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A expanso da produo capitalista, nos trs primeiros quartos do sculo XX, esteve assentada principalmente no modelo de organizao fordista. A partir dos anos 1970, esse modelo sofreu significativas alteraes, decorrentes da dificuldade em enfrentar, atravs de ganhos de produtividade, a crise que atingiu o sistema capitalista. Imps-se ao universo da produo a necessidade de profunda reestruturao econmica, expressa pela introduo de novas tecnologias, flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e dos padres de consumo. Tais mudanas foram vistas por alguns como ruptura e, por outros, como continuidade do modelo fordista. De qualquer maneira, o mundo do trabalho real do sculo XXI j no mais o mesmo. Sobre os impactos concretos que afetaram a produo e o trabalho no Brasil, no quadro das transformaes comentadas no texto, correto afirmar que houve: a) consolidao do assalariamento regulamentado, atravs da expanso do emprego com carteira registrada para a totalidade dos trabalhadores. b) fortalecimento do poder de negociao dos sindicatos e elevao contnua da renda dos trabalhadores. c) extino por inteiro das formas antigas de diviso do trabalho baseada na separao entre concepo e execuo, em decorrncia da alta qualificao intelectual dos trabalhadores. d) expanso de formas alternativas de organizao do trabalho (trabalho informal, domstico, temporrio, por hora e subcontratao) em detrimento do assalariamento tradicional. e) reduo drstica das jornadas de trabalho e ampliao do tempo de lazer desfrutado pelos trabalhadores.

O desemprego vem aumentando desde a dcada de 1980 em todo o mundo, nos pases pobres e ricos. As explicaes mais disseminadas entre acadmicos e jornalistas referem-se sobretudo s inovaes tecnolgicas, s mudanas no modo de organizar a produo e defasagem na qualificao dos trabalhadores. Contudo, alguns economistas tm apresentado uma outra variante fundamental para o entendimento do fenmeno do desemprego: o crescimento econmico. Sobre essa variante observe o grfico abaixo, com dados da OCDE (Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico).

A partir da leitura do grfico, considere as seguintes afirmativas sobre a reduo do emprego. I. Comparando-se os perodos de 1964-1973 e 1983-1992, os EUA foram o nico pas a ter um aumento da taxa de desemprego combinado com a elevao da taxa de crescimento econmico. II. No perodo de 1983-1992, a Frana e o Reino Unido apresentaram os menores ndices de desemprego entre os pases desenvolvidos. III. Nos perodos de 1964-1973 e 1983-1992, o Japo foi o nico pas a registrar um aumento relativamente pequeno no ndice de desemprego, apesar de apresentar uma grande diminuio na taxa de crescimento econmico. IV. O baixo ndice de desemprego nos pases desenvolvidos no perodo de 1964-1973 ocorre ao mesmo tempo em que se verificam taxas de crescimento econmico maiores do que as observadas no perodo 19831992, com exceo dos EUA. Esto corretas apenas: a) I, II e III. b) I, III e IV. c) III e IV. d) II e IV. e) I e II.

Observe os quadrinhos.

Os quadrinhos ilustram uma forma comum de explicar a pobreza e as desigualdades sociais. Assinale a alternativa que apresenta pressupostos utilizados pela teoria liberal clssica para compreender a existncia da pobreza e que foram tambm assumidos pela personagem Susanita em suas falas. a) As desigualdades sociais podem ser compreendidas atravs da anlise das relaes de dominao entre classes, que determinam o sucesso ou o fracasso dos indivduos. b) A existncia da pobreza pode ser compreendida a partir do estudo das relaes de produo resultantes da explorao de uma classe sobre a outra. c) A diviso em classes sociais no capitalismo est baseada na liberdade de concorrncia; assim, a pobreza decorre das qualidades e das escolhas individuais. d) O empobrecimento de alguns setores sociais no capitalismo decorre da apropriao privada dos meios de produo, que dificulta a ascenso social da maioria da populao. e) O empobrecimento de grande parte da populao mundial decorre da definio pelo imperialismo de polticas econmicas discriminatrias.

Observe a tabela abaixo, com dados da PNAD/Brasil (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domiclios) de 1996, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica).

De acordo com os dados da tabela, correto afirmar: a) O destino educacional dos filhos relaciona-se fortemente com o nvel de escolaridade dos pais, reproduzindo, em linhas gerais, a situao da gerao precedente. b) Existe uma situao de igualdade educacional que garante aos filhos o mesmo nvel de escolaridade dos seus pais. c) Os nmeros indicam que as taxas de escolaridade dos filhos independem do nvel escolar dos pais. d) No processo de mobilidade social o ponto de partida igual para todos os filhos em razo da homogeneizao dos seus nveis escolares. e) Em todos os nveis do campo educacional, observa-se uma mobilidade descendente dos filhos em relao aos pais.

Observe a charge a seguir e responda questo.

Examine o dilogo, as posturas corporais e as expresses faciais de Helga, a personagem feminina na charge. No contexto do movimento social das mulheres no sculo XX, a atitude dela expressa um posicionamento que: a) Reitera a responsabilidade da mulher pelo conforto, a sade e o bem-estar dos membros da famlia. b) Aceita as tarefas domsticas como essencialmente femininas, pois isso confere s mulheres autoridade e autonomia sobre a famlia na sociedade burguesa. c) Conforma-se com a atribuio dos papis tradicionais para homens e mulheres, ou seja, o do homem-provedor e o da mulher dona de casa. d) Desmascara a desigualdade e a opresso entre os gneros, revelando a necessidade de construir outras maneiras de organizar o atendimento s responsabilidades domsticas. e) Mostra que a esfera domstica est isenta de conflitos e tenses, uma vez que homens e mulheres tm seus papis bem definidos.

Considerando o contexto social das favelas nas cidades do Rio de Janeiro e So Paulo, correto afirmar: a) Favelas so coletividades institudas por organizaes no-governamentais para assegurar qualidade de vida aos seus moradores. b) O controle e a violncia impostos pelos grupos de extermnio so publicamente defendidos pela maioria dos moradores. c) Por serem territrios marginais anrquicos, esses espaos urbanos abrigam moradores inaptos para o convvio social. d) Os pressupostos democrticos, como o direito de ir e vir, so assegurados aos moradores pelo poder paralelo do narcotrfico, que recorre fora para garantir a justia. e) A escassez de servios pblicos nas favelas, entre outros fatores, agrava a segregao social dos seus moradores em relao aos das demais regies da cidade.

Sobre o conceito de justia no Estado democrtico, correto afirmar: a) Os critrios de justia devem ser estabelecidos pelos governantes a partir de sua prpria concepo do que justo ou injusto. b) Os critrios de justia devem ser estabelecidos pelos intelectuais, que determinam aquilo que justo ou injusto para o restante da sociedade. c) Na sociedade democrtica inexistem critrios de justia estabelecidos; logo, cada pessoa pode agir do modo que acredita ser justo. d) Os critrios de justia devem ser estabelecidos e sempre revistos por meio de uma discusso ampla, que envolva todos os cidados. e) A fora, no sentido de coero, pode ser considerada como um critrio legtimo para que o governante decida o que justo para a sociedade.

Sabemos que Hobbes um contratualista, quer dizer, um daqueles filsofos que, entre o sculo XVI e o XVIII (basicamente), afirmaram que a origem do Estado e/ou da sociedade est num contrato: os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organizao que somente surgiriam depois de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras de comrcio social e de subordinao poltica. (RIBEIRO, Renato Janine. Hobbes: o medo e a esperana. In: WEFFORT, Francisco. Os clssicos da poltica. So Paulo: tica, 2000. p. 53.) Com base no texto, que se refere ao contratualismo de Hobbes, considere as seguintes afirmativas: I. A soberania decorrente do contrato absoluta. II. A noo de estado de natureza imprescindvel para essa teoria. III. O contrato ocorre por meio da passagem do estado social para o estado poltico. IV. O cumprimento do contrato independe da subordinao poltica dos indivduos. Quais das afirmativas representam o pensamento de Hobbes? a) Apenas as afirmativas I e II. b) Apenas as afirmativas I e III. c) Apenas as afirmativas II e III. d) Apenas as afirmativas II e IV. e) Apenas as afirmativas III e IV.

A liberdade natural do homem deve estar livre de qualquer poder superior na terra e no depender da vontade ou da autoridade legislativa do homem, desconhecendo outra regra alm da lei da natureza. A liberdade do homem na sociedade no deve estar edificada sob qualquer poder legislativo exceto aquele estabelecido por consentimento na comunidade civil... (LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o governo civil. Trad. de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrpolis, RJ: Vozes, 1994. p. 95.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema da liberdade em Locke, considere as seguintes afirmativas: I. No estado civil as pessoas so livres porque inexiste qualquer regra que limite sua ao. II. No estado pr-civil a liberdade das pessoas est limitada pela lei da natureza. III. No estado civil a liberdade das pessoas edifica-se nas leis estabelecidas pelo conjunto dos membros dessa sociedade. IV. No estado pr-civil a liberdade das pessoas submete-se s leis estabelecidas pelos cidados. Quais das afirmativas representam o pensamento de Locke sobre liberdade? a) Apenas as afirmativas I e II. b) Apenas as afirmativas I e IV. c) Apenas as afirmativas II e III. d) Apenas as afirmativas II e IV. e) Apenas as afirmativas III e IV.

Leia o texto a seguir. Estado Violncia Sinto no meu corpo A dor que angustia A lei ao meu redor A lei que eu no queria Estado violncia Estado hipocrisia A lei que no minha A lei que eu no queria (...) (TITS. Estado Violncia. In: Cabea dinossauro. [S.L.] WEA, 1986, 1 CD (ca. 3597). Faixa 5 (307).) A letra da msica Estado Violncia, dos Tits, revela a percepo dos autores sobre a relao entre o indivduo e o poder do Estado. Sobre a cano, correto afirmar: a) Mostra um indivduo satisfeito com a sua situao e que apia o regime poltico institudo. b) Representa um regime democrtico em que o indivduo participa livremente da elaborao das leis. c) Descreve uma situao em que inexistem conflitos entre o Estado e o indivduo. d) Relata os sentimentos de um indivduo alienado e indiferente forma como o Estado elabora suas leis. e) Apresenta um indivduo para quem o Estado, autoritrio e violento, indiferente a sua vontade.

Observe a tira e leia o texto a seguir.

Vejo em todo animal uma mquina engenhosa, a quem a natureza deu sentidos para funcionar sozinha e para garantir-se, at certo ponto, contra tudo quanto tende a destru-la ou a desarranj-la. Percebo precisamente as mesmas coisas na mquina humana, com a diferena de que a natureza faz tudo sozinha nas operaes do animal, ao passo que o homem concorre para as suas na qualidade de agente livre. Um escolhe ou rejeita por instinto e o outro, por um ato de liberdade. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. de Maria Ermantina Galvo. So Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 172.) Com base no texto de Rousseau e na tira, correto afirmar: a) A liberdade a caracterstica que diferencia o homem de todos os outros animais. b) A tira mostra que as formigas seguem em fila porque so desprovidas de crebro, ao passo que, para Rousseau, os animais so livres, mas ignoram que o so. c) Todas as aes dos homens so determinadas pelo instinto, o que impede que sejam livres. d) Os homens submetem-se passivamente s determinaes da natureza. e) Os animais so livres, pois escolhem ou rejeitam por um ato de liberdade.

Mas logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria ecessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade eu penso, logo existo era to firme e to certa que todas as mais extravagantes suposies dos cticos no seriam capazes de a abalar, julguei que poderia aceit-la, sem escrpulo, como o primeiro princpio da Filosofia que procurava. (DESCARTES, Ren. Discurso do mtodo. Trad. de J. Guinsburg e Bento Prado Jnior. So Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 92. Coleo Os Pensadores.) De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa correta. a) Para Descartes, no podemos conhecer nada com certeza, pois tudo quanto pensamos est sujeito falsidade. b) O eu penso, logo existo expressa uma verdade instvel e incerta, o que fez Descartes ser vencido pelos cticos. c) A expresso eu penso, logo existo representa a verdade firme e certa com a qual Descartes fundamenta o conhecimento e a cincia. d) As extravagantes suposies dos cticos impediram Descartes de encontrar uma verdade que servisse como princpio para a filosofia. e) Descartes, ao acreditar que tudo era falso, colocava em dvida sua prpria existncia.