administracao para concursos

136
APOSTILA DE NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PARA CONCURSOS Encontre o material de estudo para seu concurso preferido em www.oreidasapostilas.com.br Conteúdo: 01 - Noções de administração de materiais. 02 - Noções de administração financeira. 03 - Noções de arquivamento e organização de trabalho. 04 - Noções de relações humanas. 05 - Lei 8.112, de 11/10/1990 (Regime Jurídico Único dos Servidores da União - comentado). 06 - Ética no serviço público – Código de Ética do Servidor Público Federal.

Upload: murilo-henrique

Post on 08-Jul-2015

122 views

Category:

Education


1 download

DESCRIPTION

Apostila de administração

TRANSCRIPT

Page 1: Administracao para concursos

APOSTILA DE NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃOPARA CONCURSOS

Encontre o material de estudo para seu concurso preferido em

www.oreidasapostilas.com.br

Conteúdo:

01 - Noções de administração de materiais.02 - Noções de administração financeira.03 - Noções de arquivamento e organização de trabalho.04 - Noções de relações humanas.05 - Lei 8.112, de 11/10/1990 (Regime Jurídico Único dos Servidores da União - comentado).06 - Ética no serviço público – Código de Ética do Servidor Público Federal.

Page 2: Administracao para concursos

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL

Nenhuma empresa funciona sem matéria-prima, produtos, equipamentos, instrumentos, peças demanutenção e tantos outros materiais.

E todos eles precisam ser guardados, conservados, movimentados de um setor para outro. Elesprecisam ser administrados.

A Administração de Material trata de todas as etapas de movimentação e de guarda dessesmateriais, visando garantir que o investimento em estoques seja de rentabilidade segura, em termos delucro e de atendimento às metas da organização.

Rentabilidade é o grau de êxito econômico obtido por uma empresa em relação ao que nela éinvestido.

Para atingir esse objetivo, os profissionais da administração de materiais devem tornar eficientes osmeios de planejamento e controle, de modo a diminuir as necessidades de capital para o estoque.

Capital, aqui, tem o sentido de riqueza, valores disponíveis.E quem faz a articulação constante entre necessidade de estoque, controle de estoque e capital é o

Sistema de Materiais da empresa.Sistema de Materiais é o conjunto dos setores da empresa que são responsáveis por todo o

material nela existente. Ele cuida do fluxo de circulação dos materiais, desde o momento em queentram na empresa.

Conheça um pouco sobre cada setor que compõe o Sistema de Materiais.

Setor O que faz Em que empresasPlanejamento e Controle daProdução

Programa e controla o processoprodutivo

Empresas de indústria, comércio eserviços

Importação Responsabiliza-se pelo processo deimportação de mercadorias

Empresas de indústria, comércio eserviços

Transporte e Distribuição Entrega os produtos aos clientes eos materiais à empresa

Empresas de indústria e comércio

Compras Planeja e coordena o processo deaquisição de materiais

Qualquer tipo de empresa

Controle de Estoque Acompanha e controla o nível deestoque e o investimento financeiroenvolvido

Qualquer tipo de empresa

Almoxarifado Guarda os materiais entregues porfornecedores para uso exclusivo daempresa

Qualquer tipo de empresa

Os aspectos da administração de material de que iremos tratar neste livro dizem respeito aocontrole de estoque e ao almoxarifado. A diferença entre esses setores está no fato de os materiaiscom que trabalham serem ou não geradores de riquezas.

O estoque é gerador de riquezas, uma vez que ele representa as mercadorias que serão colocadasà disposição do consumidor, isto é, serão vendidas.

O material sob a responsabilidade do almoxarifado, por sua vez, não é gerador de riquezas, já queele é para uso da própria empresa. Chamado de material de consumo, está presente em todas asempresas - independentemente do tipo ou porte - e se constitui em papéis, canetas, clips, pastassuspensas de arquivos, produtos higiênicos e de limpeza, dentre tantos outros.

Na prática, no entanto, não existem diferenças significativas entre as características gerais de umsetor e outro.

MANUTENÇÃO DE ESTOQUESSeja na Indústria, no Comércio ou em Serviços, a manutenção de estoques de materiais mostra-se

necessária como forma de garantir o ritmo da produção, aqui entendida no sentido genérico detrabalho.

Pense, por exemplo, numa fábrica que mantém estoques para entregar ao comércio. Esse, por suavez, conserva estoques para entregar ao cliente.

Page 3: Administracao para concursos

A manutenção de estoques torna o processo produtivo mais ágil, possibilitando o aumento daprodução sem necessidade de esperar pelo processamento de novos pedidos ou pelas entregas.

No comércio, por exemplo, os estoques de produtos prontos permitem o aumento do nível devendas, independentemente da produção ou dos estoques de fábrica.

Cada atividade produtiva tem necessidades específicas. Portanto, varia o tipo de material queprecisa ser mantido em estoque.

Na Indústria, os tipos de estoque mais comuns são os de matéria-prima, os de produtos e os depeças de manutenção.

Matéria-prima é o material básico e fundamental para a elaboração de produtos.Produto, por sua vez, é o resultado do processo pelo qual passou a matéria-prima. Os produtos

podem ser acabados ou estar em processo. No primeiro caso, estão aqueles que já adquiriram formafinal, mas ainda não foram vendidos. No segundo, estão os que ainda não ficaram prontos.

Peças de manutenção são todos os elementos que concorrem para o funcionamento regular epermanente dos produtos, máquinas e motores. A falta dessas peças pode causar interrupção daprodução, ocasionando graves prejuízos para a empresa.

Numa indústria de móveis de escritório, por exemplo, podemos encontrar vários tipos de materiaisem estoque:

• Troncos de madeira e barras de ferro não-trabalhados (matérias-primas).

• Madeira e ferro já trabalhados na medida dos móveis que serão fabricados (produtos emprocesso).

• Mesas e cadeiras prontas para revenda (produtos acabados).

• Pregos, parafusos, cola (peças de manutenção).No Comércio, os tipos de estoques mais comuns são os de produtos e os de embalagens.Aqui, produtos são os materiais, expostos ou não, a serem comercializados.E embalagens são os invólucros ou recipientes usados no comércio varejista ou atacadista para

acondicionar os produtos.Artefatos para embalagens são também comumente mantidos em estoque.Artefato vem do latim arte factu e quer dizer feito com arte. Um artefato é qualquer objeto

trabalhado manualmente.A embalagem é fator muito importante no comércio, na medida em que tem como principal função

manter a integridade do produto no seu transporte até o destino. Mas ela também funciona como apeloà publicidade. Afinal, uma loja que acondiciona suas mercadorias em belas embalagens tem umchamariz a mais...

E o que acontece com os Serviços?Imagine um salão de cabeleireiro. Trata-se de uma prestação de serviço que usa produtos próprios

no atendimento ao cliente. Esmaltes de unha, tinturas, xampus, cremes. Esse material, muitas vezespreparado a partir de outros produtos, fica estocado no salão.

Agora pense numa assistência técnica para um aparelho de som que apresentou defeito. Se fornecessária a reposição de alguma peça, muito provavelmente a loja a terá em estoque.

Mas quando você leva seu carro a uma oficina mecânica para ser consertado e o reparo exige atroca de alguma peça, muito provavelmente a oficina irá comprá-la em uma revendedora de autopeças,porque não é comum ela ter guardado esse tipo de material para reposição.

Nos Serviços, o estoque, quando existe, pode ser de dois tipos: peças para reposição e produtospróprios.

PLANEJAMENTO DE ESTOQUESO planejamento é muito importante para a manutenção dos níveis de estoque. Um estoque mal

planejado pode gerar conflitos internos no Sistema de Materiais e até mesmo na administração geralda empresa, pois enquanto o setor de vendas deseja um estoque elevado para atender aos clientes,por exemplo, o setor financeiro quer estoques reduzidos para diminuir o capital investido.

É imprescindível haver uma conciliação entre os objetivos das diferentes áreas, para que as açõesda empresa não sofram nenhum prejuízo. E cabe à administração de material a responsabilidade pelasdecisões relacionadas ao dimensionamento dos estoques.

Page 4: Administracao para concursos

Mas como proceder para o dimensionamento dos estoques?

• Os produtos devem ficar estocados o menor tempo possível, pois isso significa que o capitalinvestido na sua aquisição retornou rapidamente aos cofres da empresa.

• estoque precisa garantir o alcance do objetivo operacional da empresa, seja ele a produção, avenda ou a prestação de serviços.

• custo de manutenção dos estoques aumenta na propo rção de sua dimensão. Isso significa quequanto maior o estoque, maior deverá ser o espaço físico para guardá-lo, maior deverá ser onúmero de pessoas para cuidar dele, mais gastos serão necessários para o controle. É precisoestabelecer qual o estoque ideal para a manutenção da atividade da empresa.

Dimensionar o estoque é exatamente desenvolver um planejamento, confrontando aspectosrelativos ao capital, ao estoque e à demanda.

Para que a administração de estoques funcione adequadamente, é necessário o estabelecimentode alguns critérios básicos, como, por exemplo:

• Determinação de metas quanto a prazos de entrega de produtos aos clientes (no caso deempresa fornecedora).

• Conhecimento dos prazos de entrega por parte dos fornecedores (no caso de empresacompradora).

• Definição dos materiais a serem estocados.

• Determinação da quantidade e do porte dos locais próprios à estocagem - almoxarifado oudepósitos.

• Fixação do nível de flutuação dos estoques.Flutuação é a mudança de dimensionamento do estoque de acordo com a demanda, seja para

atender a uma alta ou baixa de vendas, seja para atender à alteração de consumo nos setores daempresa.

• Indicação das possibilidades de especular com o estoque.Especular significa valer-se de determinadas circunstâncias para obter Vantagens. Uma das

formas de especular com o estoque é fazer compras antecipadas com preços mais baixos ou compraruma quantidade maior para conseguir descontos.

• Definição do fluxo de rotatividade dos estoques.Rotatividade é a alternância de fatos, de situações. A rotatividade de estoque tem a ver com o

número de vezes em que o estoque foi renovado em determinado período.

• Definição sobre alterações no capital de giro e no ativo da empresa.Capital de giro é terminologia própria da Administração Financeira.Trata-se do valor monetário relativo à aquisição de bens destinados à revenda ou à produção de

outros bens que constituam o objeto do negócio da empresa.Por exemplo: o valor investido na compra de mercadorias representa capital de giro, pois espera-se

que os produtos sejam vendidos o mais rápido possível para que o dinheiro aplicado retorne aos cofresda empresa e reverta na compra de mais mercadorias.

Ativo de uma empresa é o conjunto dos recursos iniciais nela investidos e os bens e direitosadquiridos no decorrer de sua atividade.

É assim que se define a política de estoques da empresa.Um outro aspecto importante, que faz parte dessa política, é a definição da posição da empresa no

que se refere ao estoque de segurança.Estoque de segurança é a manutenção de uma quantidade mínima de materiais nos estoques da

empresa para evitar desabastecer a produção e a venda de produtos acabados.À medida que os materiais vão sendo requisitados e encaminhados, o nível de estoque vai

baixando até chegar ao limite mínimo considerado como de segurança. A esse nível-limite chamamosponto de reposição. O ponto de reposição indica a necessidade de emissão de uma nova ordem decompras.

A definição dos níveis de estoque de segurança leva em conta, entre outros aspectos, o tempo queo fornecedor tem para atender aos pedidos e a programação de demanda pelos materiais.

Page 5: Administracao para concursos

Calcular o estoque de segurança de um produto - o seu ponto de reposição - não é difícil. Observesó.

Nos seis primeiros meses do ano, uma empresa vendeu um determinado produto nas seguintesquantidades:

janeiro 45 unidadesfevereiro 42 unidadesmarço 50 unidadesabril 70 unidadesmaio 37 unidadesjunho 56 unidadesO tempo de reposição desse produto - ou seja, o período necessário entre o acionamento da

compra e a disponibilidade de material - é de 15 dias.Qual o estoque de segurança desse produto?O primeiro passo é calcular o consumo médio mensal da empresa. E isso é feito dividindo-se o total

de unidades vendidas nos meses pelo número de meses dessa venda.Assim, o consumo médio mensal, nesse caso, é:(45 + 42 + 50 + 70 + 37 + 56) /6 = 50Para calcular o estoque de segurança é preciso multiplicar o consumo médio mensal da empresa

pelo tempo de reposição do produto.Tomando como base o mês (30 dias), o tempo de reposição de 15 dias representa a metade do

mês.Assim, o estoque de segurança será:50 x fi = 25Isso significa que o ponto de reposição é de 25 unidades da mercadoria. Por ,sofrerem ação do

ambiente externo (dificuldades de ordem política, econômica e social ou no processo de importação) etambém do ambiente interno (demanda não-planejada de incremento da produção ou dos serviços), osestoques de segurança devem ser acionados sempre que surgir o risco de esgotamento dos materiaispara produção.

Analise estas situações, que não são difíceis de acontecer..Em uma fábrica de sapatos, o couro não chega na data prevista. Sem matéria-prima, a produção

tem de parar. Pense no prejuízo...Em uma loja atacadista, falta mercadoria para vender. A loja corre o risco de perder um importante

cliente!Em um hospital, todas as cirurgias marcadas para o dia são suspensas, por falta de material

anestésico. O que será dos pacientes?Nessas situações, você deve ter identificado a paralisação da produção; o atraso na entrega de

produtos acabados; a omissão na prestação de um serviço. Tudo isso por falta de estoque!A ausência de estoques de segurança representa um custo muito alto, trazendo prejuízos à

empresa.Para as empresas que trabalham com produtos ou serviços de demando sazonal, pode ser

interessante manter estoques de antecipação. Esses estoques são formados, em geral, durante operíodo imediatamente anterior ao da oportunidade de negócios.

Demanda sazonal significa a procura em determinadas épocas do ano. Exemplos de demandasazonal são as fantasias e adereços na época do Carnaval; material escolar no início do ano letivo;hospedagem em época de férias.

Tão importante quanto o planejamento é o controle de estoques. Veja a seguir, do que trata essafunção.

CONTROLE DE ESTOQUESSabemos que os estoques são mantidos com a finalidade de alimentar a produção e a

comercialização de bens e, em alguns casos, a prestação de serviços.

Page 6: Administracao para concursos

O controle de estoques, portanto, é necessário para que haja sempre um nível de material suficientepara o alcance do objetivo operacional da empresa, o que lhe possibilita agir com mais segurança etranqüilidade. É ele que vai permitir verificar se o planejamento vem sendo seguido e que tipo de ajusteprecisa ser feito.

Cada empresa, de acordo com a atividade que desenvolve e com os recursos de que dispõe,estabelece uma rotina própria para o controle de seus estoques, geralmente definindo:

• objetivo do controle, isto é, que padrões serão considerados.

• que, como e quando controlar.

• Como divulgar os resultados.

• Como corrigir os desvios.Qualquer que seja a técnica de controle adotada, estarão sempre presentes um sistema de registro,

coleta e processamento de informações e um conjunto de rotinas que se integram nos vários níveis daempresa.

Hoje em dia, um controle de estoques que envolve grandes massas de dados faz uso deferramentas informatizadas. Isso traz inúmeras vantagens, dentre as quais maior velocidade na coletae no processamento das informações.

Seja qual for o modo escolhido pela empresa para desenvolver o controle de estoques, na práticaas atribuições do setor responsável por essa função não diferem muito.

São essas as atribuições mais comuns:

• Verificação dos itens ou produtos que devem permanecer em estoque.

• Recebimento e armazenagem dos materiais.

• Atendimento aos pedidos de materiais estocados, de acordo com as solicitações de outrossetores.

• Controle das quantidades e do valor dos estoques.

• Realização de inventários periódicos para avaliação das quantidades e do estado dos materiaisestocados.

• Identificação e retirada dos itens obsoletos e danificados.

• Controle do tempo de reposição de material.

• Encaminhamento de pedidos de compra de materiais, sempre que necessário.Sem dúvida o controle de estoques repercute na produtividade da empresa, podendo qualquer

descuido causar grandes prejuízos. Quando, por exemplo, um pedido de compra é feito, torna-senecessário não só verificar a quantidade de material a ser solicitada e o momento adequado para oencaminhamento, mas, também, transmitir ao setor encarregado pela compra as especificaçõesprecisas e completas sobre o produto.

MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUESSabemos que os materiais em estoque circulam, seja qual for o tipo de empresa: é a matéria-prima

indo para a linha de produção; são as peças sendo entregues ao setor de manutenção; são osprodutos saindo do estoque para os postos de venda. Isso só para citar alguns exemplos...

A movimentação dos materiais em estoque é fator importante para a agilização dos serviços queprecisam ser executados, merecendo também planejamento criterioso por parte dos responsáveis pelaadministração dos materiais.

O planejamento da movimentação de materiais visa garantir que o volume de estoques sejamanipulado com rapidez e de forma econômica - em termos de aplicação de recursos financeiros,materiais e humanos -, evitando perdas e desperdícios.

Para atingir esse objetivo, o planejamento tem que tratar dos múltiplos aspectos que, de algumaforma, interferem no "caminho" percorrido pelos materiais. São eles:

• Sua entrada na empresa.

• Seu encaminhamento ao local de armazenamento.

• As próprias condições físicas do local de armazenamento.

Page 7: Administracao para concursos

• Sua distribuição interna, no caso de terem sido solicitados pelos setores, ou seu encaminhamentoao consumidor.

Na maioria das empresas, o controle do fluxo dos materiais é realizado a partir de um estudomensal ou quinzenal dos pedidos de estoque. Uma forma de programação, com pedidos antecipadospor parte dos setores, incluindo as necessidades médias de materiais, possibilita um melhor rendi-mento do trabalho no setor e na empresa como um todo.

A organização dos espaços destinados ao armazenamento dos materiais é um dos aspectos maisimportantes do planejamento.

Como utilizar da melhor maneira possível a área disponível?Como facilitar o fluxo de pessoas e materiais para economizar tempo nas operações de rotina? São

necessárias condições especiais para garantir a qualidade dos materiais?Essas e outras perguntas são feitas, normalmente, quando se pretende eficiência e eficácia no setor

que cuida da movimentação dos materiais. E de modo a permitir respostas mais adequadas, um estudográfico - usando diagramas e maquetes - pode ser bastante útil.

A análise desses gráficos é importante, na medida em que pode propiciar informações quebeneficiam o planejamento e o desenvolvimento do trabalho.

CUSTOS DE ESTOQUESVários são os itens que concorrem para a determinação dos custos relativos ao armazenamento de

materiais em uma empresa. E é importante conhecêlos, uma vez que eles são considerados nadefinição do preço de venda de qualquer produto.

Assim, o estabelecimento do preço de venda de um produto deve levar em conta o custo de suaaquisição, o custo de armazenagem e a margem de lucro desejada.

Em tempos idos não era dada a atenção devida ao custo de manutenção de estoques. Hoje,considerando a preocupação crescente com a produtividade e, principalmente, com a intensificação daconcorrência em todas as áreas, as empresas vêm demonstrando especial cuidado com o controledesse tipo de custo.

Os custos de armazenagem podem ser calculados a partir de:

• Custos com pessoal são os salários e encargos sociais dos que trabalham na área, ou seja,toda despesa com a mão-de-obra envolvida.

• Custos com edificação são os recursos financeiros usados na conservação do prédio, empagamento de aluguel, de energia elétrica, enfim, todas as despesas com a parte física do localde armazenamento.

• Custos com manutenção são os valores gastos na conservação dos equipamentos. Aí secomputam também as perdas com a eventual deteriorização e obsolescência dessesequipamentos.

• Custos de capital são os valores investidos na compra de mercadorias armazenadas noestoque. Esses valores, portanto, perdem temporariamente o poder de circulação, pois sãorepostos apenas na venda.

Todos esses custos são calculados em índice percentual sobre o valor total do estoque. Forma-se,assim, o fator de armazenagem, um índice que serve para acompanhar o crescimento ou a reduçãodos custos de armazenagem ao longo de um determinado período.

É importante saber que os custos de estoques afetam em muito a rentabilidade da empresa,podendo gerar inúmeros problemas quando superam os benefícios.

Page 8: Administracao para concursos

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Lidar com finanças e construir patrimônio são duas ações que acompanham o homem há muitosséculos. Não precisamos, no entanto, analisar profundamente a história. Basta nos atermos ao nossodia-a-dia e observar como estamos freqüentemente usando esses conceitos. A partir daí, torna-se fáciltranspô-los para a realidade das empresas, aplicando-os em nosso trabalho.

FINANÇASPara compreender o conceito de finanças, vamos imaginar a seguinte situação.Antônio recebeu hoje o salário do mês. Observe como ele o administra. Primeiro, Antônio separa

uma parte do dinheiro para o pagamento das contas de luz, gás, telefone, condomínio e também doaluguel. Outra parte é destinada aos gastos com transporte, alimentação e eventuais despesasmédicas. O que sobra, Antônio deposita no banco. Assim ele pretende juntar o dinheiro suficiente parapoder comprar o tão sonhado videocassete.

De acordo com a situação vivida por Antônio, podemos concluir que todos nós somosadministradores financeiros de nosso dinheiro, ou seja, todos nós lidamos com finanças.

E isso acontece quando fazemos nosso planejamento financeiro doméstico; quando levantamosnossos fundos de reserva, verificando onde e quanto do dinheiro de que dispomos será guardado;quando empregamos e distribuímos nosso dinheiro; quando confrontamos nossos planos originais como que efetivamente pode ser realizado.

Logo, pode-se entender por finanças a guarda, a aplicação e a distribuição de recursos financeiros.É dessa forma que podemos entender as finanças de uma empresa.As finanças de uma empresa representam a administração de seus recursos, desde a aquisição até

a distribuição eficiente.

PATRIMÔNIOSabemos que, no início da civilização, o homem habitava cavernas e buscava os frutos silvestres e

a água para saciar sua fome e sua sede.Com o tempo, passou a guardar frutos e a água dentro da caverna, para poder utilizá-la de acordo

com suas necessidades de consumo. Nascia aí o conceito primitivo de patrimônio.Eram patrimônio também todos os bens e mercadorias obtidos através do comércio.BEM = aqui é entendido como tudo aquilo que a pessoa possui, seja para uso, troca ou consumo.Nesse contexto histórico, o comércio se baseava apenas na simples troca de mercadorias. Logo,

todo o excedente da produção era diretamente trocado por outros produtos com a única finalidade demanter a substância do grupo.

Com a invenção da moeda como forma de aquisição de mercadorias, as sociedades passaram abuscar o acúmulo de bens visando à geração de riquezas. Ampliava-se assim o conceito de patrimônio,que já não existia mais, somente, com a finalidade de manter a subsistência do homem, mas, sim, comfinalidade econômica.

Com o acúmulo de riquezas, as sociedades passaram a criar reservas de recursos suficientes paranegociá-los com terceiros, através de empréstimos. Assim nasciam os conceitos de direitos eobrigações.

DIREITOS = são todos os valores que alguém tem a receber de terceiros.OBRIGAÇÕES = são todos os valores que alguém tem a pagar.Hoje o patrimônio constitui um conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa, que poder

ser física (o indivíduo) ou jurídica (a empresa).

EXERCÍCIONa relação de itens a seguir, coloque, dentro dos parênteses, B para os bens, D para os direitos e

O para as obrigações:

Apartamento ( )

Page 9: Administracao para concursos

Dinheiro ( )Promissórias a pagar ( )Automóveis ( )Duplicatas a receber ( )Impostos a pagar ( )Lucros a distribuir ( )Dividendos a pagar ( )

Terras ( )Máquinas ( )Contas a receber ( )Salários a pagar ( )Jóias ( )Prestações a receber ( )Caminhões ( )

Respostas: B,D,O,B,D,O,O,O,B,B,D,O,B,D,B

Após a compreensão dos conceitos de finanças e patrimônio, pré-requisitos para o desenvolvimentode seu estudo sobre administração financeira, vamos dar um segundo passo, buscando agoraconhecer os objetivos e as funções da administração financeira dentro de uma empresa.

O OBJETIVOAo iniciar suas atividades, toda empresa tem a administração voltada para a realização de seus

objetivos.Nos dias de hoje, principalmente devido às mudanças no perfil do público consumidor e na própria

estrutura empresarial, as empresas destacam entre seus maiores objetivos a qualidade nos produtos eserviços oferecidos e a produtividade do trabalhador.

Para garantir a consecução dos objetivos mais gerais de uma empresa, todos os setores que aconstituem precisam responder eficientemente aos seus objetivos específicos. No caso daadministração financeira, seu papel é o de garantir à empresa a obtenção de lucros.

É importante não esquecermos que a realização dos objetivos da administração das empresas deveresponder a alguns princípios, como o cumprimento de suas obrigações sociais: pagamento deimpostos, atendimento às exigências da legislação do país e controle das agressões que sua produçãoe atividades possam fazer ao meio ambiente.

Aumentando o patrimônio da empresaPara aumentar o valor do patrimônio de uma empresa a administração financeira precisa ter em

mente alguns aspectos, como as perspectivas de investimento a longo prazo, a destinação do lucro emexercício, a consideração do risco assumido e o aumento ou a manutenção do valor de mercado daempresa.

O investimento a longo prazoChamamos de investimento todos os gastos que uma empresa faz para melhorar a qualidade de

seus serviços. Para garantir a manutenção das atividades e a consecução dos lucros, toda empresarealiza investimentos, que podem ser de curto ou de longo prazo.

Como toda empresa é constituída com a perspectiva da evolução dos lucros e da manutenção desuas atividades por tempo indeterminado, a administração financeira precisa considerar, sempre, aimportância do investimento a longo prazo. Ao planejar esses investimentos, muitas vezes aadministração financeira pode até sacrificar um lucro imediato com o objetivo de conseguir maioresbenefícios futuros para a empresa.

Page 10: Administracao para concursos

Todo investimento a longo prazo precisa de um acompanhamento e de uma avaliação sobre astendências e o desenvolvimento do mercado. Ao mesmo tempo, a empresa que realiza investimentosem tecnologia, novos produtos e treinamento de pessoal estará mais bem preparada para assimilar ese adaptar às mudanças, seja nos processos de trabalho, seja atendendo às novas exigências domercado.

Destinação do lucroO lucro apurado no final de um período contábil pode ter várias destinações, como criação de

reservas (que não são distribuídas aos acionistas); bonificações (distribuídas aos acionistas em formade novas ações) ou dividendos (distribuídos aos acionistas em forma de dinheiro).

Ao estabelecer uma política de dividendos, cabe à administração financeira questionar quanto dolucro deve ser distribuído aos acionistas e quanto deve ser retido para financiar a expansão dosnegócios.

O riscoA administração financeira precisa sempre considerar os riscos a serem assumidos. 0 investidor só

considera satisfatório deixar de receber os lucros de uma aplicação, no prazo combinado, caso hajapossibilidade de recebê-los com rendimentos maiores no futuro. 0 retorno deve ser compatível com orisco assumido.

* valor de mercado* capacidade de uma empresa gerar lucros, seu conceito junto aos credores, assim como sua

tecnologia e sua competência gerencial são fatores que podem manter ou aumentar o valor daempresa no mercado.

Logo, nenhum desses fatores pode deixar de ser considerado nas pesquisas e nos projetos deinvestimento da administração financeira.

AS FUNÇÕESVamos analisar a seguinte situação, vivida pela empresa Delta: ela apresenta saldo de caixa inativo,

excesso de estoque e três máquinas paralisadas à espera de reposição de peças.Na sua opinião, o administrador financeiro da empresa Delta está cumprindo suas funções de forma

eficiente?Mesmo sem sabermos quais são as funções de um administrador financeiro, percebemos que em

nenhuma empresa pode ocorrer uma situação semelhante à da empresa Delta.Para que a administração financeira atinja seus objetivos ela deve executar suas funções

essenciais, que são planejamento financeiro, aquisição, otimização e distribuição dos recursos, alémdo controle financeiro.

Planejamento financeiroÉ comum usarmos o verbo planejar para expressar aquilo que estamos pensando em realizar. Veja

só: Luiza está planejando viajar.Luiza também planejou a compra de seu apartamento, mas foi obrigada a mudar os planos.Frases como essas são usuais porque tudo na vida merece um planejamento, seja ele simples, seja

complexo.Mas por que sentimos essa necessidade? Porque precisamos definir antecipadamente o que

desejamos alcançar, como e quando será feito e por quanto e por quem será feito.Na administração financeira, o planejamento visa a estabelecer a quantidade de recursos que serão

investidos em novos mercados e quanto será destinado ao reaparelhamento de máquinas, veículos,móveis, equipamentos, etc.

Aquisição de recursosOs recursos de uma empresa podem ser obtidos internamente, por meio das próprias operações da

firma (venda de suas mercadorias ou serviços), ou externamente (empréstimos bancários, créditosconcedidos pelo governo, etc.), através de negociações de financiamento. Cabe à administração

Page 11: Administracao para concursos

financeira decidir qual é a forma de captação mais adequada às operações normais, rotineiras e aosnovos projetos a serem implantados na empresa.

Os recursos podem ser utilizados para adquirir maiores estoques, financiar um volume maior devendas a crédito, comprar ativos imobilizados (automóveis, terrenos, jóias, etc.) e aumentar o saldo decaixa para transações ou mesmo por precaução.

Otimização dos recursosToda empresa, desde o momento em que inicia suas operações e começa a funcionar, realiza

gastos. Os gastos de uma empresa são as despesas, os custos ou mesmo os investimentos feitospara a produção de bens e serviços.

DESPESASsão os gastos que decorrem das atividades operacionais.

CUSTOSsão os gastos atribuídos à fabricação dos produtos ou à realização dos serviços.

INVESTIMENTOScomo você já viu, são os gastos efetuados para manter as atividades e permitir a obtenção dos

lucros.

Otimizar os recursos de uma empresa significa exatamente aplicá-los com eficácia, procurando umadequado equilíbrio orçamentário entre as despesas, os custos e os investimentos.

Por exemplo, no momento em que uma empresa é criada, surgem os gastos iniciais com alegalização. A partir daí, toma-se necessário contratar um contador ou um técnico em contabilidadepara orientar os procedimentos de abertura da empresa, registrar o contrato social e cadastrar aempresa em vários órgãos da Prefeitura, Estado, Receita Federal, etc.

Depois que a empresa está registrada, já podendo exercer sua atividade legal, o próprio objetivo donegócio gera outros gastos, como contratação de pessoal para o trabalho; pagamento de aluguel etaxas públicas (despesas); pagamento de impostos ligados à produção e à venda (custos); compra dematéria-prima ou mercadorias (custos); treinamento do pessoal para desempenho das funções(investimento) e compra de equipamentos (investimento).

Distribuição eficiente de recursosPara alcançar o lucro desejado e preservar a capacidade de pagar seus compromissos nos

vencimentos, torna-se necessário que a empresa distribua equilibradamente os recursos por todos osseus setores.

É importante destacar que para uma correta distribuição de recursos, com menor probabilidade deerro, a área financeira precisa estar integrada às demais áreas da empresa.

Controle financeiroO controle financeiro tem início no ponto em que o planejamento da empresa termina.

Esse controle tem por objetivo verificar se os recursos destinados à consecução das atividadesestão sendo aplicados conforme o planejado e avaliar a necessidade de correções e adaptações paraque os resultados previstos ao longo do planejamento sejam atingidos.

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA PÚBLICA

Difere da administração financeira particular e está regulamentada pela Lei Complementar nº 101/2000a seguir:

LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000.

Page 12: Administracao para concursos

Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dáoutras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono aseguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para aresponsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.

§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que seprevinem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante ocumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições noque tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras,dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessãode garantia e inscrição em Restos a Pagar.

§ 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e osMunicípios.

§ 3o Nas referências:I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder

Judiciário e o Ministério Público;b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais

dependentes;II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do

Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município;II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta

ou indiretamente, a ente da Federação;III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos

financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos,no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;

IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes,deduzidos:

a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional oulegal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 daConstituição;

b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu

sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeiracitada no § 9o do art. 201 da Constituição.

§ 1o Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos emdecorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

§ 2o Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapáe de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o inciso Vdo § 1o do art. 19.

§ 3o A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês emreferência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

CAPÍTULO IIDO PLANEJAMENTO

Seção IDo Plano Plurianual

Art. 3o (VETADO)Seção II

Da Lei de Diretrizes OrçamentáriasArt. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:I - disporá também sobre:

Page 13: Administracao para concursos

a) equilíbrio entre receitas e despesas;b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do

inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;c) (VETADO)d) (VETADO)e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados

com recursos dos orçamentos;f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;II - (VETADO)III - (VETADO)§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão

estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas,resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e paraos dois seguintes.

§ 2o O Anexo conterá, ainda:I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que

justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, eevidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e aaplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

IV - avaliação da situação financeira e atuarial:a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo

ao Trabalhador;b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão

das despesas obrigatórias de caráter continuado.§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os

passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando asprovidências a serem tomadas, caso se concretizem.

§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, osobjetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções paraseus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente.

Seção IIIDa Lei Orçamentária Anual

Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual,com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:

I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com osobjetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o;

II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem comodas medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias decaráter continuado;

III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base nareceita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:

a) (VETADO)b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.§ 1o Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as

atenderão, constarão da lei orçamentária anual.§ 2o O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de

crédito adicional.§ 3o A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a

variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica.§ 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação

ilimitada.§ 5o A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um

exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão,conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição.

§ 6o Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei orçamentária, as do Banco Centraldo Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados abenefícios e assistência aos servidores, e a investimentos.

§ 7o (VETADO)Art. 6o (VETADO)

Page 14: Administracao para concursos

Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após a constituição ou reversão dereservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil subseqüente àaprovação dos balanços semestrais.

§ 1o O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para com o Banco Central do Brasil eserá consignado em dotação específica no orçamento.

§ 2o O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco Central do Brasil serãodemonstrados trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União.

§ 3o Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil conterão notas explicativas sobre os custosda remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas cambiais e arentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os de emissão da União.

Seção IVDa Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas

Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei dediretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivoestabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.

Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizadosexclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele emque ocorrer o ingresso.

Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar ocumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, osPoderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trintadias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pelalei de diretrizes orçamentárias.

§ 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição dasdotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

§ 2o Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legaisdo ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei dediretrizes orçamentárias.

§ 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem alimitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valoresfinanceiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4o Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliaráo cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no§ 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.

§ 5o No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasilapresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional,avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial,evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nosbalanços.

Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento desentenças judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, para fins deobservância da ordem cronológica determinada no art. 100 da Constituição.

CAPÍTULO IIIDA RECEITA PÚBLICA

Seção IDa Previsão e da Arrecadação

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsãoe efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe odisposto no caput, no que se refere aos impostos.

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitosdas alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou dequalquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimostrês anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo epremissas utilizadas.

§ 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ouomissão de ordem técnica ou legal.

§ 2o O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao dasdespesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária.

§ 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do MinistérioPúblico, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas

Page 15: Administracao para concursos

orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subseqüente, inclusive dacorrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.

Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo,em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidasde combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança dadívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrançaadministrativa.

Seção IIDa Renúncia de Receita

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorrarenúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro noexercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizesorçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da leiorçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas noanexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meiodo aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo,majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isençãoem caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique reduçãodiscriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamentodiferenciado.

§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigodecorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas asmedidas referidas no mencionado inciso.

§ 3o O disposto neste artigo não se aplica:I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da

Constituição, na forma do seu § 1o;II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.

CAPÍTULO IVDA DESPESA PÚBLICA

Seção IDa Geração da Despesa

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geraçãode despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento dadespesa será acompanhado de:

I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nosdois subseqüentes;

II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária efinanceira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei dediretrizes orçamentárias.

§ 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou

que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesmaespécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limitesestabelecidos para o exercício;

II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que seconforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinjaqualquer de suas disposições.

§ 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e metodologiade cálculo utilizadas.

§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em quedispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4o As normas do caput constituem condição prévia para:I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o do art. 182 da Constituição.

Subseção IDa Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medidaprovisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução porum período superior a dois exercícios.

Page 16: Administracao para concursos

§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos coma estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.

§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompanhado de comprovação de que adespesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referidono § 1o do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados peloaumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.

§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação dealíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo proponente, conterá as premissas emetodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com asdemais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.

§ 5o A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidasreferidas no § 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.

§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem aoreajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.

§ 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.Seção II

Das Despesas com PessoalSubseção I

Definições e LimitesArt. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o

somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos amandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, comquaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios,proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras evantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas peloente às entidades de previdência.

§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição deservidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".

§ 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência comas dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal,em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais dareceita corrente líquida, a seguir discriminados:

I - União: 50% (cinqüenta por cento);II - Estados: 60% (sessenta por cento);III - Municípios: 60% (sessenta por cento).§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as

despesas:I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;II - relativas a incentivos à demissão voluntária;III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição;IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se

refere o § 2o do art. 18;V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos

transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 daEmenda Constitucional no 19;

VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursosprovenientes:

a) da arrecadação de contribuições dos segurados;b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da Constituição;c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o

produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças

judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:I - na esfera federal:a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas

da União;b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três

por cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à médiadas despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida,

Page 17: Administracao para concursos

verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta LeiComplementar;

d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União;II - na esfera estadual:a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados;III - na esfera municipal:a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando

houver;b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo.§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão repartidos entre seus

órgãos de forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita correntelíquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta LeiComplementar.

§ 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão:I - o Ministério Público;II- no Poder Legislativo:a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União;b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas;c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Contas do Distrito Federal;d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas do Município, quando houver;III - no Poder Judiciário:a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.§ 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciário, a cargo da União por força do

inciso XIII do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1o.§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os percentuais definidos nas

alíneas a e c do inciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatrodécimos por cento).

§ 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos recursos financeiroscorrespondentes à despesa total com pessoal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dospercentuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 6o (VETADO)Subseção II

Do Controle da Despesa Total com PessoalArt. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e

no § 1o do art. 169 da Constituição;II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com

pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poderou órgão referido no art. 20.

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada aofinal de cada quadrimestre.

Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) dolimite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:

I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título,salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisãoprevista no inciso X do art. 37 da Constituição;

II - criação de cargo, emprego ou função;III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada

a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúdee segurança;

V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 daConstituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar oslimites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentualexcedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço noprimeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169 daConstituição.

Page 18: Administracao para concursos

§ 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tantopela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos.

§ 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos ànova carga horária.

§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente nãopoderá:

I - receber transferências voluntárias;II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida

mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o

limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos noart. 20.

Seção IIIDas Despesas com a Seguridade Social

Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ouestendido sem a indicação da fonte de custeio total, nos termos do § 5o do art. 195 da Constituição,atendidas ainda as exigências do art. 17.

§ 1o É dispensada da compensação referida no art. 17 o aumento de despesa decorrente de:I - concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação

pertinente;II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.§ 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de saúde, previdência e assistência

social, inclusive os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.CAPÍTULO V

DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIASArt. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de

recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ouassistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados aoSistema Único de Saúde.

§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei dediretrizes orçamentárias:

I - existência de dotação específica;II - (VETADO)III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição;IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao

ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos;b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive

por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;d) previsão orçamentária de contrapartida.§ 2o É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada.§ 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes

desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistênciasocial.

CAPÍTULO VIDA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR PRIVADO

Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoasfísicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condiçõesestabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditosadicionais.

§ 1o O disposto no caput aplica-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas eempresas estatais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e oBanco Central do Brasil.

§ 2o Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos,inclusive as respectivas prorrogações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e aparticipação em constituição ou aumento de capital.

Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou jurídica que não estejasob seu controle direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres nãoserão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.

Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as prorrogações e composições dedívidas decorrentes de operações de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou

Page 19: Administracao para concursos

financiamentos em desacordo com o caput, sendo o subsídio correspondente consignado na leiorçamentária.

Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive deoperações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante aconcessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário.

§ 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos,constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei.

§ 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil de conceder às instituiçõesfinanceiras operações de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias.

CAPÍTULO VIIDA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO

Seção IDefinições Básicas

Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações

financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e darealização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive osdo Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valoresprovenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operaçõesassemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros;

IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratualassumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;

V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescidoda atualização monetária.

§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidaspelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.

§ 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos deresponsabilidade do Banco Central do Brasil.

§ 3o Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior adoze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.

§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercíciofinanceiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadasno orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

Seção IIDos Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito

Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei Complementar, o Presidente daRepública submeterá ao:

I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da União,Estados e Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como delimites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;

II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites para o montante da dívida mobiliáriafederal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração de suaadequação aos limites fixados para a dívida consolidada da União, atendido o disposto no inciso I do §1o deste artigo.

§ 1o As propostas referidas nos incisos I e II do caput e suas alterações conterão:I - demonstração de que os limites e condições guardam coerência com as normas estabelecidas

nesta Lei Complementar e com os objetivos da política fiscal;II - estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma das três esferas de governo;III - razões de eventual proposição de limites diferenciados por esfera de governo;IV - metodologia de apuração dos resultados primário e nominal.§ 2o As propostas mencionadas nos incisos I e II do caput também poderão ser apresentadas em

termos de dívida líquida, evidenciando a forma e a metodologia de sua apuração.§ 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão fixados em percentual da receita

corrente líquida para cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federaçãoque a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.

§ 4o Para fins de verificação do atendimento do limite, a apuração do montante da dívidaconsolidada será efetuada ao final de cada quadrimestre.

§ 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da República enviará ao Senado Federal ou aoCongresso Nacional, conforme o caso, proposta de manutenção ou alteração dos limites e condiçõesprevistos nos incisos I e II do caput.

Page 20: Administracao para concursos

§ 6o Sempre que alterados os fundamentos das propostas de que trata este artigo, em razão deinstabilidade econômica ou alterações nas políticas monetária ou cambial, o Presidente da Repúblicapoderá encaminhar ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional solicitação de revisão dos limites.

§ 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sidoincluídos integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites.

Seção IIIDa Recondução da Dívida aos Limites

Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final deum quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subseqüentes, reduzindo oexcedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.

§ 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido:I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de

receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras

medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o.§ 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará

também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.§ 3o As restrições do § 1o aplicam-se imediatamente se o montante da dívida exceder o limite no

primeiro quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.§ 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes que tenham

ultrapassado os limites das dívidas consolidada e mobiliária.§ 5o As normas deste artigo serão observadas nos casos de descumprimento dos limites da dívida

mobiliária e das operações de crédito internas e externas.Seção IV

Das Operações de CréditoSubseção I

Da ContrataçãoArt. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à

realização de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empresas por elescontroladas, direta ou indiretamente.

§ 1o O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãostécnicos e jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social daoperação e o atendimento das seguintes condições:

I - existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária, emcréditos adicionais ou lei específica;

II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação, excetono caso de operações por antecipação de receita;

III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal;IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo;V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição;VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei Complementar.§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou

de créditos adicionais, serão objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades.§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total

dos recursos de operações de crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas,observado o seguinte:

I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo oufinanciamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo decompetência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste;

II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido por instituiçãofinanceira controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido das despesas decapital;

III - (VETADO)§ 4o Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e do Banco Central do Brasil, o

Ministério da Fazenda efetuará o registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicasinterna e externa, garantido o acesso público às informações, que incluirão:

I - encargos e condições de contratação;II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e

concessão de garantias.§ 5o Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula que importe na

compensação automática de débitos e créditos.

Page 21: Administracao para concursos

Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, excetoquando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atendeàs condições e limites estabelecidos.

§ 1o A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será considerada nula,procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento dejuros e demais encargos financeiros.

§ 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será consignadareserva específica na lei orçamentária para o exercício seguinte.

§ 3o Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituída a reserva, aplicam-se assanções previstas nos incisos do § 3o do art. 23.

§ 4o Também se constituirá reserva, no montante equivalente ao excesso, se não atendido odisposto no inciso III do art. 167 da Constituição, consideradas as disposições do § 3o do art. 32.

Subseção IIDas Vedações

Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após apublicação desta Lei Complementar.

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente oupor intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suasentidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento oupostergação de dívida contraída anteriormente.

§ 1o Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeiraestatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não sedestinem a:

I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.§ 2o O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União

como aplicação de suas disponibilidades.Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da

Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no

mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida deemissão da União para aplicação de recursos próprios.

Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato

gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição;II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou

indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma dalegislação;

III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, comfornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito,não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes;

IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento aposteriori de bens e serviços.

Subseção IIIDas Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária

Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência decaixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais asseguintes:

I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício;II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de

cada ano;III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação,

obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;IV - estará proibida:a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada;b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.§ 1o As operações de que trata este artigo não serão computadas para efeito do que dispõe o inciso

III do art. 167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput.§ 2o As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão

efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processocompetitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.

§ 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanhamento e controle do saldo do créditoaberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.

Page 22: Administracao para concursos

Subseção IVDas Operações com o Banco Central do Brasil

Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco Central do Brasil está sujeito àsvedações constantes do art. 35 e mais às seguintes:

I - compra de título da dívida, na data de sua colocação no mercado, ressalvado o disposto no § 2o

deste artigo;II - permuta, ainda que temporária, por intermédio de instituição financeira ou não, de título da dívida

de ente da Federação por título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e venda, atermo, daquele título, cujo efeito final seja semelhante à permuta;

III - concessão de garantia.§ 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque de Letras do Banco Central do Brasil,

Série Especial, existente na carteira das instituições financeiras, que pode ser refinanciado mediantenovas operações de venda a termo.

§ 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União pararefinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira.

§ 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à taxa média e condições alcançadas nodia, em leilão público.

§ 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira doBanco Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

Seção VDa Garantia e da Contragarantia

Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas,observados o disposto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e ascondições estabelecidos pelo Senado Federal.

§ 1o A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superiorao da garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suasobrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas, observado o seguinte:

I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente;II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos Municípios,

poderá consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes detransferências constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar orespectivo valor na liquidação da dívida vencida.

§ 2o No caso de operação de crédito junto a organismo financeiro internacional, ou a instituiçãofederal de crédito e fomento para o repasse de recursos externos, a União só prestará garantia a enteque atenda, além do disposto no § 1o, as exigências legais para o recebimento de transferênciasvoluntárias.

§ 3o (VETADO)§ 4o (VETADO)§ 5o É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo Senado Federal.§ 6o É vedado às entidades da administração indireta, inclusive suas empresas controladas e

subsidiárias, conceder garantia, ainda que com recursos de fundos.§ 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão de garantia por:I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à prestação de contragarantia nas

mesmas condições;II - instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.§ 8o Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:I - por instituições financeiras estatais, que se submeterão às normas aplicáveis às instituições

financeiras privadas, de acordo com a legislação pertinente;II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza financeira por ela controladas, direta

e indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito à exportação.§ 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de garantia prestada, a União e os Estados

poderão condicionar as transferências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento.§ 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela União ou por Estado, em decorrência

de garantia prestada em operação de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos oufinanciamentos até a total liquidação da mencionada dívida.

Seção VIDos Restos a Pagar

Art. 41. (VETADO)Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do

seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ouque tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade decaixa para este efeito.

Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos edespesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

Page 23: Administracao para concursos

CAPÍTULO VIIIDA GESTÃO PATRIMONIAL

Seção IDas Disponibilidades de Caixa

Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depositadas conformeestabelece o § 3o do art. 164 da Constituição.

§ 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidorespúblicos, ainda que vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 daConstituição, ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente eaplicadas nas condições de mercado, com observância dos limites e condições de proteção eprudência financeira.

§ 2o É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o § 1o em:I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis relativos às

empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Público, inclusive a suas

empresas controladas.Seção II

Da Preservação do Patrimônio PúblicoArt. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que

integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aosregimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.

Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei orçamentária e as de créditos adicionais sóincluirão novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas asdespesas de conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizesorçamentárias.

Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente encaminhará ao Legislativo, até a data do enviodo projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cumprimentodo disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação.

Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imóvel urbano expedido sem oatendimento do disposto no § 3o do art. 182 da Constituição, ou prévio depósito judicial do valor daindenização.

Seção IIIDas Empresas Controladas pelo Setor Público

Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos emetas de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira,sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da Constituição.

Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus balanços trimestrais nota explicativa emque informará:

I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, com respectivos preços e condições,comparando-os com os praticados no mercado;

II - recursos recebidos do controlador, a qualquer título, especificando valor, fonte e destinação;III - venda de bens, prestação de serviços ou concessão de empréstimos e financiamentos com

preços, taxas, prazos ou condições diferentes dos vigentes no mercado.CAPÍTULO IX

DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃOSeção I

Da Transparência da Gestão FiscalArt. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação,

inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizesorçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido daExecução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas dessesdocumentos.

Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participaçãopopular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dosplanos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo oexercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, paraconsulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.

Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional edas agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursosoriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliaçãocircunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.

Seção II

Page 24: Administracao para concursos

Da Escrituração e Consolidação das ContasArt. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas

públicas observará as seguintes:I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a

órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência,

apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações e

operações de cada órgão, fundo ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional,inclusive empresa estatal dependente;

IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos financeiros eorçamentários específicos;

V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de financiamentoou assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar omontante e a variação da dívida pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo decredor;

VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursosprovenientes da alienação de ativos.

§ 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as operações intragovernamentais.§ 2o A edição de normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão central de

contabilidade da União, enquanto não implantado o conselho de que trata o art. 67.§ 3o A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o

acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional

e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a suadivulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público.

§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da União nosseguintes prazos:

I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril;II - Estados, até trinta e um de maio.§ 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja

regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações decrédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.

Seção IIIDo Relatório Resumido da Execução Orçamentária

Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes eo Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e compostode:

I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada;b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada

e o saldo;II - demonstrativos da execução das:a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada

para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar;b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação

inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício;c) despesas, por função e subfunção.§ 1o Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão destacadamente nas

receitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da dívida.§ 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2o do

art. 51.Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a:I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do art. 2o, sua evolução,

assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício;II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50;III - resultados nominal e primário;IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os valores inscritos, os

pagamentos realizados e o montante a pagar.§ 1o O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de

demonstrativos:I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, conforme o § 3o do art. 32;

Page 25: Administracao para concursos

II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidorespúblicos;

III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos deladecorrentes.

§ 2o Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:I - da limitação de empenho;II - da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal,

adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança.Seção IV

Do Relatório de Gestão FiscalArt. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos

no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:I - Chefe do Poder Executivo;II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão decisório equivalente, conforme

regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo;III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administração ou órgão decisório

equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Judiciário;IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas autoridades responsáveis pela

administração financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cadaPoder ou órgão referido no art. 20.

Art. 55. O relatório conterá:I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes:a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;b) dívidas consolidada e mobiliária;c) concessão de garantias;d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;III - demonstrativos, no último quadrimestre:a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro;b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:1) liquidadas;2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das condições do inciso II do art.

41;3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade de caixa;4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados;c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do art. 38.§ 1o O relatório dos titulares dos órgãos mencionados nos incisos II, III e IV do art. 54 conterá

apenas as informações relativas à alínea a do inciso I, e os documentos referidos nos incisos II e III.§ 2o O relatório será publicado até trinta dias após o encerramento do período a que corresponder,

com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.§ 3o O descumprimento do prazo a que se refere o § 2o sujeita o ente à sanção prevista no § 2o do

art. 51.§ 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser elaborados de forma padronizada,

segundo modelos que poderão ser atualizados pelo conselho de que trata o art. 67.Seção V

Das Prestações de ContasArt. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as

dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público,referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal deContas.

§ 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito:I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,

consolidando as dos respectivos tribunais;II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando as dos demais tribunais.§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo previsto no art. 57

pela comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente das CasasLegislativas estaduais e municipais.

§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas.Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de

sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nasleis orgânicas municipais.

Page 26: Administracao para concursos

§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitanteso prazo será de cento e oitenta dias.

§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ouórgão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.

Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à previsão,destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação,as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demaismedidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições.

Seção VIDa Fiscalização da Gestão Fiscal

Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema decontrole interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas destaLei Complementar, com ênfase no que se refere a:

I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias;II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar;III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos termos

dos arts. 22 e 23;IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos montantes das

dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições

constitucionais e as desta Lei Complementar;VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.§ 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando

constatarem:I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o;II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da

concessão de garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites;IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei;V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de

irregularidades na gestão orçamentária.§ 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com

pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20.§ 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumprimento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do

art. 39.CAPÍTULO X

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIASArt. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores àqueles previstos nesta Lei

Complementar para as dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão degarantias.

Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devidamente escriturados em sistema centralizadode liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em caução para garantia de empréstimos, ou emoutras transações previstas em lei, pelo seu valor econômico, conforme definido pelo Ministério daFazenda.

Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despesas de competência de outros entesda Federação se houver:

I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária anual;II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legislação.Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a cinqüenta mil habitantes optar por:I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30 ao final do semestre;II - divulgar semestralmente:a) (VETADO)b) o Relatório de Gestão Fiscal;c) os demonstrativos de que trata o art. 53;III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianual, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de

Riscos Fiscais da lei de diretrizes orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I do art. 5o a partir doquinto exercício seguinte ao da publicação desta Lei Complementar.

§ 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser realizada em até trinta dias após oencerramento do semestre.

§ 2o Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com pessoal ou à dívida consolidada,enquanto perdurar esta situação, o Município ficará sujeito aos mesmos prazos de verificação e deretorno ao limite definidos para os demais entes.

Page 27: Administracao para concursos

Art. 64. A União prestará assistência técnica e cooperação financeira aos Municípios para amodernização das respectivas administrações tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, comvistas ao cumprimento das normas desta Lei Complementar.

§ 1o A assistência técnica consistirá no treinamento e desenvolvimento de recursos humanos e natransferência de tecnologia, bem como no apoio à divulgação dos instrumentos de que trata o art. 48em meio eletrônico de amplo acesso público.

§ 2o A cooperação financeira compreenderá a doação de bens e valores, o financiamento porintermédio das instituições financeiras federais e o repasse de recursos oriundos de operaçõesexternas.

Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso daUnião, ou pelas Assembléias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar asituação:

I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho prevista no art.

9o.Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de estado de defesa ou de sítio, decretado

na forma da Constituição.Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão duplicados no caso de crescimento

real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igualou superior a quatro trimestres.

§ 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real acumulada do Produto Interno Brutoinferior a 1% (um por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres.

§ 2o A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística ou outro órgão que vier a substituí-la, adotada a mesma metodologia para apuração dos PIBnacional, estadual e regional.

§ 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as medidas previstas no art. 22.§ 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e

cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliadoem até quatro quadrimestres.

Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidadeda gestão fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todosos Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas dasociedade, visando a:

I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação;II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto

público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal;III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de

contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normase padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao controlesocial;

IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.§ 1o O conselho a que se refere o caput instituirá formas de premiação e reconhecimento público

aos titulares de Poder que alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvimentosocial, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas desta Lei Complementar.

§ 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamento do conselho.Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o Fundo do Regime Geral de Previdência

Social, vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência Social, com a finalidade de prover recursospara o pagamento dos benefícios do regime geral da previdência social.

§ 1o O Fundo será constituído de:I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto Nacional do Seguro Social não utilizados na

operacionalização deste;II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudicados ou que lhe vierem a ser vinculados

por força de lei;III - receita das contribuições sociais para a seguridade social, previstas na alínea a do inciso I e no

inciso II do art. 195 da Constituição;IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física ou jurídica em débito com a Previdência

Social;V - resultado da aplicação financeira de seus ativos;VI - recursos provenientes do orçamento da União.§ 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, na forma da lei.Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir regime próprio de previdência social

para seus servidores conferir-lhe-á caráter contributivo e o organizará com base em normas decontabilidade e atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial.

Page 28: Administracao para concursos

Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despesa total com pessoal no exercício anteriorao da publicação desta Lei Complementar estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20deverá enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eliminando o excesso, gradualmente,à razão de, pelo menos, 50% a.a. (cinqüenta por cento ao ano), mediante a adoção, entre outras, dasmedidas previstas nos arts. 22 e 23.

Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no prazo fixado, sujeita o ente às sançõesprevistas no § 3o do art. 23.

Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da Constituição, até o término do terceiroexercício financeiro seguinte à entrada em vigor desta Lei Complementar, a despesa total com pessoaldos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em percentual da receita corrente líquida, adespesa verificada no exercício imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento), se estafor inferior ao limite definido na forma do art. 20.

Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não poderáexceder, em percentual da receita corrente líquida, a do exercício anterior à entrada em vigor desta LeiComplementar, até o término do terceiro exercício seguinte.

Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; oDecreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e demaisnormas da legislação pertinente.

Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação.Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de maio de 1999.Brasília, 4 de maio de 2000; 179o da Independência e 112o da República.FERNANDO HENRIQUE CARDOSOPedro MalanMartus Tavares

Page 29: Administracao para concursos

NOÇÕES DE ARQUIVAMENTO E PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

TÉCNICAS DE ARQUIVO: ARQUIVO E SUA DOCUMENTAÇÃO

O que significa a palavra arquivo para você? Pense sobre este assunto, analisando estas duassituações.

- DOUTORA, A SENHORA JÁ USOU OS DOCUMENTOS QUE ME PEDIU? POSSOGUARDÁ-LOS? - PERGUNTOU A SECRETÁRIA.

- ESSES PROCESSOS EMPILHADOS AQUI À ESQUERDA VOCÊ DEIXA SOBRE MINHA MESA,POIS AINDA VOU CONSULTAR. JÁ ESSAS PASTAS, PODE GUARDÁ-LAS NO ARQUIVO LÁ DAMINHA SALA.

- MARCOS, PRECISAMOS ANALISAR ALGUNS DOCUMENTOS SOBRE A ESCRAVIDÃO NoBRASIL, PARA TERMINARMOS AQUELE TRABALHO!

- VAMOS ENTÃO Ao ARQUIVO NACIONAL? LÁ, com CERTEZA, ENCONTRAREMOS MUITOMATERIAL INTERESSANTE!

Você percebeu que a palavra arquivo foi empregada nessas situações com dois sentidos diferentes,não é mesmo?

Na primeira situação, a doutora se referiu a arquivo como um móvel próprio, geralmente de aço oumadeira, usado para guardar documentos. Mas no caso seguinte, Marcos usou a palavra arquivo paracitar o Arquivo Nacional, que é um órgão público encarregado de guardar e conservar a documentaçãoproduzida ou recebida por instituições governamentais de âmbito federal.

E você, se lembrou de outros usos para a palavra arquivo? Veja se algum deles aparece aqui, poisa palavra arquivo é utilizada em nosso dia-a-dia com diferentes sentidos, ainda que bastanterelacionados entre si.

Com qual desses sentidos vamos trabalhar no manual? Para começar, podemos analisar a origemda palavra, que ainda não está esclarecida.

Há estudiosos que defendem a idéia de ela ter se originado do grego arché, que significa paláciodos registrados, tendo evoluído mais tarde para o termo archeion, que é o local de guarda e depósitode documentos. Outros, no entanto, dizem que a palavra é originária do latim archivum que significa,também no conceito antigo, o lugar onde os documentos eram guardados.

Atualmente, adotamos um outro conceito para arquivo, como este do americano Solon Buck:

ArquivoÉ O CONJUNTO DE DOCUMENTOS OFICIALMENTE PRODUZIDOS E RECEBIDOS POR UM

GOVERNO, ORGANIZAÇÃO OU FIRMA, NO DECORRER DE SUAS ATIVIDADES, ARQUIVADOS ECONSERVADOS POR SI E SEUS SUCESSORES, PARA EFEITOS FUTUROS.

Podemos, então, a partir desse conceito, tirar algumas conclusões sobre a finalidade e as funçõesde um arquivo.

A primeira finalidade de um arquivo e servir à administração de uma instituição qualquer que seja asua natureza. Depois que a atividade administrativa acaba, os arquivos começam a funcionar para ahistória e para a cultura. Temos aí a outra finalidade, que surge em conseqüência da anterior: servir àhistória, como fonte de pesquisa.

No entanto, qualquer que seja a finalidade de um arquivo, as suas funções básicas são as mesmas:guardar e conservar os documentos, de modo a serem utilizados para atender a interesses pessoais ouoficiais.

CLASSIFICAÇÃO DOS ARQUIVOSProvavelmente, vários tipos de arquivo já passaram pela sua cabeça até agora, não é?O arquivo da escola onde estudou; aquele organizado pela família de um amigo; o que foi

consultado para fazer uma pesquisa; o que havia no setor de pessoal onde você trabalhou por algumtempo; ou, ainda, o arquivo de discos que viu em uma gravadora.

E cada um desses arquivos apresentam características bem variadas. Daí serem classificados emquatro grupos, de acordo com:

- a natureza da entidade que os criou;

Page 30: Administracao para concursos

- os estágios de sua evolução;- a extensão da sua atenção;- a natureza dos seus documentos.Vamos analisar cada um desses grupos em separado.

De acordo com a entidade criadoraConsiderando a natureza da entidade que criou o arquivo, ele se classifica em:PÚBLICO - arquivo de instituições governamentais de âmbito federal (central ou regional) ou

estadual ou municipal.Exemplos: o arquivo de uma secretaria estadual de saúde ou da prefeitura de um município.INSTITUCIONAL - está relacionado, por exemplo, às instituições educacionais, igrejas, corporações

não-lucrativas, sociedades e associações.Exemplos: o arquivo de um centro de educação experimental ou de um sindicato.COMERCIAL- arquivo de firmas, corporações e companhias.Exemplos: o arquivo de uma loja, de um escritório de engenharia ou de um banco.FAMILIAR OU PESSOAL- diz respeito ao arquivo organizado por grupos familiares ou por pessoas,

individualmente.Exemplo: o arquivo preparado por uma dona de casa, contendo certidões de nascimento e

casamento; declarações de imposto de renda; documentos relativos a transações de compra e vendade imóveis; recibos de pagamentos efetuados a terceiros; fotos e cartas.

De acordo com o estágio de evoluçãoQuando levamos em conta o tempo de existência de um arquivo, ele pode pertencer a um destes

três estágios:ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a documentação mais atual e

freqüentemente consultada. Pode ser mantido em local de fácil acesso para facilitar a consulta.Somente os funcionários da instituição têm competência sobre o seu trato, classificação e utilização. Oarquivo corrente é também conhecido como arquivo de movimento.

Exemplo: o arquivo do setor de almoxarifado de uma empresa de exportação, contendo asrequisições de material do ano em curso.

ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui documentos que vieram doarquivo corrente, porque deixaram de ser usados com freqüência. Mas eles ainda podem serconsultados pelos órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma situação idêntica àquelaque os gerou. Não há necessidade de esses documentos serem conservados nas proximidades dasrepartições ou escritórios, e a sua permanência no arquivo é transitória, uma vez que estão apenasaguardando para serem eliminados ou remetidos ao arquivo permanente.

Exemplo: o arquivo dos dez últimos anos da documentação de pessoal de uma empresa.ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se encontram os documentos que

perderam o valor administrativo e cujo uso deixou de ser freqüente, é esporádico. Eles sãoconservados somente por causa de seu valor histórico, informativo para comprovar algo para fins depesquisa em geral, permitindo que se conheça como os fatos evoluíram. Esse tipo de arquivo é o quedenominamos arquivo propriamente dito.

Exemplo: o arquivo de uma secretaria de estado com os planos de governo do início do século.

De acordo com a extensão da atençãoOs arquivos se dividem em:ARQUIVO SETORIAL -estabelecido junto aos órgãos operacionais, cumprindo as funções de um

arquivo corrente.Exemplo: o arquivo da contabilidade de uma empresa comercial.ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os documentos correntes provenientes

dos diversos órgãos que integram a estrutura de uma instituição. Nesse caso, portanto, as atividadesde arquivo corrente são centralizadas.

Page 31: Administracao para concursos

Exemplo: o arquivo único das diversas faculdades de uma universidade.

De acordo com a natureza de seus documentosDependendo das características dos documentos que compõem o arquivo, ele se classifica em:ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas formas físicas como discos, fitas,

disquetes, fotografias, microformas (fichas microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecemtratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das peças, mas também quanto aoregistro, acondicionamento, controle e conservação.

Exemplo: o arquivo de microfilmes de uma instituição financeira ou os disquetes de uma firma deadvocacia.

ARQUIVO ESPECIALIZADO - tem sob sua guarda os documentos de um determinado assunto, deum campo específico, como o hospitalar, o da medicina, engenharia, imprensa, entre outros. Sãochamados, inadequadamente, de arquivos técnicos.

Exemplo: o arquivo de peças como ossos, dentes e fetos de uma escola de enfermagem.Você percebeu, pelos exemplos apresentados, que um mesmo arquivo pode pertencer a mais de

um grupo? Veja!. O arquivo de uma secretaria estadual de saúde foi exemplificado como um arquivo público, de

âmbito estadual porque estávamos considerando o tipo de instituição que o criou: um órgão do governodo estado. Mas ele também pode ser classificado como um arquivo de primeira idade ou corrente, casoseus documentos sejam utilizados com freqüência pelos funcionários. Pode ser ainda um arquivocentral, que serve a todos os setores daquela secretaria.

Vamos continuar o estudo? já falamos bastante sobre os diferentes tipos de arquivos e demosalguns exemplos de documentos que compõem os arquivos. Mas o que caracteriza, exatamente, odocumento de um arquivo?

CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOSPense novamente sobre os vários tipos de arquivo aqui apresentados e faça uma lista de alguns

documentos que possam estar sob sua guarda.Você, com certeza, se lembrou de diferentes documentos, já que eles são bem variados. Só para

exemplificar, apresentamos alguns para você conferir com os seus e complementar a sua lista:- cadastros de funcionários, de escolas, de clientes, de vendedores;- histórico escolar de alunos, avaliação de desempenho de funcionários;- discos, fitas, disquetes, fotos, gravuras, filmes, microfilmes, jornais, revistas, mapas, quadros;- notas fiscais, faturas, duplicatas, promissórias;- relatórios variados, atas de reuniões, ofícios, cartas, memorandos;- fichas, tabelas e formulários de qualquer natureza;- certidões de um modo geral.A partir desses exemplos e de outros escritos em sua lista, o que você conclui a respeito do que

seja um documento de arquivo? Pense e depois veja se também chegou a esta conclusão:

DocumentoÉ TODO MATERIAL RECEBIDO OU PRODUZIDO POR UM GOVERNO, ORGANIZAÇÃO OU

FIRMA, NO DECORRER DE SUAS ATIVIDADES, E QUE SE CONSTITUI ELEMENTO DE PROVA OUDE INFORMAÇÃO. ELE É ARQUIVADO E CONSERVADO POR ESSAS INSTITUIÇÕES E SEUSSUCESSORES, PARA EFEITOS FUTUROS. UM DOCUMENTO DE ARQUIVO TAMBÉM PODE SERAQUELE PRODUZIDO OU RECEBIDO POR PESSOA FÍSICA, NO DECURSO DE SUA EXISTÊNCIA.

Os documentos de um arquivo apresentam características, conteúdo e formas diferentes. Daí elesserem classificados em dois grupos:

Quanto ao gêneroConsiderando o aspecto externo, se em texto, audiovisual, sonoro, isto é, o gênero dos documentos

de um arquivo, eles podem ser bem variados, como você vê nestas figuras.

Page 32: Administracao para concursos

É importante destacar que a documentação escrita ou textual se apresenta de inúmeros tipos físicosou espécies documentais. Alguns deles já foram até lembrados aqui, em exemplos anteriores:contratos, folhas de pagamento, livros contábeis, requisições diversas, atas, relatórios, regimentos,regulamentos, editais, certidões, tabelas, questionários e correspondências.

Quanto à natureza do assuntoQuando levamos em conta a natureza do assunto tratado em um documento, ele pode ser:OSTENSIVO - cuja divulgação não prejudica a administração. Exemplos: notas fiscais de uma loja;

escala de plantão de uma imobiliária.SIGILOSO - de conhecimento restrito e que, por isso, requer medidas especiais de salvaguarda

para sua divulgação e custódia. Os documentos sigilosos ainda se subdividem em outras quatrocategorias, tendo em vista o grau necessário de sigilo e até onde eles podem circular.

ULTRA-SECRETO - seu assunto requer excepcional grau de segurança que deve ser apenas doconhecimento de pessoas intimamente ligadas ao seu estudo ou manuseio.

Exemplos: documentos relacionados à política governamental de alto nível e segredos de Estado(descobertas e experiências de grande valor científico; negociações para alianças militares e políticas;planos de guerra; informações sobre política estrangeira de alto nível).

SECRETO - seu assunto exige alto grau de segurança, mas pode ser cio conhecimento de pessoasfuncionalmente autorizadas para tal, ainda que não estejam intimamente ligadas ao seu estudo oumanuseio.

Exemplos: planos, programas e medidas governamentais; assuntos extraídos de matériaultra-secreta que, sem comprometer o excepcional grau de sigilo da matéria original, necessitam demaior difusão (planos ou detalhes de operações militares); planos ou detalhes de operaçõeseconômicas ou financeiras; projetos de aperfeiçoamento em técnicas ou materiais já existentes; dadosde elevado interesse sob aspectos físicos, políticos, econômicos, psicossociais e militares de paísesestrangeiros, e também, os meios e processos pelos quais foram obtidos; materiais criptográficos(escritos em cifras ou códigos) importantes e sem classificação anterior.

CONFIDENCIAL - seu assunto, embora não requeira alto grau de segurança, só deve ser doconhecimento de pessoas autorizadas, para não prejudicar um indivíduo ou criar embaraçosadministrativos.

Exemplos: informações relativas a pessoal, finanças e material de uma entidade ou um indivíduo,cujo sigilo deve ser mantido por interesse das partes; rádio-freqüência de importância especial ouaquelas que são usualmente trocadas; cartas, fotografias aéreas e negativos que indiquem instalaçõesimportantes para a segurança nacional.

RESERVADO - seu assunto não deve ser do conhecimento do público, em geral.Exemplos: partes de planos, programas, projetos e suas respectivas ordens e execução; cartas,

fotografias aéreas e negativos que indiquem instalações importantes.

ORGANIZAÇÃOA organização de arquivos, como de qualquer outro setor de uma instituição, pressupõe o

desenvolvimento de várias etapas de trabalho, Estas fases se constituiriam em:- levantamento de dados;- análise dos dados coletados;- planejamento;- implantação e acompanhamento.

Levantamento de dadosSe arquivo é o conjunto de documentos recebidos e produzidos por uma entidade, seja ela pública

ou privada, no decorrer de suas atividades, claro está que, sem o conhecimento dessa entidade - suaestrutura e alterações, seus objetivos e funcionamento seria bastante difícil compreender e avaliar overdadeiro significado de sua documentação.

O levantamento deve ter início pelo exame dos estatutos, regimentos, regulamentos, normas,organogramas e demais documentos constitutivos da instituição mantenedora do arquivo e sercomplementado pela coleta de informações sobre a sua documentação.

Page 33: Administracao para concursos

Assim sendo, é preciso analisar o gênero dos documentos (escritos ou textuais, audiovisuais,cartográficos, iconográficos, informáticos etc.); as espécies de documentos mais freqüentes (cartas,faturas, relatórios, projetos, questionários etc.); os modelos e formulários em uso; volume e estado deconservação do acervo; arranjo e classificação dos documentos (métodos de arquivamento adotados);existência de registros e protocolos (em fichas, em livro); média de arquivamentos diários; controle deempréstimo de documentos; processes adotados para conservação e reprodução de documentos;existência de normas de arquivo, manuais, códigos de classificação etc.

Além dessas informações, o arquivista deve acrescentar dados e referências sobre o pessoalencarregado do arquivo (número de pessoas, nível de escolaridade, formação profissional); oequipamento (quantidade, modelos, estado de conservação); a localização física (extensão da Áreaocupada, condições de iluminação, umidade, estado de conservação das instalações, proteção contraincêndio).

Análise dos dados coletadosDe posse de todos os dados mencionados no item anterior, o especialista estará habilitado a

analisar objetivamente a real situação dos serviços de arquivo, e fazer seu diagnóstico para formular epropor as alterações e medidas mais indicadas, em cada caso, a serem adotadas no sistema a serimplantado.

Em síntese, trata-se de verificar se estrutura, atividades e documentação de uma instituiçãocorrespondem A sua realidade operacional. O diagnóstico seria, portanto, uma constatação dos pontosde atrito, de falhas ou lacunas existentes no complexo administrativo, enfim, das razoes que impedemo funcionamento eficiente do arquivo.

PlanejamentoPara que um arquivo, em todos os estágios de sua evolução (corrente, intermediário e permanente)

possa cumprir seus objetivos, torna-se indispensável a formulação de um plano arquivístico que tenhaem conta tanto as disposições legais como as necessidades da instituição a que pretende servir.

Para a elaboração desse plano devem ser considerados os seguintes elementos: posição doarquivo na estrutura da instituição; centralização ou descentralização e coordenação dos serviços dearquivo; escolha de métodos de arquivamento adequados; estabelecimento de normas defuncionamento; recursos humanos; escolha das instalações e do equipamento; constituição dearquivos intermediário e permanente; recursos financeiros.

Posição do arquivo na estrutura da instituiçãoEmbora não se possa determinar, de forma generalizada, qual a melhor posição do órgão de

arquivo na estrutura de uma instituição, recomenda-se que esta seja a mais elevada possível, isto é,que o arquivo seja subordinado a um órgão hierarquicamente superior, tendo em vista que irá atendera setores e funcionários de diferentes níveis de autoridade. A adoção desse critério evitará sériosproblemas na Área das relações humanas e das comunicações administrativas.

Se a instituição já contar com um órgão de documentação, este será, em principio, o órgão maisadequado para acolher o arquivo, uma vez que a tendência moderna é reunir todos os órgãos quetenham como matéria-prima a informação.

Ao usuário não interessa onde se encontra armazenada a informação - numa biblioteca, numamemória de computador, num microfilme, ou num arquivo tradicional. Daí a importância da constituiçãode sistemas de informação, dos quais o arquivo deve participar, dotados de recursos técnicos emateriais adequados para atender à acelerada demanda de nossos tempos.

Centralização ou descentralização e coordenação dos serviços de arquivoAo se elaborar um plano de arquivo, um aspecto importante a ser definido diz respeito à

centralização ou descentralização dos serviços de arquivo.

CentralizaçãoPor sistema centralizado de arquivos correntes entende-se não apenas a reunião da documentação

em um único local, como também a concentração de todas as atividades de controle - recebimento,registro, distribuição, movimentação e expedição - de documentos de uso corrente em um único órgão

Page 34: Administracao para concursos

da estrutura organizacional, freqüentemente designado de Protocolo e Arquivo, Comunicações eArquivo, ou outra denominado similar.

Dentre as inúmeras e inegáveis vantagens que um sistema centralizado oferece, citam-se:treinamento mais eficiente do pessoal de arquivo; maiores possibilidades de padronização de normas eprocedimentos; nítida delimitação de responsabilidades; constituição de conjuntos arquivísticos maiscompletes; redução dos custos operacionais; economia de espaço e equipamentos.

A despeito dessas vantagens, não se pode ignorar que uma centralização rígida seriadesaconselhável e até mesmo desastrosa como no caso de uma instituição de âmbito nacional, emque algumas de suas unidades administrativas desenvolvem atividades praticamente autônomas ouespecíficas, ou ainda que tais unidades estejam localizadas fisicamente distantes uma das outras, Asvezes em Áreas geográficas diferentes - agências, filiais, delegacias -carecendo, portanto, de arquivospróximos para que possam se desincumbir, com eficiência, de seus programas de trabalho.

DescentralizaçãoRecomenda-se prudência ao aplicar esse sistema. Se a centralização rígida pode ser desastrosa, a

descentralização excessiva surtirá efeitos iguais ou ainda piores. .O bom senso indica que a descentralização deve ser estabelecida levando-se em consideração as

grandes áreas de atividades de uma instituição.Suponha-se uma empresa estruturada em departamentos Como Produção, Comercialização e

Transportes, Além dos órgãos de atividades-meio ou administrativos, e que cada um dessesdepartamentos se desãobre em divisões e/ou seções. Uma vez constatada a necessidade dadescentralização para facilitar o fluxo de informações, esta deverá ser aplicada a nível deDepartamento, isto é, deverá ser mantido um arquivo junto a cada Departamento, onde estarãoreunidos todos os documentos de sua área de atuação, incluindo os produzidos e recebidos pelasdivisões e seções que o compõem.. Para completar o sistema deverá ser mantido também um arquivopara a documentação dos órgãos administrativos.

A descentralização dos arquivos correntes obedece basicamente a dois critérios:- centralização das atividades de controle (protocolo) e descentralização dos arquivos;- descentralização das atividades de controle (protocolo) e dos arquivos.Quando se fala em atividades de controle está-se referindo Aquelas exercidas em geral pelos

órgãos.- de comunicações, isto é: recebimento, registro, classificação, distribuição, movimentação eexpedição dos documentos correntes.

a) Centralização das atividades de controle (protocolo) descentralização dos arquivosNeste sistema, todo o controle da documentação é feito pelo órgão central de comunicações, e os

arquivos são localizados junto aos órgãos responsáveis pela execução de programas especiais oufunções específicas, ou ainda junto As unidades administrativas localizadas em áreas fisicamentedistantes dos órgãos a que estão subordinadas.

Quando o volume de documentos é reduzido, cada órgão deverá designar um de seus funcionáriospara responder pelo arquivo entregue A sua guarda, e por todas as operações de arquivamentodecorrentes, tais Como abertura de dossiês, controle de empréstimo, preparo para transferência etc.

Se a massa documental for muito grande, é aconselhável que o órgão central de comunicaçõesdesigne um ou mais arquivistas ou técnicos de arquivo de seu próprio quadro de pessoal pararesponder pelos arquivos nos órgãos em que forem localizados.

A esses arquivos descentralizados denomina-se núcleos de arquivo ou arquivos setoriais.b) Descentralização das atividades de controle (protocolo) e dos arquivosEste sistema só deverá ser adotado quando puder substituir com vantagens relevantes os sistemas

centralizados tradicionais ou os parcialmente descentralizados.O sistema consiste em descentralizar não somente os arquivos, Como as demais atividades de

controle já mencionadas anteriormente, isto é, os arquivos setoriais encarregar-se-ão, além doarquivamento propriamente dito, do registro, classificação, tramitação dos documentos etc.

Neste caso, o órgão de comunicações, que também deve integrar o sistema, funciona Como agentede recepção e de expedição, mas apenas no que se refere A coleta e A distribuição dacorrespondência externa. Não raro, além dessas tarefas, passa a constituir-se em arquivo setorial dadocumentação administrativo da instituição.

Page 35: Administracao para concursos

A opção pela centralização ou descentralização não deve ser estabelecida ao sabor de caprichosindividuais, mas fundamentada em rigorosos critérios técnicos, perfeito conhecimento da estrutura dainstituição A qual o arquivo irá servir, suas atividades, seus tipos e volume de documentos, alocalização física de suas unidades administrativas, suas disponibilidades em recursos humanos efinanceiros, enfim, devem ser analisados todos os fatores que possibilitem a definição da melhorpolítica a ser adotada.

CoordenaçãoPara que os sistemas descentralizados atinjam seus objetivos com rapidez, segurança e eficiência é

imprescindível a criação de uma COORDENAÇÃO CENTRAL, tecnicamente planejada, que exerceráfunções normativas, orientadoras e controladoras.

A Coordenação terá por atribuições: prestar assistência técnica aos arquivos setoriais; estabelecere fazei cumprir normas gerais de trabalho, de forma a manter a unidade de operação e eficiência doserviço dos arquivos setoriais; determinar normas específicas de operação, a fim de atender Aspeculiaridades de cada arquivo setorial; promover a organização ou reorganização dos arquivossetoriais, quando necessário; treinar e orientar pessoal destinado aos arquivos setoriais, tendo em vistaa eficiência e a unidade de execução de serviço; promover reuniões periódicas com os encarregadosdos arquivos setoriais para exame, debate e instruções sobre assunto de interesse do sistema dearquivos.

Esta Coordenação poderá constituir-se em um órgão da administração ou ser exercida pelo arquivopermanente da entidade, pois toda instituição, seja qual for o sistema adotado para os seus arquivoscorrentes,. deverá contar sempre com um arquivo permanente, centralizado, também chamado arquivode terceira idade.

Assim, tendo em vista que o acervo dos arquivos permanentes é constituído de documentostransferidos dos arquivos correntes (sejam eles setoriais ou centrais), justifica-se perfeitamente que aCOORDENAÇÃO DO SISTEMA seja uma de suas principais atribuições, a fim de que os documentosao Ihe serem entregues para guarda permanente estejam ordenados e preservados dentro dospadrões técnicos de unidade e uniformidade exigidos pela Arquivologia.

Escolha de métodos de arquivamentoA importância das etapas de levantamento e análise se faz sentir de modo marcante no momento

em que o especialista escolhe os métodos de arquivamento a serem adotados no arranjo dadocumentação corrente.

Na verdade, dificilmente se emprega um único método, pois há documentos que devem serordenados ora pelo assunto, nome, local, data e número.

Entretanto, com base na análise cuidadosa das atividades da instituição, aliada à observação decomo os documentos são solicitados ao arquivo, é possível definir-se qual o método principal a seradotado e quais os seus auxiliares. Exemplificando:

PATRIMÔNIO

BrasíliaRio de JaneiroSão Paulo

PESSOAL

ADMISSÃO

Aguiar, CelsoBareta, HayddeBorges, FranciscoCardoso, JurandirCastro, LúciaPaes, OswaldoPaiva, ErnestoSéllos, ZildaSilva, Ana Maria

Page 36: Administracao para concursos

DEMISSÃO

FOLHAS DE PAGAMENTO

jan. a jul. de 1980aço. a dez. de 1980jan. a jul. de 1981

PROMOÇÃO

Supondo-se que esse esquema tenha sido elaborado observando-se as consideraçõesassinaladas anteriormente, verifica-se que o arranjo principal é por assunto. No assunto Patrimônioencontra-se um arranjo secundário, por localidade (geográfico). Já no assunto Admissão tem-se umarranjo secundário, em ordem alfabética, pelo nome dos funcionários. Em Folhas de Pagamentoencontra-se um arranjo secundário, em ordem cronológica.

Como se vê, o método principal escolhido foi o de assuntos, coadjuvado pelos métodos geográfico,alfabético e numérico cronológico, como auxiliares.

Outras modalidades de arranjo podem ainda ocorrer.Para melhor atender aos usuários de um banco de investimentos, por exemplo, a documentação

pode ser separada em dois grandes grupos: o de projetos de financiamento - ordenados e arquivadospelo número de controle que Ihe é atribuído ao dar entrada e que, daí por diante, irá Ihe servir dereferência - e o grupo constituído de todo o restante da documentação, ordenada por assuntos.

Estabelecimento de normas de funcionamentoPara que os trabalhos não sofram solução de continuidade e mantenham uniformidade de ação é

imprescindível que sejam estabelecidas normas básicas de funcionamento não só do arquivo em seusdiversos estágios de evolução, como também do protocolo, uma vez que esse serviço é, na maioriadas vezes, desenvolvido paralelamente aos trabalhos de arquivo.

Tais normas, depois de aplicadas e aprovadas na fase de implantação irão juntamente commodelos e formulários, rotinas, códigos de assunto e índices, integrar o Manual de Arquivo dainstituição.

RECURSOS HUMANOSFormação e regulamentação profissional

O arquivo possui, atualmente, importância capital em todos os ramos da atividade humana. Noentanto, ainda é bastante comum a falta de conhecimentos técnicos por parte das pessoasencarregadas dos serviços de arquivamento, falta essa que ire influir, naturalmente, na vida daorganização.

Teoricamente, o arquivamento de papéis é um serviço simples. Na prática, no entanto, essasimplicidade desaparece diante do volume de documentos e da diversidade de assuntos, surgindodificuldades na classificação dos papéis.

Uma das vantagens da técnica de arquivo é a de capacitar os responsáveis pelo arquivamento paraum perfeito . trabalho de seleção de documentos que fazem parte de um acervo, ou seja, separaçãodos papéis que possuem valor futuro, contendo informações valiosas, dos documentos inúteis.

Um serviço de arquivo bem organizado possui valor inestimável. E a memória viva da instituição,fonte e base de informações; aproveita experiências anteriores, o que evita a repetição, simplifica eracionaliza o trabalho.

Para que se atinjam esses objetivos, toma-se necessária a preparação de pessoal especializadonas técnicas de arquivo.

"Em questão de arquivo, a experiência não substitui a instrução, pois 10 anos de prática podemsignificar 10 anos de arquivamento errado e inútil' afirma a Prof.a Ignez B. C. D'Arafijo.

Até recentemente a formação profissional dos arquivistas vinha sendo feita através de cursosespeciais, ministrados pelo Arquivo Nacional, Fundação Getúlio Vargas e outras instituições.

O valor e a importância dos arquivos oficiais e empresariais, para a administração e para oconhecimento de nossa História, passou a ser também objeto de interesse do Governo federal. Assim

Page 37: Administracao para concursos

é que, a é de março de 1972, o Conselho Federal de Educação aprovou a criação do curso superior dearquivos, e a 7 do mesmo mês aprovou o currículo do curso de arquivística como habilitaçãoprofissional no ensino de segundo grau. Em agosto de 1974, foi instituído o Curso Superior deArquivologia, com duração de três anos e, em 4 de julho de 1978, foi sancionada a Lei nº 6.546,regulamentada pelo Decreto nº 82.590, de é de novembro do mesmo ano, que dispõe sobre aregulamentação das profissões de arquivista e técnico de arquivo.

AtributosPara o bom desempenho das funções dos profissionais de arquivo, são necessárias, além de um

perfeito conhecimento da organização da instituição em que se trabalha e dos sistemas dearquivamento, as seguintes características: saúde, habilidade em lidar com o público, espíritometódico, discernimento, paciência, imaginação, atenção, poder de análise e de crítica, poder desíntese, discrição, honestidade, espírito de equipe e entusiasmo pelo trabalho.

Escolha das instalações e equipamentosDe igual importância para o bom desempenho das atividades de arquivo é a escolha do local

adequado, quer pelas condições físicas que apresente - iluminação, limpeza, índices de umidade,temperatura, quer pela extensão de sua área, capaz de conter o acervo e permitir ampliações futuras.

Michel Duchein, especialista em instalações de arquivos e inspetor-geral dos Arquivos da Franga,tem vários livros e artigos publicados sobre a matéria, os quais devem ser consultados por tantosquantos se defrontam com problemas de construção ou adaptação de locais destinados A guarda dedocumentos. A lista dessas publicações encontra-se na bibliografia ao final deste volume.

Da mesma forma, a escolha apropriada do equipamento deverá merecer a atenção daqueles queestão envolvidos com a organização dos arquivos.

Considera-se equipamento, o conjunto de materiais de consumo e permanente indispensáveis Arealização do trabalho arquivístico.

Material de consumoMaterial de consumo é aquele que sofre desgaste a curto ou médio prazos. São as fichas, as guias,

as pastas, as tiras de inserção e outros.Ficha - é um retângulo de cartolina, grande ou pequeno, liso ou pautado, onde se registra uma

informação. As dimensões variam de acordo com as necessidades, podendo ser branca ou de cor.Guia divisória - é um retângulo de cartão resistente que serve para separar as partes ou seções dos

arquivos ou fichários, reunindo em grupos as respectivas fichas ou pastas. Sua finalidade é facilitar abusca dos documentos e o seu rearquivamento.

No estudo das guias divisórias distinguem-se diversos elementos relacionados com a sua finalidadee funções, conforme veremos em seguida.

Projeção - é a saliência na parte superior da guia. Pode ser recortada no próprio cartão, ou nele seraplicada, sendo então de celulóide ou de metal.

A abertura na projeção que recebe a tira de inserção chama-se janela.Pé - é a saliência, na parte inferior da guia, onde há um orifício chamado ilha. Por este orifício passa

uma vareta que prende as guias à gaveta.Notação - é a inscrição feita na projeção, podendo ser alfabética, numérica ou alfanumérica.A notação pode ser ainda aberta ou fechada. aberta quando indica somente o início da seção, e

fechada quando indica o princípio e o fim.Posição - é o local que a projeção ocupa ao longo da guia. O comprimento pode corresponder à

metade da guia, a um terço, um quarto ou um quinto. Daí a denominação de: primeira posição,segunda posição, terceira posição, quarta posição, quinta posição.

Quanto à sua função, a guia pode ser ainda:- primária - indica a primeira divisão de uma gaveta ou seção de um arquivo;- secundária - indica uma subdivisão da primária;- subsidiária - indica uma subdivisão da secundária;- especial - indica a localização de um nome ou assunto de grande freqüência.

Page 38: Administracao para concursos

O que indica se uma guia é primária, secundária, subsidiaria ou especial é a notação e não aprojeção. O ideal seria que as guias primárias estivessem sempre em primeira posição, as secundáriasem segunda posição e assim por diante.

Guia-fora - é a que tem como notação a palavra FORA e indica a ausência de uma pasta doarquivo.

Tira de inserção - é uma tira de papel gomado ou de cartolina, picotada, onde se escrevem asnotações. Tais tiras são inseridas nas projeções das pastas ou guias.

Pasta - é uma folha de papelão resistente, ou cartolina, dobrada ao meio, que serve para guardar eproteger os documentos. Pode ser suspensa, de corte reto, isto é, lisa, ou ter projeção. Elas se dividemem:

- individual ou pessoal - onde se guardam' documentos referentes a um assunto ou pessoa emordem cronológica;

- miscelânea - onde se guardam documentos referentes a diversos assuntos ou diversas pessoasem ordem alfabética e dentro de cada grupo, pela ordenação cronológica.

Material permanenteO material permanente é aquele que tem grande duração e pode ser utilizado várias vezes para o

mesmo fim. Na sua escolha, além do tipo e do tamanho dos documentos, deve-se levar em conta osseguintes requisites:

- economia de espaço (aproveitamento máximo do móvel e mínimo de dependências);- conveniência do serviço (arrumação racional);- capacidade de expansão (previsão de atendimento a novas necessidades);- invulnerabilidade (segurança);- distinção (condições estáticas);- resistência (conservação).Recomenda-se, ainda, que a escolha do equipamento seja precedida de pesquisa junto As firmas

especializadas, uma vez que constantemente são lançadas no mercado novas linhas de fabricação. Asmais tradicionais são os arquivos, fichários, caixas de transferência, boxes, armários de aço etc. Asmais recentes são os arquivos e fichários rotativos eletromecânicos e eletrônicos, bem como asestantes deslizantes.

Armário de aço - é um móvel fechado, usado para guardar documentos sigilosos, ou volumesencadernados.

Arquivo - móvel de aço ou de madeira, com duas, três, quatro ou mais gavetas ou gabinetes dediversas dimensões, onde são guardados os documentos.

Arquivo de fole - é um arquivo de transição entre o arquivo vertical e o horizontal. Os documentoseram guardados horizontalmente, em pastas com subdivisões, e carregados verticalmente.

Arquivos horizontais antigos- pombal (em forma de escaninhos);- sargento (tubos metálicos usados pelo exército em campanha).Box - pequeno fichário que se coloca nas mesas. É usado para lembretes.Caixa de transferencia - caixa de aço ou papelão, usada especialmente nos arquivos permanentes.Estante - móvel aberto, com prateleiras, utilizado nos arquivos permanentes, onde são colocadas as

caixas de transferência. Modernamente, é utilizada para arquivos correntes, empregando-se pastassuspensas laterais.

Fichário - É um móvel de aço próprio para fichas, com uma, duas, três ou quatro gavetas, ouconjugado com gavetas para fichas e documentos.

Fichário horizontal - aquele em que as fichas são guardadas em posição horizontal, umas sobre asoutras - modelo KARDEX. As fichas são fixadas por meio de bastões metálicos presos às gavetas.Dessa disposição das hastes resulta que a primeira ficha presa, a partir do fundo, ficará inteiramentevisível, deixando que da imediatamente inferior apareça uma faixa correspondente à dimensão dabarra, e assim sucessivamente, lembrando o aspecto de uma esteira - "arquivo-esteirinha". As faixasque aparecem funcionam como verdadeiras projeções, nas quais são feitas as notações.

Page 39: Administracao para concursos

Fichário vertical - aquele em que as fichas são guardadas em posição vertical, umas atrás dasoutras, geralmente separadas por guias. É o modelo mais usado por ser mais econômico. As gavetasou bandejas comportam grande número de fichas.

Suporte - armação de metal que se coloca dentro das gavetas dos arquivos, servindo de ponto deapoio para as pastas suspensas.

Constituição de arquivos intermediários e permanentesToda organização, seja ela pública ou privada, de pequeno, médio ou grande porte, acumula

através dos tempos um acervo documental que, mesmo depois de passar por fases de análise,avaliação e seleção rigorosas, deve ser preservado, seja para fins administrativos e fiscais, seja porexigências legais, ou ainda por questões meramente históricas.

Nenhum plano de arquivo estaria completo se não previsse a constituição do arquivo permanente,para onde devem ser recolhidos todos aqueles documentos considerados vitais.

Quanto aos arquivos ou depósitos intermediários, estes só deverão ser criados se ficar evidenciadaa sua real necessidade.

Em geral, existem em âmbito governamental, em face do grande volume de documentação oficial ede sua descentralização física.

As entidades e empresas de caráter privado dificilmente necessitam desse organismo, salvo nocaso de instituições de grande porte, com filiais, escritórios, representações ou similares, dispersesgeograficamente e detentores de grande volume de documentação.

Recursos financeirosOutro aspecto fundamental a ser considerado diz respeito aos recursos disponíveis não apenas

para instalação dos arquivos, mas, sobretudo, para sua manutenção.Nem sempre os responsáveis pelos serviços públicos ou dirigentes de empresas compreendem a

importância dos arquivos e admitem as despesas, algumas vezes elevadas, concernentes a taisserviços. Toma-se necessária, então, uma campanha de esclarecimento no sentido de sensibilizá-los.

Considerados todos os elementos descritos, o especialista estará em condições de elaborar oprojeto de organização, a ser dividido em três partes. A primeira constara de uma síntese da situaçãoreal encontrada. A segunda, de análise e diagnóstico da situação. A terceira será o plano propriamentedito, contendo as prescrições, recomendações e procedimentos a serem adotados, estabelecendo-se,inclusive, as prioridades para a implantação.

Implantação e acompanhamento. Manuais de arquivoRecomenda-se que a fase de implantação seja precedida de uma campanha de sensibilização que

atinja a todos os níveis hierárquicos envolvidos.Esta campanha, feita por meio de palestras e reuniões, objetiva informar as alterações a serem

introduzidas nas rotinas de serviço e solicitar a cooperação de todos, numa tentativa de neutralizar asresistências naturais que sempre ocorrem ao se tentar modificar o status que administrativo de umaorganização.

Paralelamente à campanha de sensibilização deve-se promover o treinamento não só do pessoaldiretamente envolvido na execução das tarefas e funções previstas no projeto de arquivo, comodaqueles que se utilizarão dos serviços de arquivo, ou de cuja atuação dependerá, em grande parte, oêxito desses serviços.

A implantação das normas elaboradas na etapa anterior exigirá do responsável pelo projeto umacompanhamento constante e atento, a fim de corrigir e adaptar quaisquer impropriedades, falhas ouomissões que venham a ocorrer.

Somente depois de implantar e testar os procedimentos - verificar se as normas, rotinas, modelos eformulários atendem as necessidades - é que deverá ser elaborado o manual de arquivo, instrumentoque coroa todo o trabalho de organização. Nele ficam registrados os procedimentos e instruções queirão garantir o funcionamento eficiente e uniforme do arquivo e a continuidade do trabalho através dostempos.

Seria impossível estabelecer padrões rígidos para a elaboração dos manuais, uma vez que estesdevem refletir as peculiaridades das instituições a que se referem. Entretanto, a experiência nospermite indicar, em linhas gerais, os elementos que devem constituir os manuais de arquivo. São eles:

Page 40: Administracao para concursos

- apresentação, objetivos e abrangência do manual;- informações sobre os arquivos da instituição, suas finalidades e responsabilidades; sua interação

e subordinação;- organogramas e fluxogramas;- concertos gerais de arquivo, definição das operações de arquivamento; terminologia; -

detalhamento das rotinas, modelos de carimbos e formulários utilizados; plano de classificação dedocumentos com seus respectivos códigos e índices; - tabelas de temporalidade de documentos, que,pela sua amplitude, podem ser apresentadas em separado.

Por ser o arquivo uma atividade dinâmica, o manual devera ser periodicamente revisto e atualizado,a fim de atender É alterações que surgirem como decorrência da evolução da própria instituição.

ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE ARQUIVOS CORRENTESOs arquivos correntes são constituídos de documentos em curso ou freqüentemente consultados

como ponto de partida ou prosseguimento de planos, para fins de controle, para tomada de decisõesdas administrações etc.

No cumprimento de suas funções, os arquivos correntes quase sempre respondem ainda pelasatividades de recebimento, registro, distribuição, movimentação e expedição dos documentoscorrentes. Por isso, freqüentemente encontra-se na estrutura organizacional das instituições adesignação de órgãos de Protocolo e Arquivo, Arquivo e Comunicação ou outra denominação similar.

Devido ao íntimo relacionamento dessas áreas de trabalho, pode-se distribuir em quatro setoresdistintos as atividades dos arquivos correntes:

1. Protocolo, incluindo recebimento e classificação; registro e movimentação2. Expedição3. Arquivamento - o arquivo propriamente dito4. Empréstimo e consulta4.1 ProtocoloNo que se refere às rotinas, poder-se-ia adotar as seguintes, com alterações indicadas para cada

caso:4.1.1 Recebimento e classificação4.1.2 Registro e movimentaçãoEste setor funciona como um centro de distribuição e redistribuição de documentos.

ARQUIVO CORRENTE E PROTOCOLOVocê já sabe que arquivo corrente é aquele formado por documentos de uso freqüente e que

funciona na própria empresa ou em locais de fácil acesso, próximos a ela. Mas como encaminhamosdocumentos para o arquivo corrente? Como analisamos suas atividades? Para analisarmos suasatividades vamos trabalhar com uma situação e mostrar o encaminhamento dado a alguns documentosem uma empresa.

FERNANDA É ENCARREGADA DE ANALISAR A DOCUMENTAÇÃO QUE A EMPRESA RECEBEE DAR-LHE O DEVIDO ENCAMINHAMENTO. HOJE CHEGARAM ÀS SUAS MÃOS:

- UMA CARTA PARA UM EMPREGADO DA DIRETORIA FINANCEIRA, COM A ETIQUETA DEPESSOAL;

- VÁRIOS EXEMPLARES DE UM JORNAL DO SINDICATO DA CLASSE, PARA OSFUNCIONÁRIOS;

- DOIS ENVELOPES ENDEREÇADOS À ASSESSORIA JURíDICA E ENTREGUES POR UMMENSAGEIRO DE OUTRA EMPRESA.

Agora pense: que tratamento você acha que Fernanda deve dar a cada um desses documentos?Anote seu pensamento em uma folha de papel e, depois, compare-o com o que apresentamos.Fernanda não vai abrir e nem registrar a carta porque contém a anotação pessoal, indicando

tratar-se de uma correspondência particular. A carta será encaminhada diretamente a quem se destina,na Diretoria Financeira. Nesse caso, portanto, não há qualquer preocupação com o seu arquivamento.

Page 41: Administracao para concursos

Quanto aos jornais, Fernanda também não precisa registrã-los, porque não são documentosoficiais. Eles devem ser distribuídos aos funcionários e, após serem lidos, podem ser jogados fora.

Já os envelopes entregues pelo mensageiro são correspondências oficiais. Eles precisam serabertos, os documentos registrados e encaminhados, no caso, à Assessoria jurídica, de acordo com osprocedimentos adotados pela administração.

Todo o andamento desses documentos dentro da empresa é controlado e, só após cumprirem suasfinalidades, é que são arquivados. Muitos deles até podem aguardar decisões e prazos já nos arquivos.E dependendo das normas da empresa e da natureza dos documentos arquivados, eles podem seremprestados ou consultados no próprio local do arquivo.

Desde a chegada dos documentos à empresa já deve haver uma preocupação com o seu possívelarquivamento. O técnico de arquivo precisa estar atento a isso e determinar a classificação que cadadocumento recebe no momento do seu registro, pois ela se repetirá mais tarde, quando for arquivado.

Portanto, num sistema de arquivos correntes, os serviços de recebimento, registro, controle detramitação (distribuição e movimentação) e expedição da correspondência, não podem ser desvin-culados dos serviços de arquivamento e empréstimo ou consulta de documentos.

As atividades de recebimento de documentos, registro, controle de tramitação e expedição decorrespondências constituem os serviços de protocolo. E as atividades de arquivamento e empréstimode documentos são os serviços de arquivo.

Então, não podemos separar os serviços de protocolo dos serviços de arquivo. Daí ser comum, naestrutura organizacional das instituições, a existência de setores, normalmente denominados Arquivo eProtocolo, ou Arquivo e Comunicação ou outro nome parecido, que respondem tanto pelo protocolocomo pelo arquivamento.

Em relação aos serviços de arquivo e protocolo, é importante destacarmos que as rotinas eprocedimentos para sua execução devem ser criados pela própria instituição, obedecendo a um critérioadequado às suas características. Não podemos predeterminar e nem impor qualquer rotina ouprocedimento a uma empresa, mas apenas sugerir.

SERVIÇOS DE PROTOCOLOObserve este ofício:

Para:Banco do Estado S.A.Diretoria Financeira

Senhor Diretor,Encaminhamos em anexo, para seu conhecimento e análise, cópia do Balanço Patrimonial de

nossa empresa...

Este ofício, ao ser recebido pelo banco, foi registrado de acordo com os procedimentos adotadosna empresa. Depois foi distribuído, sendo encaminhado ao Diretor Financeiro.

Na diretoria, a secretária recebeu o documento, registrou-o na entrada nos controles específicos doórgão e encaminhou-o ao diretor. Esse, após conhecer o teor do ofício, despachou-o para um dosassessores, solicitando-lhe análise e parecer.

Concluída a solicitação, o assessor retornou o documento com o parecer à sua chefia que, apósanalisar, pediu algumas providências, dentre as quais a expedição de uma resposta à Andes TurismoS.A. Finalmente, ele devolveu a documentação à sua secretária - ofício, despachos, parecer -,solicitando-lhe o arquivamento.

A secretária registrou a saída do documento em seus controles e depois encaminhou-o ao Setor deArquivo da empresa.

Veja que o ofício passou por vários setores dentro do Banco do Estado S.A., envolvendo tarefasque constituem o serviço de protocolo de uma empresa: recebimento; registro; distribuição emovimentação; expedição de correspondência.

Page 42: Administracao para concursos

PROTOCOLOÉ A DENOMINAÇÃO ATRIBUÍDA AOS SETORES ENCARREGADOS DO RECEBIMENTO,

REGISTRO, DISTRIBUIÇÃO E MOVIMENTAÇÃO E EXPEDIÇÃO DE DOCUMENTOS. É TAMBÉM ONOME ATRIBUÍDO AO NUMERO DE REGISTRO DADO AO DOCUMENTO OU, AINDA, AO LIVRODE REGISTRO DE DOCUMENTOS RECEBIDOS E EXPEDIDOS.

E como esses serviços de protocolo funcionam? Que procedimentos são adotados para que elescumpram suas finalidades com eficiência?

Rotinas de recebimento e classificaçãoCada instituição precisa criar suas próprias rotinas de trabalho, tendo em vista suas

particularidades. Mas, de um modo geral, as rotinas de recebimento e classificação de documentossão:

- Recebimento da correspondência chegada à empresa pelo malote,- Correios ou entregue em mãos.- Separação da correspondência oficial da particular.- Distribuição da correspondência particular.- Separação da correspondência oficial de caráter ostensivo das de caráter sigiloso.- Encaminhamento da correspondência sigilosa aos seus destinatários.- Abertura da correspondência ostensiva.- Leitura da correspondência para tomada de conhecimento do assunto, verificando a existência de

antecedentes.- Requisição dos antecedentes ao arquivo. Se eles não estiverem lã, o setor encarregado de

registro e movimentação informará onde se encontram e os solicitará, para ser feita a juntada, isto é,agrupar, por exemplo, dois ou mais documentos, ou processos.

- Interpretação da correspondência e sua classificação de acordo com o código adotado pelaempresa e definido pelo arquivista.

- Carimbo do documento no canto superior direito (de preferência com um carimbo numeradordatador do protocolo). Abaixo da data e do número, escrevemos para onde o documento seráencaminhado (destino) e o código atribuído a ele, quando foi classificado.

- Elaboração do resumo do assunto tratado no documento.- Encaminhamento dos papéis ao setor responsável pelo registro e movimentação.

Rotinas de registro e movimentaçãoEsse serviço funciona como um centro de distribuição e redistribuição de documentos. Ali os

documentos chegam e são encaminhados aos setores, são devolvidos e reencaminhados aos outrossetores ou ao arquivo. Mesmo que algumas de suas rotinas possam variar de uma empresa para outra,de modo geral, elas compreendem:

- Preparação da ficha de protocolo, em duas vias, que podem ser de diferentes modelos, dentre osquais selecionamos três para seu conhecimento e verificação de como são preenchidas.

Observe que nos três modelos, há espaço para escrevermos o mesmo código ou número declassificação colocado no documento, quando foi registrado no protocolo. E também há uma partedenominada dístribuíção, andamento ou carga, onde anotamos cada etapa da tramitação dodocumento (desde o momento de sua saída do setor de protocolo até o seu arquivamento).

Desse modo, quando desejamos saber algo sobre um documento, basta verificarmos seuandamento na ficha de protocolo. Se, por exemplo, a destinação dele estiver para o arquivo, é possívelsabermos sob que notação ele está arquivado, que é a mesma atribuída ao documento.

- Acréscimo da segunda via da ficha de protocolo ao documento já carimbado e encaminhamentoao seu destino. Se existirem antecedentes, eles e suas respectivas fichas, com registro e anotações,devem ser anexados ao documento.

Quando o documento chegar ao seu destino, o responsável naquele setor precisa retirar a ficha deprotocolo, que só é anexada novamente ao documento quando ele seguir para outro setor. Essapassagem do documento de um setor a outro, a redístribuição, deve ser feita através do setorresponsável pelo registro e movimentação.

Page 43: Administracao para concursos

- Registro dos dados constantes da ficha de protocolo para as fichas de procedência e de assunto,rearquivando-as em seguida. Essas fichas são preenchidas não só para controlar a documentação quepassa pelos serviços de protocolo como também, para facilitar a pesquisa do documento, quandonecessário. Eis um exemplo de ficha de procedência

- Arquivamento das fichas de protocolo obedecendo à ordem dos números de protocolo.- Recebimento, dos vários setores da empresa, dos documentos a serem redistribuídos e anotação

do novo destino nas respectivas fichas.- Encaminhamento dos documentos aos respectivos destinos.

Rotinas de expediçãoEm geral, são adotadas estas rotinas nos serviços de expedição de uma empresa:- Recebimento da correspondência a ser expedida: o original, o envelope e as cópias, nas cores e

quantidades determinadas pela empresa.Os setores que desejarem manter uma coleção de cópias em suas unidades, para consulta

imediata, devem prepará-las em papel de cor diferente. Essas cópias são devolvidas ao setor deorigem, após a expedição.

- Verificação da falta ou não de folhas ou anexos nas correspondências a serem expedidas.- Numeração e complementação de data, tanto no original como nas cópias.- Separação do original das cópias.- Expedição do original com os anexos, se existirem, pelos Correios, malotes ou em mãos.- Encaminhamento das cópias ao setor de arquivamento, acompanhadas dos antecedentes que

lhes deram origem.

SERVIÇOS DE ARQUIVOPreste atenção a esta situação, bem comum em uma empresa:- FLÁVIA, PRECISO DAQUELE PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA FIRMA PARA RETIRAR UNS

DADOSQUE VOU INCLUIR NESTE RELATÓRIO.- MAS DR. SANTANA, O PROJETO SAIU DAQUI PARA O DIRETOR-GERAL E AGORA JÁ DEVEESTAR ARQUIVADO. O SENHOR QUER QUE EU SOLICITE UM EMPRÉSTIMO AO SETOR DEARQUIVO?Como você vê, o projeto citado foi arquivado, depois de passar pelos setores competentes. Do

arquivo, no entanto, ele pode ser recuperado para consultas, por meio de empréstimo.E isso é o que deve acontecer com qualquer documentação oficial de uma empresa. Depois de

tramitar pelos devidos setores e cumprir suas finalidades, é arquivada. No arquivo fica guardada,podendo ser emprestada ou consultada a qualquer momento, pelo pessoal da instituição.

Vemos, assim, que os serviços de arquivo compreendem duas atividades específicas: oarquivamento propriamente dito dos documentos e seu empréstimo ou consulta, sempre quenecessário.

E o que compreende cada uma dessas atividades?

Arquivamento da documentaçãoLembramos que, desde o momento em que o documento chega a uma empresa, já deve haver a

preocupação com o seu possível arquivamento. Por isso é que a classificação dada ao documento noserviço de protocolo, quando ele entra na empresa é a mesma utilizada para arquivá-lo. E como essesdocumentos são classificados?

Volte atrás e observe novamente as fichas de protocolo e os códigos usados para classificar osdocumentos.

Repare que não há uma norma específica em relação a esses códigos: eles são criados pelostécnicos responsáveis, em função dos métodos de arquivamento adotados pela empresa. E essesmétodos de arquivamento variam - cada empresa, de acordo com o seu ramo de atividade, escolhe os

Page 44: Administracao para concursos

métodos mais indicados e adequados às suas finalidades. Somente assim o arquivo pode cumprirplenamente a sua finalidade primordial -o acesso aos documentos, por meio de empréstimos econsultas aos funcionários e setores da empresa.

Empréstimo e consulta de documentos do arquivoQuantas vezes já não ouvimos alguém dizer:- ESTE ASSUNTO ESTÁ ENCERRADO!JÁ FOI PARA O ARQUIVO.- AQUELE DOCUMENTO FOI PARA O ARQUIVO MORTO.São frases que nos passam a idéia de que arquivo é algo sem vida, onde fica guardado tudo aquilo

que não vamos mais precisar.Mas já vimos que a finalidade principal de um arquivo é servir à administração. Desde o

recebimento da documentação até o seu arquivamento, o trabalho arquivístico precisa ser feito demodo a possibilitar a recuperação rápida e completa da informação.

Logo, é necessário que o arquivo esteja bem vivo! E ele só vai conseguir isso, facilitando oempréstimo e consulta de seus documentos aos funcionários ou setores da empresa que delesprecisarem. Essa é uma tarefa que precisa ser feita com a máxima ética e segurança, para quenenhum documento seja divulgado indevidamente ou mesmo que se perca.

Assim, as rotinas de empréstimo e consulta dos documentos do arquivo podem ser:- Atender às requisições de empréstimos vindas dos diferentes órgãos/setores.- Preencher o formulário de recibo de documentação, em duas vias cujo modelo pode ser:Esse recibo é muito importante, já que registra a saída do documento, permitindo informar, com

segurança, onde ele se encontra.- Colocar a segunda via do recibo no mesmo lugar de onde foi retirada a pasta para empréstimo,

juntamente com a guia-fora.- Arquivar a primeira via do recibo de documentação no fichário de lembretes, em ordem

cronológica, do mais atual para o mais antigo.- Preencher o formulário de cobrança da documentação, sempre que a pasta emprestada não for

devolvida no prazo estipulado.Os prazos para empréstimo de documentos do arquivo variam de uma empresa para outra, embora

possamos recomendar um período em torno de dez dias, podendo ser renovado mediante suareapresentação ao setor.

- Encaminhar a cobrança de documentação ao requisitante.- Arquivar a pasta devolvida ao setor, eliminando a segunda via do recibo (aquela que estava no

lugar da pasta retirada).- Colocar o carimbo de RESTITUÍDO na primeira via do recibo de documentação (a que foi

assinada pelo requisitante). Esse carimbo pode ser colocado no verso do recibo e ser assim:- Devolver a primeira via carimbada do recibo ao requisitante.

MÉTODOS DE ARQUIVAMENTOSistemas de arquivamento

Como é afirmamos anteriormente, a preocupação maior de quem faz arquivos não é apenasarquivar, mas também localizar as informações arquivadas no instante em que forem solicitadas.

A forma de consulta ou recuperação de uma informação arquivada é uma das primeiraspreocupações que deve ter a secretaria, unia vez que é sua responsabilidade assessorar a chefia. Paratanto, necessita de alguns conhecimentos técnicos e outros relativos à empresa a que serve, como:tipos físicos de documentos, clientela a que se destinam, grau de sigilosidade, volume, assuntos deque tratam etc.

Tecnicamente, o sistema de arquivamento é o conjunto de princípios coordenados entre si com afinalidade de definir a forma de consulta do arquivo, que pode ser:

• Direta: quando a informação é recuperada diretamente no local em que se encontra arquivada.• Indireta: quando a localização de uma informação é feita inicialmente através da consulta a um

índice e posteriormente no local arquivado.

Page 45: Administracao para concursos

• Semi-indireta: quando a localização de uma informação arquivada é orientada pela consulta a umatabela.

Como escolher o sistema adequado?Para acertar, antes de mais nada é necessário o trabalho de análise e planejamento. Somente

através do levantamento dos dados sobre a instituição à qual o arquivo servirá, pode-se escolher umsistema adequado e seguro para a localização de informações. Por exemplo, podemos concluir que ossistemas diretos de arquivamento só podem ser empregados em arquivos onde os documentos são delivre acesso a qualquer pessoa; os sistemas indiretos, como necessitam de índice para a localizaçãodos documentos, resguardam mais a documentação e os semi-indiretos devem ser utilizados nosarquivos onde os usuários buscam as informações sem a orientação de uma pessoa, mas de umatabela disposta no arquivo de forma a auxiliá-los.

Métodos de arquivamentoMétodo de arquivamento é um plano preestabelecido de colocação dos documentos que visa A

facilidade de guarda e pesquisa. Os métodos de arquivamento estão relacionados com os sistemas, oque equivale a dizer que cada sistema de arquivamento tem métodos específicos que a ele seadaptam.

Tanto na organização de arquivos como na de fichários, os elementos a serem considerados nosdocumentos, para efeito de classificação, são:

• Nome (do remetente, destinatário ou da pessoa a quem os documentos se referem).• Local (de expedição ou recebimento dos documentos).• Data (de elaboração, validade ou referência dos documentos).• Assunto(s) (conteúdo ou argumento dos documentos).• Número (de ordem, código etc.).A escolha de um ou mais elementos determinará a estrutura de organização de um arquivo,

respeitando-se o grau de importância e freqüência com que são solicitados.No trabalho secretarial, os métodos de uso mais comum são:• Alfabético.• Geográfico.• Numérico (simples, cronológico, decimal...• Por assuntos.

Método alfabéticoConsiste na organização do material tendo por base o nome de uma pessoa ou empresa, constante

do documento ou material que será registrado (neste caso o nome passa a ser o elemento principal declassificação) e depois colocado em seqüência alfabética.

As pastas ou fichas são dispostas no arquivo segundo as determinações das normas dealfabetação, separadas pelas guias alfabéticas que orientação a consulta. O número e o tipo de guias aserem utilizadas dependerão do volume de documentos a serem organizados.

A confecção do arquivo é simples e barata. Inicia-se com a abertura de pastas individuais (uma paracada nome ou correspondente), dentro das quais os documentos devem ser ordenadoscronologicamente.

Além das pastas individuais, utilizam-se também as pastas miscelâneas, para agruparcorrespondentes avulsos. Recomenda-se um máximo de cinco documentos por correspondente dentrode cada miscelânea. O correspondente que ultrapassar este número deve receber pasta individual. Aordenação interna de correspondentes de uma miscelânea deve ser feita pela ordem alfabética de no-mes e, dentro desta, pela ordem cronológica.

O método alfabético faz parte do sistema direto de arquivamento, uma vez que a consulta éefetuada diretamente no arquivo, sem a necessidade de recurso auxiliar. Contudo, o seu perfeitofuncionamento esta condicionado ao emprego de Regras de Alfabetização: conjunto de determinaçõesque comandam a ordenação alfabética de nomes de pessoas, firmas e instituições no arquivo, solu-cionando os casos duvidosos. Essas regras têm por finalidade:

Page 46: Administracao para concursos

• Uniformizar as entradas de nomes no arquivo, padronizando critérios que facilitem o arquivamentoe a consulta.

• Proporcionar maior coerência à estrutura do arquivo, evitando entradas múltiplas e a conseqüenteperda de informações.

A - Regras1. Os nomes individuais devem ser colocados em ordem inversa, ou seja, primeiramente o último

nome, depois os prenomes na ordem em que se apresentam. Quando houver nomes iguais, prevalecea ordem do prenome.

Exemplos:Barbosa, AnibalCorrêa, AntônioCorrêa, João CarlosCorrea, Paulo

2. As partículas estrangeiras (D', Da, De, Del, Des, Di, Du, Fitz, La, Le, Les, Mac, Mc, O', Van,Vanden, Van der, Von, Vonder etc.), se escritas com inicial maiúscula, são consideradas como parteintegrante do nome.

Exemplos:Oliveira, Carlos Santos deVon Johnson, ErickVonder Blun, Eduardo

3. Os nomes compostos de um substantive e um adjetivo, ligados ou não por hífen, não sãoseparados.

Exemplos:Castelo Branco, SérgioVilla-Lobos, Heitor

4. Os nomes como Santo, Santa ou São seguem a regra anterior. Exemplos:Santa Rita, VálterSanto lnácio, AnaSão Benito, Inácio

5. Os nomes que exprimem grau de parentesco, abreviados ou não, não são considerados naordenação alfabética. Exemplos:

Freitas Jr., AryRibeiro Neto, HenriqueVasconcelos Sobrinho, Alcides

Observação: Os graus de parentesco só serão considerados na alfabetação quando servirem deelemento de distinção. Exemplos:

Abreu Filho, JorgeAbreu Neto, JorgeAbreu Sobrinho, Jorge

6. Os títulos honoríficos, pronomes de tratamento e artigos são colocados entre parênteses depoisdo nome e não são considerados na alfabetação.

Page 47: Administracao para concursos

Exemplos:Araújo, Paulo (General)Estado de São Paulo (O)Pinto, Antônio Eduardo (Dr.)

7. Os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo nome, que corresponde ao da família do pai.Exemplos:

Cervantes y Saavedra, Miguel deHemandes Xavier, José

8. Os nomes orientais, japoneses, chineses, Árabes etc. são registrados na ordem em que seapresentam. Exemplos:

Al Ben AbibLi YutangMao Tsé Tung

9. Os nomes ligados por apóstrofo devem ser lidos e arquivados como uma só palavra. Exemplo:Sant'Ana, Armindo, lê-se e arquiva-se Santana

10. Os sinais gráficos, como crase, til, cedilha etc., não são considerados na alfabetação. Exemplos:Campanha, ClodoaldoCampanhã, Raul

11. Os nomes de empresas devem ser registrados conforme se apresentam.Exemplos:Álvaro Costa & CiaBarbosa Souza LtdaComercial Santos Ltda

12. As expressões usadas no comércio, como Sociedade, Companhia, Empresa etc., devem serconsideradas na alfabetação. Exemplos:

Companhia Brasileira de AlimentosEditora Abril Ltda.Sociedade Espírita Alan Kardec

13. Os nomes das empresas ou instituições que usam siglas, com ou sem ponto entre as letras,devem ser alfabetados como se o conjunto de letras que os formam fosse uma palavra. Exemplos:

CEEEUFRGS

14. Quando uma empresa ou instituição for conhecida, além de seu nome por extenso, também poruma sigla, o arquivista deverá optar pela forma de entrada que melhor atenda há necessidades deseus consulentes, fazendo sempre uma remissiva para a forma não adotada como entrada no arquivo.Exemplo:

ADVB... ou Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil

• Se arquivado pelo nome por extenso, coloca-se a remissiva em:

Page 48: Administracao para concursos

ADVB veja Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil

• Se arquivado pela sigla, coloca-se a remissiva em:Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil veja ADVB

15. A correspondência recebida de seção, divisão ou departamento de uma empresa ou instituiçãodeve ser arquivada pelo nome da empresa e não pelo departamento, divisão, seção. Exemplos:

UFRGS - Departamento de PessoalUFRGS - Escola de Engenharia

16. As diversas filiais de uma empresa são alfabetadas pelo nome da empresa, seguido dosEstados em que se encontram as filiais e, finalmente, dos nomes das cidades. Se estiveremlocalizadas em uma mesma cidade, são colocados os endereços. Exemplos:

União S.A. - RJ, Rio de JaneiroUnião S.A. - RS, Porto Alegre

17. Os nomes de instituições e órgãos governamentais brasileiros são considerados como seapresentam. Exemplos:

Banco Central do BrasilFundação Getúlio Vargas

18. Os nomes de órgãos governamentais ou instituições de países estrangeiros devem serprecedidos do nome do país, em língua portuguesa. Exemplos:

Estados Unidos - The Library of CongressInglaterra - Red Cross

19. Nos títulos de congressos, conferências, simpósios etc., os números arábicos, romanos ouescritos por extenso devem figurar entre parênteses ao final da entrada.)Exemplos:

Conferência Latino-americana de Pediatras (II).Seminário Francês de Patologia (13º).Encontro Brasileiro de Secretárias (Segundo).

20. Os numerais que fazem parte dos nomes de empresas; quer no inicio, meio ou fim, devem seralfabetados como se estivessem escritos por extenso.

Exemplos:Ferragem 2 (dois) irmãosInseticida mata 7 (sete)3 (três) M do Brasil

O conjunto de regras aqui apresentado é suficiente, normalmente, para organizar arquivoscomerciais. Contudo, dependendo do volume e complexidade dos documentos a serem classificados,pode haver dúvidas. Neste caso, podem ser adotadas regras mais extensas, ou pode-se ampliar emodificar as já existentes, para atender a casos específicos, desde que sejam redigidas em linguagemclara e simples e que fiquem registradas por escrito.

B - Ordenando alfabeticamenteQuando falamos em arquivo alfabético, muitas pessoas desconhecem o fato de que há dois critérios

para a ordenação alfabética (feita letra por letra ou palavra por palavra), e que ambos são corretos. Daísurgirem as confusões na busca e no arquivamento.

Page 49: Administracao para concursos

A definição de um único critério de alfabetação, com a conseqüente exclusão do outro, é defundamental importância para o trabalho de arquivo. São eles:

Letra por letra Palavra por palavra

Porta PortaPorta-algodão Porta-algodãoPortada Porta-discosPorta-discos Porta-espadaPortador PortadaPorta-espada Portador

Notou a diferença? Imagine a confusão e as discussões entre colegas de trabalho e usuários do seuarquivo se você misturar os dois critérios!

Método numéricoQuando o principal elemento de classificação de um documento é um número (por exemplo:

processes, legislação, documentos protocolados etc.), a melhor forma de organização para o arquivo éo método numérico.

Nesta modalidade de arquivamento, a consulta é, indireta, pois há necessidade de se recorrer a umíndice auxiliar alfabético que remeterá ao número sob o qual a informação foi arquivada.

O método numérico pode ser:A - Simples

Quando atribuímos números aos correspondentes (pessoas ou instituições) pela ordem de chegadadestes ao arquivo, sem qualquer preocupação com a ordenação alfabética, pois teremos um índicepara auxiliar na localização.

Este arquivo vai exigir como controles:

• Registro de entrada de cada correspondente (feito em livros ou fichas) para evitar a abertura deduas ou mais pastas para o mesmo correspondente.

• Índice alfabético auxiliar (feito em fichas ou disquetes de computador) que remeta do nome docorrespondente para o número de sua pasta aberta no arquivo. O índice é, indispensável, pois, como crescimento do arquivo, toma-se impossível localizar os documentos.Nos arquivos empresariais que utilizam o método numérico simples, pode-se reaproveitar o número

de uma pasta vaga (documentos eliminados ou transferidos) para um novo correspondente, o que jánão deve ocorrer no serviço público, rede bancária, arquivos hospitalares etc., onde o número atribuídoa um correspondente pode comprometer as operações a serem realizadas, pois nesses casos onúmero passa a identificar permanentemente um cliente.

O método numérico simples é uma das formas mais versáteis para a organização de arquivos,sendo utilizado em larga escala na indústria, comércio, escolas, rede bancaria etc.

Você já parou para pensar que é identificado através de números na escola em que estámatriculado, nos clubes que freqüenta, na empresa em que trabalha? Tudo isso é método numérico dearquivaniento!

B - CronológicoNeste método numera-se o documento, e não a pasta. É o que ocorre nas repartições públicas - o

documento, depois de receber uma capa, onde são colocados o número de protocolo e outrasinformações, passa a formar um processo. Este processo será acompanhado durante a tramitação, poruma ficha numérica (ficha de protocolo), onde será indicada toda a movimentação do documentodentro da repartição. Paralelamente, são confeccionados índices alfabéticos para os nomes dosenvolvidos, assunto e procedência dos documentos, a fim de agilizar as buscas.

Método geográfico

Page 50: Administracao para concursos

Neste método, o principal elemento de classificação do documento deve ser o local ou procedênciada informação. É importante salientar que a organização de um arquivo geográfico depende de umaestrutura geográfica bem definida, como, por exemplo:

a) Vários países: nome do país, nome da capital e nome dos correspondentes. Se houverdocumentos procedentes de outras cidades que não a capital, deve-se ordená-los alfabeticamente noarquivo, após a capital. Exemplos:

• ARGENTINABuenos Aires

Maia Carraro, AlcidesNunes Caldera, Manoelito

CórdobaHotel Las PalmasValdez Miranda, Carlos

CorrientesDel Vale, LuisSanches de Vidal, Emílio

• BRASILBrasília

Ministério da EducaçãoMinistério do Interior

CampinasDelgado, CarlosMonteiro, José Olalvo

CuiabáChardon, Carlos ManuelSanti, Manuel

CuritibaRosado, José (Dr.)Transportes Valverde Ltda.

b) Um país: nomes dos Estados, nomes das cidades e nomes dos correspondentes em rigorosaordem alfabética.

c) Estados: nomes dos Estados, nomes das cidades e nomes dos correspondentes, também emordem alfabética.

d) Cidades: nomes das cidades, seguidas do nome ou sigla dos Estados (porque há cidades com omesmo nome em Estados diferentes) e nomes dos correspondentes.

e) Dentro de uma mesma cidade: nomes dos bairros (ou zoneamento), seguidos dos nomes doscorrespondentes em ordem alfabética.

Este método de arquivamento é do sistema direto, pois a consulta é feita diretamente no arquivo. Émuito utilizado nos casos de empresas que mantém correspondência com filiais ou agências em váriosEstados, cidades e países, e ainda para firmas que trabalham com reembolso postal, transporte decargas e mercadorias etc.

Método por assuntosTambém conhecido por método específico, é um dos mais perfeitos métodos de arquivamento, pois

é o único a recuperar os documentos segundo o seu conteúdo. Sua aplicação, no entanto, requerplanejamento prévio, além de requisitos como:

• Amplo conhecimento da empresa, bem como dos documentos que representam as atividades-finsda mesma.

Page 51: Administracao para concursos

• Análise minuciosa e interpretação da documentação.Não existem planos de classificação por assuntos prontos para serem aplicados a arquivos. Cabe a

cada instituição, de acordo com suas características individuais, e após estudo detalhado, elaboraresse plano ou tabela de assuntos.

Para facilitar o trabalho, recomenda-se iniciar o plano de classificação com os seguintesprocedimentos:

• Agrupar os assuntos principais ou grandes classes.• Subdividir os assuntos principais em títulos específicos (partindo sempre do geral para os

particulares).• Escolher e padronizar os termos adequados para a identificação dos itens (analisar a sinonímia e

os termos técnicos).• Definir a forma de ordenação dos assuntos no arquivo.

A - Ordenação dos assuntos de forma alfabéticaUma vez elaborada a tabela de classificação, pode-se organizar um arquivo alfabético de assuntos

de duas maneiras:a) Ordem dicionária: consiste em dispor em ordem alfabética os assuntos classificados,

considerando-se simplesmente a seqüência das letras. Exemplos:• Artigos para calçados• Calcados ortopédicos• Calçados para crianças• Calçados para homens• Calçados para senhoras• Calçados sob medida• Conserto de calçados• Fábricas de calçados• Lojas de calçados

b) Ordem enciclopédica: consiste em agrupar em ordem alfabética os títulos gerais seguidos desuas subdivisões, também em rigorosa ordem alfabética. Exemplos:

CALÇADOS• Artigos• Consertos• Fábricas• Lojas• Ortopédicos• Para crianças• Para homens• Para senhoras• Sob medida

B - Ordenação dos assuntos de fornia numéricaNesta modalidade, além do plano de classificação, deverá ser elaborado um índice alfabético

remissivo, pois os itens classificados receberão números no arquivo e o índice auxilia na rápidalocalização.

a) Método duplex: a documentação após a divisão em classes, segundo o plano de classificação,recebe uma numeração seqüencial simples para cada classe geral e as subdivisões dessas classesseção ordenadas através de numerais decimais. Exemplo:

Page 52: Administracao para concursos

1 .BIBLIOTECA1.1 Correspondência expedida1.2 Correspondência recebida1.3 Livros

1.3.1 Sugestões para aquisição1.3.2 Orçamentos

1.4 Ponto dos funcionários1.5 Estatísticas

1.5.1 Consultas1.5.2 Empréstimos1.5.3 Serviços técnicos

1.6 Relatórios anuais

2. NÚCLEO DE EXTENSÃO

2.1 Cadastro de professores2.2 Certificados2.3 Cursos

2.3.1 Atendente de livraria2.3.2 Atualização para secretárias2.3.3 Correspondência informatizada2.3.4 Estenogratia2.3.5 Técnicas de arquivo

2.4 Material didático2.5 Propostas in company2.6 Relatórios anuais

A vantagem é que a numeração não necessita de previsão antecipada. O plano de classificaçãoinicial pode ser de apenas cinco assuntos. De acordo com as necessidades da empresa e a expansãodas classes de assuntos, a numeração crescera também.

b) Método decimal: é baseado no Sistema Decimal de Dewey, que o criou para ser aplicado abibliotecas. É universalmente conhecido como CDD (Classificação Decimal de Dewey). Estaclassificação divide o conhecimento humano em dez grandes classes:

0 - Obras gerais1 - Filosofia2 - Religião3 - Ciências Sociais4 - Filologia5 - Ciências Puras6 - Ciências Aplicadas7 - Belas Artes8 - Literatura9 - História e Geografia.

Page 53: Administracao para concursos

Essas classes posteriormente se subdividem de dez em dez, sucessivamente (partindo sempre dogeral para o específico). Tomemos a classe é, de Ciências Aplicadas, como exemplo:

610 - Medicina620 - Engenharia630 - Agricultura640 - Ciências e Artes Doméstcas650 - Serviços gerenciais660 - Indústrias químicas670 - Manufaturas680 - Manufaturas, Miscelânea690 - Construção

611 - Anatomia612 - Fisiologia humana613 - Higiene pessoal614 - Saúde pública615 - Terapêutica616 - Clínica médica617 - Cirurgia618 - Ginecologia619 - Pediatria

616.1 Cardiologia616.2 Sistema respiratório616.3 Sistema digestivo616.4 Sistema endócrino616.5 Dermatologia616.6 Urologia616.7 Sistema muscular616.8 Neurologia616.9 Doenças diversas

e assim por diante.Esta classificação é acompanhada de um índice alfabético para auxiliar a rápida localização dos

itens desejados.A técnica de Dewey pode ser aplicada aos arquivos com adaptações. Requer o estudo detalhado sobrea empresa e sua documentação e a seguir o estabelecimento de dez classes principais de assuntos esuas subdivisões.

Page 54: Administracao para concursos

NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS

CONTEXTOS E DEMANDAS DE HABILIDADES SOCIAIS

Eu mesmo, Se transponho o umbral enigmático, Fico outro ser, De mim desconhecido.C. Drummond de Andrade

Os diferentes contextos dos quais participamos contribuem, de algum modo, para a aprendizagemde desempenhos sociais que, em seu conjunto, dependem de um repertório de habilidades sociais. Adecodificação dos sinais sociais, explícitos ou sutis, para determinados desempenhos, a capacidade deselecioná-los e aperfeiçoá-los e a decisão de emiti-los ou não são alguns dos exemplos de habilidadesaprendidas para lidar com as diferentes demandas das situações sociais' a que somos cotidianamenteexpostos.

O termo demanda pode ser compreendido como ocasião ou oportunidade diante da qual se esperaum determinado desempenho social em relação a uma ou mais pessoas.

As demandas,são produtos da vida em sociedade regulada pela cultura de subgrupos. Quandoalgumas pessoas não conseguem adequar-se a elas (principalmente as mais importantes) sãoconsideradas desadaptadas provocando reações de vários tipos. O exemplo mais extremo é o dofôbico social que não consegue responder às demandas interpessoais de vários contextos, isolando-seno grupo familiar e, mesmo neste, mantendo um contato social bastante empobrecido.

Quando, por alguma razão, um contexto provê aprendizagem de determinadas habilidades sociais,mas não cria oportunidade para que sejam exercidas, as necessidades afetivas a elas associadaspodem não ser satisfeitas. Em nossos programas de desenvolvimento de relações interpessoais comuniversitários, os estudantes freqüentemente apresentam dificuldade de expressar carinho (apesar dodesejo de fazê-lo) porque, em suas famílias, seus pais não incentivam e nem mesmo permitem "essasliberdades".

Ao nos depararmos com as diferentes demandas sociais, precisamos inicialmente identificá-las(decodificá-las) para, em seguida, decidirmos reagir ou não, avaliando nossa competência para isso. Aidentificação ou decodificação das demandas para um desempenho interpessoal depende,criticamente, da leitura do ambiente social, o que envolve, entre outros aspectos:

a) atenção aos sinais sociais do ambiente (observação e escuta);b) controle da emoção nas situações de maior complexidade;c) controle da impulsividade para responder de imediato;d) análise da relação entre os desempenhos (próprios e de outros) e as conseqüências que eles

acarretam.Não é muito fácil identificar os sinais que, a cada momento, indicam demandas para desempenhos

excessivamente elaborados. Por exemplo, quando o ambiente social é extremamente ameaçador,pode provocar ansiedade, requerendo respostas de enfrentamento ou fuga que variam na adequaçãoàs demandas. Em outras palavras, é como se o indivíduo dissesse a si mesmo:

Aqui é esperado que eu... (leitura do ambiente social ou das demandas);Não posso concordar com isso, eu preciso dizer que... (análise da própria necessidade de reagir a

uma demanda);Acho melhor não dizer nada agora... (decisão quanto a apresentar ou não um desempenho em

determinado momento).Diferentes tipos de demandas interpessoais podem aparecer sob combinações variadas. Algumas

combinações, no entanto, parecem típicas de contextos específicos e requerem conjuntos dehabilidades sociais que podem ser cruciais para a qualidade dos relacionamentos aí desenvolvidos. Ocontexto mais significativo da vida da maioria das pessoas é o familiar. Além deste, podem-sedestacar, como inerente à vida social na maior parte das culturas, a escola, o trabalho, o lazer, areligião e o espaço geral de cotidianidade (ruas, praças, lojas etc.). Segue-se uma análise doscontextos familiar, escolar e de trabalho que, não obstante suas especificidades, contemplam tambémmuitas das habilidades sociais requeridas nos demais.

1. o contexto familiar

Page 55: Administracao para concursos

A vida familiar se estrutura sobre vários tipos de relações (marido-mulher, pais-filhos, entre irmãos eparentes) com uma ampla diversidade de demandas interpessoais. O desempenho das habilidadessociais para lidar com elas pode ser uma fonte de satisfação ou de conflitos no ambiente familiar. Dadaa inevitabilidade de conflitos o caráter saudável de muitos deles depende da forma de abordá-los eresolvê-los o que remete, em última instância, à competência social dos envolvidos.

Relações conjugaisEmbora, na sociedade atual, as pessoas já possuam um razoável conhecimento de seu parceiro

antes de optarem por uma vida em comum, mesmo assim, com o passar do tempo, pode ocorrer adeterioração de alguns comportamentos mutuamente prazerosos (reforçadores) e o aparecimento oumaximização de outros de caráter aversivo. Em um relacionamento novo, cada pessoa procura exibirao outro o melhor de si mesma, mas, ao longo do tempo, o cotidiano doméstico pode alterardrasticamente esse repertório. Além disso, a maioria das pessoas, ao se casarem, possuem algumasidéias românticas sobre o amor que, além de não se concretizarem, dificultam a identificação e oenfrentamento das dificuldades conjugais.

Considerando o conceito de compromisso (referido no Capítulo 2), crucial. para o caso das relaçõesconjugais, a qualidade desse relacionamento depende, criticamente, de quanto os cônJuges investemna sua continuidade e otimização. O auto-aperfeiçoamento de ambos em habilidades sociais conjugaisgarante, em parte, esse compromisso. No entanto, quando apenas um dos parceiros alcança umdesenvolvimento sócio-afetivo rápido, diferenciando-se excessivamente do outro, ele pode reavaliar ospróprios ganhos na relação como insatisfatórios e dispor-se à busca de relacionamentos alternativos,provocando a sua ruptura. Uma fonte de ruptura ocorre, portanto, quando há uma ausência decompromisso com a própria relação e/ou com o desenvolvimento do outro.

Em uma revisão da literatura de pesquisas sobre Terapia Conjugal, Gottman e Ruschelidentificaram algumas habilidades essenciais para a qualidade do relacionamento conjugal, destacandoaquelas associadas à aprendizagem e ao controle dos estados afetivos que desencadeiam conflitos ereduzem a capacidade de processamento de informações. Tais habilidades incluem: acalmar-se eidentificar estados de descontrole emocional em si e no cônjuge, ouvir de forma não defensiva e comatenção, validar o sentimento do outro, reorganizar o esquema de interação do casal de modo aromper o ciclo queixa-crítica-defensividade-desdém. Acrescentam, também, a este conjunto, ahabilidade de persuadir o cônjuge a não tomar nenhuma decisão enquanto o estado de excitaçãopsicofísiológica estiver sem autocontrole adequado.

Freqüentemente, um dos cônjuges expressa pensamentos e sentimentos de forma explosiva,extrapolando nas queixas e críticas. Se a reação do outro seguir na mesma direção, gera descontrolede ambos e uma alta probabilidade de manutenção do ciclo descrito acima, o que tende a piorar aindamais a situação. Daí a importância da habilidade de acalmar o outro. Ouvir não defensivamente permiteque o cônjuge exponha por completo o seu pensamento e pode servir para validar seu sentimento(empatia). Adicionalmente, a fala calma facilita a organização do conteúdo da mensagem, aumenta aprobabilidade de clareza e, conseqüentemente, de compreensão, tendo o efeito provável de acalmar.As situações de conflito geralmente exigem outras habilidades como as de admitir o erro, desculpar-seou pedir mudanças de comportamento.

Existem casais que são bastante atenciosos com amigos, colegas de trabalho e pessoas que lhesprestam serviço e, no entanto, deixam de dar essa mesma quantidade de atenção ao cônjuge. Amaioria que age assim parece não ter a intenção de colocar o cônjuge em segundo plano, porémacaba por negligenciar um elemento importante do relacionamento, ignorando situações eoportunidades para exercer a habilidade de dar atenção.

Muitas vezes, a imagem idealizada, ou real no começo do relacionamento, de uma pessoabem-humorada, amável, carinhosa etc. vai se desvanecendo, gerando insatisfação e desinteresse.Bom humor, gentileza mútua, carinho e atenção precisam ser cultivados no cotidiano da relação. Paraisso, é muito importante a habilidade de prover conseqüências positivas quando o cônjuge apresentaesses comportamentos. A sinceridade, no entanto, é fundamental, caso contrário poderá parecer quehá pretensão de manipulação. Há um velho adágro popular que cai bem nesta situação: amor comamor se paga. Em muitas situações em que o comportamento do outro caminha na direção dedesempenhos favoráveis à qualidade do relacionamento, pode ser importante que os cônjugesexplicitem claramente esses aspectos, por meio da habilidade de dar feedback positivo. Da mesmamaneira, pedir feedback é uma habilidade que favorece uma avaliação conjunta.

São muitos os problemas resolvidos diariamente por apenas um dos membros da díade conjugalem assuntos que afetam a ambos. Esses problemas, ou são corriqueiros, ou possuem tal urgência quedemandam ações imediatas. O partilhar decisões pelo casal produz, no entanto, um equilíbrio nas

Page 56: Administracao para concursos

relações de poder, na medida que ambos decidem e são, igualmente, responsáveis pelo êxito oufracasso de todo empreendimento.

Um subgrupo particularmente relevante de habilidades sociais conjugais é representado pelas derelacionamento íntimo. Nesta categoria, os desempenhos sociais possuem características singulares,com o padrão não verbal tendo um peso considerável na interação. O conteúdo (o que se diz), a forma(como se diz) e a ocasião (quando se diz) são componentes importantes e precisam ser bem dosadose ajustados às preferências das pessoas envolvidas. Isso significa que requisitos não fundamentais emoutros contextos ganham, aqui, um estatuto especial como, por exemplo, as discriminações sutis dasmensagens enviadas em códigos e elaboradas no processo de interação.

Relações pais-filhosAs relações pais-filhos possuem um caráter afetivo, educativo e de cuidado que cria muitas e

variadas demandas de habilidades sociais. O exercício dessas habilidades é, em geral, orientado parao equilíbrio entre os objetivos afetivos imediatos e os objetivos a médio e longo prazo de promover odesenvolvimento integral dos filhos e prepará-los para a vida. Argyle identifica três estratégias básicaspelas quais os pais educam seus filhos: a) por meio das conseqüências (recompensas e punições), b)pelo estabelecimento de normas, explicações, exortações e estímulos e c) por modelação. Cada umadessas estratégias baseia-se em ações educativas que supõem um repertório elaborado e diversificadode habilidades sociais dos pais.

À medida que crescem, os filhos desenvolvem interesses, idéias e hábitos que podem gerarconflitos familiares. Nem sempre é fácil para os pais a identificação dos sinais que apontam para aiminência de um conflito entre eles e os filhos ou para os estágios iniciais de um comportamentoreprovado no contexto dos valores familiares. Inversamente, é também difícil identificar os estágiosiniciais de um comportamento desejável que pode estar sendo mascarado pela predominância deoutros indesejáveis. Na maioria das vezes, presta-se mais atenção aos comportamentos queperturbam ou quebram normas estabelecidas. Com freqüência os pais buscam interromper ' essescomportamentos com medidas punitivas ou corretivas que produzem resultados pouco efetivos porqueos suprimem apenas momentaneamente e, ainda, podem gerar vários sentimentos negativos, como araiva, o abatimento, a revolta etc.

Essas situações constituem ocasião para o exercício de um conjunto de ações educativas quepodem alterar drasticamente a qualidade da relação e promover comportamentos mais adequados dosfilhos. A literatura enfatiza a importância de apresentar feedback positivo para os desempenhosconsiderados adequados tão logo eles ocorram. Elogiar e fornecer conseqüências positivas incentivame fortalecem desempenhos incipientes que, em etapas posteriores, serão mantidos por suasconseqüências naturais. A maioria dos pais faz isso quando está ensinando os filhos a andar, falar ouler, mas costuma negligenciar a apresentação de conseqüências positivas quando se trata decomportamentos que consideram "obrigação" como estudar, organizar-se, demonstrar gentileza,apresentar iniciativa na solução de pequenos problemas pessoais etc.

Muitos pais queixam-se de que, especialmente na adolescência, os filhos se tornam esquivos,buscando maior contato com os companheiros do que com eles. A adolescência é, sem dúvida, umperíodo de grandes conquistas e descobertas por parte dos jovens, podendo produzir inquietação aospais. E o momento de experimentar as novas possibilidades cognitivas e o despertar sexual, mastambém um período de grande labilidade emocional, dadas suas alterações hormonais. Em qualqueretapa, mas particularmente nesta, são importantes várias outras ações educativas como as decombinar normas e regras de convivência coerentes com os valores familiares e estabelecer consensosobre padrões de conduta a serem assumidos por todos. Em outras palavras, decidir com os filhoscomo traduzir valores em comportamentos, o que implica em diálogo e nas habilidades a ele inerentes.

Assim como muitas situações requerem o autocontrole dos sentimentos evitando-se agravarconflitos potenciais, outras podem requerer sua expressão. Em tais casos, embora a demanda apareçasem se anunciar, a expressão de raiva ou desagrado requer controle emocional se o objetivo foreducativo mais do que meramente de descarga emocional. A habilidade dos pais de expressaradequadamente raiva e desagrado fornece modelo de autocontrole. Quando esses sentimentos sãogerados por comportamentos dos filhos que violam os acordos e as normas combinados, a situaçãopode requerer a habilidade de defender os próprios direitos em uma visão de reciprocidade.

Em muitos momentos da relação pais-filhos, ocorrem críticas de ambos os lados. A maioria de nóstem facilidade em fazer críticas que apenas humilham as pessoas, mas dificuldade em apresentar asconstrutivas. Além disso, a habilidade de desculpar-se pode ser importante para diminuirressentimentos e induzir atitudes construtivas em relação à dificuldade vivida.

Page 57: Administracao para concursos

2. O contexto escolarA Educação é uma prática eminentemente social que amplia a inserção do indivíduo no mundo dos

processos e dos produtos culturais da civilização. A escola é um espaço privilegiado, onde se dá umconjunto de interações sociais que se pretendem educativas. Logo, a qualidade das interações sociaispresentes na educação escolar constitui um componente importante na consecução de seus objetivose no aperfeiçoamento do processo educacional.

O discurso oficial sobre os objetivos e metas da instituição escolar, preconizado e continuamentereafirmado em termos de formação para a vida e para a cidadania, já inclui, naturalmente, a articulaçãoentre aprendizagem e desenvolvimento. O desenvolvimento sócio-emocional não pode ser excluídodesse conjunto, especialmente quando se observa, nos dias atuais, uma escalada de violênciaatingindo crianças e jovens e manifestando-se, inclusive, no contexto escolar. Há, portanto, umaconcordância quase unânime sobre a necessidade de aprimoramento das competências sociais dealunos, professores e demais segmentos da escola.

Mas é necessário destacar a importância de uma clara compreensão sobre que tipo de habilidadesefetivamente contribui para essa preparação para a vida. Em um de nossos estudos, uma amostrasignificativa de professores da rede pública valorizou as habilidades pró-sociais em níveissignificativamente superiores à valorização atribuída às habilidades assertivas e de enfrentamento.Como são complementares, é importante que todos esses conjuntos sejam, igualmente, desenvolvidosna escola. Habilidades como liderar, convencer, discordar, pedir, mudança de comportamento,expressar sentimentos negativos, lidar com críticas, questionar, negociar decisões, resolver problemasetc. precisam também ser promovidas pela escola. A emissão competente de tais habilidades podeconstituir um antídoto importante aos comportamentos violentos, especialmente se desenvolvidosparalelamente às habilidades de expressar sentimentos positivos, valorizar o outro, elogiar, expressarempatia e solidariedade e demonstrar boas maneiras.

Os estudantes excessivamente tímidos ou muito agressivos enfrentam maiores dificuldades naescola, pois em geral apresentam déficits nas chamadas habilidades de sobrevivência em classe:prestar atenção, seguir instruções, fazer e responder perguntas, oferecer e pedir ajuda, agradecer,expor opiniões, discordar, controlar a própria raiva ou tédio, defender-se de acusações injustas e pedirmudança de comportamento de colegas, no caso de chacotas e provocações. Além das conseqüênciassobre a aprendizagem, tais dificuldades podem se reverter em problemas de auto-estima nodesenvolvimento sócio-emocional.

Além disso, uma ampla literatura vem mostrando correlação entre déficits no repertório dehabilidades sociais dos alunos e suas dificuldades de aprendizagem e baixo rendimento escolar.Embora a funcionalidade dessa relação ainda esteja sob investigação, não é difícil imaginar aimportância de habilidades como as de perguntar, pedir ajuda, responder perguntas, dar opinião,expressar dificuldade etc. sobre a aprendizagem nesse contexto e, em particular, como forma de obteratenção e cuidado por parte da professora.

3. O contexto de trabalhoQualquer atuação profissional envolve interações com outras pessoas onde são requeridas muitas e

variadas habilidades sociais, componentes da competência técnica e interpessoal necessária para oenvolvimento em várias etapas de um processo produtivo.

A competência técnica usualmente faz parte dos objetivos educacionais dos cursosprofissionalizantes de segundo e terceiro graus e dos treinamentos que ocorrem no âmbito dasorganizações. No entanto, a competência interpessoal raramente é relacionada como objetivo deformação profissional ocorrendo, de forma assistemática, como um subproduto desejável do processoeducativo, por vezes referido como currículo oculto.

Embora existam ocupações em que grande parte das atividades é realizada quase queisoladamente, como, por exemplo, a do restaurador de obras-de-arte, do copista de obras antigas oudo arquivista em um escritório, ainda assim há um processo complementar que depende da interaçãosocial. Tal processo pode ser de recepção de itens de tarefa, negociação de contrato, reuniões,supervisão de atividades, aperfeiçoamento por meio de cursos etc. Pode-se dizer que praticamentenenhum trabalho ocorre no isolamento social total. Por outro lado, existem outras atividades em que arealização da tarefa se dá quase que totalmente na relação com o outro, ou seja, elas são mediadaspor interações sociais. São as ocupações de vendedor, recepcionista, telefonista, professor, médico,assistente social, terapeuta etc.

Os novos paradigmas organizacionais que orientam a reestruturação produtiva têm priorizadoprocessos de trabalho que remetem diretamente à natureza e qualidade das relações interpessoais.Entre tais aspectos, pode-se citar a ênfase na multiespecialização associada à valorização do trabalho

Page 58: Administracao para concursos

em equipe, intuição, criatividade e autonomia na tomada de decisões, ao estabelecimento de canaisnão formais de comunicação como complemento aos formais, ao reconhecimento da importância daqualidade de vida e à preocupação com a auto-estima e com o ambiente e cultura organizacionais.

Essas mudanças imprimem demandas para habilidades como as de coordenação de grupo,liderança de equipes, manejo de estresse e de conflitos interpessoais e intergrupais, organização detarefas, resolução de problemas e tomada de decisões, promoção da criatividade do grupo etc. Asinovações constantes e o desenvolvimento organizacional no mundo do trabalho requerem, ainda,competência para falar em público, argumentar e convencer na exposição de idéias, planos eestratégias. O trabalho em pequenos grupos mostra a necessidade de habilidades de supervisão emonitoramento de tarefas e interações relacionadas ao processo produtivo que, para ocorreremadequadamente, exigem competência em requisitos como os de observar, ouvir, dar feedback,descrever, pedir mudança de comportamento, perguntar e responder perguntas entre outras.

Page 59: Administracao para concursos

RJU - REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃOComentado e atualizado até fevereiro/2005

(Incluindo as alterações impostas pela Lei Nº 11.094, de 13/01/2005)

LEI Nº 8.112, de 11/12/1990

Dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e dasFundações Públicas Federais.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO ICAPÍTULO ÚNICO

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias,inclusive as em regime especial, e das Fundações Públicas Federais.

ComentárioA EC no 19 extinguiu o regime jurídico único dos servidores públicos, substituindo-o pela

obrigatoriedade da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios instituirem um Conselhode Política de Administração e Remuneração de Pessoal.

As novas regras constitucionais visam à extinção do RJU e a isonomia funcional (que nuncaexistiu) e o retorno ao sistema que vigorava na Constituição anterior, em função do qual poderia aAdministração ter cargos públicos e carreiras funcionais regidas por regimes jurídicos diversos (regimeestatutário, regime trabalhista - CLT e agora, também, pelo regime especial ou de emprego), coor-denando-se, obviamente, a natureza das funções a serem exercidas.

LEI N° 9.962, DE 22/2/2000

Disciplina o regime de emprego público do pessoal da Administração federaldireta, autárquica e fundacional, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1° O pessoal admitido para emprego público na Administração federal direta, autárquica e

fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovadapelo Decreto-Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata daquilo que alei não dispuser em contrário.

§ 1° Leis específicas disporão sobre a criação dos empregos de que trata esta Lei no âmbitoda Administração direta, artárquica e fundacional do Poder Executivo, bem como sobre atransformação dos atuais cargos em empregos.

§ 2° É vedado:I - submeter ao regime de que trata esta Lei:a) (VETADO)b) cargos públicos de provimento em comissão;II - alcançar, nas leis a que se refere o § 1°, servidores regidos pela Lei n° 8.112, de 11 de

dezembro de 1990, às datas das respectivas publicações.§ 3° Estende-se o disposto no § 2° à criação de empregos ou à transformação de cargos em

empregos não abrangidas pelo § 1°.§ 4° (VETADO)Art. 2° A contratação de pessoal para emprego público deverá ser precedida de concurso

público de provas ou de provas e títulos, conforme a natureza e a complexidade do emprego.Art. 3° O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente será rescindido por ato

unilateral da Administração pública nas seguintes hipóteses:I - prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidação das Leis do

Trabalho – CLT;II - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

Page 60: Administracao para concursos

III - necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso de despesa, nos termos da leicomplementar a que se refere o art. 169 da Constituição Federal;

IV - insuficiência de desempenho, apurada em procedimento no qual se assegurem pelomenos um recurso hierárquico dotado de efeito suspensivo, que será apreciado em trinta dias, e oprévio conhecimento dos padrões mínimos exigidos para continuidade da relação de emprego,obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as peculiaridades das atividades exercidas.

Parágrafo único. Excluem-se da obrigatoriedade dos procedimentos previstos no caput ascontratações de pessoal decorrentes da autonomia de gestão de que trata o § 8° do art. 37 daConstituição Federal.

Art. 4° Aplica-se às leis a que se refere o § 1° do art. 1° desta Lei o disposto no art. 246 daConstituição Federal.

Art. 5° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de fevereiro de 2000; 179° da Independência de 112° da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSOMartus Tavares

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura

organizacional que devem ser cometidas a um servidor.Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros e aos estrangeiros na forma

da lei, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, paraprovimento em caráter efetivo ou em comissão.

ComentárioDesde a promulgação da Emenda Constitucional n° 19, em 4/6/98, os estrangeiros, na forma da lei,

poderão ser investidos em cargos, empregos e funções públicos.

Essa Emenda seguiu a tendência iniciada pela EC n° 11/96, que facultou às universidades e insti-tuições de pesquisa científica admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da Lei n°9.515/97.

Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

TÍTULO IIDO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO,

REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO

CAPÍTULO IDO PROVIMENTO

Seção IDisposições Gerais

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:I - a nacionalidade brasileira;

ComentárioAos brasileiros naturalizados e aos portugueses equiparados somente não são acessíveís os car-

gos previstos no art. 12, parág. 3° da Constituição Federal (Presidente e Vice-Presidente da República,Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Ministro do STF, carreira diplo-mática e oficiais das Forças Armadas e seus assentos no Conselho da República.

II - o gozo dos direitos políticos;III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;V - a idade mínima de 18 (dezoito) anos;VI - aptidão física e mental.§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.

Page 61: Administracao para concursos

§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concursopúblico para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que sãoportadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas noconcurso.

§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão proverseus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e osprocedimentos desta Lei.

ComentárioA Lei n° 9.515, de 20/11/97, possibilita o provimento de cargos das universidades e instituições de

pesquisa científica e tecnológica federais com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acor-do com as normas e os procedimentos do RJU.

Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cadaPoder.

Art. 7º A investidura do cargo público ocorrerá com a posse.Art. 8º São formas de provimento de cargo público:I - nomeação;II - promoção;III e IV (Revogados);V - readaptação;VI - reversão;VII - aproveitamento;VIII - reintegração;IX - recondução.

ComentárioRevogados os incisos III e IV, em face de terem sido declaradas inconstitucionais essas formas de

provimento pelo Supremo Tribunal Federal (Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADIn no 837-4DF,DJ de 23/4/93 e Mandado de Segurança-MS no 22.148-8, DJ de 8/3/96).

Seção IIDa Nomeação

Art. 9º A nomeação far-se-á:I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos.Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser

nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuiçõesdo que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante operíodo da interinidade.

ComentárioIncluída a possibilidade de nomeação em comissão, também em caráter de interinidade, exclusiva-

mente para cargos vagos.

O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial pode ser nomeadointerinamente para outro cargo vago, hipótese em que a portaria ou decreto de nomeação deveráprever expressamente que o exercício dar-se-á sem prejuízo das atribuições do cargo que já ocupavae sem acumulação de remuneração.

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende deprévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem declassificação e o prazo de validade.

Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira,mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira naAdministração Pública Federal e seus regulamentos.

Comentário

Page 62: Administracao para concursos

Foram excluídas as formas ascensão e acesso, em face de terem sido declaradasinconstitucionais.

Seção IIIDo Concurso Público

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em 2 (duas)etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada ainscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, eressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 19/98

Art. 37. ...........................................................................................II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso

público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ouemprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declaradoem lei de livre nomeação e exoneração;

........................................................................................................V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo

efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,chefia e assessoramento;

ComentárioPassou a ser expressamente permitida a isenção de pagamento em situações previstas em edital.

O pagamento de inscrição, anteriormente previsto em decreto, passou a constar da lei, com a condiçãode que seja indispensável ao custeio do concurso.

Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogada uma únicavez, por igual período.

§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital,que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.

§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior comprazo de validade não expirado.

Seção IVDa Posse e do Exercício

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar asatribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos ao cargo ocupado, que não poderão seralterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.

§ 1º A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação do ato de provimento.§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento, em

licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII,alíneas a, b, d, e e f, IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento.

Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:I - por motivo de doença em pessoa da família;........................................................................................................III - para o serviço militar;........................................................................................................V - para capacitação;

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como deefetivo exercício os afastamentos em virtude de:

I - férias;........................................................................................................

Page 63: Administracao para concursos

IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído, conforme dispuser oregulamento, desde que tenha havido contribuição para qualquer regime da Previdência.

........................................................................................................VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;........................................................................................................VIII - licença:a) à gestante, à adotante e à paternidade;b) para tratamento da própria saúde, até o limite de 24 (vinte e quatro) meses, cumulativo ao

longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;........................................................................................................d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;f) por convocação para o serviço militar;IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar

representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;

§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu

patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º

deste artigo.

ComentárioFoi eliminada a prorrogação, garantindo maior celeridade à Administração para a utilização da for-

ça de trabalho dos recém-nomeados.

Passaram a ser consideradas para os efeitos da postergação do início da contagem do prazo, as li-cenças por motivo de doença em pessoa da família, para o serviço militar e para capacitação, àgestante, à adotante e à paternidade, para tratamento da própria saúde, por acidente em serviço, bemassim os afastamentos em virtude de férias, programa de treinamento regularmente instituído, júri,deslocamento para nova sede e participação em competição desportiva nacional ou nomeação paraintegrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme lei específica.

Excluídas as expressões "acesso e ascensão", tendo em vista a declaração deinconstitucionalidade.

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para

o exercício do cargo.Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de

confiança.§ 1º É de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em

exercício, contados da data da posse.§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para

função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado odisposto no art. 18.

§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado oservidor compete dar-lhe exercício.

§ 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato dedesignação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal,hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a30 (trinta) dias da publicação.

ComentárioExplicitado que o exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público (cargo de pro-

vimento efetivo e em comissão) ou da função de conlïança.

Foi reduzido para 15 dias, garantindo maior celeridade à Administração para a utilização da forçade trabalho dos recém-nomeados.

Page 64: Administracao para concursos

Foi explicitado que será tornado sem efeito o ato de designação para função de confiança de servi-dor que não entrar em exercício nesse prazo.

O início do exercício de função passou a coincidir com a data de publicação do ato de designação,sendo que continua não havendo posse em funções, somente em cargos. Se o servidor estiverafastado legalmente, o exercício recairá no primeiro dia útil após o impedimento, que não poderáexceder a trinta dias da data de designação.

Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados noassentamento individual do servidor.

Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente os elementosnecessários ao seu assentamento individual.

Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamentona carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido,redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, 10 (dez) e, nomáximo, 30 (trinta) dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivodesempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamentopara a nova sede.

§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo aque se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.

§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.

ComentárioEstabelecidos os limites mínimo e máximo de dez e trinta dias, respectivamente, contados da

publicação do ato, para o servidor ter exercício em outro município, em razão de remoção,redistribuição, requisição ou exercício provisório, ajustando-se o interesse da Administração e asnecessidades do servidor, bem como excluída a transferência, por ter sido declarada inconstitucional.

Foi prevista a hipótese do servidor declinar dos prazos mínimo e máximo, a fim de apresentar-seantes, quando assim o desejar.

Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentesaos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de 40 (quarenta) horas eobservados os limites mínimo e máximo de 6 (seis) horas e 8 (oito) horas diárias, respectivamente.

§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime deintegral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocadosempre que houver interesse da Administração.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica à duração de trabalho estabelecida em leis especiais.

ComentárioFoi fixada a duração máxima de trabalho de 40 horas semanais, observados os limites mínimo e

máximo de 6 e 8 horas diárias, respectivamente.

A ressalva passou a constar de parágrafo específico, de acordo com a duração de trabalhoestabelecida em leis especiais.

A redação foi adequada para, em conjunto com a alteração do art. 120, permitir o exercício conco-mitante de cargo em comissão com um dos cargos efetivos que acumula licitamente.

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo ficarásujeito a estágio probatório por período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua aptidão ecapacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:

I - assiduidade;II - disciplina;III - capacidade de iniciativa;IV - produtividade;V - responsabilidade.

Page 65: Administracao para concursos

§ 1º Periodicamente será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação dodesempenho do servidor, realizada de acordo com os critérios estabelecidos em lei.

ComentárioPara os servidores que ingressarem no serviço público a partir de 5 de junho de 1998, o estágio

probatório é de 36 (trinta e seis) meses e não mais de 24 meses.

§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido aocargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.

Art. 29. ...........................................................................................Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em

outro...

§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento emcomissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, esomente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial,cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, de níveis6, 5 e 4, ou equivalentes.

§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e osafastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participarde curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na AdministraçãoPública Federal.

Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:I - por motivo de doença em pessoa da família;II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;III - para o serviço militar;IV - para atividade política;........................................................................................................Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela

sua remuneração;III - investido no mandato de vereador:a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da

remuneração do cargo eletivo;b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar

por sua remuneração.........................................................................................................Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem

autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidentedo Supremo Tribunal Federal.

........................................................................................................Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil

participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos nos arts.

83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação e será retomado apartir do término do impedimento.

Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge oucompanheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado ou dependente que viva àssuas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por junta médicaoficial.

........................................................................................................Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro

que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício demandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.........................................................................................................

Page 66: Administracao para concursos

Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediarentre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e à véspera doregistro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

........................................................................................................Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil

participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.

ComentárioPassou a ser permitida a cessão para o exercício de cargo em comissão do grupo DAS, de níveis

6, 5 e 4, e de natureza especial ou equivalentes, inclusive em outros poderes ou esferas de governo,bem assim o exercício de quaisquer cargos em comissão ou funções no próprio órgão ou entidade emque estiver lotado o servidor

Também passou a ser permitida a concessão das seguintes licenças e afastamentos: para parti-cipação em curso de formação, doença em pessoa da família, afastamento do cônjuge oucompanheiro, serviço militar, atividade política, mandato eletivo, estudo ou missão no exterior e paraservir em organismo internacional.

Foi estabelecida, ainda, a suspensão do estágio, retomada a sua contagem a partir do término doimpedimento, nos casos de licenças por motivo de doença em pessoa da família, afastamento docônjuge ou companheiro, sem remuneração, atividade política, para servir em organismo internacionale na hipótese de participação em curso de formação.

Todas estas medidas disciplinam o estágio probatório em consonância com a política de realizaçãoregular de concursos públicos para os quadros da Administração.

Seção VDa Estabilidade

Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivoadquirirá estabilidade no serviço público após 3 anos de efetivo exercício.

ComentárioNos termos do art. 28 da EC no 19/98, ficou assegurado o prazo de 2 (dois) anos de efetivo exer-

cício para aquisição da estabilidade aos servidores em estágio probatório à época da promulgaçãodessa Emenda (5/6/98), sem prejuízo das avaliações especial e obrigatória previstas.

Art. 22. O servidor perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado, deprocesso administrativo ou insuficiência de desempenho, no qual lhe sejam assegurados ocontraditório e a ampla defesa.

ComentárioEm regra, os servidores estáveis somente poderão perder o cargo:

� em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

� mediante processo administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defe-sa;

� na hipótese de insuficiência de desempenho;

� quando as Despesas Totais com Pessoal excederem a:

I - no caso da União: cinqüenta por cento da Receita Corrente Líquida;

II - no caso dos Estados, Distrito Federal e Municípios: sessenta por cento da Receita CorrenteLíquida.

Antes da exoneração dos servidores estáveis, a União, os Estados e os Municípios adotarão as se-fiuintes providências:

1°) redução em, pelo menos, 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;

2°) exoneração dos não-estáveis (aqueles admitidos na Administração direta, autárquica efundacional sem concurso público de provas ou provas e títulos, após 5/10/83).

Page 67: Administracao para concursos

Poderá ser adotada a redução de jornada de trabalho, com adequação proporcional dos vencimen-tos à jornada reduzida (LC n° 96 de 31/5/99).

A Constituição resguardou ao servidor estável que perder o cargo o direito à indenização corres-pondente a um mês de remuneração por ano de serviço.

A exoneração de servidor público estável, por excesso de despesa, deverá especificar o critérioimpessoal adotado para desligá-lo do respectivo cargo, a ser escolhido entre:

I - menor tempo de serviço público;

II-maior remuneração;

III - menor idade.

O critério geral impessoal eleito poderá ser combinado com o critério complementar do número dedependentes para fins de formação de uma listagem de classificação (Lei n" 9.801, de 16 de junho de1999).

Seção VIDa Transferência

Art. 23. (Revogado em razão de declaração de inconstitucionalidade).

Seção VIIDa Readaptação

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidadescompatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada eminspeção médica.

§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida,

nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, oservidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

ComentárioForam acrescidos como requisitos o nível de escolaridade e a equivalência de vencimentos, bem

como, na hipótese de inexistência de cargo vago, que o servidor exercerá as suas atribuições comoexcedente à lotação até o surgimento de vaga, criando condições para que a Administração possaaproveitar essa força de trabalho em outras atividades, evitando a aposentadoria precoce.

Seção VIIIDa Reversão

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos daaposentadoria; ou

II - no interesse da administração, desde que:

a) tenha solicitado a reversão;

b) a aposentadoria tenha sido voluntária;

c) estável quando na atividade;

d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;

e) haja cargo vago.

§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.

Page 68: Administracao para concursos

§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessãoda aposentadoria.

§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suasatribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, emsubstituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar aexercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente àaposentadoria.

§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com basenas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.

§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo." (NR)

Art. 26. Revogado.Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

Seção IXDa Reintegração

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ouno cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisãoadministrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, com remuneraçãoproporcional ao tempo de serviço, observando o disposto nos arts. 30 e 31.

§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo deorigem, sem direito a indenização ou aproveitamento em outro cargo, ou, ainda, posto emdisponibilidade.

Seção XDa Recondução

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorreráde:

I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;II - reintegração do anterior ocupante.Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro,

observado o disposto no art. 30.Seção XI

Da Disponibilidade e do Aproveitamento

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamentoobrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Art. 31. O Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento deservidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da AdministraçãoPública federal.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. 37, o servidor posto em disponibilidadepoderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil daAdministração Federal – SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade.

ComentárioFoi acrescida a possibilidade de manter o servidor posto em disponibilidade sob a responsabilidade

do órgão central do SIPEC, até o seu aproveitamento em outro órgão ou entidade.

Trata-se de importante instrumento de apoio ao processo de reforma do Estado, que permiteflexibilidade na organização e ajustamento da força de trabalho de órgãos e entidades em processo dereorganização ou extinção.

Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor nãoentrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

Page 69: Administracao para concursos

CAPÍTULO IIDA VACÂNCIA

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:I - exoneração;II - demissão;III - promoção;IV e V (Revogados.)VI - readaptação;VII - aposentadoria;VIII - posse em outro cargo inacumulável;IX - falecimento.

ComentárioRevogados os incisos IV e V, em razão da declaração de inconstitucionalidade.

Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança, dar-se-á:I - a juízo da autoridade competente;II - a pedido do próprio servidor.

ComentárioO caput passou a prever as hipóteses de exoneração de cargo e de dispensa de função,

independentemente da aprovação do sistema de carreiras.

CAPÍTULO IIIDA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO

Seção IDa remoção

Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmoquadro, com ou sem mudança de sede.

Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção:I - de ofício, no interesse da Administração;II - a pedido, a critério da Administração;III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, servidor público ou militar, de qualquer dos Poderes

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse daAdministração;

b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suasexpensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médicaoficial;

c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados forsuperior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em queaqueles estejam lotados.

ComentárioA redação foi alterada para melhor explicitar as diferentes modalidades de remoção: de ofício, no

interesse da Administração; a pedido, a critério da Administração; e a pedido, para outra localidade,independentemente do interesse da Administração.

Page 70: Administracao para concursos

A nova redação também prevê o processo seletivo segundo critérios preestabelecidos pelo órgãoou entidade a que os servidores se vinculem, nos casos em que a demanda de remoções, a pedido,para uma determinada localidade, seja superior ao número de vagas existentes, garantindo, dessaforma, igualdade de oportunidades para todos os interessados.

No caso de remoção a pedido para acompanhar cônjuge ou companheiro, foi acrescida condiçãorestritiva de que o respectivo cônjuge ou companheiro também seja servidor público civil ou militar, dequalquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios, de maneira a resguar-dar o interesse da Administração, permitindo um controle mais acentuado na distribuição da força detrabalho.

Seção IIDa Redistribuição

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago noâmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com préviaapreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:

I - interesse da administração;II - equivalência de vencimentos;III - manutenção da essência das atribuições do cargo;IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou

entidade.§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às

necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ouentidade.

§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o órgão centraldo SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos.

§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declaradasua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocadoem disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31.

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamentoobrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Art. 31. O Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamentode servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades daAdministração Pública federal.

§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido sobresponsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, atéseu adequado aproveitamento.

ComentárioFoi introduzido novo conceito para permitir o deslocamento de cargos vagos ou ocupados, deta-

lhando preceitos para sua realização e possibilitando ao servidor que não seja redistribuído ou postoem disponibilidade que seja mantido sob a responsabilidade do órgão central do SIPEC, ou tenha exer-cício provisório em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento, permitindo flexibilidadena organização e ajustamento da força de trabalho de órgãos e entidades em processo de reorganiza-ção ou extinção.

CAPÍTULO IVDA SUBSTITUIÇÃO

Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes decargo de natureza especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão,previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.

§ 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, oexercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de natureza especial, nos afastamentos,

Page 71: Administracao para concursos

impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância no cargo, hipóteses em que deveráoptar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.

§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou decargo de natureza especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superioresa 30 (trinta) dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem oreferido período.

ComentárioFoi acrescido o cargo de natureza especial e explicitado que a autoridade competente é o dirigente

máximo do órgão ou entidade a que pertence o servidor, bem como foi estabelecido que a substituiçãoocorrerá automática e cumulativamente nos afastamentos ou impedimentos legais ou regulamentaresdo titular, sem prejuízo do cargo que ocupa.

Também foi modificada a redação para contemplar a substituição no caso de vacância de cargo,evitando-se quebra de continuidade no serviço.

A substituição passou a ser remunerada, se por tempo superior a 30 dias consecutivos, pagasomente na proporção dos dias que excederem esse período e, no caso de o substituto já ser ocupantede outro cargo ou função, de acordo com a opção pela remuneração de um deles.

Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativasorganizadas em nível de assessoria.

TÍTULO IIIDOS DIREITOS E VANTAGENS

CAPÍTULO IDO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO

Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado emlei.*

Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de vencimento, importância inferior ao saláriomínimo.

Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniáriaspermanentes estabelecidas em lei.*

§ 1º A remuneração do servidor investido em função ou cargo em comissão será paga na formaprevista no art. 62.

Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ouassessoramento, cargo de provimento em comissão ou de natureza especial é devida retribuiçãopelo seu exercício.

Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em comissão de quetrata o inciso II do art. 9º.

§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou entidade diversa da de sua lotaçãoreceberá a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1º do art. 93.

Art. 93. ............................................................................................I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito

Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária,mantido o ônus para o cedente nos demais casos.

§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível.

ComentárioÉ vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de

remuneração de pessoal do serviço público.

Page 72: Administracao para concursos

Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração ou subsídio,importância superior à soma dos valores percebidos como subsídio mensal, em espécie, dos Ministrosdo Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. Excluem-se do teto as seguintes vantagens: décimo terceiro salário, adicional deférias, hora-extra, salário-família, diárias, ajuda de custo e transporte.

ComentárioVeda-se, portanto, qualquer gratificação adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra

espécie semelhante.

Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2/4/98.)

ComentárioRevogado, em razão da fixação do fator de até 25,641 para a relação entre a maior e a menor

remuneração dos servidores públicos (art. 18 da Lei 9.624, de 2/4/98)

Art. 44. O servidor perderá:I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas

as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação dehorário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata.

ComentárioFoi acrescida a expressão "sem motivo justificado" para estabelecer que a perda da remuneração

só ocorre nessa hipótese de falta.

Foi eliminado o limite de 60 minutos e flexibilizada a compensação de horários nos casos deatrasos, ausências justificadas e saídas antecipadas até o mês subseqüente, com a anuência da chefiaimediata, conjugando o interesse da Administração e os imprevistos cotidianos.

Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão sercompensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.

Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre aremuneração ou provento.

Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha depagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na formadefinida em regulamento.Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serãopreviamente comunicadas ao servidor ou ao pensionista e amortizadas em parcelas mensais cujosvalores não excederão a dez por cento da remuneração ou provento.§ 1o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, areposição será feita imediatamente, em uma única parcela.§ 2o Aplicam-se as disposições deste artigo à reposição de valores recebidos em cumprimento adecisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venham a ser revogadas ou rescindida.§ 3o Nas hipóteses do parágrafo anterior, aplica-se o disposto no § 1o deste artigo sempre que opagamento houver ocorrido por decisão judicial concedida e cassada no mês anterior ao da folha depagamento em que ocorrerá a reposição." (NR)

ComentárioFoi estabelecido que os descontos seriam previamente comunicados ao servidor, em valores

atualizados até 30/6/94, sendo que, no caso de indenização, a parcela não excederá a 10% daremuneração ou provento e, no caso de reposição, a 25%; ou em uma única parcela, se o pagamentoindevido for no mês anterior.

Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver suaaposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito.

Page 73: Administracao para concursos

Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa."(NR)

ComentárioFoi acrescida a hipótese de que o débito seja superior a cinco vezes a remuneração do servidor.

Também foi incluída a obrigatoriedade da quitação de débito decorrente de cassação ou revisão deliminar, de qualquer medida de caráter antecipatório ou de sentença no prazo de 30 dias, contados danotificação, sob pena de inscrição em dívida ativa.

Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, seqüestro oupenhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.

CAPÍTULO IIDAS VANTAGENS

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:I - indenizações;II - gratificações;III - adicionais.§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e

condições indicados em lei.Art. 50. Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor não serão computados, nem

acumulados, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores sob omesmo título ou idêntico fundamento.

Seção IDas Indenizações

Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:I - ajuda de custo;II - diárias;III - transporte.Art. 52. Os valores das indenizações, assim como as condições para a sua concessão, serão

estabelecidos em regulamento.

Subseção IDa Ajuda de Custo

Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, nointeresse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráterpermanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge oucompanheiro que detenha também a condição de servidor vier a ter exercício na mesma sede.

ComentárioFoi introduzida vedação de pagamento duplo da ajuda de custo, a qualquer tempo, no caso de o

cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor vir a ter exercício na mesmalocalidade.

§ 1º Correm por conta da Administração as despesas de transporte do servidor e de sua família,compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.

§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e transportepara a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.

Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser emregulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses.

Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo,em virtude de mandato eletivo.

Page 74: Administracao para concursos

Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor da União, for nomeadopara cargo em comissão, com mudança de domicílio.

Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 93, a ajuda de custo será paga peloórgão cessionário, quando cabível.

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dosPoderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:

I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;

Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não seapresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

Subseção IIDas Diárias

Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outroponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar asparcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conformedispuser em regulamento.

§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando odeslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, asdespesas extraordinárias cobertas por diárias.

§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, oservidor não fará jus a diárias.

§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma regiãometropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes eregularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cujajurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvose houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para osafastamentos dentro do território nacional.

ComentárioFoi alterado o caput para melhor explicitar a natureza e os fundamentos da concessão de diárias,

incluindo-se na lei a previsão legal de sua concessão para os afastamentos para o exterior

A diária passou a ser devida pela metade, também na hipótese de a União custear, por meio diver-so, as despesas extraordinárias cobertas por diárias, evitando-se, assim, a duplicidade de gastos.

Foi introduzida, ainda, nova proibição, na hipótese de o deslocamento ocorrer dentro da mesmaregião metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes, ouem áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dosórgãos, entidades e servidores brasileiros seja considerada estendida, exceto no caso de pernoite forada sede, quando as diárias serão pagas nos mesmos parâmetros fixados para os afastamentos dentrodo território nacional.

Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, ficaobrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto parao seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.

Subseção IIIDa Indenização de Transporte*

Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com autilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força dasatribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

Seção IIDas Gratificações e Adicionais

Page 75: Administracao para concursos

Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidoresas seguintes retribuições, gratificações e adicionais:

I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;

ComentárioO termo “gratificação” foi substituído pelo termo “retribuição” para adequação à nova redação dada

ao art. 62.

II - gratificação natalina;III – revogadoIV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;VI - adicional noturno;VII - adicional de férias;VIII - adicional ou prêmio de produtividade.

Subseção IDa Retribuição pelo Exercício de Função

de Direção, Chefia e Assessoramento

Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ouassessoramento, cargo de provimento em comissão ou de natureza especial é devida retribuição peloseu exercício.

Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em comissão de que tratao inc. II do art. 9º.

Art. 9º A nomeação far-se-á:........................................................................................................II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos.........................................................................................................

ComentárioAlterado para "retribuição" com a finalidade de dissociar o conceito de uma gratificação estática

pelo exercício de um cargo ou função de confiança ad nutum, implementando novo conceito baseadona retribuição pecuniária devida pelo seu exercício.

Foram suprimidos os §§ 1o e 5o, tendo sido extinta a incorporação da retribuição pelo exercício defunção de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de natureza espe-cial. Foi mantida a importância paga em razão da referida incorporação, a partir de 11/11/97, comovantagem pessoal nominalmente identificada, sujeita exclusivamente à atualização decorrente darevisão geral da remuneração dos servidores públicos federais e asssegurado o direito à incorporaçãoou atualização de parcela ao servidor que, nesta data, tiver cumprido os requisitos para a suaconcessão ou atualização.

Subseção IIDa Gratificação Natalina

Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que oservidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.

Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral.Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano.Parágrafo único. (Vetado.)Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmente aos meses

de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem

pecuniária.Subseção III

Do Adicional por Tempo de Serviço

Art. 67. (Revogado pela MP nº 1.815, de 5/3/99.)

Page 76: Administracao para concursos

ComentárioRevogado, por se tratar de vantagem concedida ao servidor pela simples implementação do tempo

de serviço, ou seja, em razão da antigüidade, não se observando nenhum critério de merecimento e,portanto, contrário ao princípio de eficiência introduzido no art. 37 da Constituição Federal. Por outrolado, a medida de extinção da vantagem foi adotada, também, com vistas ao ajuste fiscal.

Subseção IVDos Adicionais de Insalubridade,

Periculosidade ou Atividades Penosas*

Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contatopermanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobreo vencimento do cargo efetivo.

§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá optar porum deles.

§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação dascondições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações ou locaisconsiderados penosos, insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação oulactação, das operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre eem serviço não penoso e não perigoso.

Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalubridade e depericulosidade, serão observadas as situações estabelecidas em legislação específica.

Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em zonas defronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limitesfixados em regulamento.

Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com raio X ou substâncias radioativasserão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante nãoultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.

Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a exames médicos acada seis meses.

Subseção VDo Adicional por Serviço Extraordinário

Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento)em relação à hora normal de trabalho.

Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais etemporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.*

DECRETO Nº 948, DE 5 DE OUTUBRO DE 1993

Art. 1º O pagamento de adicional por serviço extraordinário previsto no art. 73, da Lei nº 8.112,de 11 de dezembro de 1990, será efetuado juntamente com a remuneração do mês em que ocorrereste serviço.

Art. 2º A execução do serviço extraordinário será previamente autorizada, pelo dirigente deRecursos Humanos do órgão ou entidade interessado a quem compete identificar a situaçãoexcepcional e temporária de que trata o art. 74, da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Parágrafo único. A proposta do serviço extraordinário será acompanhada da relação nominaldos servidores que o executará.

Art. 3º A duração do serviço extraordinário não excederá a 2 (duas) horas por jornada detrabalho, obedecidos os limites de 44 (quarenta e quatro) horas mensais e 90 (noventa) horasanuais, consecutivas ou não.

Page 77: Administracao para concursos

Parágrafo único. O limite anual poderá ser acrescido de 44 (quarenta e quatro) horas medianteautorização da Secretaria da Administração Federal – SAF/PR, por solicitação do órgão ouentidade interessado.

Subseção VIDo Adicional Noturno

Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de umdia e cinco horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento)computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos.

Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigoincidirá sobre a remuneração prevista no art. 73.

Subseção VIIDo Adicional de Férias

Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião de férias, umadicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias.

Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ouocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de quetrata este artigo.

CAPÍTULO IIIDAS FÉRIAS

Art. 77. O servidor fará jus a 30 (trinta) dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximode 2 (dois) períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que hajalegislação específica.

§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo

servidor, e no interesse da Administração Pública.

ComentárioExcluído do caput o termo “consecutivos”, passando a ser permitido o parcelamento das férias em

até três etapas, mediante requerimento do servidor e no interesse da Administração.

Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do início dorespectivo período, observando-se o disposto no § 1º deste artigo.

§§ 1º e 2º (Revogados.)§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá indenização relativa ao

período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês deefetivo exercício, ou fração superior a 14 (quatorze) dias.

§ 4º A indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o atoexoneratório.

§ 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adicional previsto no inciso XVII do art.7º da Constituição Federal quando da utilização do primeiro período.

ComentárioPrevisto o pagamento da indenização de férias ao servidor exonerado, relativo ao período das

férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de 1/12 por mês de efetivo exercício ou fraçãosuperior a 14 dias, com base na remuneração do mês em que for publicado o ato exoneratório.

Estabelecido que, em caso de parcelamento das férias, o servidor receberá o adicional de fériasquando da utilização do primeiro período.

Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com raio X ou substâncias radioativasgozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida emqualquer hipótese a acumulação.

Page 78: Administracao para concursos

Parágrafo único. (Revogado.)

ComentárioSuprimido em conseqüência da revogação dos parágrafos 1o e 2o do art. 78, que tratavam da

faculdade de conversão de 1/3 das férias em abono pecuniário e do respectivo cálculo.

Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoçãointerna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pelaautoridade máxima do órgão ou entidade.

ComentárioFoi substituída a expressão “por motivo de superior interesse público” pela “necessidade do

serviço, declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade”.

Parágrafo único. O restante do período interrompido será gozado de uma só vez, observado odisposto no art. 77.

Art. 77. O servidor fará jus a 30 (trinta) dias de férias, que podem ser acumuladas, até omáximo de 2 (dois) períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses emque haja legislação específica.

ComentárioFoi estabelecido que o restante das férias interrompidas será gozado de uma só vez, de forma a

resguardar ao servidor o direito à previsibilidade de seu descanso anual.

CAPÍTULO IVDAS LICENÇAS

Seção IDisposições Gerais

Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:I - por motivo de doença em pessoa da família;II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;III - para o serviço militar;IV - para atividade política;V - para capacitação;

ComentárioFoi alterada para “licença para capacitação”, visando a possibilitar a utilização do período de

licença para o servidor investir na sua capacitação profissional, no interesse da Administração.

VI - para trato de interesses particulares;VII - para desempenho de mandato classista.§ 1º A licença prevista no inciso I será precedida de exame por médico ou junta médica oficial.§ 2º (Revogado.)§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença prevista no inciso

I deste artigo.Art. 82. A licença concedida dentro de sessenta dias do término de outra da mesma espécie será

considerada como prorrogação.

Seção IIDa Licença por Motivo de Doença

em Pessoa da Família

Page 79: Administracao para concursos

Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge oucompanheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado ou dependente que viva às suasexpensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por junta médica oficial.

§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e nãopuder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário,na forma do disposto no inciso II do art. 44.

§ 2º A licença será concedida sem prejuízo da remuneração do cargo efetivo, até 30 (trinta) dias,podendo ser prorrogada por até 30 (trinta) dias, mediante parecer de junta médica oficial e, excedendoestes prazos, sem remuneração, por até 90 (noventa) dias.

ComentárioFoi incluído o dependente que viva às expensas do servidor e conste dos seus assentamentos

funcionais e excluído o parente afim até o segundo grau civil para a concessão da licença.

Foi acrescida como requisito para a concessão da licença a impossihilidade de compensação dehorário.

O prazo de remuneração da licença foi reduzido para 30 dias, podendo ser prorrogado por até 30dias, mediante parecer de junta médica oficial e, excedendo estes prazos, sem remuneração por até 90dias.

Seção IIIDa Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro quefoi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandatoeletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público ou

militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderáhaver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração federal direta, autárquica oufundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.

ComentárioFoi adequado o conceito de “lotação provisória” para “exercício provisório” e acrescida a exigência

de que o cônjuge ou companheiro também seja servidor público civil ou militar, de qualquer dosPoderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios, para que se permita o exercícioprovisório em órgão ou entidade da Administração federal direta, autárquica ou fundacional, dequalquer Poder.

A alteração tem como finalidade harmonizar o princípio constitucional de proteção à entidadefamiliar e o interesse da Administração.

Seção IVDa Licença para o Serviço Militar

Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condiçõesprevistas na legislação específica.

Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneraçãopara reassumir o exercício do cargo.

Seção VDa Licença para Atividade Política

Page 80: Administracao para concursos

Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediar entre asua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e à véspera do registro de suacandidatura perante a Justiça Eleitoral.

§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e queexerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, apartir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o 10º (décimo)dia seguinte ao do pleito.

§ 2º A partir do registro da candidatura e até o 10º (décimo) dia seguinte ao da eleição, o servidorfará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de 3 (três)meses.

ComentárioO prazo previsto para o afastamento, nesse caso, foi reduzido para até o 10o dia seguinte ao do

pleito.

Foi estabelecido o limite máximo de três meses para a concessão da licença remunerada, compa-tibilizando-se o direito à percepção de "vencimentos" e não de "remuneração" (Lei Complementar no

64, de 18/5/90).

Também foi reduzido o termo final da licença para o 10° dia seguinte ao da eleição.

Seção VIDa Licença para Capacitação

Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse daAdministração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até 3 (três)meses, para participar de curso de capacitação profissional.

Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis.

ComentárioAlterado o instituto para licença para capacitação, no interesse da Administração, por até três

meses, mantida a remuneração.

Foram preservados os períodos de licença-premio já adquiridos até 15/10/96, inclusive o períodoresidual para a concessão da licença para capacitação.

Os períodos desse tipo de licença não são acumuláveis.

Arts. 88 e 89. (Revogados.)Art. 90. (Vetado.)

Seção VIIDa Licença para Tratar

de Interesses Particulares

Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargoefetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares,pelo prazo de até 3 (três) anos consecutivos, sem remuneração.

Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou nointeresse do serviço.*

ComentárioFoi excluída a exigência de ser estável o servidor para a concessão de licença, desde que não

esteja em estado probatório, bem como alterado o prazo de sua duração para até três anosconsecutivos, sem remuneração.

Seção VIII

Page 81: Administracao para concursos

Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho demandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicatorepresentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerênciaou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços aseus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme dispostoem regulamento e observados os seguintes limites:

I - para entidades com até 5.000 associados, um servidor;II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores;III - para entidades com mais de 30.000 associados, três servidores.

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como deefetivo exercício os afastamentos em virtude de:

........................................................................................................VIII - licença:........................................................................................................c) para o desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por merecimento;

§ 1º Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para cargos de direção ou representaçãonas referidas entidades, desde que cadastradas no Ministério da Administração Federal e Reforma doEstado.

§ 2º A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, epor uma única vez.

ComentárioFoi alterada, passando a ser sem remuneração, na proporção de um servidor para entidades com

até 5.000 associados; dois servidores para entidades com entre 5.001 a 30.000 associados; e trêsservidores para entidades com mais de 30.000 associados, exigindo-se que a entidade interessadaesteja cadastrada no Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado-MARE.

Foi assegurada a licença, com remuneração, já concedida em 15/10/96, até o fim do respectivomandato.

CAPÍTULO VDOS AFASTAMENTOS

Seção IDo Afastamento para Servira outro Órgão ou Entidade

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderesda União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:

I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;II - em casos previstos em leis específicas.§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito

Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido oônus para o cedente nos demais casos.

§ 2º Na hipótese de o servidor cedido à empresa pública ou sociedade de economia mista, nostermos das respectivas normas, optar pela remuneração do cargo efetivo, a entidade cessionáriaefetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem.

§ 3º A cessão far-se-á mediante portaria publicada no Diário Oficial da União.§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente da República, o servidor do Poder Executivo

poderá ter exercício em outro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro próprio depessoal, para fim determinado e a prazo certo.

§ 5º Aplicam-se à União, em se tratando de empregado ou servidor por ela requisitado, as regrasprevistas nos §§ 1º e 2º deste artigo, conforme dispuser o regulamento, exceto quando se tratar deempresas públicas ou sociedades de economia mista que recebam recursos financeiros do TesouroNacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal.

Page 82: Administracao para concursos

ComentárioO ônus da remuneração passou a ser do órgão ou entidade cedente, no caso de cessão para

exercício de cargo em comissão ou função de confiança em órgãos da Administração direta.

No caso de servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia mista que tenha optadopela remuneração do cargo efetivo, foi previsto o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ouentidade de origem.

Foi estabelecido que se aplicam à União as mesmas regras de cessão previstas nos §§ 1o e 2o

(ressarcimento das despesas com os seus servidores cedidos para empresas públicas e sociedades deeconomia mista), no caso de requisição de empregado ou servidor de empresas públicas e sociedadesde economia mista, desde que estas não recebam recursos do Tesouro Nacional para o custeio totalou parcial das suas folhas de pagamento.

Seção IIDo Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua

remuneração;III - investido no mandato de vereador:a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da

remuneração do cargo eletivo;b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar por

sua remuneração.§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em

exercício estivesse.§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído

de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

Seção IIIDo Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem autorizaçãodo Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do SupremoTribunal Federal.

§ 1º A ausência não excederá quatro anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido igualperíodo, será permitida nova ausência.

§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licençapara tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada ahipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática.§ 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo, inclusive no que

se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento.

ComentárioPassou a ser prevista a edição de regulamento para esses fins, inclusive no que se refere à

remuneração do servidor durante esses afastamentos.

Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participeou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.

CAPÍTULO VIDAS CONCESSÕES

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:

Page 83: Administracao para concursos

a) casamento;b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob

guarda ou tutela e irmãos.Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a

incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de horário no órgão ou

entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.§ 2º Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando

comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário.§ 3º As disposições do parágrafo anterior são extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou

dependente portador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de horário naforma do inciso II do art. 44.

Art. 44. O servidor perderá:........................................................................................................II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas,

ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese decompensação de horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefiaimediata.

ComentárioFoi substituída a palavra "repartição" pela expressão "órgão ou entidade que tiver exercício" e

incluída a possibilidade de se conceder horário especial, também ao servidor portador de deficiênciafisica, desde que comprovada a necessidade por junta médica oficial, sendo dispensada acompensação de horário.

Incluída, ainda, a possibilidade de se conceder horário especial ao servidor que tenha cônjuge, fi-lho ou dependente portador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, a compensação dehorário.

Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é assegurada, nalocalidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, emqualquer época, independentemente de vaga.

Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ouenteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, comautorização judicial.

CAPÍTULO VIIDO TEMPO DE SERVIÇO*

Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o prestadoàs Forças Armadas.

Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias que serão convertidos em anos,considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.

Parágrafo único. (Revogado em razão de inconstitucionalidade – ADIn nº 609-6, DJ de 16/2/96).Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de efetivo

exercício os afastamentos em virtude de:

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;II - por 2 (dois) dias para se alistar como eleitor;III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:a) casamento;b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor

sob guarda ou tutela e irmãos.

I - férias;II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes da União,

dos Estados, Municípios e Distrito Federal;

Page 84: Administracao para concursos

III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do territórionacional, por nomeação do Presidente da República;

IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído, conforme dispuser oregulamento, desde que tenha havido contribuição para qualquer regime da Previdência.

ComentárioPassou a existir previsão de edição de regulamento para essas situações. Esse regulamento faz

parte da Política Nacional de Capacitação do Servidor.

V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto parapromoção por merecimento;

VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o

regulamento;VIII - licença:a) à gestante, à adotante e à paternidade;b) para tratamento da própria saúde, até o limite de 24 (vinte e quatro) meses, cumulativo ao longo

do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em

sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto paraefeito de promoção por merecimento;

ComentárioSerão considerados como de efetivo exercício os períodos cumulativos de licença até o limite de

24 meses, ao longo do tempo de serviço prestado à União, em cargo de provimento efetivo.

c) para o desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por merecimento;d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;f) por convocação para o serviço militar;IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido,redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, 10 (dez) e, nomáximo, 30 (trinta) dias de prazo contado da publicação do ato, para a retomada do efetivodesempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para odeslocamento para a nova sede.

§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a quese refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.

§ 2º É facultado ao servidor declinar do prazo estabelecido no caput.X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação

desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual

coopere.

ComentárioEsse afastamento passou a ser considerado como de efetivo exercício. Antes não era.

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal;II - a licença para tratamento de saúde de pessoa da família do servidor, com remuneração;III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2º;

Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediarentre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e à véspera doregistro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

........................................................................................................

Page 85: Administracao para concursos

§ 2º A partir do registro da candidatura e até o 10º (décimo) dia seguinte ao da eleição, oservidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de3 (três) meses.

IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal oudistrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;

V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;VI - o tempo de serviço relativo a tiro-de-guerra;VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a que se refere a

alínea b do inc. VIII do art. 102.

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como deefetivo exercício os afastamentos em virtude de:

........................................................................................................VIII - licença:........................................................................................................b) para tratamento da própria saúde, até o limite de 24 (vinte e quatro) meses, cumulativo ao

longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;

ComentárioO período excedente aos 24 meses cumulativos, passa a ser considerado apenas para a

aposentadoria e disponibilidade.

§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova aposentadoria,desde que tenha havido contribuição para qualquer regime da Previdência.

§ 2º Será contado o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em operações de guerra paraefeito de aposentadoria, desde que tenha havido contribuição para qualquer regime da Previdência.

§ 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em maisde um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal eMunicípio, Autarquia, Fundação Pública, Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública.

CAPÍTULO VIIIDO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa dedireito ou interesse legítimo.

Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado porintermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido aprimeira decisão, não podendo ser renovado.

Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos anterioresdeverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.

Art. 107. Caberá recurso:I - do indeferimento do pedido de reconsideração;II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou

proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente

subordinado o requerente.Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta)

dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da

decisão retroagirão à data do ato impugnado.Art. 110. O direito de requerer prescreve:I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou

disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.

Page 86: Administracao para concursos

Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ouda data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição.Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração.Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento, na

repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.Art. 114. A Administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de

ilegalidade.Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de

força maior.

TÍTULO IVDO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO IDOS DEVERES

Art. 116. São deveres do servidor:I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

ComentárioDesempenhar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, isto é, com eficiência, pro-

movendo, com toda sua energia, o andamento do serviço na sua totalidade, dando sempre o melhor desi, atendendo ao princípio emergente da qualidade.

II - ser leal às instituições a que servir;

ComentárioTer firmeza e constância consciente ao compromisso assumido e ao vínculo que liga o servidor ao

Estado, com respeito às leis e instituições e zelo pelos interesses do Estado, identificando-se com eles.O servidor que atuar contra os fins e objetivos legítimos da Administração incorre em infidelidade fun-cional. Não é lealdade pessoal ao chefe e sim à instituição a que serve. Consiste em “vestir a camisada empresa”.

III - observar as normas legais e regulamentares;

ComentárioÉ dever do servidor conhecer as normas legais, as constitucionais e as regulamentares para poder

nortear sua conduta dentro da legalidade, princípio constitucional, pelo qual o agente público só podeagir nos parâmetros limítrofes que a lei estabelece. É seu dever conhecer, observar, divulgar asnormas e manter-se atualizado em relação a elas.

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

ComentárioO dever de obediência advém do poder hierárquico, típico da Administração. Obediência que não

deve ser absoluta, acatando somente as ordens legais, emanadas pela autoridade competente, nosditames da Lei. Este inciso está estreitamente ligado ao anterior, visto que é o servidor subalternoquem deve ter a clareza e o discernimento (sobre a legalidade da ordem recebida), advindo este doconhecimento, pois quem conhece, reconhece.

V - atender com presteza:a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por

sigilo;

Comentário

Page 87: Administracao para concursos

É direito constitucional o acesso a informações (art. 5o, XIV) e dever do servidor fornecê-las compresteza, ressalvadas as protegidas por sigilo, por exemplo: investigação policial, proposta de licitação(até sua abertura), assuntos que envolvam segurança nacional, etc.

b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações deinteresse pessoal;

ComentárioDireito assegurado pela Constituição (art. 5o, XXXIV, b) a obtenção de tais certidões (certidões

negativas, que equivalem a um atestado de "nada consta", ou a estar o usuário quite em relação aoórgão em questão).

LEI Nº 9.051, DE 18/5/95Art. 1º. As certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos

órgãos da administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades deeconomia mista e às fundações públicas da União, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,deverão ser expedidas no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias, contados do registro do pedidono órgão expedidor.

ComentárioNos requerimentos que objetivam a obtenção de certidões, deverão os interessados fazer constar

esclarecimentos relativos aos fins e razões do pedido.

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;

ComentárioAtender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, às requisições de papéis,

documentos, informações ou providências que lhe forem feitas pelas autoridades judiciárias ou admi-nistrativas, para defesa do Estado, em juízo.

VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razãodo cargo;

ComentárioÉ dever do servidor levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver

ciência, porque, se não o fizer, torna-se conivente com elas, configurando condescendência criminosae assumindo a posição de responsável solidário, respondendo, na esfera cível, administrativa e penal,ao que couber

VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;

ComentárioTodo o patrimônio público é adquirido com verba pública, isto é, com dinheiro do povo, e o

servidor, na qualidade de contribuinte, zelando pela economia do material, contribui pela economia deverbas públicas e, indiretamente, pelo que é seu.

Cabe lembrar da importância do cuidado com o local de trabalho como um todo: a atenção na lidacom máquinas e computadores; no final do expediente verificar se está tudo desligado e organizado;enfim, zelar pela boa manutenção geral da repartição.

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;

ComentárioÉ o dever de sigilo funcional. O servidor deve manter irrestrita reserva e discrição sobre informação

de que tomou conhecimento em razão do cargo, cuja publicidade possa trazer danos quaisquer àAdministração. Este preceito deve ser rigorosamente observado. A simples revelação oral, em caráter

Page 88: Administracao para concursos

confidencial, a terceiro que de outro modo jamais ficaria conhecendo o fato, ainda que não produzaprejuízo algum, já configura quebra e desrespeito ao sigilo funcional.

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

ComentárioO elemento ético deve estar sempre presente e nortear a conduta do servidor, no exercício da fun-

ção e fora dela, devendo ser impecável em suas palavras, atitudes, costumes e apresentação pessoal,zelando pela própria imagem e, igualmente, pelo prestígio da função pública.

X - ser assíduo e pontual ao serviço;

ComentárioO servidor deve comparecer habitualmente ao local de trabalho, observando fielmente o horário de

início e término do expediente. Esse preceito é um dos fatores que serão objeto de avaliação para odesempenho do cargo durante o estágio probatório: não haver registro de ausências injustificadas ecomparecimento rigoroso nos horários de entrada e saída estabelecidos.

XI - tratar com urbanidade as pessoas;

ComentárioO servidor deve tratar as pessoas, o público e os colegas de trabalho com educação e respeito,

zelando pela harmonia do ambiente e bem-estar geral.

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

ComentárioEsse dever decorre do princípio constitucional da legalidade, que impõe ao agente público agir nos

limites e ditames da Lei, cabendo a quem souber de ilegalidade, omissão ou abuso de poder,representar à autoridade competente.

O abuso de poder (gênero) configura-se em duas espécies: excesso de poder e desvio definalidade. No excesso de poder, o agente, embora competente, extrapola os limites das atribuiçõesque a lei lhe confere, exorbitando sua competência legal.

Já no desvio de finalidade, o agente público, embora atuando nos limites de sua competência,procura fim diverso ao que seria legítimo, determinado por lei ou pelo interesse público ou o bem co-mum, atentando contra o princípio da impessoalidade. Ambas as situações invalidam o ato: o ato éarbitrário, ilícito e nulo.

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica eapreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se aorepresentando ampla defesa.

ComentárioA presunção de legitimidade é atributo inerente a todo ato administrativo, e decorre do princípio

constitucional da legalidade, pelo qual o administrador público só pode agir estritamente de acordo como que a lei autoriza, distinto do administrador privado, que pode fazer tudo que não seja contrário à Lei.

Por esse atributo, presume-se o ato administrativo verdadeiro e conforme o Direito, autorizada suaimediata execução até ser sua legitimidade questionada e declarada sua invalidação (anulação ourevogação).

Como conseqüência do atributo da presunção de legitimidade está a inversão e transferência doônus da prova da invalidação do ato para quem a invocou, isto é, o ônus da prova cabe ao alegante e aele é assegurada ampla defesa.

Page 89: Administracao para concursos

A representação deve ser encaminhada pela via hierárquica, ou seja, por intermédio do chefeimediato (ainda que a representação seja contra ele) e este a encaminhará, para apreciação, àautoridade superior àquela contra a qual é formulada.

O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil lista os principais deveres do servidor, sãoeles:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurandoprioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qual-quer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suasatribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sem-pre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitose serviços de coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação econtato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na ade-quada prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitaçõesindividuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito oudistinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social,abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquercomprometimento indevido da estrutura em que se funda o poder estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outrosque visem a obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência deações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e dasegurança coletiva;

l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalhoordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interessepúblico, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados àsua organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suasfunções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao ór-gão onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seucargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudosempre em boa ordem;

s) facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dosjurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estra-nha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendoqualquer violação expressa à lei;

Page 90: Administracao para concursos

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste código deética, estimulando o seu integral cumprimento.

XIII - declarar no ato da posse os bens e valores que compõem o seu patrimônio privado (Leinº 8.429/92).

ComentárioO servidor deve declarar no ato da posse, os bens móveis, imóveis e valores monetários que com-

põem o seu patrimônio pessoal, comprometendo-se a manter atualizado, anualmente, os valoresrespectivos (art. 13 da Lei no 8.429/92 e Lei no 8.730/93).

CAPÍTULO IIDAS PROIBIÇÕES

Art. 117. Ao servidor é proibido:I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

ComentárioO servidor faz jus à remuneração referente ao efetivo exercício do serviço e, para não desmerecê-

la, é necessário que nele permaneça. Se, por motivo imperioso, precisar ausentar-se, deve fazê-lo comprévia autorização do chefe imediato.

II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto darepartição;

ComentárioO normal é que documentos e objetos de trabalho permaneçam na repartição, por questões de se-

gurança e, ainda, por praticidade, uma vez que é o local da lide diária. Mas, se houver a necessidadede retirá-los para diligência externa, é possível fazê-lo mediante o preenchimento de um termo deautorização, em várias vias, ficando cada qual com a respectiva autoridade competente.

III - recusar fé a documentos públicos;

ComentárioO servidor é dotado de fé pública. Ele não pode exigir que o usuário traga documento autenticado

em cartório. Mediante a apresentação do documento original, o servidor tem o dever de dar fé, isto é,reconhecer autenticidade, apondo na cópia registro de "confere com o original".

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;

ComentárioA impessoalidade, princípio constitucional, deve estar sempre presente. O servidor, por razões

pessoais ou motivos obscuros, não deve manifestar sua vontade nem usar de artifícios paraprocrastinar, prejudicar deliberadamente ou dificultar o andamento de documento ou processo, ouainda o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano material ou moral.

V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

ComentárioPelo princípio constitucional da isonomia segundo o qual "todos são iguais perante a lei" (art. 5o),

merecendo idêntico tratamento, sem distinção, seja ela positiva ou negativa, que, de uma forma ou deoutra é discriminatória.

Assim, não é compatível a manifestação ou considerações de apreço ou desapreço em relação asuperior ou colega no recinto da repartição. Em outras palavras, é condenável tanto a bajulação quanto

Page 91: Administracao para concursos

a detração, insistimos, no âmbito da repartição pública. Tal receita não impede, por exemplo, que sejacomemorado o aniversário do chefe num local neutro: churrascaria, pizzaria, chácara, etc, visando àmanutenção do espírito de equipe.

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho deatribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

ComentárioEssa falta é mais grave do que aparenta ser.

O exercício da função é intuito personae ou personalíssimo, isto é, somente a pessoa do titular docargo (ou seu substituto legal) é que pode, efetivamente, realizar o exercício das atribuições funcionais.Sua não-observância atenta frontalmente o princípio da legalidade.

Além disso, põe em risco a questão da segurança e do sigilo funcional.

Os casos previstos em lei dizem respeito aos atos de delegação, avocação ou troca de plantãodevidamente autorizadas pela autoridade competente.

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical,ou a partido político;

ComentárioA Constituição Federal, no art. 5°, XX, prevê a liberdade associativa genericamente: "ninguém será

compelido a associar-se ou a permanecer associado"; ratificando tal direito de forma mais específica nocaput do art. 8°: "É livre a associação profissional ou sindical ...”; e, para não deixar dúvidas, reafirma-omais uma vez, no mesmo artigo, inciso V: "ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado asindicato".

A filiação partidária e sindical é um direito do servidor e não uma imposição legal.

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ouparente até o segundo grau civil;

ComentárioO servidor pode ter, sob sua chefia imediata, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau

civil (pais, avós, filhos, netos e irmãos) apenas em cargo efetivo, cuja investidura se dá mediante apro-vação em concurso público, sendo-lhes vedado ocupar cargo ou função de coniiança, de livre nome-ação e exoneração.

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade dafunção pública;

Comentário"O princípio constitucional da impessoalidade, nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o

qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para seu fim legal. E o fim legal é unica-mente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de formaimpessoal", nos evidencia H. L. Meirelles.

A satisfação do interesse público é, com primazia, o querer da Administração. Mas, para a validadedo ato, não basta que se almeje o interesse coletivo. A finalidade precípua se manifesta no resultadodefinido pelo efeito jurídico produzido pelo ato.

Assim, o servidor que valer-se do cargo para lograr proveito próprio ou de terceiro incorre emimprobidade administrativa que atenta contra princípio da Administração Pública, do tipo abuso depoder por desvio de finalidade.

Praticar ato visando a fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto na regra decompetência constitui improbidade administrativa punível com a pena máxima de demissão "a bem doserviço público" e suspensão dos direito.s políticos de três a cinco anos (arts. 11 e 12, III, da Lei n°8.429/92).

Page 92: Administracao para concursos

X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou nãopersonificada, salvo a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidadesem que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedadecooperativa constituída para prestar serviços a seus membros, e exercer o comércio, exceto naqualidade de acionista, cotista ou comanditário;

ComentárioFoi ressalvada a participação do servidor nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou

entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação do capital social.

O servidor, em horário compatível, pode trabalhar em empresa privada. O que o estatuto veda é asua participação na gerência dos negócios, seja como administrador, diretor, sócio-gerente ou sim-plesmente constando do nome comercial da sociedade ou firma. O legislador entendeu que a práticade atos de comércio e a prática de atos de administração são incompatíveis.

A proibição tem caráter pessoal. Nada obsta, portanto, do exercício do comércio pela mulher doproibido. Provado que este serve do cônjuge para obter vantagens em função de seu cargo sofrerásanções administrativas, civis ou criminais, conforme teor da infração.

Veja que a vedação estatutária excetua a possibilidade de o servidor possuir um comércio na qua-lidade de acionista majoritário ou não cotista (com 99% das cotas) ou ainda comanditário, sendo este ocapitalista que responde apenas pela integralização das cotas subscritas, presta só capital e não traba-lho, não tem qualquer ingerência na administração da sociedade e não se faz do constar da razãosocial.

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratarde benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge oucompanheiro;

ComentárioAo servidor é proibido patrocinar (defender/pleitear) direta ou indiretamente, direito alheio perante a

Administração Pública, valendo-se da qualidade de funcionário. Excepcionou-se os casos em que pro-mova o acompanhamento de procedimentos que tratam de benefícios assistenciais ou previdenciáriosde parente até o segundo grau (pais, avós, filhos, netos e irmãos), cônjuge ou companheiro.

Por este dispositivo o servidor não pode, por exemplo, reclamar, junto à Administração Pública, umbenefício previdenciário de tio ou um trabalhista de irmão. Porém, pode pleitear uma pensão ali-mentícia para a mãe ou intermediar a petição de aposentadoria para o pai.

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suasatribuições;

LEI Nº 8.429, DE 2/6/92

Prevê situações e estabelece instrumentos de responsabilização dos quetentarem lesar o erário.

........................................................................................................Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir

qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, funçãoou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta Lei, notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagemeconômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quemtenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissãodecorrente das atribuições do agente público;

Comentário

Page 93: Administracao para concursos

A Constituição Federal, art. 37, § 4o, já previa: "Os atos de improbidade administrativa importarão asuspensão dos direitos políticos (de 3 a 10 anos), a perda da função pública, a indisponibilidade dosbens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível".

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro;

ComentárioEsta falta é de substancial seriedade, podendo, em razão do cargo que o servidor ocupe, pôr em

risco a soberania do Estado, e, se cometida em tempo de guerra oficialmente declarada, a puniçãopode ser pena de morte. (CF, art. 5o, XLV II, a).

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;

ComentárioUsura é sinônimo de agiotagem, ou seja, especulação sobre fundos, câmbios ou mercadorias, com

o objetivo de obter lucro exagerado mediante juros exorbitantes.

XV - proceder de forma desidiosa;

ComentárioSer negligente, indolente e preguiçoso. Agir com descaso e apatia, não empregando a devida aten-

ção, cuidado e eficiência na ação praticada.

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;

ComentárioConforme esclarecimentos anteriores, o ato não pode desviar-se de sua finalidade, que certamente

tem como objetivo algum benefício público, sendo incompatível com a utilização de pessoal ou recur-sos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares.

LEI Nº 8.429, DE 2/6/92

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa, que causa lesão ao erário, qualquer açãoou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres dos órgãos e entidades públicos.

........................................................................................................II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas

ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta Lei, sema observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações deemergência e transitórias;

ComentárioCargo público é um lugar na estrutura organizacional, criado por lei, com atribuições a ele inerentes

e com vencimentos próprios.

Assim, um servidor não pode determinar ou alterar as atribuições a serem desempenhadas poroutro a ele subordinado porque elas já são previstas, excetuando-se situações de emergência etransitoriedade, onde todos devem colaborar, no que for possível, para que as condições normais sereestabeleçam.

Perceba que não basta ser situação de urgência, há que ser de emergência, e não só de emergên-cia, requer transitoriedade.

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função ecom o horário de trabalho;

Page 94: Administracao para concursos

ComentárioO elemento ético deve nortear a conduta do servidor, dentro e fora do exercício da função,

devendo ele evitar quaisquer atitudes que atentem contra o princípio da moralidade administrativa.

Além das atividades incompatíveis retratadas no inciso X (participar de gerência ou administraçãode empresa privada de sociedade civil, ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotistaou comanditário), a CF/88, art. 37, XVI prevê a vedação da acumulação de cargos públicos:

“XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houvercompatibilidade de horários...:

a) a de dois cargos de professor;b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;c) a de dois cargos privativos de médico;”

ObservaçãoPor cargo técnico ou científico, entende-se aquele que tenha como pré-requisito para investidura a

formação em 3o grau, isto é, nível superior.

A CF/88 traz outras duas exceções à vedação da acumulação de cargos públicos:

Art. 38, III - investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá asvantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo...

Art. 95, parágrafo único. Aos juízes é vedado: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargoou função, salvo uma de magistério.

A CF/88 explicita a acumulação remunerada de cargos públicos, deixando em aberto sobre a acu-mulação não-remunerada.

Outras vedações são impostas ao servidor pelo Código de Ética, são elas:

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e intluências, para obter qual-quer favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles depen-dam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Códigode Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquerpessoa, causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento paraatendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordempessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hie-rarquicamente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação,prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

1) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bempertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefíciopróprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou adignidade da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

Page 95: Administracao para concursos

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

ComentárioFoi incluída a proibição ao servidor de, quando convocado pela Administração, com o objetivo de

frustrar iniciativas de recadastramento, recusar-se a apresentar documentos e informações cadastrais.

CAPÍTULO IIIDA ACUMULAÇÃO

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada decargos públicos.

§ 1º A proibição de acumular estende-se a empregos e funções em Autarquias, FundaçõesPúblicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista da União, do Distrito Federal, dosEstados, dos Territórios e dos Municípios, suas subsidiárias e sociedades controladas, direta ouindiretamente pelo Poder Público.

§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação dacompatibilidade de horários.

§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego públicoefetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remuneraçõesforem acumuláveis na atividade.*

ComentárioPassou a ser considerada acumulação proibida a percepção de vencimentos de cargo ou emprego

público efetivo com proventos da inatividade, ressalvadas as hipóteses de acumulaçôes permitidas ematividade.

Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso previstono parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.

ComentárioPassou a permitir a acumulação não remunerada de cargos em comissão. É uma adequação de

redação para compatibilizar o texto com o disposto no parágrafo único do art. 9°.

Foi acrescido parágrafo único com previsão de possibilidade dessa remuneração.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela participação emconselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suassubsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ouindiretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legislaçãoespecífica.**

Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos,quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos,salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles,declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suasatribuições.

ComentárioPassou a permitir o exercício de um dos cargos efetivos concomitantemente com o cargo em

comissão, desde que haja compatibilidade de horário e local, declarada pelas autoridades máximasdos órgãos ou entidades envolvidos.

Desse modo, a Administração poderá contar com a força de trabalho, em relação a pelo menos umcargo, dos servidores que estejam afastados de seus efetivos, com remuneração, em razão de estaremexercendo cargo em comissão.

Page 96: Administracao para concursos

CAPÍTULO IVDAS RESPONSABILIDADES

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, queresulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na formaprevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública,em ação regressiva.

§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até olimite do valor da herança recebida.

Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor,nessa qualidade.

Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado nodesempenho do cargo ou função.

Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentesentre si.

Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolviçãocriminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

CAPÍTULO VDAS PENALIDADES

Art. 127. São penalidades disciplinares:I - advertência;II - suspensão;III - demissão;IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;V - destituição de cargo em comissão;VI - destituição de função comissionada.Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração

cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ouatenuantes e os antecedentes funcionais.

Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e acausa da sanção disciplinar.

ComentárioFoi transportada a redação original do art. 140, que dispõe que o ato de imposição de penalidade

mencionará sempre o dispositivo legal e a causa da sanção.

Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante doart. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentaçãoou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.

Art. 117. Ao servidor é proibido:I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da

repartição;III - recusar fé a documentos públicos;IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de

serviço;V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de

atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou

sindical, ou a partido político;VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro

ou parente até o segundo grau civil;XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado;

Page 97: Administracao para concursos

ComentárioFoi acrescida mais uma conduta do servidor sujeita à penalidade de advertência – recusa de

atualização de dados cadastrais quando solicitado – em face da inclusão do inciso XIX ao art. 117.

Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência ede violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita à penalidade de demissão, nãopodendo exceder de 90 (noventa) dias.

§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente,recusar-se a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando osefeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.

§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá serconvertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento, ou remuneração,ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após odecurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver,nesse período, praticado nova infração disciplinar.

Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:I - crime contra a Administração Pública;II - abandono de cargo;III - inassiduidade habitual;IV - improbidade administrativa;

LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992

Prevê situações e estabelece instrumentos de responsabilização dos quetentarem lesar o Erário.

O Presidente da República.Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contraa administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, doDistrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou deentidade para cuja criação ou custeio o Erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüentapor cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta Lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta Lei os atos de improbidadepraticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal oucreditício, de órgão público, bem como daquelas para cuja criação ou custeio o Erário hajaconcorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual,limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição doscofres públicos.

Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda quetransitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ouqualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidadesmencionadas no artigo anterior.

Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendoagente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sobqualquer forma direta ou indireta.

Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estritaobservância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dosassuntos que lhe são afetos.

Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, doagente ou de terceiros, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário osbens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Page 98: Administracao para concursos

Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejarenriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar oMinistério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre os bensque assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante doenriquecimento ilícito.

Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecerilicitamente está sujeito às cominações desta Lei até o limite do valor da herança.

CAPÍTULO IIDOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferirqualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função,emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta Lei, e notadamente:

I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outravantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação oupresente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por açãoou omissão decorrente das atribuições do agente público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar alienação, permuta oulocação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor demercado;

III - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material dequalquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art.1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratadospor essas entidades;

IV - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar aexploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usuraou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazerdeclaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ousobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos aqualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta Lei;

VI - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou funçãopública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou àrenda do agente público;

VII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento parapessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ouomissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

VIII - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba públicade qualquer natureza;

IX - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para omitir ato deofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

X - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valoresintegrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta Lei;

XI - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervopatrimonial das entidades mencionadas no art 1º desta Lei.

Dos Atos de Improbidade Administrativaque Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao Erário qualquer açãoou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, enotadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para incorporação ao patrimônio particular, depessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial dasentidades mencionadas no art. 1º desta Lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbasou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta Lei, sema observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

Page 99: Administracao para concursos

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de finseducativos ou assistenciais, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer dasentidades mencionadas no art. 1º desta Lei, sem observância das formalidades legais eregulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio dequalquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, ou ainda a prestação de serviço por partedelas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superiorao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ouaceitar garantia insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ouregulamentares aplicáveis à espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz repeito à

conservação do patrimônio público;XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de

qualquer forma para a sua aplicação irregular;XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos

ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidadesmencionadas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados outerceiros contratados por essas entidades.

Dos Atos de Improbidade Administrativa queAtentam Contra os Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios daAdministração Pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando a fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, naregra de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva

permanecer em segredo;IV - negar publicidade aos atos oficiais;V - frustrar a licitude de concurso público;VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva

divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria,bem ou serviço.

CAPÍTULO IIIDAS PENAS

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas nalegislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações:

I - na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitospolíticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimopatrimonial e proibição de contratar com o Poder ou receber benefícios ou incentivos fiscais oucreditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sóciomajoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valoresacrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública,suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes ovalor do dano e proibição de contratar com Poder Público ou receber benefícios ou incentivosfiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qualseja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública,suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes ovalor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou

Page 100: Administracao para concursos

receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que porintermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta Lei, o juiz levará em conta a extensãodo dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

CAPÍTULO IVDA DECLARAÇÃO DE BENS

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação dedeclaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada noServiço de Pessoal competente.

§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações equalquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizados no País ou no exterior, e,quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dosfilhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídosapenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente públicodeixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

§ 3º Será punido com a pena de demissão a bem do serviço público, sem prejuízo de outrassanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazodeterminado, ou que a prestar falsa.

§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bensapresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre aRenda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigênciacontida no caput e no § 2º deste artigo.

CAPÍTULO VDO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar a autoridade administrativa competente para queseja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificaçãodo representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenhaconhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, seesta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede arepresentação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta Lei.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuraçãodos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processado na forma prevista nos arts.148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, deacordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ouConselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato deimprobidade.

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, arequerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará aoMinistério Público ou à Procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretaçãodo seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado danoao patrimônio público.

§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 doCódigo de Processo Civil.

§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contasbancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dostratados internacionais.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pelapessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias de efetivação da medida cautelar.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à

complementação do ressarcimento do patrimônio público.§ 3º No caso da ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, a pessoa jurídica

interessada integrará a lide na qualidade de litisconsorte, devendo suprir as omissões e falhas dainicial e apresentar ou indicar os meios de prova de que disponha.

Page 101: Administracao para concursos

§ 4º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente,como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação do dano ou decretar a perdados bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso,em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VIDAS DISPOSIÇÕES PENAIS

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público outerceiro beneficiário quando o autor da denúncia o sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado

pelos danos materias, morais ou à imagem que houver provocado.Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o

trânsito em julgado da sentença condenatória.Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o

afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo daremuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta Lei independe:I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público;II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou

Conselho de Contas.Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a

requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com odisposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimentoadministrativo.

CAPÍTULO VIIDA PRESCRIÇÃO

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas nesta Lei podem serpropostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou defunção de confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveiscom demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;VI - insubordinação grave em serviço;VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de

outrem;VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;X - lesão aos cofres públicos de dilapidação do patrimônio nacional;XI - corrupção;XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

Art. 117. .........................................................................................IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade

da função pública;X - participar de gerência ou administração de empresa privada, sociedade civil, salvo a

participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a Uniãodetenha, direta ou indiretamente, participação do capital social, sendo-lhe vedado exercer ocomércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando setratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjugeou companheiro;

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suasatribuições;

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

Page 102: Administracao para concursos

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;XV - proceder de forma desidiosa;XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades

particulares;

Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funçõespúblicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefiaimediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de 10 (dez) dias, contados da data da ciênciae, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularizaçãoimediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:

I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por doisservidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto daapuração;

II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;III - julgamento.§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a

materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulaçãoilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e docorrespondente regime jurídico.

§ 2º A comissão lavrará, até 3 (três) dias após a publicação do ato que a constituiu, termo deindiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem comopromoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, noprazo de 5 (cinco) dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição,observado o disposto nos arts. 163 e 164.

§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou àresponsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitudeda acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridadeinstauradora, para julgamento.

§ 4º No prazo de 5 (cinco) dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadoraproferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3º do art. 167.

§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipóteseem que se converterá, automaticamente, em pedido de exoneração do outro cargo.

§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão,destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos oufunções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades devinculação serão comunicados.

§ 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário nãoexcederá 30 (trinta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida asua prorrogação por até 15 (quinze) dias, quando as circunstâncias o exigirem.

§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que lhe foraplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.

ComentárioFoi instituído o procedimento sumário para apuração e regularização imediata de acumulação ile-

gal.

A primeira fase do novo rito é a instauração, que deverá conter a indicação de autoria, com o nomee matrícula do servidor e da materialidade com a descrição completa da situação da acumulação proi-bida.

A segunda fase é denominada instrução sumária e compreende a indiciação, lavrada pela comis-são composta por dois servidores estáveis, em até três dias após a sua constituição; a defesa, quedeverá ser apresentada no prazo de cinco dias; e o relatório.

A terceira e última fase é a do julgamento, que ocorrerá no prazo de cinco dias, contados dorecebimento do processo.

A boa-fé será configurada pela opção do servidor até o último dia de defesa e será convertida auto-maticamente em pedido de exoneração.

Permanece a mesma regra para a comprovação de má-fé, hipótese em que a pena cabível seráaplicada aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal.

Page 103: Administracao para concursos

O prazo do rito sumário será de trinta dias, prorrogável até quinze, e serão aplicados, subsidia-riamente, os Títulos do Regime Disciplinar e do Processo Administrativo Disciplinar.

Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, naatividade, falta punível com a demissão.

Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo seráaplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.

Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração efetuada nos termosdo art. 35 será convertida em destituição de cargo em comissão.

Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-se-á:I - a juízo da autoridade competente;II - a pedido do próprio servidor.Parágrafo único. O afastamento do servidor de função de direção, chefia e assessoramento

dar-se-á:I - a pedido;II - mediante dispensa, nos casos de:a) promoção;b) cumprimento de prazo exigido para rotatividade na função;c) por falta de exação no exercício de suas atribuições, segundo o resultado do processo de

avaliação, conforme estabelecido em lei e regulamento;d) afastamento de que trata o art. 94.

Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XIdo art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penalcabível.

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:IV - improbidade administrativa;VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;X - lesão aos cofres públicos de dilapidação do patrimônio nacional;XI - corrupção;

Art. 137. A demissão, ou a destituição de cargo em comissão por infringência do art. 117, incisosIX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5(cinco) anos.

Art. 117. Ao servidor é proibido:IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade

da função pública;XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se

tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjugeou companheiro;

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido oudestituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:I - crime contra a Administração Pública;........................................................................................................IV - improbidade administrativa;........................................................................................................VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;........................................................................................................X - lesão aos cofres públicos de dilapidação do patrimônio nacional;XI - corrupção;

Art. 138. Configura abandono do cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de30 (trinta) dias consecutivos.

Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60(sessenta) dias, interpoladamente, durante o período de 12 (doze) meses.

Page 104: Administracao para concursos

Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será adotado oprocedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que:

I - a indicação da materialidade dar-se-á:a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional

do servidor ao serviço superior a 30 (trinta) dias;b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa

justificada, por período igual ou superior a 60 (sessenta) dias interpoladamente, durante o período de12 (doze) meses;

II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ouà responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivodispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência aoserviço superior a 30 (trinta) dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para julgamento.

ComentárioFoi instituído o procedimento sumário para apuração e regularização imediata do abandono de car-

go e da inassiduidade habitual.

A primeira fase do novo rito é a instauração, que deverá conter a indicação de autoria, com o nomee matrícula do servidor e da materialidade que, no caso de abandono, será a indicação precisa doperíodo de ausência intencional do servidor ao serviço por prazo superior a trinta dias e, na hipótese deinassiduidade, a indicação dos dias de falta sem causa justificada, por período igual ou superior a ses-senta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses.

A segunda fase é denominada sumária e compreende a indiciação, lavrada pela comissão com-posta por dois servidores estáveis, em até três dias após a sua constituição; a defesa, que deverá serapresentada no prazo de cinco dias; e o relatório.

O relatório conclusivo quanto à inocência ou responsabilidade do servidor resumirá as peças prin-cipais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono, sobre aintencionalidade da ausência e remeterá o processo à autoridade instauradora do julgamento.

A terceira e última fase é a do julgamento, que ocorrerá no prazo de cinco dias, contados dorecebimento do processo.

O prazo do rito sumário será de trinta dias, prorrogável até quinze, e serão aplicados,subsidiariamente, os Títulos do Regime Disciplinar e do Processo Administrativo Disciplinar.

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais

Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação, deaposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão ou entidade;

II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas noinciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;

III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ouregulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;

IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo emcomissão.

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou

disponibilidade e destituição de cargo em comissão;II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.§ 2º Os prazos de prescrição previstos em lei penal aplicam-se às infrações disciplinares

capituladas também como crime.§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até

a decisão final proferida por autoridade competente.

Page 105: Administracao para concursos

§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar ainterrupção.

Comentários gerais acerca do Regime Disciplinar (Arts. 116 a 142)Deveres do servidorPara tentar explicar a peculiar posição do servidor perante o Estado e a natureza da relação

existente, é necessário extrapolar a noção de relação empregatícia, e, sendo o ordenamento jurídicoinsuficiente para clarear a essência dessa peculiaridade, faz-se mister recorrer ao ordenamento ético.

Portanto, é mais adequado dizer deveres do servidor público em lugar de obrigações, pois assimevidencia o caráter preponderantemente ético fundamentado em tal relação.

Os estatutos dos servidores públicos civis, nas diversas esferas de governo, impõem uma série dedeveres a seus agentes. Ao tratarem do tema, os autores não sistematizam, apenas enumeram osdiferentes deveres: lealdade, obediência, dever de conduta ética, sigilo funcional, assiduidade,pontualidade, urbanidade e zelo.

Lealdade (ou fidelidade)O agente público não é um autômato anônimo. É um ser humano, dotado de liberdade,

discernimento e princípios morais, empregando sua energia e atenção no desempenho do cargo, comrespeito integral às leis e instituições, sempre a serviço da causa pública, finalidade precípua de todo oaparelhamento administrativo, identificando-se com os interesses do Estado.

Acrescente-se a isso o comprometimento com o trabalho. O grau de comprometimento profissionaldo servidor com o trabalho, com a consecução das metas estabelecidas, com o conceito da instituiçãoe da Administração Pública como um todo. Enfim, comprometimento com a missão do órgão ouentidade.

ObediênciaPelo poder hierárquico, próprio da Administração, estabelecem-se relações de subordinação entre

os servidores. O dever de obediência consiste na obrigação em que se acha o servidor subalterno deacatar as ordens emanadas do legítimo superior hierárquico, salvo as manifestamente ilegais.

Por ordem legal entende-se a emanada da autoridade competente, em forma adequada e comobjetivos lícitos.

Acompanha a disciplina: observância sistemática aos regulamentos às normas emanadas dasautoridades competentes.

Conduta éticaO equilíbrio e sincronicidade entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor, é que

consagram a moralidade do ato administrativo. O dever de conduta ética decorre do princípioconstitucional da moralidade administrativa e impõe ao servidor a obrigação de observar, sempre, oelemento ético, seja no exercício do cargo (ou função) ou fora dele, em sua vida particular conduzir-sede maneira impecável, evitando qualquer atitude que possa influir no prestígio da função pública.

Sigilo funcionalPelo dever de sigilo funcional impõem-se ao servidor reserva sobre assunto e informações de que

tomou conhecimento em razão do cargo e que por sua natureza não podem ultrapassar os limites daesfera a que se destinam.

O dever de guardar sigilo deve ser observado não apenas durante o tempo em que o servidorexercer efetivamente o cargo, mas também quando ele não mais pertencer ao quadro dofuncionalismo.

AssiduidadeO servidor deve ser assíduo, isto é, comparecer habitualmente ao local de trabalho e desempenhar

as funções e atribuições próprias do cargo que é titular, em sua esfera de competência.

Assiduidade, responsabilidade, produtividade, capacïdade de iniciativa, disciplina, quantidade detrabalho, comprometimento, tempestividade, relacionamento e criatividade são alguns dos fatoresavaliados, hoje, em desempenho.

Pontualidade

Page 106: Administracao para concursos

O servidor deve ser pontual, isto é, observar rigorosamente o horário de início e término doexpediente da repartição e do interstício para refeição e descanso, quando houver.

UrbanidadeO servidor que lida com o público, deve fazê-lo com solicitude, cortesia, tolerância, atenção e

disponibilidade; respeitando a capacidade e limitações individuais dos usuários, sem qualquer espéciede distinção e conscientes de sua posição de "servidor do público".

Igual postura deve o servidor demonstrar perante os colegas de trabalho, mantendo sempre oesprit de corps. Urbanidade, relacionamento e comunicação definem a cordialidade, a habilidade e apresteza do servidor no atendimento às pessoas que demandam seus serviços.

ZeloO dever de zelo, também conhecido como dever de diligência ou dever de aplicação, pode ser

definido como a meticulosidade no exercício da função; a atenção e iniciativa para encontrar a soluçãomais adequada para questões problemáticas emergentes no cotidiano do serviço, zelando pelosinteresses do Estado como o faria pelos seus interesses particulares.

O dever de zelo com a res publica caminha junto com o dever de responsabilidade: grau decompromisso com o trabalho e com os riscos decorrentes de seus atos.

Dever, no sentido genérico, significa "obrigação de fazer ou deixar de fazer alguma coisa". Éexatamente esse o sentido refletido na expressão "deveres do servidor" a que se refere o art. 116 doRJU.

Acumulação de Cargos PúblicosRessalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos

públicos.

A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em Autarquias, FundaçõesPúblicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista da União, do Distrito Federal, dosEstados, dos Territórios e dos Municípios.

A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da compatibilidade dehorários. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, nem ser remunerado pelaparticipação em órgão de deliberação coletiva.

O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quandoinvestido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos.

Verificada em processo disciplinar acumulação proibida e provada a boa-fé, o servidor optará porum dos cargos.

Provada má-fé, perderá também o cargo que exercia há mais tempo e restituirá o que tiverpercebido indevidamente.

Na hipótese de provada a má-fé, sendo um dos cargos, emprego ou função exercido em outroórgão ou entidade, a demissão lhe será comunicada.

Das responsabilidades� Do servidorO servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.

O servidor responde civil por ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, praticado no desempe-nho do cargo ou função.

Ato omissivo: nasce de um não agir por parte do agente quando este tinha o dever de agir.

Ato comissivo: é aquele resultante de um agir, de uma ação positiva por parte do agente.

Ato doloso: é o ato praticado com plena consciência do dano a ser causado e a nítida intenção dealcançar tal objetivo ou assumir o risco de produzi-lo.

Ato culposo: é o ato do agente caracterizado pela imprevisibilidade, pela manifestação da falta dodever de cuidado em face das circunstâncias. São modalidades da culpa:

a) imprudência: atitude em que o agente atua com precipitação, sem a devida cautela;

b) negligência: quando o agente, podendo tomar as precauções exigidas não o faz por displicência,inércia ou preguiça;

Page 107: Administracao para concursos

c) imperícia: é a inabilidade, a falta de conhecimentos técnicos para o exercício do ofício.

A responsabilidade civil, em sua essência, pressupõe prejuízo patrimonial, e visa à reparaçãomaterial.

A responsabilidade civil do agente público é subjetiva, isto é, fica sujeita à comprovação de dolo ouculpa.

Por outro lado, a Constituição adota, no tocante às entidades de direito público, a responsabilidadeobjetiva, com base na teoria do risco administrativo, onde responderão pelos danos que seus agentes,nessa qualidade, causarem a terceiros. Em ação regressiva, o servidor fica obrigado a reparar osdanos causados à Fazenda Pública. Esta obrigação de repasse estende-se aos sucessores até o limiteda herança recebida.

Concluída a infração como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos aoMinistério Público, onde a autoridade policial apurará a falta caracterizada na categoria de crimescontra a Administração Pública.

As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.

A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal quenegue a existência do fato ou sua autoria.

� Do Estado (ou da Administração)Vale salientar que a responsabilidade civil do Estado, de acordo com a teoria do risco

administrativo, é juris tantum (relativa), de sorte que, provada a culpa total ou parcial do lesado, exime-se a Administração, na mesma escala, da obrigação de reparar o dano.

Penalidades Disciplinares Aplicadas ao Servidor PúblicoI - advertência;*

II - suspensão;*

III - demissão;

IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

V - destituição de cargo em comissão;

VI - destituição de função comissionada.

Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida,os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e osantecedentes funcionais.

A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação das seguintes proibições constantesda lei:

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto darepartição;

III - recusar fé a documentos públicos;

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;

V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho deatribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical,ou a partido político;

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ouparente até o segundo grau civil;

A suspensão que não poderá exceder a 90 dias, será aplicada em caso de reincidência das faltaspunidas com advertência e de violação das seguintes proibições:

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações deemergência e transitórias;

Page 108: Administracao para concursos

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função ecom o horário de trabalho.

Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-sea ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos dapenalidade uma vez cumprida a determinação.

Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida emmulta, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento, ou remuneração, ficando oservidor obrigado a permanecer em serviço.

PAREI

As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso detrês e cinco anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período,praticado nova infração disciplinar.

O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

A demissão será aplicada nos seguintes casos:

I - crime contra a Administração Pública;

....................................

Crimes contra a Administração PúblicaA seguir estão relacionados os crimes que, praticados por servidor público no exercício de seu

cargo, constituem crimes contra a Administração Pública, nos termos do Código Penal.

� PeculatoArt. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público

ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a 12 (doze) anos, e multa.

§ 1 ° Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro,valor ou bem, subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-sede facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

� Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documentoArt. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo;

sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o fato não constitui crime mais grave.

� Emprego irregular de verbas ou rendas públicasArt. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

� ConcussãoArt. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes

de assumi-la; mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

� Excesso de exação§ 1° Se o funcionário exige imposto, taxa ou emolumento que sabe indevido, ou quando devido,

emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.

§ 2° Se o funcionário desvia em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente pararecolher aos cofres públicos:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

� Facilitação de contrabando ou descaminhoArt. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art.

33):

Page 109: Administracao para concursos

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

� PrevaricaçãoArt. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidanente, ato de ofício, ou praticá-lo contra

disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pesoal:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano; e multa.

� Condescendência criminosaArt. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu

infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento daautoridade competente:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.

� Advocacia administrativaArt. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração Pública,

valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:

Pena-detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, além da multa.

� Abandono de funçãoArt. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.

§ 1° Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 2° Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

� Violação de sigilo funcionalArt. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo,

ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se o fato não constitui crime maisgrave.

� Violação do sigilo de proposta de concorrênciaArt. 326. Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, proporcionar a terceiro o ensejo de

devassá-lo:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

II - abandono de cargo;

III - inassiduidade habitual;

IV - improbidade administrativa;

V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

VI - insubordinação grave em serviço;

VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou deoutrem;

VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;

IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

X - lesão aos cofres públicos de dilapidação do patrimônio nacional;

XI - corrupção;

XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

Page 110: Administracao para concursos

XIII - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade dafunção pública;

XIV - participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exercer ocomércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

XV - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratarde benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge oucompanheiro;

XVI - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suasatribuições;

XVII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

XVIII - praticar usura sob qualquer de suas formas;

XIX - proceder de forma desidiosa;

XX - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;

XXI - recusa da prestação da declaração dos bens e valores patrimoniais; (Lei n° 8.429/92)

XXII - ação de omissão que resulte em não recolhimento de tributos a União (Lei n° 8.026/90);

XXIII - ação ou omissão que facilite a prática de crime contra a Fazenda Pública (Lei n° 8.026/90).

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade,falta punível com a demissão.

A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada noscasos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.

A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos enumerados abaixo, implica aindisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.

a) improbidade administrativa punida na forma da Lei n° 8429 de 2/6/92;

b) aplicação irregular de dinheiros públicos;

c) lesão aos cofres públicos de dilapidação do patrimônio nacional;

d) corrupção.

A demissão ou a destituição de cargo em comissão por infringência dos casos enumerados aseguir, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo decinco anos.

a) valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade dafunção pública;

b) atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar debenefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge oucompanheiro;

Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargoem comissão por cometer:

I - crime contra a Administração Pública;

II - improbidade administrativa;

III - aplicação irregular de dinheiros públicos;

IV - lesão aos cofres públicos de dilapidação do patrimônio nacional;

V - corrupção.

Configura abandono do cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta diasconsecutivos.

Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias,interpoladamente, durante o período de doze meses.

O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sançãodisciplinar. As penalidades disciplinares serão aplicadas:

Page 111: Administracao para concursos

I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos TribunaisFederais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação, deaposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão ou entidade;

II - pelas autoridades administrativas de hierarquia, imediatamente inferior àquelas mencionadasno inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a trinta dias;

III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ouregulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até trinta dias;

IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo emcomissão.

A ação disciplinar prescreverá:

I - em cinco anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria oudisponibilidade e destituição de cargo em comissão;

II - em dois anos, quanto à suspensão;

III - em cento e oitenta dias quanto à advertência.

� O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.

� Os prazos de prescrição previstos em lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladastambém como crime.

� A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até adecisão final proferida por autoridade competente.

� Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar ainterrupção.

TÍTULO VDO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promovera sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada aoacusado ampla defesa.

§ 1º Compete ao órgão central do SIPEC supervisionar e fiscalizar o cumprimento do dispostoneste artigo.

§ 2º Constatada a omissão no cumprimento da obrigação a que se refere o caput deste artigo, otitular do órgão central do SIPEC designará a comissão de que trata o art. 149.

Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidoresestáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3º do art. 143, queindicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou demesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação da autoridade a que se refere, poderá serpromovida por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido airregularidade, mediante competência específica para tal finalidade, delegada em caráter permanenteou temporário pelo Presidente da República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dosTribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do respectivo Poder, órgão ouentidade, preservadas as competências para o julgamento que se seguir à apuração.

ComentárioFoi incluída a competência para o órgão central do SIPEC supervisionar e fiscalizar o cumprimento,

pela autoridade referida, da determinação constante do caput, bem como designar comissão na hi-pótese de sua omissão.

Foi incluída, ainda, a possibilidade de apuração de irregularidades no serviço público, mediante so-licitação da autoridade que detenha competência específica para tal finalidade, por autoridade de órgão

Page 112: Administracao para concursos

ou entidade diversos daquele em que tenha ocorrido a irregularidade, preservadas as competênciaspara o julgamento.

Art. 144. As denúncias sobre irregularidade serão objeto de apuração, desde que contenham aidentificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.

Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal,a denúncia será arquivada por falta de objeto.

Art. 145. Da sindicância poderá resultar:I - arquivamento do processo;II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias;III - instauração de processo disciplinar.Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser

prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de

suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, oudestituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

CAPÍTULO IIDO AFASTAMENTO PREVENTIVO

Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração dairregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamentodo exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão osseus efeitos, ainda que não concluído o processo.

CAPÍTULO IIIDO PROCESSO DISCIPLINAR

Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidorpor infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições docargo em que se encontre investido.

Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveisdesignados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3º do art. 143, que indicará, dentreeles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ternível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

§ 1º A comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicaçãorecair em um de seus membros.

§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ouparente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

ComentárioFoi acrescido que o presidente da comissão deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de

mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Art. 150. A comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegurado osigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da Administração.

Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;III - julgamento.Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias

contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igualprazo, quando as circunstâncias o exigirem.

§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, ficando seusmembros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.

§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberaçõesadotadas.

Seção I

Page 113: Administracao para concursos

Do Inquérito

Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada aoacusado ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.

Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça informativa dainstrução.

Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capituladacomo ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público,independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações,investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, atécnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou porintermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formularquesitos, quando se tratar de prova pericial.

§ 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes, meramenteprotelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.

§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer deconhecimento especial de perito.

Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente dacomissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexada aos autos.

Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado seráimediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e horamarcados para inquirição.

Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunhatrazê-lo por escrito.

§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á à acareação

entre os depoentes.Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do

acusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que

divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das

testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém,reinquiri-las por intermédio do presidente da comissão.

Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá àautoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelomenos um médico psiquiatra.

Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado e apenso aoprocesso principal, após a expedição do laudo pericial.

Art. 161. Tipificada infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com aespecificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.

§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentardefesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.

§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas

indispensáveis.§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa

contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com aassinatura de duas testemunhas.

Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o lugar ondepoderá ser encontrado.

Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado noDiário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido,para apresentar defesa.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir daúltima publicação do edital.

Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa noprazo legal.

§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa.

Page 114: Administracao para concursos

§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidorcomo defensor dativo, que deverá ser ocupante do cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ternível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

ComentárioFoi adequada a redação para exigir que o defensor dativo seja ocupante de cargo efetivo superior

ou de mesmo nível, ou nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peçasprincipais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.

§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor.§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou

regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que

determinou a sua instauração, para julgamento.

Seção IIDo Julgamento

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, a autoridadejulgadora proferirá a sua decisão.

§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo, esteserá encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.

§ 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridadecompetente para a imposição da pena mais grave.

§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ojulgamento caberá às autoridades de que trata o inc. I do art. 141.

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos

Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão ecassação, de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão ouentidade;

§ 4º Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade instauradora do processodeterminará o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.

ComentárioFoi permitido que a autoridade instauradora do processo determine o seu arquivamento, se

reconhecida a inocência do servidor, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.

Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dosautos.

Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos a autoridadejulgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor deresponsabilidade.

Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a instauração doprocesso ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, nomesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de novo processo.

§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.§ 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que trata o art. 142, § 2º, será

responsabilizada na forma do Capítulo IV e do Título IV.

Art. 142. .........................................................................................§ 2º Os prazos de prescrição previstos em lei penal aplicam-se às infrações disciplinares

capituladas também como crime.

Comentário

Page 115: Administracao para concursos

Foi substituída a expressão “autoridade julgadora” pela “autoridade que determinou a instauraçãodo processo ou outra de hierarquia superior”, a fim de explicitar quem é a autoridade julgadora.

Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro dofato nos assentamentos individuais do servidor.

Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar será remetido aoMinistério Público para instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.

Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ouaposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acasoaplicada.

Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único, inc. I, do art. 34, o ato seráconvertido em demissão, se for o caso.

Art. 34. ..........................................................................................Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;

Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na condição de

testemunha, denunciado ou indiciado;II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a deslocarem-se da sede dos

trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Seção IIIDa Revisão do Processo

Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,quando se aduzirem em fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punidoou a inadequação da penalidade aplicada.

§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa dafamília poderá requerer a revisão do processo.

§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo curador.Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a revisão,

que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário.Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade

equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade ondese originou o processo disciplinar.

Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providenciará a constituição decomissão, na forma do art. 149.

Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidoresestáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3º do art. 143, queindicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou demesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

§ 1º A comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo aindicação recair em um de seus membros.

§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiroou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção de provas e a

inquirição das testemunhas que arrolar.Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos.Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas e

procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do

processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada,

restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição de cargo emcomissão, que será convertida em exoneração.

Page 116: Administracao para concursos

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

Comentários gerais acerca do Processo Administrativo Disciplinar (Arts. de l43 a l82)A autoridade que, na sua jurisdição, tiver ciência de irregularidade no serviço público, é obrigada a

promover a sua apuração imediata, mediante instauração de sindicância ou processo administrativodisciplinar, assegurado ao acusado ampla defesa.

Os servidores que, em razão do cargo, tiverem conhecimento de irregularidades no serviço públicodevem levá-las ao conhecimento da autoridade superior para adoção das providências cabíveis.

Constitui crime de condescendência deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizarsubordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar ofato ao conhecimento da autoridade competente (CP, art. 320).

Das denúnciasAs denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que sejam formuladas por

escrito, contenham informações sobre o fato e sua autoria e a identificação e o endereço dodenunciante, confirmada a autenticidade.

Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia seráarquivada, por falta de objeto.

O processo administrativo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servi-dor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições docargo em que se encontre investido.

O processo administrativo disciplinar (lato sensu) abrange a sindicância e o processoadministrativo disciplinar-PAD (stricto sensu).

Da sindicânciaA sindicância, dependendo da gravidade da irregularidade e a critério da autoridade instauradora,

poderá ser conduzida por um sindicante ou por uma comissão de dois ou três servidores de cargo denível igual ou superior ao do acusado.

Aplicam-se à sindicância as disposições do processo administrativo disciplinar relativos aocontraditório e ao direito à ampla defesa, especialmente a citação do indiciado para apresentar defesaescrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.

Do processo administrativo disciplinar - PAD (stricto sensu)O PAD não tem por finalidade apenas apurar a culpabilidade do servidor acusado de falta, mas,

também, oferecer-lhe oportunidade de provar sua inocência.

Da comissão de inquéritoA fase do PAD denominada inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório,

será conduzida por comissão composta de três servidores estáveis, de cargo de nível (superior, médioou auxiliar) igual ou superior ao do acusado, designados pela autoridade competente (instauradora),que indicará dentre eles, o seu presidente.

As exigências do art. 149 da Lei n° 8.112/90, entretanto, não autorizam qualquer resultadointerpretativo que conduza à nulidade do processo disciplinar na hipótese de compor-se a comissãosem observar o princípio da hierarquia que se assere existente nos quadros funcionais daAdministração Federal.

A portaria instauradora do PAD conterá o nome, cargo e matrícula do servidor e especificará, deforma resumida e objetiva, as irregularidades a ele imputadas, bem como determinará a apuração deoutras infrações conexas que emergirem no decorrer dos trabalhos.

Para compor a comissão de inquérito devem ser designados servidores do órgão onde tenhamocorrido as irregularidades que devam ser apuradas, exceto quando motivos relevantes recomendem adesignação de servidores de outros órgãos.

São circunstâncias configuradoras de suspeição para os membros da comissão processante ousindicante em relação ao envolvido ou denunciante:

I - amizade íntima com ele ou parentes seus;

II - inimizade capital com ele ou parentes seus;

Page 117: Administracao para concursos

III - parentesco;

IV - tiver com o denunciante, quando tratar-se de pessoas estranhas ao serviço público,compromissos pessoais ou comerciais como devedor ou credor;

V - tiver amizade ou inimizade pessoal ou familiar mútua e recíproca com o próprio advogado doindiciado ou com parentes seus; e

VI - tiver aplicado ao denunciante ou ao envolvido indiciado, enquanto seu superior hierárquico,penalidades disciplinares decorrentes de sindicância ou processo disciplinar.

São circunstâncias de impedimento para os componentes da comissão:

I - instabilidade no serviço público;

II - tiver como superior ou subordinado hierárquico do denunciante ou do indiciado participado desindicância ou de processo administrativo, na qualidade de testemunha do denunciante, do indiciadoou da comissão processante;

III - ter sofrido punição disciplinar;

IV - ter sido condenado em processo penal;

V - estar respondendo a processo criminal; e

VI - se encontrar envolvido em processo administivo disciplinar.

Devem ser adiadas as férias e licenças-prêmio por assiduidade e para tratar de interessesparticulares dos servidores designados para integrar comissão de inquérito sendo permitida, pormotivos justificados e a critério da autoridade instauradora, a substituição de um ou de todos os seuscomponentes.

Da instauração do PADA instauração do PAD se dará através da publicação da portaria baixada pela autoridade

competente, que designará seus integrantes e indicará. dentre eles, o presidente da comissão deinquérito.

No caso de empregados requisitados ou cedidos por entidades da Administração indireta, que nãoestejam sujeitos ao regime disciplinar da Lei n° 8.112/90, o processo, após concluído, deverá serremetido para os referidos órgãos ou empresas para fins de adoção das providências cabíveis deacordo com a respectiva legislação trabalhista.

Com a publicação da portaria instauradora do PAD decorrem os seguintes efeitos:

I - interrupção da prescrição;

II - impossibilidade de exoneração a pedido e aposentadoria voluntária.

A instauração do PAD não impede que o acusado ou indiciado, no decorrer do processo, sejaexonerado, a pedido, de um cargo para ocupar outro da mesma esfera de governo, desde que continuevinculado ao mesmo regime disciplinar.

No Direito Administrativo disciplinar, desde a publicação da portaria instauradora do processo, oservidor a quem se atribui as irregularidades funcionais é denominado acusado ou imputado, passandoà situação de indiciado somente quando a comissão, ao encerrar a instrução, concluir, com base nasprovas constantes dos autos, pela responsabilização do acusado, enquadrando-o num determinadotipo disciplinar.

Na hipótese de o PAD ter-se originado de sindicância, cujo relatório conclua que a infração estácapitulada como ilícito penal a autoridade competente (instauradora) encaminhará cópia dos autos aoMinistério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas daUnião da instauração de procedimento administrativo para apurar a prática de atos de improbidadeadministrativa de que trata a Lei n° 8.429/92, que importem em enriquecimento ilícito, prejuízo aoErário e atentem contra os princípios da Administração Pública.

Dos prazosOs prazos do PAD serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o

do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em quenão haja expediente.

Page 118: Administracao para concursos

Esgotados os 120 (cento e vinte) dias a que alude o art. 152 da Lei n° 8.112/90 (prorrogação), semque o inquérito tenha sido concluído, designa-se nova comissão para refazê-lo ou ultimá-lo, a qualpoderá ser integrada pelos mesmos servidores.

Da instruçãoDurante a instrução, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações

e diligências cabíveis, objetivando à coleta de provas, recorrendo, quando necessário, a técnicos eperitos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

A comissão deve notificar pessoalmente o acusado sobre o processo administrativo disciplinarcontra ele instaurado, indicando o horário e local de funcionamento da comissão, de modo a assegurar-lhe o direito de acompanhar o processo desde o início, pessoalmente ou por intermédio de procuradorlegalmente constituído, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formularquesitos, quando se tratar de prova pericial, bem como requerer diligências ou perícias.

Da inquirição das testemunhasAs testemunhas serão intimadas a depor com, no mínimo, 24 horas de antecedência, mediante

mandado expedido pelo presidente da comissão, com indicação do local, dia e hora para seremouvidas, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexada aos autos.

A intimação de testemunhas para depor deve:

I - sempre que possível, ser entregue direta e pessoalmente ao destinatário, contra recibo lançadona cópia da mesma; e

II - ser individual, ainda que residam no mesmo local ou trabalhem na mesma repartição ou seção.

As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem ouçamos depoimentos das outras.

Não será permitido que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo quandoinseparáveis da narrativa do fato.

O presidente da comissão, antes de dar início à inquirição advertirá o depoente de que se faltarcom a verdade estará incurso em crime de falso testemunho tipificado no art. 342 do Código Penal(CPP, art. 210), bem como perguntará se encontra-se em algumas hipóteses de suspeição ouimpedimento previstas em lei, especialmente se é amigo íntimo ou inimigo capital do acusado.

Se ficar comprovado no processo que alguma testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou averdade, o presidente da comissão remeterá cópia do depoimento à autoridade policial para ainstauração de inquérito, com vistas ao seu indiciamento no crime de falso testemunho (CPP art. 21 l ).

Na redução a termo do depoimento, o presidente da comissão deverá cingir-se, tanto quantopossível, às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases.

Se a testemunha servir em localidade distante de onde se acha instalada a comissão, poderá serouvida por precatória, a fim de que sejam obtidas as declarações necessárias com base no rol deperguntas adrede elabora

A expedição de precatória não suspenderá a instrução do inquérito (CPP, art. 222, § 1°).

A comissão empregará, ao longo de toda a argüição, tom neutro, não lhe sendo lícito usar demeios que reve1em coação, intimidação ou invectiva.

As perguntas devem ser formuladas com precisão e habilidade e, em certos casos,contraditoriamente, para que se possa ajuizar da segurança das alegações do depoente.

Do interrogatório do acusadoConcluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do acusado.

Antes de iniciar o interrogat6rio, o presidente da comissão observará ao acusado que, embora nãoesteja obrigado a responder às perguntas que lhe forem formuladas, o seu silêncio poderá serinterpretado em prejuízo da própria defesa.

O acusado será perguntado sobre o seu nome, número e tipo de documento de identidade, CPF,naturalidade, estado civil, idade, filiação, residência, profissão e lugar onde exercer a sua atividade, e,depois de cientificado da acusação, será interrogado sobre os fatos e circunstâncias objeto do inquéritoadministrativo e sobre a imputação que lhe é feita.

Page 119: Administracao para concursos

As respostas do acusado serão ditadas pelo presidente da comissão e reduzidas a termo que,depois de lido pelo secretário ou por qualquer dos membros da comissão, será rubricado em duasfolhas e assinado pelo presidente da comissão, pelos vogais, pelo secretário, pelo acusado e seuprocurador, se prescnrc

Da indiciaçãoEncerrada a colheita dos depoimentos, diligências, perícias, interrogatório do acusado e demais

providências julgadas necessárias, a comissão instruirá o processo com uma exposição sucinta eprecisa dos fatos arrolados que indiciam o acusado como autor da irregularidade, que deverá seranexada à citação do mesmo para apresentar defesa escrita.

A indiciação, além de tipificar a infração disciplinar, indicando os dispositivos legais infringidos,deverá especificar os fatos imputados ao servidor e as respectivas provas, com indicação das folhas doprocesso onde se encontram.

Da prorrogação do prazoSe motivos justificados impedirem o término dos trabalhos no prazo regulamentar de 60 (sessenta)

dias, já incluído o prazo para apresentação da defesa e de elaboração do relatório, o presidente poderásolicitar, mediante ofício à autoridade instauradora e antes do término do prazo, a prorrogação domesmo por até 60 (sessenta) dias.

Da citaçãoTerminada a instrução do processo, o indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente

da comissão de inquérito, que terá como anexo cópia da indiciação, para apresentar defesa escrita,assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, pessoalmente ou por intermédio de seuprocurador.

A citação é pessoal e individual, devendo ser entregue diretamente ao indiciado mediante reciboem cópia do original. No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazopara defesa contar-seá da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez acitação, com a assinatura de duas testemunhas.

Da citação por editalAchando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado pelo menos

uma vez no Diário Oficial da União e uma vez em jornal de grande circulação na localidade do últimodomicílio conhecido, para apresentar a defesa:

I - verificando-se que o indiciado se oculta para não ser citado, a citação far-se-á por edital;

II - havendo mais de um indiciado, a citação por edital será feita coletivamente;

III - Na hipótese deste item, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da publicação doedital que ocorreu por último, no Diário Oficial da União ou em jornal de grande circulação.

Da defesaO prazo para defesa será de 10 (dez) dias. Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum

e de 20 (vinte) dias.

O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, ou seja, por 20 (vinte) ou 40 (quarenta) dias,se for um ou mais de um indiciado, respectivamente, para diligências reputadas indispensáveis.

O indiciado poderá, mediante instrumento hábil, delegar poderes para procurador efetuar suadefesa, desde que não seja funcionário público, face aos impedimentos legais.

Da reveliaConsiderar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal.

A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo de 15 (quinze) diaspara a defesa dativa se houver apenas um indiciado, e de 20 (vinte) dias, quando houver dois ou maisindiciados.

Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo, após solicitação dopresidente da comissão, designará um servidor como defensor dativo, ocupante de cargo efetivo denível, padrão e classe igual ou superior ao do indiciado.

Do relatório

Page 120: Administracao para concursos

Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principaisdos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar sua convicção.

O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor einformará se houve falta capitulada como crime e se houve danos aos cofres públicos.

Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ouregulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

Do julgamentoNo prazo de 20 (vinte) dias, contado do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá

sua decisão.

O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dos autos.

A autoridade julgadora formará sua convicção pela livre apreciação das provas, podendo solicitar,se julgar necessário, parecer fundamentado de assessor ou de setor jurídico a respeito do processo.

Quando for verificada a ocorrência de prejuízo aos cofres públicos, a autoridade instauradoraexpedirá ao órgão competente ofício encaminhando cópia do relatório da comissão e do julgamcnto,para as providências cabíveis com vistas ao ressarcimento do prejuízo à Fazenda Nacional e, se for ocaso, baixa dos bens da carga da repartição ou do responsável.

A ação civil por responsabilidade do servidor em razão de danos causados ao Erário éimprescritível.

Da aplicação das penalidadesAs penalidades disciplinares serão aplicadas:

I - pelo Presidente da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria oudisponibilidade do servidor;

II - pelo Ministro quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;

III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ouregulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão até 30 (trinta) dias;

IV - pela autoridadc que houver feito a nomeação quando se tratar de destituição de cargo emcomissão. Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridadecompetente para a imposição da pena mais grave, que também decidirá sobre os demais indiciados.

Quando houver conveniência para o serviço e a critério da autoridade julgadora, a penalidade desuspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia deremuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

Das nulidadesVerificada a existência de vício insanável, a autoridade julgadora declarará a nulidade total ou

parcial do processo e ordenará a constituição de outra comissão, para instauração de novo processo.

Eivam de nulidade absoluta os vícios:

I ) De competência:

a) instauração de processo por autoridade incompetente;

b) incompetência funcional dos membros da comissão; e

c) incompetência da autoridade julgadora;

II ) Relacionados com a composição da comissão:

a) composição com menos de 3 (três) membros, no caso de inquérito;

b) composição por servidores demissíveis ad nutum ou instáveis; e

c) comissão composta por seridores notória e declaradamente inimigos do servidor acusado ouindiciado;

III ) Relativos à citação do indiciado:

a) falta de citação;

Page 121: Administracao para concursos

b) citação por edital de indiciado que se encontre preso;

c) citação por edital de indiciado que tenha endereço certo;

d) citação por edital de indiciado que se encontre asilado em país estrangeiro;

e) citação por edital de servidor internado em estabelecimento hospitalar para tratamento desaúde; e

f) citação, de pronto, por edital, quando inexiste no processo qualquer indicação que traduza oempenho pela localização do indiciado;

IV ) Relacionados com o direito de defesa do acusado ou indiciado:

a) indeferimento, sem motivação, de perícia técnica solicitada pelo acusado;

b) não-oitiva, sem motivação, de testemunha arrolada pelo acusado;

c) ausência de alegações escritas de defesa;

d) inexistência de notificação do servidor acusado para acompanhar os atos apuratórios doprocesso, notadarnente a oitiva de testemunhas, que poderão ser por ele inquiridas e reinquiridas;

e) indeferimento de pedido de certidão, sobre aspecto relevante, por parte da Administração,interessada no processo;

f) negativa de vista dos autos do processo administrativo disciplinar ao servidor indiciado, ao seuadvogado legalmente constituído ou ao defensor dativo; e

g) juntada de elementos probatórios aos autos após a apresentação da defesa, sem abertura denovo prazo para a defesa;

V) Relacionados com o julgamento do processo:

a) julgamento com base em fatos ou alegativas inexistentes na peça de indiciação;

b) julgamento feito de modo frontalmente contrário às provas existentes no processo;

c) julgamento discordante das conclusões pactuais da comissão, quando as provas dos autos nãoautorizam tal discrepância;

d) julgamento feito por autoridade administrativa que se tenha revelado, em qualquer circuns-tância do cotidiano, como inimiga notória do acusado ou indiciado;

e) falta dc.indicação do fato ensejador da sanção disciplinar; e

f) falta de capitulação da transgressão atribuída ao acusado ou indiciado.

Da extinção da punibilidadeExtingue-se a punibilidade (Código Penal, art. 107 e Lei n° 8.112/90):

I - pela aposentadoria ou morte do agente, no caso de advertência ou suspensão;

II - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como infração;

III - pela prescrição, decadência ou perempção.

Da exoneração de servidor que responde a processo administrativo disciplinarI) O servidor que responder à sindicância ou PAD só poderá ser exonerado a pedido, ou

aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acasoaplicada.

II ) A exoneração de servidor que responda a inquérito administrativo antes de sua conclusão, emvirtude de não ter sido aprovado em estágio probatório, conforme determina o inc. I, do parágrafoúnico, do art. 34, da Lei n° 8.112/90, será convertida em demissão, caso seja essa a penalidade a ser-Ihe aplicada por ocasião do julgamento do processo.

Page 122: Administracao para concursos

Procedimento SumárioA acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, abandono de cargo (ausência

intencional do servidor ao serviço superior a 30 dias), e inassiduidade habitual (faltas injustificadas porperíodo igual ou superior a 60 dias, são faltas graves puníveis com a demissão, apuradas em processoadministrativo disciplinar de rito sumário, desenvolvido nas seguintes fases:

a) instrução sumária, compreendendo indiciação, defesa e relatório; e

b) julgamento pela autoridade instauradora que, no prazo de cinco dias, contados do recebimentodo processo, proferirá sua decisão.

A comissão do procedimento sumário, composta por dois servidores estáveis, terá até 30 dias,contados da data da publicação do ato que a constituir, para apresentar relatório conclusivo quanto àinocência ou à responsabilidade do servidor. Este prazo admite prorrogação por até 15 dias, quando ascircunstâncias assim exigirem.

Detectada, a qualquer tempo, a acumulação proibida de cargos ou emprego (efetivo ou dainatividade), a autoridade competente (Presidente da República, Presidentes das Casas Legislativas edos Tribunais Federais e Procurador-Geral da República) ou autoridade delegada do órgão ou entidadeem que tenha ocorrido a irregularidade notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, paraapresentar opção no prazo improrrogável de 10 dias, contados da data da ciência.

A opção pelo servidor até o último dia de prazo para a defesa configurará sua boa-fé, hipótese emque se converterá, automaticamente, em pedido de exoneração do outro cargo.

Na hipótese de omissão, será instaurado o processo sumário e o servidor indiciado será citado,pessoalmente ou por intermédio de sua chefia imediata, no prazo de cinco dias, a apresentar defesaescrita.

Compete ao órgão central do SIPEC (Sistema de Pessoal Civil) supervisionar e fiscalizar ocumprimento da aplicação ou omissão dos procedimentos e penalidades previstas.

TÍTULO VIDA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 183. O Plano de Seguridade Social do Servidor será custeado com o produto da arrecadaçãode contribuições sociais obrigatórias dos servidores ativos dos poderes da União, das autarquias e dasFundações Públicas.

Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simultaneamente,ocupante de cargo ou emprego efetivo na Administração Pública direta, autárquica e fundacional, nãoterá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da assistência à saúde.

ComentárioFoi estabelecido que o servidor ocupante de cargo em comissão sem vínculo efetivo com a

Administração Pública Federal não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, comexceção da assistência à saúde.

Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos oservidor e sua família, e compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintesfinalidades:

I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice, acidente em serviço,inatividade, falecimento e reclusão;

II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;III - assistência à saúde.Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos e condições definidos em

regulamento, observadas as disposições desta Lei.Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compreendem:I - quanto ao servidor:a) aposentadoria;b) auxílio-maternidade;

Page 123: Administracao para concursos

c) salário-família para o servidor de baixa renda;d) licença para tratamento de saúde;e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;f) licença por acidente em serviço;g) assistência à saúde;h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;II - quanto ao dependente:a) pensão vitalícia e temporária;b) auxílio-funeral;c) auxílio-reclusão para o servidor de baixa renda;d) assistência à saúde.§ 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas pelos órgãos ou entidades aos

quais se encontram vinculados os servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224.

Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com observância do disposto no § 3º doart. 41, e revisto na mesma data e proporção, sempre que se modificar a remuneração dosservidores em atividade.

Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagensposteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes detransformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

........................................................................................................Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data e na mesma

proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafoúnico o art. 189.

§ 2º O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, dolo ou má-fé, implicará devoluçãoao erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.

CAPÍTULO IIDOS BENEFÍCIOS

Seção IDa Aposentadoria

Art. 186. O servidor será aposentado:I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente em

serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, eproporcionais ao tempo de contribuição nos demais casos;

II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo decontribuição;

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício noserviço público e cinco anos de cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas asseguintes condições:

a) no caso de aposentadoria voluntária integral - sessenta anos de idade e trinta e cinco decontribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

b) no caso de aposentadoria voluntária por idade - sessenta e cinco anos de idade, se homem, esessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I desteartigo: tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior aoingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversívele incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget(osteíte deformante), Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e outras que a lei indicar, combase na medicina especializada.

§ 2º Nos casos de exercício de atividades consideradas insalubres ou perigosas, bem como nashipóteses previstas no art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, a e b, observará o disposto emlei específica.

Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em zonas defronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limitesfixados em regulamento.

Page 124: Administracao para concursos

§ 3º Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta médica oficial, que atestará ainvalidez quando caracterizada a incapacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou aimpossibilidade de se aplicar o disposto no art. 24.

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidadescompatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada eminspeção médica.

Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e declarada por ato, com vigência a partirdo dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço ativo.

Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data de publicação dorespectivo ato.

§ 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, porperíodo não excedente a 24 (vinte e quatro) meses.

§ 2º Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o cargo ou de serreadaptado, o servidor será aposentado.

§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato daaposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.

Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com observância do disposto no § 3º do art.41, e revisto na mesma data e proporção, sempre que se modificar a remuneração dos servidores ematividade.

Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniáriaspermanentes estabelecidas em lei.

........................................................................................................§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é

irredutível.

Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormenteconcedidas aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação oureclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de contribuição, seacometido de qualquer das moléstias especificadas no art. 186, § 1º, passará a perceber proventointegral.

Art. 186. .........................................................................................§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I

deste artigo: tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueiraposterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson,paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estadosavançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS,e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada.

Art. 191. Quando proporcional ao tempo de contribuição, o provento não será inferior a 1/3 (umterço) da remuneração da atividade.

Arts. 192 e 193. (Revogados.)Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o dia 20 (vinte) do mês de

dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido.Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de operações bélicas, durante a

Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedidaaposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.

ComentárioO professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério

na educação infantil e no ensino fundamental e médio terá os requisitos de idade e de tempo decontribuição reduzidos em cinco anos.

O professor e a professora universitários não mais terão direito à aposentadoria aos trinta e vinte ecinco anos, respectivamente, de efetivo exercício de magistério.

Page 125: Administracao para concursos

Para os servidores que tinham implementado as condições para aposentadoria até a data da publi-cação da Emenda no 20/98, pelas regras então vigentes, foi assegurado o direito adquirido.

Aos servidores que tenham sido investidos em cargo efetivo até 16 de dezembro de 1998, foi facul-tada a opção para se aposentarem pelas regras de transição, desde que cumpridos os seguintes requi-sitos, cumulativamente:

� Para aposentadoria voluntária com proventos integrais:

1. tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher;

2. tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria;

3. contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:

a. trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e

b. um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, em 16 dedezembro de 1998, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea anterior.

� Para aposentadoria voluntária com proventos proporcionais:

1. tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher;

2. tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria;

3. contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:

a. trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; e

b. um período adicional de contribuição equivalente a quarenta por cento do tempo que, em 16 dedezembro de 1998, faltaria para atingir o limite de tempo constante acima.

O professor que tenha sido investido regularmente em cargo efetivo de magistério até 16 de de-cembro de 1998 e que opte por aposentar-se nas regras de transição terá o tempo de serviço exercidoato da publicação da Emenda Constitucional no 20, de 1998, acrescido em dezessete por cento, se ho-mem, e vinte por cento, se mulher, desde que se aposente, exclusivamente, com tempo de efetivoexercício das funções de magistério.

A partir de 17 de dezembro de 1998, foi alterado o enfoque de tempo de serviço para tempo decontribuição para efeito de aposentadoria.

Os critérios de cálculo dos proventos de aposentadoria permanecem inalterados, exceto no casode aposentadoria voluntária com proventos proporcionais ao tempo de contribuição pelas regras detransição, que corresponderão a setenta por cento do valor máximo dos proventos integrais do servi-dor, acrescidos de cinco por cento desse valor por ano de contribuição que supere a soma do tempo decontribuição de trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos se mulher, e do período adicional de contri-buição de quarenta por cento, até atingir o limite de cem por cento.

Seção IIDo Auxílio-Natalidade

Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantiaequivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.

§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cinqüenta por cento), pornascituro.

§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a parturiente não forservidora.

Seção IIIDo Salário-Família

Art. 197. O salário-família é devido ao servidor de baixa renda, por dependente econômico.*Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeitos de percepção do salário-

família:I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade

ou, se estudante até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às

expensas do servidor, ou do inativo;III - a mãe e o pai sem economia própria.

Page 126: Administracao para concursos

Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-famíliaperceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento deaposentadoria, em valor igual ou superior ao salário mínimo.

Art. 199. Quando pai e mãe forem servidores públicos e viverem em comum, o salário-família serápago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dosdependentes.

Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padastro, a madastra e, na falta destes, osrepresentantes legais dos incapazes.

Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá de base para qualquercontribuição, inclusive para a Previdência Social.

Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração não acarreta a suspensão dopagamento do salário-família.

Seção IVDa Licença para Tratamento de Saúde

Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, combase em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

Art. 203. Para licença até 30 (trinta) dias, a inspeção será feita por médico do setor de assistênciado órgão de pessoal e, se por prazo superior, por junta médica oficial.

§ 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou noestabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

§ 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha exercício emcaráter permanente o servidor, e não se configurando nas hipóteses previstas nos parágrafos do art.230, será aceito atestado passado por médico particular.

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o atestado somente produzirá efeitos depois de homologadopelo setor médico do respectivo órgão ou entidade, ou pelas autoridades ou pessoas de que tratam osparágrafos do art. 230.

§ 4º O servidor que durante o mesmo exercício atingir o limite de trinta dias de licença paratratamento de saúde, consecutivos ou não, para a concessão de nova licença, independentemente doprazo de sua duração, será submetido a inspeção por junta médica oficial.

ComentárioFoi previsto que, no mesmo exercício, se o servidor atingir o limite de 30 dias, consecutivos ou não,

para a concessão de nova licença, independentemente do prazo de sua duração, será submetido ajunta médica oficial.

Compatibilizando-se com as alterações promovidas no art. 230, §§ 2o e 3o, passou a ser permitidaa realização das inspeções, perícias ou avaliações médicas de forma terceirizada mediante convênioou contrato.

Art. 204. Findo o prazo da licença, o servidor será submetido à nova inspeção médica, queconcluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.

Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da doença,salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qualquerdas doenças especificadas no art. 186, § 1º.

Art. 186. .........................................................................................§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I

deste artigo: tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueiraposterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson,paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estadosavançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS,e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada.

Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será submetido àinspeção médica.

Seção VDa Licença à Gestante,

à Adotante e da Licença-Paternidade

Page 127: Administracao para concursos

Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos,sem prejuízo da remuneração.

§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês da gestação, salvo antecipação porprescrição médica.

§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a

exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de

repouso remunerado.Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 5

(cinco) dias consecutivos.Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de 6 (seis) meses, a servidora lactante terá

direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em doisperíodos de meia hora.

Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade,serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.

Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano deidade, o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

Seção VIDa Licença por Acidente em Serviço

Art. 211. Será licenciado com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço.Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se

relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo;II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado poderá ser

tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos.Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica oficial constitui medida de exceção e

somente será admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública.Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando as

circunstâncias o exigirem.

Seção VIIDa Pensão

Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus a uma pensão mensal de valorcorrespondente ao da respectiva remuneração ou provento, a partir da data do óbito, observado olimite estabelecido no art. 42.

Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração ou subsídio,importância superior à soma dos valores percebidos como subsídio mensal, em espécie, dosMinistros do Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. Excluem-se do teto as seguintes vantagens: décimo-terceiro salário, adicionalde férias, hora-extra, salário-família, diárias, ajuda de custo e transporte.

Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vitalícias e temporárias.§ 1º A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas permanentes, que somente se extinguem ou

revertem com a morte de seus beneficiários.§ 2º A pensão temporária é composta de cota ou cotas que podem se extinguir ou reverter por

motivo de morte, cessação de invalidez ou maioridade do beneficiário.Art. 217. São beneficiários das pensões:I - vitalícia:a) o cônjuge;b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada, com percepção de pensão

alimentícia;c) o companheiro ou companheira designado que comprove união estável como entidade familiar;d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor;e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoa portadora de deficiência, que

vivam sob a dependência econômica do servidor;

Page 128: Administracao para concursos

II - temporária:a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se inválidos, enquanto durar a

invalidez;b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de idade;c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, enquanto durar a invalidez, que comprovem

dependência econômica do servidor;d) a pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, até 21 (vinte e um) anos,

ou, se inválida, enquanto durar a invalidez.§ 1º A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários de que tratam as alíneas a e c do inciso I

deste artigo exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas d e e.§ 2º A concessão da pensão temporária aos beneficiários de que tratam as alíneas a e b do inciso

II deste artigo exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas c e d.Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao titular da pensão vitalícia, exceto se existirem

benefíciários da pensão temporária.§ 1º Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão vitalícia, o seu valor será distribuído em

partes iguais entre os beneficiários habilitados.§ 2º Ocorrendo habilitação às pensões vitalícias e temporárias, metade do valor caberá ao titular

ou titulares de pensão vitalícia, sendo a outra metade, em partes iguais, entre os titulares da pensãotemporária.

§ 3º Ocorrendo habilitação somente à pensão temporária, o valor integral da pensão será rateado,em partes iguais, entre os que se habilitarem.

Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão-somente asprestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilitação tardia que impliqueexclusão de benefíciários ou redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que foroferecida.

Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela prática de crime doloso de que tenharesultado a morte do servidor.

Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumida ao servidor, nos seguintescasos:

I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não caracterizado como

em serviço;III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de segurança.Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vitalícia ou temporária, conforme o

caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor,hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.

Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:I - o seu falecimento;II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorra após a concessão da pensão ao cônjuge;III - a cessão de invalidez, em se tratando de beneficiário inválido;IV - a maioridade de filho, irmão, órfão ou pessoa designada, aos 21 (vinte e um) anos de idade;V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;VI - a renúncia expressa.Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a respectiva cota reverterá:I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão ou para os titulares da pensão

temporária, se não houver pensionista remanescente da pensão vitalícia;II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na falta destes, para o beneficiário da

pensão vitalícia.Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data e na mesma proporção

dos reajustes dos vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do art. 189.

Art. 189. .........................................................................................Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens

posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes detransformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de mais de duaspensões.

Page 129: Administracao para concursos

Seção VIIIDo Auxílio-Funeral

Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado, emvalor equivalente a 1 (um) mês da remuneração ou provento.

§ 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão do cargo demaior remuneração.

§ 2º (Vetado.)§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas por meio de procedimento

sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiros, este será indenizado, observado o disposto no

artigo anterior.Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive no

exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia oufundação pública.

Seção IXDo Auxílio-Reclusão

Art. 229. À família do servidor ativo de baixa renda é devido o auxílio-reclusão, nos seguintesvalores:

I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva,determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;

II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentençadefinitiva, à pena que não determina a perda do cargo.

§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à integralização daremuneração, desde que absolvido.

§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que o servidor forposto em liberdade, ainda que condicional.

CAPÍTULO IIIDA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família, compreendeassistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, prestada pelo Sistema Únicode Saúde – SUS ou diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou, ainda,mediante convênio ou contrato, na forma estabelecida em regulamento.

§ 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perícia, avaliação ou inspeção médica,na ausência de médico ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou entidade celebrará,preferencialmente, convênio com unidades de atendimento do sistema público de saúde, entidadessem fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro Social –INSS.

§ 2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação do disposto no parágrafo anterior, oórgão ou entidade promoverá a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica, queconstituirá junta médica especificamente para esses fins, indicando os nomes e especialidades dosseus integrantes, com a comprovação de suas habilitações e de que não estejam respondendo aprocesso disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profissão.

ComentárioFoi incluída, além dessas previsões, a de celebração de contrato.

Foi permitida a terceirização das perícias, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médicoou junta médica oficial, preferencialmente mediante convênio com unidades de atendimento do sistemapúblico de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o INSS. Naimpossibilidade destas, devidamente justificada, poderá ser contratada empresa privada que deverádestacar profissionais especialmente para essas funções, comprovar suas habilitações, e os mesmosnão poderão estar sendo processados pela entidade fiscalizadora da profissão.

Page 130: Administracao para concursos

CAPÍTULO IVDO CUSTEIO

Art. 231. (Revogado.)

TÍTULO VIICAPÍTULO ÚNICO

DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DEEXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO

Arts. de 232 a 235. (Revogados pela Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, que passou adispor sobre o assunto.)

TÍTULO VIIICAPÍTULO ÚNICO

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a 28 (vinte e oito) de outubro.Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os

seguintes incentivos funcionais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos que favoreçam o aumento de

produtividade e a redução dos custos operacionais;II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, condecoração e elogio;III - prêmios por produtividade.Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do

começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazovencido em dia em que não haja expediente.

Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, o servidor nãopoderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nemeximir-se do cumprimento de seus deveres.

Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o direito àlivre associação sindical, e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:

a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual;b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até 1 (um) ano após o final do mandato, exceto se a

pedido;c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, o valor das

mensalidades e contribuições definidas em assembléia-geral da categoria;d) de negociação coletiva;e) de ajuizamento, individual e coletivamente, frente à Justiça do Trabalho, nos termos da

Constituição Federal.

ComentárioRevogadas as alíneas d e e (art. 18 da Lei nº 9.527/97), em face de terem sido declaradas

inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (ADIn nº 492-1-DF, DJ de 12/3/93).

Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas quevivam às suas expensas e constem do seu assentamento individual.

Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou companheiro, que comprove uniãoestável como entidade familiar.

Art. 242. Para os fins desta lei, considera-se sede o município onde a repartição estiver instalada eonde o servidor tiver exercício, em caráter permanente.

TÍTULO IXCAPÍTULO ÚNICO

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Page 131: Administracao para concursos

Art. 243. Ficam submetidos ao Regime Jurídico instituído por esta lei, na qualidade de servidorespúblicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias inclusive as emregime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 –Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho,aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto os contratados por prazodeterminado, cujos contratos não poderão ser prorrogados após o vencimento do prazo deprorrogação.

§ 1º Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no regime instituído por esta lei ficamtransformados em cargos, na data de sua publicação.

§ 2º As funções de confiança exercidas por pessoas não integrantes de tabela permanente doórgão ou entidade onde têm exercício ficam transforma-das em cargos em comissão, e mantidas enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ouentidades na forma da lei.

§ 3º As Funções de Assessoramento Superior (FAS), exercidas por servidor integrante de quadroou tabela de pessoal, ficam extintas na data da vigência desta Lei.

§ 4º (Vetado.)§ 5º O Regime Jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários da Justiça, remunerados com

recursos da União, no que couber.§ 6º Os empregados dos servidores estrangeiros com estabilidade no serviço público, enquanto

não adquirirem a nacionalidade brasileira passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo órgãoou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos planos de carreira aos quais se encontremvinculados os empregos.

§ 7º Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo, não amparados pelo art. 19 do Atodas Disposições Constitucionais Transitórias, poderão, no interesse da Administração e conformecritérios estabelecidos em regula-mento, ser exonerados mediante indenização de um mês deremuneração por ano de efetivo exercício no serviço público federal.

§ 8º Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de rendimentos, serãoconsiderados como indenizações isentas os pagamentos efetuados a título de indenização prevista noparágrafo anterior.

§ 9º Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto no § 7º poderão ser extintos peloPoder Executivo quando considerados desnecessários.

ComentárioFoi permitida a exoneração, no interesse da Administração, dos servidores não-estáveis (art. 19 do

Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT da Constituição da República), com direito àindenização de um mês de remuneração por ano de efetivo exercício prestado à União, sem incidênciado imposto de renda na fonte, e estabelecido que os respectivos cargos poderão ser extintos peloPoder Executivo quando considerados desnecessários.

Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos aos servidores abrangidos por estaLei, ficam transformados em anuênio.

Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outrodiploma legal, fica transformada em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 e90.

Art. 246. (Vetado.)Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, haverá ajuste de contas com a Previdência

Social, correspondente ao período de contribuição por parte dos servidores celetistas abrangidos peloart. 243.

ComentárioSubstituída a expressão “§ 2o do art. 231” por “Título VI desta Lei”, em razão de o referido

parágrafo ter sido vetado.

Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência desta lei, passam a ser mantidaspelo órgão ou entidade de origem do servidor.

Page 132: Administracao para concursos

Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1º do art. 231, os servidores abrangidos por esta Leicontribuirão na forma e nos percentuais atualmente estabelecidos para o servidor civil da União,conforme regulamento próprio.

Art. 250. (Vetado.)Art. 251. (Revogado.)

ComentárioPassaram a ser submetidos ao RJU os servidores do BACEN, tendo em vista que o Banco Central

do Brasil é uma autarquia, em regime especial.

Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir doprimeiro dia do mês subseqüente.

Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, e respectiva legislaçãocomplementar, bem como as demais disposições em contrário.

Brasília, em 11 de dezembro de 1990, 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLORJarbas Passarinho

Page 133: Administracao para concursos

DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendoem vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembrode 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,

DECRETA:Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que comeste baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias,as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a constituição da respectivaComissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou empregopermanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Federal daPresidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República.

ITAMAR FRANCO

Romildo Canhim

ANEXO

Código de Ética Profissional do

Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal

CAPÍTULO I

Seção I

Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devemnortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício davocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservaçãoda honra e da tradição dos serviços públicos.

II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidirsomente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno,mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, daConstituição Federal.

III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescidada idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta doservidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até porele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, comoelemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência em fator delegalidade.

V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo aoseu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode serconsiderado como seu maior patrimônio

VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cadaservidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescerou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e daAdministração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, apublicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissãocomprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aosinteresses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ouestabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam atémesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço peladisciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral.Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou

Page 134: Administracao para concursos

má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos oshomens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços paraconstruí-los.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suasfunções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, nãocaracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aosusuários dos serviços públicos.

XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seucumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desviostornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.

XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público,o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.

XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cadaconcidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidadepara o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Seção II

Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamenteresolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso naprestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quandoestiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços dacoletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com opúblico;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestaçãodos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais detodos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo,nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes danomoral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevidoda estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obterquaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações morais, ilegais ou aéticas edenunciálas;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;

l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado,refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindoas providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organizaçãoe distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo porescopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exercesuas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função,tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-locontrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interessepúblico, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;

Page 135: Administracao para concursos

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando oseu integral cumprimento.

Seção III

Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquerfavorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou aoCódigo de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhedano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento doseu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram notrato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ouinferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão,doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da suamissão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente aopatrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, deparentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoahumana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II

Das Comissões de Ética

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional,ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada umaComissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento comas pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou deprocedimento susceptível de censura.

XVII - Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e respectivos suplentes, poderá instaurar,de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível de infringência a princípio ou norma ético-profissional, podendo ainda conhecer de consultas, denúncias ou representações formuladas contra o servidorpúblico, a repartição ou o setor em que haja ocorrido a falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis paraatender ou resguardar o exercício do cargo ou função pública, desde que formuladas por autoridade, servidor,jurisdicionados administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativasregularmente constituídas.

XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreirados servidores, os registros sobre sua conduta Ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e paratodos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.

XIX - Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a apuração de fato ou ato que, emprincípio, se apresente contrário à ética, em conformidade com este Código, terão o rito sumário, ouvidos apenas oqueixoso e o servidor, ou apenas este, se a apuração decorrer de conhecimento de ofício, cabendo semprerecurso ao respectivo Ministro de Estado.

XX - Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência, poderá a Comissão de Éticaencaminhar a sua decisão e respectivo expediente para a Comissão Permanente de Processo Disciplinar dorespectivo órgão, se houver, e, cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por exercício profissional, oservidor público esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis. O retardamento dos procedimentosaqui prescritos implicará comprometimento ético da própria Comissão, cabendo à Comissão de Ética do órgãohierarquicamente superior o seu conhecimento e providências.

Page 136: Administracao para concursos

XXI - As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por elalevantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos interessados, divulgadas no próprioórgão, bem como remetidas às demais Comissões de Ética, criadas com o fito de formação da consciência éticana prestação de serviços públicos. Uma cópia completa de todo o expediente deverá ser remetida à Secretaria daAdministração Federal da Presidência da República.

XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constarádo respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.

XXIII - A Comissão de Ética não poderá se eximir de fundamentar o julgamento da falta de ética do servidorpúblico ou do prestador de serviços contratado, alegando a falta de previsão neste Código, cabendo-lhe recorrer àanalogia, aos costumes e aos princípios éticos e morais conhecidos em outras profissões;

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, porforça de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ouexcepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão dopoder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e associedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

XXV - Em cada órgão do Poder Executivo Federal em que qualquer cidadão houver de tomar posse ou serinvestido em função pública, deverá ser prestado, perante a respectiva Comissão de Ética, um compromissosolene de acatamento e observância das regras estabelecidas por este Código de Ética e de todos os princípioséticos e morais estabelecidos pela tradição e pelos bons costumes.