questÕes comentadas _ nacionalidade
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01) Indivíduos nascidos no exterior poderão, em certos casos, exercer vários dos direitos atribuídos aos
brasileiros; não poderão, no entanto, ser considerados brasileiros natos.
ITEM ERRADO: O critério ius sangüinis permite que um indivíduo seja brasileiro nato mesmo nascendo no país
estrangeiro, basta que um dos pais seja brasileiro. A Constituição apresenta duas hipóteses de nacionalidade originária
pelo critério ius sangüinis no art. 12, I, a e b.
02) Os modos de aquisição da nacionalidade brasileira estão previstos na Constituição e nos Tratados
Internacionais que o Brasil venha a aderir, com reciprocidade de tratamento.
ITEM ERRADO: A nacionalidade pode ser obtida de duas maneiras: primária ou secundária.
A primária, também denominada de originária, assim se caracteriza por ser conferida ao indivíduo ao nascer, conforme
certos critérios. Aquisição prevista somente na Constituição Federal.
A secundária ou adquirida é obtida pela pessoa durante a sua vida, por um ato de vontade. O inciso II do artigo 12 da
Constituição Federal trata dos modos de aquisição da nacionalidade brasileira pela naturalização (nacionalidade
secundária), observados os critérios da lei n. 6.815/80 (o Estatuto do Estrangeiro), dependendo de ato discricionário
do Presidente da República e da Constituição Federal, ou seja, o estrangeiro que atender aos requisitos previstos
nesse dispositivo constitucional terá direito a obter a nacionalidade brasileira pela naturalização. Além disso, com
relação aos indivíduos originários de países de língua portuguesa, as únicas exigências feitas pela Constituição para a
naturalização são: residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
03) No ordenamento jurídico nacional, há regra que determina que os ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) devem ser escolhidos entre brasileiros natos.
ITEM CORRETO: O STF é composto de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos brasileiros natos (art. 12 § 3º da
CF/88) com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação
ilibada, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada sua escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal, nos termos do artigo 101, caput e parágrafo único da Constituição. O cargo de Ministro do STF é vitalício, com
aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade.
04) Ahmed é filho de uma brasileira com um cidadão egípcio. A sua genitora emigrou para o Egito por motivos
particulares, ocasião em que ficou grávida. Ahmed nasceu na capital daquele país e não foi registrado na
Embaixada do Brasil. Aos 28 anos de idade, ele fixou residência em Boa Vista – RR e quer optar pela
nacionalidade brasileira. Diante dessa situação hipotética, Ahmed não poderá ser considerado brasileiro, uma
vez que não ocorreu o registro de seu nascimento na Embaixada do Brasil.
ITEM ERRADO: A nova Emenda 54, destaca duas possibilidades para que um filho de brasileiro nascido no
estrangeiro seja considerado brasileiro nato, vide redação expressa:
“c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Alínea com redação dada pela Emenda Constitucional nº 54,
de 2007) ”.
Logo Ahmed poderá ser brasileiro conforme dispositivo acima.
05) Amanda, ocupante de cargo público lotado no Departamento de Polícia Federal (DPF), foi condenada
administrativamente à penalidade de advertência por, no recinto da repartição, ter dirigido impropérios a um
colega de trabalho.
Com referência à situação hipotética apresentada acima e considerando que o DPF é um órgão do Ministério
da Justiça (MJ), julgue os item a seguir.
Amanda deve ser brasileira nata, pois a legislação administrativa veda a investidura de brasileiros
naturalizados em cargos públicos federais.
ITEM ERRADO: A questão apresenta dois erros:
a) Primeiro: Os cargos privativos de brasileiros natos estão dispostos no art. 12 § 3º da Constituição Federal. São eles:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República; II – de Presidente da Câmara dos Deputados; III – de Presidente do
Senado Federal; IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V – da carreira diplomática; VI – de oficial das Forças
Armadas; [i]VII – de Ministro de Estado da Defesa. Depois do conceito, percebemos que o cargo público lotado no
Departamento de Polícia Federal (DPF), não é privativo de brasileiro nato, logo não há nenhuma imposição
constitucional para que Amanda seja brasileira nata.
b) Segundo: De acordo com o art. 12, § 2º, CF/88: “A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição”, portanto a legislação administrativa não dispõe de força
para vedar a investidura de brasileiros naturalizados em cargos públicos federais. As únicas distinções permitidas pelo
texto constitucional são para o caso de extradição (art. 5°, LI), para o exercício de determinados cargos públicos (art.
12, § 3°), para ocupar o cargo de membro do Conselho da República (art. 89, VII) e para administração e orientação
intelectual de veículo de mídia no Brasil (art. 222).
06) Em relação à nacionalidade, o sistema constitucional brasileiro acolhe o modo voluntário de aquisição de
nacionalidade, e decorre dos laços de sangue e do local de nascimento.
Errado – Existem duas espécies de nacionalidade: 1) Primária/originária, que resulta do nascimento, a partir do qual,
através de critérios sangüíneos, territoriais ou mistos será estabelecida;
2) Secundária/adquirida que se adquire por vontade própria (modo voluntário), após o nascimento, e em regra pela
naturalização e não decorre dos laços de sangue e do local de nascimento.
07) Não pode ser ministro do STF aquele que, nascido no estrangeiro, seja filho de pai brasileiro ou mãe
brasileira, ainda que estes estejam a serviço da República Federativa do Brasil.
ITEM ERRADO: A questão explora dois assuntos previstos no art. 12 da Constituição Federal, ou seja, o cargo de
Ministro do STF é privativo de brasileiro nato (art. 12, § 3º). Portanto, serão brasileiros natos (conseqüentemente
poderão ser Ministros do STF) aqueles que nascerem no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil (art. 12, I, b).
08) Considera-se estrangeiro, aquela pessoa que não nasceu na Brasil.
ITEM ERRADO: Aquele que não nasceu no Brasil poderá ser brasileiro nato ou brasileiro naturalizado se submeter aos
dispositivos constitucionais previstos no art.12, II. Observe abaixo o que expressa a nossa Lei Maior (art. 12, I):
Serão brasileiros natos:
a) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
E quem é o estrangeiro?
Estrangeiro é o indivíduo que não é natural do país onde mora ou se encontra e conseqüentemente e o Estado não
atribui a qualidade de nacional por meio do processo de naturalização.
09) Segundo a Constituição da República, ao brasileiro naturalizado será permitida a assunção de cargo de
ministro do STF.
ITEM ERRADO: Os cargos privativos de brasileiros natos estão dispostos no art. 12 § 3º da Constituição Federal. São
eles: I – de Presidente e Vice-Presidente da República; II – de Presidente da Câmara dos Deputados; III – de
Presidente do Senado Federal; IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V – da carreira diplomática; VI – de
oficial das Forças Armadas; VII – de Ministro de Estado da Defesa. Sendo assim, não será permitida a assunção de
brasileiro naturalizado ao cargo de ministro do STF.
10) Rebeca, brasileira nata, casou-se em país estrangeiro com um natural de lá. Sabendo-se que a lei
estrangeira concede automaticamente a nacionalidade local em virtude do casamento, Rebeca não perderá a
nacionalidade brasileira, porque assumiu a outra nacionalidade como condição para o exercício do direito ao
casamento.
ITEM CORRETO: A aquisição voluntária de outra nacionalidade por um brasileiro conduz, como regra, à perda da sua
nacionalidade brasileira. Somente duas exceções são admitidas. Primeira, no caso de a lei estrangeira reconhecer ao
brasileiro em determinadas condições determinada nacionalidade estrangeira, como é o caso da Itália, que reconhece
aos descendentes de italianos nascidos no Brasil a condição de italianos. É caso de acumulação de nacionalidade, ou
dupla nacionalidade, constitucionalmente amparado.
Segunda e última, quando a lei estrangeira impuser ao brasileiro a obrigação de naturalizar-se, para que naquele país
possa permanecer ou mesmo exercer direitos civis, como trabalhar, alugar imóvel, casamento, ter conta em banco, etc.
11) Indivíduos nascidos no exterior poderão, em certos casos, exercer vários dos direitos atribuídos aos
brasileiros; não poderão, no entanto, ser considerados brasileiros natos.
ITEM ERRADO: A questão, ao meu ver, está semanticamente ambígua, pois expressa um conflito entre as situações
de brasileiro nato e português equiparado, mas deixo claro que o gabarito oficial não foi modificado. Siga abaixo:
a) Quando faz referência ao seguinte termo: “Indivíduos nascidos no exterior…”, entende-se que qualquer pessoa que
nascer no estrangeiro, independente da paternidade (critério ius sangüinis), não poderá ser considerada brasileira nata.
Situação incompatível com a Constituição Federal, ou seja, a questão está errada. Temos com exemplo o art. 12, I, b,
que sustenta a nacionalidade originária (brasileiro nato) àqueles que nascerem no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil (art. 12, I, b).
b) Ao citar: “…”Indivíduos nascidos no exterior poderão, em certos casos, exercer vários dos direitos atribuídos
aos brasileiros…” A Constituição Federal (art. 12, § 1º), permite aos portugueses com residência permanente no país,
se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro (segundo a
doutrina, trata-se do brasileiro naturalizado), salvo os casos previstos nesta Constituição. Portanto, a questão estaria
correta, pois este estrangeiro, titulado de português equiparado, não poderia ser considerado brasileiro nato,
confirmando a parte final do enunciado do certame.
12) Não pode ser ministro do STF o nascido no Brasil e filho de pais estrangeiros, mesmo que estes não
estejam a serviço do país onde nasceram.
ITEM ERRADO: Outra questão que explora dois assuntos previstos no art. 12 da Constituição Federal, ou seja, o cargo
de Ministro do STF é privativo de brasileiro nato (art. 12, § 3º). Portanto, serão brasileiros natos (conseqüentemente
poderão ser Ministros do STF) aqueles que nascerem na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país (art. 12, I, a).
13) São brasileiros natos os nascidos no exterior, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a
residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade penal e passem a optar, em qualquer tempo, pela
nacionalidade brasileira.
ITEM ERRADO: São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;(Alínea com redação dada pela
Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
14) Os originários de países de língua portuguesa, para adquirirem a nacionalidade brasileira derivada,
deverão, na forma da lei, reunir ainda os seguintes requisitos: residência na República Federativa do Brasil por
15 anos ininterruptos e idoneidade moral.
ITEM ERRADO: A Constituição Federal no seu art. 12, II, “a”, trata dos requisitos para que ocorra a naturalização dos
originários de língua portuguesa que são: residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
15) Os cargos de policiais federais são privativos de brasileiros natos.
ITEM ERRADO: Os cargos privativos de brasileiros natos (art.12, § 3°, CF/88) são: Presidente e Vice-Presidente da
República (mas não os Ministros de Estado), Presidente da Câmara dos Deputados (mas não deputado federal),
Presidente do Senado Federal (mas não senador), Ministro do Supremo Tribunal Federal (mas não de outros tribunais
superiores, como o Superior Tribunal de Justiça ou o Tribunal Superior do Trabalho, cuidando-se que o STM e o TSE,
nos termos da Constituição, arts. 119 e 123, têm lugares reservados a ministros do STF e a oficiais generais das
Forças Armadas, brasileiros natos, necessariamente), da carreira diplomática (que são 3° Secretário, 2° Secretário, 1°
Secretário, Conselheiro, Ministro de 2a Classe e Ministro de 1a Classe, que é o embaixador) e, finalmente, os de oficiais
das Forças Armadas, que são Exército, Marinha e Aeronáutica (mas não os suboficiais destas Forças, nem os oficiais
da Polícia Militar). A Emenda n° 23, de 3/9/99, introduziu neste dispositivo o cargo de Ministro da Defesa que passa a
ser, então, privativo de brasileiro nato.
16) Paola, filha dos brasileiros Pietro e Speranza, nasceu na Itália, sendo certo que seus pais não estavam a
serviço do Brasil e permanecem até o momento com residência naquele país estrangeiro, lembrando-se que na
Itália adota-se o princípio do ius sangüinis. Nesse caso, em princípio, Paola, é considerada polipátrida.
ITEM ERRADO – O próprio enunciado cita que a Itália adota do critério ius sangüinis. Sendo Paola, nascida na Itália,
filha de pais brasileiros, podemos concluir que ela não será italiana, mas poderá vir a ser brasileira nata. De acordo
com a Constituição Federal (art.12,I,c), no momento do nascimento Paola será considerada uma apátrida, a não ser
que os seus pais façam o registro em repartição consular brasileira competente ou podendo Paola retornar para o
Brasil e optar, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
17) Aos portugueses, que optarem pela naturalização brasileira, é exigida residência permanente no país e
reciprocidade em favor dos brasileiros.
ITEM ERRADO: A naturalização de um português pode-se dar de três formas, a primeira seria fixando residência por
um (1) ano ininterrupto e apresentando idoneidade moral, a segunda hipótese seria seguindo os requisitos do Estatuto
do Estrangeiro e a terceira e ultima seria fixando residência no Brasil por mais de quinze anos ininterruptos, não
apresentando condenação penal e requerendo a nacionalidade secundária. A questão trata do Português Equiparado
que continua sendo um estrangeiro com os mesmos direitos do brasileiro naturalizado se atendidos alguns requisitos,
tais como, residência permanente no país e reciprocidade em favor dos brasileiros.
§ Art. 12, § 1º – “Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.”
18) Os filhos, amparados pela origem sangüínea do pai ou da mãe brasileiros, nascidos no estrangeiro, podem
ser considerados brasileiros natos, desde que, filhos de pai brasileiro ou de mãe brasileira, estando, qualquer
um deles, a serviço da República Federativa do Brasil.
ITEM CORRETO: Serão brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil. Vide Art. 12, I, b.
19) O naturalizado por sentença judicial definitiva não poderá perder a nacionalidade brasileira, ainda que
venha a praticar atos terroristas em território nacional.
ITEM ERRADO: O brasileiro naturalizado que for processado e julgado culpado de algum crime no Brasil poderá, na
sentença, receber uma pena acessória de cancelamento da naturalização, de acordo com a gravidade do crime, ou
seja, se for considerada atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, § 4°, I, CF/88). Nesse caso, a partir dessa
sentença, por ato do Presidente da República, será declarada a perda de sua nacionalidade, para viabilizar a expulsão
do Brasil (já que expulsão de brasileiro, mesmo que naturalizado, configura banimento, que é pena inconstitucional,
nos termos do art. 5°, XLVII, d).
20) Em relação à nacionalidade, o sistema constitucional brasileiro confere aos portugueses que vierem para o
Brasil o direito de terem atribuído todos os direitos inerentes a brasileiros.
ITEM ERRADO: O português terá os mesmos direitos do brasileiro naturalizado se fixar residência permanente no
Brasil e existir reciprocidade entre Brasil e Portugal. Vide art. 12, § 1º da CF/88.
21) Não pode ser ministro do STF aquele que, nascido no estrangeiro, seja filho de pai brasileiro ou mãe
brasileira, ainda que estes estejam a serviço da República Federativa do Brasil.
ITEM ERRADO. Serão brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil. Como exemplo, podemos citar os filhos de
diplomatas que se encontram no exterior. Podemos ressaltar também que as pessoas que se enquadram neste tópico
(art. 12, I, b da Constituição Federal) poderão ocupar cargos privativos de brasileiros natos tais como, Ministro do STF.
22) Em tese, o Governador do Estado do Piauí pode ser até mesmo um estrangeiro, visto que a Magna Carta o
admite expressamente.
Errado – Um brasileiro, seja nato ou naturalizado, poderá se candidatar ao cargo de Governador de Estado desde que
cumpra os requisitos das condições de elegibilidade (art. 14 § 3°). Em relação a mandato eletivo, o brasileiro
naturalizado só não poderia se candidatar aos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, pois são cargos
privativos de brasileiros natos. Vide art. 12 § 3° da CF.
23) Não pode ser ministro do STF o nascido no Brasil e filho de pais estrangeiros, mesmo que estes não
estejam a serviço do país onde nasceram.
ITEM ERRADO: A regra do ius solis apresenta uma exceção aos filhos de estrangeiros, ou seja, se os pais
estrangeiros estiverem no Brasil em serviço oficial de seu país, como no caso dos diplomatas. Neste caso, guardam a
nacionalidade do país de origem dos pais, pelo critério do jus sanguinis (aquisição de nacionalidade pelo sangue dos
pais), fazendo valer o princípio da extraterritorialidade diplomática. É interessante notar que a Constituição exige
que ambos os pais sejam estrangeiros, e que pelo menos um deles esteja a serviço diplomático oficial de seu próprio
país, e não de outro.
A questão está errada, pois o nascido no Brasil, de pais estrangeiros que não estejam a serviço do seu país, será
brasileiro nato e conseqüentemente poderá ser Ministro do STF.
24) São brasileiros, nos termos da CF/88, os portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros.
ITEM ERRADO: Aos portugueses com residência permanente no País, havendo reciprocidade em favor dos brasileiros
serão atribuídos os mesmos direitos do brasileiro naturalizado. São chamados de Portugueses Equiparados.
25) O brasileiro que adquirir outra nacionalidade perde inevitavelmente a nacionalidade brasileira.
ITEM ERRADO: Em regra, o brasileiro irá perder a sua nacionalidade para adquirir outra, salvo nos casos de
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de imposição de naturalização, pela forma
estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para
o exercício de direitos civis. Vide art. 12 § 4º da Constituição Federal.
26) Além das hipóteses previstas na Constituição, a lei poderá estabelecer outras distinções entre brasileiros
natos e naturalizados.
ITEM ERRADO: A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
previstos nesta Constituição. As únicas distinções permitidas pelo texto constitucional são para o caso de extradição
(art. 5°, LI), para o exercício de determinados cargos públicos (art. 12, § 3°), para ocupar o cargo de membro do
Conselho da República (art. 89, VII) e para administração e orientação intelectual de veículo de mídia no Brasil (art.
222). Vide art. 12 § 2º
27) Jacob Klamstraus, cidadão alemão, passou a residir no Brasil, no ano de 1976. Nesse mesmo ano, casou-
se com uma brasileira, conseguiu visto permanente e empregou-se em uma fábrica, em São Paulo. Em 1995,
naturalizou-se brasileiro. Em 2000, Jacob Klamstraus, usando o seu passaporte alemão, viajou para a
Alemanha, envolvendo-se, na viagem, com o tráfico internacional de drogas. Descoberto, Jacob, mesmo revel,
foi processado e condenado na Alemanha. O governo alemão, no entanto, não sabia que Jacob estava no
Brasil e desconhecia a sua naturalização. Em 2004, quando o governo alemão descobriu que Jacob residia no
Brasil, solicitou sua extradição para cumprimento, na Alemanha, da pena a que fora condenado.
Com base na situação hipotética apresentada, julgue os itens a seguir.
Nos termos da Constituição Federal, para obter a sua naturalização, em 1995, Jacob não teve que se submeter
às regras ordinárias de naturalização. Foi necessário apenas que ele requeresse a nacionalidade brasileira e
comprovasse residência ininterrupta no Brasil há mais de quinze anos, idoneidade moral e inexistência de
condenação penal.
ITEM ERRADO: A naturalização de Jacob poderia ter ocorrido de apenas duas formas. A primeira seria a naturalização
ordinária, ou seja, seguindo o Estatuto do Estrangeiro na qual são encontráveis os requisitos e procedimentos
necessários para a obtenção da nacionalidade brasileira. A segunda seria através da naturalização extraordinária. Por
ela, qualquer estrangeiro, de qualquer nacionalidade, poderá beneficiar-se dessa forma excepcional de aquisição de
nacionalidade. As exigências são apenas três: residência ininterrupta no Brasil há mais de quinze anos, ausência de
condenação penal definitiva no Brasil e requerimento. Não havendo a necessidade neste caso de idoneidade moral.
28) Ser brasileiro nato é condição necessária para se ocupar o cargo de Ministro da Justiça.
ITEM ERRADO: Os cargos privativos de brasileiros natos estão dispostos no art. 12 § 3º da Constituição Federal. São
eles:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.
VII – de Ministro de Estado da Defesa.
Logo, o cargo de Ministro da Justiça não é privativo de brasileiro nato.