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CAMPO GRANDE - CALVANAS I ARU MEMÓRIA DESCRITIVA - OUTUBRO 2018 Câmara Municipal de Lisboa| Direção Municipal de Urbanismo 1 ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA SISTEMÁTICA CAMPO GRANDE - CALVANAS I. MEMÓRIA DESCRITIVA A delimitação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) e a respetiva Operação de Reabilitação Urbana (ORU) do Campo Grande - Calvanas são enquadradas pelo Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU), aprovado pelo DL n.º 307/2009 de 23 de outubro, na sua atual redação. A Área de Reabilitação Urbana a delimitar encontra-se atualmente integrada na ARU de Lisboa, que abrange numa área muito alargada da cidade de Lisboa, sendo enquadrada pela Estratégia de Reabilitação Urbana 2011-2024 e dirigindo-se essencialmente à reabilitação do edificado, tratando-se de uma operação de reabilitação urbana simples. Atenta a importância estratégica da área de intervenção em causa e face à degradação e obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva que a integra, considera-se imperiosa a implementação de uma operação de reabilitação urbana sistemática que delineie uma

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CAMPO GRANDE - CALVANAS I ARU MEMÓRIA DESCRITIVA - OUTUBRO 2018

Câmara Municipal de Lisboa| Direção Municipal de Urbanismo 1

ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA SISTEMÁTICA

CAMPO GRANDE - CALVANAS

I. MEMÓRIA DESCRITIVA

A delimitação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) e a respetiva Operação de Reabilitação

Urbana (ORU) do Campo Grande - Calvanas são enquadradas pelo Regime Jurídico da

Reabilitação Urbana (RJRU), aprovado pelo DL n.º 307/2009 de 23 de outubro, na sua atual

redação.

A Área de Reabilitação Urbana a delimitar encontra-se atualmente integrada na ARU de Lisboa,

que abrange numa área muito alargada da cidade de Lisboa, sendo enquadrada pela Estratégia

de Reabilitação Urbana 2011-2024 e dirigindo-se essencialmente à reabilitação do edificado,

tratando-se de uma operação de reabilitação urbana simples.

Atenta a importância estratégica da área de intervenção em causa e face à degradação e

obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de utilização coletiva e dos

espaços urbanos e verdes de utilização coletiva que a integra, considera-se imperiosa a

implementação de uma operação de reabilitação urbana sistemática que delineie uma

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intervenção integrada de reabilitação urbana, dirigida tanto à reabilitação do edificado, como

à qualificação das infraestruturas, dos equipamentos e dos espaços verdes e urbanos de

utilização coletiva, visando a requalificação e revitalização do tecido socioeconómico e urbano,

associada a um programa de investimento público, enquadrada por um Programa Estratégico

de Reabilitação Urbana.

A Estratégia de Reabilitação Urbana 2011-2024 antecipou esta situação, determinando que

será delimitada para cada operação de reabilitação sistemática a lançar a correspondente área

de reabilitação urbana, que será ao mesmo tempo destacada da Área de Reabilitação Urbana

de Lisboa, por forma a fazer coincidir cada operação de reabilitação, simples ou sistemática,

com a respetiva área de reabilitação.

Planta de Enquadramento

A área de intervenção em causa, com uma área total de 299.180 m2, abrange parte da atual

freguesia de Alvalade e parte da freguesia do Lumiar, separadas por uma infraestrutura viária

de entrada e saída da cidade de Lisboa, a Avenida Marechal Craveiro Lopes ou 2ª Circular.

Relativamente ao enquadramento urbanístico, está confinada a norte pela 2ª Circular, o

interface do Campo Grande e o Plano de Urbanização do Alto do Lumiar (PUAL); a nascente

pela Rua das Murtas e duas grandes áreas de equipamento, o Laboratório Nacional de

Engenharia Civil (LNEC) e o Parque de Saúde de Lisboa/Hospital Júlio de Matos; a sul pela Av.

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do Brasil e o núcleo maioritariamente habitacional do Bairro de Alvalade; a poente pelo Campo

Grande, o Museu de Lisboa – Palácio Pimenta e área de equipamentos de ensino da

Universidade de Lisboa.

Delimitação da ARU Campo Grande – Calvanas

Esta área constitui um território incoerente e descaraterizado, ocupado por diversas

atividades, como uma universidade, um bairro de habitação social, construções de diversas

épocas e de diferentes níveis de estado de conservação e vários terrenos baldios.

Não obstante, constitui uma área de importância estratégica para a cidade, uma vez que a

intervenção que agora se prevê permitirá prolongar o Eixo Central da cidade de Lisboa, desde

os Restauradores até ao norte da cidade, à rotunda das Galinheiras, ligando-o ao Eixo Norte-

Sul. Esta ação promoverá, simultaneamente, a real integração da área de intervenção do Plano

de Urbanização do Alto do Lumiar (PUAL) na cidade. O seu impacto ultrapassa largamente os

limites da sua área de intervenção, contribuindo para a integração no todo da cidade de uma

população que ronda atualmente os 70.000 habitantes e que tem um potencial de

crescimento até aos 100.000 habitantes.

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A área em questão está abrangida pelas Unidades Operativas de Planeamento e Gestão

(UOPG) 1-Coroa Norte e 3-Almirante Reis/Roma. Os objetivos estratégicos a prosseguir são os

definidos no PDM para as UOPG referidas, salientando-se os seguintes:

i. Diluir o efeito de fronteira da Segunda Circular, ligando duas partes distintas da cidade;

ii. Expandir o eixo central da cidade (atualmente composto pela Baixa, Avenida da Liberdade,

Avenida Fontes Pereira de Melo, Avenida da República e Campo Grande), estabelecendo a

sua ligação à Alta de Lisboa através da zona de Calvanas;

iii. Estruturar a área a norte da Avenida do Brasil, emergente como polaridade urbana no eixo

da 2.ª Circular e charneira na articulação entre o Alto do Lumiar, a Cidade Universitária e a

Avenida Marechal Gomes da Costa;

iv. Desenvolver intervenções potenciais com efeito de polos regenerativos do território;

v. Garantir a continuidade dos sistemas naturais, contribuindo para a continuidade física do

sistema de corredores estruturantes;

vi. Contribuir para a consolidação económica do eixo central e para a sua afirmação como

eixo estruturante de desenvolvimento, potenciando a sua regeneração, nomeadamente

através da qualificação do espaço público pedonal e da criação e dinamização de áreas

marginais, afetando-as a comércio e equipamentos coletivos;

vii. Reforçar e contribuir para a implementação de um adequado sistema de acessibilidade –

que garanta a articulação entre a rede rodoviária, a rede de transportes e a rede de

mobilidade suave (modos pedonal e ciclável) – de acordo com uma estratégia territorial de

mobilidade que visa dotar a cidade de Lisboa de um sistema de transportes capaz de

responder às principais necessidades de mobilidade dos residentes, trabalhadores e

visitantes.

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II. QUADRO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS ASSOCIADOS AOS IMPOSTOS MUNICIPAIS

A delimitação de uma área de reabilitação urbana tem como efeito a obrigatoriedade de

definição dos benefícios fiscais associados aos impostos municipais sobre o património,

designadamente o imposto municipal sobre imóveis (IMI) e o imposto municipal sobre as

transmissões onerosas de imóveis (IMT) e confere aos proprietários titulares de outros

direitos, ónus e encargos sobre os edifícios ou frações nela compreendidos o direito de acesso

aos apoios e incentivos fiscais e financeiros à reabilitação urbana, sem prejuízo de outros

benefícios e incentivos relativos ao património cultural.

A Estratégia de Reabilitação Urbana 2011-2024 determina que à Área de Reabilitação Urbana

serão aplicáveis todos os benefícios e incentivos fiscais previstos no Estatuto dos Benefícios

Fiscais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho, (EBF) designadamente os

previstos nos artigos 45.º e 71.º, na redação em vigor, bem como quaisquer outros previstos

em regime extraordinário de apoio à reabilitação urbana.

À Area de Reabilitação Urbana de Campo Grande - Calvanas serão igualmente aplicáveis os

benefícios fiscais previstos nos artigos 45º e 71º, na redação em vigor, bem como quaisquer

outros previstos em regime extraordinário de apoio à reabilitação urbana.

Assim, nos termos e para os efeitos da alínea c) do nº 1 do art.º 13º e artigo 14º do RJRU serão

aplicáveis os seguintes benefícios fiscais associados aos impostos municipais:

Aos prédios urbanos ou frações autónomas objeto de intervenções de reabilitação de edifícios

situados na Área de Reabilitação Urbana do Campo Grande - Calvanas que, em consequência

da intervenção o estado de conservação esteja dois níveis acima do anteriormente atribuído e

tenha no mínimo, um nível bom e sejam cumpridos os requisitos de eficiência energética e de

qualidade térmica aplicáveis aos edifícios (nos termos das alíneas a) e b) do art.º 45º) podem

ser aplicáveis

- Imposto Municipal sobre Imóveis — IMI — são passíveis de isenção de IMI por um

período de três anos, a contar do ano inclusive da conclusão das obras de reabilitação,

podendo ser renovada a requerimento do proprietário, por mais cinco anos no caso de

imóveis afetos a arrendamento para habitação permanente ou a habitação própria e

permanente, nos termos da alínea a) do nº 2 do art.º 45º;

- Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis - IMT - são passíveis de

isenção de IMT as aquisições de imóveis destinados a intervenção de reabilitação,

desde que o adquirente inicie as respetivas obras no prazo de três anos a contar da

data da aquisição, nos termos da alínea b) do nº 2 do art.º 45º;

- Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis - IMT - são passíveis de

isenção de IMT as aquisições de imóveis, na primeira transmissão, subsequente à

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intervenção de reabilitação, a afetar a arrendamento para habitação permanente ou

habitação própria e permanente, nos termos da alínea c) do nº 2 do art.º 45º.

O artigo 71º do EBF prevê ainda outros incentivos associados à reabilitação urbana, como

sejam a possibilidade de dedução à coleta em sede de IRS de 30% dos encargos com a

reabilitação (com o limite € 500,00), a tributação de mais valias à taxa autónoma de 5% na

alienação e tributação de rendimentos prediais à taxa de 5%.

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Hospital

Escola Primaria

Centro

CML

Julio de Matos

Grande

Campo

do

Cultural

Centro Infantil de Alvalade

e Seguranca Social

Ministerio do Emprego

IURD

Eugenio dos Santos

Escola Secundaria

Hospital Julio de Matos

Escola Primaria Num 33

Colegio Moderno

C Com Alvalade

Ministerio da Educacao

Faculdade de Ciencias de Lisboa

Horto do Campo Gramde

Torre do Tombo

Rafael

Bordalo

Pinheiro

Museu

Hidroprojecto

Edificio

Craveiro Lopes

Hotel Holiday Inn

Campo Grande

S Joao de Brito

Campo Grande

Lumiar

R.T.P.

Producao

Universidade

Lusofona

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SITUAÇÃO EXISTENTE

DELIMITAÇÃO DA ARU CAMPO GRANDE-CALVANAS

1:2.000

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DMPRGU | DPRU | Divisão de PlaneamentoTerritorial

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CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

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Diretor Municipal - Arq.º Jorge Catarino

LEGENDA

Edifícios Existentes

Árvores Existentes

Árvores Propostas

Limite da ARU

Espaço Verde Existente

Ciclovia