ceara trovadoresco

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Trovas do Estado do Ceara/Brasil 51 Trovadores

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Ceará Trovadoresco 1

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COLEÇÃO MEMÓRIA VIVA

e-Livretos PublicadosLivreto 1: Paraná TrovadorescoLivreto 2: Paraná TrovadorescoLivreto 1: São Paulo TrovadorescoLivreto 1: Minas Gerais TrovadorescoLivreto 1: Rio Grande do Norte TrovadorescoLivreto 1: Rio de Janeiro TrovadorescoLivreto 1: Santa Catarina Trovadoresca

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Livreto1:Sumário

Abigail Sampaio (Paracuru)......................................................................................6Abílio Martins (Ipu)..................................................................................................8Aloísio Alves da Costa (Umari)..............................................................................10Aloísio Bezerra (Massapê)......................................................................................16Ana Maria do Nascimento (Araçoiaba)..................................................................22Antônio Sales (Vila do Paracuru)...........................................................................25Aracy da Silveira Cavalcante (Fortaleza).................................................................30Artemiza Correia (Ocara).......................................................................................33Artur Eduardo Benevides (Pacatuba).....................................................................35Augusto Linhares (Baturité)....................................................................................37Cleilson Ian Morais (Fortaleza)..............................................................................39Francisco Aiace Mota Filho (Fortaleza)..................................................................41Francisco Airton Ferro Marinho (Ipu)...................................................................43Fernando Câncio Araújo (Fortaleza)......................................................................45Francisco Ferreira Nobre (Fortaleza).....................................................................51Francisco José Pessoa de Andrade Reis (Fortaleza)...............................................57

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Giselda de Medeiros Albuquerque (Bela Cruz).....................................................63Haroldo Lyra (Fortaleza)........................................................................................66Hortêncio Sales Pessoa (Fortaleza)........................................................................69Ideusmar F. Chaves (Fortaleza)..............................................................................72João Osvaldo Soares (Vaval) (Maranguape)...........................................................74João Sobreira (Fortaleza)........................................................................................77João Udine Vasconcelos (Fortaleza).......................................................................83Jorge Pontes Lima (Fortaleza)................................................................................85José Aureilson Cordeiro Abreu (Maranguape)......................................................87José de Arimatéa Filho (Camocim)........................................................................90José Deusdedit Rocha (Fortaleza)..........................................................................96José Pedro Soares Bulcão (São João de Uruburetama).........................................99José Pereira de Albuquerque (Fortaleza).............................................................102Luiz Carlos de Abreu Brandão (Maranguape).....................................................105Maria Argentina Austregésilo de Andrade (Sobral).............................................108Maria Augusta Ramos Ferreira (Fortaleza)..........................................................110Maria de Lourdes de Araújo (Aquirás)................................................................112Maria Luciene da Silva (Fortaleza).......................................................................114Mário Rômulo Linhares (Fortaleza).....................................................................116

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Maria Ruth Bastos de Abreu Brandão (Maranguape).........................................119Nemésio Prata Crisóstomo (Fortaleza)................................................................122Oldemar Lima de Andrade (Fortaleza)................................................................128Paulo Ximenes Aragão (Sobral)...........................................................................131Pedro Wilson Rocha (Massapê)...........................................................................134Raimundo Amora Maciel (Redenção).................................................................137Raimundo Andrade de Paiva (Sobral)..................................................................139Raimundo Estevão Pereira (Viçosa).....................................................................142Raimundo Rodrigues de Araújo (Maranguape)...................................................147Rejane Costa Barros (Fortaleza)...........................................................................151Santiago Vasques Filho (Fortaleza).......................................................................153Sinésio Lustosa Cabral Sobrinho (Varzea Alegre)...............................................159Sonia Nogueira (Fortaleza)...................................................................................161Virgílio Brandão (Fortaleza).................................................................................163Vital Bizarria (Arneiroz).......................................................................................166Zenaide Braga Marçal (Fortaleza)........................................................................169Sobre o Livreto.....................................................................................................171Direitos Autorais...................................................................................................172Biografia de José Feldman....................................................................................173

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Deveras inconvenienteé ser a gente mulher.

Não dizer-se o que se sente,fingir que não quando quer.

Era um amor tão profundoque no dia em que partiste,eu chorei, chorou o mundo,

até o céu ficou triste.

Lenços brancos acenandono instante da despedida

adeus nos dizem, roubandometade da nossa vida.

Quando tu falas comigo,a tua fala me encanta,

creio que tens, meu amigo,um rouxinol na garganta.

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Graça de filho é bonita,diz todo o pai como eu:Acho uma graça infinitanas graças tolas do meu.

Mas que impostura! Desejoque te convenças, meu bem,mesmo às ocultas, um beijonunca faz mal a ninguém.

Talvez que tenham contado,com simulado escarcéu,

que dar-se um beijo é pecado,que fecha as portas do céu.

Tantos encantos encerra.O beijo, é coisa tão boa,

quem não dá beijo na terra,Deus lá no céu não perdoa.

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Agora que tu partistee a saudade está chegando,desculpe o meu verso triste,

minha musa está chorando!...

Ante o medo que angustia,talvez a grande mensagem,

fosse a que Deus nos diria ...- Coragem, filho, coragem ...

As musas, não posso vê-las...vivem num mundo distante...mas posso além das estrelas

ouvi-las a todo instante

Dói a saudade em meu peitoe eu canto, não silencio...

Quanto mais pedras no leitomais alto o canto do rio!

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Enquanto o Zé Liberatosai em busca da gatinha,pela janela entra um gatoque janta a sua sardinha!

Esta saudade infinitado amor que a gente viveu,é a mensagem mais bonitaque o meu passado viveu!...

Mensagem que se recebee nos enche de quimeras,

é aquela em que se percebeque as palavras são sinceras

Minha irmã conta as topadas,que já deu pelos caminhos,pelas pedras arrancadas...

- E eu conto, pelos sobrinhos!...

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Na farmácia, ao ver o bustoda balconista, hesitante,

em vez de xarope, o Augustopediu mesmo foi calmante!...

Não condeno o revoltadoque defende seu direito...

-revolta de injustiçado,merece todo respeito!

Na tua ausência, ao meu ladoem cima da nossa mesa,o candelabro apagado

mantém a saudade acesa.

Na tumba da falecida,o esposo ciumento, à porta,murmura: - Volta, querida.

E ela responde: - Nem morta!

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O meu cansaço é tamanho,que, na mesma caminhada,eu quase não acompanhominha sombra na calçada!

Quando a lei se faz omissae a impunidade se solta,

do silêncio da justiçasurgem gritos de revolta...

Quando não vens, na ansiedadedesses momentos perversos,

vem a musa da saudadepôr mais saudade em meus versos.

Quem não aprende em menino,tem que aprender na velhice,que ter pai pobre é destino,mas sogro pobre é burrice!...

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Sambando quase pelada,no 'No bloco do vai sem medo",

Paulete foi mais cantadaque o refrão do samba enredo..

Sendo orador de alta escala,é tão profundo e erudito,

que a gente, quando ele fala,só entende o... "tenho dito".

Vencendo o tempo e a distância,mensagens da mocidade,

sempre nos trazem da infância,saudade ... muita saudade...

Volátil, discreta e doce,no instante certo, presente,

a musa é como se fosseo anjo-da-guarda da gente...

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Ante insucessos de partos,da mãe preta há gestos nobres

em ceder seus seios fartosa órfãos que não são pobres!

- Ao andar, sinto cansaço.Que me aconselha, doutor?

- Nenhum remédio lhe passo,só tome um táxi, senhor!

A tragédia em profusão,vai matando em tom profundo:- É Deus chamando a atenção

dos pecadores do mundo!

Cem anos de lucidezfez vovô, e sem caseira,pois o velho, todo mês,

corre atrás da cozinheira!...

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Depois de tanto fracassoque nesta vida sofri,

me transformei em palhaço,um palhaço que não ri!

Diante da mãe barriguda,o garoto olha assustado:

- É barriga d'água, Arruda.- E o nenê morre afogado?...

Diz-nos, Deus, basta de guerra,quando, alegrando aos mortais,

descerá, por sobre a terra,a pomba branca da paz?

Em cada dia primeiro,pese o seu filho, senhor.

Logo retruca o açougueiro:- Com ou sem ossos, doutor?

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Essas constantes matanças,o roubo e a imoralidade

navegam nas águas mansase negras da impunidade!

Eu vejo um mundo safado,sem fé, sem paz, em meu pranto,

só rejeitando, aloucado,o que é de Deus, o que é santo!

Feito o mundo, Deus projetade logo um duplo desejo:deu a saudade ao Poetae a tristeza ao sertanejo!

Inda veremos nas liças,outros horrores insanos,por causa das injustiçase dos delitos humanos!

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Minhas rugas, meus cansaçose esses cabelos tão brancos

vão responder por meus passos,entre trancos e barrancos!

Nada cobiço, querida,sou venturoso, porque,se tenho sorte na vida,a minha sorte é você!...

Neste mundo de defeito,no perpassar destes anos,vivemos sem ter direito

aos tais “direitos humanos”!

O mundo gira, lascivo,com todos os vícios seus,

violento, injusto, opressivo,porque distante de Deus!

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- O que é bígamo, papai?Me venha então explicar.- Um imprudente que vai

por duas vezes errar.

O saber, o mais profundo,a fama e a riqueza até,

não os troco neste mundopelo dom da minha fé!

- Que burrada! Que burrada!- Já sei! Não vá repetindo!

- Não sou eu, meu camarada,é o eco que está saindo!...

- Tal qual meu pai, ao crescer,bom dinheiro vou ganhar!

- Tal qual mamãe, podes crer,vou, tão somente, gastar!

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Carro-de-bois, és toadacadenciada e sem fim;

enquanto gemes na estrada,mais geme a saudade em mim!

É irreparável o dano,Uma floresta queimada.

Entretanto, o ser humanonão a deixa preservada.

Maranguape é altaneiraem toda sua vertente

e também hospitaleirapor abrigar boa gente.

Maranguape eu gostariade manter no coração;

Assim peço à Mãe Mariapara lhe dar proteção.

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O esplendor de uma amizademerece grande atençãopois toda afetividade

nos faz bem ao coração.

O nosso amado sertão,tão sofrido e castigado,sofre agora a maldição

de um inverno exagerado.

Para não ver meu amorvagar no mundo tristonho,resguardei-o com primornuma redoma de sonho

Quem vive apenas pensandoem uma grande vitória

passa a existência sonhandosem construir sua história.

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Achei-te tal diferençaquando de novo te vi,

que, estando em tua presença,tive saudade de ti!

Ah! que pesar me consome!Eu sozinho e tu a sós...

Formemos um só pronome:de "eu" e "tu" - façamos "nós"!

Amigo meu que verseja,chamou-te "santa"... Pois sim.

Eu nunca vi numa igrejasanta com olhos assim.

"Amor no plural amores..."Dizem aí... Não há tal!

Enganam-se os professores,porque amor não tem plural.

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Como uma voz que em segredoreza em momentos de mágoa,

do coração do rochedosai gemendo um fio d'água.

Eis um médico fardado– que perfeito matador!-quem escapa do soldado,não escapa do doutor...

"É muito cheia de si!"Dizem de ti. Frase errada!

Eu coisa alguma já vique esteja cheia... de nada...

Eu ontem não tive o ensejode ver teu rosto querido.

Ao dia em que não te vejoeu chamo um dia perdido...

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Longe de ti, meu amor,morro de tédio e de mágoa,bem como morre uma florposta num jarro sem água.

Muito embora a dor me alquebre,não esqueço a amada ausente...

A saudade é como a febre:sustenta, matando a gente.

Nesta existência de dores,não há mais estranho fadodo que falar em amores

pondo o verbo no passado.

Quando te deixo, que ingenteesforço meu corpo faz!

Os pés marcham para frentee o coração para trás.

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Se as santas no paraísopossuem os teus encantos,

eu fico muito indecisosobre a virtude dos santos.

Se hoje um novo amor te encanta,teu sentimento não tolhas:o coração, como a planta,precisa mudar de folhas.

Se aos meus agrados te furtas,vou noutra porta bater;

as horas de amor são curtas,não tenho tempo a perder.

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Fui criança bem feliz, brincava no meu jardim.

Colhia as rosas e flor de lizpara mamãe e para mim.

Nunca pensei em vingança.Esqueci tudo!... Passou.

Sempre gostei de bonança.Serei sempre como sou.

Os retratos dos meus pais,tão em redomas antigas,São como relíquias, tais

lembram pessoas amigas.

Quero as rosas para mimdeste mundo multicor.

No coração, teu jasmim, na cabeça, bela flor.

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Sentir fome e não comerporque não tem condição

pode mesmo comoverquem tem duro coração.

Se você tem muito bem, é preciso se apressar.

Vá vender logo o que tempara ninguém lhe roubar.

Um casal bom sonhador, feliz e casamenteiro,

tinha sonho de um amore se dava por inteiro.

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Ilustres são os seus filhos.O clima bom e fecundoexportando sobre trilhos

Maranguape para o mundo

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Desculpe, rogo bondadepor minha insana ousadia:

levá-la, sendo saudade;deixá-la, sendo poesia.

Foi somente para vê-laque vim aqui, de verdade.Já não consigo escondê-la:tudo em mim é claridade.

Perdão! Perdão, minha bela!Adeus! Adeus, já me vou.

Seu olhar é luz de velano quarto escuro que eu sou.

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Na vida de toda gente,quanta gente a gente vê!Na minha vê-se somente

você, você, só você!

Nesta vidinha cansada,ando há muito a meditar:

- Como é bom não fazer nadapara depois descansar!…

Quando acaso sinto, crede,vontade de trabalhar,

deito-me logo na rede,até a vontade passar...

Tem a nossa Medicinatais progressos alcançado,

que o doente quando morrejá está quase curado.

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É triste o mundo em que estamospois à vida morte somaenquanto nos isolamosem ilusória redoma.

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Novamente o sol nasceucom todo seu esplendor

natureza floresceuresplandecente de cor!

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Os teus olhos cristalinosnesta noite d’esplendor,são dois valiosos mimos

que me dás com muito amor!

Quis fazer-te uma redomapara bem te proteger;

És minha eterna Madomaó razão do meu viver!

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Adeus... e foste saindo,dizendo que voltarias...

E a saudade entrou sorrindo,da mentira que dizias...

Ao ver-te assim neste encanto,mãos postas em oração,fiquei invejando o santo

que olhavas com devoção.

A vida de faz-de-contaque levo desde menino,

é brinquedo de desmontanas peças do meu destino.

Bimbalham sinos tristonhosentre as horas esquecidas,

como a lembrar velhos sonhosperdidos em nossas vidas...

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Enquanto o sino da igrejamartela o bronze perfeito,

minha saudade solfejana catedral do meu peito...

Entre velhos e criançashá dois sinos na medida.

Quando um bimbalha: Esperanças.O outro bate o “por-da-vida”.

Era um poeta de mão cheia,hippie, cabelos revoltos...

Só poetava na cadeia,detestava versos soltos!

Jamais esperes da vidaou deste mundo vil, falho,

pois a sorte preferidasós e ganha no trabalho!

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Nas tardes calmas sentidasBem-te-vi - que afinidade:tu a cantar - tristes vidaseu, vida triste - saudade!

Na velha igreja em ruína,desprezada em abandono,a cruz cansada se inclina,

boceja o sino de sono.

No palco azul desta vidatoda paixão é uma fraude,pois no ato da despedida

somente a saudade aplaude...

Quando o inverno a terra veste,uma flor ao sol reluz:

é o mandacaru do agresteque abre seus braços em cruz !

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O esplendor desta cidade,com o seu mundo de atrações,não mata em mim a saudade

da beleza dos sertões.

O nosso sonho terminanum adeus triste, exaltado,

deixando no chão da esquinao teu retrato rasgado!

Pescador dos verdes mares,quando embarca em procissão,

nos lábios leva cantarese no peito uma oração...

Risos francos em surdinaouço a sonhar acordado:

saudades daquela esquina...lembranças do meu passado!

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Se de lágrimas brotassea água carente do agreste,talvez nunca mais faltasse

inverno no meu Nordeste.

Sertanejo, envelheceste,tal cardo nascido ao léu:quantas secas tu venceste

com os olhos postos no céu.

Sorte - mulher fugidiacuja ventura alardeia,

mostrando no dia-a-diaos seus castelos de areia!

Tarde sem chuva, de estio...Cigarra, que afinidade,passamos horas a fio

cantando a mesma saudade!...

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"A fé remove a montanha" e até converte os ateus.

Em minha alma ela é tamanha, que me leva aos pés de Deus.

Alforria! Há nos espaçosesperanças revividas,

quando o escravo, erguendo os braços,mostra as algemas partidas.

Alma de neve, tão pura,tão generosa, tão franca...

Tão branca em sua brancura,quanto é possível ser branca...

Amargando o meu fracasso,lembrando antigas canções,eu também sou um "palhaço

das perdidas ilusões".

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As badaladas de um sinoespalhando sons pelo ar,são acordes de violinonuma sonata ao luar.

Do teu amor que traziameu coração em clausura,eu próprio dei-me alforria,dando adeus à escravatura!

Em minha alma de criança,quando a tristeza me invade,

bate o sino da esperançana catedral da saudade.

Escravo do teu encanto,tamanha é minha alegria,

e eu tenho te amado tanto,que não desejo alforria.

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É sem razão, com certeza,a descrença dos ateus,

pois em toda a naturezase vê a face de Deus.

Não desejo ser um bravo,nem rei de uma dinastia.Prefiro ser teu escravo,sem nunca ter alforria.

No infinito a lua enormedos astros segue o cortejo,

e o sertão, tranquilo, dormenos braços do sertanejo.

O planger de um sino alcançaas portas da eternidade,

quando desperta a esperança,quando adormece a saudade.

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O sertanejo, depoisdo trabalho se consola,

ouvindo o mugir dos boise o soluçar d viola.

Quando a inspiração me invadee a fazer trovas me ponho,vejo a imagem da saudadena igreja branca do sonho.

Quando ao mendigo ofertaisum pouco do vosso pão,

esse gesto vale maisdo que qualquer oração.

Uma prece comovidapor toda a aldeia se espalhaquando, na torre da ermida,saudoso, o sino bimbalha.

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Um dia alguém perguntouao meu compadre Anastácio:- O pão que o diabo amassou

tem bromato de potássio?

Vendo o bigodão do atleta,a gente crê, sem demora,que engoliu a bicicleta,

deixando o guidom de fora.

Verdes mares que brilhaiscomo brilha um diadema,

há cem anos soluçaiscom saudades de Iracema.

Verdes mares! Verdes mares!Esmeraldino poema!

À sombra dos teus palmareseternizou-se Iracema!

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A cobiça sendo um vícioe a renúncia salutar,

nosso menor sacrifícioé saber renunciar.

À minha mulher confesso:

- Na atual encarnação, para apressar teu progresso

sou a tua expiação!

Aquele pé de carvalhoplantado em minha lembrança,

cintila gotas de orvalhoquando me vejo criança.

De forma vil, ilusória,o falaz aos ventos, berra,

cantando sua vitóriasem ter terminado a guerra!

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Esplendor tens, de tal monta,quando passeias na praça,

que a lua se esconde, tonta,atrás da nuvem que passa.

Homem com muitos trejeitos,mulher com muita feiúra

para mim são dois defeitosque nem com reza tem cura!

Minhas lágrimas vertidaspor entre dobras de rugas,são saudades incontidas

do meu passado... são fugas!

Na avenida do fracassoonde a humanidade avança,em cada esquina que passo

eu planto um pé de esperança.

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Nos trigais do sentimentoque contra o vento eu transponho,

cozi o pão sem fermentono forno quente de um sonho.

O inverno se me avizinhae, no espelho, a contragosto,vejo que o tempo caminha

deixando o rastro em meu rosto.

O meu amor quis safar-sede mim, então me escondi;de rosa era seu disfarce...fui, sorrateiro, e a colhi!

O nosso amor passageiro

tal orvalho evaporou...nasceu e morreu ligeiro,

que nem saudade deixou.

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O sentimento de culpase esconde na conscienciade quem fere e se desculpa

a suplicar inocência.

Os gritos de liberdadeabafados por censuras,viram ecos de piedade

nos porões das ditaduras.

Por sofrer tantos açoitesnos meus momentos tristonhos,pus redoma em minhas noites

para prender-te em meus sonhos

Quem faz da vida um disfarcee finge viver a esmo,de tudo pode safar-se

mas não engana a si mesmo!

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Quem não quer vencer a estradacomo faz o peregrino,

dobra sempre a esquina erradana contramão do destino.

Saudade é o tempo guardadodentro do peito da gente...Nó que se dá, no passado,

e se desfaz no presente.

Soluça vazia, a rede,o armador emudeceu,

marcas de pé, na parede,choram tanto quanto eu!...

Todo indivíduo que é tolomas que de sábio se arvora,é tal um pão sem miolo...só tem a casca por fora!

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Lançada a sorte! Em verdade,eu parti... Mares medonhos!...

E, no Porto da Saudade,fui ancorar com meus sonhos...

Não deixes preto o teu céu...Vê que as grandes tempestades

espalham sombras ao léu,mas vêm, depois, claridades.

O teu adeus, mesmo em sonho,me aniquila de tal sorte

que, estando viva, suponhoestar nos braços da morte!

Por te amr tão loucamente,fui-me tornando um palhaço,

fazendo rir tanta genteàs custas do meu fracasso.

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Ri, palhaço, que o teu risovai à dor dar acolhida,

transformando em paraísoteu picadeiro da vida.

Tenta esconder o teu pranto,as frustrações, o desgosto,pois não há maior encantoque mostrar a paz no rosto.

Teu olhar, por sorte, às águas,sombra nenhuma deixou,

no entanto deixou-me mágoasnesta sombra que hoje eu sou!

Vencendo todo o cansaço,decerto gargalharei,

pois hoje sou um palhaçodos sonhos que não sonhei.

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Deus queira que essa ganância,Que o madeireiro contesta,Fuja junto com a arrogância

Para longe da floresta.

Era um garoto travesso,Um mestre na peraltice:virava tudo ao avesso,

era o rei da macaquice.

Gosto de me divertirnas belas praias do Iguape,

mas acho melhor curtira serra de Maranguape.

O ébrio ao padre disse:sem saber o que dizia,“já vi muita macaquicena porta da sacristia”.

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O luar no mar refratafeixe de raios azuis,

realça a onda e retrataa praia que nos seduz.

Para o carinho colher,por Maranguape eu passava,

subia a serra a revera noiva que ali morava.

Se o homem branco quisessever no índio um bom retrato,

bastaria que ele desseà floresta o mesmo trato.

Terra de gente importanteque em Maranguape nasceu:

do Chico, comediante;d’um Capistrano de Abreu.

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A floresta tão gigante,Já não respira por nós.

O predador, num rompante,Faz calar a sua voz.

Em noite fria de invernoem meu peito adormeceste

jurando-me amor eternomas no outono me esqueceste.

Em redoma coloridaa paz do mundo adormece

tão frágil desprotegidaque a humanidade lhe esquece.

Não escrevas tua históriacom sangue do opositor,

os louros desta vitóriasem sangue tem mais sabor.

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O teu sorriso inocentereflete todo esplendor

nas águas desta nascentedo nosso rio de amor.

Teci a felicidadecom os fios da ilusão;

com os pincéis da saudadecolori a solidão.

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A revolta traz-me o prantoao pensar no mundo louco,

onde alguns vivem com tanto,e tantos vivem com pouco.

Não há ninguém que suporteviver do meu jeito, assim:eu correndo atrás da sortee a sorte a fugir de mim.

Nunca vi tanto esplendornum só canto reunido:

teu corpo puro de amor,no branco do teu vestido

Quando em meu quarto me tranco,a saudade me aparece

através de um lenço branco,que toda vez ela esquece...

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Eu possuí grande amigoUm exímio trovador

Em segredo eu ti digoEle adora um locutor.

Maranguape que belezaé teu lindo céu de anil

Deus te fez com a certezade encantares o Brasil.

Nasce o sol de um novo diaPondo em tudo muita cor;

Trazendo mais poesiaAo poeta sonhador.

No esplendor de um novo diacom eflúvios multicores,pra você muita harmonia

E um jardim pleno de flores.

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Quando o sol enfim se deitaPara um pouco repousarBusca então a sua eleitaQue feliz vai lhe ninar.

Quem trabalha com ardorpor si só faz sua história

tendo em vista que o amorabre as portas à vitória.

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Alforria é liberdadesempre sonhada e sentida

na força da mocidade:- coluna forte da vida.

Fugindo à seca que o vence,busca pousada e guarida

o sertanejo cearense,pelos caminhos da vida...

Inverno - seguro apoiona engorda do boiadão,

que pasta ao sonoro aboiodo vaqueiro, no sertão!

Meu coração me insinua,pelo calor de teu rosto,

que o nosso amor continua,mesmo depois do sol posto!

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Na minha aldeia mestiça,meu coração de menino

guardou as horas da missa,nas badaladas do sino.

Naquelas cenas de horroresque o nosso escravo sofria,o coração dos "senhores"

era o mais preto que havia!

Na roça, ganhando a vida,o sertanejo disposto,

mostra a existência sofridanas rugas do próprio rosto.

No campanário da igreja,o sino, lembrando a prece,

toca, badala, desejamais gente em favor da messe.

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No coração de quem sente as vibrações do passado,

o sino é um toque presenteque está no peito guardado.

Num batel branco e risonho,singrando as águas do mar,

vou completando o meu sonhonas horas de navegar.

O dom da fé permanentevai, num trabalho sereno,multiplicando a sementecomo Jesus Nazareno!

O sino é voz que nos guiano rito da tradição:às vezes toca alegria,

e às vezes consternação.

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O sol queima a plantaçãoe o amor que eu julgava eterno.

Casamento no sertãodepende também do inverno...

Quando eu me fiz coroinhavivi feliz de tal jeito,

que o sino da capelinhaficou batendo em meu peito.

Quando o palhaço sorriae a multidão gargalhava,

só ele mesmo sabiaque intimamente chorava...

Quando os Reis Magos partiram,sem fraquejar um instante,

foi pela fé que seguirama luz da estrela brilhante!

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Rezo na rede o Pai Nosso,toda noite, ao me deitar,

e durmo bem porque possonesta oração confiar.

Se a lua vestir de brancoa minha imaginação,

meu canto mais alto e francoserá de libertação!

Talvez no toque dos sinosexista a força do além,

traçando os nossos destinospelos caminhos do bem!

Vê-se na face enrugadado lavrador do sertão

uma existência cansadade tanta desilusão...

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Dentro da linda redomatoda bordada em cristal,jaz a flor e o seu aromado meu verso original.

Se a chuva cai no sertãodeste solo nordestino,o inverno se faz cançãoe tudo mais é divino...

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É fim de inverno e as flores,que enfeitam nosso jardim,exalam cheias de amores,o teu perfume pra mim.

Nem o sol com seu calor...Nem os versos que componho,tem grandeza ao nosso amor,na redoma do meu sonho.

O nosso encontro perfeito,cheio de tanta emoção,

ficou guardado em meu peito,na esquina do coração.

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Locutor com muita graçacom voz melosa anunciou:

– Eu falo para os gays da praça,pois da classe também sou.

Maranguape, minha terraé meu prazer confessar

que dentro do peito encerrado mundo o melhor lugar.

Meninos em peraltices.Verdadeiras palhaçadas.

Um avô com macaquices.Crianças dando risadas.

Nossa terra sem o sol:Que mundo mais boreal.

A vida sairia do rolpara a zona glacial.

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O locutor eloquenteque pregava o fim do mundo

claro que estava dementecom um braseiro no fundo.

Qual o valor da florestapara a vida florescer

é ela que nos emprestao ar puro para viver.

Salvemos nossa florestacom um alerta geral,

pois o caos se manifesta:O aquecimento global.

Tem humor os animais.Vejam quantas peraltices!

O homem também é sagazquando faz as macaquices.

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Ao aplicar a injeção,surge ligeiro embaraço:- diz o doente - "Aí não!

só tomo se for no braço!...

A Rosa mente, doutor,não passa de uma farsante,

pois onde já se viu florque usasse desodorante?...

Às seis da tarde, meu Deus,quando o sino exorta à prece,

quanta tristeza no adeusdo sol que desaparece.

Branco lençol que me aquecea noite do desencanto:

- tens o calor de uma precerezada em tom de acalanto.

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Com a profissão de cego,enxerga longe Zé França...

- Põe o ouro todo no "prego"e o produto na poupança.

Com rica e bela mulher,como anda triste o Gouveia!

- Se tem tudo "de colher",será que ela nega... ceia?

Da vida, no verde espaço,onde, de ouro, o sonho medra,

quem não se fez de palhaço,atire a primeira pedra...

Léo se queixa da inflação,pelo próprio desmazelo,

pois nem mesmo à prestaçãopode cortar o cabelo...

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Louvo a Deus pelo papelbranco e simples em que ponho,

com tintas da alma, o painelmaravilhoso do sonho!...

Lúcia chega-se ao gerente,pede empréstimo... afinal,

a "garantia", presente,nem precisou de outro aval...

Machucado o "para-lama",rebentados os "faróis",

Topa-Tudo está de cama,envolvido em maus lençóis!

No inverno há milagres, filho,como nas eras antigas:

- Um só punhado e milhose abre em milhares de espigas!

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O Chicão só vive às turras,sempre arrotando vantagem...- No corpo a marca das surras,

ele diz que é tatuagem...

Porte-se o amor, bem contido,sob impulso controlado,

pois quanto mais "colorido",tanto mais preto é o pecado...

Pra manter em forma a plástica,rebolando-se, a mulata,de tanto fazer "ginástica",

nasceu-lhe um filho acrobata.

Quando falta gasolina,o velho chofer de praça,com uma sede canina,

enche o "tanque" de cachaça.

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Queixa-se a Dalva (que artista!)de choques no coração...- Vem o noivo, eletricista,e conserta a "instalação".

Sambista, lépida, incrível,campeã, sagra-se, Aurora,sem gasto de combustível,

se exibindo a "sem por hora"!…

Sempre que se erguem teus braços,em prece, unidos aos meus,

a fé revigora os laçosdo amor que nos prende a Deus.

Sinto, junto ao mar, sereia,quanto me prendes ainda,no branco lençol de areia

de minha saudade infinda!...

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Dentre as previsões que der-nosa Funceme ou coisa igual,

sou muito mais os invernosdas minhas pedras de sal.

És Maranguape queridaterra do riso e do amor;

Por ti daremos a vidase um dia preciso for.

Macaquice é um bom temase o bicho sogra vem nela,

que esconde qualquer problemase for da família dela.

Maranguape não faz conta

da natureza que a afeta,porém quando o sol tramonta

mexe com todo poeta.

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Minha mais linda vitóriadas batalhas que venci

foi a que fez nossa históriadepois que te conheci.

Por estar preso ao teu charmete perdôo em teus fracassos;é que a mim basta abrigar-mena redoma dos teus braços.

Têm esplendor as estrelaspor sua curvas cadentes;

também as mulheres pelassuas curvas envolventes.

Todo o viço, eu aprecio,da floresta, que beleza!Parece fêmea no cio

explicando a natureza.

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A chave de fita escuracom que fechei teu caixão,é a mesma da fechadura

que trancou meu coração.

Bem antes do alheio olharolha sempre o teu estado;porque - Não deve falaro sujo do mal lavado...

Há quem abusa e se gaba,mas esquece (e é sempre assim)

que, quando a festa se acaba,a conta é paga no fim...

Nunca a amizade desleixes,por andar a estranhos povos;

se tens juízo - Não deixesvelhos amores por novos.

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Nunca o grito vil do insultoo medo em teu peito acorde:

falar demais é do estultoe cão que ladra não morde…

Quem fez o bem, bem espere,e o mal também, se é devido;

porque - Quem com ferro fere,com ferro será ferido!

Se a fortuna se acha alémdo chão que o teu berço encerra,

vai buscá-la, pois - Ninguémé profeta em sua terra...

Sê austero, quando devas,comedido em teu sorriso;nem por tanto rir te elevas:

Muito riso, pouco siso...

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Chora, Maranguape, chorao humorista excepcional:

Chico Anísio foi-se embora;não mais terás outro igual!

Como era doce e fraternomeu lindo mundo de criança;Dele o que resta é o inverno

da minha desesperança!

De Maranguape o sorrisonão é o mesmo de outrora,

desde que o Rei do improvisodespediu-se e foi embora.

No conceito das cidades,a minha é bem pequenina;porém é lá que as saudades

fazem ponto em cada esquina.

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O homem que é sábio e que é fortecedo ao trabalho se entrega:

nunca espera pela sorteporque sabe que ela é cega.

Ontem, moço e sem cansaços,fui feliz em minha lida;

hoje, velho, arrasto os passospelas esquinas da vida...

Pantanal – quadro celeste,paraíso das boiadas,

onde o céu azul se vestedo esplendor das alvoradas!

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É pena, mas é verdadeFloresta vai se acabarSó vai ficar a saudadeE gente a se lamentar.

És vaidosa e altaneiraés meu torrão, meu lugar

Maranguape, companheiraonde sempre vou morar.

Locutor ou locutoraFazem a comunicaçãoCuidado na emissora

Com aquele palavrão...

Sendo você, o meu solNada tenho a reclamarSou um lírio no arrebol

Que nasceu para te amar.

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Tua macaquice fazEstátua gargalhar,

Olhar de lado, pra atrásCorrer, pular, se sentar.

Um locutor empolgadoDisse ao vivo o que não deviaPor pouco não foi linchado

Se salvou, na sacristia.

“Ver o sol nascer quadrado”É um dito popular

Se por ti sou apaixonadoÉ sina, praga, sei lá!

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Na redoma do meu sonhotua imagem apareceu,teu olhar era risonho

com a paz que Deus te deu.

Nesta vida de incertezasde vitórias e derrotas,

eu sempre apago as tristezasque surgem em minhas rotas

No inverno de uma existênciaonde a vida nos renova,

sinto de Deus a assistênciae a alegria se comprova.

O esplendor do teu olharmeigo, com muita brandura,lembra a grandeza do marao mostrar tanta candura!...

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Muito obrigado meu Deuse Jesus Nosso Senhor

por trazer aos lábios meusum sorriso de esplendor.

Não quero apenas abraçosmeu amor é mais fraterno.

Vou me aquecer nos teus braços,nas noites frias de inverno.

Redomas eu vou fazerdo gelo, amor e cristalsó para nos proteger

do aquecimento global.

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A vida tem dois caminhosque seguimos a valer;

no do bem vamos mansinhos...no do mal, sempre a correr!

E cantando, velha pretanina o filho do patrão,

enquanto suga-lhe a teta,chora seu filho, sem pão.

Frágil batel de esperançaé a jangada a deslizar,

branco cisne de bonançana tela verde do mar.

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Maranguape inebrianteatrativos naturaisa serra nobilitante

Cascatinha e cabedais.

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É na ansiedade mais pura,que rogo a Deus com firmeza

- Possa eu ter a sepulturasob os céus de Fortaleza.

Maldito aquele que insultae ofende a mulher perdida,

sem saber a causa ocultada sua queda na vida.

Não há louvor que confiramerecimento a ninguém.Como o despeito não tirao valor de quem o tem.

No amor a mulher que menteem tudo se contradiz:

- Sempre diz o que não sentee o que sente nunca diz.

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Por amar-te com loucura,perdido agora me vejo,

como um beduíno à procurada miragem do teu beijo...

Saudade - sino que tangedobrando triste a finados,

pela intérmina falangedos meus sonhos dissipados..

Só mesmo Deus sabe o custodo resgate de uma dor,

principalmente se o justopaga pelo pecador...

Só sabe da alma das cousasquem desvendar o mistério

que há no silêncio das lousas,no fundo do cemitério.

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A floresta se ressenteDas atitudes do homem.

Nosso futuro e o presenteNa agonia se consomem.

Já que o Sol é para todos,Carece também dizer

Que ele aquece até os “lodos”Que teimam sobreviver.

Já vi tanta macaquiceFeita pela a tua boca.

Me acostumei com a mesmice,Desta aparência louca.

Nos disse assim a floresta:– Um dia vais me perder,

Com tua meta funestaNão pode retroceder?

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O locutor já sabiaQue o microfone falhava.E a mensagem se perdiaSe danava quem pagava.

O locutor, Seu AugustoNum morcego colidiu,

Então sofreu um grande susto:Seu microfone engoliu.

Para o Sol fiz um pedido:Aquece-me todo dia,

E para o meu amor queridoDeixe-lhe paz e alegria.

Tuas serras são serpentesdeitadas na imensidão

tens cristalinas vertentesMaranguape, meu rincão.

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Com talento e sutilezano salão, "a media luz",o casal mostra a levezado belo tango andaluz!

Correndo, desesperado,de mala e chapéu na mão,

o passageiro, coitado,perdeu o trem... e a razão!

De tudo que eu aprendipra chegar a ser “doutor”,se, bem, eu o compreendi:devo muito ao Professor!

Deus me livre, por um diame faltar um Livro a mão;

de tristeza eu morreria,em pungente solidão!

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Dois minutos, Cinderela;está chegando o momento!

Não vá cair na esparrelade esquecer o encantamento!

Entre lágrimas e risos,respostas às emoções,liberamos sentimentosrepresos nos corações!

Maranguape a tua glóriasão teus filhos de valor;

foi Capistrano, na História,e Chico Anísio, no Humor!

Não queiras por teu amigoquem não pode ser provadono dar água, pão e abrigo,para alguém necessitado!

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Na solidão do meu eu,fugindo da realidade,

meu pensamento varreuda mente toda verdade!

No céu, as nuvens, e as flores,no campo; um quadro sem par.

É Deus tingindo de coresa Primavera a chegar!

Nos braços do seu amor,loucamente apaixonada,

ela sente o seu calormesmo sob a chuvarada!

O ato de ler praticadocom prazer, pelo leitor;no final, seu resultado,

assemelha-se ao do amor!

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Para cuidar da saúdecom desvelo e competência

busco Médico amiúde,amigo, de preferência!

Passei horas meditando,pensando no que dizer;

terminei nada compondo,sem nada para escrever!

Por aqui passava um riocaudaloso e pleno em vida;

hoje mal se vê um fiod'água suja e poluída!

Selva: bela e exuberante;cria, de rara beleza,

de Deus que, naquele instante,nominou-a... Natureza!

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Sem um "pingo" de pudoro mar fita a lua, arfante,

clamando: vem meu amor,quero te ter por amante!

- Solta-me! Clama o navioao cais que o faz prisioneiro;

- deixa-me sair vadiopelo mar... que é meu parceiro!

Uma folha de caderno,um lápis, e a inspiração,bastam ao trovador ternopra lhe abrir o coração!

Voa, canário indeciso,o que esperas; afinal

seres liberto é preciso,mesmo pensando irreal!

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A grandeza em Deus se encerra.Somente Ele é grande; ao passo,

que somos poeira na Terra,e a Terra, poeira no espaço!

Esperança - nordestino,numa cerca debruçado,

contemplando, sol a pino,o verdejante roçado.

No meu lar eu dito a Lei,- generosa ou Lei mesquinha -

nunca, porém, revogueias emendas da Raínha.

Nunca mais fiz uma trova,por falta de inspiração.

- Meu bem, agora, me aprova:temos outra distração!

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Ouvi um cão indigentea meu buldogue inquirir:

- O teu dono é inteligente?- Se é? Só falta latir!

Para seres burro, apenaste falta a pele empenada.

- Ora! Burro não tem penas!- Então não te falta nada.

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Estopim a descobertoponta de cigarro atrai...É como namoro perto:

lá um dia a casa cai!

Insone, as noites chorandopassas, em triste abandono...

O pranto vive morandono olhar de quem não tem sono!

Os assassinos atrozesmatam de raiva, rugindo!

Teus olhos são mais ferozes,porque me matam sorrindo...

Quem canta, seu mal espanta,o velho brocardo diz.

E há tanta gente que canta,mas, nem por isso é feliz!

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Quem se dedica aos malfeitosdos outros a censurar,

é que seus próprios defeitosquer, dessa forma, ocultar.

Sempre a esmola benfazejaé esquecida num minuto.

A mão do ingrato apedrejao galho que lhe dá fruto!

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Ao te ver, o rosto em pranto,bem juntinho àquele altar,

desejei ser o teu santo,pra tua queixa escutar.

Em cada ruga do rostoda pobre velha sofrida,

mora, por certo, um desgostodas desventuras da vida.

Fica mais branca a capelada minha longínqua aldeia,quando bate em cima dela

o clarão da lua cheia.

No tronco, o preto gemiasob os açoites cruéis,

partidos da tiraniados maldosos coronéis.

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Olhar, ao longe, perdido,o preto velho, sentado,cansado e desiludido,

vai revivendo o passado...

Outra taça se esvazia,enquanto o ébrio vai vivendo

aquela falsa alegriados que já vivem morrendo.

Procuro, em vão, o teu rostonessa imensa multidão,

e volto, pra meu desgosto,sempre à mesma solidão.

Se até a fé já perdestena vida, na humanidade,

por certo em Deus nunca creste,não creste em Sua bondade.

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Consiste a vida da genteem desejar outra vida.

Por isso é que a gente sentea morte dentro da vida!

Eu vi a Felicidade.Corri atrás, mas em vão.

Ficou a sombra, a saudade,pôr do sol no coração.

Para não ver meu amorVagar no mundo tristonho,Resguardei-o com primorNuma redoma de sonho

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Ao ver a morte de frente,sem esperança de chuva,

todo o sertão chora e sentea terra ficar viúva...

Depois de muitas andanças,cansado de tanta lida,

hoje vivo de lembranças,juntando cacos da vida…

Misto de riso e tristezanum coração em pedaço,quanto de amor e purezano sorriso de um palhaço.

Pelas frestas do meu peitoentra a saudade de leve:

são restos de amor desfeitode quem ama a quem não deve...

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Quisera, como o palhaço,mesmo triste, poder rir,mas se tal coisa não faço,é porque não sei fingir.

Sou cigano vira-mundo,sempre mudando de chãoe, lendo a sorte do mundo,eu trago o mundo na mão.

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A gotinha irreprimível,que molha um rosto qualquer,

torna-se uma arma terrível,quando o rosto é de mulher.

A minha vida consistenuma tristeza sem fim,

como se tudo que é tristechorasse dentro de mim...

Deus fez a lua, por certo,para os divinos instantes

em que, a sós, um do outro perto,possam viver dois amantes.

Dois jovens à nossa frente:se agarrados - namorados;porém, se não, toda gente logo sabe - são casados...

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Eu não sei o que é tristeza,sou a alegria em pessoa.Ser alegre - que beleza!Ser feliz - que coisa boa!

Eu sinto um prazer imenso,prazer imenso e sem fim,

quando penso, quando pensoque também pensas em mim.

Há nos versos que componho,e nas trovas que se lê,

farrapos de um róseo sonhoe algo, meu bem, de você.

Muitas vezes tem a vida,a nossa vida sem graça,

a ventura resumidanum curto instante que passa...

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Não creio que haja belezamaior, e certo não há,

do que a que tens, Fortaleza,capital do meu Ceará!

Nesta vida corriqueira,o que mais se vê e sente

é que não falta quem queirapisar nos calos da gente.

Ontem, meu bem, não fiz nada.Hoje, também, nada fiz.

Fazer o que, minha amada,se ao teu lado sou feliz!

Quando o ciúme nos alcançae domina de repente,

mata a nossa confiançae estraga a vida da gente...

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Quando se volta algum dia,mesmo velho, ao velho ninho,sempre se encontra a alegria

chorando pelo caminho.

Resistir-te - eis a certeza,eu te confesso: não pude!

- Pena é que, rica em beleza,sejas tão pobre em virtude...

Se não és santa, pareces,ó deusa dos sonhos meus,pois até nas minhas precestu te misturas com Deus!

Todos sabem que o dinheirotudo leva à perdição,

mas nele é que o mundo inteirovai buscar a salvação!

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Abre a porteira do diaO sol faz sua carreira

Esmorece a tarde esfriaVai dormir a noite inteira.

Chegou depressa à velhice,e o velho que foi discreto

se desmancha em macaquice,só para agradar o neto.

Fecha a cortina do dia.noite acalenta o sol.

A lua invejando espiae faz das nuvens lençol.

Locutora apaixonadapor alguém que não lhe quer,

a pessoa desejadadetesta o nome “mulher”.

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Locutor preocupadocom o pedido insistenteMeyre tinha debandado.

Quem fugiu? Foi bicho ou gente.

Macaquice só tem graçaem circo ou mesa de bar,um ébrio na rua ou praça

cantando: eu quero mamar.

Maranguape boa terrade Chico, de Capistrano.

Maranguape ao pé da serrabem pertinho do oceano.

Maranguape envolto em sonhosdesde o tempo de criança,vive momentos risonhos

no progresso na bonança.

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Sou parte da sua vida.Se o machado me devora,ninguém sara esta ferida.A floresta geme e chora.

Sua a floresta nativa.Sou vida na mesma terra.Não procede essa evasiva

da foice, o machado a serra.

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Nesta vida alucinantede derrotas e vitórias,

vivemos a cada instantepedaços dessas histórias.

O inverno é o pranto de Deus,faz a alegria renascer,

o agricultor olha os seus,louvando o que vai colher!

O seu sorriso faceironuma noite de esplendor,

tomem meu ser por inteirona explosão de um grande amor.

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A chuva traz à lembrançauma janela quebrada,

a casa humilde e a criançaolhando, triste, a enxurrada.

Ao migrante maltrapilho,que cruza o adusto sertão,

só resta, ao morrer-lhe o filho,o consolo da oração...

Apregoa o Zé Seráfico,que a mulher está na dela:

- como um filme fotográfico,só no escuro se revela...

Até nisto o Carvalhaisteve uma sorte graúda:- Ele, que fala demais,

tem sogra que é surda e muda.

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Casa assombrada... sombria...Portas rangendo... Arrepio...

E o Zé tremia, tremia,dizendo que era de frio!...

Céu sem nuvens, o cortejo,sol a pino, segue ao léu,que a sorte do sertanejodepende sempre do céu.

Confia tanto na Liz,que, vindo mais cedo, um dia,

embora vendo, não quisacreditar no que via...

Descrente, maldigo atémeus atos de contrição,por não ter, a minha fé,o tamanho da oração!...

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Diz que vai me abandonar,cai em pranto mas, depois,

perdoa e põe-se a rezar,pedindo aos céus por nós dois...

Endoidou e, em seus chiliques,diz que é um relógio em destaque,

por isso vai, com seus tiques,repetindo - tique-taque...

E o marido da Mercedes,pintor sagaz, com seus trecos,

de dia pinta paredes,de noite... "pinta os canecos".

Não fosse a dor no traseiro,numa corrida recorde,diria, ainda, o carteiro,

que "cão que ladra não morde!...’

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No forró do Zé Pancada,que acabou no maior pau,o Chicão desceu a escadasem pisar nenhum degrau!

No milho que amadurece,oscilando ao vento, eu vejo

a recompensa da messeao labor do sertanejo.

No peito, este amor persistelatente, dorido, eterno,

que tua ausência fez tristecomo os ocasos de inverno.

Pintora boa, de fato,tem talento a Elizabete,

pois pintando o auto-retrato,pintou-o "pintando o sete".

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orque o armário criou famade esconderijo galante,

foi mesmo embaixo da camaque ele escapou do flagrante...

Teus olhos nos meus pousados,em silente confissão,

são dois monges deslumbrados,rezando a mesma oração!

Trancado em pequeno armário,para escapar da tosquia,

de um marido armado, o Máriotem hoje "armário-fobia"...

Vendo o galã na TVbeijar a sua parceira,

grita o garoto: - Mãiêêê,igual papai e a copeira!...

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Mamãe, eras diferentedas outras Mães, para mim.

De ti sinto bem presenteesta saudade sem fim.

Olho o mar, o céu, a rua.Vai chegando a tarde ao fim.

O panorama insinuapôr do sol dentro de mim.

Quatro versos: eis a prova,sim, num texto independente,

da grandeza de uma trova.Sete sílabas somente.

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Escondi-me na florestapara ocultar minha dorera tão rala e modesta

que ela veio e me encontrou.

Maranguape, Alto da Vila,Outra Banda vem depressa,

no verde da clorofila,dorme a cidade em promessa.

O homem disse: benzedeira,Nasci com esta gaguice,Estrabismo e bebedeiraCura minha macaquice

O pé de ponta viradaEnganando o caçador,É Curupira que guarda

A floresta, por amor

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Ah, nesta existência incerta,de que vale o sonho alado,

se, quando a gente desperta,a vida já tem passado?

Basta a celeuma de um raioaos que se dizem ateus,

para que sintam desmaio,para que gritem por Deus!

Coração que choras tanto,acharás decerto, um dia,

no imenso mar de teu prantoas pérolas da alegria.

Doçura, harmonia, tudoque a mulher tem de carinho,

está na voz de veludoda mãe que embala o filhinho...

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–Eis a verdade corridanas sendas de toda sorte:Se a morte sucede à vida,a vida sucede à morte.

Guarda bem essa liçãoem teus passos descuidados:Pressa, falha e imperfeição

caminham de braços dados.

Há diferença nas ruasda miséria e da abastança,

mas é sempre igual nas duaso sorriso da criança.

O sol que te ama a pobreza,de raios toda te veste,cidade de Fortaleza,

noiva do sol do Nordeste!

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Inda que a sorte te eleveàs culminâncias da glória,

não te esqueças - tudo é brevenesta vida transitória!

Os trabalhos desta vidasó na campa vão findar.

Todos se queixam da lida,mas ninguém quer descansar...

O vento que a flor afagaé sagaz explorador:

dessas carícias, em paga,leva o perfume da flor.

Passa na vida a desgraça,passa a ventura querida,tudo, nesta vida, passa.

Até que... passa esta vida!

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Viuvinha, este teu prantoaos pés de Nosso Senhor,é por quem querias tanto,ou é pedindo outro amor?

Se todo mal traz um beme o bem desejas fruir,

por que, quando o mal te vem,dele procuras fugir?

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No esplendor dos verdes anosminha alma feliz sorria;

hoje, imersa em desenganos,tem vislumbres de alegria.

No inverno da minha vida,contrita, peço ao Senhor:

Sentir-me sempre aquecidapela paz do teu amor.

Quero sim! Quero vitóriasmas, sem muita fantasia,

busco-as nas lutas inglóriasque temos no dia-a-dia.

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SOBRE O LIVRETO

O Livreto Ceará Trovadoresco tem por intuito a divulgação dos trovadores do Estado do Ceará. Este é mais um número, outros se sucederão, periodicamente, mantendo viva a memória destes literatos que são orgulho de seu Estado.

As trovas foram obtidas de boletins, jornais, revistas e sites. Grande parte se deve a colaboração do poeta Luciano M. Brandão, o qual me enviou a maioria das trovas, também o blog da Eliana Jimenez, de SC, http://poesiaemtrovas.blogspot.com.br.

Caso possuam trovas, poesias, contos de literatos de sua cidade que não estão em meu blog (http://singrandohorizontes.blogspot.com), enviem para meu e-mail [email protected] para que sejam divulgados.

José Feldman

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DIREITOS AUTORAIS

O conteúdo deste livreto não pode ser comercializado sem a autorização dos autores ou responsáveis, no caso dos falecidos.

Respeite os direitos do autor.

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José Feldman

Feldman é um vencedorum mestre da alegria,um Poeta Trovador,

um fazedor de Poesia.Não há em todo universomelhor fazedor de verso

pois é um dom que ele traz!Pra Feldman, em nada eu ganho,

ele é grande no tamanhoe nas Poesias que Faz.

(Ademar Macedo – Natal/RN)

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174Nasce na cidade de São Paulo, no dia 27 de setembro de 1954.Com cerca de 13 anos de idade, escreve as suas primeiras poesias. Na época já lia muitos livros e revistas.

Primeiros livros foram a coleção de Monteiro Lobato dada por seu pai. Com cerca de 15 anos de idade participou de concursos de poesia sem sucesso.

Desde 1973, com uma fome enorme de conhecimento, realizou vários cursos, como Filosofia no Instituto Palas Athena, Italiano na Associação de ultura Afro-Brasileira, Inglês no Instituto Roosevelt e Instituto Norte Americano, Leitura Dinâmica e Desinibição e Criatividade, no Instituto Dynamics Cymel, Arte Dramática no Instituto Macunaíma, Filosofia no Centro de Estudos Filosóficos Pró-Vida, além de diversas palestras e encontros de literatura.

No ICIB, pertence a diretoria cultural, promovendo diversos eventos musicais, além da Oficina de Trovas, ministrada pelo grande trovador Izo Goldman, e revelando talentos musicais dos jogadores do departamento de xadrez.

Neste período começa a dar maior ênfase também à literatura, ao fazer, na Casa Mário de Andrade (Oficina da Palavra) o curso de Poesia Viva, com a poetisa Eunice Arruda, curso de literatura com Mario Amato, Ficção Cientifica na literatura e no cinema com o escritor de renome internacional, André G. Carneiro, além da Oficina de Trovas com Izo Goldman.

Na literatura continuou tentando ainda concursos de poesia na Livraria Freitas Bastos e Scortecci, mas ainda sem sucesso. Com as trovas, obteve pela primeira vez uma menção honrosa no Concurso de Santa Cruz do Sul (RS).

Casou-se em 1995 com a poetisa, escritora e tradutora paranaense Alba Krishna Topan, a qual conhecera no curso de Ficção Científica, na Casa Mario de Andrade.

Em Ubiratã/PR, começou a se firmar ao ser eleito em 2001 como vice presidente da diretoria provisória, da Associação dos Literatos de Ubiratã (ALIUBI), tendo contato com poetas da região.

Registrou-se como representante da Delegacia de Ubiratã, pela União Brasileira de Trovadores do Paraná, auxiliando na elaboração do Boletim Paraná em Trovas com a presidente da UBT Paraná Vânia Ennes, o secretário Nei Garcez e o grande trovador A. A. de Assis.

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175Percebendo o pouco acesso das pessoas à literatura, e mesmo o baixo nível de leitura, começou a ler muito e se

dedicar a literatura, criando deste modo um boletim, de nome Singrando Horizontes, que era feito principalmente em dados obtidos na internet e revistas, que abrangia tudo de literatura (contos, cronicas, artigos, biografias, poesias, curiosidades da lingua, noticias do mundo, estudos de livros, etc.), e começou a distribuir por e-mail para inicialmente amigos, trovadores e associações. Com o tempo foi descobrindo novos endereços e distribuiu em escolas, universidades, academias do Brasil Inteiro, além de Estados Unidos e Portugal.

O Boletim foi indicado para ser inserido nos anais da Casa Legislativa Maçonica, pelo falecido magistrado, Mestre Maçom e Deputado da Loja "Os Templários", de Curitiba, PR, Valter Martins de Toledo.

Criou o Blog Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes (http://singrandohorizontes.blogspot.com/) seguindo os mesmos moldes do boletim, com muito mais conteúdo, postados diariamente, iniciado ao final de dezembro de 2007. Com isto, começou a ficar mais conhecido devido a sua divulgação dos escritores, sendo convidado no mês de junho de 2008 a efetuar uma palestra na Academia de Letras de Maringá, onde discursou sobre o Panorama da Literatura no Brasil. Muitos escritores começaram a enviar seus textos e livros para apreciação crítica.

Em novembro de 2008, a convite do escritor Sorocabano Douglas Lara, passou a ser membro da ONE (Ordem Nacional dos Escritores), recebendo o medalhão das mãos do presidente da ONE, José Verdasca, em 19 de dezembro de 2008, no Gabinete de Leitura, em Sorocaba.

Em março de 2009, foi convidado para a Cadeira Vitalícia da Academia de Letras do Brasil, pelo seu presidente, o Dr. Mario Carabajal, assumindo em 12 de agosto de 2009, em Piracicaba, representando o Estado do Paraná, na cadeira n.1, tendo por patrono Paulo Leminski, ocasião em que além de receber o diploma de imortal, recebeu o título de Doutor Honoris Causa das mãos do presidente da ALB. Foi nomeado presidente da ALB/Paraná e Vice-Presidente do Conselho de Ética, desde agosto de 2009.

Grande incentivador e divulgador da literatura paranaense, reside na cidade de Maringá/PR. Não possui nenhum livro publicado.

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176PRODUÇÃO LITERÁRIA

Possui participação na apresentação dos livros em papel:Átila José Borges. Matando o Porco, Eu Contos. (Introdução do Livro)Isabel Furini. Passageiros do Espelho. (Apresentação do livro)Isabel Furini. Quero ser escritor: Livro 1 – Cronicas.(Cronica: Filas, filas e mais filas, ou Por que não fiquei dormindo em minha cama?)Isabel Furini. Os Corvos de Van Gogh. (Apresentação do pintor: Van Gogh, o gênio atormentado)Vânia Maria Souza Ennes. Paraná em Trovas. (com uma trova).

E-books:

COLEÇÃO MEMÓRIA VIVALivreto 1 – Paraná Trovadoresco (121 páginas)Livreto 2 – Paraná Trovadoresco (112 páginas)Livreto 1 – São Paulo Trovadoresco (105 páginas)Livreto 1 – Rio Grande do Norte Trovadoresco (105 páginas)Livreto 1 – Minas Gerais Trovadoresco (101 páginas)Livreto 1 – Rio de Janeiro Trovadoresco (180 páginas)Livreto 1 – Santa Catarina Trovadoresca (104 páginas)

SANTUÁRIO DE TROVAS (Trovas em Imagens)vol. 1 - 58 paginasvol. 2 - 58 páginas

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177vol. 3 – 92 páginas

ALMANAQUE PARANÁ (Trovadores do Paraná)n.1 - dezembro 2010 (16 paginas)n.2 - janeiro 2011 (18 paginas)n.3 - setembro 2012 - 1a. Quinzena (3 páginas)n.4 - setembro 2012 - 2a. quinzena (3 páginas) – Vânia Maria Souza Ennes (Curitiba)n.5 - outubro 2012 - 1a. quinzena (3 páginas) – Alberto Paco (Maringá)n.6 - outubro 2012 - 2a. quinzena (14 páginas) Edição Especial – A. A. de Assis (Maringá)n.7 - novembro 2012 - 1a. quinzena (3 páginas) – Maria Eliana Palma (Maringá)n.8 - novembro 2012 - 2a. quinzena (6 páginas)- Nei Garcez (Curitiba)n.9 - dezembro 2012 - 1a. quinzena (9 páginas)- Mário A. J. Zamataro (Curitiba)n.10 -dezembro 2012 - 2a. quinzena (8 páginas) – Lairton Trovão de Andrade (Pinhalão)n.11 – janeiro 2013 – 1ª. Quinzena (11 páginas) – Neide Rocha Portugal

PARANÁ POÉTICOn.1 - nov/dez 2012 (9 páginas)

TROVA BRASIL (Trovas de todo o Brasil, exceto Paraná)n.1 - dez/2012 (9 páginas) – Arlindo Tadeu Hagen (MG)n. 2 – dez/2012 – Edição Especial (6 páginas) – Ercy Maria Marques de Faria (SP)

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178ALMANAQUE O VOO DA GRALHA AZULnumero 1 – janeiro 2010 (74 paginas)numero 2 – fevereiro 2010 (95 paginas)numero 3 – março abril 2010 (117 paginas)numero 4 – maio junho 2010 (177 paginas)numero 5 – julho agosto 2010 (131 paginas)numero 6 – janeiro – maio 2011 (265 paginas) edição especialnumero 7 – junho – agosto 2011 (163 paginas)numero 8 – setembro – novembro 2011 (184 páginas)numero 9 – janeiro – março 2012 (242 páginas)

BOLETIM LITERÁRIO SINGRANDO HORIZONTESNumero 1 – março de 2007 (22 paginas)Numero 2 – maio de 2007 (25 paginas)Numero 3 – junho de 2007 (33 paginas)Numero 4 – julho de 2007 (40 paginas)Numero 5 – agosto de 2007 (59 paginas)Numero 6 – setembro de 2007 (60 paginas)Numero 7 – outubro de 2007 (64 paginas)Numero 8 – novembro de 2007 (84 paginas)Numero 9 – dezembro de 2007 (82 paginas)Numero 10 – janeiro de 2008 (93 paginas)Numero 11 – fevereiro de 2008 (88 paginas)Numero 12 – março de 2008 (96 paginas)

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179Numero 13 – abril-maio de 2008 (108 paginas)

AVULSOSCavalgada de Trovas do Paraná (171 páginas)Hermoclydes S. Franco - Trovas e Poesias (52 Páginas)Francisco Neves Macedo – Trovas e Poesias (16 Páginas)FELDMAN, José e FELDMAN, Alba Krishna Topan Feldman. Cavalgada de Sonhos. (66 páginas) Poesias, trovas, haicais e cronicas. (filho único em papel sem cópia).

Membro de :ð Academia de Letras do Brasil/ Paraná – Cadeira n.1 Patrono: Paulo Leminskið UBT – União Brasileira dos Trovadores/ Seção Maringáð ALIUBI – Associação dos Literatos de Ubiratãð ONE – Ordem Nacional dos Escritoresð UHE – União Hispanoamericana de Escritoresð Casa do Poeta Lampião de Gazð (OCT) Ordem dos Cavaleiros Templáriosð (OSTG) Ordem Sagrada do Templo e do Graalð (AMORC) Antiga e Mistíca Ordem Rosae Crucisð Pró-Vida: Integração Cósmica