesma natureza desta. O mesmo raciocnio presidiu a elaborao do art. 140, que trata do crdito tributrio e da obrigao tributria que lhe deu origem.Um crdito no fundamentado em obrigao um absurdo lgico e s aparece no mundo dos fatos quando h lanamento indevidamente realizado, caso em que o crdito possuir existncia meramente formal, devendo ser extinto posteriormente por deciso judicial ou administrativa.Da anlise realizada extrai-se a resposta legal a uma interminvel celeuma doutrinria. Qual seria a natureza jurdica do lanamento? Declaratria ou constitutiva? Para aqueles que afirmam que o surgimento do crdito ocorre no mesmo momento do fato gerador, o lanamento apenas tornaria lquido e certo um crdito j existente, declarando-o. Entretanto, pela anlise realizada, percebe-se que o legislador do CTN enxergou o fenmeno jurdico-tributrio de maneira bastante diferente, entendendo que no existe crdito antes do lanamento, de forma que este teria, quanto ao crdito, natureza constitutiva. A tese foi expressamente adotada pelo art. 142, pois este afirma que compete autoridade administrativa constituir o crdito tributrio pelo lanamento.No obstante a natureza constitutiva do lanamento, no que se refere ao crdito necessrio que se perceba que o CTN claramente atribuiu-lhe natureza declaratria quanto obrigao. A concluso decorre da redao do mesmo art. 142, no ponto em que inclui no procedimento de lanamento a funo de verificar a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente. Ora, ao verificar formalmente que o fato gerador ocorreu, a autoridade fiscal declara e no constitui a obrigao tributria.Assim, seguindo risca a tese adotada pelo legislador brasileiro, adotar-se-, nesta obra, o entendimento segundo o qual o lanamento possui natureza jurdica mista, sendo constitutivo do crdito tributrio e declaratrio da obrigao tributria.Alis, a anlise de qualquer lanamento realizado por autoridade fiscal demonstra na prtica o que aqui se tenta explanar teoricamente. O documento que instrumentaliza o lanamento um auto de infrao, por exemplo redigido, em sua maior parte, em tempo pretrito, declarando que num momento passado ocorreu o fato gerador de determinado tributo ou penalidade. A autoridade, por exemplo, declara que, em certa data, certo sujeito teve a disponibilidade econmica de rendimentos (fato gerador do imposto de renda) ou promoveu a sada de mercadoria de estabelecimento comercial (fato gerador do ICMS) e, com base nisso, constitui neste ponto se passa a utilizar o tempo presente na redao do documento o crdito tributrio respectivo.Portanto, tomando por base a tese encampada pelo do CTN (e adotada nesta obra), possvel visualizar os dois momentos ora analisados da seguinte forma:

Outra discusso doutrinria resolvida ao menos do ponto de vista formal sobre o lanamento sua configurao como ato ou procedimento administrativo. O art. 142 do CTN afirma que o lanamento deve ser entendido como o procedimento administrativo tendente a ..., e segue com sua definio.Procedimento um conjunto de atos sistematicamente organizados para a produo de determinado resultado. A maioria da doutrina entende que o lanamento ato administrativo, apesar de ser resultante de um procedimento. Quando se entra na essncia do lanamento, percebe-se que a autoridade administrativa realiza vrias atividades conducentes produo do ato final. Faz-se a identificao do sujeito passivo, a determinao da matria tributvel, o clculo do montante do tributo devido. Nenhum desses esforos, contudo, pode ser considerado como ato integrante de um procedimento, mas sim um conjunto de providncias preparatrias para a produo de um nico ato, o lanamento final. Alis, como se perceber da anlise do instituto, ser aplicvel ao lanamento praticamente toda a teoria dos atos administrativos, demonstrando o acerto doutrinrio.

Competncia para lanarConsta do art. 142 do CTN que a competncia para lanamento da autoridade administrativa.O Cdigo no define qual autoridade administrativa possui tal poder legal, deixando para a lei de cada ente poltico a incumbncia de faz-lo. Na esfera federal, a ttulo de exemplo, a Lei 10.593/2002, em seu art. 6., I, a, atribui, em carter privativo, aos ocupantes de cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil AFRFB a competncia para constituir, mediante lanamento, o crdito tributrio.Como os mais puristas afirmam que as competncias privativas, ao contrrio das exclusivas, so delegveis, o mais correto, a rigor, seria afirmar que o AFRF tem competncia exclusiva para lanar, pois tal competncia indelegvel e insuscetvel de avocao.A exclusividade da competncia para a realizao do lanamento vincula at mesmo o juiz, que no pode lanar, e tampouco corrigir, lanamento realizado pela autoridade administrativa.Reconhecendo algum vcio no lanamento realizado, deve o juiz proclamar-lhe a nulidade, cabendo autoridade administrativa competente, se for o caso, novamente constituir o crdito.Este um dos fundamentos que justifica o entendimento do Supremo Tribunal Federal segundo o qual no se pode propor ao penal por crime de sonegao fiscal antes da concluso do procedimento de lanamento (trmino do processo administrativo porventura instaurado), pois o juiz no tem competncia para decidir acerca da existncia ou no do crdito tributrio cuja sonegao alegada.Questo tormentosa em face da regra de que o lanamento ato privativo da autoridade administrativa a competncia atribuda pelo art. 114, VIII, da CF, para que a Justia do Trabalho promova a execuo, de ofcio, das contribuies sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acrscimos legais, decorrentes das sentenas que proferir. A redao atual foi dada pela Emenda Constitucional 45/2004, mas a esdrxula possibilidade foi introduzida no direito brasileiro pela EC 20/1998 ( poca acrescentou-se um 3. ao mesmo art. 114 da Magna Carta).

Lanamento como atividade vinculadaO pargrafo nico do art. 142 do CTN afirma que a atividade administrativa de lanamento vinculada e obrigatria, sob pena de responsabilidade funcional. O dispositivo apenas ratifica algo que j decorre da definio de tributo, constante do art. 3. do prprio Cdigo.Assim, como o tributo cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, e o lanamento o ato que formaliza o valor do crdito, dando-lhe certeza, liquidez e exigibilidade, h de se concluir que a atividade de lanar vinculada, no sentido de que a ocorrncia do fato gerador d autoridade fiscal no apenas o poder, mas tambm o dever de lanar, no havendo qualquer possibilidade de anlise de convenincia e oportunidade para que se deflagre o procedimento.

Legislao material e formal aplicvel ao procedimento de lanamentoO lanamento realizado em determinado momento na linha do tempo, mas sempre com os olhos voltados para um instante passado, o da ocorrncia do fato gerador da respectiva obrigao.Caso a obrigao tributria surgida seja relativa penalidade pecuniria (multa), aplica-se ao lanamento a lei mais favorvel ao infrator, dentre aquelas que tiveram vigncia entre a data do fato gerador e a data do lanamento, ainda se garantindo ao contribuinte o direito de aplicar legislao mais favorvel surgida posteriormente, desde que no haja coisa julgada ou extino do crdito.Quando se trata do lanamento de tributo, a autoridade competente deve aplicar a legislao que estava em vigor no momento da ocorrncia do respectivo fato gerador, mesmo que tal legislao j tenha sido modificada ou revogada, tudo em conformidade com o art. 144 do CTN.No poderia ser diferente, pois no lanamento apenas se declara a ocorrncia de um fato gerador, tornando lquido e certo o objeto de uma obrigao j existente, constituindo-se o crdito tributrio.Neste ponto, h de se fazer uma diferenciao fundamental. Ao se referir genericamente legislao aplicvel ao lanamento, o CTN trata das regras materiais (legislao substantiva) relativas ao tributo correspondente, assim entendidas aquelas que definem fatos geradores, bases de clculo, alquotas, contribuintes etc.Entretanto, para realizar o lanamento, a autoridade competente deve observar, tambm, as regras formais (legislao adjetiva) que disciplinam o seu agir durante o procedimento. Trata-se das normas que estipulam a competncia para lanar, o modo de documentar o incio do procedimento, os poderes que possuem as autoridades lanadoras, os prazos para a concluso das atividades etc.A modificao de uma norma procedimental (formal, adjetiva) no muda a essncia de qualquer obrigao j surgida, mas to somente o modo de sua apurao. justamente por isso que so aplicveis ao lanamento as normas formais que estiverem em vigor na data da realizao do prprio procedimento.Relembre-se, em face da utilidade da analogia, que a aplicao imediata das alteraes de legislao adjetiva princpio bsico em todos os ramos de direito processual. Mesmo em se tratando de matria penal, em que princpio a retroatividade da lei mais benfica, h a diferenciao relativa a processo penal, em que se aplica a lei em vigor na data da realizao de cada ato processual, respeitada a validade dos atos anteriormente praticados. A mesma linha de raciocnio vai valer para o processo civil, trabalhista e administrativo.Em matria tributria, a diferenciao percebida mediante a simples comparao entre o art. 144 do CTN e o seu respectivo 1., abaixo transcritos:Art. 144. O lanamento reporta-se data da ocorrncia do fato gerador da obrigao e rege-se pela lei ento vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 1. Aplica-se ao lanamento a legislao que, posteriormente ocorrncia do fato gerador da obrigao, tenha institudo novos critrios de apurao ou processos de fiscalizao, ampliado os poderes de investigao das autoridades administrativas, ou outorgado ao crdito maiores garantias ou privilgios, exceto, neste ltimo caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributria a terceiros.O caput do artigo trata da legislao tributria material e estipula a regra da aplicao da legislao vigente data do fato gerador. J o 1. refere-se, fundamentalmente, legislao formal, como se percebe pela referncia s normas que tenham institudo novos critrios de apurao ou processos de fiscalizao.Tambm se aplica ao lanamento a legislao que tenha ampliado os poderes de investigao das autoridades administrativas. Um bom exemplo desta situao ocorreu quando da entrada em vigor da Lei Complementar 105/2001, que permitiu o acesso das autoridades fiscais a dados protegidos por sigilo bancrio, independentemente de determinao judicial. Apesar de a vigncia ter-se dado a partir de novembro de 2001, a Secretaria da Receita Federal instaurou procedimentos fiscais para apurar crditos relativos a exerccios anteriores, usando do novo poder legalmente atribudo.Alguns contribuintes alegaram a impossibilidade de aplicao retroativa de lei que os prejudicasse.A utilizao da nova legislao para lanamento referente a fatos geradores passados, entretanto, foi considerada lcita. Em primeiro lugar, pela expressa previso do CTN no sentido da aplicabilidade imediata das regras que ampliam os poderes de investigao da autoridade administrativa, como se est a estudar. Em segundo lugar, pelo fato de no se tratar de qualquer alterao material na legislao de tributo.Se algum recebeu elevado rendimento e no o declarou, nem pagou o respectivo imposto de renda, pode-se afirmar que houve fato gerador, nasceu obrigao tributria, mas o tributo no foi pago. A permisso de acesso aos dados protegidos por sigilo bancrio em nada interferiu nos aspectos materiais do tributo devido; apenas possibilitou autoridade fiscal tomar conhecimento do que efetivamente ocorreu, de forma a possibilitar a adoo das providncias cabveis em cada caso concreto.No final do transcrito 1., o Cdigo veda que a aplicao retroativa, prevista para a legislao formal, seja utilizada com o efeito de atribuir responsabilidade tributria a terceiros. Neste ponto, no h novidade alguma, pois as regras sobre responsabilidade tributria so normas de direito tributrio material, de forma que se submetem integralmente normatividade do caput do art. 144 do CTN.Encerrando as disposies acerca da legislao aplicvel ao lanamento, o 2. do mesmo art. 144 assevera que as regras do artigo no se aplicam aos impostos lanados por perodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.Apesar da referncia s regras do artigo, certamente o dispositivo trata das regras do caput do artigo, visto que, no que concerne legislao formal, a aplicabilidade imediata sempre se impe. A exceo prevista (tributos lanados por perodos certos de tempo) refere-se a casos como os dos impostos sobre a propriedade, em que o fato tributado se protrai no tempo, sendo necessrio que a lei defina, com preciso, a data em que o fato gerador se considera ocorrido, possibilitando a definio da legislao material aplicvel.Na realidade, no se trata exatamente de uma exceo, pois se a lei expressamente definiu o momento em que o fato gerador se tem por ocorrido, ser aplicvel no lanamento a legislao em vigor na data dessa ocorrncia.O que o legislador tentou fazer de certa forma, desnecessariamente foi prevenir o surgimento de dvidas relativas possibilidade, por exemplo, de aplicar ao IPTU referente a determinado exerccio legislao alterada no meio de tal exerccio. Ora, se se define legalmente que o fato gerador do imposto ocorre a cada dia 1. de janeiro, a legislao alterada no transcorrer do exerccio anterior poder ser usada, pois estar em vigor na data da ocorrncia do fato imponvel, em obedincia e no como exceo ao caput do art. 144 do CTN.

BernardiCRDITO TRIBUTRIOArt. 139. O crdito tributrio decorre da obrigao principal e tem a mesma natureza desta.

A obrigao principal dar dinheiro, ento no momento que der o dinheiro, satisfez o crdito tributrio, mas so momentos distintos.

Para se chegar ao crdito tributrio tem que passar pelo lanamento.No momento que algum pratica o fato gerador nasce a obrigao tributria, ainda o sujeito passivo no obrigado a pagar, no h uma cobrana formal. Ainda no est na hora de pagar. Uma coisa a obrigao, outra coisa o cumprimento desta obrigao. Hiptese de Incidncia Fato Gerador Obrigao Tributria LANAMENTO Crdito Tributrio.

O crdito tributrio est includo na obrigao tributria, mas so momentos distintos. O crdito tributrio o contedo da obrigao tributria.Pode existir obrigao tributria sem crdito, mas jamais vai existir crdito sem obrigao. Se no tiver obrigao no ter crdito.Crdito tributrio vnculo jurdico de natureza obrigacional, por fora do qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo o pagamento do tributo.O poder pblico s vai poder exigir quando constituir um crdito contra o sujeito passivo, depende do fato gerador, de um procedimento administrativo que quando terminado vai surgir o crdito. No momento que o poder pblico pode cobrar estamos falando de crdito e no de obrigao.No momento do fato gerador surge uma obrigao, no do crdito por enquanto.Obrigao e crdito tem que distinguir quanto ao tempo, que so diferentes.Quando surge a obrigao tributria, j se tem uma ideia do tributo a ser pago, do seu valor, esse valor ainda ilquido, precisa de uma liquidao, de um clculo para apurar o valor exato.Essa LIQUIDAO no direito tributrio chama-se LANAMENTO.Se tem obrigao tributria e vai ter um lanamento no qual acontece o crdito tributrio que obrigao tributria j liquidada.O crdito tributrio nasce com a constituio do crdito tributrio. O valor do tributo passa a ser exigvel depois do lanamento.A investigao do fisco serve para apurar a causa, a fonte, algum praticou o fato gerador e ter que pagar um tributo. Se aquela situao ocorrida tem o poder de gerar uma obrigao tributria.A terceira fase investigativa a avaliao da conduta, pega-se a base de clculo e alquota para apurar o tributo. Essa operao o lanamento, a investigao do fisco, capaz de fazer nascer o crdito tributrio.O fisco d forma obrigao tributria e surge assim o crdito tributrio. O crdito tributrio a formalizao da obrigao tributria, tem algo concreto que vai ter que satisfazer. Algo que vai ter que cumprir depois do lanamento. Quem faz o lanamento o sistema eletrnico.

Quem faz o lanamento?Art. 142. Compete privativamente autoridade administrativa constituir o crdito tributrio pelo lanamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente, determinar a matria tributvel, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicao da penalidade cabvel.Pargrafo nico. A atividade administrativa de lanamento vinculada e obrigatria, sob pena de responsabilidade funcional.

Essa a atividade de lanamento. A guia o instrumento para pagar o tributo, a guia no o lanamento.Se a guia fosse o lanamento, O art. 142 estaria errado, privativo da autoridade administrativa.

CONSTITUIO DOUTRINASExistem trs correntes de tributarista que divergem quanto ao nascimento do crdito tributrio:- Primeira corrente: com a notificao Paulo de Barros Carvalho , Eurico Marcos Diniz de Santi; a notificao do lanamento constitui o crdito tributrio.- Segunda corrente: quando no couber mais recurso administrativo HBM, Sasha Calmon Navarro Coelho; no precisa ter a notificao. No momento que no bito administrativo no tem mais discusso, estar constitudo o crdito tributrio.- Terceira corrente: inscrio na Dvida Ativa Zelmo Denari. Dvida ativa o cadastro de devedores de tributos.

CARACTERSTICAS DO LANAMENTO- quem, quando, onde, como e prazo?O lanamento responde isso.

1 - um ato administrativo;2 - um ato administrativo declaratrio: declaratrio da ocorrncia do fato gerador, declaratrio porque o lanamento declara a ocorrncia do fato gerador, mas ele no constitui o crdito tributrio. 3 presunes (legitimidade, voracidade): juris tantum, relativa, se o contribuinte provar que aquele crdito no legal, consegue derrubar o crdito tributrio. Nunca vai ter revogao do lanamento, pode haver a anulao pelo poder judicirio ou da administrao. A administrao pode anular de ofcio ou o contribuinte pode pedir a anulao. Se o contribuinte conseguir procedncia na ao, estaremos diante de uma ao anulatria do lanamento.

01/09/2015

NOTIFICAO DO LANAMENTO

Art. 144. O lanamento reporta-se data da ocorrncia do fato gerador da obrigao e rege-se pela lei ento vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

1 Aplica-se ao lanamento a legislao que, posteriormente ocorrncia do fato gerador da obrigao, tenha institudo novos critrios de apurao ou processos de fiscalizao, ampliado os poderes de investigao das autoridades administrativas, ou outorgado ao crdito maiores garantias ou privilgios, exceto, neste ltimo caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributria a terceiros. 2 O disposto neste artigo no se aplica aos impostos lanados por perodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.

Notificao dar cincia ao lanamento. Estabelece que o lanamento se reporta ao fato gerador.O Lanamento o ato da administrao tributria que muito importante, depois disso tudo, ela tem que informar o contribuinte que contra ela nasceu um crdito tributrio, uma notificao do lanamento. A partir da notificao, o contribuinte tem um prazo, depende do tributo, at 30 dias do recebimento da notificao, aps o 30 dia est em mora, o poder pblico pode ajuizar cobrana de mora contra o contribuinte.A partir do momento que foi notificado, comea os prazos administrativos para recorrer perante a administrao tributria para questionar o tributo que est sendo cobrado alegando que no praticou o fato gerador, que a dvida solidria, tudo que se refere a defesa do contribuinte. Passando este prazo somente em via judicial. Importante entrar com ao antes da mora. Crdito tributrio pode passar por alguns fenmenos, pode ser suspenso, excludo ou extinto.

SUSPENSO DA EXIGIBILIDADE DO CRDITO TRIBUTRIO- suspende a exigibilidade- natureza temporria- refere-se obrigao principal- pode ocorrer antes ou depois de constitudo o crdito tributrioO crdito j existe, mas vai estar suspenso. O crdito pode existir, em fase de constituio, mas o fisco no vai poder cobrar o contribuinte enquanto a causa no for solucionada.Resolveu, existe a possibilidade de cobrar o crdito tributrio.Tem natureza temporria, no so causas de extino, suspende enquanto algo est acontecendo, como os recursos administrativos ou judiciais, enquanto a discusso no estiver acabada no tem como exigir.Ocorreu um fato que tem o poder de suspender devido a uma questo surgida. H algo que precisa ser decidido antes de pagar o crdito tributrio.Toda causa de suspenso, suspende a exigibilidade do crdito tributrio, o valor, ocorre somente obrigao principal, as obrigaes acessrias no so suspensas, somente aos crditos.

HIPTESES DE SUSPENSOArt. 151. Suspendem a exigibilidade do crdito tributrio: I moratria;II o depsito do seu montante integral;III as reclamaes e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributrio administrativo;IV a concesso de medida liminar em mandado de segurana.V a concesso de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espcies de ao judicial;VI o parcelamento.Pargrafo nico. O disposto neste artigo no dispensa o cumprimento das obrigaes assessrias dependentes da obrigao principal cujo crdito seja suspenso, ou dela consequentes.

MoratriaArt. 152. A moratria somente pode ser concedida:I em carter geral:a) pela pessoa jurdica de direito pblico competente para instituir o tributo a que se refira;b) pela Unio, quanto a tributos de competncia dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municpios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competncia federal e s obrigaes de direito privado;II em carter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condies do inciso anterior.Pargrafo nico. A lei concessiva de moratria pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade determinada regio do territrio da pessoa jurdica de direito pblico que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.

Dilao de prazo para solver a dvida. Enquanto estiver vigente a mora, estar suspenso a exigibilidade do crdito tributrio.Tem que ter uma lei genrica autorizando a moratria, sempre por lei, de carter genrico ou individual.A moratria pode ser concedida em carter individual. A concesso de moratria no gera direito adquirido, pode vir uma lei e acabar com a moratria, o crdito tributrio passa a ser exigido novamente. Acabou a moratria, no outro dia pode ser cobrado o tributo, pois o contribuinte j recebeu a notificao.A lei que revogar a moratria no criadora de tributo, portanto, no precisa atender ao princpio da anterioridade.

A moratria a primeira das hipteses de suspenso da exigibilidade do crdito tributrio diretamente disciplinadas pelo CTN.O benefcio implica a dilao de prazo para pagamento do tributo, podendo ser concedido direta e genericamente por lei (carter geral CTN, art. 152, I) ou por ato administrativo declaratrio do cumprimento dos requisitos previstos em lei (carter individual CTN art. 152, II).Na moratria concedida em carter geral, a lei objetivamente dilata o prazo para o pagamento do tributo, beneficiando a generalidade dos sujeitos passivos, sem necessidade da comprovao por parte destes de alguma caracterstica pessoal especial.Como exemplo, imagine-se o caso de a Unio, em face dos efeitos de uma crise econmica, editar lei dilatando por um ms os prazos para pagamento da Contribuio para Financiamento da Seguridade Social Cofins, beneficiando todos os sujeitos passivos do tributo.J na moratria concedida em carter individual, a lei restringe a abrangncia do benefcio s pessoas que preencham determinados requisitos, de forma que o gozo depender de requerimento formulado Administrao Tributria no qual se comprove o cumprimento dos pressupostos legais. nesta hiptese que o reconhecimento do benefcio se dar mediante ato administrativo declaratrio (despacho administrativo, na terminologia adotada pelo CTN).Como exemplo, suponha-se que a Unio tome conhecimento de que excepcionais temperaturas elevadas na Serra Gacha fizeram com que parte das videiras brotasse no inverno, sendo posteriormente dizimadas por uma friagem de primavera, gerando elevados prejuzos aos produtores de vinho. Como ajuda oficial em favor dos prejudicados, a Unio edita lei concedendo aos produtores de vinho cujas culturas estejam localizadas na Serra Gacha a dilao por seis meses do prazo para o pagamento das obrigaes tributrias federais. A hipottica lei certamente definiria os documentos hbeis para comprovar o domiclio e atividade dos beneficirios, que, de posse de tais comprovantes, deveriam formular requerimento autoridade administrativa, pleiteando o reconhecimento do favor fiscal.Na situao proposta, a providncia federal teria fundamento tanto na autorizao genrica do art. 152, II, do CTN, quanto na regra mais especfica do seu pargrafo nico. De qualquer forma, importante perceber que, mesmo na moratria individual, a concesso decorre da lei, possuindo o despacho administrativo exarado pela Administrao Tributria carter declaratrio de direito preexistente.Segundo o art. 152 do Cdigo, a moratria pode ser concedida em carter geral tanto pela pessoa jurdica de direito pblico competente para instituir o tributo a que se refira, quanto pela Unio, quanto a tributos de competncia dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municpios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competncia federal e s obrigaes de direito privado.No primeiro caso, tem-se a moratria autnoma, em que o ente competente para a instituio do tributo dilata-lhe legalmente o prazo.No segundo caso, tem-se a moratria heternoma, em que a Unio concede moratria de tributo de competncia alheia. Sobre esta hiptese, pairam severas suspeitas de inconstitucionalidade.

Depsito do montante integralNo pode depositar parcelado. Depsito de todo valor cobrado em dinheiro. No pode ser cheque.A pessoa deposita no processo judicial, discute embasado naquele depsito. Via de regra, no suspende a exigibilidade do crdito. o valor cobrado pelo fisco, sem honorrios advocatcios e outros.O depsito por si s no resolve nada, o depsito deve servir para embasar uma ao judicial por discusso. O depsito ato preparatrio para uma ao judicial. No final ganha o fisco ou contribuinte. Se for o fisco o valor reverte para pagar o fisco, extingue o crdito tributrio.

Se o sujeito passivo no concorda com lanamento realizado, pode impugn-lo, administrativa ou judicialmente. Se a opo a via judicial, ser necessria a adoo de alguma providncia que impea a Administrao Fazendria de ajuizar a ao de execuo fiscal, procedimento que leva constrio coativa do patrimnio do devedor. O sujeito passivo precisar, portanto, suspender a exigibilidade do crdito tributrio. A hiptese mais vivel para tal fim o depsito do montante integral do crdito tributrio exigido pelo Fisco. Trata-se de um direito subjetivo do contribuinte, que no pode ter seu exerccio obstado pela Fazenda Pblica, conforme se extrai da jurisprudncia do STJ.Caso a opo seja a via administrativa, a prpria instaurao do processo administrativo fiscal tem por efeito a suspenso da exigibilidade do crdito (ver item a seguir), mas pode o contribuinte optar pela efetivao do depsito como meio de se livrar da fluncia dos juros de mora.Assim, s faz sentido falar em depsito do montante integral caso haja algum litgio judicial ou administrativo instaurado ou na iminncia de instaurao. Ao final do litgio, havendo razo do depositante, ser reconhecida a improcedncia total ou parcial do lanamento, de forma que o sujeito passivo levantar (receber de volta) o depsito (integral ou parcialmente), com os respectivos acrscimos legais. Segundo consta da jurisprudncia do STJ, vitorioso o depositante, o levantamento se impe, mesmo que o vencedor possua outros crditos tributrios em aberto perante o mesmo sujeito ativo.

Reclamaes e recursosExiste recurso, a interposio do recurso suspende a exigibilidade do crdito. Se o crdito no estiver sido constitudo, no poder ser constitudo enquanto perdurar a ao.

No exerccio do direito ampla defesa e ao contraditrio que o art. 5., LV , da CF/1988 lhe assegura, tambm na via administrativa, o sujeito passivo contribuinte ou responsvel , tem a possibilidade de formular impugnao administrativa, manifestando sua discordncia contra lanamento efetuado.Com a impugnao, instaura-se um litgio a ser dirimido por um rgo julgador de primeira instncia (ou instncia nica). Tecnicamente, no se trata de recurso, pois o litgio acabou de ser instaurado e ainda no foi objeto de julgamento. Assim, pode-se afirmar que a primeira manifestao de inconformismo do sujeito passivo contra lanamento efetuado pela administrao tributria enquadra-se dentro do gnero reclamaes. Decidido o processo em primeira instncia e havendo previso na lei do processo administrativo fiscal (federal, estadual ou municipal), poder haver agora sim recurso contra a deciso, direcionado ao rgo de segunda instncia. Tanto no caso das reclamaes, quanto no dos recursos propriamente ditos, haver a suspenso da exigibilidade do crdito tributrio, no sendo possvel ao Fisco promover qualquer ato de cobrana enquanto no encerrado o processo administrativo.Assim, legtimo afirmar que, apesar de os entes polticos possurem autonomia para editar suas leis de processo administrativo fiscal, estipulando as regras respectivas, respeitados os direitos e garantias constitucionalmente previstos, no existe a possibilidade de que tais leis neguem s reclamaes e aos recursos o efeito suspensivo, visto que este previsto em norma geral de carter nacional, o CTN.Em suma, em se tratando de processo administrativo fiscal, toda reclamao e todo recurso, desde que previstos em lei, tm efeito suspensivo, impedindo, at a deciso final do processo, que a Administrao Tributria promova contra o sujeito passivo litigante qualquer ato de cobrana, bem como que o inscreva em cadastros de inadimplentes, como o caso do Cadastro Informativo de Crditos no Quitados do Setor Pblico Federal (CADIN). O entendimento pacfico no mbito do STF (AC 1.620, julgada em 25 de junho de 2008). A regra tem o efeito de evitar que em matria tributria seja aplicado o abominvel solve et repete (pague e depois reclame), clusula segundo a qual, mesmo discordando de um valor que lhe cobrado, o suposto devedor deveria promover o pagamento e, posteriormente, contestar a cobrana, pedindo a devoluo (repetio).

Liminar em mandado de seguranaQualquer ao judicial com provimento provisrio capaz de suspender a exigibilidade do crdito tributrio.

A Lei 12.016/2009 disciplina a ao constitucional do mandado de segurana. Em seu art. 7., III, determina que, ao despachar a inicial, o juiz ordenar que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficcia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante cauo, fiana ou depsito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento pessoa jurdica.Trata-se de medida cautelar com a qual o juiz busca assegurar o resultado prtico do processo, a ser deferida quando presentes dois requisitos essenciais: o periculum in mora, ou perigo da demora (possibilidade de o tempo prejudicar a eficcia da medida, se ao final concedida), e o fumus boni juris, ou fumaa do bom direito (relevncia do fundamento).Em direito tributrio, comum o sujeito passivo impetrar mandado de segurana para suspender a possibilidade de que o Fisco promova atos de cobrana decorrentes do no pagamento de tributo.Ao ajuizar a ao, o impetrante (contribuinte ou responsvel) corriqueiramente alega que a demora no provimento jurisdicional final lhe traria prejuzos irreparveis, como a negativa de certides, com a consequente impossibilidade de participar de procedimentos licitatrios, a inscrio em cadastros de inadimplentes, a negativa de acesso a crdito oficial, entre outros. Tenta assim, comprovar o perigo da demora. Quanto relevncia dos argumentos, o impetrante desenvolve raciocnio jurdico tendente a demonstrar que h algum tipo de inconstitucionalidade, ilegalidade ou irregularidade na cobrana que tenta evitar. Se o juiz vislumbra a presena dos requisitos legais, deve conceder a liminar, pois se trata de direito do impetrante. relevante ressaltar que no necessrio que exista crdito para que a ao seja ajuizada. Alis, no necessrio nem que tenha ocorrido fato gerador, pois a Constituio Federal de 1988 probe que se exclua da apreciao do Poder Judicirio no s a leso, mas tambm a ameaa de leso a direito.Por isso se, a ttulo de exemplo, foi publicada uma lei inconstitucional aumentando o ISS incidente sobre a prestao de servios de assessoria contbil, o profissional desta rea pode se socorrer do Judicirio antes de qualquer prestao de servio, pois seu patrimnio j se encontra sob ameaa desde a publicao da lei. S no possvel o ajuizamento da ao a quem no esteja sob o alcance das novas disposies legais, pois, conforme sumulado pelo STF, no cabe mandado de segurana contra lei em tese (Smula 266), sendo necessrio ao impetrante comprovar que a lei pode vir a violar seus direitos.Ao conceder a liminar, no pode o juiz expedir ordem impedindo que a autoridade fiscal promova o lanamento, sob pena de inverter o perigo da demora. O raciocnio simples. A liminar no uma deciso final, apenas suspendendo um ato com base numa anlise rpida e superficial dos argumentos do impetrante, podendo ser concedida, inclusive, antes de se notificar a autoridade impetrada para prestar informaes. possvel que o juiz conceda a liminar, mas, ao final do processo, denegue a segurana. Em matria tributria, com a denegao da segurana, o crdito recupera a sua exigibilidade. Se a liminar houvesse impedido a autoridade fiscal de lanar, poderia ocorrer de se esvair o prazo decadencial de forma a, mesmo com a deciso final favorvel, restar definitivamente obstado o lanamento. nesse sentido que se afirma que uma liminar que impedisse o lanamento inverteria o perigo da demora, pois o tempo passaria a fluir em prejuzo da autoridade impetrada.Por tudo, a concesso da liminar apenas probe a promoo de atos executrios, impedindo a exigibilidade do crdito. Dessa forma, ao se deparar com um caso em que o sujeito passivo fez um pagamento a menor protegido por liminar em mandado de segurana, a autoridade fiscal deve proceder ao lanamento da diferena. Todavia, em vez de encerrar o auto de infrao concedendo prazo para que o sujeito passivo pague ou impugne o objeto da autuao, deve consignar a expresso suspenso por medida judicial, ou outra equivalente.Por fim, relevante anotar que as causas de suspenso da exigibilidade do crdito tributrio so individualmente eficazes, no sendo necessria qualquer combinao para se obter o efeito suspensivo. A afirmativa transita no terreno do bvio, mas alguns juzes ainda teimam em conceder liminares sob a condio de que o impetrante deposite o montante integral exigido pelo Fisco. Ora, o depsito direito subjetivo do sujeito passivo! Se este quisesse suspender o crdito pelo depsito, no precisaria de qualquer provimento judicial. Em casos assim, entende-se que o juiz negou a liminar requerida.

ParcelamentoForma de pagamento diluda no tempo, o fisco concede a faculdade de parcelamento, ento no poder exigir o pagamento integral se parcelou para o contribuinte, o parcelamento passvel de aplicao desde que a lei permita, na lei do tributo, que esteja prevista na lei que criou o tributo.

necessrio relembrar que o parcelamento consiste numa medida de poltica fiscal com a qual o Estado procura recuperar crditos e criar condies prticas para que os contribuintes que se colocaram numa situao de inadimplncia tenham a possibilidade de voltar para a regularidade, usufruindo os benefcios da decorrentes.Segundo o art. 155-A do Cdigo, o parcelamento ser concedido na forma e condio estabelecidas em lei especfica.A lei especfica reclamada pelo dispositivo lei do membro da Federao com competncia para a instituio do tributo. Assim, cada ente poltico possui autonomia para editar suas leis autorizatrias de parcelamento de crdito tributrio, devendo respeitar as normas gerais constantes do Cdigo Tributrio Nacional.No 1. do mesmo art. 155-A, estipulou-se que, salvo disposio de lei em contrrio, o parcelamento do crdito tributrio no exclui a incidncia de juros e multas.A regra tem a utilidade de incorporar ao Cdigo Tributrio Nacional a soluo que o Superior Tribunal de Justia dava controvrsia relativa possibilidade de o sujeito passivo confessar a prtica de ilcito fiscal, parcelar o crdito tributrio correspondente e gozar do benefcio da denncia espontnea, livrando-se da respectiva multa. Conforme j foi detalhadamente analisado, o STJ entende que s se aplicam os benefcios da denncia espontnea quando h o pagamento, no se equiparando a tal o parcelamento. Agora, com o 1. do art. 155-A do Cdigo, existe fundamento expresso para o entendimento.Aps a edio da Lei Complementar 118/2005, foram includos dois novos pargrafos no art. 155-A, disciplinando o parcelamento relativo aos crditos tributrios do devedor em recuperao judicial. Como a obteno dos benefcios decorrentes da sistemtica depende da apresentao da prova de quitao de todos os tributos (CTN, art. 191-A), entendeu por bem o legislador facilitar o cumprimento do requisito, uma vez que, restando impossvel a uma empresa quitar todas as suas obrigaes, a deciso sobre quais pagamentos suspender inicialmente recai sobre os tributos. Assim, quando necessria a recuperao judicial, o passivo tributrio normalmente j atingiu um montante que impossibilitaria a quitao.Previu-se, inicialmente, que lei especfica dispor sobre as condies de parcelamento dos crditos tributrios do devedor em recuperao judicial. Trata-se de uma lei que especfica em relao a outra lei tambm especfica. Assim, haver em cada ente federado a edio de duas leis especficas sobre parcelamento. A primeira a que trata genericamente do parcelamento de crditos tributrios no mbito da respectiva esfera (denominada de lei geral de parcelamento pelo 4.). A segunda a lei que tratar especificamente do parcelamento dos dbitos da empresa em recuperao judicial.Caso o ente poltico no edite a segunda lei especfica, surgir para o devedor o direito de utilizar a lei geral de parcelamento do ente, no podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal especfica.A ttulo de exemplo, suponha-se que a lei geral de parcelamento da Unio estipule um prazo mximo (para quitao) de 60 meses, que a lei especfica federal para parcelamento dos dbitos do devedor em recuperao judicial estipule um prazo mximo de 84 meses, e que a lei geral do Estado de Pernambuco estipule um prazo mximo de 72 meses para o parcelamento dos respectivos crditos.Por fim, importante registrar que a Lei 12.382/2011 acresceu pargrafos ao art. 83 da Lei n. 9.430/1996, estabelecendo que a concesso de parcelamento impede o encaminhamento ao Ministrio Pblico de representao fiscal para fins penais relativas aos crimes contra a ordem tributria definidos nos arts. 1. e 2. da Lei 8.137/ 1990. A proibio somente cessa se houver excluso da pessoa fsica ou jurdica do parcelamento, ficando suspensa a pretenso punitiva e a prescrio criminal enquanto vigente o favor, desde que o pedido de parcelamento tenha sido formalizado antes do recebimento da denncia criminal.

CAUSAS DE EXTINO DO CRDITO TRIBUTRIODesaparecimento do crdito, morreu, j era, no pode mais cobrar o crdito tributrio.O contribuinte no poder mais ser cobrado por esse tributo extinto.A confuso: quando o sujeito ativo e passivo se confundem, essa causa no est no CTN, mas vlido;B desaparecimento do sujeito ativo ou do sujeito passivo sem sucessor: o sujeito ativo desaparece sem deixar sucesso, seu crdito tambm desaparece, hiptese acadmica. Quando por exemplo um municpio dividido em partes, os crditos tributrios sero rateados entre eles.Se o devedor morrer, seus dbitos tributrios sero cobrados os sucessores. Sem sucessor e sem esplio, h a extino do crdito tributrio, no tem de quem cobrar.O sucessor s responde na medida das foras da herana recebida.Com sucessor no deixando herana, extingue-se o crdito tributrio tambm. O patrimnio dos sucessores esto preservados, responde somente a herana recebida.

Art. 156. Extinguem o crdito tributrio: I o pagamento;II a compensao;III a transao;IV remisso;V a prescrio e a decadncia;VI a converso de depsito em renda;VII o pagamento antecipado e a homologao do lanamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus 1 e 4;VIII a consignao em pagamento, nos termos do disposto no 2 do artigo 164;IX a deciso administrativa irreformvel, assim entendida a definitiva na rbita administrativa, que no mais possa ser objeto de ao anulatria;X a deciso judicial passada em julgado.XI a dao em pagamento em bens imveis, na forma e condies estabelecidas em lei.Pargrafo nico. A lei dispor quanto aos efeitos da extino total ou parcial do crdito sobre a ulterior verificao da irregularidade da sua constituio, observado o disposto nos artigos 144 e 149.

acirrada a discusso doutrinria sobre a configurao da lista acima transcrita como exaustiva ou apenas exemplificativa. Na mesma linha que foi adotada quando da anlise das hipteses de suspenso da exigibilidade do crdito, pode-se afirmar que o art. 141 do CTN aponta no sentido da taxatividade da lista, uma vez que afirma expressamente que o crdito tributrio regularmente constitudo somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluda, nos casos previstos nesta Lei. Observa-se que no se fala que a extino ocorrer nos casos previstos em lei o que permitiria a estipulao legal de outras hipteses de extino; assevera-se que os casos so os previstos nesta Lei, ou seja, no CTN, a lei de normas gerais sobre matria tributria.Perceba-se que, no dispositivo, a palavra Lei aparece grafada com a inicial maiscula, o que, como mandam as regras de gramtica, s cabvel no incio de uma frase ou o que o caso quando o redator se refere a uma determinada lei. No caso, a Lei referida o prprio CTN e no qualquer lei editada pelo ente federado.O problema prtico que o direito tributrio, por ser eminentemente obrigacional, extrai muitos de seus conceitos do direito das obrigaes (direito civil). Boa parte das hipteses de extino do crdito so, ao mesmo tempo, hipteses de extino das obrigaes, o que leva algumas pessoas a quererem importar para o ramo tributrio hipteses que o direito civil prev como aptas a extinguir obrigaes, sem que haja previso pelo CTN da possibilidade de extino do crdito tributrio por intermdio do mesmo instituto. Os casos mais relevantes so os da confuso e da novao.Confuso a forma de extino das obrigaes que se verifica quando se confundem na mesma pessoa as qualidades de credor e devedor (Cdigo Civil, art. 381).Suponha-se que A possui uma promissria no paga por B. Imagine-se tambm que A vem a falecer e que B seu sucessor universal, na qualidade de nico herdeiro. Na situao proposta, B recebe, entre os demais bens integrantes da herana, uma promissria em que ele prprio consta como devedor. Reuniram-se (confundiram-se) na mesma pessoa (B) as qualidades de devedor e credor. A obrigao est extinta.O Cdigo Tributrio Nacional, conforme ressaltado, no prev a confuso como forma de extino das obrigaes. No mundo prtico, todavia, j surgiram casos concretos em que no restou ao Poder Judicirio outra opo seno declarar extintos crditos tributrios em virtude de confuso.

PagamentoO pagamento a causa mais natural de extino das obrigaes. Tratando-se de matria tributria, o CTN estatui um conjunto de regras especficas que diferenciam, em alguns aspectos, o regime jurdico a que est sujeito o pagamento como forma de extino do crdito tributrio daquele aplicvel ao pagamento como causa extintiva das obrigaes em geral.

Cumulatividade das multasSegundo o art. 157 do Cdigo, a imposio de penalidade no ilide o pagamento integral do crdito tributrio. Ressalte-se que o legislador utilizou a palavra ilide (rebate, refuta) quando objetivava usar elide (suprime, elimina).Por conta da regra, em direito tributrio, a multa sempre cumulativa, jamais substituindo o pagamento do respectivo tributo. Assim, se foi comprovada sonegao de tributos por parte de determinado contribuinte e a autoridade fiscal contra este lanou o tributo e uma multa de 150%, apesar de o valor desta superar o do tributo, ambos devero ser pagos cumulativamente, no cabendo a alegao de que no valor pago a ttulo de multa j se inclui o montante do tributo.Registre-se que, aps a edio da Lei Complementar 118/2005, na falncia, a posio privilegiada do credor tributrio com relao aos demais somente existe quanto a crdito tributrio relativo a tributo, no se aplicando ao relativo a multas. Se houvesse carter substitutivo da multa, nos casos de falncia, parte dos crditos tributrios relativos a tributos acabaria perdendo, por via transversa, o grau de preferncia que o legislador quis lhe conferir.

Pagamento e presunes civilistasO art. 158, I, do CTN prev que o pagamento parcial de um crdito no importa presuno de pagamento das prestaes em que se decomponha. No pagamento total (art. 158, II, do CTN) tambm no h a presuno em relao a outros crditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. Os dispositivos tornam inaplicveis em direito tributrio a regra civilista, segundo a qual, quando o pagamento for em quotas peridicas, a quitao da ltima estabelece, at prova em contrrio, a presuno de estarem solvidas as anteriores (Cdigo Civil, art. 322).Por conseguinte, a comprovao do pagamento da ltima quota do IPVA no gera a presuno do pagamento das parcelas anteriores. O pagamento do IPTU relativo ao exerccio de 2006 no presume a quitao da taxa de lixo do mesmo exerccio ou dos crditos de IPTU referentes aos exerccios anteriores.A consequncia prtica da inaplicabilidade da tradicional presuno o dever, por parte do contribuinte, de manuteno dos comprovantes de pagamento de todas as prestaes ou quotas, relativos a todos os tributos, at que se verifique a prescrio dos crditos respectivos (CTN, art. 195, pargrafo nico).Na linha do completo afastamento das presunes, o Superior Tribunal de Justia entende que a expedio de certificado de registro e licenciamento de veculo, embora condicionada quitao de tributos incidentes sobre a propriedade de veculo automotor, no dotada de qualquer eficcia liberatria de obrigao fiscal. Segundo o Tribunal, se a quitao do tributo se faz mediante documento especfico de arrecadao, no se presta para comprovar o pagamento um certificado lavrado por terceiro estranho relao tributria, mesmo que rgo pblico, vinculado ao Estado credor.

Local e prazo para pagamentoOs arts. 159 e 160 do CTN preveem regras meramente supletivas, porque somente aplicveis no caso de inexistncia de norma expressa na legislao do tributo a que se referir. Trata-se de casos em que a omisso legislativa no sanada pelas tcnicas integrativas previstas no art. 108 do Cdigo, mas mediante a aplicao das regras supletivas contidas no prprio CTN.Assim, no havendo regra especfica na legislao tributria, o pagamento efetuado na repartio competente do domiclio do sujeito passivo.Assim, se a legislao tributria federal no previsse o local de pagamento do Imposto de Renda, deveria o sujeito passivo procurar uma repartio da Receita Federal no seu domiclio. Dessa forma, o contribuinte domiciliado em Macei efetuaria o pagamento na repartio fiscal em cuja circunscrio estivesse inserido o seu domiclio, no caso, a Delegacia da Receita Federal na cidade.A obrigao, portanto, no deixaria de ser portvel (o devedor procura o credor at a data do vencimento), at porque no razovel imaginar uma obrigao de natureza tributria legalmente definida como quesvel (quando o credor deve procurar o devedor na data do vencimento).A norma , hoje, desprovida de importncia prtica, pois a generalidade das legislaes tributrias prev expressamente o recolhimento do tributo na rede bancria.Quanto ao prazo para pagamento, a regra tambm a definio pela legislao tributria do ente poltico competente para a criao do tributo. Na falta de norma expressa, o vencimento do crdito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lanamento. importante ressaltar que a regra no aplicvel ao lanamento por homologao, pois, nesta modalidade de constituio de crdito, o pagamento deve ser feito antecipadamente, no havendo que se falar em notificao de lanamento. Por conseguinte, imprescindvel que a legislao de cada tributo sujeito a tal sistemtica estipule expressamente o prazo para pagamento.Assim, tem-se:

Absurdamente, o CTN submete legislao tributria a possibilidade de concesso de desconto pela antecipao do pagamento (art. 160, pargrafo nico). O problema que, diante do princpio da indisponibilidade do patrimnio pblico, no parece possvel que a concesso de quaisquer descontos tenha como veculo normativo algo que no a lei.Na prtica, as concesses de desconto em virtude de pagamento antecipado tm sempre sede legal, como corriqueiramente se verifica nas leis municipais que disciplinam o IPTU.

Efeitos da mora em Direito TributrioEst em mora o sujeito passivo que no efetuar o pagamento no tempo, lugar e forma legalmente estabelecidos. O retardamento no adimplemento da obrigao de pagar tributo ter repercusses negativas para o devedor em mora, sendo-lhe imputveis juros e multas.Em direito tributrio, os efeitos da mora so automticos (mora ex re), no sendo necessrio ao credor tomar qualquer providncia para constituir em mora o devedor. A concluso decorre da disposio expressa contida no art. 161 do CTN e abaixo transcrita:Art. 161. O crdito no integralmente pago no vencimento acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuzo da imposio das penalidades cabveis e da aplicao de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributria.

Sendo o tributo, por definio, uma prestao pecuniria, o normal que seu pagamento somente possa ser efetuado em dinheiro, no obstante a clusula ou cujo valor nele se possa exprimir constante do art. 3. do CTN, analisado no incio do curso.Entretanto, o art. 162 do Cdigo afirma que o pagamento pode ser efetuado em moeda corrente, cheque ou vale postal; e, nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecnico.Concretamente, no se deixa de lado a ideia de que o tributo pago em moeda corrente, pois os demais meios de pagamento citados no dispositivo ou configuram meros mecanismos para a transferncia do dinheiro para os cofres pblicos (cheque e vale postal), ou simples meios de comprovao de que o pagamento em dinheiro foi realizado (estampilha, papel selado e por processo mecnico).O Cdigo Tributrio Nacional autorizou em norma de eficcia plena e, portanto, independentemente de regulamentao que o pagamento seja feito em moeda corrente, cheque e vale postal. Entretanto, no que concerne ao pagamento em estampilha, em papel selado, ou por processo mecnico, inseriu-se a expresso nos casos previstos em lei, o que torna a possibilidade dependente de regulamentao.Apesar de no prever a necessidade de regulamentao especfica para pagamento com cheque, o Cdigo, no art. 162, 1., previu que a legislao tributria pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que no o torne impossvel ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente. Assim, no poderia, por exemplo, a legislao tributria exigir que o cheque utilizado para pagamento de tributo fosse visado pelo banco, na hiptese de os bancos cobrarem taxa pela realizao de tal procedimento, de forma a tornar mais oneroso o pagamento.De qualquer forma, o 2. do mesmo dispositivo faz a extino do pagamento feito por cheque depender do posterior resgate deste pelo sacado (compensao bancria). A regra tem o efeito de evitar que o no resgate do cheque pelo banco sacado altere a natureza do crdito tributrio para cambirio, o que poderia ocorrer caso se considerasse que o crdito tributrio fora extinto pelo pagamento, restando para a Fazenda, to somente, o crdito representado pelo ttulo cambirio (cheque).Estampilha e papel selado so espcies de selo com os quais o sujeito passivo comprova o pagamento do tributo, feito em dinheiro, no momento da aquisio. Tais meios foram muito utilizados no passado, principalmente para comprovao de pagamento dos impostos sobre consumo, em que os contribuintes adquiriam os selos e os afixavam nos livros fiscais.

CompensaoOpera-se a compensao quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra. A consequncia que as duas obrigaes extinguem-se at onde compensarem (CC, art. 368).Assim, se A deve a B cem reais e B deve a A setenta reais, as obrigaes so passveis de compensao at setenta reais, de forma que a dvida de B estar completamente extinta e a dvida de A ser parcialmente extinta, restando, to somente, a parcela no compensada de trinta reais.Em matria tributria, a compensao est disciplinada pelo art. 170 do CTN, da seguinte forma:Art. 170. A lei pode, nas condies e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulao em cada caso atribuir autoridade administrativa, autorizar a compensao de crditos tributrios com crditos lquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pblica.Pargrafo nico. Sendo vincendo o crdito do sujeito passivo, a lei determinar, para os efeitos deste artigo, a apurao do seu montante, no podendo, porm, cominar reduo maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao ms pelo tempo a decorrer entre a data da compensao e a do vencimento.O dispositivo deixa claro que, em se tratando de crdito tributrio, a compensao sempre depende da existncia de lei que estipule as respectivas condies e garantias, ou que delegue autoridade administrativa o encargo de faz-lo. No suficiente a simples existncia de reciprocidade de dvidas para que a compensao se imponha.Por conseguinte, no so automaticamente aplicveis compensao tributria as regras previstas no Cdigo Civil. A ttulo de exemplo, a legislao tributria federal prev que, em havendo compensao parcial, o valor devido pela Unio ao contribuinte ser amortizado proporcionalmente do principal e dos juros. Para os contribuintes seria mais vantajoso que a imputao fosse feita primeiramente nos juros vencidos e, somente depois, no valor do principal, em termos semelhantes aos previstos no art. 354 do Cdigo Civil. A preferncia reside no fato de que, na compensao e na repetio de indbito tributrio, os juros no so capitalizveis (no incidem juros sobre juros), em virtude da regra estatuda no art. 167, pargrafo nico, do CTN. Assim, mais vantajoso manter intacto o principal (que continua rendendo juros) do que fazer uma compensao proporcional.Em direito civil, a compensao depende de que as dvidas recprocas sejam lquidas (quanto ao valor), certas (quanto existncia), vencidas (quanto exigibilidade) e fungveis (quanto ao objeto).Existe certeza quando no paira dvida sobre a existncia da dvida. H liquidez quando o seu valor preciso, determinado. Est vencida a dvida cujo prazo para pagamento expirou. Haver fungibilidade quando as dvidas se referirem a objetos semelhantes que podem ser determinados pelo seu gnero ou quantidade, sendo substituveis entre si. Quanto a este ltimo aspecto, por exemplo, no se pode compensar a dvida de entregar determinado cavalo de corrida com a de prestar um servio, dada a falta de fungibilidade.Em direito tributrio, o valor do crdito que o particular quer compensar com o crdito tributrio deve ser lquido, certo e em dinheiro (o que garante a fungibilidade). Todavia, e aqui se percebe uma diferena fundamental: possvel a compensao de crdito ainda no vencido (vincendo).No caso de o crdito do particular ser vincendo, necessrio calcular seu valor atual, mediante a aplicao de uma taxa de juros que reduza o montante que deveria ser pago futuramente ao valor que a ele corresponde na data da compensao.Para evitar que a autorizao servisse como pretexto para que o Estado induzisse o particular a aceitar diminuies exageradas nos seus direitos creditrios contra o Estado, o CTN estipulou como teto para o redutor o percentual de 1% ao ms, pelo tempo a decorrer entre a data da compensao e a do vencimento.Muitas vezes, o sujeito passivo que pagou determinado valor a ttulo de tributo e, posteriormente, veio a entend-lo indevido, opta por pleitear judicialmente a compensao do valor pago com outros crditos tributrios, em vez de buscar a restituio. O motivo da opo que a escolha pela restituio sujeitaria o interessado vencedor modorrenta sistemtica dos precatrios, conforme previsto no art. 100 da Constituio Federal.Registre-se, por oportuno, que facultado ao contribuinte optar pela compensao ou pela restituio via precatrio, conforme, inclusive, entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justia nos seguintes termos:STJ Smula 461 O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatrio ou por compensao, o indbito tributrio certificado por sentena declaratria transitada em julgado.

TransaoTransao o negcio jurdico em que as partes, mediante concesses mtuas, extinguem obrigaes, prevenindo ou terminando litgios (CC, art. 840).Se foi firmado um contrato para a construo de uma casa e, durante a realizao da obra, comeam a surgir dvidas e conflitos sobre a correta execuo, os interessados podem fazer um acordo extinguindo as obrigaes recprocas, prevenindo um litgio judicial. Caso j houvesse lide instaurada, seria tambm possvel aos contratantes celebrarem um acordo na esfera judicial, terminando ao litgio. No primeiro caso, haveria a transao preventiva. No segundo, a terminativa.Em direito tributrio, no existe a figura da transao preventiva. Seria bastante perigoso permitir concesses recprocas entre a Administrao Tributria e o particular, sem que houvesse algum processo instaurado. O raciocnio decorre do art. 171 do CTN, cujos dizeres so os seguintes:Art. 171. A lei pode facultar, nas condies que estabelea, aos sujeitos ativo e passivo da obrigao tributria celebrar transao que, mediante concesses mtuas, importe em determinao de litgio e consequente extino de crdito tributrio.Pargrafo nico. A lei indicar a autoridade competente para autorizar a transao em cada caso.Como sempre ocorre em qualquer caso em que possa haver diminuio do patrimnio pblico, a transao somente pode ser celebrada com base em lei autorizativa, editada pelo ente competente pela instituio do tributo de que se tratar.No h livre manifestao de vontade por parte da autoridade fiscal, pois esta no a possui. Na realidade, a vontade do Estado manifestada pela lei.O particular possui a liberdade de transacionar ou no com a Administrao, mas no h a possibilidade da negociao fora dos limites da lei. O instituto decorre da ampla liberdade para negociar interesses disponveis. Como em direito pblico vige o princpio da indisponibilidade do patrimnio pblico, a utilizao da transao acaba sendo algo bastante restrito.Na prtica, a transao sempre aparece combinada com outros institutos, de forma que somente extinta pela transao a parte que foi objeto da concesso feita pelo Estado.A ttulo de exemplo, suponha-se que uma lei seja publicada autorizando que o Estado conceda desconto de 80% das multas moratrias aplicadas contra os contribuintes que desistissem das aes judiciais contestatrias dos crditos relativos a determinado tributo e procedessem ao respectivo pagamento no prazo de 30 dias contados da desistncia.A concesso do Estado seria o valor de 80% das multas, de forma que esta seria a parcela do crdito extinta pela transao. O montante restante seria extinto pelo pagamento.Existe discusso sobre a natureza do litgio que poderia ser terminado por meio da transao: os judiciais e administrativos ou somente os judiciais.No existe definio clara sobre a matria e apesar de parecer sedutor o entendimento segundo o qual somente a superviso jurisdicional seria compatvel com os fins do instituto. Registre-se, contudo, que o CTN no fez tal restrio.

RemissoRemisso a dispensa gratuita da dvida, feita pelo credor em benefcio do devedor. (perdo da dvida).Tratando-se de crdito tributrio, devido ao princpio da indisponibilidade do patrimnio pblico, a remisso somente pode ser concedida com fundamento em lei especfica (CF, art. 150, 6.).As regras gerais sobre a remisso, como forma de extino do crdito tributrio, encontram-se no art. 172 do CTN, conforme abaixo transcrito:Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remisso total ou parcial do crdito tributrio, atendendo:I situao econmica do sujeito passivo;II ao erro ou ignorncia escusveis do sujeito passivo, quanto matria de fato;III diminuta importncia do crdito tributrio;IV a consideraes de equidade, em relao com as caractersticas pessoais ou materiais do caso;V a condies peculiares a determinada regio do territrio da entidade tributante.Pargrafo nico. O despacho referido neste artigo no gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabvel, o disposto no art. 155.O texto legal no restringe a possibilidade de concesso de remisso apenas para crditos relativos a tributos. A redao do dispositivo refere-se expresso crdito tributrio que, conforme j ressaltado, abrange valores referentes a tributos e a multas.Alguns autores entendem que o perdo de multa seria anistia, sendo a remisso aplicvel to somente a tributos. Raciocnios em sentido contrrio, alegam, tornariam o CTN redundante, pois no haveria como diferenciar, tecnicamente, a remisso de multa da anistia.A diferenciao, contudo, possvel. A anistia (sempre referente multa) ser estudada no tpico relativo s formas de excluso do crdito tributrio. Excluir significa impedir o lanamento, evitando o nascimento do crdito. Noutra mo, a remisso forma de extino de crdito tributrio (referente multa ou a tributo).Somente se extingue o que j nasceu. Portanto, se o Estado quer perdoar infraes cujas respectivas multas no foram lanadas, dever editar lei concedendo anistia, o que impedir o lanamento e o consequente nascimento de crdito tributrio. Se a multa foi lanada, j existindo crdito tributrio, o perdo somente pode ser dado na forma de remisso, forma extintiva do crdito.A ttulo de exemplo, suponha-se que, em face de graves problemas de congestionamento no site da Receita Federal na ltima semana do prazo de entrega da declarao de imposto de renda, o Congresso Nacional edite lei perdoando da multa aplicvel os contribuintes que entregaram suas declaraes na semana subsequente ao trmino do prazo. Na situao proposta, a lei estaria concedendo remisso ou anistia? A resposta depende de uma informao bsica, qual seja a referente ao momento da concesso do benefcio.Se a lei foi editada em momento anterior ao lanamento das multas, impedindo autoridades fiscais de faz-lo, estar concedendo anistia. Se a lei foi editada aps as autuaes, de forma a perdoar multas j lanadas, trata-se de concesso de remisso.Em qualquer caso, no importa se a lei afirma estar concedendo remisso ou anistia, pois o nome formalmente atribudo a determinado instituto no determina a natureza do mesmo, que aferida de acordo com suas caractersticas essenciais.A mesma linha de raciocnio deve ser seguida para diferenciar a iseno (forma de excluso do crdito tributrio relativo a tributo) da remisso de tributo (forma de extino de crdito tributrio j constitudo).O transcrito art. 172 enumera os aspectos que podem justificar a edio de lei que autorize a concesso de remisso. Trata-se de norma destinada ao legislador e no ao aplicador da legislao tributria.De grande importncia perceber que no h incompatibilidade entre a hiptese prevista no inciso IV que autoriza a concesso de remisso atendendo a consideraes de equidade, em relao com as caractersticas pessoais ou materiais do caso e a vedao de que, na atividade de integrao da legislao tributria, a utilizao da equidade resulte na dispensa do pagamento de tributo devido (vedao constante do art. 108, 2., do CTN).A diferenciao bastante simples. A vedao do art. 108, 2., destinada ao aplicador da legislao tributria, impedindo que, na ausncia de norma expressa, se decida por dispensar o pagamento do tributo devido. J a autorizao constante do art. 172, IV , destinada ao legislador, permitindo-lhe que, diante das caractersticas pessoais ou materiais do caso, decida usar da equidade e edite lei concedendo ou autorizando a concesso do benefcio.Registre-se, por ltimo, que o pargrafo nico do art. 172 determina que sejam aplicadas remisso concedida em carter individual as regras constantes do art. 155 do CTN. Tais normas foram detalhadamente analisadas quando do estudo do instituto da moratria (recomenda-se a leitura atenta da explanao). Em resumo, devem ser obedecidas as seguintes regras:a) A concesso da remisso em carter individual no gera direito adquirido e ser revogada (o correto seria falar anulada) de ofcio, sempre que se apure que o beneficirio no satisfazia ou deixou de satisfazer as condies ou no cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a concesso do favor.b) No caso de revogao, sempre ser cobrado o tributo e os juros de mora.c) Se o benefcio foi obtido com dolo ou simulao do beneficirio, ou de terceiro em favor daquele, haver cobrana da penalidade pecuniria. Alm disso, o tempo decorrido entre a concesso da remisso e sua revogao no ser computado para efeito da prescrio do direito cobrana do crdito.d) Se no houve dolo ou simulao, no haver cobrana de penalidade pecuniria e a revogao s pode ocorrer antes de prescrito o direito cobrana do crdito.

Converso de depsito em renda: causa de extino do crdito tributrio. O pagamento antecipado: a homologao, o contribuinte levanta o valor e depois paga. Ex: Imposto de Renda.Consignao e pagamento: o devedor deposita o valor em juzo quando o credor no quer receber. A dao em pagamento pode ser somente de imveis.

15/09/2015EXTINO DO CRDITO TRIBUTRIO art. 156/174 CTN (continuao)

Art. 109. Os princpios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definio, do contedo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas no para definio dos respectivos efeitos tributrios.

A prescrio e decadncia no direito tributrio extingue o direito material, diferente no direito civil que somente a decadncia extingue o direito material.

DecadnciaCom a ocorrncia do fato gerador, nasce a obrigao tributria. Com o lanamento, a obrigao tornada lquida e certa, surgindo o crdito tributrio. Caso o sujeito passivo no pague o valor relativo ao crdito tributrio, violando o direito da Fazenda Pblica, esta dever promover a competente ao de execuo fiscal, visando satisfao do crdito.O prazo para que a Administrao Tributria, por meio da autoridade competente, promova o lanamento decadencial. O prazo para que se ajuze a ao de execuo fiscal prescricional.At o advento do novo Cdigo Civil brasileiro (2002), houve muita discusso sobre como diferenciar os prazos de decadncia e prescrio, pois o Cdigo anterior (1916) denominava-os todos prescricionais.Parte da doutrina tentava distingui-los com base nos efeitos, afirmando que a decadncia extinguiria um direito, enquanto a prescrio extinguiria a possibilidade de propor a ao que protegia o direito. A tcnica estava mais para um macete do que para uma regra e possua excees que a tornavam no muito confivel (como exemplo, a ao do mandado de segurana est sujeita ao prazo decadencial de 120 dias). Apesar disso, em direito tributrio, a proposta nota distintiva era (e ainda ) plenamente suficiente. Operada a decadncia, tem-se por extinto o direito de lanar.Verificada a prescrio, tem-se impossibilitado o manejo da ao de execuo fiscal.Com base na diferenciao aventada, alguns autores defendem que aquele que pagara crdito tributrio j extinto pela decadncia faria jus restituio, pois o direito da Fazenda Pblica no mais existiria no momento do pagamento. J quem pagasse crdito prescrito no teria sucesso num pedido de restituio, pois a prescrio apenas extinguiria o direito de ao, mantendo intocado o direito material subjacente.Tratando-se de matria tributria, a tese no deve ser aplicada, uma vez que o art. 156, V , do CTN afirma que a prescrio e a decadncia igualmente extinguem o crdito tributrio. Assim, parece mais consoante com o Cdigo afirmar que tanto o sujeito que paga crdito prescrito quanto aquele que paga crdito decado possuem direito restituio, pois, em ambos os casos, o crdito objeto do pagamento j se tinha por extinto.Nessa linha, Paulo de Barros Carvalho, no seu Curso de Direito Tributrio, afirma:Outro deplorvel equvoco repousa na teoria perante a qual, sendo paga uma dvida caduca, ter cabimento a repetio, porque desaparecera o direito do sujeito ativo (isto , o crdito). Contudo, tratando-se de dbitos prescritos, no caberia a restituio, porquanto, embora houvesse perecido a ao, o sujeito pretensor continuava titular do direito. De qualquer ngulo pelo qual se examinem as duas situaes, o nexo obrigacional estar extinto. At o Cdigo Tributrio o reconhece, catalogando o instituto entre as formas extintivas.Utilizando um parmetro mais tcnico para diferenciar prescrio e decadncia quanto essncia, pode-se afirmar que a prescrio extingue direitos a uma prestao (que podem ser violados pelo sujeito passivo), enquanto a decadncia extingue direitos potestativos (inviolveis). Assim, o direito de lanar potestativo, sendo sujeito decadncia; j o direito de receber o valor lanado direito a uma prestao, estando a ao que o protege sujeita prescrio.De qualquer forma, para os objetivos desta obra, a diferenciao simples e segura, pois o lanamento exatamente o marco que separa, na linha do tempo, a prescrio da decadncia. Assim, antes do lanamento, conta-se o prazo decadencial (que , em suma, o prazo para que o Fisco exera o direito de lanar). Quando o lanamento validamente realizado se torna definitivo, no mais se fala em decadncia (pois o direito do Estado foi tempestivamente exercido), passando-se a contar o prazo prescricional (para propositura da ao de execuo fiscal).A diferenciao pode ser visualizada da seguinte forma:

O termo inicial do prazo decadencial no exatamente a data da ocorrncia do fato gerador, mas uma data em torno deste momento (via de regra, o primeiro dia do exerccio financeiro subsequente). No caso do lanamento por homologao, contudo, o termo inicial pode coincidir com preciso com a data do fato gerador.Tambm importante ressaltar que, na ilustrao proposta, sups-se que o lanamento realizado no foi impugnado, tornando-se definitivo trinta dias aps a notificao feita ao sujeito passivo. No caso de impugnao, o prazo prescricional somente iniciaria sua fluncia com o fim do processo administrativo fiscal e do prazo fatal para pagamento do tributo.Pelo que foi analisado, percebe-se que a fluncia do prazo decadencial impede o nascimento do crdito tributrio. Estranhamente, contudo, o CTN incluiu a decadncia entre as formas de extino do crdito tributrio, de forma a acabar por afirmar que a decadncia extingue algo que ela prpria impediu que nascesse.Seguindo a j no muito boa sistemtica adotada pelo CTN, seria melhor ter includo a decadncia entre as formas de excluso do crdito tributrio, pois a nota fundamental das hipteses de excluso justamente a impossibilidade de constituio do crdito. Entretanto, adotando a enumerao estatuda pelo Cdigo, tratar-se- a decadncia como verdadeira forma de extino do crdito tributrio.O prazo de cinco anos. Entretanto, a definio precisa do termo inicial da decadncia o ponto mais controverso e relevante sobre a matria, existindo quatro diferentes regras estabelecidas no Cdigo Tributrio Nacional, conforme relacionado abaixo:

Regra geralA regra geral est prevista no inciso I do art. 173 do CTN, segundo o qual o direito de a Fazenda Pblica constituir o crdito tributrio extingue-se aps cinco anos, contados do primeiro dia do exerccio seguinte quele em que o lanamento poderia ter sido efetuado.Imagine-se que determinado tributo sujeito a lanamento de ofcio teve fato gerador em 1. de janeiro de 2007. Teoricamente, j no dia 2 de janeiro do mesmo ano seria possvel autoridade fiscal competente efetuar o lanamento. Como a providncia j seria possvel em 2007, o direito de a Fazenda Pblica tom-la extingue-se aps cinco anos, contados a partir de 1. de janeiro de 2008.Por conseguinte, a decadncia estar consumada em 1. de janeiro de 2013, de forma que o lanamento somente poderia ser realizado at 31 de dezembro de 2012.A situao pode ser visualizada da seguinte forma:

Percebe-se que a Administrao Tributria acaba tendo mais de cinco anos para exercer o direito de constituir o crdito. No exemplo citado, o prazo chega praticamente a seis anos. A parcela da doutrina que tenta explicar porque o prazo para lanar comear a fluir em momento posterior ao que o direito de lanar se torna exercitvel aduz que o legislador do CTN quis conferir um prazo razovel para que o Fisco tomasse conhecimento da ocorrncia do fato gerador. A linha mestra de tal teoria que a decadncia somente deve atingir aquele que dorme, no se considerando em tal situao quem presumidamente no tomou conhecimento do fato que pede uma providncia.O raciocnio, contudo, no sempre aplicvel. No caso das taxas, por exemplo, o fato gerador depende de uma atividade estatal, no sendo razovel imaginar que a Administrao Tributria no tome conhecimento imediato da ocorrncia de tal fato. Entretanto, como se perceber ao longo da anlise das demais regras, a justificativa til por conseguir explicar o motivo da existncia de excees regra geral.Regra da antecipao de contagemO pargrafo nico do art. 173 do CTN estatui que o direito de lanar se extingue definitivamente com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data em que tenha sido iniciada a constituio do crdito tributrio pela notificao, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatria indispensvel ao lanamento.O dispositivo aplicvel nos casos em que, durante o lapso de tempo compreendido entre o fato gerador e o incio da fluncia do prazo decadencial, a Administrao Tributria adota medida preparatria para o lanamento.O exemplo mais comum o caso em que, antes de se chegar o primeiro dia do exerccio seguinte quele em que o lanamento poderia ter sido efetuado, a Administrao Tributria inicia procedimento de fiscalizao relativo ao fato.O procedimento de fiscalizao formalmente deflagrado por meio da lavratura de termo de incio. Na data em que o sujeito passivo toma cincia do termo e, portanto, do incio da fiscalizao , inicia-se a contagem do prazo de decadncia. Relembre-se que, se no fosse a adoo da providncia preparatria para lanamento, a contagem do prazo s seria iniciada a partir do primeiro dia do exerccio seguinte. por conta disto que a regra traz uma hiptese de antecipao da contagem de prazo decadencial. pacfico o entendimento segundo o qual a regra do pargrafo nico somente tem o condo de antecipar a contagem de prazo, no gerando qualquer efeito sobre a contagem de prazo que j teve sua fluncia iniciada. Assim, como regra em direito, iniciada a contagem do prazo decadencial, nenhum fato posterior ter efeito sobre seu curso. A nica exceo a constante da terceira regra, estudada a seguir.Esquematicamente, a situao pode ser visualizada da seguinte forma:

Regra da anulao de lanamento por vcio formalSegundo o art. 173, II, do CTN, o direito de proceder ao lanamento extingue-se em cinco anos contados da data em que se tornar definitiva a deciso que houver anulado, por vcio formal, o lanamento anteriormente efetuado.A regra premia o cometimento de ilegalidades na atividade de lanamento, uma vez que estabelece como consequncia para a administrao que praticou ato viciado a devoluo do prazo para que constitua o crdito.H de se perceber que a regra somente aplicvel quando o vcio que constar do lanamento for de natureza formal (adjetivo), no aproveitando aos casos de vcio material (substantivo).Assim, se o lanamento foi declarado nulo em virtude de cerceamento de defesa do sujeito passivo ou de a autoridade lanadora carecer de competncia legal para exercer a atividade, a regra aplicvel, pois o vcio no se refere ao contedo do ato, mas sim a um aspecto formal. J no caso em que o lanamento anulado porque o rgo julgador entendeu que a situao-base considerada como fato gerador do tributo no se enquadra com preciso na hiptese legal de incidncia tributria, no tem lugar a regra, pois o vcio material e no formal. Na segunda hiptese, a fraseologia administrativa costuma afirmar que lanamento improcedente.A maior discusso sobre a regra refere-se possibilidade de enquadramento como hiptese de interrupo de fluncia do prazo decadencial.Se o prazo para a constituio do crdito j comeara a fluir, em virtude de incidncia da regra geral, e o lanamento foi efetivado antes de consumada a decadncia, teoricamente, as preocupaes se voltariam para o prazo de prescrio. Entretanto, se tal lanamento vier a ser anulado, volta a ter importncia a decadncia, pois a Administrao Tributria no est impedida de fazer novo lanamento com a correo dos vcios que macularam o primeiro.A soluo mais bvia para a situao seria afirmar que a Administrao Tributria deveria efetuar o novo lanamento antes de concludo o lapso temporal de cinco anos cuja fluncia comeara de acordo com a regra geral do art. 173, I, do CTN.Seria razovel tambm uma soluo intermediria, segundo a qual o tempo decorrido entre a notificao do lanamento viciado e a sua anulao no seria contado para efeito de decadncia (criando-se uma causa de suspenso do prazo).O CTN, contudo, adotou a soluo que mais beneficia a Fazenda Pblica: a restituio integral do prazo.Parte da doutrina entende que a regra estatui hiptese de interrupo de prazo decadencial, porque o prazo comeara a fluir, e um evento (anulao de lanamento) fez com que o mesmo fosse devolvido. Uma outra corrente doutrinria afirma que no se trata de interrupo de prazo, mas sim de concesso de um novo prazo, totalmente independente do originrio.A distino no meramente acadmica, pois dela decorrem efeitos prticos. Somente se pode interromper um prazo em curso, no sendo possvel, perante a lgica, interromper a vida de quem j morreu. Caso se admita que o art. 173, II, do CTN traz causa de interrupo de decadncia, deve-se entender que o dispositivo somente pode ser aplicado enquanto o prazo no se esvaiu. O raciocnio no encontra guarida no texto legal, uma vez que o Cdigo faz o reincio do prazo depender apenas da anulao por vcio formal de lanamento anteriormente realizado, no estabelecendo prazo para que a regra seja aplicada.Assim, tendo em vista a redao do art. 173, II, parece mais adequada a concluso de que o mesmo estipula prazo decadencial autnomo para o caso de anulao por vcio formal de lanamento anteriormente realizado e no de interrupo de prazo decadencial.A ttulo de exemplo, imagine-se que, no dia 22 de maio de 2007, tenha ocorrido o fato gerador de determinada taxa sujeita a lanamento de ofcio. Nesta situao, por conta da regra geral, o prazo decadencial comearia a fluir no primeiro dia do exerccio seguinte (1. de janeiro de 2008).Admita-se que, no dia 23 de abril de 2011, um agente pblico incompetente promova o lanamento do tributo e que, posteriormente, o sujeito passivo impugne o lanamento realizado, resultando na anulao de lanamento em virtude do vcio formal decorrente da incompetncia da autoridade lanadora. Se a declarao de nulidade se tornar definitiva no dia 20 de novembro de 2013, a partir desta data comear a fluir quinqunio legal para a realizao de novo lanamento.A situao proposta pode ser visualizada da seguinte forma:

Regra do lanamento por homologaoO 4. do art. 150 do CTN, disciplinando a sistemtica do lanamento por homologao, dispe:Art. 150. (...)(...) 4. Se a lei no fixar prazo a homologao, ser ele de cinco anos, a contar da ocorrncia do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pblica se tenha pronunciado, considera-se homologado o lanamento e definitivamente extinto o crdito, salvo se comprovada a ocorrncia de dolo, fraude ou simulao.Doutrina esmagadora tem entendido que o passar do prazo para a homologao, sem que esta tenha sido expressamente realizada, no apenas configura homologao tcita, mas tambm decadncia do direito de constituir o crdito tributrio relativo a qualquer diferena entre o valor antecipado pelo sujeito passivo e aquele que a Administrao Tributria entende devido.Aqui uma observao muito importante. Normalmente, o lanamento por homologao no est sujeito decadncia, pois, com o passar do prazo sem providncia administrativa, o lanamento se tem por perfeito e acabado. Entretanto, na linha adotada pela doutrina majoritria, possvel perceber que o passar do prazo para a homologao efetivamente extingue o direito de que se lancem diferenas entendidas devidas.O que decai, na realidade, o direito de a Administrao Tributria lanar de ofcio as diferenas apuradas, caso viesse a deixar de homologar o lanamento. Entretanto, passado o prazo sem qualquer providncia, o lanamento por homologao reputa-se legalmente efetuado. interessante notar que, na sistemtica do lanamento por homologao, tem-se o nico caso em que o prazo decadencial contado exatamente da data da ocorrncia do fato gerador. Entende-se que no se justificaria esperar um prazo razovel para o incio da contagem de prazo (conforme ocorre na regra geral) porque a antecipao do pagamento provoca imediatamente o Estado a verificar sua correo, de forma que a inrcia inicial j configura cochilo.Justamente por isso, tem-se por correto o posicionamento do STJ, no sentido de que a regra do art. 150, 4., no aplicvel nos casos em que o contribuinte no faz, at a data do vencimento, pagamento algum, devendo, neste caso, o prazo decadencial ser contado na forma definida na regra geral prevista no art. 173, I, do CTN.Assim, se o contribuinte antecipou o pagamento dentro do prazo legal, mesmo que o valor recolhido tenha sido nfimo, a homologao tcita ocorrer em cinco anos, contados da data do fato gerador (CTN, art. 150, 4.). Se, ao contrrio, o contribuinte no antecipou qualquer valor, o prazo para a realizao do lanamento de ofcio correspondente comear a fluir a partir do primeiro dia do exerccio subsequente (CTN, art. 173, I), uma vez que, j no exerccio financeiro em que verificada a omisso, seria possvel ao Estado constituir o crdito relativo ao tributo no recolhido.Dvidas poderiam surgir quanto soluo a ser adotada, quando verificada a presena de dolo, fraude ou simulao, pois o 4. do art. 150 do CTN apenas excetua tais casos da regra que enuncia, sem, contudo, prever a regra aplicvel a eles.No obstante algumas controvrsias, sedimentou-se em sede doutrinria o entendimento no sentido de que, na ausncia de regra expressa, a contagem do prazo decadencial deveria ser feita de acordo com a regra geral do art. 173, I, do CTN.A soluo a mais consentnea com o esprito do CTN, pois alm do argumento irretocvel da aplicabilidade da regra geral na ausncia de regra especfica, h de se ressaltar que a existncia de dolo, fraude ou simulao gera dificuldades para que o Fisco descubra a realidade dos fatos, o que, nos termos j analisados, deve levar concesso de um prazo razovel para o comeo da contagem do prazo decadencial, como ocorre, conforme analisado, na regra geral constante do art. 173, I, do Cdigo. Ademais, a descoberta do ilcito deve ter por consectrio um procedimento que culmine com um lanamento de ofcio, o qual se submete, no tocante ao prazo decadencial, multicitada regra geral.Em resumo, seguindo a doutrina majoritria, o termo inicial do prazo decadencial, na sistemtica do lanamento por homologao, pode ser facilmente identificado por meio do seguinte esquema:

A tese dos cinco mais cincoA partir de 1995, o STJ passou a adotar um entendimento que possua o efeito de ampliar o prazo para que a Fazenda Pblica constitua crditos tributrios relativos a diferenas apuradas na sistemtica do lanamento por homologao. Tratava-se da famosa tese dos cinco mais cinco, que, at o advento da LC 118/2005, possua uma tese homnima referente ao prazo para que o sujeito passivo pleiteasse restituio de valores pagos a ttulo de tributo na sistemtica do lanamento por homologao.A tese era engenhosa e decorria do entendimento de que as regras relativas decadncia do direito de lanar eram exclusivamente aquelas constantes do caput, alneas e pargrafo nico do art. 173 do CTN. Nessa linha, a regra relativa ao prazo para homologao (CTN, art. 150, 4.) deveria ser complementada pela constante do art. 173, I, do mesmo Cdigo.Por conseguinte, a decadncia somente se verificaria com o decurso de cinco anos, contados do exerccio seguinte quele em que se extinguiu o direito potestativo que possui o Estado para rever o lanamento.Um exemplo ajuda na compreenso da tese.Suponha-se que o fato gerador de um tributo sujeito a lanamento por homologao ocorra no dia 16 de maro de 2006 e que o respectivo sujeito passivo, descumprindo a legislao aplicvel, no realize qualquer pagamento at a data do vencimento. O prazo para homologao seria de cinco anos contados do fato gerador, expirando-se no dia 16 de maro de 2011 (aplicao do art. 150, 4., do CTN). Como no ltimo dia do prazo a Administrao Tributria poderia deixar de homologar o lanamento e constituir o crdito correspondente, o prazo para lanar de ofcio seria de cinco anos, contados a partir do primeiro dia do exerccio seguinte (1. de janeiro de 2012).Nessa linha, a decadncia somente ocorreria no dia 1. de janeiro de 2017.A situao pode ser visualizada da seguinte forma:

Pelo entendimento, quando o CTN afirmou que o prazo decadencial seria contado do primeiro dia do exerccio seguinte quele em que o lanamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I), teria tomado como referncia a data at a qual o lanamento poderia ser homologado.A tese , no mnimo, curiosa, pois fala em homologao quando o sujeito passivo no realizou qualquer pagamento sobre o qual tal atividade administrativa pudesse incidir, o que, por si s, j demonstraria sua incongruncia com a essncia da sistemtica.Pela peculiaridade do entendimento, transcreve-se o seguinte excerto, da lavra do STJ:(...). luz do CTN esta Corte desenvolveu entendimento no sentido de computar, a partir do fato gerador, prazo decadencial de cinco anos e, aps, mesmo no se sabendo qual a data da homologao do lanamento, se este no ultrapassou o quinqudio, computar mais cinco anos. Surgiu assim a contagem do cinco mais cinco, merecendo adeso majoritria.

O entendimento atual do Superior Tribunal de JustiaNos julgados mais recentes, o Superior Tribunal de Justia tem consolidado um entendimento mais consentneo com o caminho apontado pela doutrina majoritria, nos termos explanados nesta obra. Resumidamente, na linha hoje seguida pela Corte, o prazo decadencial, na sistemtica do lanamento por homologao, obedece s seguintes regras:a) se o tributo no foi declarado nem pago, o termo inicial do prazo decadencial o primeiro dia do exerccio seguinte (aplicao do art. 173, I do CTN);A regra decorre de algo j detalhado anteriormente, no trazendo qualquer novidade. A homologao incide sobre o pagamento. No havendo pagamento nem declarao de dbito, no h o que homologar, devendo, por conseguinte, ser utilizada a regra geral de contagem do prazo decadencial para efeito de realizao de lanamento de ofcio.Esse era o caso clssico a que o STJ aplicava a tese dos cinco mais cinco, entendendo que terminado o prazo de cinco anos contados da data do fato gerador, haveria homologao tcita e, a partir do primeiro dia do exerccio seguinte, deveria ser iniciada a contagem do prazo decadencial.Combinavam-se os arts. 173, I e 150, 4. do CTN, o que, agora, parece definitivamente sepultado.H de se advertir, contudo, aos eventuais candidatos a cargos de representao judicial da Fazenda Pblica que, se a banca exam