rafael valdomiro gre ca de macedo - terra sem males...casado, engenheiro civil, portador da c dula...

Av. Agamenon Magalhães, 444 7º andar, Empresarial Shopping Difusora, Maurício de Nassau -‐ Caruaru PE CEP: 55012-‐290 Telefone: (81) 2103-‐9770

Av. Governador Agamenon Magalhães, 2615 17º andar, Edf. Burle Marx, Boa Vista, Recife/PE CEP: 50050-‐290 Telefone: (81) 3076-‐2203

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ______ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DO FORO CENTRAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - PR

RAFAEL VALDOMIRO GRECA DE MACEDO, brasileiro,

casado, engenheiro civil, portador da cédula de identidade RG nº 531.233-

7/SSP/PR e inscrito no CPF/MF sob o nº 232.242.319-04 (DOC 01), com

endereço na Rua Coronel Dulcídio, 303, Curitiba - PR, por seus advogados

legalmente constituídos na forma da procuração em anexo (DOC 02), vem,

com todo o respeito e acatamento, à presença de Vossa Excelência, com

fundamento no art. 318, 330 e seguintes do Código de Processo Civil e demais

dispositivos legais aplicáveis à espécie, propor:

AÇÃO DE ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

contra o MUNICÍPIO DE CURITIBA, pessoa jurídica de direito público interno,

com sede na Av. Cândido de Abreu, 817, Curitiba, Estado do Paraná, CEP

80530-908, na pessoa de seu ilustre Procurador Geral - nos termos do art. 75,

III, do CPC (2015), que será notificado diretamente pelo Sistema PROJUDI ou

na sede da Procuradoria Geral do Município, e FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA, pessoa jurídica de direito público, que será notificado diretamente

pelo Sistema PROJUDI ou na sua sede localizada na rua Engenheiro

Rebouças, 1.732, Curitiba – PR, pelas razões de fato e de direito a seguir

articuladas.

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PROJUDI - Processo: 0006472-28.2016.8.16.0004 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Olivar Coneglian,

26/09/2016: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial



1. DOS FATOS

Trata-se de Ação Anulatória com pedido de Tutela de Urgência

visando a suspender liminarmente sindicância administrativa instaurada com

abuso de poder e abuso de político e, no mérito, reconhecer a ilegalidade, bem

como a prescrição da pretensão sancionatória, com determinação para o

arquivamento do processo administrativo, em face da sua total teratologia.

O Requerente foi Prefeito da Cidade de Curitiba dos anos de

1993 a 1996 e atualmente concorre novamente ao cargo majoritário, estando

em 1º lugar em todas as pesquisas de opinião12 (DOC 03 e 04)

Por conta da campanha eleitoral, o atual Prefeito de Curitiba,

em processo de reeleição, vem se utilizando da máquina pública de forma

irresponsável e ardilosa, por meio de atos travestidos de interesse público, que

na verdade têm como único objetivo as eleições que se aproximam, em

flagrante de abuso de poder e abuso político.

1.1. DA ACUSAÇÃO DO FURTO DE PEÇAS DO ACERVO DA FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA

No dia 21 de setembro do corrente ano, a Folha de São Paulo3

publicou que a Fundação Cultural de Curitiba estaria apurando o

desaparecimento de 12 obras de arte pertencentes ao museu Municipal Casa

Klemtz e que a suspeita da instituição, com base em “indícios fortíssimos”, era

de que parte deste acervo estivesse numa chácara do Requerente, ex-prefeito

de Curitiba, no Município de Piraquara (DOC 05).

Em resposta ao Jornal, o Requerente esclareceu o seguinte: 1 http://g1.globo.com/pr/parana/eleicoes/2016/noticia/2016/08/greca-lidera-disputa-para-prefeitura-de-curitiba-com-28-diz-ibope.html 2 http://g1.globo.com/pr/parana/eleicoes/2016/noticia/2016/09/em-curitiba-rafael-greca-tem-45-e-gustavo-fruet-16-diz-ibope.html 3 http://www1.folha.uol.com.br/poder/eleicoes-2016/2016/09/1815288-sumico-de-peca-historica-causa-embate-entre-candidatos-em-curitiba.shtml

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“Greca disse ainda que o mobiliário de sua casa são objetos de herança, sendo os mais expressivos declarados à Receita. Sobre as peças, Greca diz que "se há semelhança é de estilo do mobiliário da época, comum nas residências tradicionais de Curitiba, grande centro de produção moveleira".

"Os móveis de madeira de estilo eclético eram copiados diferentes vezes por um mesmo artesão. Os de ferro eram reproduzidos pela fundição Mueller", diz a nota.

No mesmo dia da referida reportagem, 21/09, com base na

denúncia de moradores, a polícia civil efetuou a prisão em flagrante de dois

homens, que se identificaram como Guardas Municipais de Curitiba, em frente

à propriedade do Requerente no Município de Piraquara, portando armas e

colete a prova de balas de propriedade do Município de Curitiba, utilizando um

automóvel locado da empresa COTRANS pela campanha de reeleição de

Gustavo Fruet (empresa que presta serviços de locação de automóveis para o

Município de Curitiba), que informaram aos policiais, quando da abordagem,

que estariam ali a mando de seus superiores fazendo uma investigação em

razão da suspeita de que numa chácara próxima estariam armazenados bens

pertencentes à Secretaria de Cultura do Município. Segue em anexo a

divulgação da matéria na mídia (DOC 06), bem como a cópia do Boletim de

Ocorrência (DOC 07).

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Ou seja, servidores e equipamentos do Município foram

utilizados em flagrante abuso de poder, locupletação da função pública, total

absolutismo, pois é certo que os servidores da Guarda Municipal não têm,

como atribuição, investigação de suposto furto, ainda mais em outro Município.

O Requerente tomou conhecimento de que no dia 22 de

setembro de 2016 foi instaurada sindicância visando apurar o desaparecimento

de alguns objetos da Casa Klemtz (DOC 08), ou seja, somente após a matéria

jornalística convenientemente divulgada às vésperas do pleito eleitoral,

elaborada com base nas informações da própria Fundação Cultural de Curitiba

– FCC, sem nenhuma prova das suposições divulgadas ao jornal, é que a

Fundação resolveu agir para apurar o suposto desaparecimento dos bens.

Estranho é que, primeiro, a Fundação Cultural divulga pela

Folha de São Paulo o suposto desaparecimento das obras de arte (dia 21/09);

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em seguida, requer a instauração da sindicância (22/09), sendo que

surpreendentemente, tudo ocorre no mesmo dia: o protocolo, o pedido para

abertura da sindicância, bem como a expedição do ofício para que o

Requerente prestasse depoimento perante a comissão. Tudo no mesmo dia!

Essa extrema agilidade, nunca vista antes em nenhum serviço

público municipal de Curitiba, evidencia o abuso de poder do ato administrativo,

pelo simples fato de que a Municipalidade deu falta desses objetos já no ano

de 2001, ou seja, há mais de 15 anos, sem que nenhuma atitude

administrativa tivesse sido tomada por parte do Município, que somente agora,

às vésperas do pleito eleitoral, divulga o suposto desaparecimento e

levianamente acusa o Requerente como responsável por isso. Outrossim,

abusa-se do poder político para provocar nítida modificação no panorama

eleitoral, utilizando-se da maquina pública na busca de fins espúrios ao Direito.

Essa celeridade não para apurar o fato ilícito, mas, sim, para

render notícia e ganho eleitoral, é cristalinamente demonstrada com as próprias

alegações do Presidente da Fundação Cultural de Curitiba no ofício nº

168/2016, dirigido a este requerente, posto que o Presidente admite que, em

28 de agosto de 2013, teria recebido relatório solicitando providências dos

órgãos municipais para a obtenção de demais provas e informações tendentes

a configurar indícios de autoria sobre o furto dos bens.

No parágrafo seguinte o Presidente afirma que:

“ O resultado de tal levantamento foi infrutífero, concluído apenas em

março de 2015, sendo procedido contato com cada órgão, não se

evidenciando, segundo o despacho constante às fls. (verso do

relatório), qualquer evidência que permitiria conclusão sobre qualquer indício de autoria.

Tal providência foi adotada, até mesmo porque já existiam comentários

sobre tais desaparecimentos durante a então gestão do Prefeito Rafael

Greca, sendo que em tal época, quem assumiu a Presidência da

Instituição em referência teria sido sua esposa, sendo que em havendo

possibilidade de repercussão sobre a situação visto que os

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comentários remontavam à prática ilícita mas não a de uma autoria,

(HOJE OBJETO DOS JORNAIS) antes do envio à CPS preferi proceder

à tais levantamentos para que tal situação não fosse veiculada sem a

certeza dos fatos, nunca no sentido de proteger quem quer que seja,

mas no sentido de evidenciar a autoria dos fatos.” (g.n)

Ou seja, no ofício o gestor da Fundação Cultural justifica o

encaminhamento da sindicância só agora em razão da suposta autoria “hoje

objeto dos jornais”, sendo que a matéria jornalística foi produzida com base nas

informações passadas pela própria Fundação Cultural! Se a Fundação Cultural

não tivesse tais informações e não as tivesse repassado para a Folha, a Folha

não teria matéria para publicar!

E SE HAVIA COMENTÁRIOS DE QUE OS BENS TERIAM SIDO FURTADOS DURANTE A GESTÃO DO REQUERENTE, HÁ MAIS DE 20 ANOS ATRÁS, PORQUE NÃO CONVIDOU O REQUERENTE PARA ESCLARECIMENTOS NAQUELA ÉPOCA? OU AO MENOS EM 2001, QUANDO A FUNDAÇÃO DEU FALTA DOS OBJETOS? OU AO MENOS EM 2013, QUANDO O ATUAL PREFEITO INICIOU SUA GESTÃO?

Simplesmente pelo fato de que, em 2013, o Requerente não

era nenhuma ameaça às eleições de 2016.

A mentira perpetrada pela Fundação Cultural de Curitiba e pela

Municipalidade fica evidente quando da leitura do “relatório” supostamente

produzido em 12/11/2013, de lavra da Coordenadora de Acervos Denise

Zanini, que sequer está impresso num papel timbrado da administração

pública!

Isto porque, ora a mesma afirma que 12 objetos do acervo não

teriam sido encontrados (item 9 do relatório).

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Ora afirma, no item 10, que em vistoria realizada em 1º de julho

de 2004, 14 peças teriam sido higienizadas e transportadas para a Casa

Klemtz.

Ora afirma, no item 12, que em 21 de agosto de 2013 (12 anos

depois da 1ªa vistoria!) realizou vistoria na Casa Klemtz e não encontrou três das quatorze peças do acervo descritas no levantamento de 1º de julho de

2004, a saber: aparador com duas gavetas, mala em couro e braseiro com

iniciais SM.

Contudo, a matéria da Folha de São Paulo, que seria o

substrato da instauração da sindicância contra o Requerente, conforme

deliberadamente apontado no ofício nº 168/2016 4 , menciona o suposto

desaparecimento dos seguintes bens:

A) uma cristaleira ("étagère")

B) dois lavatórios, sendo um deles do século 19.

Ou seja, o relatório da coordenadora de acervos não menciona

o desparecimento dos bens mencionados pela própria Fundação Cultural na

matéria veiculada pela Folha de São Paulo e que teria dado ensejo à abertura

da sindicância.

E, estranhamente, aqueles itens mencionados pela matéria na

Folha de São Paulo (do nada, porque não constam do relatório elaborado pela

Coordenadora de Acervos em agosto de 2013) teriam sido objeto de laudo de perícia técnica elaborado pela Srª Tatiana Zanelatto Rodrigues, que, com base na comparação das fotos do acervo da Fundação Cultural com as imagens publicadas no perfil do Requerente na rede social facebook e na Revista Caras, concluiu que os objetos seriam os mesmos!

4 “... fui surpreendido pela matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo do dia 21 de Setembro de 2016. Por outro vértice, tal matéria apresentou um direcionamento ao caso posto que veiculou a possibilidade do próprio Sr. Rafael Greca ter se apropriado de tais bens, numa remissão em nenhum momento de conhecimento ou imaginada por esta Presidência.” (textual ofício nº 168/2016)

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Note-se ainda que o referido “laudo” foi elaborado em

21/09/2016, ou seja, no mesmo dia da veiculação da matéria no Jornal Folha

de São Paulo, e um dia antes do pedido de instauração da sindicância

administrativa por furto do acervo que, diga-se mais uma vez, não consta do

relatório elaborado pela Coordenadora de Acervos!

É de se ressaltar que o frágil laudo pericial limita-se a

descrever as peças e tecer comparações sem informar sequer quem seriam os

possíveis fabricantes, quais seriam as tiragens, se seriam produtos

limitadíssimos ou comuns a época e deixando ainda de apontar se outras

famílias como a Klemtz teriam estes produtos em suas residências.

E a prova que o “laudo” pericial não se sustenta consiste

no fato de que a “perita” afirma que há grandes possibilidades de se tratarem dos mesmos móveis, mas um dos lavatórios objeto da perícia é facilmente encontrado para venda no site www.mercadolivre.com.br (!!!), nos seguintes links:http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-704772425-

chafariz-de-peixe-de-ferro-fundido-_JM e

http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-703833429-fonte-de-peixe-de-ferro-

fundido-_JM (DOC 09). A imagem da divulgação dos objetos à venda denota a semelhança com a suposta fonte investigada:

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O Requerente nega com veemência qualquer

“desaparecimento” de acervo durante sua gestão à frente da Prefeitura de

Curitiba. Ao longo de sua história sempre primou pela preservação do

patrimônio cultural de Curitiba - desde a Casa da Memória aos parques em

homenagem aos imigrantes.

Nunca escondeu qualquer parte da mobília de sua casa. Tanto

é que no período que ocupou o cargo de Ministro de Estado, abriu as portas da

residência para matéria da Revista Caras (Edição Paraná), conforme noticiou a

mídia. Da mesma forma, sempre que pode postou inúmeras fotos nas redes

sociais.

Desnecessário destacar o conhecido histórico familiar do

Requerente e de sua esposa com a memória de Curitiba. No caso específico

todas as peças pertencem ao acervo da família. São objetos da herança do seu

avô, Manoel Valdomiro de Macedo, legados por seu pai, o comendador José

Ribeiro de Macedo (1840-1917), e do acervo da família Bernardo Pericás.

Qualquer semelhança com os móveis supostamente adquiridos

pela Prefeitura da Casa Klemtz certamente se dá pelo estilo do mobiliário da

época, comum nas residências tradicionais de Curitiba, grande centro de

produção moveleira. Os móveis de madeira de estilo eclético eram copiados

diferentes vezes por um mesmo artesão. Os de ferro eram reproduzidos pela

fundição Mueller.

Todas as peças expressivas do acervo pessoal do Requerente,

em especial as obras de arte, estão declaradas no seu Imposto de Renda. Os

móveis em questão não foram incluídos porque são herança de família sem

qualquer valor comercial.

Não obstante tais fatos, no dia 22 de setembro, o candidato a

reeleição Gustavo Fruet, distribui pela cidade de Curitiba propaganda eleitoral

consistente na montagem da matéria do Jornal Folha de São Paulo, com o

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seguinte destaque “obras de arte de Curitiba desaparecidas na gestão de Greca estão na chácara dele” e ao final “é esse Prefeito que a Capital da

Lava jato Merece?” (DOC 10)

Acionada pelo Requerente, a Justiça eleitoral considerou ilegal

a propaganda do Prefeito Gustavo Fruet, candidato a reeleição, e determinou a

busca e apreensão dos panfletos (DOC 11).

Para dar mais repercussão ao caso5 a Fundação Cultural de

Curitiba, em 23 de setembro, convoca uma entrevista coletiva onde a “perita”

Tatiana Zanelato Rodrigues “demonstra” para a imprensa mediante a

comparação de fotos que os móveis e objetos que guarnecem a residência na

chácara de propriedade do Requerente no Município de Piraquara seriam

aqueles “desaparecidos” do acervo da Casa Klemtz (DOC 12). Como se viu

acima, tal alegação beira ao absurdo!!!

Ou seja, a “toque de caixa”, às vésperas de pleito eleitoral,

diversamente do que constatou o relatório da Coordenadoria de Acervos e com

base numa matéria da Folha de São Paulo, produzida a partir de informações

fornecidas pela própria Fundação Cultural, os Requeridos põe em prática um

plano deliberadamente preparado para prejudicar a imagem do Requerente

perante a população Curitiba, com objetivo eleitoral, utilizando-se de toda a

estrutura pública para tanto, numa acusação rasteira e leviana, com a

instauração de uma sindicância administrativa em flagrante desvio de

finalidade.

Diante do exposto, conclui-se que a presente demanda visa

combater ato evidentemente praticado em desvio de finalidade e abuso de

poder, para benefício político eleitoreiro as vésperas das eleições municipais

que se avizinham, posto que não se pode reconhecer que em apenas 1 (um)

5 http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/eleicoes/2016/perita-aponta-evidencias-de-que-pecas-da-chacara-de-greca-sao-as-da-casa-klemtz-39gjr8a7828hh39l0d6zis3vk http://www.a12.com/radio-rb2/noticias/detalhes/fundacao-cultural-envia-relatorio-para-sindicancia-que-apura-desaparecimento-de-obras-da-casa-klemtz

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dia se instaure uma sindicância de objetos supostamente subtraídos na gestão

e pelo Requerente, há mais de 20 (vinte) anos!

II. DO DIREITO 2.1. DA INEXISTÊNCIA DE MOTIVOS PARA ABERTURA DA SINDICÂNCIA

É necessário que se delimite o grau de autorização legal do Município

de Curitiba para instaurar a sindicância em desfavor do Requerente. Não se

negue que o Poder Executivo ou a Fundação Cultural, em tese, exercem a

competência para apurar as irregularidades ocorridas no âmbito do Município.

Porém isso não lhe confere a autoridade para determinar a abertura de processo viciado com o manifesto propósito de constranger politicamente o Requerente. Repita-se novamente que a apuração foi feita em um único dia com base em fatos supostamente ocorridos há mais de 15 anos.

Desse modo, não reúne condições de subsistir o processo de

sindicância!

Em outra senda, como pressuposto objetivo de validade dos atos

administrativos está o motivo, que “autoriza ou exige a prática do ato. É a

situação no mundo empírico que deve ser levada em conta para a sua prática”6

Daí o problema, neste caso, os motivos elencados são inadequados ao resultado pretendido, são diversos daqueles elencados e/ou são inexistentes; pelo que se verifica falta de legitimidade para a Administração

agir.

Portanto, o ato é nulo de pleno direito.

6 Ib., p.377.

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Note-se que, “em todo o caso, se o agente se embasar em algum

motivo, o ato somente terá validade se este for realmente existente, do que, se

for inexistente, o ato será́ inválido7” ; como ocorre no caso presente.

Não é outra a concepção trazida pela “Teoria dos Motivos

Determinantes8

A proposito dos motivos e motivação, é conveniente, ainda, lembrar a teoria dos

motivos determinantes.

De acordo com esta teoria, os motivos que determinaram a vontade do agente, isto é,

os fatos que serviram de suporte à sua decisão, integram a validade do ato.

Sendo assim, a invocação de “motivos de fato” falsos, inexistentes ou

incorretamente qualificados vicia o ato mesmo quando, conforme já́ se disse, a

lei não haja estabelecido, antecipadamente, os motivos que ensejariam a prática

do ato. Uma vez enunciados pelo agente os motivos em que se calçou, ainda quando

a lei não haja expressamente imposto a obrigação de enunciá-los, o ato só será́ válido

se estes realmente ocorreram e o justificavam.

Grifo nosso

Portanto, tratando-se de processo de sindicância absolutamente abusivo

e ilegal, o mesmo se encontra completamente viciado, cuja decretação de sua

nulidade se impõe; o que desde já requer.

2.2. DO ABUSO DE PODER E DO ABUSO DE PODER POLÍTICO

A instauração de sindicância é obrigação da administração

pública, sob pena de responsabilização pessoal do gestor que, sabendo do

ilícito administrativo, silencia a respeito dos fatos irregulares.

O artigo 227 do Estatuto do Servidor Público do Município de

Curitiba estabelece que “A autoridade que tiver ciência ou notícia da ocorrência

7 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 13a ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2001. Pg 377 8 Id., p. 378. “Assim por exemplo, se o agente disser que remove o funcionário tal por ausência de trabalho suficiente no local em que presta serviço, o ato será invalidável se funcionário demonstrar que, pelo contrário, havia acúmulo de serviço na unidade em que trabalhava”

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de irregularidade no serviço é obrigada a promover-lhe a apuração imediata,

por meio da sindicância administrativa que será instaurada pelo Prefeito.”

Emprestando-se a conceituação trazida pela Lei Federal n°

4.717/1965, art. 2°, § único, “d”, o “desvio de finalidade se verifica quando o

agente pratica o ato visando fim diverso daquele previsto, explícita ou

implicitamente, na regra de competência”.

Conceitua a doutrina, que:

Finalidade é o bem jurídico objetivado pelo ato, é o resultado previsto

legalmente como correspondente à tipologia do ato administrativo,

consistindo no alcance dos objetivos por ele comportados. O uso de um ato

para alcançar finalidade diversa da que lhe é própria constitui abuso de

poder ou desvio de finalidade9

O abuso de poder pode ocorrer de várias formas. No caso sub

análise, ele foi concretizada no excesso, com a utilização da guarda municipal

para cercear direitos subjetivos dos cidadãos e, igualmente, em uma de suas

espécies que é o desvio, que ocorre quando o agente pratica o ato visando a

fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de

competência.

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello: “ocorre desvio de

poder, portanto invalidade, quando o agente se serve de um ato para satisfazer

finalidade diversa à natureza do ato utilizado; ou seja, quando um agente

exerce uma competência que possuía (em abstrato) para alcançar uma

finalidade diversa daquela em função da qual lhe foi atribuída à competência

exercida”.

Quando trata dos dois modos pelos quais podem manifestar-se

o desvio de poder enuncia: “quando o agente busca uma finalidade alheia ao

interesse público e, isto sucede ao pretender usar de seus poderes para

9 Id. p. 386

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prejudicar um inimigo ou para beneficiar a si próprio ou amigo10”. É esta a

ocorrência no caso em tela!!!

Não é outra a situação do caso concreto, quando o agente

pretende, através do poder de autoridade, constranger a participação do

Requerente no processo eleitoral em curso. Assim, o abuso de poder,

cristalinamente, aparece na sua modalidade de excesso e de desvio.

Tal consiste em violação aos princípios da moralidade e

impessoalidade.

O ato coator acabou motivando-se com base em pressupostos

desviantes, o que deve ser obstado!!!

Ao lado de todos os vícios apontados, o desvio de poder, assim

como o abuso de autoridade, já há muito tempo é considerado como uma

modalidade de ilegalidade dentro do Direito Administrativo, o que enseja, por

mais uma razão, a invalidação do ato coator, com efeitos retroativos.

No caso dos autos, fica evidente o desvio de finalidade do ato

administrativo de instauração do processo administrativo de sindicância, na

medida em que a finalidade do mesmo não é a apuração dos fatos e a punição

do servidor faltoso (que efetivamente não é o caso dos autos, porque os

móveis e objetos de arte da casa do Requerente foram adquiridos pelo

mesmo), mas sim angariar proveito eleitoral dos fatos que são de

conhecimento da Administração Pública, no mínimo, há mais de 15 anos.

Isso porque, no caso dos autos, restou amplamente

demonstrado que a administração pública teria ciência do desaparecimento das

obras de arte, no mínimo, desde 17 de maio de 2001, data em que, segundo o

“relatório da Casa Klentz” firmado pela Coordenadora de Acervos Denise

Zanini, teria sido constatado que dos 29 itens do acervo, doze não teriam sido

10 Id. 385/388

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encontrados (item 9 do relatório), supostamente elaborado em 28 de agosto de

2013.

Entretanto, a Administração Pública quedou-se silente por mais

de 15 anos e em tempo recorde, instaurou uma sindicância, inclusive com um

“laudo”, em dois dias, às vésperas do pleito eleitoral, onde o Prefeito é

candidato à reeleição e o Requerente, seu maior adversário, dando ampla

divulgação a imprensa do caso.

Quem dera o serviço público municipal fosse assim eficiente

também nas áreas de saúde, educação e segurança!

Da mesma forma, o Laudo de Pericia Técnica, elaborado por

Tatiana Zanelatto Domingues é datado de 21 de setembro de 2016, com base

na comparação de fotos divulgadas no facebook e pela revista Caras, com as

informações prestadas pela Fundação Cultural ao Jornal Folha de São Paulo,

concluindo pela “semelhança” muito grande entre as peças ou ainda, pela

possibilidade de se tratarem das mesmas peças”, sem qualquer remissão a

qualquer processo administrativo.

No entanto, o que o laudo “encomendado” pela Administração

Pública não menciona, propositadamente, é que os móveis pertencentes ao

Requerente, adquiridos por herança dos seus antepassados, “eram comuns

nas décadas de 20 e 30 do século passado, fabricada em várias marcenarias

do país, entre elas, Leandro Martins (na cidade do Rio de Janeiro) e a

marcenaria de Félix Szabo (Nesta Capital), sem grande valor de mercado,

podendo ser facilmente encontrada em leilões de antiguidades (vide site

www.leiloesbr.com.br)” conforme declarado por Maurício Appel, colecionador

de artes e antiguidades, gestor de acervos culturais (DOC 13).

E o que é pior. O lavatório que consta na propriedade o

Requerente e que no entender da “perita” seria o mesmo desaparecido da

Casa Klemtz pode ser adquirido no site Mercado Livre!!!!!

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Ou seja, como poderia a mesma ter afirmado se tratar do

mesmo lavatório, sem fazer qualquer vistoria in loco, em nenhum dos itens, que

são comercializados em sites de leilões e no site Mercado Livre!

A sindicância e toda a “parafernalha midiática” produzida pelos

Requeridos não passa de uma falácia que não pode ser admitida e merece

intervenção do Poder Judiciário.

O Requerente jamais furtou qualquer bem do Município de Curitiba!

Note-se que a sindicância está eivada de vícios, seja pelo

abuso de poder, no excesso ou no desvio.

Na lição de Maria Sylvia Di Pietro, o “desvio de poder

originariamente um vício de moralidade, por isso ele escapava ao controle do

Poder Judiciário, justamente porque ele diz respeito à intenção da pessoa. Ele

passou a ser considerado um vício de legalidade para permitir o controle pelo

Poder Judiciário.”

Vale dizer que o desvio de finalidade e de poder fica evidente no caso dos autos na medida em que a presente “sindicância” não é um ato isolado.

1) No dia 15/09/16, há menos de um mês da eleição o

Secretário de Governo do Município de Curitiba, Ricardo Mac Donald Ghisi

ajuizou uma ação popular contra o Requerente, objetivando a concessão de

uma liminar para suspender o recebimento dos proventos de aposentadoria,

sob a alegação de que as disposições funcionais legalmente concedidas ao

mesmo (inclusive pela atual gestão do Prefeito Gustavo Fruet) para o Senado

Federal teriam sido ilegais, e requerendo a anulação do ato de aposentadoria,

avalizado pelo próprio Secretário de Governo e autor da ação popular, e

autorizado pelo Prefeito Gustavo Fruet!.

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Nesse cenário, não há qualquer dúvida de que a ação popular,

ajuizada nas proximidades da eleição, teve o objetivo de conseguir manchetes

com a degradação do candidato 11 (DOC 14), ora Requerente, capaz de

ameaçar a permanência de Fruet à frente da prefeitura.

Evidentemente, a liminar na ação popular foi indeferida (DOC 15).

E se a aposentadoria não pode ser cassada liminarmente,

porque não por meio de uma Sindicância, sob a acusação de furto de obras de

arte?!

2) Em 21 de setembro de 2016 a polícia civil efetuou a prisão

em flagrante de dois guardas municipais em frente a propriedade do

Requerente, no Município de Piraquara, portando revolver e colete a prova de

balas do Município de Curitiba, utilizando um automóvel locado da empresa

Cotrans pela campanha de reeleição de Gustavo Fruet (empresa que presta

serviços de locação de automóveis para o Município de Curitiba), que

informaram aos policiais, quando da abordagem, que estariam ali a mando de

seus superiores fazendo uma investigação em razão da suspeita de que numa

chácara próxima estariam armazenados bens pertencentes à Secretaria de

Cultura do Município! (DOC 06).

Posteriormente, a própria campanha de reeleição do Prefeito

Gustavo Fruet admitiu que os guardas municipais eram “voluntários” da

campanha.12(DOC 06).

Na lição de Maria Sylvia Di Pietro13, “seja infringida a finalidade

legal do ato (em sentido estrito), seja desatendido o seu fim de interesse

público (sentido amplo), o ato será ilegal, por desvio de poder. Tanto ocorre 11 http://veja.abril.com.br/politica/secretario-municipal-de-curitiba-vai-a-justica-contra-greca/#respond http://paranaportal.uol.com.br/colunas-sintonia-fina/mac-donald-entra-com-acao-popular-contra-greca/ http://cicerocattani.com.br/acao-popular-contra-aposentadoria-de-greca/ 12 http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/eleicoes/2016/guardas-que-fizeram-campana-contra-greca-eram-voluntarios-da-campanha-de-fruet-4kmtyiddbw109za68q5z3k0ww 13 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. “in” Direito Administrativo, 20ª edição, página 195, Editora Atlas.

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esse vício quando a Administração remove o funcionário a título de punição,

como no caso em que ela desapropria um imóvel para perseguir o seu

proprietário, inimigo político. No primeiro caso, o ato foi praticado com

finalidade diversa da prevista em lei; no segundo, fugiu ao interesse público e

foi praticado para atender ao fim de interesse particular da autoridade.”

Portanto, não restam dúvidas que a Sindicância nº 181/2016,

que pretende a oitiva do Requerente, bem como que o mesmo permita a ida de

servidores em sua propriedade é mais um ato ilegal, praticado por abuso de

poder e desvio de finalidade para o fim de beneficiar não o interesse público,

mas o interesse particular dos gestores à frente da coisa pública.

2.3. DA PRESCRIÇÃO DO DIREITO DE APURAR O “FURTO” DOS BENS

Não bastasse a ilegalidade do ato pelo flagrante desvio de

poder e finalidade, há que se ressaltar também que a suposta infração

administrativa, tratada na sindicância como FURTO, está flagrantemente

prescrita!

Isso porque, restou demonstrado pelos relatórios produzidos e

que constam da malsinada sindicância, que no mínimo, desde 2001 a

Administração Pública tinha conhecimento do suposto desaparecimento dos

objetos, razão pela qual a prescrição de 5 anos já teria se operado, na forma

estabelecida pelo artigo 142 da Lei 8.112/90.

A jurisprudência pátria há muito já sedimentou o entendimento

no sentido de que a prescrição punitiva da administração se inicia na data em

que o fato se tornou conhecido, ou seja, em 2001, quando a Administração

Pública constatou que doze itens não teria sido encontrados, conforme

reconhecido no item 9 do relatório emitido pela Coordenadora de Acervos, às

fls. 7 do processo de sindicância:

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDORA PÚBLICA. INASSIDUIDADE HABITUAL. ART. 132, III, DA LEI 8.112/90.

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DEMISSÃO. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DA

ADMINISTRAÇÃO. OCORRÊNCIA. INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO.

ARTS. 116, VI, 142, § 1.º E 143, DA LEI N.º 8.112/90. DATA EM QUE O

FATO SE TORNOU CONHECIDO PELA ADMINISTRAÇÃO, E NÃO

NECESSARIAMENTE PELA AUTORIDADE COMPETENTE PARA A

INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. SEGURANÇA CONCEDIDA. 1. "De acordo com o art. 142, inciso I, § 1º,

da Lei n.º 8.112/90, o prazo prescricional de cinco anos, para a ação

disciplinar tendente à demissão ou cassação de aposentadoria do

servidor, começa a correr da data em que a Administração toma

conhecimento do fato àquele imputado". (STF, RMS 24.737/DF,

Primeira Turma, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJ de 1/6/04) 2. O termo

inicial da prescrição punitiva estatal começa a fluir na exata data do

conhecimento da irregularidade, praticada pelo servidor, por alguma autoridade do serviço público e não, necessariamente, pela autoridade

competente para a instauração do processo administrativo disciplinar.

Precedente. 3 - A autoridade hierarquicamente superior à impetrante

era seu chefe imediato, que teve ciência, de forma inequívoca e clara

das faltas injustificadas da servidora. Logo, tão somente aquele que a

acompanhava tinha o dever funcional de comunicar à autoridade

competente para a devida apuração, sob pena, até, de falta funcional. 4. Admitida a ciência do ato pelo chefe imediato da impetrante, em

3/8/04 (data da última falta injustificada), e sendo de 5 (cinco) anos o

prazo para o exercício da pretensão sancionadora do Estado, nos

termos do art. 142, inciso I, da Lei 8.112/90, resta configurada a

prescrição, uma vez que o processo administrativo disciplinar que

culminou com a aplicação da pena de demissão da servidora foi

instaurado apenas em 27/8/09. 5. Mandado de segurança concedido.

(STJ - MS: 20162 DF 2013/0141114-0, Relator: Ministro ARNALDO

ESTEVES LIMA, Data de Julgamento: 12/02/2014, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO,

Data de Publicação: DJe 24/02/2014

MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO

DISCIPLINAR. TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL.

CONHECIMENTO DOS FATOS PELA ADMINISTRAÇÃO, MAS NÃO

PELA AUTORIDADE COMPETENTE PARA APURAR A INFRAÇÃO.

IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL

PREVISTO NO CPB, POR INEXISTÊNCIA DE AÇÃO PENAL E

CONDENAÇÃO EM DESFAVOR DO IMPETRANTE. APLICAÇÃO DO PRAZO QUINQUENAL PREVISTO NA LEGISLAÇÃO ADMINISTRATIVA

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(ART. 142 DA LEI 8.112/90). INSTAURAÇÃO DE PAD. INTERRUPÇÃO

DO PRAZO PRESCRICIONAL. REINÍCIO APÓS 140 DIAS.

TRANSCURSO DE MAIS DE 5 ANOS. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO

PUNITIVA.ORDEM CONCEDIDA, EM CONSONÂNCIA COM O PARECER

MINISTERIAL.

1. O excepcional poder-dever de a Administração aplicar sanção punitiva a seus Funcionários não se desenvolve ou efetiva de modo

absoluto, de sorte que encontra limite temporal no princípio da

segurança jurídica, de hierarquia constitucional, uma vez que os

subordinados não podem ficar indefinidamente sujeitos à instabilidade

originada da postetade disciplinar do Estado, além de que o acentuado

lapso temporal transcorrido entre o cometimento da infração e a

aplicação da respectiva sanção esvazia a razão de ser da

responsabilização do Servidor supostamente transgressor. 2. O art. 142, I da Lei 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores

Públicos da União) funda-se na importância da segurança jurídica no

domínio do Direito Público, instituindo o princípio da inevitável

prescritibilidade das sanções disciplinares, prevendo o prazo de 5

anos para o Poder Público exercer o jus puniendi na seara

administrativa, quanto à sanção de demissão.

3. A Terceira Seção desta Corte pacificou o entendimento de que o termo inicial do prazo prescricional da Ação Disciplinar é a data em

que o fato se tornou conhecido da Administração, mas não

necessariamente por aquela autoridade específica competente para a

instauração do Processo Administrativo Disciplinar (art. 142, § 1o.

da Lei 8.112/90). Precedentes.

4. Qualquer autoridade administrativa que tiver ciência da ocorrência

de infração no Serviço Público tem o dever de proceder à apuração do

ilícito ou comunicar imediatamente à autoridade competente para promovê-la, sob pena de incidir no delito de condescendência

criminosa (art. 143 da Lei 8.112/90); considera-se autoridade, para os

efeitos dessa orientação, somente quem estiver investido de poder

decisório na estrutura administrativa, ou seja, o integrante da

hierarquia superior da Administração Pública. Ressalva do ponto de

vista do relator quanto à essa exigência.

5. Ainda que a falta administrativa configure ilícito penal, na ausência de denúncia em relação ao impetrante, aplica-se o prazo prescricional

previsto na lei para o exercício da competência punitiva administrativa;

a mera presença de indícios de crime, sem a devida apuração em Ação

Criminal, afasta a aplicação da norma penal para o cômputo da

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prescrição (RMS 20.337/PR, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJU 07.12.2009), o

mesmo ocorrendo em caso de o Servidor ser absolvido na eventual

Ação Penal (MS 12.090/DF, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJU

21.05.2007); não seria razoável aplicar-se à prescrição da punibilidade

administrativa o prazo prescricional da sanção penal, quando sequer

se deflagrou a iniciativa criminal. 6. Neste caso, entre o conhecimento dos fatos pela Administração e a

instauração do primeiro PAD transcorreu pouco menos de 1 ano, não

havendo falar em prescrição retroativa. Contudo, o primeiro PAD

válido teve início em 26 de agosto de 2002, pelo que a prescrição

voltou a correr em 25 de dezembro de 2002, data em que findou o

prazo de 140 dias para a sua conclusão. Desde essa data, passaram-se

mais de 5 anos até a edição da Portaria Conjunta AGU/MPS/PGR no.

18, de 25 de agosto de 2008, que designou nova Comissão de Processo Administrativo Disciplinar para apurar irregularidades

referentes ao objeto do alegado ilícito.

7. A prescrição tem o condão de eliminar qualquer possibilidade de

punição do Servidor pelos fatos apurados, inclusive as anotações

funcionais em seus assentamentos, já que, extinta a punibilidade, não

há como subsistir os seus efeitos reflexos.

8. Ordem concedida, em conformidade com o parecer ministerial. (STJ - MS 14.159/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,

TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 24/08/2011, DJe 10/02/2012)

Portanto, a prescrição no caso dos autos salta aos olhos, na

medida em que a Administração Pública tinha conhecimento dos fatos desde

2001 e quedou-se silente, vindo a instaurar uma sindicância com finalidade

diversa de tutelar o interesse público somente 15 anos depois.

2.4. DA POSSIBILIDADE DE CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Em primeiro plano, esclarece-se que a presente demanda não

se presta à obter invasão indevida da esfera de competência do Poder

Executivo Municipal de Curitiba/PR.

Trata-se, em verdade, do ajuizamento de ação ordinária, que

busca o reconhecimento da ilegalidade do ato administrativo de abertura de

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processo de sindicância praticado com desvio de finalidade e poder,

completamente inconstitucional, ilegal e abusivo.

Não se trata, dessa feita, de ato que contemple decisão

administrativa proferida nos limites dos preceitos constitucionais (Constituição

Federal, Estadual e Lei Orgânica do Município de Curitiba/PR).

Ao contrário, se trata de ato administrativo viciado, editado na

seara executiva, com o manifesto propósito de perseguição política, para

constranger o Requerente e prejudicar o processo eleitoral em curso com base

em motivos desviantes e em direta violação de disposições da Constituição

Federal e das demais Legislações que regulam a matéria.

Não fosse o bastante, ao passo que o ato desviou-se de sua

finalidade legal, viola – de forma inconteste – as garantias constitucionais que

regem o devido processo legal no âmbito do executivo, em especial quanto ao

princípio da legalidade, alçado ao nível de direito fundamental, insculpido no

artigo 5º, inciso II da Constituição Federal.

Da mesma forma, os princípios que regem a Administração

Pública, insculpidos no artigo 37 da Constituição Federal também foram

violados.

Tais princípios constitucionais orientam o processo

administrativo, na medida em que a lei 9784/99, perfeitamente aplicável por

analogia à Administração Municipal estabelece como premissa o seguinte:

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos

princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança

jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados,

entre outros, os critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito;

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II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou

parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;

III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a

promoção pessoal de agentes ou autoridades;

IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

No caso em pareço, salta aos olhos a violação aos princípios

da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,

moralidade e interesse público, posto que o suposto desaparecimento dos bens

da Casa Klemtz que levaram a abertura de sindicância já eram de

conhecimento da Administração Pública desde 2001, ou seja, há mais de 15

anos, e somente agora, para proveito político, a sindicância foi instaurada, e

ainda contra o Requerente, que foi prefeito há 23 anos atrás!

Não existe no caso o atendimento a fins de interesse geral e do

interesse público, mas sim interesse próprio dos gestores atuais, para benefício

político eleitoral.

A falta de decoro e boa fé da Administração Pública fica

evidenciada pelo ofício 168/2016 do Presidente da Fundação Cultural de

Curitiba, que ora alega que existiam comentários de que os bens estivessem

na propriedade do Requerente, ora alega que tomou conhecimento que os

bens lá estariam por meio da matéria publica na Folha de São Paulo, que foi

produzida a partir das informações fornecidas pela própria Fundação Cultural!

A violação aos princípios da administração pública ficam

evidentes a partir do momento em que a Administração quedou-se inerte por

mais de 15 anos (desde 2001, quando supostamente os bens teriam

desaparecido – relatório item 9), e esta gestão, somente às vésperas do

período eleitoral, primeiramente acusa o Requerente pela imprensa, para

depois instaurar uma sindicância totalmente descabida e viciada por conta do

desvio da sua finalidade.

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Ao lado da violação de preceitos constitucionais expressos,

que por si só seriam suficientes para garantir a intervenção do Judiciário, o

segundo motivo que impõe a sindicância pelo Poder Judiciário, do mérito da

decisão administrativa14, é o desvio de finalidade, que, com base na Teoria do

Desvio de Poder, impõe a invalidação do ato coator, NA FORMA DOS

PRECEITOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS (art. 5o, LXXIII, CF).

Por oportuno, registre-se que a despeito do ato impugnado

parecer formalmente lícito, desde que para atingirem seu intento, as

autoridades que compuseram o tribunal de exceção (Fundação Cultural de

Curitiba) não se descuraram em atender o caráter processual dos

procedimentos necessários, o mesmo constituí, no seu conteúdo, inconstitucional, ilegal e abusivo, pelo que deve ser invalidado.

Note-se, sobre esse ponto, que essa é a mesma orientação do

Colendo Supremo Tribunal Federal – STF:

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA

UNIÃO. NEPOSTISMO CRUZADO. ORDEM DENEGADA. Reconhecida a

competência do Tribunal de Contas da União para a verificação da

legalidade do ato praticado pelo impetrante, nos termos dos artigos 71, VIII

e IX da Constituição Federal. Procedimento instaurado no TCU a partir de

encaminhamento de autos de procedimento administrativo concluído pelo

Ministério Público Federal no Estado do Espírito Santo. No mérito,

configurada a prática de nepotismo cruzado, tendo em vista que a

assessora nomeada pelo impetrante para exercer cargo em comissão no

Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região, sediado em Vitória-ES, é nora

do magistrado que nomeou a esposa do impetrante para cargo em

comissão no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, sediado no Rio de

Janeiro-RJ. A nomeação para o cargo de assessor do impetrante é ato

formalmente lícito. Contudo, no momento em que é apurada a finalidade contrária ao interesse público, qual seja, uma troca de

favores entre membros do Judiciário, o ato deve ser invalidado, por

violação ao princípio da moralidade administrativa e por estar

caracterizada a sua ilegalidade, por desvio de finalidade. Ordem

14 BINENBOJM, Gustavo. Uma Teoria do Direito Administrativo – direitos fundamentais, democracia e constitucionalização, 2a. ed. Renovar. Rio de Janeiro : 2011.

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denegada. Decisão unânime. (MS 24020, Relator(a): Min. JOAQUIM

BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 06/03/2012, ACÓRDÃO

ELETRÔNICO DJe-114 DIVULG 12-06-2012 PUBLIC 13-06-2012) (Grifo

nosso)

CONSTITUCIONAL. PENSÃO ESPECIAL A VIÚVA DE PREFEITO. LEI

MUNICIPAL DE EFEITOS CONCRETOS. VALIDADE. ISONOMIA E

PRINCÍPIO DA MORALIDADE (CF, ART. 37). IMUNIDADE MATERIAL DE

VEREADORES (CF, ART. 29, VIII). EXTENSÃO QUANTO À

RESPONSABILIDADE CIVIL. 1. Não há empecilho constitucional à edição

de leis sem caráter geral e abstrato, providas apenas de efeitos concretos e

individualizados. Há matérias a cujo respeito a disciplina não pode ser

conferida por ato administrativo, demandando a edição de lei, ainda que em

sentido meramente formal. É o caso da concessão de pensões especiais. 2.

O tratamento privilegiado a certas pessoas somente pode ser considerado

ofensivo ao princípio da igualdade ou da moralidade quando não decorrer

de uma causa razoavelmente justificada. 3. A moralidade, como princípio

da Administração Pública (art. 37) e como requisito de validade dos

atos administrativos (art. 5.º, LXXIII), tem a sua fonte por excelência no

sistema de direito, sobretudo no ordenamento jurídico-constitucional,

sendo certo que os valores humanos que inspiram e subjazem a esse

ordenamento constituem, em muitos casos, a concretização normativa

de valores retirados da pauta dos direitos naturais, ou do patrimônio

ético e moral consagrado pelo senso comum da sociedade. A quebra da moralidade administrativa se caracteriza pela desarmonia entre a

expressão formal (= a aparência) do ato e a sua expressão real (= a sua

substância), criada e derivada de impulsos subjetivos viciados quanto

aos motivos, ou à causa, ou à finalidade da atuação administrativa. 4.

No caso, tanto a petição inicial, quanto os atos decisórios das instâncias

ordinárias, se limitaram a considerar “imoral” a lei que concedeu pensão

especial a viúva de prefeito falecido no exercício do cargo por ter ela

conferido tratamento privilegiado a uma pessoa, sem, contudo, fazer juízo

algum, por mínimo que fosse, sobre a razoabilidade ou não, em face das

circunstâncias de fato e de direito, da concessão do privilégio.. 5. Com

maior razão se mostrava indispensável um juízo sobre o elemento subjetivo

da conduta, para fins de atribuir responsabilidade civil, relativamente aos

demandados que exerciam o cargo de vereador, investidos,

constitucionalmente, da proteção de imunidade material (=inviolabilidade)

pelos votos proferidos no exercício do mandato (CF, art. 29, VIII). Se é certo

que tal imunidade, inclusive para efeitos civis, é assegurada até mesmo em

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caso de cometimento de crime, não se há de afastá-la em casos como o da

espécie, que de crime não se trata e em que sequer a intenção dolosa foi

aventada. 6. Recursos extraordinários providos. (RE 405386,

Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. TEORI

ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 26/02/2013, DJe-057 DIVULG 25-

03-2013 PUBLIC 26-03-2013 EMENT VOL-02685-01 PP-00001) (Grifo

nosso)

No mesmo sentido, a jurisprudência dos Tribunais:

ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. SANÇÃO DE SUSPENSÃO DE

CONTRATAR COM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CONFUSÃO

PATRIMONIAL E ABUSO DA FORMA. EXTENSÃO DE EFEITOS.

DESCONDIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NA ESFERA

ADMINISTRATIVA. POSSIBILIDADE. MORALIDADE ADMINISTRATIVA E

INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. [...] 7. "A ausência de

norma específica não pode impor à Administração um atuar em

desconformidade com o Princípio da Moralidade Administrativa, muito

menos exigir-lhe o sacrifício dos interesses públicos que estão sob

sua guarda. Em obediência ao Princípio da Legalidade, não pode o

aplicador do direito negar eficácia aos muitos princípios que devem

modelar a atuação do Poder Público". "Permitir-se que uma empresa

constituída com desvio de finalidade, com abuso de forma e em nítida

fraude à lei, venha a participar de processos licitatórios, abrindo-se a

possibilidade de que a mesma tome parte em um contrato firmado com o

Poder Público, afronta aos mais comezinhos princípios de direito

administrativo, em especial, ao da Moralidade Administrativa e ao da

Indisponibilidade dos Interesses Tutelados pelo Poder Público". (STJ,

Ministro Castro Meira, ROMS nº 15.166). 8. E não se diga que houve

julgamento fora do pedido quando o juiz, em sua fundamentação, referiu-se

ao fato de que outras licitações o pregoeiro errou ao não desclassificar a

autora dos certames, porquanto essa matéria não foi decidida no presente

feito, justamente por não ser objeto do presente processo. 9. Quanto aos

honorários advocatícios sucumbenciais, julga-se razoável reduzir a verba

arbitrada em 20% (vinte por cento) para 5% (cinco por cento) sobre o valor

atribuído à causa, na forma do art. 20, parágrafo 4º, do CPC. 10. Apelação

parcialmente provida, apenas para reduzir a condenação em honorários

advocatícios. (PROCESSO: 00050694420104058000, AC549737/AL,

RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO BARROS DIAS,

Segunda Turma, JULGAMENTO: 04/12/2012, PUBLICAÇÃO: DJE

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13/12/2012 - Página 351) (Grifo nosso)

ADMINISTRATIVO. REVOGAÇÃO DE LICENÇA. TEORIA DOS MOTIVOS

DETERMINANTES. DESVIO DE FINALIDADE. ILEGALIDADE. 1. Pela

teoria dos motivos determinantes, a validade do ato administrativo se

vincula aos motivos indicados como seu fundamento. 2. A finalidade do ato administrativo corresponde à consecução de um resultado de

interesse público. Ausente esse elemento, ele será ilegal, por desvio

de poder. 3. Hipótese em que a revogação do ato que concedeu licença à

servidora, sob o pretexto de possibilitar-lhe exercer melhor sua ampla

defesa em eventual procedimento administrativo disciplinar, não visa a um

fim público, sendo, portanto, ilegal. 4. Apelação e remessa oficial

improvidas. (PROCESSO: 00062568720104058000, APELREEX18554/AL,

RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ ALBERTO GURGEL DE

FARIA, Terceira Turma, JULGAMENTO: 25/08/2011, PUBLICAÇÃO: DJE

05/09/2011 - Página 245) (Grifo nosso)

ADMINISTRATIVO - MILITAR TEMPORÁRIO - REENGAJAMENTO -

LICENCIAMENTO - ANULAÇÃO DE ATO DA ADMINISTRAÇÃO -

TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES - DESVIO DE FINALDIADE -

ATO NULO - FUNDAMENTOS. 1. De acordo com a teoria dos motivos determinantes, a Administração vincula-se aos motivos invocados

para a prática do ato, ainda que discricionária. 2. No caso concreto, há

elementos indiciários que revelam desvio de finalidade tanto do ato

que determinou a republicação do reengajamento do autor para

indeferi-lo quanto daquele que o excluiu das fileiras da organização

militar a que pertencia, eis que deferido o reengajamento, por ato

publicado no Boletim Externo n.º 24/99, foi punido, 27 dias após, por

fato de natureza leve, permanecendo, todavia, no bom comportamento. 3. Os atos impugnados na presente ação mandamental, embora

aparentemente legais, formalmente perfeitos, foram praticados com

manifesto desvio de poder, sendo, portanto, nulos, já que o

licenciamento do militar deu em razão da punição administrativa

aplicada. 4. Apelação da União e remessa oficial não provida. (AC

0006472-26.1999.4.01.3900 / PA, Rel. JUIZ FEDERAL MARK YSHIDA

BRANDÃO, 1ª TURMA SUPLEMENTAR, e-DJF1 p.43 de 15/06/2011) (Grifo

nosso)

Neste caso, o abuso de poder e desvio de finalidade resta

patentemente demonstrado, justificando-se assim, a competência e

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legitimidade do Poder Judiciário para sindicar a decisão e, por decorrência,

diante da devida aplicação dos preceitos constitucionais que regem a matéria,

a priori suspender os efeitos do processo de sindicância nº 181/2016, bem

como ao final anular seus termos determinando o consequente arquivamento.

Isso, pois, cabe ao Poder Judiciário o controle da juridicidade15 (ROMS 26404/STJ – Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI), que neste caso concreto desrespeitou o devido processo legal e violou direitos fundamentais do Autor.

Há tempos, o Colendo Supremo Tribunal Federal - STF, em

seus julgados, evidencia a orientação constitucional que segue no sentido de

impor o dever institucional do Poder Judiciário de sindicar os atos

administrativos emanados no âmbito do Poder Legislativo e Executivo, quando

eivados de vícios e editados com base em abuso de poder, senão vejamos:

DECISÃO: A Câmara Municipal de Tefé-AM e outra requerem a suspensão

da medida liminar que reconduziu Francisco Hélio Bezerra Bessa ao cargo

de prefeito, até o trânsito em julgado do mandado de segurança. 2. Consta

dos autos que a liminar deferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do

Amazonas teve como fundamento a existência de violação aos princípios

constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório

(CF/88, artigo 5º, LIV e LV), por ocasião do julgamento do processo político-

administrativo instaurado pela Câmara de Vereadores. 3. Argumentam as

requerentes [...] 7. Decido. 8. A medida liminar impugnada tem o seguinte

teor (fls. 28/31): "(...) Trata-se, como se vê, de procedimento administrativo

complexo, vinculado aos ditames da Constituição Federal e das leis do

País, ao qual estão sujeitos os Prefeitos, os Vice-Prefeitos e os Vereadores,

como de resto, estão todos os representantes do povo, eleitos em eleições

periódicas, para os Executivos e os Legislativos nacionais, de todos os

níveis da Federação. Cabe ao Judiciário, nas circunstâncias, por imperativo

constitucional, apenas, fiscalizar e balizar o mencionado procedimento, se e

quando provocado por parte interessada - como ocorre no caso em exame -

, a fim de assegurar preeminência, eficácia e obediência aos ditames legais

reguladores da matéria, de forma a evitar desvios de finalidade e abuso de

poder, em detrimento daquele que for alvo da constrição político-

15 BINEMBOJM, Gustavo. Id.

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administrativa. Fora dessa limitação, a ação do Judiciário representaria uma

intromissão indébita na vida e no funcionamento das Instituições,

imiscuindo-se em questão que, em princípio, há de ser resolvida "interna

corporis". No caso concreto em exame, a Câmara Municipal de Tefé, por

sua maioria, sob alegação de prática de infrações político-administrativas

por parte do impetrante, resolveu cassar-lhe o mandato, instaurando, para

tanto, a respectiva Comissão Processante, nos termos da lei. Todavia,

consoante provado nos autos, relutaram, e relutam os Membros daquela

Comissão, em cumprir os ditames constitucionais e infraconstitucionais

reguladores da matéria, particularmente, os concernentes aos prazos

processuais, às intimações da parte e de patrono para participarem dos atos

e à amplitude da defesa do acusado. Tanto é assim, que não é a primeira

vez que o impetrante bate às portas do Judiciário amazonense pedindo

proteção para o seu mandato de Prefeito, em face da violência e do abuso

de poder da Câmara Municipal de Tefé. (...) Agora, por via da presente

impetração, vê-se que, reiniciados os trabalhos da Comissão Processante,

mais uma vez, e de novo, não foram observadas, por seus membros, as

formalidades legais do processo, com flagrante cerceamento de defesa do

acusado, resultando em decisão nula de pleno direito, até prova em

contrário. A primeira infringência, como se extrai dos autos, diz respeito às

suas reuniões em pleno recesso legislativo de julho/2003, contrariando,

assim, a regra do art. 73, parágrafo único, da Lei Orgânica do Município,

que veda qualquer reunião no recesso, salvo se extraordinariamente

convocada pelo Executivo, e, mesmo assim, para exame de matérias

urgentes. Também, violentadora do sagrado direito de defesa do

impetrante, foi o indeferimento in limine da inquirição das testemunhas por

ele indicadas oportunamente. Outra afronta à amplitude da defesa,

praticada pela referida Comissão, como se observa da documentação

acostada aos autos, foi a não convocação pessoal do acusado, e, também,

a não intimação pessoal de seu patrono e advogado, regularmente

habilitado no mencionado processo administrativo de cassação, para

assistirem e participarem da sessão de julgamento, preferindo, a referida

Comissão, dar-lhe defensor dativo, na ocasião, que nenhum conhecimento

tinha do processo, sendo a sua defesa feita, portanto, apenas, no plano

formal, o que é expressamente vedado pela jurisprudência dominante dos

tribunais pátrios. E, como se tudo isso não bastasse, uma Vereadora foi

impedida de participar da sessão de votação, sem razões ponderáveis de

direito, ou, pelo menos, até então, não esclarecidas pela Comissão. Diante

de tais circunstâncias, extremamente graves para a vida democrática

daquele Município, resulta evidente, pelo menos, prima facie, que,

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comandos imperativos, inscritos na Constituição Federal como cláusulas

pétreas, não foram levados em conta pela referida Comissão Processante,

durante a tramitação do processo político-administrativo movido contra o

impetrante, particularmente, o que exige a fiel observância do devido

processo legal, como condição para que alguém seja privado de sua

liberdade, bens, cargo ou função, e, o que assegura aos acusados em geral

o contraditório e a ampla defesa, com os recursos a ela inerentes (art. 5º,

LIV e LV, respectivamente). (...) Do exposto, abstraindo qualquer juízo de

valor sobre a culpabilidade, ou não, do impetrante, no evento político-

administrativo que deu origem à mencionada Comissão Processante, tenho

como evidenciado nos autos, não apenas a relevância jurídica do pedido de

liminar do impetrante (fumus boni juris), mas também a urgência no deslinde

do caso, embora em caráter provisório, posto que a mencionada decisão

administrativa lhe impôs uma verdadeira capitiis diminutio, de que nos fala o

Direito romano antigo, ou seja, a morte política e civil do acusado perante a

sua comunidade, por um fato ainda não esclarecido em definitivo (periculum

in mora) e, como corolário dessa constatação (...), defiro a liminar requerida,

para o fim de assegurar ao impetrante o imediato retorno ao seu cargo de

Prefeito Municipal de Tefé, até decisão final do presente mandamus". 9.

Como se observa, o impetrante buscou a prestação jurisdicional por

entender que não lhe foram assegurados a ampla defesa e o contraditório

no curso do processo político-administrativo instaurado pela Câmara de

Vereadores, no qual foi declarada a cassação de seu mandato de prefeito,

tese acolhida pelo Tribunal de Justiça ao deferir a medida cautelar no

mandado de segurança. 10. Assim sendo, o Estado-juiz não pode deixar

de prestar a tutela jurisdicional, nem ser impedido de exercer o

controle judicial dos atos administrativos, sendo incongruente afirmar

que o Poder Judiciário, em razão do exercício da competência que lhe

foi constitucionalmente outorgada, estaria concorrendo para o surgimento de um confronto entre os Poderes constituídos ou para

uma crise institucional. Dessa maneira, não obstante o

reconhecimento da exclusividade do juízo político de julgamento pela

Câmara de Vereadores, compete ao Poder Judiciário verificar a

legalidade do procedimento. 11. No caso em exame, percebe-se que a

não-concessão da liminar é que poderia causar grave lesão à ordem

pública, considerada esta em termos de ordem jurídico-constitucional. Como ressaltado pelo Ministro Sepúlveda Pertence (SS(Ag) 1149, DJ

09.05.97), "verdadeiramente inconciliável com o Estado de Direito e a

garantia constitucional da jurisdição seria o impedir a concessão ou

permitir a cassação da segurança concedida, com base em motivos de

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conveniência política ou administrativa, ou seja, a superposição ao

direito do cidadão das razões de Estado". Por essa razão, exige esta

Corte para o deferimento de suspensão de segurança a demonstração

efetiva da potencialidade danosa do ato decisório impugnado (Pet. 2144/ES,

Carlos Velloso, DJ 01.2.2001), por não ser possível presumi-la. 12. A

existência da situação de grave risco ao interesse público, alegada para

justificar a concessão da medida requerida, há de ser cabalmente

demonstrada pela entidade estatal que requer a providência autorizada pela

Lei 4348/64, não bastando a mera e unilateral declaração de que a

execução da medida liminar ou da decisão concessiva do mandado de

segurança comprometerão os valores sociais que a norma visa a proteger.

Ante o exposto, não estando presentes os pressupostos necessários à

suspensão de segurança, indefiro o pedido com base nas disposições dos

artigos 13, inciso XVII, e 21, do Regimento Interno do Supremo Tribunal

Federal. Intime-se. Brasília, 13 de agosto de 2003. Ministro MAURÍCIO

CORRÊA Presidente (SS 2255, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA,

julgado em 13/08/2003, publicado em DJ 25/08/2003 PP-00074) (DECISÃO

MONOCRÁTICA) (Grifo nosso)

No mesmo sentido, o entendimento do C. STJ e do próprio E.

TJ/PR:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. LICITAÇÃO. MANDADO DE

SEGURANÇA. IMPUGNAÇÃO DE EDITAL. ILEGALIDADES.

ADJUDICAÇÃO SUPERVENIENTE. PERDA DE OBJETO. NÃO-

CARACTERIZAÇÃO. 1. O mandado de segurança voltou-se contra

ilegalidades que viciavam o edital do certame, motivo pelo qual

superveniente adjudicação não dá ensejo à perda de objeto - pois é

evidente que, se o procedimento licitatório é eivado de nulidades de pleno

direito desde seu início, a adjudicação e a posterior celebração do contrato

também o são (art. 49, § 2º, da Lei n. 8.666/93). 2. Entendimento diverso

equivaleria a dizer que a própria Administração Pública, mesmo tendo

dado causa às ilegalidades, pode convalidar administrativamente o procedimento, afastando-se a possibilidade de controle de

arbitrariedades pelo Judiciário (malversação do art. 5º, inc. XXXV, da

Constituição da República vigente). 3. Recurso especial não provido.

(STJ - REsp 1059501/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,

SEGUNDA TURMA, julgado em 18/08/2009, DJe 10/09/2009) (Grifo nosso)

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MANDADO DE SEGURANÇA - LICITAÇÃO E CONTRATOS

ADMINISTRATIVOS - APLICAÇÃO DA PENALIDADE DE SUSPENSÃO

TEMPORÁRIA DE PARTICIPAR EM LICITAÇÕES E IMPEDIMENTO DE

CONTRATAR COM A ADMINISTRAÇÃO PELO PRAZO DE 02 (DOIS)

ANOS POR IRREGULARIDADES NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS -

LACUNA CONTRATUAL INTERPRETADA DE FORMA PREJUDICIAL À

IMPETRANTE - CONTROLE AMPLO DE LEGALIDADE PELO PODER

JUDICIÁRIO - DESPROPORCIONALIDADE DA SANÇÃO IMPOSTA -

SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJPR - Órgão Especial - MSOE - 1294807-7 -

Curitiba - Rel.: D’artagnan Serpa Sa - Unânime - - J. 07.03.2016)

MANDADO DE SEGURANÇA - QUIOSQUE PARA INSTALAÇÃO DE

BANCA DE REVISTAS E JORNAIS NO CALÇADÃO DE AREA CENTRAL

URBANA - PERMISSÃO DE USO SUJEITA À PRÉVIA LICITAÇÃO E

POSTERIOR CONTRATO, NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL -

FORMALIDADES IGNORADAS PELA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, AO

CONTEMPLAR INTERESSADA APENAS ATRAVÉS DE PROCEDIMENTO

INTERNO - OFENSA A DIREITO LÍQUIDO E CERTO DOS DEMAIS

PERMISSIONÁRIOS - ORDEM CONCEDIDA - APELO DESPROVIDO -

SENTENÇA CONFIRMADA EM GRAU DE REEXAME NECESSÁRIO. I - O

ato administrativo contrário à lei é nulo de pleno direito. II - As atividades da administração Pública estão sujeitas ao princípio da

legalidade. Onde há lei escrita não pode haver arbítrio. Sendo a função

administrativa essencialmente realizadora do direito, não se pode admitir

seja exercida sem texto legal ou além dos limites por este imposto. III - Ao

Poder Judiciário é vedado apreciar, no exercício do controle jurisdicional,

mérito dos atos administrativos. Cabe-lhe porém examiná-los sob o

prisma da legalidade. E, constatada a sua ilegalidade, da qual resultou

lesão a direito liquido e certo dos impetrantes, impõe-se a concessão da segurança. (TJPR - 2ª C.Cível - ACR - 52898-3 - Cascavel - Rel.: Munir

Karam - - J. 24.02.1999) (Grifo nosso)

Portanto, uma vez demonstrada a ilegalidade do ato

administrativo praticado com desvio de finalidade e abuso de poder, e ainda,

totalmente extemporâneo, alcançado pela decadência, a procedência da

presente é medida que se impõe.

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2.5. DA NECESSIDADE DA CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA

Diante das razões de direito anteriormente expostas, patente

está a plausibilidade do direito subjetivo do Requerente, de não ter contra si

instaurada uma sindicância depois de 15 anos que a Administração Pública

teve o conhecimento do suposto desaparecimento dos bens, seja em

decorrência da prescrição, seja em decorrência do flagrante desvio de

finalidade e de poder, na medida em que comprovado que a sindicância tem

nítidos propósitos eleitorais, para o fim de constranger o Requerente e produzir

notícia.

Da mesma forma, o perigo eminente de dano está presente na

medida em que o Requerente está em vias de ser intimado para depor na

malsinada sindicância no dia 27/09/2016 e ainda, ter que autorizar que os

técnicos da Fundação Cultural vão até a sua propriedade, sob pena de ser

massacrado pela imprensa e redes sociais às vésperas da eleição!

A procrastinação na prestação jurisdicional pode ensejar em

sua ineficiência quando de seu deferimento. O lapso temporal pode inutilizar a

prestação jurisdicional, caso haja seu retardamento.

Portanto, a concessão da tutela para o fim de determinar a

suspensão do processo de sindicância administrativa nº 181/2016, até o

julgamento final desta demanda, é medida que se impõe.

3. REQUERIMENTO

Assim sendo e considerando todo o exposto, requer-se a

Vossa Excelência:

1) a concessão da tutela de urgência para o fim de determinar

a suspensão da sindicância nº 181/2006;

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2) a citação dos Requeridos, para que querendo, apresentem

defesa no prazo legal, sob pena dos efeitos da revelia;

3) seja ao final julgada procedente a presente demanda, para

o fim de reconhecer o desvio de finalidade e de poder, bem como a prescrição,

anulando o processo de sindicância administrativa nº 181/2016, com a

condenação dos Requeridos ao pagamento de custas e honorários

advocatícios;

4) a produção de todos os meios de prova em direito

admitidos, em especial a juntada de novos documentos, depoimento de

testemunhas e produção de prova pericial, se necessário for;

5) a intimação dos Representados para que apresentem a

cópia integral do processo de sindicância nº 181/2016.

Na forma do inciso VII, do artigo 319 do CPC, o Requerente

não tem interesse na realização de audiência de conciliação e mediação.

Dá-se à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Termos em que,

Pede deferimento.

Curitiba, 26 de setembro de 2016.

WALBER DE MOURA AGRA OAB/PR 83.264

OLIVAR CONEGLIAN OAB/PR 20.891

ROL DE DOCUMENTOS: DOC. 01 Documentos pessoais DOC. 02 Procuração DOC. 03 GRECA lidera disputa para Prefeitura de Curitiba - G1 DOC. 04 GRECA tem 45%, e Gustavo Fruet, 16%, em Curitiba - G1 DOC. 05 Sumiço de peça histórica causa embate entre candidatos em Curitiba - 21092016 - Poder - Folha de S.Paulo DOC. 06 Guardas que fizeram campana contra Greca eram voluntários da campanha de Fruet Eleições 2016 Gazeta do Povo

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DOC. 07 Boletim de Ocorrência DOC. 08 Sindicância DOC. 09 Chafariz ferro fundido SP DOC. 09 Ata notarial chafariz DOC. 10 Material produzido pela campanha de FRUET DOC. 11 Despacho busca e apreensão eleitoral DOC. 12 Perita aponta evidências de que peças da chácara de Greca são as da Casa Klemtz _ Eleições 2016 _ Gazeta do Povo DOC. 12 Fundação Cultural envia relatório para sindicância que apura desaparec - A12 DOC. 13 Declaração COLECIONADOR ANTIGUIDADES DOC. 14 Ação popular contra aposentadoria de Greca - Cícero Cattani DOC. 14 Mac Donald entra com ação popular contra Greca _ Paraná Portal DOC. 14 Veja - Secretário municipal de Curitiba vai à Justiça contra Greca DOC. 15 Despacho Inicial Ação Popular DOC. 16 GUIA RECOLHIMENTO

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rafael valdomiro gre ca de macedo - terra sem males...casado, engenheiro civil, portador da c dula...

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