radicais livres 1

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RADICAIS LIVRES BONS, MAUS E NATURAIS

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Page 1: Radicais Livres 1

RADICAIS LIVRES

BONS, MAUS E NATURAIS

Page 2: Radicais Livres 1
Page 3: Radicais Livres 1

LINUS PAULING 1954 Prêmio Nobel de Química.

Dedicou-se ao estudo dos RADICAIS LIVRES: responsáveis

pelo aparecimento de doenças e pelo envelhecimento do

organismo.

(1901-1994)

Base das ligações

covalentes entre os

átomos

Page 4: Radicais Livres 1

1970 Uso de megadoses de vitamina C.

1000 mg de vitamina C: reduziria 45% dos resfriados.

Ingestão diária recomendada é de 60mg.

Linus :12000 mg/dia

Page 5: Radicais Livres 1

As teorias de Pauling:

Medicina

Ortomolecular

Equilíbrio químico do

organismo

Vitaminas , minerais e

nutrientes

Page 6: Radicais Livres 1

Existe inúmeros grupos de pesquisa que estudam os

radicais livres:

No Brasil:

Associação dos radicais livres com doenças;

Compostos naturais com propriedades

antioxidantes;

Síntese de compostos antioxidantes .

Page 7: Radicais Livres 1

O QUE É RADICAL LIVRE?

É uma espécie química que possui um elétron

desemparelhado, ou seja, ocupando um orbital

atômico ou molecular sozinho.

Molécula altamente instável e reativa, meia vida muito curta tenta estabilizar-se....

Retirando elétrons, de moléculas estáveis...

Integrantes da estrutura celular...

Page 8: Radicais Livres 1

Lipídios, Proteínas e DNA

Page 9: Radicais Livres 1

Representação dos orbitais mais externos

RADICAL

LIVRE

composto

“normal”:

ESTÁVEL

MOLÉCULA

ESTÁVEL

MOLÉCULA

INSTÁVEL

Page 10: Radicais Livres 1

Exemplo:Formação do radical livre superóxido (O2-.), que é

derivado do oxigênio molecular.

1. O O2 é composto por dois átomos de O:

2. Para formar o O2, os 2 elétrons solitários do subnível p de um O

fazem intercâmbio com os 2 elétrons de outro O, formando um

composto estável com 12 elétrons na última camada (L).

Page 11: Radicais Livres 1

3. Quando no metabolismo normal ocorrer uma redução do

O2, forma o radical superóxido (O2-.), considerado instável por

possuir número ímpar (13) de elétrons na última camada L:

Page 12: Radicais Livres 1

Produzidos:

-Quebra de

ligações

covalentes.

Nos

sistemas

biológicos

resultam de

reações de

óxido-

redução.

Page 13: Radicais Livres 1

Todo radical livre de oxigênio é uma ESPÉCIE REATIVA DE OXIGÊNIO, mas nem toda espécie

reativa de oxigênio é um radical livre de oxigênio!!!

Page 14: Radicais Livres 1

O

Cl

Br

N

Page 15: Radicais Livres 1

Radical mais comum e abundante da célula

Primeira das espécies formadas pela redução do oxigênio por um

único elétron, pode agir como oxidante ou como redutor, dando

origem a outras espécies reativas.

Produzido pela cadeia de transporte de elétrons ou por ação de

células fagocitárias (neutrófilos, monócitos, e macrófagos) para

defesa bactericida.

Altamente reativo, meia vida de milissegundos e, em razão disso,

dificilmente atravessa as membranas, não pode se difundir para

longe do sítio de origem.

Radical Superóxido (O2•-)

O2 + e- O2•-

Page 16: Radicais Livres 1

Formado principalmente na matriz mitocondrial, durante o

processo de redução do oxigênio, ou pela dismutação do

radical superóxido pela enzima SOD.

Metabólito do oxigênio extremamente deletério, porque

participa da reação que produz o OH. em presença de

metais como o Ferro.

O H2O2 é muito difusível dentro e entre as células in vivo

Peróxido de hidrogênio (H2O2)

2 O2•-

+ 2H+ H2O2 + O2

Page 17: Radicais Livres 1

Experimento

H2O2 não reage

diretamente com DNA

H2O2 permeia membranas

celulares e gera radical

OH. in situ em razão dos

metais de transição

ligados ao DNA

Quelante impede íons

metálicos participe

reações óxido-redução

Page 18: Radicais Livres 1

Espécie mais reativa e mais letal, tem uma meia-vida

extremamente curta (10-9), reagindo rapidamente com os

alvos celulares + próximos lesar DNA, proteínas,

carboidratos e lipídios.

Radical hidroxila (OH.)

Modificações de

bases purínicas e

pirimidínicas,

levando à

inativação ou

mutação do DNA.

Pode inativar

várias proteínas

ao oxidar seus

grupos sulfidrilas

(-SH) a pontes

dissulfeto (-SS).

Page 19: Radicais Livres 1

Reações importantes p/ formação do

Radical hidroxila (OH.)

Não há enzima que catalisa a sua remoção capacidade

maior de lesar as células.

Page 20: Radicais Livres 1

Radical peroxila (LOO.) e radical alcoxila (LO.)

São formados durante a decomposição de

peróxidos orgânicos e reações de carbono

radicalar com oxigênio

PEROXIDAÇÃO LIPÍDICA

Page 21: Radicais Livres 1

METAIS

Page 22: Radicais Livres 1
Page 23: Radicais Livres 1

Quais são as fontes de EROs?

Page 24: Radicais Livres 1

FONTES ENDÓGENAS

São produzidos em organismos AERÓBIOS tanto

em situações NORMAIS quanto PATOLÓGICAS.

Respiração

aeróbia Peroxissomos

Citocromo P-450

Inflamação

Page 25: Radicais Livres 1

Mitocôndria

Mitocôndrias 90% do

oxigênio molecular

consumido pelos

organismos aeróbios

ATP produzido

durante o metabolismo

dos nutrientes

Page 26: Radicais Livres 1

Estágio 1: moléculas combustíveis são

degradadas levando a formação de

Acetil- CoA.

Estágio 2: O acetil CoA entra no ciclo do

ácido citrico onde é oxidado

enzimaticamente.

A energia liberada das oxidações é

conservada nos transportadores de elétrons

reduzidos NADH e FADH2.

Estágio 3: As coenzimas são oxidadas e os

elétrons conduzidos por uma cadeia

transportadora de elétrons até o

oxigênio(aceptor final de elétrons ) que é

completamente reduzido a água . Durante a

passagem desses elétrons uma grande

quantidade de energia é liberada e

conservada na forma de ATP,:

Fosforilação oxidativa. Manter processos

vitais

Estágio da respiração celular

Page 27: Radicais Livres 1

Principal fonte fisiológica de EROS.

Do O2 consumido na CR 95 a 98% é reduzido por 4e- a

H2O, através de etapas subseqüentes de reduções parciais

por um e-.

2 a 5% do O2 é reduzido de forma incompleta por um só

elétron, formando o radical superóxido.

Cadeia respiratória

2 a 5%

95 a 98%

Page 28: Radicais Livres 1

Cadeia respiratória

Page 29: Radicais Livres 1

Provável sítio de formação do radical O2.- devido

ao vazamento de elétrons a nível da coenzima Q, entre

o complexo I e complexo III da CR.

A evidências de formação de outras EROs: peróxido de

hidrogênio e radical hidroxila.

Page 30: Radicais Livres 1

Camundongos nocautes para expressão de Cu,Zn-

SOD1sensível aos oxidantes;

Privados de Mn-SODmorrem 10 dias após o nascimento

Um adulto de 70 kg em repouso :

353 litros de oxigênio/dia =14,7 mol de oxigênio/dia

1% do oxigênio for reduzido para superóxido= 0,147

mol de superóxido/dia, ou 1,7 kg em um ano.

Page 31: Radicais Livres 1

Dieta rica em calorias, Mitocôndrias e

radicais livres A energia que a célula precisa para

exercer as suas funções é retirada dos

nutrientes ingeridos

Enquanto houver nutrientes à

disposição ela continua a trabalhar e

produzir Radicais livres

Desgaste mitocondrial

Envelhecimento

Page 32: Radicais Livres 1

ENVELHECIMENTO NORMAL consequência do acúmulo

em biomoléculas de lesões promovidas pelos EROS durante

o metabolismo normal.

OH.....

Page 33: Radicais Livres 1

Responsável pela

detoxificação de drogas podem

converter-se em intermediários

reativos que iniciam a

peroxidação lipídica.

Catalisa reações que geram

O2.- mediante mecanismos

dependentes de NADPH.

Citocromo P450

Page 34: Radicais Livres 1

Condições p/ formação de RL

envolve íons de metais de

transição, oxigênio e reações de

transferência de elétrons

Utiliza oxigênio para hidroxilação

de seus substratos aumentando

sua polaridade, com o fim de

torná-los mais solúveis e ajudar

na sua excreção.

-

Citocromo P450

Page 35: Radicais Livres 1

Neutrófilos e macrófagos

combatem os

microorganismos invasores

pela síntese de ERO.

Possuem a enzima NADPH

oxidase, que reduz 100% do O

ao radical O2.- que em

presença de Fe2+ transforma-

se no radical OH.

Quando ativados por proteínas

específicas que sinalizam o

organismo invasor:

Aceleração do consumo de O2

“EXPLOSÃO RESPIRATÓRIA”

Fagocitose

Page 36: Radicais Livres 1

Phox = “phagocyte oxidase”

Defesa contra invasores

Page 37: Radicais Livres 1

Herbicidas;

Antibióticos;

Poluentes do ar;

Raios X, ;

Raios UV;

Cigarro;

Álcool;

Alimentos

FONTES EXÓGENAS

Page 38: Radicais Livres 1

Radiação A incidência da radiação UV, raios X e gama produz o radical

OH. nas células da pele.

Papel importante na carcinogênese

EROs depletam os sistemas de defesa antioxidantes;

Page 39: Radicais Livres 1

CIGARRO

Fumaça do cigarro mistura

complexa (4000 compostos)

Cada tragada produz cerca de

1014 EROs;

Radicais superóxido, hidroxila,

peróxido de nitrogênio,

oxigênio singlete, óxido nítrico,

radical alcoxila, peroxila,

peroxinitrito e dióxido de

nitrogênio.

Page 40: Radicais Livres 1

A produção contínua de EROs durante os processos

metabólicos levou ao desenvolvimento de muitos mecanismos

de defesa antioxidante para limitar os níveis intracelulares e

impedir a indução de danos.

Os seres humanos só conseguem tolerar o oxigênio porque,

no processo evolutivo, nossos ancestrais desenvolveram

poderosos mecanismos que minimizam seus efeitos tóxicos.

Antioxidantes Neutralizam as EROs gerados pelo

metabolismo celular ou por fontes

exógenas, impedindo o ataque

sobre os lipídios, as proteínas e o

DNA, evitando a formação de

lesões e perda da integridade

celular.

Page 41: Radicais Livres 1

•Os radicais livres se formam em condições fisiológicas

em proporções controladas por mecanismos de defesa

celular;

Em condições patológicas a produção de RL pode

aumentar substancialmente.

Page 42: Radicais Livres 1

ESTRESSE OXIDATIVO

Page 43: Radicais Livres 1

Estresse oxidativo = Estado de Desequilíbrio =

Doença

Pode resultar de

uma situação em

que ocorre uma

diminuição nos

níveis das defesas

antioxidantes, uma

elevada produção

de EROs ou uma

combinação de

ambos os fatores; EROs: O2

- , H2O2 , OH-

Antioxidantes

Page 44: Radicais Livres 1

Esse quadro de estresse oxidativo pode causar danos a todas

as estruturas celulares, incluindo DNA, lipídios e proteínas;

Distúrbios do equilíbrio entre a formação e a remoção das

espécies reativas são importantes na patogênese de muitas

doenças, como por exemplo, no câncer, diabetes, Alzheimer,

Parkinson, hipertensão.

Page 45: Radicais Livres 1

Biomarcadores de estresse

oxidativo

Page 46: Radicais Livres 1

46

PEROXIDAÇÃO LIPÍDICA

Cadeia de reações, que resulta deterioração oxidativa de

ácidos graxos poliinsaturados das membranas biológicas.

importante alvo para o ataque de EROs:

HO•, O2•-, •NO2, RO•, ROO

., íons Cu e Fe

Page 47: Radicais Livres 1

H metilênicos bis-

alílicos que são mais

suscetíveis à

abstração por agentes

oxidantes

Uma vez determinado o carbono de um lipídio oxidado, esta

oxidação se propaga por toda a membrana por reações em

cascata, degradando os lipídeos em outras moléculas.

Page 48: Radicais Livres 1

Radical de

lipídeo Radical

peroxila

Hidroperóxido

de lipídeo

Reação em cadeia: INICIAÇÃO, PROPAGAÇÃO E

TERMINAÇÃO

Page 49: Radicais Livres 1

Processo promove grave alteração da membrana

celular, causando perda da fluidez, alteração da função

secretora e dos gradientes iônicos transmembrana;

Além disso, tem sido observada perda da seletividade

na troca iônica, com liberação do conteúdo de

organelas, levando à formação de produtos citotóxicos

(MDA) e até a morte celular;

Page 50: Radicais Livres 1

Peroxidação Lipídica Oxidação dos lipídios pode ser avaliada pelo MDA (Malondialdeído)

- produto de quebra de hidroperóxidos de lipídeos)

Ensaio referido como substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

(TBARS).

A sua condensação com o ácido tiobarbitúrico (TBA) forma produtos, que podem ser determinados por absorção no visível (532 nm) ou por fluorescência (λ exc= 515 nm e λem = 553 nm).

Page 51: Radicais Livres 1

TBARS

Medida peroxidação

Ácidos graxos

Membranas

Alimentos

Vantagens:

o Plasma/Soro é adicionado o

TBA reage com MDA

em meio ácido e alta temperatura, cromógeno

róseo, medido espectrofotometricamente (532nm).

Page 52: Radicais Livres 1

Proteínas

Macromolécula mais abundante

Catalisadores

Transportam e armazenam outras moléculas (O2)

Fornecem apoio mecânico e proteção imunitária

Controlam o crescimento e a diferenciação celular

Page 53: Radicais Livres 1

Proteína Carbonil

Teste geral do dano oxidativo das

proteínas

Várias ROS atacam resíduos de

aminoácidos das proteínas

Histidina, arginina, lisina e

prolina

Produzir produtos com grupos

carbonil (destroi a estrutura da

proteína)

Page 54: Radicais Livres 1

Proteína Carbonil

Método baseado na reação do

DTNB c/ o grupo carbonila

Espectrofotômetro a 370nm

Nmol/g de proteína

Quantificar Proteína total

Page 55: Radicais Livres 1

DNA Radical hidroxila (OH.) ataca diferentes sítios do DNA .

Os radicais hidroxila atacam todas as posições do açúcar da

desoxirribose levando a quebras em uma ou nas duas fitas do

DNA.

Causa modificações e ruptura das ligações entre as bases

nitrogenadas, resultando em mutações, levando à senescência.

celular

Page 56: Radicais Livres 1

Devido ao seu baixo custo e

versatilidade o Ensaio Cometa

tornou-se a técnica mais utilizada

na análise danos no DNA

Amplamente usado em

Genética Toxicológica, Nutrição,

Pesquisa e Potencial Uso no

Tratamento do Câncer.

Método de avaliar dano no DNA

Page 57: Radicais Livres 1

Como é realizado? Eletroforese de células isoladas

As células, englobadas em gel e espalhadas sobre uma lâmina, são

submetidas a uma corrente elétrica como uma força

proporcionando a migração dos segmentos de DNA livres

resultantes de quebras, para fora do núcleo.

Page 58: Radicais Livres 1

DOENÇAS RELACIONADAS COM OS RADICAIS LIVRES

Page 59: Radicais Livres 1

Peróxidos lipídicos

Page 60: Radicais Livres 1

Danos nas proteínas

Concentrações de nitrotirosina plasmáticas foram

normalizadas :

Antes da cirurgia 1.5 ± 0.4 nmol N-Tyr/mol Tyr

1 mês 2.8 ± 0.6 nmol N-Tyr/mol Tyr

6 months 1.0 ± 0.3 nmol N-Tyr/mol Tyr

24 months 0.7 ± 0.3 nmol N-Tyr/mol Tyr

Page 61: Radicais Livres 1

INFARTO DO MIOCÁRDIO

Bagatini e cols. 2007

TBARS Proteína carbonil

Page 62: Radicais Livres 1

Câncer do útero Diabetes

Peroxidação Lipídica

Page 63: Radicais Livres 1

Proteína Carbonil- LEUCEMIA

Page 64: Radicais Livres 1

HIPERCOLESTEROLEMIA

Duarte e cols. 2007

TBARS

Page 65: Radicais Livres 1

Diabetes experimental X Resveratrol

Schmatz e cols. 2008

Page 66: Radicais Livres 1

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Corrêa e cols. 2007

Proteína carbonil TBARS