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02-06-2015

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02-06-2015

Revista de Imprensa02-06-2015

1. (PT) - i, 02/06/2015, Prevenar passa a ser comparticipada 1

2. (PT) - Correio do Minho, 01/06/2015, Especialistas debatem efeitos das vacinas na prevenção de doenças 2

3. (PT) - i, 02/06/2015, Meio século de vacinas... ainda bem! 3

4. (PT) - Jornal de Notícias, 02/06/2015, Preso com tuberculose na cadeia de Guimarães 4

5. (PT) - Correio da Manhã, 02/06/2015, Unidade de saúde 6

6. (PT) - Correio do Minho, 02/06/2015, Hospital assinala Dia Mundial da Criança com várias actividades 7

7. (PT) - Público, 02/06/2015, Enfermeiros em greve na quinta e sexta-feira 8

8. (PT) - Correio da Manhã, 02/06/2015, Menos espanhóis a dar consultas 10

9. (PT) - Jornal de Notícias, 02/06/2015, Aumentam encargos com medicamentos 11

10. (PT) - Público, 02/06/2015, Instituto adia outra vez decisão sobre dádiva de sangue por gays 13

11. (PT) - i, 02/06/2015, Cancro agressivo. Sucesso de novo tratamento gera onde de entusiasmo 16

12. (PT) - Correio do Minho, 02/06/2015, UMinho aponta novos marcadores para a doença obsessivo-compulsiva

19

13. (PT) - Metro Portugal, 02/06/2015, Novo despiste para as perturbações na fala 20

14. (PT) - Correio da Manhã, 02/06/2015, Vacina nasal contra o antraz 21

15. (PT) - Público, 02/06/2015, No mundo das doenças cardiovasculares 22

16. (PT) - Correio do Minho, 02/06/2015, Doença inflamatória intestinal 24

17. (PT) - Público, 02/06/2015, A solução fácil: matar o mensageiro 25

18. (PT) - Público, 02/06/2015, O que a morte de John Nash nos ensina sobre a esquizofrenia 26

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Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 6

Cores: Preto e Branco

Área: 4,85 x 6,04 cm²

Corte: 1 de 1ID: 59541459 02-06-2015

Página 1

A2

Tiragem: 8000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 30

Cores: Cor

Área: 9,47 x 10,75 cm²

Corte: 1 de 1ID: 59525698 01-06-2015

No dia 3 de JunhoEspecialistas debatem efeitos das vacinas na prevenção de doençasA vigilância das doenças evitáveispela vacinação, os 50 anos do Pro-grama Nacional de Vacinação eas novas vacinas, são os temasque vão estar em debate na mesaredonda que vai decorrer naquarta-feira, pelas 9.30 horas, noFórum Municipal Rodrigues Sam-paio, em Esposende. O encontro insere-se na terceiraReunião da Unidade CoordenadoraFuncional (UCF) da Criança e doAdolescente do Hospital SantaMaria Maior - Agrupamentos deCentros de Saúde de Barcelos//Esposende. As vacinas são o meio mais eficaz eseguro de protecção contra certasdoenças. Mesmo quando a imunidade não é total, quem está vacinado temmaior capacidade de resistência na eventualidade de a doença surgir.

DR

Vacinas ajudam a prevenir doenças

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Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 15

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Área: 22,60 x 29,00 cm²

Corte: 1 de 1ID: 59541689 02-06-2015

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A4

Tiragem: 78067

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 36

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Área: 25,50 x 26,92 cm²

Corte: 1 de 2ID: 59542501 02-06-2015

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Tiragem: 78067

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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Área: 5,26 x 2,96 cm²

Corte: 2 de 2ID: 59542501 02-06-2015

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A6

Tiragem: 149680

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 21

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Área: 4,32 x 3,98 cm²

Corte: 1 de 1ID: 59541734 02-06-2015

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A7

Tiragem: 8000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 2

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Área: 25,00 x 25,09 cm²

Corte: 1 de 1ID: 59542733 02-06-2015

DIA DA CRIANÇA| Paula Maia |

Assinalou-se ontem uma das da-tas mais especiais para os uten-tes de palmo e meio do Hospitalde Braga: o Dia Mundial daCriança. Um dia de animaçãoque envolveu as crianças do ser-viço de Pediatria, desde o Inter-namento, passando pela Consul-ta Externa, Neonatologia e Ur-gência Pediátrica.

Para celebrar a efeméride, ohospital preparou um programaespecial, contando com a cola-boração de várias entidades.

Desde manhã cedo que os peti-zes participaram em várias acti-vidades, a começar pela impres-são das mãos e entrega de pe-quenas lembranças pelo grupode Voluntariado do Hospital.

O período da manhã foi aindapreenchido com pinturas faciaise modeladores de balões, comapoio do Braga Retail Center.

Já no período da tarde, o hospi-tal recebeu um grupo da Asso-ciação de Reformados do CentroHistórico de Braga que entregouroupas de bebé no serviço deNeonatologia.

Durante a tarde, tempo aindapara os petizes assistir à actua-ção do projecto ‘Espaço Musi-cal’ protagonizado pelos Volun-tários do Agrupamento de Es-colas de Maximinos.

Outro ponto alto do programafoi a apresentação da peça deteatro ‘O traseiro do senhor Ti-tus Satrius’, protagonizada peloMuseu de Arqueologia D. Diogode Sousa e da Jovemcoop, umapeça que animou o serviço de

Pediatria.A programação encerrou com

um lanche-convívio no interna-mento da pediatria.

Além deste leque de activida-des destinado aos mais novos, asáreas pediátricas do hospital es-tiveram decoradas com balõescoloridos, no sentido de humani-zar os serviços, aliás, um objec-tivo que o Hospital de Braga temcumprido em todos os serviços.

Madalena Lopes, enfermeirachefe do Serviço de Pediatria daunidade bracarense referiu aoCM que o programa contou coma participação de entidades quedurante o ano colaboram com aunidade em várias actividades.

A responsável diz que todo oprograma foi concebido de mo-do a que as crianças que tenhamrecorrido ao hospital neste dia,e, especialmente, as que estãointernados, ficassem com estadata gravada na memória.

“ Alegria começou logo de ma-nhã quando começamos a en-cher os balões. As crianças colo-caram-se de imediato à nossavolta”, referiu Madalena Lopes.

A enfermeira chefe falou aindada importância de humanizar osserviços hospitalares, nomeada-mente a Pediatria, lembrandoque o hospital tem estabelecidoprotocolos com várias entidades,como as Guias de Portugal, a Bi-blioteca Lúcio Craveiro da Sil-va, o Agrupamento de Maximi-nos e, a mais antiga, a ‘OperaçãoNariz Vermelho’, que protagoni-zam várias iniciativas “em ti-mings diferentes”

Hospital assinala Dia Mundial da Criança com várias actividadesUTENTES de palmo e meio usufruíram de um programa especial que abrangeu a área da Pediatria,desde o Internamento, passando pela Consulta Externa, Neonatologia e Urgência Pediátrica.

DR

A animação estendeu-se às consultas externas onde as crianças receberam pinturas faciais e balões

DR

Pais e crianças internadas no serviço de Pediatria participaram na peça apresentada pelo Museu D. Diogo de Souda e a JovemCoop

Madalena Lopes,enfermeira chefe do Serviçode Pediatria da unidadebracarense referiu ao CMque o programa contou coma participação de entidadesque durante o anocolaboram com a unidadeem várias actividades.

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Tiragem: 36557

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 5

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Área: 10,63 x 30,41 cm²

Corte: 1 de 2ID: 59541033 02-06-2015

Os centros de saúde e hospitais vão

funcionar no fi nal da semana ape-

nas com serviços mínimos, devido a

uma greve nacional de dois dias con-

vocada pelo Sindicato dos Enfermei-

ros Portugueses (SEP) para quinta e

sexta-feira. Em causa está a “neces-

sidade de valorização económica da

carreira de enfermagem”, adiantou

ao PÚBLICO o presidente do SEP,

que salientou que “as condições de

trabalho têm vindo a degradar-se”

ainda mais nos últimos meses.

José Carlos Martins explicou que

a decisão de avançarem para a pri-

meira greve sectorial do ano aconte-

ce depois de terem apresentado ao

Ministério da Saúde um conjunto de

medidas em Abril e que “não mere-

ceram qualquer contraproposta” no

último encontro, que decorreu a 13

de Maio. O sindicalista especifi cou

que o ministério de Paulo Macedo

“apenas se mostrou disponível para

negociar o Acordo Colectivo de Tra-

balho”, mas o enfermeiro assegura

que tal deixa de fora o mais funda-

mental: carreiras e salários.

O presidente do SEP reforçou que

“os enfermeiros são os profi ssionais

da administração pública mais mal

remunerados” e criticou a tutela por

não reforçar os hospitais e centros

de saúde com mais recursos hu-

manos. Para José Carlos Martins, a

contratação desde o início do ano

de “mais 700 enfermeiros é mani-

festamente insufi ciente”, ainda que

Enfermeiros em greve na quinta e sexta-feira

positiva, justifi cando que continuam

a sair muitos profi ssionais por refor-

mas antecipadas e emigração e que

há também casos de licenças de ma-

ternidade e baixas e que as pessoas

não são prontamente substituídas.

Ainda sobre os concursos, o repre-

sentante dos enfermeiros destacou

os “grandes atrasos” na admissão

dos profi ssionais, numa referência

ao procedimento que decorre pa-

ra admitir mais 1000 profi ssionais

de enfermagem para os cuidados

de saúde primários. Segundo os

valores apresentados na conferên-

cia de imprensa onde foi exposta a

convocação da greve, o SEP estima

que faltem 25 mil enfermeiros em

todo o país.

Por outro lado, o SEP acusa o Mi-

nistério da Saúde de, ao mesmo tem-

po que não actualiza salários, pou-

par com “injustiças” feitas à custa

dos enfermeiros e que nas contas do

sindicalista ascendem a 190 milhões

de euros em cada ano, tendo apenas

em consideração o aumento não pa-

go dos horários de trabalho de 35

para 40 horas semanais, o congela-

mento de escalões e o não pagamen-

to das chamadas horas de qualidade.

José Carlos Martins alerta ainda

para os “custos elevados” da “não

valorização dos enfermeiros”, re-

forçando que os “profissionais

exaustos” prestam um pior serviço

e correm um maior risco de erro. O

enfermeiro garante que a contrata-

ção de mais especialistas permitiria

evitar a degradação das condições

de saúde dos idosos e doentes cró-

nicos e que “pouparia milhões ao

Estado” em reinternamentos e si-

tuações agudas. As contas apontam

para uma redução da despesa em

30% só em infecções hospitalares

e situações como quedas, interna-

mentos e mortes com a “dotação

correcta” de enfermeiros.

A última greve convocada pelo

SEP aconteceu em Novembro de

2014 e contou com uma adesão na

ordem dos 75%. A paralisação fi cou

marcada por trocas de críticas entre

o SEP e o Ministério da Saúde, com

a tutela a acusar o sindicato de “ir-

responsabilidade” por ter mantido o

protesto que decorreu em pleno sur-

to de Legionella do concelho de Vila

Franca de Xira. Paulo Macedo avan-

çou mesmo com a publicação de um

despacho em que declarou o surto

“uma situação grave de emergên-

cia de saúde pública” e estabeleceu

uma lista de hospitais na região da

Grande Lisboa onde os enfermeiros

tiveram de se apresentar ao serviço,

apesar da greve nacional.

SaúdeRomana Borja-Santos

Paralisação contra degradação das condições de trabalho. Serviços mínimos nos hospitais

Enfermeiros de novo em greve Página 8

Tiragem: 36557

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 44

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Paralisação contra degradação das condições de trabalho p5

Enfermeiros em greve na quinta e sexta-feira

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Âmbito: Informação Geral

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

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Área: 25,50 x 30,00 cm²

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

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Área: 25,70 x 30,61 cm²

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Instituto adia outra vez decisão sobre dádiva de sangue por gays

Foi novamente ultrapassado o prazo

para apresentação de conclusões do

grupo de trabalho do Instituto Portu-

guês do Sangue e da Transplantação

(IPST) que estuda os critérios de ex-

clusão de dadores de sangue homo e

bissexuais. O ministro da Saúde tinha

revelado a 7 de Maio, em declarações

aos jornalistas na Assembleia da Re-

pública, que o grupo de peritos deve-

ria apresentar conclusões até ao dia

31. “A discussão terá lugar neste mês

pelo grupo de peritos e esperemos

que se chegue a uma conclusão”,

afi rmou Paulo Macedo. Passaram-se

já dois anos desde o primeiro prazo

indicado pelo ministério.

Actualmente, os homens que de-

claram nos inquéritos obrigatórios

de triagem de dadores ter tido rela-

ções sexuais com outros homens são

excluídos da dádiva de sangue. Os

adversários desta política, seguida

em muitos outros países europeus,

consideram-na discriminatória, por

ela alegadamente se basear na orien-

tação sexual dos potenciais dadores

e não nos comportamentos de risco

que estes tenham tido.

Segundo Diamantino Cabanas,

assessor de imprensa do IPST, a ela-

boração do relatório fi nal “está em

curso”. O documento terá ainda de

ser revisto e aprovado por todos os

peritos do grupo de trabalho e depois

submetido ao presidente do IPST,

que o enviará ao ministro. Diaman-

tino Cabanas diz não existir qualquer

prazo para que tal aconteça.

O PÚBLICO sabe que o grupo de

trabalho teve uma reunião a 20 de

Maio, durante a qual foi alcançado

um consenso preliminar, tendo fi -

cado assente que cada membro do

grupo iria apresentar por escrito a

sua opinião e que a versão fi nal do

relatório a enviar ao ministro deverá

estar pronta antes do fi m de Junho.

O Grupo de Trabalho sobre Com-

portamentos de Risco com Impacto

na Segurança do Sangue e na Gestão

de Dadores tomou posse em Dezem-

bro de 2012 e deveria ter apresentado

conclusões até Junho de 2013, como

à época informou Luís Vitório, che-

fe de gabinete de Paulo Macedo. De-

zembro de 2014 foi depois indicado

pelo IPST como novo prazo, mas tam-

bém este foi ultrapassado. Desta vez,

o dia 31 de Maio foi estabelecido pelo

próprio titular da pasta da Saúde.

O grupo foi nomeado pelo IPST na

sequência de uma resolução da As-

sembleia da República, apresentada

pelo Bloco de Esquerda e aprovada

em Abril de 2010 sem votos contra,

segundo a qual o ministério deveria

“combater a actual discriminação

dos homossexuais e bissexuais nos

serviços de recolha de sangue”, o

que passaria, diz o texto da resolu-

ção, pela eliminação de uma pergun-

ta dos inquéritos de triagem (“sendo

homem, teve contactos sexuais com

homens?”) e pela elaboração de um

“documento normativo que proíba

expressamente a discriminação dos

dadores de sangue com base na sua

orientação sexual”.

Os nomes dos peritos do grupo de

trabalho foram mantidos em segredo

até há pouco tempo, noticiou o PÚBLI-

CO a 27 de Março. Na sequência da no-

tícia, o grupo parlamentar do Bloco de

Esquerda chamou Hélder Trindade,

presidente do conselho directivo do

IPST, para uma audição na Comissão

de Saúde, que decorreu a 29 de Abril.

O IPST é tutelado pelo Ministério da

Saúde e responsável pela coordena-

ção nacional da colheita de sangue.

Hélder Trindade disse aos deputa-

dos que o atraso se deveu fundamen-

talmente a uma resolução do Con-

selho da Europa de Março de 2013,

mas não clarifi cou a relação entre

os dois factos e os deputados não o

questionaram sobre isso. Acabou por

revelar os nomes dos sete peritos do

grupo de trabalho e disse que, sen-

do “pessoas externas”, o IPST “não

pode apontar pistolas às pessoas” e

exigir que apresentem conclusões.

“Eles fazem o favor de estar a traba-

lhar”, sublinhou, adiantando que os

peritos “não são remunerados” por

este trabalho.

As sete pessoas em causa são Ana

Paula Sousa (IPST), Ricardo Camacho

(virologista), Lucília Nunes (vice-pre-

sidente do Conselho Nacional de Éti-

ca para as Ciências da Vida, que subs-

Ministro da Saúde prometeu conclusões até 31 de Maio. Grupo de peritos que estuda o assunto ainda não escreveu o relatório fi nal e não há data ofi cial para que tal aconteça

SaúdeBruno Horta

tituiu Cíntia Águas), Fernando Araújo

(director do Serviço de Imuno-he-

moterapia do Centro Hospitalar de

São João), António Diniz (director do

Programa Nacional para a Infecção

VIH/sida), Nuno Janeiro (infecciolo-

gista) e Isabel Elias (Comissão para

a Cidadania e Igualdade de Género).

LARA JACINTO

IPST é tutelado pelo Ministério da Saúde e responsável pela coordenação nacional da colheita de sangue

Durante a audição parlamentar,

Hélder Trindade disse ainda que só

pode dar sangue o dador que “admi-

te que é homossexual mas não ad-

mite que teve práticas sexuais com

homens”. As associações de defesa

de direitos de minoriais sexuais ILGA

— Portugal, Rumos Novos — Homosse-

xuais Católicos e Panteras Rosa con-

sideraram “discriminatórias” e “re-

trógradas” as palavras do presidente

do IPST. Para o secretário-geral da

Juventude Socialista, João Torres, os

critérios do IPST “violam o princípio

constitucional da não-discriminação

em função da orientação sexual”.

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Tiragem: 36557

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 25,70 x 30,19 cm²

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PERGUNTAS E RESPOSTAS: DÁDIVAS DE SANGUE POR GAYS

Porque é que se utiliza a expressão “homens que têm sexo com homens” (HSH)?O termo apareceu nos anos 90 e, de acordo com a Foundation for AIDS Research, de Nova Iorque, é utilizado pelos epidemiologistas para descrever comportamentos e não identidades, porque há homens que têm relações sexuais com outros homens que podem não se identificar como homossexuais. É verdade que a Comissão Europeia também recomenda a exclusão?Depende do ponto de vista. A 29 de Abril, no mesmo dia em que o presidente do IPST foi ouvido na Assembleia da República a pedido do Bloco de Esquerda, o Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu que a suspensão definitiva de HSH sexualmente activos, prevista numa directiva da Comissão Europeia de 2004, pode ser adoptada por um Estado-membro, mas apenas “quando se demonstre, com base nos conhecimentos e em dados médicos, científicos e epidemiológicos actuais, que tal comportamento sexual expõe essas pessoas a um risco elevado de contrair doenças infecciosas graves que podem ser transmitidas pelo sangue”. Ou seja, fica ao critério das autoridades nacionais. A directiva em causa (2004/33/EC) contém um anexo onde se lê que estão “suspensas permanentemente”, como dadoras, “pessoas cujo comportamento sexual as coloque em risco elevado”, mas não indica o sexo ou a orientação sexual dessas pessoas. E a Organização Mundial de Saúde (OMS)?Também recomenda a suspensão dos HSH. “Continuam a ser a principal fonte de novas ou antigas infecções, em países desenvolvidos”, afirma ao PÚBLICO o médico Junping Yu, da OMS. A utilização de preservativo “reduz a transmissão de infecções”, mas não é considerada totalmente segura, porque “os preservativos

podem deslizar ou romper-se”, diz Junping Yu. “Uma possível alternativa à actual proibição é a aplicação de critérios baseados no cálculo individual de risco, o que, ainda assim, apresenta desafios técnicos e práticos na aplicação de questionários, pois envolveria perguntas detalhadas sobre assuntos sensíveis relacionados com a intimidade do comportamento sexual”, acrescenta. Paulo Côrte-Real, da ILGA, sugere que os serviços de sangue perguntem de forma clara se o candidato a dador praticou sexo anal. “Aparentemente, é chocante para a moral vigente fazer uma pergunta sobre sexo anal, mas não é chocante fazer uma pergunta a eliminar todos os gays”, escreveu recentemente no blogue Jugular. Quais são as regras em vigor neste momento em Portugal?Teoricamente, os HSH não estão proibidos de dar sangue. Na prática, estão. Uma resolução de há cinco anos da Assembleia da República (39/2010, de 8 de Abril), levou o IPST, em Janeiro de 2013, a eliminar dos inquéritos de triagem de dadores a pergunta escrita “sendo homem, teve contactos sexuais com homens?”. Era considerada discriminatória por alegadamente não apurar de forma objectiva eventuais comportamentos de risco e remeter, sim, para a orientação sexual dos candidatos a dadores. Acontece que os serviços de colheita mantêm a pergunta, fazendo-a verbalmente na triagem, confirmou Hélder Trindade no Parlamento. Quem responde afirmativamente, fica proibido em definitivo.

A prevalência de VIH é mais elevada entre gays e bissexuais?Sim. Há uma “tendência crescente no número de casos decorrentes de relações sexuais entre homens”, o que corresponde a um “aumento considerável da proporção de casos na categoria homo/bissexual”, de acordo com o

relatório Infecção VIH/sida: A Situação em Portugal a 31 de Dezembro de 2013, publicado em Novembro de 2014 pelo Instituto de Saúde Ricardo Jorge. São três as principais categorias de transmissão definidas pelos médicos: “heterossexual”, “toxicodependente” e “homo/bissexual”. “Prevalência” é o número de casos acumulados, o que em Portugal corresponde a registos desde 1985 e totalizava 47.390 pessoas até 2013. “Incidência” é o número de novos casos notificados a cada ano. Ainda de acordo com aquela fonte, os três distritos do país com maior prevalência são os de Lisboa, Porto e Setúbal.

Se o sangue é analisado, por que é que há inquéritos de triagem de dadores?O sangue é analisado depois da colheita, sobretudo tendo em atenção a hepatite B e C e o VIH 1 e 2, mas os inquéritos pré-dádiva são recomendados pela OMS desde os anos 70. Fazem parte da triagem clínica de dadores, que inclui uma entrevista feita por enfermeiros ou médicos — descrita pelo IPST como uma “avaliação clínica personalizada face a face”. “Devemos utilizar vários instrumentos para minimizar ao máximo alguns riscos”, explica o médico Kamal Mansinho, director do serviço de doenças infecciosas do Hospital Egas Moniz, em Lisboa. “É importante fazer a co-relação entre os dados da análise laboratorial ao sangue com a informação que o dador prestou

no inquérito”, acrescenta, dando um exemplo: “Posso ter tido um comportamento de risco dois ou três dias antes de dar sangue e, nesse caso, as análises serão seguramente negativas para o VIH, mas se no inquérito tiver sido apurado que tive um comportamento de risco, essa informação deve ser tomada em conta na análise final sobre o estado e a utilização do sangue.” Ou seja, os inquéritos são uma forma de tentar contornar o período-janela, durante o qual algumas infecções são indetectáveis. “Quando o nosso corpo contacta com um agente de doença, os linfócitos actuam para evitar que o corpo fique doente, mas, até que o corpo produza os anticorpos que o protejam do ataque desse agente, decorre o chamado período-janela, que é período de resposta biológica”, de acordo com a médica Gracinda de Sousa, do IPST. Neste momento, a exclusão dos HSH em Portugal é temporária ou definitiva?Não se sabe. Das declarações de Hélder Trindade, conclui-se que é definitiva: homo e bissexuais nunca poderão dar sangue se praticarem algum acto sexual. No entanto, o Manual de Triagem do IPST, com data de Outubro de 2014, fala em exclusão temporária: quem reportar contacto sexual com portador do VIH fica impedido de dar sangue por seis meses após o contacto e será sujeito a “avaliação analítica posterior”.

E noutros países?Não há consenso. A OMS descreve o acto sexual entre homens como “comportamento de alto risco” e num livro de normas sobre doação de sangue, de 2012, estabelece que a “suspensão definitiva” de HSH, sem excepções, “continua a ser acolhida como a decisão certa”. No Reino Unido, desde 2011, homo e bissexuais só podem dar sangue se estiverem pelo menos12 meses sem praticar aco sexual anal “com ou sem preservativo”. É a mesma regra que existe na Finlândia e na Suécia. Em França, os HSH não podem dar sangue e o mesmo se passa, por exemplo, na Alemanha, na Áustria e na Dinamarca, o que tem sido criticado por gays. Espanha questiona comportamentos de risco e não a orientação sexual. Nos EUA, todos os HSH estão proibidos de dar sangue, mas a autoridade de saúde, Food and Drug Administration (FDA), tem um documento em consulta pública até Julho, o que poderá alterar as regras já este ano. A Associação Médica Americana classifica como “discriminatória” a actual política da FDA e entende que a avaliação de dadores deve ter por base “comportamentos individuais” e não a orientação sexual. Portugal vai mudar as regras? Quando?Não se sabe. Ao PÚBLICO, o secretário de Estado Leal da Costa, médico hematologista, refere que “a posição dos serviços do Ministério da Saúde deverá ter sempre em consideração, acima de tudo, a segurança da transfusão”, daí que “o ponto mais importante seja o cálculo de risco em função de comportamentos declarados” pelos dadores. O mesmo responsável mostra-se contra a resolução de 2010 da Assembleia da República: “A resolução determina sobre aspectos da medicina transfusional, o que ultrapassa as capacidades técnicas do Parlamento.” “Esta questão não é política, mas sim técnica”, justifica Leal da Costa.

31o grupo de peritos deveria apresentar conclusões até ao dia 31 de Maio. Passaram-se já dois anos desde o primeiro prazo indicado pelo ministério

7As sete pessoas do grupo são Ana Paula Sousa, Ricardo Camacho, Lucília Nunes, Fernando Araújo, António Diniz, Nuno Janeiro e Isabel Elias

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Tiragem: 36557

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Preto e Branco

Área: 5,75 x 4,25 cm²

Corte: 3 de 3ID: 59541046 02-06-2015

Ministro tinha prometido conclusões para 31 de Maio, mas não há relatório nem data para apresentação p8/9

Adiada outra vez uma decisão sobre dádiva de sangue por gays

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Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 2

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Área: 16,12 x 31,50 cm²

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Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Página 17

Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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A19

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País: Portugal

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Âmbito: Regional

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INVESTIGAÇÃO| Redacção |

Talvez conheça pessoas que, re-petidamente, lavam as mãos, ve-rificam a porta trancada, põemcoisas simetricamente ou acu-mulam objectos que não preci-sam. E, embora aceitem que es-tes gestos são desnecessários ouabsurdos, repetem-nos na mes-ma, para aliviar a ansiedade.Trata-se da doença obsessivo-compulsiva, que afecta 4,4 porcento da população portuguesa(2 por cento no mundo) e é dasque mais dias de vida saudávelperdidos representa.

Uma equipa do Instituto de In-vestigação em Ciências da Vidae Saúde (ICVS) da Universidadedo Minho e do Centro ClínicoAcadémico- uma parceria daUMinho com o Hospital de Bra-ga - está a contribuir para desen-volver terapêuticas que reduzamos sintomas e o sofrimento des-tes doentes. A primeira parte dotrabalho em curso foi dos dez ar-tigos mais lidos do ano na revis-ta ‘Frontiers in Psichiatry’ e a se-gunda parte foi premiada comomelhor poster no 5º Curso Avan-çado de Psicofarmacoterapia,

em Atenas, Grécia, e como me-lhor comunicação no III FórumNeurociências Janssen, em Lis-boa.

Em concreto, os investigadoresPedro Morgado, Paulo Marques,José Miguel Soares, João Cer-queira e Nuno Sousa descobri-ram como o stress pode influen-ciar ou agravar a doença e comose alteram os mecanismos deresposta do paciente perante ostress.

Para tal, os cientistas associa-ram um marcador biológico(cortisol) e um marcador psico-lógico (escala do stress percebi-do). Os níveis elevados de cor-tisol e stress percebido correla-cionaram-se com a gravidade dadoença, nomeadamente com oseu componente obsessivo. Poroutro lado, a equipa encontroudiferenças na activação de algu-mas áreas do cérebro dos doen-tes, como o córtex orbitofrontale a amígdala, em comparaçãocom voluntários saudáveis. “Es-tes dados são um contributo va-lioso para a investigação e de-senvolvimento de novas estraté-gias terapêuticas”, diz PedroMorgado, que dedicou o dou-toramento ao tema.

Esta doença é um dos diagnós-ticos psiquiátricos mais frequen-tes. Caracteriza-se por pensa-mentos repetidos e intrusivosque causam ansiedade (obses-sões) e provocam a necessidadede acções repetidas para aliviaro sofrimento (compulsões). Ma-nifesta-se em todas as idades,sobretudo em adultos jovens, eafecta igualmente homens e mu-lheres. A Organização Mundialda Saúde considera-a uma dasdez patologias mais incapacitan-tes na redução da qualidade devida e dos rendimentos.

Estima-se que só um terço dospacientes recebe tratamento far-macológico adequado, referePedro Morgado. O desconheci-mento e o estigma associadotambém diminuem a procura deajuda especializada. Cerca de60 por cento dos doentes melho-ram após tratamento, que podeenvolver meios psicofarmacoló-gicos, psicoterapêuticos ou, emcasos graves, terapêuticas físicas(estimulação cerebral profunda).No Hospital de Braga funcionauma consulta especializada nodiagnóstico e no tratamento dasperturbações do espectro obses-sivo-compulsivo.

UMinho aponta novos marcadores para a doençaobsessivo-compulsivaESTUDO PREMIADO foi dos mais lidos do ano na ‘Frontiers in Psichiatry’.Quatro por cento dos portugueses perdem qualidade de vida ao repetirrituais sem sentido.

DR

Quatro por cento dos portugueses perdem qualidade de vida ao repetir rituais sem sentido

Página 19

A20

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País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 3

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Corte: 1 de 1ID: 59541170 02-06-2015

Saúde

Novo despiste para

as perturbações na fala

Um novo teste desenvolvido pelaUniversidade de Aveiro e pelo Insti-tuto Politécnico de Setúbal permiteavaliar, em cinco minutos, se ascrianças desenvolveram a linguagemadequada à sua idade. O instrumen-to chama-se Rastreio de Linguageme Fala (RaLF) e é o único preparadopara crianças que tenham o portu-guês europeu como língua materna.

Página 20

A21

Tiragem: 149680

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 22

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A22

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País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

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Corte: 1 de 2ID: 59541063 02-06-2015

No mundo das doenças cardiovascularesOs números têm melhorado muito na última década, mas as doenças do aparelho circulatório ainda são as que mais matam em Portugal, acima do cancro ou da diabetes. Em 2013, morreram no país 4348 pessoas na sequência de enfartes agudos do miocárdio. Porém, o principal problema ainda está nos acidentes vasculares cerebrais (AVC), que mataram

13.020 pessoas nesse mesmo ano − apesar de uma redução de quase 50% na última década. Estas são as duas principais patologias do aparelho circulatório, mas com uma grande diferença no comporta-mento: no caso da doença isquémica (insuficiente fornecimento de sangue), onde está o enfarte, Portugal tem dos melhores resultados da União Europeia a

27, sendo depois de França o país com uma taxa de mortalidade mais baixa. No AVC, o cenário é o inverso, surgindo o país como o oitavo com piores resultados, após a Bulgária, Roménia, Letónia, Lituânia, Hungria, Eslováquia e Estónia. Ainda assim, há grandes diferenças nos últimos anos. A mortalidade prematura por estas doenças (de pessoas com menos

de 70 anos) caiu 18% desde 2008. Olhando só para o AVC, a queda na mortalidade destas pessoas é de 15%. Isto apesar de no país se estimar que há 40% de hipertensos e que pelo menos metade não sabe que tem a doença. O PÚBLICO faz uma radiografia destas doenças no país. Desde as estatísticas de mortalidade, aos sintomas, factores de risco e principais

formas de tratamento, são vários os dados para ficar a conhecer melhor esta realidade e saber prevenir a aterosclerose, uma doença que silenciosamente cria as condições tanto para o enfarte como para o AVC.

Célia Rodrigues, José Alves e Romana Borja-Santos

44,4%

30,4%

40

30

20

10

0

1988 20001997 20091994 20061991 2003 2012

Artéria carótidacomum

Artéria subclávia

Artéria vertebral

Carótidainterna

Carótidaexterna

Morte decélulas

As doenças cardiovasculares são o conjunto de doenças que afectam o coração e os vasos sanguíneos. São causadas pela acumulação de gorduras na parede dos vasos sanguíneos, a que se chama aterosclerose. As duas maiores consequências são o enfarte agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral

A aterosclerose é o estreitamento das artérias

Factores de risco

Uma lesão altera o revestimento interior da artéria permitindo que as partículas de colesterol entrem para baixo do revestimento interior

Tabagismo Predisposição genética SedentarismoPressão arterial alta Infecções Dieta rica em gorduras

Elementos transportados pelo sangue

Fluxo sanguíneo

Artéria

Cápsula fibrosa que cobre a placa e mantém o colesterol no seu interior

A inflamação da parede interior da artéria, associada a uma dieta rica em gorduras, propicia o crescimento de uma placa de gordura e tecido fibroso no interior da artéria, dificultando o fluxo sanguíneo

Depósito de gordura

AVC embólico

O coágulo forma-se numa artéria do cérebro. É o tipo de AVC mais comum

AVC trombótico

Acidente vascular cerebralISQUÉMICOS

SINTOMAS PRINCIPAIS

Dificuldade em falarBoca ao ladoFalta de força num braçoVómitos ou náuseas

As cinco principais causas de morte em PortugalEvolução em percentagem do total

Mortes por doenças cardiovasculares por regiões OMS% sobre o total de mortes

Outrascausas

Doençascardiovasculares31,4%

28,5%

Principais causas de morteEm 2012 no mundo

AcidentesDoenças

respiratórias

Doençasinfecciosas e

parasitárias

Cancro

6,7% 7,2%

11,5%

14,7%

A artéria fica obstruída por coágulos de sangue, bactérias ou células inflamatórias que circulam e podem chegar ao cérebro

Doenças do aparelho circulatório

Doenças do aparelho respiratório

Diabetes tipo 2Doenças do aparelho digestivo

Cancro

África

Europa

PacíficoOeste

AméricaMediterrâneo

SudoesteAsiático

47,9

41,429,5

27

26,810,7

HEMORRÁGICOS

Pressão arterial muito alta, vulnerabili-dade das artérias e aneurismas podem provocar a ruptura de artérias ou vasos sanguíneos no cérebro

Página 22

Tiragem: 36557

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 13

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Área: 25,70 x 31,00 cm²

Corte: 2 de 2ID: 59541063 02-06-2015

Imagens: Patrick J. Lynch (coração); Creative Commons: _DJ_ (cérebro)Fontes: INE − Estatísticas da Saúde em Portugal; Organização Mundial da Saúde (OMS); Direcção-Geral da Saúde; Harvard Medical School; http://www.associacaoavc.pt/; Fundação Portuguesa de Cardiologia; Sociedade Portuguesa de Aterosclerose

Artérias coronárias

Artériaaorta

3763Total9663

2012

4596Total9716

2013

2012 2013

11551314

2012 2013

1523 1596Via Verde(INEM) A terapêutica fibrinolítica (destruição

de um coágulo) tem de ser feita nas três primeiras horas após o início dos sintomas. Implica arealização de tomografias axiais computorizadas (TAC) cranioencefálicas e equipas multidisciplinares. Não é indicada para todos os doentes

Em2013

12 horasTempo para aplicar o tratamento

3 horas

37%

Via Verde(INEM)

Morte decélulas

15

00750

Doenças cardiovasculares mais mortíferas em Portugal (2013)

Variação2012/2008

-9,51%

2008 2009 2010 2011 2012

Evolução da mortalidadeTaxa (100.000 hab.)

Variação2012/2008-6,96%

2008 2009 2010 2011 2012

Variação2012/2008-0,92%

13.994 13.688 13.86712.690 13.020

2008 2009 2010 2011 2012

316,4 313,3 317,1299,9

313,5

12.273 6936

6911 5362 3225 3711

72997115 7082

65826605

85 e +80-8475-7970-7460-6950-5940-4930-3920-29

85 e +80-8475-7970-7460-6950-5940-4930-390-29

Por mêsda morte

JAN

ABR

AGO

OUT

3288959

727556

417582

323119262

1611712408

1882186022

42

36791497

89037229710158134

18591190907523548

219901610

Total106.876

Outras70,5%75.348

Representam quase 30%do total das mortes

29,5%31.528

7271282

2000

3000

7505 00

17.547 13.98185 e +80-8475-7970-7460-6950-5940-4930-390-29

anosanosanos9750

36522075

887755

118263

3215

47822976

219013441546

746304

6430

Isquémicas do coraçãoCerebrovascularesPor faixa etária

Total de óbitos por doenças do aparelho circulatório em Portugal (2013)

Inflamações e outras alterações celulares degradam a cápsula e esta pode romper-se

O coágulo não bloqueia por completo a artéria ou acaba por se soltar na corrente sanguínea

Angina de peitoO coágulo bloqueia por completo a artéria. A interrupção do fluxo sanguíneo causa a morte das células nas áreas que deixaram de ser irrigadas

Enfarte do miocárdio

Via Verde Coronária (através do 112)Via Verde AVC (através do 112)Doentes admitidos em unidades de tratamento de AVC nos hospitais do SNS

Tratamentos por fibrinólise Doentes com enfarte agudo do miocárdio admitidos em unidades coronárias do SNS

Tratamentos por angioplastia

Pressão arterial

O que é o colesterol

Coágulo numa artéria coronáriaQuando se forma um coágulo, as plaquetas vão actuar no local da ruptura, criando um coágulo

Peso no peitoNáuseas ou vómitosSuores friosDor que irradia para as costas

SINTOMAS PRINCIPAIS

O colesterol é uma substância natural produzida em grande parte pelo fígado e presente em todas as células do corpo. Em quantidades normais é fundamental: ajuda na digestão das gorduras e entra na constituição das hormonas sexuais e das membranas das

células. O LDL é conhecido como mau colesterol, visto que oxida e se deposita nas paredes das artérias. Já o HDL ajuda a remover o LDL do sangue e das paredes das artériase pode ser aumentado com exercício físicoe uma alimentação diversificada

Pressão exercida pelo fluxo sanguíneo nas artérias

É a pressão medida quando o ventrículo esquerdo bombeia o sangue para o resto do corpo

Sistólica ou “máxima”

Pressão medida quando o coração relaxa, permitindo a entrada do sangue das aurículas para o ventrículo esquerdo

Diastólica ou “mínima”

31.528

Em 2013, foram submetidos 3524 doentes à angioplastia primária, o melhor tratamento para o enfarte agudo do miocárdio. Não é indicadapara todos os doentes.

Valores “normais”Até 14 na máxima e 9 na mínima

Página 23

A24

Tiragem: 8000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 28

Cores: Preto e Branco

Área: 10,94 x 26,85 cm²

Corte: 1 de 1ID: 59543234 02-06-2015

A doença inflamatória intestinal caracteriza-se por uma inflama-ção intestinal crónica, sendo subdividida em Doença de Crohn eColite Ulcerosa.

A Doença de Crohn é uma inflamação crónica que pode afetarqualquer parte do tubo digestivo. Atinge com mais frequência ointestino delgado no seu segmento terminal, o íleo. A doença ge-ralmente tem períodos de surto e remissão.

Os sintomas são vários uma vez que pode afetar qualquer partedo tubo digestivo. Os mais frequentes são diarreia, dor abdominale perda de peso. Pode haver também dores nas articulações e le-sões na pele. Na região perianal, pode surgir fissuras, fístulas(aberturas anormais do intestino na superfície da pele, perto doânus) e abcessos.

A Colite Ulcerosa afeta a camada interna (mucosa) que reveste ointestino grosso (cólon), apresentando-se com inflamação e úlce-ras que podem causar perdas de sangue e muco. Tem períodos desurtos e remissão em que a doença fica adormecida.

A sintomatologia passa por dejeções diarreicas, com sangue, có-licas abdominais e urgência para defecar. Pode também haverqueixas de dor nas articulações e lesões na pele.

A origem desta patologia ainda não está totalmente esclarecidamas pensa-se que estão presentes componentes genéticos e am-bientais.

Para o diagnóstico desta doença efectuam-se exames de sanguee colonoscopia com biópsia das áreas suspeitas. Pode ser necessá-rio realizar outros exames consoante as queixas do doente.

O tratamento passa por medicação que permite diminuir a infla-mação do intestino. Existem diferentes tipos de medicamentossendo selecionados consoante os sintomas e a agressividade dadoença.

Apesar de se tratar de uma doença crónica com surtos e remis-sões esta é controlada através da medicação sendo a cirurgia dire-cionada para os casos mais graves.

* Interna MGF – USF O Basto

DOENÇA INFLAMATÓRIAINTESTINAL

VOZ À SAÚDE | FÁTIMA COSTA*

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A25

Tiragem: 36557

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 41

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Corte: 1 de 1ID: 59541134 02-06-2015

A solução fácil: matar o mensageiro

José Vítor Malheiros

Ninguém gosta de trabalhar numa

organização que é acusada de ser

sede de actos de corrupção, ainda

que sejam “de pequena escala”.

Menos ainda quando se diz que

esses actos não são esporádicos,

mas, pelo contrário, “permeiam

toda a instituição”. É natural. Mas,

quando surgem acusações desse

tipo à luz do dia, seria também

natural que os dirigentes da instituição em

causa tentassem averiguar da sua veracidade

e recolher o máximo de informação, para

poder confi rmar ou desmentir a acusação e

resolver os problemas detectados.

Não foi essa a atitude que entendeu ter

o conselho de administração do Centro

Hospitalar de Lisboa Norte, de que fazem

parte os hospitais Pulido Valente e Santa

Maria, quando, na semana passada, foram

publicadas notícias sobre um estudo realizado

para a Fundação Francisco Manuel dos

Santos que punha em causa o funcionamento

do Hospital de Santa Maria e o acusava

de ser palco de actos do género e de estar

sob a infl uência de “uma teia de lealdades

ideológicas associadas a partidos políticos, a

lojas maçónicas e a organizações católicas”.

O conselho de administração, pela boca

do seu presidente, Carlos Martins, disse

aos media ter recebido estas notícias com

“surpresa e indignação” e esclareceu que

não descartava a hipótese de processar a

Fundação Francisco Manuel dos Santos pelo

teor do estudo, da autoria dos investigadores

Alejandro Portes, da Universidade de

Princeton, e M. Margarida Marques, da

Universidade Nova de Lisboa.

Carlos Martins lamentou que “se coloque

em causa, perante um país, uma instituição

com 60 anos”, como se a idade de uma

organização a devesse de alguma forma

isentar de escrutínio ou lhe concedesse

qualquer tipo de privilégio, e terminou

insinuando que as críticas ao hospital pelo

qual é responsável se poderiam inserir numa

campanha política devida ao “momento

politicamente mais quente que o normal”

que vivemos neste ano de eleições ou a uma

campanha interna devido às eleições para a

direcção da Faculdade de Medicina.

O administrador poderia ter-nos dado

algumas informações relevantes. Poderia

ter-nos dito quantas queixas de corrupção

ou de irregularidades foram investigadas

e concluídas nos últimos anos, quantas

sanções foram aplicadas e a quem, que tipo

de procedimentos de controlo e auditoria

foram adoptados nos últimos anos para os

concursos de aquisição de equipamento,

de promoção ou

de contratação

de pessoal e com

que resultados,

etc. Mas, sobre a

matéria substantiva,

o administrador

preferiu nada dizer.

A referência aos

60 anos de vida do

Santa Maria poderia

ter algum sentido

se, ao longo desse

tempo de vida, a

instituição tivesse

sido regularmente

submetida a

rigorosas avaliações

por entidades

idóneas, sempre com

excelentes resultados

ao nível do desempenho clínico, fi nanceiro e

ético e este estudo viesse agora contradizer

todos os anteriores. Aí, o administrador

teria razão para se declarar surpreendido.

Mas essa não é a realidade. Pelo contrário,

o Hospital de Santa Maria sempre tem sido

referido como estando envolvido numa teia

de corrupção, pequena, média ou grande,

que tem resistido a diferentes tentativas

para a destruir. O Hospital de Santa Maria é

aquele hospital que, há alguns anos, mereceu

uma menção pública do ministro da Saúde

a ameaças feitas à integridade física de um

administrador e da sua família devido às

suas tentativas para romper com essa teia de

interesses e infl uências.

Mais: o anterior director clínico do

hospital, Miguel Oliveira e Silva, demitiu-

se há meses e apresentou queixas às

autoridades (ainda não investigadas) devido

a irregularidades na compra de material e

na realização de obras no hospital. “Não

estou surpreendido com as conclusões deste

estudo”, foi o seu comentário.

Mais ainda: confrontado com as

declarações constantes neste estudo, o

bastonário da Ordem dos Médicos declarou:

“Tenho dúvidas de que nos outros hospitais

[a situação] seja substancialmente diferente.”

E mais ainda: Adalberto Campos

Fernandes, que foi presidente do conselho

de admnistração do Santa Maria até 2009,

a quem foi pedido um comentário, quis

apenas declarar-se “solidário com os 95% de

trabalhadores da unidade” que considerou

idóneos.

Ou seja: existem razões para considerar

que a situação no Hospital de Santa Maria,

apesar de poder ser melhor que há dez

anos, é ainda profundamente malsã, que

existem inefi ciências e injustiças no seu

funcionamento, corrupção, privilégios de

grupos e infl uências indevidas de interesses

privados.

E é infeliz que, perante essas razões, o

seu responsável máximo pretenda matar o

mensageiro.

Finalmente, é igualmente infeliz que,

perante a polémica, a Universidade Nova de

Lisboa tenha querido vir a público afi rmar

que o “estudo é da exclusiva responsabilidade

dos investigadores envolvidos e não refl ecte a

posição institucional [daquela] universidade”.

Por um lado, trata-se de declarar o óbvio.

Mas quando uma universidade faz questão,

à cautela, de se dessolidarizar de um

investigador que pode ter pisados alguns

calos, isso não diz bem do seu carácter. Os

hospitais merecem melhores dirigentes e as

universidades também.

[email protected] à terça-feira

Os hospitais merecem melhores dirigentes e as universidades também

Página 25

A26

Tiragem: 36557

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 42

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Área: 25,70 x 30,68 cm²

Corte: 1 de 1ID: 59541138 02-06-2015

ENRIC VIVES-RUBIO

O que a morte de John Nash nos ensina sobre a esquizofrenia

Foi com imensa tristeza que

tive conhecimento da morte

recente de John Nash. John

Nash foi em todos os momentos

da sua carreira “uma mente

brilhante”, o título perfeito para

o fi lme baseado na sua vida. Foi

desde cedo evidente que o seu

intelecto era superior, de que é

exemplo a carta de referência que

apresentou no acesso à universidade, onde

um professor seu apenas escreveu: “Este

homem é um génio!”. Aos 21 anos, entrega

a sua tese de doutoramento em Princeton,

um manuscrito de 27 páginas e apenas uma

referência bibliográfi ca. Esta dissertação,

contendo alguns dos princípios matemáticos

da teoria dos jogos, está na base do Prémio

Nobel que lhe é atribuído em 1994.

Após o doutoramento, seguem-se dez

anos de intensa actividade profi ssional,

sendo descrito num artigo, em Julho de

1958, como uma estrela ascendente na área

da matemática. No entanto, meses após

esse artigo, surgem os primeiros sintomas

de doença e, aos 31 anos, é diagnosticado

com esquizofrenia. Os 20 anos que se

seguem são caracterizados por sintomas

psicóticos graves, tais como delírios de

perseguição e alucinações auditivas,

múltiplos internamentos e um infi ndável

número de tratamentos. Durante estes 20

anos perde o emprego, os amigos, a mulher

e torna-se uma sombra do que foi. Somente

aos 55 anos, e de uma forma muito gradual,

se vêem os primeiros sinais de recuperação.

Deixa de se isolar, retoma o contacto com

velhas amizades e colegas de trabalho, e

lentamente retoma uma vida profi ssional

longamente amputada.

Em muitos aspectos, a história de John

Nash é semelhante à de milhares de outras

pessoas afectadas por esta doença. No en-

tanto, por razões que passo a citar, e não

simplesmente por estarmos a falar de um

prémio Nobel, esta é também muito parti-

cular.

Em primeiro lugar, o impacto da doença

na vida profi ssional e pessoal. Apesar de ser

um génio matemático, John Nash não só não

publica mais nenhum artigo científi co após

o diagnóstico, como não obtém nenhuma

posição académica ou profi ssional. Esta

alteração abrupta na sua carreira é a

consequência de muitos factores, tais como

a gravidade dos sintomas, os múltiplos

internamentos, os efeitos secundários da

medicação, mas também devido aos defi cits

cognitivos que são característicos da própria

doença. De forma semelhante, ainda hoje

em dia apenas 10 a 20% dos doentes com

esquizofrenia têm um emprego estável,

e a taxa de empregabilidade tem vindo a

diminuir nos últimos 50 anos. Este declínio

é secundário

a factores não

directamente

relacionados com

a doença, como

as condições de

mercado, exigências

laborais, ausência

de políticas de

integração, entre

outros. A realidade

é que em 60 anos

nada avançámos.

O impacto da

doença na vida

pessoal também

é marcado, e John

Nash e Alicia acabam

por se divorciar

em 1963. De forma

semelhante,

actualmente menos

de 30% dos doentes

mantêm uma relação afectiva estável ou

estão casados. E mesmo entre aqueles

casados a taxa de divórcio é superior à da

restante população.

É a partir daqui que a vida de John Nash

nos ensina algo. Não obstante a ausência de

um emprego formal em Princeton, nunca

lhe foi recusado o acesso à universidade,

sendo frequente durante os anos de doença

vê-lo a vaguear pelo campus universitário e a

frequentar as suas instalações.

Os seus antigos colegas também não o

O percurso clínico de John Nash é uma candeia de esperança para todos os doentes

Médico psiquiatra, senior clinical fellow, Faculty of Medicine, Imperial College, London, e honorary clinical lecturer, King´s College, London

rejeitam, convidando-o a frequentar os seus

seminários, dando-lhe pequenos trabalhos

e apoiando-o fi nanceiramente. Já numa fase

posterior, ajudam a persuadir aqueles que

achavam que o prémio Nobel não deveria

ser dado a alguém com uma doença mental

grave. A própria Universidade de Princeton

contribui para este processo, criando uma

posição académica para John Nash, evitando

que um prémio Nobel fosse dado a um

desempregado.

Por seu lado, Alicia continuou a tratar de

John Nash ao longo dos anos, nunca se tendo

verdadeiramente afastado. Com o passar dos

anos foram-se novamente aproximando e

em 2001 casam de novo, renovando os votos

efectuados mais de 40 anos antes.

O curso da sua doença também

nos mostra que, ao contrário do que

popularmente se imagina, o prognóstico não

é uniformemente mau.

A esquizofrenia é uma doença complexa

e muito heterogénea no seu prognóstico.

Assim, enquanto alguns doentes

apresentam uma doença caracterizada por

múltiplos surtos psicóticos e internamentos,

outros respondem bem à terapêutica, e

aproximadamente 20 a 40% dos doentes

atingem inclusivamente a completa

remissão dos sintomas.

O percurso clínico de John Nash é, pois,

uma candeia de esperança para todos os

doentes. Apesar de um início caracterizado

por sintomas graves, a realidade é que

lentamente estes se foram reduzindo,

Debate SaúdeTiago Reis Marques

culminando quer na recuperação clínica,

quer no funcionamento pessoal, social e

profi ssional.

John Nash morre aos 86 anos num

estúpido acidente de automóvel. Com

uma esperança média de vida nos EUA

de 79 anos, John Nash neste ponto estava

em vantagem em relação ao comum dos

mortais. Infelizmente, esta é uma excepção

à regra. A redução da esperança média

de vida na esquizofrenia é de cerca de

20 anos — igual à existente nos anos 30,

ainda antes da introdução da penicilina.

Muitos factores contribuem para esta

redução, nomeadamente as doenças

cardiovasculares, em resultado da ausência

de exercício físico, tabagismo — 90% dos

doentes fumam — e problemas metabólicos.

No entanto, cerca de 10% dos doentes

encontram no suicídio a sua causa de morte.

Será fundamental que os sistemas de saúde

encontrem forma de reduzir este gap na

mortalidade e que possamos devolver aos

doentes os anos de vida perdidos.

Por fi m, a última lição é indirecta, ao

observarmos a vida do seu fi lho mais velho:

John Charles Nash. Este do seu pai herdou

o primeiro nome, a capacidade matemática

— disciplina onde obteve um doutoramento

— mas também a doença.

Esta trágica situação relembra-

nos do contributo dos factores

genéticos na esquizofrenia. Em termos

epidemiológicos, a existência de um

progenitor com esta doença aumenta o

risco em aproximadamente 10 a 15% na sua

descendência, quando comparado com a

restante população sem história familiar.

Em 1988, em plena epidemia do HIV,

um editorial na revista Nature afi rmava: “A

esquizofrenia é provavelmente a pior doença

que afecta a humanidade...”

É minha convicção que, quase 30 anos

depois, esta frase ainda é verdadeira, e a vida

de John Nash é uma luz sobre os problemas

com que nos debatemos.

É nosso dever, enquanto cidadãos, reduzir

a discriminação, o estigma e a intolerância

associados à doença mental. Este esforço

comum deve envolver as famílias e

associações de doentes, mas também

os serviços clínicos e a comunidade. No

entanto, um maior investimento público na

saúde mental, quer na vertente clínica, quer

na investigação, é fundamental. Por cada

dólar que se gasta em investigação, menos

de 1% é destinado à esquizofrenia e a outras

doenças mentais graves!

Uma vez, ao refl etir sobre a sua doença,

John Nash referiu: “In madness, I thought I

was the most important person in the world”.

A realidade é que era!

Descanse em paz, professor Nash.

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