apostila de microbiologia geral final

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Responsável: Profa. Dra. Danila Soares Caixeta Colaboradores: Prof. Dr. Eduardo Beraldo de Morais Profa. Dra. Zoraidy Marques de Lima Rossean Fernandes Golin CUIABÁ MT 2011/2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL APOSTILA DE MICROBIOLOGIA GERAL: aulas práticas

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Page 1: Apostila de Microbiologia Geral Final

Responsável: Profa. Dra. Danila Soares Caixeta

Colaboradores: Prof. Dr. Eduardo Beraldo de Morais

Profa. Dra. Zoraidy Marques de Lima

Rossean Fernandes Golin

CUIABÁ – MT

2011/2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

APOSTILA DE MICROBIOLOGIA GERAL:

aulas práticas

Page 2: Apostila de Microbiologia Geral Final

Para conduzir as aulas práticas no Laboratório de Microbiologia do

Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental é imprescindível que algumas

normas sejam seguidas para garantir o bom desempenho e segurança nas atividades

laboratoriais

1. Colocar blusas e outros objetos fora da bancada de trabalho. Deixe apenas o

material necessário à prática.

2. O uso de JALECO é obrigatório.

3. Não usar chinelos e sandálias, pois, em caso de acidentes, vidrarias e outros

equipamentos podem causar sérios ferimentos.

4. Lavar bem as mãos antes do início e após o término da aula.

5. Limpar a mesa de trabalho, antes e depois de cada sessão de trabalho, usando

desinfetante. Fechar a água, o gás e desligar o interruptor e tomada do

microscópio.

6. O laboratório deve ser um ambiente calmo. Os alunos devem evitar falar em voz

alta e sair, desnecessariamente de seus lugares.

7. É inadmissível qualquer tipo de brincadeira durante as aulas práticas.

8. Não comer, beber ou fumar dentro do laboratório e nem colocar, caneta, papel

ou dedos na boca.

9. Proteger o cabelo da chama do bico de Bunsen e de contaminação microbiana.

10. Não usar os refrigeradores ou estufas para conservar ou aquecer alimentos.

11. Nunca usar frascos de laboratório para beber água.

12. Ser cuidadoso com materiais que possam causar ferimentos na pele, como

seringas, pipetas de Pasteur, lâminas em geral, dentre outros.

13. Nunca pegue material quente ou substâncias químicas sem luvas adequadas ou

garras especiais.

14. Caso uma cultura seja derramada, cobrir o material com desinfetante eficiente,

lavar bem as mãos com água e sabão e comunicar o fato imediatamente ao

professor.

15. Devem ser registrados os acidentes como o derrame de culturas, ferimentos, etc.

NORMAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

Page 3: Apostila de Microbiologia Geral Final

16. Não pipetar material tóxico ou infeccioso com a boca. O trabalho de pipetagem

deverá ser realizado com o auxílio de ajudantes de pipeta mecânicos.

17. A expulsão rápida e violenta do conteúdo da pipeta pode produzir aerossóis;

geralmente, no trabalho microbiológico é preferível movimentação suave e

tranqüila.

18. As pipetas usadas devem ser colocadas horizontalmente em solução desinfetante

imediatamente após o uso, antes de esterilizar em autoclave.

19. Não cheirar os meios de culturas inoculados.

20. Luvas e máscaras deverão ser utilizadas quando necessário.

21. Todo material contaminado antes de ser lavado, deve passar pelo processo de

esterilização, para que toda a sua flora microbiológica seja completamente

destruída, evitando-se que o mesmo seja uma fonte de contaminação.

22. A autoclave, que é um equipamento usado nas atividades rotineiras do

laboratório, deve ser inspecionado e verificado quanto à eficiência de

esterilização periodicamente.

23. Descartar todo o material contaminado em recipiente apropriado e esterilizar em

autoclave.

24. A alça de platina e agulha utilizadas na manipulação dos micro-organismos

devem ser esterilizadas no bico de Bunsen antes e depois de utilizadas. Colocá-

las sempre em posição vertical no suporte e não sobre a bancada.

24. As lâminas e lamínulas usadas devem ser colocadas em recipiente com

desinfetante.

25. Não manusear objetos no interior da câmera de fluxo laminar com a luz

ultravioleta ligada

26. Não devolva reagentes ao frasco de origem, nunca retire do frasco mais do que

necessário. Descartar espátulas usadas em locais apropriados

OBSERVAÇÕES: Não será permitida a participação de alunos nas aulas práticas,

que não cumprirem as normas acima. Serão dados 5 minutos de tolerância para o

início da atividade prática, não sendo permitido à entrada de alunos retardatários.

Page 4: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

Os micro-organismos vêm evoluindo a aproximadamente 4 bilhões de anos, e

até 2 bilhões de anos atrás eram as únicas formas de vida na Terra. Estes compreendem

uma definição taxonômica que congrega grupos variados de organismos unicelulares de

dimensões microscópicas, que vivem na natureza como células isoladas ou em

agregados celulares, incluindo os grupos: bactérias, fungos filamentosos e leveduras,

protozoárias e vírus.

O estudo dos micro-organismos está muitas vezes dependente da possibilidade de

cultivar e mantê-los viáveis no laboratório, sob a forma de cultura pura, no entanto,

alguns utensílios, vidrarias e equipamentos são considerados básicos na rotina de um

laboratório. Dentre os diversos equipamentos necessários para as atividades, como

preparo de meio de cultura, soluções, esterilização de material, manipulação de micro-

organismos, dentre outras, citam-se microscópio, incubadoras, estufas esterilizadoras,

autoclaves, geladeiras, balanças, agitadores, destilador de água, centrífuga, banho-

maria, filtros, vidrarias específicas entre outros materiais.

OBJETIVOS

Conhecer materiais, equipamentos e normas do Laboratório de Microbiologia do

Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental-UFMT, para o bom desempenho

das aulas práticas.

MATERIAIS

Equipamentos, Utensílios e Vidrarias

Agitador, autoclave, balança analítica, câmara de fluxo laminar, contador de

colônias, estufa esterilizadora, incubadora ou BOD, microscópio, bico de Bunsen,

geladeira, alça de Drigalsky e platina, balão volumétrico, bastão de vidro, béquer,

estilete, frasco de Erlenmeyer, lâmina, lâmina escavada, lamínula, pinça, pipeta

automática, pipeta de Pasteur, pipetador, placa de Petri, proveta, tubo de cultura, tubo de

Durham, câmara de Neubauer.

PRÁTICA 1

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO

Page 5: Apostila de Microbiologia Geral Final

PROCEDIMENTO

Esclarecer minuciosamente as regras estabelecidas no laboratório. Exibir os

materiais e utensílios utilizados nas aulas práticas.

ATIVIDADES

1. Descreva a função de cada um dos utensílios abaixo.

Bico de Bunsen

Câmara de fluxo laminar

Placa de Petri

Tubo de Durham

Alça de Drigalsky e platina

Pipeta de Pasteur

2. Qual a importância do uso da autoclave, no processo de esterilização de

materiais?

3. Explique o efeito da radiação sobre as células microbianas

Page 6: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

Todos os organismos vivos necessitam de uma variedade de elementos químicos

como nutrientes, que participam diretamente nas reações catabólicas e anabólicas,

podendo ser divididos em dois grandes grupos: micronutrientes e macronutrientes.

A partir dos conhecimentos dos requerimentos nutricionais, podem ser

confeccionados meios que permitem o crescimento in vitro. Algumas bactérias podem

crescer normalmente em qualquer meio de cultura, outras necessitam de meios especiais

e existem aquelas que não são capazes de crescer em nenhum meio de cultura já

desenvolvido. Os micro-organismos que crescem e se multiplicam nos meio de cultura

são denominados cultura.

Para o crescimento de micro-organismos no laboratório há uma grande

variedade de meios de cultura, podendo ser classificados de acordo com a consistência

em sólido, semi-sólido e líquido e quanto à composição em quimicamente definido e

complexo.

O meio de cultura deverá ser inicialmente estéril, para que ocorre o crescimento

somente de micro-organismos adicionados. Finalmente, a cultura deverá ser incubada a

temperatura adequada para o seu crescimento.

OBJETIVOS

Preparar os meios de cultura ágar sabouraud e ágar nutriente. Executar a

esterilização em autoclave (calor úmido) dos meios de cultura

MATERIAIS

Provetas, Erlenmeyers, balança, tubos de ensaio, pHmetro, autoclave, micro-

ondas, meio de cultivo, espátula, bastão de vidro.

PROCEDIMENTO

Para preparar os meios de cultura pesar os ingredientes indicados em papel

alumínio e colocar em um frasco de erlenmeyer de 1 litro.

PRÁTICA 2

PREPARO DE MEIO DE CULTURA

Page 7: Apostila de Microbiologia Geral Final

Ágar Nutriente

Extrato de carne ............................... 3g

Peptona .............................................5g

Agar...................................................15 g

Água destilada ..................................1000 mL

1. Dissolver os ingredientes.

2. Ajustar o pH para 6,8±0,2.

3. Esterilizar a 121°C/15 min.

Ágar Sabouraud

Peptona ............................................ 10g

Dextrose ........................................... 40g

Ágar ................................................. 15g

Água destilada ................................. 1000 mL

1. Dissolver os ingredientes em micro-ondas.

2. Ajustar o pH para 5,6±0,2.

3. Esterilizar a 121°C/15 min.

Obs. Existem alguns equivalentes comerciais nos quais estes meios estão prontos para

serem utilizados. Neste caso seguir as especificações do rótulo.

ATIVIDADES

1. Para quais fins utiliza-se o meio de cultura sólido, semi-sólido e líquido?

Page 8: Apostila de Microbiologia Geral Final

2. Por que, algumas vezes, a esterilização de meios de cultura por calor sob

pressão, em autoclave, não é adequada? Qual seria a alternativa sugerida nesses

casos?

3. Cite os cuidados necessários para que o material não seja contaminado após os

procedimentos de esterilização.

Page 9: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

Os micro-organismos podem ser encontrados nos mais variados ambientes,

desde que condições favoráveis como água, nutriente e superfície, sejam

disponibilizadas para o crescimento. São transportados por correntes aéreas desde a

superfície da Terra até as camadas superiores da atmosfera.

Os micro-organismos desempenham um papel importante na natureza e em

processos tecnológicos. Dependendo da área, podem ser indesejáveis ou benéficos.

Na natureza, os micro-organismos apresentam um papel crucial na ciclagem de

nutrientes aquáticos e terrestres, na biodegradação de poluentes ambientais, no processo

de biorremediação, na recuperação de óleo, extração de metais, agricultura e no

processo de nodulação de leguminosas, em contrapartida, eles podem ser indesejáveis

na indústria em âmbito global, causando sérios problemas de higiene e perdas

econômicas, devido a danos em alimentos e equipamentos. Os micro-organismos têm

sido relatados ser responsáveis por causar doenças em humanas e animais.

Os microbiologistas devem estimular e otimizar o desenvolvimento de micro-

organismos benéficos e inibir aqueles que causam doenças ou deterioram os alimentos e

o ambiente.

OBJETIVOS

Isolar micro-organismos de diferentes ambientes.

MATERIAIS

Meios de cultivo

Ágar nutriente, Ágar Sabouraud e água peptonada.

Equipamentos e utensílios

Agitador, câmara de fluxo laminar, bico de Bunsen, incubadora, alça de

Drigalsky, swab, pipeta, placa de Petri.

PROCEDIMENTO

PRÁTICA 3

ISOLAMENTO DE MICRORGANISMOS DO AMBIENTE

Page 10: Apostila de Microbiologia Geral Final

Para averiguar a presença de micro-organismos no ambiente, utilize placas de

Petri com meio de cultivo estéril e swab. Exponha à placa a condição de inoculação em

qualquer ambiente por 15 minutos, ou faça um esfregaço com auxílio de um swab,

sobre uma superfície desejável.

Identificar as placas, anotando na tampa tipo de exposição a que foram

submetidas e o número do grupo. Incubar as placas na posição invertida a 37 °C por 24-

48 horas. Realizar as contagens das colônias diariamente avaliando sua abundância e

diversidade.

ATIVIDADES

1. Qual a utilidade do bico de Bunsen no laboratório de microbiologia?

Page 11: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

Todas as células vivas podem ser classificadas como procariotas, das palavras

gregas pro (antes) e Karyon (núcleo), ou eucarióticas, de eu (verdadeiro) e Karyon

(núcleo). Todos os organismos procariontes são unicelulares, como exemplificado pelas

bactérias, enquanto os eucariontes incluem os vegetais, animais, fungos e protistas.

De acordo com o grupo a que pertencem, os micro-organismos apresentam

dimensões reduzidas e bastante variáveis. Os procariotos estão entre os menores

organismos, a maioria deles medem de 0,5 e 2,0 µm de diâmetro e mais de 100 µm de

comprimento, enquanto que os eucariontes possuem diâmetro maior que 10 µm e

muitos são bem maiores.

Em relação às formas, as maiorias das bactérias estudadas seguem um padrão

menos variável, embora existam vários tipos morfológicos distintos. De maneira geral,

as bactérias podem ser agrupadas em três tipos morfológicos gerais: esférica, bastão e

espiral.

As leveduras são normalmente ovais, mas algumas vezes são alongadas ou

esféricas. Diferentemente das leveduras unicelulares, os fungos filamentosos são

organismos multicelulares que aparecem com filamentos. O corpo, ou talo de um fungo

filamentoso, consiste em um micélio e nos esporos latentes. Cada micélio é uma massa

de filamentos chamada hifa, podendo ser classificadas em cenocítica ou como septadas.

Por serem os micro-organismos muito pequenos, estes devem ser observados

através de microscópios, podendo ser utilizados microscópios ópticos, eletrônicos,

epifluorescência, contraste de fase, força atômica e outros. No entanto, para que os

microscópios sejam úteis, os espécimes a serem observados devem ser preparados

corretamente.

OBJETIVOS

Reconhecer e descrever características de colônias e estruturas de micro-

organismos.

Identificar o grupo ao qual o micro-organismo pertence com base nas

características macro e micromorfológicas.

PRÁTICA 4

OBSERVAÇÃO MACROSCÓPICA E MICROSCÓPICA DOS MICRO-

ORGANISMOS

Page 12: Apostila de Microbiologia Geral Final

Preparar lâminas a fresco

MATERIAIS

Micro-organismos

Micro-organismos (fungos filamentosos, leveduras e bactérias) crescidos em

meio sólido, isolados de diferentes ambientes (Prática 3).

Soluções

Azul de metileno

Equipamentos e utensílios

Microscópio ótico, lâminas, lamínulas, alça de platina, bico de Bunsen, água

destilada, pipeta de Pauster.

PROCEDIMENTOS

1. A partir das placas da aula anterior selecionar 3 colônias diferentes (escolher

colônias que apresentam aspecto filamentoso, cor brilhante e opaca.

2. Com o auxílio de uma alça ou agulha de inoculação, assepticamente, transferir

uma pequena porção da cultura para uma lâmina de vidro com uma gota de

água.

3. Fixar pelo calor, passando a lâmina pela chama do bico de Bunsen por 3 vezes.

Adicionar uma gota de azul de metileno sobre o esfregaço e cobrir com a

lamínula.

4. Examinar ao microscópio ótico nas objetivas de 10X, 40X e 100X (colocar olho

de imersão), observando forma das células/hifas, tamanho relativo, modo e

estruturas de reprodução.

OBSERVAÇÕES: Não levante a platina do microscópio (movimentando o

macrométrico) com a objetiva de maior aumento encaixada.

Procure o campo onde os organismos estão, utilizando os parafusos de

“charrior”.

Terminada a observação, desligue a luz; gire o revolver para encaixa a objetiva

de menor aumento, passando pela objetiva de 10x; abaixe a platina e retire a lâmina.

Page 13: Apostila de Microbiologia Geral Final

Após a observação, descarte a lâmina e a lamínula em locais apropriados com

detergente e desinfetante.

ATIVIDADES

1. Examinar macroscopicamente as culturas descrevendo cor, textura, borda,

forma, tamanho e brilho da colônia. Esquematizar cada uma delas.

Levedura Fungo filamentoso

Bactérias

2. Quais são as vantagens e as desvantagens da observação de lâminas em

preparações a fresco?

Page 14: Apostila de Microbiologia Geral Final

3. No laboratório, examinando culturas de micro-organismos, como podemos

definir se trata de bactéria, fungo filamentoso ou levedura?

Page 15: Apostila de Microbiologia Geral Final

ANEXO

Figura 1 Microscópio óptico

Figura 2 Morfologia celular de bactérias

Page 16: Apostila de Microbiologia Geral Final

Figura 3 Característica das colônias bacterianas (Harley e Prescott; 2002)

Figura 4 Características morfológicas de fungos filamentosos evidenciando suas

estruturas microscópicas.

Page 17: Apostila de Microbiologia Geral Final

Figura 5 Padrão morfológico do gênero Aspergillus (A) e Penicillium(B)

Figura 6 Padrão morfológico de levedura

B A

Page 18: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

Em ambiente naturais, os micro-organismos se encontram, em comunidades

microbianas. Assim sendo, para que seja possível estudar as características das espécies

que compõem essas comunidades microbianas, é necessário fazer o isolamento e cultivo

em cultura pura.

Uma cultura pura consiste em micro-organismos geneticamente idênticos,

originados a partir de uma única célula. Para a obtenção de culturas puras o método

mais comumente utilizado é o método de semeadura por esgotamento.

A metodologia de semeadura por esgotamento pode se aplicada com sucesso

para o isolamento de organismos presentes em grandes números relativos à população

microbiana.

OBJETIVOS

Obter cultura pura pelo método de semeadura por esgotamento, produzindo

estrias simples e compostas.

MATERIAIS

Placa Petri contendo meio de cultura sólido (Ágar Nutriente), alça de platina,

cultura de micro-organismos, bico de Bunsen.

PROCEDIMENTOS

1. Escolher entre os micro-organismos isolados, uma colônia de bactéria.

2. Realizar o trabalho próximo ao bico de Bunsen, adotando procedimentos que

evitem a contaminação.

3. Esterilizar a alça de platina na chama e esfriá-la.

4. Com a alça carregada, realizar estrias (simples e composta) na placa contendo

Ágar Nutriente.

5. Flambe a alça novamente, deixe-a esfriar

6. Incubar as placas em posição invertida a 37 °C por 24-48 horas. Observe o

isolamento de colônias isoladas.

PRÁTICA 5

ISOLAMENTO DE BACTÉRIA EM CULTURA PURA: técnica de semeadura

por esgotamento

Page 19: Apostila de Microbiologia Geral Final

ATIVIDADES

1. Qual a diferença entre culturas mistas, puras e axênicas?

2. Por que os meios sólidos são preferidos para o isolamento dos micro-

organismos?

3. Esquematize os métodos de esgotamento por estrias simples e composta.

Page 20: Apostila de Microbiologia Geral Final

ANEXO

1. Segure a alça de inoculação como na figura

2. Esterilize a alça de repicagem, deixe-a esfriar

3. Transfira a suspensão bacteriana contida na alça de repicagem para a superfície do

meio de cultura, espalhando conforme uma das técnicas: estria simples e estria

composta.

Page 21: Apostila de Microbiologia Geral Final

4.

4. Espalhar o inóculo na área A e estriar em direção a B. Repetir o processo de B para

C.

Page 22: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

Em microbiologia, são utilizados dois tipos principais de coloração: coloração

simples e coloração diferencial. Na coloração simples utiliza um único corante e revela

os formatos básicos das células e seus arranjos. Por outro lado, a coloração diferencial

utiliza dois ou mais corantes e diferencia dois tipos de organismos ou partes diferentes

de um mesmo organismo.

A coloração de Gram, provavelmente a coloração diferencial que mais tem sido

utilizada, foi desenvolvida pelo médico dinamarquês Hans Christian Gram em 1884.

Durante a coloração de Gram, as células são tratadas com cristal violeta (corante

primário) e em seguida com uma solução de iodo (mordente), resultando na formação

de um complexo cristal violeta-iodo (CVI) dentro da célula. Quando uma bactéria

Gram-negativa é tratada com etanol, o lipídeo na membrana é dissolvido e removido.

Isso rompe a membrana externa e aumenta sua permeabilidade. Assim, o CVI pode ser

removido, descorando a célula que pode então ser tingida com o corante safranina.

Em bactérias Gram-positiva, o etanol faz com que os poros no peptideoglicano

se contraiam, e o CVI permanece no interior da célula.

OBJETIVOS

Realizar a técnica de coloração de Gram para o exame microscópico, diferindo

as bactérias de acordo com sua resposta a coloração de Gram.

MATERIAIS

Micro-organismos

Cultura de bactérias em meio líquido ou sólido crescidas por 24 horas.

Meios e soluções

Água destilada, cristal violeta, lugol, álcool, fucsina ou safranina, óleo de

imersão.

Equipamentos e utensílios

Microscópio ótico, lâminas, alça de repicagem, bico de Bunsen, bandejas e

suporte para lâminas.

PRÁTICA 6

COLORAÇÃO DIFERENCIAL: Gram

Page 23: Apostila de Microbiologia Geral Final

PROCEDIMENTO

Limpe bem uma lâmina com papel, flambe-a com o bico de Bunsen e deixe-a

esfriar a temperatura ambiente.

Esterilize a alça de repicagem, aquecendo-a ao rubro no bico de Bunsen.

Transfira assepticamente com a alça de repicagem uma gota da cultura de

bactéria do meio líquido ou sólido, para o centro da lâmina. Se a cultura estiver

em meio sólido, coloque uma gota de água destilada sobre a lâmina e colete o

material, e adicione na gota pré existente.

Prepare o esfregaço, espalhando a suspensão com a alça de repicagem;

Fixe o esfregaço por três vezes.

Deixe a lâmina esfriar.

Inicie a coloração de Gram, sempre respeitando o tempo indicado para cada

reagente.

Cubra o esfregaço com cristal violeta (1 minuto), em seguida, lave com água

destilada (evite jato de água muito forte sobre o esfregaço, para não desprendê-

lo).

Cubra com solução de lugol (1 minuto). Lave com água destilada.

Lave a lâmina com etanol 95%, rapidamente, até que não desprenda mais

corante da preparação.

Lave o excesso de água com álcool.

Cubra o esfregaço com solução safranina ou fucsina (30 segundos)

Lave a lâmina com água e deixe-a secar ao ar.

Manuseie corretamente o microscópio ótico. Focalize o material corado,

sequencialmente, com as objetivas de 4X, 10X, 40 X.

Trave o microscópio, adicione uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço e

visualize com a objetiva de 100X, usando o micrométrico.

Terminada a observação, desligue a luz, gire o revolver para encaixar a objetiva

de menor aumento, passando pela objetiva de 10X, abaixe a platina e retire a

lâmina.

Após a observação, descarte a lâmina e a lamínula em locais apropriados.

OBSERVAÇÃO: Limpar as lentes das objetivas com éter.

Page 24: Apostila de Microbiologia Geral Final

ATIVIDADES

1. Desenhe os campos observados, fazendo distinção entre a forma, arranjo das

bactérias e cor predominante.

Bactéria 1 Bactéria 2

2. Por que a coloração de Gram é importante em microbiologia?

3. Dê exemplos de outras técnicas de coloração diferencial, além da coloração de

Gram.

Page 25: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

Os micro-organismos normalmente crescem em complexas populações, as quais

são encontrados em solo, águas, ar, alimentos, serragem e na superfície de qualquer

lugar.

Os fungos terrestres são as espécies mais conhecidas entre os fungos. Ente grupo

inclui leveduras e fungos filamentosos. Todos caracterizam pela nutrição através da

absorção e com exceção das leveduras (geralmente unicelulares), a maioria produz um

micélio bem desenvolvido constituído de hifas septadas ou cenocíticas.

Como saprófitos, degradam a matéria orgânica transformando-a em formas

químicas simples que retornam ao solo. Por outro lado, podem causar a deterioração de

alimentos, tecidos vegetais e ambientes. Como parasitas, causam doenças em vegetais e

animais, inclusive no homem. Os fungos podem atuar ainda em associações simbióticas

de grande importância, como as associações com outros organismos, tais como as algas,

formando os líquens, ou com raízes de plantas, formando as micorrizas.

Para o estudo de uma determinada espécie é necessário separá-la da população

mista. Os métodos usados para o isolamento de fungos e seu cultivo dependem muito do

seu habitat natural. Geralmente, empregam-se meios sólidos acidificados, com pH em

torno de 4 a 5, com o objetivo de inibir o crescimento de bactérias.

Nos últimos anos, o desenvolvimento de novos meios de cultura e novas técnicas

de isolamento, detecção e enumeração de fungos têm-se aperfeiçoado muito no âmbito

internacional, sendo, entretanto, muito pouco explorados no Brasil, até o momento.

OBJETIVOS

Isolar fungos de diferentes ambientes e preparar lâminas a partir de cultura pura.

PROCEDIMENTO

Amostras

Frutas e vegetais em decomposição, cogumelos, material vegetal contaminado

com fungos fitopatogênicos.

Meios e soluções

Ágar Sabouraud, azul de metileno e óleo de imersão.

PRÁTICA 7

ISOLAMENTO DE FUNGOS FILAMENTOSOS

Page 26: Apostila de Microbiologia Geral Final

Equipamentos e utensílios

Incubadora, pinça, placas de Petri com ágar sabouraud, alça de platina e/ou

agulha de inoculação, estilete, papel absorvente.

PROCEDIMENTO

Isolamento de fungos filamentosos saprófitas a partir de material vegetal em

decomposição:

Recolher com alça de platina e/ou agulha de inoculação esporos ou micélio de

fungos contaminando alimentos ou outros materiais em decomposição.

Fazer três pontos no centro da placa de ágar Sabouraud.

Identificar as placas colocando o nome da amostra e grupo.

Incubar a 25 ºC por 7 dias ou até a formação visível de colônias.

Isolamento de fungo saprófita a partir do corpo de frutificação (cogumelo)

Lavar bem o cogumelo em água corrente e deixar escorrer o excesso de água em

papel absorvente limpo.

Molhar a pinça no álcool, passar pela chama e esperar até que todo o álcool se

queime.

Abrir o cogumelo e, do interior, retirar uma pequena porção do pseudotecido

com auxílio de uma pinça.

Transferir o fragmento do cogumelo para uma placa com ágar Sabouraud

(colocar em cada placa 4 fragmentos bem separados uns dos outros).

Incubar a 25 ºC por 7 dias ou até a formação visível de colônias.

Preparo de lâminas e visualização em microscópio ótico

Retirar o bloco de ágar com o fungo desenvolvido.

Transferir para a lâmina e adicionar o azul de metileno.

Cobrir com lamínula e esmagar o bloco

Observar no microscópio. Manuseie corretamente o microscópio ótico. Focalize

o material corado, sequencialmente, com as objetivas de 4X, 10X, 40 X.

Trave o microscópio, adicione uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço e

visualize com a objetiva de 100X, usando o micrométrico.

Page 27: Apostila de Microbiologia Geral Final

Terminada a observação, desligue a luz, gire o revolver para encaixar a objetiva

de menor aumento, passando pela objetiva de 10X, abaixe a platina e retire a

lâmina.

Após a observação, descarte a lâmina e a lamínula em locais apropriados.

OBSERVAÇÃO: Limpar as lentes das objetivas com éter.

ATIVIDADES

1. Avalie o crescimento de fungos nos meios utilizados e esquematize as colônias

fúngicas encontradas.

Saprófita Cogumelo

2. Esquematize as estruturas dos fungos

Page 28: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

O método de contagem em placa é a técnica mais utilizada na determinação do

tamanho de uma população bacteriana. A grande vantagem deste método é que as

células viáveis são qualificadas. Em contra partida, a desvantagem pode ser o tempo, em

geral 24 horas, para o aparecimento visível de colônias na placa.

Na realização do método de contagem em placa é essencial que somente um

número limitado de colônias cresça em cada placa. Normalmente, somente serão

analisadas para contagem, as placas que contem entre 30 e 300 colônias.

Quando essa técnica é utilizada, deve-se utilizar o método de diluição seriada

para garantir que o número de colônias na placa permaneça na faixa desejada. Na

diluição seriada o inóculo é diluído em uma série de tubos de diluição, onde cada tubo

subseqüente conterá um décimo do número de bactérias presentes na anterior.

Posteriormente, as amostras destes tubos serão transferidas para placas de Petri

contendo meio de cultura onde ocorrerá o crescimento das colônias e a contagem.

Existem duas metodologias para se realizar a contagem de bactérias em placa:

método de espalhamento em superfície (spread plate) ou método de espalhamento em

profundidade (pour plate).

No método de espalhamento em superfície, 0,1 mL da diluição bacteriana é

adicionado a superfície do meio contendo ágar já solidificado. O inóculo é então,

espalhado uniformemente na superfície por meio de um bastão de vidro especial (alça

de Drigalsky).

Nesse método, as colônias crescem somente na superfície do meio e não entram

em contato com o ágar fundido, permitindo identificar e observar características da

colônia.

OBJETIVOS

Identificar micro-organismos presentes em amostras de leite utilizando como

metodologia a técnica de plaqueamento em superfície.

AMOSTRA

Amostra de leite obtida no mercado de Cuiabá.

PRÁTICA 8

CONTAGEM PADRÃO EM PLACA: Spread plate

Page 29: Apostila de Microbiologia Geral Final

EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS

Placas de Petri com meios de cultivo (Ágar nutriente), tubos de diluição (Água

peptonada), bico de Bunsen, pipetas, pipetadores, alça de Drigalski.

PROCEDIMENTO

Marque os tubos de diluição presentes na estante com os valores da diluição (10-

1, 10

-2, 10

-3, etc. As diluições que serão utilizadas dependerão da natureza da

amostra).

Faça o mesmo com as placas de Petri. Faça duplicata de cada placa.

Agite bem o material recebido (amostra), retire 1,0 mL com pipeta esterilizada e

transfira para o tubo marcado 10-1

. Agite-o.

A partir do tubo 10-1

transfira 1,0 mL utilizando pipeta esterilizada para o tubo

marca 10-2

. Agite. Repita este procedimento até atingir a diluição necessária.

Coloque cuidadosamente 0,1 mL da suspensão do tubo marcado 10-2

, após agitá-

lo, no centro das placas marcadas com esta diluição (Anexo).

Espalhe bem o material presente em ambas as placas, utilizando a alça de

Drigalski. Para tanto, a alça (que deve permanecer mergulhada em álcool) deve

ser flambada e depois esfriada antes de entrar em contato com o material a ser

espalhado.

Repita o procedimento para os demais tubos de diluição (10-3

e 10-4

).

As placas deverão ser incubadas a 37 ºC por 48 horas.

Conte as colônias nas placas cujo número esteja entre 30-300. Calcule a média

das duplicatas e registre como UFC (unidades formadoras de colônias)/mL.

Cálculo e expressão dos resultados

ATIVIDADES

1. Cite as vantagens de utilizar a técnica de espalhamento em superfície.

UFC/mL = nº colônias x inverso da diluição = UFC/mL

Inóculo

Page 30: Apostila de Microbiologia Geral Final

2. Esquematize o processo de diluição e plaqueamento em superfície

3. Expresse os valores encontrados nas placas selecionadas (30 a 300 colônias)

Page 31: Apostila de Microbiologia Geral Final

ANEXO

Figura 1 Plaqueamento em superfície (Harley e Prescott, 2002)

Page 32: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

No método de plaqueamento em profundidade (pour plate), 1,0 mL da diluição

bacteriana é inoculado diretamente na placa de Petri. O meio de cultivo, mantido em

banho-maria a 50 ºC é vertido sobre a amostra, que será misturada, agitando-se

suavemente a placa. Após a solidificação do ágar a placa é incubada na temperatura de

crescimento das bactérias.

Esta metodologia permite o crescimento das colônias dentro e na superfície da

placa de ágar.

Bactérias sensíveis ao calor são destruídas durante a solidificação do ágar, não

formando colônias; essa metodologia tem ainda a desvantagem de não ser aplicável em

métodos diagnósticos, ou seja, quando é necessário identificar uma colônia

característica na superfície do meio.

OBJETIVOS

Analisar a qualidade da água obtidas de diferentes residências na cidade de

Cuiabá-MT, aplicando a técnica de espalhamento em profundidade (pour plate).

MATERIAIS E UTENSÍLIOS

Placas de Petri, ágar nutriente, tubos de diluição (Água peptonada), bico de

Bunsen, pipetas, pipetadores, alça de Drigalski, frascos de coleta de água, tiossulfato de

sódio 10%, banho-maria a 50ºC.

PROCEDIMENTOS

Recolher a água seguindo os procedimentos de coleta (Anexo).

Adicioná-la ao frasco contendo 0,1 mL de tiossulfato de sódio 10%.

Marque os tubos de diluição presentes na estante com os valores da diluição (10-

1, 10

-2, 10

-3, etc. As diluições que serão utilizadas dependerão da natureza da

amostra).

Faça o mesmo com as placas de Petri. Faça duplicata de cada placa.

PRÁTICA 9

CONTAGEM PADRÃO EM PLACA: Pour plate

Page 33: Apostila de Microbiologia Geral Final

Agite bem o material recebido (amostra), retire 1,0 mL com pipeta esterilizada e

transfira para o tubo marcado 10-1

. Agite-o.

A partir do tubo 10-1

transfira 1,0 mL utilizando pipeta esterilizada para o tubo

marca 10-2

. Agite. Repita este procedimento até atingir a diluição necessária.

Porções de 1,0 mL de cada diluição preparadas como na aula anterior dever ser

assepticamente colocadas no interior (centro) das mesmas e imediatamente o

meio fundido deve ser adicionado. Mover a placa cuidadosamente num

movimento em forma de 8, várias vezes para homogeneizar.

Após a solidificação do meio na placa, levar à estufa e incubar na posição

invertida.

Contar (calcular a média) e expressar em UFC/mL.

Cálculo e expressão dos resultados

ATIVIDADES

1. Cite as vantagens de utilizar a técnica de espalhamento em profundidade.

2. Esquematize o processo de diluição e plaqueamento em profundidade.

3. Expresse os valores encontrados nas placas selecionadas (30 a 300

colônias).

UFC/mL = nº colônias x inverso da diluição = UFC/mL

Inóculo

Page 34: Apostila de Microbiologia Geral Final

ANEXO

Figura 1 Plaqueamento em profundidade (Harley e Prescott, 2002)

Page 35: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

O método do número mais provável (MNP), também chamada de técnica dos

tubos múltiplos, é outra técnica utilizada para estimar a contagem de alguns tipos de

micro-organismos, como coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli

e Staphylococcus aureus.

Esse método foi introduzido por volta de 1915, mas muito utilizado até hoje. No

entanto, o método do NMP fornece somente uma estimativa de 95% de probabilidade

de a população bacteriana conter um número de bactérias e que o NMP da tabela é

estatisticamente o número mais provável.

Esta técnica estatística tem como princípio: quanto maior o número de bactérias

em uma amostra maior será o número de diluições necessárias para eliminar totalmente

o crescimento em tubos contendo meios de cultura.

Na técnica do NMP, a amostra a ser analisada, após homogeneização, é

submetida à pelo menos três diluições decimais seriadas. De cada uma dessas diluições,

alíquotas iguais são transferidas para três ou para cinco tubos contendo o meio de

cultura escolhido e um tubo coletor de gás (tubo de Durhan). Todos os tubos são

incubados, e, em seguida, os positivos são identificados. Para E. coli, positividade

significa turvação do meio com produção de gás.

OBJETIVOS

Determinar coliformes totais, coliformes termotolerantes e E. coli em amostra de

água obtida de locais diversos.

MATERIAIS E UTENSÍLIOS

Amostra de água bruta, Tubos de ensaio contendo meio Caldo Lactosado com

Púrpura de Bromocresol, Caldo Lactosado Verde Brilhante Bile a 2%, Caldo EC-MUG

(suplementado com 4-metilumbeliferil-β-Dglicuronídeo), tubos de Durhan, alça de

platina, pipetas 5 e 10 mL, pipetadores, luz ultravioleta .

PROCEDIMENTOS

PRÁTICA 10

TÉCNICA DO NÚMERO MAIS PROVÁVEL: Tubos múltiplos

Page 36: Apostila de Microbiologia Geral Final

DETERMINAÇÃO DE COLIFORMES TOTAIS

Teste presuntivo

Identificar 15 tubos, contendo caldo lactosado com púrpura de bromocresol (CL-

PBC), com o volume e/ou diluição da amostra a ser inoculada e dispô-los em

uma estante, em fileiras de 5 tubos.

Homogeneizar a amostra.

Com uma pipeta de 10 mL, transferir 10 mL da amostra para um frasco contendo

90 mL de água de diluição tamponada, antecipadamente identificado. Prepara-se

assim a primeira diluição decimal (10-1

), sendo que 1 mL da mesma corresponde

a 0,1 mL da amostra;

Desprezar a pipeta de 10 mL e, com uma pipeta de 5 mL, inocular 1 mL da

amostra em cada um dos 5 tubos correspondentes a essa quantidade de inóculo;

Homogeneizar a amostra com a primeira diluição (10-1

) agitando vigorosamente

o frasco e, com uma nova pipeta, transferir 10 mL para um frasco contendo 90

mL de água de diluição tamponada, conseguindo-se assim, a segunda diluição

decimal (10-2

), sendo que 1 mL da mesma corresponde a 0,01 mL da amostra;

Proceder dessa maneira na seqüência de diluições desejadas;

Após a inoculação de todos os volumes da amostra e/ou diluições requeridas,

colocar a estante contendo os tubos inoculados em incubadora a 37ºC, durante

24 horas;

Após esse período de incubação, efetuar a primeira leitura de resultados (24

horas). Retirar os tubos com resultado positivo (produção de gás) e anotar os

resultados;

Retornar os tubos com resultado negativo à incubadora, por um período

adicional de 24 horas.

Na segunda leitura (48 horas), os tubos com resultado positivo serão separados e

os negativos, desprezados.

Teste confirmativo

Para a realização do ensaio confirmativo, todos os tubos com resultado positivo

em caldo lactosado com púrpura de bromocresol (CL-PBC) nas leituras de 24 e 48

horas serão submetidos à confirmação imediatamente após as respectivas leituras.

Page 37: Apostila de Microbiologia Geral Final

Identificar os tubos contendo caldo lactosado verde brilhante e bile a 2%

(CLVBB) correspondentes a cada tubo de CL-PBC com resultado presuntivo

positivo;

Agitar cada tubo de CL-PBC e com uma alça de platina, inocular o tubo de

CLVBB correspondente, evitando a película superficial que pode se formar no

CL-PBC presuntivo positivo;

Incubar os tubos por 48 horas, a 37ºC;

Proceder à leitura, considerando como teste confirmativo positivo todos os tubos

que apresentarem formação de gás e turvação do meio;

Anotar resultados e calcular o NMP a partir dos dados obtidos.

Determinação de Escherichia coli

Realizada a partir dos tubos positivos de CL-PBC.

Efetuar a marcação de tubos contendo meio EC-MUG (previamente mantidos

em banho-maria a 44,5 ± 0,2ºC durante um mínimo de 30 minutos) com os

números correspondentes a cada tubo CL-PBC positivo;

Agitar bem cada tubo e com uma alça de semeadura, inocular o tubo EC-MUG

correspondente, evitando a película superficial que pode se formar na cultura

presuntiva positiva;

Incubar os tubos EC-MUG inoculados, no máximo até 30 minutos após a

inoculação, em banho-maria 44,5 ± 0,2ºC por 24 horas;

Proceder à leitura, considerando como resultado positivo, todos os tubos que

apresentaram fluorescência azul sob luz ultravioleta (lâmpada 3 a 6w, ondas

longas 365nm).

Cálculo e expressão de resultados

A Tabela 1 apresenta o NMP para várias combinações de resultados positivos e

negativos, quando são inoculados 5 porções de 10 mL, 5 porções de 1 mL e 5 porções

de 0,1 mL da amostra. Para a sua utilização, procuram-se os códigos formados por três

algarismos correspondentes ao número de tubos com resultado positivo em três séries

consecutivas inoculadas. Para a obtenção do NMP de coliformes totais, o código é

composto com resultado positivo no meio Caldo VBB.

Page 38: Apostila de Microbiologia Geral Final

Quando são inoculadas 3 séries de 5 tubos, sendo utilizados os volumes

indicados na tabela (10 mL, 1,0 mL e 0,1 mL), o NMP é obtido diretamente na tabela.

Quando são inoculadas 3 séries de 5 tubos, sendo utilizados volumes decimais

diferentes aos indicados na tabela, procura-se o código formado pelo número de tubos

com resultados positivos obtido nas três séries consecutivas inoculadas, verificando-se o

valor de NMP correspondente a ele. O NMP/100 mL será dado através da seguinte

fórmula:

ATIVIDADES

1. Expresse os resultados obtidos nas análises

NMP correspondente ao código × _______10__________

Maior volume inoculado

Page 39: Apostila de Microbiologia Geral Final

ANEXO

Tabela 1 Cálculo do número mais provável (NMP)

Índice de N.M.P. e Limites de Confiança de 95% para várias combinações de

resultados positivos e negativos, quando são utilizadas 5 porções de 10 mL, 5 porções

de 1mL, 5 porções de 0,1 mL

Nº de tubos que apresentam

reação positiva quando são

utilizados

Índice de

N.N.P.

Limites de confiança 95 %

5 tubos

de 10 mL

5 tubos

de 1 mL

5 tubos de

0,1 mL

por 100 mL

Inferior

Superior

0 0 0 <2 - -

0 0 1 2 <1 10

0 1 0 2 <1 10

0 2 0 4 <1 13

1 0 0 2 <1 11

1 0 1 4 1 15

1 1 0 4 1 15

1 1 1 6 2 18

1 2 0 6 2 18

2 0 0 4 1 17

2 0 1 7 2 20

2 1 0 7 2 21

2 1 1 9 3 24

2 2 0 9 3 25

2 3 0 12 5 29

3 0 0 8 3 24

3 0 1 11 4 29

3 1 0 11 4 29

3 1 1 14 6 35

3 2 0 14 6 35

3 2 1 17 7 40

4 0 0 13 5 36

4 0 1 17 7 45

4 1 0 17 7 46

4 1 1 21 9 55

4 1 2 26 12 63

4 2 0 22 9 56

4 2 1 26 12 65

4 3 0 27 12 67

4 3 1 33 15 77

4 4 0 34 16 80

5 0 0 23 9 86

5 0 1 30 10 110

5 0 2 40 20 140

5 1 0 30 10 120

5 1 1 50 20 150

5 1 2 60 30 160

5 2 0 50 20 170

5 2 1 70 30 210

5 2 2 90 40 250

5 3 0 60 30 250

5 3 1 110 40 300

5 3 2 140 60 360

5 3 3 170 80 410

5 4 0 130 50 390

5 4 1 170 70 480

5 4 2 220 100 560

5 4 3 260 120 690

5 4 4 350 160 820

5 5 0 240 100 940

5 5 1 300 100 1300

5 5 2 500 200 2000

5 5 3 900 300 2900

5 5 4 1600 600 5300

5 5 5 >1600 - -

Page 40: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

A técnica de membrana filtrante (MF) é um método rápido e preciso para

isolamento e identificação de colônias de bactérias. Esta técnica é recomendada pelo

Standard of Methods for the Examination of Water and Wasterwater, referência

internacional em análises em águas.

Na técnica de MF, volumes conhecidos da amostra são filtrados através de

membranas com uma porosidade 0,45µm, onde as bactérias ficam retidas. Essas

membranas são dispostas sobre meios de cultura sólidos preparados em placas de Petri e

incubadas; assim, as bactérias crescerão na superfície das membranas formando

colônias discretas.

A seletividade do meio de cultura propiciará a identificação de colônias típicas

da bactéria procurada, por características morfológicas e de cor. A densidade de

bactérias é obtida pela contagem das colônias típicas, e os resultados são expressos em

unidades formadoras de colônias (UFC)/100 mL.

O volume da amostra a ser filtrada depende da qualidade presumível da água.

Para águas de boa qualidade, por exemplo, águas tratadas, devem-se filtrar 100 mL da

amostra; em contrapartida, amostras de águas de pior qualidade exigirão diluições, caso

contrário, o número de colônias será tão elevado que dificultará a contagem ou

prejudicará o crescimento das bactérias em colônias discretas.

Em geral, recomenda-se que a contagem seja feita em membranas com 20-80

colônias, nunca com mais de 200. Portanto, na análise de água de qualidade

desconhecida deve-se filtrar diferentes diluições da amostra, sempre em réplicas.

OB JETIVO

Realizar análises bacteriológicas em amostras ambientais através da técnica de

membrana filtrante para determinar os principais indicadores utilizados no controle de

qualidade de águas.

MATERIAIS E UTENSÍLIOS

Amostra de água bruta, porta-filtro adaptados ao frasco de filtração, Kitassato de

segurança, placas de Petri contendo meio Ágar M-Endo Les (coliformes totais), Ágar

PRÁTICA 11

TÉCNICA DE MEMBRANA FILTRANTE

Page 41: Apostila de Microbiologia Geral Final

m-FC (coliformes termotolerantes) e Ágar Chromocult (coliformes totais e Escherichia

coli), pinças, provetas, membranas filtrantes, água de diluição tamponada estéril

(Tampão Fosfato com Cloreto de Magnésio).

PROCEDIMENTO

1a Etapa – Identificação da amostra, definir os volumes a serem filtrados em

função de sua procedência

Tabela 1 Seleção de volumes recomendados para filtração de acordo com a procedência

da amostra.

Fonte: American Public Health Association (APHA)

Identificar as placas de Petri com o número da amostra, volume da amostra a ser

filtrado, identificação do grupo e data.

2a Etapa – Filtração da amostra

Homogeneizar a amostra;

Distribuir os volumes requeridos da amostra em provetas estéreis ou diretamente

nos porta-filtro graduados para efetuar a filtração;

Retirar a parte superior do porta-filtro e, com as extremidades de uma pinça

flambada e resfriada, colocar a membrana filtrante estéril, com a face

quadriculada voltada para cima, centralizando-a sobre a parte inferior do porta-

filtro;

Acoplar a parte superior do porta-filtro à parte inferior, tomando cuidado para

não danificar a membrana;

Verter cuidadosamente o volume da amostra a ser examinada no porta-filtro,

evitando que a água respingue sobre as bordas superiores do mesmo;

Ligar a bomba de vácuo e proceder à filtração;

Volumes a serem filtrados Procedência da amostra 100 50 10 1 0,1

Águas tratadas Águas de piscinas Águas de poços, fontes, nascentes Águas de lagos, reservatórios Mananciais que abastecem ETA’s

X X X X

X X

X X X

X

X

Page 42: Apostila de Microbiologia Geral Final

Após a filtração, enxaguar o porta-filtro duas vezes, com porções de

aproximadamente 20 a 30 mL de água de diluição tamponada estéril, para evitar

a retenção de alguma bactéria nas paredes internas do mesmo;

Desligar a fonte de vácuo ao finalizar a operação;

Separar a parte superior do porta-filtro e, com uma pinça cujas extremidades

foram flambadas e resfriadas, retirar, com cuidado, a membrana. Acoplar

novamente a parte superior do porta-filtro à parte inferior;

Obedecendo aos cuidados de assepsia, colocar cuidadosamente a membrana,

com a superfície quadriculada voltada para cima, na superfície do meio de

cultura contido na placa de Petri.

Seguir as seguintes condições de incubação:

Contagem Meio de cultura Condições de incubação

Coliformes totais Ágar M-Endo Les 35ºC / 24 horas

Coliformes termotolerantes Ágar m-FC 44,5ºC / 24 horas

Coliformes totais e

Escherichia coli

Ágar Chromocult 35ºC / 24 horas

Após o período de incubação, efetuar a contagem de colônias típicas nos

diversos meios:

Meio de cultura Contagem Características das colônias

Ágar M-Endo Les Coliformes totais Róseas a vermelho escuras, com

brilho verde metálico ou brilho

dourado

Ágar m-FC Coliformes

termotolerantes

Azuis

Ágar Chromocult Coliformes totais Rosadas

Ágar Chromocult Escherichia coli Azuis escuras ou violeta

3a Etapa – Leitura

Page 43: Apostila de Microbiologia Geral Final

Os limites aceitáveis para a contagem de colônias típicas de coliformes totais em

M-Endo Ágar Les ou Ágar M-Endo se situam entre 20 a 80, sendo que a

contagem total (colônias típicas e atípicas) deve ser inferior a 200;

No caso de terem sido filtrados volumes diferentes de 100 mL, selecionar para

leitura apenas aquele (s) que tiver (em) fornecido contagem de colônias dentro

dos limites aceitáveis;

Se a contagem em todos os volumes filtrados for inferior a 20 colônias típicas,

não considerar o limite mínimo e efetuar a leitura em todas as placas

correspondentes aos volumes filtrados da amostra

Nos casos em que todos os volumes filtrados fornecerem contagem superiores a

80, mas for possível a contagem, efetuar a contagem no menor desses volumes;

Quando todos os volumes filtrados não apresentarem crescimento bacteriano,

expressar o resultado como: ausência de coliformes ou, <1 coliformes por 100

mL;

Quando a estimativa visual do total de colônias (típicas e atípicas) for superior a

200, ou quando houver crescimento em toda a área de filtração da membrana,

sem colônias bem definidas (crescimento confluente), a contagem não é

efetuada, sendo requerido o procedimento de confirmação da presença de

coliformes;

Ocasionalmente, as bactérias do grupo coliforme podem produzir colônias

atípicas. Nos casos em que ocorrem apenas colônias atípicas em grande número,

é recomendável efetuar a contagem e posterior confirmação.

Cálculo e expressão de resultados

Calcular a densidade de coliformes totais a partir da contagem de colônias

típicas em M-Endo Ágar Les ou m-Endo em 100 ml da amostra filtrada, através da

aplicação da seguinte fórmula:

Nº de colônias de coliformes totais/ 100 mL = nº de colônias típicas × 100

Volume filtrado da amostra (mL)

Page 44: Apostila de Microbiologia Geral Final

Se as contagens obtidas forem inferiores aos limites ideais, considerar as

contagens efetuadas em todas as placas (incluindo as que forem igual a zero)

correspondentes aos volumes filtrados e calcular a densidade em 100 mL através da

seguinte fórmula:

ATIVIDADES

1. Expresse os valores encontrados

Nº de colônias de coliformes totais/ 100 mL = Soma das colônias típicas × 100

Soma dos volumes correspondentes às contagens (mL)

Page 45: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

Mais recentemente desenvolveram-se métodos baseados nas atividades

enzimáticas específicas dos coliformes (ß-galactosidade) e de E. coli (ß-glucoronidase).

Os meios de cultura contêm nutrientes indicadores (substrato cromogênico) que,

hidrolisados pelas enzimas específicas dos coliformes e/ou E. coli, provocam uma

mudança de cor no meio, no caso de coliformes, ou produzem fluorescência quando a

amostra é exposta à luz ultravioleta, no caso de E. coli. Estes substratos cromogênicos,

quando hidrolisados pelas enzimas dos coliformes e de E. coli, liberam,

respectivamente, O-nitrofenol (de cor amarela) e 4-metil-unberliferona (fuorescente).

O método pode ser aplicado tanto em análises qualitativas, como quantitativas.

Além da maior precisão, outra grande vantagem é o tempo de resposta, já que a

determinação simultânea de coliformes (totais) e de E. coli é efetuada após incubação

das amostras a 37 ºC por 24 horas, não havendo necessidade de ensaios confirmativos.

OBJETIVOS

Determinar coliformes totais e Escherichia coli em amostra de água bruta,

através da técnica do substrato cromogênico e fluorogênico pela técnica de tubos

múltiplos e pelo método de presença-ausência.

MATERIAIS E UTENSÍLIOS

Amostra de água bruta, Substrato cromogênico/fluorogênico adquirido

comercialmente (Colilert), cartelas Quanti-Tray®, Frascos contendo água de diluição

tamponada, seladora.

PROCEDIMENTOS

Método quantitativo

Selecionar a diluição adequada para o teste.

Abrir, assepticamente, um envelope contendo a quantidade pré-pesada do

substrato (envelope adquirido comercialmente), requerida para o teste.

Adicionar o conteúdo do mesmo a 100 mL da amostra de água, contida em

frasco estéril.

PRÁTICA 12

MÉTODO DO SUBSTRATO CROMOGÊNICO/FLUOROGÊNICO

Page 46: Apostila de Microbiologia Geral Final

Fechar o recipiente e homogeneizar bem para sua completa dissolução.

Coloque a amostra na cartela Quality-Tray e sele-a

Incubar por 24 horas a 37 ºC.

Método de presença-ausência (qualitativo)

Abrir, assepticamente, um envelope contendo a quantidade pré-pesada do

substrato (envelope adquirido comercialmente), requerida para o teste.

Adicionar o conteúdo do mesmo a 100 mL da amostra de água, contida em

frasco estéril.

Fechar o recipiente e homogeneizar bem para sua completa dissolução.

Incubar por 24 horas a 37 ºC.

Leitura dos resultados

Coliformes Totais: Considerar resultado positivo a coloração amarela nos frascos e na

cartela.

Escherichia coli: Após a leitura dos resultados para coliforme totais, efetuar a

exposição do frasco e da cartela à luz ultravioleta, a uma distância de 6 a 8 cm. Se E.

coli estiver presente, uma fluorescência azul brilhante é observada.

Cálculo e expressão dos resultados

Método quantitativo

Relatar o resultado com NMP/100 mL de coliformes totais e NMP/100 mL de E.

coli. Utilizar as tabelas de NMP específicas.

Método de presença-ausência (qualitativo)

Presença (ou ausência) de coliformes totais por 100 mL.

Presença (ou ausência) de E. coli por 100 mL.

ATIVIDADES

1. Expresse os resultados quantitativo e qualitativo.

Page 47: Apostila de Microbiologia Geral Final

INTRODUÇÃO

A higienização é utilizada com o objetivo de preservar a qualidade

microbiológica de vários ambientes ou alimentos. Pode ocorrer em duas etapas distintas,

onde a primeira corresponde à limpeza que, tem como objetivo principal à remoção de

resíduos orgânicos e minerais aderidos à superfície, constituídos principalmente por

proteínas, gorduras e sais minerais, e depois, a sanificação, para eliminar micro-

organismos patogênicos e reduzir o número de alteradores em níveis aceitáveis.

O procedimento de limpeza pode remover 90% ou mais dos micro-organismos

associados à superfície, porém não possui a capacidade de matá-los, o que pode

posteriormente ocasionar a adesão de tais micro-organismos em outras superfícies. A

sanificação é definida como a operação que visa à destruição de micro-organismos em

níveis toleráveis. Os sanificantes físicos ou químicos eliminam células vegetativas de

micro-organismos de importância para a saúde pública e outros não patogênicos

encontrados nas superfícies de equipamentos, utensílios, manipuladores e dos

ambientes.

Na sanificação por meios físicos emprega-se calor (vapor; água quente) e

radiação ultravioleta, enquanto que na sanificação por agentes químicos utilizam-se

compostos clorados, iodóforos, composto quartenário de amônia, ácido peracético,

peróxido de hidrogênio, ou seja, utilizam-se desde ácidos orgânicos até agentes

umectantes complexos.

A redução do número de microrganismos quando se utilizam sanificantes

químicos depende, entre outras coisas, das propriedades microbicidas do agente, da

concentração, da temperatura e do pH, bem como do grau de contato entre o sanificante

e os microrganismos, sendo que esse pode ser conseguido por agitação, turbulência (uso

de ultra-som) e baixa tensão superficial, vale ressaltar, que os vários microrganismos

apresentam resistência diferente aos esterilizantes químicos.

A determinação do sanificante eficiente é freqüentemente realizada nos testes de

suspensão e ocasionalmente por testes baseados na superfície. Os testes de suspensão

têm uma variedade de benefícios, como por exemplo, eles são relativamente simples e

não requerem equipamentos especializados e extensos no laboratório, além de possuir

mão-de-obra barata. Dentro dos testes metodológicos é possível testar uma diversidade

PRÁTICA 13

CONTROLE DE BIOFILME MICROBIANO: Agentes químicos

PRÁTICA 2

PREPARO DE MEIO DE CULTURA

Page 48: Apostila de Microbiologia Geral Final

de variáveis incluindo o tempo de contato, temperatura, tipos de microrganismos e

superfícies de interferência. Porém, o maior problema, é que eles não refletem

necessariamente condições de uso.

OBJETIVOS

Verificar a eficiência de agentes químicos sobre o biofilme.

EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS

Pipetas, bico de Bunsen, tubos de ensaio com água peptonada, placas com Ágar

nutriente, caldo nutriente, placas de Petri estéril, cepas padrão de Escherichia coli e

Bacillus subtilis, cupons de diferentes materiais, swabs, hipoclorito de sódio 2% , ácido

peracético 0,2%.

PROCEDIMENTO

Adesão das células bacterianas

Adicionar em placas de Petri de 140 mm de dimensão, os cupons, 60 mL de

caldo nutriente e 1 mL de cada cultura.

Incubar a 37 ºC por 5 dias.

Enumeraçã das células aderidas

Retirar com auxilio de uma pinça um cupom, lavá-lo em água destilada estéril,

para a eliminação de células não aderidas;

Remover o biofilme utilizando-se swab padronizado esterilizado.

Transferir os swabs para tubos contendo água peptonada 0,1% (v/v), sendo, em

seguida, agitados em vórtex, por 2 minutos.

Promover diluição seriada;

Empregar a técnica de espalhamento em superfície em caldo nutriente.

Incubar as placas a 37 ºC, por, aproximadamente, 24 horas, sendo realizada, ao

final desse período, a contagem padrão em placas, expressa em UFC/cm2

Page 49: Apostila de Microbiologia Geral Final

Sanificação

Retirar um cupom da placa de Petri,

Transferí-lo para 10 mL de solução sanificante e movimentar suavemente, para

melhor contato do agente químico com o biofilme, durante 15 minutos, à

temperatura ambiente;

Enxaguar os cupons em água destilada estéril;

Realizar esfregaço com swabs estéreis;

Transferir os swabs para tubos contendo água peptonada 0,1% (v/v), sendo, em

seguida, agitados em vórtex, por 2 minutos.

Promover diluição seriada;

Empregar a técnica de espalhamento em superfície em caldo nutriente.

Incubar as placas a 37 ºC, por, aproximadamente, 24 horas, sendo realizada, ao

final desse período, a contagem padrão em placas, expressa em UFC/cm2

ATIVIDADES

1. Qual o tempo mínimo necessário para matar os micro-organismos, utilizando os

agentes químicos?

2. Expresse os resultados obtidos.

Page 50: Apostila de Microbiologia Geral Final

BLACK, J. G. Microbiologia, fundamentos e perspectivas. 4. ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2002, 829 p.

BRASIL. Vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano/ Ministério

da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 212

p.

HARLEY, J. H.; PRESCOTT, L. M. Laboratory exercises in microbiology. 1. ed.

2002, 466p.

MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; PARKER, J. Microbiologia do Brock. 10 ed.

São Paulo: Printice Hall, 2004, 608 p.

PELCZAR Jr, M. J.; CHAN, E. C. S; KRIEG, N. R. Microbiologia – conceitos e

aplicações. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, vol. 1 e 2. 1996.

REFERÊNCIAS

Page 51: Apostila de Microbiologia Geral Final

ANEXO Preparo de meios e reagentes

Água de Diluição (Tampão Fosfato com Cloreto de Magnésio)

Solução A (Estoque)

KH2PO4 ________________ 34,0g

Água destilada ___________ completar para 1 litro

pH ____________________ 7,2 ± 0,2

Solução B (Cloreto de magnésio)

Cloreto de magnésio (MgCl2.6H2O) _______ 81,1g

Água destilada _______________________ 1 litro

Água de diluição

Solução A (estoque) ___________ 1,25mL

Solução B (MgCl2) ____________ 5,00 ml

Água destilada _______________ completar para 1 litro

Caldo Lactosado com Púrpura de Bromocresol (CL-PBC) – teste presuntivo

Extrato de carne _________ 3,0g

Peptona _______________ 5,0g

Lactose _______________ 5,0g

Púrpura de bromocresol

(1,0 mL da solução 1%) __ 0,01g

Água destilada _________ 1 litro

pH __________________ 6,9 ± 0,2

Caldo Verde Brilhante Bile 2% (VBB) – teste confirmativo

Bile de boi __________________ 20,0g

Peptona ____________________ 10,0g

Lactose _____________________ 10,0g

Verde brilhante

ANEXO

Page 52: Apostila de Microbiologia Geral Final

(13,3ml da solução aquosa 0,1%)__ 0,0133g

Água destilada ________________ 1 litro

pH _________________________ 7,2 ± 0,2

Caldo E. coli com MUG

Triptose ____________________ 20,0g

Lactose _____________________ 5,0g

Sais biliares nº3 ______________ 1,5g

Fosfato dipotássico (K2HPO4) ___ 4,0g

Fosfato monopatássico (KH2PO4)_ 1,5g

Cloreto de sódio ______________ 5,0g

Água destilada ________________ 1 litro

4-metilumbeliferil-β-Dglicuronídeo_ 50 mg

pH _________________________ 6,0 ± 0,2

Ágar Cetrimide

Hidrolisado pancreático de gelatina ______ 20,0g

Cloreto de magnésio __________________ 1,4 g

Sulfato de potássio ___________________ 10,0g

Glicerol ____________________________ 10,0 mL

Cetrimide __________________________ 0,3g

Ágar ______________________________ 15,0g

Ágar King B

Peptona ______________ 20,0g

MgSO4 . 7H2O ________ 1,5g

K2HPO4 _____________ 1,5g

Glicerol ______________ 10 ml

Ágar King B __________ 15g

Soluções de corantes para a coloração de Gram

Cristal Violeta

Solução A:

Cristal violeta (90% pureza) _________ 2,0g

Page 53: Apostila de Microbiologia Geral Final

Etanol __________________________ 20,0 mL

Solução B:

Oxalato de amônio monohidratado ____ 0,2g

Água destilada ____________________ 20,0 mL

Misturar as soluções A e B, deixar de repouso por 24 horas e filtrar em papel de filtro

comum. Estocar em frasco escuro.

Solução de iodo (Lugol)

Iodo ____________________________ 1,0g

Iodeto de potássio _________________ 2,0g

Água destilada ____________________ 300,0 mL

Colocar o iodeto de potássio num almofariz, adicionar o iodo e homogeneizar com o

pistilo. Adicionar, consecutivamente, porções de 1 mL, 5 mL e 10 mL de água

destilada, homogeneizando a solução após cada adição. Em seguida, transferir a solução

para um frasco escuro, lavando o almofariz e pistilo com o restante da água destilada.

Safranina (contra-corante)

Safranina _________________________ 0,25g

Etanol 95% _______________________ 10,0 mL

Água destilada ____________________ 100,0 mL

Dissolver a safranina no álcool e adicionar a solução resultante aos 100,0 mL de água

destilada.