questÕes da magistratura federal -...

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QUESTÕES DA MAGISTRATURA FEDERAL PROCESSO PENAL - PROFESSOR: DR. PIETRO CHIDICHIMO JUNIOR 1 PROCESSO PENAL TRF - 1ª Região 1. Em relação ao inquérito policial, assinale a op- ção correta com base no direito processual pe- nal. A) Na atual sistemática processual penal, resta veda- da instauração de inquérito policial em relação aos crimes de menor potencial ofensivo, em qualquer hi- pótese, em face do preceito legal expresso que de- termina a lavratura de termo circunstanciado, pelo qual não se admite submissão do autor do fato ao constrangimento do procedimento inquisitivo, como, por exemplo, à condução coercitiva e à identificação criminal. B) Os vícios ocorridos no curso do inquérito policial, em regra, não repercutem na futura ação penal, ensejando, apenas, a nulidade da peça informativa, salvo quando houver violações de garantias consti- tucionais e legais expressas e nos casos em que o órgão ministerial, na formação da opinio delicti, não consiga afastar os elementos informativos macula- dos para persecução penal em juízo, ocorrendo, desse modo, a extensão da nulidade à eventual ação penal. C) Ordenado o arquivamento de inquérito policial instaurado antes da constituição definitiva do crédi- to tributário, de modo a atender a força impositiva de verbete sumular vinculante, resta vedado, em qualquer hipótese, o seu desarquivamento, mesmo sobrevindo constituição do crédito tributário, após o encerramento do procedimento administrati- vo/fiscal, porque o fundamento da decisão judicial é a atipicidade do fato, cuja eficácia preclusiva é de coisa julgada material. D) Considere a seguinte situação hipotética. O MP, ao oferecer denúncia, não se manifestou, de forma expressa, em relação a alguns fatos e a determina- dos agentes investigados, cujos elementos estão evidenciados no bojo do inquérito policial. Nessa situação hipotética, restam assentes doutrina e jurisprudência pátria acerca da ocorrência do pedido de arquivamento implícito ou arquivamento indireto, por parte do órgão de acu- sação, exigindo-se, contudo, para os devidos efei- tos legais, decisão judicial expressa de arquivamen- to. E) O atual entendimento consolidado na jurispru- dência dos tribunais superiores prevê a possibilida- de de retratação do pedido de arquivamento de in- quérito policial, independentemente do surgimento de provas novas, desde que não tenha ocorrido a- inda o pronunciamento judicial, visto que prevalece o interesse público da persecução penal. 2. Assinale a opção correta acerca da competên- cia e da ação penal. A) Contra eventuais infrações penais praticadas por gestores públicos cujos atos e contas estejam sub- metidos à apreciação do TCU, nos termos do atual entendimento dos tribunais superiores, somente po- derá ser instaurado inquérito policial ou deflagrada a persecução penal em juízo após encerramento da via administrativa, com a conclusão do processo de con- tas, sem a qual não se obterá certeza acerca da lega- lidade dos atos praticados e da eventual responsabi- lidade do gestor, nos mesmos moldes aplicados para os crimes contra a ordem tributária, em que há ne- cessidade de encerramento da esfera administrativa fiscal, para a constituição do débito tributário, como condição de procedibilidade. B) A prática de crimes de abuso contra a ordem eco- nômica e a relação de consumo, especificamente na prestação de serviços e na venda de produtos, medi- ante ajuste ou acordo entre as empresas para a for- mação de eventual monopólio, ofende bens jurídicos tutelados diretamente pela União, como a ordem e- conômica, de forma exclusiva, e ao consumidor, na modalidade concorrente, nos termos expressos da CF, e são, na forma da jurisprudência dos tribunais superiores, de competência da justiça federal. C) À justiça federal compete conhecer, processar e julgar eventual infração penal de pessoa que se a- presente ao gerente de banco privado, na condição de auditor fiscal da Receita Federal do Brasil, e solici- te ao funcionário informações acerca de movimenta- ções bancárias de determinado cliente, dada a ocor- rência de usurpação de função pública federal e de tentativa de lesar sigilo bancário, com dupla ofensa, portanto, aos bens jurídicos tutelados pela União fe- deral. D) Havendo conexão entre crimes de competência estadual e federal, firma-se a segunda para conhe- cer, processar e julgar o feito, consoante preceito contido em verbete sumular do STJ e, mesmo que sobrevenha declaração de extinção da punibilidade em relação ao crime que atraiu a competência fede- ral, permanece este juízo competente para julgar as demais infrações, em face do princípio da perpetuatio jurisdictionis, nos termos expressos do CPP. E) Constitui crime da competência da justiça federal o transporte de recursos minerais, como de pedras preciosas e semipreciosas, tais como topázio, turma- lina, quartzo, entre outras, sem a correspondente do- cumentação e autorização legal, sendo o delito pre- visto na lei dos crimes contra a ordem econômica e o sistema de estoque de combustíveis, por ser patri- mônio da União, conforme disposto na CF, não se exigindo condição específica ou de procedibilidade para a persecução penal em juízo.

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QUESTÕES DA MAGISTRATURA FEDERAL PROCESSO PENAL - PROFESSOR: DR. PIETRO CHIDICHIMO JUNIOR

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PROCESSO PENAL

TRF - 1ª Região

1. Em relação ao inquérito policial, assinale a op-ção correta com base no direito processual pe-nal.

A) Na atual sistemática processual penal, resta veda-da instauração de inquérito policial em relação aos crimes de menor potencial ofensivo, em qualquer hi-pótese, em face do preceito legal expresso que de-termina a lavratura de termo circunstanciado, pelo qual não se admite submissão do autor do fato ao constrangimento do procedimento inquisitivo, como, por exemplo, à condução coercitiva e à identificação criminal. B) Os vícios ocorridos no curso do inquérito policial, em regra, não repercutem na futura ação penal, ensejando, apenas, a nulidade da peça informativa, salvo quando houver violações de garantias consti-tucionais e legais expressas e nos casos em que o órgão ministerial, na formação da opinio delicti, não consiga afastar os elementos informativos macula-dos para persecução penal em juízo, ocorrendo, desse modo, a extensão da nulidade à eventual ação penal. C) Ordenado o arquivamento de inquérito policial instaurado antes da constituição definitiva do crédi-to tributário, de modo a atender a força impositiva de verbete sumular vinculante, resta vedado, em qualquer hipótese, o seu desarquivamento, mesmo sobrevindo constituição do crédito tributário, após o encerramento do procedimento administrati-vo/fiscal, porque o fundamento da decisão judicial é a atipicidade do fato, cuja eficácia preclusiva é de coisa julgada material. D) Considere a seguinte situação hipotética. O MP, ao oferecer denúncia, não se manifestou, de forma expressa, em relação a alguns fatos e a determina-dos agentes investigados, cujos elementos estão evidenciados no bojo do inquérito policial. Nessa situação hipotética, restam assentes doutrina e jurisprudência pátria acerca da ocorrência do pedido de arquivamento implícito ou arquivamento indireto, por parte do órgão de acu-sação, exigindo-se, contudo, para os devidos efei-tos legais, decisão judicial expressa de arquivamen-to. E) O atual entendimento consolidado na jurispru-dência dos tribunais superiores prevê a possibilida-de de retratação do pedido de arquivamento de in-quérito policial, independentemente do surgimento de provas novas, desde que não tenha ocorrido a-inda o pronunciamento judicial, visto que prevalece o interesse público da persecução penal.

2. Assinale a opção correta acerca da competên-cia e da ação penal.

A) Contra eventuais infrações penais praticadas por gestores públicos cujos atos e contas estejam sub-metidos à apreciação do TCU, nos termos do atual entendimento dos tribunais superiores, somente po-derá ser instaurado inquérito policial ou deflagrada a persecução penal em juízo após encerramento da via administrativa, com a conclusão do processo de con-tas, sem a qual não se obterá certeza acerca da lega-lidade dos atos praticados e da eventual responsabi-lidade do gestor, nos mesmos moldes aplicados para os crimes contra a ordem tributária, em que há ne-cessidade de encerramento da esfera administrativa fiscal, para a constituição do débito tributário, como condição de procedibilidade. B) A prática de crimes de abuso contra a ordem eco-nômica e a relação de consumo, especificamente na prestação de serviços e na venda de produtos, medi-ante ajuste ou acordo entre as empresas para a for-mação de eventual monopólio, ofende bens jurídicos tutelados diretamente pela União, como a ordem e-conômica, de forma exclusiva, e ao consumidor, na modalidade concorrente, nos termos expressos da CF, e são, na forma da jurisprudência dos tribunais superiores, de competência da justiça federal. C) À justiça federal compete conhecer, processar e julgar eventual infração penal de pessoa que se a-presente ao gerente de banco privado, na condição de auditor fiscal da Receita Federal do Brasil, e solici-te ao funcionário informações acerca de movimenta-ções bancárias de determinado cliente, dada a ocor-rência de usurpação de função pública federal e de tentativa de lesar sigilo bancário, com dupla ofensa, portanto, aos bens jurídicos tutelados pela União fe-deral. D) Havendo conexão entre crimes de competência estadual e federal, firma-se a segunda para conhe-cer, processar e julgar o feito, consoante preceito contido em verbete sumular do STJ e, mesmo que sobrevenha declaração de extinção da punibilidade em relação ao crime que atraiu a competência fede-ral, permanece este juízo competente para julgar as demais infrações, em face do princípio da perpetuatio jurisdictionis, nos termos expressos do CPP. E) Constitui crime da competência da justiça federal o transporte de recursos minerais, como de pedras preciosas e semipreciosas, tais como topázio, turma-lina, quartzo, entre outras, sem a correspondente do-cumentação e autorização legal, sendo o delito pre-visto na lei dos crimes contra a ordem econômica e o sistema de estoque de combustíveis, por ser patri-mônio da União, conforme disposto na CF, não se exigindo condição específica ou de procedibilidade para a persecução penal em juízo.

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3. No que diz respeito às decisões, à sentença penal e à fixação de penas, assinale a opção cor-reta.

A) Encerrada a instrução probatória, se entender ca-bível nova definição jurídica do fato, em conse-quência de prova, nos autos, de elemento ou cir-cunstância da infração penal não contida na acu-sação, o juiz deve determinar o retorno dos autos, com vista ao MP, para que este examine a possi-bilidade de aditamento da peça acusatória e, se isso ocorrer, cada parte poderá arrolar testemunhas, fi-cando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do adi-tamento, o que implica a ocorrência de mutatio libelli, procedimento que não se aplica às ações penais ex-clusivamente privadas. B) A atual sistemática processual veda ao juiz, ao proferir sentença condenatória, independentemente da pena imposta, a possibilidade de impor prisão preventiva ou outra medida cautelar, caso não te-nham sido cominadas no curso da instrução do pro-cesso, em face da ausência dos requisitos da neces-sidade e da proporcionalidade, permitindo-se, ape-nas, o reexame da manutenção de medida anterior-mente determinada, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta. C) O CPP estabelece, de forma expressa, três moda-lidades de sentença absolutória: a sumária ou anteci-pada, a definitiva e a absolutória imprópria e, quando fundadas em motivos ou causas absolutórias arrola-das expressamente no CPP, consideram-se aduzi-das e repelidas todas as alegações que a acusação tenha para o acolhimento da pretensão punitiva, res-tando definidos os limites objetivos da coisa julgada, com eficácia preclusiva em relação à jurisdição civil em todos os casos. D) No atual sistema processual penal, ocorre a cumu-lação de instâncias, assim nominado pela doutrina o dever do juiz, quando da prolação de sentença con-denatória, de fixar valor mínimo para a reparação dos danos emergentes causados pelo crime, considera-dos os prejuízos sofridos pelo ofendido, mas não os danos morais, independentemente de pedido ex-presso da vítima e da existência de debates anterio-res acerca dos danos e de sua extensão. E) O juiz que constate, ao prolatar sentença con-denatória, excessiva mora na conclusão da fase in-vestigativa ou no encerramento da instrução proces-sual, sem que o réu tenha concorrido, direta ou indi-retamente, para tanto, está autorizado, nos termos da atual jurisprudência dos tribunais superiores, de mo-do a dar efetividade ao princípio constitucional da du-ração razoável do processo, a reconhecer e aplicar, na dosimetria da pena, na fase de apreciação das circunstâncias legais, de ofício, a atenuante inomina-da, prevista no CP.

4. Acerca dos recursos no processo penal e das ações autônomas de impugnação, assinale a op-ção correta.

A) As recentes alterações legislativas corrigiram grave equívoco no sistema processual penal brasi-leiro em relação à rejeição e ao não recebimento de denúncia, fazendo distinção entre ambas e si-tuando-as em dispositivos legais distintos. Além disso, deixaram expressos os recursos adequados e cabíveis a serem manejados nas respectivas situações, sendo a apelação no primeiro caso e o recurso em sentido estrito no segundo, restando igualmente explícita a não aplicação do princípio da fungibilidade recursal, considerando os tribu-nais superiores como erro grosseiro a troca de um por outro. B) O habeas corpus, o mandado de segurança em matéria penal e a revisão criminal são ações cons-titucionais mandamentais penais não condenató-rias, cuja legitimação é ampla, admitindo-se a utili-zação por qualquer do povo, no interesse do réu ou na realização da justiça, independentemente da capacidade postulatória e a qualquer tempo. C) A apelação, perante o TRF da 1.a Região, ma-nejada exclusivamente pela defesa, na qual se alegue, entre outras teses defensivas, a incompetência absoluta do juí-zo federal para conhecer, processar e julgar as infrações penais imputadas ao recorrente, sendo esta provida para declarar a incompetência do juí-zo, com remessa dos autos ao juízo estadual competente, após o trânsito em julgado do acórdão, tem, entre outros efeitos, o de vincular o juízo estadual em relação ao quantum da pena aplicada, por se tratar da garantia fundamental da non reformatio in pejus. D) No âmbito dos juizados especiais federais, o-correndo transação, tem a vítima legitimidade para recorrer da sentença homologatória da transação, no prazo de dez dias, manejando recurso inominado, consoante posicio-namento consagrado na doutrina e sedimentado na jurisprudência dos tribunais superiores, apli-cando-se a regra geral do CPP para os casos de recurso supletivo da vítima, por intermédio do as-sistente de acusação, independentemente de ha-bilitação nos autos, como forma de garantir a linha processual moderna da partição da vítima na re-pressão penal. E) Na atual sistemática processual penal, caso o juiz acolha os argumentos apresentados na res-posta à acusação ou defesa preliminar, em face da presença de manifesta causa excludente da ilicitude ou de culpabilidade do agente, bem como de o fato narrado evidentemente não constituir crime ou de estar, por qualquer modo, extinta a punibilidade, deverá julgar antecipadamente o

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processo, absolvendo sumariamente o réu, inclu-sive no procedimento especial do júri, restando o dever legal expresso de recorrer de ofício, sob pe-na de obstar o trânsito em julgado da sentença absolutória.

OBSERVAÇÃO: A QUESTÃO FOI ANULADA

5. Em relação ao afastamento do sigilo fiscal, bancário e de dados, bem como à interceptação das comunicações telefônicas, assinale a opção correta.

A) A autoridade policial, ao verificar que da gravação da interceptação telefônica permitida judicialmente constem partes que não interessam diretamente à prova dos fatos sob investigação, bem como intimidades da vi-da privada da pessoa sobre a qual recai a medida cautelar, está autorizada pela lei de regência a inutili-zar as referidas partes da gravação, durante o inqué-rito, devendo comunicar o incidente ao MP. B) Admite-se, na forma da legislação de regência, o afastamento de sigilo bancário por comissão de in-quérito administrativo destinada a apurar res-ponsabilidade de servidor público, por infração prati-cada no exercício de suas atribuições ou que tenha relação com as atribuições do cargo, mediante prévia autorização do Poder Judiciário, independentemente da existência de processo judicial em curso, constitu-indo a violação do sigilo das operações de institui-ções financeiras delito de competência da justiça fe-deral. C) A lei que disciplina o sigilo das operações de insti-tuições financeiras assegura que a quebra de sigilo pode ser decretada quando necessária para apura-ção de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial, impondo-se às instituições financeiras o dever de informar, men-salmente, ao órgão de fiscalização tributária da Uni-ão, as operações financeiras efetuadas pelos usuá-rios de seus serviços e cujo montante global movi-mentado ultrapasse o limite previamente estabeleci-do, sem que se constitua ofensa ao sigilo bancário, incluindo-se as operações financeiras efetuadas pe-las administrações direta e indireta da própria União, dos estados, do DF e dos municípios. D) Nos termos da lei que rege as interceptações tele-fônicas, uma vez deferido o pedido de interceptação pelo juiz competente, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de intercepção, dando ciência ao MP, que poderá acompanhar a sua realização, e, ca-so ocorra a gravação da comunicação interceptada na diligência, nos termos expressos da norma, será determinada a sua transcrição, devendo a gravação da conversa ser realizada por peritos oficiais, como estabelece o CPP.

E) Conforme jurisprudência dos tribunais superiores, é desnecessária a gravação integral dos diálogos ob-tidos por meio das interceptações telefônicas autorizadas judi-cialmente, impondo-se, entretanto, a realização de perícia de voz para a validação da prova, de modo a demonstrar que a gravação registrada pertence ao investigado ou réu, sendo esta a comprovação mate-rial da existência do delito, na forma do CPP, não se admitindo que a convicção do juiz acerca dos fatos ocorra por outro meio que não seja o exame pericial.

6. Assinale a opção correta em relação aos ritos processuais penais.

A) O rito sumaríssimo, previsto no CPP, deve ser se-guido em todos os processos relacionados a crimes contra a honra, que são de menor potencial ofensivo, impondo a lei a realização, antes do recebimento da denúncia ou queixa, sob pena de nulidade absoluta, por ofensa ao devido processo legal, de audiência especial de conciliação, durante a qual o juiz oferece-rá às partes oportunidade para se reconciliarem, ou-vindo-as, separadamente, sem a presença dos seus advogados e, se achar provável a reconciliação, promoverá entendimento entre eles, na sua presen-ça; ocorrendo a reconciliação, depois de assinado o termo da desistência, declarará extinta a punibilidade. B) Nos termos do atual entendimento estabelecido nos tribunais superiores acerca da sistemática pro-cessual adotada no âmbito dos juizados especiais federais criminais, é obrigatória a notificação do re-presentante legal da União, entidade autárquica ou empresa pública federal para a audiência preliminar de conciliação, com o escopo de eventual composição civil dos danos, devendo o autor do fato comparecer acompanhado por advogado, de modo a assegurar o indispensável exercício da defesa técnica, sob pe-na de nulidade do ato. Ocorrendo a nulidade, devi-damente homologada pelo juiz, restará extinta a pu-nibilidade. C) No procedimento comum ordinário, considerando-se crime com pena máxima igual ou superior a quatro anos de privação da liberdade, vige, como regra ge-ral, a exigência de apresentação das alegações finais de cada parte, na forma oral e na audiência de instru-ção, por vinte minutos, prorrogáveis por mais dez mi-nutos, individualmente para cada réu; as alegações podem ser apresentadas na forma escrita, excepcio-nalmente, por meio de memoriais, em razão da com-plexidade do caso e do número elevado de réus, sendo concedido às partes prazo sucessivo de cinco dias e restando autorizado o juiz, em caso de apre-sentação intempestiva da peça, por qualquer das par-tes, o desentranhamento desta, com a continuidade do feito.

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D) No rito sumaríssimo dos crimes de menor po-tencial ofensivo, de competência do juizado especial criminal, especificamente em relação ao delito de le-sões corporais simples, caso não compareça a vítima à audiência preliminar, por não ter sido localizada pa-ra a indispensável tentativa de conciliação, arquivam-se provisoriamente as peças informativas, seja do termo circunstanciado, seja do inquérito policial, dife-rentemente do disposto no CPP e no verbete sumular sobre o tema, podendo ser desarquivadas enquanto não estiver extinta a punibilidade. E) No procedimento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, em que pese a divergência entre o STF e o STJ acerca da necessidade da notificação do servidor acusado para responder por escrito, antes do recebimento da denúncia ou queixa, nos crimes afiançáveis, cuja ação penal tenha por lastro inquérito policial, resta assente, na doutrina e na jurisprudên-cia, a incidência do procedimento especial do CPP, apenas, para os crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, ainda que tenha deixado a função pública no momento do ofe-recimento da denúncia ou da queixa. Nesses casos, recebida a peça acusatória, determina o CPP a cita-ção do acusado para defesa preliminar ou resposta à acusação, após o que o juiz examinará a possibilida-de de absolvição sumária.

7. Considerando as relações jurisdicionais com autoridade estrangeira, as cartas rogatórias, a homologação de sentença estrangeira, a extradi-ção e as convenções, os tratados de direito in-ternacional relativos ao processo penal, os trata-dos bilaterais de auxílio direto, a cooperação in-ternacional e a convenção da ONU contra a cor-rupção, assinale a opção correta.

A) O ordenamento jurídico nacional admite a assis-tência legal direta entre os órgãos de persecução penal, incluindo-se o compartilhamento de informa-ções, resguardadas ou não por sigilo legal e judicial, inclusive para atos de execução direta, por intermé-dio dos órgãos centrais, que poderão ordenar o afas-tamento do sigilo bancário e a indisponibilidade de valores depositados em contas-correntes no Brasil. B) Em relação às cartas rogatórias expedidas pelo Brasil, impõe o CPP disciplinamento específico para a prática de determinados atos processuais, em especial, a ne-cessidade de intimação das partes para a audiência a ser realizada no juízo rogado, ainda que já tenham sido notificadas sobre a expedição da carta rogató-ria, sendo a elas facultadas a elaboração e a remes-sa de perguntas às testemunhas, por meio de quesi-tos, devendo o ato processual para a colheita das provas observar as formalidades e garantias proces-suais do Estado rogante.

C) Para que a homologação de sentença estrangeira — forma de cooperação jurídica internacional — produza os efeitos jurídicos no território nacional, faz-se necessário o atendimento de alguns requisitos, como o de não ofender a soberania nacional e a ordem pública; admite-se a homologação para obrigar o condenado a reparar o dano causado pelo crime cometido, independente-mente do trânsito em julgado, e para reconhecimen-to da reincidência no território nacional. D) A extradição possui sistema de contenciosidade limitada, o que obsta o exame do mérito da preten-são deduzida pelo Estado requerente ou do contexto probatório, e, entre outros postulados, a exigência da dupla tipicidade do fato — por constituir requisito es-sencial ao atendimento do pedido de extradição — impõe que o crime atribuído ao extraditando seja ju-ridicamente qualificado como delito tanto no Brasil quanto no Estado requerente, não se concedendo a extradição, quando se achar extinta, em decorrência de qualquer causa legal, a punibilidade do extradi-tando, notadamente caso se verifique a consumação da prescrição penal, nos termos da lei brasileira. E) A Convenção das Nações Unidas contra a Cor-rupção, conhecida como Convenção de Mérida, promulgada no Brasil, permite, de forma expressa, a cooperação jurídica entre os órgãos da persecução, consistente em compartilhamento de prova em ma-téria penal, formulado por autoridade estrangeira no exercício de atividade investigatória, dirigido a congê-nere autoridade brasileira, ressalvando-se, contudo, a indispensável expedição de carta rogatória por auto-ridade judiciária do Estado rogante e o imprescindível exequatur pelo STJ, de modo a assegurar o cumpri-mento das formalidades legais para a licitude da pro-va compartilhada.

TRF - 2ª Região

8. Acerca dos juizados especiais criminais, assinale a opção correta.

A) No caso de revogação obrigatória da suspensão condicional do processo pela circunstância de o benefi-ciário ser processado pela prática de outro crime no cur-so da suspensão, se for oferecida a denúncia e ocorrer a absolvição sumária do réu por decisão transitada em julgado, deverá haver repristinação do benefício revo-gado. B) Se, oferecida denúncia, deixar o MP de ofertar, por motivos desconhecidos, a proposta de suspensão con-dicional do processo, ainda que presentes todos os requisitos do benefício, e restando silentes o juiz, o acusado e seu defensor, admite-se a aplicação do benefício em qual-quer tempo e grau de jurisdição, por ser direito público subjetivo do acusado.

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C) O descumprimento das condições estabelecidas na transação penal, homologada, ou não, pelo juízo, permi-te a propositura da ação penal e enseja a imputação do crime de desobediência, em concurso material, caso o magistrado deixe consignada, na proposta de transa-ção, advertência a esse respeito, aceita pelo autor do fato e por seu advogado. D) A condenação anterior por crime culposo sem que se tenha aplicado pena privativa de liberdade não é cir-cunstância impeditiva à suspensão condicional do processo. E) Tratando-se de crime contra a honra de servidor pú-blico federal, em razão do exercício de suas funções, admite-se, oferecida a queixa-crime, que a proposta de suspensão condicional do processo seja oferecida tanto pelo MP quanto pelo querelante, em razão da legitimidade concorrente para a ação penal.

9. Assinale a opção correta acerca de prisões, medidas cautelares e liberdade provisória.

A) As novas regras das prisões cautelares incidirão apenas sobre os fatos ocorridos após a entrada em vigor dessas normas, vedada sua aplicação a casos pretéritos, em face do princípio constitucional da irre-troatividade da lei mais grave, perdendo força coerci-tiva as medidas adotadas com lastro na norma revo-gada. O atual diploma legislativo estabelece novas hipóteses de periculum libertatis. B) Tratando-se da aplicação das medidas cautelares no curso do processo, assegura-se, de forma ex-pressa, no atual disciplinamento normativo detração penal, qualquer que seja a natureza da medida. C) O cumprimento do mandado de prisão pode ser efetivado por qualquer agente policial, independen-temente de registro no Conselho Nacional de Justi-ça, ainda que fora da competência territorial do juiz que expediu a ordem, devendo a prisão ser imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida e à defensoria pública, caso o autuado não informe o nome de seu ad-vogado. D) Entre os critérios de aplicação das medidas cautelares pessoais no atual disciplinamento le-gislativo, destaca-se o da proporcionalidade, que se traduz pela necessida-de e adequação dessas medidas, vedada, em qualquer hipótese, a prisão preventiva de ofício e nos crimes culposos. E) Em atendimento ao reclamo da doutrina, a no-va legislação que versa sobre a fiança permite sua concessão em todas as infrações penais, salvo nos casos em que haja vedação constitu-

cional expressa, podendo a caução ser cumulada com outras medidas cautelares, caso não este-jam presentes os requisitos da prisão preventiva; nessa legislação, os efeitos da quebra são equi-parados aos da perda de fiança.

10. No que se refere às questões prejudiciais, aos processos incidentes, às exceções e às medidas assecuratórias, assinale a opção cor-reta.

A) A restituição de coisas apreendidas pode ser intentada a qualquer tempo, antes de transitar em julgado a sentença penal, e deve ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante termo nos autos, ainda que as coisas estejam em poder de terceiros de boa-fé; após essa fase, haverá a perda em favor da União. B) No que diz respeito ao incidente de falsidade documental, pode o juiz, de ofício, ordenar a veri-ficação de idoneidade de documento, com autua-ção em autos apartados; não fará a decisão, ao final, coisa julgada em ulterior processo, penal ou civil. Em situações excepcionais, pode ocorrer a suspensão do processo principal, salvo quanto às provas de natureza urgente. C) As exceções e os incidentes são procedimen-tos de natureza eminentemente processual, por-que dizem respeito à validade e ao regular desen-volvimento do processo, necessitam, como regra, de pronunciamento prévio do juízo, processam-se em autos apartados, apensos à ação penal, no próprio juízo criminal, e não suspendem o curso da ação. D) Nas questões prejudiciais heterogêneas obriga-tórias, há imperativa suspensão do processo ou inquérito para dirimir controvérsia acerca do estado civil da pessoa, de modo que não haja repercussão na própria exis-tência do crime ou de circunstância agravante; i-gualmente se suspende o prazo prescricional en-quanto não resolvida a questão no juízo cível. E) Para a decretação do sequestro de bens imó-veis, basta a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens, adquiridos com os proventos da infração, ainda que já transferidos a terceiro, admitindo-se embargos; em nenhuma hi-pótese poderá ser pronunciada decisão antes de transitada em julgado a sentença da ação penal. 11. Com referência à execução penal, assinale a opção correta.

A) A norma que rege o sistema penitenciário fede-ral estabelece de forma expressa a atribuição da Defensoria Pública da União, para atuar, com ex-clusividade, nos estabelecimentos prisionais fede-

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rais, e veda, em qualquer hipótese, a transferência de presos entre as penitenciárias federais, sem novo incidente. B) O ingresso regular de preso no sistema peni-tenciário federal depende de incidente próprio, es-calonado em duas etapas distintas: a admissibili-dade preliminar da transferência, exercida pelo juízo da vara de execução penal de origem, e a decisão final acerca da inclusão, pelo juízo fede-ral. Havendo divergência entre os juízos, admite-se conflito de competência no tribunal competente, que resolverá o mérito da transferência, em cará-ter prioritário. C) A lei veda, de forma expressa, em qualquer hi-pótese, a remoção excepcional de preso para o sistema penitenciário federal antes do início ou encerramento do inci-dente de transferência, de modo a não ultrapassar a lotação máxima do estabelecimento penal federal de segurança má-xima. D) O preso incluído no sistema penitenciário fede-ral, por prisão provisória ou definitiva, permanece com processo na vara de execução penal de ori-gem, sendo esta competente para conhecer, pro-cessar e julgar os incidentes na execução penal, visto que a transferência provisória não altera o juízo natural da execução. E) A inclusão de presos no sistema penitenciário federal dar-se-á de forma excepcional, temporária e provisória, com prazo máximo de 360 dias, auto-rizando a lei uma única e extraordinária renova-ção, a ser decidida pelo juízo federal, desde que requerida antes do encerramento do prazo da in-clusão.

12. Em cada uma das opções abaixo, é apre-sentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, no que diz respei-to à competência. Assinale a opção correta com base no entendimento firmando nos tribu-nais superiores.

A) Jorge, agente de polícia federal, suspeitando de traição de sua companheira, efetivou, fora das atribu-ições institucionais e sem autorização, interceptação telefônica da mulher e do suposto amante. Nessa situação, competem à justiça federal comum o pro-cesso e o julgamento do delito de interceptação tele-fônica sem autorização judicial, pois se evidencia o-fensa a bens, serviços ou interesses do poder público federal, no caso, o sistema de telecomunicações. B) Jurandir, morador da cidade de Duque de Caxi-as/RJ, enviou a Gabriel, residente em São Paulo/SP, mensagem eletrônica, pela Internet, com conteúdo pornográfico envolvendo adolescentes. Nessa situa-

ção, como o crime ocorreu entre estados da Federa-ção, firma-se a competência da justiça federal. C) Foi divulgada, pela Internet, carta publicada em blog de conhecido jornalista, na qual se imputava, falsamente, fato definido como crime a funcionário público federal, em razão do exercício de suas fun-ções institucionais. Nessa situação, o foro para julgar a ação será somente o do lugar do ato delituoso, que se considera como aquele de onde partiu a publica-ção do texto, isto é, o lugar onde está hospedado o servidor de Internet, ainda que fora do território na-cional. D) Rogério foi denunciado pela prática de crime prati-cado por meio da Internet, por ter subtraído valores da conta-corrente de clientes de determinado banco, mediante operações de transferência e saque, sem o consentimento dos correntistas. Nessa situação, há crime de furto qualificado pela fraude, sendo compe-tente para julgamento do feito o juízo federal com ju-risdição sobre o lugar da agência da conta lesada. E) Maria, brasileira, maior, capaz, ao requerer visto de entrada nos Estados Unidos da América, na se-ção consular da embaixada desse país, no Rio de Janeiro/RJ, foi pre-sa em flagrante por utilizar documentos falsos — con-tracheque de empresa pública federal, extrato bancá-rio e declaração de imposto de renda — para instruir o requerimento, com passaporte nacional verdadeiro, tendo sido comprovado que a documentação falsifi-cada fora utilizada única e exclusivamente para esse fim. Nessa situação, a competência é da justiça fede-ral para processar e julgar o feito.

13. No que se refere aos ritos e a outros elemen-tos pertinentes ao direito processual penal, assi-nale a opção correta.

A) Caso ocorra a citação por hora certa, cujo objetivo fundamental é evitar a ocultação do acusado, serão adotados os procedimentos previstos no Código de Processo Ci-vil para o ato citatório e, caso não haja compareci-mento do réu em juízo nem constituição de advoga-do, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva; há divergência nos tribunais superiores acerca do prazo de suspen-são do processo. B) No procedimento em que se admite a defesa pre-liminar ou resposta à acusação, o conteúdo da ar-gumentação pode ser amplo ou reservar-se às pre-liminares, com apresentação de documentos e justi-ficações, especificação de provas, indicação de tes-temunhas e todas as exceções na peça processual. Caso não seja apresentada defesa preliminar de réu citado, deve o juiz nomear advogado dativo ou en-

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caminhar os autos à defensoria pública para respos-ta, sob pena de nulidade do processo, por ofensa ao devido processo legal. C) A apresentação da defesa preliminar ou resposta à acusação, no procedimento comum ordinário, a-companhada de documentos, objetos e alegações que possam ensejar a absolvição sumária, impõe a intimação do órgão de acusação, de modo a atender ao princípio do contraditório e não obstar, de forma prematura, o prosseguimento da ação penal com sentença de mérito, ação cujo dominus litis é o MP. D) No procedimento comum ordinário e sumário, considera-se a pena máxima cominada ao crime pa-ra a definição do rito e, após o recebimento da de-núncia e citação do réu, abre-se a indispensável o-portunidade para defesa preliminar ou resposta à acusação, na forma escrita. Caso o réu seja citado por edital, o prazo para resposta terá início com a apresentação pessoal em juízo ou com o compare-cimento do defensor constituído. E) Recentes alterações legislativas permitiram o jul-gamento antecipado do processo criminal e faculta-ram ao juiz absolver sumariamente o réu, caso pre-sentes, de forma manifesta, os elementos excluden-tes da ilicitude do fato, da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade, se o fato narrado evidente-mente não constituir crime, ou, ainda, quando esteja extinta a punibilidade do agente, como, por exemplo, pela perspectiva de prescrição.

14. Assinale a opção correta com base no direito processual penal.

A) O prazo para a citação por edital é de quinze dias, independentemente do caso concreto e, compare-cendo em juízo, a qualquer tempo, o réu citado por edital, começará o prazo para resposta à acusação e prosseguirá o feito. B) A citação de acusado que esteja no exterior, em local sabido, deve efetivar-se mediante carta rogató-ria e, até seu efetivo cumprimento, suspende-se o prazo de prescrição. Na expedição da carta, pode o juiz determinar, como medida de economia e celeri-dade processual, de modo a assegurar a duração razoável do processo, que o interrogatório ocorra por meio de videoconferência, independentemente da existência dessa modalidade de ato processual no país requerido ou de previsão em instrumento inter-nacional. C) Ocorre revelia quando o acusado, citado ou inti-mado pessoalmente para qualquer ato, deixa de comparecer sem motivo justificado ou, no caso de mudança de residência, não comunica o novo ende-reço; nesse caso, haverá continuidade do processo, sem a presença do réu, em todos os procedimentos, salvo em relação ao rito sumaríssimo dos juizados

especiais, o que torna desnecessária a intimação ou notificação de todos os atos ulteriores. D) No sistema processual penal, a formação comple-ta do processo, diferentemente do previsto no pro-cesso civil, conclui-se com o recebimento da denún-cia, o que vincula o juiz à causa, até a sentença, de acordo com o princípio da identidade física do juiz. E) As intimações e notificações, como regra geral, são efetivadas pessoalmente, em razão dos destina-tários da comunicação, e executadas por mandado, quando cumprido na seção judiciária em que o juiz, prolator da ordem, exerça a jurisdição, sendo exem-plo dessa forma de comunicação processual a dirigi-da ao réu, às testemunhas, ao advogado dativo, ao defensor constituído, aos peritos e aos intérpretes.

TRF - 3ª Região 15. Com referência à ação penal, assinale a op-ção correta.

A) De acordo com súmula do STF, a ação penal por crime contra a honra de servidor público, em razão do exercício de suas funções, é condicionada à re-presentação do ofendido, que não tem legitimidade para propor queixa. B) A ação penal é de natureza pública, mas sua ini-ciativa é, em alguns casos, atribuída por lei ao parti-cular — em regra o ofendido —, por intermédio de queixa ou representação. C) O direito de representação, em caso de morte ou ausência do ofendido, passa ao ascendente, des-cendente, cônjuge ou irmão, nesta ordem. D) A queixa pode ser dirigida à autoridade policial, ao juiz ou ao MP. E) A ação penal por injúria consistente na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, se não configurar crime de racismo, é pública condicionada.

16. Relativamente à jurisdição e à competência, com base no entendimento sumulado pelo STJ, assinale a opção correta.

A) É da competência da justiça militar julgar o servi-dor militar por abuso de autoridade praticado em serviço. B) A justiça federal tem competência para julgar os crimes cometidos por servidor público federal em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, mas não, para os crimes praticados contra o referido servidor, ainda que relacionados ao exercício da função.

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C) Compete ao STJ decidir conflito de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária. D) Compete à justiça federal processar e julgar pre-feito municipal por desvio de verba sujeita a presta-ção de contas perante órgão federal. E) A regra expressa no art. 78, inciso II, alínea “a”, do CPP aplica-se aos crimes conexos de competên-cia federal e estadual, preponderando a competência da jurisdi-ção à qual couber o julgamento da infração punida com a pena mais grave.

17. Com referência aos direitos fundamentais, aos recursos e ao procedimento da ação penal, assinale a opção correta.

A) Por falta de disposição legal expressa, não se a-plicam à fase inicial do procedimento previsto para o tráfico de drogas as disposições do CPP referentes à absolvição sumária, à rejeição da denúncia e à cita-ção do acusado para responder por escrito à acusa-ção. B) Nos termos do CPP em vigor, a prescrição é cir-cunstância que pode conduzir à rejeição da denúncia e não, à absolvição sumária. C) A ampla defesa, como efetiva participação no processo, compreende o direito a defensor técnico habilitado para todos os atos processuais, incluindo-se o interrogatório, não sendo admissível a ausência de manifestação da defesa nos momentos relevan-tes, como nas alegações finais, cuja inexistência ou deficiência impossibilitam a prolação de sentença. D) Em nenhum caso será admitido, por intempestivo, recurso especial interposto antes da publicação do acórdão de julgamento dos embargos de declaração. E) No processo penal, em regra, o interrogatório rea-liza-se antes da abertura do prazo para apresenta-ção de defesa prévia.

18. No que tange ao procedimento da ação penal, à prisão preventiva e à mutatio libelli, bem como à emendatio libelli, assinale a opção correta. A) Na mutatio libelli, o próprio juiz pode alterar a acusação, não ficando adstrito aos termos do aditamento.

B) É dispensável a citação pessoal de réu preso, se-ja por mandado ou precatória, sendo suficiente a ci-tação por edital, desde que o acusado não esteja preso na mesma unidade da Federação em que o juiz exerce a sua jurisdição. C) Independentemente da quantidade da pena má-xima cominada, se o acusado for reincidente, a pri-são preventiva tem cabimento nos crimes dolosos.

D) Segundo o entendimento doutrinário dominante, a justa causa tanto pode referir-se a questões tipica-mente processuais, como ausência de lastro proba-tório mínimo para a denúncia, quanto a questões pertinentes ao próprio mérito da ação penal, como a atipicidade manifesta. E) A emendatio libelli é providência que pode ser adotada em qualquer grau de jurisdição e não se submete a limitação alguma em segundo grau, mesmo na hipótese de ausência de recurso do MP.

19. Assinale a opção correta, no tocante aos re-cursos em processo penal.

A) Com a extinção do protesto por novo júri, não é mais possível, pela via recursal, que o réu seja sub-metido a novo julgamento perante o tribunal do júri. B) O agravo de instrumento é o recurso cabível con-tra a decisão que não admite recurso extraordinário ou especial, e a carta testemunhável, o recurso a-propriado contra a decisão que denega a apelação. C) Da decisão de pronúncia cabe recurso em senti-do estrito; da impronúncia e da absolvição sumária cabe apelação. D) O recurso em sentido estrito é cabível apenas contra a decisão do juiz que concede a ordem de habeas corpus, pois da que a denega tem cabimento outro habeas corpus. E) O CPP prevê o recurso em sentido estrito contra a decisão que receber ou rejeitar a denúncia ou a queixa.

20. Acerca do mandado de segurança no pro-cesso penal, do habeas corpus, da prova teste-munhal e da ação penal nos tribunais, assinale a opção correta.

A) Computam-se como testemunhas que às partes é permitido arrolar tanto as referidas como aquelas que nada souberem dizer sobre os fatos componen-tes da acusação. B) Não se deferirá o compromisso de dizer a verda-de do que souber e lhe for perguntado às pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guar-dar segredo. C) Nos crimes de competência originária de tribunal, apresentada a denúncia ou a queixa, o acusado será notificado para oferecer resposta no prazo de quinze dias, e, na sequência, não sendo apresentados no-vos documentos com a resposta, deverá o relator deliberar sobre o recebimento ou rejeição da denún-cia ou da queixa ou sobre a improcedência da acu-sação, se a decisão não depender de outras provas.

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D) Nem mesmo em tese é cabível mandado de se-gurança contra decisão judicial de indeferimento do pedido de habilitação de assistente do MP no pro-cesso penal. E) Ao juiz federal compete processar e julgar o ha-beas corpus quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujei-tos a outra jurisdição ou quando a matéria criminal for de sua competência, independentemente de o ato coator haver sido praticado por delegado de polí-cia federal ou estadual.

OBSERVAÇÃO: A questão foi anulada. Todas as alternativas são incorretas.

TRF - 4ª Região

21. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alter-nativa correta.

I. Constitui crime funcional contra a ordem tributária, previsto na Lei 8.137/90, a conduta do servidor que, com violação do dever, exigir vantagem pecuniária para deixar de lançar tributo devido. II. Constitui crime de concussão, previsto no artigo 316 do Código Penal Brasileiro, o fato de o policial rodoviário exigir, para si, no exercício da função, van-tagem pecuniária para deixar de lavrar auto de infra-ção em desfavor de motorista que foi flagrado come-tendo infração de trânsito. III. O servidor público que, com infração do dever funcional, facilita o descaminho ou o contrabando incide nas penas previstas no artigo 334 do Código Penal Brasileiro, na medida da sua culpabilidade, por participação ou coautoria. IV. Incide nas penas previstas no artigo 318 do Có-digo Penal, que prevê o crime de facilitação do con-trabando ou descaminho, o servidor que, com infra-ção de dever funcional, facilita a prática de contra-bando ou descaminho por terceiro. V. A corrupção passiva terá a pena aumentada se, em consequência da vantagem recebida, o funcioná-rio retardar ou deixar de praticar qualquer dever de ofício ou o praticar infringindo dever funcional. (a) Está correta apenas a assertiva III. (b) Estão corretas apenas as assertivas III e V. (c) Estão corretas apenas as assertivas I, II, e IV. (d) Estão corretas apenas as assertivas I, II, IV e V. (e) Estão corretas todas as assertivas.

22. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alter-nativa correta.

I. Cabe recurso em sentido estrito da decisão que receber ou não a denúncia ou queixa.

II. Cabe recurso em sentido estrito da decisão que concluir pela competência ou pela incompetência do juízo. III. Cabe recurso em sentido estrito da decisão que conceder ou negar a ordem de habeas cor-pus. IV. Cabe recurso em sentido estrito da decisão que ordenar ou não a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial. V. Cabe recurso em sentido estrito da decisão que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade. (a) Está correta apenas a assertiva V. (b) Estão corretas apenas as assertivas III e V. (c) Estão corretas apenas as assertivas I, II e IV. (d) Estão corretas todas as assertivas. (e) Nenhuma assertiva está correta.

23. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alter-nativa correta.

I. Os autos originais de processo penal extraviados ou destruídos, em primeira ou segunda instância, serão restaurados. Existindo cópia autêntica, será considerada como original. II. As partes deverão ser citadas pessoalmente para a restauração dos autos. Não sendo encontradas, serão citadas por edital. III. Proceder-se-á à restauração na primeira instân-cia, ainda que os autos se tenham extraviado na se-gunda. IV. Caso, no curso da restauração, apareçam os au-tos originais, estes serão apensados aos autos da restauração, nos quais continuará o processo. V. Até a decisão que julgue restaurados os autos, a sentença condenatória em execução continuará a produzir efeito, desde que conste da respectiva guia arquivada na cadeia ou na penitenciária onde o réu estiver cumprindo a pena ou de registro que torne a sua existência inequívoca. (a) Está correta apenas a assertiva IV. (b) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV. (c) Estão corretas apenas as assertivas I, III e V. (d) Estão corretas todas as assertivas. (e) Está incorreta apenas a assertiva IV.

24. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alter-nativa correta.

I. Quando existir suspeita da existência do crime e indícios da autoria, a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem social ou da or-dem econômica, por conveniência da instrução cri-

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minal, para assegurar a aplicação da lei penal ou para atender ao clamor público. II. A prisão temporária pode ser decretada, em caso de crime de extorsão (artigo 158 do Código Penal), quando útil para as investigações, pelo prazo de até 30 (trinta) dias. III. A prisão temporária pode ser decretada em caso de adulteração de produto destinado a fim terapêuti-co, o que consiste em infração ao artigo 273 do Có-digo Penal, quando imprescindível às investigações, pelo prazo máximo de 5 (cinco) dias. IV. Quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a não ocorrência de qualquer das hipóte-ses que autorizam a prisão preventiva, concederá liberdade provisória ao agente, depois de ouvir o Mi-nistério Público. V. Qualquer do povo poderá prender em flagrante quem é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. (a) Está correta apenas a assertiva I. (b) Estão corretas apenas as assertivas I e IV. (c) Estão corretas apenas as assertivas IV e V. (d) Estão corretas todas as assertivas. (e) Nenhuma assertiva está correta. 25. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alter-nativa correta.

I. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Públi-co tenha opinado pela absolvição, não podendo, nessa hipótese, reconhecer circunstâncias agravan-tes. II. Ao proferir sentença condenatória, o juiz fixará o valor máximo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pe-lo ofendido. III. Qualquer das partes poderá, no prazo de cinco dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contra-dição ou omissão. IV. Na sentença o juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta. V. A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos autos o respectivo termo, registran-do-a em livro especialmente destinado a esse fim. (a) Estão corretas apenas as assertivas I e V. (b) Estão corretas apenas as assertivas IV e V. (c) Estão corretas apenas as assertivas III, IV e V. (d) Estão corretas apenas as assertivas I, II, III e IV. (e) Estão corretas todas as assertivas.

26. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alter-nativa correta.

I. O prazo previsto para término do inquérito policial, no Código de Processo Penal, é de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver preso. Em caso de indiciado solto, é de 30 (trinta) dias. II. Quando se tratar de indiciado preso preventiva-mente, o prazo para término do inquérito será conta-do da data em que for executada a ordem de prisão, segundo o Código de Processo Penal. III. O prazo para término do inquérito em caso de crime contra a economia popular, na forma da Lei 1.521/1951, esteja o indiciado preso ou solto, é de 10 (dez) dias. IV. Em caso de indiciado preso por ordem da Justiça Federal, o prazo para término do inquérito é de 15 (quinze) dias, prorrogáveis por igual tempo. V. Em se tratando de tráfico ilícito de drogas, previsto na Lei 11.343/2006, o prazo para o término do inqué-rito é de 30 (trinta) dias em caso de acusado preso e de 90 (noventa) dias em caso de acusado solto, po-dendo os prazos ser duplicados por decisão judicial, ouvido o Ministério Público, se houver pedido justifi-cado da autoridade policial. (a) Está correta apenas a assertiva I. (b) Estão corretas apenas as assertivas II e V. (c) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV. (d) Estão corretas apenas as assertivas I, IV e V. (e) Estão corretas todas as assertivas. 27. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alter-nativa correta.

I. Segundo o Supremo Tribunal Federal, não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. II. Segundo o Supremo Tribunal Federal, a proibição de liberdade provisória nos processos por crimes he-diondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo. III. Segundo o Supremo Tribunal Federal, a citação do réu, como litisconsorte passivo, é obrigatória quando o Ministério Público impetra mandado de segurança contra decisão proferida em processo penal. IV. Segundo o Supremo Tribunal Federal, é relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção. V. Segundo o Supremo Tribunal Federal, não se admi-te continuidade delitiva nos crimes contra a vida. (a) Está correta apenas a assertiva I. (b) Está correta apenas a assertiva IV. (c) Estão corretas apenas as assertivas II, IV e V. (d) Estão corretas apenas as assertivas I, II, III e IV.

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(e) Estão corretas todas as assertivas.

OBSERVAÇÃO: A questão foi anulada pela banca examinadora.

28. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alter-nativa correta.

I. Em caso de crime praticado em organização crimi-nosa, o prazo para encerramento da instrução crimi-nal, estando o réu solto, será de 120 (cento e vinte) dias. II. Em caso de crime praticado em organização cri-minosa, o prazo para encerramento da instrução criminal, estando o réu preso, será de 60 (sessenta) dias. III. Nos crimes praticados em organização criminosa, a colaboração espontânea do agente que levar ao esclarecimento de infrações penais e à sua autoria determinará a redução da pena de um a dois terços. IV. Em qualquer fase da investigação será permitida a infiltração de agente policial na organização crimi-nosa, mediante circunstanciada autorização judicial. V. A interceptação de comunicações telefônicas, se-gundo a previsão da Lei 9.296/1996, poderá ser au-torizada inclusive nos casos de delitos punidos no máximo com pena de detenção. (a) Está correta apenas a assertiva IV. (b) Estão corretas apenas as assertivas I e V. (c) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV. (d) Estão corretas apenas as assertivas I, II, III e IV. (e) Estão corretas todas as assertivas.

TRF - 5ª Região

29. Acerca dos diversos institutos de direito processual penal, assinale a opção correta. A) Tratando-se de delitos contra a proprieda-de imaterial que deixem vestígios, o prazo pa-ra o oferecimento de queixa-crime é de trinta dias contados da ciência da homologação do laudo pericial produzido na medida preparató-ria de busca e apreensão.

B) A competência para processar e julgar condu-ta delituosa de liberação no meio ambiente de OGM, tal como sementes de soja transgênica, é da justiça comum estadual, ainda que os efeitos ambientais não se restrinjam ao estado da Fede-ração em que tenha ocorrido o descarte. C) Nos delitos contra a honra, quando oposta ex-ceção da verdade, compete ao STJ processar e julgar o recurso se o querelante for pessoa sujei-ta à jurisdição desse tribunal. D) Embora sem previsão legal, a exceção de precognição, caracterizada como instrumento de

oposição ao recebimento e desenvolvimento re-gular do processo de conhecimento, é acolhida pela jurisprudência do STJ. E) De acordo com a jurisprudência pacificada do STJ, o tempo remido pelo preso não gera mera expectativa de direito, mas direito adquirido.

OBSERVAÇÃO: A questão foi anulada porque o conteúdo extrapolava os limites do edital. Analisamos as alternativas.

30. No que se refere a delação premiada, inter-ceptação telefônica, habeas corpus, conexão e jurisdição, assinale a opção correta.

A) Tem sido reiteradamente aceita, conforme a juris-prudência do STJ, a utilização do habeas corpus, inclusive como substitutivo de recurso próprio e, em respeito ao princípio constitucional da celeridade processual, pa-ra o reconhecimento de nulidades (error in proce-dendo), mesmo após o trânsito em julgado da ação penal e ainda que já cumprida a condenação, desde que a prova se mostre de plano. B) Conforme entendimento dos tribunais superiores, é suficiente, para a configuração da conexão instru-mental, a mera conveniência no simultaneus processus, dispensan-do-se vínculo objetivo entre os diversos fatos crimi-nosos. C) Uma das características da jurisdição é a substitu-tividade, segundo a qual o Poder Judiciário, por meio do Estado-juiz, substitui as partes em litígio para pôr fim aos conflitos de interesse nas relações sociais; de acordo com o princípio da imutabilidade, ou defi-nitividade, após a ocorrência da coisa julgada, salvo a hipótese de revisão criminal, a sentença não pode ser alterada. D) O sistema geral de delação premiada está previs-to na Lei n.º 9.807/1999, e, apesar da previsão em outras leis, os requisitos gerais ali estabelecidos de-vem ser preenchidos para a concessão do benefício, que, conforme as condicionantes legais, assume a natureza jurídica de perdão judicial, o que implica a extinção da punibilidade, ou de causa de diminuição de pena. E) Tratando-se de investigação de fatos delituosos, a interceptação telefônica não deve ultrapassar o pra-zo de seis meses, devendo o pedido de renovação do prazo desse procedimento ser avaliado motivadamente pelo juízo processante, considerando-se os relató-rios apresentados pela polícia.

RESPOSTA: D

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31. Em relação ao tribunal do júri, ao recurso es-pecial, ao acusado e seu defensor e à prova, as-sinale a opção correta.

A) É ilegal o mandado de busca e apreensão no qual inexista referência precisa do local onde deva ser cumprido, tendo sido autorizada a diligência em ou-tro local do mesmo prédio, ainda que a apreensão seja realizada por fundada suspeita de relacionar-se com o crime em apuração. B) Consoante jurisprudência pacífica do STJ, é des-necessária a prévia notificação do réu para, espon-taneamente, constituir novo advogado antes de o magistrado nomear outro defensor a fim de apresen-tar alegações finais não oferecidas pelo inicialmente constituído. C) A ausência física do réu em audiência de oitiva de testemunhas para a apuração de delito doloso contra a vida, ainda que haja comparecimento do defensor, é causa de nulidade processual absoluta, não de-pendendo, assim, de comprovação de prejuízo. D) De acordo com entendimento pacificado no STJ, o Diário da Justiça, embora seja utilizado como veí-culo de comunicação dos atos processuais, não constitui repositório oficial de jurisprudência para fins de demonstração analítica no recurso especial. E) De acordo com a jurisprudência do STJ, deve ser interpretada de forma restritiva a norma constitucio-nal segundo a qual o preso deve ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer cala-do, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.

32. No que concerne à competência processual penal, assinale a opção correta.

A) A prerrogativa de foro de deputado estadual acu-sado de crime contra o SFN submete-o ao tribunal de justiça do estado, e não, ao TRF. B) Não compete à justiça federal processar e julgar crime praticado por funcionário público por equipara-ção, no exercício de suas funções, ainda quando em detrimento do patrimônio da União. C) Mostra-se incompatível com a CF o deslocamen-to para a assembleia legislativa local, ainda que me-diante emenda à constituição do estado, do proces-so e julgamento dos conselheiros do tribunal de con-tas estadual, nas infrações político-administrativas. D) Compete à justiça federal o julgamento de ação que apure uso de carteira de trabalho e previdência social falsa em demanda judicial que objetive a ob-tenção de benefício previdenciário do INSS, e o fato de o autor da ação previdenciária dela desistir altera a competência penal, deslocando-a para a justiça comum estadual. E) O crime de roubo cometido no interior de aerona-ve que se encontre em solo não atrai a competência da justiça federal para processá-lo e julgá-lo.

33. Em referência aos institutos da extradição, expulsão e deportação, assinale a opção correta.

A) Conforme a jurisprudência do STF, o decreto de expulsão, de cumprimento subordinado à prévia e-xecução da pena imposta pelo ordenamento jurídico brasileiro, não constitui empecilho ao livramento condicional de estrangeiro condenado. A análise dos requisitos para a concessão do livramento condicio-nal não ultrapassa os limites do procedimento sumá-rio e documental do habeas corpus. B) O estrangeiro, enquanto não se efetivar a depor-tação, poderá ser recolhido à prisão por ordem do ministro da justiça, pelo prazo improrrogável de ses-senta dias, sendo vedado dispensá-lo de penalida-des relativas à entrada ou estada irregular no territó-rio brasileiro ou de qualquer outra formalidade, ainda que isso possa dificultar a deportação. C) Tratando-se de cooperação internacional para a repressão a atos de criminalidade comum, a existên-cia de vínculos conjugais ou familiares do extraditando com pessoas de nacionalidade brasileira qualifica-se como causa obstativa da extradição. D) A prisão do súdito estrangeiro não constitui pres-suposto indispensável ao regular processamento da ação de extradição passiva, sendo-lhe aplicáveis, para a sua válida decretação, os pressupostos e os fundamentos referidos no Código de Processo Penal para a prisão preventiva. E) O sistema de contenciosidade limitada não permi-te, ordinariamente, indagação probatória pertinente ao ilícito criminal cuja persecução, no exterior, justifi-ca a demanda extradicional perante o STF, salvo em caso de pedido de extradição de brasileiro naturalizado por tráfico de entorpecentes e drogas afins, praticado antes ou de-pois da naturalização.

34. A respeito dos recursos e das nulidades, as-sinale a opção correta.

A) Da decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta é cabível carta testemunhável, que será re-querida ao diretor de secretaria ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes, devendo o requerente indicar as peças do processo que deverão ser trasladadas. B) Consoante a jurisprudência do STJ, a correção, de ofício, de erro material na sentença condenatória, em prejuízo do condenado, ainda que em recurso exclusivo da de-fesa, não constitui reformatio in pejus. C) De acordo com a jurisprudência do STJ, em res-peito aos princípios da ampla defesa e da verdade real, a mera alegação de que o acusado é usuário de substância entorpecente, por si só, justifica o e-

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QUESTÕES DA MAGISTRATURA FEDERAL PROCESSO PENAL - PROFESSOR: DR. PIETRO CHIDICHIMO JUNIOR

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xame de dependência toxicológica, sob pena de nu-lidade da ação penal. D) O rigor da constituição do agravo de instrumento no processo civil enseja-lhe o não conhecimento por ausência de peças obrigatórias ou necessárias à correta compreensão do incidente. De acordo com a jurisprudência do STJ, tal rigor não se aplica a esse recurso no processo criminal. E) Apesar de o agravo em execução não possuir rito próprio, é pacífica na jurisprudência a aplicação a ele do procedimento do recurso em sentido estrito, sen-do, portanto, devido o exercício do juízo de retrata-ção.