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Colaboração e Inovação tecnológica 1 Pedro Pereira de Carvalho

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Colaboração e Inovação

tecnológica

1Pedro Pereira de Carvalho

“Quase todas as inovações exigem algum tipo de arranjo cooperativo para seu desenvolvimento ou comercialização, mas

o índice de insucesso dessas alianças permanece alto.”

• Por que as empresas colaboram?• Que tipos de colaboração são mais apropriados em diferentes

circunstâncias?• Como os fatores empresariais e gerenciais afetam o sucesso de

uma aliança?• Como pode uma empresa explorar de forma bem sucedida

alianças para adquirir novas competências tecnológicas e demercado?

2Pedro Pereira de Carvalho

Por que as empresas colaboram?

• Para reduzir o custo tecnológico ou de entrada no mercado;• Para reduzir o risco de desenvolvimento ou de entrada no

mercado;• Para alcançar economias de escala;• Para reduzir o tempo gasto para desenvolver e comercializar novos

produtos; e• Para promover aprendizagem compartilhada.

3Pedro Pereira de Carvalho

Por que as empresas colaboram?

JOINT TASKFORCE

• Acesso a tecnologias complementares;

• Economias de escala;• Estabelecimento de

padrões mundiais; e• Acesso a mercados

internacionais.

4

Aliança para desenvolvimento, produção

e comercialização do CD

Pedro Pereira de Carvalho

Por que as empresas colaboram?

MotivosTecnológicos

MotivosDe Mercado

MotivosEmpresariais

5Pedro Pereira de Carvalho

Por que as empresas colaboram?• Alguma forma de colaboração é normalmente necessária quando

a tecnologia é nova, complexa ou rara.• Quando a tecnologia é madura, simples ou amplamente

disponível, transações de mercado como terceirização ou licenciamento são mais apropriadas.

• Na prática os custos de transação não são os fatores mais importantes na decisão de adquirir uma tecnologia externa. Vantagem competitiva, expansão de mercado e aumento de oferta de produtos são mais decisivos.

6Pedro Pereira de Carvalho

Por que as empresas colaboram?

MOTIVOS• Estratégicos: liderança e

aprendizagem• Táticos: custo, tempo e risco.

TECNOLOGIA• Importância competitiva• Complexidade• Capacidade de codificação

EMPRESA• Competências existentes• Cultura corporativa• Conforto na gestão

PLANO DE ALIANÇA• Seleção de parceiro• Confiança e comunicação• Objetivos e recompensa

APRENDIZAGEM• Intenção de aprender• Receptividade a

conhecimento• Transparência do parceiro

7Pedro Pereira de Carvalho

Por que as empresas colaboram?• Pesquisa: as duas questões consideradas mais importantes

quando se avaliavam a colaboração tecnológica eram: a importância estratégica da tecnologia e o potencial para a diminuição do risco em desenvolvimento.

• Para uma bem sucedida aquisição de tecnologia a escolha do parceiro pode ser tão importante quanto a busca pela melhor tecnologia.

8Pedro Pereira de Carvalho

Por que as empresas colaboram?

Razões para colaboração (η = 106) Escore médio(1=baixo, 5=alto)

Em resposta a necessidades-chave de clientes 4,1

Em resposta a uma necessidade de mercado 4,1

Em resposta a mudanças em tecnologia 3,8

Para reduzir o risco de P&D 3,8

Para ampliar a gama de produtos 3,7

Para reduzir custos de P&D 3,7

Para melhorar o tempo para o mercado 3,6

Em resposta a concorrentes 3,5

Em resposta a uma iniciativa de gestão 3,3

Para ser mais inovador em desenvolvimento de produto

3,3

Fonte: De Littler, D (1993) Risks and Rewards of Collaboration, UMIST

9Pedro Pereira de Carvalho

Por que as empresas colaboram?O estudo também identificou alguns riscos potenciais associados a colaboração (1/3 dos entrevistados):

• vazamento de informação;• perda do controle ou domínio;• metas e objetivos divergentes, resultando em conflito.

10Pedro Pereira de Carvalho

Por que as empresas colaboram?Desenvolvimento interno ou externo de novas tecnologias?• Níveis altos de colaboração aparecem em indústrias de tecnologia

de informação e comunicação e de biotecnologia, mas os níveis decrescem em setores mais maduros.

Setores de Alta Tecnologia Setores mais Maduros

Procura por recursos complementares

Utilização de recursos de forma conjunta buscandodiminuição de custos, de

riscos, atingir economia de escala

Relações horizontais com seus semelhantes e concorrentes

Relações verticais com fornecedores e clientes

11Pedro Pereira de Carvalho

Que tipos de colaboração são mais apropriados em diferentes circunstâncias?

“Nenhuma forma de colaboração é ideal em qualquer sentido genérico”.

12Pedro Pereira de Carvalho

Formas de colaboração

Tipos de Colaboração Duração típica

Vantagens(Fundamentação)

Desvantagens(Custos de transação)

Terceirização/Relaçõesde suprimentos

Curta Redução de custos e riscosRedução de tempo de espera

Levantamento de custos, produto, desempenho e qualidade

Licenciamento Prazo fixo Aquisição de tecnologia Custo do contrato e restrições

Consórcios Prazo médio Perícia, padrões, fundo compartilhado

Vazamento de conhecimentoSubsequente diferenciação

Aliança Estratégica Flexível Baixo comprometimentoAcesso ao mercado

Possível imobilizaçãoVazamento de conhecimento

Joint venture Longa Conhecimento complementar Flutuação estratégicaDesajuste cultural

Rede Longa Dinâmica, potencial deaprendizado

Ineficiência, imobilismo

13Pedro Pereira de Carvalho

Formas de colaboração

OBJETIVOS

Inovação de produto e

de processo

Tempo de espera,

qualidade

Custo

Custo Diferenciado Indeterminado

Alianças de fornecimento/co-

inovações

Fornecimento enxuto/relação de

parceria

Relação de mercado/contratual

Superficialmente relacionados

Fortemente relacionados

Não relacionados

MERCADO DE ABASTECIMENTO

14Pedro Pereira de Carvalho

Formas de colaboração• Licenciamento de tecnologia:

Oportunidade de explorar a propriedade intelectual de outra empresa.

Vantagens em relação ao desenvolvimento próprio da tecnologia: Baixar custos de desenvolvimento; Diminuir riscos tecnológicos e de mercado; Acelerar desenvolvimentos de produtos e entrada no

mercado

15Pedro Pereira de Carvalho

Formas de colaboração• Licenciamento de tecnologia:

Oportunidade de explorar a propriedade intelectual de outra empresa.

Vantagens em relação ao desenvolvimento próprio da tecnologia: Baixar custos de desenvolvimento; Diminuir riscos tecnológicos e de mercado; Acelerar desenvolvimentos de produtos e entrada no

mercado

16Pedro Pereira de Carvalho

Formas de colaboração• Consórcios de pesquisa:

Consistem em um certo número de empresas trabalhando junto em um projeto relativamente bem especificado.

Características: Compartilhamento de custos e riscos na pesquisa; Combinação de escassos conhecimento e equipamentos; Execução de pesquisa pré-competitiva e estabelecimento

de padrões.

17Pedro Pereira de Carvalho

Formas de colaboração• Alianças estratégicas e joint ventures:

Constituem-se em uma acordo entre duas ou mais empresas para co-desenvolvimento de uma nova tecnologia ou produto. Miram mercados próximos.

Razões para alianças: Construir massa crítica através de co-opção; Alcançar novo mercados por meio de alavancagem de

recursos co-especializados; Adquirir novas competências através de aprendizagem

organizacional.

18Pedro Pereira de Carvalho

Formas de colaboração• Alianças estratégicas e joint ventures:

Razões para a mudança de joint ventures formais para alianças mais transitórias: Rapidez; Ajuste de parceiro; Tipo de parceiro; Comprometimento; Objetivo.

19Pedro Pereira de Carvalho

Formas de colaboração• Redes de Inovação:

Dinâmica competitiva das indústrias em rede.

Tipo de Rede

Não-conectada, fechada Conectada, aberta

Atributos de sistema

Tecnologias incompatíveis Compatível entre vendedores e produtos

Componentes e interfaces personalizadas

Componentes-padrão

Estratégias de empresa

Controla padrões por meio de proteção de conhecimento proprietário

Modela padrões por meio de compartilhamento de conhecimento com mercados concorrentes e complementares

Fonte de vantagem Economias de escala, fixação de cliente

Economias de escopo, múltiplos segmentos

20Pedro Pereira de Carvalho

Formas de colaboração• Redes de Inovação:

Exemplo: Linux.

21Pedro Pereira de Carvalho

Padrões de colaboraçãoComo a tecnologia e os mercados afetam o modo como as empresas

colaboram?• Um estudo de joint ventures nos Estados Unidos revelou que

alianças tecnologicamente orientadas tendem a aumentar com o tamanho da empresa, gasto de capital e intensidade de P&D. Similarmente, o número de joint ventures orientadas para marketing e distribuição aumenta com o tamanho da empresa e o gasto de capital, mas não é afetado pela intensidade de P&D.

• Geralmente, as grandes empresas usam joint ventures para adquirir tecnologia, enquanto as empresas menores colocam mais ênfase em aquisição de conhecimento de mercado e apoio financeiro.

• Pesquisa sobre alianças nos chamados setores de alta tecnologia (software e automação), parecem confirmar que o acesso à tecnologia é o motivo mais comum.

22Pedro Pereira de Carvalho

Gerenciando alianças para aprendizagem

Razão para o fracasso% de estudos informando

o fator

Divergência estratégica/de objetivo 50

Problemas com o parceiro 38

Relação forte-fraca 38

Incompatibilidade cultural 25

Confiança insuficiente 25

Sobreposição operacional/geográfica 25

Desavenças pessoais 25

Falta de comprometimento 25

Tempo/expectativas irreais 25

Incentivos assimétricos 13

Razões comuns para o fracasso das alianças, conforme o exame de 16 estudos

23Pedro Pereira de Carvalho

Gerenciando alianças para aprendizagem

Efeito da colaboração Concorda/Concorda muito

Discorda/Discorda muito

Torna o desenvolvimento de produto mais dispendioso 51 22

Complica o desenvolvimento de produto 41 35

Torna o desenvolvimento mais difícil de controlar 41 38

Torna o desenvolvimento mais adequado às necessidades dos fornecedores

36 26

Permite que o desenvolvimento se adapte melhor à incerteza

27 43

Acelera o desenvolvimento do produto 25 58

Torna o desenvolvimento mais adequado às necessidades dos fornecedores

22 50

Permite que o desenvolvimento responda melhor às oportunidades de mercado

15 63

Aumenta os benefícios competitivos que surgem durante o desenvolvimento

12 65

Facilita a incorporação da nova tecnologia ao desenvolvimento

7 70

O efeito da colaboração no processo de desenvolvimento do produto (η=106)

24Pedro Pereira de Carvalho

Gerenciando alianças para aprendizagem

Fatores que promovem aprendizagem

A) Intenção de aprender

1. Postura competitiva2. Importância estratégica

3. Posição de recursos4. Equilíbrio relativo ao poder

Cooperar agora, competir depoisAlta, para construir competências em vez de resolver problemasEscassezO equilíbrio promove instabilidade em lugar de harmonia

B) Transparência ou potencial para aprendizagem

5. Contexto social6. Atitude em relação aos “de fora”

7. Natureza de habilidades

Língua e barreiras culturaisExclusividade, mas ausência de “não foi inventado aqui”Tácitas e sistêmicas, em vez de explícitas

C) Capacidade de receptividade ou de absorção

8. Confiança em habilidades9. Lacuna em habilidades10. Institucionalização da aprendizagem

Realista, não muito alta ou muito baixaPequena não muito importanteAlta, transferência a aprendizagem individual para a organização

Determinantes da aprendizagem por meio de alianças

25Pedro Pereira de Carvalho

Gerenciando alianças para aprendizagemFatores que influenciam a satisfação de empresas e de organizações de pesquisa em colaboração

Fatores Importante Para a empresa Para a organização de pesquisa

Ligações anteriores Importante Importante

Comprometimento Importante Importante

Reputação do parceiro Não importante Importante

Definição dos objetivos Importante Não importante

Comunicação Importante Importante

Conflito Importante Não importante

Projeto organizacional Não importante Não importante

Proximidade geográfica Não importante Não importante

A estrutura preferida para uma aliança dependerá da natureza do conhecimento a ser adquirido, enquanto o resultado será, em grande parte, determinado pela capacidade de aprender do parceiro, que é uma função das habilidades e da cultura

26Pedro Pereira de Carvalho

RAE n São Paulo n v. 52 n n. 5 n set./out. 2012 n 517-530 5127Pedro Pereira de Carvalho

28Pedro Pereira de Carvalho

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https://www.youtube.com/watch?v=JoWbUR4b9io

Making Of

Filme Futuro próximo

Pedro Pereira de Carvalho

Referencial TeóricoTIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K.. Administração – Gestão da Inovação. 3ª Edição. Bookman. Capítulo 8: Aprendendo por meio de Alianças.

Exemplo de colaboração na indústria, desenvolvimento do projeto denominado FCC III, Fiat Mio, desenvolvido na Fiat minas.

https://www.youtube.com/watch?v=kNde6XwFXAw