questoes literatura prof. carlos alexandre(reformado por aluno felipe)

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01 - (PSS/UFPA-2006) Os gêneros literários constituem modelos aos quais se deve submeter a criação artística. Deles NÃO se deve considerar como verdadeiro: (A) Segundo concepção clássica, são três os gêneros literários. (B) Embora a obra literária possa encerrar emoções diversas, podendo haver intersecção de elementos líricos, narrativos e dramáticos, há sempre a prevalência de uma destas modalidades. (C) A criação poética, de caráter lírico, privilegiará os diálogos dos personagens. (D) Novelas, crônicas, romances e contos são espécies literárias de caráter narrativo. (E) O discurso literário é considerado dramático quando permite, em princípio, ser representado.á do eu lírico. 02 - (UEG-2006) Leia o poema a seguir. As questões 1 e 2 referem-se a ele. ARANHA DE ÁGUA Prendeu o corpo ao silêncio. Saltou. A aranha erra, às vezes, o alvo que sonhou. Todo se desfia. Mais que planta de prédio, era fria. Com mais patas que alma. E dedos de vento, seus fios. Com calma se arma de morte. Aranha escapa de si Por um fio. De cada desafio alimenta-se. Mas sua alma calculada É toda aérea. Ela, chuva no vidro E líquidas suas ligas. Águas lhe dão garras à vida. GUIMARAES, Edmar. Caderno. Poesia. Goiânia: Kelps, 2005. p. 37. QUESTÃO 1 Entre os recursos expressivos, aquele que se destaca como determinante para o desenvolvimento

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Page 1: Questoes literatura   prof. carlos alexandre(reformado por aluno felipe)

01 - (PSS/UFPA-2006) Os gêneros literários constituem modelos aos quais se deve submeter acriação artística.Deles NÃO se deve considerar como verdadeiro:

(A) Segundo concepção clássica, são três os gêneros literários.(B) Embora a obra literária possa encerrar emoções diversas, podendo haver intersecção deelementos líricos, narrativos e dramáticos, há sempre a prevalência de uma destas modalidades.(C) A criação poética, de caráter lírico, privilegiará os diálogos dos personagens.(D) Novelas, crônicas, romances e contos são espécies literárias de caráter narrativo.(E) O discurso literário é considerado dramático quando permite, em princípio, ser representado.á do eu lírico.02 - (UEG-2006) Leia o poema a seguir. As questões 1 e 2 referem-se a ele.

ARANHA DE ÁGUAPrendeu o corpoao silêncio. Saltou.A aranha erra,às vezes,o alvo que sonhou.Todo se desfia.Mais que planta de prédio, era fria.Com mais patas que alma.E dedos de vento, seus fios.Com calma se arma de morte.Aranha escapa de siPor um fio.De cada desafio alimenta-se.Mas sua alma calculadaÉ toda aérea.Ela, chuva no vidroE líquidas suas ligas.Águas lhe dão garras à vida.

GUIMARAES, Edmar. Caderno. Poesia. Goiânia: Kelps, 2005. p. 37.

QUESTÃO 1Entre os recursos expressivos, aquele que se destaca como determinante para o desenvolvimentotemático do poema é o jogo semântico entre os termos.a) morte e vida.b) desfia, fio e desafio.c) patas e alma.d) chuva, líquidas e águas.

QUESTÃO 2Pode-se verificar no poema a interferência da forma narrativa no gênero lírico. Dos efeitospoéticos construídos no texto, o que indica mais eficazmente essa interferência é:a) a mudança de tempo e ação na 1ª estrofe.b) o verso livre e a pontuação regular.c) a visão das coisas sob um ponto de vista afastado.d) a unidade de espaço fragmentado na visão do poeta.Alternativa A.

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Literatura é gênero II: o dramático

03 - (UFG-2006) Leia a canção abaixo:Aos quatro cantos o seu corpoPartido, banido.Aos quatro ventos os seus quartos,Seus cacos de vidro.O seu veneno incomodandoA tua honra, o teu verão.Presta atenção!Presta atenção!Aos quatro cantos suas tripas,De graça, de sobra,Aos quatro ventos os seus quartos,Seus cacos de cobra,O seu veneno arruinandoA tua filha, a plantação.Presta atenção!Presta atenção!Aos quatro cantos seus gemidos,Seu grito medonho,Aos quatro cantos os seus quartos,Seus cacos de sonho,O seu veneno temperandoA tua veia, o teu feijão.Presta atenção!Presta atenção!Presta atenção!Presta

BUARQUE, Chico; GUERRA Ruy. Calabar. O elogio da traição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 68-69.

Na peça teatral Calabar, a personagem Bárbara entoa a canção “Cobra-de-Vidro”, acimatranscrita.Considerando-se os gêneros literários, o que a presença desse texto na obra evidencia?

04 - (PSS/UFPA-2007) Leia atentamente o texto abaixo, considerando a sua temática e forma:Ondas do mar de Vigo,se vistes meu amigo!e ai Deus, se verrá cedo!Ondas do mar levado,se vistes meu amado!e ai Deus, se verrá cedo!Se vistes meu amigo,o por que eu sospiro!e ai Deus, se verrá cedo!Se vistes meu amado,por que ei gram cuidado!e ai Deus, se verrá cedo! (Martim Codax)

(In: NUNES, José Joaquim. Cantigas [...]. Lisboa: Centro do Livro Brasileiro, 1973. v. 2, p.441.)

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Glossário:Verrá: viráEi: tenhoGram: grande.Acerca do poema, é CORRETO afirmar:(A) O uso de refrão e o paralelismo justificam a classificação como cantiga de amor.(B) A referência à natureza é meramente convencional, não expressando intimidade afetiva.(C) A expressão do sofrimento amoroso — “por que ei gram cuidado!” — está de acordo comos padrões da cantiga de amor.(D) A enamorada, saudosa, dirige-se às ondas em busca de notícias do amigo que tarda.(E) Versos como “se vistes meu amado!” traduzem uma atitude de vassalagem amorosa.cterística das cantigas de amor.05 - (UNIFAP-2007) Sobre as cantigas de escárnio do trovadorismo português, é correto afirmar que:(A) apresentam interesse, sobretudo histórico através da voz lírica feminina.(B) revelam detalhes da vida íntima da aristocracia através das convenções do amor cortês.(C) apresentam uma linguagem velada, sem deixar de lado o humor sobre a vida social daépoca.(D) utilizam-se de sátiras diretas, revelando a vida campesina e urbana.(E) fazem a crítica rude, direta, muitas vezes enveredando para a obscenidade.

06 - (PROSEL/UEPA-2006) Leia com atenção, os textos A e B para avaliar se são corretas asafirmativas que se lhe seguem.

Texto A“Per ribeira do riovi remar o navio,e sabor hei da ribeira.Per ribeira do altoVi remar o barcoE sabor hei da ribeira.Vi remar o navioI vai o meu amigoE sabor hei da ribeira. (...)

Texto B“Dizia la fremosinhaay adeus, val!Com’estou d’amor ferida,Ay deus, val!Dizia la bem talhada:Ay deus, val!Com’estou d’amor coytadaAy deus, val! (...)Glossário:Sabor hei – estou contenteAlto – rioVal – valha

Apud BELLEZI, Clenir. Arte Literária Brasil – Portugal.

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I. Tanto no texto A quanto no texto B estão presentes eu-líricos femininos.II. O sentimento amoroso em A e B exemplifica a noção de “coyta d’amor”(sofrimento amoroso), cultivada, em seus versos, pelos trovadores.III. O texto A é uma Cantiga de Amor e o B uma Cantiga de Amigo.IV. Ambos os textos exemplificam a lírica amorosa do Medievalismo literário emPortugal.

São corretas somente:a) I e IVb) I e IIc) II e IIId) I e IIIe) III e IVAlternativa A07 - (PROSEL/UEPA-2007)

Texto IAquestas noites tão longasQue Deus fez em grave diaPor mi, por que as nonDormioE por que as non faziaNo tempo que meu amigoSoia falar comigoPor que as fez Deus tanGrandNon poss’eu dormir, coitada!E de como son sobejas,Quisera – m’outra vegadaNo tempo que meu amigoSoia falar comigoPor que Deus fez tanGrandes,Sem mesura e desiguaaes,E as eu dormir non posso?SossegadaPor que as non fez ataes,No tempo que meu amigoSoia falar comigo

(Julião Bolseiro)

Texto IIQuantas noites não durmoA rolar-me na camaA sentir tanta coisaQue a gente não podeExplicarQuando ama.O calor das cobertasNão me aquece direitoNão há nada no mundoQue possa afastarEsse frio do meu peito.Volta, vem viver outra vez

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A meu lado,Já não posso dormirSossegadaPois meu corpo estáAcostumado.

(Adaptado de canção de Lupicínio Rodrigues, interpretada por Gal Costa)

Glossário:Aquestas: estasGrave: funesto, sinistroDormio: durmoSoia: costumavaCoitada: sofredoraSobejas: longas, intermináveisOutra vegada: outrora, antigamenteMesura: medida

A respeito dos textos I e II, julgue as afirmativas a seguir.I. São confissões amorosas de um eu lírico feminino que ficou sozinho.II. Falam do amor idealizado na forma de vassalagem comum à Idade Média.III. Têm raízes populares, de tal forma que o primeiro revela a origem portuguesa dasmanifestações contemporâneas semelhantes às do segundo.IV. O segundo tem características comuns às cantigas de amigo que o primeiroexemplifica.

São corretas:a) I, II, III e IV.b) I, II e III, somente.c) I e IV, somente.d) II e III, somente.e) I, III e IV, somente.

08 - (PRISE/UEPA-2006) Leia a Cantiga reproduzida abaixo e, em seguida, responda à questãoproposta no comando.

Cantiga - D. Afonso Sanches

Dizia la fremosinha:“ai, Deus, vai!Com’estou d’amor ferida!ai, Deus, vai!Dizia la bem talhada:“ai, Deus, vai!Com’estou d’amor coitada!ai, Deus, vai!Com’estou d’amor ferida!ai, Deus, vai!Nom vem o que bem queria!ai, Deus, vai!Com’estou d’amor coitada!ai, Deus, vai!Nom vem o que muit’amava!ai, Deus, vai!”

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Glossário:Fremosinha: formosinhaAi, Deus, vai!: ai, valha-me Deus; ai, Deus me ajude!Bem talhada: bem feita; elegante; bonita.Coitada: infeliz, cheia de sofrimento amoroso.

In Elsa Gonçalves. A lírica galego-portuguesa. Lisboa. Editorial Comunicação, 1983.Sobre a cantiga acima, de D. Afonso Sanches, é correto afirmar:A) A voz que fala na cantiga é do homem apaixonado que sofre por amor e dirige-se a Deus.b) A fremosinha (formosinha) lamenta seu sofrimento pela ausência do amado.c) O paralelismo “ai, Deus, vai! (ai, valha-me Deus!) é muito comum nas cantigas de amormedievais.d) O homem sente-se muito ferido pela não correspondência amorosa da fremosinha(formosinha).e) O objetivo da cantiga é elogiar, louvar a mulher amada.

Humanismo09 - (FFFCMPA/RS-2007) Sobre o Auto da Barca do Inferno (1517), assinale a alternativa correta.a) Os condenados de Gil Vicente representam a sociedade quinhentista observada sob o pontode vista católico, combatendo todos os pecados, obedecendo à tradição do teatro medieval.b) Na peça em questão, quando o autor analisa o comportamento das personagens femininas,condena a liberdade amorosa da época.c) Depreende-se da observação do Diabo que o Fidalgo tem diante da Barca do Inferno umaatitude de extrema humildade e resignação dos pecados cometidos em vida e que estavapreparado para morrer.d) Gil Vicente, na representação do Judeu, revela o preconceito da sociedade em relação aojudaísmo considerado um crime, embora o Anjo lhe tenha perdoado todos os pecados.e) Os condenados de Gil Vicente são, todos, apegados aos objetos de seus pecados, que oslevam para o outro mundo. As críticas são basicamente de corrupção e de pretensão enganadora.Alternativa E.10 - (PSIU/UFPI-2006) As questões de 01 a 02 exploram conhecimentos da obra de Gil Vicente e exigem a leitura do Auto da Barca do Inferno.QUESTÃO 01. Sobre Gil Vicente e sua obra Auto da Barca do Inferno, assinale aalternativa correta.A) Respeita apenas o poder da Igreja.B) Centra suas críticas nos membros das classes baixas.C) Conserva a lei das três unidades básicas do teatro clássico.D) Identifica suas personagens pela ocupação ou pelo tipo social de cada uma delas.E) Evita fazer um confronto entre a Idade Média e o Renascimento Medievalista (Teocentrismoversus Antropocentrismo).Alternativa D.QUESTÃO 02. Sobre a obra Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente, assinale aalternativa correta.A) A obra vicentina resume a tradição da cultura européia, no seu aspecto popular, cortês, ouclerical.B) A segunda fase da obra vicentina destaca temas religiosos. Essa fase corresponde ao períodode 1502 a 1508.C) A linguagem, em tom coloquial e redondilhas, é o veículo melhor explorado para conseguirefeitos cômicos ou poéticos.D) Na primeira fase, o autor escreve sobre a educação feminina. Não conseguindo seestabelecer, escreve a Trilogia das Barcas.E) O Auto da Barca do Inferno é diferente dos demais autos, porque tem o seguinte enredo: àbeira de um rio, dois barcos transportarão as almas para o lugar que lhes foi destinado em

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julgamento.Alternativa C11 - (PSIU/UFPI-2006 - Texto 1

Auto da Barca do InfernoFIDALGO 01 Esta barca onde vai ora,02 que assistá apercebida?DIABO 03 Vai pera a ilha perdida´04 e há- de partir logo ess´ora.FIDALGO 05 Para lá vai a senhora?DIABO 06 Senhor, a vosso serviço.FIDALGO 07 Parece-me isso cortiço...DIABO 08 Porque a vedes lá de fora.FIDALGO 09 Porém, a que terra passais?DIABO 10 Para o inferno, senhor.FIDALGO 11 Terra é bem sem-sabor.DIABO 12 Quê? E também cá zombais?FIDALGO 13 E passageiros achais para tal habitação?DIABO 14 Vejo-vos eu em feição para ir ao nosso cais...

(Gil Vicente, fragmento do Auto da Barca do Inferno, em Obras-primas do teatro vicentino.Edição organizada pelo Prof. Segismundo Spina. São Paulo, Difusão Européia do Livro/Edusp,1970. p. 108-116)

QUESTÃO 03. Com base nesse fragmento, é correto afirmar que:A) o Diabo não gostou quando o Fidalgo zombou dele, chamando-lhe de senhora.B) para que o Fidalgo mudasse de atitude, o Diabo inicialmente foi gentil com seu passageiro.C) de acordo com o Diabo, vendo o barco de fora, o passageiro sempre se motiva para a viagem.D) o Diabo conclui que o Fidalgo deve pegar a barca, porque não tem mais tempo de esperar umoutro passageiro.E) a ilha perdida de que fala o Diabo é o nome de uma famosa ilha européia, descrita ao longodo Auto da Barca do Inferno.Alternativa A.QUESTÃO 04. Assinale a alternativa em que se estabelece uma correlação correta entrepersonagem e o que o caracteriza da obra de Gil Vicente e exigem a leitura do Auto daBarca do Inferno.A) Anjo – revela o que cada réu tenta esconder.B) Diabo – conhece cada personagem a ser julgada.C) Frade – morreu nas cruzadas pelo triunfo do Cristianismo.D) Fidalgo – recebe a glorificação como sentença por sua modéstia.E) Sapateiro – é condenado à barca do inferno pela vida cheia de pecado e luxúria.Alternativa B.QUESTÃO 05. Em “Porque a vedes lá de fora” (verso 08), o termo corresponde a:A) barca.B) senhora.C) ilha perdida.D) habitação.E) terra.Alternativa A.Alternativa C.

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12 - (PUC/SP-2007) Considerando a peça Auto da Barca do Inferno como um todo,indique a alternativa que melhor se adapta à proposta do teatro vicentino.

a) Preso aos valores cristãos, Gil Vicente tem como objetivo alcançar a consciência do homem,lembrando-lhe que tem uma alma para salvar.b) As figuras do Anjo e do Diabo, apesar de alegóricas, não estabelecem a divisão maniqueístado mundo entre o Bem e o Mal.c) As personagens comparecem nesta peça de Gil Vicente com o perfil que apresentavam naterra, porém apenas o Onzeneiro e o Parvo portam os instrumentos de sua culpa.d) Gil Vicente traça um quadro crítico da sociedade portuguesa da época, porém poupa, porquestões ideológicas e políticas, a Igreja e a Nobreza.e) Entre as características próprias da dramaturgia de Gil Vicente, destaca-se o fato de ele seguirrigorosamente as normas do teatro clássico.Alternativa A.13 - (FUVEST/SP-2007)

E chegando à barca da glória, diz ao Anjo:Brísida. Barqueiro, mano, meus olhos,prancha a Brísida Vaz!Anjo. Eu não sei quem te cá traz...Brísida. Peço-vo-lo de giolhos!Cuidais que trago piolhos,anjo de Deus, minha rosa?Eu sou Brísida, a preciosa,que dava as môças aos molhos.A que criava as meninaspara os cônegos da Sé...Passai-me, por vossa fé,meu amor, minhas boninas,olhos de perlinhas finas!(...)

Gil Vicente, Auto da barca do inferno.(Texto fixado por S. Spina)

a) No excerto, a maneira de tratar o Anjo, empregada por Brísida Vaz, relaciona-se à atividadeque ela exercera em vida? Explique resumidamente.

b) No excerto, o tratamento que Brísida Vaz dispensa ao Anjo é adequado à obtenção do que eladeseja – isto é, levar o Anjo a permitir que ela embarque? Por quê?

14 - (UNICAMP/SP-2007) Leia o diálogo abaixo, de Auto da Barca do Inferno:

DIABOCavaleiros, vós passaise não perguntais onde is?CAVALEIROVós, Satanás, presumis?Atentai com quem falais!OUTRO CAVALEIROVós que nos demandais?Siquer conhecê-nos bem.

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Morremos nas partes d’além,e não queirais saber mais.

(Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno, em Antologia do Teatro de Gil Vicente. Org. Cleonice Berardinelli, Rio de Janeiro: Nova Fronteira/Brasília: INL, 1984, p.89.)

a) Por que o cavaleiro chama a atenção do Diabo?

b) Onde e como morreram os dois Cavaleiros?

c) Por que os dois passam pelo Diabo sem se dirigir a ele?

Classicismo15 - (PSS/ UFPA-2007) “Há duas dimensões básicas no significado alegórico de Adamastor: por um lado, o gigante hiperboliza os percalços do mar; por outro, encarna as infelicidades do sentimento amoroso.”

(TEIXEIRA, Ivan. Apresentação. In: CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. 2. Ed. Cotia: Ateliê, 2001. P. 189.)

A alternativa que exemplifica a segunda dimensão apontada por Ivan Teixeira é:

a)“... crendo ter nos braços quem amava, / Abraçado me achei cum duro monte.”b) “Aqui espero tomar, se não me engano, / De quem me descobriu suma vingança.”c) “Antes, em vossas naus vereis, cada ano, / [...] / Naufrágios, perdições de toda sorte.”d) “E navegar meus longos mares ousas, / Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho.”e) “E disse: — Ó gente ousada, mais que quantas / No mundo cometeram grandes cousas.”Alternativa A16 - (PROSEL/UEPA-2006) Leia a estrofe abaixo, extraída do episódio A Ilha dos Amores, deLuís Vaz de Camões.

1. “Quis aqui sua ventura que corria2. Após Efire, exemplo de beleza,3. Que mais caro que as outras dar queria4. O que deu, para dar-se, a Natureza.5. Já cansado, correndo, lhe dizia:6. Ó fermosura indigna de aspereza,7. Pois desta vida te concedo a palma,8. Espere um corpo de quem levas a alma, “ (p. 274)Assinale a alternativa correta sobre ela.

a) Em sua fala, no sexto verso, Leonardo, o perseguidor da ninfa, insatisfeito com asdificuldades que enfrenta para alcançá-la, ofende-a, dizendo-lhe que é indigna daprópria formosura (fermosura).b) Refere-se ao momento em que Leonardo corre atrás de Efire, suplicando-lhe, comdiversos elogios, que retarde o passo para poder alcançá-la.c) Informa que Veloso, o marinheiro que persegue Efire, está consciente de que precisarápagar caro pelo amor da ninfa.d) O último verso indica que Leonardo, o marinheiro que pretendia alcançar a ninfa,morreu sem conseguir realizar seu intento.e) O terceiro e quarto versos, se tomados em conjunto, dizem que Efire, diferentementedas outras ninfas, e contrariando os próprios desígnios da natureza, pretendia cobrarpelo prazer que deveria conceder ao seu perseguidor.

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Alternativa E.17 - (PROSEL/UEPA-2007)“[...] Eu sou aquele oculto e grande caboa quem chamais vós outros Tormentórioque nunca a Ptolomeu, Pompônio, Estrabo,Plínio e quantos passaram fui notório.Aqui toda a africana costa acabo,Neste meu nunca visto promontório,Que pêra o pólo Antártico se estende,A quem vossa ousadia tanto ofende! [...]”

Camões. Os Lusíadas. Canto V,L.Publicado em 1572, o poema “Os Lusíadas” relata a viagem de Vasco da Gama às Índias, em 1498.

A saga portuguesa, nesta viagem descobridora de uma nova rota comercial, somada aoutras que ocorreram de meados do séc. XV a meados do séc. XVI, é comparável, pela grandezae pelos perigos enfrentados, à chegada do homem à lua, no séc. XX. Nessa estrofe, o GiganteAdamastor confirma a importância do feito dos portugueses quando:a) Revela ser o cabo das Tormentas (“Tormentório”)b) Cita grandes estudiosos gregos e romanos (“Ptolomeu, Pompônio, Estrabo, Plínio”)c) Demonstra ser o extremo sul da costa africana, tendo à sua frente apenas o pólo Antártico.d) Se mostra ofendido com a ousadia lusitana.e) Afirma ter sido transformado em um promontório.Alternativa C.18 - (PROSEL/UEPA-2007) Assinale a alternativa em que se associa corretamente a leitura doepisódio do O gigante Adamastor, no canto V, de “Os Lusíadas”, às formas de comunicaçãopresentes neste século XXI.a) O episódio lembra uma peça publicitária de televisão em que o gigante funciona comoum garoto propaganda.b) A fala do gigante associa-se a de um candidato em horário eleitoral que tenta seduzir oleitor.c) O episódio, no poema, funciona como um capítulo de telenovela: o gigante conta osofrimento que o amor lhe causou.d) A plasticidade, presente no episódio, leva o leitor a uma imediata relação com osoutdoors espalhados pelas cidades.e) Como um vidente moderno de programa de televisão, o gigante profetiza sucesso efelicidade àqueles que passaram por ele.Alternativa C.19 - (UFSCar/SP-2007) Partimo-nos assim do santo temploQue nas praias do mar está assentado,Que o nome tem da terra, para exemplo,Donde Deus foi em carne ao mundo dado.Certifico-te, ó Rei, que se contemploComo fui destas praias apartado,Cheio dentro de dúvida e receio,Que a penas nos meus olhos ponho o freio.

(Camões, Os Lusíadas, Canto 4.° – 87.)

O trecho faz parte do poema épico Os Lusíadas, escrito por Luís Vaz deCamões e narra a partida de Vasco da Gama, para a viagem às Índias.a) Em que estilo de época ou época histórica se situa a obra de Camões?b) Para dizer que o nome do templo é Belém, Camões faz uso de uma perífrase: Que o nome

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tem da terra, para exemplo,/Donde Deus foi em carne ao mundo dado. Em que outro trechodessa estrofe Camões usa outra perífrase?20 - (UNIFAP-2006)

Ao desconcerto do mundoOs bons vi sempre passarNo mundo graves tormentos;E, para mais me espantar,Os maus vi sempre nadarEm mar de contentamentos.Cuidando alcançar assimO bem tão mal ordenadoFui mau, mas fui castigado.Assim que, só para mimAnda o mundo concertado.Os versos acima revelam um dos temas desenvolvidos por Camões em sua construção lírica. Aafirmação que evidencia a temática sugerida pelo poeta no texto é o(a):(A) acentuado pessimismo e a valorização da religiosidade mística.(B) instabilidade e fugacidade da vida e dos bens materiais.(C) desproporção entre o merecimento humano e o destino.(D) sofrimento pela indiferença e pela espiritualização do amor.(E) a desordem do mundo diante da indiferença e da rejeição.Alternativa C.21 - (MACKENZIE/SP-2006)

Tanto de meu estado me acho incertoque em vivo ardor tremendo estou de frio;sem causa, juntamente choro e rio;o mundo todo abarco e nada aperto.[...]Se me pergunta alguém por que assim ando,respondo que não sei; porém suspeitoque só porque vos vi, minha Senhora.

Camões

O excerto acima corresponde à primeira e última estrofes deconhecido soneto camoniano. Depreende-se de sua leitura quea) o poeta, ao usar o vocativo minha Senhora, explicita o fato de ter como interlocutora umamulher já madura e experiente, capaz, portanto, de lhe aliviar a dor.b) um antigo envolvimento amoroso é agora relembrado com alegria, provocando no poetaprazerosas e variadas sensações.c) o poeta, ao manifestar à Senhora seu estado de espírito, faz indiretamente uma declaraçãoamorosa.d) a insegurança do poeta se deve ao fato de ter sido rejeitado, conforme se explicita no versoque só porque vos vi, minha Senhora (última estrofe).e) o poeta, ao dizer respondo que não sei; porém suspeito revela uma contradição (“nãosaber/suspeitar”), pois não está em condições de descrever o momento que vive.