ranked by vernalha guimarães e pereira advogados 2018 · sócios do escritório entre os advogados...
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VGP Advogados éeleito entre os escritórios de advocacia mais admirados do país pelas grandes empresas.
Fundadores
Luiz Fernando Casagrande Pereira
Fernando Vernalha Guimaraes
Coordenadores
Andressa Saizaki
Angelica Petian
Bruno Fonseca Marcondes
Camila Ungaratti
Dayana Dallabrida
Guilherme Guerra
Guilherme Nadalin
Larissa Almeida
Luiz Eduardo Peccinin
Patrick Rocha de Carvalho
Silvio Felipe Guidi
Thiago Lima Breus
Advogados
Andrezza Oikawa
Bruna Pereira Marchesi
Caio Cesar Schinemann
Caio Gregorio da Silva
Carlos Eduardo Ferreira
Carolina Garcia Stolf
Clovis Alberto de Pinho
Daniel Pacheco Beatriz
Desiree Rodriguez
Eduardo Digiovanni
Eduardo Tesseroli
Fernando Ribeiro Suzuki
Helen Monica Marcante
Henrique Plocharski
Kainan Iwassaki
Kamai Figueiredo Arruda
Karen Silva Pereira
Larissa Braga Casares
Luciana Carneiro de Lara
Maite Chaves Marrez
Manoel Lima Junior
Marcus Paulo Roder
Maria Fernanda Sbrissia
Mateus Hermont
Monica Mine Yao
Natalia Bortoluzzi Balzan
Natasha Maria Viana
Paulo Henrique Golambiuk
Pedro Campana Neme
Pedro Henrique de Vita
Regina Costa Rillo
Sandra Palerma Cordeiro
Wyvianne Rech
Trainees Profissionais
Ana Paula da Silva Bueno
Diego Ikeda
Diandra Domingues Cesario
Laura Graner Pereira
Vinıcius Teixeira Bressan
Gestão Administrativa
Ana Carolina Simao
Danielle Vicente
Leila Santos Lourenço
Luiz Andre Velasques
Paralegais
Ana Paula Pacheco
Andressa Jackeline Higa
Cassius Gobbo Secco
Cleonice Alves
Edilson Zapora
Elisa Andrea Silveira
Fernanda Querino do Prado
Franciane Pimentel Fagundes
Francine Ribeiro da Rosa
Gisele de Gasper Lenartowicz
Guilherme Silva Moura
Jessica Fernanda Flores
Karina Cunha Marques
Liliane Gonçalves de Paula
Marcia Camargo
Maria de Fatima Antunes
Mateus Boldrim
Natalia Campos Daltro
Pamela Katiusce Escouto
Priscila Gonçalves
Trainees Acadêmicos
Bruno Herzmann Cardoso
Larissa Quadros do Rosario
Leonardo Catto Menin
Maria Clara Maia de Souza
Murilo Cesar Taborda Ribas
Thierry Mougenot dos Reis
Estagiários
Ana Thereza Cassou
Arthur Arndt
Caina Meira
Camila Modesto
Carlos Eduardo Pereira
Fernanda Peres
Gabriela Figueiredo
Giovana Ferreira
Graziely Bortoluzzi
Henrique Fernandes
Henrique Villanova
Isabella Lamas
Jessica Louise Rocha
Joao Victor Dittmann
Laıs Oliveira Pereira
Luan Matheus da Silva
Marcos Paulo Ferreira
Mauricio Costa Castro
Nicole Wibe Silva
Ricardo Gasparin
Rodrigo Pavan
Taysa Marcon
Vitor Beux Martins
Contratos de TI, Telecom e as boas práticas de acordos de nível de serviço
Previdência complementar: governança e boas práticas de mercado
A relativização da caução prestada em contratos de locação
Pela primeira vez, o Vernalha Guimaraes e Pereira Advoga-
dos (VGP) esta no rol dos escritorios de advocacia recomenda-
dos pelo guia Litigation&Arbitration2018, de autoria da agencia
internacional LeadersLeague.
O VGP integrou as listas de escritorios recomendados nas
areas Civil & Commercial Litigation e Labor Litigation. Nao
apenas o VGP foi indicado. A nova ediçao do guia colocou dois
socios do escritorio entre os advogados recomendados: Luiz
Fernando Casagrande Pereira, socio-fundador, e Patrick Rocha
de Carvalho, socio e headda area de direito do trabalho.
Para elaborar as listas, a LeadersLeague realiza pesquisas e
entrevistas com diretores jurıdicos de grandes empresas. Sao
avaliados quesitos como reputaçao dos escritorios no mercado,
expertise dos pro�issionais e qualidade das operaçoes realizadas
pelas bancas. Nesta ediçao, apenas 150 escritorios brasileiros
foram recomendados pelo guia especializado.
VGP agradece a con�iança e admiraçao dos clientes consulta-
dos. Antes disso, o comprometimento e empenho dos mais de
125 pro�issionais do escritorio: os grandes responsaveis por
mais esta conquista!
VGP É RECOMENDADO PELO RANKING INTERNACIONAL LEADERS LEAGUE
ARGUMENTO É UMA P VGP ADVOGADOSUBLICAÇÃO DO
PUBLICAÇÃO TRIMESTRALJUNHO DE 2018ANO 8 | EDIÇÃO 27
www.vgplaw.com.brVGP Advogados
RANKED BY
2018Vernalha Guimarães e Pereira Advogados
No inıcio de abril, ocorreu em Sao Paulo o evento da Revista
Exame e da Hiria, que discutiu os programas de privatrizaçao e as
PPPs em desenvolvimento no Brasil. Fernando Vernalha, socio do
VGP, foi um dos palestrantes, em painel que discutiu os problemas re-
lacionados ao controle sobre a gestao publica.
Ao lado do Ministro do TCU Bruno Dantas e da Advogada Geral da
Uniao Grace Mendonça, em sua participaçao, Vernalha comentou so-
bre aquilo que se vem chamando de “direito administrativo do medo”,
como alusao aos excessos do controle sobre as açoes do administra-
dor publico. Segundo o advogado, embora imprescindıvel o controle
previo sobre a gestao publica desempenhado pelas instancias de con-
trole, como os tribunais de contas, atualmente vive-se um ambiente
de retraçao do administrador publico em face de uma superexposi-
çao de suas açoes ao risco de controle. Tem sido cada vez mais co-
mum açoes de improbidade e processos de responsabilizaçao dos ges-
tores por mera divergencia de interpretaçao das normas pelo contro-
lador. Isso gerou uma especie de paralisia na gestao publica, comen-
tou Vernalha.
Neste sentido, a recentıssima a Lei 13.665/2018 traz importante
regulaçao sobre o assunto, na direçao de exigir das decisoes do con-
trole a observancia de parametros e condicionantes com vistas a que
a revisao das decisoes do gestor publico se faça acompanhar da consi-
deraçao e ponderaçao das suas consequencias.
02 | ARGUMENTO
N o t í c i a s
Em Washington D.C., Fernando Vernalha apresenta propostas para o desenvolvimento das médias empresas no setor de infraestrutura
Sócio do VGP marca presença em evento da Revista Exame que discute as privatizações
Durante a ediçao de 2018 do SpringMeetings, promovido pelo
Banco Mundial em abril deste ano, Fernando Vernalha apresentou
propostas para o desenvolvimento das medias empresas no setor de
infraestrutura. Vernalha e membro de um grupo de trabalho institu-
ıdo pela ConfederationofContractors’Association(CICA), juntamente
com o Presidente da Camara Brasileira da Industria da Construçao,
Jose Carlos Martins, que tem por objetivo desenvolver recomenda-
çoes e açoes polıticas para ampliar o acesso destas empresas no mer-
cado internacional de infraestrutura.
Na qualidade de legaladvisor do grupo, Fernando Vernalha apre-
sentou aos diretores do Banco Mundial, na sede da entidade em Was-
hington D.C., um positionpaper desenvolvido contendo proposiçoes
estrategicas para fomentar uma maior participaçao das medias em-
presas nos projetos de infraestrutura. De acordo com Vernalha, alem
de um problema recorrente de insegurança jurıdica e instabilidade re-
gulatoria que prejudica o desenvolvimento de projetos de infraestru-
tura nos paıses emergentes, a questao do tamanho dos projetos e tam-
bem um obstaculo ao acesso daquelas empresas. Como regra, proje-
tos de infraestrutura sao expressivos e requerem requisitos bastante
exigentes de participaçao e quali�icaçao, o que tem fechado a porta
para o acesso das medias empresas. Segundo Vernalha, sempre que
tecnicamente viavel e economicamente vantajoso, grandes projetos
podem ser fracionados com vistas a favorecer a competitividade e o
acesso de empresas menores. Outra questao relevante lembrada pelo
advogado esta no aperfeiçoamento dos padroes de governança desse
mercado.
“Projetosdeinfraestruturausualmentedemandamsegurose�inancia-
mentoscujoacessodependedoatendimentoapadrõesexigentesdego-
vernançacorporativa.Seasmédiasquiseremparticipardessesproje-
tos,precisarãoaperfeiçoarasuagovernança”, arrematou Vernalha.
Da equipe de redação do Argumento
Da equipe de redação do Argumento
Sobre o tema, leia o artigo “Quemcontrolao
controlador?”de autoria do socio Fernando
Vernalha, publicado no Estadao.
C í ve l Co r p o ra t i vo
JUNHO DE 2018 | 03
A relativização da caução prestada em contra-tos de locação
Por Luciana Carneiro de LaraSócia da área Cível Corporativo
Arelativizaçãodacauçãoprestadaemcontratosdelocação:possibilidadedeconcessãodeliminardedespejoquandoovalor
dagarantiaéinferioraoinadimplementodocontrato.
Dentre as inumeras especies de contra-
tos, uma das mais comuns e a locaçao imo-
biliaria, regulamentada pela Lei do Inquili-
nato (nº 8.245/1991) e, subsidiariamente,
pelo Codigo Civil. Na locaçao de imoveis, de
uma forma geral, uma pessoa se compro-
mete a facultar a outra o uso e gozo de uma
coisa, por tempo determinado ou nao, medi-
ante determinada remuneraçao.
Por se tratar de um contrato bilateral,
ha obrigaçoes estabelecidas para ambas as
partes, sendo as principais delas: ao loca-
dor incumbe entregar o bem e possibilitar
o seu uso e fruiçao; ao passo que o locatario
tem o dever de efetuar o pagamento pon-
tual dos alugueres e encargos locatıcios.
Justamente para assegurar o paga-
mento dos alugueres pelo inquilino, e co-
mum que sejam prestadas garantias nos
contratos de locaçao. Assim, em caso de
eventual cobrança de alugueis ou qualquer
outra verba decorrente da locaçao, a cauçao
pode servir de satisfaçao do debito. A esse
proposito, a Lei do Inquilinato preve tres
modalidades de garantia: cauçao, �iança e
seguro de �iança locatıcia. A falta de paga-
mento de aluguel e respectivos encargos
constitui infraçao contratual, sendo passı-
vel de rescisao e de despejo, uma vez que
segundo o artigo 5º, seja qual for o funda-
mento do termino da locaçao, a açao do lo-
cador para reaver o imovel e a de despejo.
A �im de se evitar que o locatario perma-
neça (inadimplente) no imovel durante todo
o tramite da açao de despejo, o paragrafo 1º
do artigo 59 autoriza a concessao de liminar
para desocupaçao em quinze dias, indepen-
dentemente da audiencia da parte contraria
e desde que prestada a cauçao no valor equi-
valente a tres meses de aluguel.
No entanto, o inciso IX do referido dis-
positivo somente autoriza a concessao da
liminar nas açoes de despejo por falta de
pagamento se o contrato estiver despro-
vido de qualquer das garantias previstas no
art. 37, a saber, cauçao, �iança e seguro de
�iança locatıcia.
O grande problema surge quando, ape-
sar de prestada a cauçao pelo inquilino, esta
se mostre irrisoria se comparada ao debito
acumulado. Em situaçoes como esta, mui-
tos juızes indeferiam a liminar porque o con-
trato se encontrava garantido por cauçao.
Porem, na pratica, a garantia se apresentava
inocua, uma vez que o valor nao era su�ici-
ente para satisfazer o debito do contrato.
Com o objetivo de equilibrar tal dispari-
dade, alguns tribunais tem relativizado a
questao a ponto de autorizar a concessao
da liminar de despejo quando a cauçao se
mostrar inferior ao valor da dıvida decor-
rente do contrato de locaçao.
O fundamento e de que se o valor do de-
bito e substancialmente inferior ao da ga-
rantia, presume-se que esta se exauriu face
ao perıodo do inadimplemento dos locati-
vos e encargos.
Em casos como este, portanto, e impor-
tante ter conhecimento de que mesmo es-
tando o contrato garantido por cauçao, e
possıvel obter a liminar de despejo quando
o valor da garantia for inferior ao montante
do debito discutido na açao de despejo por
falta de pagamento.
Co n t ra to s e E s t r u t u ra ç ã o d e N e g ó c i o s
04 | ARGUMENTO
Contratos de TI, Telecom e as boas práticas de acordos de nível de serviço
Por Marcus Paulo RöderSócio da área de Contratos e Estruturação de Negócios
Atransformaçãodigitalpareceterdiminuídoashorasdodia.Ainternetéumaverdadeiravitrinevirtualqueofereceprodutose
serviços24/7.ÉnessecontextoqueosSLAsprecisamserlidoscombastanteatençãopeloscontratantesdosserviçosdeTIeTelecom.
E� inegavel o fato de que a transformaçao digital parece ter dimi-
nuıdo as horas do dia. Com o advento da internet, logo vimos surgir
uma verdadeira vitrine virtual que oferece produtos e serviços 24
horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Cada minuto,
mais do que nunca, e precioso. Em termos economico-�inanceiros,
para setores como as lojas virtuais (e-commerce), que dependem de
serviços de hospedagem, uma pequena fraçao de minutos de indis-
ponibilidade pode resultar em perda no faturamento de milhares e
milhares de reais. O mesmo pode ser dito sobre a essencialidade dos
serviços de telecomunicaçoes para operadoras de cartao de credito
ou para plataformas de pagamentos online.
Pensando neste cenario volatil e intenso, os bons contratos que
visam a prestaçao de serviços devem sempre prever um meca-
nismo de monitoraçao e controle do cumprimento do padrao de
qualidade estabelecido entre as partes contratantes. Tais previsoes
contratuais sao bastante conhecidas pelo termo Acordos ou Garan-
tias de Nıvel de Serviço (ANS) – ou ainda pelo termo em ingles Ser-
vice Level Agreement (SLA).
Conforme de�ine Patrıcia Peck Pinheiro, “oobjetivodoSLAéser
umaferramentademonitoraçãoecontroledocumprimentodopa-
drãoestabelecidonoacordodeserviçocontratadoentreaspartes,
permitindodeixardemodoclaroeinequívocoasexpectativasdocli-
enteeasobrigaçõeselimitesderesponsabilidadedofornecedor” (Di-
reito Digital, 6. ed., Saraiva, 2016, p. 550).
Apesar de poder ser estabelecido em qualquer tipo de contrato
de prestaçao de serviços ou fornecimento de produtos, os Acordos
de Nıvel de Serviço ou SLAs sao bastante comuns em contratos �ir-
mados com prestadores de serviços de Tecnologia da Informaçao
(TI) e empresas do setor de Telecomunicaçoes. Justamente em ra-
zao da essencialidade do suporte de TI e dos serviços de Telecom, a
falha na prestaçao destes serviços pode comprometer o negocio do
cliente-contratante, como nos exemplos mencionados acima (e-
commerces, operadoras de cartao de credito, plataformas de paga-
mento online etc.).
Nestes documentos, e fundamental a de�iniçao de conceitos
(principalmente dos termos tecnicos que ajudam a compreender o
objeto da prestaçao), com o intuito de realizar uma gestao dos ris-
cos do contrato celebrado. A regra de ouro para elaboraçao de bons
contratos e para de�iniçao de clausulas de responsabilidade e sem-
pre aquela segundo a qual: o melhor contrato e sempre aquele que
consegue ser o mais barato, sem perder a e�iciencia.
Por outro lado, encontrar o ponto otimo e e�iciente e o maior de-
sa�io dos contratantes. Deste modo, devemos sempre buscar en-
contrar quem tem a capacidade de gerenciar os riscos da atividade
de forma mais e�iciente e com o menor dispendio de recursos. Ha
momentos em que sera possıvel imputar todos os riscos ao forne-
cedor, porem tambem havera a necessidade de se compartilhar os
riscos entre os contratantes ou ate mesmo delimitar um teto (ma-
ximo) do valor de responsabilidade (geralmente tendo como para-
metro o valor global do contrato).
Dentre os riscos mais comuns na contrataçao de serviços de TI
e Telecom destacam-se a necessidade de se de�inir obrigaçoes so-
bre: i) o nıvel de qualidade mınima e riscos de desempenho dos ser-
viços prestados; ii) responsabilidade sobre perdas envolvidas na in-
terrupçao do serviço; iii) a frequencia de geraçao de relatorios e nı-
vel de detalhamento; iv) possibilidade e condiçoes para migraçao
do fornecedor; v) descontos compulsorios pelos prazos de indis-
ponibilidade; vi) prazos para restabelecimento do serviço; vii) res-
ponsabilidade sobre gestao de informaçoes, con�idencialidade, re-
dundancia (back-ups) e consequencias decorrentese da perda de
dados; viii) riscos trabalhistas, tais como possibilidade ou nao de
contrataçao de mao de obra do fornecedor; ix) multas por desem-
penho insu�iciente; bem como sobre eventuais x) ganhos por de-
sempenho (tambem conhecido como SLA compensatorio).
E� importante destacar que nao ha uma legislaçao especı�ica
que regulamente a forma e conteudo do estabelecimento de Acor-
dos de Nıvel de Serviço. Neste caso, desde que dentro das regras ge-
rais do direito (por exemplo, respeitando-se sempre os princıpios
da boa-fe e funçao social do contrato), e ampla a liberdade contra-
tual. Por outro lado, tambem e importante mencionar que ha pa-
dronizaçoes internacionais e regulamentaçoes impostas por Agen-
cias Reguladoras e determinados setores. Neste sentido, mencio-
na-se a norma brasileira ABNT NBR ISO/IEC 20.000-1:2011 que
trata sobre os requisitos do sistema de gestao de serviços de TI.
Por �im, recomenda-se sempre uma analise cuidadosa, prefe-
rencialmente realizada por um corpo jurıdico especializado (que
devera fazer uma avaliaçao e revisao em acordo com entendimento
jurisprudencial mais recente), antes da contrataçao de quaisquer
serviços, com especial destaque para os serviços de TI e Telecom
em geral. A�inal, conforme ressaltado anteriormente, a depender
do grau de essencialidade, a falha na prestaçao destes serviços
pode comprometer o negocio.
Co n t ra to s e E s t r u t u ra ç ã o d e N e g ó c i o s
JUNHO DE 2018 | 05
M e rc a d o d e C a p i t a i s
Previdência complementar: governança e boas práticas de mercado
Por Guilherme Guerra Sócio da área de Mercado de Capitais
CVMePREVICassinamacordodecooperaçãocomopassoinicialparaalinhamentoderegulaçãoentreomercadodecapitaise
agestãodefundosdepensão.
No ultimo dia 13 de março, o presi-
dente da CVM, Marcelo Barbosa, e o supe-
rintendente da PREVIC, Fabio Henrique
Coelho, assinaram acordo de cooperaçao
tecnica que preve um intercambio de infor-
maçoes e uma coordenaçao de atividades
entre as duas autarquias quando o assunto
for os fundos de pensao. A partir deste novo
convenio, havera uma maior integraçao
entre CVM e PREVIC para as atuaçoes de
�iscalizaçao e supervisao sobre os investi-
mentos da previdencia complementar.
No entendimento do presidente da
PREVIC, os fundos de pensao precisam
superar o atraso regulatorio das ultimas
duas decadas em comparaçao ao mercado
de capitais, em especial as melhores pra-
ticas adotadas pelos fundos de investi-
mento �iscalizados pela CVM. Neste sen-
tido, a tendencia e que sejam atribuıdos
aos gestores dos fundos de pensao as
mesmas exigencias previstas na regulaçao
do mercado de capitais. As regras e normas
impostas aos gestores e administradores
de fundos seriam tambem impostas aos
dirigentes da previdencia complementar
quando o escopo da materia compreender
os investimentos dos recursos dos fundos
de pensao.
A partir da implementaçao dos termos
deste acordo, havera uma ampliaçao da
troca de informaçoes entre as duas entida-
des, o que pode levar a uma possıvel con-
vergencia de entendimentos em materia
de regulaçao e praticas de �iscalizaçao
entre mercado de capitais e previdencia
complementar. Neste acordo, ha uma pre-
visao expressa para a necessidade de mani-
festaçao previa das duas entidades quando
da ediçao de novas normas, as quais de
alguma forma possam re�letir conjunta-
mente na previdencia complementar e no
mercado de capitais. Como consequencia, a
esperada reforma da resoluçao CMN 3792
de 2009 – a qual trata das diretrizes dos
investimentos dos recursos dos fundos de
pensao – ja tera uma contribuiçao efetiva
por parte do corpo tecnico da CVM, incor-
porando ao dia a dia dos fundos de pensao
algumas regras tıpicas do mercado de capi-
tais.
O mercado de capitais brasileiro, em
especial a regulaçao de fundos de investi-
mento, acompanhou nos ultimos anos o
aperfeiçoamento das principais normas e
procedimentos de melhores praticas ado-
tadas pelos mercados internacionais.
Como fomentadores deste processo de evo-
luçao estao de um lado a CVM, o agente
regulador do mercado, e de outro a Associ-
açao Brasileira das Entidades dos Mer-
cados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), o
autorregulador do mercado de fundos.
Estas duas instituiçoes promoveram movi-
mentos de atualizaçao das regras de mer-
cado e intensi�icaram a supervisao e �iscali-
zaçao sobre os agentes participantes.
Atraves dos codigos de autorregulaçao da
ANBIMA e das normas regulatorias CVM,
foram introduzidas com ampla receptivi-
dade pelo mercado novas e modernas
regras de compliance, de prevençao a
lavagem de dinheiro, de gestao de riscos, e
outras normas de controle das atuaçoes
dos agentes responsaveis pelos investi-
mentos.
Nao obstante o elevado nıvel de quali�i-
caçao tecnica do corpo dirigente da grande
maioria dos fundos de pensao no Brasil,
ainda nao ha ampla aderencia aos procedi-
mentos de regras de controle tao avan-
çados na previdencia complementar como
ha no mercado de fundos de investimento.
A Abrapp – Associaçao Brasileira das Enti-
dades Fechadas de Previdencia Comple-
mentar – vem atuando para implementar
um sistema de autorregulaçao, atraves de
codigos de governança de investimentos. O
primeiro codigo, focado na governança de
investimentos dos fundos de pensao, foi
lançado em 2016 e conta com mais de 40
instituiçoes aderentes. Para o ano de 2018,
a entidade pretende lançar um segundo
codigo, focado nas regras e nos processos
internos das entidades, as quais possam
garantir as rotinas das boas praticas de
mercado e a governança institucional.
As recentes suspeitas de desvios e ma
administraçao em fundos de pensao, e a
intervençao no Postalis, fundo de pensao
dos servidores dos correios, ocorrida no
�inal de 2017, elevaram a urgencia por
adoçao de medidas efetivas que permitam
a implementaçao de rotinas de controle e
procedimentos de compliance nos fundos
de pensao e que possibilitem uma atuaçao
e �iscalizaçao mais ativa e e�iciente por
parte da PREVIC.
Ao estabelecer processos alinhados as
praticas atuais de �iscalizaçao da CVM, este
novo acordo de cooperaçao tende a possi-
bilitar que sejam implementadas novas e
mais rigorosas rotinas de procedimentos e
controles internos, bem como para �iscali-
zaçao e supervisao por parte da PREVIC,
em especial em torno das atuaçoes daque-
les gestores e dirigentes de fundos de
pensao que possuem acesso as decisoes de
investimentos.
M e rc a d o d e C a p i t a i s
06 | ARGUMENTO
P e n a l E m p re s a r i a l
Rejeição de denúncia genéricaPor Desirée Magela Delor RodriguezSócia da área Penal Empresarial
Comoostribunaistêmseposicionadoquantoaoprosseguimentodeaçõespenaisemcasosdecrimeseconômicosecontraa
AdministraçãoPública.
Em razao dos recentes acontecimentos polıtico-economicos
vivenciados no Brasil, ha um numero crescente de denuncias que
versam sobre crimes de fraude a licitaçao e contra a ordem �inan-
ceira envolvendo entes privados.
No entanto, nota-se que se tem privilegiado o volume de de-
nuncias em detrimento da observancia dos preceitos legais que as
instruem. Isso se torna ainda mais evidente diante das recorrentes
decisoes dos tribunais superiores.
Veri�ica-se que os tribunais federais tem sistematicamente re-
jeitado denuncias genericas, ou seja, aquelas que sao ofertadas
sem os requisitos necessarios.
Destaca-se neste sentido a deci-
sao proferida no Inquerito nº 4.103,
na qual a Segunda Turma do Su-
premo Tribunal Federal, por maioria
de votos, rejeitou integralmente a de-
nuncia que versava sobre o crime de
fraude em licitaçao.
Em tal inquerito, apurava-se a ocor-
rencia de fraude ao carater competitivo
de licitaçao por fracionamento de des-
pesas, delito este previsto no artigo 90
da Lei nº 8.666/93.
No caso, a licitaçao que previa
obras de saneamento basico, e que foi
realizada por meio de duas tomadas
de preço, teria sido supostamente fra-
udada, eis que seu valor global exigia
modalidade licitatoria mais rigorosa
(concorrencia).
Em seu voto, o Ministro Dias
Toffoli compreendeu que a exposiçao
do ilıcito penal constante a denuncia
nao foi su�iciente, uma vez que nao
houve descriçao determinada de qual
teria sido a vantagem auferida pelo
acusado e as empresas envolvidas,
pelo que reconheceu a inepcia da de-
nuncia como um defeito formal e a
desconsiderou integralmente.
Salienta-se, ainda, que a exordial
acusatoria tambem pode ser rejei-
tada quando inexistente o embasa-
mento probatorio mınimo que a sus-
tente, isto e, quando se observa a au-
sencia de pressuposto processual (ou
condiçao para o exercıcio da açao pe-
nal) e a propria justa causa para o
prosseguimento da açao penal.
Neste contexto, em recente decisao
tambem proferida pela Segunda
Turma do Supremo Tribunal Federal
(Inquerito nº 3.994), foi rejeitada de-
nuncia que apurava a ocorrencia de la-
vagem de dinheiro por meio de doa-
çoes em campanhas eleitorais, bem
como o crime de corrupçao passiva
(art. 317 do Codigo Penal).
O Ministro Toffoli, em seu voto, ao
veri�icar a fragilidade da delaçao rea-
lizada – posto que os colaboradores
teriam feito anotaçoes pessoais, que
supostamente se traduziriam em pa-
gamentos indevidos aos parlamenta-
res federais – reconheceu a ausencia
de justa causa para a persecuçao cri-
minal, porquanto a denuncia basea-
va-se exclusivamente em titubeantes
delaçoes premiadas, sem qualquer
outra fonte probatoria que as corro-
borasse.
Notadamente em crimes econo-
micos, complexos em sua natureza,
vez que ha pluralidade de delitos e
pessoas, percebe-se a tendencia de
respostas mais sancionadoras por
parte do Estado e, por vezes, a opçao
pelo oferecimento de denuncias “ge-
nericas”, as quais apenas sugerem o
modo com que as condutas foram pra-
ticadas, sem qualquer individualiza-
çao, em total dissonancia com os pres-
supostos constitucionais da presun-
çao de inocencia e da ampla defesa,
princıpios estes que devem nortear
toda e qualquer açao penal.
Considerando especialmente o
atual panorama social, o orgao acusa-
torio acaba por compreender que em-
presarios integram organizaçoes cri-
minosas com a �inalidade unica de ob-
ter vantagem ilicitamente, de maneira
generalizada e com inobservancia aos
preceitos legais, os imputa as praticas
delitivas previstas na Lei nº 8.137/90.
Assim, correto o entendimento
dos Tribunais, ao reconhecer a neces-
sidade do preenchimento dos requisi-
tos mınimos da denuncia, priori-
zando as garantias constitucionais em
relaçao ao poder sancionador do Esta-
do.
Em outras palavras e em sıntese,
em uma sociedade que clama cada vez
mais pela puniçao e que parte do pres-
suposto de que todo acusado e culpa-
do, sem preocupar-se com o gasto ge-
rado com a movimentaçao da ma-
quina judiciaria, ha que se observar
adequadamente as disposiçoes legais,
evitando-se denuncias precipitadas e
infundadas, garantindo, acima de tudo,
a dignidade da pessoa humana.
JUNHO DE 2018 | 07
P e n a l E m p re s a r i a l
Argumento e uma publicaçao trimestral com artigos produzidos pelos pro�issionais do escritorio ©.
Diagramado pela equipe de comunicaçao e marketing do VGP Advogados. Ediçao �inalizada em 25 de junho de 2018. Tiragem: 2500 exemplares.
Sao Paulo (SP): Rua Olimpıadas, 200 - 2º Andar - CEP 04551-000 | Brasılia (DF): SHS Q. 6 - Conj. C, Bloco E - Sl 1201 - CEP 70316-000 | Curitiba (PR): Rua Mateus Leme, 575 - CEP 80510-192
Fone/Fax:4007.2221-55(41)3233.0530|[email protected]|www.vgplaw.com.br
Notas e Agenda
Imprensa e Mídia
► Nos dias 17 e 18 de maio de 2018, FernandoVer-
nalha e AngélicaPetian, socios da area de infraes-
trutura do VGP, foram palestrantes no 90º Encontro
Nacional da Industria da Construçao (ENIC), em Flo-
rianopolis (SC). Vernalha falou sobre o aprimora-
mento da matriz de riscos em concessoes rodoviari-
as, enquanto Petian falou no painel sobre compliance
na administraçao publica e estruturaçao de PPPs
municipais. Durante o evento, a Camara Brasileira da
Industria da Construçao (CBIC) lançou o Guia de Dis-
tribuiçao de Riscos nas Concessoes Rodoviarias, com
conteudo elaborado pela equipe de projetos de infra-
estrutura do VGP Advogados.
► No dia 22 de maio, Luiz Eduardo Peccinin e
PauloHenriqueGolambiuk, socios da area eleito-
ral do VGP, foram palestrantes e organizadores do
Workshop sobre Propaganda e Financiamento na
Nova Pre-campanha Eleitoral, realizado no Auditorio
do VGP Advogados, em Curitiba (PR). Com a pre-
sença de diversos clientes e pro�issionais interessa-
dos no tema, o encontro abordou os principais aspec-
tos relacionados a propaganda e ao �inanciamento
eleitoral durante a pre-campanha, seus limites e
novas possibilidades.
► Fernando Vernalha e Luiz Fernando Casa-
grandePereira foram palestrantes na Semana Jurı-
dica em Homenagem aos 30 anos da Constituiçao
Federal. Vernalha falou no dia 05 de junho no painel
sobre investimentos publicos e privados em infraes-
trutura. Pereira falou no dia 07 de junho no painel
sobre fakenews e tecnicas processuais. Promovido
pelo Tribunal de Contas do Estado do Parana
(TCE/PR), o evento foi realizado no auditorio princi-
pal do Tribunal, em Curitiba (PR).
► No dia 13 de junho, FernandoVernalha foi pro-
fessor convidado do LLM em Direito: Infraestrutura
e Regulaçao da Fundaçao Getulio Vargas do Rio de
Janeiro (FGV/RJ), onde falou sobre as hipoteses de
extinçao das concessoes.
► Luiz FernandoCasagrandePereira foi pales-
trante e organizador do VI Congresso Brasileiro de
Direito Eleitoral, realizado entre os dias 13 e 15 de
junho, em Curitiba (PR). O evento reuniu mais de 100
palestrantes entre Ministros e Ex-Ministros dos Tri-
bunais Superiores e especialistas do Direito Eleitoral.
O Congresso e consolidado como o maior e mais dina-
mico forum de discussao sobre o tema no paıs.
► No dia 27 de junho, LuizFernandoCasagrande
Pereira foi palestrante no evento Dialogos Brasil -
Portugal: Coloquio da ABDPro e da Universidade
Nova de Lisboa, onde falou no painel sobre reformas
nos sistemas brasileiro e portugues de processo.
Organizado pela Associaçao Brasileira de Direito Pro-
cessual (ABDPro), o evento foi realizado na sede da
Faculdade de Direito da UNL, em Lisboa (Portugal).
► LuizFernandoCasagrandePereira sera pales-
trante no 3º Congresso CAMESC de Arbitragem e
Mediaçao, em Itajaı (SC). Pereira falara as 15:30h do
dia 20 de julho no painel sobre mediaçao nas rela-
çoes empresariais. A cada ediçao, o Congresso
CAMESC discute as tendencias da arbitragem e medi-
açao e as inovaçoes de sua aplicaçao no ambito do
direito publico e privado.
► No dia 27 de julho, LuizFernandoCasagrande
Pereira sera palestrante no I Congresso Paranaense
de Direito Bancario, onde falara sobre resoluçao con-
sensual dos litıgios nos planos economicos. Promo-
vido pela Escola Superior de Advocacia (ESA), o
evento sera realizado no Auditorio da OAB/PR, em
Curitiba (PR).
Fernando Vernalha comenta a necessida-de de proteção contra riscos de crises em contratos de concessão
Fernando Vernalha fala sobre as perspec-tivas para as parcerias público-privadas (PPPs) estaduais
Fernando Vernalha fala sobre os vetos do Presidente Temer no projeto que altera regras dos órgãos de controle
O Estado pode obrigar um cidadão a um procedimento de saúde? Silvio Guidi fala sobre o tema
Luiz Fernando C. Pereira é nomeado pelo TSE para compor grupo de aplicação do novo CPC à Justiça Eleitoral
Fernando Vernalha fala sobre os efeitos da isenção tarifária para o eixo suspenso de caminhões
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Fernando Vernalha fala sobre a atuação do Tribunal de Contas da União nas fisca-lizações de projetos de infraestrutura
Fernando Vernalha comenta a falta de regulamentação das relicitações dos con-tratos de concessão no Brasil
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