apostila contabilidade pública

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U NI VE R S I DADE E S T ADU AL DO CE AR F or mao E s pec fi ca em Cont abi l i dade P bl i caDepartamento de Ensino de Graduao - DEG

Di s ci pl i na

CONT AB I L I DADE P B L I CA I I

Aut or J os Wel l i ngt on da S i l [email protected]

Fortaleza, Junho de 2004

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR CURSO DE FORMAO ESPECFICA EM CONTABILIDADE PBLICA

Formao Especfica em Contabilidade PblicaDepartamento de Ensino de Graduao - DEG

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR

Disciplina CONTABILIDADE PBLICA II

Autor Jos Wellington da [email protected]

Direitos Autorais: Este texto foi compilado conforme a legislao vigente com a finalidade de apresentar conceitos de Contabilidade Pblica avanados aos alunos do curso de Formao Especfica em Contabilidade Pblica da UECE. No permitida a sua reproduo no seu do todo ou parte sem autorizao por escrito do autor conforme Lei n 9.610, de 19/02/98.

Disciplina: Contabilidade Pblica II Prof. Jos Wellington da Silva [email protected]

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NDICE

UNIDADE 1 CONTABILIDADE PBLICA ......................................................................................................................... 5 1.1 CONCEITO .................................................................................................................................................................... 5 1.2 OBJETIVOS E CAMPO DE APLICAO ........................................................................................................................... 5 1.3 LEGISLAO BSICA ................................................................................................................................................... 6 1.4 ORGANIZAO............................................................................................................................................................. 6 1.4.1 Sistema Oramentrio......................................................................................................................................... 7 1.4.2 Sistema Financeiro ............................................................................................................................................. 7 1.4.3 Sistema Patrimonial............................................................................................................................................ 7 1.4.4 Sistema de Compensao.................................................................................................................................... 8 UNIDADE 2 REGIMES CONTBEIS ................................................................................................................................. 9 2.1 2.2 2.3 2.4 CONCEITOS .................................................................................................................................................................. 9 REGIME DE CAIXA ....................................................................................................................................................... 9 REGIME DE COMPETNCIA ......................................................................................................................................... 10 REGIME CONTBIL ADOTADO NO BRASIL .................................................................................................................. 10

UNIDADE 3 ORAMENTO PBLICO............................................................................................................................. 11 3.1 LEGISLAO REGULADORA ....................................................................................................................................... 11 3.2 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO .......................................................................................................................... 13 3.2.1 Plano Plurianual............................................................................................................................................... 13 3.2.2 Lei de Diretrizes Oramentrias....................................................................................................................... 14 3.2.3 Anexo de Metas Fiscais..................................................................................................................................... 15 3.2.4 Anexo de Riscos Fiscais .................................................................................................................................... 16 3.2.5 Lei Oramentria Anual ................................................................................................................................... 16 3.3 DIVISO DO ORAMENTO .......................................................................................................................................... 16 3.4 PRINCPIOS ORAMENTRIOS .................................................................................................................................... 17 3.4.1 Princpio do Equilbrio ..................................................................................................................................... 17 3.4.2 Princpio da Unidade........................................................................................................................................ 17 3.4.3 Princpio da Universalidade ............................................................................................................................. 18 3.4.4 Princpio da Anualidade ................................................................................................................................... 18 3.4.5 Princpio da Exclusividade ............................................................................................................................... 19 3.4.6 Princpio do Oramento Bruto.......................................................................................................................... 19 3.4.7 Princpio da Discriminao ou Especializao................................................................................................ 20 3.4.8 Princpio da Publicidade .................................................................................................................................. 20 3.5 COMPOSIO DA PROPOSTA ORAMENTRIA ........................................................................................................... 20 3.6 VEDAES CONSTITUCIONAIS ................................................................................................................................... 23 3.7 CRDITOS ADICIONAIS .............................................................................................................................................. 24 3.7.1 Classificao..................................................................................................................................................... 24 3.7.2 Autorizao e Abertura ..................................................................................................................................... 25 3.7.3 Vigncia ............................................................................................................................................................ 25 3.7.4 Fontes de Recursos ........................................................................................................................................... 25 UNIDADE 4 RECEITA ORAMENTRIA...................................................................................................................... 27 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 RECEITAS TRIBUTRIAS ............................................................................................................................................ 27 RECEITAS DE CONTRIBUIES ................................................................................................................................... 29 RECEITAS PATRIMONIAIS ........................................................................................................................................... 30 RECEITAS AGROPECURIAS ....................................................................................................................................... 30 RECEITAS INDUSTRIAIS .............................................................................................................................................. 31 RECEITAS DE SERVIOS ............................................................................................................................................. 31 TRANSFERNCIAS CORRENTES .................................................................................................................................. 32 OUTRAS RECEITAS CORRENTES ................................................................................................................................. 34 RECEITAS DE CAPITAL ............................................................................................................................................... 35

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4.10 EXECUO DA RECEITA PBLICA .............................................................................................................................. 37 4.10.1 Previso ............................................................................................................................................................ 37 4.10.2 Lanamento....................................................................................................................................................... 37 4.10.3 Arrecadao...................................................................................................................................................... 38 4.10.4 Recolhimento..................................................................................................................................................... 38 4.11 APURAO DA RECEITA CORRENTE LQUIDA ............................................................................................................ 38 4.12 ANULAO E RESTITUIO DE RECEITAS .................................................................................................................. 41 4.13 DVIDA ATIVA ........................................................................................................................................................... 41 4.14 A RECEITA PBLICA NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL..................................................................................... 41 UNIDADE 5 DESPESA ORAMENTRIA...................................................................................................................... 43 5.1 CLASSIFICAO INSTITUCIONAL................................................................................................................................ 43 5.2 CLASSIFICAO FUNCIONAL PROGRAMTICA ........................................................................................................... 44 5.3 CLASSIFICAO ECONMICA..................................................................................................................................... 48 5.4 ESTGIOS DA DESPESA ORAMENTRIA ................................................................................................................... 56 5.4.1 Fixao ............................................................................................................................................................. 56 5.4.2 Licitao ........................................................................................................................................................... 56 5.4.3 Empenho ........................................................................................................................................................... 57 5.4.4 Entrega dos Bens ou Servios ........................................................................................................................... 57 5.4.5 Liquidao ........................................................................................................................................................ 58 5.4.6 Pagamento ........................................................................................................................................................ 58 5.5 RESTOS A PAGAR ....................................................................................................................................................... 58 5.6 DESPESAS DE EXERCCIOS ANTERIORES .................................................................................................................... 59 5.7 ADIANTAMENTOS (SUPRIMENTOS DE FUNDOS) ......................................................................................................... 59 5.7.1 Concesso ......................................................................................................................................................... 60 5.7.2 Contabilizao .................................................................................................................................................. 60 5.7.3 Aplicao .......................................................................................................................................................... 61 5.7.4 Comprovao .................................................................................................................................................... 61 UNIDADE 6 MOVIMENTO EXTRA-ORAMENTRIO .............................................................................................. 62 UNIDADE 7 BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................. 64

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Unidade 1 Contabilidade Pblica

1.1

Conceito Contabilidade Pblica pode ser entendida como a aplicao das tcnicas de registro e apurao do

resultado dos fatos de gesto, que envolva receitas e despesas no mbito da Administrao Pblica, seja ela Federal, Estadual, Distrital, Municipal, Autrquica ou Fundacional. O Professor Heraldo da Costa Reis, em seus comentrios Lei n. 4.320/64, define Contabilidade Pblica como: ...tcnica capaz de produzir, com oportunidade e fidedignidade, relatrios que sirvam Administrao no processo de tomada de decises e controle de seus atos, demonstrando, por fim, os efeitos produzidos por esses atos de gesto no patrimnio da entidade.

1.2

Objetivos e Campo de Aplicao A Contabilidade Pblica pode ser considerada um dos ramos mais complexos da cincia contbil e

tem por objetivo captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenmenos que afetam as situaes oramentrias, financeiras e patrimoniais das entidades de direito pblico interno. No desenvolvimento de suas atividades, a Contabilidade Pblica se diferencia da Contabilidade Geral pelas seguintes caractersticas: Aspecto Campo de Investigao Contabilidade Geral Verifica todos os fatos administrativos e registra-os segundo o princpio da competncia, tanto para receitas, quanto para despesas. Determina o resultado do exerccio (lucro ou prejuzo) Presta contas ao Conselho de Administrao e Acionistas Subsidia a tomada de decises na empresa Controle oramentrio Flexvel Prioriza os custos e resultados de acordo com a natureza das despesas (aluguis, salrios, etc) Contas financeiras e patrimoniais registradas em um nico sistema Todos os ativos e passivos necessariamente evidenciados nas demonstraes contbeis Contabilidade Pblica Verifica todos os fatos administrativos e registra-os segundo o princpio da competncia para as despesas e o princpio de caixa para as receitas. Determina o resultado da gesto (deficit ou superavit) Presta contas ao Poder Legislativo e Populao Subsidia a tomada de decises de governo Controle oramentrio rgido Prioriza despesas de acordo com as funes de governo (Legislativa, Administrao, etc) Contas financeiras e patrimoniais registradas em sistemas distintos Determinados bens, como os de uso comum do povo no so evidenciados nas demonstraes contbeis.

Objetivos

Natureza dos Dados Relevados

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1.3

Legislao Bsica A Contabilidade Pblica regida por uma srie de leis, portarias e instrues normativas, as quais

estabelecem desde sua forma de execuo at demonstrativos a serem elaborados. Vale ressaltar que a carga legal se modifica de acordo com a esfera de governo, pois, segundo o art. 24 da constituio, cabe Unio, Estados e Distrito Federal, legislar concorrentemente sobre, entre outros itens, Direito Financeiro e Oramento Pblico. Os principais instrumentos legais a que se sujeita a Contabilidade Pblica so Constituio Federal; Constituio Estadual; Lei n. 4.320/64, que estatui normas gerais de Direito Financeiro para elaborao e controle dos oramentos e balanos da Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal; Lei Complementar n.101/00, estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal e d outras providncias; Lei n. 8.666/93 e suas alteraes, disciplina as Licitaes e Contratos Pblicos; Lei n. 10.028/00 (Lei de Crimes na Gesto Fiscal); Resolues n. 40 e 43/2001 do Senado Federal; Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Oramentrias e Lei Oramentria Anual de cada entidade; Instrues Normativas e Portaria de rgos competentes (Ministrio da Fazenda, Tribunais de Contas, Ministrio do Planejamento, etc)

1.4

Organizao Em seu aspecto organizacional e estrutural a Contabilidade Pblica estar sempre desempenhando

as suas funes de acordo com a lei. Dessa forma, o controle sobre os atos administrativos sempre mais rgido na administrao pblica do que no setor privado. A prova que as contas so escrituradas em sistemas distintos. Considerando que o objeto de estudo da Contabilidade o Patrimnio, a Contabilidade Pblica no seria diferente, ela basicamente patrimonial; no entanto, existem sistemas especficos com contas apropriadas, agrupadas para refletir os fatos resultantes ou no da execuo do Oramento, tenham ou no natureza financeira, com reflexos sobre o Patrimnio Pblico. Desse modo, para o registro, controle e anlise dos fatos ligados Administrao, a Contabilidade Pblica se utiliza de quatro sistemas: Oramentrio, Financeiro, Patrimonial e de Compensao.

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1.4.1

Sistema Oramentrio O Sistema Oramentrio est centrado basicamente na execuo do oramento pblico, desde a

previso de receita e fixao de despesa, at a execuo das mesmas e a apurao do resultado oramentrio. Este sistema visa, basicamente a apurao: do montante da receita arrecadada, o seu comportamento e sua tendncia no exerccio; do montante dos crditos oramentrios vigentes, incluindo, os aprovados pela Lei de Oramento, suas suplementaes e os Crditos Adicionais Especiais e Extraordinrios abertos durante o exerccio ou provenientes de exerccios anteriores, que venham alterar as caractersticas das dotaes aprovadas pela Lei de Meios vigente no exerccio; da despesa empenhada nos crditos oramentrios; dos saldos disponveis em cada dotao, isto , a diferena entre o crdito oramentrio e o valor empenhado, considerando-se ainda, as suplementaes; resultado da execuo oramentria, em termos de deficit ou superavit. O resultado das apuraes relacionadas anteriormente constituem ao fim de cada exerccio, o que se denomina Balano Oramentrio, cujo modelo encontra-se determinado pelo Anexo n. 12 da Lei n. 4.320/64.

1.4.2

Sistema Financeiro O Sistema Financeiro trata da movimentao de numerrio ocorrida no mbito da Administrao,

combinando todas os ingressos e sadas de valores dos cofres pblicos. Tem a finalidade de evidenciar todos os ingressos, independente da origem e da propriedade, desde que de alguma forma ingresse no errio, seja na forma de recebimentos, transferncias ou simplesmente retenes. Identifica tambm os pagamentos efetuados, seja dependente ou no de autorizao legislativa, registra a quitao de despesas oramentrias, extraoramentrias, transferncias a outras entidades sejam pblicas ou privadas. Em resumo, registra a entradas e sadas de valores, na forma de dinheiro, do Patrimnio Pblico, bem como evidencia a formao de direitos e obrigaes de curto prazo nas entidades pblicas.

1.4.3

Sistema Patrimonial Registra analiticamente todos os bens de carter permanente, com indicao dos elementos

necessrios para a perfeita caracterizao de cada um deles, e dos agentes responsveis pela sua guarda e administrao.

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Registra ainda, as alteraes da situao lquida patrimonial que abrangem os resultados da execuo oramentria, assim como as variaes independentes dessa execuo. As supervenincias e insubsistncias ativas e passivas tambm constituiro elementos do sistema patrimonial. O Sistema Patrimonial dever ainda, apresentar no final de cada exerccio o resultado da gesto econmica, em termos de superavit ou deficit do exerccio, bem como o Resultado Patrimonial da entidade, na forma de Ativo Real Lquido ou Passivo a Descoberto.

1.4.4

Sistema de Compensao Registra e movimenta as contas representativas de direitos e obrigaes, geralmente decorrente de

contatos, convnios, acordos ou ajustes. importante ressaltar que este sistema no encontra correspondncia ou contas interferenciais para os outros sistemas, que movimentado independentemente dos demais e por valores, na maioria das vezes, simblicos.

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Unidade 2 Regimes Contbeis

2.1

Conceitos Regimes contbeis so modalidades de reconhecimento da despesa e receita em relao ao

exerccio financeiro ao qual esto vinculadas. Atualmente, pelas orientaes do Conselho Federal de Contabilidade, os regimes contbeis so o de Caixa e o de Competncia. A Lei n. 4.320/64, que estabelece normas gerais para oramentos, contabilizao e balanos das entidades de direito pblico interno, dedica um captulo inteiro ao estudo do exerccio financeiro e do regime contbil a ser adotado na execuo das receitas e despesas pblicas. No Brasil, a Contabilidade Pblica, por fora do art. 35 da Lei n. 4.320/64, adota-se regime misto, pelo seguinte motivo:Art. 35 Pertencem ao exerccio financeiro: I as receitas nele arrecadadas; II as despesas nele legalmente empenhadas.

Exerccio financeiro o perodo em que a execuo oramentria efetuada, que, tambm por fora da Lei n. 4.320/64, art. 34, coincide com o ano civil, ou seja, inicia-se em 1 de janeiro e conclui-se em 31 de dezembro. Portanto, pertencem ao exerccio financeiro, as receitas arrecadadas independentes do exerccio ao qual foram lanadas, e as despesas somente nele empenhadas, independentemente do processamento da liquidao e do pagamento.

2.2

Regime de Caixa Pelo regime de caixa, a receita reconhecida no perodo em que arrecadada e a despesa,

quando paga. Dessa forma, o regime de caixa compreende, exclusivamente pagamentos e recebimentos efetuados em determinado exerccio, mesmo aqueles relativos a perodos contbeis anteriores. Pelo regime de caixa, tanto as receitas por arrecadar, ainda que lanadas, quanto as despesas empenhadas e liquidadas, porm no pagas, devem ser transferidas para o oramento do exerccio financeiro seguinte, fazendo parte dele.

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2.3

Regime de Competncia Por este regime, receitas e despesas so atribudas aos exerccios de acordo com a real

incorrncia, isto , de acordo com a data do fato gerador, e no, quando o desembolso ou recebimento ocorre. Dessa forma, todas as receitas e despesas cujo fato gerador ocorra no exerccio, pertencem ao oramento ao qual esto vinculados.

2.4

Regime Contbil adotado no Brasil Aps serem vistos os conceitos de Regime de Caixa e Regime de Competncia, o art. 35 da Lei n.

4.320/64 j pode ser plenamente entendido e em conseqncia, a forma como receitas e despesas devem ser reconhecidas no Brasil. Pelo texto da lei, devem pertencer ao exerccio financeiro, as receitas nele arrecadadas. Em razo disto, devemos utilizar o regime de caixa para as receitas, visto que s deve ser considerada a receita efetivamente arrecadada no exerccio, mesmo tendo sido lanada em anos anteriores. Com relao s despesas, a Lei determina que ao exerccio financeiro, pertencem todas as despesas nele legalmente empenhadas. Como o fato gerador da despesa o empenho, uma vez que se cria a obrigao de pagamento, por parte do Estado, deve-se atribuir a despesa ao exerccio em que foi empenhada, dessa forma, aplicando-se o regime de competncia para as despesas pblicas. Conclui-se portanto, que a administrao pblica brasileira deve adotar o regime de escriturao misto, ou seja, regime de caixa para a arrecadao das despesas e regime de competncia para a realizao das despesas.

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Unidade 3 Oramento PblicoO Sistema Oramentrio Brasileiro composto de trs elementos bsicos - Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Oramentrias e Lei Oramentria Anual - cabendo a cada um deles uma funo distinta na atividade de planejamento exercida pelo administrador pblico. Ao Plano Plurianual e Lei de Diretrizes Oramentrias cabe estabelecer polticas, diretrizes e metas de governo para determinado perodo, sendo o Oramento Anual o instrumento de ligao entre o planejamento e a execuo fsica e financeira das aes da administrao. Diante do que foi visto, observa-se que o Oramento Anual um documento de carter autorizativo que estabelece limites de despesas, em funo da receita estimada para a execuo das funes da administrao. 3.1 Legislao Reguladora

A elaborao e a execuo da Lei Oramentria Anual so reguladas por diversos instrumentos legais, que vo desde a Constituio Federal, at leis locais. Recentemente, diversas foram as alteraes que deveriam ter sido observadas quando da elaborao e execuo dos oramentos anuais, os quais se encontram evidenciados adiante: Constituio Federal: Na Carta Magna do pas, existe o Ttulo VI, que trata da Tributao e Oramento, em especial dos artigos 163 a 169. Constituio Estadual: Dos artigos 203 a 213, a Constituio Estadual trata de aspectos inerentes ao oramento do Estado do Cear; no entanto, no artigo 42, 5, trata do prazo de envio da Lei Oramentria dos Municpios. Na Carta Estadual, os instrumentos que compem o que o prprio texto constitucional denominou de "Sistema Oramentrio" so tratados de forma geral, na maioria das vezes confirmando as determinaes e dispositivos da Constituio da Repblica. Um dos fatos que merece destaque entre os dispositivos contidos na Constituio Estadual o prazo concedido aos Municpios para que a proposta de LOA seja apresentada ao Poder Legislativo, que no dia 1 de outubro de cada exerccio financeiro (art. 42, 5), diferenciando-se do prazo concedido pela Constituio Federal em seu art. 35, 2, III, do Ato das Disposies Transitrias, onde define que at a entrada em vigor da Lei Complementar que deve estipular prazos para os oramentos, as respectivas propostas devem ser encaminhadas ao Poder Legislativo at quatro meses antes do encerramento do exerccio financeiro, o que ocorre no dia 31 de agosto.Disciplina: Contabilidade Pblica II Prof. Jos Wellington da Silva [email protected]

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Lei N. 4.320, de 17 de maro de 1964: Esta Lei dispe sobre a elaborao de oramentos e balanos das entidades pblicas. Neste instrumento legal constam normas tcnicas destinadas padronizao dos Oramentos e Balanos das entidades da Administrao Pblica. Esta Lei Ordinria que foi recepcionada pela Constituio Federal em vigor dispe sobre normas gerais para elaborao de oramentos e balanos da Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal. A Lei em questo destinou 33 (trinta e trs) de seus artigos agregados em trs ttulos, a disciplinar a elaborao da proposta oramentria e a converso em Lei Oramentria Anual. Seu Ttulo I trata da Lei do Oramento, define disposies gerais e trata especialmente dos conceitos de receitas e despesas, deixando sua classificao analtica a cargo de Portarias dos rgos competentes. O Ttulo II aborda o contedo e forma da proposta oramentria, alm de tratar da elaborao de referida proposta, inclusive as previses anuais. O Ttulo III trata da elaborao da Lei de Oramento, com seus dois artigos impe uma srie de condies acerca da falta de envio da proposta oramentria e de restries a emendas ao projeto de Lei.

Lei Complementar N. 101, de 04 de maio de 2000: A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal. No diploma legal em questo encontram-se fixadas regras que devem ser observadas para a elaborao e a execuo oramentria, com a finalidade bsica de trazer tona o planejamento, a transparncia e o controle.

Leis Orgnicas Municipais: So leis nas quais o prprio Municpio dispe sobre normas especficas de gesto financeira de suas receitas e despesas.

Portaria do Ministrio do Oramento e Gesto N. 42/99, de 14 de abril de 1999: Esta Portaria conservou a discriminao das despesas por funes de governo instituda atravs da Portaria N. 117/98, bem como os conceitos de funo, subfuno, programa, projeto, atividade e operaes especiais; no entanto, modificou a codificao das subfunes de governo.

Portaria Interministerial N. 163, de 04 de maio de 2001: Visando a consolidao das contas pblicas nos trs nveis de governo, esta Portaria dispe sobre a alterao das classificaes oramentrias das receitas e despesas pblicas. A classificao por categoria econmica passou por alteraes substanciais com a entrada em vigor da Portaria em questo, uma vez que reordenou os elementos de gasto denominando-os de elementos de despesa, alm de incluir um novo nvel de classificao de despesa: a modalidade de aplicao. A classificao definida por esta Portaria foi posteriormente

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atualizada pela Portaria Interministerial N. 325, de 27 de agosto de 2001 e em 21/11/2001, pela Portaria Interministerial N 519; Portaria da Secretaria do Tesouro Nacional N. 248, de 28 de abril de 2003.

Esta Portaria divulgou o detalhamento das naturezas da Receita, em atendimento a disposies contidas na Portaria Interministerial N. 163. Aqui esto definidos os conceitos de todas as fontes de receita que devero ser utilizadas na execuo da receita pblica. A classificao de receitas elencada na Portaria em questo consolida as alteraes ocorridas atravs das portarias da Secretaria do Tesouro Nacional N. 326, de 27/08/2001, Portaria N. 211, de 29/09/2002, Portaria N. 300, de 01/07/2002, Portaria N. 078, de 10/02/2004 e Portaria N. 209, de 03/05/2004; A ntegra das Leis e Portarias anteriormente citadas podem ser resgatadas atravs da Internet, especialmente no site da Secretaria do Tesouro Nacional (http://www.stn.fazenda.gov.br).

3.2

Instrumentos de Planejamento

3.2.1

Plano PlurianualO Plano Plurianual (PPA) uma Lei de Iniciativa do Poder Executivo, em qualquer esfera de poder,

onde esto quantificados, especificados e qualificados os custos de cada projeto de durao plurianual ou continuada. Isto posto, o PPA funciona como um instrumento de planejamento estratgico das aes do Governo para um perodo de quatro anos. Deve estar comprometido com o desenvolvimento sustentvel e com a evoluo das estruturas de gerenciamento do Municpio. Referida Lei uma inovao instituda pela Constituio Federal de 1988, onde determina em seus art. 165, 1, que a Lei que instituir o plano em questo estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administrao pblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada. A Constituio Federal, remete a Lei Complementar, a regulao de prazos e operacionalizao do Plano Plurianual, porm no Art. 35, 2., inciso I, dos Atos das Disposies Transitrias, estabeleceu que at a entrada em vigor da Lei Complementar em questo, o projeto do Plano Plurianual, para vigncia at o final do primeiro exerccio financeiro do mandato subseqente, dever ser encaminhado at quatro meses antes do encerramento do primeiro exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento da sesso legislativa. A Lei de Responsabilidade Fiscal veio integrar de fato, o PPA LDO e LOA, uma vez que nos art. 5 e 16, cita referidos instrumentos, de forma integrada, como componentes do sistema de planejamento pblico no nosso pas.Disciplina: Contabilidade Pblica II Prof. Jos Wellington da Silva [email protected]

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Por meio do acompanhamento e avaliao do PPA, torna-se possvel a verificao da efetividade (alcance dos resultados esperados) na execuo de seus programas e a reviso dos objetivos e metas definidas no planejamento inicial que no decorrer de sua execuo, se tornem necessrios.

3.2.2

Lei de Diretrizes OramentriasIntroduzida no ordenamento jurdico atravs da Constituio Federal de 1998, a Lei de Diretrizes

Oramentrias LDO, tem como finalidade bsica, integrar as orientaes contidas no Plano Plurianual, s metas a serem alcanadas atravs do Oramento Anual. Entre as atribuies da LDO, expressamente contidas na Constituio Federal encontram-se: contemplar metas da administrao pblica, inclusive despesas de capital para o exerccio financeiro; orientar a elaborao da Lei Oramentria Anual; dispor sobre alteraes na legislao tributria; estabelecer polticas de aplicao das agncias financeiras de fomento; autorizar a concesso de vantagens ou aumento de remunerao, criao de cargos, empregos e funes, bem como alteraes de estrutura de carreira, alm de admisso ou contratao de pessoal, a qualquer ttulo pelas entidades da administrao direta e indireta. A omisso referente ao prazo de envio pelo Poder Executivo, do projeto de Plano Plurianual, apreciao pelo Legislativo, extensiva ao projeto de LDO, porquanto a atual Constituio regula a matria, nos seus atos de disposies transitrias, somente no nvel federal. Desse modo, as demais esferas de governo continuaram carecendo de legislao que regulamente os dispositivos constitucionais. O art. 35, 2., inciso II, dos Atos das Disposies Transitrias estabelece que at a entrada em vigor de Lei Complementar que discipline os prazos em matria oramentria, o projeto de Lei de Diretrizes Oramentrias dever ser encaminhado ao Poder Legislativo at oito meses e meio antes do encerramento do exerccio financeiro e dever ser devolvido at o encerramento do primeiro perodo da sesso legislativa. A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu Art. 4., alm das atribuies contidas no Art. 165, 2. Da Constituio Federal, elenca uma srie de novas atribuies para este instrumento legal, fazendo com que esta Lei deixe de ser uma mera formalidade para Ter a efetiva importncia, no sentido de tornar o processo oramentrio mais transparente e possibilitar o aumento da participao do Poder Legislativo no disciplinamento das finanas pblicas. Entre as novas atribuies da Lei de Diretrizes Oramentrias, encontram-se:Disciplina: Contabilidade Pblica II Prof. Jos Wellington da Silva [email protected]

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disposies sobre equilbrio entre receitas e despesas; critrios para limitao de empenhos e o conseqente controle sobre o endividamento; destinao de recursos provenientes de operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita oramentria;

condies para transferncias de recursos a entidades pblicas e privadas; definir limites e condies para a expanso das despesas obrigatrias de carter continuado (despesas decorrentes de lei, medida provisria ou outro ato normativo que fixe para o ente pblico, obrigao legal de sua execuo por mais de dois exerccios financeiros). Ressalta-se ainda, que a Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu para a Lei de Diretrizes

Oramentrias, dois anexos, que para os municpios com populao inferior a 50.000 habitantes, dever ser publicado somente aps o exerccio de 2005.

3.2.3

Anexo de Metas FiscaisEste anexo tem como funo bsica, a fixao de metas fiscais de Receita, Despesa, Resultado

Primrio, Resultado Nominal e montante da dvida pblica a ser observado no exerccio financeiro a que se refere, alm de sinalizar metas fiscais para os dois exerccios seguintes. Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Anexo de Metas Fiscais deve ainda conter: a avaliao do cumprimento de metas do exerccio anterior; demonstrativo das metas anuais, com a justificativa dos nmeros pretendidos; evoluo do patrimnio lquido, com destaque para a origem e aplicao de recursos provenientes de alienao de ativos; avaliao financeira e atuarial do regime prprio de previdncia; demonstrativo da estimativa e compensao de renncia de receita e da margem de expanso das despesas obrigatrias de carter continuado.

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3.2.4

Anexo de Riscos FiscaisO Anexo de Riscos Fiscais decorrente da aplicao do princpio da prudncia, uma vez que

evidencia a ocorrncia de passivos contingentes, que podem ser entendidos como pagamentos incertos que possam sobrevir ao longo da execuo oramentria, ou ainda, situaes de risco que possa afetar o equilbrio das contas pblicas. ainda, uma atribuio do Anexo de Metas Fiscais, definir as providncias a serem tomadas, caso os passivos contingentes se concretizem.

3.2.5

Lei Oramentria AnualPresente no sistema oramentrio brasileiro, h bem mais tempo que as peas estudadas

anteriormente, a Lei Oramentria Anual (LOA) o instrumento pelo qual so contempladas a previso de receitas e fixao de despesas para determinado exerccio financeiro. Deve ser elaborada de forma compatvel com o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Oramentrias. Vasta a legislao que envolve o Oramento Anual, desde a elaborao de sua proposta at o controle de sua execuo, a saber: Constituio Federal, art. 165 ao 169, Lei N. 4.320/64, artigos 2 ao 128, e mais recentemente, a Lei de Responsabilidade Fiscal em art. 5 ao 10 .

3.3

Diviso do Oramento

A Constituio Federal, disciplina ainda, que o Oramento Anual ser composto de: Oramento Fiscal refere-se aos trs poderes, bem como seus fundos especiais, rgos e entidades da administrao direta e indireta, visando a sistematizao de aes pelas quais sero implementadas as polticas fiscais. Oramento de Investimento das Estatais trata de investimentos em empresas em que o poder pblico, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. Ressalte-se que os repasses de manuteno s empresas estatais dependentes, devem ser includos no oramento fiscal do ente repassador.

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Oramento da Seguridade Social abrange todas as entidades e rgos a ela vinculados, da administrao direta ou indireta, bem como os fundos e fundaes institudos com vista a garantir os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social.

Essa discriminao Em trs oramentos tem a finalidade de oferecer uma viso integrada das aes governamentais. Os recursos dos oramentos fiscal e da seguridade social provm basicamente da cobrana de tributos e contribuies, transferncias de outros rgos, bem com da explorao do patrimnio pblico e de operaes de crdito. O oramento de investimento das estatais compreende as aplicaes na reposio e ampliao de sua capacidade produtiva, onde os recursos correspondentes tambm podem ser provenientes do oramento fiscal.

3.4

Princpios Oramentrios

Os princpios oramentrios so regras que norteiam a elaborao do oramento anual, tendo em vista a necessidade de torn-lo fiel s orientaes, objetivos e metas estabelecidos no Plano Plurianual e Lei de Diretrizes Oramentrias. Em conseqncia da falta de unanimidade entre os estudiosos da matria, inmeros foram os princpios surgidos ao longo da histria; no entanto, poucos se sobressaram e se confirmaram na doutrina. Adiante sero analisados os princpios oramentrios de maior representatividade, especialmente os integrados legislao brasileira.

3.4.1

Princpio do EquilbrioEste um princpio clssico das finanas pblicas, que postula a existncia de um equilbrio entre

receitas e despesas, sendo este o modo mais indicado para o saneamento das contas pblicas. Tanto a Constituio Federal, em seu art. 167, III, quanto a Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 12, 2, estabelecem parmetros que devem ser seguidos quando da elaborao da proposta oramentria, ao limitarem as operaes de crdito que podem ser contratadas, ao montante das despesas de capital fixadas.

3.4.2

Princpio da UnidadeConsagrado pela Lei N. 4.320/64 em seu art. 2, o Princpio da Unidade, em sua acepo mais

simples, consiste na afirmao de que o Oramento deve ser unificado em uma s pea, onde devero estar

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agrupadas todas as receitas e despesas a serem realizadas no exerccio financeiro ao qual se refere a proposta oramentria. Este Princpio extremamente importante, uma vez que necessrio que os oramentos dos diversos rgos e unidades executoras, tanto da administrao direta, quanto da administrao indireta (autarquias, fundaes e estatais dependentes) estejam agregados em uma nica pea que deve ser apreciada e aprovada pelo Poder Legislativo. Dessa forma, todas as receitas a serem arrecadadas, igualmente a todas as despesas a serem empenhadas devem ser objeto de aprovao prvia pela casa legislativa.

3.4.3

Princpio da UniversalidadeClaramente incorporado legislao brasileira, o Princpio da Universalidade possibilita ao Poder

Legislativo, quando da anlise da proposta oramentria: Conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prvia autorizao para arrecadao e realizao; Impedir ao executivo a realizao de qualquer operao de receita e despesa sem a devida autorizao parlamentar; Conhecer o exato volume das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrana dos tributos e alocao de demais recursos necessrios para atend-las. Portanto, todas as receitas e despesas relativas ao exerccio financeiro devem estar evidenciadas na proposta oramentria.

3.4.4

Princpio da AnualidadePor este Princpio, o oramento deve ser elaborado para um perodo limitado de tempo. Em

decorrncia desta regra, o Poder Executivo fica obrigado a pedir, periodicamente, autorizao ao Poder Legislativo para arrecadar receitas e aplicar o produto desta arrecadao na forma de despesas. Aceito pelos tratadistas de Direito Financeiro, o Princpio da Anualidade est claramente evidenciado em nossa Constituio, notadamente em seu Art. 165, que transcrito a seguir:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecero: I o plano plurianual; II as diretrizes oramentrias; III os oramentos anuais. ........................ 5. A lei oramentria anual compreender: (grifos nossos)

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Por este Princpio, o oramento fica restrito ao exerccio financeiro para o qual foi elaborado, como no Brasil, por fora do contido no art. 34 da Lei N. 4.320/64, o exerccio financeiro coincide com o ano civil, a execuo oramentria inicia-se em 1 de janeiro e conclui-se em 31 de dezembro

3.4.5

Princpio da ExclusividadePelo Princpio da Exclusividade devem ser tratadas na lei oramentria, somente matrias de

natureza financeira, quais sejam, a fixao de despesas e previso de receitas. Considerado antigamente, por vrios doutrinadores, como mais uma regra de tcnica legislativa, do que propriamente um princpio, a regra da exclusividade ganhou fora atravs do art. 165, 8., da Constituio Federal; no entanto, este mandamento constitucional e o art. 7 da Lei N. 4.320/64 abrem duas excees a este princpio. A primeira exceo ao Princpio da Exclusividade aplicado lei oramentria a possibilidade de existir autorizao, no texto da lei, para a abertura de crditos adicionais suplementares, at determinado limite, utilizando-se as fontes de recursos determinadas no art. 43 da Lei N. 4.320/64 (superavit financeiro, excesso de arrecadao, anulao de dotaes e operaes de crdito). Em seguida, a contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao de receita, pode ser autorizada pela prpria lei oramentria, desde que obedea aos ditames da Lei prevista no art. 165, 8, da Constituio Federal, ainda no editada. Todas as operaes de crdito que possam ser autorizadas pela lei oramentria devem seguir as determinaes contidas na Resoluo N. 43/2001 do Senado Federal, bem como a Lei Complementar N. 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Conclui-se portanto que a maior importncia do Princpio da Exclusividade reside em eliminar a possibilidade de constar na lei oramentria, matrias estranhas fixao de despesas e previso de receitas, facilitando o fluxo com a natural celeridade na sua tramitao legislativa.

3.4.6

Princpio do Oramento BrutoPor este princpio, os valores apresentados na Lei Oramentria Anual, tanto para as receitas,

quanto para as despesas, devem figurar pelos valores brutos, vedando, dessa forma, a incluso de receitas e despesas pelos valores lquidos.

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3.4.7

Princpio da Discriminao ou EspecializaoBaseado no art. 5 da Lei N. 4.320/64, o princpio da discriminao ou especializao de

fundamental importncia para o trabalho de fiscalizao, tanto por parte dos legisladores quanto pelos agentes fiscalizadores e pelos cidados de maneira geral. Por este princpio, as receitas e as despesas devem aparecer no oramento de forma discriminada, ou seja, de modo que se possa, pormenorizadamente, saber a origem e as aplicaes dos recursos pblicos.

3.4.8

Princpio da PublicidadeEste princpio uma decorrncia do art. 37 da Constituio Federal, onde determina que todos os

atos da administrao pblica deve seguir o princpio da publicidade. Formalmente o Princpio cumprido, pois como todas as leis, existe publicidade nos dirios oficiais. A Lei de Responsabilidade Fiscal inovou ao considerar em seu art. 40, o Oramento um instrumento de transparncia na gesto fiscal, dessa forma, a esta pea deve ser dada ampla publicidade, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico, a Internet, para que sirva de suporte anlise dos relatrios de execuo oramentria e de gesto fiscal.

3.5

Composio da Proposta Oramentria

Combinando-se os artigos 2 e 22 da Lei N. 4.320/64, com o art. 165 6 da Constituio Federal e o art. 5 da Lei Complementar N. 101/00, verifica-se que a proposta oramentria a ser encaminhada ao Legislativo dever estar organizada da seguinte forma e apresentando o seguinte contedo: a) Mensagem, que conter: exposio circunstanciada da situao econmico-financeira, documentada com: Demonstrao da dvida fundada e flutuante, representados pelos anexos 16 e 17 da Lei N. 4.320/64; Saldos de crditos especiais, com destaque para os que podem ser reabertos no exerccio; Exposio e justificao da poltica econmico-financeira do Governo; Justificao da receita e despesa, particularmente no tocante ao oramento de capital

b) Projeto de Lei de Oramento, que ser composto por: Texto do Projeto de Lei; Sumrio geral da receita, por fontes, e da despesa, por funes de governo;

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Quadro demonstrativo da receita e da despesa, segundo as categorias econmicas, na forma do Anexo 01 da Lei N. 4.320/64;

Quando discriminativo da receita, por fontes, e respectiva legislao; Quadro das dotaes por rgos do governo: Poder Legislativo e Poder Executivo, Administrao Direta e Indireta;

Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do governo com a distribuio das misses entre os rgos executores e as unidades oramentrias, na forma do Anexo 06 da Lei N. 4.320/64;

Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do governo, por funo, subfuno e programa, apresentando as distines entre projetos e atividades, conforme o modelo estabelecido no Anexo 07 da Lei N. 4.320/64;

Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do governo, por funo, subfuno e programa, apresentando o vnculo da despesa, na forma do Anexo 08 da Lei N. 4.320/64;

Quadro geral, indicando as despesas de cada rgo executor, segundo as funes governamentais, na forma do Anexo 09 da Lei N. 4.320/64. Os quadros anteriormente citados tm o objetivo de propiciar os diversos tipos de informaes,

visando leitura dos dados sob as mais diversas ticas. Referidos quadros colocam em evidncia todas as fontes de receita de que o Poder Pblico dispe, alm das despesas que pretende realizar e as dotaes oramentrias fixadas para cada espcie de despesa. Os valores expostos nos quadros de estimativa de receitas podero ser excedidos ou ficar aqum dos limites previamente estimados. No entanto, os quadros demonstrativos da despesa expressam uma limitao de dispndios, que se forem excedidos constituiro atos ilegais, de acordo com o Decreto Lei n.201/67. c) Tabelas explicativas, das quais, alm das estimativas de receita e despesa, constaro, em colunas distintas e para fins de comparao: A receita arrecadada nos trs ltimos exerccios anteriores quele em que se elaborou a proposta; A receita prevista para o exerccio em que se elabora a proposta; A receita prevista para o exerccio a que se refere a proposta; A despesa realizada no exerccio imediatamente anterior; A despesa fixada para o exerccio em que se elabora a proposta; e

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A despesa prevista para o exerccio a que se refere a proposta.

d) Descrio sucinta das principais finalidades de cada unidade oramentria com a respectiva legislao. e) Demonstrativo da Compatibilidade da Programao do Oramento com os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais, que integra a Lei de Diretrizes Oramentrias; Este demonstrativo tem por objetivo evidenciar a compatibilidade entre a programao dos oramentos com os objetivos e metas constantes no Anexo de Metas Fiscais que acompanha a Lei de Diretrizes Oramentrias. Em se falando de compatibilidade entre as aes e programas do oramento e as diretrizes oramentrias, este fato sempre foi defendido, embora no se constitusse uma exigncia legal. Aps a Lei Complementar N. 101/00 se tornou uma exigncia legal. f) Demonstrativo da Reserva de Contingncia, cuja forma de utilizao e montante devem ser estabelecidas na Lei de Diretrizes Oramentrias e calculadas com base na Receita Corrente Lquida. A Reserva de Contingncia um mecanismo legal que a Administrao Pblica dispe para atender despesas no previsveis e contingentes, surgidas no decorrer da execuo oramentria. O art. 5, III da Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que a Lei Oramentria Anual dever contemplar a Reserva de Contingncia, cuja utilizao e montante dever ser disciplinado pela LDO. Referida Reserva dever servir de suporte a passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos. Em decorrncia do que se encontra definido no art. 167, I, da Constituio Federal, vedado o incio de qualquer programa ou projeto no contemplado pela Lei Oramentria Anual, dessa forma, para a quitao de despesas relativas a gastos provveis, mas que, devido incerteza de sua ocorrncia, no so programados no oramento anual, necessria a suplementao ou a criao de dotaes mediante a abertura de crditos adicionais. Com relao suplementao ou criao de novas dotaes, a Lei N. 4.320/64 submete existncia de fonte de recursos disponveis, sendo a anulao parcial ou total de dotaes oramentrias, a mais comum destas fontes de recursos. A Reserva de Contingncia uma fonte de recurso sem destinao especfica fixada especialmente para servir de suporte abertura de crditos adicionais, quando deve ser anulada no todo ou em parte. At a publicao da Lei de Responsabilidade Fiscal, o estabelecimento, o valor e a forma de utilizao da reserva de contingncia ficavam a critrio dos respectivos gestores, muitas vezes, desvirtuando o papel da Lei Oramentria Anual como um instrumento de planejamento.

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3.6

Vedaes Constitucionais

Alm de se atentar para os Princpios Oramentrios e as determinaes contidas na Lei de Diretrizes Oramentrias, Lei N. 4.320/64 e Lei de Responsabilidade Fiscal, deve-se considerar algumas regras estabelecidas no art. 167 da Constituio Federal:

Art. 167 So vedados: I o incio de programas ou projetos no includos na lei oramentria anual; II a realizao de despesas ou a assuno de obrigaes diretas que excedam os crditos oramentrios ou adicionais; III a realizao de operaes de crditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante crditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;1

IV a vinculao de receita de impostos a rgo, fundo ou despesa, ressalvadas a repartio do produto da arrecadao dos impostos a

que se referem os arts. 158 e 159, a destinao de recursos para as aes e servios pblicos de sade e para manuteno e desenvolvimento do ensino, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, 2, e 212, e a prestao de garantias s operaes de crdito por antecipao de receita, previstas no art. 165, 8, bem como o disposto no 4 deste artigo; V a abertura de crdito suplementar ou especial sem prvia autorizao legislativa e sem indicao dos recursos correspondentes; VI a transposio, o remanejamento ou a transferncia de recursos de uma categoria de programao para outra ou de um rgo para outro, sem prvia autorizao legislativa; VII a concesso ou utilizao de crditos ilimitados; VIII a utilizao, sem autorizao legislativa especfica, de recursos dos oramentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir dficit de empresas, fundaes e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, 5; IX a instituio de fundos de qualquer natureza, sem prvia autorizao legislativa; X a transferncia voluntria de recursos e a concesso de emprstimos, inclusive por antecipao de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituies financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. XI a utilizao dos recursos provenientes das contribuies sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realizao de despesas distintas do pagamento de benefcios do regime geral de previdncia social de que trata o art. 201. 1 - Nenhum investimento cuja execuo ultrapasse um exerccio financeiro poder ser iniciado sem prvia incluso no plano plurianual, ou sem lei que autorize a incluso, sob pena de crime de responsabilidade. 2 - Os crditos especiais e extraordinrios tero vigncia no exerccio financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorizao for promulgado nos ltimos quatro meses daquele exerccio, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, sero incorporados ao oramento do exerccio financeiro subseqente.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR CURSO DE FORMAO ESPECFICA EM CONTABILIDADE PBLICA 3 - A abertura de crdito extraordinrio somente ser admitida para atender a despesas imprevisveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoo interna ou calamidade pblica, observado o disposto no art. 62. 4 - permitida a vinculao de receitas prprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestao de garantia ou contragarantia Unio e para pagamento de dbitos para com esta.

3.7

Crditos Adicionais Oramento Anual produto de um processo de planejamento, que incorpora as intenes e

prioridades da Administrao. Durante a execuo da LOA entretanto, podem ocorrer situaes ou problemas no previstos na fase de sua elaborao. Portanto, h de criar instrumentos que possibilitem adaptar o Oramento durante a sua execuo a situaes imprevistas ou previstas de forma incorreta. Estes mecanismos retificadores so conhecidos como Crditos Adicionais. Oramento no deve ser um instrumento imutvel, que obriga os administradores a seguirem exatamente todas as despesas previstas nos programas de trabalho e a natureza da despesa. Assim, a Lei N 4.320/64 permite que sejam abertas novas dotaes para ajustar as dotaes oramentrias fixadas. Essas alteraes na Lei Oramentria, que ocorrem ao longo do processo de sua execuo, so efetivadas atravs dos Crditos Adicionais que, de acordo com o art. 40 da Lei N 4.320/64, so autorizaes para realizao de despesas no computadas ou insuficientemente dotadas no Oramento.

3.7.1

ClassificaoDe acordo com o art. 41 da Lei N. 4.320/64, h trs tipos de Crditos Adicionais:

Suplementares So destinados ao reforo de dotao j fixada no oramento. Portanto, no so criados novos elementos de gasto, projetos ou atividades atravs de crditos adicionais suplementares.

Especiais So destinados a criar despesas para as quais no haja dotao especfica, geralmente decorrentes de criao de novos rgos, ou programas de trabalho no fixados pela Lei Oramentria, ou ainda, incluir determinados elementos de gastos em projetos e/ou atividades j consignados no Oramento Anual.

Extraordinrios Destinados a despesas imprevisveis e urgentes, decorrentes de guerra, subverso interna ou calamidade pblica. Vale a pena ressaltar, que caso as dotaes oramentrias criadas por Crditos Adicionais

Especiais e Extraordinrios sejam insuficientes para a consecuo dos objetivos para os quais foram criados, estes podem ser suplementados, desde que haja autorizao em Lei para sua suplementao.

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3.7.2

Autorizao e AberturaOs crditos adicionais suplementares e especiais so autorizados por lei e abertos por decreto (art.

42 da Lei N. 4.320/64), dependendo da existncia de recursos disponveis para ocorrer despesa, requerendose uma exposio justificativa (art. 43 da Lei N. 4.320/64). No caso dos crditos suplementares, a autorizao j pode vir expressa na lei oramentria, tendo em vista que no ir criar nenhum programa previamente no autorizado pelo Poder Legislativo. Os crditos adicionais especiais carecem de lei especfica, tendo em vista que adicionam ao oramento, novos programas, ou mesmo novos elementos a programas j existentes. J a abertura de crditos adicionais extraordinrios se dar mediante decreto do Poder Executivo, que dar conhecimento ao Legislativo (art. 44 da Lei N. 4.320/64); sua abertura deve ser precedida do reconhecimento expresso de uma das situaes que o justifiquem (calamidade pblica, subverso interna, guerra, etc).

3.7.3

VignciaO art. 45 da Lei N. 4.320/64, disciplina que os crditos adicionais tero vigncia adstrita ao

exerccio financeiro em que forem abertos, a exceo dos especiais e extraordinrios, desde que devidamente autorizados. Portanto, a vigncia dos crditos suplementares vai da data em que forem abertos, at o dia 31 de dezembro do respectivo exerccio financeiro. J os crditos especiais e extraordinrios no podero Ter vigncia alm do exerccio em que forem autorizados, salvo se o ato de autorizao for promulgado nos ltimos quatro meses daquele exerccio; neste caso, reaberto nos limites de seus saldos, sero incorporados ao oramento do exerccio financeiro subseqente, conforme determina o art. 167, 2. Da Constituio Federal.

3.7.4

Fontes de RecursosA Constituio Federal determina que:

Art. 167 So vedados: ...................................................................... V a abertura de crdito suplementar ou especial sem prvia autorizao legislativa e sem indicao dos recursos correspondentes.(grifei).

Dessa forma, a abertura de crditos adicionais, seja suplementar ou especial, necessita de indicao obrigatria dos recursos utilizados para referida modificao oramentria, requisito no necessrio abertura de crditos extraordinrios.

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Consideram-se fontes destes recursos, as relacionadas no art. 43, 1, da Lei N. 4.320/64, desde que no comprometidas: Anulao parcial ou total de dotaes oramentrias ou de crditos adicionais Entende-se por anulao de dotao, a subtrao de recursos de uma dotao, para fazer face criao ou suplementao de outra dotao atravs de crdito adicional. Esta fonte de recurso a mais utilizada para a abertura de crditos adicionais. Operaes de Crdito Fonte de recurso decorrente de emprstimos ou financiamentos com prazo de resgate superior a doze meses, que originar um ingresso classificvel como Receita de Capital. Vale ressaltar que as operaes de crdito esto subordinadas aos ditames da Resoluo N. 43/2001 do Senado Federal. Superavit Financeiro apurado em Balano Patrimonial do exerccio anterior Considera-se superavit financeiro a diferena positiva entre o Ativo e o Passivo Financeiro apurado no exerccio anterior, deduzido ainda, dos saldos dos crditos adicionais transferidos do exerccio anterior e ainda, as operaes de crdito a eles vinculadas, caso existam. Provvel Excesso de Arrecadao Para a finalidade exclusiva de abertura de crditos adicionais, entendese como provvel excesso de arrecadao a diferena positiva entre a arrecadao prevista e a realizada ms a ms, considerando-se a tendncia do exerccio. Deve-se observar ainda, a vinculao da fonte de receita que apresenta superavit, para que esta fonte de recurso seja corretamente utilizada.

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Unidade 4 Receita OramentriaEntende-se por receita, todo e qualquer recolhimento feito aos cofres pblicos, podendo ou no ser vinculada execuo do oramento. As Receitas Oramentrias so aquelas que, sendo ou no previstas na LOA, pertencem ao Poder Pblico, no necessitando o seu repasse a outras entidades. Por Receitas Extra-Oramentrias entende-se aquelas que no foram previstas no Oramento, por no pertencerem ao ente que est arrecadando, uma vez que tratam-se de um mero ingresso, que temporariamente ficar junto s disponibilidades da administrao, sem de fato, pertenc-la. Quanto s Categorias Econmicas, as Receitas se dividem em dois grandes grupos: Receitas Correntes; Receitas de Capital.

Por Receitas Correntes, pode se entender como sendo todos os ingressos decorrentes da arrecadao de tributos, contribuies, explorao econmica do patrimnio, prestao de servios, ou ainda, repasses de recursos de outras esferas de governo, ou particulares, que visam a execuo das despesas rotineiras da administrao, s quais no geram bens incorporveis ao patrimnio, por serem despesas tambm correntes, e esto divididas em:

4.1

Receitas Tributrias Compe-se de impostos, taxas e contribuies de melhoria. Conceitua-se como a resultante da

cobrana de tributos pagos pelos contribuintes em razo de suas atividades, suas rendas, suas propriedades e dos benefcios diretos e imediatos recebidos do Estado: Os Impostos so uma modalidade de tributo cuja obrigao tem por fato gerador situao independente de qualquer atividade estatal especfica, relativa ao contribuinte. No nvel municipal, a Constituio Federal, em seu art. 156, estabeleceu trs impostos: Classificao 1112.02.00 Especificao Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana Registra o valor total da arrecadao de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, de competncia dos municpios. Tem como fato gerador a propriedade, o domnio til ou a posse de bem imvel por natureza ou por acesso fsica, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do municpio.

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Classificao 1112.08.00

1113.05.00

Especificao Imposto sobre Transmisso Inter Vivos de Bens Imveis e de Direitos Reais sobre Imveis Registra o valor total da arrecadao de imposto sobre transmisso inter-vivos de bens imveis e de direitos reais sobre imveis de competncia municipal, incide sobre o valor venal dos bens ou direitos transmitidos ou cedidos. Tem o fato gerador no momento da lavradura do instrumento ou ato que servir de ttulo s transmisses ou s cesses. Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza Registra o valor total da arrecadao de imposto sobre servios de qualquer natureza de competncia dos Municpios. Tem como fato gerador a prestao, por empresa ou profissional autnomo, com ou sem estabelecimento fixo, de servios constantes em lista prpria.

As Taxas so receitas cobradas pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies. Tem como fato gerador o exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servios pblicos especficos e divisveis; no relacionados com medio de consumo, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposio. muito importante a observncia das taxas estabelecidas no Cdigo Tributrio de cada ente, para a correta classificao. As Taxas se subdividem em dois grandes grupos: Classificao 1121.00.00 Especificao Taxas pelo Exerccio do Poder de Polcia Registra o valor total da arrecadao de taxas pelo exerccio do poder de polcia pelo poder pblico, com a finalidade de fiscalizar os servios prestados por particulares, disciplinando, limitando ou regulando direitos e deveres destes. Considera-se poder de polcia a atividade da administrao pblica que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prtica de ato ou a absteno de fato, em razo de interesse pblico concernente segurana, higiene, ordem, aos costumes, disciplina da produo e do mercado, ao exerccio de atividades econmicas dependentes de concesso ou autorizao do poder pblico, tranqilidade pblica, ou ao respeito propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Taxas pela Prestao de Servios Registra o valor total da arrecadao de taxas pela utilizao efetiva ou potencial de servios prestados ao contribuinte ou colocados a sua disposio. Neste ttulo so classificadas as taxas pela prestao de servios pblicos: a) utilizados pelo contribuinte efetivamente, quando por ele usufrudos a qualquer ttulo; potencialmente, quando, sendo de utilizao compulsria, sejam postos a sua disposio mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento. b) especficos, quando possam ser destacados em unidades autnomas de interveno, de utilidade ou de necessidade pblica. c) divisveis, quando suscetveis de utilizao, separadamente, por parte de cada um dos seus usurios.

1122.00.00

A Contribuio de Melhoria uma arrecadao decorrente de obras pblicas. De competncia da Unio, Estados, Distrito Federal ou Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies. arrecadada dos proprietrios de imveis beneficiados por obras pblicas, e ter como limite total a despesa realizada. A Constituio Federal determina tambm, em seu art. 158, I, que o produto da arrecadao do Imposto de Renda na fonte incidente sobre pagamentos realizados pelos Municpios so se sua propriedade, no ocorrendo nenhuma transferncia de recursos, motivo pelo qual a Portaria Interministerial N. 300/02 determina que seja classificado da seguinte forma: Classificao 1112.04.31 Especificao Imposto de Renda Retido nas Fontes sobre os Rendimentos do Trabalho: Registra o valor28

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1112.04.32

1112.04.33

1112.04.34

da arrecadao de receita do Imposto de Renda sobre pagamento de salrios, inclusive adiantamentos de salrios a qualquer ttulo, indenizaes sujeitas a tributao, ordenados, vencimentos, proventos de aposentadoria, reserva ou reforma, penses civis ou militares, soldos, pr labore, remunerao indireta, retirada, vantagens, subsdios, comisses, corretagens, benefcios da previdncia social e privada (renda mensal), honorrios, direitos autorais e remuneraes por quaisquer outros servios prestados, inclusive as relativas a empreitadas de obras exclusivamente de trabalho e as decorrentes de fretes e carretos em geral. Imposto de Renda Retido nas Fontes sobre os Rendimentos de Capital Registra o valor da arrecadao de receita do Imposto de Renda sobre o ganho de capital percebido por pessoa fsica ou jurdica em decorrncia da alienao de bens e direitos de qualquer natureza. Imposto de Renda Retido nas Fontes sobre Remessa de Recursos ao Exterior Registra o valor da arrecadao de receita do imposto sobre importncias pagas, remetidas, creditadas, empregadas ou entregues a residentes ou domiciliados no exterior por fonte localizada no pas a ttulo de royalties e pagamento de assistncia tcnica, juros e comisses em geral, rendimento do trabalho, aluguel ou arrendamento, transmisso de competies desportivas, pelculas cinematogrfica, etc. Imposto de Renda Retido nas Fontes sobre Outros Rendimentos Registra o valor da arrecadao de receita do imposto sobre lucros decorrentes de prmios e sorteios em geral, prmios de proprietrios e criadores de cavalos decorrida, servios de propaganda prestados por pessoa jurdica, comisses e corretagens pagas a pessoa jurdica, remunerao de servios profissionais prestados por pessoa jurdica, remunerao de servios pessoais prestados por associados de cooperativas de trabalho, condenaes judiciais , peclios de previdncia privada, ttulos de capitalizao, etc.

4.2

Receitas de Contribuies Esta fonte de receita, destina-se a arrecadar recursos provenientes de contribuies sociais e

econmicas, que visam, geralmente, manuteno dos programas e servios sociais, previdencirios e outros de interesse coletivo. A Constituio Federal, em seu art. 149, pargrafo nico, estabelece que os entes da federao podero instituir contribuies cobradas de seus servidores, para custeio, em benefcio destes, dos sistemas de previdncia e assistncia social. Entre as Receitas de Contribuies, as alteraes tambm foram poucas, mas bastante significativas, principalmente se for observada a importncia desta fonte de receita para a apurao da Receita Corrente Lquida. Nesta fonte de receita, as rubricas mais utilizadas devero ser: Classificao 1210.29.00 Especificao Contribuies Previdencirias Registra o valor da arrecadao de receita de contribuies para o plano de seguridade do servidor, compreendendo as contribuies de entidades e as contribuies de servidores. Registra tambm o valor da arrecadao de receita de contribuies referentes ao Regime Prprio de Previdncia Social

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Classificao 1210.29.01 1210.29.07 1210.46.00

1220.29.00

Especificao Contribuies Patronais Ativo Civil Registra o valor da arrecadao de receita de contribuio de entidades para institutos de previdncia social do servidor ativo civil. Contribuio de Servidor Ativo Civil Registra o valor da arrecadao de receita de contribuies de servidor ativo civil para institutos de previdncia social. . Compensao Previdenciria entre Regime Geral e os Regimes Prprios de Previdncia dos Servidores: Registra o valor total da arrecadao com a receita proveniente de compensao entre o regime geral de previdncia social e os regimes de previdncia de servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. Contribuio para Custeio da Iluminao Pblica: Registra o valor da arrecadao das contribuies para o custeio do servio de iluminao pblica nos Municpios e no Distrito Federal, nos termos da Emenda Constitucional N 39, de 19/12/02.

4.3

Receitas Patrimoniais Esta fonte de receita compe-se de rendas provenientes da utilizao de bens mveis e imveis

pertencentes administrao pblica, como aluguis arrendamentos, foros, juros, etc. Portanto, decorrem da explorao econmica dos bens do Estado. Entre as Receitas Patrimoniais merecem destaque as seguintes: Classificao 1311.01.00 1325.01.00 1325.02.00 Classificao 1328.00.00 Especificao Aluguel do Mercado Municipal Registra o valor da arrecadao de receita aluguis referente a bancas para comrcio no mercado municipal. Receita de Remunerao de Depsitos Bancrios de Recursos Vinculados: Registra o valor total da arrecadao da receita de remunerao de depsitos bancrios de recursos vinculados. Receita de Remunerao de Depsitos Bancrios de Recursos No Vinculados: Registra o valor total da arrecadao da receita de remunerao de depsitos bancrios de recursos no vinculados. Especificao Receita de Aluguel de Bens Mveis Registra o valor da arrecadao de receita de aluguel de bens mveis como mquinas e equipamentos.

4.4

Receitas Agropecurias So receitas decorrentes da produo vegetal, animal e derivados e outros, ou ainda, das seguintes

atividades ou exploraes agropecurias: agricultura (cultivo do solo), inclusive hortalias e flores; pecuria (criao, recriao ou engorda de gado e de animais de pequeno porte); atividades de beneficiamento ou transformao de produtos agropecurios em instalaes existentes nos prprios estabelecimentos (excetuam-se as usinas de acar, fbricas de polpa, de madeira, serrarias e unidades industriais com produo licenciada, que so classificadas como industriais).

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4.5

Receitas Industriais So receitas provenientes das atividades industriais de extrao mineral, de transformao, de

construo e outros, provenientes das atividades industriais definidas como tais pela Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE.

4.6

Receitas de Servios Esta fonte de receita engloba as arrecadaes decorrentes da prestao de servios comerciais,

financeiros, de transporte, de comunicao, de sade, armazenagem, recreativos, culturais e de outros servios, desde que no se configurem, atravs da interpretao do Cdigo Tributrio do Municpio, como um fato gerador de uma Taxa. Diante do exposto, as Receitas de Servios so recebimentos por servios prestados nas mais diversas reas, cobradas na forma de tarifas ou recebidas de outras entidades governamentais. Entre as Receitas de Servio merecem destaque, as seguintes: Classificao 1600.05.00 Especificao Servios de Sade Registra o valor total da arrecadao da receita originria da prestao de servios de sade, hospitalares, gerais ou especializados, maternidade, centro de reabilitao, assistncia mdico-odontolgica (inclusive ambulatorial), sade pblica, etc. Esta classificao contempla ainda os recursos do Sistema nico de Sade SUS pagos diretamente pela Unio. Servios Administrativos Registra o valor total da arrecadao de servios administrativos (atividades de apoio Administrativo de carter no-tributrio) executados por organizaes de qualquer Natureza prestados diretamente aos usurios, tais como: a)servio de expedio de certificados; b) servio de registro, renovao, vistoria, licena, cadastramento, etc. c) datilografia, digitao, microfilmagem, fotocpias, cpias heliogrficas, etc. d) tarifa de inscrio em concursos. e) tarifa de administrao de servios. f) venda de editais. Servios de Reparao, Instalao e Manuteno Registra o valor total da arrecadao de receita de servios de reparao, manuteno e instalao prestados. Receita de servios de reparao de artefatos de metal; reparao e manuteno de mquinas e aparelhos de uso Domstico; reparao, manuteno e instalao de mquinas e aparelhos eltricos e eletrnicos e de comunicao; reparao e manuteno de instalaes eltricas, de gs, de gua, etc. Incluem-se tambm, nesse ttulo, os servios de confeco sob medida. No so considerados nesse ttulo, classificando-se em receita industrial: reparao e manuteno de veculos ferrovirios, embarcaes e aeronaves (indstria de material de transporte). Servios Recreativos e Culturais Registra o valor total da arrecadao da receita de servios recreativos e culturais prestados. Receita proporcionada pela explorao de instalaes para recreao, prtica desportiva e cultural (cinemas, teatros, sales para recitais, concertos, conferncias, planetrios, estdios desportivos, autdromos, museus, bibliotecas, promoo e/ou produo de espetculos artsticos culturais e esportivos).

1600.13.00

1600.18.00

1600.19.00

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Classificao 1600.41.00

1600.42.00

1600.44.00 1600.48.00

Especificao Servios de Captao, Aduo, Tratamento, Preservao e Distribuio de gua Registra o valor da arrecadao de receita de servios prestados a usurios pelo fornecimento de gua potvel representados pelo consumo auferido quando da utilizao do servio a disposio do proprietrio. Servios de Coleta, Transporte, Tratamento e Destino Final de Esgotos Registra o valor da arrecadao de receita de servios prestados a usurios beneficiados com esgotamento sanitrio representados pelo consumo auferido quando da utilizao do servio a disposio do proprietrio. Servios de Abate de Animais Registra o valor da arrecadao de receita de servios de abate de animais praticados por matadouro municipal. Servios de Religamento de gua Registra o valor da arrecadao de receita de servios de religamento de gua, ocasionados por corte de fornecimento em funo do no pagamento.

4.7

Transferncias Correntes Nesta fonte de receita, classificam-se todos os recursos recebidos de pessoas de direito pblico ou

privado, independente da contraprestao direta em bens ou servios. Vale ressaltar, que nesta Fonte de Receita encontram-se a maior parte dos recursos que ingressam nos cofres municipais. Nesta Fonte de Receita, os itens mais importantes so: Classificao 1721.01.02 Especificao Cota-Parte do Fundo de Participao dos Municpios Registra o valor total das receitas recebidas atravs de cota-parte do Fundo de Participao dos Municpios, composto da forma determinada no art. 159, I, b, da Constituio Federal. Cota-Parte do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural Registra o valor total das receitas recebidas atravs de transferncias do imposto sobre a propriedade territorial rural, em atendimento ao disposto no art. 158, II, da Constituio Federal. Transferncia Financeira L.C. N 87/96 Registra o valor total dos recursos de transferncias da Unio aos Estados, Distrito Federal e aos Municpios, atendidos os limites, critrios, prazos e demais condies fixados no anexo a Lei Complementar n 87 de 13/09/96, com base no produto de arrecadao do Imposto Estadual Sobre Operaes Relativas a Circulao de Mercadorias e Sobre Prestaes de Servios de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao ICMS. Cota-parte Royalties: Registra o valor da arrecadao da receita com a cota-parte royalties compensao financeira pela produo de petrleo Cota-Parte do Fundo Especial do Petrleo FEP Registra o valor da arrecadao de receita de transferncia da cota-parte do Fundo Especial do Petrleo FEP.

1721.01.05

1721.09.01

1721.22.30 1721.22.70

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Classificao 1721.33.00

1721.34.00

1721.35.00

1722.01.01

1722.01.02

Especificao Transferncia de Recursos do Sistema nico de Sade SUS Registra o valor total dos recursos de transferncias da Unio recebidos pelos Estados, Distrito Federal e Municpios, referente ao Sistema nico de Sade SUS, oriundo do Fundo Nacional de Sade (Piso de Ateno Bsica Fixo e Varivel, Transferncias de Alta e Mdia Complexidade, Outros Programas Financiados por Transferncias Fundo a Fundo. Os recursos relativos a pagamento direto da Unio pela prestao de servios devero ser classificados no cdigo 1600.05.00 Servios de Sade. Esta Rubrica apresenta as seguintes subclassificaes: 1721.33.10 Piso de Ateno Bsica Parte Fixa (PAB Fixo) 1721.33.20 PAB Fixo Ampliado 1721.33.31 PAB Varivel Programa de Sade da Famlia 1721.33.32 PAB Varivel Programa de Agentes Comunitrios de Sade 1721.33.33 PAB Varivel Epidemiologia e Controle de Doenas 1721.33.34 PAB Varivel Farmcia Bsica 1721.33.36 PAB Varivel Vigilincia Sanitria 1721.33.37 PAB Varivel Sade Bucal 1721.33.50 Transferncias de Alta e Mdia Complexidade 1721.33.60 Aes Estratgicas 1721.33.70 Outros Programas Fundo a Fundo SUS Registra o valor da receita de transferncia de convnios da Unio destinadas a programas de assistncia social, compreendendo as transferncias de recursos do Fundo Nacional de Assistncia Social. No esto includas nesta rubrica as transferncias destinadas aos programas de combate fome. Esta Rubrica est subdividida nas seguintes classificaes: 1721.34.01 Programa de Ao Continuada 1721.34.02 Progrma de Ateno Pessoa Idosa 1721.34.03 Programa de Ateno Pessoa Deficiente 1721.34.04 Programa de Erradicao do Trabalho Infantil 1721.34.05 Programa Agente Jovem 1721.34.99 Outros Programas do FNAS Transferncias de Recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educao FNDE Registra o valor total dos recursos de transferncias da Unio recebidos pelos Estados, Distrito Federal e Municpios, relativos ao Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educao FNDE, compreendendo os repasses referentes ao salrio-educao e demais programas do FNDE. As transferncias do FNDE devem ser classificadas nas seguintes rubricas: 1721.35.01 Transferncia da Cota Parte do Salrio Educao 1721.35.02 Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE 1721.35.03 Programa Nacional de Alimentao Escolar PNAE 1721.35.04 Programa Nacional de Alimentao em Creches PNAC 1721.35.05 Programa de Educao de Jovens e Adultos PEJA 1721.35.06 Programa de Apoio ao Transporte Escolar PNATE 1721.35.99 Outros Programas do FNDE Cota-Parte do ICMS Registra o valor da arrecadao de receita de transferncia da participao de municpios na arrecadao do Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e Prestao de Servios ICMS, pelo estado. Esta transferncia ocorre em virtude do disposto no art. 158, V da Constituio Federal. Cota-Parte do IPVA Registra o valor da arrecadao de receita de transferncia da participao de municpios na arrecadao do Imposto sobre a Propriedade de Veculos Automotores IPVA, pelo estado. Os estados repassam estes valores aos municpios em decorrncia do art. 158, III da Constituio Federal.

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Classificao 1722.01.04

1722.01.13

1722.22.30 1724.01.00

1724.02.00

1761.00.00

1762.00.00

Especificao Cota-Parte do IPI Exportao Registra o valor da arrecadao de receita de transferncia da participao de municpios na arrecadao do Imposto sobre a Produtos Industrializados IPI, para exportao. Esta obrigatoriedade encontra-se estabelecida pela Constituio Federal, em seu art. 159, II, 3. Cota-Parte da CIDE Registra o valor da arrecadao da receita de transferncia da participao dos Municpios na arrecadao da Contribuio de Interveno no Domnio Econmico CIDE. Esta obrigatoriedade foi estabelecida pela Emenda Constitucional N. 42, de 19/12/2003. Cota-parte Royalties Registra o valor da arrecadao com a cota-parte Royalties compensao financeira pela produo do petrleo. Transferncias de Recursos do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio FUNDEF Registra o valor total dos recursos de transferncias recebidos diretamente do FUNDEF, pelos Estados, Distrito Federal e Municpios. Aqui devem ser contabilizados todos os valores que foram recebidos do FUNDEF, decorrente do rateio do ICMS (arrecadado pelo estado), Cota Parte do ICMS (arrecadado pelos municpios), Transferncia Financeira da LC 87/96 (arrecadado pelos estados e municpios), Cota Parte do IPI sobre Exportao (arrecadado pelos estados e municpios), Cota Parte do FPM e Cota Parte do FPE. Transferncias de Recursos da Complementao ao Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio - FUNDEF. Registra o valor total dos recursos de transferncias de complementao recebidos do FUNDEF, pelos Estados, Distrito Federal e Municpios. Transferncias de Convnios da Unio e de Suas Entidades Registra o valor total dos recursos oriundos de convnios firmados, com ou sem contraprestaes de servios, com a Unio ou com suas entidades, para realizao de objetivos de interesse comum dos partcipes, e destinados a custear despesas correntes. As receitas correntes decorrentes de transferncias voluntrias da Unio devero ser classificadas nas seguintes rubricas: 1761.01.00 Transferncias de Convnios da Unio Sade 1761.02.00 Transferncias de Convnios da Unio Educao 1761.03.00 Transferncias de Convnios da Unio Assistncia Social 1761.99.00 Demais Transferncias de Convnios da Unio Transferncia de Convnios dos Estados e do Distrito Federal e de Suas Entidades Registra o valor total dos recursos oriundos de convnios firmados, com ou sem contraprestaes de servios com Estados ou com o Distrito Federal e respectivas entidades pblicas, para realizao de objetivos de interesse comum dos partcipes, destinados a custear despesas correntes. As receitas correntes decorrentes de transferncias voluntrias do Estado devero ser classificadas nas seguintes rubricas: 1762.01.00 Transferncias de Convnios do Estado Sade 1762.02.00 Transferncias de Convnios do Estado Educao 1762.03.00 Transferncias de Convnios do Estado Assistncia Social 1762.99.00 Demais Transferncias de Convnios do Estado

4.8

Outras Receitas Correntes Nesta fonte, encontram-se as demais Receitas Correntes no classificveis em nenhuma das fontes

anteriormente estudadas, sendo as mais importantes, as seguintes: Classificao 1910.00.00 Especificao Multas e Juros de Mora Registra o valor da receita arrecadada com penalidades pecunirias decorrentes da34

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