ramatis - 29 - o universo humano
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RAMATIS
O UNIVERSO
HUMANO
O UNIVERSO HUMANO é o novo trabalho de Ramatís com
Márcio Godinho, após AS FLORES DO ORIENTE.
Neste livro, o escopo cósmico de Ramatís ratifica sua tônica
científica e maturidade na religação de nossa alma com o Criador,
constituindo o psiquismo, o pano de fundo destas novas letras
mediúnicas. Assuntos importantes, tratados com linguagem
simplificada, tornam-se acessíveis aos que já se integram no
Evangelho de Jesus.
Com a visão universalista e cristã do Espiritualismo, temos
doutrina lógica, capaz de levedar o estabelecido e trazer o novo, real
e verificável em nós mesmos, sem intermediários: auto-serviço na
evolução do espírito!
Querendo, podemos tirar deste livro, hoje mesmo, orienta-
ções boas, novas e seguras para nossas vidas, compreendendo que
podemos mudar nosso modo de ser e de agir, em face de nossos
antigos e previsíveis futuros enganos.
A Crença saudável, que pode conduzir à Verdade, também
está na raiz das Superstições; a Preguiça mental e física liga-se à
Hipocondria; o “Complexo de Dante” desce à causa das diferentes
capacidades interpretativas; Depressão para a psiquiatria ou
psicologia, cujos profissionais ainda não reconheceram que somos
espíritos imortais e encarnados, é Obsessão nos enfoques das
Espiritopatias; Consumismo e Egocentrismo são gêmeos
univitelinos; Fanatismo e Sectarismo podem gerar comportamentos
xifópagos; os “Assassinos em Série” comprovam a rebeldia, a
ignorância, a covardia e a maldade dos irmãos estacionados nas
Sombras sobre Outros filhos de Deus, réus de gravíssimas
semeaduras. Finalmente, Ramatís nos traz as novas primícias do
Sentido Mental, base da futura Era do Mentalismo Crístico, realidade
natural dos direitistas do Cristo!
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Márcio Godinho
Márcio Godinho nasceu em Lagoa Vermelha-RS em
24-03-1974, onde reside atualmente.
Pesquisador autodidata do psiquismo humano atua na
área das terapias alterna-; uvas com regressão de memória
(TVP).
Aprendeu as primeiras lições sobre a espiritualidade
ainda criança, através dos livros infantis de Roque Jacinthq e
Chico Xavier. Adõlecente conheceu a literatura espírita adulta,
selecionada intuitivamente por seus pais, que formaram na
época um pequeno acervo de livros espíritas, que ainda utiliza
para pesquisas ou esclarecimento das dúvidas,
E médium da Sociedade Espírita Ramatís, em Lagoa
Vermelha, desde sua fundação, onde exerce as funções de dou-
trinador, no trabalho da desobsessão espiritual, na orientação e
formação de grupos mediúnicos e na pesquisa da etiologia
espiritual das mais variadas mazelas físicas e processos
obsessivos, sob a orientação e coordenação dos mentores
espirituais daquela Casa.
O primeiro contato com a literatura de Ramatís foi aos
13 anos de idade, quando chegou em suas mãos o livro
Elucidações do Além, identificando-se imediatamente com as
suas teorias. Doze anos mais tarde começou então a receber os
ditados mediúnicos que compõe este trabalho.
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OBRAS DE RAMATIS .
1. A vida no planeta Marte Hercílio Mães 1955 Ramatis Freitas Bastos
2. Mensagens do astral Hercílio Mães 1956 Ramatis Conhecimento
3. A vida alem da sepultura Hercílio Mães 1957 Ramatis Conhecimento
4. A sobrevivência do Espírito Hercílio Mães 1958 Ramatis Conhecimento
5. Fisiologia da alma Hercílio Mães 1959 Ramatis Conhecimento
6. Mediunismo Hercílio Mães 1960 Ramatis Conhecimento
7. Mediunidade de cura Hercílio Mães 1963 Ramatis Conhecimento
8. O sublime peregrino Hercílio Mães 1964 Ramatis Conhecimento
9. Elucidações do além Hercílio Mães 1964 Ramatis Conhecimento
10. A missão do espiritismo Hercílio Mães 1967 Ramatis Conhecimento
11. Magia da redenção Hercílio Mães 1967 Ramatis Conhecimento
12. A vida humana e o espírito imortal Hercílio Mães 1970 Ramatis Conhecimento
13. O evangelho a luz do cosmo Hercílio Mães 1974 Ramatis Conhecimento
14. Sob a luz do espiritismo Hercílio Mães 1999 Ramatis Conhecimento
15. Mensagens do grande coração America Paoliello Marques 1962 Ramatis Conhecimento
16. Brasil, terra de promissão America Paoliello Marques 1973 Ramatis Freitas Bastos
17. Jesus e a Jerusalém renovada America Paoliello Marques 1980 Ramatis Freitas Bastos
18. Evangelho, psicologia, ioga America Paoliello Marques 1985 Ramatis etc Freitas Bastos
19. Viagem em torno do Eu America Paoliello Marques 2006 Ramatis Holus
Publicações
20. Momentos de reflexão vol 1 Maria Margarida Liguori 1990 Ramatis Freitas Bastos
21. Momentos de reflexão vol 2 Maria Margarida Liguori 1993 Ramatis Freitas Bastos
22. Momentos de reflexão vol 3 Maria Margarida Liguori 1995 Ramatis Freitas Bastos
23. O homem e o planeta terra Maria Margarida Liguori 1999 Ramatis Conhecimento
24. O despertar da consciência Maria Margarida Liguori 2000 Ramatis Conhecimento
25. Jornada de Luz Maria Margarida Liguori 2001 Ramatis Freitas Bastos
26. Em busca da Luz Interior Maria Margarida Liguori 2001 Ramatis Conhecimento
27. Gotas de Luz Beatriz Bergamo 1996 Ramatis Série Elucidações
28. As flores do oriente Marcio Godinho 2000 Ramatis Conhecimento
29. O Universo Humano Marcio Godinho 2001 Ramatis Holus
30. Resgate nos Umbrais Marcio Godinho 2006 Ramatis Internet
31. Travessia para a Vida Marcio Godinho 2007 Ramatis Internet
32. O Astro Intruso Hur Than De Shidha 2009 Ramatis Internet
33. Chama Crística Norberto Peixoto 2000 Ramatis Conhecimento
34. Samadhi Norberto Peixoto 2002 Ramatis Conhecimento
35. Evolução no Planeta Azul Norberto Peixoto 2003 Ramatis Conhecimento
36. Jardim Orixás Norberto Peixoto 2004 Ramatis Conhecimento
37. Vozes de Aruanda Norberto Peixoto 2005 Ramatis Conhecimento
38. A missão da umbanda Norberto Peixoto 2006 Ramatis Conhecimento
39. Umbanda Pé no chão Norberto Peixoto 2008 Ramatis Conhecimento
40. Diário Mediúnico Norberto Peixoto 2009 Ramatis Conhecimento
41. Medinunidade e Sacerdócio Norberto Peixoto 2010 Ramatis Conhecimento
42. O Triunfo do Mestre Norberto Peixoto 2011 Ramatis Conhecimento
43. Aos Pés do Preto Velho Norberto Peixoto 2012 Ramatis Conhecimento
44. Reza Forte Norberto Peixoto 2013 Ramatis Conhecimento
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Como o interno, assim é o externo; como o grande, assim
é o pequeno; como é acima, assim é embaixo: só existe uma
vida e uma lei e o que atua é único. Nada é interno, nada é
externo; nada é grande, nada é pequeno; nada é alto, nada é
baixo na economia divina.
Axioma hermético
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Invocação às Falanges do Bem
Doce nome de Jesus,
Doce nome de Maria,
Enviai-nos vossa luz
Vossa paz e harmonia!
Estrela azul de Dharma,
Farol de nosso Dever!
Libertai-nos do mau carma,
Ensinai-nos a viver!
Ante o símbolo amado
Do Triângulo e da Cruz,
Vê-se o servo renovado
Por Ti, ó Mestre Jesus!
Com os nossos irmãos de Marte
Façamos uma oração-.
Que nos ensinem a arte
Da Grande Harmonização!
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Invocação às Falanges do Bem
Do ponto de Luz na mente de Deus,
Flua luz às mentes dos homens,
Desça luz à terra.
Do ponto de Amor no Coração de Deus,
Flua amor aos corações dos homens,
Volte Cristo à Terra.
Do centro onde a Vontade de Deus é conhecida,
Guie o Propósito das pequenas vontades dos homens,
O propósito a que os Mestres conhecem e servem.
No centro a que chamamos a raça dos homens,
Cumpra-se o plano de Amor e Luz,
e mure-se a porta onde mora o mal.
Que a Luz, o Amor e o Poder
restabeleçam o Plano de Deus na Terra.
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O Universo Humano
Obra mediúnica
ditada pelo espírito
RAMATÍS
ao médium
MÁRCIO GODINHO
Revisão Saul Fabiano de Souza
Sebastião Carvalho
Sylvio de Souza Soares
1a edição — 2001 —
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Índice
Algumas considerações 13
Palavras de Hercílio Mães 14
Palavras de Ramatís 15
Capitulo l
Breve interlúdio - Aspectos morais das psicopatias 17
Capitulo 2
À depressão como um estágio do desequilíbrio 30
Capitulo 3
Á crença como obstáculo da evolução 36
Capitulo 4
Ás projeções mentais e a manifestação Psíquica 44
Capitulo 5
Apêndice. 54
Posfácio. 58
RAMATIS Uma Rápida Biografia 64
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Dedico esta obra ao meu esteio familiar, nas figuras amadas de
minha esposa Fabiana, dedicada companheira, como também aos
nossos filhos André Luiz e Ana Beatriz, espíritos queridos, confiados
sob nossa tutela, pelo Pai C Agradecimentos:
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AGREDECIMENTOS
A S.E.R. - Sociedade Espírita Ramatis, do Rio de
Janeiro, RJ, que acolhe com carinho e respeito, a proposta do
espírito Ramatis através de meu deside-rato
mediúnico.elestial.
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Algumas Considerações Tenho questionado durante o processo de confecção desta obra, o porquê de Ramatís
ter optado seguir pela linha de identificação psíquica, ao invés de aprofundar outros assuntos
os quais se apresentam como novidade para todos nós, ainda tão desconhecedores dos
Projetos Divinos.
Em resposta sempre concisa, Ramatís lembra que, embora o homem já tenha
desenvolvido grandes pontas de tecnologia, já consiga aceitar a complexidade que vem a ser
o universo, ainda assim, mostra-se ignorante de seu próprio interior.
A complexidade que significa entender como uma simples imagem interage em todo o
comportamento de um ser humano, e ainda, causando-lhe sintomas dos mais variados
matizes, por si só, justifica a necessidade urgente do aparecimento de uma nova metodologia
que seja capaz de fornecer ao homem, as mesmas facilidades que a luz elétrica, a energia
motriz, a cibernética e outros segmentos, desenvolvidos pela intelectualidade humana.
Até parece que vivemos num paradoxo total! A mente humana, impulsionada pela
inteligência e mobilidade do psiquismo, gera tudo o que atualmente usufruímos,
caracterizando nosso estágio tecnológico e evolutivo. Ainda assim, é uma grande
desconhecida do homem!
Aqueles que trouxeram de seu manancial interior algumas pérolas da criação humana
nem mesmo se conheciam psiquicamente! Isto não é o cúmulo da perplexidade?
Estes foram os argumentos usados por Ramatís, visando seguir em frente, com o
propósito que visa dissecar o universo do psiquismo apontando suas fragilidades e
potencialidades, alertando que esta, e também todas as outras que se seguirão, não são obras
sobre psicanálise.
Ê importante que a humanidade, conhecendo a si mesma, possa otimizar suas
qualidades, minimizando suas fragilidades!
"Conhece-te a ti mesmo", evocação da filosofia socrà-tica, conduz-nos à modificação
do nosso interior, almejando a felicidade que brota do coração! Não é este o deside-rato
desta bendita ciranda que o Criador proporciona?
O verniz das aparências perde o seu brilho, e a reforma interior não só é necessária,
torna-se inexorável.
Lagoa Vermelha - RS, 24 de abril de 2001.
Márcio Godinho.
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Palavras de Hercílio Mães
Irmãos, que a divina bondade do Pai perpetue em vossos corações!
Ao entregar-vos mais uma obra, novamente sentimo-nos felizes por estarmos fazendo
parte da bendita sementeira, que haverá de produzir os viçosos frutos do discernimento, da
bonomia, relevância, compaixão e outros atributos, que caracterizam a incumbência das novas
gerações que trarão intrinsecamente todos estes dotes, por assim dizer!
Caberia dizer, em face de nova oportunidade, seguindo o itinerário da jornada de
evolução, é importante lembrar que nossas responsabilidades deverão aumentar nos próximos
momentos, onde as transformações se mostrarão evidentes e imperativas, cobrando da
humanidade, total revolução no sentido mais puro da reforma íntima.
Não nos apoiamos no princípio da religiosidade, mas do uma ciência nova que se
apresenta, descortinando os meandros do interior anímico, devendo promover o homem ao
cargo de "senhor de si mesmo"; autônomo em suas escolhas, não simples joguete de seus
anseios e pul-sões inferiores, a ditarem regras de maus comportamentos.
Felizmente, terá a humanidade, que se deparar diante de si própria, enxergando a
necessidade da restauração de seu próprio interior. É o doloroso momento da verdade, onde as
máscaras cairão, não mais sendo possível escondermos de nós mesmos, tendências
incompatíveis com nosso destino evolutivo.
Enfim, após tantos milênios de preparação, a humanidade atravessará o portal do
autoconhecimento, buscando a libertação tão almejada, que chega para dar as boas-vindas à
aquisição das mais novas ferramentas: o discernimento e a percepção de todo o universo
humano!
A nós, felizmente, resta apenas abrir os braços aceitando o divino júbilo, partindo
então, para a grandiosidade que é a compreensão de nós mesmos!
Hercílio Mães.
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Palavras de Ramatís
Meus irmãos, muita paz!
Nos últimos anos, o planeta Terra vem sofrendo múltiplas transformações. Mas sem
dúvida alguma, as de ordem psíquica têm chamado maior atenção das autoridades desta área.
Vossas sociedades, caminhando para o consumismo e o desregramento desmedidos,
geram as psicopatias e sociopatias, cujos acometidos dispõe-se a ganhar reconhecimento
através de atitudes violentas, demonstrando o estado terminal em que se encontra a
humanidade, cujas mazelas, chegaram ao ponto extremo.
Não mais existe referencial que situe o grau de insanidade de práticas comuns aos
vossos dias, comumente tratadas como "doenças da sociedade moderna".
Com o crescente aparecimento de problemas, que deixam vossos cientistas à beira da
reformulação de seus conceitos mais nobres, faz-se necessário, o aparecimento de novos
tratados que possam levar à compreensão, todas estas novidades, nem sempre tão agradáveis.
A humanidade, que sempre recebeu com antecedência os avisos provindos do Alto,
embora quase sempre os tenha ignorado, passa neste momento, ter que enfrentar muitos destes
problemas, os quais já tinha sido outrora avisada. Com isso, avessa às mudanças radicais, se
vê compelida a reciclar seus hábitos mais comuns, em sua maioria prejudiciais.
Têm-se presenciado vários acontecimentos, que espantam até mesmo os doutos,
provando que em vosso planeta, e também em todo o cosmo, o conhecimento não deve ter
como parâmetro os limites da intelectualidade humana, já que em face às mórbidas novidades,
vos faltam maiores embasamentos científicos, tornando inexplicável a grande maioria dos
primícios projetos siderais.
Estão aí presentes, as mais diferentes epidemias que atacam vossos rebanhos de corte,
que vos servem a revelia, inviabilizando a alimentação de seus despojes corpóreos, num
lembrete a retomada de vossa natureza humana, através da sutilização dos hábitos
alimentares, tornando cada vez mais o homem um ser harmonioso para com o meio onde vive.
É preciso, pois, lembrar que os seres humanos desde pequenos, são violentados com
alimentação comum a seus progenitores, que ignorantes das realidades psíquico-ener-géticas,
abalizados em culturas primitivas, iniciam seus protegidos aos mais exóticos cardápios
carnivoristas, forçando-os a compartilhar de suas glutonices doentias. É compreensível que a
humanidade seja por natureza saudosista, no tocante ao ritual carnívoro da alimentação dos
extintos humanóides das cavernas, mas deveria ser ponderada, procurando equilibrar suas
tendências comportamen-tais, e entre elas o hábito compulsivo da alimentação desregrada.
Fato igualmente importante, vossos sismólogos, alhures conscientes das projeções
vibratórias das placas geológicas, projetaram estruturas supostamente capazes de suportar
graus elevados de abalos sísmicos. No entanto, a natureza prova a todo instante que o homem,
mergulhado em seu sentimento de onipotência, esqueceu de que é vulnerável ao natural
modelador geográfico, quando este, ao mais simples suspiro, é capaz de destruir cidades
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inteiras deixando suas marcas, e acima de tudo, tentando chamar a atenção de uma
humanidade frágil e inconseqüente.
Algures presenciasse o mais simples terremoto psíquico, e o dissipar das energias
deletéreas usinadas pelos pensamentos desregrados, se sentiriam meras cobaias dos cientistas
siderais em seus ensaios básicos de ajuste vibra-cional.
Disto, concluímos que a natureza, por detrás de sua face destruidora, se renova a cada
instante, convidando o homem a se renovar, mesmo através das tempestades emocionais que
furtam temporariamente a sanidade, mas renovam o espírito imortal.
O preço das transformações, torna-se por vezes alto, mas, qualquer grande soma
compensa quando estamos nos renovando perante o cosmo, caminhando cada vez mais em
direção ao Todo, saindo dos porões obscuros da ignorância.
Tais caminhos, por certo farão com que a ciência oficial avance em direção à
compreensão mais profunda do ser humano e seu psiquismo, universo ainda inexplorado.
Por este caminho, a humanidade invariavelmente percorrerá, até que compreenda os
mistérios de seu universo interior!
Ramatís
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CAPÍTULO l
Breve Interlúdio
Aspectos Morais das Sociopatias
01 — Que teríeis vós a dizer sobre os últimos acontecimentos,
que nos refletem a ligeira impressão de final de ciclo ou mesmo de
final dos tempos?
RAMATIS — Os últimos momentos, vivenciados por vós, têm caracterizado não
somente a comprovação do que há muito foi predito por vossos profetas, dos mais respeitados
aos totalmente desmoralizados, cuja mensagem, incompreendida em sua época, demonstra em
longo prazo, que os acontecimentos estão se concretizando de uma maneira ou outra,
posicionando a humanidade como imensa platéia de espetáculo de transformações,
provocando desespero aos mais susceptíveis, verdadeiros incrédulos ante as realidades
divinas; perplexidade aos vossos cientistas, cobrando urgente reformulação teórica e
metodológica, e o principal: a tão esperada transformação espiritual que elevará vosso
planeta, posicionando-o num posto mais condizente com os propósitos da evolução!
02 — Vemos que, apesar do teor de muitas profecias cujo
apontamento convergia para as mais variadas catástrofes e
hecatombes terrenas, parece ser o grau de intensidade, milhares de
vezes menor do que previam nossos profetas. O que dizer a este
respeito?
RAMATIS — Diríamos que, se há algum exagero, não deve ser atribuído à
pouca compreensão que tinham vossos profetas, quando tentavam descrever algo que jamais
haviam sequer vislumbrado, apontando tecnologias inexistentes em sua época, tentando fazer
alguma analogia de aviões com pássaros; carros modernos com gaiolas metálicas.
Ao que nos parece, o "complexo de Dante" está na interpretação pessoal de cada
criatura, provando que a conhecida brincadeira do "telefone sem fio", tende a deturpar por
completo uma informação, ao chegar em seu último interlocutor, após ter-se sujeitado à
interpretação de todos os participantes, mostrando que tudo está condicionado a escopo
puramente pessoal de cada indivíduo. Este, por sua vez, dá as proporções que bem entender,
repassando-as aos outros, e assim sucessivamente, até que uma simples idéia torne-se
verdadeiro fantasma a perseguir seus cultivadores.
Eis o motivo de tantas discussões infrutíferas diante de fatos os quais, representam um
simples convite à precaução. Mas, erroneamente compreendidos, provocam as mais variadas
divagações e divergências, que infelizmente, ganham espaço no seio religioso e até científico,
gerando a conseqüência do desinteresse ao desvendar e melhor compreender certos mistérios.
Pois que a ciência, é a principal seara da evolução intelectual do homem enquanto criatura,
predispondo-lhe à compreensão Maior!
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03 — Como compreender os misteriosos avisos desses profetas,
em tempo de evitar acontecimentos que têm pros-trado a
humanidade, impondo situações de difícil resolução, como alguns
terremotos e sinistros acontecimentos, deixando muitas pessoas à
mercê da impotência das auto-ridades?
RAMATIS — Afirmamos por diversas vezes que a humanidade é descuidada,
imprudente. Já está mais do que na hora de acordar e administrar-se melhor, evitando que
certas situações, geradas pela sua imprevidência, não mais se tornem flagelos sociais.
O que em dado momento não passa de simples aviso, noutro, poderá tornar-se terrível
sofrimento, levando-nos a crer que o mais sutil dos recados merece nossa especial atenção.
Devemos considerar o mundo dos detalhes, como um dos maiores inimigos das
criaturas incautas!
04 — Poderíeis citar algum exemplo que demonstre este
desleixo por parte da humanidade, e seu eventual resultado?
RAMATIS — Não precisamos buscar muito longe, para encontrarmos o forte
exemplo da desvalorização do ensino primário com o sucateamento do nobre ofício do
professor. Bem sabeis disto, por ser vosso país, palco de tal realidade.
A inobservância de aspectos tais como preparo psicológico, intelectual, moral e
financeiro provocam como resultado, a insatisfação de verdadeiro sacerdócio, vilipendiado
por vossos governantes e, até por vós, indiretamente.
Conscientizais de que os mandatários do voto político sois vós, e cuja conseqüência da
má escolha ao votar, é o posicionamento de muitas criaturas de caráter questionável no poder,
atuando à revelia. Movidos por sua consciência adoentada, condenam um réu inocente: vosso
cidadão de amanhã!
A ausência de reconhecimento do ensino, cobrará ainda preços mais altos, até que haja
a conscientização por parte do homem, interessado nos prazeres momentâneos, negligente
para com seu próprio futuro.
05 — Vossa preocupação em restabelecer o elo entre cidadão e
prática de cidadania, nos parece muito ostensiva. Poderíamos saber
o porquê?
RAMATIS—No momento em que vemos uma humanidade apegada às
futilidades e fruitividades da vida, buscando apenas passar o tempo, na crença de que a vida é
uma só, compensando suas imperfeições com situações que exprimem o consumo
materialista, vêm-nos ao raciocínio, de que nossa atenção deve se direcionar para a criação de
novas metodologias pedagógicas, para que o homem aprenda a se administrar devidamente,
conscienti-zando-se de que no mar bravio da futilidade encontram-se as piores correntes e
marés do desleixo e do sofrimento inútil. Pois já se têm exemplos incontáveis de experiências
sociais fracassadas, que persistem em serem aplicadas em sociedades já enfermas,
condenando-as à agonia do mate-rialismo exacerbado, da promiscuidade ignominiosa e do
desrespeito à integridade espírito-moral do homem como criatura divina que é!
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06 — Não vos parece óbvio, que estes acontecimentos sejam
conseqüência da repressão social e religiosa?
RAMATIS — Quando o ser humano decide, após anos e anos de total ignorância
de suas próprias tendências com-portamentais, por estar preocupado com algumas regras
hipócritas e, reprimido pela idéia proselitista das religiões, libertar-se de tais estigmas e
crenças, é óbvio que sua represa emocional jorrará de forma violenta, liberando aquilo que
fora contido a todo custo.
O que vemos nos dias atuais, nada mais é do que o "assumir" de tendências que
sempre existiram no comportamento humano, mas que eram reprimidas ou ignoradas por estar
o homem preocupado com futilidades alhures.
Nossa opinião, é que tal resultado, mesmo às custas de grande revolta ou
contrariedade, ainda assim é positivo! Pois, devolverá ao homem a sanidade e a plena
consciência de quem realmente é! E este é um caminho do qual a humanidade não poderá
exonerar-se!
07 — Gostaríamos de saber, por outro lado, que explicação
teríeis vós para problemas como as sociopatias e psicopatias, que
nos tempos atuais têm assombrado a humanidade?
RAMATIS — Este fenômeno social ao qual vos refe-ris nada mais é do que o
expurgo psíquico-emocional de situações vivenciadas outrora, mas que perpetraram no âmago
tanto das vítimas de hoje, os omissos do passado, quanto dos odiosos e vingativos corações,
que lutaram por causas sem os menores sentidos nobres, movidos pelas forças bélicas de
nações rivais, sedentos do espetáculo da carnificina, tal qual aquele praticado na antiga Roma,
onde os cristãos eram devorados vivos pelos leões. Nada mais são, esses infelizes, alguns dos
espíritos astuciosos, servidores de grandes estrategistas, tendo em mãos armamentos belicosos
a extirpar vidas inocentes.
Daí nossa preocupação, pois o convívio com estas criaturas, que temporariamente
trazem o ódio no coração vos é compulsório, no sentido de que são seres perfeitamente
recuperáveis! Pois foram submetidos às ordens mais vis, de seus superiores, sendo, portanto,
responsabilidade das sociedades onde reencarnam. Outrossim, apenas atravessam uma
tempestade comportamental. São também, muitas destas criaturas, escolhidas do Cristo!
08 — Poderíeis ser mais objetivo, citando as fontes de vossos
apontamentos? Quais governos selaram este trágico estigma?
RAMATIS — Não somente governos políticos como também religiosos,
contribuíram em muito para que vários conflitos sociais deflagrassem o flagelo de muitos.
Questionaríamos então, se todos esses flagelados cuja responsabilidade cármica, seria
o vivenciar das mais diversas situações, planejadas por alguns dos maiores cérebros que já
apareceram por vosso planeta, e, vos garanto, não teríamos tempo o suficiente para arrazoar
tantos decretos cármicos!
O que importa, no entanto, foi o resultado que as ações de alguns provocaram no
tocante ao "social", e qual dimensão, provoca um resultado desastroso aos vossos dias!
Lembremo-nos da Guerra do Vietnã, cujas baixas nem o mais preciso senso haveria de
catalogar devidamente. Não fazeis a menor idéia da revolução totalmente arrasa-dora, que não
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somente fez com que milhões de seres humanos fossem mutilados, cujos corpos, farrapos
humanos jogados ao leu após a morte corpórea violenta, sob clima de constante tensão e
medo, a lembrar as regiões mais obscuras de vossas regiões umbralinas, produziram total esta-
do de loucura psíquica aos desencarnantes, que durante muitos anos, em descampados astrais,
vagavam quais verdadeiros "zumbis", totalmente catalépticos ante a realidade divina.
Se a mutilação física provocou aos sobreviventes de guerra, grande dor moral, por
uma batalha que não teve vencedores, deveis imaginar como ficaram aqueles os quais, os
artefatos belicosos e as demoradas sessões de tortura levaram ao sucumbir doloroso, por dias
e dias de agonia, até que a morte prenunciada, os arrebatava, conduzindo-os ao sofrimento
psíquico, por estarem todas as lembranças da terrível experiência gravadas em seu íntimo, a
ferro e fogo!
Como resposta imediata, muitos jovens com medo de outras situações semelhantes,
mergulharam na utopia do movimento "paz e amor", alistando milhares e milhares de futuros
candidatos a soldados!
As viagens no LSD, certamente inibiam o pavor da possibilidade de imediata
convocação ao serviço militar!
Nessa época, a atmosfera foi propícia para a disseminação de muitas seitas e religiões.
Mas, infelizmente, os governantes já haviam determinado o futuro daqueles os quais deveriam
administrar proporcionando o melhor de seu governo, e então, surgiram os grandes fanáticos
religiosos da história, em confronto com os pregadores sinceros.
Não é difícil imaginar qual seria o mórbido caminho natural — iniciariam os suicídios
em massa!
O paradoxo da incredulidade e fanatismo, geraria no seio de algumas sociedades
personalidades que conheceis como "serial-killers", ou os psicopatas assassinos.
Mutilados pelo descaso, entregues à total incredulidade das sociedades, puramente
materialistas e consumistas, não encontram limites para suas ações, pois não as têm como
exemplo, já que vivem entre a extrema riqueza e a total miséria; entre um sistema tecnológico
avançado e o empirismo do comportamento deteriorado.
09 — Seriam estas criaturas, reencarnações de algumas das
vítimas de sistemas falhos, entre os quais, o sistema que decretou a
Guerra do Vietnã?
RAMATIS — Felizmente, são essas criaturas, o aviso para que a humanidade
recicle seus comportamentos e ideais!
O homem chegou ao seu extremo e nada mais tem a decair na escala dos
comportamentos sodomistas e belicosos! A falta de limites aos atos cotidianos, que já
manifestam grande tendência às inferioridades, ganha freio nas mãos das autoridades,
aumentando vossas casas de detenção. Também, vossas autoridades de idoneidade
questionável, contribuem para uma hecatombe psíquica muito mais dantesca do que vossos
atuais psicóticos representam!
Lembremo-nos que os reencarnantes mais revoltados, se é que devemos atribuir-lhes
todas as más situações as quais tem atravessado a humanidade, são acima de tudo
compartilhadores da celeuma a qual insiste o homem em alimentar!
O mais puro mensageiro do Alto, encontraria grandes dificuldades em transmitir sua
sublime mensagem, se reen-carnasse aos vossos dias, dado o intenso grau deletéreo da
psicosfera planetária!
E óbvio, pois, que a Justiça Divina precisa se fazer presente, e, da mesma forma que
vossas sociedades criam os doentes, precisam também encontrar o antídoto que lhes devolva a
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sanidade! E assim será sempre que o homem insistir neste caminho de ambição e apego ao
material, cujo preço tornar-se-á muito caro à longo prazo. Pois não percebeis as doenças sem
perspectivas de cura que arrebatam os milenares devedores? A contabilidade cósmica, ao final
de mais um estágio, haverá de fazer o balanço espiritual, tanto do indivíduo quanto da
sociedade em que ele opera. Pois, apesar da dissociação de uma criatura ante o meio em que
ela vive, jamais deverá se esquecer que também é responsável por sua parcela de crescimento
da sociedade!
10 — Pelo que tudo indica, caminhamos para um caos maior
do que aquele que já se encontra entranhado em nossa sociedade! É
correto?
RAMATIS — Não seria, a exemplo de produtividade e crescimento, a grande
oportunidade para que desenvolvês-seis novos métodos de planejamento social?
Deveríeis tomar a atitude do replanejamento ante a dor destas chagas sociais, pois já
está mais do que na hora! A humanidade dará o grande passo de redenção, infelizmente às
custas do alto preço do comodismo e da irresponsabilidade!
O homem bem sabe, que enquanto estimular os massacres fratricidas e belicosos,
como também, utilizar bisturis sépticos para as incisões na sociedade, deverá criar tantos
quantos desequilibrados a intensidade destes eventos atingir!
11 — Diante de vossos apontamentos em relação a distúrbios
comportamentais da ordem das psicopatias, pedimos maior
aprofundamento não somente das causas mas também a descrição
de uma terapêutica eficaz, já que praticamente não há metodologia
específica.
Poderíeis nos elucidar, então, sobre esta complexa mazela?
RAMATIS — Por certo! Haveremos então, de mergulhar nas entranhas da
psique humana, dissociando cada pensamento e seu valor emocional!
12 — Que teríeis vós para nos esclarecer acerca dos aspectos
lógicos e morais dos processos de psicopatias?
RAMATIS— Voltemo-nos ao pensamento de Freud, a elucidar sobre as
instâncias mentais do indivíduo!
De acordo com o que se conhece dentro dos conceitos psicanalíticos, algumas
criaturas com estrutura comportamental psicótica, sofrem da inexistência de uma instância
mental chamada "Superego", comum a todos os cidadãos normais.
Nos apegaremos neste instante, somente em duas instâncias mentais a seguir, Id e
Superego, abordando superficialmente seu funcionamento.
Quando lembramos das pulsões, que levam o indivíduo a sentir determinadas
impressões físicas, e que antes foram convertidas pelo "aparelho de emoções" - corpo astral -
em pulsações, que se espalham pelo corpo, como exemplo, a angústia, as tensões, a ansiedade
entre outros, estamos falando do Id.
22
Vamos mais além! Se uma criatura é ofendida à sua compreensão, onde emergem uma
série de sentimentos e vontades ignominiosas, mórbidas, de caráter vingativo, vemos o Id em
uma autêntica manifestação, a representar a gama do campo emocional do homem, ligado a
questões de amoralidade, instinto primário e outros atributos peculiares.
Sabemos, porém, que esta gama de sentimentos não são mais do que somatizações de
todo o potencial psíquico e energético que possuímos, e que se encontra em parte
desarmonioso. Quando isto ocorre, é somente porque o indivíduo foi incapaz de avaliar de
maneira devida o quê lhe provocou tal emersão destas pulsões do Id. Pois tal incapacidade é
fruto da ignorância e pequenez evolutiva a qual nos deparamos em confronto com os excelsos
seres de luz! É conseqüência da total ignorância de nosso universo interior. Daí a
incapacidade de avaliar o simples porquê de uma dor de cabeça, ou uma ansiedade mais
intensa.
13 — Se bem entendemos, Id é a representação palpável das
pulsões, manifestadas em quaisquer situações.
Seria isto?
RAMATIS — Exatamente!
14 — Qual a função básica do Superego?
RAMATIS — A função principal, e motivo para se
entenda melhor estas instâncias, é que o Superego é o agente de "inibição" das pulsões
naturais do Id.
Como já vos afirmamos, uma estrutura mental psicótica, segundo a teoria
psicanalítica, está desprovida do Superego, e, como inibidor das pulsões do Id, o deixa
desprovido do senso do limite, atuando à revelia, de acordo com suas vontades mais
esdrúxulas!
15 — Explicai-nos melhor!
RAMATIS — Um exemplo bem típico: um indivíduo qualquer passa por uma
situação extrema que lhe provoque uma série de revoltas e indignações. Por tendência natural
ao vosso comportamento condizente com o atual momento evolutivo, irá manifestar alguma
reação como defesa franca, irritabilidade e em casos mais intensos, alguma espécie de
descontrole emocional mais intenso.
Quantos indivíduos não estiveram à beira de atitudes, com requintes de crueldade,
desenvolvendo raciocínios com a finalidade de aniquilar criaturas que os ofenderam?
Irrigaram os pensamentos, receberam inspirações, e não consumaram suas vontades. Quantos,
porém, partiram para a atitude da vingança, cegos das conseqüências, na prática de uma
austeridade macabra, desprovidos do senso de limites? Muitos, com certeza!
Quando alguém sente a raiva o tomar por completo, e pensa: "...tal ofensa não vai
passar, pois eu me vingo com todas as minhas forças!" em situação de momentâneo
desequilíbrio, a muito custo ou facilmente, pode ser reprimido o desejo da violência imediata,
resguardando-se de quaisquer atitudes vis. O processo da reprimenda de uma mórbida vontade
indica a atuação do "Superego"!
23
16 — Sabendo que muitas vezes nos resvalamos em atitudes
negativas, embora de pequeno porte, e, logo depois, nos
culpamos do porquê não ter reprimido tal atitude, perguntamos:
Seria isto um indício de alguma falha de atuação do Superego?
RAMATIS — Se contabilizássemos todos os atos não reprimidos pelo Superego,
e emersos pelas pulsões do Id, então poderíamos dizer que somos todos psicóticos em graus
relativos. Mas não é assim que as coisas devem ser entendidas!
Existe toda uma gama de avaliações que determinam as várias manifestações
psicopáticas, e para efeito de diferenciação, alguém que profere uma agressão verbal, não
deve ser equiparado à criatura que vai a algum encontro social, armada, e
indiscriminadamente, dispara para todos os lados, atingindo algures, algum inocente, quando
não muitos.
17 — Mas sabemos que inocentes ou culpados não existem
diante da Lei Divina, e que por certo, se alguém tombar sob a mira
desses indivíduos, possui algum débito de caráter espiritual a ser
saldado. Que dizeis?
RAMATIS — Compreendais de uma vez por todas que não nos referimos a
inocentes ou culpados, mas sim, a todos aqueles que se encontram à mercê de intentos desta
ordem. Os meios aos quais estes enfermos do psiquismo utilizam não justificam suas
finalidades, mesmo que tudo esteja detalhadamente discriminado na ficha cármica de uma
criatura. Lembrai-vos pois, do ensinamento de nosso
Mestre no tocante ao escândalo, onde este lembrava que "todo o escândalo é bom para
que o homem cresça, mas ai daquele por quem venha o escândalo!"
Por isso, nosso escopo será a criatura e seus imos comportamentos, não seus débitos
adquiridos por atos insanos!
18 — De maneira direta, qual a diferença entre a psi-copatia e
a sanidade?
RAMATIS — Enquanto uma criatura reprime, mesmo às duras penas, o
sentimento de raiva ou vingança, o psicótico, parte para atitudes extremas, desprovido de
sentimento algum.
19 — Sabemos que existem vários graus dos distúrbios
psicopáticos, e, por conseguinte, vários sintomas compor-tamentais.
Como entender esta variedade e conciliá-la com tratamentos
adequados?
RAMATIS — Por hora, apenas vos basta, a idéia de que um processo
psicopático deve ser comparado a um furacão. Quanto mais no centro estivermos, maior será
a sintomatologia manifestada. Quanto mais distantes do centro, mais amena será sua
manifestação. Isto nos dá uma gama complexa das variedades da psicose, que podem tornar
24
um indivíduo num simples problemático, mas também, criatura desprovida de sensibilidade
moral.
Entendemos que todos aqueles que, analogamente, estiverem neste "centro", por certo
fazem parte do contingente de criaturas em constante surto, e vivem quase que
constantemente neste mundo de desequilíbrios que é o mundo da psicopatia.
Quanto aos tratamentos, repetimos, ainda não se obteve tratamento que não o
conhecido tratamento de choque, com base em pesados compostos alopáticos, sem no entanto
se chegar a um entendimento do quê exatamente furta a sanidade de um indivíduo, que
neurologicamente poderá ser normal.
Se as ciências avançam a caminho de um entendimento, que cremos ser em longo
prazo, pois os surtos são cada vez maiores nas sociedades, haverá o momento em que for-
çosamente os laboratórios deverão tornar-se impotentes diante de tantas manifestações.
20 — Como ficaríamos diante de tal hipótese?
RAMATIS — Ficaríeis diante da possibilidade de entender, que o espírito destas
criaturas já convulsiona saturado de carga energético deletérea. É como se um circuito
integrado, sobrecarregara-se, gerando uma espécie de inoperância momentânea de suas
funções.
Também já vos dissemos que vossos médicos se surpreenderão com as perspectivas de
novas descobertas, onde após desvelarem-se todos estes segredos da alma humana, encontrar-
se-ão recursos variados, para muitos outros problemas escondidos por sob as manifestações
psi-copatológicas.
21 — Sejamos realistas! Bem sabemos que conflitos desta
ordem não são modificados de imediato, e, como a própria
psicologia afirma, estruturas psicopáticas podem ser no máximo
estacionadas, dependendo do grau de complexidade. Não há cura
neste momento, para distúrbios desta ordem! Que dizeis sobre isto?
RAMATIS — Quando entendermos que o pior cego é aquele que não quer ver,
então, saberemos que tudo é passível de equilíbrio, desde que observado em sua natureza.
Sabemos ser o psiquismo algo um tanto complexo, e é óbvio, este possui natureza
diferente daquela de seus sistemas periféricos. Não podemos trabalhar questões de ansiedade,
aplicando os conhecidos ansiolíticos, que sabemos agirem no sistema nervoso central
amortecendo os impulsos magnéticos que o cérebro emite para o restante do corpo! Isto seria
apenas mandar um veículo à oficina, visando obter nova pintura em sua carcaça, esquecendo,
porém, seu motor, prestes a "fundir".
Apesar de haver uma momentânea compensação psi-cofisiológica na criatura
medicada, seu mal permanecerá intacto, esperando novo momento para que se deflagre!
Não queremos, com isso, afirmar que somos totalmente contra os medicamentos
alopáticos. Pois em muitos casos, eles desempenham importante papel!
Porém, não estaríamos nós, transferindo para a alopa-tia, as responsabilidades que são
exclusivamente nossas?
Por isso, a necessidade de se respeitar a natureza da manifestação psíquica, gerando
recursos de cura compatíveis com sua operação, e que explorem seu potencial de mudança,
convidando a criatura à transformação, e não, simplesmente, sedando-a psiquicamente!
25
Conteúdos que emergem do interior do ser humano, transtornando-o, devem ser
tratados em sua base de emer-são, e não em seu espectro refletor!
22 — Quando falamos de estatística, em vossas opiniões, qual
seria a porcentagem de criaturas com grande-tendência a sofrerem
de distúrbios desta magnitude?
RAMATIS — É óbvio que o planeta não sofrerá de um surto, tal qual a gripe
espanhola provocou, ou mesmo de um HIV! Mas é certo que a atenção de vossas autoridades
será despertada.
Pois tudo começa sempre em pequenos pontos isolados, como que focos de aparência
inofensiva e, diante do descuido, característica do homem contemporâneo, a tendência é de
que a grande egrégora na qual a humanidade se encontra envolvida, dissemine "arquétipos",
que possam desencadear os males que caracterizam distúrbios desta espécie.
Não devemos nos esquecer que o ser humano, projeta-se no meio onde vive, passando,
de maneira automática, a manifestar em semelhança, linhas tênues do comportamento de seus
"conterrâneos".
23 — Sendo todos estes problemas de estatística suportável,
estaríamos longe de vivenciar uma espécie de descontrole psíquico,
em grande massa, do tipo surto social?
RAMATIS — Em vosso tempo, as autoridades já atentam para problemas como
a psicose infantil ou mesmo o autismo. Isto significa que estão atuando de forma quase
preventiva, pois tais problemas, ainda não constituem um caos deflagrado, e sim, prévio aviso
da transformação do homem, que há muito se anuncia.
Podeis ver que as doenças e epidemias descontroladas cedem espaço a distúrbios mais
sutis embora não menos importantes no tocante ao estímulo à pesquisa e total compreensão
daquilo que hoje constitui o mistério metafísico, anímico.
24 — Notamos que as criaturas acometidas de males desta
ordem são muito mais sensíveis e impressionam-se com os
acontecimentos de ordem social, em especial aqueles de maior
redundância, envolvendo personalidades famosas.
Perguntamos: por que estas criaturas encontram-se sin-
tonizadas com a massa social?
RAMATIS — O que caracteriza esta sintonia, nada mais é do que uma maior
propensão à leitura do que conhe-ceis por "inconsciente coletivo". Enquanto uma criatura
compreendida como normal, conserva de forma ostensiva o que se conhece como
individualidade, gerindo e controlando tudo o que lhe é sugerido pelo meio social, embora
muitos acontecimentos sociais lhe impressionem, ainda assim, este impressionismo pode ser
controlado.
26
O mesmo não acontece com estruturas psicopáticas, ou mesmo esquizóides. Pois estas
possuem maior tendência a sintonizarem com os acontecimentos de grande redundância,
trazendo para si o impacto "vibracional" destes fatos!
25 — Qual o conceito de "impacto vibracional"?
RAMATIS — Impacto vibracional é o campo de manifestação energética
alimentado pelo pensamento das pessoas em geral! Chamamos isto de inconsciente coletivo,
por conter infinito quantum de informações de todas as espécies, e em geral, todos os
distúrbios mentais.
É como que um mar de energias, contendo todo o teor dos pensamentos e sentimentos
nutridos pela humanidade, que culmina por envolvê-la.
Toda vez que acontece alguma situação que, naturalmente, provoca reação geral,
demonstra que todos estão interligados pelo coletivo.
Um exemplo bem claro a este respeito, é quando vosso país atravessa alguma situação
importante, como um processo eleitoral, a morte de alguma personalidade pública, ou mesmo
o aparecimento de algum ídolo, que se destaca n'alguma área de atuação.
Mais objetivamente falando, vosso país é praticamente dominado pela paixão ao
esporte. Em se tratando de vossãs seleções de atletas, que têm despontado no meio esportivo,
estas, a cada vitória, despertam intensa satisfação em seus torcedores. É algo verdadeiramente
contagioso, e tal energia vibrada, torna-se verdadeiro bálsamo de alívio aos conflitos
vivenciados no cotidiano. É o fenômeno das correntes energéticas, que equilibra todo este
oceano de pensamentos e emoções nutridas.
Quando, porém, alguma personalidade querida fracassa, ou mesmo falece, toda uma
sociedade é tomada pelo pesar. É interessante o funcionamento destas correntes, pois mesmo
sem conhecer, sem o menor convívio com esta personalidade, vê-se muitos chorarem de
pesar, inconformados com a perda, mesmo sendo indireta!
Todos os acontecimentos de ordem social, invariavelmente provocam nas criaturas
aquilo que poderia ser denominado impacto vibracional!
26 — De fato, alguns acontecimentos nos provocam reações
inacreditáveis, como o pesar por alguém que mesmo sendo
personalidade pública, nem ao menos faz parte de nosso rol de
intimidade!
Mas quando algum acontecimento poderia incitar alguém a
cometer atrocidades ou mesmo comportar-se de maneira doentia?
RAMATIS — É simples! Enquanto vos preocupais em reprimir quaisquer
manifestações, não deixando passarem de uma breve indignação ou revolta pela existência da
instância mental denominada "Superego", vossos psicóticos, não encontram problema algum,
em externarem o mesmo sentimento que em vós provoca os sintomas já descritos!
27 — Muitas dessas personalidades enfermas identificam-se
logo com revolucionários ou estadistas que se tor-
naram flagelos da humanidade. Por que isto acontece?
27
RAMATIS — Por estarem sintonizados com a celeuma que representa o
inconsciente coletivo, captam intensamente as mazelas sociais alimentadas pela hipocrisia e
onipotência humanas!
De alguma forma, desequilibram facilmente por não terem parâmetros que mensurem
os limites comportamen-tais. Seus procedimentos, são filhos de uma humanidade sem
compromisso algum com os princípios da verdadeira integridade moral.
Vêem nos revolucionários a única alternativa de chamarem a atenção, pois em seu
íntimo sabem que a humanidade não aprende com doces palavras.
Se palavras não são o suficiente para modificar a humanidade, as tragédias ao menos
fazem as pessoas pararem para pensar, sugerindo mudanças! É onde se aprende que a
violência não leva a lugar algum, mas que a espiri-tualização através dos exemplos ainda tão
pouco praticados, proferidos por Jesus em seu tempo, poderá fazer a diferença!
Frias são nossas explicações. Se perdermos um braço, é que saberemos o quão
importante ele nos era! Perdendo nossas pernas, o valor de caminharmos. Perdendo nossos
olhos, o valor da luz, e o quanto a escuridão atrasa nossa caminhada rumo ao Alto.
Já chega de nos impressionarmos e nos revoltarmos com atitudes doentias. Já é hora
de perguntarmos o que é preciso mudar em nosso interior para que o "todo" se modifique!
Pois, quando falamos de inconsciente coletivo, percebemos que temos de explorá-lo
melhor, conscientizando-o e tornando-o receptivo à manifestação do amor mais puro!
28 — Pode, mesmo após o desaparecimento desses estadistas e
revolucionários, suas vibrações mentais ligadas aos ideais que
nutriam, permanecerem no inconsciente coletivo?
RAMATIS — Não vemos todos os dias os comportamentos e ideais de Calígula,
Tamerlão, Nero, Napoleão, Hitler, Átila, Torquemada, Nino de Guevara e outros, sustentados
por adeptos incautos e desconhecedores do campo vibracional, gerado pelos pensamentos
sustentados no pretérito?
As atitudes tomadas por estas criaturas, embora tenham servido como agentes de
resgates cármicos dos mais diversos, poderão ficar ativos por milênios, até serem
devidamente anulados pela humanidade. E até que isto aconteça, teremos as mais esdrúxulas
manifestações com-portamentais acontecendo, mesmo no recôndito dos lares!
29 — Isto significa que a energia do "inconsciente coletivo "
sofre uma espécie de "excitação " quando acontece algum fato de
maior redundância social? Por que a maioria das pessoas não
percebem tal processo?
RAMATIS — Todos os seres vivos de vosso planeta, sentem a agitação
vibracional provocada por algum acontecimento, embora não o façam em sua totalidade.
É importante enfatizar, que o dimensionamento desta excitação vibracional, provoca
profundas transformações interiores e, conforme resposta que encontram no íntimo de cada
indivíduo, lhe condiciona a quaisquer reações. Pois, sendo o manancial interior o mecanismo
executor do ser humano, é óbvio que este provocará por menor que seja, alguma reação
comportamental.
28
30 — Em suma, estas criaturas mais sensíveis ao
impacto vibracional do inconsciente coletivo são como que
barômetros humanos a medir a pressão mental das sociedades onde
vivem? Seria isto?
RAMATIS — Exatamente. São também válvulas de escape de energias
emanadas por consciências imaturas. De alguma sorte, não são estes os verdadeiros doentes,
mas sim, toda a humanidade que alimenta todo este oceano de lixo mental, esquecendo-se que
a atmosfera que criam através da força do pensamento é quem propicia o aparecimento de
todos os males. Pois o que volita no campo magnético do homem, nos lembra muito um
buraco negro a atrair tudo o que encontra em sua frente, aprisionando o que lhe interessar!
31 — Vossa explanação nos lembra a teoria da ovelha-negra
ou do rebelde sem causa, combatidos por serem criaturas
dissonantes dos padrões ditados pelas famílias.
Seriam estas personalidades personificações diminutas destes
que manifestam tais desequilíbrios perante as sociedades?
RAMATIS — São estas criaturas, compreendidas erroneamente como o
problema da família, verdadeiros mecanismos de absorção da celeuma doméstica! Por serem
em sua maioria contra o método de administração familiar, e por revoltarem-se com certa
facilidade, atribui-se-lhe tal denominação, que, aliás, é por demais inconveniente. Uma vez
removidos do seio familiar, aumentam a vulnerabilidade emocional dos integrantes da família,
que não mais encontrará parâmetro que possa equilibrar o ritmo de proceder de cada
integrante, e então, começam a aparecer mais conflitos, comprovando que o problema não
estava com o rebelde sem causa, mas sim, este era apenas o reflexo de seu ambiente.
32 — Poderíeis citar um exemplo ilustrativo que possa nos
esclarecer melhor?
RAMATIS — Aquele filho rebelde que se veste tal qual um gótico, que usa
roupas escuras e adornos por todas as partes do corpo, adotando comportamentos que enver-
gonham sua família, é próprio de quem não aceita o autoritarismo disfarçado, e promovido
por algum integrante da família, possivelmente os pais!
Mesmo que seu relacionamento seja pacífico e amoroso, ainda assim estará
sinalizando para a própria família a necessidade de que esta redirecione algum hábito ou
método de administração familiar.
Outro exemplo: o acometido pela "gagueira" aponta um dos chefes da família como
absurdamente dominador; aquele que usa drogas, a desatenção e ausência de carinho; o
neurótico, o ambiente vicioso da tensão e da cobrança exageradas; o sádico e o psicótico, o
ambiente pernicioso da falta de limites para seus atos, onde os familiares acham lindo tudo o
que faz, desde pequenino. São protegidos das pessoas que os criticam construtivamente,
apontando falhas estruturais que podem ser corrigidas em tempo de se melhorarem como
cidadãos.
O paranóico, o ambiente da perseguição, do aprisiona-mento, onde seus tutores
trancam-no em quartos ou ambientes escuros com o intuito de castigá-lo de alguma travessura
que fez.
29
São, todos estes exemplos, resultados dos procedimentos educacionais, frutos de
crenças doentias repassadas ao longo de várias gerações, mas que precisam ser entendidas
pela humanidade, para fins de sua própria melhora.
33 — Haverá o momento em que a humanidade conse-
guirá tornar-se especializada em educação a fim de que evite
todos estes resultados assombrosos expostos em vossas explanações?
RAMATIS — O homem bem sabe onde quer chegar, mas não sabe onde está!
Primeiro, precisa situar-se para depois avaliar qual caminho lhe propiciará maior facilidade de
trajeto. Assim, saberá se está longe ou perto de seus objetivos redentores, evitando maiores
transtornos gerados por sua própria ignorância, mas acima de tudo, de sua teimosia!
30
CAPÍTULO 2
A depressão
como um estágio do desequilíbrio
34 — Que ferieis vós a dizer sobre um dos grandes fla-gelos da
humanidade contemporânea, a depressão?
RAMATIS — A depressão nada mais é do que o fruto do acúmulo de encargos,
os quais a humanidade está submetida!
Não estamos sendo pioneiros nestas afirmações. Tudo é de conhecimento do homem,
embora este venha a ignorar as causas do grande mal da ociosidade evolutiva!
Cristalizada em objetivos de ordem imediata, a consumir os produtos da vida
moderna, mergulha a humanidade em clichês doentios, a comprometerem a sanidade e o
senso de equilíbrio. Pois que, a voluptuosidade de que padece, a impede de perceber que se
trata de caminho difícil de ser abandonado!
35 — Como identificar possíveis candidatos a um mal hoje em
dia tão comum?
RAMATIS — Se entendermos que a depressão é um segundo estágio de
enfermidade da alma, e que o primeiro, vem com sintomatologia muito conhecida de vós,
chamada de estresse, percebe-se que, coincidentemente nos últimos tempos, com a
necessidade da busca espiritual, eis que esta gama de eventos psíquicos aparece.
Nada mais é, que o despertar interior. Que sacode o pó que tomara conta do espírito
imortal, e que, neste momento, exige que a "limpeza" desta poeira acumulada no decorrer dos
tempos, seja efetivada. Eis porque a humanidade padece: está à mercê de grande mudança
interior, sendo avessa a esta mudança!
Com isso, dizemos que comportamentos protelatórios, do tipo, "...deixemos para
amanhã...", "...quem quiser me aceite como sou, pois não vou mudar...", "...é culpa dos
outros..." "...não posso, sou incapaz de fazer...", "...comigo tudo está muito bem, são outros os
problemáticos...", e outras frases conhecidas de vós, nada mais são do que verdadeiros
rastilhos de pólvora a caminho do paiol de vosso interior.
36 — Significa que todos os inimigos da atitude positiva e da
modificação se acham à mercê de problemas desta ordem?
RAMATIS — Todos estes são depressivos potenciais! Pois mal sabem que
apenas um leve empurrão, os lançará ao abismo dos males do psiquismo.
37 — Em que outro caminho de vulnerabilidade, se acharia
uma criatura, até que se acometesse da depressão?
RAMATIS — Muitos casos de depressão dão-se após algum tempo, quando o
indivíduo perde algo que lhe era caro. Algum ente querido, um objeto de culto, como um
31
veículo ou casa. Mesmo a perda de simples pulseira ou relógio, já é suficiente para deflagrar
algum processo que culminará em depressão.
Isso vem demonstrar o grau de apego ao qual as pessoas costumam mergulhar, e,
desconhecedoras de si próprias buscam, no mar das compensações, as soluções para seus
estados de angústia, de solidão, ignorantes de que o estado de equilíbrio interior é que
proporciona o bem estar de uma criatura com relação ao mundo em que vive. Pois, ninguém, e
nem mesmo um objeto inerte, será capaz de suprir por muito tempo a incomunicabilidade que
o ser humano impôs para si próprio!
Quando falamos em apego, existem duas maneiras básicas de expressão deste
comportamento:
A primeira delas reflete-se pela mesquinhez, verdadeiro apego material onde o
acometido manifesta sinais de irredutibilidade em seus ideais esdrúxulos, submetendo os seus
aos mais insensatos e ridículos modos de viver, já que, acovardados pela fachada da coragem
tirana, a qual o mesquinho impõe, se submetem ao calvário da impotência. Pois, muitas vezes,
acreditam serem dependentes deste que os aprisionam em seus propósitos de vida.
Este, por certo, no decorrer da existência, diante das muitas provas que esta impõe, ao
primeiro sinal de perda, e, atentai-vos, da maneira como a crêem, ela sempre existirá, até que
a compreensão de que nada é de nossa propriedade. Pois somos meros administradores, bons
ou maus, de acordo com nossos procedimentos. Assim, os negativamente apegados aos bens e
gozos terrenos, haverão de fazer seus experimentos no ácido lago da depressão!
Mas, há também aqueles que suprem o vazio existencial, ou mesmo uma perda de ente
querido, com situações do tipo viagens, compras, animaizinhos de estimação, e outras
peculiaridades, no intento de fugirem do caos, que é o simples imaginar que são ou que
poderão estar sós!
Ninguém está sozinho, e, embora o "estar com alguém" ou "ter alguém" seja um
grande minimizador das
dores da alma, ainda assim não representa mais do que o tempo necessário á
compreensão de que somos criaturas destinadas à felicidade suprema, bastando que saibamos
atravessar os intrincados caminhos do psiquismo, até que encontremos a pureza de nosso Eu
interior!
38 — Seria este o motivo da busca incansável das pessoas no
campo do consumismo material?
RAMATÍS — O consumismo é apenas uma pequena fração deste mal! É a busca
pela supressão do vazio, ocasionado pela consciência de perda ou pela volúpia de encontrar
algo, que possa acalmar o grande carrasco do medo de não termos nada ou ninguém!
A velha consciência de "você é medido de acordo com suas posses", é um dos muitos
deflagradores de males desta ordem. Observamos que no encadeamento de conflitos, além do
medo de nada termos, vem o complexo da rejeição, bem como a gama de sintomas do
sentimento de inferioridade, do tipo "se eu tiver todos me aceitarão melhor!" sendo estes
alguns dos fantasmas que assombram milhares e milhares de seres humanos!
Com isso você é movido a entrar no sistema, buscando evitar o mergulho em situações
que deflagrem o vivenciar destes sintomas, esquecendo-se de que o "ser" é a chave que abre
as portas da felicidade. Ao contrário, o "ter", proporciona muito mais a ilusão de que somos
criaturas completas, e daí a cristalização evolutiva, pois esquecemos de crescer interiormente!
32
39 — E um convite ao desapego material? RAMATÍS — Se
analisarmos o contexto humano, diríamos que cada caso é único. Podemos "ter" muito e ainda
assim "sermos" conscientes de que o "ter" é apenas transitório, e de fato o é!
Não é preciso que nos tornemos ascetas e abandonemos nossos lares em busca do
encontro interior, mas saibamos que a vida material é o complemento às necessidades
encarnatórias do espírito, e se bem utilizado por vós, haverá de libertar-vos de vossos apegos.
Pois o que para alguns, é instrumento de libertação, para outros será de escravidão.
Talvez por isso, seja o poder material uma das mais difíceis provas a serem superadas
pelo homem, juntamente com suas paixões desenfreadas!
40 — Se assim for, muitos haverão de situar-se no estado de
depressão! Quer eis dizer, então, que este será o efeito imediato do
despertar?
RAMATIS — Num mundo que já atravessa as barreiras impostas pela
ignorância das realidades cósmicas, e a queda do superestimar de inteligências privilegiadas
ao vosso ver, mas cujo discernimento, não lhes proporcionaria entender o simples
funcionamento de uma célula peris-pirítica, afirmamos, que será como o despertar de uma
noite tempestuosa que impediu o sono tranqüilo proporcionando desagradável ressaca ao
amanhecer!
Os sintomas que caracterizam a depressão, embora provoquem grande preocupação,
não passam de simples aviso indicando a proximidade da "porta estreita"!
41 — Mas é fato concreto a necessidade de desenvolvermos
terapêuticas condizentes com tal problema. Para isso, teríeis alguma
recomendação?
RAMATIS — No terceiro milênio não se pode mais conceber o ser humano
como um agregado de carne, ossos, nervos e inteligência inexplicável!
Vossa medicina, precisa aceitar o aspecto espiritual em seu todo. Vossas ciências,
devem desenvolver metodologias específicas, cientes que não é possível vender pílulas de
moral e conscientização.
Entender o homem como um ser integral, significa entender o conceito do corpo físico
como um agente de reflexo das manifestações anímicas. Pois o corpo é a animação, não o
animador! É a extensão da vida, não a origem desta!
42 — Nas trilhas da cura da depressão, quais os caminhos
mais recomendados para que sejam "trabalhadas " as dependências
emocionais geradas por quase todas as enfermidades ?
RAMATIS — Seja qual for a doença sempre haverá de despertar no enfermo
sinais de carência afetiva.
Entendamos, o caminho da doença passa sempre pelo mau comportamento do apego,
da não aceitação de uma realidade, do culto à maledicência e outros procedimentos de ordem
inferior, que conduzirá seu cultuador ao caminho da solidão interior. Esta, por sua vez,
33
acarreta uma série de comportamentos, fazendo com que o aparecimento de quaisquer fobias
ou inseguranças, tome parte do cotidiano emocional do acometido. É o estágio da subjugação,
onde a criatura torna-se vítima de si própria; após construir um mundo de negativismos e
apegos, se vê presa a imensa muralha que se torna momentaneamente intransponível. Este é o
caos da depressão!
Pensamentos do tipo "nada posso fazer", estou arrasado", "sinto-me incapaz de
recomeçar", "porque eu fui o escolhido para viver esta desgraça", "não quero mais viver",
começam a povoar a mente enferma dos depressivos, ocupando toda sua energia vital;
impedindo-os de pensarem em uma maneira de libertarem-se de tamanho mal!
A maior dificuldade encontrada para reverter tal situação, é justamente o mau
funcionamento do mecanismo da vontade, que impulsiona qualquer criatura às mudanças que
se fazem necessárias!
Este mecanismo emperra na medida em que a criatura cristaliza opiniões, dificultando
sua própria mudança, no momento em que esta precisa ser realizada. Tal atitude cabe tão
somente à própria criatura!
Por isso, a idéia de que precisamos estar sempre receptivos às coisas novas, cientes de
que somos nós, criaturas subordinadas a adaptação dos lugares e situações que a vida
proporciona, e jamais o inverso! Não podemos fazer com que o mundo funcione de acordo
com nossas necessidades e caprichos, julgando à revelia aqueles que nos cercam. É imperioso
que nos adaptemos aceitando a vida como de fato ela é. Ao contrário, fatalmente, a depressão
se evidencia como a doença dos relutantes!
43 — Entendemos que as doenças proporcionam certa
dependência emocional nos enfermos, daí a razão da hipo-condria.
O que dizer a pessoas cujos males não saem do pensamento,
queixando-se estarem sempre doentes?
RAMATIS — O aviso para estes incautos irmãos, dire-ciona-se no sentido de
que somos servos de tudo aquilo que nutrimos em nossos pensamentos! Portanto, é hora de
rompermos com as sintonias enfermiças e lutarmos, por nossos próprios esforços, cientes de
que a doença sendo orgânica, psíquica ou mesmo imaginária, não é mais do que fruto de
nossas melindrosas formas de comportamento!
O princípio da doença sempre é fundamentado no psi-quismo, que induz aos atos e
sentimentos de ordem inferior, mesmo os pensamentos mais secretos, os quais jamais
ousaríamos relatar a outrem. São partículas que carregam informações doentias, que mais
adiante serão impressas às células orgânicas, concretizando então, o que antes fora apenas
nutrição íntima de algum desarrazoado melindre!
Partindo de tão clara lição de Jesus, que "ninguém colhe aquilo que não plantou", nos
questionamos muitas vezes o porquê sermos nós infelizes, a colher as vicissitu-des da vida.
Pois ontem mesmo, não nos apercebemos de que nutríamos um sentimento de ódio em nosso
coração!
Que outros nos agridam, difamem, ataquem, isto tudo é problema deles, e de acordo
com a lei de livre semeadu-ra, haverão de prestar conta de seus atos. Mas, quando nós
nutrimos pensamentos e sentimentos inferiores, tais como inveja, ódio, raiva, rancor, e mesmo
a falação gratuita, aí então o problema passa a ser de foro íntimo, de cada um! Vamos então
observar o que cabe a cada irmão colher, de acordo com seus atos em maioria das vezes
ignorantes e inconseqüentes, mas acima de tudo, vamos nos monitorar, evitando que os
façamos de tal maneira. Pois quando as desgraças acontecem com outrem, costumamos não
34
nos sensibilizar, mas antes ficamos impressionados e até incrédulos diante desses
acontecimentos, imaginemos quando somos nós os protagonistas de episódios mórbidos!
Este é o grande convite à modificação! Todos somos seres capazes de chegarmos
aonde quisermos, quando permitimos que situações difíceis tornem-se nossos troféus,
conquistados sempre com o crivo da honestidade, razão, e acima de tudo, esforço!
Portanto, a doença é resultado da inércia, do comodismo e da cristalização. Não credes
vós que é a situação que cria o doente, mas sim, a teimosia retrógrada é que cria a situação de
doença!
44 — Se bem entendemos, o caminho da libertação de males
de quaisquer espécies, encontra-se na descoberta interior e na
reciclagem de pensamentos e sentimentos, nutridos sem o menor
propósito edificador. Onde situar-se-iam os tratamentos alopáticos,
homeopáticos, psíquicos e alternativos, conquistados através do
meritório desenvolvimento intelectual humano?
RAMATIS — O tratamento de emergência deve começar pela espiritualização,
pelo entendimento do porquê sois maratonistas de distância, por vezes longa e íngreme!
O restante dos tratamentos será mero complemento de reposição psíquica e orgânica!
De nada adianta medicar o indivíduo cuja conduta e moral já se encontram necrosa-das! A
cicatrização de um corte profundo jamais virá dos pontos que o suturador promoverá, mas da
conjunção homogênea que naturalmente ocorrerá a este corte, sempre partindo do princípio
que a cura de uma simples ferida está condicionada à emanação da vida, intrínseca ao espírito
imortal! O pior expurgo do prurido ascoso por si só, prova a atividade curadora da faxina
interior!
45 — Sabe-se que para muitos dos acometidos do mal da
depressão, torna-se difícil um prognóstico que não contenha
alguma espécie de sofrimento. Pois, muitos se encontram
subjugados em seus anseios, tendo perdido a vontade de viver.
O que fazer para que enxerguem em si próprios a solução para
este mal?
RAMATIS — Em verdade, muitos dos acometidos de depressão, sentem-se
incapazes de recomeçar. Isso acontece porque em seu interior impera o medo de novas perdas,
o que poderia piorar sua situação, e então preferem permanecer em seu estado depreciativo.
Cumulam, em geral, uma série de atitudes em seu dia-a-dia, que não condizem com o
verdadeiro aspecto da evolução, preferindo seguirem em seu "mundinho" de vicia-ções, sem
perspectivas de crescimento espiritual.
O comportamento característico desses infelizes des-conhecedores da conquista da
felicidade através do esforço humano, é "Se minha situação é ruim tendo o que tenho, pior
seria se não o tivesse!", e assim, deixam de avançar rumo ao próprio crescimento.
São atitudes como que antagônicas, pois ao mesmo tempo, lutam contra seu próprio
desespero, sem a disposição para deixarem de lado as viciações e automatismos adquiridos
alhures. São manias comportamentais, que os tornam criaturas teimosas a queixarem-se à
35
revelia, querendo apenas obter o resultado, mas sem preocupação alguma naquilo que
precisam fazer para que este resultado seja obtido.
46 — Estais dizendo que a cura da depressão pode ser
conseguida com doses de bom senso e aceitação?
RAMATIS — E de que outra forma haveríamos de retomar nosso caminho de
redenção, se diante dos acontecimentos naturais de crescimento espiritual construímos nossos
muros de lamentações, criticando a consciência cósmica e a justiça divina, ante os mais
diversos fatos, os quais ainda não temos discernimento para compreender?
Acaso já vistes alguma criatura abnegada e resignada sofrer deste mal?
Será que realmente o homem confia na justiça divina, se ao lembrar do "Pai Nosso", a
oração que Jesus ensinou "...seja feita a Vossa vontade..."; nem ao menos é capaz de aceitar
esta vontade quando algum revés lhe toma de assalto?
Se lembrásseis de que "não cai uma folha sequer, sem que Deus o saiba", talvez
pudésseis entender, a maravilha que é o processo de crescimento evolutivo proporcionado
pelas dores e chagas as quais a humanidade cria.
Desviada dos propósitos, entendidos pelo Pai como verdadeiros júbilos de aprendizado
evolutivo, aprende pela dor e sofrimento, aos quais prefere se atrelar no instante que nutre em
seu interior os mais variados sentimentos, os quais o anjo naturalmente repele.
Mas, compreendemos que são degraus que não podem ser "pulados", pois o risco de
uma queda seria muito grande, maior do que as quedas que vos propiciais através do apego e
da não aceitação do ciclo da vida, tão assustador para o ignorante, mas perfeito para o sábio!
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CAPÍTULO 3
A crença como
causa primária do sofrimento
47 — Quais vossas considerações acerca do fator da crença
humana?
RAMATÍS — Observando o significado da palavra crença, teríamos uma
conceituação simples. Porém, dissociando o comportamento humano resultante daquele vocá-
bulo, percebemos um complexo mecanismo, uma vez que nele estão condicionados todos os
procedimentos tomados pelo homem.
Por todos estes aspectos, vemos desde as atitudes heróicas e sublimes, como também
as mais vis.
Personalidades como Hitler, que acreditava na superioridade da raça Ariana; George
Armstrong Custer, o general norte-americano que confiou exacerbada e imprudentemente em
suas potencialidades, que mais tarde o levariam à morte, exterminou grande número de índios
da América do Norte e sua milenar sabedoria; Napoleão e sua superla-tiva ânsia de dominar o
mundo; e outros pretensiosos vultos da obscuridade comportamental, regidos pela crença de
superioridade, não alcançaram a vitória, por estarem justamente embasados em suas próprias
opiniões, julgando serem elas de caráter inconteste. Esqueceram de que uma simples "crença",
não constitui a verdade absoluta, mas ao ser confrontada com a universalidade dos
conhecimentos gerais, ainda fora do alcance da humanidade, poderão tornar-se pensamentos
ridículos, com resultados altamente desastrosos, conforme as proporções que ganhem.
À exemplo disto, Hitler terminou com sua própria vida; Custer, foi brutalmente
aniquilado, na conhecida expedição ao "Yellowstone", pelos Sioux, comandados por Cavalo
Louco, juntamente com sua tropa de soldados, a subjugar a capacidade estrategista dos "pele-
vermelhas"; Napoleão, exilado, passou seus dias sob total impotência.
Estas, são provas concretas de que a crença não corresponde jamais à realidade
exterior, mas constitui grande "agente motriz" da manifestação comportamental humana.
O mundo das crenças é um paradoxo que liberta o ser humano, como também o
mergulha num mundo de escuridão total. Pois, mesmo correspondendo a uma simples ilusão,
a crença torna-se realidade no interior de cada um, contaminando o mundo dos pensamentos e
sentimentos, sediados no interior do indivíduo. Escraviza o ser humano que não consegue
mesmo após longos milênios e várias encarnações, transpor as muralhas rochosas de suas pró-
prias crenças, se estas atingiram grau de empedernimento, através do culto por longo tempo.
Assim, formam-se as barreiras do crescimento e libertação humana!
48 — Esses protagonistas, dos trágicos capítulos da história da
humanidade, não estariam movidos por outros artifícios que não a
crença?
RAMATIS — Por certo foram movidos por sentimentos de superioridade,
anseios em obterem domínio, poder, reverência dos mais humildes e ou fracos através da
opressão. Queriam fazer da massa social a qual politicamente representavam, o grande
espelho que refletisse seu ego excêntrico!
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Nada mais se embasaram que não a crença de que assim o eram, superiores.
Subjugaram a si próprios, tornando-se vítimas fatais de seus procedimentos.
O pensamento de "crer" não pode ser sustentado nas bases da ignorância, do
desconhecimento de nossos próprios limites, mas sim, da lógica e do bom senso.
Um simples pensamento, poderá se tornar grande pesadelo a nos atormentar por tempo
indeterminado, dependendo da força empreendida em sua estruturação.
49 — Qual o tempo aproximado de duração de uma crença,
mesmo esdrúxula, mas cultuada por algum tempo no pensamento e
modo de proceder de um indivíduo?
RAMATIS — Quando uma crença, proferida por outrem,
em processos educacionais, de caráter religioso, de cidadania ou intelectual, é
passada adiante, certa ou errada, já estará nutrindo o sistema que alimentará as futuras gera-
ções.
De maneira mais objetiva, temos comportamentos que são cultuados há milênios, e
que se iniciaram com o simples acreditar num fato qualquer!
Outras, de caráter mais violento, comprometem seus autores bem como seus
cultuadores por todo o tempo em que perdurarem os cultos.
Como a lei de livre semeadura conduz à colheita, vemos as reencarnações
compulsórias de líderes do passado, que estimularam a desordem e a violência, promovendo
os massacres mais sangrentos, revoluções sociais dolorosas em que milhares de criaturas
padeceram num mórbido espetáculo.
Por terem proporcionado desnecessariamente tais revoluções, vêem após o
desencarne, as dimensões de seus atos, e, por conseguinte, terão de reconduzir a todos aqueles
desviados. Até mesmo, em relação àqueles desviados por seus "simpatizantes", ver-se-ão
comprometidos. Este processo, semelhante a uma bola de neve, poderá custar longos milênios de
trabalhos árduos, na recondução ao que fora desviado por uma simples maneira de se acre-
ditar!
50 — Mas, esses procedimentos subordinados à crença, não
trazem evolução à humanidade?
RAMATIS — É óbvio que trazem! Mas, não seria sublimemente meritório se o
inventor da pólvora tivesse dado uma finalidade mais digna que não à sua utilização nas
armas primitivas de fogo?
Lembremo-nos químico Nobel, o descobridor da nitro-glicerina, cujo feito, viabilizou
a formulação do trinitroto-lueno, empregado na explosão de rochas!
Que tivesse boas intenções em suas pesquisas, não há que se duvidar. Mas, o
comprometimento para com a reutilização de sua "cria" em fins mais nobres do que a muti-
lação de corpos humanos transformados em farrapos vivos nas guerras fratricidas e nos
atentados belicosos mostra-se evidente, é fato consolidado!
A crença como fator primitivo, é altamente instável e poderá adquirir conceitos
antagônicos por ser facilmente manipulável, bastando apenas que se submeta à maneira
particular de pensar sobre determinado "alvo" de atenção! Daí a idéia de que uma criatura faz
bom uso de um conceito qualquer enquanto outra o utiliza em prol de seus próprios interesses!
38
Por isso, Nobel poderia ter boas intenções quando descobriu as reações químicas de
determinados componentes, que resultaram na criação de explosivos. Seus sucessores,
fatalmente, acreditaram muito mais no potencial de seu poder destrutivo e belicoso.
51 — Seguindo vosso raciocínio, somos levados a entender
que a crença é a causa primária da atitude! Esta, por sua vez é a
deflagradora do sofrimento ou da evolução humana. Seria mais ou
menos isto?
RAMATIS — Se voltarmos ao pensamento do nobre codificador espírita,
Kardec, fazendo uso de suas palavras, "As coisas não são boas ou más em si próprias, mas é o
homem quem lhes dá o caráter que bem entender!", forçosamente chegamos a esta conclusão!
52 — Se bem entendemos vossas explanações, a crença
primária resulta numa série de comportamentos entre os quais
aqueles resultantes das superstições populares. Seria isto?
RAMATIS —A superstição é uma das mais autênticas e desastrosas resultantes
da crença humana. Pois, não somente, constitui-se do fator acreditar, mas também, é ali-
mentada pela ignorância do espírito.
53 — Poderíeis citar algum exemplo que referencie a
superstição como resultado da crença?
RAMATIS — Se observásseis melhor, veríeis que são milhares de superstições,
sendo a maioria de caráter ridículo, em face do estágio evolutivo da humanidade!
Exemplos como "passar por debaixo de uma escada dá azar!" não encontra
consistência senão no poder do pensamento que acredita que tal revés poderá acontecer,
revelando o poder da limitação através da própria crença. Pois, se acreditarmos que um
simples ato poderá nos provocar mau agouro, estaremos concebendo tal realidade que se
tornará um entrave em nossas vidas. "Matar sapos dá sete dias de azar para quem cometer tal atitude!" não passa de grande
desprezo a um ser vivo, de configurações orgânicas características à sua sobrevivência em seu
habitat natural, e que provoca asco em certas pessoas. Não é um inimigo do homem, mas ao
contrário, um grande "inseticida" natural à postos, com o objetivo de tornar o planeta Terra
habitável por outros seres vivos.
"Contar estrelas no firmamento faz com que apareçam acnes e verrugas pelo corpo!"
Ora! Se assim fosse, nossos engenheiros siderais estariam com seus "corpos" repletos de
protuberâncias que mais lembrassem um surto de cata-pora ou sarampo, por serem talvez os
maiores recenseado-res do cosmo!
Existem outros milhares de superstições que nem sequer caberiam nestas páginas, mas
que correspondem ao mesmo princípio: a crença!
54 — Sendo de caráter popular as superstições, em muitos
casos, correspondem a séculos de observações dentro de
39
acontecimentos, levando as pessoas à conclusão, e trazendo os
resultados acima expressados. Ou seja, passar por debaixo de uma
escada dá azar! O que dizer a respeito disto?
RAM ATIS — Novamente, recorremos ao poder do pensamento, que a tudo
transforma!
Quando aprendereis que tudo o que é nutrido em vosso interior, consolidar-se-á no
futuro como realidade, já que o pensamento e seus "periféricos" constituem dos mais potentes
agentes de criação e transformação existentes à disposição da humanidade?
Daí a idéia da fé ativa, vontade de querer, a fé que move montanhas! Por que achais
que Jesus, após as tão conhecidas curas, dizia: "Tua fé te curou!" eximindo-se dos resultados
atingidos? Justamente, por ser profundo conhecedor dos poderes do pensamento, que traz a
escolha ambivalente tanto do curar-se quanto enfermizar-se!
55 — Qual outro aspecto em que a crença poderia interferir
no ser humano de maneira destruidora?
RAMATÍS — Existe uma linha comportamental bastante comum, embora
desconhecida da maioria das pessoas chamada hipocondria, ou, popularmente conhecida
como mania de doença!
Ao que se percebe, é um entrelaçamento da mente com uma doença qualquer, fruto da
carência do ser humano. A necessidade em ser notado leva a pessoa a criar a hipocondria,
mesmo que seja através de uma doença qualquer.
56 — Quais são os estágios que levam uma criatura a adquirir
a hipocondria?
RAMATÍS — Conforme o conceito de crença, tudo se inicia no acreditar que se
está doente. Pois, em geral, uma criatura doente sempre será tratada com maior atenção, não
importando quais sintomas, mas o grau de atenção despendida pelos demais, em favor do
hipocondríaco.
Existem aspectos característicos, que podem dar indício deste pequeno grande mal da
crença, como as pessoas que, ao receberem visitas, fazem questão de ostentar suas "coleções"
de medicamentos. Como se não bastasse, conhecem mil nomes de médicos e suas
especialidades. Já consultaram todos os especialistas possíveis para as suas causas, sem, no
entanto, encontrarem a cura de seus males.
Esquecem, estas criaturas, que a doença é conseqüência do ócio! Estacionárias em
seus conceitos de vida efêmera, esqueceram de evoluir, e seus espíritos lhes cobram o
despertar. Daí, o aparecimento das enfermidades em geral, mas principalmente da
hipocondria, de que a causa é tão somente a viciação mental.
57 — Seriam hipocondríacos, todos aqueles em que a medicina
não encontra tratamentos eficazes?
RAMATIS —Não! É imperioso distinguir os males do corpo, onde a medicina
ganha espaço; os males do psiquis-mo, onde as ciências da psique conseguem vasculhar mais
40
profundamente, e também os males do espírito, onde somente uma busca sincera trará
resultados!
Igualmente importante, é a consciência de que o hipocondríaco não é um enfermo do
corpo, até que este, adoeça por conseqüência das viciações mentais, do tipo "repetições" para
si próprio. Uma frase característica: "Estou doente e não consigo me curar!"
A diferença entre uma pessoa verdadeiramente enferma e o hipocondríaco, é que a
primeira buscará recursos para se curar de males quaisquer que se lhe acometam. Já, no
segundo caso, é uma constante a afirmação, sem que haja a busca auxílio cabível para
averiguar seu mal: A queixa do mal sem a atitude da mudança!
58 — Mas existem aqueles que sofrem de algumas
enfermidades sem jamais aceitarem quaisquer tratamentos. O que
dizeis sobre isto?
RAMATIS — Precisamos lembrar-vos de que isto não é sinal de hipocondria,
mas de desleixo para com o próprio corpo que proporciona a evolução para o espírito!
59 — Neste caso, qual seria vossa recomendação para as
pessoas que sofrem ou desconfiam estarem hipocondríacos?
RAMATIS — Nossa recomendação é que lutem para sair deste estado de
languidez e displicência espiritual, a fim de que, não ocorram maiores prejuízos, já que o
corpo, com o passar do tempo, passa a gravar de forma "celular" todas as manifestações
geradas pelo pensamento, a começar por aqueles de caráter enfermiço!
60 — Poderíeis falar-nos mais sobre a crença como objeto do
fanatismo?
RAMATIS — Sob qual aspecto vos referis? A crença religiosa?
61 — Entendemos que a crença religiosa, na maioria dos
casos conduz ao fanatismo! Teria ainda outro aspecto do fanatismo
em que poderíeis nos esclarecer?
RAMATIS — Comecemos com o caráter das religiões!
Existem mecanismos de enrijecimento mental que conduzem qualquer criatura, a
ignorar o parâmetro de equilíbrio dos conceitos que regem o princípio da religiosidade.
Um destes fatores importantes é a "inércia", verdadeira preguiça de raciocinar, que
pode induzir uma pessoa a propagar uma informação, repassada por outrem, mesmo sem
quaisquer certificações de que esta informação seja ou não verdadeira. É onde se iniciam os
labores insidiosos do fanatismo.
No seio de muitas religiões existe a franca aceitação dos mais esdrúxulos conceitos,
que entranhados na consciência das pessoas, desprovidas do senso de crítica, tomam-nos por
verdades absolutas, motivo pelo qual, muitas mentiras e sandices são propagadas sob teores
deístas. Alhures, é muito mais fácil aceitar um conceito que mesmo esdrúxulo, satisfaz,
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interiormente, as pessoas, permitindo-lhes a continuidade de suas pretensões e desvarios
comportamentais, desde que lhes outorgue agirem sob a "permissividade divina".
62 — E quanto àqueles que agem sob os auspícios da moral,
mas cujas idéias são absurdamente equivocadas? Seria também uma
espécie de fanatismo?
RAMATIS — Entendemos que cada qual escolhe o Deus que melhor lhe
aprouver!
Assim, existem milhares de entendimentos da imagem de Deus, pouco importando se
Ele tenha longas barbas brancas, e permaneça eternamente sentado em Seu trono, etc.
Também, de nada vale crer em um Deus tirano, comerciante, que cobra aquilo que emprestou;
juiz, que espera o momento certo para julgar todos os pecadores; ou ainda, naquele Pai
infinitamente bom que perdoa a seus filhos permitindo-lhes a oportunidade do recomeço.
De nada valem estes conceitos e crenças, se transferirmos todas as responsabilidades
que são nossas, dizendo ou intimamente pensando que "Deus é Pai! ou Deus prove! Ou ainda,
Deus é quem sabe das coisas! se não somos capazes de tomar nossas próprias decisões, em
prol de nosso crescimento!
Está na hora de sabermos, que o entendimento da verdadeira moral, está na atitude
prática e diária que uma criatura empreende todos os seus esforços, em quaisquer que sejam
suas intenções! Aí está a moral que permite o crescimento, de acordo com o princípio da
evolução da criatura perante o Criador!
63 — Existem muitas criaturas moralizadas, repetimos, que
preferem manter-se sob conceitos e religiões tidas por sectaristas, e
ou fanáticas, o que diríeis sobre isto?
RAMATIS —Voltamos a enfatizar que a moral é antes de tudo atitude! De nada
vale um milhão de conceitos e crenças, se não formos capazes de adquirirmos uma postura
que exprima qual estado de moralidade em que nos encontramos.
É preciso, que vos lembreis da parábola da figueira seca, entendendo, que a
moralidade é por conseqüência, a produção de viçosos frutos, que virá dos esforços a que vos
submeteis, nos labores cotidianos, sempre em prol da libertação do homem através de seus
próprios atos.
Deus jamais será avalista, de quaisquer que sejam as afirmações do homem dentro de
suas imperfeições, e mesmo dentro do caráter religioso, que apenas existe, dada a
incapacidade do ser humano de estabelecer contato com o Criador.
64 — Fale-nos mais sobre o "sectarismo " como objeto da
crença religiosa e o conseqüente fanatismo!
RAMATIS — O sectarismo, ou espírito de seita, como alguns costumam
afirmar, é apenas momentânea incapacidade de aceitar parâmetros diferentes no tocante à
crença.
Amiúde, conduz o ser humano ao caminho de seu próprio autoconhecimento.
Ninguém pode afirmar, que o pensamento sectarista é nocivo, até que sua própria afirmação o
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torne sectarista. Pois, tanto quem adota o religiosismo sectarista, quanto quem critica esta
adesão, apresentam ambos, o pensamento da cristalização anti-universalista.
É perfeitamente compreensível, que o homem tenha dificuldades em aceitar novos
pensamentos e realidades, que estão se apresentando à luz de vossos dias, pelo simples fato de
que acreditaram por milênios e milênios nos conceitos que defendem com unhas e dentes.
Para estes, aderir a um novo pensamento significa "perder"!
Por outro lado, aqueles que defendem leis e conceitos ridículos, só fazem, pela
existência de alguns dogmas que os prendem ao silogismo e suas conseqüentes premissas, e
por força destas, deduzem que estão certos! E assim, formam-se as bases do pensamento
humano!
65 — Explique-nos melhor a idéia do silogismo nos conceitos
religiosos!
RAMATIS — Poderíamos tecer milhares e milhares de silogismos deduzindo
inverossimilhanças das mais dantes-cas.
Partimos da formação do pensamento silógico, no qual se forma a premissa principal,
abordando um conceito básico qualquer. Ex: "Deus castigará a todos os pecadores!" Teríamos
uma premissa secundária, forçosamente conduzida pela premissa principal, que nos levaria a
seguinte dedução: "Eu estou na condição de pecador!" Disto, chegamos a conclusão: "Deus
me castigará!"
O princípio do pensamento silógico forma-se desta maneira, ou seja, em três
instâncias!
Recorramos a outro exemplo: "Jesus veio para salvar a humanidade!" "Eu faço parte
da humanidade!" "Portanto, Jesus veio para me salvar!"
Com base neste encadeamento de raciocínios, podemos chegar às mais variadas
verdades, mas, também, tecermos as mais esdrúxulas teorias; bastando que apenas acre-
ditemos em uma simples situação, não importando, em aspecto algum, que esta seja ou não
verossímil!
Dentro desta estruturação lógica, se formam os pensamentos e crenças, conducentes ao
"fanatismo"!
66 — Não seria o fanatismo o resultado da "fervorosi-dade"?
RAMATIS — O fervor, é apenas um mero detalhe, dentro de um manancial de
possibilidades e caminhos, que o raciocínio humano é capaz de desenvolver!
67 — Diante destes fatos, não estaríamos eliminando a
essência do princípio da religiosidade?
RAMATIS — Em hipótese alguma! Apenas estaríamos conscientizando o
homem de que este é também um construtor sideral, cuja principal matéria-prima, exala de
seu próprio pensamento.
O Criador, por Sua vez, apenas lhe pede a qualificação desta matéria prima. E até que
a totalidade aconteça, vosso aprendizado se dará, mediante a lógica mais certa de que uma
ação desencadeia uma reação!
Concluindo, tudo o que tomardes como realidade, mesmo não sendo para o Todo,
passará a ser em vosso interior, e por conseqüência, vibrará no cosmo até que vós, na
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condição de construtores siderais, optardes pela reformulação de vossos projetos íntimos,
nutridos a partir da força volitiva do pensamento, segundo vossos desejos e anseios mais
secretos!
68 — Para finalizar, qual vossa recomendação no tocante ao
aspecto da crença e sua tratativa ante o coletivo?
RAMATIS — Sendo esta ferramenta, uma das mais poderosas bases motrizes
que a humanidade possui para evoluir, deverá ser mais bem compreendida e utilizada, evi-
tando assim, os alienantes pensamentos destrutivos que levam muitas criaturas ao abismo do
fanatismo e das paranóias.
Viveis num tempo, em que é imperioso aguçar a atenção, em todas as concepções e
conjecturas, conduzindo-as ao caminho da convergência, mesmo tendo as pessoas suas
próprias opiniões e atitudes, antes construídas em padrões sectários. Que jamais falte o
respeito para com as diferenças e a liberdade que os outros tenham de agir e interagir. Assim,
a humanidade alçará vôos mais altos, cientificada de que o respeito pelas atitudes e
comportamentos alheios construirá os novos espaços da maturidade espiritual.
Cada qual trilha o caminho que melhor lhe represente evolução, e, se opta por sua
própria desgraça, é porque precisa dela para construir bases de felicidade, merecendo por isso,
nosso maior respeito.
Sendo as Verdades Divinas imutáveis, jamais poderá o homem modificá-las, apesar de
nutrir em seu interior suas próprias leis e verdades temporárias, que mais adiante, dado o seu
desenvolvimento e autoconhecimento, será capaz de alterá-las, ganhando com isto, a
capacidade da auto-analise e discernimento ante a comparação do macro-cosmo para com o
microcosmo. E assim, se dará a evolução de seu universo interior, acompanhando a constante
expansão do cosmo!
44
CAPÍTULO 4
As projeções mentais
e as manifestações psíquicas
69 — Que teríeis vós a explicar sobre as projeções mentais?
RAMATÍS — Projeções mentais são todas as manifestações intelectivas e ou
instintivas que os seres vivos possuem, em especial o homem, possuidor não somente do
atributo do instinto, e também, da inteligência.
Sabemos que o corpo físico é apenas o receptáculo de tais manifestações, e estas, por
sua vez, são gerenciadas por veículos de manifestação do espírito na matéria, que tão bem
conhecemos pela denominação de "corpos sutis". Entretanto, intermediando estes corpos sutis
e o complexo orgânico, existem as "projeções mentais", que se convertem em todos os
sentidos e demais percepções que vosso corpo físico vos proporciona.
Entendendo o funcionamento deste complexo aparelho, que torna estável a
comunicação, entre os corpos sutis e a mente humana, é que poderemos então, desvendar
todos os mistérios que abrangem desde o aparecimento das mazelas psíquicas e orgânicas,
como também descobrir as intrínsecas possibilidades anímicas que o homem possui.
70 — Haveria um meio mais objetivo para que pudéssemos
compreender a atuação destas projeções mentais em nossos
sentidos?
RAMATIS — Faz-se mister que compreendamos de maneira adequada, os
sentidos físicos e alguns dos sentidos mentais, para que então possamos explanar claramente
todos os aspectos das projeções mentais ou conscienciais.
Vosso corpo físico proporciona sentidos como o tato, olfato, paladar e outros pela
existência de terminais nervosos específicos.
É óbvio, pois, que este conjunto de nervos condutores, descarrega em vosso cérebro
físico um "quantum" de ele-tromagnetismo, capaz de fazer-vos identificar a diferença entre
um e outro. Da mesma forma, vosso paladar depende tão somente da disponibilidade de um
conjunto de órgãos e aparelhos específicos, que dêem suporte à compreensão do cérebro, a
começar pelas papilas gustativas; todos os outros sentidos físicos, assim dependem uns dos
outros, para que tenhais uma idéia razoável do mundo que vos cerca! E assim, estipula-se a
limitação corpórea!
No entanto, o que credes como um contato físico, longe de partir de vossos sentidos
limitados, inicia-se como um almejar interior, que parte do íntimo espiritual, fazendo com que
vossa atenção direcione-se a vossos sentidos buscando o "sentir". Assim, vossos sentidos são
manipulados majestosamente por vossos "estados conscienciais", que vibram em vosso
psiquismo, induzindo-vos a este ou aquele comportamento; buscando a fruição das sensações
mais diferenciadas. E assim, os pequenos contatos com o universo vão se estipulando!
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71 — Explique-nos melhor a necessidade de se ter tais
sentidos!
RAMATIS — Entendemos que a vida corpórea, não é mais do que escola de
desenvolvimento da sensibilidade espiritual. Como tal, precisa preparar o aluno ao derradeiro
ato da plena percepção! O que se coloca à sua disposição, nada mais é do que limitado
conjunto de ferramentas que não vão além do campo onde vos situais. As limitações físicas
são para vós como um diminuto território cercado de muralhas intransponíveis. Não podeis
avançar além destas muralhas, e vossos sentidos, vos tornam como que "-múmias" em
pequenos sarcófagos! Pois, não vos dão sensibilidade alguma, além do que se vos apresenta
como mundo das limitações dimensionais!
Vossa casa, por exemplo, é uma das provas disto! Não podeis atravessar paredes de
madeira ou alvenaria, da mesma maneira que não podeis tocar num objeto distante. Se, no
entanto, vossa visão distingue tal objeto, vosso corpo fica desejoso de tocá-lo, sentir sua
textura e ainda, ouvir o som que este emite. Assim percebemos quão limitados são os sentidos
físicos, pois uns precisam auxiliar os outros para que nossa compreensão se amplie!
Se, a oportunidade de ver, sentir e entender um objeto como um todo vos fosse
possível, através de um sentido único, que englobasse todos os sentidos físicos e mentais,
vosso entendimento, seria outro, no tocante às realidades divinas, e garantimo-vos, todas as
questões da problemática limitação humana, seriam resolvidas num piscar de olhos! Vossa
incapacidade de perceber Deus, através de sua emanação cósmica é tamanha, que a distância
entre um e outro, eqüivale a ameba ao complexo funcionamento de vossa galáxia.
72 — Haveria outra comparação para que pudéssemos melhor
compreender as limitações dos sentidos físicos?
RAMATIS — Não seriam exatamente limitações, pois estas vos facultam o
descobrimento de um mundo diverso! Se os sentidos físicos são limitados, é porque vossa
percepção também não seria capaz de ir além, por absoluta falta de subsídios, que dessem o
entendimento necessário à compreensão de texturas mais complexas, do que aquelas dispostas
em vosso planeta! Mas, comparando o espírito encarnado em pleno desenvolvimento de suas faculdades
perceptivas, e um espírito desencarnado, já conscientizado destas sutilezas, diríamos, seria
como lavar as mãos em água cristalina, de temperatura amena, tendo em vossas mãos luvas de
látex, ou então como degustar algum petisco em sua embalagem original! Não sentiríeis quase
nada do conteúdo essencial!
É óbvio, não estamos depreciando o nobre conjunto dos sentidos, já que este vos
faculta o conhecimento de milhares de sensações agradáveis ou desagradáveis. Mas
asseguramos, a percepção do Uno, do Todo, provém de apenas um sentido: mental!
Com este sentido plenamente desenvolvido, não mais precisamos de um corpo físico,
ou de um complexo sistema nervoso para entender o limitado mundo que nos cerca, mas sim,
podemos apreciar tudo o que estiver em nosso senso de direção, esteja este objeto perto, ao
alcance de nossas mãos, ou mesmo distante.
Neste estágio as percepções são vivas e pulsam em nosso interior, pois ali encontram
guarida e nos proporcionam uma idéia global, mesmo à distância!
73 — Quereis dizer que o sentido mental é o sentido pleno das
faculdades humanas?
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RAMATIS — Exato! Não deveis esquecer, que todos os anseios e demais
manifestações intelecto-instintivas, são geradas no âmago do sentido mental, partindo de
acordo com cada atribuição, para os "escoadouros" e conversores orgânicos específicos.
Nos domínios do sentido mental, há um processo seletivo de pensamentos concebidos
e já dissociados, que são encaminhados para os órgãos perispirituais competentes, que então
despacham tais dissociações de pensamentos, para aquilo que denominamos projeções
conscienciais.
74 — Qual o resultado bruto da movimentação destes órgãos
perispirituais quanto a selecionar e despachar pensamentos
dissociados para estas projeções conscienciais?
RAMATIS — O resultado culmina com o comportamento humano e tudo o que
lhe é intrínseco! Ou seja, aquilo que se concebe no campo mental ganha corpo, e, conforme
sua diversidade, é encaminhado pelo gerenciador intelectivo específico para cada
agrupamento mental, que por sua vez, associa-se ao comportamento humano dando-lhe a
intensidade dos atos e sentimentos.
Para ilustrar, poderíamos dizer que a criatura que almeja tanto os benefícios materiais
como a riqueza, interiormente concebe arquétipos, que propiciem _ não distante deste
momento _ vivenciar uma rotina maravilhosa para si e para os seus, pois buscará através de
quaisquer meios de que disponha ou que lhe pareçam viáveis, para atingir este objetivo.
Outro, porém, passional, buscará vivenciar experiências mais intensas que já pode
experimentar. E um terceiro intelectualizar-se-á, uma vez que seu íntimo é receptivo ao
pensamento concebido que mais encontra pontos de escoadouro, para o campo das sensações.
Pois que o corpo aceita como lícito qualquer clichê enviado pelo campo mental!
Daí a idéia de que o corpo é serviçal da mente!
75 — Neste complexo mundo das projeções mentais, existem
espécies de válvulas, que permitam uma dosagem exata de
pensamentos concebidos?
RAMATIS — Embora existam estas válvulas, cuja função, é apenas equilibrar o
escoamento mental que há de se converter em emoções e percepções, sua regulagem
dependerá da programação encarnatória de cada indivíduo e suas necessidades.
Por isso, vemos a diferença comportamental de cada criatura, como também a
manifestação de comportamento exagerado ou desequilibrado, que ocorre como se uma destas
válvulas estivesse liberando de forma intensa quaisquer conteúdos.
76 — Em se tratando de necessidade do espírito que estas
válvulas estejam abertas, poderia existir alguma forma de que
fossem estranguladas, diminuindo com isso a vazão destes
conteúdos?
RAMATIS — Estas válvulas sempre podem ser reguladas, tanto pela própria
criatura quanto através de terapêuticas diversas. É preciso a conscientização, de que somente
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o entendimento do sentido mental, é que poderá fazer a manutenção destas válvulas, trazendo
não somente o alívio momentâneo à criatura, mas um equilíbrio constante e invariável!
77 — Fale-nos então das projeções conscienciais!
RAMATIS — São bancos de dados que agrupam e armazenam pensamentos
concebidos e experiências viven-ciadas, durante o decorrer do ciclo das encarnações.
Registram em seus domínios, tudo o que o ser emana de si através do impulso
intelectivo, suas elaborações e outros fragmentos conscienciais.
As projeções conscienciais, são as ferramentas que dão significado aos pensamentos
inserindo-lhes as reações que se refletem por todo o complexo sistema nervoso orgânico!
São dispositivos intelectuais e emocionais que disparam os pensamentos, atribuindo-
lhes vida, fazendo com que estes, se manifestem através de nosso comportamento!
Tudo aquilo que faz parte do homem no tocante a: interpretar, viver, experimentar,
optar, refutar, provém destes dispositivos denominados projeções conscienciais!
Em resumo, intermediam as necessidades do espírito e seu viver corporal!
78 — Como estão dispostas estas projeções conscienciais?
RAMATIS — É como se formassem camadas ou níveis de consciência, cuja
atuação, provém de pequenas facetas arquetípicas formadas no decorrer das encarnações, e
mesmo, da encarnação em vigência.
Poderiam, também, serem entendidos como depósitos de velhos moldes
comportamentais, que no passado, nos moveram às mais variadas iniciativas.
Se imaginardes uma cebola e suas camadas, é assim que poderíeis compreender as
projeções conscienciais!
Se pudésseis dissociar o pensamento humano e suas pulsões mais diversas,
entenderíeis estas projeções conscienciais como pequenas criaturas, umas ao lado das outras,
de mãos dadas! É claro, que para haver tal dissociação, o pensamento precisa se tornar linear,
livre dos enca-deamentos tão comuns, que costumamos dar às coisas, do tipo dedução, que
leva a criatura de um pensamento a outro, encadeados por conseqüência de motivo qualquer!
79 —Ante a possibilidade da dissociação destas projeções
conscienciais, seria então possível encontrarmos a origem de
pensamentos doentios. Seria assim?
RAMATIS — Com certeza, tais válvulas desajustadas ou estranguladas,
poderiam ser localizadas e ajustadas devidamente! Tal ajuste ocorre, quando conseguimos,
através de um programa terapêutico qualquer, superar alguma limitação ou trauma! Mas o
processo, quando em veia terapêutica, ainda é desconhecido do manipulador, entenda-se aqui,
agente de cura! Pois, da mesma maneira que a cura de um mal se mostra evidente, ainda não
se pode compreender, o quê exatamente proporcionou ao enfermo, a libertação em face do
mal. Isto, é comumente denominado como "elaboração", mas sua abrangência é insatisfatória!
Sabe-se que houve a cura, mas não se sabe exatamente o quê a proporcionou!
Esta é a hora de compreendermos os mecanismos da cura, para que consigamos
manipulá-los com maior facilidade, evitando a perda de tempo e o sofrimento alheio!
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80 — Perdoe-nos a resistência ao ouvir de vós tais alegações,
mas não estaríamos interferindo em algum compromisso cármico de
outrem?
RAMATIS — E para quê o Criador vos dotou do livre-arbítrio? Para que
exerciteis a indiferença?
É imperioso que vos conscientizeis de que o espírito de compaixão, o qual Jesus tanto
ensinou, esteja presente em cada ato vosso! Do contrário, estareis sendo como sempre fostes:
inertes!
A hora de despertar chegou. Temos de arregaçar as mangas, indo na direção do
próximo desamparado, mostrando-lhe o mesmo caminho que vos foi mostrado!
81 — Isto não seria interferir num processo que poderia
devolver a sanidade espiritual à criatura? Não seria adquirir
responsabilidade sobre o outro?
RAMATIS — Pois vos lembramos que o momento em que precisamos adquirir
tais responsabilidades, chegou! Já negligenciamos demais no passado, errando pelo egoísmo!
Que outros nomes existem, além deste, o egoísmo, para justificar o medo da transferência de
encargos evolutivos, necessários tanto aos que sofrem quanto aos que os libertam do
sofrimento?
Não vos esqueçais, porém, que os atributos de evolução começam pela prestatividade
a que despendeis em relação ao vosso próximo!
Ademais, a recuperação da sanidade mental poderia estar em processo acelerado acaso
o ser humano fosse conhecedor destes mecanismos, não havendo pois, a necessidade de
existir tantos sofredores, não fosse o homem criatura acomodada!
82 — Estas projeções conscienciais seriam como que
personalidades mentais e emocionais?
RAMATIS — Não são mais do que recordações de passado, conforme
mencionado anteriormente, mas, fortalecidas pelos dispositivos mentais que fazem com que,
tanto as lembranças mais felizes e pacíficas como as infelizes e traumáticas, tornem-se
pulsões, e induzam a criatura a atitudes diversas.
Poderíamos melhor esclarecer, se lembrássemos que, em nossos atos do dia-a-dia,
mudamos de um momento para outro, apenas demonstrando o quão volúveis são nossos
comportamentos e pensamentos que sobrecarregam nossa frágil mente! Estas manifestações
comportamentais diárias, é que caracterizam a existência das projeções conscienciais e seus
dispositivos que deflagram o comportamento humano.
83 — Poderíeis ilustrar com algum exemplo, a variedade
comportamental ditada por estas projeções conscien-ciais?
RAMATIS — É muito comum ouvirmos das pessoas, algumas explicações sem
lógica, das quais se utilizam para justificar atitudes reprováveis. Diz-se comumente "não fui
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eu quem fez aquilo" ou "não era eu naquele momento, pois eu não costumo fazer isto" ou
ainda "eu não sei o que deu em mim naquele momento".
Muitos até culpam os espíritos por atos que são intimamente seus, mesmo que tal
atitude seja novidade, ainda assim, será em sua maioria fruto das emersões mentais e
emocionais, que, irradiadas pelas projeções conscienciais, jorram no comportamento humano,
induzindo este a atitudes esdrúxulas por vezes, mas ainda assim atitudes pessoais e
conhecidas de seu praticante, mesmo que estivessem adormecidas há séculos, este, n'algum
tempo, já o fez!
Por isso a teoria das obsessões! Os espíritos nos induzem, mas somos nós os agentes
que consolidam os atos! Se nos induzem, é porque encontram nestas projeções coris-cienciais,
em cuja mesma dimensão operam estes espíritos, subsídios de desequilíbrio momentâneo!
Não há justificativas para quaisquer atos, e se os cometemos, é porque somos
potencialmente capazes de cometê-los.
84 — Isto significa que, se, no passado vivemos numa
personalidade de alguma espécie de gladiador ou assassino, esta
personalidade pode emergir, provocando alguma espécie de
distúrbio psíquico?
RAMATIS — E de onde vós pensais que se originam as enfermidades? É lógico
que toda a doença vem de comportamentos deteriorados. As "personalidades" não morrem
com o corpo, mas permanecem adormecidas no espírito. Se fosse ao contrário, todos as
criaturas más, após o desencarne, poderiam rumar para o mundo das bem-aven-turanças,
redimidas de seus atos! Isto não ocorre, e também não vos é novidade!
O que fomos no passado: pensamentos, atos, crenças e todo o manancial intelectivo
sempre haverá de ser anexado à encarnação posterior para ser lapidado. Motivo pelo qual
vossas oscilações temperamentais ainda são o maior inimigo, pois agem no silêncio de vosso
foro íntimo, provocando os maiores transtornos existenciais!
O que antes, noutra encarnação fora um comportamento, nesta apresentará como
tendência! Conforme adestramos nossos mecanismos de reprimenda de atitudes inferiores,
estas tendências, ao manifestarem-se poderão nos provocar sofrimentos em maior ou menor
grau, ou mesmo nada provocarem, dependendo exclusivamente de nossa capacidade de
observação e "transmutação" destas tendências!
Pois, afinal, temos o conhecimento de muitos que lutaram contra suas tendências
inferiores, alçando vôos mais altos. Prova de que, a possibilidade de transformação dos nossos
defeitos em qualidades é imensamente viável.
85 — Seria então a "reprimenda interior" o melhor caminho?
RAMATIS — Na falta de mecanismo menos destrutivo, vos resta reprimir
muitas das tendências que afloram em vosso âmago! Mas, insistimos que só a compreensão
destas tendências é que vos libertará, não sendo mais preciso reprimir nada! Com a represa
emocional esgotada, não haverá a necessidade das comportas estarem fechadas! Assim,
aprendereis a viver em harmonia com o cosmo!
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86 — Se bem entendemos, tratais o ato de "reprimir ", como
um ato de negação de nossas realidades íntimas. Seria isso?
RAMATIS — Reprimir a vontade de cometer algum sortilégio, não caracteriza
propriamente a negação de nossa realidade, mas sim, a consciência de que o resultado de um
ato qualquer acarreta uma reação da qual ainda não podeis fazer idéia! Pois que tudo reage
conforme nos propomos a atuar!
Mas isto não significa que tenhamos de furtar a nós próprios, as oportunidades de
crescimento natural por medo de tudo! O medo é fruto da ignorância e não lega crescimento a
ninguém. Temos que saber andar à beira do precipício, se assim for necessário, sem nos
alterarmos com a altura do abismo!
De outra forma, consideramos a vergonha de nos mostrarmos aos outros, de nos
vermos transparentes diante de tendências já praticadas, o maior inimigo do crescimento
evolutivo! O que podemos esconder dos outros, através do verniz de uma boa conversa, de
uma aparente espiritualiza-ção, não podemos jamais esconder de nós mesmos, pois nosso
maior juiz, a própria consciência, haverá de nos chamar à responsabilidade de uma conduta
reta, verdadeira bússola a nortear nosso rumo espiritual!
87 — Que quereis dizer com tais afirmações?
RAMATIS — Queremos dizer, que os vernizes da conveniência, constituem os
piores obstáculos de vazão destas pulsões deflagradas pelas projeções conscienciais, e que
ganham forma no campo do comportamento humano! Escondidas sob o orgulho doentio,
contaminam o campo celular, gerando as doenças medonhas que a humanidade tem
enfrentado nos últimos tempos!
Por isso o momento do autoconhecimento!
88 — Voltemos ao questionamento das personalidades
vivenciadas no passado. Por que estas interferem de maneira
intensa na existência vigente?
RAMATIS — Se partirmos do pressuposto de que a reencarnação, é sistema
evolutivo que faculta ao espírito, a oportunidade da correção e o aprimoramento, nada mais
natural, que estas personalidades aflorem trazendo a lembrança de que é necessária a
reciclagem dos comportamentos truncados.
É preciso compreender, que estas personalidades de passado em nada interferem, mas
se posicionam de forma a serem identificadas pela própria consciência encarnada, para que
esta lhes dê a finalidade do aperfeiçoamento.
A interpretação da interferência, somente ocorre, porque o afloramento nem sempre
provoca um quadro sinto-matológico agradável.
Percebemos que em muitas situações, a proposta encarnatória é positiva ao espírito,
mas a força que este propõe para modificar-se, muitas vezes não é suficiente, vindo a debater-
se com suas tendências, entranhadas em sua personalidade, e adquiridas nas noites dos
séculos.
89 — Seriam estas personalidades doentias como que vícios
físicos do tipo tabagismo, alcoolismo, drogadição e outros?
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RAMATIS — Ante uma comparação mais palpável; a mesma força que uma
criatura faz para adestrar suas tendências comportamentais, muitas vezes sucumbindo a si
própria, outra criatura, já envolvida por um dos hábitos supra citados, vê-se presa e subjugada
na teia dos vícios, sem forças para libertar-se deles!
Diríamos que a nocividade destas personalidades é bem maior, considerando que são
automatismos de nossa personalidade e se manifestam sem a menor percepção consciente. É
como se agíssemos e depois percebêssemos o grau de redundância de nossas atitudes.
Em muitos casos, são estas personalidades de passado que induzem as criaturas por
absoluta nostalgia ou apego. Mergulhando-na em situações viciosas e não raro compro-
metendo a encarnação vigente que constitui importante oportunidade de aprimoramento
espiritual.
90 — Como identificar quando uma personalidade desta
ordem nos domina ou nos induz a quaisquer atitudes?
RAMATIS —A identificação de algumas personalidades é absolutamente fácil,
mas, em geral, o acometido jamais admitiria que é dominado por suas tendências inferiores.
Infelizmente, pela absoluta falta de precisão de vosso vocabulário, precisamos repetir
sob várias óticas, para que cheguemos a um consenso de entendimento.
Falamos sobre a definição da palavra "inferior", que aos olhos de muitos, é algo de
caráter extremo. Pois não o é! Encontramos indícios de inferioridade em muitas atitudes, até
mesmo naquelas que vos são toleráveis. Isto é importante que se compreenda!
Podemos tecer uma teia de comportamentos que refletem estas personalidades; a
prepotência; as tendências ao domínio; a própria submissão; os medos, que caracterizam
traumas vivenciados noutras encarnações, e enfim, milhares e milhares de sentimentos que
vos provocam reações de insegurança.
Em verdade, todos sabemos o que sentimos, mas costumamos ignorar, ao invés de
buscarmos a fundo o que acarretou tais sentimentos.
Dentre as coisas inúteis da vida, muitos preferem passar o tempo "entulhando" a
mente de afazeres que os possibilitem fugir, em vez de resolverem-se!
Num mundo onde há verdadeira miscelânea de comportamentos e sentimentos, torna-
se difícil padronizarmos estes sintomas, mas seria proveitoso se cada qual fizesse um
mapeamento de seu próprio interior, visando a compreensão das tendências comportamentais!
91 — Estas tendências, em sua maioria, passam despercebidas,
ou sabemos que elas existem?
RAMATIS — Sabemos que elas existem em nosso interior! A maioria das
criaturas prefere acobertá-las por medo que os outros as descubram. Pois, uma das reações
mais ignominiosas do ser humano contemporâneo é o julgamento de outrem!
Estes juizes e promotores cotidianos, esquecem de que cada qual é "espelho vivo" um
do outro, a refletir imagens pouco agradáveis! Pois, o que vemos nos outros, e que mais nos
desperta a indignação; a ira; contrariedade; a incompreensão, nada mais são do que nossos
próprios quesitos mal resolvidos!
Basta de sermos tolerantes para com nossas imperfeições e condenarmos os outros que
se encontram no mesmo patamar, buscando as mesmas respostas, e enfim, o mesmo objetivo:
a redenção!
52
92 — Observando por este vetor, vemos que somos muito mais
conscientes do que possa parecer! O que dizeis sobre isto?
RAMATIS — Criaturas maduras, que sois, para olhar-des em vosso interior,
extirpando o que vos é nocivo, incorporando o que se faz necessário e transformando o que
faz parte de vós, e que não pode ser eliminado!
93 — Isso eqüivale dizer que a libertação da humanidade
resume-se na incorporação da moral, da conduta reta, bem
explanadas pelo preletor maior, Jesus, mas pouco compreendidas
ainda aos dias de hoje. Seria isto?
RAMATIS — O caminho deve ser seguido por esta indicação, mas não deveis
vos esquecer que toda criatura, mesmo a mais inferiorizada, ainda assim será uma criatura em
estado de moralização!
Portanto, cada indivíduo deve olhar mais para dentro de seu próprio interior, e se
perguntar, qual a reação das pessoas ante a revelação de seus pensamentos? Pois, se isso fosse
possível, o ser humano não seria tão implacável e intolerante, mas, ao contrário, cultuaria
mais a bonomia, a mansidão, a concórdia e outros atributos crísticos!
94 —Mas não seria verdadeira invasão de privacidade? Pois
nossos pensamentos constituem o único lugar onde somos livres!
RAMATIS — Ledo engano vosso! O pensamento é a vibração da alma! A alma
é vossa identidade no vasto mundo de energias!
O que se esconde dos outros através de um lindo "modelito", exala cheiro de
putrefação em nível energético!
Acaso Jesus não vos alertou sobre o poder do pensamento? Não vos esqueçais de que
o pensamento é a mais poderosa ferramenta posta sob vossa tutela. Para ele, não existe
barreira alguma. Sua potencialidade vos sintoniza aos mais altos padrões vibracionais dignos
da angelitude divina, como também aos mais profundos abismos que escondem os lodaçais
umbralinos!
Portanto, não sois tão livres no mundo dos pensamentos, devido ao poder que este
detém!
95 — E nossa intimidade, onde fica? Exposta a tudo e a todos?
RAMATIS — Vosso questionamento jamais provocaria comoção alguma em um
ser de maior evolução!
Pois somos o que pensamos! Vibramos de acordo com nossos pensamentos íntimos! O
pensamento é resultado da pulsação da vida, e é ele quem organiza os mais complexos
sistemas orgânicos. Mas, da mesma maneira que o pensamento organiza, degenera tão
rapidamente, que vosso piscar de olhos não seria capaz de resumir a rapidez deste processo!
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96 — Insistimos, não estaria se caracterizando "invasão " o
momento em que teríamos nosso pensamento receptado por
outrem?
RAMATIS — Tudo dependerá da intencionalidade pela qual dar-se-ia esta
invasão.
Não queremos aqui vos dizer que o mundo espiritual, através de seus complexos
mecanismos, estivesse a rastrear qualquer que seja a criatura. Por outro lado, a consciência de
que temos de ordenar nossos pensamentos, eliminando gradativa e firmemente todos aqueles
que contenham teores de baixa vibração, ecoa cada vez mais em nosso âmago.
No momento do despertar de vosso psiquismo, tudo o que é gerado em vosso âmago,
não tardará a vos denunciar, conduzindo-vos no mínimo às situações de constrangimento.
Nestes tempos de "vigiai e orai" a humanidade descobrirá toda a potencialidade do
pensamento alavancando sua própria felicidade!
Ramatis
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CAPÍTULO 5
Apêndice
Composto de perguntas anexas, organizado por Sebastião
Carvalho, para Ramatis e Navarana.
97 — Em "Mediunismo ", lemos a posição esclarecedora,
quanto à mediunidade não ser orgânica, isto é, não ser do corpo
físico, mas do perispírito.
Em outros momentos, lemos que a mediunidade não é um
dom, mas uma outorga, porque o dom já é patrimônio do espírito,
enquanto a mediunidade que agora é outorga, se bem utilizada
poderá vir a ser patrimônio no futuro?
RAMATIS — Todos sabemos que o elo que interliga vós encarnados ao mundo
espiritual, nem sempre se dá pelas responsabilidades dos dotes mediúnicos, que, antes de
serem entendidos como dom do espírito, são uma necessidade quase que compulsória ao
encarnante, visto que este, atuou em sua jornada reencarnacionista, com alguma
irresponsabilidade, gerando a necessidade do reparo, ante os estragos que cometera alhures.
Noutra situação, quando alguma criatura não possui mediunidade, ou, de alguma
maneira, não é percebida pelos meios mais conhecidos de análise de grau mediúni-co, seria
um equívoco, dizer que esta não possui mediunidade, e, por efeito, está livre da ciranda
cármica do reajuste ante as práticas caritativas, como bem nos ensina o Espiritismo.
Se a mediunidade é entendida hoje, como mecanismo "em anexo" ao equipo
perispirítico, é porque ainda se caracteriza em "corpo estranho", fazendo com que as defesas
naturais do espírito, através das manifestações psíquicas de desajustes sinalizem que há algo a
ser expelido. E bem sabeis que o prurido o qual vosso espírito precisa expelir, representa as
oportunidades mal aproveitadas outrora, em troca de prazeres efêmeros e fruitivos, no des-
frute da irresponsabilidade, ainda tão comum aos vossos dias.
Em outras palavras, mediunidade pode ser muito bem compreendida como o furúnculo
que ajuda o prurido dos sentimentos, que identificam o médium passível de quaisquer
desequilíbrios, gerados pela presença desta divina ferramenta, a ser escoado, esvaziando as
"bolsas infecciosas", na busca pela cura interior; e, depois de a criatura estiver plenamente
identificada com o Alto, quiçá, poderá trilhar os caminhos de um Jesus, espírito cujo dom
mediúnico, longe de desiquilibrá-Lo, proporciona, de maneira simbió-tica, o contato com o
próprio Deus, através de canais de elevada estirpe sideral: nossos irmãos mais evoluídos!
A conseqüente espiritualização do ser humano, tornando-se identificado com a
angelitude dos seres mais Altos, o tornará perpetuamente ligado ao mundo espiritual, até que,
por superação das exigências da reencarnação, não mais tenha de voltar à matéria, com o
intuito de assimilar as lições divinas, ligando-se cada vez mais ao seio do Pai, fazendo com
que o veículo que entendeis por mediunidade, não seja mais do que a consciência da
onipresença de Deus, no interior de cada criatura, que habita esta infinita residência cósmica,
a qual, todos moramos.
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98 — O que levou Kardec a aceitar a resposta da questão 723
do LÊ, quando A Verdade afirmou que a "carne nutre a carne", ou
o homem pereceria, dando-nos a impressão de manifestar-se em
favor do carnivorismo, ignorando o vegetarianismo e os próprios
animais vegetarianos?
RAMATÍS —Trata-se de uma posição muito delicada, levando em conta que o
ocidental, não está preparado para assimilar alguns milhares de conceitos, que por tal motivo,
encontram-se adormecidos nos arredores da psicosfera ter-rícola.
As culturas do ocidente, no que tange certos hábitos, principalmente o vegetarianismo,
ainda não conseguiram assimilar a proposta da conscientização alimentar! Não é possível que
o homem, tendo adentrado o Terceiro Milênio, ainda precise justificar que os animais, irmãos
menores, ganhem evolução, através do sacrifício de suas próprias vidas. E, que suas vísceras e
corpos, requintadamen-te trucidados, enfeitem os banquetes de ceias festivas, presenciando os
discursos de líderes de sociedades protetoras de animais, e, outros ecologistas, indignados
com a extinção das espécies, que compõe vossa fauna terrícola.
Sem dúvida alguma, o homem adentra à Era do men-talismo, com o arquétipo do
primitivismo empírico, onde, pela experiência, enfatiza que precisa da proteína animal,
temeroso de que seu corpo padeça!
A necessidade da alimentação carnívora, faz-se importante ao ser humano pela
imposição, no momento em que este, ao iniciar, em sua existência corpórea, os primeiros
experimentos gastronômicos, preparados com muito amor por seus progenitores, nem sequer é
questionado, se gostaria de comer carne, ou, preferiria alguma pasta de legumes. Pois não
consegue, pela força de seu estado psicológico, ainda precário, dizer que o que lhe estão
servindo como alimentação, não é mais do que uma violência ao tão frágil aparelho digestivo!
Por outro lado, a confiança de quem lhe é dada a tarefa tutelaria, se mostra inconteste, a ponto
de tomar do mais letal veneno, pensando ser remédio, se lhe oferecerem.
Como vedes, as viciações gastronômicas iniciam logo no berço, tornando, acima de
tudo, com o passar do tempo, muito mais um hábito alimentar, do que qualquer outra
necessidade, como afirmam aqueles que defendem a alimentação carnívora!
99 — Ainda, dentro das questões da alimentação, muitos
afirmam que Hitler também era vegetariano. Assim dizem, com o
intuito de alegar que vegetarianismo não projeta ninguém aos
auspícios da evolução. O que dizeis a respeito?
RAMATÍS — De uma vez por todas, é preciso compreender que não foi o hábito
alimentar de Hitler, que o levou à prática do genocídio ignominioso, e sim, sua conduta e
ambição!
Mas, da mesma forma que Hitler era vegetariano, Jesus, sintonizado com as propostas
do Alto, também mantinha alimentação frugal, abolindo as viciações terrícolas, e, pela
natureza de seu espírito amoroso, não tomou a mesma atitude que Hitler.
Com isso, quer-se dizer que a prática de uma alimentação vegetariana, longe de dotar
alguma criatura de inspirações altruísticas, apenas predispõe ao ser humano, ao retorno de sua
intrínseca natureza, deixando a alimentação carnívora, às criaturas selvagens, às quais o
instinto, lhes servem como meio de sobrevivência!
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100 — Recentes textos foram escritos atribuindo a
Hercílio Mães, vosso médium, atualmente no plano incor-
póreo, diversos defeitos da recepção e transmissão das mensagens de
Ramatís. Qual a realidade em torno destes fatos?
NAVARANA — A importância do conteúdo que jul-gais anímico, ou mesmo
duvidoso, nas mensagens psico-grafadas por nosso tão disciplinado irmão, que hoje nos
auxilia no mesmo plano, espiritual, torna-se totalmente irrelevante diante dos resultados
obtidos mediante sua nobre proposta de ser o porta-voz de Ramatís.
Quantos de vós não, encontraram o seio da doutrina espírita, através da contribuição
de Hercílio Mães? Quantos encontraram o equilíbrio espiritual, e a conseqüente cura das
enfermidades físicas, geradas pelos desajustes do espírito, através dos pêndulos, da radiestesia
e da homeo-patia, procedimentos tão bem aplicados por este irmão, em plena sintoma com os
espíritos luminares, seus mentores?
Cuidai, pois, de fazer-se valer as ações, que constróem as sólidas bases de um edifício,
o qual representa vossa caminhada evolutiva. Pois muitos "engenheiros e edificadores de
edifícios já erguidos", encontram-se por aí, esperando o momento em que lançarão sobre os
incautos, as dúvidas mais esdrúxulas, em troca de sua eventual sabedoria, tentando ganhar
espaço, às custas das infâmias e inver-dades, atiradas à revelia, como que dardos venenosos!
Se nosso nobre Hercílio Mães revelou, em seus escritos psicográficos, alguma falha,
previamente identificada por algum qualificado perito, então podemos afirmar em caráter
excepcional, que este tão laborioso espírito, enquanto no mundo corpóreo, fez tudo o que seu
bom senso lhe permitiu, sacrificando momentos familiares, e folgas que vosso calendário
sugere, compondo os escritos, que hoje representam a obra deste iluminado irmão Ramatis, o
qual, podemos lembrar fraternalmente, que vosso país, é pátria privilegiada, por ter sido
escolhida como a vertente de seus ensinamento, calcados sob a égide de Jesus!
Portanto, na ausência de uma solução eficaz, a crítica desmorona, qual muralha
envelhecida pelas intempéries da natureza!
101 — Poderia explicar com mais detalhes, antigas
informações de Hercílio Mães, quanto às dificuldades encontradas
por Ramatís quando dialogou com o "príncipe do mundo ", para
executar a obra?
NAVARANA — Antes de iniciar a divulgação de sua mensagem, Ramatís foi
aconselhado, pelas altas entidades siderais, a manter uma breve conferência com alguns líde-
res dos Umbrais.
Esta conferência, cuja proposta era de manter a paz, em seu grau máximo possível,
contou com a presença de espíritos luminares, a fornecer sustentáculo a Ramatís, para que
este adentrasse às regiões mais profundas dos Umbrais, reunindo-se então, com personalidade
tão conhecida e amplamente citada, como a dirigente de instituição umbralina ligada aos
desvarios do sexo, Tamerlão!
Este espírito, que já habitou as esferas da carne, conseguira reunir inestimável número
de comparsas, e, cujo objetivos apontavam para todos aqueles que, mensageiros do Cristo,
haveriam de propagar Seus ensinamentos.
Ramatís, esteve pessoalmente com Tamerlão, que nesta ocasião, contou com o
atrelamento de outros líderes umbralinos, pedindo, em tom vulgar, o pagamento de pedágio,
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para que Ramatís, através de seus mediadores encarnados, pudesse realizar seu nobre ofício
de conscientização espiritual.
Tal proposta, beirava o cúmulo! Exigiram algo do tipo, mil favores, em troca de
pequena concessão, temporária!
Diante da irredutibilidade destes líderes umbralinos, Ramatís lembrou que sua
proposta de bom convívio, havia caído por terra, enfatizando, conciso, que seu desiderato
tornar-se-ia, invariavelmente, grande obstáculo às negociações insensatas daqueles dirigentes,
e, disposto a realizar sua proposta, aliado às forças do Bem, estaria iniciando, tão logo
estivessem definidas as primeiras propostas reen-carnatórias, de espíritos ligados à sua
falange.
E eis que todo o projeto, saiu dos planos sidéreos para então, configurar a realidade
que se apresenta diante de vós!
Afirmo para vós, nestas palavras, o que me foi permitido revelar, por Ramatís!
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Posfácio
Leitor assíduo de Ramatís por seu médium Hercílio Mães, jamais encontrei em outros
trabalhos psicografados estilo igual. Não poderia mesmo, pois a dupla se tornou inimitável,
até à data presente. Continuo pensando que o estilo é o homem, e o espírito se reconhece pelo
estilo.
Roger Bottini Paranhos "advertiu-me", indiretamente, em seu excelente livro SOB O
SIGNO DE AQUÁRIO: eu poderia estar preso à letra dos espíritos amigos, mais que ao
espírito dos novos textos, feitos por outros médiuns!
Daí centrar-me na localização do propósito aberto de Ramatís: abordagem
universalista, convidando ao raciocínio próprio, livre do 'espírito de sistema', buscando nos
parâmetros do Evangelho e do Espiritismo Universalista o fio condutor do Cristo Cientista.
Aquela vestidura luminosa dos primitivos originais e a "dialética encantadora", marcas
registradas da dupla Ramatís/Hercílio Mães, só poderia retornar através de mediuni-dade
mecânica ou equivalente...
Não conhecendo Psicanálise, não posso tecer sobre a mesma considerações técnicas,
daí ter — este posfácio ao livro O UNIVERSO HUMANO — sido escrito sobre o jovem
médium Mareio Godinho.
A primeira vez que ouvi seu nome foi pela boca de Sérgio Carvalho, da Editora do
Conhecimento, a quem Mareio ofereceu pequenos trechos de seu livro de estréia FLORES
DO ORIENTE. Sérgio Carvalho solicitou-me a colaborar na revisão , como fiz nos demais
livros de sua editora, sempre como voluntário de boa vontade.
Depois do prefácio assinado Hercílio Mães, no qual identifiquei, pela acústica da
alma, sons familiares, escrevi a esse querido irmão, agora também "guia" de Mareio Godinho,
uma longa missiva, na qual lhe fazia cerca de dez perguntas, envolvendo assuntos de mais de
três décadas passadas; tocando questões levemente esboçadas, fi-lo de tal maneira que outro
leitor que não Hercílio Mães não saberia como responder, pois eram reminiscências de
diálogos particulares, conversados no Rio e em Curitiba, nas viagens que fiz e durante as
quais nos entrevistamos, de 1968 em diante.
Naturalmente deixei-o à vontade para responder ou não, pois Allan Kardec ensina este
aspecto com muita clareza, uma vez que a opção é dos desencarnados.
Mas o que estava em jogo era a real identificação e vincu-lação entre encarnado e
desencarnados!
Dias depois Mareio Godinho remeteu ao Sérgio Carvalho a resposta, e este me
retransmitiu por e-mail. Lá estava o texto de Hercílio Mães, explicando-se por não atender
como solicitado; disse-me que muitas das perguntas seriam respondidas no miolo dos futuros
livros que eu iria revisar, localizando-as por "acaso"...
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Mas deu uma informação nova, por mim totalmente ignorada: que perguntasse à sua
querida "Lola" (sua atual viúva), o que aconteceu com ela, aos dois meses de casados, naquele
dia em que escorregou na cozinha e teve um aborto espontâneo do primeiro filho. Disse mais:
esse filho seria o espírito que hoje ostenta o nome de Mareio Godinho.
Ficamos muito emocionados e admirados com o desenrolar dos fatos, mas nos
movimentamos e a irmã Mariléa de Castro, de Porto Alegre/ RS, conversou com Da. Lola ao
telefone, ficando tudo confirmado.
Então sugerimos ao Mareio Godinho que a visitasse em Curitiba, para reatar laços do
coração, eventualmente rompidos, o que se concretizou poucos meses depois, com imensa
alegria para todos nós que acompanhávamos o assunto, enquanto não se editava o livro em
questão.
Dizia mais o original de três páginas a mim dirigido: após quatro anos de recuperação
hospitalar no Alto, Ramatís sinalizou para seu fiel discípulo Hercílio que era chegada a hora
de reciclar-se, para retornar ao trabalho interrompido. Então Ramatís apresentou-lhe o jovem
Mareio Godinho (em desdobramento), dizendo-lhe que dali em diante ele voltaria à atividade,
inclusive convidando outros médiuns a receberem as muitas mensagens sob a supervisão de
ambos, naquele programa milenar de psicografia.
Alguns foram convidados, e recusaram; outros, irão surgindo e assumirão a
responsabilidade — urgente mas não apressada —, todos submetendo-se à avaliação do
Leitor, único Juiz competente para saber dos fatos.
Eis o motivo que justificaria meu nome neste segundo livro de Mareio Godinho. Eu,
como todo leitor, devo seguir minha própria intuição: ouvindo-a, ouço Deus!
Sebastião de Carvalho
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Paz, Luz e Amor
RAMATIS
Espírito responsável pela presente obra. Sua missão consiste em estimular as almas
desejosas de seguirem o Mestre, auxiliando o advento da grande Era da Fraternidade que se
aproxima.
(Desenho mediúnico por DINORAH S. ENÉIAS)
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RAMATIS
Uma Rápida Biografia
A ÚLTIMA ENCARNAÇÃO DE RAMATIS
SWAMI SRI RAMATIS
(3 partes)
Parte I
Na Indochina do século X, o amor por um tapeceiro hindu, arrebata o coração de
uma vestal chinesa, que foge do templo para desposa-lo. Do entrelaçamento dessas duas
almas apaixonadas nasce uma criança. Um menino, cabelos negros como ébano, pele na
cor do cobre claro, olhos aveludados no tom do castanho escuro, iluminados de ternura.
O espírito que ali reencarnava, trazia gravada na memória espiritual a missão de
estimular as almas desejosas de conhecer a verdade. Aquela criança cresce demonstrando
inteligência fulgurante, fruto de experiências adquiridas em encarnações anteriores.
Foi instrutor em um dos muitos santuários iniciáticos na Índia. Era muito
inteligente e desencarnou bastante moço. Já se havia distinguido no século IV, tendo
participado do ciclo ariano, nos acontecimentos que inspiraram o famoso poema hindu
"Ramaiana", (neste poema há um casal, Rama e Sita, que é símbolo iniciático de
princípios masculino e feminino; unindo-se Rama e atis, Sita ao inverso, resulta Ramaatis,
como realmente se pronuncia em Indochinês) Um épico que conte todas as informações
dos Vedas que juntamente com os Upanishades, foram as primeiras vozes da filosofia e da
religião do mundo terrestre, informa Ramatis que após certa disciplina iniciática a que se
submetera na china, fundou um pequeno templo iniciático nas terras sagradas da Índia
onde os antigos Mahatmas criaram um ambiente de tamanha grandeza espiritual para seu
povo, que ainda hoje, nenhum estrangeiro visita aquelas terras sem de lá trazer as mais
profundas impressões à cerca de sua atmosfera psíquica.
Foi adepto da tradição de Rama, naquela época, cultuando os ensinamentos do
"Reino de Osiris", o Senhor da Luz, na inteligência das coisas divinas. Mais tarde, no
Espaço, filiou-se definitivamente a um grupo de trabalhadores espirituais cuja insígnia,
em linguagem ocidental, era conhecida sob a pitoresca denominação de "Templários das
cadeias do amor". Trata-se de um agrupamento quase desconhecido nas colônias
invisíveis do além, junto a região do Ocidente, onde se dedica a trabalhos profundamente
ligados à psicologia Oriental.
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Os que lêem as mensagens de Ramatis e estão familiarizados com o simbolismo do
Oriente, bem sabe o que representa o nome "RAMA-TIS", ou "SWAMI SRI RAMA-
TYS", como era conhecido nos santuários da época. É quase uma "chave", uma
designação de hierarquia ou dinastia espiritual, que explica o emprego de certas
expressões que transcendem as próprias formas objetivas. Rama o nome que se dá a
própria divindade, o Criador cuja força criadora emana ; é um Mantram: os princípios
masculino e feminino contidos em todas as coisas e seres. Ao pronunciarmos seu nome
Ramaatis como realmente se pronuncia, saudamos o Deus que se encontra no interior de
cada ser.
Parte II
O templo por ele fundado foi erguido pelas mãos de seus primeiros discípulos.
Cada pedra de alvenaria recebeu o toque magnético pessoal dos futuros iniciados. Nesse
templo ele procurou aplicar a seus discípulos os conhecimentos adquiridos em inúmeras
vidas anteriores.
Na Atlântida foi contemporâneo do espírito que mais tarde seria conhecido como
Alan Kardec e, na época, era profundamente dedicado à matemática e às chamadas
ciências positivas. Posteriormente, em sua passagem pelo Egito, no templo do faraó
Mernefta, filho de Ramsés, teve novo encontro com Kardec, que era, então, o sacerdote
Amenófis.
No período em que se encontrava em ebulição os princípios e teses esposados por
Sócrates, Platão, Diógenes e mais tarde cultuados por Antístenes, viveu este espírito na
Grécia na figura de conhecido mentor helênico, pregando entre discípulos ligados por
grande afinidade espiritual a imortalidade da alma, cuja purificação ocorreria através de
sucessivas reencarnações. Seus ensinamentos buscavam acentuar a consciência do dever,
a auto reflexão, e mostravam tendências nítidas de espiritualizar a vida. Nesse convite a
espiritualização incluía-se no cultivo da música, da matemática e astronomia.
Cuidadosamente observando o deslocamento dos astros conclui que uma Ordem
Superior domina o Universo. Muitas foram suas encarnações, ele próprio afirma ser um
número sideral.
O templo que Ramatis fundou, foi erguido pelas mãos de seus primeiros discípulos
e admiradores. Alguns deles estão atualmente reencarnados em nosso mundo, e já
reconheceram o antigo mestre através desse toque misterioso, que não pode ser explicado
na linguagem humana.
Embora tendo desencarnado ainda moço, Ramatis aliciou 72 discípulos que, no
entanto, após o desaparecimento do mestre, não puderam manter-se a altura do padrão
iniciático original.
Eram adeptos provindos de diversas correntes religiosas e espiritualistas do Egito,
Índia, Grécia, China e até mesmo da Arábia. Apenas 17 conseguiram envergar a simbólica
"Túnica Azul" e alcançar o último grau daquele ciclo iniciático.
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Em meados da década de 50, à exceção de 26 adeptos que estavam no Espaço
(desencarnados) cooperando nos trabalhos da "Fraternidade da Cruz e do Triângulo", o
restante havia se disseminado pelo nosso orbe, em várias latitudes geográficas. Destes, 18
reencarnaram no Brasil, 6 nas três Américas (do Sul, Central e do Norte), e os demais se
espalharam pela Europa e, principalmente, pela Ásia.
Em virtude de estar a Europa atingindo o final de sua missão civilizadora, alguns
dos discípulos lá reencarnados emigrarão para o Brasil, em cujo território - afirma
Ramatis - se encarnarão os predecessores da generosa humanidade do terceiro milênio.
A Fraternidade da Cruz e do Triângulo, foi resultado da fusão no século passado,
na região do Oriente, de duas importantes "Fraternidades" que operavam do Espaço em
favor dos habitantes da Terra. Trata-se da "Fraternidade da Cruz", com ação no Ocidente,
divulgando os ensinamentos de Jesus, e da "Fraternidade do Triângulo", ligada à tradição
iniciática e espiritual do Oriente. Após a fusão destas duas Fraternidades Brancas,
consolidaram-se melhor as características psicológicas e objetivo dos seus trabalhadores
espirituais, alterando-se a denominação para "Fraternidade da Cruz e do Triângulo" da
qual Ramatis é um dos fundadores.
Supervisiona diversas tarefas ligadas aos seus discípulos na Metrópole Astral do
Grande Coração. Segundo informações de seus psicógrafos, atualmente participa de um
colegiado no Astral de Marte.
Seus membros, no Espaço, usam vestes brancas, com cintos e emblemas de cor
azul claro esverdeada. Sobre o peito trazem delicada corrente como que confeccionada em
fina ourivesaria, na qual se ostenta um triângulo de suave lilás luminoso, emoldurando
uma cruz lirial. É o símbolo que exalta, na figura da cruz alabastrina, a obra sacrificial de
Jesus e, na efígie do triângulo, a mística oriental.
Asseguram-nos alguns mentores que todos os discípulos dessa Fraternidade que se
encontram reencarnados na Terra são profundamente devotados às duas correntes
espiritualistas: a oriental e a ocidental. Cultuam tanto os ensinamentos de Jesus, que foi o
elo definitivo entre todos os instrutores terráqueos, tanto quanto os labores de Antúlio, de
Hermés, de Buda, assim como os esforços de Confúcio e de Lao-Tseu. É esse um dos
motivos pelos quais a maioria dos simpatizantes de Ramatis, na Terra, embora
profundamente devotados à filosofia cristã, afeiçoam-se, também, com profundo respeito,
à corrente espiritualista do Oriente.
Soubemos que da fusão das duas "Fraternidades" realizada no espaço, surgiram
extraordinários benefícios para a Terra. Alguns mentores espirituais passaram, então, a
atuar no Ocidente, incumbindo-se mesmo da orientação de certos trabalhos espíritas, no
campo mediúnico, enquanto que outros instrutores ocidentais passaram a atuar na Índia,
no Egito, na China e em vários agrupamentos que até agora eram exclusivamente
supervisionados pela antiga Fraternidade do Triângulo.
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Parte III
Os Espíritos orientais ajudam-nos em nossos trabalhos, ao mesmo tempo em que
os da nossa região interpenetram os agrupamentos doutrinários do Oriente, do que resulta
ampliar-se o sentimento de fraternidade entre Oriente e Ocidente, bem como aumentar-se
a oportunidade de reencarnações entre espíritos amigos.
Assim processa-se um salutar intercâmbio de idéias e perfeita identificação de
sentimentos no mesmo labor espiritual, embora se diferenciem os conteúdos psicológicos
de cada hemisfério. Os orientais são lunares, meditativos, passivos e desinteressados
geralmente da fenomenologia exterior; os ocidentais são dinâmicos, solarianos, objetivos
e estudiosos dos aspectos transitórios da forma e do mundo dos Espíritos.
Os antigos fraternistas do "Triângulo" são exímios operadores com as "correntes
terapêuticas azuis", que podem ser aplicadas como energia balsamizante aos sofrimentos
psíquicos, cruciais, das vítimas de longas obsessões. As emanações do azul claro, com
nuanças para o esmeralda, além do efeito balsamizante, dissociam certos estigmas "pré-
reencarnatórios" e que se reproduzem periodicamente nos veículos etéricos. Ao mesmo
tempo, os fraternistas da "Cruz", conforme nos informa Ramatis, preferem operar com as
correntes alaranjadas, vivas e claras, por vezes mescladas do carmim puro, visto que as
consideram mais positivas na ação de aliviar o sofrimento psíquico.
É de notar, entretanto, que, enquanto os técnicos ocidentais procuram eliminar de
vez a dor, os terapeutas orientais, mais afeitos à crença no fatalismo cármico, da
psicologia asiática, preferem exercer sobre os enfermos uma ação balsamizante,
aproveitando o sofrimento para a mais breve "queima" do carma.
Eles sabem que a eliminação rápida da dor pode extinguir os efeitos, mas as causas
continuam gerando novos padecimentos futuros. Preferem, então, regular o processo do
sofrimento depurador, em lugar de sustá-lo provisoriamente. No primeiro caso, esgota-se
o carma, embora demoradamente; no segundo, a cura é um hiato, uma prorrogação
cármica.
Apesar de ainda polêmicos, os ensinamentos deste grande espírito, despertam e
elevam as criaturas dispostas a evoluir espiritualmente. Ele fala corajosamente a respeito
de magia negra, seres e orbes extra-terrestres, mediunismo, vegetarianismo etc. Estas
obras (15 Psicografadas pelo saudoso médium paranaense Hercílio Maes (sabemos que 9
exemplares não foram encontrados depois do desencarne de Hercílio... assim, se
completaria 24 obras de Ramatís) e 7 psicografadas por América Paoliello) têm
esclarecido muito os espíritos ávidos pelo saber transcendental. Aqueles que já possuem
características universalistas, rapidamente se sensibilizam com a retórica ramatisiana.
Para alguns iniciados, Ramatís se faz ver, trajado tal qual Mestre Indochinês do
século X, da seguinte forma, um tanto exótica:
Uma capa de seda branca translúcida, até os pés, aberta nas laterais, que lhe cobre
uma túnica ajustada por um cinto esmeraldino. As mangas são largas; as calças são
ajustadas nos tornozelos (similar às dos esquiadores).
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Os sapatos são constituídos de uma matéria similar ao cetim, de uma cor azul
esverdeado, amarrados com cordões dourados, típicos dos gregos antigos.
Na cabeça um turbante que lhe cobre toda a cabeça com uma esmeralda acima da
testa ornamentado por cordões finos e coloridos, que lhe caem sobre os ombros, que
representam antigas insígnias de atividades iniciáticas, nas seguintes cores com os
significados abaixo:
Carmim - O Raio do Amor
Amarelo - O Raio da Vontade
Verde - O Raio da Sabedoria
Azul - O Raio da Religiosidade
Branco - O Raio da Liberdade Reencarnatória
Esta é uma característica dos antigos lemurianos e atlantes. Sobre o peito, porta
uma corrente de pequenos elos dourados, sob o qual, pende um triângulo de suave lilás
luminoso emoldurando uma cruz lirial. A sua fisionomia é sempre terna e austera, com
traços finos, com olhos ligeiramente repuxados e tês morena.
Muitos videntes confundem Ramatís com a figura de seu tio e discípulo fiel que o
acompanha no espaço; Fuh Planu, este se mostra com o dorso nu, singelo turbante, calças
e sapatos como os anteriormente descritos. Espírito jovem na figura humana reencarnou-
se no Brasil e viveu perto do litoral paranaense. Excelente repentista, filósofo sertanejo,
verdadeiro homem de bem.
Segundo Ramatís, seus 18 remanescentes, se caracterizam por serem
universalistas, anti-sectários e simpatizantes de todas as correntes filosóficas e religiosas.
Dentre estes 18 remanescentes, um já desencarnou e reencarnou novamente:
Atanagildo; outro, já desencarnado, muito contribuiu para obra ramatiziana no Brasil - O
Prof. Hercílio Maes, outro é Demétrius, discípulo antigo de Ramatís e Dr. Atmos, (Hindu,
guia espiritual de APSA e diretor geral de todos os grupos ligados à Fraternidade da Cruz
e do Triângulo) chefe espiritual da SER.
No templo que Ramatis fundou na Índia, estes discípulos desenvolveram seus
conhecimentos sobre magnetismo, astrologia, clarividência, psicometria, radiestesia e
assuntos quirológicos aliados à fisiologia do "duplo-etérico".
Os mais capacitados lograram êxito e poderes na esfera da fenomenologia
mediúnica, dominando os fenômenos de levitação, ubiqüidade, vidência e psicografia de
mensagens que os instrutores enviavam para aquele cenáculo de estudos espirituais. Mas o
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principal "toque pessoal" que Ramatis desenvolveu em seus discípulos, em virtude de
compromisso que assumira para com a fraternidade do Triângulo, foi o pendor
universalista, a vocação fraterna, crística, para com todos os esforços alheios na esfera do
espiritualismo.
Ele nos adverte sempre de que os seus íntimos e verdadeiros admiradores são
também incondicionalmente simpáticos a todos os trabalhos das diversas correntes
religiosas do mundo. Revelam-se libertos do exclusivismo doutrinário ou de dogmatismos
e devotam-se com entusiasmo a qualquer trabalho de unificação espiritual.
O que menos os preocupa são as questões doutrinárias dos homens, porque estão
imensamente interessados nos postulados crísticos.
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