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tributarioparaconcursos.wordpress.com Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 1 1) PROCURADOR LEGISLATIVO – CÂMARA DE SÃO PAULO/SP - 2014 Na seção denominada das “limitações constitucionais ao poder de tributar” o texto constitucional dispõe sobre (A) capacidade tributária para cobrar tributos. (B) imunidades e isenções tributárias. (C) todos os institutos tributários que atuam no campo da cobrança dos tributos instituídos na Constituição Federal. (D) princípios e regras que disciplinam o exercício da competência para instituir e modificar tributos. (E) o rol taxativo dos impostos instituídos pela Constituição Federal para os entes federados, que não têm poder de instituir, mas apenas para cobrar. A seção II da CF/88 (Das Limitações do Poder de Tributar, arts. 150 a 152) impõe limites aos entes políticos no que diz respeito à instituição e cobrança de tributos. São considerados direitos fundamentais (cláusulas pétreas), de modo que não podem ser suprimidos ou mitigados por meio de emenda constitucional. Esses comandos constitucionais aparecem ora na forma de princípios (legalidade, irretroatividade, anterioridade, entre outros), ora na forma de imunidades (dos livros, dos templos, das obras musicais brasileiras, entre outras). Dessa forma, o gabarito é a letra D. Vejamos os erros das demais alternativas. Letra A: regras de capacidade tributária são concessivas, e não limitativas, de modo que são estranhas à seção de limitações constitucionais ao poder de tributar. Letra B: imunidades, sim. Isenções, não. Imunidades são limitações ao poder de tributar trazidas pela Constituição, ao passo que isenções são concedidas pelos entes políticos por meio de atos infraconstitucionais. Letra C: é errado afirmar que a seção de limitações ao poder de tributar contém todos os institutos tributários relativos à cobrança de tributos. Existem limitações que se encontram fora dessa seção (por exemplo, o direito de petição do art. 5º, XXXIV, da CF/88, que é assegurado independentemente do pagamento de taxas). Além disso, não tributos instituídos pela Constituição. A Carta Magna apenas dá competência aos entes políticos para instituir tributos. Letra E: mais uma vez, a Constituição não institui tributos. Os entes federados é que instituem e cobram os tributos delineados no texto constitucional, de acordo com a competência de cada um. GABARITO: D 2) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2013 O art. 150, I, da Constituição Federal, estipula que, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Este dispositivo enuncia o Princípio da (A) Uniformidade Tributária, e admite exceções. Dentre estas, a redução e o restabelecimento por ato do Poder Executivo da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico − CIDE relativa às atividades de importação de petróleo.

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 1

1) PROCURADOR LEGISLATIVO – CÂMARA DE SÃO PAULO/SP - 2014

Na seção denominada das “limitações constitucionais ao poder de tributar” o texto constitucional dispõe sobre

(A) capacidade tributária para cobrar tributos.

(B) imunidades e isenções tributárias.

(C) todos os institutos tributários que atuam no campo da cobrança dos tributos instituídos na Constituição Federal.

(D) princípios e regras que disciplinam o exercício da competência para instituir e modificar tributos.

(E) o rol taxativo dos impostos instituídos pela Constituição Federal para os entes federados, que não têm poder de instituir, mas apenas para cobrar.

A seção II da CF/88 (Das Limitações do Poder de Tributar, arts. 150 a 152) impõe limites aos entes políticos no que diz respeito à instituição e cobrança de tributos. São considerados direitos fundamentais (cláusulas pétreas), de modo que não podem ser suprimidos ou mitigados por meio de emenda constitucional. Esses comandos constitucionais aparecem ora na forma de princípios (legalidade, irretroatividade, anterioridade, entre outros), ora na forma de imunidades (dos livros, dos templos, das obras musicais brasileiras, entre outras).

Dessa forma, o gabarito é a letra D.

Vejamos os erros das demais alternativas.

Letra A: regras de capacidade tributária são concessivas, e não limitativas, de modo que são estranhas à seção de limitações constitucionais ao poder de tributar.

Letra B: imunidades, sim. Isenções, não. Imunidades são limitações ao poder de tributar trazidas pela Constituição, ao passo que isenções são concedidas pelos entes políticos por meio de atos infraconstitucionais.

Letra C: é errado afirmar que a seção de limitações ao poder de tributar contém todos os institutos tributários relativos à cobrança de tributos. Existem limitações que se encontram fora dessa seção (por exemplo, o direito de petição do art. 5º, XXXIV, da CF/88, que é assegurado independentemente do pagamento de taxas). Além disso, não há tributos instituídos pela Constituição. A Carta Magna apenas dá competência aos entes políticos para instituir tributos.

Letra E: mais uma vez, a Constituição não institui tributos. Os entes federados é que instituem e cobram os tributos delineados no texto constitucional, de acordo com a competência de cada um.

GABARITO: D

2) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2013

O art. 150, I, da Constituição Federal, estipula que, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Este dispositivo enuncia o Princípio da

(A) Uniformidade Tributária, e admite exceções. Dentre estas, a redução e o restabelecimento por ato do Poder Executivo da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico − CIDE relativa às atividades de importação de petróleo.

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 2

(B) Legalidade Tributária, e admite exceções. Dentre estas, a fixação das alíquotas máximas e mínimas do ISS por meio de Resolução do Senado Federal, aprovada por 1/3 dos Senadores.

(C) Inafastabilidade Tributária, e admite exceções. Dentre estas, o aumento da base de cálculo do IOF por meio de decreto do Poder Executivo Federal.

(D) Uniformidade Tributária, e não admite exceções.

(E) Legalidade Tributária, e admite exceções. Dentre estas, a redução e o restabelecimento por ato do Poder Executivo da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico − CIDE relativa às atividades de comercialização de álcool combustível.

A questão traz o enunciado do Princípio da Legalidade Tributária, que decorre do Princípio da Legalidade insculpido no art. 5º, II, da CF/88 (“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”).

O princípio também está presente na própria definição de tributo do art. 3º do CTN (tributo deve ser instituído por lei).

Assim, INCORRETAS as letras A, C e D.

Há exceções ao princípio no próprio texto constitucional.

Frise-se que essas exceções nunca versam sobre a instituição de tributos, limitando-se à sua majoração ou redução. Assim é que as alíquotas do II, IE, IOF e IPI, dada a característica extrafiscal desses impostos, podem ser alteradas por decreto do executivo federal (CF/88, art. 153, § 1º). Importante notar que essas alterações devem atender a condições e limites estabelecidos em lei.

No tocante à CIDE-combustíveis, é permitido a redução e restabelecimento de suas alíquotas por ato do Poder Executivo (CF/88, art. 177, § 4º, I, “b”), o que torna CORRETA a letra E.

Por fim, o ICMS monofásico sobre combustíveis e lubrificantes terá alíquotas definidas por meio de convênio entre os Estados e o DF (CF/88, art. 155, § 4º, IV).

A fixação das alíquotas máximas e mínimas do ISS não é exceção ao Princípio da Legalidade, posto ser assunto reservado a lei complementar (CF/88, art. 156, § 3º, I), o que torna INCORRETA a letra B.

GABARITO: E

3) ANALISTA DE PROCURADORIA/APOIO JURÍDICO – PGE/BA – FCC – 2013

É matéria reservada à lei, salvo

(A) fixação da alíquota do tributo e sua base de cálculo.

(B) cominação de penalidades para as ações e omissões contrárias a seus dispositivos.

(C) hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários.

(D) definição do fato gerador da obrigação tributária principal e seu sujeito passivo.

(E) atualização monetária da respectiva base de cálculo do tributo.

Essa questão baseou-se no artigo 97 do CTN:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 3

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.

§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

As alternativas A, B, C e D correspondem a matérias reservadas à lei, nos termos dos incisos IV, V, VI e III acima.

A atualização monetária da base de cálculo do tributo, por não ser considerada majoração (§ 2º acima), não necessita de lei para ser implementada (CORRETA a letra E).

Importante mencionar que o STJ tem entendimento no sentido de que a atualização monetária da base de cálculo do IPTU por meio de decreto não pode se utilizar de índice superior ao da inflação (Súmula 160 do STJ):

“É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária”.

GABARITO: E

4) PROCURADOR – PREF. SÃO PAULO/SP – FCC - 2008

Um Prefeito Municipal, através de Decreto, corrige a base de cálculo do IPTU em 45% (quarenta e cinco por cento), em 31 de dezembro de 2007, para que seja aplicada a nova base de cálculo a partir de 01 de janeiro de 2008. Esta medida é

(A) constitucional, porque correção monetária de base de cálculo é exceção ao princípio da legalidade, por não se caracterizar como majoração, apesar de dever obediência ao princípio da anterioridade anual.

(B) constitucional, porque além de poder ser feita por decreto a correção da base de cálculo, por ser exceção ao princípio da legalidade, é também exceção ao princípio da anterioridade anual.

(C) inconstitucional, porque a correção monetária depende da indicação de índice de correção monetária, enquanto no fato apresentado houve verdadeira majoração da base de cálculo, violando, portanto, o princípio da legalidade.

(D) inconstitucional, porque a correção monetária de base de cálculo depende de lei, visto que acarreta a majoração do tributo, e também porque não foi observado o princípio da anterioridade nonagesimal.

(E) inconstitucional, porque correção monetária de base de cálculo do IPTU deve obediência ao princípio da anterioridade nonagesimal, apesar de ser exceção ao princípio da legalidade.

A atualização monetária da base de cálculo é exceção tanto ao princípio da legalidade como ao princípio da anterioridade, por

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 4

não ser considerada majoração de tributo (INCORRETAS as letras A, D e E). Ainda, segundo entendimento do STJ (Súmula 160), o município não pode corrigir a base de cálculo do IPTU por índice superior ao da inflação. O índice de 45% trazido pela questão é flagrantemente superior a qualquer índice inflacionário da era do Real, o que torna esse ajuste verdadeira majoração. Logo, é inconstitucional a medida (CORRETA a letra C e INCORRETA a letra B).

GABARITO: C

5) PROCURADOR JUDICIAL – PREF. RECIFE/PE - 2014

A Secretaria de Finanças do Recife, pretendendo aumentar a arrecadação municipal, propõe algumas iniciativas legais a serem levadas ao conhecimento tanto do chefe do executivo municipal, como à Câmara dos Vereadores da cidade. Em dúvida, contudo, sobre a adequação legal de suas propostas, formula consulta à Procuradoria Judicial do Município, para que ela emita parecer sobre o assunto. De acordo com os preceitos legais do Código Tributário Nacional

(A) a expressão "legislação tributária" compreende, em relação ao Município do Recife, a partir de 01 de janeiro de 2014, somente as leis, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

(B) deve-se proceder, por Decreto do Executivo, à atualização do valor monetário da base de cálculo do ISSQN incidente no Município do Recife.

(C) deve-se cominar, por Decreto de Executivo Municipal, novas penalidades para ações ou omissões contrárias a

dispositivos legais definidos na lei ordinária instituidora do ISSQN no Município do Recife.

(D) deve-se majorar, por Portaria Municipal, a base de cálculo do IPTU para os imóveis localizados em setores do perímetro urbano, onde se localizam cidadãos de maior poder aquisitivo.

(E) não se permite que tratados internacionais, eventualmente celebrados, revoguem ou modifiquem a legislação tributária municipal do Recife, quando as prescrições normativas dos tratados forem no sentido de diminuição do valor da tributação municipal.

Letra A: INCORRETA. O assunto “legislação tributária” será estudado em aula própria. Por ora, fique com o artigo 96 do CTN, que define o termo:

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Note que a alternativa excluiu os tratados e as convenções internacionais em matéria tributária, restringindo a definição do CTN, que é uma lei de normas gerais de direito tributário e deve ser observado pela legislação dos entes federativos.

Letra B: CORRETA. Embora essa alternativa seja o gabarito oficial, entendemos que o mais apropriado seria substituir a expressão “deve-se” por “pode-se”, já que nada impede que a atualização da base de cálculo seja implementada, por exemplo, por meio de lei. No mais, como vimos em questões anteriores, é legítima a atualização monetária da base de cálculo de tributos por decreto.

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 5

Letra C: INCORRETA. A cominação de novas penalidades por infrações à legislação tributária é matéria reservada à lei (CTN, art. 96, V).

Letra D: INCORRETA. Majorar a base de cálculo do IPTU significa majorar o próprio tributo e isso também é matéria reservada à lei (CTN, art. 96, II e CF/88, art. 150, I).

Letra E: INCORRETA. Outro assunto de legislação tributária que será estudado em aula própria. A alternativa contraria o comando do artigo 98 do CTN:

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

GABARITO: B

6) JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/CE – FCC – 2014

Atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, o IPI, o ICMS, as taxas municipais pelo poder de polícia, as contribuições de melhoria e o Imposto de Exportação podem ter suas alíquotas aumentadas, respectivamente, por:

(A) lei ordinária, decreto, lei ordinária, decreto e lei ordinária.

(B) lei complementar, lei ordinária, decreto, decreto e lei complementar.

(C) decreto, lei ordinária, lei ordinária, lei ordinária e decreto.

(D) lei ordinária, decreto, lei ordinária, lei ordinária e lei complementar.

(E) decreto, lei ordinária, decreto, decreto e lei ordinária.

As alíquotas do IPI e do IE podem ser alteradas por decreto (CF/88, art. 153, §

1º). As do ICMS, via de regra, devem ser alteradas por lei (a exceção é o ICMS monofásico sobre combustíveis e lubrificantes, que pode ter suas alíquotas reduzidas e restabelecidas por meio de convênio, nos termos do art. 155, § 4º, IV, “c”, da CF/88). Em relação às taxas e contribuições de melhoria, não há exceção ao princípio da legalidade, de modo que suas alíquotas só podem ser majoradas por lei.

GABARITO: C

7) ANALISTA LEGISLATIVO – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE PERNAMBUCO – FCC - 2014

Somente a lei pode estabelecer

(A) instituição e extinção de tributos, elevação de alíquotas ou sua redução, concessão e revogação de isenções para os impostos estaduais e municipais.

(B) definição do fato gerador da obrigação principal, cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, bem como a disciplina dos parcelamentos de débitos fiscais.

(C) elevação de alíquotas, modificação da base de cálculo do ICMS e postergação do prazo de vencimento da respectiva dívida tributária.

(D) concessão de isenções aos impostos estaduais e municipais, disciplina dos prazos recursais no processo administrativo tributário, hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários ou de dispensa ou redução de penalidades.

(E) definição dos critérios para a fixação das margens de valor agregado para o cálculo do ICMS devido no regime de antecipação com substituição tributária,

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elevação de alíquotas e modificação da base de cálculo do ICMS.

Letra A: INCORRETA. Instituição e extinção de tributos é matéria reservada à lei, sem exceções (CTN, art. 97). Já a elevação e a redução de alíquotas encontram várias exceções à legalidade, como visto nas questões anteriores (II, IE, IPI, IOF, CIDE-combustíveis e ICMS monofásico). Concessão e revogação de isenção é assunto a ser estudado na aula sobre as causas de exclusão do crédito tributário, mas já adianto que, em determinados casos, ela pode ser concedida ou revogada por despacho de autoridade administrativa.

Letra B: CORRETA. Definição de fato gerador e cominação de penalidades estão entre as matérias reservadas à lei do artigo 97 do CTN (incisos III e V). A disciplina de parcelamentos de débitos tributários também deve respeitar a legalidade, nos termos do artigo 155-A, caput, do CTN.

Letra C: INCORRETA. Elevação de alíquotas prescinde de lei em alguns casos já vistos. Base de cálculo de impostos é assunto reservado à lei complementar (CF/88, art. 146, III, “a”). Já a moratória (postergação de prazo para pagamento de tributo), da mesma forma que a isenção, pode ser concedida por lei ou por despacho da autoridade administrativa. Estudaremos esse assunto com mais detalhes quando resolvermos questões sobre as causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

Letra D: INCORRETA. Concessão de isenções pode ou não prescindir de lei. Em relação aos prazos recursais no contencioso administrativo tributário, a lei que disciplina o assunto pode ela mesma regular os prazos ou remeter a matéria a

ato infralegal. No caso do Estado de São Paulo, cujo contencioso administrativo tributário é regido pela Lei nº 13.457/2009, o art. 5º da referida lei estabelece que os prazos processuais serão aqueles estabelecidos pela própria lei ou pela legislação tributária. Por fim, hipóteses de exclusão, suspensão ou extinção do crédito tributário, bem como a dispensa ou redução de penalidades, são assuntos reservados à lei, nos termos do art. 97, VI, do CTN.

Letra E: INCORRETA. Substituição tributária é assunto reservado à lei complementar (CF/88, art. 155, XII, “b”). A lei que disciplinou o assunto (LC nº 87/1996, conhecida como Lei Kandir) estabeleceu em seu artigo 8º, § 4º, que os critérios para fixação da margem de valor agregado nas operações sujeitas à substituição tributária serão definidos em lei. Elevação de alíquotas e alteração da base de cálculo do ICMS já foram discutidos nas alternativas anteriores.

GABARITO: B

8) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2006

Considere o seguinte fato, em relação ao instituto da Substituição Tributária com Retenção Antecipada do Imposto no Estado de São Paulo.

Em relação a esse instituto, a Constituição Federal, no art. 150, § 7o , diz que “fica assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido”. Entendendo que esse dispositivo queria dizer que o preço da operação final efetivamente praticado pelo contribuinte substituído era o preço referencial para o cálculo da substituição tributária, o Fisco paulista entendeu de cobrar imposto

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complementar, quando a base de cálculo presumida fosse menor que o efetivamente praticado na operação final, e dar o ressarcimento, quando aquela base de cálculo fosse maior. Em ambas as situações há dispositivo expresso da legislação. Para o complemento do ICMS, o dispositivo está no Regulamento que diz, no art. 265:

“Art. 265 − A retenção do imposto na forma deste capítulo não exclui o pagamento de complemento, pelo contribuinte substituído, na hipótese de o valor da operação ou prestação final com a mercadoria ou serviço ter sido maior que o da base de cálculo utilizada para a retenção, ...”

Para o ressarcimento, o dispositivo está na própria Lei no 6.374/89, art. 66-B, que reza:

“Art. 66-B − Fica assegurada a res tuição do imposto pago antecipadamente em razão da substituição tributária:

I − ...

II − caso se comprove que na operação final com mercadoria ou serviço ficou configurada obrigação tributária de valor inferior à presumida.”

Ocorre que, em diversas ações que chegaram ao STF, com incidentes de inconstitucionalidade (não ADINs, ou seja, decisões válidas apenas para as partes), o STF entendeu que o dispositivo da Constituição não se aplicava a hipóteses de vendas a consumidores finais por preços menores.

Assim, para se adequar ao entendimento da Suprema Corte, o Estado de São Paulo interpôs ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), com pedido de

liminar, contra o dispositivo da Lei no 6.374/89. Sabe-se que até o momento o STF não concedeu liminar a favor do Estado de São Paulo.

Usando dos princípios que regem a instituição do tributo, competência ativa, princípio da legalidade, princípio da hierarquia das leis, princípio da atividade vinculada dos agentes fiscais e outros do seu conhecimento, é correto afirmar que,

(A) como conseqüência das reiteradas decisões do STF de que a base de cálculo da substituição tributária é a presumida pela Lei, conclui-se que o Fisco Paulista não pode cobrar o complemento do imposto e, portanto, deve o contribuinte substituto tributário interpor Ação Judicial correspondente e depositar em juízo o valor do complemento do ICMS, quando o valor da operação final a consumidor do substituído for maior em relação ao que serviu de base para a substituição tributária.

(B) como conseqüência das reiteradas decisões do STF de que a base de cálculo da substituição tributária é a presumida pela Lei e considerando que há ADIN pendente de julgamento no STF, o contribuinte substituto deve deixar de aplicar a sujeição passiva por substituição nas operações que praticar, posto que “sub judice” as disposições da Lei Paulista sobre a substituição tributária.

(C) como conseqüência das reiteradas decisões do STF de que a base de cálculo da substituição tributária é a presumida pela Lei, o Fisco Paulista não deve fazer o ressarcimento do imposto retido a maior nas vendas a consumidores finais, caso se comprove que ficou configurada obrigação tributária de valor inferior à presumida.

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(D) desde que não haja concessão da medida liminar à ADIN interposta por São Paulo, deve o Fisco Paulista ressarcir o contribuinte substituído do imposto retido a maior nas vendas a consumidores finais, caso se comprove que ficou configurada obrigação tributária de valor inferior à presumida, face à existência de Lei estadual nesse sentido.

(E) como conseqüência das reiteradas decisões do STF de que a base de cálculo da substituição tributária é a presumida pela Lei, o Fisco Paulista não deve fazer o ressarcimento do imposto retido a maior nas vendas a consumidores finais, caso se comprove que ficou configurada obrigação tributária de valor inferior à presumida, porque se o fizer, configura benefício fiscal concedido ao contribuinte não-amparado em Convênio CONFAZ, celebrado nos termos do Art. 155, § 2o , XII, “g”, da Constituição Federal.

São incidentais as reiteradas decisões do STF no sentido de que a base de cálculo da substituição tributária é a presumida pela lei, como apontado no caput da questão. Logo, essas decisões não vinculam o Estado de São Paulo. Assim, desde que não seja concedida liminar na ADIn interposta, o Fisco Paulista deve continuar aplicando os dispositivos citados, tanto no sentido de ressarcir o contribuinte quando a operação com consumidor final ocorrer com valor inferior à presumida pela lei, como também no sentido de cobrar imposto complementar quando a operação final ocorrer com valor superior ao da base de cálculo presumida, nos termos da legislação vigente.

GABARITO: D

9) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2009

Conforme o art. 3o do CTN, Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Partindo da premissa de que o conceito de tributo previsto no Código Tributário Nacional foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 e fazendo uma interpretação sistemática do Código Tributário Nacional inserido na ordem constitucional vigente, é correto afirmar que no conceito legal de tributo é possível identificar alguns dos denominados “princípios constitucionais tributários”. São identificáveis no conceito legal de tributo os princípios

(A) da capacidade contributiva e da uniformidade geográfica.

(B) da isonomia e da liberdade de tráfego.

(C) da capacidade contributiva e da anterioridade.

(D) da anterioridade e da irretroatividade.

(E) da legalidade e da vedação ao efeito de confisco.

Segundo a definição do CTN, os tributos devem ser instituídos por lei, o que caracteriza obediência ao princípio da legalidade.

Ainda, a proibição de que os tributos configurem sanção de ato ilícito permite identificar o princípio do não-confisco. A relação com o princípio não é muito óbvia, e decorre da autorização constitucional para a aplicação da pena perdimento de bens (CF/88, art. 5º, XLVI, “b”). Ora, essa pena significa que o indivíduo pode ter seus bens confiscados em função de crime

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 9

cometido. Como tributo não pode ser sanção de ato ilícito, inviável o confisco de bens por meio da tributação. Obviamente que a própria Constituição veda expressamente a utilização de tributo com efeito confiscatório (CF/88, art. 150, IV).

GABARITO: E

10) JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/CE – FCC - 2014

De acordo com a Constituição Federal, a alíquota da contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e de seus derivados, de gás natural e de seus derivados e de álcool combustível − CIDE-COMBUSTÍVEL − poderá ser

(A) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo da União, aplicando-se à tributação do gás natural e de seus derivados os princípios da legalidade, noventena e anterioridade.

(B) aumentada e restabelecida por ato do Poder Legislativo da União, não se lhe aplicando o princípio da legalidade.

(C) reduzida e aumentada por ato do Poder Legislativo da União, não se lhe aplicando o princípio da noventena.

(D) reduzida e aumentada por ato dos Poderes Executivos dos Estados e do Distrito Federal, não se lhe aplicando o princípio da irretroatividade.

(E) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo da União, não se lhe aplicando o princípio da anterioridade.

A questão pode ser resolvida com base no artigo 177, § 4º, I, “b” da Constituição:

§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:

I - a alíquota da contribuição poderá ser

b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b

Ora, se a CIDE-combustíveis pode ser reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, então é exceção ao princípio da legalidade. Além disso, o dispositivo constitucional expressamente excepciona a alteração dessas alíquotas do princípio da anterioridade (CF/88, art. 150, III, “b”). Dessa forma, o gabarito é a letra E.

Note que a redução/restabelecimento de alíquotas da CIDE-combustíveis não é excepecionada da anterioridade nonagesimal (INCORRETAS as letras A e C).

Uma vez instituída por lei, a faculdade de redução/restabelecimento de alíquotas por ato administrativo é concedida ao Poder Executivo, e não ao Legislativo (INCORRETA a letra B).

A CIDE é de competência exclusiva da União, de modo que os Estados e o DF não podem alterar suas alíquotas (INCORRETA a letra D). Além disso, esse tributo não é exceção ao princípio da irretroatividade.

GABARITO: E

11) ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF 3ª – FCC – 2014

A partir da noção acerca das limitações constitucionais ao poder de tributar,

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 10

(A) a legalidade é uma regra absoluta quando se trata de instituição, majoração e redução de tributos, por alteração de base de cálculo ou de alíquota, salvo as exceções constitucionais.

(B) na alteração que implique redução de tributo, beneficiando o contribuinte quer por alteração de base de cálculo, quer por alteração de alíquota, não se aplicam as regras da legalidade, anterioridade e irretroatividade.

(C) a irretroatividade da lei tributária é uma regra absoluta, quer para criar, majorar ou reduzir tributos, independente de benefício ou prejuízo para o contribuinte.

(D) a anterioridade da lei tributária é uma regra que sempre deve ser aplicada no caso de modificação da lei que veicula tributo, salvo as exceções constitucionais.

(E) limitam o exercício da capacidade tributária ativa para instituir ou modificador tributos, sendo considerados verdadeiros direitos fundamentais do contribuinte.

Letra A: INCORRETA. Ou uma regra é absoluta, ou tem exceções. Não dá para ser os dois ao mesmo tempo. Por pura lógica, a alternativa está errada. A legalidade, de fato, é absoluta em se tratando de instituição de tributos. No que diz respeito à majoração e redução, há as exceções já discutidas anteriormente.

Letra B: CORRETA. Em minha opinião, essa alternativa também está errada. É bem verdade que a alteração que implique redução de tributo não deve obediência ao princípio da anterioridade. Esse princípio existe para proteger o contribuinte de um aumento repentino do ônus tributário (princípio da não-surpresa), de modo que

não se aplica quando há redução da carga. Mas é errado dizer que as reduções de tributo não devem observar a legalidade e a irretroatividade, haja vista não haver previsão constitucional para isso. Ainda, os casos em que a lei tributária pode retroagir são especificados no art. 106 do CTN, não se incluindo nesse rol taxativo a redução de tributos:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;

II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

a) quando deixe de defini-lo como infração;

b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;

c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Letra C: INCORRETA. A irretroatividade da lei tributária não é uma regra absoluta (vide art. 106 do CTN acima). Entretanto, ela não comporta exceções nos casos trazidos pela questão (instituição, majoração e redução de tributos). Ficou esquisita a redação desse item.

Letra D: INCORRETA. Somente às modificações que impliquem majoração do tributo é que se aplica a anterioridade tributária, salvo as exceções constitucionais (veremos adiante o

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princípio da anterioridade com mais detalhes).

Letra E: INCORRETA. As limitações constitucionais ao poder de tributar afetam a competência tributária e não a capacidade tributária ativa. O assunto “competência tributária” será estudado em aula própria.

GABARITO: B

12) JUIZ SUBSTITUTO – TJ/RR – FCC- 2008

Diante da majoração da contribuição social sobre o lucro líquido das empresas através de decreto presidencial, para que tenha eficácia no mesmo exercício financeiro da sua publicação, é possível afirmar que é

(A) ilegal, pois depende de medida provisória, com eficácia de 60 dias, prorrogáveis por igual período uma única vez.

(B) inconstitucional, pois depende de lei tal majoração, ainda que tenha eficácia no mesmo exercício financeiro ao da sua publicação.

(C) inconstitucional, pois a majoração depende de lei e só pode entrar em vigor no exercício financeiro seguinte ao da publicação da lei.

(D) constitucional, por se tratar de tributo extrafiscal, sendo exceção aos princípios da legalidade e da anterioridade.

(E) legal, por ser uma contribuição de intervenção no domínio econômico, admitindo alíquota majorada por decreto e vigência no mesmo exercício financeiro.

A contribuição social sobre o lucro líquido está entre as contribuições sociais para a seguridade social e, como tal, deve

obediência ao princípio da anterioridade nonagesimal (ou noventena, ou ainda anterioridade mitigada), podendo ser cobrada/majorada apenas 90 dias após a publicação da lei que a modifique (CF/88, art. 195, § 6º). Ela não deve obediência ao princípio da anterioridade do exercício financeiro.

Entretanto, a CSLL não é exceção à legalidade, sendo inconstitucional a majoração por meio de decreto presidencial.

GABARITO: B

13) AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL– SEFAZ/MG – ESAF - 2005

Considerando os temas “limitações constitucionais ao poder de tributar”, “competência tributária”, “princípios constitucionais tributários” e “imunidades”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente.

( ) Decreto que reduz o prazo de recolhimento de imposto é inconstitucional, porque o prazo integra as exigências do princípio da legalidade.

( ) A competência tributária não exercida por um ente da Federação poderá ser delegada a outro.

( ) O imposto sobre produtos industrializados – IPI e o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS estão sujeitos ao princípio da não cumulatividade, em função da essencialidade do produto.

( ) É vedado aos Estados instituírem contribuição de melhoria.

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(A) V, F, F, F

(B) V, F, F, V

(C) F, V, F, F

(D) F, F, V, F

(E) F, F, F, F

Item I: FALSO. É entendimento do STF que a fixação do prazo para recolhimento de tributo não deve obediência ao princípio da legalidade (RE 172.394/SP).

Item II: FALSO. Competência tributária é assunto para a próxima aula. Por ora, fique com os artigos 7º (caput) e 8º do CTN, para entender o erro da questão:

Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.

Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

Item III: FALSO. Os impostos serão estudados detalhadamente em aula própria. De fato, o IPI e o ICMS estão sujeitos ao princípio da não cumulatividade, mas isso nada tem a ver com a essencialidade do produto. A não cumulatividade visa a impedir a incidência em cascata desses impostos.

Item IV: FALSO. Como visto na aula passada, a competência para instituir contribuição de melhoria é comum a todos os entes federativos.

GABARITO: E

14) AUDITOR FISCAL DA FAZENDA ESTADUAL – SEFAZ/PI – FCC – 2015

De acordo com a Constituição Federal, o princípio nela consagrado e conhecido como Princípio da Irretroatividade é aquele que veda a cobrança de tributos em relação a

(A) lançamentos tributários ocorridos antes da publicação da lei que os houver instituído ou aumentado.

(B) lançamentos tributários ocorridos antes da publicação da lei que os houver instituído, aumentado ou reduzido.

(C) fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.

(D) fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído, aumentado ou reduzido.

(E) fatos geradores ocorridos antes da publicação da lei que os houver instituído ou aumentado.

O princípio da irretroatividade tributária tem redação dada pelo art. 150, III, “a” da CF/88:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

Esse mandamento decorre do princípio constitucional geral de que a lei nova não pode prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (CF/88, art. 5º, XXXVI).

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Pela literalidade do texto constitucional, o gabarito é a letra C.

Ressalte-se que, embora não mencionado expressamente na CF/88, a irretroatividade também se aplica aos casos de redução de tributo, o que tornaria correta a letra D. Entretanto, a questão foi bem clara ao cobrar o princípio nos termos da Constituição.

GABARITO: C

15) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2009

Da verificação de que o lançamento é o procedimento administrativo destinado a constituir o crédito tributário e que o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada, é possível identificar o cumprimento do princípio constitucional da

(A) irretroatividade tributária.

(B) anterioridade anual.

(C) anterioridade nonagesimal.

(D) isonomia tributária.

(E) capacidade contributiva.

O caput da questão traz o entendimento do artigo 144 do CTN e é consequência do princípio da irretroatividade.

A título de exemplo, imagine que o lançamento de determinado tributo foi realizado em 2015 relativamente a um fato gerador ocorrido em 2013.

O lançamento tomará como base a lei vigente em 2013, ainda que ela tenha sido modificada ou revogada por outra lei ao tempo do lançamento.

Em outras palavras, eventual lei nova não pode alcançar fatos geradores ocorridos antes do início de sua vigência.

GABARITO: A

16) AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – PREF. SÃO PAULO/SP – FCC – 2007

A aplicação da lei a ato ou fato pretérito

(A) não ocorrerá em hipótese alguma.

(B) ocorrerá sempre que houver previsão para sua retroatividade, em lei ordinária, e forem observados os princípios da anterioridade e da “noventena”.

(C) ocorrerá sempre que houver previsão para sua retroatividade, em lei complementar, e forem observados os princípios da anterioridade e da “noventena”.

(D) ocorrerá, em qualquer caso, quando deixar de definir o ato como infração.

(E) ocorrerá, tratando-se de ato não-definitivamente julgado, quando deixar de defini-lo como infração.

O princípio da irretroatividade é uma regra absoluta em se tratando de instituição e majoração de tributos, nos termos do art. 150, III, “a”, da CF/88. Entretanto, fora desses casos, o artigo 106 do CTN prevê hipóteses em que a lei tributária pode retroagir:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;

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II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

a) quando deixe de defini-lo como infração;

b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;

c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Letra A: INCORRETA. A lei retroage nos casos especificados no art. 106 do CTN.

Letra B: INCORRETA. O CTN é a lei de normas gerais em matéria tributária, tendo status de lei complementar. Lei ordinária não pode ampliar os casos em que o Código permite a aplicação da lei a ato ou fato pretérito. Além disso, não é possível que uma lei, ao mesmo tempo, retroaja e observe os princípios da anterioridade e da noventena. Veremos esses dois últimos princípios com mais detalhamento adiante.

Letra C: INCORRETA. A irretroatividade da lei tributária já tem previsão no CTN (lei com status de lei complementar). Entretanto, como explicado acima, não é possível que a lei, ao mesmo tempo, retroaja e observe os princípios da anterioridade e da noventena.

Letra D: INCORRETA. A lei tributária poderá retroagir quando deixar de definir determinado ato como infração, desde que se trate de ato não definitivamente julgado (CTN, art. 106, II, “a”).

Letra E: CORRETA, conforme explicado no comentário da letra D.

GABARITO: E

17) AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – PREF. SÃO PAULO/SP – FCC – 2012

Uma lei hipotética do município de São Paulo reduziu de 50% para 30% o percentual da penalidade aplicável ao sujeito passivo que descumpriu uma determinada obrigação tributária.

Esse novo percentual de penalidade se aplica

(A) em relação a todas as infrações cometidas depois da entrada da lei em vigor e, em relação àquelas cometidas antes dessa data, somente em relação aos processos não definitivamente julgados e desde que a nova lei mencione expressamente produzir efeitos retroativos.

(B) apenas às infrações cometidas após a data em que essa lei entrou em vigor.

(C) apenas às infrações cometidas antes da data em que essa lei entrou em vigor.

(D) em relação às infrações cometidas tanto antes, como depois, da data em que essa lei entrou em vigor.

(E) em relação a todas as infrações cometidas depois da entrada da lei em vigor e, em relação àquelas cometidas antes dessa data, somente em relação aos processos não definitivamente julgados.

Como visto na questão anterior, a lei tributária retroage em relação a atos não definitivamente julgados quando deixa de defini-los como infração (CTN, art. 106, II, “a”).

Letra A: INCORRETA. Não há necessidade de que a lei mencione expressamente seus efeitos retroativos.

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Letra B: INCORRETA. A lei também pode alcançar infrações cometidas anteriormente à sua vigência, desde que a questão não se encontre definitivamente julgada.

Letra C: INCORRETA. A lei também se aplica a infrações cometidas após sua vigência. Essa, aliás, é a regra.

Letra D: INCORRETA. A lei aplica-se a todas as infrações cometidas após a sua vigência. Em relação às infrações anteriores, somente alcançará os casos não definitivamente julgados.

Letra E: CORRETA, conforme explicado no comentário da letra D.

GABARITO: E

18) JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/AP – FCC – 2014

Estado pretende dar aplicação a ato ou fato pretérito em face de lei nova tributária de caráter expressamente interpretativo com a finalidade de prescrever penalidade à infração dos dispositivos normativos por ela interpretados. Com base no Código Tributário Nacional, considere as seguintes afirmações:

I. Correto o entendimento do Estado, tendo em vista que a lei aplica-se a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa.

II. Equivocado o entendimento do Estado, pois a possibilidade de aplicação pretérita só ocorreria tratando-se de ato não definitivamente julgado.

III. Equivocado o entendimento do Estado, pois nesse caso deve ser excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) II e III.

(B) I.

(C) II.

(D) III.

(E) I e III.

A questão se resolve com o conhecimento do artigo 106, I, do CTN (transcrito acima).

É verdade que a lei tributária retroage, em qualquer caso, quando for meramente interpretativa. Mas o próprio Código faz a ressalva de que essa lei não pode ser utilizada para cominar penalidade aos dispositivos interpretados. Portanto, equivocado o entendimento do Estado no caso.

GABARITO: D

19) ANALISTA TRIBUTÁRIO – RECEITA FEDERAL – ESAF – 2009

Entre outras limitações ao poder de tributar, que possuem os entes políticos, temos a de cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Sobre essa limitação, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. Depois, escolha a opção que seja adequada às suas respostas: I. a irretroatividade da lei tributária vem preservar o passado da atribuição de novos efeitos tributários, reforçando a própria garantia da legalidade, porquanto resulta na exigência de lei prévia, evidenciando-se como instrumento de otimização da segurança jurídica ao prover uma maior certeza do direito;

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II. o Supremo Tribunal Federal tem como referência, para análise da irretroatividade, o aspecto temporal da hipótese de incidência, ou seja, o momento apontado pela lei como sendo aquele em que se deve considerar ocorrido o fato gerador; III. a mesma lei que rege o fato é também a única apta a reger os efeitos que ele desencadeia, como a sujeição passiva, extensão da responsabilidade, base de cálculo, alíquotas, deduções, compensações e correção monetária, por exemplo; IV. a lei instituidora ou majoradora de tributos tem de ser, como regra, prospectiva; admite-se, porém, a sua retroatividade imprópria. (A) Todos os itens estão corretos. (B) Estão corretos apenas os itens I, II e III. (C) Estão corretos apenas os itens I, III e IV. (D) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. (E) Estão corretos apenas os itens I e III.

Mais uma questão da ESAF retirada do livro DIREITO TRIBUTÁRIO – CONSTITUIÇÃO E CÓDIGO TRIBUTÁRIO (Leandro Paulsen, Livraria do Advogado Editora).

Item I: CORRETO. O princípio constitucional da irretroatividade visa justamente a dar segurança jurídica ao contribuinte, impedindo que uma lei nova atinja fatos geradores anteriores à sua vigência.

Item II: CORRETO. O STF tem se posicionado reiteradamente no sentido de

adotar como referência para a aplicação da irretroatividade o momento que a lei define como ocorrido o fato gerador. Esse apego do Tribunal ao aspecto formal da hipótese de incidência em detrimento do aspecto material tem gerado críticas por parte da doutrina, especialmente no que diz respeito ao imposto de renda e à contribuição social sobre o lucro líquido (veja interessante discussão sobre o assunto no livro do professor Ricardo Alexandre, DIREITO TRIBUTÁRIO ESQUEMATIZADO, Editora Método). O STF já se posicionou, por exemplo, a favor da aplicação imediata de alíquota do imposto de importação, tendo como referência a data da declaração da importação (aspecto formal da hipótese de incidência), independentemente de a mercadoria ter entrado ou não território nacional (RE 225.602-8/CE).

Item III: CORRETO. Embora seja extrato literal do livro do Leandro Paulsen (citando Misabel Abreu Machado Derzi), a redação é infeliz ao estatuir que a lei que rege o fato gerador é a ÚNICA apta a reger os efeitos que ele desencadeia. Temos vários exemplos em nossa legislação em que o fato gerador é regido por uma lei e a responsabilidade tributária, por exemplo, é regida por outra.

Item IV: INCORRETO. Mais um extrato literal do Leandro Paulsen que causou polêmica nessa prova. A retroatividade imprópria, em tese, é admitida pelo STF. Prova disso é que a Súmula 584, embora ultrapassada, continua valendo:

“AO IMPOSTO DE RENDA CALCULADO SOBRE OS RENDIMENTOS DO ANO-BASE, APLICA-SE A LEI VIGENTE NO EXERCÍCIO FINANCEIRO EM QUE DEVE SER APRESENTADA A DECLARAÇÃO.”

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A súmula acima permite a retroatividade imprópria no IR, no sentido de que uma lei com vigência a partir, por exemplo, de novembro de 2015, majorando o imposto, retroage para atingir fatos geradores desde o início do ano (anteriores, portanto, á vigência da lei). O argumento do STF em favor da súmula é de que o fato gerador do IR reputa-se perfeito somente em 31 de dezembro do ano base e que, portanto, não se pode dizer que a lei retroagiu. Mais uma vez, nossa Corte Maior apegou-se ao aspecto formal da hipótese de incidência. E a ESAF apegou-se à doutrina de onde ela tirou a questão, mantendo o gabarito.

Em resumo: o item IV está CORRETO pelo prisma da Súmula 584 do STF, mas está INCORRETO de acordo com a doutrina de Leandro Paulsen (esta última posição sendo a adotada pela banca examinadora).

GABARITO: B

20) PROCURADOR JUDICIAL – PREF. RECIFE/PE - 2014

Preocupada com o trânsito caótico no Município do Recife e visando à melhoria das condições de trafegabilidade, especialmente para aqueles que precisam se locomover profissionalmente no centro do município, a Secretaria de Finanças Municipal pretende fazer sugestões com vistas a mitigar ou até eliminar o problema do trânsito no centro da cidade. Estudos por ela realizados indicam que muitos dos veículos que transitam em Recife não são de residentes na cidade, mas sim, dos municípios circunvizinhos e que fazem parte da região metropolitana do Grande Recife. Algumas propostas foram submetidas à análise da Procuradoria Judicial do Recife a fim de verificar sua constitucionalidade. De acordo com os preceitos normativos da

Constituição Federal de 1988, é indicativa de proposta:

(A) Aumento por Lei Municipal da base de cálculo do ISSQN dos estabelecimentos prestadores de serviço de recuperação de pneumáticos localizados no centro do Município do Recife, a ser publicada sua instituição no mês de dezembro de 2013 e com cobrança a partir de janeiro de 2014.

(B) Aumento por meio de Decreto do Executivo Municipal da alíquota de IPTU para as concessionárias de veículos localizadas no Município do Recife.

(C) Cobrança de IPVA dos veículos, no Estado de Pernambuco, de propriedade de instituições religiosas com sede em Recife e utilizados em suas atividades de prestação de serviço religioso.

(D) Cobrança de ISSQN nas prestações de serviços educacionais das instituições de educação de ensino superior sem fins lucrativos, de acordo com os preceitos legais, e que estejam estabelecidas no Município do Recife, com o propósito de diminuir a quantidade de veículos de alunos em circulação na cidade.

(E) Aumento por Lei Municipal da alíquota do ISSQN sobre os serviços prestados por estabelecimentos prestadores de serviço de guarda de veículos localizados no centro do Município do Recife, a ser publicada sua instituição no mês de dezembro de 2013 e com cobrança a partir de maio de 2014.

O texto do caput da questão é meramente motivador e não influencia a resolução.

Vejamos as alternativas:

Letra A: INCORRETA. A majoração da base de cálculo do ISS deve observar os princípios da anterioridade e da

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noventena. O primeiro proíbe a cobrança tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (CF/88, art. 150, III, “b”) e o segundo proíbe a cobrança de tributos antes de decorridos 90 dias da publicação da lei que os instituiu ou amentou (CF/88, art. 150, III, “c”). A cobrança do ISS em janeiro de 2014 com base de cálculo majorada por lei publicada em dezembro de 2013 não fere o princípio da anterioridade, mas é inconstitucional por ofensa ao princípio da noventena.

Letra B: INCORRETA. O aumento da alíquota do IPTU deve se dar por lei, em homenagem ao princípio da legalidade.

Letra C: INCORRETA. O patrimônio das instituições religiosas, desde que empregado em suas atividades essenciais, é imune a impostos, numa interpretação finalística do art. 150, VI, “b”, da CF/88.

Letra D: INCORRETA. Também são imunes a impostos as instituições de educação que atendam os requisitos da lei (CF/88, art. 150, VI, “c”).

Letra E: CORRETA. Como explicado no comentário da letra A, o ISS deve obediência tanto à anterioridade quanto à noventena, de modo que os dois princípios estão sendo observados ao se cobrar em maio de 2014 o imposto majorado por lei publicada em dezembro de 2013.

GABARITO: E

21) ANALISTA LEGISLATIVO – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE PERNAMBUCO – FCC - 2014

O princípio da anterioridade, na feição que lhe foi dada pela Emenda Constitucional no 42, de 2003

(A) estabelece que os impostos estão sujeitos à anterioridade anual e nonagesimal, de forma cumulativa.

(B) aplica-se no caso de prorrogação do prazo da vigência de tributos instituídos para vigorar por prazo temporário ou limitado.

(C) aplica-se também à prorrogação do prazo previsto em lei complementar para outorga do direito de crédito sobre as aquisições de materiais de uso e consumo referentes ao regime da não-cumulatividade do ICMS.

(D) aplica-se à antecipação dos prazos de vencimento dos tributos.

(E) aplica-se às taxas.

Letra A: INCORRETA. A regra geral é que os tributos em geral, e não apenas os impostos, estão sujeitos à anterioridade anual e nonagesimal, cumulativamente. Há, entretanto, exceções aos princípios no próprio texto constitucional.

Letra B: INCORRETA. O STF já se pronunciou no sentido de que o prazo nonagesimal do artigo 150, III, “c”, da Constituição não se aplica à hipótese de prorrogação de prazo de validade de lei que majora tributo (RE 584.100/SP). Por analogia, entendemos que a anterioridade anual também não se aplica a esses casos.

Letra C: INCORRETA. A LC nº 87/96 prevê em seu artigo 20 o direito ao creditamento do ICMS relativo a materiais de uso e consumo. Entretanto, o artigo 33 da própria lei ressalva que somente mercadorias entradas no estabelecimento a partir de determinada data é que darão o referido direito. O texto original da lei previa que o termo inicial se daria em 1º de janeiro de 1998. Após várias prorrogações

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desse termo inicial, a redação atual diz que o novo termo dar-se-á em 1º de janeiro de 2020. Pois bem, o STF (AI 745.095/RS) já se pronunciou no sentido de que tais prorrogações não devem observar o princípio da anterioridade, já que não se trata de majoração ou instituição de tributo.

Letra D: INCORRETA. O STF entende que a antecipação do prazo de vencimento de tributo não ofende o princípio da anterioridade (RE 195.218/MG e Súmula Vinculante nº 50).

Letra E: CORRETA. O princípio aplica-se aos tributos em geral e, no caso das taxas, não há exceção constitucional.

GABARITO: E

22) AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – PREF. SÃO PAULO/SP – FCC – 2007

O imposto “A” foi instituído por lei publicada no dia 05 de julho de 2004 e a taxa “B” foi instituída por lei publicada no dia 16 de novembro de 2004. Esses tributos já poderiam ser cobrados

(A) desde a data de suas respectivas publicações.

(B) em 02 de janeiro de 2005 e 02 de janeiro de 2005, respectivamente.

(C) em 05 de outubro de 2004 e 15 de fevereiro de 2005, respectivamente.

(D) em 02 de janeiro de 2005 e 15 de fevereiro de 2005, respectivamente.

(E) em 05 de outubro de 2004 e 02 de janeiro de 2005, respectivamente.

O imposto “A” e a taxa “B” devem observar simultaneamente os princípios da anterioridade e da noventena

(presumindo-se que o imposto não é exceção a esses princípios).

Em relação ao imposto, o prazo nonagesimal vence em 5 de outubro de 2004. Entretanto, o tributo ainda não poderia ser cobrado nessa data em obediência à anterioridade anual, o que leva a cobrança para 2 de janeiro de 2005.

Em relação à taxa, a anterioridade anual permite a cobrança a partir de 2 de janeiro de 2005, porém esse prazo não respeita a noventena, o que autoriza a cobrança somente a partir de 15 de fevereiro de 2015.

GABARITO: D

23) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2006

De acordo com o princípio constitucional da anterioridade, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. O referido princípio tributário NÃO se aplica aos impostos sobre

(A) serviços de qualquer natureza, propriedade de veículos automotores e transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos.

(B) importação, exportação, produtos industrializados, operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários e imposto extraordinário instituído em caso de guerra ou sua iminência.

(C) a renda e proventos de qualquer natureza, produtos industrializados e propriedade predial e territorial urbana.

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(D) importação, exportação, produtos industrializados, renda e proventos de qualquer natureza e propriedade territorial rural.

(E) propriedade territorial rural, circulação de mercadorias e serviços, renda e proventos de qualquer natureza e imposto extraordinário instituído em caso de guerra ou sua iminência.

Os tributos excepcionados do princípio da anterioridade são o II, IE, IPI, IOF, o imposto extraordinário de guerra, o empréstimo compulsório em caso de guerra ou calamidade pública, as contribuições para a seguridade social, o ICMS monofásico sobre combustíveis e a CIDE-combustíveis (esses dois últimos somente para redução e restabelecimento de alíquota).

Dessa forma, o gabarito é a letra B.

Eventualmente, no curso dos seus estudos, você vai acabar decorando essas exceções de tanto estudar e resolver questões. Entretanto, entender a motivação do constituinte para tais excepcionalidades ajuda a gravar o assunto na sua mente.

A motivação para excepcionar o II, IE, IPI e IOF da anterioridade reside no fato de esses serem impostos com característica extrafiscal marcante (à exceção do IPI, que foi concebido com vistas à extrafiscalidade, mas que também apresenta forte viés arrecadatório).

Em relação ao imposto extraordinário de guerra e ao empréstimo compulsório, a necessidade da exceção ao princípio vem da própria natureza de urgência das situações que autorizam a instituição desses tributos.

As três últimas exceções (contribuições para a seguridade e redução/restabelecimento das alíquotas do ICMS monofásico sobre combustíveis e da CIDE-combustíveis) não encontram uma explicação finalística como nos casos anteriores.

GABARITO: B

24) AUDITOR CONSELHEIRO SUBSTITUTO – TCM/GO – FCC – 2015

A Constituição Federal, no inciso I do seu art. 156, estabelece:

“Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

I − propriedade predial e territorial urbana;”

De acordo com a Constituição Federal, o IPTU está sujeito aos princípios da legalidade,

(A) exceto no que diz respeito à fixação de sua base de cálculo, que pode ser estabelecida por decreto, irretroatividade, anterioridade, mas não está sujeito ao princípio da anterioridade nonagesimal (noventena).

(B) exceto no que diz respeito à variação de sua alíquota, que pode ser aumentada por decreto, irretroatividade, anterioridade e anterioridade nonagesimal (noventena).

(C) irretroatividade, exceto no que diz respeito ao desmembramento de um município em dois ou mais municípios, anterioridade e anterioridade nonagesimal (noventena).

(D) irretroatividade, anterioridade e anterioridade nonagesimal (noventena), sendo que o princípio da noventena não

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se aplica a fixação da base de cálculo do IPTU.

(E) irretroatividade, anterioridade nonagesimal (noventena), não se aplicando o princípio da anterioridade ao exercício em que houver desdobramento de um município em dois ou mais municípios.

O IPTU deve observar a legalidade, a irretroatividade, a anterioridade e a noventena.

A mera atualização monetária de sua base de cálculo, como já visto, não é considerada majoração de tributo e, por essa razão, não deve obediência aos princípios acima.

Mas a FIXAÇÃO da base de cálculo desse imposto (bem como da do IPVA) é exceção à noventena (CF/88, art. 150, § 1º).

Dessa forma, o gabarito é a letra D.

Letra A: INCORRETA. A fixação da base de cálculo do IPTU é excepcionada da noventena e não da legalidade, de modo que ela não pode ser estabelecida por decreto.

Letra B: INCORRETA. Variação de alíquota do IPTU necessita de lei e.

Letra C: INCORRETA. Não existe previsão de lei de IPTU retroativa no caso de desmembramento de municípios.

Letra D: CORRETA, como explicado acima.

Letra E: INCORRETA. Não há exceção à anterioridade para o IPTU no caso de desmembramento de municípios.

GABARITO: D

25) PROCURADOR AUTÁRQUICO – MANAUSPREV – FCC – 2015

O Município de Manaus, desejando promover o aumento da base de cálculo do IPTU incidente sobre a propriedade de imóveis localizados em seu território, deverá elaborar norma jurídica que atenda, dentre outros, aos princípios constitucionais da

(A) legalidade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.

(B) legalidade, anterioridade e noventena (ou anterioridade nonagesimal).

(C) anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.

(D) legalidade, anterioridade e irretroatividade.

(E) legalidade, anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.

A fixação da base de cálculo do IPTU, como visto no comentário da questão 24, é exceção à noventena, mas deve obediência aos demais princípios tributários.

GABARITO: D

26) JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PE – FCC- 2013

Prefeito Municipal que entrou em exercício no dia primeiro de janeiro de 2013 baixou um decreto corrigindo monetariamente, conforme índice de correção lá indicado, a Planta Genérica de Valores utilizada para apuração da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana − IPTU e sobre o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis por ato inter vivos a título oneroso − ITBI. Fez constar o Prefeito que a vigência do decreto é imediata, a partir da data da publicação,

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já valendo para o exercício de 2013. Inconformados com esta medida, que acabou por majorar a base de cálculo do IPTU e do ITBI, alguns proprietários ingressaram em juízo questionando a constitucionalidade do decreto.

Considerando-se os fatos relatados, é correto afirmar que esse decreto é

(A) inconstitucional porque não atendeu à regra da legalidade pois, apesar de se tratar de exceção à regra da anterioridade, deveria ter sido feito por lei.

(B) inconstitucional porque não atendeu à regra da anterioridade nonagesimal, embora seja exceção à regra da legalidade.

(C) inconstitucional porque não atendeu às regras da anterioridade anual e nonagesimal, embora seja exceção à regra da legalidade.

(D) constitucional porque majoração de base de cálculo de IPTU e ITBI é exceção às regras da legalidade e da anterioridade.

(E) constitucional porque a correção monetária da base de cálculo não equivale a majoração, razão pela qual não se submete às regras da anterioridade e da legalidade.

Correção monetária da base de cálculo não é considerada majoração de tributo (CTN, art. 97, § 2º), sendo portanto constitucional o decreto que atualiza as bases de cálculo do IPTU e do ITBU produzindo efeitos imediatamente a partir de sua publicação.

GABARITO: E

27) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2009

Dispõe o § 2o , do art. 62, da Constituição Federal, que medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os impostos de importação, exportação, sobre operações de câmbio, crédito, seguro e valores mobiliários, produtos industrializados e extraordinário, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte, se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Por sua vez, dispõe o §1o do art. 150, in fine, da Constituição Federal, que a anterioridade mínima de 90 dias para a incidência de leis instituidoras ou majoradoras de tributos não se aplica aos seguintes tributos: empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias; imposto de importação; imposto de exportação; imposto de renda; imposto sobre operações de câmbio, crédito, seguro e valores mobiliários; e imposto extraordinário. Uma medida provisória editada em março de 2009 que venha a majorar o imposto de importação e o imposto de renda

(A) terá eficácia imediata em relação a ambos os impostos.

(B) terá eficácia imediata apenas em relação ao imposto de importação, devendo ser convertida em lei até o último dia do exercício de 2009 para que tenha eficácia a partir de 01 de janeiro de 2010, em relação ao imposto de renda.

(C) só produzirá efeitos noventa dias a contar do exercício seguinte, se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação a ambos os impostos.

(D) só produzirá efeitos noventa dias a contar da sua edição, em relação ao imposto de importação, e no exercício

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seguinte se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação ao imposto de renda.

(E) só produzirá efeitos noventa dias a contar do exercício seguinte, se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação ao imposto de renda, e noventa dias a contar da sua edição em relação ao imposto de importação.

O imposto de importação é exceção tanto à anterioridade do exercício como à noventena, de modo que uma medida provisória que aumenta suas alíquotas produz efeitos imediatamente.

Já o imposto de renda é exceção à noventena, mas deve obediência à anterioridade do exercício, de modo que a medida provisória que aumenta suas alíquotas só produzirá efeitos no primeiro dia do exercício seguinte caso seja convertida em lei até 31 de dezembro do ano em que foi publicada (CF/88, art. 62, § 2º).

GABARITO: B

28) AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/PB – FCC - 2006

A medida provisória que implique em instituição e majoração de impostos só produzirá efeito

(A) imediato, a partir da sua publicação, excluindo-se os tributos criados em caso de guerra e os impostos relacionados com o comércio exterior, porque esses impostos devem respeitar o princípio da anterioridade.

(B) após noventa dias a contar da data em que foi editada, excluindo-se os impostos sobre a renda, patrimônio e serviços.

(C) imediato, a partir de sua publicação, excluindo-se os impostos sobre o comércio exterior, renda e proventos de qualquer natureza, operações financeiras e imposto extraordinário, criado em caso de guerra ou sua iminência.

(D) no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada, não se aplicando tal regra ao imposto extraordinário criado em caso de guerra ou sua iminência e os impostos sobre importação, exportação, produtos industrializados e operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.

(E) após sessenta dias a contar da sua edição, exceto em relação aos impostos sobre importação, exportação, produtos industrializados, operações financeiras e empréstimo compulsório criado em caso de guerra ou calamidade.

A regra do art. 62, § 2º, da CF/88 é que a medida provisória que implique majoração ou instituição de tributos produza seus efeitos a partir do exercício seguinte ao de sua publicação somente se for convertida em lei até o último dia do exercício em que foi publicada.

Para tributos que são exceção à anterioridade e à noventena, ela produzirá efeitos imediatamente.

Para tributos que são exceção somente à anterioridade, ela produzirá efeitos noventa dias após a sua publicação.

Para tributos que são exceção somente à noventena, utiliza-se a regra do art. 62, § 2º, da CF/88.

GABARITO: D

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29) AUDITOR FISCAL DO TESOURO ESTADUAL – SEFAZ/PE – FCC – 2014

Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar:

(A) Revogada a isenção de um tributo, não se restabelece imediatamente a sua exigibilidade, pois deve-se observar o princípio da anterioridade.

(B) A substituição legal dos fatores de indexação de correção monetária dos tributos não se submete ao princípio da anterioridade.

(C) As contribuições devidas aos conselhos profissionais não possuem natureza tributária e, por isso, a sua instituição e majoração não devem observar o princípio da legalidade tributária.

(D) A instituição dos emolumentos cartorários pelo Tribunal de Justiça, por não possuir natureza tributária, não viola o princípio da legalidade tributária.

(E) A definição de vencimento das obrigações tributárias sujeita-se ao princípio da legalidade tributária.

Letra A: INCORRETA. A alternativa vai de encontro ao posicionamento do STF no julgamento do RE 204.062/ES, cujo trecho a seguir pode ser obtido no sítio do Tribunal (A Constituição e o Supremo): “Revogada a isenção, o tributo torna-se imediatamente exigível. Em caso assim, não há que se observar o princípio da anterioridade, dado que o tributo já é existente”.

Letra B: CORRETA. A substituição legal dos fatores de indexação de correção monetária não representa majoração de tributo, desde que o índice aplicado não seja superior à inflação. Logo, não se submete ao princípio da anterioridade. O

STF corroborou esse entendimento ao analisar o RE 200.844 AgR/PR. Veja trecho do julgado: “A modificação dos fatores de indexação, com base em legislação superveniente, não constitui desrespeito a situações jurídicas consolidadas (CF, art. 5º, XXXVI), nem transgressão ao postulado da não surpresa, instrumentalmente garantido pela cláusula da anterioridade tributária (CF, art. 150, III, b).”

Letra C: INCORRETA. As contribuições devidas aos conselhos profissionais enquadram-se nas contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas do artigo 149, caput, da CF/88 e, portanto, têm natureza tributária. Logo, devem observar a anterioridade tributária.

Letra D: INCORRETA. Os emolumentos são custas extrajudiciais e têm natureza de taxa. Logo, devem observar o princípio da legalidade. O STF esposou esse entendimento quando da discussão plenária da ADI 1.444/PR.

Letra E: INCORRETA. O STF (RE 182.971/SP) entende que a definição de vencimento das obrigações tributárias não é matéria reservada à lei.

GABARITO: B

30) PROCURADOR DO ESTADO – PGE/RN – FCC – 2014

Em relação ao princípio constitucional da anterioridade, é correto afirmar:

(A) Por sua natureza de remuneração de serviços públicos, a instituição ou majoração das taxas não está sujeita à aplicação do princípio da anterioridade.

(B) A elevação de alíquota de tributo pela própria Constituição Federal ou Emenda à

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Constituição prescinde da observância do princípio da anterioridade.

(C) A edição de lei que prorroga a aplicação de lei temporária que prevê a aplicação de alíquota majorada de ICMS não está sujeita ao princípio da anterioridade.

(D) A exigência de tributo uma vez revogada uma isenção está sujeita ao princípio da anterioridade.

(E) A prorrogação, por meio de lei complementar, do termo inicial para que contribuintes se beneficiem do creditamento amplo de ICMS relativo às aquisições de materiais de uso e consumo deve ser formalizada com o mínimo de 90 dias antes do término do ano-calendário para que possa surtir efeito a partir de 1o de Janeiro do ano-calendário seguinte.

Letra A: INCORRETA. Taxa é tributo, portanto deve obedecer a anterioridade (o texto constitucional não excepciona as taxas desse princípio).

Letra B: INCORRETA. A Constituição Federal não se presta a aumentar alíquota de tributos. O texto constitucional original não eleva alíquota de tributo e qualquer emenda constitucional que porventura pretendesse elevar alíquotas sem observação da anterioridade seria considerada inconstitucional, já que o princípio é considerado uma das garantias fundamentais do contribuinte (cláusula pétrea).

Letra C: CORRETA. Conforme explicado no comentário da questão 21, o STF já se pronunciou pela não aplicação da noventena quando da prorrogação da vigência de lei majoradora de tributo. O mesmo raciocínio pode ser empregado em relação à anterioridade do exercício.

Letra D: INCORRETA. No entendimento do STF, revogada a isenção, o tributo torna-se imediatamente exigível (RE 204.062/ES).

Letra E: INCORRETA. O STF entende que a prorrogação do termo inicial para creditamento do ICMS relativo às aquisições de materiais de uso e consumo não deve obediência ao princípio da anterioridade (AI 745.095/RS).

GABARITO: C

31) ADVOGADO JÚNIOR – PETROBRÁS – CESGRANRIO – 2012

De acordo com o sistema tributário nacional, a imposição e a cobrança do tributo, ressalvadas as hipóteses previstas no ordenamento jurídico tributário, observam o princípio da anterioridade tributária porque o(a)

(A) STF já decidiu que a redução ou a extinção de um desconto para pagamento de um tributo sob certas condições previstas em lei, com o pagamento antecipado em parcela única, equiparam-se à majoração de tributo.

(B) STF já decidiu pela inaplicabilidade do princípio da anterioridade tributária quanto à norma que se limita a alterar o prazo para pagamento do tributo, mesmo antecipando-o.

(C) impacto causado nos contratos comerciais internacionais com o aumento da alíquota do IOF, mediante decreto pelo Poder Executivo Federal, deverá observar o princípio da anterioridade tributária.

(D) atração por novos polos industriais e comerciais, o aumento e a diminuição da alíquota do ISSQN dispensam a aplicação do princípio da anterioridade tributária.

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(E) Medida Provisória que venha a instituir empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias decorrentes de guerra externa deverá observar o princípio da anterioridade tributária.

Letra A: INCORRETA. O entendimento do STF é em sentido contrário, qual seja, de que a redução ou extinção de desconto para pagamento de tributo não se caracteriza como majoração de tributo. Nesse sentido, a discussão plenária da ADI 4.016-MC/PR: “A redução ou a extinção de desconto para pagamento de tributo sob determinadas condições previstas em lei, como o pagamento antecipado em parcela única, não pode ser equiparada à majoração do tributo em questão, no caso, o IPVA. Não incidência do princípio da anterioridade tributária. Vencida a tese de que a redução ou supressão de desconto previsto em lei implica, automática e aritmeticamente, aumento do valor do tributo devido.”

Letra B: CORRETA. A alternativa vai ao encontro do pronunciamento do STF no julgamento do RE 274.949-AgR/SC: A regra legislativa que se limita simplesmente a mudar o prazo de recolhimento da obrigação tributária, sem qualquer repercussão, não se submete ao princípio da anterioridade.” Esse entendimento encontra-se também na Súmula Vinculante nº 50 do STF.

Letra C: INCORRETA. O IOF é exceção à anterioridade, nos termos do art. 150, § 1º, da CF/88, pouco importando o impacto nos contratos comerciais internacionais.

Letra D: INCORRETA. A redação da alternativa não está muito boa. Confesso que sequer entendi onde se encaixa o trecho “atração por novos polos industriais e comerciais” no contexto da

anterioridade. Será que o examinador quis dizer que quando se quer atrair novos polos industriais e comerciais há exceção à anterioridade para majorar ou instituir tributos? Se for isso, a resposta é um sonoro NÃO. Quanto ao resto da alternativa, aumento/redução de alíquotas do ISS não são excepcionados da anterioridade.

Letra E: INCORRETA. Empréstimos compulsórios devem ser instituídos por lei complementar (CF/88, art. 148, caput) e matérias reservadas a lei complementar não podem ser veiculadas por medida provisória (CF/88, art. 62, § 1º, III). Ademais, o empréstimo compulsório instituído para fazer frente a despesas extraordinárias em caso de guerra externa ou sua iminência é excepcionado da anterioridade (CF/88, art. 150, § 1º).

GABARITO: B

32) ANALISTA DE PROCURADORIA – PGE/BA – FCC – 2013

Lei X de um determinado Estado-membro majorou a alíquota do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), entrando em vigor na data de sua publicação. É certo que referido tributo poderá ser cobrado

(A) no exercício financeiro seguinte ao da publicação da lei, desde que decorridos 90 dias da publicação, já que o ITCMD observa a noventena e a anterioridade anual.

(B) no mesmo exercício financeiro ao da publicação da lei, mas antes de decorridos 90 dias já que o ITCMD não observa a noventena e a anterioridade anual.

(C) no mesmo exercício financeiro ao da publicação da lei e após decorridos 90 dias

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da publicação já que o ITCMD observa a noventena e é exceção à anterioridade anual.

(D) antes de decorridos 90 dias e no exercício financeiro seguinte ao da publicação da lei, já que o ITCMD é exceção à noventena, mas observa a anterioridade anual.

(E) após decorridos 90 dias e após dois exercícios financeiros ao da publicação da lei, já que o ITCMD observa a noventena e a anterioridade anual.

O ITCMD deve observar tanto a anterioridade do exercício como a noventena, de modo que o gabarito é a letra A.

GABARITO: A

33) AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/PB – FCC - 2006

Aplica-se o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena criada pela Emenda Constitucional no 42 de 19/12/2003) ao imposto sobre

(A) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

(B) operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários.

(C) renda e proventos de qualquer natureza.

(D) importação de produtos estrangeiros.

(E) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.

O IOF, o IR, o II e o IE são exceções à noventena (INCORRETAS as letras B, C, D e

E), enquanto o ICMS deve observar o referido princípio (CORRETA a letra A).

GABARITO: A

34) JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AL – FCC- 2007

A alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços incidente sobre combustíveis foi aumentada no dia 30 de dezembro de determinado exercício. A Fazenda Pública Estadual pretende cobrar o tributo com o respectivo aumento a partir de 1o de janeiro do exercício seguinte. Nesta hipótese,

(A) nada obsta a pretensão, pois observado o princípio da anterioridade.

(B) o imposto não pode ser cobrado antes de 90 dias da data da publicação da lei que o aumentou.

(C) o aumento constitui uma burla ao princípio da prévia autorização orçamentária e por isso não pode ser cobrado no exercício seguinte.

(D) nada obsta a pretensão, pois não se aplica à espécie o período nonagesimal.

(E) a nova alíquota somente será aplicada nas operações interestaduais.

Embora o ICMS monofásico sobre combustíveis seja exceção à anterioridade do exercício, ele não o é em relação à noventena. Dessa forma, o tributo só poderá cobrado com aumento 90 dias após a publicação da lei que o majorou.

GABARITO: B

35) PROCURADOR AUTÁRQUICO – ARCE – FCC - 2012

Foi promulgado decreto presidencial que veiculou aumento de 30% na alíquota de

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IPI incidente sobre a importação, para a indústria automotiva.

O decreto entrou em vigor na data de sua publicação, aplicando-se o aumento da carga tributária imediatamente aos contribuintes.

Nesse contexto, o referido decreto

(A) é legítimo, pois o IPI é tributo extrafiscal e a Constituição Federal, em seu art. 153, § 3o prescreve que o imposto será seletivo em função da essencialidade do produto, de maneira que é exceção ao Princípio da Anterioridade, podendo a sua carga tributária ser majorada a qualquer tempo.

(B) não é legítimo, pois o IPI é exceção ao Princípio da Anterioridade Anual, porém não da Anterioridade Qualificada (Noventena), conforme o art. 150, § 1o da Constituição Federal.

(C) não é legítimo, pois a Constituição Federal estabelece como limitação constitucional ao poder de tributar, a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

(D) não é legítimo, pois a Constituição Federal estabelece dentre as limitações constitucionais ao poder de tributar o Princípio da Legalidade, que determina que é vedada a exigência ou aumento de tributo sem lei que o estabeleça.

(E) não é legítimo, pois de acordo com a Constituição Federal, qualquer aumento da carga tributária do IPI incidente sobre a importação, deverá ser submetido à aprovação da Organização Mundial de Comércio, como condição de sua validade.

O IPI é exceção à legalidade, no sentido de que é possível a alteração de suas alíquotas

por ato do Poder Executivo, dentro dos limites da lei (CF/88, art. 153, § 1º). Assim, INCORRETA a letra D.

O imposto deve observar a noventena, mas é excepcionado da anterioridade (CF/88, art. 150, § 1º), o que torna CORRETA a letra B e INCORRETA a letra C.

A letra A está INCORRETA porque justifica que o IPI é exceção à anterioridade em função da essencialidade. O IPI, de fato, é seletivo, em função da essencialidade do produto (CF/88, art. 153, § 3º). Isso quer dizer que produtos mais essenciais devem ser tributados de maneira menos gravosa que produtos mais supérfluos, mas não implica que o imposto pode ser majorado a qualquer tempo.

Por fim, a letra E também está INCORRETA, trazendo um verdadeiro absurdo. Condicionar o aumento de um tributo brasileiro à aprovação de qualquer órgão multilateral, como é o caso da OMC, seria verdadeira afronta à soberania do País. É bem verdade que os acordos firmados no âmbito da Organização podem influenciar na tomada de decisões do chefe do executivo ao majorar a carga tributária na importação de produtos. Mas daí a dizer que o aumento só vale depois de aprovado pela OMC é um entendimento bastante equivocado.

GABARITO: B

36) PROCURADOR DO ESTADO – PGE/MT – FCC - 2011

A Constituição Federal fixa regras que limitam o exercício da competência tributária. Dentre elas podem ser citadas as regras da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal. Estas regras não são absolutas, comportando exceções.

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NÃO se submete às regras da anterioridade anual e nonagesimal, ao mesmo tempo, a majoração de alíquota do imposto sobre

(A) produtos industrializados (IPI).

(B) a renda e proventos de qualquer natureza (IR).

(C) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF).

(D) a propriedade territorial rural (ITR).

(E) circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS).

Só para fixar:

IPI: exceção somente à anterioridade (INCORRETA a letra A).

IR: exceção somente à noventena (INCORRETA a letra B).

IOF: exceção à anterioridade e à noventena (CORRETA a letra C).

ITR: respeita os dois princípios (INCORRETA a letra D).

ICMS: respeita os dois princípios, à exceção do ICMS-combústiveis que, como já visto, é exceção somente à anterioridade (INCORRETA a letra E)

GABARITO: C

37) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2006

NÃO se aplica o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena criada pela Emenda Constitucional no 42/2003) ao imposto sobre

(A) propriedade territorial rural (ITR) e o imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU).

(B) serviços de qualquer natureza e à fixação da base de cálculo do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) e do imposto sobre propriedade territorial rural (ITR).

(C) circulação de mercadoria e serviços (ICMS) incidente sobre as operações com lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo e à contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados.

(D) renda e proventos de qualquer natureza (IR) e à fixação da base de cálculo dos impostos sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) e sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU).

(E) produtos industrializados (IPI) e aos impostos sobre exportação (IE) e importação (II).

Só para fixar (II):

O ITR e o IPTU devem observar a anterioridade e a noventena, exceto a fixação da base de cálculo do IPTU, que deve observar somente a anterioridade (INCORRETA a letra A).

O ISS e a fixação da base de cálculo do ICMS e do ITR devem observar a anterioridade e a noventena (INCORRETA a letra B).

O ICMS-combústiveis e a CIDE-combustíveis devem observar somente a noventena (INCORRETA a letra C).

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O IR e a fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU devem observar somente a anterioridade (CORRETA a letra D).

O IPI deve observar somente a noventena, enquanto o II e o IE são exceções aos dois princípios INCORRETA a letra E).

GABARITO: D

38) AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS – SEFIN/RO – FCC – 2010

O Estado de Rondônia majorou a base de cálculo do IPVA para o exercício de 2010, em 20 de novembro de 2009, conforme lei publicada no diário oficial do Estado naquela data. Considerando que a lei entrou em vigor na data de sua publicação, é correto afirmar que esta lei terá eficácia

(A) 90 dias a contar do início do exercício de 2010, tendo em vista a anterioridade nonagesimal.

(B) na data de sua publicação, podendo ser aplicada imediatamente, ainda no exercício de 2009, por ser exceção à anterioridade.

(C) 90 dias a contar da publicação, por dever obediência apenas à anterioridade nonagesimal.

(D) a partir do início do exercício financeiro de 2010, por ser exceção à anterioridade nonagesimal, mas se submeter à anterioridade anual.

(E) 90 dias da publicação, desde que já no outro exercício financeiro, por dever obediência às regras de anterioridades nonagesimal e anual.

Só para fixar (III):

Fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU são exceções à noventena (CF/88, art.

150, § 1º), devendo obediência apenas à anterioridade do exercício financeiro. Dessa forma, lei que majora a base de cálculo do IPVA publicada em novembro de 2009 produzirá seus efeitos a partir de 1º de janeiro de 2010.

GABARITO: D

39) PROCURADOR JUDICIAL – PREF. RECIFE/PE - 2008

Lei municipal publicada em 20 de dezembro de 2007 majorou as alíquotas do ITBI de 2% para 4% e a base de cálculo do IPTU em 20%. As novas faixas de valores serão aplicadas

(A) em noventa dias a contar da publicação da lei para o ITBI e no primeiro dia do exercício seguinte ao da publicação da lei para o IPTU.

(B) no primeiro dia do exercício seguinte ao da publicação da lei, para os dois casos.

(C) no primeiro dia do exercício seguinte ao da publicação da lei para o ITBI e no primeiro dia do exercício seguinte ao exercício do vencimento de noventa dias da publicação da lei para o IPTU.

(D) noventa dias a contar da publicação da lei, para os dois casos.

(E) em noventa dias a contar do primeiro dia do exercício seguinte ao da publicação da lei, para os dois casos.

A majoração das alíquotas do ITBI deve obediência tanto à anterioridade como à noventena.

Já a majoração da base de cálculo do IPTU, como já visto anteriormente, deve observar apenas a anterioridade.

A questão informa que a lei que promoveu esses aumentos foi publicada em 20 de

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dezembro de 2007. Logo, em relação ao ITBI, ela terá de esperar noventa dias para produzir seus efeitos (em respeito aos dois princípios) e, em relação ao IPTU, já produzirá efeitos em 1º de janeiro de 2008, por ser esse tributo exceção à noventena.

GABARITO: A

40) AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/RJ – FCC – 2014

Relativamente aos tributos estaduais que podem ser instituídos pelo Estado do Rio de Janeiro, NÃO está sujeito ao princípio da anterioridade nonagesimal, também chamada de princípio da “noventena”,

(A) o aumento da alíquota do ITD, nas doações de bens localizados no exterior.

(B) a fixação da base de cálculo e da alíquota do IPVA.

(C) a majoração da alíquota do ICMS, relativamente às prestações de serviços de comunicação, quando esse imposto tiver de ser retido antecipadamente, por substituição tributária.

(D) a instituição de taxa para atender a despesas extraordinárias urgentes, decorrentes de calamidade pública, ocasionada por convulsões sociais.

(E) a inclusão de determinadas operações com mercadorias na sistemática da retenção antecipada do ICMS por substituição tributária.

Letra A: INCORRETA. Majoração de alíquota do ITCMD deve observar tanto a anterioridade do exercício financeiro como a anterioridade nonagesimal, independentemente da procedência das doações.

Letra B: INCORRETA. A fixação da base de cálculo do IPVA é exceção à noventena, mas o mesmo não se pode dizer de sua alíquota, cuja majoração deve observar a anterioridade e a noventena.

Letra C: INCORRETA. Majoração de alíquota de ICMS relativo a prestação de serviços de comunicação deve sempre observar a anterioridade e a noventena, independentemente do fato de o imposto ter sido retido antecipadamente por substituição tributária.

Letra D: INCORRETA. Despesas extraordinárias urgentes decorrentes de calamidade pública ocasionada por convulsões sociais não caracterizam fato gerador de taxa.

Letra E: CORRETA. Os princípios da anterioridade e da noventena existem para proteger o contribuinte de um aumento repentino da carga tributária. A inclusão de mercadorias na sistemática de substituição tributária não implica majoração de tributos, de modo que não há necessidade de se observar esses princípios quando da sua implementação.

GABARITO: E

41) DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SP – FCC – 2007

A Constituição Federal, em seu artigo 150, I e II, ao afirmar que os tributos não poderão ser aumentados ou exigidos sem lei que o estabeleça e que os contribuintes em situação equivalente não terão tratamento desigual está dispondo sobre os princípios da

(A) anterioridade e da isonomia.

(B) capacidade contributiva e da anterioridade.

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(C) legalidade e da isonomia.

(D) legalidade e da anterioridade.

(E) legalidade e da capacidade contributiva.

Exigência constitucional de lei para exigir ou aumentar tributo é a essência do princípio da legalidade tributária. Já a proibição de que contribuintes em situação equivalente tenham tratamento desigual caracteriza o princípio da isonomia tributária.

GABARITO: C

42) PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO – TCE/SP – FCC – 2011

É aplicação do princípio da igualdade sob o aspecto material, em âmbito tributário, a disposição constitucional segundo a qual

(A) os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.

(B) o Governo poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência.

(C) a União poderá instituir impostos para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência.

(D) cabe à lei complementar estabelecer normas gerais sobre definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte. (VER JURISPRUDÊNCIA STF NO RA)

(E) compete à União estabelecer normas gerais sobre a instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como

instrumento de sua atuação nas respectivas áreas.

Letra A: INCORRETA. A alternativa traz o princípio da capacidade contributiva, que por sua vez decorre do princípio da isonomia (igualdade). Entendo que o primeiro pode ser considerado como aplicação do segundo, sob o ponto de vista material, o que tornaria a alternativa correta, contrariando o gabarito oficial. Quando se busca tributar o contribuinte de modo a considerar a sua capacidade contributiva, está-se tratando com desigualdade pessoas em situação desigual. O princípio da capacidade contributiva consta no art. 145, § 1º, da CF/88:

§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

É possível que o examinador tenha considerado o item incorreto pela ausência da disposição “sempre que possível”.

Letra B: INCORRETA. O estabelecimento de critérios especiais de tributação para prevenir desequilíbrios de concorrência está mais ligado ao princípio da neutralidade tributária (tributos devem interferir minimamente nas decisões dos agentes econômicos) do que ao princípio da isonomia. O conceito aparece no art. 146-A da CF/88:

Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir

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desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.

Além disso, o texto da alternativa indica que o “Governo” pode estabelecer tais critérios especiais de tributação, expressão pouco técnica para definir essa matéria reservada à lei complementar. “Governo”, via de regra, refere-se ao Poder Executivo.

Letra C: INCORRETA. O objetivo dos impostos extraordinários em caso de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência é suprir o Tesouro Federal com recursos específicos para cobrir as respectivas despesas, não se tratando de aplicação do princípio da isonomia, mas sim de mecanismo reservado à União para agir em caso de urgência.

Letra D: CORRETA. A alternativa traz o mandamento do art. 146, III, “d”, da CF/88, que busca corrigir a desigualdade competitiva entre MEs e EPPs e as empresas com maior capacidade contributiva. A referida lei complementar é a LC nº 123/2006, que instituiu o Simples Nacional e que consiste em verdadeira concretização do princípio da isonomia e da capacidade contributiva. Nesse sentido, veja o posicionamento do STF (RE 627.543/RS):

“O Simples Nacional surgiu da premente necessidade de se fazer com que o sistema tributário nacional concretizasse as diretrizes constitucionais do favorecimento às microempresas e às empresas de pequeno porte. A LC 123, de 14-12-2006, em consonância com as diretrizes traçadas pelos arts. 146, III, d, e parágrafo único; 170, IX; e 179 da CF, visa à simplificação e à redução das obrigações dessas empresas, conferindo a elas um tratamento jurídico diferenciado, o qual

guarda, ainda, perfeita consonância com os princípios da capacidade contributiva e da isonomia.”

Letra E: INCORRETA. A alternativa não faz o menor sentido. Contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas são de competência exclusiva da União, de modo que ela (União) não precisa editar normas gerais sobre a instituição desses tributos. Ela os institui e pronto. Normas gerais em matéria tributária são aquelas veiculadas pela União e que devem ser observadas pelos Estados, DF e Municípios ao instituírem seus tributos. Além disso, o assunto nada tem a ver com o princípio da isonomia.

GABARITO: D

43) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2009

Sobre os princípios que regem nosso Sistema Tributário Nacional é correto afirmar:

(A) Não se aplica o Princípio da Anterioridade a: Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto de Renda e Proventos de Qualquer Natureza e Imposto sobre Transmissão Causa Mortis.

(B) O princípio da Vedação de Confisco tem por objetivo estabelecer a tributação justa e livre de arbitrariedade, não se aplica, porém, a todas as espécies tributárias, mas somente aos tributos de natureza vinculada à atuação estatal.

(C) Em razão do princípio da Isonomia Tributária, é vedada à União a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do

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desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.

(D) O princípio da Capacidade Contributiva não se aplica às taxas e às contribuições de melhoria, mas tão somente aos impostos.

(E) Em razão do princípio da Imunidade Recíproca é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios tributar o patrimônio, a renda ou serviços, uns dos outros, inclusive aqueles relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.

Letra A: INCORRETA. A anterioridade aplica-se ao IR e ao ITCMD.

Letra B: INCORRETA. A vedação do art. 150, IV, da CF/88 é relativa a tributos em geral e não somente àqueles vinculados a uma atividade estatal.

Letra C: INCORRETA. Nos termos do art. 151, I, da CF/88, é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique em distinção ou preferência em relação aos entes federados. Entretanto, admite-se a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.

Letra D: CORRETA. Embora a alternativa esteja correta em vista da literalidade da CF/88 (art. 145, § 1º), o STF entende que o princípio aplica-se também às outras espécies tributárias (RE 406.955-AgR/MG).

Letra E: INCORRETA. A alternativa traz a informação dos arts. 150, VI, “a” e 150, §

3º, da CF/88. É vedado aos entes políticos instituir tributos sobre o patrimônio, a renda e os serviços uns dos outros. Mas essa vedação não se aplica ao patrimônio, renda e serviços relacionados a atividades em que o ente tributado atua em pé de igualdade com os particulares (exploração de atividade econômica ou atividades em que há contraprestação mediante pagamento de preço ou tarifa).

GABARITO: D

44) DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SP – FCC – 2006

“O primeiro caminho para a reconstrução dos Direitos Humanos da Tributação é o da efetiva, direta e ativa participação de todos os segmentos da sociedade na elaboração, fiscalização e controle das regras tributárias. A idéia básica é de eliminar os excessos e injustiças da carga tributária, de modo a torná-la equânime e efetiva, em harmonia com os princípios da justiça e da racionalidade”. (Nogueira, Alberto. A reconstrução dos Direitos Humanos na Tributação. Rio de Janeiro: Renovar. 1997. p. 411)

O princípio da capacidade contributiva

(A) tem por destinatário imediato o legislador ordinário das pessoas políticas. É ele que deve imprimir, nos impostos que cria in abstracto, um caráter pessoal, graduando-os conforme a capacidade econômica dos contribuintes.

(B) dirige-se aos poderes públicos, aos legisladores, aos aplicadores da lei, às autoridades e aos juízes e aplica-se a toda espécie de tributos previstos na Constituição Federal.

(C) deve observar o valor da taxa, seja de serviço, seja de polícia, correspondendo

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ao custo, ainda que aproximado, da atuação estatal específica, demonstrando, assim, uma razoabilidade entre a quantia cobrada e o gasto que o poder público teve para prestar aquele serviço público.

(D) aplica-se apenas aos tributos cuja progressividade estiver expressa no texto da atual Constituição Federal.

(E) leva em conta os princípios da igualdade, a função social da propriedade e da dignidade da pessoa humana, e por isso atinge todos os tributos, conforme expressa disposição constitucional.

Letra A: CORRETA. A Constituição prescreve em seu artigo 145, § 1º que os impostos, sempre que possível, terão caráter pessoal e serão graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte (princípio da capacidade contributiva). Ora, os impostos são instituídos por lei, de modo que o destinatário imediato do princípio é o legislador ordinário da pessoa política competente para instituir o tributo.

Letra B: INCORRETA. É certo que o princípio dirige-se aos legisladores, mas é discutível que tenha como destinatários as outras pessoas citadas (poderes públicos, aplicadores da lei, autoridades e juízes). De qualquer forma, sua aplicação restringe-se a impostos, segundo a literalidade do texto constitucional (entendimento da FCC em outras questões). Já o STF entende que o princípio aplica-se a todos os tributos.

Letra C: INCORRETA. O entendimento da FCC é de que o princípio não se aplica às taxas.

Letra D: INCORRETA. A Constituição direciona o princípio a todos os impostos, com ou sem previsão expressa de progressividade. Deve ser observado, por

exemplo, pelo ITBI, que não tem previsão de alíquotas progressivas.

Letra E: INCORRETA. A disposição expressa da Constituição é de que o princípio atinge apenas os impostos.

GABARITO: A

45) JUIZ SUBSTITUTO – TJ/GO – FCC- 2012

Determinado Município institui ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) incidente sobre serviço notarial e de registro. A lei instituidora traz como fato gerador a prestação do serviço notarial e de registro. O valor do imposto é fixo para este serviço tributado no Município, equivalente a cinco mil reais por ano. O valor anual pode ser parcelado sem juros em até três vezes ou, com juros e correção pela taxa SELIC, em até doze vezes. Sobre este imposto é correto afirmar que

(A) não é competência do Município a instituição de imposto sobre serviço notarial e de registro.

(B) é inconstitucional este imposto municipal, por ser fixo, o que afronta o princípio da capacidade contributiva, já que não graduado de acordo com as condições econômicas do contribuinte.

(C) é inconstitucional este imposto municipal porque o STF tem entendimento já pacífico no sentido de que não incide ISSQN sobre serviço notarial e de registro, por se tratar de serviço público.

(D) é inconstitucional este imposto municipal porque, ainda que seja fixo o seu valor, deveria variar de acordo com o serviço notarial e de registro levado a efeito, não podendo ser fixado em valor igual para todas as serventias.

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(E) é constitucional este imposto municipal por atender a todos os requisitos necessários para sua instituição de forma a respeitar as condições econômicas do contribuinte.

Letra A: INCORRETA. A instituição de imposto sobre serviços de registros públicos, cartorários e notariais é de competência municipal, nos termos da LC nº 116/03.

Letra B: CORRETA. Imposto cobrado com valor fixo para todos os contribuintes indistintamente não leva em consideração a capacidade contributiva de cada um, em afronta ao mandamento do art. 145, § 1º, da CF/88 (princípio da capacidade contributiva).

Letra C: INCORRETA. O entendimento do STF é no sentido contrário, por entender que o serviço notarial e de registro é desenvolvido com fins lucrativos, não havendo que se falar em imunidade recíproca no caso (ADI 3.089/DF), de modo que é constitucional a exigência de ISS sobre esse tipo de serviço.

Letra D: INCORRETA. O imposto não pode ter valor fixo, em respeito ao princípio da capacidade contributiva.

Letra E: INCORRETA. O imposto é inconstitucional, conforme explicado no comentário da letra B.

GABARITO: B

46) ANALISTA LEGISLATIVO – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE PERNAMBUCO – FCC - 2014

Respeita o princípio da isonomia

(A) a concessão de isenção, em favor do Ministério Público e aos membros e servidores do Poder Judiciário, inclusive

inativos, de custas processuais, notariais, cartorárias, e quaisquer taxas e emolumentos.

(B) a isenção de imposto de renda sobre a verba de representação percebida especificamente pelos magistrados.

(C) o regime diferenciado, e mais benéfico, em relação ao IPVA relativo a veículos de propriedade de motoristas cooperados a cooperativas de trabalho contratadas pela Administração Municipal para o transporte público de escolares.

(D) o regime de recolhimento diferenciado a determinadas categorias de profissionais liberais, em relação ao ISSQN, para o fim de aproximar suas condições de trabalho e competitividade às das empresas de maior porte.

(E) a isenção do IPVA em favor de proprietários de veículos que se mantêm associados a determinadas associações de interesse público.

Letra A: INCORRETA. A concessão de isenção de qualquer tributo restrita a pessoas ocupantes de determinado cargo público certamente fere o princípio da isonomia. O STF já decidiu nesse sentido em relação à isenção do pagamento de custas judiciais, notariais, cartoriais e quaisquer taxas ou emolumentos concedida aos membros do Ministério Público e do Judiciário do Estado Rio Grande do Norte (ADI 3.260/RN e ADI 3.334/RN).

Letra B: INCORRETA. Mesmo raciocínio da alternativa anterior. Não se pode conceder isenção de tributo restrita a pessoas ocupantes de determinado cargo. No caso específico do IR incidente sobre a verba de representação percebida pelos juízes do trabalho, o STF julgou improcedente a ação

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declaratória ajuizada para ter reconhecido o direito à referida isenção (RE 236.881/RS).

Letra C: INCORRETA. Se o Estado quer isentar do IPVA prestadores de serviço de transporte escolar, então deve fazê-lo em relação a todos os profissionais que desempenham essa atividade, em vez de restringir o benefício àqueles ligados a cooperativas contratadas pelas prefeituras. A ADI 5268/MG, ainda pendente de julgamento, questiona a constitucionalidade de dispositivo de lei mineira que concede a referida isenção apenas a cooperados e cooperativas contratados pelas municipalidades.

Letra D: CORRETA. Entendimento esposado pelo STF no julgamento do RE 236.604/PR, em que o Município de Curitiba suscitou suposta inconstitucionalidade de dispositivo legal que dispensa tratamento diferenciado relativo ao recolhimento do ISS a determinadas sociedades de profissionais liberais. O recurso não foi conhecido e a sistemática diferenciada de recolhimento foi declarada como constitucional.

Letra E: INCORRETA. A isenção do IPVA restrita a proprietário de veículo que se mantém associado a determinada associação de interesse público fere não só a isonomia, como também o livre direito à associação (CF/88, art. 5º, XX), já que o Estado estará compelindo o contribuinte, ainda que indiretamente, a se associar e/ou permanecer associado.

GABARITO: D

47) PROCURADOR JUDICIAL – PREF. RECIFE/PE - 2008

Município do interior pernambucano institui isenção de IPTU para pais adotivos. Esta medida é

(A) inconstitucional, por violar o princípio da igualdade, além de não ter o critério adotado qualquer relação com os aspectos da hipótese de incidência.

(B) constitucional, já que estimula a adoção, tendo caráter nitidamente extrafiscal e social.

(C) ilegal, por violar dispositivo constante do Código Civil que veda discriminação entre filhos adotivos e biológicos.

(D) constitucional, mas ilegal, por não ser da autonomia do Município políticas públicas de planejamento familiar, aí incluído o estímulo à adoção.

(E) constitucional, porque a Constituição Federal não veda qualquer discriminação decorrente da filiação e legal de acordo com o Código Civil.

O critério de isenção de IPTU para pais adotivos é flagrantemente discriminatório e vai de encontro ao enunciado do princípio constitucional da isonomia.

GABARITO: A

48) ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PE – FCC - 2006

Em relação ao Sistema Tributário Nacional, considere:

I. Vedação de utilizar tributo com efeito confisco.

II. Todo aquele que praticar o fato gerador da obrigação tributária deverá pagar o tributo respectivo, salvo casos expressos de isenção fiscal outorgada em lei que especifique as condições e os requisitos para sua concessão.

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Tais situações referem-se, respectivamente, aos princípios gerais da

(A) proporcionalidade razoável e da universalidade.

(B) personalização dos tributos e da igualdade tributária.

(C) capacidade contributiva e da generalidade.

(D) não-cumulatividade e da uniformidade tributária.

(E) seletividade tributária e da não diferenciação tributária.

Item I: a vedação de utilizar tributo com efeito de confisco é uma das limitações constitucionais ao poder de tributar (CF/88, art. 150, IV). Essa proibição decorre dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade da carga tributária, no sentido de que o Estado, ao exercer o seu poder-dever de tributação, não pode fazê-lo de maneira exagerada, irrazoável ou desproporcional, de modo a onerar o contribuinte em intensidade que o impeça ou dificulte de exercer suas atividades essenciais.

Item II: o enunciado desse item decorre do princípio da legalidade, pois todo aquele que praticar no mundo fático o comportamento previsto na norma de incidência deve pagar o respectivo tributo. A norma tributária atinge a todos que praticam o fato gerador da obrigação tributária, independentemente da validade jurídica do ato e da capacidade civil de quem o pratica. Por esse motivo, o texto da questão também é conhecido como princípio da universalidade.

GABARITO: A

49) PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/CE – FCC - 2009

É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios

(A) exigir tributo com base em fato gerador presumido, ainda que a presunção se realize.

(B) instituir isenções de tributos da competência uns dos outros, inclusive, no que se refere à União, em sede de tratados internacionais.

(C) utilizar tributo com efeito confiscatório, efeito esse cuja identificação deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, mediante verificação da capacidade de o contribuinte suportar a incidência de todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de determinado período, à mesma pessoa política que os houver instituído.

(D) instituir tributos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

(E) instituir tributos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, o que abrange outros insumos como tintas, filmes ou papéis fotográficos necessários àquelas publicações.

Letra A: INCORRETA. A Constituição autoriza a atribuição de responsabilidade pelo pagamento de imposto ou contribuição cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente (CF/88, art. 150, § 7º).

Letra B: INCORRETA. É vedada a isenção heterônoma (CF/88, art. 151, III). Entretanto, quando o Presidente da República assina acordo internacional que prevê isenção de tributos estaduais, ele está representando a República Federativa

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do Brasil e não a União, de modo que não há afronta ao mandamento constitucional.

Letra C: CORRETA. É vedada a utilização de tributo com efeito confiscatório. Ainda, o STF entende que o efeito confiscatório deve ser analisado levando em conta a totalidade da carga tributária suportada pelo contribuinte em relação a cada pessoa política individualmente (ADC 8 - MC/DF).

Letra D: INCORRETA. A vedação do art. 150, VI, “a”, da CF/88 (imunidade recíproca) é em relação à cobrança de impostos e não a tributos em geral.

Letra E: INCORRETA. A vedação do art. 150, VI, “d”, da CF/88 (imunidade dos livros) abrange também os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos e é relativa a impostos. A Súmula 657 do STF, provavelmente utilizada como base para a formulação dessa alternativa, não menciona especificamente a tinta utilizada no processo. Entretanto, deve-se ficar atento à jurisprudência mais recente do Tribunal. No julgamento do RE 202.149/RS, por exemplo, firmou-se entendimento no sentido de que “a imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa, e não exaustiva”. De qualquer forma, a alternativa está errada ao mencionar que a imunidade se refere a tributos em geral.

GABARITO: C

50) FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEAD/AP – FGV – 2010

Analise as afirmativas a seguir.

I. A anterioridade nonagesimal foi estendida à União, aos Estados, ao Distrito

Federal e aos Municípios a fim de vedar-lhes a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, comportando, dentre suas exceções, o imposto sobre a renda.

II. À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é vedada ainda a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos empregadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.

III. A vedação à instituição de tributos com efeito de confisco não atinge as multas moratórias ou punitivas, que podem ser fixadas em qualquer patamar conforme admitido pela jurisprudência.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Item I: CORRETO. A anterioridade nonagesimal, incluída na Constituição pela EC nº 42/2003 proíbe a cobrança de tributos antes de decorridos 90 dias da publicação da lei que os instituiu ou majorou (CF/88, art. 150, III, “c”). Como já visto em questões anteriores, há exceções

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ao princípio no texto constitucional, entre elas o IR (CF/88, art. 150, § 1º).

Item II: INCORRETO. A Constituição veda a cobrança de impostos das entidades sindicais dos trabalhadores (e não dos empregadores). O restante do texto está correto, nos termos do art. 150, VI, “c”, da CF/88.

Item III: INCORRETO. A Constituição veda a utilização de tributo com efeito confiscatório. A interpretação literal do dispositivo constitucional levaria a crer que o princípio do não confisco não atinge as multas, já que multa não é tributo. Entretanto, o entendimento do STF é de que as multas também devem ser graduadas de modo a não produzir efeito confiscatório (RE 582.461/SP e RE 523.471-AgR/MG).

GABARITO: A

51) PROCURADOR MUNICIPAL – PREF. JABOATÃO/PE – FCC – 2006

Quanto às limitações do poder de tributar estabelecidas pela Constituição Federal, é correto afirmar que

(A) é vedado à União cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que aumentou o imposto sobre importação de produtos estrangeiros e o imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais.

(B) os Municípios poderão estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de mercadorias, por meio de tributos intermunicipais.

(C) os Estados poderão estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de mercadorias e de pessoas, por meio de tributos interestaduais.

(D) a União poderá instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

(E) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão estabelecer diferença tributária entre bens de qualquer natureza, em razão da sua procedência ou do seu destino.

Letra A: INCORRETA. O II e o IE são exceções ao princípio da anterioridade (CF/88, art. 150, § 1º).

Letra B: INCORRETA. Nos termos do art. 150, V, da CF/88, é vedado à União, Estados, DF e Municípios estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais.

Letra C: INCORRETA, pelo mesmo fundamento da alternativa anterior, com a ressalva de que existe o ICMS cobrado em operações interestaduais, previsto na própria Constituição.

Letra D: INCORRETA. É vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do DF ou dos Municípios (CF/88, art 151, III).

Letra E: CORRETA, nos termos do art. 152 da CF/88. Trata-se do princípio da não discriminação em função de procedência ou destino.

GABARITO: E

52) PROCURADOR DO ESTADO – PGE/RN – FCC – 2014

Por meio do Convênio ICMS n. 94/2012 os Estados e o Distrito Federal foram autorizados a instituir a isenção de ICMS sobre operações com bens e mercadorias destinados à implantação de projetos de mobilidade urbana de passageiros

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relativos ao modal metroferroviário. No Estado de São Paulo, a isenção foi incorporada à legislação estadual por meio dos Decretos n. 58.492/2012, o qual prevê a isenção para as operações internas de mercadorias em geral destinadas à manutenção de trens, locomotivas e vagões, e n. 58.491/2012, o qual prevê a isenção para as operações internas de trens, locomotivas e vagões destinadas às redes de transportes sobre trilhos de passageiros. Empresa situada no Rio Grande do Norte sente-se prejudicada com a restrição, pois ao adquirir tais mercadorias de fornecedores paulistas, não será beneficiada com a isenção fiscal. A limitação da isenção fiscal às operações internas é:

I. Constitucional, o ente federativo pode conceder isenções limitando-se apenas às operações realizadas em seu território.

II. Inconstitucional, pois por meio da restrição às operações internas, o Estado de São Paulo estabeleceu diferença tributária entre bens em razão de sua procedência e destino.

III. Constitucional, pois é admitido que União, Estados e Municípios instituam incentivos fiscais que não sejam uniformes ao território nacional com o objetivo de promover o equilíbrio do desenvolvimento socio-econômico entre as diferentes Regiões do País.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e III.

(E) II e III.

Item I: INCORRETO. Embora presente na maioria dos regulamentos estaduais de ICMS, a concessão de isenção restrita às saídas internas viola o princípio constitucional da não discriminação em função da origem ou destino.

Item II: CORRETO, como explicado no item anterior.

Item III: INCORRETO. A Constituição faculta à União conceder incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País (CF/88, art. 151, I). Além disso, a situação trazida pela questão trata do incentivo a um setor específico (projetos de mobilidade urbana de passageiros relativos ao modal metroferroviário), independentemente de desequilíbrios sócio-econômicos entre regiões brasileiras.

GABARITO: B

53) FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/RJ – FGV - 2009

A Constituição Federal de 1988 atribui competência tributária aos entes da Federação. Com relação à União, é correto afirmar que:

(A) encontra-se autorizada a tributar a renda de obrigações da dívida pública dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

(B) tem competência para instituir isenções de tributos cuja competência foi constitucionalmente assegurada aos Estados, Distrito Federal e Municípios.

(C) pode estabelecer tributo não uniforme no território nacional.

(D) pode estabelecer, por meio de lei complementar, outros tributos além dos expressamente mencionados na

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Constituição Federal, desde que não sejam cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados constitucionalmente.

(E) não tem competência, em Território Federal, sobre impostos estaduais.

Letra A: CORRETA. Trata-se do imposto de renda incidente sobre os rendimentos obtidos pelos titulares de papéis da dívida pública emitidos pelos Estados, DF e Municípios. A única restrição imposta pela Constituição é que essa tributação não ocorra de maneira mais gravosa que aquela imposta pela União às rendas obtidas de seus próprios títulos. Esse é o comando do art. 151, II, da CF/88:

Art. 151. É vedado à União:

II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

O mesmo comando legal proíbe que a União tribute a remuneração e os proventos dos servidores das outras esferas políticas de maneira mais gravosa que seus próprios servidores.

Letra B: INCORRETA. É vedada a isenção heterônoma (CF/88, art. 151, III). A exceção é a faculdade da União de conceder isenção de ISS nas exportações de serviços para o exterior (CF/88, art. 156, § 3º, II)

Letra C: INCORRETA. É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional (princípio da uniformidade geográfica da tributação). O art. 151, I, da CF/88 admite, entretanto, a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do

desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.

Letra D: INCORRETA. A União pode, mediante lei complementar, instituir novos impostos, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição (CF/88, art. 154, I).

Letra E: INCORRETA. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais. Caso o Território não seja dividido em Municípios, cabem à União também os impostos municipais (CF/88, art. 147).

GABARITO: A

54) FISCAL DE TRIBUTOS – PREF. SANTOS/SP – FCC – 2006

A imunidade distingue-se da isenção porque a primeira

(A) é sempre de caráter subjetivo, ao contrário da isenção que é exclusivamente objetiva.

(B) constitui uma limitação constitucional ao poder de tributar, enquanto a isenção pode ser concedida por lei ordinária ou complementar.

(C) existe somente em relação a pessoas jurídicas de direito público, ao passo que a isenção também pode beneficiar pessoas de direito privado.

(D) não libera o contribuinte do cumprimento de obrigações acessórias, diversamente do que ocorre com a isenção, que possui natureza mais abrangente.

(E) existe em relação a todos os tributos, enquanto que a isenção restringe-se apenas aos impostos.

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 43

É importante que esteja bem claro para o candidato a distinção entre imunidade e isenção. A imunidade consiste em uma proibição de tributar emanada da própria Constituição. Os entes políticos ficam impedidos de tributar determinados fatos, situações e pessoas. Já a isenção é causa de exclusão do crédito tributário, como veremos em aula futura, e consiste na dispensa legal do pagamento do tributo. Nesse caso, os entes políticos podem exigir o tributo nos termos da competência tributária atribuída pela constituição, mas não o fazem por motivo de conveniência e oportunidade.

Letra A: INCORRETA. Tanto a isenção como a imunidade podem ter caráter subjetivo ou objetivo. A imunidade dos livros (CF/88, art. 150, VI, “d”) é objetiva (direcionada a uma coisa e não a uma pessoa). Já a imunidade das instituições de educação e assistência social (CF/88, art. 150, VI, “c”) é subjetiva (direcionada a entidades, pessoas jurídicas). Da mesma forma, podem ser concedidas, por lei, isenções objetivas ou subjetivas.

Letra B: CORRETA, como explicado no início dos comentários.

Letra C: INCORRETA. A imunidade existe para pessoas de direito público (por exemplo, a imunidade recíproca do art. 150, VI, “a”, da CF/88) e para pessoas de direito privado (por exemplo, a imunidade das entidades de assistência social privadas). O mesmo podemos dizer da isenção.

Letra D: INCORRETA. Nem a imunidade, nem a isenção liberam o beneficiado de obrigações acessórias. Ao contrário, muitas vezes o benefício está condicionado ao adimplemento dessas obrigações.

Letra E: INCORRETA. A isenção também pode ser concedida relativamente a todos os tributos, desde que o ente competente edite lei nesse sentido.

GABARITO: B

55) PROCURADOR JUDICIAL – PREF. RECIFE/PE - 2008

Dentre as várias diferenças existentes entre imunidade e isenção, é correto afirmar que a imunidade

(A) vem fixada em lei complementar e a isenção em lei ordinária.

(B) pode ser concedida por prazo indeterminado e a isenção pode ser concedida por prazo certo ou indeterminado.

(C) pressupõe a existência de capacidade tributária e a isenção pressupõe ausência de capacidade tributária.

(D) equivale à incompetência tributária e só pode vir prevista na Constituição e a isenção pressupõe competência tributária e vem fixada em lei.

(E) só alcança os impostos e a isenção pode ser concedida para qualquer tributo.

Letra A: INCORRETA. Imunidades são determinadas pela Constituição e isenções são concedidas por lei (ordinária ou complementar).

Letra B: INCORRETA. As imunidades estão insculpidas no texto constitucional e não têm prazo de validade.

Letra C: INCORRETA. Quando o constituinte, originário ou derivado, inseriu as imunidades constitucionais, ele o fez visando a proteger determinadas situações e pessoas em relação à tributação. Isso se deu pelos mais variados motivos: culturais,

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 44

religiosos, sociais, entre outros. A existência de capacidade tributária não é pressuposto para as imunidades. Da mesma forma, a ausência de capacidade tributária não é pressuposto para a concessão de isenção, embora os entes tributantes possam até fazer uso desse critério para isentar determinadas pessoas ou situações, se assim entenderem.

Letra D: CORRETA. A Constituição dá competência tributária aos entes federativos. Quando o texto constitucional os proíbe de tributar determinados eventos do mundo fático (imunidade), está-se diante de uma subtração de parte de sua competência, tratando-se de verdadeira incompetência tributária. Já a isenção pressupõe competência tributária. É decisão do ente tributante cobrar o respectivo tributo ou deixar de cobrá-lo por meio de isenção.

Letra E: INCORRETA. Imunidades e isenções podem existir relativamente a todos os tributos.

GABARITO: D

56) JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PE – FCC- 2011

O art. 155, § 2o , inciso X, letra “d”, da Constituição Federal, enuncia que o ICMS “não incidirá” sobre prestação de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão e transmissão de imagens. Bem observado, o dispositivo consagra, segundo a melhor doutrina do direito,

(A) hipótese de não-incidência tributária.

(B) imunidade tributária.

(C) isenção de nível constitucional.

(D) isenção pura e simples.

(E) remissão fiscal.

Toda proibição de tributar emanada da Constituição é doutrinariamente classificado como imunidade.

GABARITO: B

57) ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA – TRF 2ª – FCC – 2012

Em matéria tributária, de modo geral, NÃO pode ser considerada imunidade constitucional, dentre outras situações:

(A) a proibição à tributação de livros, dos jornais e dos periódicos, bem como do papel destinado à sua impressão.

(B) o conjunto de favores concedidos por lei, dispensando o pagamento de um tributo devido, compreendendo todos os contribuintes do território da entidade tributante ou de determinada região.

(C) a vedação à instituição de tributos interestaduais ou intermunicipais, objetivando estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou de mercadorias, com exclusão da cobrança de pedágio.

(D) o não cabimento de tributação entre si das pessoas jurídicas de Direito Público interno sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, com exclusão de situações específicas.

(E) a impossibilidade de tributação sobre o patrimônio, a renda ou serviços das instituições de educação ou assistência social, com exclusão de situações específicas.

Letra A: INCORRETA. Trata-se de imunidade prevista no artigo 150, VI, “d”, da CF/88.

Letra B: CORRETA. Conjunto de favores concedidos por lei não pode ser

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 45

considerado imunidade, já que esta deve ter origem na Constituição.

Letra C: INCORRETA. Trata-se de imunidade prevista no artigo 150, V, da CF/88.

Letra D: INCORRETA. Trata-se de imunidade prevista no artigo 150, VI, “a”, da CF/88.

Letra E: INCORRETA. Trata-se de imunidade prevista no artigo 150, VI, “c”, da CF/88.

GABARITO: B

58) ANALISTA EM PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E FINANÇAS – SEFAZ/SP – ESAF – 2009

As imunidades tributárias são classificadas em:

(A) ontológicas e políticas.

(B) proporcionais e progressivas.

(C) diretas e indiretas.

(D) cumulativas e não cumulativas.

(E) vinculadas e não vinculadas.

As imunidades são doutrinariamente classificadas quanto à origem em ontológicas e políticas.

Imunidades ontológicas são aquelas que existiriam mesmo sem previsão na Constituição, já que são necessárias para o atendimento de outros princípios constitucionais, como o da capacidade contributiva e do pacto federativo. É o caso, por exemplo, da imunidade das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos, cuja capacidade contributiva é considerada hipossuficiente. A doutrina também classifica como ontológica a imunidade recíproca, já que

sua existência é condição para a manutenção do pacto federativo.

Já as imunidades políticas são aquelas que decorrem da vontade política do constituinte, não necessariamente guardando relação com outros princípios constitucionais. É o caso da imunidade dos livros e dos templos de qualquer culto, por exemplo.

GABARITO: A

59) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2009

Sobre as prescrições constitucionais insertas na seção ‘Das limitações do poder de tributar’, é correto afirmar:

(A) O princípio da anterioridade não admite qualquer tipo de exceção, uma vez que se trata de garantia dos contribuintes.

(B) As operações interestaduais devem ser imunes a qualquer tributação em obediência ao princípio da vedação de se estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio.

(C) Em razão da vedação da utilização do tributo com o efeito de confisco, a União não pode instituir o Imposto sobre grandes fortunas.

(D) As imunidades ali previstas aplicam-se somente aos impostos.

(E) É defeso cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver instituído ou aumentado, devendo essa lei ser publicada sempre com um prazo de 90 dias antes do término do exercício financeiro anterior àquele em que o tributo será cobrado ou aumentado.

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 46

Letra A: INCORRETA. O próprio texto constitucional excepciona determinados tributos do princípio da anterioridade. É o caso do II, do IE, do IOF, do IPI, entre outros.

Letra B: INCORRETA. Em que pese a proibição aos entes políticos de estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais e intermunicipais (CF/88, art. 150, V), existe previsão constitucional de incidência de ICMS em operações interestaduais.

Letra C: INCORRETA. Tanto a vedação da utilização de tributo com efeito de confisco como a instituição do imposto sobre grandes fortunas pela União têm previsão na Constituição. Logo, não há incompatibilidade entre os dois institutos. Além disso, na interpretação do STF, o efeito confiscatório da carga tributária deve ser analisado levando em conta todos os tributos do ente tributante em determinado período, não sendo possível aferir se a há confisco ou não a partir de um único imposto.

Letra D: CORRETA. As imunidades previstas na Seção II da CF/88 (Das Limitações ao Poder de Tributar) referem-se somente a impostos. Em outras partes do texto constitucional também é possível encontrar imunidades de contribuições sociais (art. 195, § 7º, por exemplo) e de taxas (art. 5º, XXXIV, por exemplo).

Letra E: INCORRETA. A primeira parte da alternativa traz o princípio da anterioridade (CF/88, art. 150, III, “b”). Porém, não há necessidade de a lei que instituiu ou aumentou o tributo ser publicada sempre com prazo de 90 dias antes do término do exercício financeiro (a menos que se queira cobrar o tributo no

primeiro dia do exercício seguinte). O que não se pode é cobrar tributo antes de decorridos 90 dias da publicação da lei que o instituiu ou majorou, de acordo com o princípio da noventena (CF/88, art. 150, III, “c”).

GABARITO: D

60) DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SP – FCC – 2006

A Constituição Federal, em seu art. 150, inciso VI, traz um preceito que “estimula” a sociedade civil, sem fins lucrativos, a agir em benefício das pessoas carentes, suprindo as insuficiências das pessoas políticas no campo da assistência social. Esse “estímulo” traduz-se no instituto denominado

(A) anistia tributária, eis que isenta determinadas pessoas do pagamento.

(B) isenção tributária parcial, porque dispensa do pagamento de impostos.

(C) remissão tributária, já que faz desaparecer o crédito tributário. (D) isenção tributária total, porque atinge toda espécie de tributo.

(E) imunidade tributária de impostos, conferindo aos beneficiários direito de não ser tributado.

A questão trata da proibição inserida no art. 150, VI, “c”, da CF/88, que veda a cobrança de impostos de entidades de assistência social sem fins lucrativos que atendam os requisitos da lei. Trata-se de imunidade tributária, posto que é proibição de tributar emanada da própria Constituição.

GABARITO: E

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 47

61) ADVOGADO – NOSSA CAIXA – FCC - 2011

Haverá imunidade tributária para

(A) impostos incidentes sobre o patrimônio, renda e serviços de autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, desde que relacionados com suas finalidades essenciais ou delas decorrentes.

(B) tributos incidentes sobre patrimônio, renda e aos serviços relacionados com exploração de atividades econômicas de empresas públicas e sociedades de economia mista.

(C) contribuições devidas por pessoas jurídicas de direito público interno, incidentes sobre folha de salários de empregados públicos.

(D) tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos.

(E) tributos incidentes sobre operações que destinem mercadorias para o exterior e sobre serviços prestados a destinatários no exterior.

Letra A: CORRETA. É a extensão da imunidade recíproca às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nos termos do art. 150, § 2º, da CF/88.

Letra B: INCORRETA. A imunidade recíproca não alcança empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas. E mesmo que alcançasse, a imunidade seria em relação a impostos, e não a tributos em geral.

Letra C: INCORRETA. Não existe tal imunidade. É devida a contribuição por pessoas jurídicas de direito público interno sobre a folha de salários de empregados públicos. Trata-se de contribuição para a seguridade social.

Letra D: INCORRETA. A Constituição confere imunidade de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos que atendem os requisitos da lei (CF/88, art. 150, VI, “c”).

Letra E: INCORRETA. Não existe regra imunizante geral para todos os tributos incidentes sobe operações que destinem mercadorias para o exterior e sobre serviços prestados a destinatários no exterior. Tais operações são imunes ao IPI, no caso de exportação de produtos industrializados (CF/88, art. 153, § 3º, III), e ao ICMS (CF/88, art. 155, § 2º, X)

GABARITO: A

62) PROCURADOR MUNICIPAL – PREF. MANAUS/AM – FCC – 2006

Em nosso sistema tributário, é vedado ao Município instituir

(A) ISS sobre serviços de transporte municipal.

(B) IPTU com alíquotas progressivas em função do valor do imóvel.

(C) contribuição para o custeio dos serviços de iluminação pública.

(D) alíquotas diferenciais para o IPTU, segundo a localização e uso do imóvel.

(E) ISS sobre serviços prestados aos entes públicos.

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 48

Letra A: INCORRETA. ISS sobre serviços de transporte municipal é da competência municipal (CF/88, art. 156, III e LC 116/03).

Letra B: INCORRETA. O IPTU poderá ser progressivo em razão do valor imóvel (CF/88, art. 156, § 1º, I).

Letra C: INCORRETA. Os municípios têm competência para instituição da COSIP (CF/88, art. 149-A).

Letra D: INCORRETA. O IPTU pode ter alíquotas diferenciadas de acordo com a localização e uso do imóvel (CF/88, art. 156, § 1º, II).

Letra E: INCORRETA. Essa alternativa foi dada inicialmente como gabarito. Perceba que quando se presta serviço a um ente público, o contribuinte do ISS é o prestador de serviço. Sendo o prestador de serviço pessoa jurídica de direito privado, não há que se falar em imunidade recíproca, pois não se está tributando o ente público. Nesse caso, pode-se cobrar ISS.

GABARITO: ANULADA

63) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2013

É uma das limitações constitucionais do poder de tributar:

(A) A imunidade recíproca entre os Entes da Federação − União, Estados, Distrito Federal e Municípios que garante a isonomia na distribuição de receitas tributárias.

(B) A imunidade aos impostos que gravem o patrimônio, a renda ou os serviços das entidades de assistência social, sem fins lucrativos, desde que não distribuam qualquer parcela do seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título.

(C) O princípio da anualidade, vigente na atual ordem constitucional, que impõe a necessidade, para a cobrança de determinado tributo, de sua previsão na lei orçamentária aprovada na legislatura no ano calendário anterior, salvo as exceções constitucionalmente previstas.

(D) A legalidade tributária estrita, incluída na Constituição Federal de 1988 pela Emenda Constitucional 42, de 19 de dezembro de 2003.

(E) A imunidade aos impostos, taxas e contribuições de melhoria dos templos de qualquer culto.

Letra A: INCORRETA. A imunidade recíproca é, de fato, uma das limitações constitucionais ao poder de tributar. Entretanto, ela se presta a garantir o equilíbrio do pacto federativo, de forma a não permitir a tributação mútua entre os entes políticos, não guardando relação alguma com a “isonomia na distribuição de receitas tributárias”.

Letra B: CORRETA. Trata-se da imunidade de impostos das entidades de assistência social sem fins lucrativos (CF/88, art. 150, VI, “c”).

Letra C: INCORRETA. O princípio da anualidade não é mais vigente na atual ordem constitucional-tributária.

Letra D: INCORRETA. A legalidade estrita aparece no texto original da Constituição (art. 150, I).

Letra E: INCORRETA. A imunidade dos templos de qualquer culto (CF/88, art. 150, VI, “b”) refere-se apenas a impostos.

GABARITO: B

64) DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SP – FCC – 2009

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 49

A respeito das limitações do poder de tributar, assinale a opção INCORRETA.

(A) A imunidade prevista sobre a tributação do patrimônio, renda ou serviços das instituições de assistência social inclui as rendas recebidas dos imóveis alugados, quando aplicadas em suas finalidades essenciais.

(B) A concessão da imunidade sobre livros, jornais e periódicos independe da prova do valor cultural ou pedagógico da publicação.

(C) À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é vedado instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, inclusive nas hipóteses em que o patrimônio, a renda ou os serviços estejam relacionados com explorações de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados.

(D) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

(E) Segundo entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária recíproca se estende à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ECT, por se tratar de empresa pública prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado.

Letra A: CORRETA. O STF entende que a imunidade prevista no artigo 150, VI, “c”, da CF/88 abrange a renda obtida pela exploração do próprio patrimônio das entidades de assistência social, desde que essa renda seja aplicada em suas

finalidades essenciais (RE 390.451-AgR/MG).

Letra B: CORRETA. O STF já se pronunciou, quando do julgamento do RE 221.239/SP, no sentido de que o valor cultural ou pedagógico de uma publicação não pode ser usado como parâmetro para aferir o alcance da imunidade de livros, jornais e periódicos. Veja trecho do julgado:

"‘Álbum de figurinhas’. Admissibilidade. A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da população à cultura, à informação e à educação. O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal instituído para proteger direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação destinada ao público infanto-juvenil."

Letra C: INCORRETA. A imunidade recíproca do art. 150, VI, “a”, da CF/88 é ressalvada no § 3º do mesmo artigo, no sentido de que o patrimônio, a renda e os serviços dos entes federativos deixam de ser imunes quando esse patrimônio, renda e serviços estão relacionados à exploração de atividades de econômicas.

Letra D: CORRETA. Trata-se da vedação de tratamento tributário discriminatório em razão da procedência ou do destino (CF/88,

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 50

art. 152), já estudada em questões anteriores.

Letra E: CORRETA. Posicionamento do STF esposado no julgamento do RE 407.099/RS:

"As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem atividade econômica. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca.”

GABARITO: C

65) AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS – SEFIN/RO – FCC – 2010

Considerando as regras constitucionais sobre tributação de uma empresa pública, é correto afirmar que terá

(A) o mesmo regime tributário dos entes federados.

(B) isenção de tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com suas atividades essenciais.

(C) terá isenção sobre tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com a prestação de serviços públicos essenciais.

(D) imunidade sobre tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com exploração de atividade econômica.

(E) imunidade sobre impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com a prestação de serviços públicos essenciais.

O Supremo Tribunal federal entende que a imunidade recíproca alcança as empresas públicas e sociedades de economia mista

prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado (RE 407.099/RS e AC 1.550-2/RO). Dessa forma, CORRETA a letra E e INCORRETA a letra D.

Não se pode afirmar genericamente que as empresas públicas detém o mesmo regime tributário dos entes federados, já que, a depender do tipo de atividade, elas têm o tratamento tributário dispensado às empresas privadas (INCORRETA a letra A).

A Constituição não trata da concessão de isenções de tributos, matéria essa reservada à lei (INCORRETAS as letras B e C).

GABARITO: E

66) AGENTE FISCAL DE RENDAS – SEFAZ/SP – FCC – 2013

A imunidade tributária

(A) conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pela Constituição Federal somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

(B) recíproca é aplicável às autarquias e empresas públicas que prestem inequívoco serviço público, desde que distribuam lucros e tenham por objetivo principal conceder acréscimo patrimonial ao poder público.

(C) não abrange renda obtida pela instituição de assistência social, por meio de cobrança de estacionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das atividades desta.

(D) não abrange a renda obtida pelo SESC na prestação de serviços de diversão pública, mediante a venda de ingressos de

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Direito Tributário – Questões Resolvidas – ICMS/SP (Parte 2) Página 51

cinema ao público em geral, e aproveitada em suas finalidades assistenciais.

(E) não abrange IPTU de imóvel pertencente a entidades sindicais dos trabalhadores, quando alugado a terceiros, mesmo que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

Letra A: CORRETA. Trata-se de entendimento sumulado do STF (Súmula 730). A ideia é que a finalidade das entidades fechadas de previdência em que não há contribuição dos beneficiários assemelha-se ao conceito de assistência social. Quando o beneficiário deixa de contribuir, perde-se o caráter contributivo da previdência e aproxima-se do caráter assistencial das entidades de assistência social, daí o reconhecimento da imunidade.

Letra B: INCORRETA. A imunidade recíproca estende-se a autarquias, no que diz respeito ao patrimônio, renda e serviços vinculados a suas atividades (CF/88, art. 150, § 2º). O STF reconhece também o alcance da imunidade recíproca às empresas públicas prestadoras de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado (RE 407.099/RS). Todavia, não gozam de imunidade entidades nitidamente com fins lucrativos, conforme trazido pela alternativa.

Letra C: INCORRETA. A renda obtida por meio da exploração do patrimônio das entidades de assistência social, desde que reinvestidas em suas atividades essenciais, é abrangida pela imunidade do artigo 150, VI, “c”, da CF/88. O STF pronunciou-se nesse sentido quando do julgamento do RE 144.900/SP:

"Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança de estacionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das atividades desta, está abrangida pela imunidade prevista no dispositivo sob destaque."

Letra D: INCORRETA. Mais jurisprudência do STF (AI 155.822-AgR/SP):

"A renda obtida pelo SESC na prestação de serviços de diversão pública, mediante a venda de ingressos de cinema ao público em geral, e aproveitada em suas finalidades assistenciais, estando abrangida na imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Carta República."

Letra E: INCORRETA. No entendimento do STF, permanecem imunes ao IPTU, ainda quando alugados a terceiros, os imóveis dos partidos políticos e suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, e das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos que atendam os requisitos da lei, desde que a renda do aluguel seja aplicada em suas atividades essenciais (Súmula 724 STF).

GABARITO: A

67) ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF 3ª – FCC – 2014

Em relação às limitações constitucionais ao poder de tributar, considere:

I. A renda auferida pelas igrejas com dízimo (doação em dinheiro feita pelos fiéis) é imune de imposto de renda.

II. Em razão da imunidade recíproca, os Municípios são imunes ao imposto sobre a propriedade de veículo automotor, desde que os veículos estejam afetados a uma finalidade pública.

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III. As autarquias e fundações públicas não são alcançadas pela imunidade recíproca de tributos quando prestadoras de serviço público remunerado por taxa ou tarifa.

IV. A norma constitucional que prevê concessão de imunidade para as instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos é de eficácia contida ou restringível, pois pode ser regulamentada por lei complementar que irá definir os requisitos para a concessão da imunidade.

Está correto o que consta APENAS em

(A) I e IV.

(B) II e III.

(C) I e II.

(D) III e IV.

(E) I, II e IV.

Item I: CORRETO. O dízimo é componente ritualístico de muitas religiões, de tal modo que essa prática integra o conjunto de atividades essenciais das igrejas que o praticam. Logo, a renda obtida por meio do dízimo é abrangida pela imunidade de impostos do artigo 150, VI, “b”, da CF/88.

Item II: INCORRETO. O patrimônio, as rendas e os serviços dos entes federativos são abrangidos pela imunidade de impostos do artigo 150, VI, “a”, da CF/88. O dispositivo constitucional não restringe o alcance da imunidade ao patrimônio, rendas e serviços afetados a uma finalidade pública.

Item III: INCORRETO. Nos termos do art. 150, § 2º, da CF/88, a imunidade recíproca estende-se às autarquias e fundações públicas instituídas e mantidas pelo Poder Público. Em que pese o comando do § 3º

do mesmo artigo, excluindo da regra imunizante as entidades que exercem atividade em que há contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, o STF entende que a simples contraprestação pecuniária não descaracteriza a imunidade. Nesse sentido, veja a ementa do RE 482.814-AgR/SC:

“A imunidade do art. 150, VI, a, da CF alcança as autarquias e empresas públicas que prestem inequívoco serviço público. A cobrança de tarifas, isoladamente considerada, não descaracteriza a regra imunizante.”

Item IV: CORRETO. Quando o art. 150, VI, “c”, da CF/88 estabelece a imunidade de impostos para as instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos, menciona que tais instituições devem atender os requisitos da lei. Daí a norma ser de eficácia contida ou restringível. Por se tratar de regulamentação de uma limitação constitucional ao poder de tributar, a matéria deve ser veiculada por lei complementar, nos termos do art. 146, II, da CF/88.

GABARITO: A

68) AUDITOR FISCAL DO TESOURO ESTADUAL – SEFAZ/PE – FCC – 2014

Em relação às imunidades tributárias, é correto afirmar:

(A) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada, se não houver contribuição dos beneficiários.

(B) A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão não se aplica ao álbum de figurinhas.

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(C) Os serviços notariais e de registro, por serem exercidos em caráter público, por delegação do Poder Público, sujeitam-se à imunidade tributária recíproca.

(D) A sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto não é abrangida pela imunidade tributária recíproca.

(E) As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, ainda que seu capital social seja majoritariamente estatal, não gozam da imunidade tributária recíproca.

Letra A: CORRETA. Súmula 730 do STF (veja comentário da questão 66).

Letra B: INCORRETA. Jurisprudência do STF (RE 221.239/SP, veja comentário da questão 64).

Letra C: INCORRETA. O STF entende que o particular que exerce o serviço notarial e de registro o faz com intuito de lucro, não sendo, portanto, alcançado pela imunidade recíproca. Nesse sentido, veja trecho do julgamento da ADI 3.089/DF, em que se discutia a constitucionalidade da cobrança do ISS sobre tal serviço:

“As pessoas que exercem atividade notarial não são imunes à tributação, porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos serviços com intuito lucrativo invoca a exceção prevista no art. 150, § 3º da Constituição. O recebimento de remuneração pela prestação dos serviços confirma, ainda, capacidade contributiva. A imunidade recíproca é uma garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas federativas, e não de particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviços públicos mediante

concessão ou delegação, devidamente remunerados."

Letra D: INCORRETA. O STF pronunciou-se pela aplicabilidade da imunidade recíproca à Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (CAERD), sociedade de economia mista prestadora de serviço público (AC 1.550-2/RO).

Letra E: INCORRETA. O entendimento do STF é no sentido oposto (RE 580.264/RS):

“As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da CF.”

GABARITO: A

69) AUDITOR DE TRIBUTOS – PREFEITURA DE JABOATÃO DOS GUARARAPES/PE – FCC – 2006

Um Município do Estado de Pernambuco lançou Taxa de Fiscalização Sanitária em relação a um prédio de propriedade da União Federal, localizado no referido município, onde funciona uma repartição pública federal. Essa taxa é

(A) indevida, pois o Município não pode fiscalizar a União Federal.

(B) inconstitucional, em face da imunidade tributária da União Federal.

(C) ilegal porque a União Federal é imune de taxas.

(D) válida e a União Federal deve pagá-la, salvo se houver isenção por lei municipal.

(E) ilegal, porque somente o Estado tem competência para criar taxas.

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O município é competente para instituir taxa de fiscalização sanitária, decorrente do exercício regular do poder de polícia.

A menos que haja isenção por lei municipal, a taxa é devida quando da fiscalização de prédios de propriedade dos outros entes federativos.

Não há que se falar em imunidade recíproca, pois esta é relativa apenas a impostos.

GABARITO: D

70) PROCURADOR – PREF. SÃO PAULO/SP – FCC - 2008

Em relação às imunidades e isenções tributárias, é correto afirmar:

(A) o Município não paga IPVA e taxa de licenciamento de veículo em relação aos veículos automotores de sua propriedade em razão da imunidade recíproca.

(B) os serviços comunitários prestados por igreja evangélica são isentos de ISS por disposição expressa na Constituição Federal.

(C) é constitucionalmente devida a taxa de expediente para expedição de certidão em repartição pública municipal, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal do requerente.

(D) a União e o Estado não podem ser sujeitos passivos, na qualidade de contribuintes, de contribuição de melhoria devida em razão de obra pública municipal que gera valorização de seus imóveis, por existir imunidade recíproca.

(E) o promitente comprador de imóvel de propriedade de autarquia municipal não se exonera da obrigação de pagar imposto

relativamente ao bem imóvel objeto da aquisição.

Letra A: INCORRETA. O Município não paga IPVA em razão da imunidade recíproca, mas paga taxa de licenciamento, tendo em vista a imunidade referir-se apenas a impostos.

Letra B: INCORRETA. Serviço comunitário prestado por igreja evangélica pode ser gratuito ou oneroso. Se for gratuito, trata-se de não-incidência do ISS; se for oneroso, trata-se de imunidade tributária conferida aos templos de qualquer culto (CF/88, art. 150, VI, “b”), desde que a renda obtida seja aplicada em suas atividades essenciais.

Letra C: INCORRETA. O art. 5º, XXXIV, “b”, da CF/88, assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

Letra D: INCORRETA. A imunidade recíproca refere-se somente a impostos.

Letra E: CORRETA, nos termos do artigo 150, § 3º, da CF/88. O dispositivo visa a coibir a prática de celebração de contratos de compra e venda entre particulares e entes imunes, nos casos em que a contratação visa a elidir a tributação.

GABARITO: E

71) JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PE – FCC- 2013

Sobre imunidade e isenção, analise os itens abaixo.

I. A Constituição Federal assegura isenção no pagamento de taxa para obtenção de certidões em repartições públicas e privadas que prestam serviço público,

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para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

II. A imunidade sobre o templo de qualquer culto apenas alcança os impostos, sendo devidas, portanto, as taxas e contribuição de melhoria incidentes sobre o imóvel destinado ao templo.

III. Há isenção de imposto sobre comercialização de livro, jornal, periódico e sobre a comercialização de papel destinado a impressão destes produtos.

IV. Possui imunidade de contribuição social para seguridade social a entidade beneficente de assistência social que atenda às exigências estabelecidas em lei sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e II.

(B) II e IV.

(C) I e III.

(D) I, II e III.

(E) II, III e IV.

Item I: INCORRETO. A CF/88 garante o fornecimento pelo Poder Público, independentemente do pagamento de taxas, de certidões para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal (art. 5º, XXXIV, “b”). Trata-se de imunidade e não de isenção.

Item II: CORRETO. O artigo 150, VI, “b”, da CF/88 define regra imunizante de impostos em relação aos templos de qualquer culto,

sendo devido o crédito relativo às demais espécies tributárias.

Item III: INCORRETO. O artigo 150, VI, “d”, da CF/88 proíbe a instituição de impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Trata-se de imunidade e não de isenção.

Item IV: CORRETO. O artigo 195, § 7º, da CF/88 estatui que são “isentas” de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam as exigências estabelecidas em lei. Em que pese a referência a isenção, trata-se de imunidade, vez que é proibição de tributar emanada da própria Constituição.

GABARITO: B

72) AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – PREF. SÃO PAULO/SP – FCC – 2012

A Igreja Mundial do Imposto Sagrado, tendo em vista a ampliação de suas atividades religiosas, começou a cobrar de seus fiéis o valor de R$ 100,00 por batismo realizado. Responsáveis pela entidade religiosa regularmente constituída formulam consulta ao órgão competente do município de sua localização, para saber se devem, ou não, recolher o ISS pelos serviços religiosos prestados. Formulam consulta, também, ao fisco federal, para saber se a renda auferida com os batismos deve ser declarada como tributada pelo Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza − Pessoa Jurídica − IRPJ da en dade religiosa.

Nesse caso,

(A) o IRPJ não deve ser cobrado, pois a renda auferida com os batismos resta alcançada por imunidade tributária;

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porém, sobre o serviço de batismo deve ser cobrado o ISS, tendo em vista a ausência de dispositivo normativo em sentido contrário.

(B) o ISS e o IRPJ devem ser cobrados, em razão do princípio da igualdade, pois os templos de qualquer culto devem ser tratados tributariamente como qualquer pessoa jurídica que realize um serviço tributável e que aufira rendas.

(C) o ISS não deve ser cobrado, tendo em vista que o serviço de batismo é atividade relacionada às finalidades religiosas da entidade, porém, o IRPJ deve ser cobrado, pois a renda auferida com qualquer serviço prestado pelo templo é tributada.

(D) tanto o ISS como o IRPJ devem ser cobrados, pois não há dispositivo normativo que exima o templo de qualquer culto de quaisquer cobranças tributárias.

(E) nem o ISS, nem o IRPJ devem ser cobrados, tendo em vista que, tanto o serviço de batismo, como a renda respectivamente auferida, estão relacionados às finalidades essenciais da entidade religiosa.

O STF (RE 325.822/SP) já se manifestou no sentido de que a imunidade prevista no artigo 150, VI, “b”, da CF/88, abrange não somente os prédios destinados ao culto, mas também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essenciais da entidade religiosa. O serviço de batismo é atividade religiosa afeta à finalidade do culto, logo não deve incidir ISS sobre o serviço prestado, nem IRPJ sobre a renda obtida com esse mister. Frise-se que o dinheiro arrecadado deve ser aplicado nas atividades essenciais da entidade.

GABARITO: E

73) PROCURADOR DO MUNICÍPIO – PREF. CUIABÁ/MT – FCC – 2014

No intuito de aumentar a arrecadação municipal, a Secretaria de Finanças de Cuiabá elaborou estudo propondo medidas viáveis a tal mister. Considere as seguintes propostas, em relação à cobrança de IPTU

I. de instituições religiosas, cujos imóveis estejam localizados no perímetro urbano do município de Cuiabá e que não estejam relacionados com suas finalidades essenciais;

II. de instituições de educação que estejam localizadas no perímetro urbano do município de Cuiabá, com ou sem fins lucrativos, independentemente do atendimento aos requisitos referidos no artigo 14 do Código Tributário Nacional;

III. relativo a imóveis de pessoas físicas ou jurídicas localizados no perímetro urbano de Cuiabá e que estejam locados a órgãos públicos da União ou do Estado.

É constitucionalmente possível o que se afirma APENAS em:

(A) II e III.

(B) I e III.

(C) II.

(D) III.

(E) I.

Item I: CORRETO. A imunidade dos templos de qualquer culto alcança apenas o patrimônio, a renda e os serviços relacionados a suas atividades essenciais, de acordo com a interpretação sistemática dos arts. 150, VI, “b” e 150, § 4º, ambos da

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CF/88, entendimento esse esposado pelo STF no julgamento do RE 325.822/SP.

Item II: INCORRETO. Não se pode cobrar IPTU de instituição de educação sem fins lucrativos que atenda os requisitos da lei (CF/88, art. 150, VI, “c”).

Item III: CORRETO. O fato de o imóvel estar locado a órgão público não transfere sua titularidade ao Poder Público. O contribuinte continua sendo o particular, sendo devido o IPTU.

GABARITO: B

74) PROCURADOR – TCM/RJ – FGV – 2008

Assinale a assertiva correta.

(A) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a imunidade do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos é restrita ao papel, não sendo por isso extensiva aos filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

(B) Segundo entendimento do STF, os imóveis alugados das instituições religiosas, por exteriorizarem capacidade econômica, perdem a imunidade, ainda que a renda seja revertida para a atividade-fim.

(C) A União pode instituir, desde que por lei complementar, isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, desde que com a finalidade de estimular as relações internacionais e a integração dos países do Mercosul.

(D) A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do

preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão.

(E) Segundo o CTN, a isenção, ainda que concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, já que se trata de um benefício fiscal.

Letra A: INCORRETA. Nos exatos termos da Súmula 657 do STF, “a imunidade prevista no art. 150, VI, “d” da CF, abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos”.

Letra B: INCORRETA. Se a renda oriunda do aluguel do imóvel for revertida para a atividade-fim da entidade religiosa, então mantida fica a imunidade do art. 150, VI, “b”, da CF/88.

Letra C: INCORRETA. É vedada a isenção heterônoma (CF/88, art. 151, III).

Letra D: CORRETA. O assunto será estudado na aula sobre causas de exclusão do crédito tributário. Trata-se de excerto literal do CTN (artigo 179, caput) que trata de condicionar a isenção de caráter não geral ao preenchimento de condições a serem verificadas pela autoridade administrativa.

Letra E: INCORRETA. Assunto da aula de causas de exclusão. Via de regra, a isenção pode ser revogada ou modificada por lei a qualquer tempo. Entretanto, em se tratando de isenção onerosa (concedida por prazo certo e em função de determinadas condições), ela não pode ser livremente revogada ou modificada. O assunto é tratado no art. 178 do CTN e na Súmula 544 do STF.

GABARITO: D

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75) ADVOGADO DO SENADO FEDERAL – FGV – 2008

Em determinado município houve a cobrança de IPTU sobre área que a Sociedade da Igreja de São Jorge utiliza como cemitério. Essa cobrança:

(A) é legal, pois a norma imunizante inscrita no artigo 150, VI, b refere-se tão-somente aos templos de qualquer natureza.

(B) é constitucional, pois a imunidade do artigo 150, VI, “b” só compreende os templos e a casa do celebrantes.

(C) é inconstitucional, por ferir o disposto no artigo 150, VI, “b”, que protege a liberdade de expressão religiosa.

(D) é válida, se ficar provado que há recursos arrecadados com a exploração do cemitério.

(E) é ineficaz, em face da isenção de que os templos gozam, bem como todas as atividades relacionadas à liberdade religiosa.

O STF reconheceu a extensão da imunidade dos templos de qualquer culto aos cemitérios ligados a entidades religiosas, desde que não tenham fins lucrativos e se dediquem exclusivamente à realização de serviços religiosos e funerários (RE 578.562/BA). Logo, inconstitucional a cobrança de IPTU sobre a área utilizada como cemitério pela entidade religiosa.

GABARITO: C