reabilitação de áreas industrias em são paulo

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trabalho final de graduação Helena Carias Orientador Prof. Dr. Antonio Carlos Barossi REABILITAÇÃO DE ÁREAS INDUSTRIAIS EM SÃO PAULO

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Uma alternativa ao modelo atual de produção de habitação em áreas industriais na cidade de São Paulo.

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  • trabalho final de graduao

    Helena CariasOrientador Prof. Dr. Antonio Carlos Barossi

    Reabilitao de Reas industRiais em so Paulo

  • Aos que amo.

  • sobre o processo de formao das reas industriais 7 sobre a Operao Urbana Diagonal Sul 11

    sobre a rea de interveno 23

    sobre o entorno 28

    sobre a Cia Antarctica Paulista 35

    sobre a construo do espao na rea em estudo 38

    sobre o reparcelamento 45

    sobre as alternativas ao modelo atual de ocupao das reas industriais 60

    sobre o projeto de reconverso de um galpo 63

    sobre a concluso 77

    bibliografia 78

  • O patrimnio arquitetnico resultante do processo de industrializao se trata, na

    cidade de So Paulo, de superfcies imensas localizadas em reas centrais, apresentando

    grandeinteresseeurgnciaparaprojetosestratgicosderequalificaourbana(Kuhl,2008).

    No entanto, a questo interdisciplinar da insero dos edifcios industriais no espao urbano

    no tem sido explorada tanto quanto a questo tipolgica (Khl, 2010). imprescindvel

    compreender a relao entre as reas industriais e a estruturao da cidade para uma inter-

    veno com respaldo terico.

    SOBre O PrOCeSSO De fOrmAO DAS reAS iNDUStriAiS

    em meados do sculo XiX, So Paulo era ponto de convergncia das principais estradas

    da provncia, concentrando correntes de circulao e, em consequncia, afetando seus arre-

    dores. A regio do entorno paulistano se organizava de forma a atender s necessidades que

    a circulao da poca gerava, como alojamento e postos de reabastecimento alimentar.

    em 1867, foi implantada a primeira ferrovia a cortar a cidade, a Santos-Jundia, segui-

    dapelaCentraldoBrasileSorocabana,em1875.Aeficinciadonovomeiodetransporte

    causou o desmantelamento das pequenas aglomeraes que serviam as estradas precrias

    e sinuosas percorridas por tropas de burro e o rearranjo da organizao espacial da cidade,

    resultado da valorizao das vrzeas por ele percorridas. As vrzeas dos rios paulistanos,

    compostas de terrenos planos e at ento evitadas pela expanso da cidade, mostraram-se

    ideais implementao das ferrovias, que puderam desenvolver seu traado com rampas de

    mnima inclinao e sem se preocupar com expropriaes (Langenbuch,1971).

    AconcentraoindustrialemSoPaulocomeaaocorrerumpoucoantesde1890,

    quandoacidadecomeaasofrerdefatoexpansofsicaecrescimentopopulacionalsignifi-

    cativos(Sousa,2007).Aoredordasestaesferroviriasdesenvolveram-seaglomeradoscom

    Planta histrica de So Paulo de 1810. em contorno mar-rom, a Operao Urbana Diagonal Sul.

    7

  • Planta histrica de So Paulo de 1881. em contorno mar-rom, a Operao Urbana Diagonal Sul.

    8

    alguma funo regional, resultado da convergncia de produtos e pessoas dos arredores.

    Alm de estabelecimentos comerciais, esses locais abrigavam indstrias de transformao de

    matrias-primas transportadas atravs da ferrovia.

    Vrios estabelecimentos industriais foram implantados s vizinhanas das estaes

    mais prximas urbanizao compacta da cidade, a exemplo da mooca, ipiringa, Barra fun-

    da, locais ricos em terrenos planos e a bom preo, e at ento rejeitados pela ocupao de

    carterresidencial(Langenbuch,1971).

    Junto s indstrias instalaram-se tambm os operrios, em busca de moradia prxima

    ao local de trabalho, ocasionando o surgimento de vilas operrias na regio, como a Vila ma-

    riaZlianoBelm,porexemplo(Sousa,2007):

    Ora, a intensa implantao industrial ao longo das ferrovias convidava os operrios

    a se estabelecerem em torno das estaes ferrovirias sitas fora da cidade, onde pode-

    riam adquirir terrenos, ou alugar casas, a preos mais razoveis - enquanto se benefi-

    ciavam de um meio de transporte rpido e de preo acessvel entre local de residncia e

    local de trabalho(Langenbuch,1971,p.135).

    Alm de orientar a expanso urbana perifrica de carter residencial, a ferrovia co-

    mandou a industrializao suburbana, ambos processos de crescente importncia em So

    Pauloentre1915e1940:

    Ora, notria a tendncia de indstria atrair indstria, quer atravs de inter-relaes

    funcionais a ligar diferentes ramos (ou diferentes etapas produtivas do mesmo ramo),

    quer atravs do equipamento energtico ou de servios que as primeiras geraram, quer

    ainda atravs das reservas de mo-de-obra atradas para o local pelas primeiras(Lan-

  • PlantahistricadeSoPaulode1895.Emcontornomar-rom, a Operao Urbana Diagonal Sul.

    9

    genbuch,1971,p.141).

    Nesse mesmo perodo so construdas vrias estradas extra-regionais de carter radial

    - tendo como ponto de partida a cidade de So Paulo - e a sua circulao funcionou como

    meio de transporte complementar ferrovia. As estradas no tiveram importante papel no

    processo de formao e consolidao de ncleos suburbanos, pois estes surgiram anterior-

    mente ao redor das estaes ferrovirias, mas criaram eixos de polarizao de crescimento

    urbano, resultado dos mltiplos pontos de parada dos nibus que as percorrem.

    Apartirde1940acidadedeSoPaulocomeaaenfrentarumgrandeprocessode

    metropolizao,queocorredediferentesmaneiras,segundoLangenbuch:compactao da

    rea edificada; expanso da rea edificada sobre pores dos arredores que no tinham

    conhecido um desenvolvimento suburbano expressivo; e expanso da rea edificada sobre

    pores dos arredores significativamente suburbanizados, compreendendo a absoro ter-

    ritorial de numerosos ncleos suburbanos(1971,p.179).

    Asferroviasaindapossuempapelsignificativo,aindaqueindireto,noprocessodesub-

    urbanizao. Agora os subrbuos-estao tornam-se polarizadores da expanso urbana pelo

    seudesenvolvimentoprvio,sendocapazesdeatrairindstriasemoradores(1971,p.180).

    O transporte ferrovirio, no entanto, no cresceu mesma velocidade que a expanso peri-

    frica, que j alcanava reas muito distantes da ferrovia. este quadro de desproporo

    entre demanda por transporte e oferta de servios ferrovirios favorvel ao aumento da

    participao do transporte rodovirio nos deslocamentos metropolitanos, este um pouco mais

    confortvelemhorriosdepicoedeabrangnciasignificativamentemaiscapilar.

    Asauto-estradas, implantadasapartirdofinaldadcadade1940,passaramater

    importante papel na orientao do crescimento metropolitano atravs de trs maneiras, se-

    gundoLangenbuch:

  • PlantahistricadeSoPaulode1913.Emcontornomar-rom, a Operao Urbana Diagonal Sul.

    1. oferecendo novas oportunidades de desenvolvimento a ncleos urbanos pre-

    existentes, em funo da melhoria das condies de comunicao com a metrpole;

    2. atraindo indstrias e constituindo o eixo que comanda a sua localiz ao;

    3. favorecendo o surgimento de ncleos residenciais em suas margens(1971,p.212).

    Apartirdosanos1950,omodelodetransporterodoviriotemparticipaoaindamais

    significativanaestruturaodametrpole,gerandonovosplosindustriaiseapoiadopelo

    fortalecimentodaindstriaautomobilsticaduranteogovernoJuscelinoKubitschek(1956-

    1961)(Sousa,2007,p.41).

    A evaso de grandes indstrias das reas adjacentes s ferrovias em So Paulo para

    novos plos industriais s margens das rodovias Anchieta e Dutra, a exemplo da regio do ABC

    Paulista, gera o abandono gradual de grandes complexos fabris, que no foram absorvidos em

    suatotalidadeporoutrosusos,geralmenterelacionadosaosetortercirio(Rufinoni,2009,

    p.259).Essamudanaeconmicacriaumaofertadereas industriaissubutilizadas,vistas

    pelo mercado imobilirio como grandes terrenos vazios a ser incorporados, desconsiderando

    asuapotencialidadeparaacriaodenovastransposiescentro-periferia:

    De toda forma, a nova economia que surge produz efeitos contraditrios sobre

    o espao da cidade: por um lado, vai sendo esvaziada a fissura interna que car-

    acterizou a cidade industrial, que traava uma barreira fabril entre a periferia

    precria a Norte-Oeste-Leste-Sudeste e a cidade rica e equipada a Sudoeste.

    medida que as indstrias saem da cidade, os bairros onde elas se localizavam po-

    dem ser repovoados para usos residenciais, comerciais e de lazer. Entretanto, os

    novos megainvestimentos tercirios, como os shopping centers e hipermercados,

    dentre outros, que esto ocorrendo nessas reas mais antigas, tm produzido

    10

  • riosferroviaslinha azul do metrlinha vermelha do metr

    11

    uma fragmentao do tecido urbano-social, desenhando verdadeiros enclaves ur-

    banos e muitas vezes impactando negativamente os centros tradicionais de com-

    pras e servios das cercanias (Rolnik,2000,p.48-9)

    SOBREAOPERAOURBANADIAGONALSUL

    Para compreender melhor a mudana nas relaes urbanas que essa mudana econmi-

    caocasionouparaasreasindustriais,aanlisedaOperaoUrbanaDiagonalSul(OUDS)no

    apenas importante por delimitar um permetro razovel a ser estudado durante um tra-

    balhofinaldegraduao,masporqueevidenciaasdiretrizesdeaodopoderpblicocomo

    resposta a esta problemtica de esvaziamento e presso imobiliria.

    AOperaoUrbanaDiagonalSulumpermetroquedelimitaareadeinflunciada

    ferrovia Santos-Jundia, desde o bairro do Pari at a divisa com o municpio de So Caetano

    do Sul, usando como parmetro limites naturais do desenho de tecido urbano, como a Aveni-

    da do estado e o rio tiet.

    DemarcadapeloPlanoDiretorEstratgicode2002(PDE),aOUDSeraintegrantedos

    programas de interveno que seriam subsidiados pelo Banco interamericano de Desenvolvi-

    mento(BID).ComaprefernciadadasintervenesdoProjetoNovaLuz,oplanoinicialde

    seteestudosfoireduzidoparaquatro:inventriodosbensculturais,mapeamentodaloca-

    lizao industrial, planejamento virio e contaminao do solo, todos agora sem previso de

    incio.

    O trio formado pela ferrovia, pela Avenida do estado e pelo rio tamanduate con-

    figuramumabarreiraurbana,carteratentopotencializadopelasgrandesdimensesdos

    lotes das reas industriais. Com o processo de desindustrializao que ocorreu a partir dos

    anos1960eoconseqenteabandonodeinmeroscomplexosfabris,abre-seaoportunidade

  • de produzir novas transposies entre o centro e a periferia de So Paulo, atravs da requali-

    ficaourbanadessasreasedaintroduodenovosusos,comohabitaoecomrcio:

    No h dvidas que a regio da Mooca apresenta uma condio muito particu-

    lar de centralidade que interessaria de todo modo, ver adensada. Trata-se de

    um bairro servido por boa infra-estrutura urbana, acrescida por facilidades de

    comrcio, transporte, servios, educao, entre outros setores importantes para

    a vida urbana. Disto se poderia concluir que a regio da Mooca reuniria condies

    muito favorveis ao atendimento das propostas de adensamento colocadas para

    a cidade de So Paulo, no sentido de conter o encarecimento provocado por sua

    expanso perifrica(SMC/DPH,2007,P.78).

    A rea em roxo no mapa ao lado, de uso predominantemente industrial, uma das

    partes mais infra-estruturadas no permetro da Diagonal Sul - cortada pela ferrovia Santos-

    Jundia epeloExpressoTiradentes -,eportanto,degrande interessepara requalificao

    urbana e produo de habitao. entretanto, possui uma forte problemtica em matria de

    transposies e constitui importante patrimnio urbano do processo de industrializao em

    So Paulo. A questo do patrimnio cultural nessas reas vista como um entrave reabili-

    taoparausosresidenciaiseumpressupostodestetrabalhoseoporaessaafirmao:

    [...] existem complexos industriais de interesse para a preservao, mas em que

    os elementos que os constituem no possuem maior qualidade figurativa, sen-

    do, no entanto, testemunhos relevantes da operosidade humana. Reconhecida a

    existncia do valor histrico, ou mesmo ambiental, memorial ou simblico, de

    restauro que se trata(Khl,2008,p.150).

    residencial horizontal baixa densidaderesidencial horizontal mdia densidaderesidencial horizontal alta densidadecomercialcomercial + residencial verticalcomercial + residencial horizontalindustrialindustrial + residencial horizontal

    mapa de uso do solo predominante

    12

  • 13

    1

    2

    3

    4

    2

    4

    3

    1

    Apenas do ponto de vista arquitetnico, o permetro apresenta inmeros

    exemplares de grande importncia para leitura historiogrfica da rea.Alguns exemplos:

    1.CotonifcioCrespi.Fonte:http://www.revistadotatuape.com.br/

    detalhe.asp?codigo=149&col=5.Consultaem16.06.11.

    2.MoinhosGamba.Fonte:http://www.vitruvius.com.br/revistas/

    read/minhacidade/08.088/1913.Consultaem16.06.11.

    3.CentrodeAbastecimentodaGrandeSoPaulo(CEAGESP).Fonte:

    Rufinoni,2009.

    4.SoPauloAlpargatas.Fonte:Rufinoni,2009.

    4

    3

  • 6

    6

    5

    7,8

    8

    7

    5

    5.CiaAntarctica.Fonte:http://www.flickr.com/photos/

    domfiori/4924962452/.Consultaem26.06.2011.

    6.RemanescentesdoConjuntoIndustrialdaRuadaJuta.Fonte:Rufinoni,

    2009.

    7.TecelagemLabor.Fonte:http://www.saopauloantiga.com.br/casarao-

    da-fabrica-de-tecidos-labor/.Consultaem26.06.2011.

    8.TecelagemLabor.Fonte:http://www.saopauloantiga.com.br/casarao-

    da-fabrica-de-tecidos-labor/.Consultaem26.06.2011.

    14

  • existem inmeras tipologias de edifcios industriais presentes no permetro da

    Operao Urbana Diagonal Sul. Ao analisar as diferenas entre elas, michael Stratton, em sua

    compilao sobre arquitetura industrial Industrial Buldings: conservation and regeneration,

    apontaospossveisnovosusosparacadatipodeedifcio:

    Um critrio de escolha para a rea de interveno durante a segunda fase

    destetrabalhoograudedificuldadedereconversodoedifcioparausoresidencialeco-

    mercial. Primeiramente porque um pressuposto desta pesquisa estudar possibilidades de

    reconversoparaessesusos,umarespostapreocupaocomocrescentedficithabitacio-

    nal e a expanso desenfreada rumo a reas cada vez mais perifricas da cidade de So Paulo.

    e em segundo lugar, se a reconverso mais complicada se mostrar possvel, ento a proteo

    natureza do espao

    pequeno espao nico

    grande espao nico

    pequenos espaos repetidos

    grandes espaos repetidos

    capela

    armazm

    oficinas

    fbricas

    nico pavimento

    nico pavimento

    mais de quatro pavimentos

    vrios pavimentos

    prprio a usos especia-lizados

    flexibilidadeefcilmovimentao

    quase todo uso indus-trial; a converso para

    escritrios e casas no bem aceita

    usos culturais, monumen-tos, museus

    escritrios, residncias, uso misto

    pequenos mdulos, acesso pobre

    flexibilidade,subdi-viso difcil

    tipo de edifcio no de pavimentos caractersticas possveis usos

    especificidadeespacial

    Fonte:Stratton,2000.

    15

  • aopatrimniourbanodeixadeserumentraverequalificaodasreasindustriais.

    A viabilidade de algumas reconverses de edifcios industriais j so comprovadas,

    comoapassagemparausosculturais,aexemplodoSescPompia,projetodeLinaBoBardi:

    FotointeriordoSescPompia.Fonte:http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/pontos-turisticos/1178-sesc-pompeia.Consultaem12.05.2011.

    16

  • J a reconverso de galpes para uso residencial uma questo em aberto nos estu-

    dos sobrearquitetura industrial.Oprojetodos arquitetos franceses Lacaton&Vassal, na

    cidade de mulhouse, frana, uma aproximao ao tema da insero de habitao coletiva

    emedifciosindustriaisdeumnicopavimento.Levando-seemconsideraoqueesteno

    um projeto de restauro, mas sim um projeto de substituio do edifcio pr-existente - uma

    fbrica txtil - por outro com as mesmas feies, percebe-se como a utilizao de novos

    materiais para as aberturas e a introduo de iluminao natural abundante amenizam o

    aspecto industrial da construo.

    17

    Fonte:fotosdaautora.

  • + =

    Fonte:Rufinoni,2009. Fonte:OperaoUrbanaDiagonalSul.

    Bens industriais tombados

    Bens industriais demolidos rea de adensamento residencial e misto

    Bensindustriaisidentificados

    Para chegar rea de interveno do projeto para o segundo semestre deste trabalho finaldegraduao,aanlisededuasinformaesforamessenciais:alocalizaodosbens

    industriais no permetro da Operao Urbana Diagonal Sul e das reas previstas para aden-

    samento residencial e de uso misto. Ao cruzar estes dados, pode-se apontar as reas mais su-

    jeitasdesconfiguraodotecidoatual,resultadodadiferenaentreatipologiadoedifcio

    e o novo uso proposto.

    18

  • Mapadelanamentosimobiliriosde2009.Fonte:SECOVI.

    19

    Apartirdadcadade1980,asreasindustriais,agoraabsorvidaspelaexpansourbana cada vez mais perifrica, tornam-se atrativas pela sua proximidade com o centro da

    cidadeepelodesenvolvimentodosistemametrovirio(Sousa,2007,p.43).

  • O estudo desta rea pretende ser uma alternativa ao modelo de ocupao residencial produzido pelo mercado imobilirio nas reas industriais, caracterizado pela construo de

    enormes empreendimentos isolados do entorno, minadores de qualquer dinmica urbana

    saudvel. A presso constante da iniciativa privada sobre as reas industriais uma grande

    ameaa preservao do patrimnio urbano, o que torna urgente o estudo de possibilidades

    derequalificaodarea.

    Como resposta a esta problemtica, durante a elaborao dos diagnsticos para a

    Operao Urbana Diagonal Sul inmeros edifcios industriais foram considerados bens de in-

    teressehistricoe/ouarquitetnico,eporseuinteresseparapreservao,algumasreasdo

    permetroforamdemarcadascomoZonasEspeciaisdePreservaoCultural(ZEPEC).

    Estezoneamentoespecficotemnormasprpriasdeusoeocupaodosolo,destina-

    das a reas a ser preservadas ou recuperadas com a inteno de manuteno do patrimnio

    histrico. esta demarcao restringe transformaes no imvel e permite o ressarcimento

    dosproprietriosatravsdatransfernciadodireitodeconstruir.umamedidaquetenta

    impedir o congelamento dos bens protegidos em razo das restries impostas pelo instru-

    mento do tombamento. O proprietrio tem o direito de transferir para outros lotes o poten-

    cial construtivo no explorado na rea protegida.

    Outro instrumento que chegou a ser proposto para algumas pores do permetro

    dessa operao urbana foi o direito de preempo. Desenvolvido pelo estatuto da Cidade,

    este instrumento daria ferramentas ao poder pblico para o desenvolvimento de projetos

    dequalificaoparaasreasindustriais,poisteriaaprioridadedecompraassimqueum

    terreno interessante para os planos de reabilitao fosse colocado venda. isto daria uma

    vantagem importante em relao ao mercado imobilirio, possibilitando o desenvolvimento

    de projetos para essas reas baseado em estudos elaborados em um espao de tempo livre

    da presso da iniciativa privada.

    20

  • Proposta inicial de reas sujeitas ao direitodepreempo.Fonte:Planoregional estratgico da mooca.

    No entanto, nas ltimas revises do Plano Diretor estratgico de So Paulo, o perme-

    tro sujeito ao direito de preempo dentro da Operao Urbana Diagonal Sul foi sensivel-

    mentemodificado(Rufinoni,2009,p.261).

    21

  • Fonte:GoogleEarth.

    Com o arquivamento da Operao Urbana Diagonal Sul, os extensos lotes ocupados por galpes industriais no permetro so incorporados pelo mercado imobilirio em uma veloci-

    dade assustadora. A reverso deste processo de descaracterizao do tecido urbano industrial

    urgente,comopode-severnestasimagenscomparativasentre2002e2009:

    2002 2009

    22

  • SOBre A reA De iNterVeNO

    A rea escolhida o stio industrial da Companhia Antarctica Paulista, situado entre a

    Avenida Presidente Wilson, a Avenida do estado, a rua da mooca e a rua Serra de Paracana

    e possui aproximadamente 150 mil m de rea.

    23

  • Fonte:GoogleEarth.

    rea de interveno

    3.EstaoBrs(MetreCPTM)

    2.EstaoAnaNeri(ExpressoTiradentes)

    1.EstaoMooca(CPTM)

    3

    21

    24

  • Fonte:v8.cache1.c.bigcache.googleapis.com/static.panoramio.com/photos/original/26581983.jpg?redirect_counter=1. Consulta em 10.06.2011.

    rea de interveno

    25

  • Fonte:GEGRAN.

    Edifciosdemolidosat2009.

    26

  • Fonte:MapaDigitaldaCidade.

    Planta atual.

    27

  • Fonte:Miranda,2010.

    Comrcio

    imveis fechados

    institucional

    Vazios

    Servio

    Habitao

    Sade

    indstria

    Cortios

    igreja

    Vilas

    rea verde

    Depsito

    educao

    Uso do solo

    SOBre O eNtOrNO

    28

  • Fonte:Miranda,2010.

    3 a 6 pavimentos

    Acima de 10 pavimentos

    1 e 2 pavimentos

    7 a 10 pavimentos

    O entorno da rea em estudo caracteriza-

    se pela mistura de usos e pela horizontalidade.

    Bem infra-estruturada de transporte, comrcio

    e servios, ideal s propostas de adensamento

    residencial e de uso misto. No entanto os proje-

    tos de ocupao residencial para as reas indus-

    triais realizados hoje no consideram a questo

    do patrimnio e nem a potencialidade de criao

    denovastransposies,queatravessemafissura

    urbana criada pelo trio rio-avenida-ferrovia.

    29

  • Fonte:fotosdaautora.

    Saindo da estao da mooca,

    pode-se ver em primeiro plano os galpes

    ligados ferrovia, em segundo plano a

    rea de interveno deste trabalho e ao

    fundo, o panorama da parte sudoeste da

    cidade. A compreenso deste contraste

    se perde ao nvel do cho, pois a vista

    barrada pelos longos muros dos lotes

    industriais.

    30

  • Fonte:fotosdaautora.

    O uso nico - industrial - gera

    monotonia, falta de movimento nas

    caladas. A introduo de usos residen-

    ciais e comercias essencial para tor-

    nar esses caminhos mais animados e se-

    guros.

    31

  • Fonte:fotosdaautora.

    A rua Serra de Paracana faz li-

    gao entre a estao Ana Neri do ex-

    presso tiradentes e a estao da mooca

    da CPTM. importante que esse eixo

    sejapensadoparaofluxodepedestres,

    atravsdenovosusosedarequalificao

    da relao com o rio tamanduate, hoje

    coberto, poludo e esquecido.

    32

  • Fonte:fotosdaautora.

    A relao da Avenida do estado

    com os lotes margem direita do rio

    nada tem a ver com o trfego de pedes-

    tresoucomousoresidencial.preciso

    repensar a preferncia dada ao trfego

    expresso de automveis em detrimento

    da promenade urbana.

    Na Avenida Presidente Wilson,

    precisa-se repensar a relao do lote

    estudado com a Cia Antarctica, hoje

    abandonada.

    33

  • Fonte:fotosdaautora;excetofotoaocantoinferiordireito.Fonte:GoogleEarth.

    A fachada norte do lote est

    voltada para o viaduto da r. da moo-

    ca, criando um espao pouco seguro.

    Contornando o lote, a sul, encontra-se

    uma ocupao muito diferente daquela

    s margens da ferrovia. Deve-se pensar

    a relao destes lotes estreitos, de uso

    residencial e misto, com o grande lote

    industrial em estudo, uma situao que

    refleteaprpriarelaodobairroindus-

    trial com o resto da cidade.

    34

  • SOBREACOMPANHIAANTARCTICAPAULISTA

    Nascida Antarctica Paulista fbrica de Gelo e Cervejaria, em 1888, na gua Bran-

    ca, local aonde j funcionava um abatedouro de sunos chamado Antarctica, a fbrica de

    cervejas,primeiradogneronopas,foioficialmentefundadacomosociedadeannimaem

    1891,com61acionistas,dentreosquais,JooCarlosAntonioZerrenner,alemo,eAdam

    DitrikVonBlow,dinamarqus,ambosnaturalizadosbrasileiroseproprietriosdaempresa

    Zerrenner,BloweCia.,exportadoraecorretoradecaf.

    EfoijustamentecomafundaodaCompanhiaAntarcticaPaulista,em1891,eda

    FbricadeCervejaBavria,em1892,quesemarcaoinciodaproduodecervejaemlarga

    escalanacidadeeofimdepequenosestabelecimentosvoltadosaessetipodeatividade.

    PrimeiramentedirigidaporLouisBcher,quejpossuaumamicrocervejariadesde

    1868, a produo inicial da primeira cervejaria na gua Branca foi muito pequena, de 1.000

    a 1.500 litros dirios, passando em seguida para 6.000 mil.

    Em1904adquireocontroleacionriodaCervejariaBavria,naMooca,queperten-

    ciaaHenriqueStupakoff&Cia.Comcapitalalemoebrasileiro,divididomeioameio,e

    maquinrios vindos da Sua e da Alemanha, ali se produziam as seguintes qualidades de

    cerveja:Pilsen,MuncheneExport,queeramvendidasembarrisouemgarrafas.Nestelocal,

    em1920,passouasesituarasededoGrupoAntarctica,diretodaguaBrancaparaaMooca,

    na Av. Presidente Wilson, antes conhecida por Alameda Bavria, na poca ainda um subrbio

    do Brs.

    A rea, na moca, mede 222.070 metros quadrados, dos quais 55.013,71 metros

    quadradosconstituemaparteedificada, ligadaa ferroviaSoPauloRailwayporcercade

    4.000 metros de trilhos, que cortando os seus terrenos em vrias direes, facilitavam os

    serviosdecargaedescargademercadorias(http://www.saopauloantiga.com.br/antarcti-

    35

    Fbricanosanos1930.Fonte:http://www.saopauloan-tiga.com.br/antarctica-paulista/.Consultaem04.04.12.

    Fonte:http://www.saopauloantiga.com.br/antarctica-paulista/.Consultaem04.04.12.

  • ca-paulista/.Consultaem04.04.12.)

    Fonte:MapadaCidade.

    1895 1905

    1913 1924

    Analisando os mapas histricos

    de1895a1924,pode-seperceberopa-

    pel da ferrovia como indutora da ocu-

    pao suburbana, que abraa a rea em

    estudo. O mapa de 1905 j apresenta

    construes da Cia. Antarctica ao lado

    daferroviaSantos-Jundia,identificadas

    como fbrica Cia. Bavria e permite

    observar o antigo parcelamento da rea

    estudada, dividida em quadras ortogo-

    nais, j inexistentes nomapa de 1924.

    tambm mostra o projeto da canalizao

    do rio tamanduate, que aparece con-

    cludoem1913.

    36

  • 37

    1930 1954

    1973 2012

    Fontes:Mapade1930:SaraBrasil;Mapade1954:VASPCruzeiro;Mapade1973:GEGRAN;Mapade2012:MapaDigitaldaCidade.

    Omapade1930mostraareadi-

    vidida por ruas internas - com ocupao

    mais intensa ao lado prximo ferrovia -

    eavilaoperria,identificadapelonme-

    ro 150.

    Em 1954, o terreno encontra-se

    todo ocupado por galpes, que se esten-

    dem at a avenida do estado, mas no

    se mantm as ruas internas mostradas no

    mapa Sara Brasil. Na dcada de 1970 a

    configuraodoespaopraticamenteno

    semodifica,anoserpeloaparecimen-

    to de edifcios industriais no lote ao sul.

    O mapa atual evidencia a demolio de

    inmeros galpes, ligada transferncia

    da Cia. Antarctica para a cidade de Ja-

    guarina, interior paulista, e para outras

    partes do estado e do pas. Desde a sua

    fusocomaempresaBrahma,em1999,

    ainda no deu um destino certo ao seu

    antigo endereo.

  • 6

    7

    22

    3

    19

    18

    16

    1524

    1

    21

    2636

    17

    40

    20 35

    10

    23

    13

    33

    3134

    32

    39

    2825 27

    14

    38

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    30

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    2

    12

    4

    11

    5

    9

    8

    41

    8

    5

    29

    35

    36

    10

    de1930a1954

    at1930

    1. fbrica de gelo e casa de mquinas2. Depsitos de autos e mveis3. refeitrio

    4.Oficinas,1943.5.Controledebalana,19436.Vestirios,1950.7.Edifciodeescritrios,19518. fbrica de gs carbnico e depsito de garrafasdegscarbnico,19529.Fbricadeessncias,195310.Portaria,195411. tratamento de despejos industriais e caixadefora,195412. Depsito de produtos e de acar13. Depsito de produtos14. engarrafamento15. fbrica de refrigerantes16. engarrafamento e caldeira17.Laboratrioedepsito18. Depsito de malte19.Depsitodemateriaisdiversos20. reservatrio dgua21. Almoxarifado, caf e cozinha22. Depsito

    aps1973

    de1954a1973

    23.Reservatriodgua,195624.Reservatriodgua,195925. Associao recreativa e Cultural Antarc-tica(ARCA),196726.Fbricaderefrigerantes,196927. Ginsio28. Jogo de boccia29.Residncias30. Centro de computao31. Garagem32. Garagem33. escritrio de obras34. Vesturios35. Ambulatrio36. Depsito de gelo

    37.Cobertura,199138. reservatrio dgua39.Guarda40. Depsito de vasilhames41. Depsito de vasilhames

    SOBre A CONStrUO DO eSPAO NA reA em eStUDO

    Atravs da anlise dos mapas histricos e de processos de alvars de construo ou de

    conservao de edifcios localizados na rea em estudo, pode-se compreender a evoluo da

    ocupao neste lote, que se compromete apenas com as necessidades da atividade industrial

    que ali ocorria.

    38

  • 39

    Para compreender as caractersticas do espao construdo entre os muros do lote foi

    essencial distinguir as tipologias dos edifcios industriais deste conjunto, que abrigava usos

    to diferentes quanto a produo de essncias e as reas administrativas da empresa.

    retomando a tabela apresentada neste caderno pgina 11, pode-se dividir as tipolo-

    giasemquatrogrupos:pequenosespaosnicos,grandesespaosnicos,pequenosespaos

    repetidosegrandesespaosrepetidos.Entenderascaractersticasespecficasdecadatipo-

    logia possibilita apontar as potencialidades de algumas reas do lote estudado, que concen-

    tram atividades semelhantes, como armazenagem ou recreao de funcionrios.

    Assim como a diviso tipolgica, para compreender a relao dos edifcios entre si

    necessrio identificarasadiesquedificultama leituradoconjunto,comocoberturas

    construdas para ligar galpes ou para aumento de rea.

    Adies encontradas na rea estudada. Fotoesquerda.Fonte:GoogleEarth.Fotodireita.Fonte:fotodaautora.

  • Grandes espaos nicos

    Grandes espaos repetidos

    Pequenos espaos repetidos

    Pequenos espaos nicos

    Adies

    40

  • 41

    Na rea em estudo, pode-se notar o agrupamento de algumas tipologias. A poro sul

    do terreno foi ocupada majoritariamente por grandes espaos nicos, que representam os

    espaos de armazenagem do conjunto - como os depsitos de vasilhames, gelo e outros ma-

    teriais. A parte central do lote concentra sobretudo pequenos espaos nicos, que neste caso

    abrigamoficinas, almoxarifado e pequenos depsitos, e pequenos espaos repetidos, que

    so os edifcios onde acontecem as atividades administrativas. A face do lote voltada para a

    rua da mooca, a norte, ocupada tambm por grandes espaos nicos como na poro sul,

    massoespaosvoltadosrecreaodosfuncionrios,ondefuncionavaaARCA(Associao

    Re-creativadaCiaAntarctica),umginsioeumcampodeboccia.Osnicosgrandesespaos

    repetidos na rea em estudo so a fbrica de essncias, edifcio na esquina da avenida do

    estado com a rua Serra de Paracana, que tipologicamente se assemelha aos edifcios da Cia.

    Antarctica localizados ao lado da ferrovia e a fbrica de gs carbnico, voltada para a rua

    Serra de Paracana.

    esquerda, foto de galpes na parte sul do lote. di-reita, foto do edifcio de escritrios na parte central.Fonte:fotosdaautora.

  • Com o processo de desindustrializao e o abandono de enormes reas industriais

    possvel criar novas transposies no tecido urbano atravs do seu reparcelamento. Por isso

    umaparteimportantedestaanliseaidentificaodeeixosfsicosouvisuaisquesointer-

    rompidos pela barreira produzida pelo lote murado.

    possvelapontardoiseixosfsicosquepoderiamatravessarolote:acontinuao

    da rua Dom Bosco - j interrompida entre as ruas Dona Ana Neri e Conselheiro Joo Alfredo -

    que se ligaria rua Coronel Joo Dente para atravessar a rea e chegar Avenida Presidente

    Wilson(eixofsico1);eatransposiodaferroviaatravsdoprolongamentodaruaMonse-

    nhorJooFelipoataAvenidadoEstado,cortandoolotenasuapartecentral(eixofsico2).

    Pode-seidentificartambmdoiseixosvisuais:oprimeiroseriapotencializadopelaremoo

    de adies entre galpes na parte sul da rea, o que daria a possibilidade de algum que est

    dentro da estao da mooca enxergar o rio tamanduate, hoje coberto, pela abertura criada

    entreosedifciosindustriais(eixovisual1);eosegundo,seriacriadoparavalorizaraparte

    da Cia. Antarctica ao lado da ferrovia, permitindo a sua visualizao por quem passa pela

    avenidadoEstado(eixovisual2).

    esquerda, foto de um galpo na parte norte do lote. direita, foto da fbrica de essncias avenida do estado.Fonte:fotosdaautora.

    42

  • 43

    eixos fsicos

    Adies

    eixos visuais

    rua Dom Bosco

    rua

    Don

    a An

    a N

    eri

    rua

    Cel.

    Jo

    o D

    ente

    rua

    Cons

    . Jo

    o A

    lfre

    do

    Avenida Pres. Wilson

    rua mon

    s. Joo f

    elipo

    rua da mooca

    rua Ser

    ra de Pa

    racana

    1

    2

    1

    2

  • No canto superior esquerdo, foto domuroqueseparaofimdaruamonsenhor Joo felipo da fer-rovia. No canto superior direito, foto do interior do complexo in-dustrial abandonado da Cia. An-tarctica, continuao da mesma rua.Fonte:fotosdaautora.

    O eixo fsico a ser criado que liga

    a rua monsenhor Joo felipo avenida

    do estado deve atravessar a ferrovia e

    passar pelos edifcios desativados da Cia.

    Antarctica. esta conexo, alm de criar

    uma nova transposio da ferrovia, pode

    fazerpartedarequalificaodoconjunto

    industrial abandonado.

    44

  • 45

    Fotoesquerda:vistadaestaoda mooca em direo ao rio ta-manduate.Fotodireita:vistadopedestreavenida Presidente Wilson, na sa-da da estao da Mooca. Fonte:fotos da autora.

    O eixo visual que poderia ligar a estao da mooca parte sudoeste da cidade, do

    outro lado do rio tamanduate, hoje prejudicado pela presena de coberturas dentro do

    lote em estudo. J para o pedestre que sai da estao, essa conexo visual nem mesmo

    existe, est impedida pelo alto muro que fecha o conjunto industrial.

    SOBREOREPARCELAMENTO

    Levandoemconsideraotodaaanlisedareaapresentada,odesenhodoreparce-

    lamentodolotetemcomoparmetros:

    1. a compatibilidade das tipologias industriais presentes na rea com os possveis novos

    usos;

    tendo como base novamente a tabela apresentada neste caderno pgina 11, pode-se

    relacionaralgumasreasespecficasdoloteapossveisusos.ocasodaporocentral,que

    concentra pequenos espaos nicos e pequenos espaos repetidos. estas tipologias possuem

  • caractersticas que melhor se adaptam a novos usos especializados ou escritrios, residncias

    e uso misto. A parte sul do terreno praticamente toda ocupada por grandes espaos nicos

    - em sua maioria depsitos - e que por suas caractersticas arqui-tetnicas, tm reconverso

    para uso habitacional ou misto pouco aceita. No entanto, um pressuposto deste trabalho

    experimentaressatransiodeusoparaestetipoespecficodeedifcioindustrial,comoex-

    perimentao projetual e contraponto idia de que no possvel conciliar a preservao

    do patrimnio industrial e propostas de adensamento habitacional.

    2.aidentificaodeadiesaosedifciosquedificultemasualeituraequepossamserre-

    movidas sem prejuzo ao conjunto arquitetnico;

    Sendo o conjunto de edifcios industriais aqui estudado parte do patrimnio urbano

    da industrializao em So Paulo, o reparcelamento deste lote pode destruir sua leitura

    como um todo. Portanto, a capacidade de entender as caractersticas destes edifcios e suas

    semelhanas vital para a sua preservao, e pode ser facilitada pela remoo de adies.

    Alm disso, a retirada de algumas coberturas possibilita a criao de novos eixos visuais e

    fsicos.

    3.aidentificaodeeixosvisuaisoufsicosaseremvalorizadospeloreparcelamento;

    Oseixosidentificadosnaanliseapresentadaapontampossvelpensaraabertura

    de novas vias, passagens para pedestres, a implantao de passarelas ou a criao de reas

    livres.

    4. a demanda por reas livres e de lazer na regio.

    A regio no entorno da estao da mooca, por sua origem industrial, possui uma carn-

    ciadereaslivresedelazer,quedevesercontempladanadefiniodosnovosusosesuas

    reas respectivas. e ainda deve ser considerado o aumento de demanda por servios pblicos

    deeducaoesadequeresultadoprocessodeadensamentohabitacional (vermapaao

    lado). Fonte:prefeitura.sp.gov.br.

    escola estadual

    memorial do imigrante

    Unidade de Sade

    escola municipal

    estdio Clube Atltico Juventus

    46

  • 47

    Comrcio e servios (16,08%)

    Usomisto1a(habitaoHIS/HMP+trreoco-mercial)

    equipamento esportivo e delazer(15,26%)

    Escolaecreche(7,56%)

    Usomisto2(trreocomercial + habitao HIS/HMPemedifciosreciclados)(26,28%)

    1 Nova via 1

    2 Nova via 2

    3 Passagem subterrnea

    4 Nova via exclusiva para pedestres

    REPARCELAMENTO

    equipamento cultural (nofazpartedoloteestudado)

    Usomisto1b(habitaoHIS/HMP+trreocomer-cial)(33,09%)

    Faixano-edificvelru

    a D

    ona

    Ana

    Ner

    i

    rua

    Cel.

    Jo

    o D

    ente

    rua

    Cons

    . Jo

    o A

    lfre

    do

    Avenida Pres. Wilson

    rua mon

    s. Joo f

    elipo

    rua da mooca

    rua Ser

    ra de Pa

    racana

    1

    3

    4

    2

  • Fonte:zoneamentoSub-prefeituradaS.

    ZM3-a(zonamistadealtadensidadea)

    ZEIS3(zonaespecialdeinteressesocial)

    ZM3-b(zonamistadealtadensidadeb)

    Seguindo os parmetros explicados anteriormente, propem-se novos usos e novas

    conexes virias para o lote em estudo, alm de diretrizes de interveno nos edifcios a

    seremconservados:

    NOVASCONEXES(VIRIASOUVISUAIS)

    -novavia1:ligaodaruaBomBoscocomaruaCel.JooDente,passandopordentrodo

    lote at chegar avenida Presidente Wilson;

    -novavia2:continuaodaruaMonsenhorJooFelipoataavenidadoEstado,cortandoo

    lote na sua parte central;

    -passagemsubterrnea:possibilitaatransposiodaferrovia,saindodaruaMonsenhorJoo

    felipo e chegando ao lado oposto na praa interna formada pelos edifcios abandonados da

    Cia. Antarctica, que recebem novo uso como equipamento cultural;

    -novaviaexclusivaparapedestres:almdecriarumapassagemdiretadequemsaidaes-

    tao da mooca at o rio tamanduate, valoriza a conexo visual entre a ferrovia e o lado

    sudoeste cidade;

    -faixano-edificvel:faixaquenopodeserocupadaporedificaesouvegetaoarbrea

    edeveterpermeabilidademnimade50%.Constriumeixovisualentreoequipamentocul-

    tural proposto e a margem oposta do rio tamanduate.

    NOVOS USOS

    -usomisto1a:readirecionadaproduodehabitaosocialedemercadopopularcom

    trreocomercial.OPlanoRegionaldaSub-prefeituradaSdefineparaaZonaEspecialdeIn-

    teresseSocial3(vermapaaolado)coeficientedeaproveitamentobsico1emximo4etaxa

    deocupaode50%eparaaZonaMistadeAltaDensidade3-a,coeficientebsico1emximo

    2,5etaxadeocupaode50%.Osrecuosmnimosparaasduaszonasso:recuodefrente

    de 5 metros e recuos laterais e de fundos de 3 metros. A legislao federal de parcelamento

    dosolo(Lei6766-1979)defineareadelotemximode10.000metrosquadrados,tamanho

    48

  • de uma quadra regular. Para esta rea, prope-se a diminuio da rea do lote mximo para

    1.000metrosquadradosegabaritomximode13metros(trreomaistrspavimentos),a

    propsito de fazer uma gradao mais sutil entre os pequenos lotes ocupados por residncias

    unifamiliares rua Coronel Joo Dente e os enormes galpes a serem preservados rua Serra

    de Paracana;

    -usomisto1b:readirecionadaproduodehabitaosocialedemercadopopularcom

    trreo co-mercial. Possui as mesmas restries legais da rea de uso misto 1a para a Zona mis-

    ta de Alta Densidade 3-a, porm a rea do lote mximo proposta de 2.500 metros quadrados

    eogabaritomximode22metros(trreomaisseispavimentos);

    - usomisto2: readestinadaproduodehabitao social edemercadopopular com

    trreo comercial em edifcios industriais reciclados;

    -equipamentoesportivoedelazer:readestinadaconstruodeequipamentoesportivo

    e de lazer, que aproveita a estrutura existente da antiga rea recreativa dos funcionrios da

    Cia. Antarctica e supre a demanda por espaos pblicos de lazer;

    -equipamentocultural:reciclagemdocomplexoindustrialdaCia.Antarcticacomprocesso

    de abertura de tombamento pelo CONPreSP para uso cultural, equipamento que se integra ao

    parque linear de orla ferroviria proposto pelo Plano regional da mooca de 2004;

    -comrcioeservios:readestinadacriaodeumplocomercialedeserviosdecarter

    regional, que se difere dos trreos comerciais das reas propostas de uso misto, que tem

    carter local;

    -escolaecreche:reciclagemdaantigafbricadeessnciasparausodeescolaecrechecom

    criao de rea livre, suprindo a demanda suplementar por servios pblicos de educao e

    reas livres vinda da implantao de novas habitaes.

    DiretriZeS De iNterVeNO NOS eDifCiOS CONSerVADOS

    Aps a criao de novas vias e a introduo de novos usos, a totalidade do conjunto in-

    49

  • dustrial deixa de ser facilmente perceptvel. Antes incitada pelo fato de os edifcios estarem

    entremuros,anovarelaodoconjuntocomacidadetornanecessriaareflexodenovas

    formas, que no o enclausuramento, de promover essa percepo.

    A mais simples delas a manuteno e valorizao de elementos comuns entre os

    edifcios,como:

    - esquadrias e emolduramento da linha de janelas. As esquadrias metlicas verdes aparecem

    em diferentes tipologias com modulaes diversas, emolduradas por uma linha de concreto;

    50

    Fonte:fotosdaautora.

  • - lanternins. Por serem comuns tipologia que tem desenhos muito variados dentro do con-

    junto, so elementos importantes a serem preservados;

    51

    - pintura externa. Grande parte dos edifcios do conjunto industrial possui a pintura externa

    da mesma cor, o que pode ser facilmente conservado.

    Fonte:fotosdaautora.

  • SIMULAODANOVAOCUPAODOLOTEEMESTUDO

    52

    1 equipamento esportivo e de lazer

    2 Plo comercial e de servios

    3 EdifciosdeHIS/HMPcomtrreo comercial

    4 EdifciosdeHIS/HMPemedif-cios reciclados

    5 Escola/creche+reaverdepblica

    6 equipamento cultural

    1

    2

    3

    3 3

    4

    45

    6

    CoRte b

    CoRte a

    Escala1:5000

    rea para edifcios de trreo + 3 pavimen-tos:11.161,4mreaparaunidadeshabitacionais:6923,87 mTotaldeunidades:115(considerando50%paraHISe50%paraHMP)reaparaedifciosde6pavimentos:31.883 mreaparaunidadeshabitacionais:43.252mTotaldeunidades:720(considerando50%paraHISe50%paraHMP)rea total dos galpes a serem reciclados parausohabitacional:26.483,29m

  • 53

    COrte Aescala1:2500

    COrte Bescala1:2500

    Usomisto(trreocomercial+3pavimentos) Usomisto(trreocomercial+6pavimentos) passagem subterrnea que transpe a ferrovia

    escola + creche + rea verde pblica Galpesreconvertidosparausohabitacional/misto

  • 54

    maquete eletrnicaVista area

  • 55

    Maqueteeletrnica:vistaareadagradao de gabaritos

  • Maqueteeletrnica:vistadapassagemdepedestres em direo ao rio tamanduate

    56

  • 57

    Maqueteeletrnica:vistadapraada escola em direo ferrovia

  • 58

    Maqueteeletrnica:vistadanovaviaemdireo praa do equipamento cultural

  • 59

    Maqueteeletrnica:vistadapas-sagem entre galpes

  • SOBREASALTERNATIVASAOMODELOATUALDEOCUPAODASREASINDUSTRIAIS

    O modelo de ocupao residencial produzido pelo mercado imobilirio atual-

    mente nas reas industriais desativadas, caracterizado pelas enormes torres enclau-

    suradasporaltosmuros,conflitantecomaocupaotradicionaldosbairrosoperrios

    - formados por vilas e pequenas residncias unifamiliares ou sobrados - e com a preser-

    vao do patrimnio urbano industrial presente na memria coletiva dos moradores.

    O projeto de reciclagem de galpes industriais para uso habitacional ou misto

    proposto neste trabalho tenta mostrar-se como alternativa a esta nova ocupao, pois,

    se se mostrar possvel, alia as propostas de adensamento para entorno de estaes fer-

    rovirias preservao da arquitetura caractersticas destas reas.

    Umcasoqueexemplificacomoproblemticaadestruiosemcritriosde

    complexos industriais inteiros para a construo de empreendimentos residenciais

    pelomercadoimobilirioodaFbricadaUnio.LocalizadaentrearuaBorgesde

    figueiredo e a rua Joo Antonio de Oliveira, sua chamin foi tombada pela resoluo

    05/2010doCONPRESPe foi tudooquerestoudoconjuntodeedifcios.Oterreno,

    comprado por uma incorporadora, est sendo ocupado por um enorme empreendi-

    mento com inmeras torres residenciais e comerciais, que se ergue a meros 15 metros

    de distncia da base da chamin tombada, a qual s aparenta fazer parte do projeto

    enquantoestratgiademarketing:

    A Mooca um dos bairros mais tradicionais de So Paulo. E agora um

    dos seus smbolos mais importantes tem sua preservao assegurada. Um

    verdadeiro monumento origem industrial deste bairro que recebeu tra-

    balhadores de diversos lugares do mundo. Sua herana at hoje sentida

    Na imagem superior, em contorno preto a rea onde se loca-lizavaaFbricadaUnioeemamarelo,achamin.Fonte:Aero-foto, 2004. Na imagem inferior, o projeto do empreendimento imobilirioquedarlugarfbrica.Fonte:http://www.cyrela.com.br/sp/imovel/comercial/sao-paulo/mooca/escritorio/luz-es-da-mooca-atrio-giorno. Consulta em 20.05.2012.

    60

  • nas ruas. A Chamin da antiga fbrica do Acar Unio o ponto de partida

    do Luzes da Mooca, o empreendimento cuja atmosfera cercada de histria e

    a modernidade do projeto deixaro voc com orgulho de viver aqui (http://

    www.cyrela.com.br/sp/imovel/comercial/sao-paulo/mooca/escritorio/luzes-da-

    mooca-atrio-giorno,consultaem23.05.2012).

    Para propor uma alternativa a este modelo atravs da reciclagem de galpes industri-

    aisparausohabitacional/mistoessencialcompreenderatipologiaesuascaractersticas.

    Somente na rea em estudo, pode-se perceber alguns elementos que diferenciam os galpes

    entresi,como:

    - posio dos pilares - os pilares podem estar posicionados apenas perifericamente ou no;

    61

    StanddevendasdoempreendimentoLuzesdaMooca,comachamindaUnioaofundoeemsualogomarca.Fonte:Google earth.

  • 62

    - presena ou ausncia de lanternim;

    - tipo de cobertura - os galpes possuem cobertura curva ou em duas guas.

    exemplo de galpes que diferem entre si pela presena ou no de lanternim.Fonte:fotosdaautora.

  • 63

    SOBREOPROJETODERECONVERSODEUMGALPO

    Considerando toda a anlise apresentada, um galpo da rea de estudo foi escolhido

    para um estudo preliminar de reconverso para uso habitacional, dentre aqueles cujos dese-

    nhos(plantasecortes)estavamdisponveis.

    O galpo escolhido tem a fachada sul voltada para a rua Serra de Paracana e a

    fachada norte voltada para a passagem de pedestres proposta. Suas caractersticas entre as

    destacadasnaanlisedatipologiaso:pilaresemposionoexclusivamenteperifrica,

    presenadelanternimecoberturacurva.Oedifciofoiconstrudoaps1973comafuno

    de depsito de vasilhames.

    Fonte:v8.cache1.c.bigcache.googleapis.com/static.panoramio.com/photos/original/26581983.jpg?redirect_counter=1. Consulta em 10.06.2011.

  • 64

    LevantamentofotogrficodogalpoComo no foi possvel a visita interna, as fotos do Google earth possibilitam uma melhor visualizao da fachada do que as tiradas a nvel da calada. Nota-se bem a adio construda ao lado de fora do galpo, assim como a relao confusa quepossui comas edificaes vizinhas.Na ltima foto tambm possvel visu-alizar as aberturas das antigas reas ad-ministrativas do edifcio.Fonte:GoogleEarth.

  • Planta baixa do galpo atualescala1:750

    65

    rua Serra de Paracana

    b

    a

  • 66

    CC'

    COrte Aescala1:750

    COrte Bescala1:750

    FACHADASULescala1:750

  • 67

    A primeira aproximao sobre o tema foi quase um zoneamento, uma primeira diviso

    da rea total do galpo em reas pblicas e privativas, onde seria a habitao e como funcio-

    naria a circulao.

    primeira tentativa de demarcao de limites entre o espao pblico e o privado

    oproblemadailuminaointerna:proposta de telhas translcidas

    como dar privacidade sem criar bar-reirasvisuais:avarandainterna

    habitao

    circulao interna

    passagem de pedestres

  • 68

    Outra tentativa foi introduzir um edifcio que atravessasse a cobertura do

    galpo,configurandoumaadioindependentedaestruturaexistente.Noentanto,o

    novo edifcio rasga o galpo para no us-lo, sua cobertura perde o uso e o armazm

    no valorizado. De fato ocorre o inverso, perceptvel que a nova construo est

    fora de lugar, e que a antiga estaria melhor sem ela.

    PLANTAescala1:1000

    comrcio

    A

    B

    CORTEBescala1:1000 CORTEAescala1:1000

  • 69

    Aps desenvolver a segunda idia, percebe-se que o projeto de reconverso parte da

    compreenso da tipologia e de suas caractersticas. Um galpo , sobretudo, uma cobertura,

    eseoobjetivo reutiliz-loparaoutrofim,entocobrir,proteger,deveser sua funo.

    Levandoissoemconsiderao,retorna-seidiainicial,pormlevandoasunidadesata

    cobertura existente, utilizando-a de fato.

    PLANTATRREAescala1:1000Obs.:todososdesenhosestoemescalamaior em prancha anexada ao caderno.

  • 70

    A

    C

    B

    D

    PLANTAPRIMEIROPAVIMENTOescala1:1000

    A

    C

    B

    D

  • 71

    A

    C

    B

    D

    PLANTASEGUNDOPAVIMENTOescala1:1000

  • A

    C

    B

    D

    PLANTATERCEIROPAVIMENTOescala1:1000

    72

  • A

    C

    B

    D

    PLANTACOBERTURAescala1:1000

    73

  • 74

    CC'

    DD'

    CORTEAescala1:1000

    CORTEBescala1:1000

    CORTECescala1:1000

    CORTEDescala1:1000

    FACHADASULescala1:1000

    readogalpoescolhido:7325,62mTotaldeunidades:120Unidadesquitinete:20Unidadesde1dormitrio:40Unidadesde2dormitrios:58Unidadesde3dormitrios:2Nmero estimado de unidades para a rea dosgalpes:1301densidade estimada para toda a rea em estudo: 542 hab/ha

  • 75

    MODELOELETRNICOA primeira imagem uma vista area do galpo, que mostra a manuteno dos lanternins com a adio de telhas trans-lcidas e a retirada de parte da cobertura para iluminao interna. A segunda imagem uma vista da fachada sul, vol-tada para a rua Serra de Paracana. A terceira e quarta ima-gens tambm so vistas da mesma fachada, e mostram os terraos criados nas unidades do ltimo pavimento atravs da abertura da cobertura existente, a circulao interna entre as unidades e o ritmo das aberturas, que pode variar de unidade para unidade.

  • 76

    MODELOELETRNICOA primeira imagem mostra a fachada norte, voltada para a passagem de pe-destres proposta. A segunda imagem mostra a relao do terrao das unidades exteriores com a rua; a altura do para-peito - formado pela prpria cobertura do galpo - alm de iluminar a unidade, possibilita a vista da rua. A terceira ima-gem uma vista da rua Serra de Paraca-na,mostrandoogalpovizinho(fachadasul) e a ltima imagemmostra o ptiointerno, arborizado e coberto apenas pelo lanternim translcido. O lanternim, apesar de ter perdido a sua funo com a abertura da cobertura do galpo, um elemento caracterstico da arquitetura deste conjunto inicial, e por isso foi mantido.

  • 77

    SOBREACONCLUSO

    Atravs deste estudo, constata-se que possvel conciliar uma proposta de aden-

    samento habitacional em rea industrial com a preservao do patrimnio urbano da indus-

    trializao. Percebe-se que essencial o estudo do conjunto de edifcios e sua relao com

    o entorno, para que novas transposies sejam criadas sem a descaracterizao do tecido

    existente e para que os edifcios a serem preservados sejam escolhidos com critrio. A deso-

    cupao de inmeros complexos fabris em So Paulo abriu a possibilidade de se transpor a

    fissuraurbanacriadapelo trio rio-avenida-ferrovia,eomodeloatualdeocupaodesses

    lotes - que d s costas cidade e mina dinmicas urbanas saudveis - , de fato, uma opor-

    tunidade perdida.

    MODELOELETRNICOA primeira imagem uma vista do ptio interno e suas varandas. A segunda imagem uma vista de uma pessoa dentro de uma das varandas, olhando o interior do edifcio. O elemento vazado foi escolhido como fechamento pois no cria uma barreira visual completamente opaca, no en-tanto, d privacidade ao morador da unidade trrea.

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    atrio-giorno. Consulta em 20.05.2012.

    ConsultaaoSistemaMunicipaldeProcessos,referentesaoloteSQL/INCRA0002806802059-1:

    0.083.160/1939;0.011.987/1940;0.043.496/1940;0.010.249/1943;0.060.063/1943;0.028.321

    /1946;0.030.191/1946;0.122.615/50;0.062.995/1951;0.081.417/1952;0.152.830/1952;

    0.160.285/1952;0.042.851/1953;0.127.125/1953;0.083.991/1954;0.072.121/1955;0.252.537

    /1955;0.252.914/1955;0.202.600/1957;0.203.839/1959;0.079.618/1961;0.096.336/

    1965;0.080.137/1968;0.141.367/68;0.201.319/1969;0.023.620-2/1989;0.055.872-4/1994;

    0.168.536-3/1994;0.168.537-1/1994;0.168.538-0/1994;0.168.541-0/1994;0.163.672-8/1999;

    0.196.513-3/2003;0.196.517-6/2003;0.196.525-7/2003;0.196.545-1/2003;0.196.597-4/2003;

    0.196.626-1/2003;0.196.631-8/2003;0.010.884-6/2011;0.010.926-5/2011;0.010.927-3/2011;

    0.010.957-5/2011;0.011.893-0/2011.

    79