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ANAIS DO X CONGOCE XI CONEF
2019
COMISSÃO ORGANIZADORA
COORDENAÇÃO GERAL: Angela Rodrigues Luiz (Presidente)
COMISSÃO CIENTÍFICA: Vivianne Oliveira Gonçalves, David Michel de Oliveira,
Nayara Costa Araújo, Giselle Soares Passos, Nestor Persio Alvim Agrícola, Lana Ferreira de Lima, Lílian Brandão Bandeira,
Chaysther de Andrade Lopes, Suzane Milhomem, Paulo Roberto Veloso Ventura, Ricardo Lira de Rezende Neves, Sérgio de
Almeida Moura
COMISSÃO DE SECRETARIA: Renata Machado de Assis, Lílian Ferreira Rodrigues Brait,
Giuliano César dos Santos
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO E PATROCÍNIO: Júlio César Apolinário Maia, Luís César de Souza, Chaysther de Andrade Lopes,
Michele Silva Sacardo
COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA: Amauri Oliveira Silva, Cátia Regina Assis Almeida Leal, Juliana Carneiro
Guimarães ,Keila Márcia Ferreira de Macêdo, Luizmar Vieira da Silva Junior, Paulo José Cabral Lacerda, Marcos Gonçalves de Santana, Mauro Myskiw,
Samuel Stival Messias Machado
ALUNOS MONITORES: Alex de Souza Xavier, Camilla Assis Morais, Daniela Pinto de Cerqueira, Jordana
Alves da Guarda, Júlio César de Souza Ferreira, Leandro de Oliveira Silva, Lucas dos Santos Rodrigues, Matheus Alves da Silva, Nathalia Nayara S. P. do Nascimento, Rafael de Almeida Magalhães, Rafael de Oliveira Rocha, Raissa
Alves Ortigara
SUMÁRIO
RESUMO EXPANDIDO (PÔSTER)
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO PET-SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE Angela Rodrigues Luiz, Cátia Regina Assis Almeida Leal, Sarah Felipe Santos e Freitas, Aldair da Rocha Silva, Rafael de Oliveira Rocha, Tales Henrique Lima Ribeiro...............................................................................................................................
06
A ESTABILIZAÇÃO DO CORE E SUA RELAÇÃO COM LOMBALGIAS EM BAILARINOS DE ALTA PERFORMANCE Luciane Silva Avelar.........................................................................................................
09
A GINÁSTICA LABORAL COMO MÉTODO PROFILÁTICO DE LESÕES E DOENÇAS LABORATIVAS E GRANDE ALIADA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE Marília Ferreira Silva, Carmen Lucia Rocha Silva, Fernando Alves Ferreira, Isaltino Francisco Dourado Júnior, Renata Machado de Assis, Luzia Samira Silva de Jesus..................................................................................................................................
12
A LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE E O DIRECIONAMENTO DO GASTO (2014-2017) Eliane Elicker, Nadson Santana Reis, Claudia Catarino Pereira, Pedro Fernando Athayde Avalone, Fernando Mascarenhas........................................................................
15
AS CONDIÇÕES OBJETIVAS NAS RELAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA CIDADE DE GOIÂNIA Rodrigo Roncato Marques Anes, Paulo Roberto Veloso Ventura, Wilmont de Moura Martins, Luizmar Vieira da Silva Júnior, Júlio César Apolinário Maia............................
18
AS INTER-RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E O ENSINO DE CIÊNCIAS NA ESCOLA DO CAMPO Carolina Nascimento de Jesus, Rosenilde Nogueira Paniago...........................................
21
AS PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA NO INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS CAMPUS SENADOR CANEDO Fernando Henrique Silva Carneiro....................................................................................
23
BASES PEDAGÓGICAS PARA O ESTÁGIO CURRICULAR EM EDUCAÇÃO FÍSICA Adriana Assis Silva, Milena Cristina Kloster, Warley Soares Cavalcante, Elaine Cristina Alves Pereira, Angela Rodrigues Luiz................................................................
26
EDUCAÇÃO FISICA E SAÚDE MENTAL EM JATAÍ-GO Cleusa Maria M. Maia de Lima, Angela Rodrigues Luiz.................................................
29
EDUCAÇÃO FÍSICA: FORMAÇÃO E A ESCOLHA DO CAMPO DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL Bruna Vieira Assis, Renata Machado de Assis.................................................................
32
EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E YOUTUBE Yuri Rabelo Freitas da Silva, Angela Rodrigues Luiz......................................................
35
EFEITOS DO EXERCÍCIO NA PRODUÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO Nielson dos Santos, Nestor Persio Alvim Agricola ..........................................................
38
EXERCÍCIO FÍSICO NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO Lucas Emannoel M. Miranda, Nayara Costa Araújo .......................................................
41
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFG/RC Janinne Nascimento, Lana Ferreira de Lima ....................................................................
44
GINÁSTICA LABORAL NA PREVENÇÃO DA LER/DORT PARA TRABALHADORES DE SERVIÇOS GERAIS DE UM COLÉGIO PARTICULAR DA CIDADE DE JATAÍ-GO Laila Karolina Assis de Carvalho, Gabriela Rezende Silva, Artur Douglas Scapini Honorato, Murilo Barbosa de Souza, Renata Machado de Assis......................................
47
GRUPO DE CONVIVÊNCIA: OS JOGOS LÚDICOS E RECREATIVOS COMO ESTRATÉGIA MEDIADORA DA PROMOÇÃO DA SAÚDE Victor Rodrigues G. Lemos Silvano, Lana Ferreira de Lima, Calíope Pilger, Emilse Terezinha Naves, Arielly Luíza Nunes Silva, Myla Aparecida Costa Carneiro.............................................................................................................................
50
INCIDÊNCIA DE LESÕES FÍSICAS POR SEXO E FAIXA ETÁRIA Bianca Vieira Santos, Bruna Cristina Campos Pereira, Isabela Santos Lima, Nathália Muricy Costa, Nayara Costa Araújo.................................................................................
53
INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Lílian Brandão Bandeira, Renata Carvalho dos Santos, Rosirene Campêlo dos Santos................................................................................................................................
56
JOGOS E BRINCADEIRAS EM COLÔNIAS DE FÉRIAS Weiner Luis de Souza, Lilian Ferreira Rodrigues Brait....................................................
59
JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: DA REPRODUÇÃO À CRIAÇÃO Gislene Ferreira da Silva, Minéia Carvalho Rodrigues.....................................................
62
LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA Sandra Inês Líbero, Luís Cesar de Souza..........................................................................
65
O CASTIGO EM NIETSZCHE: DIÁLOGOS COM A EDUCAÇÃO FÍSICA Luciano Campos de Amaral, Tadeu João Ribeiro Baptista...............................................
68
O DISCURSO DO CORPO E O PODER SIMBÓLICO DA CAPOEIRA Aryanna B. de Carvalho, Tadeu João Ribeiro Baptista.....................................................
71
O ESPORTE E AS EMPRESAS ESTATAIS: UMA ANÁLISE DO GASTO COM PATROCÍNIO ESPORTIVO Claudia Catarino Pereira, Fernando Henrique Silva Carneiro, Fernando Mascarenhas......................................................................................................................
74
O LAZER NO TEMPO LIVRE DE JOGADORES DE UMA EQUIPE DE BASQUETEBOL EM CADEIRA DE RODAS Lana Ferreira de Lima, Leomar Cardoso Arruda, Naiara Pereira Caixeta de Campos, Rodrigo Soares da Costa, Victor Rodrigues G. Lemos Silvano........................................
77 O PORTAL TRANSPARÊNCIA NO ESPORTE
Fernando Mascarenhas, Fernando Henrique Silva Carneiro, Claudia Catarino Pereira................................................................................................................................
80
O TRABALHO ABSTRATO COMO EXPRESSÃO DO (DES)ARRANJO CURRICULAR PARA A FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Júlio César Apolinário Maia..............................................................................................
83
POLÍTICA DE ESPORTE E LAZER: REFLEXÕES SOBRE A GESTÃO MUNICIPAL Danielle Batista de Moraes................................................................................................
86
SOBRE O CORPO: DIÁLOGOS COM AS REVISTAS DA EDUCAÇÃO Tadeu João Ribeiro Baptista..............................................................................................
89
6
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO PET-SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE1
PHYSICAL EDUCATION IN PET-SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE
EDUCACIÓN FÍSICA EN EL PET-SAÚDE/INERPROFISSIONALIDADE
Angela Rodrigues Luiz, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí/UAE Ciências da
Saúde (UFG/REJ/CISAU), [email protected]
Cátia Regina Assis Almeida Leal, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí/UAE
Ciências da Saúde (UFG/REJ/CISAU), [email protected]
Sarah Felipe Santos e Freitas, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí/UAE Ciências da
Saúde (UFG/REJ/CISAU), [email protected]
Aldair da Rocha Silva, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí/UAE Ciências da Saúde
(UFG/REJ/CISAU), [email protected]
Rafael de Oliveira Rocha, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí/UAE Ciências da
Saúde, (UFG/REJ/CISAU), [email protected]
Tales Henrique Lima Ribeiro, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí/UAE Ciências
da Saúde (UFG/REJ/CISAU), [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: formação interprofissional em saúde; educação física; saúde pública.
INTRODUÇÃO
O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET-
Saúde/Interprofissionalidade, previa em seu Edital n° 10/2018 contemplar projetos
institucionais que desenvolvessem mudanças curriculares alinhadas aos princípios da
interprofissionalidade, interdisciplinaridade e intersetorialidade, na lógica de formação
profissional e na dinâmica da produção do cuidado em saúde (BRASIL, 2018).
Docentes da Unidade Acadêmica Especial Ciências da Saúde, da Regional Jataí, da
Universidade Federal de Goiás (UFG/REJ/CISAU) tiveram o projeto aprovado e compuseram
grupos interprofissionais para qualificar os processos de integração ensino-serviço-
1 O presente trabalho contou com apoio financeiro do Ministério da Saúde, conforme Edital 10/2018 para sua realização.
7
comunidade, de forma articulada com os trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) e a
comunidade acadêmica.
É neste contexto que os cursos de Educação Física, modalidades licenciatura e
bacharelado, se inserem para desenvolver conteúdos e atividades sistematizadas, voltadas aos
serviços de saúde, visando a inserção dos futuros profissionais em equipes multidisciplinares,
tendo como metas à promoção da saúde, a prevenção e o tratamento de patologias,
especialmente as de caráter crônico e de saúde pública (UFG, 2013).
OBJETIVO
Este texto tem por objetivo relatar a experiência da inserção de docentes, discentes e
egressos dos Cursos de Educação Física (UFG/REJ/CISAU) no Programa PET-
Saúde/Interprofissionalidade, para compor um trabalho em rede com demais profissionais das
áreas da saúde em atenção ao princípio da integralidade da assistência no contexto das redes
colaborativas na formação para o SUS.
METODOLOGIA
Caracterizamos este relato de experiência como descritivo, de abordagem qualitativa,
e destacamos que a revisão de literatura foi utilizada, o que possibilitou equalizar os saberes
sobre a interprofissionalidade tanto no processo de elaboração do projeto submetido ao
Ministério da Saúde (MS), quanto na seleção dos acadêmicos e preceptores.
RELATO
Desde o segundo semestre letivo do ano de 2018 docentes e discentes dos cursos de
Educação Física vêm se mobilizando para compor a equipe do programa PET-
Saúde/Interprofissionalidade. No momento 02 docentes, 01 profissional da rede municipal de
saúde e 03 acadêmicos representam a área da Educação Física no referido programa. Cabe
registrar que 01 vaga para profissional e 03 para acadêmicos serão preenchidas nas próximas
seleções.
Adentrar ao PET-Saúde nos possibilitou um alinhamento teórico-conceitual sobre o
trabalho interprofissional e viabilizou a transposição do conceito para a realidade prática,
8
quando membros de mais de uma profissão de saúde aprendem juntos com o propósito de
atuarem juntos, de maneira colaborativa, em atenção à saúde dos usuários do SUS.
As atividades do programa priorizam o trabalho colaborativo entendido como a
complementariedade das práticas de diferentes categorias profissionais, atuando de forma
integradora, compartilhando objetivos para alcançar melhores resultados (BRASIL, 2018).
Neste contexto, os representantes dos cursos de Educação Física primam por integrar os
saberes afeitos à cultura corporal às propostas interprofissionais do programa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredita-se que, com a formação interprofissional, os egressos dos cursos de
Educação Física possam atuar como agentes transformadores do trabalho em saúde, atentos às
mudanças no perfil epidemiológico das doenças, mas, sobretudo, nas estratégias de promoção
da saúde pela intervenção com práticas corporais.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Edital n° 10, 23 de julho de 2018, seleção para o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde PET-Saúde/Interprofissionalidade – 2018/2019. Brasília, 2018. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS. REGIONAL JATAÍ. Projeto Pedagógico do Curso de Educação Física, modalidade Bacharelado. Jataí: UFG, 2013. Mimeografado.
9
A ESTABILIZAÇÃO DO CORE E SUA RELAÇÃO COM LOMBALGIAS
EM BAILARINOS DE ALTA PERFORMANCE
THE STABILIZATION OF THE CORE AND ITS RELATION WITH LOW
BACK PAIN IN HIGH PERFORMANCE DANCERS.
LA ESTABILIZACIÓN DEL NÚCLEO Y SU RELACIÓN CON LAS
LUMBALGIAS EN BAILARINES DE ALTO RENDIMIENTO.
Luciane Silva Avelar, UEG-ESEFFEGO, [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: core, lombalgia, bailarino.
INTRODUÇÃO
O ballet exige habilidades motoras, entre as quais, a força e a flexibilidade são as mais
requisitadas (ROBINSON et al, 2018). As exigências são tão elevadas que pode se comparar
bailarinos a atletas (SINGH apud OLIVEIRA et al, 2004). Esses profissionais executam
longas horas de trabalho para alcançarem padrões de movimentos perfeitos. Segundo o estudo
de Meereis et al. (2011), o ballet induz a tendências posturais relevantes. Ele se caracteriza
por posturas sustentadas e movimentos repetidos de grande amplitude articular de tronco e
quadril, trabalhando exaustivamente a região lombar.
A palavra core é ampla e inclui todos os músculos na seção média do corpo. Conforme
Boyle (2018), esses músculos são o elo vital entre a força na região superior e inferior do
corpo, com um papel fundamental no movimento. A estabilidade do core deve ser
compreendida como a capacidade de manter a pelve e a coluna vertebral na posição desejada
durante os movimentos dos membros ou de todo o corpo pelo espaço, sem distorções ou
compensações indesejadas, as quais podem gerar lesões. Um core forte é fundamental, pois,
garante o equilíbrio corporal e a postura correta, conquanto, o ballet necessita de força e
resistência adequada desses músculos.
A lombalgia é comum em bailarinos e a estabilização do core pode ter correlação com
esta dor. Seja por um nível elevado de demandas físicas de movimento ou pelas características
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do ballet associado a desequilíbrios musculares. Evidências mostram que a força abdominal
de bailarinos está abaixo dos padrões da normalidade (PRATI; PRATI, 2006). Este estudo
objetiva verificar se existe relação entre a estabilização do core e os quadros de lombalgias
em bailarinos de alta performance.
METODOLOGIA
Este estudo em andamento constitui-se em uma pesquisa descritiva, quali-quantitativa,
com bailarinas clássicas de Goiânia que treinam ao menos três vezes por semana com duração
de treinos acima de 8 horas semanais, clinicamente saudáveis e aptas para os testes.
Serão aplicados: Biering Sorensen Test (LATIMER, 1999). Side Bridge Hold Test
(ANDERSON, 2013). Core Muscle Strength Test (OLIVEIRA, 2016). Escala Analógica
Visual (SILVA, 2009). Após a análise estatística será feita uma correlação entre as avaliações
posturais com os prováveis desequilíbrios musculares.
RESULTADOS
Como a pesquisa em andamento percebe-se que há uma relação próxima entre
fraqueza de core e lombalgias. A força isométrica da musculatura abdominal tem papel
importante na estabilização da coluna, sendo responsável pelo controle pélvico e lombar e,
desta forma, contribui para o potencial controle de problemas lombares (KNUDSON, 1995).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se que este trabalho acrescente conhecimento para o aperfeiçoamento da
técnica do ballet clássico, ampliar a qualidade de vida dos bailarinos, prolongando assim suas
carreiras e contribuir com a conscientização entre os grupos profissionais de Goiânia.
REFERÊNCIAS
AQUINO, C. et al. Análise da relação entre dor lombar e desequilíbrio de força muscular em bailarina. Fisioter Mov., v. 23, n. 3, p. 399-408, jul./set. 2010.
BOYLE, M. O novo modelo de treinamento funcional de Michael Boyle. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.
11
KNUDSON, D.; JOHNSTON, D. Validity and Reliability of a Bench Trunk-curl Test of Abdominal Endurance. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 9, n. 3, p. 165-169, Aug. 1995.
LATIMER, J. et al. The reliability and validity of the Biering-Sorensen test in asymptomatic individuals and individuals reporting low or current nonspecific low back pain. Spine, v. 24, n. 20, p. 2085-2089, out. 1999. MEERIEIS, E.C.W. Relação entre a postura corporal e os movimentos do balé clássico: estudo de caso. TCC (Especialização em reabilitação físico-motora), Universidade Federal de Santa Maria, RS, 2012.
OLIVEIRA, I. O. Valores de referência e confiabilidade de testes clínicos para avaliação funcional lombopélvica. Dissertação [Mestrado em Reabilitação e Desempenho Funcional] Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP, Ribeirão Preto, 2016. 78 f. PRATI, S.R.A.; PRATI, A.R.C. Níveis de aptidão física e análise de tendências posturais em bailarinas clássicas. Revista Brasileira Cineantropometria Desempenho Humano, v. 8, n. 1, p.80-87, 2006.
ROBINSON, K. et al. A retrospective analysis of the pre-season screen used in a professional ballet company with recommendations for improvements in the screen. Open Access Library Journal, v. 5, p. 1-16, sep. 2018. SILVA, F.C.; DELIBERATO, P.C.P. Análise das Escalas de dor: revisão de literatura. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano VII, n. 19, jan/mar 2009.
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A GINÁSTICA LABORAL COMO MÉTODO PROFILÁTICO DE
LESÕES E DOENÇAS LABORATIVAS E GRANDE ALIADA NA
PROMOÇÃO DA SAÚDE1
LABOR GYMNASTICS AS A PROFILATIVE METHOD OF
INJURIES AND LABOR DISEASES AND GREAT ALLIANCE IN THE
PROMOTION OF HEALTH
LA GIMNASTICA LABORAL COMO MÉTODO PROFILÁTICO DE
LESIONES Y ENFERMEDAD LABORATIVAS Y GRAN ALIADA EN LA
PROMOCIÓN DE LA SALUD
Marília Ferreira Silva, UFG-REJ, [email protected]
Carmen Lucia Rocha Silva, UFG-REJ, [email protected]
Fernando Alves Ferreira, UFG-REJ, [email protected]
Isaltino Francisco Dourado Júnior, UFG-REJ, [email protected]
Renata Machado de Assis, UFG-REJ, [email protected]
Luzia Samira Silva de Jesus, UFG-REJ, [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: ginástica laboral; trabalhador lojista; promoção da saúde. INTRODUÇÃO
As empresas do comércio estão sempre exigindo dos funcionários melhoria na
produção e crescimento na produtividade. Pohl et al (2013) explicam que a qualidade de vida
dos trabalhadores afeta diretamente a empresa. Uma empresa com trabalhadores saudáveis,
aptos e motivados a trabalhar representa um capital maior.
Esse projeto de pesquisa interventiva foi destinado aos trabalhadores comerciários.
Segundo Cirne et al (2000, p. 06) “o comércio é a atividade responsável pela intermediação
entre a produção das mercadorias e seu repasse aos consumidores”.
1 O presente trabalho não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização. Trata-se dos resultados de uma pesquisa interventiva desenvolvida durante a disciplina Oficina Experimental I, do curso de Educação Física/UFG/REJ.
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O objetivo geral do trabalho foi apresentar e implementar a Ginástica Laboral (GL)
como ferramenta de prevenção das doenças relacionadas ao trabalho, bem como promover
saúde e qualidade de vida dos trabalhadores do comércio.
A PESQUISA INTERVENTIVA REALIZADA
Foram observados diversos fatores prejudiciais à saúde aos quais esses trabalhadores
comerciários estão expostos em suas rotinas de trabalho: sofrem grandes desgastes, tanto
físicos quanto mentais, bem como grande pressão psicológica, e realizam diversos
movimentos repetitivos que comprometem sua saúde.
Esta experiência interventiva foi desenvolvida por meio da pesquisa ação, realizada
em uma ampla loja situada no centro da cidade de Jatai-GO, que atua no segmento de vendas
de roupas e calçados, com doze funcionários.
Realizou-se a observação participante e, na abordagem inicial, foi aplicado um
questionário, contendo dez perguntas relacionadas às dificuldades encontradas na execução
do trabalho pelos funcionários da loja e à prática de exercício físico pelos respondentes.
Depois de analisado o questionário, foram propostas atividades físicas regulares para este
público, que consistiam em dança, yoga, ginástica funcional e alongamento. Foi criado um
plano interventivo com a previsão de doze aulas para serem ministradas no local, com
duração de trinta minutos cada uma, realizadas uma vez por semana, trabalhando o
fortalecimento de forma preparatória, compensatória, corretiva e exercícios de relaxamento.
Ao final da experiência foi aplicado outro questionário, com dez perguntas fechadas, nas
quais as opções de respostas eram sim ou não. Na análise das respostas, pode-se destacar
como positivos os resultados obtidos por meio da implementação da GL, haja visto que dos
doze participantes que responderam, obteve-se unanimidade do sim nas seguintes perguntas:
se a atividade desenvolvida despertou o interesse em praticar atividades físicas; se
recomendaria a GL para outras empresas; e se suas faltas ao trabalho diminuíram. Houve
predominância também do sim nas perguntas sobre aproveitar melhor suas horas vagas,
diminuição de dores no corpo, melhora na disponibilidade ao atender o cliente, aumento em
seu desempenho no trabalho e aumento da produtividade.
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Vale ressaltar que o não obteve maioria das respostas apenas na pergunta que diz
respeito à melhor integração entre colegas de trabalho. Pode-se inferir que para haver melhora
na interação com os colegas seria necessário um período maior de vivência com a GL.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados encontrados permitiram concluir que a implementação da GL foi de
suma importância no dia-a-dia dos trabalhadores da loja, e foi possível atingir os objetivos
esperados, melhorando os hábitos de saúde dos participantes e, consequentemente,
amenizando as tensões provenientes das pressões feitas em busca de produtividade.
REFERÊNCIAS
CIRNE, A. M; OLIVEIRA, L. S; SANTOS, P. J; PINTO, V. R. Trabalhadores do comércio: como não negociar a saúde. Caderno de saúde do trabalhador. Instituto Brasileiro de Saúde e Meio Ambiente, Trabalho e Cidadania-IBRAST, outubro, 2000
POHL, H. H; RECKZIEGEL, M. B; REUTER, E. M; GALLIANO, L. M; CORBELLINI, V. A; STEIN, M. J. Perfil de saúde dos trabalhadores do comércio: um estudo relacionado com aptidão física. Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, v. 15, n. 1, p. 17-24, jan-mar. 2013.
15
A LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE E O DIRECIONAMENTO DO
GASTO (2014-2017)1
THE SPORTS INCENTIVE LAW AND EXPENDITURE DIRECTION (2014-
2017)
LA LEY DE INCENTIVO DEL DEPORTE Y EL DIRECCIÓN DEL GASTO
(2014-2017)
Eliane Elicker, Universidade Federal do Acre (UFAC), [email protected]
Nadson Santana Reis, Universidade de Brasília (UnB), [email protected]
Claudia Catarino Pereira, Universidade de Brasília (UnB), [email protected]
Pedro Fernando Athayde Avalone, Universidade de Brasília (UnB),
Fernando Mascarenhas, Universidade de Brasília (UnB), [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: políticas públicas; financiamento; esporte.
INTRODUÇÃO
No Brasil, os direitos sociais foram incorporados à Constituição de 1988. Entretanto, a
partir dela, a principal discussão a respeito desses direitos refere-se a sua efetivação. No
tocante às políticas de esporte, a problemática que se evidenciou, de modo geral, resulta das
dificuldades e limitações do financiamento público. Por isso, a Lei de Incentivo ao Esporte
(LIE) – lei nº. 11.438/2006 – representou importante iniciativa para o setor. Por meio dela, o
governo autoriza a dedução, no Imposto de Renda (IR), de valores gastos com patrocínio ou
doações a projetos esportivos, sejam de pessoas jurídicas (até 1%) ou pessoas físicas (até 6%)
(MATIAS et. al, 2015). Assim, o estudo buscou analisar o direcionamento do gasto da LIE no
país entre 2014 e 2017.
1 O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
16
METODOLOGIA
O estudo, de natureza documental e caráter qualitativo-quantitativo, teve como fonte
principal do estudo os relatórios de gestão da LIE, publicados pelo Ministério do Esporte,
entre 2014 e 2017. A análise foi desenvolvida conforme as diretrizes propostas por Boschetti
(2009).
ANÁLISE E DISCUSSÃO
Verificamos uma predominância de pessoa física no demonstrativo de incentivadores:
no período analisado 10.044 (57%) propostas foram de origem pessoa física e 7.443 (43%) de
origem pessoa jurídica. O ano de 2014 foi o de maior equilíbrio entre os incentivadores, 49%
de origem pessoa física e 51% pessoa jurídica. Nos demais anos, o percentual de propostas de
origem jurídica não ultrapassou os 41% (BRASIL, 2015; 2016; 2017; 2018)
Se olharmos o direcionamento do gasto, 54% do montante captado foi destinado ao
esporte de alto rendimento, 25% ao esporte educacional e 21% ao esporte participação
(BRASIL, 2015; 2016; 2017; 2018).
Além disso, como observado por Matias et. al (2015), há uma centralização dos
recursos da LIE na região Sudeste, fruto da concentração econômica do país nessa localidade
e porque as principais entidades esportivas possuem sede nessa região.
Tal prevalência de projetos voltados ao alto rendimento e concentrados na região
Sudeste fere o que dispõe o Art. 21 do Decreto 6.180 de 2007 que determina a não
concentração por manifestação esportiva nem por região geográfica nacional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A LIE se caracterizou como uma política que prioriza o esporte de alto rendimento.
Não assumindo a democratização do acesso ao esporte como diretriz de operacionalização,
nem a prioridade do gasto no esporte educacional – conforme preconiza a Constituição.
A concentração dos recursos na região Sudeste é outro indicador de que a formatação
da política não responde à necessidade de redistribuição, equalização e justiça em relação às
desigualdades de regiões do Brasil.
17
REFERÊNCIAS
BOSCHETTI, I. Avaliação de políticas, programas e projetos sociais. In: Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. BRASIL. Decreto n° 6.180 de 03 de agosto de 2007. Brasília, DF, 3 ago. 2007. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6180.htm>. Acesso em 28 de novembro de 2018. BRASIL. Relatório de Gestão 2014. Disponível em: http://www.esporte.gov.br/arquivos/leiIncentivoEsporte/relatorioGestao2014V2.pdf. Acesso em: 05 de nov. 2018. ______. Relatório de Gestão 2015. Disponível em: http://www.esporte.gov.br/arquivos/leiIncentivoEsporte/Relat%C3%B3rio%20de%20Gest%C3%A3o%20/Relatrio_de_Gesto_-_2015_-_ATUALIZADO_-_FINAL.pdf. Acesso em: 05 de nov. 2018. ______. Relatório de Gestão 2016. Disponível em: http://www.esporte.gov.br/arquivos/leiIncentivoEsporte/Relatrio_de_Gesto_-_2016_-_Finalizado_-_Mudanas_SLIDE_NATUREZA_DO_PROPONENTE.pdf. Acesso em: 05 de nov. 2018. ______. Relatório de Gestão 2017. Disponível em: http://www.esporte.gov.br/arquivos/leiIncentivoEsporte/Relatrio_de_Gesto_-_2017_-_Atualizado_17_04_2018.pdf. Acesso em: 05 de nov. 2018. ______. Lei nº 11.438, de 29 de Dezembro de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/L11438compilado.htm. Acesso em: 24 de outubro de 2018. MATIAS, W. B et al. A lei de incentivo fiscal e o (não) direito ao esporte no Brasil. Revista Movimento, Porto Alegre, v. 21, n. 1, p. 95-110, jan./mar. de 2015.
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AS CONDIÇÕES OBJETIVAS NAS RELAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHO
DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA CIDADE DE GOIÂNIA
THE OBJECTIVE CONDITIONS IN THE SOCIAL RELATIONS OF
WORK OF THE PHYSICAL EDUCATION PROFESSIONAL IN THE
CITY OF GOIÂNIA
LAS CONDICIONES OBJETIVAS EN LAS RELACIONES SOCIALES
DE TRABAJO DEL PROFESIONAL DE EDUCACIÓN FÍSICA EN LA
CIUDAD DE GOIÁNIA
Rodrigo Roncato Marques Anes, Universidade Estadual de Goiás (UEG),
Paulo Roberto Veloso Ventura, Universidade Estadual de Goiás (UEG),
Wilmont de Moura Martins, Universidade Estadual de Goiás (UEG),
Luizmar Vieira da Silva Júnior, Universidade Federal de Goiás (UFG - Jataí)
Júlio César Apolinário Maia, Universidade Federal de Goiás (UFG - Jataí),
PALAVRAS-CHAVE: trabalho; educação física; intervenção profissional.
INTRODUÇÃO
Este trabalho se insere como parte das investigações produzidas pelo "Corpo e Mente -
Grupo de Pesquisa sobre Formação e Intervenção profissional em Educação Física"
(UEG/CNPq), e compõe um projeto guarda-chuva que aprofunda a análise sobre a
intervenção profissional de professores de Educação Física no Estado de Goiás em diversos
campos de atuação - escolares e não-escolares.
O objetivo é compreender a realidade das condições de trabalho postas nos diversos
campos de intervenção profissional dos professores/profissionais de Educação Física.
19
Compreende-se a necessidade de se produzir análises e reflexões relacionadas à formação
destes profissionais que atuam nos espaços escolares e não escolares, as condições de trabalho
vivenciadas, o processo de profissionalização ao qual são submetidos, e ainda, como estas
ações repercutem na constituição de uma identidade profissional que demarca sua trajetória na
graduação e na formação continuada (SHIROMA; EVANGELISTA, 2010).
Neste contexto o movimento é de buscar explicitar que profissionais de Educação
Física são esses que atuam nos diversos campos de intervenção da área, que formação
tiveram, como construíram a profissionalização e a identidade profissional (GUIMARÃES,
2004).
ANÁLISE TEÓRICO-METODOLÓGICA
Diversos marcos históricos, a partir da última década do Século XX, inspiram esta
investigação, tendo em vista as lacunas que ainda precisam ser melhor explicadas no contexto
da inserção dos profissionais de Educação Física no mundo do trabalho.
Na perspectiva dos objetivos esta pesquisa é do tipo compreensiva, que segundo Souza
e Magalhães (2013) sugere compreender a realidade e o desenvolvimento de ações orientadas
a apreender a totalidade e o que a constitui.
Quanto ao tipo de pesquisa por delineamento, esta apresenta-se como de tipo
bibliográfica e não experimental. As pesquisas bibliográficas trata-se de lidar com um
acúmulo de conhecimentos num determinado campo de investigação, e colocados ao uso
público. E as pesquisas não experimentais, como aquelas cujo marco está na coleta de dados
empíricos, característico da pesquisa de campo (VENTURA et al., 2015).
O marco teórico tem aporte no materialismo histórico dialético, com abordagem
quanti-qualitativa, valendo-se do uso de diversos instrumentos para coleta de dados -
questionários, entrevistas e análise de documentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa está em fase de aprofundamento de estudo, análise e compreensão do tema
investigado, o que entendemos ser fundamental para o processo de elaboração da
fundamentação teórica e metodológica.
Espera-se como resultado um produto sustentado por uma investigação consistente
20
sobre a intervenção profissional nos campos colocado em tela, apontando as contradições que
permitam identificar a prática dos profissionais de Educação Física na interface com as
condições objetivas de trabalho que lhes são oferecidas. Com isso, melhorar o acúmulo da
produção do conhecimento da área Educação Física e contribuir com as reflexões sobre as
diversas ações profissionais vinculadas à Educação Física, especialmente aquelas inseridas no
contexto da cidade de Goiânia.
Entendemos que os dados empíricos, ao serem analisados e sistematizados, podem
suprir algumas fragilidades na produção da área, cujo debate tem dado especial atenção à
formação profissional, secundarizando a intervenção profissional e a relação entre essas duas
temáticas.
REFERÊNCIAS
GUIMARÃES, V. S. Formação de professores: saberes, identidade e profissão. Campinas: Papirus, 2004. SHIROMA, E. O; EVANGELISTA, O. Profissionalização docente. In: OLIVEIRA, D. A de; DUARTE, A. M. C; VIEIRA, L. M. Dicionário: trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2010. CDROM. SOUZA, R. C. C. R; MAGALHÃES, S. M. O. Implicações da opção metodológica pelo materialismo histórico-dialético na produção acadêmica do Centro-Oeste/Brasil. Inter/Ação. Goiânia, v. 38, n. 1, p. 145-166, jan./abr. 2013. VENTURA, P. R. V et al. Metodologia da Investigação Científica – um olhar a partir de pesquisadores da Educação física. Texto Didático. Goiânia, 2015.
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AS INTER-RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E O ENSINO DE CIÊNCIAS NA ESCOLA DO CAMPO1
THE INTER-RELATIONS BETWEEN PHYSICAL EDUCATION AND THE
TEACHING OF SCIENCES IN THE FIELD SCHOOL
LAS INTER-RELACIONES ENTRE EDUCACIÓN FÍSICA Y LA ENSEÑANZA DE CIENCIAS EN LA ESCUELA DEL CAMPO
Carolina Nascimento de Jesus, Instituto Federal de Goiás (IFG),
Rosenilde Nogueira Paniago, Instituto Federal Goiano (IF Goiano),
PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; Ensino de Ciências; Escola no/do campo.
RESUMO
A presente pesquisa, insere-se no Programa do Mestrado Profissional em Educação
para Ciências e Matemática do Instituto Federal de Goiás. O objetivo é investigar a percepção
dos professores das escolas do campo sobre a inter-relação do ensino de Ciências e Educação
Física nos anos finais do Ensino Fundamental. Os objetivos específicos consistem em:
Identificar se há evidências da inter-relacão entre o ensino de Ciências e Educação Física na
escola do campo e como ocorrem esta inter-relação; Levantar possíveis estratégias didáticas
que possibilitem a inter-relacão entre o ensino de Ciências e Educação Física na escola do
campo e Desenvolver um produto educacional com vistas a inter-relacionar o ensino de
ensino de Ciências e Educação Física. Na presente pesquisa de abordagem qualitativa, utiliza-
se como procedimentos de coleta de dados, a entrevista narrativa com dois professores que
atuam ministrando as disciplinas de Ciências e Educação Física. Ressalta-se que a pesquisa
está sendo desenvolvida em uma escola no e do campo em face da experiência no magistério
da pesquisadora neste espaço; o no refere-se a uma proposta para o trabalho na escola
localizada na área rural e o do, significa que a proposta deve atender às singularidades
sócioambientais, culturais e econômicas das crianças, dos jovens e dos adultos que vivem e
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
22
sobrevivem neste espaço. Como pesquisadora e educadora inserida neste contexto, espera-se
contribuir para mudanças na proposta pedagógica da escola de forma a inserir os elementos
sócioculturais e ambientais no currículo escolar. Os resultados iniciais sinalizam ausência da
inter-relação entre o ensino de Ciências e Educação Física, consideram-se que não foi
verificado situações didáticas que favorecessem esta relação. Ao contrário, as práticas de
ensino sinalizam um trabalho centrado em cada área específica. Nesta perspectiva, é
sinalizado a importância de estudos teóricos e metodológicos com os os professores
participantes na pesquisa e a elaboração colaborativa de um material com diferentes
estratégias didáticas para o trabalho com o processo ensino-aprendizagem de Ciências e
Educação Física de modo a inter-relacionar estas duas áreas de conhecimento na escola no/do
campo. Com este produto educacional espera-se contribuir para a prática docente dos
professores destas duas áreas. Considerando a riqueza do espaço em que se insere a escola do
campo, considera-se elementar trabalhar-se os conteúdos do ensino de Ciência inter-
relacionados com a Educação Física no ensino fundamental.
REFERÊNCIAS
FERNANDES, B. M.; MOLINA, M. C. O campo da Educação do Campo. In: MOLINA, M. C.; JESUS, S. M. S. A. Contribuições para a construção de um projeto de Educação do Campo. Brasília, DF: Articulação Nacional “Por uma Educação do Campo”, nº 5. 2004. MIZUKAMI, M. das G. N. Aprendizagem da docência: algumas considerações de L. S. Shulman. Revista da Educação. Santa Maria, vol. 29, n. 2, p. 1-11, 2004. OLIVEIRA, V. M. O que é educação física. São Paulo: Brasiliense, 1983.
23
AS PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA NO INSTITUTO FEDERAL
DE GOIÁS CAMPUS SENADOR CANEDO1
THE CORPORATE PRACTICES OF ADVENTURE AT THE FEDERAL
INSTITUTE OF GOIÁS CAMPUS SENADOR CANEDO
LAS PRÁCTICAS CORPORATIVAS DE AVENTURA EN EL INSTITUTO
FEDERAL DE GOIÁS CAMPUS SENADOR CANEDO
Fernando Henrique Silva Carneiro, Instituto Federal de Goiás (IFG),
PALAVRAS-CHAVE: IFG; Educação Física Escolar; Práticas Corporais de Aventura.
INTRODUÇÃO
No Instituto Federal de Goiás (IFG) de Senador Canedo há os cursos técnicos
integrados e integrais ao Ensino Médio em Mecânica e Automação Industrial que contam com
a disciplina Educação Física II – esta se situa no segundo ano. A disciplina tem 4 aulas
semanais de 45 minutos, como as aulas são agregadas materializam em duas aulas de 1 hora e
30 minutos cada.
Ao longo terceiro bimestre de 2018 – agosto à outubro – foi desenvolvido na
disciplina Educação Física II o conteúdo Práticas Corporais de Aventura (PCAs). Este relato
de experiência tem por objetivo apresentar como foi desenvolvido o conteúdo PCAs nas aulas
de Educação Física II no IFG campus Senador Canedo. O relato tem por base os planos de
ensino da disciplina Educação Física II.
A DISCIPLINA EDUCAÇÃO FÍSICA II NO IFG SENADOR CANEDO
As aulas foram desenvolvidas a partir da abordagem crítico superadora. O conteúdo
PCAs buscou se materializar a partir dos seguintes objetivos: a) problematizar e discutir sobre
a história, conceito e características das PCAs; b) compreender e vivenciar diferentes PCAs,
problematizando as hegemônicas; e c) discutir a relação entre as PCAs e o meio ambiente
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
24
(IFG SENADOR CANEDO, 2018). Ao longo do bimestre foram 40 aulas, isto é, 20 aulas de
1 hora e 30 minutos cada.
Na primeira aula foi apresentado o conteúdo do bimestre, bem como seria o processo
avaliativo. Na aula seguinte foi realizada uma aula expositiva-dialogada com uso de projetor
de slides sobre o que são as PCAs e quais suas diferentes manifestações. Na outra aula os
alunos foram divididos em seis grupos para apresentarem seminários, além disso houve a
vivência de diferentes possibilidades de deslocamento da vertical para a horizontal.
Na aula seguinte houve o seminário sobre Slackline, ocorrendo na segunda parte da
aula sua vivência em que foi explicado pelo professor todas as partes dos equipamentos, como
montá-lo e orientações técnicas para se deslocar, a aula seguinte também focou na vivência do
Slackline.
Na aula posterior foi a vez do Parkour, houve o seminário e depois a vivência de
elementos básicos, nas duas aulas seguintes foram vivenciados elementos mais complexos.
Na outra aula os alunos apresentaram seminário sobre Skate, na segunda metade desta aula e
na posterior foi solicitado que todos os alunos que tivessem skate, bicicleta ou patins os
levassem, tendo sido realizadas vivências neles.
Na seguinte aula foi realizado seminário sobre Trekking, após a apresentação foi
realizada orientação sobre o Trekking que seria realizado em Senador Canedo. Na outra aula
foi realizada aula expositiva-dialogada com uso de projetor de slides sobre a relação entre
meio ambiente e as PCAs. Só, então, na outra aula foi feita a referida visita técnica durante a
aula.
Posteriormente foi realizado o seminário sobre Arvorismo, enquanto vivência na
segunda parte da aula foram vivenciados diferentes nós, tendo os alunos levado cordas. Na
outra aula foi dada continuidade à discussão sobre meio ambiente e as PCAs, tendo finalizado
esta discussão.
Na aula seguinte houve o seminário sobre Corrida de orientação, tendo sido realizado
na segunda parte da aula orientações para atividade da próxima aula. Na outra aula os alunos
vivenciaram Corrida de orientação em meio urbano, a turma foi dividida em 5 grupos, cada
grupo recebeu um mapa com 5 pontos diferentes na cidade, eles deveriam ir até estes locais,
tirar fotos e retornar para a instituição.
25
Na outra aula foi realizada uma visita técnica na Fazenda Santa Branca Ecoturismo. A
atividade que durou o dia todo os alunos vivenciaram as PCAs: Trekking, Caiaque, Stand Up
e salto e banho no lago.
Na aula seguinte foi realizada avaliação da visita técnica, além disso os alunos
apresentaram vídeos que foram produzidos por eles sobre as atividades desenvolvidas no
bimestre. Na última aula do bimestre os alunos se auto avaliaram, avaliaram as aulas e foi
realizada avaliação da participação dos alunos nas aulas pelo professor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para a grande maioria dos alunos foi a primeira vez que tiveram contato com o
conteúdo PCAs. Os alunso tiveram contato com diferentes manifestações das PCAs, tendo se
aprofundado em uma delas. O IFG oferece as condições materiais para que sejam realizadas
atividades fora da instituição, possibilitando um outro olhar sobre o conteúdo ministrado.
REFERÊNCIAS
IFG SENADOR CANEDO. Plano de Ensino da disciplina Educação Física II. Senador
Canedo, 2018.
26
BASES PEDAGÓGICAS PARA O ESTÁGIO CURRICULAR EM
EDUCAÇÃO FÍSICA1
PEDAGOGICAL BASES FOR THE CURRICULUM STAGE IN PHYSICAL
EDUCATION
BASES PEDAGÓGICAS PARA LA ETAPA CURRICULAR EN
EDUCACIÓN FÍSICA
Adriana Assis Silva, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí (UFG/REJ),
Milena Cristina Kloster, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí (UFG/REJ),
Warley Soares Cavalcante, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí (UFG/REJ),
Elaine Cristina Alves Pereira, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí (UFG/REJ),
Angela Rodrigues Luiz, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí (UFG/REJ),
PALAVRAS-CHAVE: educação física escolar; planejamento; estágio curricular.
INTRODUÇÃO
O estágio pode ser definido como um período de prática, preparatório para exercer
bem uma profissão. Por sua vez, o estágio curricular previsto nas diretrizes dos cursos de
formação superior, pode ser definido como o espaço formativo para ampliar as relações entre
teoria e prática, aproximando acadêmicos do contexto real da atuação docente (PIMENTA,
2006).
O princípio da práxis (superação da dicotomia entre teoria e prática) configura-se
como uma das bases pedagógicas que fundamentam a inserção dos estagiários do Curso de
Educação Física, modalidade Licenciatura, da Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí
1 O presente trabalho não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
27
(UFG/REJ) nos campos de estágio, nos níveis de ensino da Educação Básica. Nesta direção,
este relato de experiência, tem por objetivo descrever as bases pedagógicas que
fundamentaram o processo de preparação e inserção de estagiários, do referido curso, nas
disciplinas de Estágio Curricular Obrigatório.
METODOLOGIA
Este é um relato de experiência que se utiliza da análise qualitativa e da descrição para
caracterizar o processo pedagógico realizado por estagiários na preparação e inserção nos
estágios da Educação Básica.
RELATO
Depois de identificado o nível de ensino onde seriam realizados os estágios,
adentramos em um processo de síntese, análise e, posterior, síncrese, para fundamentar os
planejamentos das intervenções com abordagem crítica e reflexiva (GASPARIN, 2005). As
etapas aqui descritas aconteceram de maneira gradativa e sistematizada, favorecendo a nossa
formação docente e a continuidade do processo de aprendizagem dos alunos que os receberam
na escola.
Na etapa inicial da disciplina de estágio tematizamos as teorias de aprendizagens,
recuperamos estudos e pesquisas sobre o desenvolvimento humano, especialmente em Piaget,
Vygotsky e Wallon, para caracterizar a faixa etária dos alunos (LA TAILLE et al, 1992) .
Concomitante, organizamos o cronograma de intervenção, a partir do calendário escolar, para
dimensionar o tempo pedagógico, a quantidade de aulas e a distribuição dos conteúdos. Tais
ações estavam alinhadas à matriz de conteúdos disponibilizada pelas professoras supervisoras.
Durante as observações foi possível analisar se o planejamento inicial estava coerente,
foi possível observar a posição assumida pelas docentes (NÓVOA, 2017), e também a
realidade social que explicita o comportamento e as características dos alunos com os quais
realizamos as intervenções.
O planejamento embasa a formação de professores, valoriza a dimensão investigativa
e permite o retorno às idealizações iniciais que precisam ser reelaboradas, transpostas à escola
e à realidade social da intervenção.
28
Assumir este percurso de conhecimento do campo de estágio estabelece bases
pedagógicas para uma intervenção comprometida com uma sociedade democrática, que
estabelece uma dinâmica de ensino-aprendizagem em atenção aos sujeitos desta práxis, neste
momento representados por estagiários e alunos em processo de formação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecer o calendário letivo anual da escola; a matriz de conteúdos do município e/ou
estado; as características das fases de desenvolvimento humano; as características da
profissionalização docente; um amplo repertório de atividades lúdicas e motoras, configura-se
com uma base pedagógica suficientemente firme para fundamentar uma intervenção docente
coerente em suas ações de planejamento, ensino e avaliação.
REFERÊNCIAS
GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3 ed. Campinas: Autores Associados, 2005. LA TAILLE, Yves de, et al. Piaget, Vygotsky, Wallon – teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992. NÓVOA, António. Firmar a posição como professor, afirmar a profissão docente. Cadernos de Pesquisa. v. 47. n. 166. out/dez. 2017. p. 1106-1133. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1106.pdf Acesso em: 02 mar 2018. PIMENTA, Selma Garrido. O Estágio na Formação de Professores: unidade teoria e prática? 7 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
29
EDUCAÇÃO FISICA E SAÚDE MENTAL EM JATAÍ-GO1
PHYSICAL EDUCATION AND MENTAL HEALTH IN JATAÍ-GO
EDUCACIÓN FISICA Y SALUD MENTAL EN JATAÍ-GO
Cleusa Maria Menezes Maia de Lima, [email protected]
Ângela Rodrigues Luiz, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí (UFG/REJ),
PALAVRAS-CHAVE: Saúde Mental, Educação física, Depressão.
INTRODUÇÃO
A saúde mental é descrita como nível de qualidade de vida emocional. Em seu aspecto
positivo, normativo e saudável, pode ser descrito como a capacidade que o indivíduo tem para
apreciar a vida sem perder a noção de tempo e espaço, estando em contínuo controle das
atividades e esforços para resistir à pressão de situações adversas como: estar alegre/triste, ter
coragem/medo, sentir amor/ódio, ciúmes, culpa e etc., sem entrar em surto psicológico, ou
seja, aceitar as exigências da vida (ANDRADE, 2011).
A depressão é uma doença psíquica, podendo acometer qualquer pessoa em distintas
faixas etárias, classe social ou cultural. Apontada como uma doença que tende a aumentar ao
longo do século, sua prevalência está estimada em 14% do total da população mundial.
Outros dados indicam que os clínicos gerais atendem de 10 a 25% de pessoas que apresentam
um ou mais sintomas dessa enfermidade (HORTENCIO et al, 2010).
Somam-se a estes os estudos que afirmam ser a prática regular de atividade física um
fator da promoção da saúde e tratamento da depressão. Tal aspecto desencadeou o interesse
pela pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso que objetivou conhecer o cenário de
atendimento e de tratamento das pessoas diagnosticadas com depressão em Jatai-GO.
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização
30
METODOLOGIA
Essa pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, descritivo, de corte transversal.
Utilizou-se de uma revisão sistemática da literatura e das análises quantitativas e qualitativas
para conhecer o objeto.
Foram analisados 1696 prontuários, dentre os quais 125 prontuários apresentaram
diagnóstico de depressão confirmada, pois apresentavam, de acordo com o CID-10, alguma
classificação relacionada à depressão que pode variar entre F.32 a F.33.
RESULTADOS
Nos aspecto qualitativo, destacamos que os cuidado das pessoas com transtornos
mentais em Jataí tem seu início ligado à criação da Sociedade Beneficente Albergue São
Vicente de Paulo, no ano de 1952.
A história dos serviços de saúde mental do município de Jataí é fortemente marcada
pela história do serviço correspondente na capital goiana, de modo específico com o Hospital
Psiquiátrico que ocorreu no Brasil e na capital goiana na década de 1990 e em atenção à
Reforma Psiquiatra.
Historicamente houve registros de uma grande procura pelos serviços de Saúde Mental
no município. Sendo assim, Jataí é sede de módulo assistencial, com referência para o
atendimento em Saúde Mental na Região de Saúde no Sudoeste II e aprimorou o atendimento
ofertado pelas equipes multiprofissionais, bem como ficou os serviços de saúde mental extra-
hospitalares que ficaram disponíveis a população.
Quanto aos aspectos quantitativos, os dados indicaram que a maioria dos indivíduos
diagnosticados com depressão são do sexo feminino. Observou-se que os transtornos mentais
recorrentes (F33) têm índices maiores que os transtornos de episódio único (F32). Foi
possível verificar que o primeiro diagnóstico de depressão, coincide com as indicações da
literatura e registrou-se entre os 15 e 20 anos de idade. O transtorno de depressão recorrente
acomete o sexo feminino na faixa etária de 40 a 49 anos e o sexo masculino na idade entre 50
a 59. O tempo de tratamento estende-se entre um e 26 meses. Observou-se que a prática de
atividades físicas e exercícios físicos são indicados para tratamento da depressão, além dos
atendimentos terapêuticos e uso de medicações.
31
Ficou evidenciado pelos dados que o período de atendimento e tratamento desses
usuários variou de 30 dias até três anos, e que pessoas do sexo feminino permanecem por
mais tempo em tratamento do que as do sexo masculino.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados desta pesquisa, somados ao perfil epidemiológico, poderão fundamentar
outros estudos que interfiram no cenário de prática para os profissionais de Educação Física
no município de Jataí-GO, especialmente com a população estudada.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Talita Ribeiro. O exercício físico no tratamento da depressão: uma revisão de literatura. Campinas/SP: UEC, 2011. Monografia – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, 2011.
HORTENCIO, Rute Fontoura Holanda et al. Exercício Físico no combate à depressão: percepção dos profissionais de psicologia. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, [s.l], p.1-14, 2010. LOPES, Renata Machado; MENDES, Jose da Costa. Panorama da Saúde Mental no Município de Jataí/GO. Goiânia: Faculdade Delta, 2015 Monografia (Especialização/MBA em Saúde Mental e Dependência Química) – Faculdade Delta, 2015.
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EDUCAÇÃO FÍSICA: FORMAÇÃO E A ESCOLHA DO CAMPO DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL1
PHYSICAL EDUCATION: TRAINING AND THE CHOICE OF THE
PROFESSIONAL FIELD
EDUCACIÓN FÍSICA: FORMACIÓN Y ELECCIÓN DEL CAMPO DE ACTUACIÓN PROFESIONAL
Bruna Vieira Assis, Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí (UFG-REJ)
Renata Machado de Assis, Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí (UFG-REJ)
PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; atuação profissional; formação acadêmica.
INTRODUÇÃO
Na vida, desde crianças, o ser humano vivencia o exercício da escolha em diversas
situações. Para Lucchiari, Lisboa e Prado Filho (1993), a escolha profissional é o período em
que a pessoa deve cogitar e formular sobre o seu projeto para o futuro, buscando organizar a
sua trajetória em relação à vida profissional. Existem inúmeros fatores contribuintes para esta
opção.
Sabe-se que a Educação Física, fragmentada entre bacharelado e licenciatura, busca
sem separação que o profissional de Educação Física se posicione como agente criativo e
transformador. Entretanto, há uma grande diferenciação entre um curso e outro, no que se
refere a matriz curricular e às possibilidades de atuação profissional.
A formação em Educação Física apresentou este dilema a partir da resolução do CFE
n. 03/1987, que fragmentou a Educação Física, que até então era apenas curso de licenciatura,
em cursos de licenciatura e bacharelado. A consolidação dessa dicotomia se estabeleceu na
resolução do CNE/CES n. 1/2002 e a Resolução CNE/CES n. 7/2004 definiram de vez a
integridade e concepção das duas áreas de formação em Educação Física, estabelecendo as
prioridades de formação de cada área e o perfil profissional (ANTUNES, 2007).
1 O presente trabalho não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização. Trata-se dos resultados da monografia de conclusão de curso apresentada no ano de 2018.
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O objetivo geral desta pesquisa foi investigar como tem ocorrido a escolha da área de
atuação profissional dos estudantes do último ano dos cursos de Educação Física (licenciatura
e bacharelado), na percepção dos sujeitos.
Pretendeu-se contribuir com os futuros acadêmicos de Educação que passarão pela
etapa de conclusão e que, de fato, entrarão no mundo de trabalho, e fomentar o debate da
formação nos cursos de licenciatura e bacharelado.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada na cidade de Jataí, localizada no interior do estado de Goiás.
Os participantes foram os acadêmicos dos cursos de Educação Física que já tivessem
concluído, no mínimo, 75% da graduação em Educação Física da UFG/REJ (licenciatura ou
bacharelado). A investigação foi do tipo descritivo-explicativo, de caráter bibliográfico,
documental, e com desenvolvimento de pesquisa de campo, por meio de aplicação de
questionário com perguntas discursivas e objetivas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi constatado que grande parte dos sujeitos do curso de licenciatura têm dúvidas em
relação à escolha da sua possível área de atuação profissional. Ficou evidente que vários
sujeitos, embora façam licenciatura, apresentam maior afinidade especificamente pelas áreas
de atuação do profissional do bacharelado, e um dos motivos que levam a isso é a falta de
conhecimento anterior ao ingresso na universidade, principalmente depois que houve a
fragmentação da Educação Física, diferenciando-se os campos de atuação dos profissionais
que se formam nos cursos de licenciatura e de bacharelado.
Estes dados se assemelham aos apresentados por Gondim (2002), ao concluir que por
parte de muitos sujeitos pesquisados não há clareza no perfil profissional disponível no
mundo do trabalho, especificamente na sua área, resultando na falha elaboração de planos
futuros mais concretos.
Por outro lado, no bacharelado é constatado que a maioria dos sujeitos já tem área de
atuação definida. Dentre as áreas mais mencionadas, as que mais se destacam são: academias,
saúde em geral, natação, pilates e treinamento desportivo. As justificativas para escolha destas
áreas se assemelham às respostas dos sujeitos da licenciatura, visto que o que mais se destaca
é a experiência com a área, já estar trabalhando neste campo e por ter afinidade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluiu-se que os sujeitos do curso de bacharelado apresentam uma ideia mais
formada em relação à possível área de atuação, enquanto os sujeitos do curso de licenciatura
se mostram em dúvida ou escolhem áreas predominantes do bacharelado, que fogem da sua
formação específica.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, A. C. Mercado de trabalho e Educação Física: aspectos da preparação profissional. Rev. de Educação, Campinas, v.10, n.10, p.141-148, 2007.
GONDIM, S. M. G. Perfil profissional e mercado de trabalho: relação com a formação acadêmica pela perspectiva de estudantes universitários. Estudos de Psicologia. Campinas, v. 7, n. 2, p. 299-309, 2002.
LUCCHIARI, D. H. P. S.; LISBOA, M. D.; PRADO FILHO, K. Pensando e vivendo a orientação profissional. São Paulo: Editora Summus, 1993.
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EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E YOUTUBE 1
PHYSICAL EDUCATION, HEALTH IN YOUTUBE
EDUCACIÓN FÍSICA, SALUD Y YOUTUBE
Yuri Rabelo Freitas da Silva, Universidade Federal de Jataí (UFJ)
Ângela Rodrigues Luiz, Universidade Federal de Jataí (UFJ)
PALAVRAS-CHAVE: Profissional de Educação Física; Fitness; YouTube.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata-se de um recorte da pesquisa de conclusão de curso em
Educação Física (Bacharelado) intitulada: A PRODUÇÃO DE CONTEÚDO SOBRE
EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE NO YOUTUBE. Manter o corpo fisicamente ativo tem sido
uma recomendação divulgada na sociedade contemporânea, seja por instituições do segmento
da saúde ou por divulgações diversas na mídia. E, graças a essas possibilidades de
experiências no campo da Educação Física, tem se tornado recorrente a divulgação de vídeos
no YouTube com sugestões e conteúdos vinculados à Educação Física e Saúde.
JUSTIFICATIVA
Entre os conteúdos disponíveis no YouTube é possível identificar relatos e sugestões
de pessoas que modificaram sua rotina e sua silhueta corporal, postando conteúdo dentro de
uma categoria denominada fitness. Diante do alcance de comunicação e mídia estimado pelo
YouTube, instigou-nos conhecer o perfil dos Youtubers e sua relação com o campo de saberes
e práticas da Educação Física. Tendo em vista que esta é uma área de formação que exige
formação universitária e, para alguns campos de atuação, o registro no conselho federal
específico.
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
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OBJETIVOS
Este estudo teve por objetivo identificar o perfil dos YouTubers que produzem
conteúdo sobre Educação Física e Saúde no YouTube, especialmente para identificar se
tinham formação na área de Educação Física ou se estavam acompanhados por um
profissional, para repassar dicas e rotinas de treinos e exercício físico.
BASE TEÓRICA
Compuseram a base teórica deste trabalho as obras que apontam o YouTubers como
um meio de comunicação e o YouTubers como formadores de opiniões (BURGESS e GREE,
2009; MOTTA et al, 2014), estudos que relacionam a Educação Física e o campo da saúde
(CARVALHO, 2006; BATISTELLA, 2007).
A base teórica possibilitou identificar os conteúdos e sua tendência de disseminação
de informações no ciberespaço, que poderiam desvirtuar o compromisso que a Educação
Física vem assumindo no mundo do trabalho, no processo de orientação e educação do
movimento humano.
METODOLOGIA
Esta pesquisa caracteriza-se como do tipo exploratória, de abordagem qualitativa,
realizada a partir da observação direta de conteúdo do YouTube que abordam temas de
Educação Física e Saúde. A filtragem inicial resultou em 1.160 vídeos que, após os critérios
de inclusão e exclusão, resultaram em 57 vídeos analisados.
RESULTADOS
Os resultados apontam que homens estão produzindo mais conteúdo que as mulheres,
que os conteúdos mais produzidos versam sobre treinos “seca barriga”. Predominam
exercícios para os membros superiores entre os homens e membros inferiores entre as
mulheres. Os vídeos têm em média 07:49 min de duração. Dentre os vídeos analisados, 48 são
produzidos ou orientados por um Professor/Profissional de Educação Física, que recomendam
número de séries, repetições, cuidados com a postura e respiração. Há um significativo
número de visualizações para vídeos produzidos por YouTubers que não são famosos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A possibilidade de livre acesso e fácil procura, facilita ainda mais ao internauta
realizar buscas que auxiliem na satisfação de algum fator pessoal. Identificamos um aumento
considerável na quantidade de vídeos que são postados nas redes sociais referente a conteúdos
de atividade física, exercício, principalmente no YouTube. Os YouTubers, vinculados ao
conteúdo fitness, postam vídeos com dicas de saúde, prática de atividades físicas, rotinas de
treinos, dietas.
REFERÊNCIAS BURGESS, J; GREE, J. Youtube e a revolução digital: como o maior fenômeno da cultura participativa transformou a mídia e a sociedade. São Paulo: Aleph, 2009. BATISTELLA C. Abordagens contemporâneas do conceito de saúde. In: FONSECA, A. F.; CORBO, A. M. D'A. (orgs.). O território e o processo saúde-doença. Rio de Janeiro: EPSJV/FIOCRUZ, 2007a. p. 51-86. CARVALHO, Y. M. Promoção da saúde, práticas corporais e atenção básica. Revista Brasileira de Saúde da família. (Brasília), v.8, 2006, p; 33-45. MOTTA, B.S M, et al. A influência de YouTubers no processo de decisão dos espectadores: uma análise no segmento de beleza, games e ideologia. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Comunicação, v.17, n.3. Brasília: 2014.
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EFEITOS DO EXERCÍCIO NA PRODUÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO1
EFFECTS OF EXERCISE ON THE PRODUCTION OF NITRIC OXIDE
EFECTOS DEL EJERCICIO EN LA PRODUCCIÓN DE ÓXIDO NÍTRICO
Nielson dos Santos, Educação Física Bacharel, UFJ-GO, PIICT, [email protected]
Nestor Persio Alvim Agricola, Educação Física, UFJ-GO, [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Exercício físico; óxido nítrico; Saúde.
INTRODUÇÃO
Os estudos em bioquímica do exercício têm por objetivo investigar as interações entre o esforço físico, e as reações químicas diversas que ocorrem no organismo humano. Seja no que se refere a nutrientes ingeridos, metabolizados ou excretados, seja em relação aos compostos químicos produzidos de forma endógena no organismo, o exercício físico induz diferentes reações que podem ser tanto benéficas quanto prejudicais à condição de saúde. Este trabalho é um relatório de pesquisa inserida no campo da bioquímica do exercício, que expõem dados acerca de um composto específico, o óxido nítrico (NO). O NO é uma molécula gasosa produzida no organismo com curto período de meia vida, é na realidade um íon reativo que combina com metais de transição e se liga muito facilmente com a hemoglobina do sangue. O NO é produzido no organismo humano de forma endógena pelo atrito produzido pelo sangue na parede das artérias e veias. Dentre as principais funções desse composto podemos destacar: 1. primeira linha de defesa do sistema imune como substância citotóxica; 2. reguladora da pressão sanguínea (LINHAREZ e AZEVEDO, 1999).
OBJETIVO
O objetivo foi investigar a produção deste composto em diferentes tipos de esforço.
Essa proposta se baseia no fundamento da individualidade da resposta ao esforço físico em
diferentes intensidades.
MÉTODO
Este estudo é do tipo caso controle, quantitativo e descritivo de mensuração (HULLEY
et al, 2003), em que será quantificado o oxido nítrico endotelial através da saliva e a sua
concentração em momentos específicos do treinamento. O delineamento deste estudo consiste
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
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na coleta de amostras de saliva em quatro diferentes grupos de voluntários, com pelo menos
quatro coletas em cada grupo. Os grupos foram de praticantes de pilates, crossfit,
hidroginástica e grupo controle. Foram coletadas amostras de saliva antes da seção de
treinamento, imediatamente depois da seção, 15 minutos depois e 30 minutos depois. Após a
coleta, as amostras foram testadas em experimento de laboratório, no qual foi utilizado o
reagente de Griess. O grupo controle não foi submetido a seção de treinamento, contudo,
foram respeitados os mesmos tempos dos grupos submetidos a treino.
RESULTADOS/DISCUSSÃO
Quadro 1: nitrito salivar expresso em média (µM) mais ou menos erro padrão
Grupo/ Momento
grupo pilates
grupo hidroginástica
grupo crossfit
grupo controle
antes do treino 62,81 ± 7,66 60,42 ± 8,45 89,3 ± 8,74 73,06 ± 10,33 depois do treino 53,20 ± 6,36 70,26 ± 9,81 106,69 ± 8,37 59,1 ± 7,56 15 minutos depois 50,69 ± 8,35 48,15 ± 7,67 84,36 ± 6,64 71,16 ± 9,69 30 minutos depois 47,47 ± 7,4 51,44 ± 6,81 87,44 ± 7,81 61,66 ± 10,19
O exercício físico é um fator preponderante nas adaptações fisiológicas da saúde. Essas
adaptações estão sempre associadas a características específicas do exercício realizado, como
tempo de atividade, intensidade do esforço, nível de preparo físico, aptidão à modalidade, etc.
Como se observa, a produção de NO sofre aumento pós exercicio somente nos grupos
hidroginástica e crossfit. O grupo controle demonstra que o exercício produz incremento na
produção do NO, visto que este grupo não foi submetido ao exercicio fisico. Contudo, o
grupo pilates também não apresenta aumento de NO pós exercicio, sugerindo que para esse
aumento é necessário uma intensidade mínima de esforço físico, o que não foi alcançado pelo
treino de pilates. O efeito agudo do aumento de NO, no entanto, não se mostra duradouro,
caido a valores iniciais 15 ou 30 minutos após o treinamento.
Outra observação importante foi em relação aos valores iniciais de nitrito antes do
treino: O grupo cross fit apresenta valores basais estatisticamente superiores aos outros
grupos, sugerindo que este tipo de exercício porduz efeitos crônicos na podução de NO.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O exercício físico gera aumento na produção de NO endotelial. Esse aumento é
principalmente agudo, observado logo após a seção de treinamento. Essa produção em carater
crônico ainda não é conclusiva, necessitando de novos estudos e comprovações.
REFERÊNCIAS
HULLEY, S. B. Delineando a pesquisa clínica: uma abordagem epidemiológica. Porto Alegre: Artmed – 2ª Ed. – 2003. LINHARES, Q. S.; AZEVEDO, B. A. Funções biológicas do óxido nítrico. Química Nova, v. 22, n. 4, p. 584-590, 1999. ZAGO, A. S.; ZANESCO, A. Óxido nítrico, doenças cardiovasculares e exercício físico. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v.87, p. e264-e270, 2006.
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EXERCICIO FÍSICO NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
PHYSICAL EXERCISE IN THE REHABILITATION OF PATIENTS WITH
STROKE
EJERCICIO FÍSICO EN LA REHABILITACIÓN DE PACIENTES CON ACCIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Lucas Emannoel Martins Miranda, Universidade Federal de Jataí (UFJ), [email protected]
Nayara Costa Araújo, Universidade Federal de Jataí (UFJ), nayaranana_hotmail.com
PALAVRAS-CHAVE: Exercício; Reabilitação; Mobilidade.
INTRODUÇÃO
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma doença que pode causar complicações
na área motora, cognitiva, perceptiva, sensorial e de comunicação, decorrente de um processo
hemorrágico, ocorrida pela ruptura de um vaso, ou devido a sua obstrução ou oclusão,
levando o indivíduo a ter uma perda de sua autonomia e da independência (NUNES;
FONTES; LIMA, 2017).
Schuh et al (2015) relatam que é essencial a prática regular de atividades físicas para
melhoria nos padrões de saúde em pacientes acometidos por AVE. Sabe-se que a prática de
atividade física, seguido pelo uso dos medicamentos, tem valor significativo em seu
tratamento, no entanto estudos relacionando a reabilitação de pacientes com AVE por meio de
atividades físicas são escassos (SILVA; LIMA; CARDOSO, 2014). Desta forma, objetivou-se
verificar se a prática de exercícios físicos orientada pelo Profissional de Educação Física
(PEF) pode auxiliar na reabilitação de pacientes pós AVE.
METODOLOGIA
Participou-se do estudo 4 indivíduos, de ambos os sexos, com idade entre 58 e 62 anos
acometidos por AVE, apresentando déficit de força e equilíbrio. Foram desenvolvidas
atividades para estimular as habilidades psicomotoras dos pacientes, como exercícios para os
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membros superiores e inferiores com cargas leves, buscando ampliar a força, resistência,
agilidade e flexibilidade.
O projeto foi aprovado pelo comitê de ética de pesquisa com seres humanos de
registro nº 2.203.073 e foi solicitado a todos os participantes que assinassem o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Utilizou-se dois instrumentos validados, o Berg Balance
Scale (BBS) para mensurar a capacidade de equilíbrio do paciente e o Timed Up And Go Test
(TUG) para medir a velocidade do indivíduo na marcha.
Os testes foram realizados antes e depois da intervenção dos exercícios físicos. As
atividades foram realizadas 2 vezes na semana durante 12 semanas e os dados foram
analisados utilizando a média dos escores encontrados de acordo com a escala de pontuação
de cada teste.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados mostraram uma média de pontuação de 44 antes da intervenção do PEF
e após a intervenção obteve-se uma média de 51 pontos, indicando uma melhora no equilíbrio
dos pacientes depois da prática dos exercícios físicos. Houve ainda uma diminuição no tempo
de realização do teste TUG nos pacientes que apresentaram uma média de 24 segundos na
primeira aplicação do teste e uma média de 13 segundos após a intervenção, demonstrando
que as atividades físicas melhoraram suas habilidades psicomotoras.
Um estudo realizado por Macko et al (2008), que investigou os efeitos de um
programa de atividade física adaptada na função da mobilidade de pacientes crônicos de
AVE, também encontraram uma melhora no quadro funcional dos pacientes. Da mesma
forma Kendall e Gothe (2016) evidenciaram que pacientes que praticavam exercício físico
associado a reabilitação com fisioterapia tinham melhor velocidade na marcha e melhor
capacidade de caminhar, corroborando com os resultados deste estudo.
CONCLUSÃO
Estes resultados oferecem reflexões que apontam para a formatação de estratégias e
inserção de atividades físicas durante a reabilitação de pacientes acometidos pelo AVE. Foi
possível observar que a intervenção psicomotora por meio da prática de atividades físicas
induziu uma melhora no equilíbrio e mobilidade dos pacientes. Espera-se que os resultados
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desta pesquisa possam fomentar o debate sobre a formação e inserção dos PEF na saúde e que
contribuam para estimular a prática de atividades físicas em pacientes acometidos por esta
patologia.
REFERÊNCIAS
KENDALL, B. J.; GOTHE, N. P. Effect of Aerobic Exercise Interventions on Mobility among Stroke Patients: A Systematic Review. American J of Physical Med & Rehabi, v. 95, n. 3, p. 214-224, 2016. MACKO, R. F et al. Atividade Física Adaptativa melhora função da mobilidade e qualidade de vida na Hemiparesia crônica. J of Rehabil Res Dev, v. 45, n. 2, 2008, p. 323–328. NUNES, D. L. S, FONTES, W. S; LIMA, M. Cuidado de Enfermagem ao paciente ao paciente vítima de Acidente Vascular Encefálico. Rev. Bras. de Ciênc. da Saúde. 2017; 21(1). SCHUH, L. X. et al. A inserção do profissional de educação física nas equipes multiprofissionais da estratégia saúde da família. Rev. Saúde. 2015; 41(1): 29-36. SILVA, A. S. D; LIMA, A. P; CARDOSO, F. B. A relação benéfica entre o exercício físico e a fisiopatologia do acidente vascular cerebral. Rev. Bras de Presc Fisio do Exerc. São Paulo. 2014; 8(43): 88-99.
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EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFG/RC1
UNIVERSITY EXTENSION AND INITIAL TEACHER TRAINING OF
PHYSICAL EDUCATION TEACHERS OF UFG / RC
EXTENSIÓN UNIVERSITARIA Y FORMACIÓN DOCENTE INICIAL DE PROFESORES DE EDUCACIÓN FÍSICA DE UFG / RC
Janinne Nascimento, Graduada em Educação Física – Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão (UFG/RC), [email protected]
Lana Ferreira de Lima, Curso de Educação Física - Universidade Federal de Goiás/Regional
Catalão (UFG/RC), [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Extensão Universitária; Formação Inicial; Educação Física.
INTRODUÇÃO
Considerando que a extensão universitária é, também, um importante e rico espaço de
formação acadêmica que a cada dia vem envolvendo um número maior de graduandos como
bolsistas e/ou voluntários (NOZAKI; FERREIRA; HUNGER, 2015) desenvolvemos este
estudo com o objetivo de investigar como as atividades de extensão contribuem para a
formação de professores na perspectiva dos discentes extensionistas do Curso de Licenciatura
em Educação Física da UFG-RC. De modo mais específico buscamos: a) Identificar a
concepção de extensão universitária dos discentes extensionistas do Curso de Educação Física
da UFG-RC; e b) Verificar a contribuição da extensão para a formação de professores.
METODOLOGIA
Para responder aos objetivos da investigação desenvolveu-se uma pesquisa
exploratório-descritiva de abordagem qualitativa. Os dados foram obtidos, junto a dez
acadêmicos que no período de 2012 a 2016 participaram de ações de extensão no curso. Para
coletar os dados utilizamos um memorial descritivo e realizamos um grupo focal e
posteriormente os mesmos foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo.
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Constatou-se que para sete discentes a extensão universitária é um ótimo espaço
formativo para crescer nos âmbitos profissional e pessoal, bem como para colocar em prática
os conhecimentos adquiridos no processo de formação inicial e, ainda, elaborarem novos
saberes, ao lhes possibilitar vivenciar a realidade do futuro campo de atuação profissional.
Para três dos interlocutores da investigação, o conceito de extensão como espaço-tempo de
produção e troca de conhecimento a partir da interação entre a Universidade e a comunidade
na qual está inscrita. Assim, os participantes da pesquisa reconheceram que o espaço-tempo
das ações de extensão universitária promove a produção de saberes por meio da troca de
conhecimentos entre a Universidade e a sociedade. O que significa dizer que estabelece-se,
entre ambas, uma via de mão dupla que lhes possibilita dialogar e trocar experiências e
saberes.
Sobre as contribuições da extensão para a formação inicial de professores, duas
interlocutoras não responderam a essa questão no memorial descritivo e nem durante o GF.
Por sua vez, oito discentes afirmaram que há sim contribuição da extensão para a formação
por considerarem que ao chegarem às ações de extensão encontraram aprendizagens além da
prática e teoria, saberes que se evidenciaram na identidade pedagógica profissional e pessoal.
Outros acadêmicos afirmaram, ainda, que sentiram se sobressair, no percurso de formação
inicial, em relação aos demais colegas de curso que não participavam de ações práticas extra-
sala de aula, como monitorias, programas e projetos de extensão.
Em relação às aprendizagens obtidas por meio da participação nos projetos de extensão,
todos os dez acadêmicos afirmaram que puderam: a) conquistar maior autônomia e
independência pedagógica; b) perder a timidez; c) aprender a: planejar e conduzir uma aula; a
saber olhar o outro com compreensão, empatia e respeito em relação às suas diferenças e
sigunlaridades; e, d) passar a refletir sobre métodos de ensino adotados em suas práticas
pedagógicas com vistas a promover a inclusão de todos os alunos em todas as atividades.
CONSIDERAÇÕE FINAIS
Constatamos que as ações de extensão contribuem efetivamente para a formação de
professores por meio dos conhecimentos/saberes apreendidos, ampliados e trocados através
do intercâmbio com sociedade em que a Universidade está inserida. As trocas de saberes,
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viabilizadas pela extensão, são uma via de mão dupla que tem a função de manter a
interligação entre Universidade e sociedade, bem como proporcionar a democratização do
conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da Universidade.
REFERÊNCIAS
FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRAS (FORPROEX). Política Nacional de Extensão Universitária. Porto Alegre-RS: UFRGS, 2012. 74p. NOZAKI, J. M.; FERREIRA, L. A.; HUNGER, D. A. C. F. Evidências formativas da extensão universitária na docência em Educação Física. Revista Eletrônica de Educação, v. 9, n. 1, p. 228-241, 2015. Disponível em: <http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/viewFile/1175/390>. Acesso em: 11 mai.2016.
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GINÁSTICA LABORAL NA PREVENÇÃO DA LER/DORT PARA TRABALHADORES DE SERVIÇOS GERAIS DE UM COLÉGIO
PARTICULAR DA CIDADE DE JATAÍ-GO1
LABOR GYMNASTICS IN THE PREVENTION OF READING / DORT FOR GENERAL SERVICE WORKERS OF A PARTICULAR COLLEGE OF THE
CITY OF JATAÍ-GO
GINÁSTICA LABORAL EN LA PREVENCIÓN DE LA LEER / DORT PARA TRABAJADORES DE SERVICIOS GENERALES DE UN COLEGIO
PARTICULAR DE LA CIUDAD DE JATAÍ-GO
Laila Karolina Assis de Carvalho, UFG-REJ, [email protected]
Gabriela Rezende Silva, UFG-REJ, [email protected]
Artur Douglas Scapini Honorato, UFG-REJ, [email protected]
Murilo Barbosa de Souza, UFG-REJ, [email protected]
Renata Machado de Assis, UFG-REJ, [email protected]
PALAVRAS - CHAVE: promoção de saúde; ginástica laboral; LER/DORT.
INTRODUÇÃO
Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao
Trabalho (DORT) são tipos de lesões e doenças que podem ser causadas por movimentos
repetitivos constantes e pela postura ergométrica errada.
Ao longo da jornada de trabalho, com o passar do tempo, é inevitável o desgaste, pois
algumas classes de trabalhadores exercem várias atividades até mesmo muito repetitivas que
exigem do profissional disponibilidade e força física, o que acaba expondo-os às doenças
ocupacionais (SILVA; JULIANI, 2012).
1 O presente trabalho não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização. Trata-se dos resultados de uma pesquisa interventiva desenvolvida durante a disciplina Oficina Experimental I, do curso de Educação Física/UFG/REJ.
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Segundo o Programa Nacional de Prevenção à LER/DORT (UOL, 2002), citado por
Chiavegato Filho e Pereira Júnior (2003/2004), esses distúrbios acometem os trabalhadores
durante o ápice de sua produtividade e experiência profissional.
Esse projeto de pesquisa interventiva foi destinado aos trabalhadores de serviços
gerais de um colégio particular na cidade de Jataí- Goiás. Durante as observações,
convivência e diálogos com os funcionários, percebemos que eles não têm o hábito de praticar
atividades físicas no seu horário de lazer, para de algum modo tentar prevenir esses riscos de
lesões relacionados ao trabalho. A fim de tentar solucionar os problemas encontrados, o grupo
optou pela modalidade de Ginástica Laboral (GL) para que esses funcionários tenham melhor
qualidade de vida, bem-estar físico e psicológico. A GL apresenta-se como uma atividade que
contempla todas essas necessidades, além de ser uma oportunidade válida para o profissional
de Educação Física, visto que as empresas cada vez mais se preocupam com o desempenho e
produtividade de seus funcionários.
O objetivo geral do trabalho, portanto, foi realizar a pesquisa interventiva visando
desenvolver a GL como meio de prevenção à LER/DORT.
PESQUISA INTERVENTIVA REALIZADA
O desenvolvimento da pesquisa-ação se deu em dois momentos. No primeiro foram
realizadas apenas as observações participantes, tentando delimitar o problema de pesquisa e a
elaboração do projeto. No segundo ocorreram as intervenções, que aconteceram dos meses de
agosto a novembro de 2018. As atividades planejadas foram: alongamentos dos membros
superiores e inferiores, dinâmicas de socialização e interação entre os funcionários,
relaxamentos e atividades de descontração. No final da intervenção foi aplicado um
questionário com o intuito de avaliar o desempenho dos funcionários e dos pesquisadores.
RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS
As respostas aos questionários aplicados demonstraram relatos de melhora nas
realizações de suas funções no local de trabalho. Por meio das atividades desenvolvidas que
tiveram como ponto principal a ludicidade, houve controle de estresse e melhora da interação
entre eles e o grupo de pesquisadores. Os participantes relataram que devido as sequências
das atividades semanais houve também uma melhora no desempenho na execução das
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atividades realizadas. A pesquisa interferiu no que se refere: à influência da GL na adoção de
hábitos posturais adequados durante o trabalho; à obtenção de benefícios depois da prática da
Ginástica Laboral; à contribuição no aumento da concentração no trabalho diário; no fato de
terem participado da maioria das aulas; e todos acharam que a GL é necessária. Nas questões
relacionadas à melhoria da flexibilidade, ao estado de humor, à melhoria no relacionamento
com os colegas de trabalho e se eles conseguiram realizar a maioria das atividades propostas,
todos deram respostas positivas.
REFERÊNCIAS
CHIAVEGATO FILHO, Luiz Gonzaga; PEREIRA JÚNIOR, Alfredo. LER/DORT: multifatorialidade etiológica e modelos explicativos. Interface - Comunic., Saúde, Educ., Botucatu - SP, v. 8, n. 14, p. 149-162, set. 2003 - fev. 2004.
SILVA, Luís Carlos Paula; JULIANI, Carmem Maria Casquel Monti. A interferência da jornada de trabalho na qualidade do serviço: contribuição à gestão de pessoas. RAS, São Paulo, v. 14, n. 54, jan./mar., 2012.
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GRUPO DE CONVIVÊNCIA: OS JOGOS LÚDICOS E RECREATIVOS
COMO ESTRATÉGIA MEDIADORA DA PROMOÇÃO DA SAÚDE1
GROUP OF COEXISTENCE: LÚDICOS AND RECREATIVES GAMES AS MEDIATING STRATEGY OF THE PROMOTION OF HEALTH
GRUPO DE CONVIVENCIA: LOS JUEGOS LÚDICOS Y RECREATIVOS COMO ESTRATEGIA MEDIADORA DE LA PROMOCIÓN DE LA SALUD
Victor Rodrigues Gianelli Lemos Silvano, Curso de Educação Física - Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão (UFG/RC), [email protected]
Lana Ferreira de Lima, Curso de Educação Física - Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão (UFG/RC), [email protected]
Calíope Pilger, Curso de Enfermagem - Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão (UFG/RC), [email protected]
Emilse Terezinha Naves, Curso de Psicologia - Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão (UFG/RC), [email protected]
Arielly Luíza Nunes Silva, Curso de Enfermagem - Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão (UFG/RC), [email protected]
Myla Aparecida Costa Carneiro, Curso de Enfermagem - Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão (UFG/RC), [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento Ativo; Grupo de Convivência; Lúdico; Brincadeiras.
INTRODUÇÃO
O aumento da expectativa de vida e o consequente aumento no número de pessoas
com mais de sessenta anos de idade são aspectos que marcam a sociedade do século XXI e
torna necessária a criação de novos espaços de convivência e participação social para os
idosos. Assim, nos últimos anos tem crescido o número de grupos de convivência (GC) de
idosos por se configurarem como uma estratégia de cuidado que proporciona a interação, a
inclusão social, o resgate da autonomia e do viver com dignidade e saúde.
Este trabalho visa relatar a experiência na utilização de jogos lúdicos e recreativos
como estratégia de educação em saúde e integração social de idosos em um GC desenvolvido
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
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em uma ESF de Catalão-GO, por docentes e discentes dos cursos de Enfermagem, Psicologia
e Educação Física da UFG/Regional Catalão.
METODOLOGIA
São realizados encontros semanais, com duração de 1h30min, contando com a participação de
dezoito idosos na faixa etária de sessenta a oitenta anos de idade. Durante os encontros do
grupo são desenvolvidas atividades variadas dentre as quais destacam-se dinâmicas de grupo,
jogos e brincadeiras lúdicas e alongamentos.
RESULTADOS
No tocante a participação dos idosos nos jogos e brincadeiras lúdicas, observa-se que
os participantes percebem que as atividades promovem movimentos semelhantes ou próximos
àqueles executados pelo corpo durante a execução de exercícios físicos regulares de modo
que muitos passam a se sentir mais animados ao perceberem que ainda são capazes de jogar e
obter êxito nos jogos, tal como antes quando eram jovens.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio de relatos e atitudes dos idosos, percebe-se que estes têm opiniões positivas
acerca das atividades desenvolvidas, visto que vivenciá-las lhes proporciona bem estar físico,
social e emocional por possibilitarem, por meio do exercício do corpo e da mente, emergir
sentimentos de alegria e prazer nos participantes.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, T. P. et al. Projeto Conviver: Estímulo à Convivência entre Idosos do Catete, Ouro Preto, MG. Revista Brasileira de Educação Médica, Londrina-PR, n. 36 (1 Supl. 1), p. 81-85, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbem/v36n1s1/v36n1s1a11.pdf>. Acesso em: 12 jun.2018. CEDENHO, A.C. O idoso como novo personagem da atual sociedade: o Estatuto do Idoso e as diretrizes para o envelhecimento no Brasil. Revista do Curso de Direito da Faculdade de Humanidades e Direito, São Paulo, v. 11, n. 11, p. 9-45, 2014. Disponível em: <https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/RFD/index>. Acesso em: 08 jun.2018.
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KALACHE, Alexandre. Envelhecimento populacional no Brasil: uma realidade nova. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 3, n. 3, p. 217-220, set. 1987. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1987000300001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 08 jun.2018. MATOS, N. M. de. O significado do lúdico para os idosos. 2006. 168 f. Dissertação (Mestrado em Gerontologia) - Universidade Católica de Brasília, Brasília-DF. 2006. Disponível em: <https://bdtd.ucb.br:8443/jspui/handle/123456789/1226>. Acesso em: 13 jun.2018. WICHMANN, F. M. A. et al. Grupos de convivência como suporte ao idoso na melhoria da saúde. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, v. 16, n. 4, 821-832, 2013. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v16n4/1809-9823-rbgg-16-04-00821.pdf>. Acesso em: 09 jun.2018.
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INCIDÊNCIA DE LESÕES FÍSICAS POR SEXO E FAIXA ETÁRIA
INCIDENCE OF PHYSICAL INJURIES BY SEX AND AGE GROUP
INCIDENCIA DE LESIONES FÍSICAS POR SEXO Y GRUPO DE EDAD
Bianca Vieira Santos, Universidade Federal de Goiás- Regional Jataí,
Bruna Cristina Campos Pereira, Universidade Federal de Goiás- Regional Jataí,
Isabela Santos Lima, Universidade Federal de Goiás- Regional Jataí,
Nathália Muricy Costa, Universidade Federal de Goiás- Regional Jataí,
Nayara Costa Araújo, Universidade Federal de Goiás- Regional Jataí,
PALAVRAS-CHAVE: lesões musculoesqueléticas, epidemiologia, prevalência.
INTRODUÇÃO
As lesões físicas podem ser definidas como qualquer estresse imposto ao corpo que
impeça o organismo de funcionar normalmente, atingindo os sistemas ósseos, articulares e
musculares (WALKER, 2010). Há diversos estudos sobre a incidência de lesões durantes
diferentes exercícios físicos (LIMA; VIEIRA; SILVA, 2017) e em reabilitações de doenças
ARLIANI, 2015), no entanto sua relação entre idade e sexo são conflitantes. Sendo assim, o
objetivo deste estudo foi avaliar a incidência de lesões físicas causadas por luxações, entorse e
distensão utilizando as variáveis sexo e faixa etária, na população em geral do Brasil.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, onde foram coletados dados
referentes a internações por luxações, entorse e distensão de regiões especificas e de regiões
múltiplas do corpo (ombros, tornozelos, músculos anteriores, posteriores e internos de coxa)
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utilizando as variáveis de sexo e faixa etária (20 a 49 anos). A análise refere-se ao período de
fevereiro de 2018 a fevereiro de 2019. Os dados para esta pesquisa foram obtidos por meio da
consulta a base de dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Sistema Único de
Saúde (SUS), disponibilizada pelo departamento de Informática do SUS (DATASUS),
respeitando os princípios éticos. A análise estatística descritiva foi realizada com auxílio do
software Microsoft Excel 2016.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram registrados um total de 33.625 casos de internações por luxações, entorse e
distensão de regiões especificadas e de regiões múltiplas do corpo, no período de fevereiro de
2018 a fevereiro de 2019. Sendo que ao analisar o sexo, houve uma predominância do sexo
masculino, com um total de 26. 707 hospitalizações, totalizando 79,4% dos casos,
contrapondo com apenas 6.918 casos, no sexo feminino, representando 20,6% da totalidade.
De acordo com estudos feito por Correa et al. (2011) e Arliani et al. (2015), indivíduos
do sexo masculino são mais propensos a terem algum trauma musculoesquelético ao decorrer
da vida quando comparado com o sexo feminino, devido, principalmente, a falta de cuidados
no ambiente de trabalho, poucos períodos de descanso, negligência quanto à procura de um
especialista ao sentir dores e por não seguir as recomendações para se evitar um trauma.
Em relação a análise da faixa etária, a que apresentou maior incidência de
internações, foi entre 25 e 29 anos de idade, sendo responsável por 6.369 casos de
hospitalizações, totalizando 18,9%. Ao correlacionar o sexo com a faixa etária, foi possível
observar que o sexo masculino mantém as maiores incidências nos indivíduos com idade
entre 25 e 29 anos, sendo responsável nos homens por 19,9% das internações. Porém o sexo
feminino, há uma maior incidência nas idades entre 35 e 39 anos, com um total de 1.265
casos, sendo 18,3% das mulheres.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os resultados analisados pode-se inferir que as luxações, entorses e
distensões de regiões especificadas e de regiões múltiplas do corpo são predominantes no
sexo masculino, na faixa etária entre 25 e 29 anos de idade. Dessa forma, destaca-se a
importância de estudar os fatores de risco intrínsecos e extrínsecos inerentes aos jovens, a
55
partir de informações obtidas a respeito de seus hábitos de vida. Também, deve-se enfatizar a
atuação preventiva, protagonizada por profissionais de saúde, baseada numa intervenção de
saúde pública, pode ser eficiente para minimizar esses danos.
REFERÊNCIAS
ARLIANI, G. G et al. Luxação acromioclavicular: tratamento e reabilitação. Perspectivas e tendências atuais do ortopedista brasileiro. Rev Bras Ortop, São Paulo, v. 50, n. 5, 2015. CORREA, M. C et al. Fratura extra-articular da extremidade medial da clavícula associada à luxação acromioclavicular tipo IV: relato de caso. Rev Bras Ortop, São Paulo, v. 46, n. 5, 2011. LIMA, A. P. C.; VIEIRA, D. F. S. SILVA, F. S. Incidência de Lesões Musculoesqueléticas em Praticantes de Corrida de Rua de Teresina, PI. Rev Saúde em Foco, Teresina, v. 4, n. 2, art. 2, p. 15-39, 2017. WALKER, B. Lesões no esporte: uma abordagem anatômica. Barueri, SP: Manole, 2010.
56
INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR
DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA1
PEDAGOGICAL INTERVENTIONS IN CHILDHOOD EDUCATION FROM
THE UNIVERSITY EXTENSION
INTERVENCIONES PEDAGÓGICAS EN LA EDUCACIÓN INFANTIL A
PARTIR DE LA EXTENSIÓN UNIVERSITARIA
Lílian Brandão Bandeira, Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia de Goiás da
Universidade Estadual de Goiás (ESEFFEGO-UEG),
Renata Carvalho dos Santos, Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia de Goiás da
Universidade Estadual de Goiás (ESEFFEGO-UEG),
Rosirene Campêlo dos Santos, Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia de Goiás da
Universidade Estadual de Goiás (ESEFFEGO-UEG),
PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; Educação Infantil; Projeto de Extensão.
INTRODUÇÃO
Este trabalho traz elementos descritivos das intervenções pedagógicas realizadas no
âmbito da extensão universitária. As atividades foram realizadas por discentes do curso de
Licenciatura em Educação Física em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) da
cidade de Goiânia.
As intervenções pedagógicas, pertencentes ao Projeto de Extensão, foram realizadas
com as crianças de 2 a 5 anos, buscando o estabelecimento de nexos entre as diversas
linguagens (corporal, musical, artística, cênica etc). Em um primeiro momento, realizaram-se
atividades relacionadas ao conteúdo de jogos e brincadeiras e, no segundo momento,
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
57
atividades relacionadas aos elementos constitutivos da dança com a utilização de jogos
corporais, musicalidade, cantigas de roda e brinquedos cantados.
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Esse projeto de extensão insere-se em um campo de fortalecimento do debate e das
ações pedagógicas da Educação Física na Educação Infantil e constitui um momento
importante para a formação inicial de licenciandos em Educação Física, pois permite o
contato com esse nível da educação básica antes do estágio supervisionado curricular
obrigatório.
As principais referências desse trabalho de intervenção são: Soares et al. (1992), Silva
(2005), Buss-Simão (2011), entre outros autores que discutem a importância da Educação
Física nessa etapa da educação básica.
A concepção de Soares et al. (1992), respaldada pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional de 1996, reconhece a Educação Física como componente curricular da
educação básica e que deve promover o ensino dos conteúdos da cultura corporal (jogos,
dança, ginástica, lutas, esporte e dança) na escola. Nesse sentido, a Educação Infantil torna-se
um espaço pedagógico bastante profícuo para que haja intervenções pedagógicas a partir do
ensino dos conteúdos da cultura corporal em suas interfaces com a linguagem musical,
artística e cênica.
Nesse contexto, optou-se pela pesquisa qualitativa como estratégia metodológica,
uma vez que ela possibilita: a) relacionar conhecimento da realidade e da prática pedagógica
com uma intervenção nesse âmbito; e b) reforça o protagonismo de professores/as,
educadores/as e crianças na pesquisa, não mais vistos como “objetos” de estudo, mas sim
sujeitos do saber e da ação no mundo.
Os integrantes desse projeto de extensão (discentes e docentes) têm realizado
atividades com as crianças de dois a cinco anos semanalmente e sempre com a presença das
docentes coordenadoras e colaboradoras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As experiências desenvolvidas com as crianças pequenas permitiram perceber como o
brincar, jogar, cantar são essenciais para o amplo desenvolvimento infantil e para o acesso a
58
um trabalho pedagógico preocupado com a articulação das diversas linguagens do
desenvolvimento humano.
Assim, a proposta descrita neste texto expõe as ações contextualizadas com a
realidade das crianças e da cultura infantil em que os estudos e planejamentos buscaram
desenvolver uma educação física norteada por uma perspectiva crítica. Além do trabalho
focalizado no Projeto de Extensão, as ações pedagógicas também integram as atividades
pedagógicas do CMEI, tais como a data comemorativa do Dia das Crianças e o planejamento
coletivo de docentes e administrativos que ocorre mensalmente.
Assim, acredita-se que trabalhar com o jogo, a brincadeira, a dança, o brinquedo
cantado e as cantigas de roda na Educação Infantil é acreditar na potencialidade desses
elementos para a vida e a formação cultural das crianças.
REFERÊNCIAS
BUSS-SIMÃO, Márcia. Educação física na educação infantil: compartilhando olhares e construindo saberes entre a teoria e a prática. Cadernos de Formação RBCE, Campinas, v. 2, n. 1, p. 9-21, jan. 2011. SILVA, E. J. S. da. A Educação Física como componente curricular na Educação Infantil: elementos para uma proposta de ensino. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 26, n. 3, p. 127-142, maio 2005. SOARES, C. L. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
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JOGOS E BRINCADEIRAS EM COLÔNIAS DE FÉRIAS1
GAMES AND PRANKS IN HOLIDAY CAMPS
JUEGOS Y JUGUETES EM LAS COLONIAS DE VACACIONES
Weiner Luis de Souza, CCEF/CAJ/UFG, [email protected]
Lilian Ferreira Rodrigues Brait – CCEF/CAJ/UFG, [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Jogos; brincadeiras; Colônia de Férias
INTRODUÇÃO
As colônias de férias, podem ser definidas como uma forma de aprendizagem, sendo
realizadas de modo recreativo, ocorrendo em períodos de férias escolares, e realizadas por
clubes, igrejas, escolas e empresas. Os jogos e as brincadeiras em colônia de férias, além de
uma forma de lazer, permitem que as crianças brinquem e ocupem seu tempo fazendo uma
atividade que gosta, possibilitando que a criança seja capaz de expressar seus sentimentos,
desejos e emoções, e isso proporciona tanto a aprendizagem como uma convivência na
sociedade.
As colônias de férias ampliam o envolvimento, a participação e a produção cultural,
pelo acesso e reconhecimento de conteúdos culturais diversificados, pela construção de novas
relações sociais e, fundamentalmente, pela vivência da dimensão estética e ética que, na
maioria das vezes, estão ofuscadas no cotidiano (SILVA, 2012)
As principais características dessas atividades é que trabalham o movimento corporal e
proporcionam momentos de prazer e alegria às crianças, possibilitando ainda momentos de
criatividade e reflexão para a realização das atividades propostas a elas (CUNHA, 2001).
O objetivo deste trabalho foi investigar os benefícios dos jogos e brincadeiras
realizados em colônias de férias para crianças do munícipio de Jataí-GO, na atualidade. Trata-
se de uma pesquisa qualitativa por meio de observação sistemática (estruturada), e os
instrumentos utilizados foram o questionário e a captura de imagens. Os pais das crianças
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando a participação da
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
60
criança e a captura de imagens, e as crianças assinaram o Termo de Assentimento para
menores de 18 anos.
Os locais escolhidos foram a unidade do Sesc Jataí e o Espaço Funcional RP, e os
sujeitos foram crianças entre 7 e 12 anos de ambos os sexos.
Analisamos o grau de satisfação das crianças, notando que a maioria, de ambos os
sexos, apontou ter adorado a colônia de férias e nenhuma demonstrou insatisfação. Quanto às
atividades desenvolvidas, no Sesc apontaram ter gostado mais das atividades de oficina de
culinária, dança, gincana e queimada para as meninas e para os meninos o futebol de salão,
basquete e queimada, foram mais elucidadas.
No Estúdio Funcional RP, a brincadeira que as crianças, de ambos os sexos, mais
gostaram foi o futebol de sabão, a guerra com balões de água, caça tesouro e pula-pula.
Buscamos entender o que as crianças preferiam fazer em seu tempo livre de férias
e a opção que demonstrou melhor atrativo para as crianças foi a de jogar e brincar
movimentando o corpo, seguida do brincar no celular ou tablet e as alternativas de assistir
televisão, seguida do jogar vídeo game e brincar sentado, mais parado, foram a alternativas
que menos foram marcadas, demonstrando que a preferência das crianças ainda está com as
atividades de movimento corporal, mostrando que mesmo na atualidade com todas as
tecnologias ofertadas às crianças, em seu momento livre elas ainda preferem brincar com
movimentos ou gestos corporais.
As observações apresentadas e apontadas aqui, teve a pretensão de ampliar uma
discussão a respeito das colônias de férias e os benefícios oferecidos para as crianças que
participam dessas atividades. A colônia de férias é uma forma que desenvolver um papel
educativo para as férias escolares e as atividades educativas desenvolvidas nessa ação
permitem que os participantes tenham uma forma de ensino e aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos neste estudo apresentaram que a maioria das crianças gostaram
das colônias de férias, e viram os benefícios, que foi oportunizado pelos clubes para as
crianças, ao oferecerem e permitirem a participação das crianças nas atividades que foram
realizadas nas colônias de férias.
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Certo de que ainda há muito a ser analisado sobre os jogos e brincadeiras em colônias
de férias e os benefícios que elas podem trazer para as crianças que participam delas,
entendemos que esta pesquisa pode propiciar novos estudos a respeito da temática analisando
as crianças e seus movimentos corporais.
REFERÊNCIAS
CAILLOIS, R. Os jogos e os homens. Lisboa: Portugal, 1990. CUNHA, N. H. S. Um mergulho no brincar. 1º ed. São Paulo: Aquariana, 2001. SILVA, D. A. M. Experiências com o Lazer em Colônias de Férias Temáticas. 1 a edição. Campinas – SP: Editora Alínea, 2012. 164 p.
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JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: DA
REPRODUÇÃO Á CRIAÇÃO
ELECTRONIC GAMES IN PHYSICAL EDUCATION SCHOOL: FROM
REPRODUCTION TO CREATION
JUEGOS ELECTRÓNICOS EN LA EDUCACIÓN FÍSICA ESCOLAR: DE
LA REPRODUCCIÓN A LA CREACIÓN
Gislene Ferreira da Silva, Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso (SEDUC/MT).
E-mail: [email protected]
Profª. Drª. Minéia Carvalho Rodrigues, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
E-mail: [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Jogos eletrônicos; Metodologia; Parâmetros curriculares. INTRODUÇÃO
Numa perspectiva histórica perpassando os dias atuais, a sociedade tem passado por
diversas transformações políticas, econômicas, educacionais e tecnológicas que influenciam
nas relações culturais e sociais das pessoas. Em busca do atendimento a essas demandas, os
setores responsáveis pelas políticas educacionais do estado de Mato Grosso elaborou os
Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental (PCMT), com embasamento na Base
Nacional Comum Curricular da Educação Básica (BNCC) no ano de 2018. Esse documento
pontua a importância das tecnologias no desenvolvimento educacional, ressaltado em todas as
áreas do conhecimento do Ensino Fundamental.
Com base nessas características, na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
encontra se a disciplina de Educação Física, que além das tecnologias enfatiza também os
Jogos Eletrônicos como parte do currículo escolar para ser desenvolvido no âmbito
educacional. Diante desses pressupostos de ações educativas recomendadas pelo currículo,
buscou se possibilitar metodologias com novas formas de desenvolvimento dos jogos
eletrônicos na Educação Física escolar, instituindo sequencias didáticas para esse proposito
educacional. Os sujeitos da pesquisa foram alunos do 6º ano do Ensino Fundamental que
63
participaram das ações de reestruturação e aplicação dos jogos eletrônicos no espaço escolar.
As observações no desenvolvimento das aulas demonstrou que os alunos participaram
do processo de reconstrução dos jogos e foram ativos em seu desenvolvimento. Essas
características poderão subsidiar o novo currículo da Educação Física escolar.
JOGOS ELETRONICOS E A PROPOSTA CURRICULAR DO ESTADO DE MATO
GROSSO
Numa perspectiva educacional, a organização da Proposta curricular do estado de
Mato Grosso (PCMT) assim como os demais estados advém da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Sob este viés, ressalta a Educação Física como componente curricular da
Educação Básica, pontuando a importância das tecnologias no desenvolvimento educacional,
enfatizado em todas as áreas do conhecimento. O estudo desses conhecimentos perpassa por
meio da linguagem corporal, carregada de signos que refletem a cultura construída e
reconstruída pela sociedade. Todavia nossa inquietação se refere ao desenvolvimento da
unidade temática jogos e brincadeiras, que nesse sentido requer a necessidade de suprir o
conteúdo dos jogos eletrônicos, pontuadas pelo documento.
Deste modo, o objeto de conhecimento Jogos eletrônicos, poderá estimular a integração dos mesmos nas práticas pedagógicas. Os vídeos games Exergaming ou Fitness game como o X- Box e o Nintendo Wii, são uma forma de exercício e podem ser um recurso interessante a ser explorado nas aulas de Educação Física. (PCMT, 2018, p.138-139)
Essas características refletem a necessidade de novas propostas metodológicas em que
possibilitem a participação ativa dos sujeitos envolvidos no processo de construção do
conhecimento. Para PCMT (2018, p.139) “além disso, existem também vários jogos
eletrônicos que podem ser jogados online, cabe dar a eles uma organização e adaptá-los para
fins pedagógicos.” Dessa maneira, tem se o objetivo de propor sequencias didáticas que
dialoguem com a base teórica, que vão além da reprodução para criação desses jogos,
beneficiando o desenvolvimento do currículo e a formação crítica dos sujeitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise desse projeto evidenciou a importância de conhecer a cultura dos jogos
eletrônicos realizadas pelos nossos alunos. Por outro lado, nossas intenções visa proposições
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didáticas que dialoguem com a base teórica e que vão além da reprodução para criação desses
jogos. As observações no desenvolvimento das aulas demonstraram que os alunos apesar dos
interesses pela pratica passiva dos jogos eletrônicos, atuaram ativamente no seu
desenvolvimento e apresentaram proposições da restruturação dos jogos. A análise vislumbra
o início de um novo percurso que está aberto para a experimentação de novas metodologias,
que beneficiará o novo currículo da Educação Física escolar.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Base nacional comum curricular: educação é a base. Ministério da Educação, Brasília, 2018. 600p. BRASIL. Proposta curricular de mato grosso: anos finais do ensino fundamental. Ministério da Educação, Cuiabá, 2018. 305 p.
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LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA1
FIGHTS AT EDUCATION PHYSICS SCHOOL: AN EXPERIENCE
LUCHAS EN LA EDUCACIÓN FÍSICA ESCOLAR: UNA EXPERIENCIA
Sandra Inês Líbero, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí (UFG/REJ)
Luís Cesar de Souza, Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí (UFG/REJ)
PALAVRAS-CHAVE: lutas; educação física; escola.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como temática lutas na Educação Física escolar, e busca
refletir sobre a inclusão das lutas nas aulas de Educação Física a partir da experiência em uma
escola pública estadual de Jataí, a fim de entender quais são as dificuldades para incluir as
lutas como o conteúdo das aulas de Educação Física e, também, procurando mostrar a alunos
e professores da escola de que não há necessidade de um especialista em lutas para ministrar
esse conteúdo.
OBJETIVOS
Para analisar o conteúdo lutas nas aulas de Educação Física escolar, alguns dos
objetivos da pesquisa foram: observar e identificar as dificuldades em ministrar o conteúdo
das lutas nas aulas de Educação Física; compreender os benefícios da inclusão do conteúdo de
lutas; organizar estratégias e jogos em torno de lutas nas aulas de Educação Física escolar.
METODOLOGIA
Essa pesquisa se orientou por uma abordagem qualitativa, para a qual, segundo
Monteiro (1991), o pesquisador tem papel fundamental no ambiente onde ocorre a pesquisa
1 O presente trabalho é resultado de pesquisa monográfica, concluída em 2018, e realizada para integralização da licenciatura em educação física na UFG/REJ. Não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
66
como fonte direta de dados. O tipo de pesquisa realizada se orientou pelos parâmetros da
pesquisa-ação, a qual, para Baldissera (2001), exige uma relação próxima entre os
pesquisadores e os sujeitos envolvidos no local de realização, almejando ainda a participação
conjunta.
De modo específico, a pesquisa interventiva foi realizada em uma escola pública
estadual de Jataí-GO, pelo período de quatro semanas. Foram ministradas oito aulas de 50
minutos, com o conteúdo de lutas, para duas turmas do ensino fundamental: 6º ano “A”, com
alunos de idade entre 11 e 12 anos, e o 8º “C” com alunos de idade entre 13 e 17 anos.
Também foi realizada uma ampla pesquisa bibliográfica, em que o exercício foi a
busca, leitura e sistematização de material publicado, seja livros, revistas, artigos entre outros.
DISCUSSÃO
Nascimento e Almeida (2007) nos trazem que as principais dificuldades (ou
desculpas) elencadas pelos professores para não ministrar o conteúdo de lutas são: a falta de
materiais, local apropriado, a falta de conhecimento mais profundo sobre o conteúdo pelos
professores e a violência que esse conteúdo poderia vir a gerar entre os alunos.
Contudo, durante e após a conclusão da pesquisa interventiva, não foram percebidas
dificuldades em ministrar o conteúdo das lutas. Na verdade, os alunos puderam vivenciar essa
prática sob um viés lúdico e, também, pela prática técnica específica de um tipo de luta: o
muay thai, sem dificuldades e sem comportamento violento, mesmo tendo poucos materiais e
com espaço limitado. Também observou-se ampla possibilidade de variações de se ofertar
esse conteúdo aos alunos, além de ser considerada um importante conteúdo da Educação
Física, pode trazer inúmeros benefícios aos alunos e a todo o corpo escolar. A professora e os
alunos da escola ressaltaram que aprenderam muito com as aulas de lutas e que essa
experiência veio acarretar muitos pontos positivos para ambos.
CONCLUSÃO
Por esta pesquisa é possível concluir que o conteúdo lutas é pertinente no contexto da
educação física escolar, pois ficou claro que as possibilidades de ministra-lo são muitas, seja
de forma lúdica, incluindo jogos de oposição, ataque e defesa, além de ser um ótimo conteúdo
para trabalhar a disciplina, o respeito, a hierarquia, a cooperação, entre outros. Em síntese,
67
auxiliará na formação do caráter do aluno, no seu desenvolvimento corporal, cognitivo e
controle emocional, o que significa ganho tanto para a formação do aluno.
REFERÊNCIAS
B. A. Pesquisa-ação: uma metodologia do ‘conhecer’ e do ‘agir’. Revista Sociedade em Debate, Pelotas, v.7, n. 2, p. 5-25, ago. 2001. Disponível em: < http://revistas.ucpel.edu.br/index.php/rsd/article/viewFile/570/510>. Acesso em: 12 abr. 2019. M, R. C. A pesquisa qualitativa como opção metodológica. Revista Pró Posições. Campinas-SP, v. 2 n. 5, p. 27-35, ago. 1991. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8644453>. Acesso em: 12 abr. 2019 N, P. R. B do; A, L. de. A tematização das Lutas na Educação Física Escolar: restrições e possibilidades. Movimento Revista de Educação Física. Porto Alegre-RS, v. 13, n. 3, p. 91-110, 2007. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/A-tematizacao-das-lutas-na-Educacao-Fisica-escolar.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2019.
68
O CASTIGO EM NIETSZCHE: DIÁLOGOS COM A EDUCAÇÃO
FÍSICA
THE PUNISHMENT IN NIETSZCHE: DIALOGUES WITH
PHYSICAL EDUCATION
EL CASTIGO EN NIETSZCHE: DIÁLOGOS CON LA EDUCACIÓN
FÍSICA
Luciano Campos de Amaral, UFG, [email protected]
Tadeu João Ribeiro Baptista, UFG, [email protected]
Palavras-Chave: Corpo; Castigo; Educação Física
INTRODUÇÃO
Refletir sobre o corpo é discutir, também, as formas de seu disciplinamento. Existem
diferentes possibilidades de controle, entre as quais estão, a própria realização de atividades
físicas até a exaustão. Assim, este texto teórico procura, ainda que brevemente discutir a
relação entre o controle do corpo e o castigo na visão de Nietzsche.
SOBRE O CASTIGO EM NIETZSCHE
De acordo com Nietzsche (1999), a domesticação do homem nasce do ressentimento,
da má-consciência e do homem reativo – como se no fundo a justiça fosse apenas uma
evolução do sentimento de estar-ferido, promovendo depois, com vingança, todos os afetos
reativos. Sacralizarmos a vingança sob o nome de justiça. O homem reativo não consegue
enxergar claramente por isso ele está sempre avaliando entre o verdadeiro e o falso. O homem
ativo é violento, excessivo, e está bem mais próximo da justiça do que homem reativo, ele não
necessita avaliar o seu objeto de modo falso e parcial como faz o homem reativo.
Efetivamente por isso que o homem ativo consegue ver mais claramente ou tem a sua
consciência mais clara e, em todas as épocas possui um olhar mais livre e sua consciência é
melhor.
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Nietzsche (1999) fala que foi desse modo, com um sentimento controlado que se fez
um acordo entre as forças ativas e reativas, o sentimento do homem reativo e controlado pelo
direito. Com o tempo o conceito de culpa e castigo foi se tornando negativos e a vontade de
poder, de potência foi prejudicada com a internalização da culpa. Para Nietzsche a vida é, e
atua ofendendo, violentando, explorando, destruindo, não podendo sequer ser concebida sem
esse caráter criador.
É desse modo, que Nietzsche faz uma crítica à crença de que o castigo foi criado para
castigar. Neste sentido, é que temos a formação do conceito de castigo. E aqui Nietzsche nos
dá vários exemplos de formas que o castigo já teve: “Castigo como neutralização, como
impedimento de novos danos. Castigo como pagamento de um dano ao prejudicado, sob
qualquer forma (também na de compensação afetiva). Castigo como isolamento de uma
perturbação” (NIETZSCHE, 1999. p.69).
Assim, em certas circunstâncias, o castigo era aplicado com a finalidade de
intimidação, um mero instrumento que poderia ser ajustado para propósito radicalmente
diverso. Como declaração e ato de guerra, contra um inimigo da paz, da ordem, da autoridade,
perigoso a comunidade, violador de pressupostos, como rebelde, traidor, violentador da paz,
esta lista é certamente incompleta e está carregada de toda espécie de utilidade.
UM RÁPIDO OLHAR PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA E O CONTROLE DO CORPO
Quando olhamos para a história da Educação Física e a sua influência sobre o controle
do corpo, autores como Soares (2001) e Baptista (2005; 2012), demonstram que os processos
de controle do corpo passam pelo desenvolvimento de práticas que têm por objetivo controlar
e disciplinar o corpo de acordo com as necessidades da sociedade.
Neste sentido não é arbitrário dizer que, em várias situações, encontradas inclusive
dentro das forças armadas, o exercício é adotado como forma de punir e estabelecer
comportamentos adequados à sua lógica (SCHACTAE, 2015).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do texto de discutir a relação entre o controle do corpo e o castigo,
demonstra que nas condições cotidianas, nos processos empíricos nos quais se adotam as
práticas corporais no sentido de se estabelecer certa disciplina do corpo, a definição de castigo
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em Nietzsche pode ser adotada, considerando que esse tem o foco na reparação de estabelecer
um mal realizado.
Evidentemente, que para Nietzsche, existem as relações do castigo com o
desenvolvimento da moral, da consciência e até mesmo do seu vínculo com o ressentimento.
Todavia, estas análises necessitam estudos mais aprofundados, os quais não puderam ser
realizados neste momento.
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, T. J. R. Da disciplina do corpo e educação física: notas para entender algumas relações sociais. Pensar a Prática, v. 15, p. 1061-1075, 2012.
BAPTISTA, T. J. R.. O Poder sobre o corpo: notas sobre as políticas desenvolvidas a partir do século XVII. Estudos (UCGO. Impresso), Goiânia, v. 32, n. 3, p. 407-431, 2005.
NIETZSCHE, F. W. Genealogia da Moral. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das letras, 1999.
SCHACTAE, A. M. A ordem e a margem: comportamento disciplinar para Polícia Feminina no Paraná (1977-2000). Tempo, v. 21, n. 37, p.1-21, Jun. 2015.
SOARES, Carmen L. Educação Física: raízes europeias e Brasil. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2001.
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O DISCURSO DO CORPO E O PODER SIMBÓLICO DA CAPOEIRA1
THE DISCOURSE OF THE BODY AND SYMBOLIC POWER OF
CAPOEIRA
EL DISCURSO DEL CUERPO Y EL PODER SIMBÓLICO DE LA
CAPOEIRA
Aryanna B. de Carvalho, UFG, [email protected]
Tadeu J. R. Baptista, UFG, [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: corpo; capoeira; poder simbólico.
INTRODUÇÃO
A capoeira, desde seu surgimento conta com simbolismos e intencionalidades. Não
bastassem todos os desafios provenientes para a sua afirmação como prática de um povo, em
seu cerne, também habitam contradições.
O objetivo principal aqui é analisar as diferenças simbólicas sentidas através do corpo,
entre as capoeiras regional e angola. Foi feita uma revisão bibliográfica buscando elementos
para as diferenciações entre as representações da capoeira. A de Mestre Bimba em seu
aspecto luta e competitividade e a de Mestre Pastinha, enfatizando a tradição e sua
manifestação quase que teatral.
O PODER SIMBÓLICO DO CORPO
A simbologia apropriada por uma determinada manifestação cultural lhe confere poder
frente aos sujeitos que entram em contato com ela, distingue um grupo social, seleciona
líderes, faculta status e identifica pessoas. A formação do corpo do capoeira2 carrega poder
para além do físico e do estético.
1 Não houve financiamento de nenhuma natureza para a realização desta pesquisa.
2 O capoeira, como apresentamos aqui, é aquele que luta ou joga capoeira.
72
As análises sobre o corpo vão para além de questões meramente físicas. Bordieu
(2006) e Le Breton (2007) analisam a questão corporal de forma aprofundada. Bordieu (2006,
p.87), tece considerações acerca do corpo de jovens camponeses: “[...] o camponês é levado a
introjetar a imagem que os outros fazem dele, mesmo quando se trata de um mero estereótipo
[...]. Em consequência, fica embaraçado em relação a seu corpo e em seu corpo”.
Assim como no corpo do camponês, no corpo do capoeira também residem
impressões, códigos, anseios, predileções e o desejo de autoafirmação. Le Breton (2007),
também apresenta o corpo como aquele moldado por dado contexto social que lhe confere
valor semântico, agregador de sentidos e significados.
Atividades como ritos, a produção da aparência, as técnicas corporais distinguem os
sujeitos entre si, “[...] a propósito, é preciso admitir que as técnicas corporais constituem
verdadeiros sistemas, solidários a todo um contexto cultural” (BOURDIEU, 2006, p.85).
O CORPO NA CAPOEIRA REGIONAL
Mestre Bimba, criador da capoeira regional baiana, teve como premissa em seu
método, sistematizar a então capoeiragem, ou capoeira de rua. Conferiu a ela aspectos de luta
competitiva, chegando a lutar em ringues usando suas técnicas.
[...] esta versão da capoeira [...] como um esporte procura afastar dela [...] a sua herança étnica africana, a fim de que lhe fosse possível, através de seu embranquecimento, “civilizar-se”, tornando-se então um dos símbolos de distinção nacional [...] (REIS, 2010, p. 58).
Essa formulação da capoeira preconizava corpos atléticos, bem postados e dispostos a
atuarem numa outra perspectiva a prática, em ambiente fechados, com novos códigos e regras
pré-estabelecidas e, assim, a capoeira no século XX já não poderia mais ser classificada com
uma manifestação apenas de rua (FALCÃO, 2004).
O CORPO NA CAPOEIRA ANGOLA
Já na capoeira angola, a necessidade de um corpo para o embate não é percebido.
Mestre Pastinha, seu mentor, insere outras particularidades e anseios.
Araújo (2004), ao analisar a práxis pedagógica da capoeira angola, afirma que apesar
de não ser hegemônica, oferece elementos pedagógicos e ajuda na formação dos sujeitos. A
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capoeira angola conserva elementos da tradição e da transmissão oral como forma de exaltar a
ancestralidade. A regional aceita transformação e readequação.
Ao lutar pela manutenção de elementos da ancestralidade, Mestre Pastinha defendeu a
ideia de não reproduzir a violência, mas ressaltou a “mandinga” e a “malícia”, que superariam
o embate direto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo buscou analisar de forma sumária algumas questões que envolvem a
discussão sobre o poder simbólico do corpo e a mensagem que ele transmite. Seu escopo
foram as dissonâncias entre a capoeira regional e a capoeira angola. Mas para que essas
constatações não se findem com este pequeno estudo, são necessárias outras análises que
aprofundem na temática.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, R. C. Iê, viva meu Mestre: a Capoeira Angola da ‘escola pastiniana’ como práxis educativa. São Paulo, 2004. (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo. BOURDIEU, P. O camponês e seu corpo. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, 26, p. 83-92, jun. 2006. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rsocp/n26/a07n26.pdf>. Acesso em 12 out 2013. FALCÃO, J. L. C. O jogo da capoeira em jogo e a construção da práxis capoeirana. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2004. LE BRETON, D. A sociologia do corpo. Petrópolis: Vozes, 2007. 101 p. REIS, L. V. de S. O mundo de pernas para o ar. 3. ed. Curitiba: CRV, 2010.
74
O ESPORTE E AS EMPRESAS ESTATAIS: UMA ANÁLISE DO GASTO
COM PATROCÍNIO ESPORTIVO1
SPORT AND STATE COMPANIES: AN ANALYSIS OF EXPENDITURE
WITH SPORTS PATRONAGE
EL DEPORTE Y LAS EMPRESAS ESTATALES: UN ANÁLISIS DEL
GASTO CON PATROCINIO DEPORTIVO
Claudia Catarino Pereira, Universidade de Brasília (UnB), [email protected]
Fernando Henrique Silva Carneiro, Instituo Federal de Goiás (IFG),
Fernando Mascarenhas, Universidade de Brasília (UnB), [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: esporte; empresas estatais; patrocínio esportivo.
INTRODUÇÃO
As empresas estatais são uma forma transfigurada do Estado em fração do capital, que
dialogam com os interesses gerais do capital e com seus interesses particulares e apresentam-
se como um importante ente governamental executor de políticas públicas (econômicas e
sociais), de projetos e de programas governamentais (PEREIRA, 2017).
No setor esportivo, estabelecem uma relação de patrocínio com o esporte de alto
rendimento e com as entidades de administração do esporte. Na matriz do gasto público com
esporte, pertencem à fonte extraorçamentária e executam importantes gastos no setor
esportivo (CARNEIRO; MASCARENHAS, 2018; PEREIRA, 2017).
Dessa forma, o objetivo deste estudo é analisar o patrocínio das empresas estatais no
esporte de 2004 a 2018. Utilizando uma abordagem qualitativa-quantitativa, o estudo se apoia
numa pesquisa documental, com dados coletados no Portal Transparência no Esporte e
analisados a partir da metodologia proposta por Carneiro e Mascarenhas (2018), além de
deflacionados pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), a preços de
dezembro de 2018.
1 O presente trabalho contou com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
75
ANÁLISE E DISCUSSÃO
Encontramos um universo de 26 empresas estatais que patrocinaram o esporte, tendo
gasto R$ 5,047 bilhões nos 15 anos analisados. 67% se concentram na Caixa Econômica
Federal (CEF) e na Petrobras, o que sinaliza uma concentração de gasto em uma empresa do
ramo financeiro e na principal empresa estatal brasileira.
No direcionamento do gasto, a categoria Esporte de Alto Rendimento (EAR) foi
priorizada – 76% dos gastos totais. Apenas 9% foram gastos com grandes eventos esportivos,
e protagonizados pelo patrocínio dos Correios aos Jogos Olímpicos Rio 2016. O baixo
percentual destinado à categoria Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (EELIS) – apenas
15% – nos possibilita rebater o argumento de serem empresas socialmente responsáveis para
o setor esportivo. A prioridade para o EAR sinaliza a predominância dos interesses
particulares da estatal, ou seja, de retorno publicitário e fortalecimento de marca (PEREIRA,
2017).
O gasto das empresas estatais apresentou fortes oscilações, o que sinaliza
descontinuidades das ações. De 2004 a 2014 verificamos um crescimento de 654% no gasto,
em resposta ao ativismo estatal proposto pelos governos petistas e que no setor esportivo se
fez real pelo aumento do gasto das empresas estatais principalmente com o EAR. Já de 2014 a
2018 verificamos uma queda de 616%, sinalizando abandono da intervenção estatal
intensificada pelas mudanças político-governamentais em 2016 (PEREIRA, 2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisamos que as empresas estatais desempenham importante papel no setor
esportivo, sendo um “braço” do governo no gasto com esporte, fomentando principalmente o
EAR. Tal ação esteve alinhada com o ativismo estatal desenvolvido nos Governos Lula e
Dilma, abandonada a partir de 2016 com o governo de Michel Temer (PEREIRA, 2017).
A prioridade do gasto com EAR nos possibilita compreender a dualidade das empresas
estatais: respondem ao interesse governamental de fomentar o esporte de rendimento e
patrocinam o esporte de forma que obtenham retornos para a imagem da estatal (ações de
publicidade). É a articulação entre interesses privados da estatal enquanto grande empresa e
76
os interesses públicos enquanto empresas estatais. Porém, a predominância é do interesse
particular.
Tal predominância se torna clara quando, a partir de 2016, os gastos caem
violentamente, o que corresponde à postura neoliberal e não intervencionista do governo que
se inicia em 2016 e se encerra em 2018. Assim, visualizamos uma retirada das empresas
estatais do lugar de importantes entes públicos para fomentar o esporte brasileiro,
principalmente, o EAR.
REFERÊNCIAS
CARNEIRO, F. H. S.; MASCARENHAS, F. O financiamento esportivo brasileiro: proposta de metodologia crítica de análise. E-legis, Brasília, Número Especial – Pesquisas e Políticas sobre Esporte, nov. 2018. PEREIRA, C. C. Empresas Estatais e o Financiamento do Esporte nos Governos Lula e Dilma. Brasília, 2017. 187fl. Dissertação (Mestrado em Educação Física). Faculdade de Educação Física, Universidade de Brasília – UnB, 2017.
77
O LAZER NO TEMPO LIVRE DE JOGADORES DE UMA EQUIPE DE
BASQUETEBOL EM CADEIRA DE RODAS1
THE LEISURE IN FREE TIME OF PLAYERS OF A BASKETBALL TEAM
IN WHEELCHAIR
EL LAZER EN EL TIEMPO LIBRE DE JUGADORES DE UN EQUIPO DE
BASQUETEBOL EN SILLAS DE RUEDAS
Lana Ferreira de Lima, Curso de Educação Física - Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão (UFG/RC), [email protected]
Leomar Cardoso Arruda, Curso de Educação Física - Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão (UFG/RC), [email protected]
Naiara Pereira Caixeta de Campos, Curso de Educação Física - Universidade Federal de Goiás/Regional, [email protected]
Rodrigo Soares da Costa, Curso de Educação Física - Universidade Federal de Goiás/Regional, [email protected]
Victor Rodrigues Gianelli Lemos Silvano, Curso de Educação Física - Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão (UFG/RC), [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Lazer; Pessoa com Deficiência; Basquetebol em Cadeira de Rodas.
INTRODUÇÃO
O lazer é um fenômeno que apresenta funções essenciais para a vida do ser humano,
quais sejam: descanso, divertimento e desenvolvimento da personalidade (DUMAZEDIER,
2004). Pode-se dizer que o lazer é um fenômeno que pressupõe a busca pelo prazer,
representa uma importante dimensão da vida humana e torna-se essencial para a saúde
psicológica das pessoas e em especial para aquelas que apresentam algum tipo de deficiência,
visto que a falta de acesso a direitos básicos, como o lazer, pode gerar problemas na
autoestima, autoimagem e até mesmo de comportamento nesse grupo de pessoas que
historicamente vivenciam um processo de marginalização na sociedade.
O presente estudo objetivou conhecer como o lazer se faz presente, no tempo livre de
oito pessoas com deficiência física participam do campeonato goiano de basquetebol em
cadeira de rodas.
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
78
METODOLOGIA
Trata-se de um relato de experiência que envolveu oito pessoas com deficiência física
(cinco homens e três mulheres), na faixa etária de dezoito a 45 anos que participam do Projeto
de Extensão “Basquetebol em cadeira de rodas: inclusão, saúde e cidadania” desenvolvido
pelo Laboratório de Atividades Físicas Adaptadas e Grupos Especiais (LAFAGE) do Curso
de Educação Física da UFG/RC, e do campeonato goiano de basquetebol em cadeira de rodas.
Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário e posteriormente
analisados qualitativamente.
RESULTADOS
Os dados evidenciaram que antes de ingressar na ação de extensão nenhum dos oito
respondentes havia participado de outras atividades/projetos, alegando: falta de oportunidade;
falta de opção e tempo; desconhecimento; não ter ninguém para ajudar; e, por entenderem
existir diferença quando a pessoa com deficiência está no meio de outras pessoas.
Indagados se antes de ingressarem no projeto de extensão se viam como praticantes de
algum esporte/atividade física como lazer, um respondente disse que não, alegando como
motivo o trabalho; sete disseram que sim e justificaram suas respostas afirmando, por
exemplo: que tinham vontade mas faltava oportunidade; que sabiam de seus limites mas
também das suas potencialidades; gostar de atividade física e esportes; por promover a
melhora do condicionamento físico; e, por proporcionar perda de peso, melhorar a resistência
e a glicemia, bem como evitar doenças.
Dentre as atividades de lazer que costumavam vivenciar com maior freqüência, foram
destacadas as seguintes: exercícios físicos e praticar esporte; ir a festas; assistir televisão; sair
com amigos e viajar. Verificamos, ainda, que todos os participantes da pesquisa apresentavam
interesses por outras práticas corporais, para além do basquetebol em cadeira de rodas, tais
como: dança, judô, boxe, voleibol, natação, futebol, musculação, jogar ping pong.
Consultados sobre ações que consideravam como sendo importantes para melhorar a
prática do lazer em suas vidas, os respondentes alegaram: ampliar as opções de lazer; adaptar
os ambientes e reduzir custos.
79
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De um modo geral, podemos ponderar que a pessoa com deficiência, assim como os
demais cidadãos, deseja e tem o direito de viver, uma vida saudável que implica em viver em
equilíbrio e harmonia com seu corpo, com sua imagem e com seu espaço no mundo, o que
somente se concretiza quando oportunidades de aprendizado, de lazer, de trabalho, de
convívio social são acessíveis a todos.
REFERÊNCIAS
DUMAZEDIER, J. Lazer e Cultura Popular. 3 ed. São Paulo: Perspectiva, 2004. HUNGER, D.; SQUARCINI, C.F.R.; PEREIRA, J.M. A pessoa portadora de deficiência e o lazer. Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 25, n. 3, p. 85-100, maio 2004. SILVA, J. P.V. Políticas públicas de esporte/lazer e in(ex)clusão de pessoas com deficiência. Campo Grande: Ed. UFMS, 2015. p. 77-92.
80
O PORTAL TRANSPARÊNCIA NO ESPORTE1
THE PORTAL TRANSPARENCY IN SPORTS
EL PORTAL TRANSPARENCIA EN EL DEPORTE
Fernando Mascarenhas, Universidade de Brasília (UnB),
Fernando Henrique Silva Carneiro, Instituto Federal de Goiás (IFG),
Claudia Catarino Pereira, Universidade de Brasília (UnB),
PALAVRAS-CHAVE: Financiamento do esporte; Gasto com esporte; Transparência no esporte.
INTRODUÇÃO
O Portal Transparência no Esporte foi criado em 2018 pelo Avante/UnB e contou com
financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Ao pesquisarmos o financiamento e gasto com esporte no Governo Federal, identificamos
uma dificuldade de acesso facilitado aos recursos federais para o esporte. Dessarte, o Portal
Transparência no Esporte tem como objetivos: a) concentrar em uma única ferramenta a
possibilidade de pesquisa e consulta sobre todos os recursos do esporte no âmbito federal; b)
divulgar a origem, o montante e o direcionamento dos recursos para o esporte na esfera
federal; e c) facilitar a compreensão da atuação do Estado em relação ao esporte,
demonstrando o que tem sido priorizado e, a partir disso, reivindicar os investimentos
necessários para que o esporte seja reconhecido como direito social.
Assim, por meio deste relato de experiência temos por objetivo apresentar o Portal
Transparência no Esporte, publicizando os dados sobre o financiamento público federal do
esporte. Tais dados são primordiais para a comunidade acadêmica que estudo a temática, bem
como aos interessados sobre o financiamento e gasto com esporte.
1 O presente trabalho contou com apoio financeiro do CNPq a partir do Edital Universal 14/2014.
81
APRESENTANDO A FERRAMENTA
O Portal Transparência no Esporte apresenta os dados de financiamento e gasto com o
esporte a partir de 2004, sendo atualizados anualmente. No período de 2004 a 2018 houve R$
28,45 bilhões 2 para o esporte, sendo 43% é da fonte orçamentária, 27% da fonte extra
orçamentária e 30% da fonte de gastos tributários.
Ano a ano é apresentado de onde vieram os recursos para o esporte, tendo por base as
três fontes supracitadas que se desdobram em subfontes. A fonte orçamentária tem quatro
subfontes, a saber: recursos ordinários para a função “Desporto e Lazer”; contribuições sobre
concursos de prognósticos para função “Desporto e Lazer”; outros recursos orçamentários
para a função “Desporto e Lazer”; e recursos ordinários e de outras fontes de recursos do
orçamento federal de distintas funções para as subfunções vinculadas ao esporte.
Na fonte extraorçamentária há três subfontes: repasse sobre concursos prognósticos
para entidades esportivas; patrocínios sem incentivo fiscal das estatais federais; e contribuição
sobre salário e transferência de atletas.
Já a fonte de gastos tributários apresenta cinco subfontes: desoneração das entidades
recreativas sem fins lucrativas; isenção de Imposto de Renda de Pessoa Física e Jurídica para
patrocínios e doações; desoneração para realização dos grandes eventos esportivos; isenção de
equipamentos e materiais esportivos; e isenção para eventos esportivos.
Além disso, é apresentado para onde os recursos são direcionados os recursos a partir
de 5 categorias: Esporte de Alto Rendimento (EAR); Esporte, Educação, Lazer e Inclusão
Social (EELIS); Infraestrutura; Grandes Eventos (GE); e Gestão. Dos R$ 28,45 bilhões gastos
de 2004 a 2018, 27% foram para EAR, 27% para GE, 22% para EELIS, 16% para
Infraestrutura e 9% para Gestão. A partir desses dados, é possível verificar aquilo que foi
priorizado no esporte.
Além de apresentar o direcionamento nas 5 categorias supracitadas em cada ano, são
apresentadas as ações que deram base a cada uma delas. Além de apresentar os dados, o
Portal Transparência no Esporte realiza o cruzamento dos dados de fonte e direcionamento do
gasto. Dessa forma, é possível saber quanto cada fonte de financiamento gastou com cada
categoria, bem como quanto de cada categoria corresponde a cada uma das fontes de
2 Dados nominais.
82
financiamento. O Portal Transparência no Esporte apresenta a metodologia de coleta de
dados, apontando as fontes de dados que alimentam a ferramenta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Portal Transparência no Esporte foi construído para reunir, em um único local, os
dados dos recursos federais que foram direcionados ao esporte, contribuindo para a
transparência e visibilidade desses dados. Ele se apresenta como uma ferramenta para análise
e desenvolvimento de políticas esportivas, já que os recursos de financiamento expressam as
ações materializadas. Para além disso, a transparência é um primeiro passo importante para
que pesquisadores, jornalistas, gestores públicos e a população em geral tenham compreensão
dos recursos federais que compõem o esporte, possibilitando maior controle social sobre eles.
REFERÊNCIAS
TRANSPARÊNCIA NO ESPORTE. Brasília: 2019. Disponível em: http://www.transparencianoesporte.unb.br. Acesso em: 13 mar. 2019.
83
O TRABALHO ABSTRATO COMO EXPRESSÃO DO (DES)ARRANJO
CURRICULAR PARA A FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA1
ABSTRACT WORK AS AN CURRICULAR (DIS)ARANGEMENT
EXPRESSION TO PHYSICAL EDUCATION FORMATION
EL TRABAJO ABSTRACTO COMO EXPRESIÓN DEL (DES)ARRANJO
CURRICULAR PARA LA FORMACIÓN EN EDUCACIÓN FÍSICA
Júlio César Apolinário Maia, Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí (UFG-REJ),
PALAVRAS-CHAVE: Formação; Educação Física; Trabalho abstrato.
INTRODUÇÃO
O presente resumo tem por objetivo apresentar reverbérios da conjuntura de
instabilidade jurídica, a partir da contraditória decisão do STJ durante o ano de 2014, que em
diálogo à Resolução CNE/CP nº 02/2015 impactou estruturalmente na continuidade de uma
ponderação acerca da formação em Licenciatura em Educação Física de caráter ampliado.
Este conjuntura toma corpo ante a restrição do campo de intervenção de egressos
licenciados por diversas matrizes curriculares proponentes de uma formação ampliada que,
com respaldo de uma análise aprofundada da Resolução CNE/CES nº 07/2004, garantia a
possibilidade de dupla possibilidade de intervenção (FURTADO et al., 2016). O mote do
presente resumo caracteriza-se por uma dessas matrizes curriculares (2007/2), que a partir da
conjuntura em questão viu-se obrigada, mesmo em máxima resistência, a passar por um
processo de revisão (2015/2), originando uma nova perspectiva de formação à IES de sua
origem.
Metodologicamente este resumo adota enquanto unidades de análise as matrizes
curriculares 2007/2 e 2015/2 da IES anteriormente especulada, ao passo em que tem sua
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
84
amostragem caracterizada por três egressos2 desta mesma IES. A categoria trabalho abstrato
deriva das respostas obtidas e se configura enquanto eixo de análise dos dados.
ALGUNS ACHADOS
Os entrevistados notabilizam uma relação para com o trabalho destoante daquela
caracterizada na racionalidade produtiva, entretanto, ao fazerem menção à matriz curricular
2015/2, projetam o esvaecimento desta relação, pois não conseguem verificar um sentido
dado ao trabalho dissemelhante àquele verificado pelo trabalho abstrato.
Em depoimento, O Sujeito H esclarece a existência de princípios que lhe possibilitam
desempenhar uma prática pedagógica com finalidades adversas àquelas sugeridas por outra
acomodada, alienada e sôfrega por uma espécie de conformismo para com as relações de
exploração que lhe estão sendo postas. K e F, assim como H, explicitam que a intuição dada
pela formação ampliada da matriz 2007/2 ao sentido do trabalho docente fizeram-lhes
enxergar o mercado de trabalho a partir de uma finalidade outra, desinteressada, em termos
gramscianos, ao determinismo mecanicista.
Em contrapartida, a prática pedagógica conformada às relações de exploração torna-se
estranha a quem exerce, e passa a se caracterizar enquanto expressão de um trabalho abstrato,
onde em virtude do estranhamento por parte de quem a exerce, passa a se acomodar de forma
indireta, portanto uma ação pedagógica não mais comprometida aos objetivos de quem a
promove, mas mediada pelo mercado e pelo seu equivalente produtivo.
No trabalho abstrato o trabalhador não abre mão de uma finalidade única: desvirtuar-
se da dimensão ontológica e fundante em função de uma mediação indireta outorgada pelo
mercado e seu equivalente geral, o valor (LESSA, 2008). Os relatos apresentados causam
conflito com este direcionamento dado ao trabalho em sua dimensão abstrata, pois se
expressam imbuídos de um sentido, como designa Lessa (2008), de compreensão histórica da
humanidade.
Resumidamente as críticas dos entrevistados à matriz curricular 2015/2 se apresentam
a partir do seguinte entendimento: quando o indivíduo não se identifica enquanto produto do
trabalho e produtor de trabalho; não constata que fazem parte da mesma síntese sua
2 Sujeitos K, F e H, na condição de egressos de sua antiga matriz 2007/2, de caráter ampliado. O estudo completo comporta uma quantidade maior de entrevistados e categorias.
85
subjetividade e a verdade aparente posta sobre a realidade; conjectura um entendimento outro
acerca de sua intervenção e; não antecipa a consequência de suas atuações em prol de ações
coerentes ao projeto de formação que lhe foi concedido, se sujeita às limitações do trabalho
abstrato.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As respostas sublinham que a proposta de revisão, por mais que tenha se empenhado à
manutenção de um caráter ampliado, representa a expressão moderna de uma verdade
aparente sobre a conjuntura do campo da formação e intervenção profissional em Educação
Física.
REFERÊNCIAS
FURTADO, R. P. et al. Instabilidade jurídica e outras determinações: o cne e a proposta de novas dcns para a educação física. Pensar a Prática, Goiânia, v.19, n.4, out/dez. 2016.
LESSA, Sérgio. Trabalho (fundante) e trabalho abstrato (produtivo e improdutivo). Youtube, 29 abr. 2008. Disponível em <https://youtu.be/T2wPphIdeaI>. Acesso em: 27 abr. 2018.
86
POLÍTICA DE ESPORTE E LAZER: REFLEXÕES SOBRE A GESTÃO
MUNICIPAL1
SPORTS AND LEISURE POLICY: REFLECTIONS ON MUNICIPAL
MANAGEMENT
POLÍTICA DEPORTIVA Y DE OCIO: REFLEXIONES SOBRE LA
GESTIÓN MUNICIPAL
Danielle Batista de Moraes, Instituto Federal de Goiás,
PALAVRAS-CHAVE: esporte; lazer; política
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo identificar e analisar as políticas públicas do
município de Luziânia, no período de janeiro a dezembro de 2018, a partir de documentos
oficiais e do discurso da gestão do município.
A justificativa deste estudo é entendida a partir da sustentação de o esporte e o lazer
são prática social importante para atender as necessidades humanas, considerando que o
mesmo não está inteiramente disponível, configurando-se, portanto, em direito, para ser
viabilizado como política pública.
Assim sendo, a prática social tem a possibilidade de contribuir com a humanização da
vida social dos sujeitos. Porque, as atividades de esporte e lazer apresentam possibilidades de
formação, pois podem estar comprometidos com a transformação e reconstrução da
sociedade, (GOMES E ELIZALDE, 2012).
Tomando a política pública, como todo o processo de elaboração e implementação da
ação pública (MULLER, 2002), compreendemos a importância da aproximação da sociedade
em conjunto para o controle e acompanhamento das políticas municipais.
1 O presente trabalho (não) contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
87
METODOLOGIA
Para analisar as políticas públicas do município de Luziânia, no período que
corresponde a janeiro de 2018 a dezembro de 2018, optamos por uma pesquisa de caráter
qualitativo visualizada a partir da gestão e do controle democrático.
Coletamos os documentos oficiais com os programas/ações da Secretaria de Esporte e
Lazer de Luziânia, foram eles: Plano Diretor, Lei Orgânica, Plano Plurianual de 2018 a 2021
(PPA), Lei de Execução Orçamentária e Metas/Projetos da Prefeitura Municipal de Luziânia.
Posteriormente, construímos um questionário estruturado para entrevistar um representante da
gestão. Por fim, analisamos o discurso com intuito de compreender o planejamento e
execução da política pública.
RESULTADO E DISCUSSÃO
A primeira pergunta teve como intuito saber quais são os programas e ações de esporte
e lazer, em Luziânia, nos 82 bairros que constitui o município. O discurso apresentado é de
que há: Escolinha de Futebol no Campo em dois bairros, Academias ao ar livre instaladas em
53 bairros, Escola de tênis em 2 bairros, Escola de Muay Thai, Caravana do Esporte, Eventos
de Bicicleta (“Leão da Montanha” e “Passeio para a fazendinha JK”) e a Construção de
espaços de Lazer. Mas o único programa previsto no PPA é ‘Programa esporte para todos –
PROESPORTE’, que buscar elaborar planos e programas de desenvolvimento de atividades
esportivas e recreativas voltadas para preparação física e a prática.
Percebemos que no município as propostas dos programas tanto sistematizadas pelo
PPA e pelo discurso da gestão não tem um alinhamento, mesmo que esses programas ditos
pela gestão hipoteticamente pertençam ao PPA. Além de não serem suficientes pela
abragência, pois não atende a população em todas as faixas etárias. E mesmo no programa
“Caravana do Esporte” que tem a intenção de levar a diversidade cultural para a população, é
realizado no formato de evento itinerante, cada bairro tem apenas um dia de atividades
organizadas pela secretaria.
Outra questão foi sobre o planejamento em geral, desde a organização até construção e
manutenção de novos espaços. É de suma importância ter um bom planejamento para orientar
a implantação das políticas e garantir o acesso da população como um todo articulado. Disso
destacamos, que no discurso da gestão a construção de novos espaços tem como critérios a
88
densidade de moradias no bairro ou pesquisas in loco para verificar as necessidades do bairro.
Esses critérios nem sempre são tão eficientes no atendimento. E no Plano Diretor e na Lei
Orgânica do município está estabelecido que os bairros mais carentes terão prioridade na
implantação de espaços e equipamentos esportivos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As políticas públicas do município demandam mecanismo de avaliação, proposta que
universalize a participação de todos os bairros garantindo o acesso ao esporte e lazer.
Evitando atuar por meio exclusivo da focalização, ampliando a participação da população na
construção das políticas, por meio de novos mecanismos para compreender o interesse e
particularidades dos bairros, bem como a divulgação dos programas/ações em esporte e lazer,
baseada no controle democrático.
REFERÊNCIAS
CARNEIRO, Fernando Henrique Silva. A Política de esporte no Distrito Federal: Centros Olímpicos, “terceiro setor” e focalização. Repositório da UnB (Dissertação de Mestrado), 2005. GOMES, Cristianne E ELIZALDE, Rodrigo. Horizontes latino-americanos do lazer. Minas Gerais. IFMG 2012. MULLER, Pierre. A análise das Políticas públicas. Pelotas: Educat, 2002.
89
SOBRE O CORPO: DIÁLOGOS COM AS REVISTAS DA EDUCAÇÃO1
ABOUT THE BODY: DIALOGUES WITH THE EDUCATION JOURNALS
SOBRE EL CUERPO: DIÁLOGOS CON LAS REVISTAS DE LA
EDUCACIÓN
Tadeu João Ribeiro Baptista, UFG, [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Corpo; Educação; Cienciometria.
INTRODUÇÃO
O debate sobre o corpo não é uma exclusividade da Educação Física. Campos como a
filosofia (DESCARTES, 2005; 2006; MERLEAU-PONTY, 2011); a antropologia (MAUSS,
2013), a teologia (SANTO AGOSTINHO, 2008); a sociologia (BOURDIEU, 1999; LE
BRETON, 2010), a psicologia (FREUD, 2004); a história (LE GOFF; TRUONG, 2006;
CORBIN; COURTINE; VIGARELLO, 2009) e a Educação (FREIRE, 1997; 2017), para citar
algumas, de uma forma ou de outra, sempre travaram análises sobre o tema a partir de seus
principais autores.
Estabelecer relações entre os campos de conhecimento é interessante, pois, nos
permite analisar a produção do conhecimento sobre alguns temas em determinadas áreas.
Considerando, o “corpo” como um importante tema para a Educação Física e considerando as
suas relações com a Educação, este trabalho tem como objetivo identificar os principais temas
e debates sobre o corpo em revistas de “Qualis A-1” da Educação, tendo como referência as
palavras-chave. Este estudo de caráter cienciométrico (URBIZAGASTEGUI, 2014), e na
análise quanti-qualitativa (SÁNCHEZ GAMBOA, 2012) para verificar os temas que mais
apareceram nas revistas pesquisadas. Foram analisadas 1890 palavras, de 445 artigos de 32
Revistas Nacionais que estão no estrato A-1 de acordo com o Qualis (2013-2016) na área da
Educação.
1 O presente trabalho não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
90
RESULTADOS
A partir das palavras-chave analisadas foram identificadas as seguintes categorias:
Corpo e suas Variações (13,07%); Discussões Sobre Gênero e Sexualidade (8,25%); Dos
processos e Lugares Educativos (45,19%); Diferentes Faixas Etárias (1,53%); Continentes,
Países, Regiões e Eras (2,06%); Na Relação com as artes (10,90%); Nas Múltiplas Esferas do
Poder (11,27%); Nas Relações entre Saúde e Doença (9,26%); Relação com a Filosofia,
Epistemologia e Ciência (3,44%); Com Autores e Personagens de diversas áreas 11,01%).
De todas as categorias identificadas, destaca-se aquela que diz respeito aos diferentes
processos e lugares educativos, entre eles, a escola, a academia, as cidades, as civilizações
antigas, as colônias de férias, a educação ambiental, a educação física escolar, o escotismo, a
internet, para citar alguns termos. Assim, analisar estes textos permite compreender que o
tema corpo, ainda que em relação significativa com a Educação Física, possui um espaço
significativo de publicação nas revistas da área da educação, considerando as possibilidades
de análise possível a partir das temáticas coligadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do texto de identificar os temas mais recorrentes entre as revistas Qualis A-
1 na área da Educação, demonstra que as possibilidades de análise, os contextos educacionais,
as relações sociais expressas, os debates entre campos de conhecimento, propiciam uma
reflexão significativa sobre as possibilidades que o “Corpo” apresenta do ponto de vista
acadêmico.
No caso desta análise propriamente dita, o uso das palavras-chave como identificação
dos temas, identificam-se os limites da análise, pois, esta é uma parte de um estudo maior que
foi desenvolvido, com muitos dados ainda a serem analisados.
REFERÊNCIAS
BOURDIEU, P. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
CORBIN, A.; COURTINE, J.-J.; VIGARELLO, G. História do Corpo: as mutações do olhar. O século XX. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2009, v. 3.
DESCARTES, R. Discurso do Método: regras para a direção do espírito. São Paulo: Martin Claret, 2006.
91
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 63. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2017.
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