16 DE MARÇO DE 2016 – QUARTA-FEIRA – ANO 25 – Nº 4.821

Calendário de pagamento dos servidores será divulgado pelo governo ainda este mêsO secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Hel-vécio Magalhães, informou ontem, em audiência da Co-missão de Administração Pú-blica, que até o final de mar-ço serão anunciadas as datas de pagamento dos servidores estaduais no próximo trimes-tre. A equipe econômica do governo acompanha fatores que influenciam diretamente as contas do Executivo, como as despesas com pessoal, a ar-recadação e a dívida pública.

Durante a reunião, Hel-vécio Magalhães e o secre-tário de Fazenda, José Afon-so Bicalho, responderam a uma série de questionamen-tos de parlamentares sobre a situação financeira do Estado. Página 3

Clarissa Barçante

Possibilidade de fechamento dematernidade preocupa deputados

A Comissão de Participa-ção Popular visitou ontem a maternidade municipal e o hospital regional de Be-tim. A prefeitura pretende transferir para o hospital, já sobrecarregado, os aten-dimentos da maternidade, que está na iminência de ser fechada. Durante a visita, os deputados puderam atestar que o hospital não possui estrutura para incorporar novos serviços. Assim, eles se mostraram contrários à possibilidade de encerra-mento das atividades da maternidade e ressaltaram que irão analisar uma solu-ção para o problema.Página 6 O atendimento da instituição seria transferido para o hospital regional

Licenciamentossão questionados por secretário

Durante audiência da Comis-são de Minas e Energia, o se-cretário de Desenvolvimento Econômico, Altamir de Araújo Rôso Filho, informou que, se todos os licenciamentos am-bientais relacionados à mine-ração fossem aprovados, o Es-tado contaria com mais R$ 32 bilhões. Segundo o secretário, mais de mil projetos aguar-dam uma licença. Os partici-pantes da reunião aproveita-ram a ocasião para cobrar a retomada das atividades da Samarco, em Mariana (Re-gião Central), tendo em vista a importância da mineração para a economia mineira. Página 5

Guilherme Bergamini

Delegada de Jequeri se defende de acusações – Página 2

Secretários apresentaram a perspectiva de pagamento dos servidores nos próximos meses

2 • quarta-feira – Assembleia Informa 16 de março de 2016

COMISSÕES

SOLENIDADE

Presidente participa de posse do TJMO presidente da Assembleia, deputado Adalclever Lopes (PMDB), participou ontem da solenidade de posse da nova diretoria do Tribunal de Justiça Militar do Estado (TJM). A cerimônia foi realizada no Teatro Francisco Nunes, no Cen-tro, em Belo Horizonte.

O deputado compôs a mesa de honra que deu posse ao juiz civil Fernando Antônio Nogueira Galvão da Rocha como presidente do TJM para o biênio 2016-2017. Também foram empossados o coronel James Ferreira Santos, como vice-presidente, o coronel Sócrates Edgard dos Anjos, como corregedor, a juíza de direito Daniela de Freitas Marques, como diretora do Foro Militar, e o juiz civil Fernando Ar-mando Ribeiro, como diretor da Escola Judicial Militar.

Também estiveram presentes à solenidade os deputa-dos Durval Ângelo (PT), líder do Governo na ALMG, e Ro-berto Andrade (PTN).

Delegada apresenta explicações paraliberação de suspeitos presos em flagrante

Guilherme Dardanhan

A delegada de Polícia Civil de Jequeri (Zona da Mata), Cleide de Oliveira Fiorillo, foi ouvida ontem na Comissão de Segu-rança Pública sobre denúncias de que, em dezembro do ano passado, teria liberado, por telefone, dois suspeitos pre-sos em flagrante com armas de fogo e drogas. Ela está sen-do investigada pela correge-doria da corporação.

A delegada classificou a denúncia como “equivocada e mentirosa”. Segundo ela, não há registro, na ocorrên-

cia policial, de que os suspei-tos tenham cometido algum assalto. Eles teriam sido leva-dos à delegacia por fugirem de uma abordagem policial.

Cleide explicou que, na perseguição, um policial mi-litar teria atirado em um dos suspeitos, tendo em vista que a dupla estava armada. “Um deles foi ferido, levado ao hospital e, horas depois, a ocorrência foi registrada. Eu não poderia prender um sus-peito ferido, com uma bala no corpo”, defendeu-se.

A delegada afirmou, ain-da, que as armas encontra-das com os suspeitos esta-vam com munição ineficiente e que o ferido não tinha ante-cedentes criminais. Para ela, o procedimento foi feito com razoabilidade, por não haver materialidade de provas que comprovassem o crime.

Em defesa da delegada Cleide, o deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT) classificou as denúncias como meras “fofo-cas”. “A situação da segurança pública no Estado é crítica. Por isso, os delegados enfren-tam dificuldades para cumprir suas funções”, opinou.Procedimentos – O deputado Cabo Júlio (PMDB) questio-nou as afirmações da delega-da. Segundo dados do bole-tim de ocorrência relatados pelo parlamentar, o suspeito teria dito que fugiu da abor-dagem policial por não ter carteira de motorista. No de-poimento, ele teria negado que a arma de fogo encon-trada era sua, apesar de já ter sido preso por tráfico de drogas e por porte de arma de fogo. “Ou seja, um deles tinha antecedentes criminais, e a conclusão do laudo peri-cial aponta para a eficiência da arma e das munições. O

procedimento foi equivoca-do, porque foram encontra-das drogas e uma arma com numeração raspada”, criticou.

O deputado Sargento Ro-drigues (PDT), que solicitou a reunião, reforçou que faltou cautela na ação da delegada. Os suspeitos, de acordo o de-putado, além de portar dro-gas e arma, teriam voltado a cometer crimes no dia pos-terior, quando foram encon-trados em um carro roubado. “Como a delegada pode ter feito o exame da arma sem ter ido ao local”, indagou. Ainda segundo Rodrigues, o Ministério Público apresen-tou denúncias de prevarica-ção e de improbidade admi-nistrativa contra a delegada.

Os deputados João Lei-te (PSDB) e Noraldino Júnior (PSC) questionaram por qual motivo não foi levada em consideração a denúncia feita por um policial militar de que um suspeito teria apontado uma arma contra ele. “Acho estranho e preocupante uma pessoa portar uma arma ras-pada, mesmo que ineficien-te, e não ser considerada criminosa. Para mim, esse tipo de procedimento coloca a população em risco”, afir-mou Noraldino Júnior.

Ricardo Barbosa

Na reunião, deputados questionaram os argumentos da delegada

16 de março de 2016 quarta-feira – Assembleia Informa • 3COMISSÕES

Pagamento dos servidores do Estadoserá reavaliado até o final de março

Em reunião da Comissão de Administração Pública reali-zada ontem, o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, afirmou que, até o final de março, será anunciado o no-vo calendário com as datas de pagamento dos servidores no próximo trimestre.

O parcelamento dos sa-lários foi adotado no início do ano. Somente os servi-dores com vencimentos de até R$ 3 mil por mês (75 % do total) têm recebido seus salários em parcela única.

Segundo o secretário, é preciso acompanhar todos os fatores que incidem nas contas do governo para se chegar a uma definição para o próximo trimestre. De acor-do com Helvécio Magalhães, entre as questões que afetam o fluxo financeiro do Executi-vo estão o peso que a folha de pagamento representa, bem como os gastos com a previdência. Conforme expli-cou, as despesas com pessoal cresceram nos últimos anos bem mais do que a receita corrente líquida, o que fez com que elas ultrapassassem o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Educação – Respondendo aos questionamentos dos parlamentares sobre o rea-juste do piso da educação e

se isso causaria mais impac-tos nas contas do governo, o secretário garantiu que o Estado está se esforçando para honrar o acordo feito com a categoria.

Helvécio Magalhães in-formou, ainda, que há a pre-visão de um contingencia-mento de quase R$ 2 bilhões no orçamento de 2016.Aumento de salários – O secretário de Estado de Fazenda, José Afonso Bica-lho, ratificou as explicações apresentadas por Helvécio Magalhães.

Ele esclareceu que os con-secutivos aumentos dos salá-rios concedidos contribuíram para o agravamento da situa-ção. “Quando você dá um au-mento, isso vira despesa”, disse.

Um segundo fator que con-tribui para o déficit do Estado seria a questão da dívida públi-ca. De acordo com José Afonso Bicalho, o Executivo comprome-tia R$ 1,5 bilhão de sua despesa com o pagamento da dívida pú-blica, valor que, em 2016, che-gará a R$ 6,9 bilhões. Ele classi-ficou como injusto para os es-tados o indexador usado para

esse cálculo. Agregado a isso, o secretário citou as novas dívidas contraídas a partir de 2003.Mínimo constitucional – Bi-calho também pontuou que, em 2013, o Estado não fazia o investimento mínimo de 25% na área da educação, previsto constitucionalmen-te. “Como passamos a cum-prir, isso afetou o orçamen-to”, explicou.

Ele ainda abordou o dé-ficit previdenciário, que foi de R$ 10 bilhões, em 2015, e chegará a R$ 13 bilhões em 2016, na sua avaliação.

Parlamentares apresentam questionamentosUm dos autores do requeri-mento para a audiência, o deputado Gustavo Valada-res (PSDB) fez uma série de questionamentos sobre a situação financeira do Esta-do. Além da perspectiva de pagamento dos servidores, ele demonstrou preocupação com a real situação econômi-ca do Executivo, cujo déficit orçamentário em 2016 pode chegar, segundo o parlamen-tar, a R$ 12 bilhões. O depu-tado finalizou sua participa-ção com críticas à reforma

administrativa aprovada no ano passado.

O deputado Gustavo Corrêa (DEM), também au-tor do requerimento para o debate, lembrou que, duran-te a gestão do PSDB no Esta-do, os salários dos servidores foram pagos até o quinto dia útil do mês. De acordo com o parlamentar, em 2015, o governo teria se apropriado dos depósitos judiciais, além de ter aumentado o ICMS para grande parte dos pro-dutos, para que o pagamen-

to fosse feito até essa data. Também autor do reque-

rimento, o deputado Carlos Pimenta (PDT) cobrou que o governo promova cortes e economize para alterar o atual panorama.Herança – Em defesa da gestão de Fernando Pimen-tel, o deputado Rogério Correia (PT) ponderou que muitos empréstimos con-traídos pelo governo ante-rior começaram a ser pagos em 2015. Nesse sentido, a deputada Cristina Corrêa

(PT) classificou a situação econômica do Estado como uma herança da adminis-tração passada.

Já o deputado Cristiano Silveira (PT) criticou a oposi-ção pelo fato de, na sua ava-liação, defender a não inter-venção do Estado no mercado e, ao mesmo tempo, quando a crise piora, pedir benefícios fiscais para as empresas.

Também participaram da reunião outros 21 parla-mentares, integrantes de to-dos os blocos da Casa.

Gastos com pessoal e dívida pública estão entre os responsáveis pela situação financeira do Estado

Clarissa Barçante

4 • quarta-feira – Assembleia Informa 16 de março de 2016COMISSÕES

Projeto que prevê mudanças no Sisemarecebe parecer pela legalidade da CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) emitiu ontem parecer pela juridicidade do Projeto de Lei (PL) 3.174/16, de autoria do governador. A proposição altera a Lei 21.972, de 2016, que trata do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). A matéria foi relatada pelo depu-tado Leonídio Bouças (PMDB).

O PL 3.174/16, que tramita em regime de urgência, ajusta as estruturas orgânicas bási-cas das entidades do Sisema ao modelo de organização administrativa do Estado, sem vícios de iniciativa e de simetria.

Segundo o parecer do rela-tor, a proposição pretende pro-mover as seguintes inserções: da diretoria de Administração e Finanças entre as unidades ad-ministrativas da Fundação Esta-dual do Meio Ambiente (Feam); das diretorias de Controle, Mo-nitoramento e Geotecnologia e de Administração e Finanças, no Instituto Estadual de Flo-restas (IEF); e das diretorias de Operações e Eventos Críticos e de Administração e Finanças no âmbito do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).Transgênicos – Outro projeto que recebeu parecer pela

sua constitucionalidade da CCJ foi o PL 2.690/15, de au-toria do deputado Rogério Correia (PT), que prevê a re-serva de espaços específicos para a comercialização de produtos transgênicos nos estabelecimentos comer-ciais varejistas do Estado. O relator, deputado Antônio Jorge (PPS), opinou pela le-galidade da proposição em sua forma original.

Os deputados também aprovaram parecer pela juridi-cidade do PL 2.514/15, do de-putado Arlen Santiago (PTB). A matéria dispõe sobre a obri-gatoriedade de os cartórios

que prestam serviços notariais informarem ao Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) a transferência de propriedade de veículos. Saúde – A CCJ ainda avalizou três projetos relacionados à saúde: o PL 1.997/15, do de-putado Arlen Santiago, o qual estabelece que os alunos que se matricularem no ensino fun-damental terão que apresen-tar resultado de exame oftal-mológico; e os PLs 3.022/15 e 2.669/15, ambos do deputado Antônio Jorge, que disciplinam a relação entre indústrias e pro-fissionais de saúde e definem diretrizes para o atendimento

prestado pelas comunidades terapêuticas, respectivamente. Avulso – Por fim, o PL 1.473/15, do deputado Boni-fácio Mourão (PSDB), o qual sugere que pelo menos 60% da frota de veículos de pro-priedade ou a serviço do Es-tado utilizem pneus reforma-dos, também recebeu parecer pela legalidade da comissão, enquanto o PL 2.179/15, do deputado Elismar Prado (PT), teve seu parecer distribuído em avulso. A proposição de-termina que os estabeleci-mentos comerciais divulguem a relação de todos os seus bens disponíveis para venda.

Revisão salarial no TJ segue para a FFOO Projeto de Lei (PL) 3.231/16, de autoria do Tribunal de Jus-tiça (TJ), que revisa em 6,28 % os vencimentos dos servido-res do Poder Judiciário, re-cebeu ontem parecer de 1º turno favorável da Comissão de Administração Pública. O relator da proposição, depu-

tado Gustavo Corrêa (DEM), opinou pela aprovação da matéria na forma do substi-tutivo nº 1, apresentado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A revisão é referente ao ano de 2015 e será paga em duas parcelas: 2%, a partir

Clarissa Barçante

Outras sete proposições foram analisadas ontem pela CCJ

de janeiro de 2016, e 4,2%, a partir de maio. Os valores relativos aos meses de maio a dezembro de 2015 já foram quitados mediante a conces-são de abono.

O substitutivo n° 1 alte-ra a ementa do projeto, que passou a usar a expressão

“revisão” dos vencimentos, em vez de “reajuste”, e a ex-plicitar que os aumentos sala-riais obedecem à Lei 18.909, de 2010.

A proposta segue agora para análise da Comissão de Fiscalização Financeira e Or-çamentária (FFO).

Transporte de passageiros motiva audiênciaA Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públi-cas aprovou, na tarde ontem, requerimento para a realiza-ção de uma audiência con-junta com a Comissão de Par-ticipação Popular, em Ibirité

(RMBH), sobre a necessidade de implantação do transporte de passageiros sobre trilhos na região. A solicitação é da depu-tada Marília Campos (PT).

Entre os requerimentos aprovados na Comissão de Ad-

ministração Pública, estão o pe-dido do deputado Lafayette de Andrada (PMB) para que seja discutida a necessidade de ins-talação de uma unidade da Uni-versidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) em Juiz de Fora

(Zona de Mata) e a sugestão do deputado João Magalhães (PMDB) de que seja agendada uma reunião sobre o Projeto de Lei (PL) 1.271/15. A proposição altera a Lei 15.424, de 2004, so-bre taxa de protesto de título.

16 de março de 2016 quarta-feira – Assembleia Informa • 5COMISSÕES

Secretário cobra celeridade na concessãode licenças relacionadas à mineração

Representantes do governo, do setor industrial e depu-tados consideram urgente a liberação de licenciamentos ambientais relacionados à mineração, cuja tramitação se encontra paralisada den-tro da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvi-mento Sustentável (Semad). O tema foi discutido ontem, em audiência da Comissão de Minas e Energia.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Altamir de Araújo Rôso Filho, informou que, atualmente, 1.066 projetos aguardam li-cenciamento ambiental em Minas Gerais. Mais de 350 deles pertencem à atividade minerária, sendo que a maior parte já conta com protocolos de intenções assinados. “Se todos os licenciamentos liga-dos à mineração fossem apro-vados, teríamos um investi-mento de R$ 32 bilhões na economia estadual”, explicou.

O gerente-executivo de Planejamento Estratégico e Desenvolvimento de Novos Negócios da Vale, Lúcio Ca-valli, ressaltou que a projeção de produção da mineradora é de 450 milhões de toneladas de minério de ferro até 2025 e que 60% dessa produção virá de Minas Gerais. “Mas, para isso, precisamos de no-vos licenciamentos de barra-gens”, frisou. Retomada – Todos os parla-mentares presentes à reu-nião destacaram a importân-cia da mineração para o Esta-do. Autor do requerimento que deu origem à audiência, o deputado Gil Pereira (PP) pediu que o Executivo não deixe Minas sucumbir por fal-ta de investimentos na área. Para o deputado Cássio Soa-res (PSD), Tito Torres (PSDB) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), a desburocratização do licen-ciamento ambiental só trará benefícios a todos.

Os deputados Thiago Cota (PMDB), Gustavo Cor-rêa (DEM), Bonifácio Mou-rão (PSDB) defenderam a retomada das atividades da mineradora Samarco. “As ví-timas devem ser reparadas, a justiça precisa ser feita, mas fechar a Samarco não é o ca-minho”, resumiu Mourão.

Na mesma linha, o deputa-do João Alberto (PMDB) classifi-cou repudiar a mineração como um ato de censura à história do Estado. O deputado Tiago Ulis-ses (PV) pediu ousadia do go-verno do Estado para enfrentar a crise. Para o deputado Nozi-nho (PDT), Minas Gerais é mui-to dependente da mineração.

Disputa societária prejudica a Usiminas

A Comissão de Desenvolvi-mento Econômico vai solici-tar ao governador Fernando Pimentel que interceda junto aos grupos controladores da Usiminas para solucionar o conflito societário na empresa. Requerimento nesse sentido,

de autoria do deputado Antô-nio Carlos Arantes (PSDB), foi aprovado ontem em audiên-cia da comissão que discutiu a situação da siderúrgica e seu reflexo na economia mineira.

O requerimento apresen-tado pelo parlamentar se jus-

tifica porque, entre as razões para a crise na empresa apre-sentadas na reunião, está a disputa pela sua presidência, travada por seus grupos con-troladores. Além disso, há dí-vidas, sucessivos prejuízos e falta de caixa na empresa de Ipatinga, no Vale do Aço.

Além de Arantes, os de-putados Celinho do Sinttrocel (PCdoB) e João Leite (PSDB) solicitaram a audiência. Celi-nho lembrou que a empresa teve prejuízo de R$ 1,6 bilhão no 4º trimestre de 2015, mas lembrou que o quadro em Ipatinga é mais favorável do que em Cubatão (SP), onde as demissões já começaram.

João Leite ressaltou que grande parte de Minas Ge-rais depende da Usiminas, que, na sua opinião, foi mais uma vítima da “política de-sastrosa do governo federal”. O deputado Agostinho Patrus

Filho (PV) apresentou duas soluções possíveis para a si-derúrgica: a venda das ações de uma controladora para a outra ou a cisão da empresa, com divisão dos ativos.

Para o deputado Felipe Attiê (PP), não há recursos pú-blicos para investimento. “Te-mos um modelo econômico esgotado, uma crise profun-da”, afirmou. A deputada Ro-sângela Reis (Pros) informou que esteve com a direção da empresa e com representan-tes da prefeitura de Ipatinga, na busca por uma solução.

Na fase de debates, participantes da audiência criticaram o governo fede-ral e lembraram a responsa-bilidade social e ambiental da Usiminas. Eles também pediram a ajuda da ALMG para que uma saída para os problemas da organização seja encontrada.

Willian Dias

Parlamentares defenderam a retomada das atividades da Samarco

A siderúrgica de Ipatinga acumula prejuízo nos últimos anos

Pollyanna Maliniak

6 • quarta-feira – Assembleia Informa 16 de março de 2016COMISSÕES

Deputados condenam iminente fechamentode maternidade pública de Betim

Parlamentares da Comissão de Participação Popular visita-ram ontem, em Betim (RMBH), a maternidade pública Haydée Espejo Conroy e o hospital regional Professor Osvaldo Franco. A prefeitura do mu-nicípio tem ameaçado fechar a maternidade e transferir os atendimentos para o hospi-tal regional. Os deputados se mostraram contrários ao en-cerramento das atividades e informaram que vão estudar soluções para a questão.

Tanto a maternidade quanto o hospital realizam cerca de 240 partos mensais. “A diferença é a vocação de cada unidade. No hospital re-gional, chegam os partos de alto risco”, explicou o deputa-do Ricardo Faria (PCdoB).

Cerca de 30 médicos suspenderam suas ativida-des na maternidade, em ra-zão da interrupção do con-trato de prestação de servi-ços, por falta de pagamento. Atualmente, só atendimen-tos de urgência estariam sendo realizados.

De acordo com o diretor do hospital, Leonardo Pres-cia, o local já enfrenta alguns problemas com superlota-ção. Ele garantiu, entretanto, que, caso seja necessário, a estrutura será remanejada

para receber os novos leitos na maternidade.

Os parlamentares constata-ram, porém, a falta de condições para essa ampliação. “Vimos mulheres em trabalho de par-to há 5 horas que ainda estão

sentadas em cadeiras”, disse a deputada Marília Campos (PT).

Segundo o deputado Ge-raldo Pimenta (PCdoB), o índi-ce de morte materna no hos-pital regional pode piorar com o fechamento da maternidade.

ORADORES

SamarcoO deputado Gustavo Vala-dares (PSDB) defendeu a retomada das atividades da Samarco, em Mariana. Ape-sar de considerar a empre-sa a principal culpada pelo acidente, ele acredita que a população não pode ser pe-nalizada, tendo em vista a importância da mineradora

para a economia do municí-pio. O parlamentar informou também que a Samarco soli-citou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente autoriza-ção do retorno de suas ati-vidades e que ele pedirá ao órgão que agilize esse proce-dimento. Por fim, Valadares afirmou ter concluído, a par-tir das falas dos secretários

de Estado de Planejamento e de Fazenda, que participa-ram ontem de audiência na ALMG, que os servidores po-dem continuar tendo seus sa-lários parcelados. Em aparte, Antonio Jorge (PPS) disse que os recursos de multas obtidas da Samarco precisam ser des-tinados aos municípios afeta-dos pelo acidente.

SaúdeO deputado Elismar Prado (PT) parabenizou seu irmão, o deputado federal Weli-ton Prado (PMB-MG), pela formulação do Projeto de Lei 3.454/15, que obriga a União a fornecer pílulas de fosfoetanolamina, a chama-da pílula do câncer. Ele acu-sou a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa) de ser incoerente, uma vez que ela libera o uso do ci-garro e restringe a distribui-ção da pílula à população. Elismar lembrou, ainda, o Dia do Consumidor, come-morado ontem. Em aparte, Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) parabenizou Ouro Fino (Sul de Minas), sua cidade na-

tal, pelos seus 267 anos. Em outro aparte, Isauro Calais (PMDB) questionou se não haveria um lobby da indús-tria farmacêutica por trás da proibição da pílula do cân-cer. Ainda em aparte, Rogé-rio Correia (PT) disse que os projetos para os servidores da educação engrandecem o governo e a ALMG.

Guilherme Bergamini

A prefeitura tem ameaçado transferir atendimentos para o hospital regional

16 de março de 2016 quarta-feira – Assembleia Informa • 7

PLENÁRIO

Reunião Extraordinária (9 horas)Mesma pauta da Reunião Ordinária

Reunião Ordinária (14 horas)Veto Total à Proposição de Lei Complementar 145

Do governador. Proposição de lei altera a Lei Complementar 89, de

2006, que dispõe sobre a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Dis-cussão em turno único (faixa constitucional)

Veto Total à Proposição de Lei 22.827Do governador. Proposição de lei proíbe a inauguração e a entrega de obra pública estadual incompleta ou que não esteja em condições de atender à população. Discussão em turno único (faixa constitucional)

ORDEM DO DIA

ORADORES

ViolênciaSegundo o deputado Dilzon Melo (PTB), o governo do Estado não tem investido o suficiente na segurança pú-blica. De acordo com o parla-mentar, em Varginha (Sul), os juízes estão prestes a mandar soltar cem presos, por cau-sa da falta de recursos nas penitenciárias. Ele também

informou ter questionado o secretário de Estado de Pla-nejamento sobre a retenção do pagamento dos servidores atingidos pela inconstitucio-nalidade da Lei 100 que estão de licença médica. O respon-sável pela pasta teria infor-mado que os licenciados só receberão quando estiverem aposentados. Dilzon ainda

criticou a reforma adminis-trava planejada pelo governo, a qual, segundo ele, só favo-receria os companheiros. Ao final do seu discurso, ele cen-surou o corte de recursos para o custeio da Polícia Militar. Em aparte, o deputado João Leite (PSDB) lamentou a ausência de um subsecretário de Admi-nistração Penitenciária.

Segurança públicaO deputado Cabo Júlio (PMDB) rebateu algumas críticas de Dil-zon Melo (PTB) e de João Lei-te (PSDB) em relação à segu-rança pública. Segundo Cabo Júlio, a situação do sistema prisional está ligada à falta de investimentos no gover-no anterior. Ele explicou que o Estado não tem um subse-

cretário de Administração Pe-nitenciária porque a reforma administrativa dividirá a Se-cretaria de Estado de Desen-volvimento Social em duas novas pastas: de Segurança Pública e Extraordinária de Administração Prisional. O deputado também informou que serão convocados exce-dentes dos últimos concursos

da Polícia Militar e do Corpo do Bombeiros. Para Cabo Jú-lio, isso só será possível por causa das negociações entre a categoria, os deputados e o governo. Em aparte, o de-putado Rogério Correia (PT) disse que muitas questões de segurança que ficaram pen-dentes na gestão passada só agora estão sendo resolvidas.

BetimO possível fechamento de unidades de saúde em Betim (RMBH) foi abordado pelo deputado Geraldo Pimen-ta (PCdoB). Segundo o par-lamentar, a prefeitura está ameaçando encerrar as ativi-dades de várias instituições, como a maternidade muni-cipal. Ele informou que 30

médicos foram demitidos e que o prefeito Carlaile Pedro-sa pretende municipalizar o hospital regional, construído com recursos federais. “Be-tim vive um momento grave na saúde, devido à epidemia da dengue. A cidade precisará de mais hospitais e funcioná-rios”, apontou. Pimenta ainda anunciou que será realizada

audiência na Assembleia pa-ra discutir uma saída para a questão. Como alternativas para o financiamento da saúde no Estado e no País, o deputado defendeu a taxação de gran-des fortunas e a aprovação do projeto federal que retoma a cobrança da Contribuição Pro-visória sobre Movimentações Financeiras (CPMF).

EducaçãoO deputado Cristiano Silvei-ra (PT) informou que foi pu-blicada hoje, no diário oficial Minas Gerais, a nomeação de 3,5 mil candidatos aprovados em concurso da educação. Ainda de acordo com Silvei-ra, no ano passado, o gover-no do Estado nomeou 15 mil novos servidores no setor e

trabalha com a meta de 30 mil novas nomeações para o próximo ano, devido à demis-são dos servidores afetados pela inconstitucionalidade da Lei 100. O deputado afirmou, ainda, que o projeto que re-ajusta o salário dos profes-sores mineiros, em função da revisão do piso nacional, será enviado pelo governo à

Assembleia. Cristiano Silveira também defendeu o Projeto de Lei 2.223/16, de sua auto-ria, que dispõe sobre a políti-ca de atendimento à mulher vítima de violência. A propos-ta prevê, entre outros itens, auxílio financeiro temporário para as mulheres que se afas-tarem de casa para fugir de seus agressores.

Iniciada discussão de veto do governadorO Veto Total à Proposição de Lei Complementar 145/16, que trata da ampliação do co-lar da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH),

teve sua discussão iniciada na Reunião Ordinária de Ple-nário de ontem. O deputado Cristiano Silveira (PT), nomea-do relator em Plenário, fez a

leitura do seu parecer, favo-rável à manutenção do veto. Mudança de partido – Ainda durante a Reunião Ordinária, foi lida comunicação do de-

putado Léo Portela informan-do sua filiação ao Partido Re-publicano Brasileiro (PRB). O parlamentar deixou o Partido da República (PR).

8 • quarta-feira – Assembleia Informa 16 de março de 2016

TV ASSEMBLEIA

ACONTECE HOJE

ORDEM DO DIA (cont.)

MESA DA ASSEMBLEIA

Deputado Adalclever LopesPresidente Deputado Hely Tarqüínio1º-vice-presidenteDeputado Lafayette de Andrada2º-vice-presidente

Deputado Braulio Braz3º-vice-presidenteDeputado Ulysses Gomes1º-secretárioDeputado Alencar da Silveira Jr.2º-secretárioDeputado Doutor Wilson Batista3º-secretário

SECRETARIACristiano Felix dos SantosDiretor-geralCarlos NavarroSecretário-geral da Mesa

ASSEMBLEIA INFORMAEditado pela Diretoria de

Comunicação Institucional da ALMGDiretor: Rodrigo LucenaGerente-geral de Imprensa e Divulgação: Fabíola FarageEdição: Bernardo Esteves (editor-geral)

Revisão: Leonardo MordenteDiagramação: Mylène Marques End.: R. Martim de Carvalho, 94 – 8º andar – BH – CEP: 30190-090 Tel.: (31) 2108-7715 Impresso pela Gerência-Geral de Suporte Logístico (ramal 7763)www.almg.gov.br

9 horas• Reunião Extraordinária (Plenário)• Comissão de Direitos Humanos (Auditório) – discutir e votar proposições

que dispensam Plenário9h30

• Comissão de Administração Pública (Plenarinho IV) – discutir e votar pa-recer sobre o PLC 50/16 (1º turno), do governador, o qual garante aos servidores efetivados pela Lei Complementar 100, de 2007, que se en-contravam afastados para tratamento de saúde à época em que foram desligados do Estado, a continuidade da licença médica

10 horas• Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (Plenarinho IV) – discutir e

votar pareceres sobre oito proposições, entre as quais o PLC 50/16 (1º turno), do governador, o qual garante aos servidores efetivados pela Lei Complemen-tar 100, de 2007, que se encontravam afastados para tratamento de saúde à época em que foram desligados do Estado, a continuidade da licença médica

• Comissão de Minas e Energia (Plenarinho III) – discutir e votar proposi-ções da comissão

10h30• Comissão de Meio Ambiente (Plenarinho I) – discutir e votar proposições

da comissão• Comissão de Constituição e Justiça (Plenarinho II) – discutir e votar pa-

receres sobre 49 proposições, entre as quais o PL 3.174/16 (1º turno), do governador, que ajusta as estruturas orgânicas básicas das entidades do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) ao modelo de organização administrativa do Executivo

10h45• Comissões de Agropecuária e de Meio Ambiente (Auditório) – debater,

com a presença de convidados, os danos que a instalação de um aterro sanitário em Divinópolis traria a comunidades do município. Requeri-mento: deputados Fabiano Tolentino e Fábio Avelar Oliveira

14 horas• Reunião Ordinária (Plenário)• Comissão de Saúde (Plenarinho IV) – debater, com a presença de convida-

dos, possíveis irregularidades no Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM). Requerimento: deputado Sargento Rodrigues

• Reunião preparatória do fórum técnico Plano Estadual de Educação (Sala de Reuniões 1 da GPI)

• Assembleia geral do Sind-UTE (Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira) – cessão de espaço

14h30• Comissão de Trabalho (Plenarinho I) – discutir e votar proposições que

dispensam Plenário • Comissão de Redação (Plenarinho II) – discutir e votar pareceres de re-

dação final15 horas

• Comissão de Agropecuária e Agroindústria (Auditório) – debater, com a presença de convidados, a implementação da Política Estadual de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), instituída pela Lei 20.608, de 2013

• Comissão de Saúde (Plenarinho IV) – discutir e votar proposições da comissão• Reunião preparatória do ciclo de debates Desafios da Comunicação Públi-

ca em Rede: Políticas Públicas, Participação Popular e Direito à Comuni-cação (Sala de Reuniões 2 da GPI)

16 horas• Comissão de Cultura (Plenarinho III) – discutir e votar proposições da comissão

16h30• Comissão Extraordinária do Idoso (Plenarinho II) – discutir e votar propo-

sições da comissão18 horas

• Reunião Extraordinária (Plenário)

0h Plenário (continuação) 1h Panorama – Gravidez na adolescência 1h30 Assembleia Notícia 2h Comissões de Participação Popular, Transporte e Obras

Públicas (25/11) – Planejamento do transporte coletivo na RMBH 4h10 Palestra – Gestão de processos, de competências e de

desempenho na administração pública, com Cláudio Medeiros 6h TV Escola: Estatuto da Criança e do Adolescente – Teleaula 3

(Rede de Proteção aos Direitos da Criança e do Adolescente) 6h30 Horário da Câmara Municipal de Belo Horizonte/Interior:

Zás/Parlamento Brasil 7h30 Brasil Eleitor 8h Mundo Político 8h30 Panorama (inédito) – Ciclistas com medo de BH 9h Assembleia Notícia – Reunião Extraordinária de Plenário (ao

vivo) 12h Memória e Poder – Teólogo Leonardo Boff 13h Mundo Político

13h30 TV Escola: Estatuto da Criança e do Adolescente – Teleaula 3 (Rede de Proteção aos Direitos da Criança e do Adolescente)

13h45 Assembleia Notícia (ao vivo) 14h Plenário (ao vivo) – Reunião Ordinária, com os

pronunciamentos, a discussão e a votação de proposições 18h Horário da Câmara Municipal de Belo Horizonte/Interior:

Plenário (ao vivo) – Reunião Extraordinária 19h Assembleia Notícia (ao vivo) 19h30 Panorama – Ciclistas com medo de BH 20h Palestra TRE/Antes do Voto – Propaganda institucional, com

Diogo Cruvinel 21h Assembleia Debate – Violência contra as mulheres 22h Assembleia Notícia 22h30 Mundo Político (inédito) – Entrevistas, comentários e notas

sobre a movimentação política no País 23h Plenário (reprise)

* programação sujeita a alterações

Veto Total à Proposição de Lei 22.893Do governador. Proposição de lei autoriza a Companhia de Desenvolvi-mento Econômico de Minas Gerais (Codemig) a doar imóvel ao municí-pio de Arcos. Discussão em turno único (faixa constitucional)

Veto Parcial à Proposição de Lei 22.898Do governador. Proposição de lei atualiza o Plano Mineiro de Desenvolvi-mento Integrado (PMDI). Discussão em turno único (faixa constitucional)

Veto Parcial à Proposição de Lei 22.901Do governador. Proposição de lei dispõe sobre o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). Discussão em turno úni-co (faixa constitucional)

PEC 16/15Da deputada Arlete Magalhães e outros. Dá nova redação ao parágrafo 1º do artigo 60 da Constituição do Estado, a fim de garantir a presença de ao menos uma mulher na Mesa da ALMG. Discussão em 1º turno

PL 3.230/16Do governador. Garante aos servidores atingidos pela inconstitucio-nalidade da Lei Complementar 100, de 2007, acesso temporário aos serviços do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). Discussão em 1º turno (faixa constitucional)

Reunião Extraordinária (18 horas)Mesma pauta da Reunião Ordinária