2011 - manual de sobrevivência - erecom vitória 2011

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Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação Social O movimento estudanl como agente transformador da sociedade 11 a 15 de novembro se faz uma mobilizacao c Manual de Sobrevivência

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2011. Manual de Sobrevivência do Erecom Vitória 2011.

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Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação SocialO movimento estudantil como agente

transformador da sociedade11 a 15 de novembro

se faz uma mobilizacaoc

Manual de Sobrevivência

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BEM-VINDOSà vitória!

Bem Vindos à Vitória (ou como carinhosamente chamamos Vitorinha). Uma cidade com cara de roça, ou uma roça com cara de cidade, isso porque todos se conhecem. É preciso apenas 3 pessoas para conhecer Vitória por um todo.

Aqui você encontra o capixaba, uma mistura de paulistano-mineiro-carioca-baiano, que é isso tudo e nada disso ao mesmo tempo, somos únicos e indefiníveis. Vitória é uma síntese do Estado, re-unimos as culturas, etnias, músicas e pessoas de Norte a Sul. Nos finais de semana, nos dividimos entre o Triângulo das Bermudas e a Rua da Lama. O primeiro, vamos para dançar e ver a ‘’high society’’, no segundo para beber da boemia universitária.

Se você avisou para sua mãe que estava indo pas-sear numa ilha paradisíaca está muito enganado. Vitória é sim uma ilha, onde a sua maioria já foi aterrada. Apesar de morarmos ao lado da praia não nos arriscamos em suas profundezas.

Tirando o ar provinciano de roça de Vitória, não podemos esquecer que estamos numa cidade grande, e todo cuidado é pouco sempre. Enquanto estiver aqui tenha cuidado ao falar com o celular na rua, não ande sozinho, passe protetor solar e aqueles outros lembretes maternos.

P.S.: Em Vitória, faz sol na maior parte do ano, mas pela sorte/azar dos comunicólogos, novembro é o mês mais instável na meteorologia capixaba. No mesmo dia, po-demos ter as quatro estações do ano. Previna-se.

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O ERECOM é o Encontro Regional dos Estudan-tes de Comunicação Social. É uma das atividades da Executiva Nacional dos Estudantes de Comuni-cação Social (ENECOS), que organiza, há mais de 20 anos, os estudantes de comunicação de todo o país em torno de discussões como a Democratiza-ção da Comunicação, o Combate às Opressões e a Qualidade de Formação do Comunicador.

É um encontro político, social, lúdico para apro-ximar e articular mais estudantes em torno da Enecos. Durante cinco dias, os encontristas parti-ciparão de atividades como palestras, discussões, minicursos, plenárias, mostras de vídeos e apre-sentações musicais, com o objetivo de discutir a comunicação no país e seu potencial de transfor-mação social, procurando e traçando alternativas para tornar a sociedade mais igualitária.

O Encontro ocorre de 11 a 15 de novembro na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Vitória (ES) com o tema “Pé após pé, se faz uma mobilização”, frase do escritor capineiro (capixaba + mineiro) Adilson Vilaça. A ideia é discutir a impor-tância da organização estudantil para a mudança da sociedade, incentivar a intervenção nos espaços em que atuamos, seja no estágio, projetos de pes-quisa e extensão ou em nosso dia a dia profissional e pensar que tipo de comunicação queremos.

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É a entidade que representa os estudantes de Co-municação Social. Tem como espaços presenciais de discussão seus encontros, o Encontro Nacional (Enecom), os Encontros Regionais (Erecom) e o Congresso Brasileiro de Comunicação Social (Co-brecos), este último responsável por tirar os posi-cionamentos e ações da entidade para aquele ano.

A Enecos funciona como uma contra-escola, le-vando para dentro da Universidade debates que contribuem para a formação crítica do Comunica-dor, e se contrapõe ao sistema meramente tecni-cista que nos é imposto em sala de aula.

Há 20 anos, a Executiva está nas ruas, nas pra-ças e nas universidades de todo o Brasil na luta por uma comunicação verdadeiramente democrática, por uma formação crítica e pensante e por uma sociedade livre de opressões. A Enecos está nas mobilizações pelo passe-livre, nas Marchas da Ma-conha, na Campanha pelos 10% do PIB para edu-cação pública já, nos atos contra a construção de Belo Monte. E por ser toda essa luta coletiva e co-tidiana nos orgulhamos de gritar “Somos Enecos”!

http://www.enecos.org/[email protected]

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e arte doerecom?

Os traços tribais que compõem a logomarca do encontro não são por acaso. Com sua beleza e for-ma triangular, os traços correspondem à pintura de identidade dos índios de Aracruz, cidade do inte-rior do ES. Essas pinturas eram utilizadas em tem-pos de guerra, como uma identificação para dife-renciar os diferentes grupos indígenas. Hoje, esses traços são pintados, em vermelho e preto, em suas festas culturais.

Para o Erecom, escolhemos as cores verde e rosa por serem as cores dos artesanatos vendidos para o sustento das aldeias. Junto ao Convento da Penha, à Terceira Ponte e ao Colibri, a arte do En-contro busca coisas que tenham referência com o Espírito Santo e que valorizem a cultura local, tão pouca conhecida nos outros Estados.

A idealizadora da arte, a artista plástica e calou-ra da habilitação de Audiovisual da Ufes Carolina Lyra, acredita que trazer na logomarca do encontro a temática indígena contribuirá para o debate so-bre a opressão e dificuldades que eles enfrentam em nossa sociedade.

http://www.enecos.org/[email protected]

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perfis dospainéis

Os painéis têm como objetivo ser um espaço de forma-ção e de aprofundamento dos conhecimentos dos parti-cipantes. Servem para problematizar em torno do tema proposto e facilitam a troca de experiências entre os en-contristas que se reunem em Grupos de Discussão após os painéis. O espaço ocorre no Cemuni IV com os temas:

- Tecnização do Ensino;- Criminalização dos Movimentos Sociais;- Movimento Estudantil.

Painel “Tecnização do Ensino”Perfil 1: Mundo do Trabalho Prof. Helder Gomes (Dep. de Economia - Ufes)Perfil 2: Adequação da Universidade ao mundo do trabalho Profª Sônia Lúcio (ANDES-SN - Serviço Social - UFF)Perfil 3: Diretrizes Curriculares - Tripé Universitário Andrew Costa (Ex-Coordenador Nacional da Enecos)

Painel “Criminalização dos Movimentos Sociais”Perfil 1: Criminalização dos Movimentos Sociais na Mídia Álvaro Neiva (Jornalista da ADUFF | FALE Rio)Perfil 2: Movimento Social Criminalizado na Prática José Anézio (CONEP - Coordenação Nacional dos Es-tudantes de Psicologia | Estudante da UFES)Perfil 3: Papel do comunicador social no combate à crimina-lização dos movimentos sociais

Carlos Latuff (Núcleo Piratininga de Comunicação Chargista e produtor de conteúdo audiovisual con-tra-hegemônico)

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Painel “Movimento Estudantil”Perfil 1: Conjuntura dos MS Nacional e Internacional Roberta Traspadini (Escola Nacional Florestan Fernandes)Perfil 2: Necessidade da práxis e papel do ME

Fábio Nassif (Ex-ENECOS - jornalista da Carta Maior correspondente internacional no Chile)

Perfil 3: Movimento estudantil de área: trajetória da Enecos Ana Carolina Andrade (Coordenadora Nacional - Enecos)

Os GDs são uma maneira de ampliar as questões debatidas nos encontros, além de outros temas que às vezes não estão na grade do encontro. Nes-te Erecom, os GDs serão propostos e facilitados via Fenex (Fórum Nacional de Executivas e Federações de Curso), ou seja, outras Executivas e Federações irão propor temas e facilitar sua discussão.

Os GETs da Enecos são espaços orgânicos da Exe-cutiva por onde os estudantes se organizam para debater temas relativos à política e organização de nossa entidade. São eles: Democratização da Co-municação, Qualidade de Formação do Comunica-dor, combate às Opressões, Comunicação e Cultu-ra Popular, Políticas de Comunicação, Políticas de Finanças e Movimento de Base.

Grupos dediscussão

Grupos de estudo e trabalho (GETs)

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Legenda:1- Biblioteca Setorial2- Caixa Econômica3- Banco do Brasil4- Pedra da Fumaça5- Sintufes6- Centro de Vivências7- Planetário8- Caixa D’agua9- Cantina CCHN / IC10- Centro de Línguas11- Estátua da Suruba12- Auditório - Bob 213- Administração CAr

IC = Ilha Cercada

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Elefante Branco

Centro de Artes (CAr)

Centro de Ciências Humanas

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Centro

Tecnológico

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Não ultrapasse!

Mapa da Ufes

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Espaço auto-gestionado

Os espaços auto-gestionados são propostos e construídos autonomamente pelos diversos movi-mentos que atuam na sociedade e queiram realizar atividades para propagar suas lutas aos estudantes de comunicação. São espaços com liberdade de es-colha de temas e metodologias e têm o objetivo de aglutinar os estudantes de comunicação nas diver-sas pautas dos movimentos sociais brasileiros.

As culturais são momentos lúdicos. Acontecem sempre ao fim das atividades do dia, sempre re-gadas a boa música de conteúdo não opressor. É uma ótima oportunidade para conhecer melhor os outros encontristas e socializar as experiências do dia.

PS: Na Enecos, temos a tradição da ‘mais gelada’, o pri-meiro gole é do bar. Se te perguntarem, já sabe.

A cultural de sábado (12) fica por conta do V Fes-tival Prato da Casa, o maior festival de música in-dependente do Espírito Santo, uma iniciativa dos estudantes que compõem o Bandejão 104,7, um dos projetos de extensão do curso de Comunica-ção Social da Ufes.

O evento tem como objetivo dar visibilidade e estimular ainda mais a produção musical indepen-dente do estado.

Culturais

Prato da Casa

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VivênciasOs Núcleos de Vivência serão onde os encontris-

tas vivenciarão diretamente o acúmulo teórico ad-quirido nos outros espaços do Encontro. Os NV’s têm o objetivo de proporcionar a vivência em ou-tras realidades, o estranhamento e a descoberta do novo, ao mesmo tempo em que gera reflexão sobre os projetos visitados e sua inserção e impor-tância para a comunidade na qual estão inseridos.

Os minicursos vão aliar debates com oficinas e, assim, darão uma funcionalidade maior para este espaço do encontro. Os minicursos estão direcio-nados em torno dos três eixos principais do en-contro e acontecerão paralelamente em um dia. Portanto, o encontrista poderá escolher apenas um minicurso para participar. O número de vagas por minicurso é limitado, de acordo com o espaço e proposta feita.

O Conselho Regional de Entidades de Base de Comunicação reúne CAs e DAs de Comunicação presentes ao Erecom para avaliar o encontro e planejar as próximas ações da Enecos (incluindo o próximo Erecom). É sempre a última atividade an-tes da cultural de encerramento.

Não estranhe se você se deparar com garotos an-dando de saia ao longo do Encontro. É um movi-mento político contra a opressão de gênero. Vista sua saia e venha com a gente.

Minicursos

Corecom

Movimento pró-saia

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O que sãobrigadas?

As brigadas são formas de organização e integração dos estudantes no Encontro. Elas se organizam para discutir os temas propostos nos painéis e realizar determinadas tare-fas. É uma forma de todos se sentirem parte da organiza-ção e participarem do bom funcionamento do Encontro.

Cada brigada tem um nome, que faz referência a perso-nagens ou movimentos de luta capixabas. Olhe a cor do barbante de seu crachá e saiba mais sobre sua brigada.

Tupiniquins (rosa): Nativos nas terras capixabas des-de antes do descobrimento, os tupiniquins vivem hoje no município de Aracruz, no norte do Espírito Santo. No passado eram mais de vinte aldeias, atualmente sobre-vivem apenas quatro: Kaimoã (Caieiras Velhas), Irajá, Ibi-rapitanga (Pau-Brasil) e Comboios. Desde a década de 40 sofrem com a chegada de empresas, que usando do dis-curso de que a terra era do governo, passam a desmatar, transformando suas matas em pastos. Mas é na década de 60, com a chegada da Aracruz Celulose que seu modo de vida sofreu as pressões originadas da enorme redução das áreas de plantio e da fixação em determinados limites, impedindo a tradicional rotatividade das roças. Hoje esse povo persiste na luta pela demarcação de suas terras e para manter viva sua tradição e cultura.

Guaranis (amarela): Até meados de 1700, os Guaranis habitavam o sul do Brasil e também o Paraguai. Com a chegada dos exploradores da erva-mate que crescia em suas matas sentem-se ameaçados e se deslocam em di-reção ao litoral Atlântico liderados por seus religiosos que, baseados em revelações, previam o fim do mundo e tentavam salvar seu povo conduzindo-os à procura da Terra Sem Males. Sua caminhada foi interrompida algu-mas vezes deixando parte de seu povo nas cidades de Ita-

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riri (SP) e em Paraty (RJ). Por volta de 1970, os Guaranis chegaram até a aldeia Tupinikim de Kaimoã, em Aracruz (ES), mas continuaram sua marcha pelo litoral capixaba, só retornando em 1976. Em Santa Cruz, onde permanecem até hoje são divididos em três aldeias: Tekoa Porã (Boa Esperança), Boapy Pindo (Três Palmeiras) e Piraquê-Açu. Famosos por serem muito pacíficos os Guaranis acreditam que fracassaram na sua missão de encontrar a Terra Sem Males, pois a chegada da Aracruz Celulose trás grandes males a sua maneira de viver. Mesmo assim continuam na terra, por saber que hoje teriam grandes dificuldades de seguir sua peregrinação.

Sapê do Norte (preta): Agrupamentos negros rurais com uma população estimada em mais de 3.600 pessoas e mais de 950 residências, que ao longo dos vales dos rios Cricaré e Itaúnas, majoritariamente pelos municípios de Conceição da Barra e São Mateus, no Norte do ES. Ter-ritorialmente, estão organizados em sítios familiares que mantêm entre si laços de parentesco e compadrio, efeti-vando redes de religiosidade, festa, solidariedade e outras práticas que remontam a uma história comum, cuja me-mória alcança os tempos dos quilombos. Recebeu esse nome dos próprios quilombolas por ser um espaço de ter-ras situado em terrenos planos cobertos por sapê, matas e capoeiras, entrecortados por caudalosos rios. Sobrevivem por meio da pesca, caça, coleta e agricultura sob a lógi-ca predominante do uso comum. Por suas origens e seu modo de vida típico e contrastante ao sistema hegemôni-co, configuram um campesinato etnicamente diferencia-do e com fortes laços identitários. O grande desafio das comunidades quilombolas do território do Sapê do Norte é ter reconhecidos os seus direitos de posse e titularidade das terras que seus antepassados cultivaram, viveram e sonharam em vida, com liberdade.

Insurreição de Queimados (vermelha): Marco da negri-tude em busca da liberdade, Insurreição de Queimados (19 de março de 1849), é o maior símbolo da resistência do africano à escravatura no ES. A revolta nasceu de uma promessa não concretizada de liberdade, feita pelo frei italiano Gregório José Maria de Bene aos escravos da loca-lidade. Tido como defensor dos ideais de liberdade, o mis-

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sionário prometeu negociar com os fazendeiros a alforria dos escravos que trabalhassem na construção de uma igreja na região. Os fazendeiros, no entanto, não alforria-ram nenhum negro o que deflagrou nessa rebelião. Cerca de trezentos negros participaram do levante; eles iam de fazenda em fazenda clamando a todos os escravos o apoio ao movimento. A revolta durou cinco dias, até a prisão de seu principal líder, Eliziário Rangel. A maioria dos escravos foi brutalmente assassinada e seus corpos jogados na hoje chamada “Lagoa das Almas”. Alguns sobreviventes foram para o município de Cariacica, onde fundaram o Quilom-bo de Piranema em Rosa D’Agua. Os líderes Chico Prego e João da Viúva foram presos e enforcados, mas Eliziário fugiu pela porta da cela deixada aberta –, no que foi consi-derado pelos escravos como um milagre atribuído a Nossa Senhora da Penha, padroeira do ES.

2 de Junho (branca): Data que marcou os protestos contra o aumento da passagem em Vitória neste ano. A manifestação, pacífica, foi alvo de repressão policial, que utilizou de um verdadeiro aparato de guerra. Foram três protestos no mesmo dia e, o movimento que surgiu com cerca de 30 manifestantes, alcançava quase 2 mil no fim daquele dia, sendo a maioria estudantes inconformada com o tratamento dado pelo governo ao movimento. O Batalhão de Missões Especiais (BME) foi acionado ao lon-go de todo o dia, chegando até a atirar balas de borracha e jogar bombas contra a Universidade Federal do Espírito Santo, atingindo estudantes, professores, crianças e ido-sos. No dia seguinte, as páginas dos jornais estampavam que ‘baderneiros’ haviam parado Vitória por 12 horas. In-conformado com a reação do governo e dos jornais, um novo ato reuniu cerca de 6 mil pessoas pelas ruas de Vitó-ria indo até o pedágio (e abrindo as cancelas) da Terceira Ponte, um dos símbolos da máfia dos transportes da Re-gião Metropolitana capixaba.

Caboclo Bernardo (azul): Bernardo José dos Santos, pescador simples da Vila de Regência conhecido como Ca-boclo Bernardo, entrou para a história do Espírito Santo por sua bravura. Ele ajudou a salvar 128 tripulantes do na-vio Cruzador Imperial Marinheiro, da Marinha de Guerra do Brasil em 7 de setembro de 1887. A embarcação fazia o

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mapeamento da costa capixaba quando se chocou contra o portal sul da Barra do Rio Doce (a 120m do povoado). Com o mar revolto, os moradores pouco conseguiram fa-zer para ajudar. Bernardo se dispôs a nadar até o navio levando um cabo que, preso a estrutura, pudesse trazer os marinheiros a terra. Foi preciso que ele se lançasse ao mar quatro vezes antes de conseguir completar a tarefa que salvou quase toda a tripulação. Condecorado pela Prince-sa Isabel, virou herói local.

Augusto Ruschi (verde): Agrônomo, ecologista e natura-lista brasileiro, o capixaba Augusto Ruschi (1915-1986), é o Patrono da Ecologia do Brasil e um dos ícones mundiais da proteção ao meio ambiente. Foi professor da UFRJ, pesquisador do Museu Nacional e ajudou na implantação de reservas ecológicas no país, como o Parque Nacional do Caparaó. Autoridade mundial em beija-flores e orquí-deas; foi um dos primeiros homens a denunciar os efeitos danosos do DDT (utilizado na agricultura) sobre a nature-za; a enfrentar a ditadura militar e denunciar o início da derrubada da Floresta Amazônica; a prever a escassez de água no mundo e o aquecimento global, e a denunciar o efeito danoso da agricultura em larga escala, com fertili-zantes e agrotóxicos. No ES, fundou o Museu de Biologia Mello Leitão (em Santa Teresa, onde nasceu) e no Rio de Janeiro colaborou na elaboração da Fundação Brasileira para Conservação da Natureza.

Maria Ortiz (roxa): Jovem capixaba de origem espa-nhola, Maria Ortiz (nascida em 1603) é considerada por muitos uma heroína brasileira. Vivendo na Capitania do Espírito Santo, ela teria iniciado a resistência a um ataque--surpresa holandês a Vitória em 1625. De cima de uma ladeira (chamada Ladeira do Pelourinho, na época), jogan-do água fervente, paus, pedras e brasa sobre os invasores, incentivou a vizinhança a fazer o mesmo e teria consegui-do retardar o avanço holandês dando tempo das tropas portuguesas organizarem seu contra-ataque. O lugar aca-bou tendo o nome trocado para Ladeira Maria Ortiz e, em 1924, virou uma escadaria e conservou o nome da jovem de atitude heróica. A Escadaria Maria Ortiz existe até hoje ligando as partes alta e baixa do Centro da cidade de Vi-tória.

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Números de Emergência:Samu - Ambulância: 192Polícia Civil: 197Rodoviária: (27) 3222-3366

C.O. local:Patrick: (27) 9773-4004Rick: (27) 8149-8427

asccCENTRO ACADÊMICO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - UFESPROFª MARIA CIDADE AGRA