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Ano 26 | Número 145 | julho-agosto 2012 | ISSN 2182-617X «Que porção teria eu do Deus lá de cima, ou que herança do Todo- Poderoso desde as alturas?» (Job 31:2)

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Page 1: «Que porção teria eu do Deus lá de cima, ou que herança do Todo ... · 2016. 6. 13. · propósitos de Deus para a sua vida. Deste modo ele envia setas armadilhadas ao coração

Ano 26 | Número 145 | julho-agosto 2012 | ISSN 2182-617X

«Que porção teria eu do Deus lá decima, ou que herança do Todo-Poderoso desde as alturas?»

(Job 31:2)

Page 2: «Que porção teria eu do Deus lá de cima, ou que herança do Todo ... · 2016. 6. 13. · propósitos de Deus para a sua vida. Deste modo ele envia setas armadilhadas ao coração

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FICHA TÉCNICA

Periódico bimestral visando a informaçãoe edificação do povo de Deus

PropriedadeComunhão de Igrejas de Irmãos em Portugal (CIIP)Internet: www.ciip.netE-mail: [email protected]

Comissão Administrativa e Editorial:Samuel Pereira e Joel PereiraRua 43, n.º 200 | 4500-195 Espinho - PortugalTelefone :(+351) 22 7343652 e 96 8491965E-mail: [email protected]

Versão digital:http://www.refrigerio.net

Impressão:Gráfica MonumentoRua do Areal, 4528,S. João de Ver - VFRTel. 256 312037; [email protected]

© Copyrights: Autorizamos e incentivamos a divulgação, notodo ou em parte, dos estudos e artigos publicados, desde que afonte seja citada. Os artigos assinados são da responsabilidadeindividual. Os artigos que não correspondam à linhadoutrinária e informativa deste jornal, não serão publicados.Todos os artigos e anúncios para publicação no Refrigériodevem ser enviados até ao dia 10 de cada mês ímpar. ÀComissão de Publicações do Departamento de Comunicaçõesda CIIP assiste o direito de rejeitar publicidade que colida comas atividades das Assemb ias de Irmãos.e

Depósito Legal : 21.402/88ISSN: 2182-617X (impresso) | 2182-6188 (em linha)Tiragem: 2 00 exemplares0Custo de cada exemplar: € 1,90Sustentado através de ofertas voluntárias.

As fotos e imagens constantes deste número, quando não serefiram a eventos, foram extraídas de sítios e blogues dainternet, sem que nos mesmos constasse qualquer restrição oudireitos de autor. Caso alguma imagem ou ilustração estejasujeita a direitos, agradecemos que nos contacte parasolicitarmos autorização ou procedermos à sua remoção.

FINANÇAS

Agradecemos a todos os irmãos e igrejas que nostem ajudado a sustentar este ministério. Somosgratos pelas ofertas das igrejas em Braga,Madalena, Nogueira, Beato, Alumiara, Coimbra,Lapa, Cacia, Silvalde, Leça da Palmeira e dealguns crentes individuais.

Saldo do número anterior: € 43,33

NIB (Banco Popular) 0046 0115 0060 0131 89204

ATENÇÃO: GRÁTIS

Fotocopie este cupão ou faça do mesmo menção,por correio eletrónico ([email protected]), porcarta (Rua 43, n.º 200, 4500-195 Espinho Portugal)ou por telemóvel (96 849 19 65) e receberágratuitamente o que assinalar:

Um Evangelho segundo S.João;

Um curso bíblico por correspondência;

A visita de um responsável da Igreja Local(indicar telemóvel ou telefone de contacto)

Indique o seu nome, endereço ou correioelectrónico para contacto.

UM SITIO EM DESTAQUE POR EDIÇÃO

http://www.cbesmoriz.com

UUm verdadeiro cristão, éfacilmente atacado pelo

príncipe das trevas, para frutificaçãoda maldade, apesar do maligno nãolhe poder tocar. O objetivo satânico éo de desonrar a gloria de Deus eenfraquecer a fé do cristão.

No entanto o verdadeiro cristãoprocura suportar as tentações ebusca vencê-las. Deve ficar firmemesmo quando tentado de todos oslados e deve resistir até ao fim poisserá vencedor por Jesus Cristo.

Um verdadeiro cristão corre compaciência a carreira que lhe estáatribuída neste mundo, não olhandopara a direita nem para a esquerda,mas antes para Jesus, autor econsumador da fé. Heb. 12:1, 2.

É verdade que satanás, com todosos seus exércitos, cerca o coração docrente, tentando desviá-lo dospropósitos de Deus para a sua vida.Deste modo ele envia setasarmadilhadas ao coração do filho deDeus, como o orgulho, a imoralidade,a avareza, a mentira, a idolatria, emuitos outros pecados que pareceminofensivos.

O verdadeiro cristão tem de estaralerta para saber reconhecer odisfarce daquele que quer a desonrado nosso Salvador Jesus Cristoatravés dos nossos pensamentos,atitudes e ações.

O verdadeiro cristão deve ser sábioe diligente como diz as escrituras emEfésios 5.15 –“Portanto, vedediligentemente como andais, nãocomo néscios, mas como sábios.”

É verdade que no meio da igreja deJesus há algumas pessoas, que se

dizem crentes mas são inimigos doE v a n g e l h o ( à s v e z e signorantemente) porque falam maldos crentes, queixam-se dos crentes,são infiéis aos mandamentos deCristo, não vivenciam a doutrina deCristo, escarnecem do louvor e doscultos a Deus, discordam dasordenanças divinas, rejeitam ogoverno da igreja, etc e isso é comose fosse uma faca no coração doCristão sincero.

Para com estes o verdadeiro cristãoprecisa de saber agir, para não sertentado a ser como eles, afastando-se dos tais, como diz as escrituras emRomanos 16.17 (Rogo-vos, irmãos,que noteis os que promovemdissensões e escândalos contra adoutrina que aprendestes; desviai-vos deles.)

O pecado, a nossa carne e o Diabotentam constantemente separar ocristão do amor de Deus. Mas comgrande alegria podemos dizer:"Quem nos separará do amor deCristo? Será a tr ibulação, adificuldade, a perseguição, ou afome, ou a nudez, ou o perigo, ou aespada?...em todas estas coisassomos mais que vencedores porAquele que nos amou." Rom. 8:35-37.

O verdadeiro cristão, revestido detoda a armadura de Deus, é capaz defazer frente às tentações, por JesusCristo, O qual venceu todas as provase tentações, a fim de que nóspudéssemos vencer e receber umacoroa de glória.

O verdadeiro cristão vive todos osdias para a gloria de Deus e de Jesus,o Senhor.

As TentaçõesSamuel Pereira

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“… as aflições deste tempo presente nãosão para comparar com a glória que emnós há de ser revelada”, Rom. 8:18. Comestas palavras o apóstolo dos gentios,Paulo, coloca no ponto correto, porqueverdadeiro, a esperança do cristão quantoao que Jesus ganhou para ele ao vencer amorte e o pecado na expiação queconsumou na cruz do Gólgota.

É de uma glória a ser revelada aquandoda nossa “ ”, na Sua vinda, IIreunião com EleTes. 2:1, que a Palavra de Deus nos falaenquanto remidos do Senhor. Dondedevermos refletir sobre as coisas que ànossa volta vão acontecendo e às quaisnenhum de nós estará imune enquantoconsciente da evolução da história doshomens neste mundo.

Nunca tanto como agora os problemas eaflições que se levantam na Humanidade,por razões imediatas ou mediatas as maisdiversas, nos estão a deixar algo perplexospela total ausência de saídas credíveispara os mesmos por parte dos governantesdas nações. Não estou apenas a falar dacrise da zona euro ou da própria UniãoEuropeia, mas também do que se passanos Estados Unidos, não ignorando o que aLeste, na Rússia, na Ucrânia ou na Roméniase está passando, ou até em países de quese diz estarem em “em crescimentoeconómico”, como na China ou na Índia… Oconceito de democracia, como o governoda maioria do povo para o povo, com basena expressão livre de “um homem umvoto”, está claramente em causa. Os paísesque mais crescem são aqueles em quemenos liberdade individual se encontra,até porque são ditaduras declaradas.

As ditas democracias europeias e norte-americana armam-se cada vez mais dumaparafernália jurídica e, até, policial,indecifrável pelo cidadão comum, paraestabelecer práticas cada vez maisarbitrárias e às quais o eleitor é de todoalheio, que é o que está a acontecer naEuropa, onde a ditadura financeira doschamados “mercados” se está sub-repticiamente implantando…

O resultado de todo este estado decoisas é um mundo em convulsão, comoestando “em dores de parto”(…), e cujoefeito mais imediato é o engrossar dasinjustiças sociais cujo efeito mais dolorosoé o desemprego massivo nos paísesocidentais – outrora democraciaspromissoras de paraísos na terra – e apobreza e o desespero mais cruel a abater-se sobre famílias inteiras e jovens semfuturo, já para não falar exaustivamentedas multidões imensas de esfomeadospara os quais todo o auxílio humanitário,mesmo que algo signif icat ivo, édesesperantemente escasso. Mesmo nocontinente asiático o tal “crescimentoe c o n ó m i c o ” s ó s e t r a d u z n u m a

precariedade de emprego de multidões desubnutridos que aceitam (?) trabalhar,quase que de sol a sol, por uma malga decaldo e dez réis de mel coado, enquanto osseus patrões acumulam fortunas imorais .E a estabilidade dessas potênciaseconómicas está muito longe de garantircrescimento e distribuição de riqueza paraos largos milhões que permanecemamarrados às poucas migalhas de umaagricultura que nem chega a ser desubsistência – caso de chineses e indianos,mas não só…

P e r a n t e e s t e c e n á r i overdadeiramente tenebroso, háque reconhecer que os cristãossofrem também. Mas, então, e aesperança, de que acimafalamos?

A Escritura, em dadas situações, nãoisenta os que são de Deus das aflições esofrimentos de ordem vária suportadospor todos os outros homens. Não é precisofalar das “ ” na Terra de Canaãvacas magrasno tempo de José, no Egito, Gén. 41:56,para perceber as dificuldades que os filhosde Israel também suportaram (“E a fomeera gravíssima na terra”, Gén. 43:1), aindaque a família de José acabou por serabençoada nos planos de Deus para quejustiça se fizesse em relação ao pecadodos seus irmãos… (Verdadeira imagem dabenção que, por Jesus, vem sobre todoaquele que a Ele recorre com fé…).Também basta lembrar-nos “dumagrande fome em todo o mundo” , a qualafetou sobremaneira a Judeia no tempo daIgreja primitiva, a ponto de as igrejas emAntioquia, Corinto e na Macedónia seterem mobilizado para enviar “socorro”para os irmãos pobres, conforme se podeler em Act. 11:28-30.

O que se pode inferir destes exemplos, éa necessidade de cada igreja e cada cristãonão descurar a atenção para com osproblemas que, já aqui, em Portugal, selevantam com irmãos que perdem o seuemprego (casais inclusive) e se estão a verem grandes apuros para satisfazercompromissos assumidos com a hipoteca

da casa ou as necessidades dos filhos,desde a alimentação às atividadesescolares… Mat. 25:34-36 endossa-nos umaresponsabilidade inerente ao amor cristãoque proclamamos como graça de Deuspara connosco: “… tive fome e destes-mede comer, tive sede e destes-me de beber;era estrangeiro e hospedastes-me; estavanu e vestistes-me…”. Na carta de Tiago2:15-17 somos concitados a evidenciar asobras da fé que afirmamos ter da formamais taxativa: “E, se o irmão ou irmãestiverem nus, e tiverem falta demantimento quotidiano. E algum de vóslhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, efartai-vos; e lhes não derdes as coisasnecessárias para o corpo, que proveito virádaí? Assim também a fé, se não tiver asobras, é morta em si mesma.”

Não obstante, e independentemente detudo o que acima fica dito, ou talvez porcausa disso mesmo, tenhamos emconsideração o testemunho de Paulo, paraque cada um não fique na dependência doque tem ou não tem, do que carece ou não:“Sei estar abatido, e sei também terabundância; em toda a maneira, e emtodas as coisas estou instruído, tanto a terfartura, como a ter fome, tanto a tera b u n d â n c i a , c o m o a p a d e c e rnecessidade a.”, Fil. 4:12. Agradecido “todos os santos em Cristo Jesus, que estãoem Filipos, com os bispos e diáconos” ,Paulo, em aflição por amor a Cristo,reconhece a caridade tornada concreta nadádiva que lhe fizeram. Mas afirma: “Possotodas as coisas naquele que me fortalece.Todavia, fizestes bem em tomar parte naminha aflição.”, vers. 13-14. E remata novers. 19: “O meu Deus, segundo as suasriquezas, suprirá todas as vossasnecessidades em glória, por Cristo Jesus”.

Portanto, neste “ ”, emtempo presentePortugal e no Mundo, em 2012 e seguintes(…), de dificuldades, angústias eansiedades para muitos, temos a grandeoportunidade do testemunho da nossa fé edo amor/caridade uns para com os outros.Mas também para com os que, não sendo“ ” (os quais deverão serdomésticos da féobjeto de atenção em primeiro lugar, Gál.6:10), são constituídos como “ ” ao próximoquem todos devemos amar.

O Tempo PresenteVÍTOR MENDES (COIMBRA)

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O Batismo

A maior instituiçãoque há entre os

homens é a Igreja Cristã.Fundada pelo próprioCristo tem subsistido aolongo dos séculos.

Quais são então osensinos fundamentaispara os que querem estarem comunhão com aIgreja, e qual o atoexterior e oficial queadmite na Igreja local umcandidato?

Quem quer fazer parteda Igreja tem de primeiroc r e r n o s a c r i f í c i osubstituinte de Cristo, quemorreu, foi sepultado eressurgiu, em favor dah u m a n i d a d epecaminosa. Sobre esta primeira egrande verdade escreveu Paulo:“Também vos notifico, irmãos, oEvangelho que já vos tenho anunciado; oqual também recebestes e no qualtambém permaneceis. Pelo qualtambém sois salvos, se o retiverdes talcomo vo-lo tenho anunciado: ... queCristo morreu por nossos pecados,segundo as Escrituras e que foisepultado e que ressuscitou ao terceirodia, segundo as Escrituras.” 1 Coríntios15:1-4.

Eis as grandes verdades onde seedifica a Igreja. E sobre estas repousamtodas as outras doutrinas.

O Batismo, porta de entrada para aIgreja local

Cristo, ordenou aos apóstolos quefossem a todas as nações, proclamando-lhes as gloriosas verdades da salvação edisse: “Portanto ide, ensinai todas asnações, batizando-as».Mateus 28:19.

N e s t a s p a l a v r a s d e C r i s t oencontramos um mandamento. Osapóstolos deviam, não só ensinar todasas nações, preparando assim o povopara estar em comunhão com a Igrejamas também ministrar o batismo aosque receberem os seus ensinos. Obatismo, conforme o plano de Deus, é aporta através da qual homens emulheres crentes entram na Igreja local.

Desta maneira são formalmente«agregados» ao corpo dos crentes. Atos2.41

A Escritura Sagrada fala do batismorealizado em vários lugares, comoexemplos que nos permitem avaliar asua importância e compreender amaneira exata como deve serministrado.

O Batismo, uma Cerimónia da novaDispensação

O batismo é uma cerimónia da novadispensação. Não é uma sombra de algoque tivesse de ocorrer no futuro, comoe r a m a s c e r i m ó n i a s d o V e l h oTestamento. Pelo contrário é, ummemorial que testifica que o sacrifíciode Cristo no Calvário teve lugar para anossa reconciliação com Deus emanifesta a nossa identidade como umanova criatura.

“Ou não sabeis que todos quantosfomos batizados em Jesus Cristo fomosbatizados na Sua morte? De sorte quesomos sepultados com Ele pelo batismona morte; para que, como Cristoressuscitou dos mortos, pela glória doPai, assim andemos nós também emnovidade de vida. Porque, se fomosplantados juntamente com Ele nasemelhança da Sua morte, também oseremos na da Sua ressurreição;sabendo isto, que o nosso homem velhofoi com Ele crucificado, para que o corpodo pecado seja desfeito, para que nãosirvamos mais ao pecado. Porqueaquele que está morto está justificadodo pecado. Ora, se já morremos comCristo, cremos que também com Eleviveremos” Romanos 6:3-8.

O b a t i s m o r e p r e s e n t a d o i sacontecimentos importantes: emprimeiro lugar, a morte, sepultamento eressurreição de Cristo; em segundolugar, uma morte para o pecado, umsepultamento da velha natureza e umaressurreição espiritual por parte dos querecebem a Cristo.

Somos batizados na Sua morte.Somos sepultados com Ele pelo

batismo.Viveremos na semelhança da Sua

ressurreição.A conversão não

traz apenas umaexperiência de «novonascimento» para opecador, mas tambémuma morte definitivapara a velha vida dop e c a d o . O v e l h ohomem do pecadodeve ser morto. Nãosó a pessoa se torna«uma criatura», masisso é tão verdadeporque «as coisasvelhas já passaram».

Desta experiênciafala o apóstolo S.Paulo com grandeclareza: “E os que sãode Cristo crucificaram

a carne com as suas paixões econcupiscências. Se vivemos emEspírito, andemos também em Espírito».(Gálatas 5:24, 25).

O velho homem é crucificado;doravante não deve servir ao pecado.Ver Romanos 6:6.

Desde o tempo da conversão a pessoadeve viver uma vida transformada. Ascoisas que outrora amava e apreciavadevem agora ser abandonadas eesquecidas. A carne é crucificada com aspaixões e concupiscências. Não maisama o pecado nem os caminhos daimpiedade. «Tudo se fez de novo».

Assim, o batismo tem um duplosignificado para o homem que nasce denovo. Não só se torna um meio pelo qualpode expressar a sua fé na morteexpiatória de Jesus pelos seus pecados,mas test i f ica também de umaexperiência pessoal e real pela qual estápassando ao tornar-se filho de Deus.

Que bela e apropriada ilustração detudo isto se encontra na cerimónia dobatismo!

Como Cristo morreu pelo pecado doshomens, foi sepultado e três dias depoisfoi ressuscitado, assim o pecadorarrependido morre de uma morteespiritual para o pecado, sepulta a velhavida nas águas do batismo e ergue-se den o v o n a s e m e l h a n ç a d a S u aressurreição.

Ele foi batizado em Cristo. Nele tudose fez novo.

Uma cerimónia necessáriaO bat i smo é uma cer imónia

necessária. Quando Jesus deu a grandecomissão evangélica à Sua igreja,ordenou-lhe: “Portanto ide, ensinaitodas as nações, batizando-as em nomedo Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

In "Verdades Eternas" (1975)

TESTEMUNHO PÚBLICO

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05Mateus 28:19.O evangelho de Marcos cita da

seguinte maneira as palavras de Jesus:“Quem crer e for batizado será salvo;mas quem não crer será condenado”Marcos 16:16.

Certamente que uma linguagemcomo esta nunca poderia ter sido usadapor Jesus ao falar de uma cerimónia quepouco ou nenhum significado tivesse, ouque não fosse essencial no plano daredenção.

Na verdade, a real ização dacerimónia do batismo só por si nãosalvará a pessoa dos seus pecados, masserve como símbolo de uma purificaçãoespiritual.

Quando Paulo de Tarso se converteu,o servo de Deus Ananias disse-lhe parase batizar e lavar os seus pecados. Issotinha algum significado na obra deconversão e regeneração. A purificaçãoreal do pecado opera-se apenas pelosangue de Cristo.

Essa é a fonte que foi aberta para opecado e a impureza. O pecador temredenção pelo Seu sangue (Efésios 1:7).As suas vestes manchadas pelo pecadosãos lavadas e branqueadas pelosangue do Cordeiro. Apocalipse 7:14.

Mas assim como era necessário navelha dispensação um sacrifício peloqual se podia exprimir a fé no sangueexpiatório, assim é necessária umacerimónia para os que vivem deste ladoda cruz.

Os crentes de outrora exprimiam asua fé derramando o sangue de umcordeiro; os cristãos modernospassando pelas águas do batismo.

Com isto concorda o testemunhoulterior de Pedro, que declara: “Quetambém, como uma verdadeira figura,agora vos salva, o batismo, não dodespojamento da imundície da carne, pda indagação de uma boa consciênciapara com Deus, pela ressurreição deJesus Cristo”1 Pedro 3:21.

O Batismo por si mesmo não salvaSendo a doutrina do batismo

apresentada através de todo o NovoTestamento intimamente relacionadacom a salvação e remissão dos pecadosconcluem alguns que deve residir nopróprio rito uma eficácia inerente. Talideia é completamente errónea. Obatismo em si mesmo é tão insuficientepara nos promover a salvação, como ocomer do pão na Ceia do Senhor paranos conferir os atributos de Cristo. O atofísico é apenas um símbolo de um atoespiritual ou mudança que já se operou.E como é possível alguém participarindignadamente da Ceia do Senhor,assim também pode alguém receber orito do batismo indignamente - isto ésem o coração preparado. Em ambos oscasos, a pessoa continua numa condiçãoperdida, não havendo recebido bênçãoalguma na celebração do ato. Piorainda, ela zombou de um símbolosolene ordenado por Deus atraindo

sobre si mesma a condenação do Céu.

Batizados em CristoEm Romanos 6:3, como noutros textos,

d i z - s e q u e q u a n d o o p e c a d o rarrependido é batizado, é «batizado emJesus Cristo».

O professor Sauter, que é umaautor idade no grego do NovoTestamento, fala-nos de certo velhomanuscrito em papiro, mostrando quésempre que esta expressão aparece noNovo Testamento, a pessoa batizadatorna-se propriedade da pessoa divinaindicada. Assim o batismo serve nãoapenas como testemunho de que oindivíduo renunciou à sua velha vida depecado, mas também que doravante épropriedade pessoal do seu Redentor.

A sua relação transforma-se. É agora ofilho do Rei.

Requisitos para o BatismoOs requisitos para a cerimónia do

batismo são fé, arrependimento e plenaaceitação de Jesus Cristo como Salvadorpessoal.

A cerimónia deve ser precedida pelafé. Sem fé em Deus e em Cristo comoSalvador do homem, de nada vale opassar pelas águas do batismo. Isso seriauma forma morta.

O batismo das crianças não éportanto, escriturístico. A criança não éresponsável pelos seus pecados antesde atingir a idade da responsabilidade eda razão. Por isso a cerimónia dobatismo não tem significado nenhum nasua vida antes de ser atingido esseperíodo. “É necessário que aquele que seaproxima de Deus creia que Ele existe, eque é galardoador dos que o buscam”.Hebreus 11:6.

A maneira BíblicaO ú n i c o m o d o d e b a t i s m o

reconhecido no Novo Testamento é aimersão. A palavra grega «batizo», daqual deriva a palavra portuguesa«bat izar» , s igni f ica imergi r oumergulhar. O Dr. Artur Penrhy Stanley,declara que durante os primeiros trezeséculos (depois de Cristo) a práticaquase universal do batismo era a quevemos no Novo Testamento e que érepresentada pela palavra «batismo» -pois que aqueles que eram batizadoseram “mergulhados, submergidos,imersos na água”.

Foi deste modo que Jesus foi batizado.Naquela altura João batizava, os que seconvertiam, no Rio Jordão. Centenasacorriam de Jerusalém, da Judeia e detoda a região circunvizinha, para serembatizados por ele.

“Então veio Jesus da Galileia ter comJoão, junto do Jordão, para ser batizadopor ele. Mas João opunha-se-lhe,dizendo: Eu careço de ser batizado porTi, e vens Tu a mim? Jesus, porém,respondendo, disse-lhe: Deixa poragora, porque assim nos convémcumprir toda a justiça. Então Ele opermitiu. E sendo Jesus batizado, saiulogo da água e eis que se abriram osCéus e viu o Espírito de Deus descendocomo pomba e vindo sobre Ele. E eis queuma voz dos Céus dizia: Este é o MeuFilho amado, em Quem Me comprazo».Mateus 3:13-17.

Há um certo número de factos deimportância vital apresentados nesteregisto do batismo de Jesus.

Em primeiro lugar, Ele foi batizado noJordão. Ele andou todo o caminho desdeJerusalém até ao Jordão para encontrarum lugar conveniente para o batismo.

Em segundo lugar, quando foibatizado. Ele «saiu logo da água». Istoindica claramente que o método deministrar esta cerimónia a Jesus foi aimersão, pois e Ele tinha entrado naágua para ser batizado. Finalmente,quando Deus Pai olhou desde os Céuspara aquela cena, aprovou o que tinhafeito e falou diretamente do Seu tronoaos que ali estavam, dizendo: «Este é oMeu Filho amado em Quem Mecomprazo».

Jesus, que é o exemplo em todas ascoisas, passou, pois, pelas águas dobatismo e foi imergido, ilustrando assima S u a m o r t e , s e p u l t a m e n t o er e s s u r r e i ç ã o q u e e m b r e v eexperimentaria para salvação dahumanidade.

A mesma forma de batismo foitambém ministrada pelo evangelistaFilipe, quando guiado pelo Espírito deDeus, levou o eunuco etíope à aceitaçãode Jesus. Depois de estar convencido dasinceridade e fé do eunuco, “mandouparar o carro e desceram ambos à água,tanto Filipe como o eunuco, e o batizou.E quando saíram da água, o Espírito doSenhor arrebatou a Filipe e não o viumais o eunuco; e, jubiloso, continuou oseu caminho”Atos 8:38, 39.

João reconhecia a necessidade de termuita água para batiza. “Ora Joãobatizava também em Enon, junto aSalim, porque havia ali muitas águas; evinham ali e eram batizados”.S. João3:23.

A aspersão e a infusão na cerimóniado batismo só foram introduzidas naIgreja séculos depois da primeira igrejacristã. Por essa forma não tem base nemno ensino das Escrituras nem noexemplo dos discípulos de Jesus.

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Pintura

Gostava de pintar um quadroespecial, pleno de arte, técnica

excelente, mestria nas mãos. Todavia,nada disto possuo! Apenas a tela vazia,os pincéis, e as tintas básicas, sem osmeios-tons que embelezam o todo…Também as mãos, mas as mãos não têmarte, nem técnica quanto mais mestria!…Então tive uma ideia que iluminou aminha tela e com ela, a ideia, comecei aminha obra, com o coração nas mãos eas mãos no coração…

Fui ao Jardim perfeito e pedi a Eva queme emprestasse uma gota do seucompanheirismo, já que Deus a crioupara que o homem não estivesse só.Diluí essa gota numa molécula, (sóuma!), da sua curiosidade e dei aprimeira pincelada na tela apenasiluminada. Gostei. Tinha a côr verde dapromessa da vida eterna. Estava dado oprimeiro passo, agora era só continuar…

Lembrei-me duma mulher casadacom um homem que andava comDeus,mas cujo nome desconheço! Nãodeixe i que esse pormenor meperturbasse e chamei-lhe isso mesmo: “a esposa do homem que andava comDeus”. Por certo ela seria uma boacompanhia para o seu Noé, pois “nãopodem andar dois juntos se nãoestiverem de acordo”. Gostei muito dacôr que ela me deu – era um azulmaravilhoso, feito da água dos rios e dosmares misturado com gotas da primeirachuva. Então coloquei essa tinta empinceladas abundantes, e o meucoração saiu das minhas mãos e saltoude alegria com o resultado.

E agora? Agora vou pedir a umamulher bela um toque da sua beleza,mas com as rugas da sua idade, que nãotire nem uma, pois a alegria de ter sidomãe tardiamente certamente assuavizou. E de Sara recebi a côr dasestrelas que o Senhor mostrara a seumarido na noite da promessa de seuIsaque.

Gostei do tom do cântaro de Rebeca,aquele no qual foi buscar água à fontena frescura da tarde. Ela deu-mo comum sorriso tirado da sua extrema beleza,e eu fiquei parada, com as cores do barroe dos seus lábios em minhas mãos, quasesem coragem para lhe pedir mais... Masela deu-me a côr da sua gentileza e forçade trabalho, suficiente para matar asede dos muitos camelos e do homemque era, sem ela saber, um embaixadortrazendo, escondido no seu alforge, oamor dum jovem rico a quem ela, semconhecer, amou.

Precisava, agora, do tom suave dumaflor especial , daquelas que osenamorados oferecem e são recebidascom sorrisos, por vezes embaraçados,pelas suas mulheres… E um côr-de-rosainimitável foi-me dado por Raquel, apastora, amada do seu Jacó, que “poramor serviu sete anos a seu sogro e esteslhe pareceram como poucos dias, pelomuito que a amava”. Verde, azul,dourado, laranja vivo , côr-de-rosa...

Estava a ficar belo o meu quadro. Masainda não tinha música entre as cores,uma música de notas ancestrais saídados limites da tela que pintava e queenvolvesse quem para ele olhasse... Ouvio s t a m b o r i s d e M i r i ã e s u a scompanheiras, alegres com a sualibertação do cativeiro, tocando edançando no deserto a entoarem umhino à liberdade: “Cantai ao Senhor,porque gloriosamente triunfou...”

... E a música acompanhou-me na arteda fusão das côres, pelo que me pareceubem juntar o escarlata do fio de Raabe,côr da sua coragem e proteção aosmensageiros de Josué, da salvaçãorecebida em troca, a ela dedicada, epartilhada com a sua família. Ficou bemeste encarnado especial no quadro quepintava!

Duas folhas de palmeira pedi aDébora, da palmeira que lhe faziasombra quando aconselhava “os filhosde Israel que subiam a ela a juízo”. Comoficaram bem, no seu verde-escuro, etrouxeram segurança ao conjuntoconseguido.

Coloquei, suspensa, a transparênciade algumas lágrimas. Fui buscá-las aRute e à força do seu abraço, eterno, aNoemi. A Noemi pedi a inteligência nosconselhos e o afeto, e um pouco do calordado a seu neto que viria a ser o avô deum rei. Ela deu-me uma côr difícil dedescrever, mas foi uma cor quente,suave e envolvente, que veio dar calorao meu trabalho.

Prossegui na busca de auxílio para aconstrução da minha obra de arte, feitade pedaços da vida de mulheresconcretas, com defeitos e virtudes, masque estão registadas no Livro dos livros…Veio à minha memória um nome, de trêsletras apenas, mas enorme no coraçãode seu marido: Então ouvi o eco do queele lhe disse, no tempo da sua dor etristeza por não ter um filho: “Ana,porque choras? E porque não comes? Eporque está mal o teu coração? Não tesou eu melhor do que dez filhos?” … E aserenidade desta voz apaziguou esse

vazio, deu-lhe coragem e ela levantou-se e foi à luta, em oração!

Com a força deste exemplo mistureias cores das lágrimas, do amor e da fé, econsegui um todo indescritível quecoloquei no quadro em composição,saindo dos seus limites e a projetar-se noinfinito…

Senti, agora, falta dum aroma nestamistura de beleza. Fui buscá-lo aos pãescozidos no forno de Abigail, ao trigotostado, às passas de uvas e pastas defigos, aos odres de vinho e às ovelhas porela cozinhadas – precioso farnel que ela,cavalgando num jumento, levou paradar como oferta a Davi, e assimapaziguar a zanga devida a um graveerro de seu marido. Com o sabor pormim pretendido recolhi, também, umlilás suave preso no elogio dirigido a elapelo servo do Senhor: “Bendita seja a tuaprudência, e bendita sejas tu mesma...”

Verde, azul, dourado, laranja vivo ,côr-de-rosa, escarlata, verde-escuro,transparência de lágrimas, côr doinfinito, lilás, e os tamboris de Miriã, amúsica do seu cântico de liberdade, oaroma que envolvia Abigail quandointercedia a favor da sua família, o calordos braços de Noemi...

Será possível acrescentar algo maissem estragar o que está feito? E pensonumas pérolas tiradas da coroa daraínha Ester, a mulher que protegeu oseu povo do extermínio. Envolvo-asnum manto branco trazido da pureza deMaria, a bendita mãe do nosso Salvador,e coloco o conjunto na tela que compus.

Respiro fundo, distancio-me eobservo, comovida, o efeito maravilhosode tão bela obra de arte. Nestacontemplação, vêm-me à memória aspalavras, os exemplos, o sabor daamizade de amigas antigas e recentes,as marcas das suas vidas na minha vida,nossas lágrimas e risos. Junto-as todascomo quando componho um ramo deflores e coloco nesse ramo um laço, feitodo legado recebido da Mulher maismaravilhosa que conheci, riquíssima nasua doçura, sabedoria e temor a Deus –minha saudosa Mãe. Tenho a certeza deque este arranjo não estragará o meuquadro, todo feito de cores de outrasMulheres, e assim nele o coloco.

Pouso os pincéis. Acabei a minhaobra. E com o coração nas mãos e asmãos no coração, apenas lhe acrescentouma dedicatória: “a ti, MULHER, mesmose não te conheço”. Com o Amor deJesus Cristo, meu Senhor!

Lídia Pereira Mendes (Coimbra)

UM QUADRO PARA TI, MULHER

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departamento missionário

Coordenador: Normando Fontoura. Delegados: António Calaim, José Água, Joel Silva, Hélder Nuno, Carlos Alberto e Daniel SilvaNIBApartado 131, P-2725-901 Mem Martins | 0035 2145 0001 761493092

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Para marcar o 100 º aniversário dofilósofo Francis Schaeffer, PeterClarke, professor associado daU n i v e r s i d a d e d e L a u s a n n e ,homenageia este Suiço/ Valdense poradoção !

O dia 30 de janeiro de 2012 marca ocentenário do nascimento de FrancisA. Schaeffer, filósofo, teólogo, amanteda arte, evangelista e fundador da"L`Abri" em Huémoz nos Alpes doV a u d . A i n f l u ê n c i a d e s t apersonalidade ímpar na menteevangélica foi enorme. Emboranascido e formado nos Estados Unidos,Francis Schaeffer passou a maior partede sua vida na Suíça, onde escreveuseus 22 livros, traduzidos para 25línguas. É provavelmente o autor maislido do Cantão de Vaud, com mais dequatro milhões de cópias de seus livrosvendidos. É no mundo anglo-saxão quesua influência é maior.

C o m p r e e n s ã o d a c u l t u r acontemporânea

A mensagem-chave de FrancisSchaeffer para a Igreja é, que é deprimordial importância entender asmudanças nas premissas do mundoOcidental após o Iluminismo,especialmente a divisão desastrosaentre a fé e razão, depois ele viu asimplicações para a doutrina, ética, epara a evangelização. Em relação àdoutrina e ética, Schaeffer enfatizavaos perigos do liberalismo teológico e

do relativismo moral. Ele tambémenfatizou a importância de reafirmar aautor idade da Bíbl ia . Para oevangelismo, ele argumentou que oque Kant fez ao Evangelho, foi, de queo Evangelho, para muitos de nossoscontemporâneos, não só é hoje difícilde acei tar mas is to é quaseincompreensível, porque a noção de"verdade" foi perdida nas áreas de “fé eética”.

Isto levou a uma nova abordagempara o evangelismo, o que enfatiza aimportância de compreender ospressupostos filosóficos por detrás dacultura moderna e expressos, entreoutros, em muitas obras de arte.

A comunidade fundada por FrancisSchaeffer e sua esposa, Edith, que eles

chamavam de "Shelter/Abrigo" tornou-se um centro famoso, visitado pordezenas de milhares de pessoas detodo o mundo que iam até lá numprocesso de procura interior. Muitosjovens “Contra cultura” seguidores dehippies e existencialistas, disseramque pela primeira se sentiamcompreendidos, e muitos aceitaram aCristo.

Diversas figuras públicas estavami n t e r e s s a d o s ` ` e m F r a n c i sSchaeffer, incluindo Bob Dylan, EricClapton, Mick Jagger e guru do uso dedrogasTimothy Leary. Alguns delesvisitaram “O Abrigo”, e outroscontactaram Schaeffer sem ir até lá.

Por vezes, demasiado esquemático!Os Escritos de Schaeffer têm sido

acusados de ser simplistas. O que não étotalmente errado. À sua insistênciasobre o valor absoluto da ética cristãfaltou por vezes nuances e temestimulado alguns dos excessos dadireita cristã americana. A suaconceção de história da filosofia erademasiado esquemática.

Por exemplo, no seu livro “Fé erazão” história da filosofia e dacultura, desde Tomás de Aquino aos é c u l o X X , d a n d o q u a s e q u eexclusivamente o ponto de vista deSchaeffer, tudo isto em 90 páginas.Para os padrões académicos, isto não éaceitável. Mas as críticas sobre osdetalhes não nos devem fazer perder

SIMPLESMENTE...

Discípulo de CristoEnviado por António Calaim

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de vista a importância da visão globalde Schaeffer. Não ensinava numauniversidade e seu público-alvo nãofoi o mundo académico. Ele era umevangelista pioneiro e um profetamoderno. Ele mostrou-nos o que era“estar no mundo, mas não ser dom u n d o " e i s t o i m p l i c a u m acompreensão da cultura e filosofiamodernas, enquanto estas nos dãouma crítica lúcida da culturaantibíblica atual. Ele mostrou-nos que" a m a r a D e u s c o m t o d a s u ainteligência" implica um compromissocom a verdade e um pensamentocrítico rigoroso. Ele mostrou-nos que irem busca dos perdidos em Lausanneou Genebra, nos compromete acomunicar, utilizando as formas de

pensamento daqueles que queremosalcançar.

Enraizada na cultura como narevelação bíblica

Desde a morte de Francis Schaeffer,em 1984, o clima cultural e intelectualdo mundo ocidental tem continuado ae v o l u i r . O M o d e r n i s m o e oExistencialismo têm sido amplamentesubstituídos pelo pós-modernismo,apesar de um novo "hipermodernismo"ter aparecedo na forma do "novoateísmo", dos ataques da Al Qaeda àsTorres Gémeas em Nova York. Issoseria um erro considerar que ose s c r i t o s d e S c h a e f f e r e s t ã oultrapassados. O centro/coração desua mensagem permanece válido: é

p r e c i s o a v e n t u r a r - m o - n o scorajosamente nas mudanças decultura, enquanto nos firmamos àv e r d a d e d a r e v e l a ç ã o d i v i n ainalterada.

Peter Clarke, membro da IgrejaEvangélica de Villard em Lausanne.

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O Reino Milenar do Messias JesusNORMANDO FONTOURA

Deus, e só Ele, está no controle daHistória!

Tal como o povo de Israel descansavaao 7º mês - um tempo de descanso ecelebração da presença (habitação) deDeus no meio do Seu povo - assimtambém o povo de Deus pode hojeantever com alegre expectativa o"7ºdia", o tempo de descanso, um tempo dejustiça, paz, felicidade e prosperidadecomo o mundo nunca viu desde o Jardimdo Éden!

E como "para o Senhor um dia é comomil anos", cremos que esse "7º dia" estáàs portas, uma vez que a humanidade seaproxima velozmente do 7º Milénio!

Quando em breve o Rei Jesus, oMessias de Israel voltar para Jerusalém,Ele irá reinar sobre o trono de David egovernará sobre todo o Seu povoespalhado pela terra.

Quais são então as característicasdesse Reino de paz e justiça?

O MILÉNIO – UM TEMPO EM QUE OSP R O P Ó S I T O S D E D E U S S E R Ã OTOTALMENTE REALIZADOS NA TERRA!

“Quando vier o Filho do homem naSua majestade e todos os anjos com Ele,então se assentará no trono da Suaglória…Então dirá o Rei aos que

estiverem à Sua direita: Vinde, benditosde meu Pai! Entrai na posse do reino quevos está preparado desde a fundação domundo.”

Mateus 25:31;34“O reino e o domínio e a majestade

dos reinos debaixo de todo o céu serãodados ao povo dos santos do Altíssimo; oSeu reino será reino eterno, e todos osdomínios O servirão e Lhe obedecerão.”– Daniel 7:27

"Este (Jesus) será grande e seráchamado Filho do Altíssimo; e o SenhorDeus Lhe dará o trono de David, Seu pai,e reinará eternamente na casa de Jacó(Israel), e o Seu Reino não terá fim.Lucas 1:32, 33.

O Milénio descrito em Apoc.20:1-7 é aexpressão “mil anos”utilizada 6 vezesneste texto e representa um período detempo (cremos que literal) em queCristo virá reinar sobre a terra, trazendoum período de paz, prosperidade,longevidade e justiça que prevalecerãouniversalmente. Textos do VelhoTestamento também parecem referir-sea este tempo de descanso físico eespiritual, em que a própria Naturezaexperimentará uma extraordináriamudança.

Será um tempo de bênção para todos– Isaías 35;

Será um tempo de grandes colheitas,tanto das árvores como do campo –Ezequiel 34:26-27;

Jerusalém será a capital do mundo –Jeremias 3:17, e esta região conheceráuma proteção climatérica especial –Isaías 4:5-6;

Jesus será o Rei sobre todo o mundo –Zacarias 14:9;

Satanás será tirado da terra e ficaráinativo – Apocalipse 20:1-3;

A ferocidade dos animais serásuprimida – Isaías 11:6; 65:25.

Todos os seres vivos tornadoscarnívoros por causa do pecado setornarão vegetarianos – Isaías 11:7;

Os seguidores do Messias Jesusreinarão com Ele sobre toda a terra–Apoc. 20:4-9; 5:10; Mat. 25:31, 34.

CARÁTER ESPIRITUAL DO REINOMILENAR

1 – Será um reino caracterizado pelajustiça e pela paz

Apenas os justos serão admitidos noreino, tanto os seguidores de Jesus(Mateus 25:34), como os “justos deIsrael” (Isaías 60:21). A Justiça no Miléniotem a ver com o Messias – Mal. 4:2; Isa.46:13; 51:5. De facto, as palavras-chavedo reinado milenar de Cristo serão:Justiça e Paz – Isa. 32:18; 60:17. Haverá“abundância de paz até que cesse dehaver lua” – Salmo 72:7; 85:10. Cristoserá um rei que regerá com justiça – Isa.32:1; 16-17; 11:5; 33:5; Salmo 96:10.

2 – Será um reino caracterizado pelaobediência.

Apesar da desobediência na tragédiado Jardim do Éden (teste da árvore nojardim), Deus irá trazer todas as coisas àSua sujeição – Ef. 1:9,10.

Israel ficará submisso à vontade doseu Rei – Jer. 31:33; Isa. 52:8; O EspíritoSanto será derramado sobre toda ac a r n e , h a b i t a n d o , e n c h e n d o eensinando – Jer. 31:33,34; Os atuaissistemas sociais, religiosos, políticos eeconómicos humanos perversoscontrolados por Satanás serão extintos,pois Satanás ficará amarrado por milanos; A ignorância da vontade de Deus

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será suplantada pelo conhecimentouniversal do Senhor – Salmo 22:27; Mal.1:11.

3 – Será um reino caracterizado pelasantidade

A descendência de Israel será santa –Isa. 6:13; 4:3,4; Haverá um“caminhosanto” onde só os santos poderão andar –Isa. 35:8-10; A terra de Israel serárealmente “santa” – Zac. 2:12; Cristogovernará todas as nações em santidade– Salmo 47:8,9; Os sacerdotes ensinarãoao povo a diferença entre o santo e oprofano – Ez. 44:23.

4 – Será um reino caracterizado pelaverdade

Salmo 45:4 – Cristo triunfará, levandoa Verdade que Ele mesmo representa.

Cristo promulgará o direito emverdade – Isa. 42:3; Ele revelará a Israelabundância de paz e de verdade – Jer.33:6;

O trono será estabelecido e Cristo Seassentará nele em verdade – Isa. 16:5;Lucas 1:32,33.

5 – Será um reino caracterizado pelaplenitude do Espírito Santo emcumprimento pleno da profecia de Joel2:28,29. Israel terá a plenitude do EspíritoSanto – Ez. 36:27; 37:14.

A plenitude do Espírito será a marcacomum no Milénio, manifesta naadoração, no louvor, na obediênciaespontânea, no poder espiritual e natransformação interior – Isa. 32:15; 44:3;Ez. 39:29.

CONDIÇÕES EXISTENTES NO REINOMILENAR

1 – PAZ – A paz individual e nacional,fruto do reino do Messias – Isa. 2:4; 9:4-7;11:6-9; 32:17-18; 54:13; 55:12; 60:18; 65:25;66:12; Ez. 28:26; 34:25, 28; Os. 2:18; Miq.4:2-4;

2 – ALEGRIA – A plenitude da alegriaserá uma das marcas características daera milenar – Isa. 9:3,4; 12:3-6; 25:8,9; 52:9;61:7; 10-11; Jer. 31:12-14; Sof. 3:14-17.

3 – SANTIDADE – A santidade serámanifesta através do Rei e dos Seussúbditos. A terra será santa, a Cidade serásanta, o templo será santo e os súbditosserão santos – Isa. 1:26,27; 4:3,4; 29:18-23;35:8,9; 52:1; 60:21; Zac. 8:3.

4 – GLÓRIA – Será um reino glorioso, noqual a glória de Deus terá plenamanifestação – Isa. 24:23; 35:2; 40:5.

5 – CONSOLO – O Rei ministrarápessoalmente a todas as necessidades,produzindo pleno conforto – Isa. 12:1-2;30:26; 49:13; 51:3; 61:3-7; 66:13,14; Sof.3:18-20; Zac. 9:11-12; Apoc. 21:4.

6 - JUSTIÇA – Haverá ministração dejustiça perfeita a cada pessoa – Isa. 9:7;11:5; 32:16; 42:1-4; 65:21-23; Jer. 23:5.

7 – CONHECIMENTO COMPLETO –Haverá um ensinamento do EspíritoSanto como nunca existiu – Isa. 11:1,2, 9;

54:13; Hab. 2:14.

8 INSTRUÇÃO – O Rei ensinará desdeSião – Isa. 2:2, 3; 12:3-6; 29:24; 30:21-21;32:3-4; 49:10; Jer. 3:14,15; Miq. 4:2.

9 A MALDIÇÃO SERÁ RETIRADA – Amaldição original colocada sobre acriação (Gén. 3:17-19) será eliminada,p o r i s s o h a v e r á p r o d u t i v i d a d eabundante na terra. A criação animalserá transformada e os animais ferozesperderão o seu veneno e a suaferocidade – Isa. 11:6-9; 35:9; 65:25; Rom.8:19-22.

10 – AS DOENÇAS SERÃO ELIMINADAS– O Rei ministrará cura a todos e até aprópria morte será contida – Isa. 33:24;Jer. 30:17; Ezeq. 34:16.

11 – OS DEFICIENTES SERÃOCURADOS – Haverá cura para todas asdeformidades físicas – Isa 29:18-19; 35:5;Jer. 31:8,9; Sof. 3:19.

12 – PRESERVAÇÃO DA VIDA – Amós9:13-15; Zac. 14:10,11; Isa. 35:10; 65:19-20.

13 – AUMENTO DA POPULAÇÃO – Jer.30:20; Zac. 10:8.

14 – TRABALHO PARA TODOS – Haveráum sistema económico perfeito em queas necessidades do homem serãoabundantemente providas pelo seutrabalho, sob a direção e proteção do Rei.Haverá uma sociedade que produz empleno, suprindo as necessidades dossúbditos do Rei – Isa. 62:8,9; 65:21-23; Jer.31:5.

15 PROSPERIDADE ECONÓMICA – Osresultados do trabalho produzirão umaeconomia abundante e próspera, peloque não haverá falta ou necessidadealguma – Isa. 4:1; 35:1-2; 30:23-26; 62:8,9;65:21-23; Jer. 31:12; Ezeq. 34:26; Miq. 4:1-4; Zac. 8:11-12.

16 – AUMENTO DA LUZ – Haverá umaumento da luz solar e lunar ,

provocando naturalmente o aumento daprodução da terra – Isa. 4:5; 30:26; 60:19,20.

TIPO DE GOVERNO NO REINOMILENAR

1 – O governo será uma Teocracia, comJesus, o Messias, como Rei dos reis – Isa.2:2-4; Salmo 2:6; Dan. 7:13-14; Isaías 49;Luc 22:29; Luc 1:32; 19:15.

2 – David será o regente no milénio –Isa. 55:3,4; Jer. 30:9; 33:15, 17, 20, 21; Ezeq.34:23,24; 37:24,25; Oséias 3:5; Amos 9:11.

3 – Os discípulos governarão comCristo – Mat. 19:28.

4 – Muitos governarão em função doseu serviço ao Rei – Luc. 19:12-27.

QUEM ENTRARÁ NO REINO MILENAR?Todos os salvos de Israel e todos os

gentios salvos – Daniel 7:18, 22,27; Mat.13:30,31; Mat. 13:49,50.

CONVITEQueres entrar no Reino? Queres reinar

com Cristo no Seu Reino?Segue então o exemplo do ladrão ao

lado do Messias, na cruz, que implorou:"Senhor, lembra-te de mim, quandovieres no Teu reino!" Se o fizeres decoração, confessando-lhe os teuspecados e convidando-o a reinar agoramesmo no teu coração, garanto que EleSe lembrará também de ti quando vier noSeu Reino!

Shalom!

Normando Pereira FontouraSe queres dialogar comigo sobre este

importante assunto , poderás fazê- lodiretamente por e-mail:

[email protected]. Espero encontrar-te no Reino!http://shalom-israel-shalom.blogspot.pt/2012/07/o-

reino-milenar-do-messias-jesus.html

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O pai de Ló morreu cedo na sua vida.Por esse motivo, o jovem ficou sob acustódia de seu avô Tera (Gén. 11.27-28,31). Quando também este faleceu,foi Abrão, seu tio, quem tomou contadele, levando-o consigo, após terrecebido a chamada do Senhor, nosentido de iniciar a sua peregrinaçãona terra de Canaã, que prometeu dar àsua descendência (Gén. 12.1-7).Nãopassou, porém, muito tempo até queDeus, na Sua bondade, abençoassericamente Abrão e o seu sobrinho, aoponto de os rebanhos de um e do outrocrescerem tanto que começou a haverconflitos entre os seus pastores.

Sendo Abrão tio de Ló, o mais naturalseria ser ele a decidir onde ambos sedeveriam instalar, para que fossemevitadas mais desavenças. Todavia,apesar de se encontrar aindapraticamente no início da suaperegrinação, Abrão ia já bemavançado na aprendizagem da suadependência do Senhor, pelo quedecidiu deixar Ló escolher o seu lugarde habitação.

“E levantou Ló os seus olhos e viutoda a campina do Jordão, que eratoda bem regada” (Gén. 13.10). APalavra de Deus alerta-nos em relaçãoao perigo da “concupiscência dosolhos” (I Jo. 2.16). Ao deixar-se guiarpela cobiça, Ló revelou, desde logo,aquilo que o movia, ou seja, os desejosmateriais.

Ló escolheu a campina do Jordão,figura do mundo, com tudo o que tempara oferecer na sua efemeridade. Eonde se fixou Abrão? Em Canaã, a terrada promessa, que nos aponta para aJerusalém celestial, na sua eternidade.

Abrão montou as suas tendas “noscarvalhais de Manre, que estão junto aHebrom; e edificou ali um altar aoSenhor” (Gén. 13.18). Em hebraico,Manre significa “força” e Hebrom“união”: a força daquele servo de Deusprovinha da sua união com Ele, sendoa sua adoração e a sua gratidãoexpressas através do altar que Lheedificou naquele lugar.

Abrão olhava para cima. Para ondeolhava Ló? Em termos geográficos, aárea que escolheu para viver é, nasuperfície terrestre, aquela que sesitua mais abaixo do nível do mar. E oseu percurso ilustrou como cobiçagera cobiça: começando por habitarnas cidades da campina e por armar assuas tendas até Sodoma (Gén. 13.12),

em breve estava vivendo dentro dosmuros daquela cidade (Gén. 14.12).Qual era o problema da mesma? “Ora,eram maus os varões de Sodoma egrandes pecadores contra o Senhor.”(Gén. 13.13)

Ao procurar satisfazer os seusdesejos de riqueza, Ló, primeiro, foi-seaproximando, e, depois, acabou por seassentar na “roda dos escarnecedores”(Sal. 1.1), sofrendo em breve asconsequências das suas más decisões.

No capítulo 14 do livro de Génesis,lemos como, na sequência de umaguerra de quatro reis contra cinco, Ló ea sua família são levados cativos. Aotomar conhecimento do sucedido,Abrão tem de intervir com a ajuda deseus criados, para os libertar.

Decorre algum tempo, e chega o diaem que a paciência do Senhor emrelação ao pecado de Sodoma eG o m o r r a s e e s g o t a . N a S u amisericórdia, Ele envia dois anjos queanunciam a Ló a destruição destascidades. Antes disto, porém, aquelehomem, que os recebeu na sua casa,tem de passar pela vergonha deoferecer as duas filhas virgens, paratentar demover os habitantes deS o d o m a d a e x i g ê n c i a d e s eenvolverem fisicamente com os doishóspedes (o nome da cidade está naorigem do termo “sodomia”, um dosgraves pecados cometidos pelas suasgentes)…

Foi em vão que Ló, devido ao seuamor pelas coisas deste mundo,escolheu como vizinhos aquelaspessoas depravadas, porque, apesarde toda a sua relutância (os anjostiveram de pegar-lhe pela mão – Gén.19.16), viu-se obrigado a abandonar

Sodoma e os seus haveres, que foramdestruídos por uma chuva de fogo eenxofre.

E o preço pago por Ló, devido à suacobiça, foi ainda mais elevado:corrompidas moralmente peloc o n t a c t o c o n t i n u a d o c o m o sdegenerados habitantes de Sodoma, asua mulher, rejeitando o aviso doSenhor (Gén. 19.17), ao fugir da cidadeo l h o u p a r a t r á s , v e n d o - s eimediatamente transformada numaestátua de sal (Gén. 19.26), e as suasduas filhas, como não tinham marido,decidem embriagar Ló e deitar-se comele, para poderem engravidar eg a r a n t i r - l h e d e s c e n d ê n c i a . Oresultado disto foi o nascimento deMoabe e de Ben-Ami, os pais,respetivamente, dos moabitas e dosamonitas (Gén. 19.37-38), que tantosproblemas vieram a causar à nação deIsrael…

Não poderia terminar de forma maistriste o relato da vida de Ló no livro deGénesis, ou seja, com aquele homem,c o m p l e t a m e n t e e m b r i a g a d o ,cometendo incesto numa escuracaverna.

Quão diferente é, no mesmo livro, adescrição da vida de Abraão (cujaintercessão junto do Senhor, aliás,garantiu a salvação de Ló e da suafamília da destruição que se abateusobre Sodoma – Gén. 19.29), a qualculmina no teste da oferta emholocausto de seu filho Isaque, pela fée em obediência a Deus, num dosmontes da terra de Moriá.

E como foram diferentes ospercursos de Ló e de Abraão… Acomunhão com o Senhor foi umaconstante na vida deste último,descrevendo as Escrituras novesituações em que Deus o procurou,para o orientar ou para lhe revelar asSuas promessas, e sete em que Abraãose volve para o Senhor, edificando-Lhealtares ou invocando o Seu nome.

E quanto a Ló? De acordo com orelato de Génesis, o único momentoem que ele comunica com Deus équando, fugindo de Sodoma, Lhe pedeque o deixe ir para a pequena cidadede Zoar, em vez de se refugiar nummonte...

A p a r e n t e m e n t e , t e m o s n o sexemplos de Abraão e de Ló um clarocontraste entre o que é a vida de umcrente e a de um filho das trevas.Todavia, a Palavra de Deus, de uma

Coração DivididoJOÃO SILVA

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11forma algo surpreendente, contradizesta impressão:

“E livrou o justo Ló, enfadado da vidadissoluta dos homens abomináveis(porque este justo, habitando entreeles, afligia todos os dias a sua almajusta, pelo que via e ouvia sobre assuas obras injustas).” (II Ped. 2.7-8)

Com todos os defe i tos queapresentava, Ló era afinal um justo…Mas por que aparentava não o ser?

“O homem de coração dobre éinconstante em todos os seuscaminhos” (Tia. 1.8). Ló tinha umcoração dividido: por um lado, eracrente e ficava perturbado com opecado que o rodeava, mas, por outrolado, amava as coisas deste mundo,em particular as riquezas. Como

resultado disto, a sua vida foi marcadapela inconstância, o seu testemunhotornou-se irrelevante (Gén. 19.9) e oseu fim neste mundo foi desastroso…Hoje, o Senhor pede-nos: “Dá-me, filhomeu, o teu coração” (Pro. 23.26).Estamos a entregá-lo todo? Ou o amordas coisas vãs e transitórias destemundo, quer elas sejam as possesmateriais, o poder ou a honra doshomens, está a afastar-nos d'Aqueleque nos deu o que tinha de maisprecioso, o Seu próprio Filho, e a tornaro nosso testemunho ineficaz?“Ninguém pode servir a dois senhores,porque ou há de odiar um e amar ooutro ou se dedicará a um edesprezará o outro. Não podeis servira Deus e a Mamon” (Mat. 6.24)

DAVID VIEIRA (in Carta Amiga 46)

CANTAREI DE JESUS CRISTOHC 220

1 Cantarei de Jesus CristoE do Seu tão grande amor!Lá na dura cruz cravado,Padeceu da morte a dor.

Cantarei de Jesus Cristo:Com Seu sangue me comprou;

Lá na cruz, a grande contaLiquidou e me salvou.

2 Cantarei que Cristo mesmoPra do mal me libertar,

Pela Sua rica graçaMeu resgate quis pagar.

3 Com adoração sinceraSeu triunfo cantarei;

Foi por Cristo ressurgidoQue com Deus a paz achei

Após o desastre de comboio no qualpereceu o casal Philip P. Bliss (1838-1876),deste sobrou apenas a mala de viagem.

Era o dia 29 de dezembro de 1876.Era uma noite fria do intenso inverno do

Norte dos Estados Unidos, Estado de Ohio,quando se deu o rompimento de umaponte e o comboio, com todos os seuspassageiros, precipitou-se no abismo.

Muitos dos passageiros voltavam para osseus lares, após as comemorações doNatal com seus familiares, inclusive o casalBliss que ia prosseguir viagem com destinoa Chicago, onde iria dirigir a música numa

série de conferências evangelísticasproferidas pelo famoso evangelista DanielWebster Whittle.

Bliss acompanhava-o em todas asconferências, desde março de 1874.

Mas , desta vez , não chegou aacompanha-1o, perecendo no trágicodesastre ferroviário.

Conta-se que Bliss poderia tersobrevivido, não fora o esforço quedespendeu para ver se conseguia libertar asua esposa que ficara prensada entre asferragens!

Recolhidos que foram os restos dospertences dos passageiros, foi encontradaa mala do casal Bliss, única coisa que lhesrestou. Nela foram encontrados algunshinos escritos por Bliss, entre eles, o queestamos narrando: "Cantarei de JesusCristo".

Philip P. Bliss nasceu numa humilde emodesta casa, no dia 9 julho 1838.

Converteu-se com 12 anos de idade e foibatizado, tornando-se membro dumapequena igreja Batista. Ainda jovem,demonstrou grande queda pela música efoi influenciado também por dois grandeshomens da música sacra da sua época J. G.Towner e W. B. Bradbury.

Mais tarde tomou-se professor demúsica e excelente solista. Nessascondições deu seu tempo integral natarefa de dirigir a música e cantar solos nasc o n f e r ê n c i a s e v a n g e l i s t i c a s e mcompanhia do evangelista Major Whittle.

McGranahan viu a letra deste hinoencontrado na mala de Bliss, o qual lhechamou muito a atenção, especialmentepelo tom de louvor e de exultação tãoeloquente.

Granahan compôs a melodia e o hino feza sua estreia numa das reuniõesevangelísticas de Moody, em Chicago,alcançando um sucesso incomum.

A tradução, para o português, foi feitapelo saudoso irmão em Cristo, S. E. Mc Nair(1867-1959), e faz-nos lembrar daspalavras do apóstolo Paulo em sua cartaaos Filipenses: "Com toda confiança, Cristoserá , tanto agora como sempre ,engrandecido no meu corpo, seja pelavida, seja pela morte".

A única certeza que nós temos,Depois desta, nos ser confirmada,Muitas vezes nisto, nós vemos,Que não temos certeza, de nada.

Como saber, se nunca fomos traídos,Tendo como base, apenas a confiança,Pelas mulheres, pais, filhos, ou maridos,Culpamos a todos, e de nada nosavança.

Então vivemos apenas de suposições,Visto que não há nenhumas certezas,Estamos assim, mais perto das ilusões,E continuamos, com nossas fraquezas.

Hoje, o mundo vive neste estado,Com a certeza de morrer, um dia,Andam às escuras, por todo lado,Pois suas almas; não tem um guia.

Perdidos, sem rumo nem direção,Procuram saída, nas coisas ocultas,Ali não encontram, nenhuma solução,Depois entre eles, rejeitam as culpas.

O mundo vive sem nenhuma certeza,Caminham nas trevas, fora da luz,Estão desesperados, e sem defesa,E nada fazem, para encontrar Jesus.

Quando Jesus disse, Eu sou O caminho,Queria levar o homem, fora das trevas,Mas o homem, prefere andar sozinho,Obedecendo, as suas próprias regras.

No entanto, Jesus é a única certeza,Não há outro, que nos leve ao Céu,Deixando o trono da Sua Grandeza,Para nos salvar, a Sua vida Ele deu.

António Augusto de Almeida

Histórico

dos Hinos

EDGAR DE ALMEIDA

Certezas

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1Coríntios 6:1-10

O apóstolo resume. no texto, emt rmos gerais, a obra e o caráter de umeservo (ministro), focalizando aCONDUTA NO MINIST RIO.É

Conceitua o “ministério cristão”,evidencia a motivação do seuexercício, faz exortações pertinentes e,afinal, oferece o exemplo proveitosodo exercício de seu ministério, emtodas as suas implicações. Seus ensinosa são sobremodo oportunos para oímomento atual da vida ministerial.

Vejamos:a) - Conceito - v. 1Paulo começa por conceituar o nosso

necessário envolvimento no ministério“na qualidade de cooperadores”. Épreciso, antes de mais nada, ter emconta que a expressão “ministério” nãose refere ao exercício clerical noserviço de Deus, deferido a apenasalguns, chamados “ministros” edistinguidos dos demais crentes, esteschamados “leigos”. A Palavra de Deusnão autoriza essa conceituaçãodiscriminatória. Todos os cristãosverdadeiros tem responsabilidadeperante Deus como “servos” (ministros)e, para isso, são capacitados peloEspírito Santo através da concessãodos dons espirituais. O ministério doevangelho é uma obra na qual todos oscrentes devem estar envolvidos, querseja pregando, ensinando, orando,contribuindo, ou testemunhando. É umtrabalho que requer perseverança,fidelidade e diligência. Mas devemosnotar que não devemos servir em“competição”, mas trabalhandojuntamente, em verdadeira união, ecom um alvo comum: a glória de Deus(Fp 1:14-18). Mas o significado no v. 1

da expressão “na qualidade decooperadores” é o de que somoscooperadores de Cristo. Éle é o SumoPastor; nós somos Seus subordinados.Ele é o Senhor, nós somos os servos (ICo 3:5-9). A salvação é obraexclusivamente Sua (a salvação);contudo, há uma parte ministerial quese assenta no testemunho (At 1:8), napregação (Mc 16:15-16) e no ensino (Ef4:11-14) e, neste sentido, somos “Seuscooperadores”.

b) - Exortação - vs. 1b, 3Paulo exorta a “que não recebais em

vão a graça de Deus”. O que está adizer é que negar-se a ser cooperador écomo que tornar ineficaz a graça deDeus (“em vão”) que recebemos. Éimpedir que o seu efeito se manifestena vida de cada um, operando demaneira ampla no benefício de muitosque ainda estão longe do seu usufruto.É possível o crente receber a graça deDeus e experimentar a salvação (v. 2) edepois, por causa de descuidoespiritual , vivendo em pecadodeliberado, abandonar a fé e a vida doevangelho.

Exorta, mais, a que não sejamos“motivo de escândalo”. Não darescândalo é evitar ações, palavras,hábitos e conduta que possa sertropeço para os outros e impedir osucesso do evangelho pregado. Há osq u e e s t ã o s e m p r e e s p e r a n d ooportunidades para censurar edesacreditar o ministério da palavra.Por isso tenhamos cuidado em não lhesdar motivo nem ocasião para tal. Pauloreconhece que o mau procedimento,dos que se converteram por seuintermédio, servia para descrédito doseu ministério.

c) - Motivação - v . 2Citando Is 49:8, Paulo apresenta a

forte motivação da nossa atuaçãocomo cooperadores de Cristo. Naprofecia citada temos as palavras doPai para seu Filho (“Eu te ouvi”). Ouviu-O quando se assumiu como nossoFiador eterno, o Cordeiro de Deus,morto pelos nossos pecados; ouviu-Ona Sua oração sacerdotal narrada emJo 17; ouviu-O no Jardim doGetsemani, na cruz e, agora, à Sua mãodireita intercedendo por nós. Aexpressão “no tempo de oportunidade”refere-se ao tempo de paz e de boavontade do Pai para com os homens,pois agradou a Deus enviar a Cristo aomundo na plenitude dos tempos (Gl4:4,5; I Tm 1:15). A expressão “dia dasalvação” refere-se à época em que asalvação se faz presente, pelo fato deter sido trazida por Cristo. À remissãoprofética Paulo aduz o seu comentáriooportuno: “eis agora o temposobremodo oportuno, eis agora o diada salvação”. Coloca aí Paulo duasvezes a expressão: “EIS” evidenciando agrande MOTIVAÇÃO à nossa atitudecomo cooperadores de Cristo. A obrajá está completa, a justiça eterna já émanifesta e Deus está reconciliadocom o homem em Cristo. Deus propôs,prometeu e figurou este dia no VT.Agora tudo já está cumprido em Cristo(Hb 3:6-12).

d) - A experiência ministerial de Paulo- vs. 4-10

Nesses versículos Paulo descreve anatureza e o caráter do seu próprioministério, oferecendo-nos liçõespreciosas sobre vários aspetos denossa conduta no ministério. Nãobasta que o servo evite palavras eações que possam, ser um tropeço ouuma ofensa para os outros. Deve,também, ativamente por todos osmeios, provar e mostar que é umverdadeiro e fiel servo. Ao afirmar“recomendando-nos a nós mesmoscomo ministros de Deus” (v r 3:1,2 ee5:12), Paulo responde àqueles quepunham em dúvida as suas credenciaisapostólicas. Era uma forma dedemonstrar que não tinha recebido aGraça de Deus em vão e, assim, setornava exemplo para a igreja emCorinto. Paulo enumera algunsaspetos do seu comportamento noministério que nos servem bem comolições preciosas à nossa própriaconduta cristã de serviço para Deus, asaber:

A Conduta no MinistérioJAYRO GONÇALVES

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1. - nas vicissitudes da vida - v. 4bAtravés da “paciência”, sob provações

enviadas por Deus, sem murmurações,com gentileza e amabilidade, notratamento das enfermidades efraquezas dos homens, esperando queo Senhor cumpra o Seu propósito. Vejaque Paulo usa a expressão “muita”paciência. Devemos exercitá-la na suamaior dimensão. Nas “aflições” comodigno exemplo do rebanho. Nas“privações”, ou seja, nas carências deordem material e pessoal. Nas“angústias”, tanto no corpo como namente, nas definições dos caminhos aseguir e das decisões a tomar (Sl 37:5).

2. - nas perseguições impostas pelosoutros - v. 5a

Refere-se Paulo aos “açoites” (veja11:23, 24) e às “prisões”, situações nasquais devia mostrar coragem e fé peloseu amor a Cristo; nos “tumultos” quec a r a c t e r i z a v a m a s o p o s i ç õ e sprovenientes do povo e que tantosdissabores físicos e morais lhecausavam.

3. - na sua aplicação ao trabalho - v. 5bPaulo se refere aos “trabalhos” (note

o plural). ´É essencial que os servos deDeus mostrem que, na realidade, sãoSeus servos em trabalhos constantes.Deus não admite nem abençôa aindolência. Na “vigilância” necessária,tanto em relação a sí mesmo como emrelação ao povo de Deus (At 20:28-31 - IPd 5:8-10); a vigilância abrangia,tambem, o cuidado na preservação daverdade contra os que falseavam apalavra e tentavam se insinuar paraespalhar ventos de doutrinas nãosadias. Nos “jejuns” que consistiam emprivação de alimentos e tempo deprofunda comunhão com Deus, parauma maior consagração no ministério.

4. - Nas qualificações do caráter-v. 6T r a t a a g o r a P a u l o d o

comportamento ou atitude espiritualinterior invisível:

4a - “na pureza - transparência deatitude, sinceridade de coração, semmotivos ocultos.

4b - “no saber” - conhecimento claro ecorreto das Escrituras, para viverconforme o padrão de Deus e tercapacidade para ensinar os mistériosda graça e bem conduzir os outros.Essa sabedoria é alcançada pelaaplicação no estudo da Palavra e noexercício constante da oração (IITm2:15; At 6:4)

4c - “na longanimidade” - Não seirando facilmente, agindo, sempre,com gentileza, compreensão etolerância.

4d - “na bondade” - praticandosempre o bem e nunca o mal, nãoimportando a quem.

4e -“no Espírito Santo” - viver semprena plenitude do Espírito (Ef. 5:18)

4f - “no amor” - exercitando-se nasublime virtude do amor genuíno enão fingido, tanto para com Deus comopara com o semelhante (I Co 13)

5. - no exercício das capacidadesespirituais no ministério - v. 7

Os verdadeiros servos de Deus sedistinguem pela correta exposição da“palavra da verdade”, pelo “poder deDeus” acompanhando essa exposição(II Ts 1:5, 6) e pelo desempenho corretono uso da armadura de Deus,consoante Ef 6:3-17, seja ofensiva,como defensivamente (“pelas armasda justiça, quer ofensivas querdefensivas”).

6. - nas avaliações ou apreciaçõescontraditórias e equivocadas dosoutros vs. 8-10

Os servos de Deus devem esperarencontrar muitas e diferentesalterações nas circunstâncias econdições deste mundo, pois não serãotratados nem recebidos e nemconsiderados de igual modo por todasas pessoas. Serão amados por uns eodiados por outros. Por isso o seucomportamento decente, quaisquerque sejam as condições em que seencontrem, é prova evidente da sua fée integridade (Fp 4:11-13). O apóstolodeparou com “honra e desonra”, com“infâmia e boa fama”. Apesar de serum “verdadeiro ministro”, era, noentanto, reputado por alguns como um“engan dor”. Era “desconhecido” eaignorado pela maioria dos homens,mas “bem conhecido” dos crentes. Eracomo um que “estivesse morrendo”(moribundo) contudo “vivo” em Cristopara todo o sempre. “Castigado” masa i n d a “ n ã o m o r t o ” . E m b o r a“entristecido” (Rm 9:1, 2), talvez pelos e u p r ó p r i o p e c a d o e p e l aincredulidade dos outros, contudo“sempre alegre” no Senhor (Fp 4:4).“Pobre”, como são, geralmente, os quese consagram totalmente à obra doSenhor, mas sentindo-se instrumentoda graça para “enriquecer a muitos”espiritualmente. Deixando tudo paraseguir a Cristo e, por isso, “nada tendo”,

mas, em Cristo “possuindo tudo”, todasas coisas que dizem respeito à vidaverdadeira.

Conclusão:O que torna o exe c cio minis erialr í t

eficaz e aprovado por Deus é amaneira correta como o exercemos.Apliquemos, com humildade, mas comfirmeza, fidelidade e ef ci ncia, osi êpreciosos ensinos que o apostoloPaulo nos oferece, tanto atrav s doséprinc pios de conduta expostos comoípelo seu digno exemplo de ministro.

SALMO 128

A base para uma boa educaçãoConsiste em construir um padrãoGravado com exemplos de viverPara provocar o bem fazer.

A imitação do bem é raraSó uma vida bem clara é capaz deconvencerE o poder do mal vencer.Filhos bem educados não são os maismimadosMas os que tomam o lugar naformatura do lar.

Sendo melhor preparadosDe muitos bens isentadosMas enriquecidos no saberPara o poder do mal vencer

Os filhos destes dias que dão aos paisalegriasSabem avaliar o respeitoPredicados que os pais têm direitoA miséria moral descobreQue o lar rico por vezes é pobrePorque só existe aparênciaE vive-se da conveniência.

Que aprendizagem se pode terQue virtudes se podem ver, num larde confusãoOnde todos ralham sem ninguém terrazão?É esta a normalidade patente nasociedadeUma estrutura abalada onde tudo ésó fachada.

Quão felizes são os pais cujos filhossão leaisAos princípios ensinados vividos econsagrados

Bem aventurado o larOnde pais e filhos tem lugarC o m s u a s i n t e r v e n ç õ e sapresentando soluçõesSão para o mundo exemplotipificando o temploOnde tudo é paz e amorSendo este o desejo do Senhor

Alcino Cruz

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Há cerca de 3000 anos o rei Salomão deIsrael, construiu um templo a pedido deseu pai David. Na inauguração destemajestoso monumento o rei “estendeu assuas mãos para os céus” e orou a Deus,

A certo passo da sua oração elepronunciou “quando os céus se cerrareme não derem chuvas por ter Teu povopecado contra ti, e orar neste lugar econfessar o Teu nome, e se converter doseu pecado, havendo-o Tu afligido, ouveentão nos céus a sua oração e perdoa opecado de Teus servos e do Teu povo” IReis 8.35-36.

O profeta Zacarias (550AC) dizia: “Pediao Senhor chuva no tempo das chuvasserôdias, ao Senhor que faz as nuvens dachuva, dá aos homens aguaceiro e a cadaum erva no corpo.” Zacarias 10.1. OProfeta sabia que o Senhor governava anatureza, dando fertilidade e vida á terra.Esta suplica tinha sentido especial nosmomentos de crise em Israel.

Profetizando tempos ainda vindouros,Zacarias proclamou “Então todos os querestarem de todas as nações que vieramcontra Jerusalém, subirão de ano em anopara adorarem o Rei, o Senhor dosexércitos, e para celebrarem a festa dostabernáculos. E se alguma das famíliasda terra não subir a Jerusalém, paraadorar o Rei, o Senhor dos exércitos, nãocairá sobre ela a chuva. E, se a família doEgito não subir, nem vier, não virá sobreela a chuva; virá a praga com que oSenhor ferirá as nações que não subirem

a celebrar a festa dos tabernáculos” Zac.14.16-18.

No Milénio futuro, o Senhor vai receberdas nações pelo menos uma vez por anoadoração. Noutra passagem lemos:Guardai-vos para que o vosso coraçãonão se engane, e vos desvieis, e sirvais aoutros deuses, e os adoreis; e a ira doSenhor se acenda contra vós, e feche eleo céu, e não caia chuva, e a terra não dê oseu fruto, e cedo pereçais da boa terraque o Senhor vos dá. Deut. 11.16-17

Neste capitulo lemos a partir do verso 8dos benefícios da obediência e omalefício da desobediência aosmandamentos de Deus. Mas “seconfessarmos nossos pecados Ele é Fiel eJusto para nos perdoar os pecados e nos

purificar de toda a injustiça. I João 1.9.Portanto a Palavra de Deus fala de

bênção e de maldição. Esta para quempersiste nos maus caminhos nãoquerendo saber das coisas de Deus e vivena ignorância e no materialismo destavida. A bênção ou favor divino vale bem apena na nossa vida porque inclui: Auxilio,restauração, renovação, perdão, paz echuvas abundantes na região doscrentes.

Nestes últimos tempos vale a pena seragradecidos ao Senhor pela sua preciosasalvação em Cristo Jesus e pelas bênçãosque nos tem dado. Louvemos mais e maispara que Ele nos envie também chuvasde bênçãos - tal fonte de vida para anossa terra.

Porque não caiem as chuvasJOSÉ RAMOS (ALMADA)

Não vos deixeis enganarSAMUEL DA SILVA OLIVEIRA

Jesus advertiu os seus discípulos paraque não se deixassem enganar quandoacontecessem coisas traumáticas à suavolta (Marcos 13;5-8).

Estas ocorrências indicam que Deusestá no controlo absoluto da Históriaem direção ao Seu alvo final, nãoquerendo dizer, necessariamente, quese estava no fim do mundo.

Em primeiro lugar, Jesus advertiu osSeus discípulos que pretensos Messiasir iam aparecer . Quando Jesusidentificou o "EU SOU" com o Seupróprio nome, Ele estava a confessarque era o Deus de Israel, o DeusCriador, o próprio Jeová.

Os falsos Messias iriam insistir,arrogantemente, que eram Deusmesmo. Ainda assim, o aparecimentodos falsos Messias não era a marca dofim do mundo.

A História também irá presenciar atoshumanos de violência e eventos

catastróficos: guerras entre nações ereinos, desastres naturais, incluindoterramotos e fomes.

Quando estas coisas acontecem,talvez fiquemos a pensar que o fim domundo chegou; no entanto, Jesusinsistiu que tais acontecimentos nãomarcariam o fim do mundo.

Os crentes podem facilmente ficarassustados pelas imagens violentasdos noticiários da noite ou as

manchetes chocantes dos jornaismatutinos.

Cristo disse que era necessário queestas coisas acontecessem. Palavrassemelhantes foram usadas noutrasocasiões neste mesmo Evangelho paradescrever o falhanço no cumprimentoda vontade e plano de Deus.

Este mesmo tempo de linguagem foiusada para descrever a necessidadedivina da crucificação e ressurreiçãode Jesus e a proclamação deEvangelho todas as nações antes dofim. Marcos 8.31 e 13.10.

As crises mundiais não significa queDeus não está no pleno controlo das i t u a ç ã o . P o d e m o s e n c o n t r a re s p e r a n ç a p e r a n t e e s t e sacontecimentos inesperados quandoconfiamos em Deus e reconhecemosque Ele está graciosamente a guiar ocurso da Historia para atingir o seuobjetivo final.

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Transporte para o X ENIa partir do Norte

Com saída ás 8horas de 5 outubro naBoavista (Porto), passando por4Caminhos, Madalena, Gulpilhares,Espinho haverá uma camioneta de 63lugares. Inscrições: Samuel Pereira(968491965). Preço/lugar: € 7,00

XVII CongressoNacional de Jovens

Local: Acampamento Batista noPinhal de Leira, junto à praia de Águade Madeiros,

Data: 2 a 4 de novembro 2012-08-07Aproxima-se a realização de maisum congresso de nacional de Jovens.

O tema é “Intimidade com Deus: daOração à Ação”. Vamos focar a nossaatenção naquilo que deve ser a basede uma vida com Cristo: intimidadecom Deus.

É o percurso que vai de dentro parafora. Começa de dentro do coração,

no contacto secreto com o Criador, dointerior do teu quarto, mas que saltapara fora, para as tuas ações que sãovistas por todos que te rodeiam, sejana escola, no trabalho ou na Igreja.

Esperamos que durante este tempoem que vamos estar juntos possasdescobrir ou repensar alguns aspetosda tua vida. Que este congresso possaser o início de um projeto a por emprática no teu dia a dia e na tua igrejalocal.

Este ano o orador do congresso é oirmão Hélder Soares (Aveiro).

Preço: O congresso tem o custo de50€ por cada congressista. Nestevalor estão incluídas duas noites etodas as refeições, incluindo jantar nasexta-feira. Mais informações em:

http://jovens.ciip.netJoão Poças – 917 935 853

Congresso de Senhorasdo Norte

Como é hábito em cada anorealizamos o Congresso de Senhorasdo Norte no dia 27 de outubro de2012.De manhã das 10h ás 12h. DepoisAlmoço e convívio.De tarde das 15h às 17h.Local: Igreja Evangélica da Foz.Todas as irmãs são bem vindas.

Batismos15 de agosto – 10horas na Portela doMondego e ás 15 horas na casa deoração em Coimbra – Rua da Sota,18.16 de setembro – 10horas no rioCertima em Perrães.

Lar Vida Nova - PardilhóColabore com o LAR Vida Nova

p r o c u r a n d o s a b e r d a s s u a snecessidades.

Contate com a Direção do Lar VidaNova, faça uma visita ou aceda ao sítioInternet no seguinte endereço:http://www.larvidanova.com

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A astrologia é um ramo doesoterismo oculto e uma artede predizer o futuro pelaposição dos corpos celestes. As u a o r i g e m p a s s a p e l aBabilónia, Grécia, Índia eC h i n a . H á r e g i s t o s d ehoróscopos traçados na Gréciaem 2154 a.C.

O que podemos ler na bíbliasobre este assunto?

A astrologia induz aspessoas a consultarem e aacreditarem em doutrinasformuladas em objetos mortos,como astros e planetas, emlugar do Deus vivo. Por isso, elatraz iminente juízo de Deussobre aquele que a consulta.

Atos 7:42-43 - Mas Deus se afastou, eos abandonou a que servissem aoexército do céu, como está escrito nolivro dos profetas:

Os que praticam a astrologia "serãocomo restolho, o fogo os queimará".Terão um triste fim (Is 47:13-14 ).

Jeremias 8:2 - E expô-los-ão ao sol, eà lua, e a todo o exército do céu, a quemtinham amado, e a quem tinhamservido, e após quem tinham ido, e aquem tinham buscado e diante dequem se tinham prostrado; não serãorecolhidos nem sepultados; serãocomo esterco sobre a face da terra.

Por ser uma espécie de culto (Dt4:19) e uma clara prática deadivinhação, ela cria vínculos com oocultismo e atrai demónios à vidadaqueles que a praticam ( At 16:16-18, ICor 10:20).

Nesta arte, o mapa astral é definidocomo a leitura da suposta influênciaque os astros têm sobre nós, a partir donascimento, conforme o signo(escorpião, touro, etc.). Os signos sãodoze divisões feitas em constelaçõesque integram um cinturão imagináriode nome zodíaco. Há pessoas que nãosaem de casa sem ler o horóscopo (Ec8:6-9).

Vejamos os erros do mapa:O signo é pura especulação. São

doze signos para 6 mil milhões depessoas. Como é que uma previsão secumprirá para tantos ao mesmotempo? Se o signo diz: "sorte no amor",para alguém, como fica aquele quenasceu no mesmo dia, no mesmo locale que traído, se divorcia nesse dia?

O signo é uma manipulação

psicológica Quem lê o signo é induzidoa incluir-se na previsão (Cl 2:8) - Tendecuidado, para que ninguém vos façapresa sua, por meio de filosofias e vãssutilezas, segundo a tradição doshomens, segundo os rudimentos domundo, e não segundo Cristo

Deus deseja o melhor para nós.O simples uso do bom senso

desmascara o engano da astrologia.Analisa bem:

A astrologia está errada em relaçãoà posição dos astros.

Ela foi organizada a partir doconceito ptolomaico do universo(Ptolomeu 90-168 d.C). Nessa alturaacreditava-se que o Sol girava emtorno da Terra. Eram conhecidos cincoplanetas apenas, formando sete com oSol e a Lua. Mas, a partir de GalileuGalilei (1564-1642) constatou-se aexistência dos demais planetas. A Lua,por sua vez, não passa de um satélite.Como acredi tar , portanto , naastrologia, já que a sua origemfundamenta-se neste equívoco? (Zc10:2). Jo 8:44 diz quem é o responsávelpor estas doutrinas mentirosas.

A astrologia está errada em relaçãoà posição espacial da Terra . A Terraestá inclinada sobre o equinócio, assimcomo o Sol. A Terra move-se 50segundos do grau por ano, mudandodeste modo sua posição em relaçãoaos demais astros. Com efeito, desde acriação da astrologia temos dois mesesa menos. Pensa: como é possível que asconstelações (os signos) podeminfluenciar as nossas vidas se eles jánão estão no mesmo sitio? (Jr 8:2).

A astrologia está errada na suaconceção do universo. Faz cálculos

acreditando que os astrosestão equidistantes uns dosoutros. Contudo, o céu quevemos não é um teto! Ele éinfinito. Analisa: a Lua distacerca de 386.000 km da Terra eas estrelas distam de nós maisde 8,9 trilhões de km e outrasacima de 56 quadrilhões dekm; uma distancia tão elevadaq u e e x c e d e a n o s s acompreensão. Conclusão: asprevisões não passam defantasias e imaginações (Jr14:13-16).

Sobre este assunto vejamoso que a bíblia diz ainda:

Quando algumas pessoas emJerusalém adoraram o sol, Deuschamou o ato de abominação(Ezequiel 8:15-17).

Abominação: uma palavra forteusada para descrever este tipo depecados. Manassés, um dos piores reisde Judá, cometeu a abominação de seprostrar "diante de todo o exército doscéus" (2 Reis 21:3). O neto dele, o bomrei, Josias, mandou que tirassem dotemplo as coisas usadas na adoraçãoao "exército dos céus" (2 Reis 23:4).Deus prometeu destruir os lugaresonde "queimaram incenso a todo oexército dos céus" (Jeremias 19:13).Sofonias condenou pessoas queadoravam ao Senhor, mas, ao mesmotempo, adoraram "o exército do céu"(Sofonias 1:5).

Mas, alguém pode dizer que nãoadora as estrelas mas sim, consulta-aspara saber mais sobre o futuro. Nesteponto podemos ver a importância dasegunda abordagem bíblica: Deuscondena qualquer fonte de revelaçãofora da palavra dele.

Deuteronómio 18:9-14 é um trechointeressante a esse respeito. Deusincluiu entre as abominações osadvinhadores, prognosticadores,agoureiros, feiticeiros, encantadores,necromantes e mágicos.

Como cristão deves combater os queensinam doutrinas sobre horóscopos.Deves desviar-te do que dizem asrevistas de astrologia. Deve entenderque são coisas abomináveis ao Senhore que trarão a ira dEle. Não convémnem olhar para essas coisas.

Foge destas coisas para que Deus teacompanhe!

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A astrologia e a BíbliaSAMUEL PEREIRA (Adapt.)

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