reabilitação urbana vale 38 mil milhões de euros€¦ · sa em causa. nesta fase 1, o apoio é...

48
Presidente da Aiccopn prevê criação de 110 mil postos de trabalho Reabilitação urbana vale 38 mil milhões de euros Págs. 4 e 5 TAXA MÉDIA DE APROVAÇÃO FOI DE 5% Instrumento PME recebeu 70 candidaturas de empresas portuguesas Pág. 5 MERCADOS Sonae Sierra confirma sinais de retoma da economia Págs. 36 e 37 AUTOMÓVEL Nissan com o melhor ano do século em Portugal Pág. 46 FISCALIDADE Novo Código Fiscal permitirá duplicar o investimento em três anos Pág. 28 HOSPITAIS Trofa Saúde inaugura hospitais em Braga e Gaia e estuda o Porto e Angola Pág. 24 FARMÁCIAS Uso responsável do medicamento permitiria poupar 370 mil milhões Pág. 25 TECNOLOGIAS Jaime Quesado defende “Estado inteligente” onde uso das tecnologias é fundamental Págs. 32 e 33 AGROALIMENTAR Frulact reforça em África e inaugura segunda fábrica em Marrocos Pág. 19 VITIVINICULTURA Viticultores com preços estáveis na região dos vinhos verdes Pág. 27 MOBILÁRIO Nautilus aposta no mercado angolano Pág. 30 Nº 1557 / 26 de setembro 2014 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa PUB www.sage.pt 9 720972 000037 01557 PUB PAULO VAZ, DIRETOR-GERAL DA ATP, EM ENTREVISTA Têxtil e vestuário português otimista em relação ao futuro Pág. 7 AIMMAP Franchising Luxos & Números NESTA EDIÇÃO Porto é o “bom aluno” do rent-a-car português Págs. 45 e 46

Upload: others

Post on 24-Oct-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Presidente da Aiccopn prevê criação de 110 mil postos de trabalho

    Reabilitação urbana vale 38 mil milhões de euros

    Págs. 4 e 5

    TAXA MÉDIA DE APROVAÇÃO FOI DE 5%

    Instrumento PME recebeu 70 candidaturas de empresas

    portuguesas Pág. 5

    MERCADOSSonae Sierra confi rma sinais de retoma da economia

    Págs. 36 e 37

    AUTOMÓVELNissan com o melhor ano do século em Portugal

    Pág. 46

    FISCALIDADENovo Código Fiscal permitirá duplicar o investimento em três anos

    Pág. 28

    HOSPITAISTrofa Saúde inaugura hospitais em Braga e Gaia e estuda o Porto e Angola

    Pág. 24

    FARMÁCIASUso responsável do medicamento permitiria poupar 370 mil milhões

    Pág. 25

    TECNOLOGIASJaime Quesado defende “Estado inteligente” onde uso das tecnologias é fundamental

    Págs. 32 e 33

    AGROALIMENTARFrulact reforça em África e inaugura segunda fábrica em Marrocos

    Pág. 19

    VITIVINICULTURAViticultores com preços estáveis na região dos vinhos verdes

    Pág. 27

    MOBILÁRIONautilus aposta no mercado angolano

    Pág. 30

    Nº 1557 / 26 de setembro 2014 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

    www.vidaeconomica.pt

    DIRETORJoão Peixoto de Sousa

    PUB

    www.sage.pt9 720972 000037

    0 1 5 5 7

    PUB

    PAULO VAZ, DIRETOR-GERAL DA ATP, EM ENTREVISTA

    Têxtil e vestuário português otimista

    em relação ao futuroPág. 7

    AIMMAPFranchisingLuxos & Números

    NESTA EDIÇÃO

    Porto é o “bom aluno” do rent-a-car português

    Págs. 45 e 46

  • 2 SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014

    ABERTURA

    Top da semana

    THE WALL STREET JOURNALEstratégia do BCE sofre primeiro revésA campanha do Banco Central Europeu para reanimar a economia da Zona Euro e lutar contra a inflação, através do aumento do seu balanço, teve um começo dececionante, na perspetiva da maioria dos analistas.Os bancos ficaram com apenas 82,6 mil milhões de euros de créditos bancários baratos a quatro anos, com os quais o BCE pretende fomentar o crédito às empresas, um valor muito inferior às expetativas.

    EXPANSIÓNCustos laborais sobem na OCDEOs custos laborais unitários na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) registaram um aumento de meio ponto percentual, no último trimestre

    do ano passado. No conjunto da Zona Euro, esses custos desceram 0,4%, sobretudo devido ao aumento das compensações por unidade laboral e à quebra da produtividade.Destaque para a forte descida de 1,7% na Grécia, devido à décima descida consecutiva das compensações e ao aumento da produtividade.

    LES ECHOSZona Euro deixa “fugir” capitaisA Zona Euro registou saídas líquidas de capitais no valor de 17,3 mil milhões de euros, no passado mês de julho. Em junho, tinham-se verificado entradas líquidas de 26,2 mil milhões, de acordo com dados do Banco Central Europeu.A inflação, entretanto, fixou-se em 0,4%, em agosto, enquanto as exportações aceleraram 3%, em julho. Também houve um aumento mais rápido do que o previsto do lado da produção industrial.

    ImprensaEM REVISTA

    Atualidade .................Pág. 09Cortiça valoriza preço médio dos vinhos “premium”

    Internacional .............Pág. 14G20 adota medidas adicionais contra o desemprego jovem

    Franchising ............... Pág. 18Responsabilidade de cônjuges e avalistas no PER de pessoas singulares

    Negócios e Empresas Pág. 19Frulact reforça em África e inaugura segunda fábrica em Marrocos

    Negócios e Empresas Pág. 23A prorrogação do contrato de concessão de serviços públicos

    Empresas Familiares Pág. 27Viticultores com preços estáveis na região dos vinhos verdes

    Angola .......................Pág. 30Nautilus aposta no mercado angolano

    Turismo ..................... Pág. 34Negócios, congressos e incentivos no centro da estratégia do Porto

    Automóvel .................Pág. 46Nissan com o melhor ano do século em Portugal

    Nesta edição

    07AtualidadeTêxtil e vestuário português está otimista quanto ao futuro

    34 Turismo Preços da hotelaria nacional desfasados da qualidade da oferta

    31 AutomóvelPorto é o “bom aluno” do rent-a-car português

    Humor económico

    EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTOvidaeconomica.pt; PUBLICIDADE LISBOA -nomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP,

    TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

    4000 Município (Porto) TAXA PAGA

    R

    MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

    Vamos sabendo o que se passa no mundo por uma comunicação social que não se ocupa senão do que é a espuma dos dias, a superfície das dinâmicas sociais, a torpeza da política caseira. Creio, também, que a generalidade dos portugueses, massacrados pela austeridade irracional – há austeridade boa e necessária! – e dominados subtilmente pelo medo que se instalou na sociedade em decomposição que é a nossa, também não quererá saber de mais nada, ou não poderá, mesmo que o quisesse.

    A Crimeia, anexada por Putin, dono da nova Rússia colonial, é coisa longínqua e nada temos a ver com a geopolítica inerente a esse crime. O Afeganistão é ainda mais longe. Certo que a Síria já é mais perto, mas isso tem a ver com o “Estado Islâmico” (E.I.), talvez a Al-Qaeda, e diz respeito, pois, aos americanos, tal como o que se passa no Iraque. As células terroristas do E.I. que se vêm instalando na Europa nada querem connosco e não é por um punhado de jovens portugueses terem a elas aderido que não vamos dormir. De

    igual modo, o referendo na Escócia e o eventual na Catalunha não têm relevância neste hipócrito otimismo panglóssico em que vivemos anestesiados.

    Vem aí dinheiro fresco da Europa comunitária, não vem? É deixar andar…

    Neste engano de alma, é, pois, minimizado o real “choque de civilizações” que alastra mundo fora, bem como o abismo à borda do qual a Europa (UE) se encontra, hesitante entre nacionalismos (cada vez mais poderosos) e europeísmo (cada vez menos relevante). Acresce que os Estados-nação, realidade internacional que nos habituámos a ver como estruturantes do tempo e do espaço, estão em causa, cedendo perante fenómenos globais novos. Assim, é já evidente e notório o enfraquecimento ou a relativização dos poderes estaduais e o crescente alargamento de um outro espaço vazio de normas, sem ética política e que vilipendia a dignidade humana. É a crise do Estado soberano que se anuncia e concretiza mesmo, aqui e ali.

    Nada disto nos é estranho e, pelo contrário, há-de influir profundamente

    no nosso destino. Por isso se justificaria equacionar estas questões, colocar hipóteses de solução para o dia D e traçar uma estratégia de defesa nacional conveniente.

    Num livro recente – “The Fourth Revolution, The Global Race to Reinvent the State”, The Penguin Press, New York, 2014, John Micklethwait e Adrian Wooldridge mostram como, mesmo sem o sentirmos, as problemáticas e, sobretudo, as formas de governação estão sibilinamente a mudar, correndo o Ocidente o risco sério de passar ao lado dessa revolução e de ficar para trás.

    Que o Estado social já, em muitos casos, se tornou uma memória, ninguém o ignorará. Mas é, agora, também o Estado-nação, entidade política, que está em crise acentuada.

    O que o futuro nos reserva depende de tantos factores que não se poderá adivinhar. Mas poderá prospectivar-se. Talvez, nesse itinerário, o país que somos venha a ocupar, na cena internacional, um outro, decisivo papel.

    Valerá a pena pensar nestas coisas.

    A noite está grávidaMesmo sem o sentirmos, as problemáticas e, sobretudo, as formas de governação estão sibilinamente a mudar.

    Causas do dia a diaANTÓNIO VILAR [email protected]

    RUI MOREIRA

    A agência de notação financeira Fitch elevou a perspetiva da cidade do Porto de “negativa”

    para “positiva”. Uma boa notícia que revela que o presidente da câmara tem a dívida sob controlo. Ou seja, a cidade apresenta menos riscos, com Moreira a fazer um esforço para evitar a despesa descontrolada. Isto numa altura em que o Porto está na moda e os empresários de todas as áreas de atividade agradecem. Moreira está consciente que os populismos são negativos quando se fazem as contas.

    PAULA TEIXEIRA DA CRUZ

    Fica sempre bem a um político pedir desculpa quando as coisas

    correm mal. A ministra da Justiça sabe disso e reagiu com um pedido formal, no âmbito do não funcionamento do Citius. Mas não é menos verdade que a governante deveria ter reagido bastante mais cedo. O que se passado não é admissível num país democrático e que se quer transparente. Não se pode exigir dos cidadãos quando o Estado não cumpre os seus deveres. Resta esperar que os advogados possam cumprir as suas obrigações.

    VÍTOR BENTO

    Agora com os tempos mais calmos, o anterior responsável do Novo

    Banco poderia esclarecer os Portugueses sobre o que realmente se passou. Muito criticado aquando da sua saída, devido às consequências da mesma para a economia e do setor financeiro do país, nem por isso Vítor Bento decidiu falar sobre as razões da sua demissão. Nem sequer perante a Assembleia da República. E esse era o seu dever, já que a sua indigitação foi, em ampla medida, o resultado de um processo político. Vítor Banco sai com uma imagem nada simpática de todo este caso e por vontade própria.

  • A Stab Vida foi a única empresa portuguesa a conseguir aprovação para o seu projeto na primeira fase de candidaturas ao Instrumen-to PME que integra o Horizonte 2020.

    Até ao final de junho um total de 70 PME portuguesas formalizaram a candidatura, com a apresentação de projeto de produtos e serviços inovadores. Para Alexandre Mar-ques, um dos responsáveis pelo Ga-binete de Promoção do Programa Quadro de ID&T, o número de candidaturas portuguesas foi ele-vado, mas a taxa de aprovação foi baixa em comparação com os ou-tros países.

    O GPQQ estimava uma taxa de aprovação de 10%. Mas, os resul-tados anunciados pela Comissão Europeia revelam uma taxa média de aprovação de 5%, que variou em função dos setores de atividade en-tre os 3% e os 20%.

    No caso do nosso país, a taxa de aprovação ficou abaixo de 1,5%, já que foi contemplada apenas uma das 70 candidaturas apresentadas.

    Para Alexandre Marques, a taxa reduzida de aprovações deve-se á elevada competitividade. Segundo referiu à “Vida Económica”, entre as candidaturas portuguesas apre-sentadas, houve quatro projetos que obtiveram uma classificação de

    13 numa escala de 0 a 15, devendo ser consideradas como excelentes apesar de não terem sido contem-pladas com o apoio.

    Os projetos de inovação no setor da saúde tiveram as taxas de aprova-ção mais elevadas.

    A Stab Vida desenvolve a sua atividade na biotecnologia, especia-lizando- se na tecnologia genética. O mercado dos testes genéticos está em crescimento utilizando a sequenciação para o diagnóstico e tratamento de doenças.

    Processo de candidatura simples

    O Instrumento PME foi intro-duzido no Programa Horizonte 2020 com o objetivo de estimular a participação das PME em proje-tos de inovadores e evitar a concen-tração dos apoios nos projetos das grandes empresas.

    O processo de candidatura é extremamente simples, com um máximo de 10 páginas onde a em-presa descreve a falha de mercado, ou seja, o espaço existente na oferta do produto ou serviço em causa, o impacto em termos de mercado, e o efeito para o crescimento da empre-sa em causa.

    Nesta fase 1, o apoio é igual para todas as empresas com projetos

    aprovados: 50 mil euros, sem justi-ficação financeira.

    Segue-se a fase 2, tendo em vista a preparação do projeto, onde as empresas podem obter um apoio entre 500 mil e 2,5 milhões de eu-ros, de acordo com as despesas que forem consideradas elegíveis.

    A simplificação dos processos de candidatura, a par de um maior acesso por parte das PME foi uma vertente introduzida no Horizon-te 2020, no âmbito do trabalho desenvolvida por Maria da Graça Carvalho, no Parlamento Europeu, como relatora do Programa Especí-

    fico de Execução. Sem este processo de candidatura

    simplificado, as PME teriam que preparar candidaturas complexas e dispendiosas, que na maioria dos casos não seriam aprovadas, envol-vendo um custo significativo na preparação dos projetos.

    A simplificação também facilitao processo de análise e aprovação. Os projetos decididos em setembro referem-se a candidaturas apresen-tadas até junho passado.

    O Instrumento PME funcionade forma contínua, desde o seu ar-ranque em abril passado.

    TAXA MÉDIA DE APROVAÇÃO FOI DE 5%

    Instrumento PME recebeu 70 candidaturas de empresas portuguesas

    PUB

    ATUALIDADE

    SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014 3

    Qualidade dos projetos determinou maior seletividade nas aprovações

  • JOÃO LUÍS DE [email protected]

    Vida Económica - Face ao corte do investimento público e ao baixo volu-me de construção nova, a reabilitação será a alternativa para as empresas do setor?

    Manuel Reis Campos - Acho que du-rante muitos anos a reabilitação urbana foi tida como um caso de estudo. O diagnós-tico está feito. Hoje temos a consciência de que a reabilitação urbana deve ter um tratamento prioritário pelo efeito positivo que tem no emprego e nos sectores de ati-vidade: construção, comércio, turismo.

    Depois deste período negro para a construção e imobiliário que provocou o encerramento de 30 mil empresas e o desemprego de 225 mil trabalhadores, a reabilitação urbana é um grande desafio e uma prioridade nacional.

    É consensual em termos de sociedade e de partidos políticos que a reabilitação ganhou forma. Por outro, lado a Europa afirma-se neste sector, atribuindo uma grande importância à eficiência energéti-ca, a questão sísmica e à economia ver-de. Mas, a realidade é que Portugal está completamente desalinhado neste sector. A reabilitação em Portugal representa

    6,8% da construção enquanto na Europa representa 36,8%. A reabilitação atingiu um patamar que é muito importante.

    É uma prioridade que faz todo o sen-tido e é também uma oportunidade por-que vai de encontro aos incentivos que o Governo criou, neste caso bem, como os vistos gold, que já geraram ingressos de 970 milhões de euros. Dentro de um ano poderemos atingir 2000 milhões de euros, o que é muito importante para o imobiliário. A reabilitação urbana en-quadra-se também com o benefício fiscal para os não residentes que interessa a ci-dadãos de países como a França, Inglater-ra, Alemanha ou a Bélgica.

    VE - O turismo é o sector que mais dinamiza a reabilitação urbana?

    MRC - O turismo é neste momento uma realidade fantástica. Estou a falar do Porto, de Lisboa, do Algarve que são as re-giões onde esse fenómeno é mais expres-sivo. Hoje Portugal está na moda e está na frente em termos de crescimento do turismo. O Porto foi considerado pela se-gunda vez como o melhor destino turístico da Europa. A reabilitação ganha com este fenómeno que é o turismo. A construção ganha com o crescimento do turismo, mas o país também ganha.

    VE - A reabilitação pode criar novos postos de trabalho e fazer com que surjam novas empresas na constru-ção?

    MRC - Nós vimos dizendo que a re-abilitação pode criar rapidamente 110 mil postos de trabalho. O volume de negócios da reabilitação pode atingir 38 mil milhões de euros. O dinheiro que o Estado gasta com os desempregados faz com a reabilitação seja um imperativo. O Governo deve olhar para a reabilitação e para o emprego como dois aspectos que se encontram ligados.

    ATUALIDADE

    4 SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014

    PRESIDENTE DA AICCOPN PREVÊ CRIAÇÃO DE 110 MIL POSTOS DE TRABALHO

    Reabilitação urbana vale

    “ A reabilitação em Portugal representa 6,8% da construção enquanto na Europa representa 36,8%” – salienta Manuel Reis Campos.

    QREN ainda tem 2200 milhões disponíveis para o setor da construção

    “O imobiliário volta a ser uma fonte de rendimento e uma aplicação segura”, afirma Manuel Reis Campos. Em entrevista à “Vida Económica”, o presidente da Aiccopn – Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas destaca a reabilitação como prioridade pela capacidade de gerar emprego e de valorizar os imóveis. Segundo refere, o imobiliário em Portugal “é atrativo e apetecível”. A reabilitação está a ser impulsionada pelo turismo e pode inverter o período negro que nos últimos anos atingiu o setor da construção, com o encerramento de 30 mil empresas e a perda de 225 mil postos de trabalho.

  • VE - Admite que podemos iniciar um novo ciclo positivo para a construção e o imobiliário?

    MRC - Hoje o imobiliário português é atractivo e apetecível devendo estar entre as prioridades do Governo.

    Neste ano estamos a começar um novo quadro comunitário de apoio que é o Portugal 2020 mas por outro lado ain-da não completamos o QREN. Devia ter terminado em 2013, mas foi prolonga-do para 2014, ou mesmo 2015, faltando ainda executar 4200 milhões de euros. O sector da construção terá cerca de 2200 milhões, estando por aplicar essa verba.

    É ridículo que não sejam aproveita-dos estes fundos comunitários porque a comparticipação nacional é mínima. São dinheiros que na falta de aplicação se per-dem para o crescimento e o emprego.

    VE - Ainda existem demasiados obs-táculos legais à reabilitação, nomea-damente, dificuldade e lentidão para a obtenção das licenças?

    MRC - Sempre dissemos que a reabili-tação não seria possível sem um conjunto de regras. Primeiro a lei das rendas, de-pois o regime jurídico da reabilitação, o novo regime especial que é o Reru. Havia um conjunto de regras que dificultavam a reabilitação e impediam que fosse atrac-tiva.

    Mas as medidas foram tomadas. Neste momento o mais importante é dar aos proprietários a possibilidade de dispor de regimes específicos de financiamento.

    O compromisso assumido pelo Gover-no com a Confederação do sector inclui um programa de financiamento. Vão ser criados dois novos fundos e espero que proporcionem meios financeiros a quem quer reabilitar.

    A falta de meios financeirosé o único obstáculo á reabilitação

    VE - Considera que a reforma do ar-rendamento foi entre as várias reformas recentes a mais bem conseguida e com resultados mais concretos?

    MRC - Não, foi a reforma mais bem conseguida. Naturalmente, teve falhas. A reabilitação exige confiança porque é mais uma atividade dos operadores priva-dos do que das entidades públicas. Com os problemas dos bancos, gerou-se uma certa instabilidade nas pessoas quanto à aplicação dos dinheiros.

    O imobiliário volta a ser uma fonte de rendimento e uma aplicação segura. É importante que os programas de finan-ciamento existam e que correspondam aos interesses dos proprietários.

    Ganham todos e ganham os inquili-nos. Com o aumento dos imóveis para arrendamento aumenta a concorrência e a equidade e a tendência para o abai-xamento natural das rendas para preços mais razoáveis.

    VE - Considera que o reequilíbrio da economia depende da diminuição da dívida?

    MRC - De acordo com os dados que temos o valor do imobiliário português só na vertente habitacional é de 326 mil milhões de euros. É um valor substan-cialmente superior ao da dívida pública que tanto aflige o país e os políticos.

    Não há bolha imobiliária. Não hou-ve bolha imobiliária. Os imóveis estão a níveis nada de excesso. O imobiliário é apetecível e deve ser incrementado.

    Será importante um esforço do Go-verno e das entidades interessadas nadivulgação do imobiliário no exterior relativamente a todas as regiões do país e não apenas em relação a alguns locaisespecíficos.

    VE - A divisão que se estabelece entrebens transacionáveis e não transaccio-náveis – onde é incluído o imobiliário – continua a fazer sentido?

    MRC - Sempre defendemos que essa é uma perspetiva errada. Não sabemos quem classificou o imobiliário des-sa forma, sem ter a noção da realidade. Quando falamos da internacionalização do imobiliário há que ter em conta que o sector gera um volume de negóciosde 9100 milhões de euros. O que está a acontecer com os vistos gold mostra queesta classificação precisa de ser alterada. Não são só os bens de consumo ou deequipamento que se podem considerar transacionáveis. Este conceito errado éprejudicial ao país.

    VE - A sua associação vai continuar ater a sua principal fonte de financiamen-to nas quotas dos associados, apesar dadiminuição das empresas do sector?

    MRC - A Aiccopn vai continuar na-turalmente a ser a associação empresa-rial com maior número de associados dopaís. Tem tido estabilidade ao longo dotempo. É uma associação que procura irao encontro dos interesses dos seus asso-ciados.

    A atual direção procura defender os in-teresses dos associados que têm sido pe-nalizados pela austeridade e pelo exagero no corte do investimento. Os associados tiveram que se reajustar a uma nova re-alidade que é difícil com falta de obras.

    O problema tem sido de diminuiçãode investimento público e de dívidas ematraso.

    A associação seguirá o rumo que traçou de defesa intransigente dos associados dosector da construção e do imobiliário.

    38 mil milhões de euros

    ATUALIDADE

    SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014 5

    Maioria dos obstáculos legais à reabilitação foram removidos

    REIS CAMPOS CONTESTA ORIENTAÇÃO DO NOVO FUNDO DE APOIO MUNICIPALEmpresas fornecedoras perdem parte dos créditos sobre as autarquias

    O novo Fundo de Apoio Municipal, o novo instrumento para resolver a situação dos municípios sobre endividados prevê o perdão parcial de dívida ou de juros, sendo as perdas suportadas pelos credores onde se incluem as empresas de construção.O presidente da Aiccopn discorda desta orientação.“Há dias, quando foi aprovado o FAM – Fundo de Apoio Municipal , fomos confrontados com uma situação injustificável. Para sanear algumas autarquias em dificuldades foi aprovada uma lei que prevê uma solução à custa das empresas que trabalharam para essas autarquias.O Estado tem uma dívida de 390 milhões de euros às empresas de construção. Algumas autarquias pagam a tempo e horas e outras não. E agora tiveram o privilégio de impor às empresas condições de perdão de dívida, de perdão de juros e de dilatação dos prazos” . afirma.Segundo considera, este regime não faz nenhum sentido. “O Estado sempre pagou mal mas acabava por pagar” - acrescenta.Agora exige aos construtores que fizeram as obras a redução da dívida.O comportamento do Estado nunca foi esse. “O Estado nunca perdoou nem negociou com as empresas quando elas estão com

    problemas” – salienta o presidente da Aiccopn.É uma perda de confiança e um descrédito que o Estado provoca. Através de uma lei que é unilateral o Estado praticamente impõe às empresas que negoceiem com as câmaras a redução das dívidas.“É uma péssima lei para um Estado que pretende ser de Direito” - lamenta.

    Com o anterior o programa o PAEL, o Estado resolveu metade das dívidas das autarquias. Antes as autarquias deviam 900 milhões de euros e com esse programa foram pagos cerca de 450 milhões de dívidas em atraso.“Não concordamos com o novo programa que impõe de forma quase compulsiva que as empresas negoceiem a dívida com as câmaras” – conclui Reis Campos.

  • “A austeridade, apresentada pelos seus de-fensores apenas como um modelo económico de resposta à crise, corresponde, de facto, a um modelo de reforma política do Estado, a uma ideologia de contornos bem defi nidos” – afi r-ma António Sampaio da Nóvoa na nota in-trodutória ao livro “Política e Sociedade”, que acaba de ser lançado pela Vida Económica. A sessão de apresentação decorreu há dias na Bi-blioteca Almeida Garrett, tendo contado com intervenções de António Vilar e de Augusto Santos Silva.

    Neste livro, escrito pelo sociólogo António Casimiro Ferreira, é dado especial relevo ao debate sobre a austeridade. A questão não é, “simplesmente”, a contenção das despesas, a re-dução do défi ce ou o ajustamento entre o que produzimos e o que gastamos; a questão é bem mais funda e traduz o “novo espírito do capita-

    lismo fi nanceiro”. “Assim, a pergunta necessá-ria é a seguinte: e se não houvesse crise, seriam diferentes as políticas de quem nos governa? Ou seriam precisamente as mesmas?” – ques-tiona António Sampaio da Nóvoa.

    Para o autor do livro, a austeridade não é uma inevitabilidade, é uma política que se constitui numa forma e num padrão específi co de organizar a vida em sociedade. O objetivo assumido pelo autor foi «desarmar as práticas, as estratégias e as políticas fortes da austeridade, as quais, sob o desígnio do resgate da dívida nacional, têm intensifi cado a implementação do projeto político neoliberal, promovendo instituições políticas débeis, inefi cazes e des-qualifi cadas, cidadãos dependentes, pobres e destituídos de cidadania, e direitos de exceção que não respeitam os mais elementares prin-cípios do Estado de direito e da democracia».

    Através de diferentes ângulos, o autor ex-plica de que forma a dramatização da crise se destina a instaurar e legitimar políticas que, de outro modo, ninguém aceitaria. E cita Mia Couto: «há neste mundo mais medo de coisas más do que coisas más pro-priamente ditas».

    Para António Sampaio da Nóvoa, o autor volta sempre aos mesmos temas, a começar pela liberdade. Esclarece a forma como o poder económico capturou o poder político. Discute os desafi os que a globalização trouxe à demo-cracia. Debate as relações entre a liberdade e a

    igualdade. A cada passo, procura construir um pensamento crítico, que seja lugar de responsa-bilidade e de compromisso. “Política e Socieda-de” é um livro luminoso, claro, informado. A sua qualidade maior é alargar os horizontes do pensamento, abrir novas possibilidades, retirar--nos da asfi xia do “pensamento inevitável”.

    “ Escrito na melhor tradição universitária, dirige-se aos alunos, mas oferece-se também ao público em geral, mostrando-nos que, por vezes, os remédios prejudicam mais do que curam e que, por isso, «importa agora remediar os remédios” - refere.

    Estamos consigo há 20 anos.

    Juntos vamos Capitalizar a sua empresa. Abra rumo a uma visão mais empreendedora, repense novos mercados.

    Somos o seu parceiro de negócios na Gestão e no acompanhamento Internacional.

    Contacte: Apoio ao Investimento Gestão de Activos Gestão epósitos ancários In ormática de Gestão

    Av. Montevideu, 282 4150-516 PORTO – PORTUGAL

    Telefone: (+351) 226165220Fax: (+351) [email protected]

    WWW.PEDROARROJA:COM

    APRESENTAÇÃO DECORREU NA BIBLIOTECA ALMEIDA GARRETT

    Livro “Política e Sociedade” analisa ação social em tempo de austeridade

    Na sessão de apresentação intervieram António Vilar e Augusto Santos Silva, além do autor.

    Augusto Santos Silva e António Vilar com Serafi m Nunes.

    O novo livro de António Casimiro Ferreira foi apresentado na Biblioteca Almeida Garrett.

    Portuguesa Water Evolution lança 100 novos produtos na CersaieA portuguesa Water Evolution prepara-se para aumentar a sua oferta e Apresentar na Cersaie – Salone Internazionale della Ceramica per l’Architettura e dell’Arredobagno –, em Bolonhaa, entre os dias 22 e 26 de setembro, 100 novos produtos de design, que irão desde torneiras, ferragens, acessórios a móveis para banho. A empresa quer conquistar novos mercados, entre os quais China, Rússia, Turquia e países nórdicos, como a Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia.

    GTI organiza seminário em BragaVai decorrer na quinta-feira, 2 de outubro, em Braga, um seminário sobre empreendedorismo organizado pela GTI no âmbito da Semana Europeia das PME. O tema em análise será o crescimento económico e criação de emprego na Região do Minho. Na sessão de abertura o seminário conta com a presença do Presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, e o evento terá também representantes dos municípios de Guimarães e Vila Nova de Famalicão.

    ATUALIDADE

    6 SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014

  • A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal – ATP – organiza o XVI Fórum da Indústria Têxtil, onde apresenta o plano e a estratégia do setor para 2020. Paulo Vaz, diretor-geral da ATP, realça o facto de o setor já ter sido profundamente reestruturado – com clara subida na cadeia de valor, nos níveis de produtividade e no reforço da vocação exportadora – , na sequência da anterior abertura global e algo desregrada dos mercados e que, por isso, o impacto da recente crise económica e financeira, não foi agravado. Paulo Vaz considera que o setor continuará forte, com um volume de negócios da ordem dos 6,5 mil milhões de euros (cinco mil milhões originados nas exportações) e com um mais forte pendor empreendedor.

    ALBANO DE [email protected]

    Vida Económica – O ponto de partida deste novo Plano Estratégico assenta na constatação de que o setor têxtil e vestuá-rio nacional (STV) apresenta-se já profun-damente reestruturado?

    Paulo Vaz – Eu diria que as últimas décadas foram determinantes para configurar o que é hoje o perfil do setor. Assistimos há uns longos anos a um “boom” que teve muito a ver com a entrada na EFTA e com a adesão à então CEE, num quadro em que ainda vigorava o acordo multifibras que assegurava uma situação de proteção face aos demais concorrentes. Mas o que aconteceu posteriormente foi uma mu-dança de paradigma a partir do momento em que se opera o desmantelamento das barreiras alfandegárias quantitativas (quotas) a que se sucede a entrada da China na OMC. Fomos assim confrontados com uma abertura desre-grada dos mercados, facto muito penalizador para as empresas competiam quase exclusi-vamente pelo preço. Em termos temporais diria que os anos de 2004-2005 corporizam tal mudança, ou, melhor, tal choque. Muitas empresas que não estavam preparadas desa-pareceram. Felizmente, outras enfrentaram este choque focando os seus argumentos de venda não no preço, mas nos fatores de di-ferenciação assentes na evolução tecnológica, no design e na moda, na inovação e na pres-tação de serviços cada vez mais qualificados. Foi esta atitude determinada que está asso-ciada a uma grande reestruturação no STV, gerando mesmo alguns sinais sustentados de recuperação de empresas. Podemos mesmo constatar que a crise/choque determinada pela abertura dos mercados – 2004/2005 – teve um impacto bem maior que no caso da recente crise global despoletada em 2008, pois o impacto desta – face ao colapso do mercado interno – foi atenuado pelo facto de o tecido empresarial ter anteriormente feito a sua rees-truturação e reforçado a sua vocação exporta-dora.

    VE – Com uma forte vocação exporta-dora como caracteriza a atual situação do STV?

    PV – Entre 2010 e 2013, as exportações já conheceram razoáveis níveis de crescimento e em julho do ano em curso o crescimento anualizado ronda os 10%, podendo admitir--se um crescimento robusto para o conjunto do ano. Ainda não atingimos os valores má-ximos históricos das exportações – cinco mil milhões de euros –, mas estamos a aproximar--nos, rondando os 4,5 mil milhões de euros. É de salientar que este crescimento tem sido assegurado com muito menos empresas e trabalhadores, mas, em contrapartida, assen-te numa clara ascensão na cadeia de valor e em evidentes ganhos de produtividade e no próprio reconhecimento dum cluster natural – regionalmente concentrado – na área têxtil moda. Em suma, o STV soube reestruturar--se atempadamente para enfrentar novos de-safios, sendo agora um setor mais pequeno, mas relevante estrategicamente em termos da economia nacional.

    VE – Quais são, em síntese, os princi-pais pontos fortes e fracos do setor?

    PV – As conclusões da análise SWOT ex-pressas no relatório do Plano Estratégico são claras a este propósito. Com efeito, as vanta-gens competitivas do STV estão relacionadas diretamente com a qualidade, com o know--how na produção industrial, com a existên-cia de centros de competência que apoiam a engenharia do produto e nos colocam na linha da frente, com a penetração em nichos de mercado sofisticados, com a proximidade geográfica e cultural dos mercados e com a existência dum cluster natural – regionalmen-te concentrado – que sabe integrar de uma forma articulada os diversos fatores críticos da diferenciação. Quanto às fraquezas principais, têm a ver com três ordens de razões. Em pri-meiro lugar, a fraca capitalização das empresas, em segundo lugar o seu relativo subdimensio-

    namento e a necessidade de reforçar a valo-rização do capital humano para providenciar sustentadamente adequados saltos qualitati-vos. No que se refere à questão particular do subdimensionmento, deve ser salientado que, sob o ponto de vista da dimensão industrial, tal não constitui um obstáculo muito crítico, já que as empresas de menor dimensão até tendem a revelar maior flexibilidade. Mas o mesmo já não acontece no que toca à dita di-mensão comercial quando se trata do acesso a mercados mais amplos e diversificados, para cuja superação serão aconselháveis movimen-tos de fusão e de aquisição empresariais, bem como o reforço da cooperação entre empresas. Por sua vez, no domínio do nível de capita-lização, há que relevar a questão central do investimento. É que estamos a chegar a um período em que a capacidade instalada – que beneficiou logicamente de atualizações tecno-lógicas – começa a estar esgotada, pelo que se torna imprescindível mais investimento que também traga acréscimos de produtividade. Há vontade para investir, mas há dificuldade de acesso ao crédito bancário e desfasamento da entrada em vigor do novo quadro comuni-tário de apoio.

    VE – Que ameaças mais relevantes vai o STV enfrentar?

    PV – Quando se fala em grandes ameaças ao STV, tem sido normal identificá-las com a concorrência desregrada dos países asiáticos. Contudo, para algumas empresas e subse-tores, a situação já é de relativa indiferença. Creio que, a prazo, esta será a tendência ge-neralizada. Curiosamente, as ameaças mais relevantes têm a ver com o próprio contexto interno da nossa economia, designadamen-te: instabilidade, situações de controlo férreo por parte de entidades europeias, carga fiscal pouco amiga do investimento e do trabalho, rigidez da legislação laboral (pese embora devam ser reconhecidas as medidas de flexi-bilização já adotadas), sistema de justiça, in-

    suficiente fluidez dos fundos necessários para o financiamento das necessidades do fundo de maneio e do investimento das empresase, entre outras, elevado custo da energia (que no caso do STV supera o valor do custo com pessoal). Por tudo isto, teria sido importanteque o Banco de Fomento estivesse já a fun-cionar e que o QCA também estivesse a serimplementado, pois tal com certeza mitigariaos efeitos desfavoráveis no domínio do finan-ciamento às empresas.

    VE – E oportunidades?PV – Quanto às oportunidades, diria que

    há uma de caráter transversal que é a globali-zação (ela própria também uma ameaça), sen-do que a grande aposta deve estar focada nos mercados emergentes – mas não em todos – e na consolidação/fixação dos mercados clássi-cos, numa perspetiva de nicho exigindo maisvalor acrescentado. A vocação exportadorado setor é um garante da concretização desta oportunidade, direi, um verdadeiro motor.

    VE – Em termos de modelo de negócio, quais as grandes opções/ vias estratégicasnaturalmente adequadas às característi-cas de cada empresa?

    PV – As vias estratégicas assumidas no Pla-no Estratégico passam pelas marcas próprias, pela sofisticação tecnológica e pelo chamado“private label”. Elas não são, de facto, diferen-tes das já equacionadas em planos anteriores,mas não se trata dum mero “remake”, mas sim dum aperfeiçoamento/aprofundamento.O STV português é, com efeito, muito maisorientado para os negócios “business to busi-ness” (negócios entre empresas) do que para uma relação mais direta com o mercado con-sumidor do produto final. Não quero com istodizer que não existam bons casos de afirmação de marcas próprias, mas para tal são sempre exigidos avultados recursos financeiros, bem como tempo de maturação. Não vislumbro,pois, para esta via de desenvolvimento grandes condições para crescimento relevante, deven-do o seu peso relativo manter-se nos 20 a 25%do valor de negócios do setor. Onde se pers-petivam fortes níveis de crescimento é na áreados têxteis técnicos, entendidos como aqueles que evidenciam elevada tecnicidade e diversas funcionalidades específicas, quer o destinatá-rio esteja fora do STV (como saúde, desporto, agricultura construção) quer esteja dentro do próprio setor. Admite-se mesmo que os têx-teis técnicos venham a representar 30 a 35%dos negócios do STV. De realçar que para este crescimento continuam a contribuir centros de competências como o CITEVE e o CENTIN.Por sua vez, o “private label” continuará a ser ogrosso do perfil do nosso STV. Mas atenção, o“private label” que temos em Portugal é já alta-mente sofisticado, pois estamos a falar de em-presas que prestam serviços complexos a ou-tras, complementando a oferta dos produtos industriais. Admitimos que esta via represente cerca de 50% do volume de negócios do STV.

    PAULO VAZ, DIRETOR-GERAL DA ATP, EM ENTREVISTA

    Têxtil e vestuário português otimista em relação ao futuro

    ATUALIDADE

    SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014 7

    As ameaças mais relevantes têm a ver, segundo Paulo Vaz, com o próprio contexto do pais com incidência na fiscalidade, na legislação laboral, no acesso ao credito, no custo da energia e, entre outras, no sistema de justiça.

    Ainda não atingimos os valores máximos históricos das exportações – cinco mil milhões de euros –, mas estamos a aproximar-nos, rondando os 4,5 mil milhões de euros

  • A companhia espanhola Air Europa vai passar a ligar Madrid ao Porto com quatro voos diários durante a semana e dois voos diários aos fins de semana. Desta forma, a Air Europa disponibiliza uma ligação frequente entre o Porto e o Norte de Portugal e o “hub” de Madrid, garantindo ligações a outras capitais europeias e a destinos na América do Sul.

    Desta forma, os passageiros da região Norte vão ter preços e tempos de trajeto mais inte-ressantes para um conjunto de destinos, face à atual oferta que existe no mercado – disse José Minguez, à “Vida Económica”. O country manager em Portugal revelou que, com a ligação ao Porto, a Air Europa passa a ser a companhia com o tempo de trajeto mais curto para destinos como São Paulo ou Salvador da Bahia. A Air Europa vai ter uma tarifa promocional de J79,99 para bilhetes de ida e volta a Madrid. Com base na experi-ência das ligações diárias da Air Europa entre Lisboa e Madrid, José Minguez prevê que cerca de 70% dos passageiros que passam a utilizar a linha Porto-Madrid façam voos de ligação para ou-tros destinos, sendo a maioria destinos de longo curso fora da Europa.

    Porto-Madrid em Embraer 145

    Os voos diários entre Porto

    e Madrid vão ter início a 6 de Outubro com aviões Embraer 145 com 50 lugares. José Min-guez admite que dentro de algum tempo seja necessário aumentar o número de lugares disponíveis na

    ligação a Madrid.O horário dos voos está reparti-

    do durante o dia, de forma a garan-tir boa ligação ao “hub” de Madrid e também a conveniência para os passageiros que se deslocam à capi-tal espanhola ao início da manhã e regressam ao final da tarde. Os voos Porto-Madrid vão partir às 7h30, 11h10, 15h30 e 19h10.

    Aposta na América Latina Além da cobertura ampla das

    cidades espanholas, a Air Eu-ropa tem 9 destinos na União Europeia, que incluem Bruxelas, Frankfurt, Londres, Milão e Mu-

    nique. Em alguns dos destinos, a Air Europa passa a assegurar os melhores tempos de ligação a partir do Porto.

    A Air Europa expandiu-se para a América Latina, com vários destinos nas Caraíbas e também no Brasil, Venezuela, Argentina e Chile. Esta aposta deve-se aos fluxos turísticos para as Caraí-bas, beneficiando do movimento gerado pela Halcon Viagens, e também ao movimento que exis-te entre Espanha e os países da América do Sul.

    Aliança Skyteam abrange 1000 destinos

    A Air Europa está integrada na aliança Skyteam, que inclui 1000 destinos e mais de 15 000 voos em code-share. Nesta aliança es-tão grandes companhias, como a KLM, Air France a Delta.

    Através das Skyteam, os passa-geiros da Air Europa têm acesso a mais de 500 salas VIP no aero-portos em vários continentes.

    COMPANHIA AÉREA ESPANHOLA TEM INTERESSE NA COMPRA DA TAP

    Air Europa inicia voos para o Porto

    José Minguez antevê um aumento do número de turistas espanhóis que se deslocam a Portugal.

    A rede da Air Europa cobre 15 destinos no continente americano.

    ATUALIDADE

    8 SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014

    PUB

    Dia do Empresário vai ser celebrado em Milheirós – MaiaDebater novas ideias e encontrar novos caminhos para as PME é o objetivo do Dia do Empre-sário, que decorre no sábado, 27 de setembro, em Milheirós, na Maia. A iniciativa da Junta de Freguesia de Milheirós envolve um conjunto de intervenientes de vários setores de atividade e pretende estimular a iniciativa empresarial para ultrapassar a crise. O programa inclui a inter-venção de Paulo Ramalho, vereador da Câmara da Maia. A freguesia de Milheirós tem cinco mil habitantes, mas conta com 300 empresas que asseguram sete mil postos de trabalho.

    Salário mínimo sobe 4,1%O salário mínimo vai subir para 505 euros a partir de outubro. O acordo sobre este aumento, que al-tera pela primeira vez o valor do salário mínimo desde 2011, foi obtido entre o Governo, as confede-rações patronais e a UGT. O impacto efetivo do aumento será inferior aos 20 euros de diferença face ao atual salário mínimo atual porque o Governo vai descer a TSU a cargo das empresas em 0,75%. A descida da TSU incide apenas sobre os trabalhadores que recebem o salário mínimo e representa uma diminuição efetiva mensal de encargos de 3,78 euros sobre a nova remuneração bruta de J505.

    Grupo Globalia tem volume de negócios de 4000 milhões

    A Air Europa está integrada na Globalia, um dos maiores grupos espanhóis de viagens e turismo, que inclui a Halcon Viagens e a Travelplan, e apresenta um volume de negócios próximo dos 4000 milhões de euros. A companhia aérea foi comprada por Juan Hidalgo, presidente da Globalia, tendo sido a primeira empresa a quebrar o monopólio da Iberia nos voos domésticos.Apesar da crise económica, a Air Europa tem apresentado sempre resultados positivos, sendo a empresa do grupo Globalia que apresenta o maior volume de negócios e gera mais lucros.

    A Globalia assumiu o interesse pelo processo de privatização da TAP. Com a compra da companhia aérea portuguesa, a Air Europa passaria a ter uma presença significativa nas ligações ao continente africano e também voos para a América do Norte, além de reforçar consideravelmente a rede na Europa.A recessão teve reflexo ao nível da procura de viagens no mercado espanhol, mas a recuperação está em curso. Em 2014 regista-se um aumento de cerca de 10% nas vendas do grupo face ao ano anterior.

  • AutoClássico de 3 a 5 de outubro na Exponor

    ATUALIDADE

    SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014 9

    Zara vai acelerar reposição de stocksA Zara, marca detida pelo grupo espanhol Inditex, quer melhorar a gestão das suas lojas e ace-lerar a reposição do seu vestuário, através da instalação de um chip de identificação na roupa.Este sistema já é utilizado por outros concorrentes internacionais, sobretudo norte-america-nos. Trata-se de uma forma de acompanhar em tempo real a situação dos stocks, possibilitan-do a sua rápida reposição. A Zara pretende equipar cerca de mil das suas lojas com este siste-ma até ao final do ano.

    Grupo Carmo reforça posição em FrançaA Carmo France Structures en Bois, empresa do grupo português Carmo, vai construir os novos estabelecimentos de restauração de Courtepeille, a sugunda maior cadeia de restauran-tes em França. A Carmo é composta por um conjunto de dez empresas e tem a sua sede em Portugal, estando presente em vários setores de atividade. O conceito da Courtepeille passa por uma rede de restaurantes localizados ao longo das estradas nacionais, a caminho de des-tinos de férias.

    RETIFICAÇÃO

    O AutoClássico Porto regressa à Exponor entre os próximos dias 3 e 5 de outubro. Aquele que já se assume como um dos

    grandes eventos de clássicos da Península Ibérica deverá levar à Feira Internacional do Porto 30 mil pessoas. Além da exposição de clássicos, o evento terá o Motorshow, ligado à competição, e a expoMECÂNICA, dedicada ao pós-venda.Na última edição, a “Vida Económica” publicou, no suplemento ARAN (associação que é, aliás, um dos parceiros do evento), um especial sobre o AutoClássico. No entanto, a agenda que publicámos não foi a relativa a 2014, mas ao ano passado (todas as restantes informações contidas na reportagem estavam corretas). Com um pedido de desculpa aos leitores e à organização do AutoClássico Porto, publicamos agora a agenda de 2014.

    6ª FEIRA - DIA 315.00 Inauguração do AutoClássico 18.30 Chegada do Rally Targa Clube/AutoClássico (Itinerário de Concentração)

    SÁBADO – DIA 4 09.30 Partida do Passeio ACP CLÁSSICOS

    10.00Concentração PORSCHEConcentração MG 90 AnosConcentração BMW M

    10.30 Partida do Rally Targa Clube/AutoClássico11.00 Concentração LANCIA DELTA HF INTEGRALE12.00 Chegada do Passeio ACP CLÁSSICOS18.00 Chegada do Rally Targa Clube/AutoClássico

    DOMINGO DIA 511.00 Concentração FIAT 850 11.00 Partida do XIII Passeio de Clássicos Citroën – Grupo Filinto Mota13.00 Chegada do XIII Passeio de Clássicos Citroën – Grupo Filinto Mota

    DURANTE TODO O SALÃOExposição 30 anos do FERRARI TESTAROSSAExposição 50 anos do FIAT 850Exposição 50 anos do FORD MUSTANGExposição 60 anos do MERCEDES 300 SLExposição 80 anos do CITROËN TRACTIONExposição 90 anos da MGExposição 110 anos do nascimento da ROLLS ROYCEExposição Veículos MilitaresCertificação de viaturas clássicas pelo ACP CLÁSSICOS

    O AutoClássico Porto espera 30 mil visitantes.

    PUB

    MARC [email protected]

    Um estudo conduzido pela consultora AC Nielsen nos EUA refere que os vinhos de segmento alto que utilizam rolha de cortiça registam um preço médio de venda superior aos vinhos vedados com alternati-vas sintéticas, ao mesmo tempo que apre-sentam crescimento na quota de mercado.

    A análise da evolução de vendas do Top 100 de marcas premium nos EUA indica que, desde 2010, ano em que se iniciou o estudo, o preço médio dos vinhos com rolha de cortiça subiu 5,6%, para 12,99 dólares, um valor superior em 4,09 dólares (+46%) ao dos vinhos vedados com vedan-tes alternativos. Estes, por sua vez, regista-ram uma quebra de 4%. A conclusão da AC Nielsen é a de que a rolha de cortiça contribuiu para a valorização do vinho.

    Por outro lado, foi registado um cresci-mento de 30% na quota de mercado dos

    vinhos com rolha de cortiça, contra uma melhoria de 9% observada nos vinhos que utilizam com vedantes alternativos.

    Se analisadas as vendas anuais por mar-ca, regista-se um aumento de 7% nos vi-nhos com rolha de cortiça relativamente ao ano anterior, praticamente duplicando o crescimento global do Top 100 de mar-cas premium, na ordem dos 4%.

    O estudo selecionou as 100 maiores mar-cas de vinhos de mesa nacionais, de 750 ml, que apresentem maiores índices de ven-das nos últimos 12 meses. As marcas pre-mium são aquelas que, em média, custam mais de seis dólares por garrafa no período de 12 meses. A metodologia aplicada nas pesquisas da Nielsen incluiu todas as áreas metropolitanas dos EUA. Os resultados são relativos ao período de quatro semanas, que terminou em 16 de Agosto de 2014.

    Para Carlos Jesus, diretor de comuni-cação e marketing da corticeira Amorim,

    “estes números são encorajadores pois os EUA são um mercado muito relevante para o setor da cortiça e um importante definidor de tendências a nível internacio-nal. Sendo atualmente o maior mercado

    mundial consumidor de vinho, estes dados são ainda mais relevantes se tivermos emconta que os EUA apresentam um grande potencial de crescimento de consumo percapita”.

    Cortiça valoriza preço médio dos vinhos ‘premium’

    Preço médio 16/08/2014 17/08/2013 Diferença % Diferença

    Rolha de cortiça

    $ 12.99 $ 12.30 $ 0.69 5.6%

    Alternativos $ 8.90 $ 9.27 $ -0,37 - 4.0%

    Evolução do preço médio de venda do TOP 100 de marcas premium de vinho, entre Agosto de 2013 e Agosto de 2014. Fonte: AC Nielsen

  • A Portojoia, Feira Internacional de Joalharia, Ourivesaria e Relojoaria, abre portas hoje e até dia 28 encontra-se em clima de festa. Celebra 25 anos de existência com um programa repleto de atividades que visam alargar contactos com clientes profi ssionais, consumidores, criadores, numa tentativa de expandir a rede de contactos e proporcionar sempre mais oportunidades de negócio. A organização está de olhos postos no exterior e organiza visitas de compradores estrangeiros para promover mais vendas para os expositores.

    Numa altura em que as empresas na-cionais estão complemente viradas para o exterior, procurando conquistar mer-cados e clientes, os setores da joalharia e ourivesaria portugueses não são exceção, A Portojoia, como tem acontecido nas edi-ções anteriores, procura, de acordo com Amélia Monteiro, Diretora da Feira, ser “a maior montra nacional do que de melhor se fabrica em Portugal, mas é também pre-

    ocupação da Exponor [entidade organiza-dora da Feira] dar visibilidade e promover vendas ao mercado internacional. Todos os anos convidamos compradores estran-geiros oriundos de diferentes mercados. As marcas internacionais procuram cada vez mais as empresas portuguesas para execu-tarem peças especiais porque é reconheci-da mundialmente a “expertise” de alguns trabalhadores do setor, verdadeiros artistas, que aliam o saber ancestral às novas tecno-logias. Foram algumas as situações em que a Exponor foi o primeiro contacto, não só em ambiente de feira como em momentos posteriores. O fabrico de joalharia e ouri-vesaria registou uma contração nos últimos anos, já o fabrico de relojoaria (incluindo componentes) afi rma-se claramente como emergente em Portugal e revela um enor-me crescimento. Essa dinâmica é atribuí-da, em grande medida, ao investimento direto estrangeiro por parte de multinacio-nais de origem suíça, francesa e alemã, ao aumento do nível de atividade de empresas existentes a produzir peças em regime de subcontratação e a trabalhar em processos de montagem de caixas de relógio e, ainda, a fenómenos recentes de empreendedoris-mo”.

    O visitante da Portojoia é cada vez mais “informado e exigente”, de acordo com a Diretora da Feira. A organização tem con-seguido ao longo dos anos atrair os expo-sitores através da renovação continua e do trabalho desenvolvido com todas associa-ções setoriais, instituições de investigação, centros tecnológicos, imprensa especia-

    lizada e meios de comunicação social ge-neralistas. “A Portojoia sempre se afi rmou como uma feira profi ssional, representa um momento único para os empresários reencontrarem e surpreenderem com as novas coleções clientes e fornecedores, aproximando-se dos clientes num ambien-te de confi ança e assim ser efi caz nas ven-das. A conjugação destes fatores faz assim da Portojoia uma das paragens obrigató-rias do circuito de feiras. Sem dúvida que uma feira potencia negócio. A Exponor, enquanto entidade organizadora, não con-segue contabilizar o valor. Estamos certos que no passado o retorno era superior ao atual, mas esta situação é transversal a to-dos os setores e áreas de negócio”.

    Portojoia Design e Espaço Escola são janelas de oportunidade para criadores

    O Prémio Portojoia Design e o Espaço Escola são iniciativas que visam aproxi-mar os jovens ao mercado de trabalho. “O primeiro visa projetar os nomes dos novos profi ssionais do mundo das jóias, dando a possibilidade de jovens designers divulga-rem o seu trabalho. Esta iniciativa tem-se assumido como um evento ponta-de-lança na aproximação dos ainda estudantes às empresas, já que, ao mesmo tempo que revela novos talentos, mostra ser uma pla-taforma de ligação entre o mundo forma-tivo e o empresarial. O segundo refl ete, também, uma orientação do setor para a inovação e a adoção do design na conceção das peças, sempre com o objetivo de apro-

    ximar as escolas das empresas expositoras, não só através da divulgação dos respetivos programas de formação, mas também atra-vés da prática, mostrando como se aplicam e cruzam técnicas ancestrais e inovadoras na fabricação de joias de adorno pessoal e peças decorativas. Resultado destas ini-ciativas, algumas empresas acabam por recrutar alguns dos jovens designers que ganham maior visibilidade na Portojoia”, explica Amélia Monteiro.

    3 JOIAS DE PERFUME

    CHLOÉ Love Story Eau de Parfum, Néroli, fl or de laranjeira, jasmim stephanotis (símbolo da beleza feminina na Pérsia) (PVP: 62,11G a 108,78G).

    10 SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014

    LUXO & NÚMEROS

    Amélia Monteiro, Diretora da Portojoia, Feira Internacional de Joalharia, Ourivesaria e Relo-joaria, fala de uma Feira afetada pela conjuntura, mas que continua a potenciar negócios.

    PROGRAMA DE CELEBRAÇÃO DAS BODAS DE PRATA PROTOJOIA

    Salões suíços ainda são “Meca”dos interessados em relojoaria

    Baselworld

    SIHH

    Portojoia

    MARC JACOBS Daisy Cream, fragrância fl oral e frutada. Sofi a Coppola, é a imagem do anúncio. (PVP:55,62 G a 97,67 G).

    DAVIDOFF, Cool Water Night Dive, fresco e fl oral, aroma inspirado na Madeira de Lentisco. (PVP: 41,33 G a 80,55 G)

    Uma peça criada por Ana Rua para celebrar as Bodas de Prata da Portojoia

    25 ANOS PORTOJOIA

    Dinâmica da celebração das bodas de prata promove mais vendas

  • Eugénio Campos é uma das empresas que marcaram presença ao longo dos 25 anos de existência da Portojoia. De acor-do com o joalheiro, que dá precisamente nome à marca, nos últimos anos efetua-ram “um investimento na ordem dos 500 mil euros, permitindo apresentar as novas coleções com diversidade e quantidade em todas as linhas da Eugénio Campos para que os profi ssionais possam efetuar as compras de Natal. Uma forte aposta nas edições da Portojoia tem-nos permiti-do um retorno muito signifi cativo, com-plementado a posteriori com as visitas aos nossos clientes”. Recorda a grande afl uên-cia de profi ssionais, “que possibilitavam um signifi cativo volume de faturação.”

    Por isso frisa a importância da existência

    de uma feira nacional que tem como pon-tos fortes “a visita de clientes fundamen-tais, reforçando a relação com os mesmos e a possibilidade de mostrar a dimensão e oferta da empresa. Num certame des-ta natureza, a grande diferença consiste em mostrar a todo o setor quem somos e o que somos, acolhendo os clientes no stand de exposição como amigos em nossa casa”. Eugénio Campos não deixa de lamentar “a conjuntura atual que não permite o número de visitantes de outros anos e a falta de expositores que leva a que muitos clientes não visitem a Feira” assim como “o custo elevado do m2 de exposi-ção”. As expectativas para esta 25ª edição da Portojoia “são altas, como em todas as outras edições, e espero surpreender po-

    sitivamente clientes fi delizados à marca e que acompanham o meu trabalho desde há muitos anos. Com a conjuntura difícil que o país atravessa, não será com certeza um ano fácil, mas a marca tem-se adapta-do às novas exigências e as minhas expec-tativas neste período da coleção Outono/Inverno são altas e muito positivas”, con-clui Eugénio Campos. E não é para menos, já que hoje apresenta a nova coleção de joias para homem, resultado de uma parceria com a marca do futebolista Ronaldo, a CR7.

    EUGÉNIO CAMPOS É JOALHEIRO PRESENTE DESDE SEMPRE NA PORTOJOIA

    Investimento na Portojoia ronda os 500 mil euros por edição

    SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014 11

    Ana Sofi a Martins, Luísa Barbosa e Ri-cardo Carriço são os rostos do novo ca-tálogo Pekan Jewellery 2014/2015. Tia-go Trigo, administrador da Pekan, diz que são “três rostos para a campanha, que confi rmam a versatilidade da mar-ca”. A fi delidade da Pekan Jewellery aos

    metais nobres – o ouro e a prata – man-tém-se, mas, desta vez, juntam-se os tonsrosa e esverdeados das pedras, criandoum novo ritmo e aumentando as possi-bilidades de conjugações. O jade é quaseuma superstição nas coleções da marca,regressando a cada edição.

    NOVA COLECÇÃO PEKAN Marca portuguesa aposta na versatilidade

    Brincos (329G)e Pendente (274G) em jade da nova coleção Pekan Jewellery 2014/2015

    Eugénio Campos fala da Portojoia como Feira essen-cial para se aproximar mais dos clientes e mostrar a dimensão da marca com o nome do joalheiro.

  • Portugal vai voltar a apostar numa nova agenda de “clusters”. Pretende-se apostar em “clusters” de inovação, que se assumam como verdadeiras plataformas para um novo modelo estratégico para a economia portuguesa. Em tempo de profunda crise internacional, com a maior parte dos setores de atividade confrontados com a falta de perspetivas de recuperação, a dinamização destes “clusters” é essencial. As novas áreas de intervenção económica, desde a aeronáutica à saúde, passando pelo agro-alimentar e moda, como projetos integrados de base nacional, acabam por ser um importante teste à capacidade de encontrar novas soluções associadas à inovação e conhecimento, criando condições para uma nova aposta para o futuro. Reinventar os “clusters” é por isso aposta certa no tempo certo. O papel de empresas de referência como a

    Embraer, a Bial, a Novabase, entre muitas outras, é decisivo. Trata-se de um movimento de “aglomeração de base” da sociedade civil, numa lógica de “eficiência coletiva” em que a capacidade regional de afirmar capacidades numa lógica mais global vem ao de cima. Os objetivos estratégicos destes “clusters” de inovação são claramente um exemplo de exame à capacidade efetiva dos atores económicos de “agarrarem” o desafio da competitividade de uma forma estruturada e coerente. Impõe-se uma aposta séria nesta nova fase, mais ambiciosa, voltada para a internacionalização e para a criação de valor global. O sucesso dos “clusters” é fundamental para o futuro do país. É um objetivo que não se concretiza meramente por decreto. É fundamental que a sociedade civil agarre de forma convicta este desígnio e faça da criação

    destas “novas plataformas de competitividade” a verdadeira aposta estratégica coletiva para os próximos anos.O que está verdadeiramente em causa em tudo isto é a assunção por parte do país de um verdadeiro desígnio estratégico de alterar o modelo mais recente de evolução de desenvolvimento económico. Inovação, conhecimento e criatividade são as palavras chave de uma estratégia centrada na criação de valor global com efeito no emprego e riqueza. O papel do investimento direto estrangeiro de inovação, articulado com universidades e outros centros de competência, vai ser decisivo nesta área e ao Estado caberá a inelutável missão de regular com rigor e sentido estratégico. Mas a chave do segredo estará na capacidade local de fazer a diferença. Os atores da competitividade (municípios, universidades, associações empresariais) terão

    que saber desenvolver um verdadeiro “pacto estratégico” para o futuro do seu território, voltado para uma dimensão mais global. E as opções terão que ser claramente assumidas. Por isso, impõe-se que rapidamente este projeto estratégico passe a ser a base de uma nova agenda da competitividade e crescimento. A economia portuguesa precisa de um novo choque. E compete aos “clusters” a liderança do processo de mudança. Impõem-se pólos capaz de projetar no país uma dinâmica de procura permanente da criação de valor e aposta na criatividade. Num tempo de mudança, em que só sobrevive quem é capaz de antecipar as expetativas do mercado e de gerir em rede, numa lógica de competitividade aberta, os pólos não podem demorar. Têm que ser a base do futuro que queremos que seja já hoje!

    NOVA AGENDA DA COMPETITIVIDADE IMPLICA NOVOS DESAFIOS PARA AS EMPRESAS

    Reinventar os “clusters”

    FRANCISCO JAIME QUESADOPresidente da ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública

    Moçambique é hoje o país da moda da África Austral, nomeadamente para os investidores mais atentos. Ainda com um PIB “per capita” próprio de um país pobre, mas com uma economia a crescer anualmente, e de forma consolidada desde 2010, na ordem dos 7%, Moçambique vive nesta altura as consequências de uma certa estabilidade no funcionamento das suas instituições políticas (aqui e acolá com deficiências, e até com algumas escaramuças, mas próprias de uma democracia ainda muito jovem…) e da crescente organização das estruturas da máquina do Estado, e, designadamente, das fortes expectativas que se estão a gerar em torno da exploração dos seus enormes recursos naturais, em particular do gás natural e do carvão. Recorde-se que, segundo as últimas estimativas, Moçambique possuirá a quarta maior reserva de gás natural do mundo e poderá ter reservas superiores a 23 mil milhões de toneladas de carvão mineral, cuja exploração deverá tornar este país, a médio prazo, no maior exportador de carvão do continente africano Tudo isto está a provocar uma vontade acelerada de investimentos na reabilitação de antigas e construção de novas infra-estruturas ferroviárias, rodoviárias, portuárias, aeroportuárias e da própria rede elétrica. Investimentos esses cuja concretização se irá prolongar para além da próxima década, e irão, necessariamente, provocar um impacto enorme no desenvolvimento de outros setores da economia local, como o turismo, a agricultura, as pescas, os serviços e a própria indústria transformadora.Daí que não surpreenda que a recente edição da FACIM – Feira Internacional de Moçambique, que teve lugar no final do passado mês de agosto, tenha já suscitado a participação de mais de 500 empresas estrangeiras. Entre elas, diversas empresas brasileiras, chinesas, alemãs, italianas, norte-americanas, dinamarquesas, norueguesas, suecas e sul-africanas. E também de um número elevado de empresas portuguesas, obviamente. Para além de atentos, os

    “players” mais interessados estão desde já a marcar posições estratégicas. O próprio Governo português, que há muito definiu Moçambique como uma prioridade da diplomacia económica nacional, foi inclusive um dos “mais ativos” durante a semana da referida feira internacional, através do seu ministro Paulo Portas. Aliás, recorde-se que, nos últimos três anos, Portugal tem ocupado o terceiro lugar no ranking dos maiores investidores em território moçambicano, logo a seguir à África do Sul e China.Acresce que à valorização das potencialidades económicas de Moçambique está também associada a sua privilegiada situação geográfica, cujo território possui uma extensa costa, de cerca de 2470 km, uma zona económica exclusiva de 586 mil km2 e faz fronteira com 6 países, Tanzânia, África do Sul, Malawi, Zâmbia, Zimbabué e Suazilândia. E recorde-se que estes últimos quatro não possuem qualquer acesso direto ao mar, pelo que serão sempre potenciais beneficiários/clientes das infra-estruturas portuárias moçambicanas Mas se o carvão e o gás natural são os recursos dos “megaprojetos”, e que mais atraem os grandes investidores mundiais, o setor mais acessível e de maior potencial em território moçambicano, numa perspetiva de investimento de médio e longo prazo, parece-nos ser, claramente, o da agricultura. Caracterizado por uma grande diversidade de solos e variantes climatéricas, Moçambique tem desde logo condições naturais especiais para vir a ser um grande produtor de bens alimentares, e nos mais diversos domínios: desde o milho, arroz, soja, gergelim, girassol, amendoim, feijão, batata, hortícolas, açúcar e chã, à banana, à manga, ao caju, aos citrinos e à própria pecuária. A que se juntam ainda as excelentes condições para o incremento das culturas do tabaco e do algodão, de que o país é já exportador. Com efeito, Moçambique possui mais de 36 milhões de hectares de solo arável, dos quais apenas 10% estão a ser efetivamente explorados. E dos 3,3 milhões de hectares

    de terreno com capacidade de irrigação (o que corresponde ao dobro da área de regadio da vizinha África do Sul ), nesta altura somente 120 mil possuem infra-estruturas para o efeito, e destas, apenas cerca de 50 mil estarão operacionais…Pelo que, no que concerne ao setor agrário deste país africano e lusófono, não faltam espaços nem boas oportunidades para fazer.Daí que o próprio Governo moçambicano não tenha dúvidas em eleger a agricultura como um vetor essencial para o combate à pobreza e desenvolvimento sustentável do país, tendo recentemente construído um “plano estratégico para o desenvolvimento do setor agrário” que visa constituir-se como um instrumento capaz de mobilizar o setor privado a investir cada vez mais na produção, processamento e comercialização de produtos agrícolas em Moçambique. De tal forma que o grande desafio de Moçambique até 2020 passará, de acordo com aquele plano estratégico, pela construção de “um setor agrário próspero e competitivo, capaz de oferecer respostas sustentáveis aos desafios da segurança alimentar e nutricional e atingir os mercados agrários a nível global”.Sendo que Moçambique integra, conjuntamente com a África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Namíbia, Swazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe, a “Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)”, ou seja, uma zona de comércio livre com mais de 240 milhões de consumidores, que, sem descurar outros potenciais mercados europeus e asiáticos, será sempre um espaço seguro e privilegiado para os investidores no setor agrário e agro-industrial moçambicano.Por último, não se olvide que, segundo estimativas da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), sempre será necessário um aumento de 60% da produção alimentar até 2050,para responder às necessidades futuras da humanidade

    Desenvolvimento de liderança global (DLG):

    preparar líderes para um mercado global

    Uma recente investigação elaborada pela American Management Association, em parceria com Institute for Corporate Productivity e Training, demonstra pouco progresso por parte da maioria dos empregadores em dotar os seus líderes de forma a enfrentarem um ambiente de mercado globalizado. A proporção de empresas que incentivam a liderança global dentro das suas organizações, quer no âmbito de um programa distinto de Desenvolvimento Global de Liderança ou incorporado dentro de um programa geral de desenvolvimento de liderança, cresceu de 31% em 2010, para 44%, em 2014, mas isso ainda representa menos de metade das organizações que incutem o desenvolvimento de competências globais nos seus líderes. Apesar da necessidade imperativa de um ambiente de negócios globalizado para que o sucesso seja alcançado, ainda há espaço para melhorias. Este estudo realça quatro elementos-chave que podem fomentar a eficácia de forma significativa:

    1. A imersão nas culturas e costumes. Os líderes globais necessitam de conhecimento local dos mercados locais, sendo essencial para criar um programa de DGL, para o desenvolvimento de competências e para a transmissão e entrega de aprendizagem e conhecimentos. 2. Estas capacidades de colaboração e influência caracterizam o novo líder global e são desenvolvidas através da formação dos funcionários utilizando diversos estilos de aprendizagem e através da liderança virtual de equipas.3. A melhor triagem para o DGL deve focar-se em comportamentos, baseados em evidências objetivas captadas por aqueles que observam e documentam comportamentos relacionados com habilidades e competências, bem como pela análise do histórico de desempenho do indivíduo e através de avaliações de comportamento. 4. O programa de DGL deve basear-se nas capacidades A visão de longo prazo compensa que o futuro prevê requisitar bem como nas necessidades de competências do negócio.

    Se compreendidos e adequadamente integrados, estes quatro elementos ajudam ao desenvolvimento de um programa de DGL eficiente e duradouro.

    Agricultura em Moçambique, uma verdadeira oportunidade

    RUI SOUSAdiretor executivo da APM- Associação Portuguesa de Management

    PAULO RAMALHOVereador do Desenvolvimento Económico e das Relações Internacionais da Câmara Municipal da Maia

    ATUALIDADE/OPINIÃO

    12 SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014

  • O G20 vai adoptar medidas concretas de ação adicionais contra o desemprego jovem. Uma das intenções passa pela cria-ção de uma comissão internacional com-posta pela Organização Internacional do trabalho, a OCDE e outros organismos multilaterais para avaliar as ações indivi-duais adotadas por cada país para comba-ter o desemprego.

    Uma outra medida passa pela publica-ção periódica de uma análise sobre o em-prego em que se destaquem as melhores práticas desenvolvidas, podendo servir de modelo para a adoção de novas medidas. O grupo dos vinte também se mostra in-teressado em promover uma maior par-ticipação das mulheres no mercado labo-ral. Se houver uma redução de 25% no fosso de participação relativamente aos homens, poderão ser incorporados 100 milhões de mulheres no mercado de tra-balho. Além disso, é possível melhorar a coordenação entre as políticas económi-cas e de emprego para impulsionar o cres-cimento económico criador de emprego.

    Mas o G20 pode ir mais longe, desde que exista vontade política para avançar com certas medidas. Por exemplo, have-rá que desenvolver ações de cooperação entre os países em áreas tão importantes como a inspeção das condições de tra-balho ou a segurança social. Ao nível do

    emprego jovem, uma maior ligação entre os países terá efeitos muito positivos, por exemplo, na “permuta” de determinados postos de trabalho. Tudo isto obrigará a políticas de emprego bastante mais coor-denadas.

    A última cimeira do G20, que decorreu na Austrália, deixou claro que o empre-go é cada vez mais a preocupação central das economias desenvolvidas. Não é só

    o crescimento económico que está em causa, trata-se também de uma questão social. Os pilares da democracia podem ficar mesmo em risco se não forem ado-tadas medidas concretas de combate ao desemprego. O facto de o desemprego jovem atingir níveis incomportáveis sus-cita ainda mais preocupações. É o sinal de que as sociedades não estão a funcionar adequadamente.

    O Banco Central Europeu defende que existem riscos relacionados com a dívida soberana que os bancos acumulam nos seus balanços. O que acabará por penalizar as entidades em termos de capital. Até ago-ra, a normativa Basileia III tem considera-do os ativos estatais livres de riscos.

    Mas o BCE também critica o hábito dos bancos – sobretudo daqueles menos diver-sificados geograficamente – de concentrar a sua exposição soberana num só Estado. Deveria haver regras para as grandes ex-posições, de forma a que nenhum banco pudesse investir num só tipo de papel, normalmente do próprio país. A ideia do BCE é colocar ponto final no tratamen-to preferencial que recebe o papel estatal nos balanços dos bancos. É uma situação que o banco central não quer ver repetida, especialmente em momentos de crise. A acontecerem mudanças nesta matéria, terá de ser com a autorização expressa da Auto-ridade Bancária Europeia.

    Esta posição do BCE vai contra o que sempre tem defendido o Banco Central Alemão a propósito deste tipo de fundos, partidário de que os bancos acumulem capital para atenuar a dívida estatal que possuem, em função da situação do país que a emite. Considera o Bundesbank que

    se trata de um modo de estimular a disci-plina orçamental. No entanto, não deixa

    de apontar o risco excessivo das exposições soberanas de alguns países periféricos.

    G20 adota medidas adicionais contra o desemprego jovem

    BCE quer penalizar dívida soberana detida pela banca

    Desemprego aumenta nos países da OCDEA taxa de desemprego no conjunto dos países da OCDE foi de 7,4%, em julho, mais uma décima do que no mês anterior. Nessa altura havia 44,8 milhões de desempregados. Os países com as menores taxa de desemprego foram a Coreia (3,4%), o Japão (3,8%) e a Alemanha (4,9%). Nos Estados Unidos verificou-se um aumento quase residual. Na Zona Euro, há paí-ses em que a taxa continua excecionalmente elevada, com destaque para a Espanha, a Grécia, a Itália e Portugal.

    Espanhóis, gregos e italianos são os mais pessimistas sobre a economiaA grande maioria dos cidadãos dos países desenvolvidos e emergentes está pessimista sobre o futuro das suas economias. Sobretudo os gregos, os italianos, os espanhóis e os ucranianos, de acordo com um estudo da PEW. Cerca de 97% dos gregos, por exemplo, estão descrentes de uma saída efetiva da crise. Certo é que todos estes países estão afundados em crises profundas e as perspetivas dos cidadãos são muito pouco promissoras.

    Taxa Tobin novamente contestada

    A taxa europeia sobre as transações financeiras está novamente a agitar o mundo da finança. Os profissionais dos mercados mantêm a sua oposição a este projeto, o qual deverá entrar em vigor no início de 2016 e abranger as ações e certos produtos derivados.

    Os agentes de mercado, com base em vários estudos, afirmam que a taxa vai representar um travão à recuperação económica e terá efeitos negativos para os mercados europeus. O custo será ele-vado para os utilizadores finais. O que está a agitar particularmente os meios financeiros prende-se com os produtos derivados, um mercado gigantesco que recobre vários instrumentos de cobertu-ra dos riscos. Acontece que, nos deriva-dos, ao contrário do que se passa com as ações, não existe qualquer transferên-cia de propriedade. Tudo aponta para que se verifique uma deslocalização em grande escala da atividade financeira para a praça londrina. Em contraparti-da, Paris terá muito a perder com a cha-mada “Taxa Tobin”, acordada entre 11 países da Zona Euro, para fazer face à crise financeira.

    Faltam 15,1 mil milhões à banca para cumprir com Basileia III

    Os bancos reduziram de forma acen-tuada as necessidades de capital, para cumprimento da versão completa de Ba-sileia III, cuja aplicação se inicia dentro de quatro anos. O último relatório do Comité de Basileia pode ser considerado bastante animador, tendo em conta os resultados obtidos.

    Os 102 bancos que fazem parte do denominado Grupo – aqueles que são grandes entidades financeiras ativas in-ternacionalmente – encerraram o exer-cício passado de capital principal de 10,2%. Para chegarem aos 7%, como defindo por Basileia, estas entidades apenas terão de aumentar o seu capital em cerca de 15,1 mil milhões de euros. O documento também diz que há boas notícias para o Grupo 2, que são os ban-cos domésticos e mais pequenos. Estes 125 bancos precisam de um capital na ordem dos 9,4 mil milhões de euros, o que não se vislumbra muito complicado de atingir, quando ainda não há muito tempo esse valor chegava quase ao do-bro. O que significa que a banca, de uma maneira geral, tem desenvolvido esforços para cumprir com as exigências impostas por Basileia.

    NEGÓCIOS E EMPRESAS/Internacional

    14 SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014

    O banco central avisa para os riscos de concentrar o papel estatal num só país.

    O emprego dos jovens é o indicador de que uma sociedade está a evoluir da forma adequada e a responder às exigências da democracia.

  • A “Ervideira Wine Shop” é um novo conceito de enoturismo, lançado pelo produtor alentejano Ervideira. Direcionado para turistas, este modelo foi alicerçado num modelo criador de autoemprego, com um investimento inicial reduzido, que dispensa o pagamento de royalties e direitos de entrada.MARC [email protected]

    O enoturismo como oportunidade de franchising e criação do próprio emprego é a proposta lançada recentemente pelo pro-dutor de vinhos alentejano Ervideira. Em suma, esta consiste na abertura de lojas de enoturismo, mais do que propriamente gar-rafeiras, direcionada sobretudo para o cres-cente número de turistas que visita o nosso país.

    Segundo Duarte Leal da Costa, diretor- -geral da Ervideira, ”reconhecidamente o país tem assistido a um crescimento do nú-mero de turistas que nos visitam”, disse em entrevista à Vida Económica.

    “Estes turistas estão interessados nas pai-sagens, monumentos, gastronomia e cultu-ra”, pelo que “a estratégia de franchising é virada para os turistas, procurando recebê--los, mostrar os vinhos, com prova comen-tada de cada um”. De acordo com aquele

    responsável, “100% dos turistas que entram e provam compram vinhos”.

    Assim, prossegue, “é uma área em que as nossas lojas estão em franco crescimento, e que por isso pensamos ser a altura ideal para a sua implantação em zonas turísticas”.

    Numa primeira fase, a estratégia de ex-pansão abrange as zonas de Sintra, Lisboa, Óbidos, Porto, Lagos, Portimão, Albufeira, Funchal, entre outros. Por outro lado, “este é um conceito de muito fácil internaciona-lização, principalmente nos países da União Europeia”, afi rma Duarte Leal da Costa. “Para outros países, não é impossível, mas ,por se tratar de vinho, as licenças de impor-tação não são tão fáceis”, esclareceu.

    Modelo de autoemprego

    O modelo de franchising desenhado pela Ervideira destina-se sobretudo “a pessoas que queiram ter o seu próprio negócio”, explicou o diretor-geral da empresa. “Fala-mos de pessoas interessadas, que apreciem o mundo dos vinhos e que vejam nesta possi-bilidade uma excelente oportunidade para, com pouco investimento, gerar um rendi-mento bastante aceitável”.

    Para Duarte Leal da Costa, “os custos são relativamente muito baixos e de início, por-que queremos que quem connosco abraçar este projeto se sinta verdadeiramente satis-feito, não iremos cobrar ‘fee’ de entrada ou ‘royalty’, ou mesmo ‘fee’ de publicidade”.

    Segundo as informações recolhidas pela Vida Económica, o investimento inicial rondará os 10 mil euros, incluindo a forma-ção de ‘stock’, consoante o volume de obras

    necessário no espaço da loja.“Seguramente que estes pontos serão

    verdadeiras embaixadas da Ervideira, pois quem sai de uma das nossas lojas, entre os vários vinhos que provou, seguramente pro-vou algo que muito lhe agradou, e ao levar algumas garrafas consigo, irá partilhar com os seus amigos mais próximos”, disse o res-ponsável da Ervideira.

    A loja ostentará a marca “Ervideira Wine Shop”, pelo que “terá vinhos brancos, tin-tos, rosés e Vindima Tardia da marca Er-videira”. Além disso, “terá todo o material

    ligado aos vinhos, como copos, antigota,bombas de vácuo, tampas de carvão ativa-do, saca-rolhas, ‘decanters’, e mais materiaisde venda fácil”, acrescentou.

    Para além deste portefólio, a loja poderáter “uma marca de vinho do Porto, que con-sideramos em nada competir connosco”.

    Com duas unidades próprias, a experiên-cia recolhida e “os dados resultantes do nos-so trabalho nos últimos meses revelam umcrescimento consistente”, disse Duarte Lealda Costa, pelo que é expectável o retorno doinvestimento no primeiro ano de trabalho.

    MARC [email protected]

    A Helen Doron English prepara a abertura de três novos centros, em se-tembro, no Porto, Funchal e Alverca. Com estas unidades, a marca inter-nacional de ensino precoce de inglês pretende reforçar a sua presença em território nacional, a postos para o ar-ranque de mais um ano letivo.

    A nível nacional, a expansão co-meçou na zona da Grande Lisboa e Algarve. “Este ano o foco foi alargar a área de abrangência da rede com as aberturas em Ourique e este mês em Alverca, Porto-Foz e Funchal”. Para o ano 2014/15, “as zonas prioritá-rias serão Viseu, Braga e Évora, não descartando, naturalmente, outras oportunidades que possam surgir”, explicou à VE Mariana Torres, ‘mas-ter franchisor’ da marca.

    Recorde-se que as três unidades mais recentes resultaram de um in-vestimento total de 80 mil, passando para 16 centros a nível nacional. A

    rede prevê um crescimento de 25% no número total de alunos até ao fi nal deste ano.

    A rede Helen Doron é uma marca internacional cujo conceito de fran-chising surgiu na década de 90. Este teve como principal objetivo “a inter-nacionalização e expansão da marca, de modo a atingir o máximo núme-ro de alunos possível”. Atualmente, “contamos com mais de 800 unida-des em todo o mundo e estamos pre-sentes em mais de 35 países”, resumiu aquela responsável.

    Franchising universal

    No que concerne ao modelo desen-volvido, “uma das vantagens do nosso franchising é o facto de permitir um leque abrangente de destinatários”, sustenta Mariana Torres.

    Este destina-se “a qualquer empre-sário interessado em investir na área da educação, com ou sem experiência prévia, ou a professores que queiram

    gerir o seu próprio negócio e criar o seu próprio emprego”. Destina-se ainda, prosseguiu, “a qualquer pessoa que queira proporcionar um serviço essencial e de qualidade na comuni-dade em que se insere”.

    A rede oferece dois modelos de ne-gócio distintos: por um lado, o mo-delo de Centro de Ensino, que abran-ge uma área de exclusividade até 100 mil habitantes e com um direito de entrada de 11 mil euros.

    “Temos ainda um modelo mais económico, pensado para zonas geo-gráfi cas inferiores”: trata-se do Estú-dio, que abrange uma área máxima de 25 mil habitantes e tem um direito de entrada de 5000 euros. “Em ambos os casos o direito de entrada inclui a exclusividade da marca na área, o desenvolvimento do método, explo-ração das escolas e parceiros nessa lo-calização, um kit de iniciação e treino de um professor. Inclui ainda toda a comunicação e trabalho de marketing prontos a utilizar”, concluiu.

    SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014 15

    Colaborações:

    Produtor de vinhos Ervideira lança conceito de enoturismo em franchising

    Norte e Centro prioritários na expansão dos centros Helen Doron English

    Estratégia de expansão abrange as zonas de Sintra, Lisboa, Óbidos, Porto, Lagos, Portimão, Al-bufeira, Funchal, entre outros. Segundo Duarte Leal da Costa, “este é um conceito de muito fácil internacionalização, principalmente nos países da União Europeia”.

    Segundo a national franchisor da rede Helen Doron, Mariana Torres, o franchising destina-se “a qualquer empresário interes-sado em investir na área da educação”.

  • FRANCHISING

    16 SEXTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO 2014

    PUB

    A faculdade conferida ao franquiador, de recomendar ao franquiado, os preços a praticar por este no exercício da atividade franchisada, bem como a de impor preços máximos, em caso algum se poderá traduzir num modo indireto de impor ao franquiado preços fixos ou mínimos. Assim, os contratos de franchising não podem:

    definir ou fixar a margem de distribuição do franquiado;fixar o nível máximo de descontos que o franquiado pode conceder aos seus clientes a partir de um determinado nível de preços estabelecido;fazer depender a concessão de vantagem ou benefícios ao franquiado em função dos preços que depois o franquiado vier a praticar junto dos seus clientes, como por exemplo: redução de preços nos bens fornecidos ou nos serviços prestados ao franquiado, bem como o reembolso dos custos de promoção e publicidade suportados pelo franquiado;associar o preço faturado pelo franquiado aos seus clientes aos preços praticados pela concorrência.Os contratos de franchising que

    imponham ao franquiado, direta ou indiretamente, um regime de preços

    fixos ou mínimos, nas relações deste com a sua clientela, são considerados nulos na sua totalidade, isto é, não se trata apenas de uma invalidade das cláusulas desconformes, mas de uma invalidade que afeta o contrato na sua integralidade.

    De igual modo, o franquiador, na execução do contrato, deve ter o cuidado de não adotar qualquer comportamento suscetível de ser configurado como ameaça, intimidação ou aviso ao franquiado relativo à suspensão ou atraso no fornecimento de mercadorias ou de rescisão contratual, como forma de o pressionar a adotar uma determinada política de preços.

    Estes comportamentos são mais graves quando combinados com outras medidas tendentes a identificar os franquiados que pratiquem preços reduzidos, tais como a criação de sistemas de controlo dos preços ou obrigação de os franquiados denunciarem os membros da rede que não pratiquem o regime de preços recomendado pelo franquiador.

    Não deve também o franquiador adotar medidas que desmotivem o franquiado a reduzir os preços recomendados, como por exemplo fornecer mercadorias com o preço recomendado nelas impresso.

    O franquiador que adotar os

    comportamentos atrás descritos incorre em responsabilidade civil, ficando por isso obrigado a indemnizar o franquiado pelos danos que lhe causar, para além das multas que a Comissão/Tribunais lhe pode fixar, chamando-se a atenção que neste domínio as multas aplicadas têm uma expressão pecuniária habitualmente muito elevada.

    Por outro lado e no que diz respeito aos preços de revenda que ao franquiador é lícito recomendar, bem como aos preços máximos que este pode licitamente impor ao franquiado, cumpre sublinhar que, em caso de litígio, caberá ao franquiador a demonstração da rentabilidade da unidade franchisada. Isto é, caso o franquiado