qualidade, segurança. prevenção de riscos aula

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Escola Secundária António Silva Pinto – Ribeira das Patas 2014/15 QUALIDADE, SEGURANÇA. PREVENÇÃO DE RISCOS E CUIDADOS AMBIENTAIS EM PEQUENAS EMPRESAS Pag. 1 Ano Lectivo 2014/15 2º Trimestre Escola Secundária António Silva Pinto Ribeira das Patas Disc: Qualidade, segurança. Prevenção de riscos e cuidados ambientais em pequenas empresas – 11º Ano CONCEITOS E TÉCNICAS GERAIS DE SEGURANÇA E SEGURANÇA PREVENTIVA (NAS PEQUENAS EMPRESAS) A Segurança, higiene e Saúde no Trabalho é uma das muitas actividades que os gestores de micro e pequenas empresas têm de enfrentar e pelas quais são responsáveis. Desenvolver Programas de Prevenção de Segurança e Higiene no Trabalho implica em algumas circunstâncias um conhecimento técnico e um disponibilidade de tempo que não é compatível com a ocupação e preocupação dos empresários. Por outro lado, como é conhecido a nossa realidade empresarial, muitas empresas não possuem recursos humanos adequados para desenvolverem competências técnicas específicas à sua actividade, quer pelo número reduzido dos trabalhadores quer pela dificuldade em obtenção dos recursos materiais. Assim, em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho as micro e pequenas empresas caracterizam-se por: a) Elevados níveis de sinistralidade; b) Falta de organização de serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho; c) Falta de conhecimento sobre as obrigações dos empregadores e trabalhadores em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) Falta de formação dos responsáveis sobre os riscos que caracterizam a sua empresa. Entre outros. CONCEITOS E TÉCNICAS GERAIS DE SEGURANÇA Vários conceitos são utilizados em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho, pelo que neste módulo se apresentam algumas definições de alguns termos que são utilizados: 1. Acidente no Trabalho Se procurarmos num dicionário poderemos encontrar “Acontecimento imprevisto, casual, que resulta em ferimento, dano, estrago, prejuízo, avaria, ruína, na qual resulta na morte e na redução da capacidade ganho…” Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os quais se destacam as falhas humanas e falhas técnicas.

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Apresenta algumas definições de segurança, gestão de riscos e qualidade

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Escola Secundária António Silva Pinto – Ribeira das Patas 2014/15

QUALIDADE, SEGURANÇA. PREVENÇÃO DE RISCOS E CUIDADOS AMBIENTAIS EM PEQUENAS EMPRESAS Pag. 1

Ano Lectivo 2014/15 2º Trimestre

Escola Secundária António Silva Pinto Ribeira das Patas

Disc: Qualidade, segurança. Prevenção de riscos e cuidados ambientais em pequenas empresas – 11º Ano

CONCEITOS E TÉCNICAS GERAIS DE SEGURANÇA E SEGURANÇA PREVENTIVA (NAS PEQUENAS EMPRESAS)

A Segurança, higiene e Saúde no Trabalho é uma das muitas actividades que os gestores de micro e pequenas empresas

têm de enfrentar e pelas quais são responsáveis.

Desenvolver Programas de Prevenção de Segurança e Higiene no Trabalho implica em algumas circunstâncias um

conhecimento técnico e um disponibilidade de tempo que não é compatível com a ocupação e preocupação dos

empresários.

Por outro lado, como é conhecido a nossa realidade empresarial, muitas empresas não possuem recursos humanos

adequados para desenvolverem competências técnicas específicas à sua actividade, quer pelo número reduzido dos

trabalhadores quer pela dificuldade em obtenção dos recursos materiais.

Assim, em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho as micro e pequenas empresas caracterizam-se por:

a) Elevados níveis de sinistralidade;

b) Falta de organização de serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho;

c) Falta de conhecimento sobre as obrigações dos empregadores e trabalhadores em matéria de segurança e

saúde no trabalho;

d) Falta de formação dos responsáveis sobre os riscos que caracterizam a sua empresa. Entre outros.

CONCEITOS E TÉCNICAS GERAIS DE SEGURANÇA

Vários conceitos são utilizados em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho, pelo que neste módulo se apresentam

algumas definições de alguns termos que são utilizados:

1. Acidente no Trabalho

Se procurarmos num dicionário poderemos encontrar “Acontecimento imprevisto, casual, que resulta em ferimento, dano,

estrago, prejuízo, avaria, ruína, na qual resulta na morte e na redução da capacidade ganho…”

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os quais se destacam as falhas humanas e

falhas técnicas.

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2. Avaliação de Riscos;

Análise sistemática de identificação de perigos e estimativa do nível de riscos a que os trabalhadores estão expostas no local

de trabalho.

3. Componentes Materiais do Trabalho;

Factores que podem afectar a segurança e a saúde dos trabalhadores, nomeadamente os locais de trabalho, o ambiente de

trabalho, as ferramentas, as máquinas, os materiais, as substâncias e agentes químicos, física e biológicos, os processos de

trabalho e a organização do trabalho.

Físicos :Ruídos; Vibrações; Radiações; Frio; Calor; Humidade,…;

Químicos: Poeiras; Fumos; Névoas; Gases; Vapores; Produtos químicos em geral…;

Biológicos : Vírus; Bactérias; Fungos; Parasitas, entre outros;

4. Empregador ou Entidade Empregadora;

Pessoa singular ou colectiva com um ou mais trabalhadores ao seu dispor e responsável pela empresa ou estabelecimento.

5. Equipamento de Protecção Individual;

Qualquer equipamento destinado a ser usado ou detido pelo trabalhador para a sua protecção contra um ou mais riscos

susceptíveis de ameaçar a sua segurança ou saúde no trabalho.

Todo o equipamento, bem como qualquer complemento ou acessório, destinado a ser utilizado pelo trabalhador para se

proteger dos riscos, para a sua segurança e para a sua saúde.

Protecção auditiva: abafadores de ruídos ou protectores auriculares; Protecção respiratória: máscaras e filtro; Protecção

visual e facial: óculos e viseiras; Protecção da cabeça: capacetes; Protecção de mãos e braços: luvas e mangotes; Protecção

de pernas e pés: sapatos, botas e botinas; Protecção contra quedas: cintos de segurança e cinturões.

6. Equipamentos de Protecção Colectiva

São medidas que servem para proteger e assegurar a vida e integridade de todas essas pessoas, que estão em um mesmo

ambiente de trabalho, desempenhando das mesmas funções, ou não.

São alguns exemplos de equipamentos de protecção colectiva: detectores de fumaça; kit de primeiros socorros; chuveiros e

lava - olhos (Lavatórios); redes de protecção; sistema de sinalização.

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7. Ergonomia

Estudo dos postos de trabalho, com o objectivo de os adaptar aos trabalhadores e com a finalidade de garantir o conforto e o

bem estar, evitando assim o cansaço, a fadiga, o stress, para a optimização do rendimento do trabalho.

8. Higiene no Trabalho

É um conjunto de Normas/regras e procedimentos que visa a protecção da integridade física e mental do trabalhador,

preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. (Previne as

doenças profissionais).

9. Local de Trabalho

Todo o lugar em que o trabalhador se encontra, ou de onde, ou para onde deve dirigir em virtude do seu trabalho, e em que

esteja, directamente ou indirectamente, sujeita ao controlo do empregador.

10. Perigo

A propriedade ou a capacidade de um componente de trabalho (materiais, equipamentos, métodos e praticas de trabalho)

potencialmente causadoras de danos.

11. Prevenção

Acção de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de disposições ou medidas que devem ser

tomadas em todas as fases da actividades de uma empresa.

12. Protecção

Conjunto de meios e técnicas para controlar os riscos através da adaptação de dispositivos de segurança , equipamentos de

protecção individual, normas de segurança e sinalização de riscos.

13. Risco

A probabilidade do potencial danificador ser atingido nas condições de uso e/ou de exposição, bem como a possível.

14. Risco Profissional

A probabilidade de que um trabalhador sofra um dano na realização do trabalho.

15. Saúde no Trabalho

Conjunto de metodologias que tem por objectivo a prevenção de doenças e o acompanhamento da saúde dos trabalhadores.

16. Segurança no Trabalho

São medidas técnicas, administrativas, educativas, médicas e psicológicas para eliminar ou minimizar as condições

inseguras de trabalho e preparar o trabalhador para a sua prevenção, estabelecendo assim melhores condições físicas e

psíquicas no trabalho e, consequentemente, melhores condições de eficiência e de produção.

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Tal como foi visto anteriormente, acidente de trabalho é o acidente que se verifique no local e tempo de trabalho e produza

directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho

ou de ganho ou a morte".

Doenças profissionais e doenças no trabalho são ambos considerados acidentes no trabalho, quando delas decorrem a

incapacidade de trabalho.

O que é considerado acidente no trabalho

Pela Lei:

No trajecto de ida e de regresso para o local de trabalho;

Na execução de serviços espontâneo de interesse da empresa;

No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional ou, fora do local de trabalho, quando

exista autorização expressa da entidade empregadora para tal frequência;

Em actividade de procura de emprego concedido por lei aos trabalhadores em processo de acabamento de contrato

de trabalho em curso;

Fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços determinados pela entidade

empregadora.

O que não é considerado acidente no trabalho

Quando for dolosamente provocado pelo sinistrado;

Provier exclusivamente de negligência grosseira;

Resultar da privação do uso da razão;

Provier de caso de força maior.

TIPOS DE ACIDENTES NO TRABALHO

1. Classificação dos acidentes pelo tipo

- Queda de objectos; - Pancada por objectos; - Esforços excessivos ou movimentos em falso; - Exposição ou

contacto com temperaturas extremas;

- Exposição ou contacto com corrente eléctrica; - Exposição ou contacto com substâncias nocivas ou radiações;…

2. Classificação dos acidentes pelo agente

material

- Queda ao mesmo nível e de níveis diferentes;

- Máquinas, veículos (tractores, empilhadores, …);

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- Outros materiais de trabalho (ferramentas, escadas,

andaimes, recipientes sob pressão);

- Radiações, poeiras, gases, partículas e outros

factores do ambiente de trabalho…

3- Classificação dos acidentes pela localização da

lesão

- Cabeça; - Olhos; - Pescoço; - Tronco; - Membros

superiores e inferiores; - Pés;

- Coluna…

4- Classificação dos acidentes pela lesão

- Fracturas; - Luxações; - Entorses e distensões;

- Traumatismos (distinguir grave e ligeiro);

- Contusões e esmagamentos; - Feridas e

queimaduras;

- Intoxicação e asfixia…

5- Classificação dos acidentes pelo tempo de invalidez

i) Acidente sem afastamento - Pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas por algumas horas.

É que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna

ao trabalho em seguida.

ii) Acidente com afastamento - Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas

actividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador acidentado não retornar ao

trabalho imediatamente ou até no dia seguinte: podemos ter:

a) Incapacidade temporária- é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo,

após o qual o trabalhador retorna às suas actividades normais.

b) Incapacidade parcial e permanente- é a diminuição, por toda vida, da capacidade física total para o

trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista.

c) Incapacidade total e permanente- é a invalidez incurável para o trabalho. Neste ultimo caso, o

trabalhador não reúne condições para trabalhar o que acontece, por exemplo, se um trabalhador perde as

duas vistas num acidente do trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador.

CAUSAS DOS ACIDENTES

Geralmente as caudas dos acidente no locais de trabalho, em especial para o mundo da construção civil se

resumem simplesmente à causas técnicas e humanas

Causas técnicas – existem devido as condições do trabalho: - Disposições de armazenagem perigosa; - Má

arrumação do local de trabalho; - Condições de higiene e salubridade deficientes; - Factores climáticos

desfavoráveis; - Ausência de protecção colectiva ou individual eficaz; - Ritmo inadequado; - Instalações mal

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concebidas, mal protegidas, inadequadas ou defeituosas; - Equipamentos mal concebidos, mal protegidos,

inadequados ou defeituosos; - Máquinas mal concebidas, mal protegidas, inadequadas ou defeituosas; -

Ferramentas mal concebidas, mal protegidas, inadequadas ou defeituosas; Materiais mal concebidos, mal

protegidos, inadequados ou defeituosos; Formação técnica insuficiente; Falta ou insuficiente sinalização …

Causas humanas – existem devido a forma da realização dos trabalhos. - Ignorância, inexperiência e negligência; -

Imprudência, distracção; - Posição defeituosa ou perigosa; - Fadiga; - Inadaptação; - Alteração psíquica,

alcoolismo, drogas; - Programação e manutenção deficiente, Desrespeito das normas de segurança, entre outros.

CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES

Falhas Activas - Aquelas que são cometidas pelos operadores em contacto directo com o sistema no desencadear

do acidente, e cujas consequências se tornam imediatamente visíveis.

Falhas Latentes - Correspondentes às falhas cujas consequências não são imediatas, isto é, aquelas que

permanecem adormecidas no sistema, por vezes por longos períodos de tempo, só se tornando evidentes quando é

obtida uma dada combinação de circunstâncias que vencem a defesa do próprio sistema.

COMO DIMINUIR OS ACIDENTES NO TRABALHO

Algumas medidas simples que ajudam a diminuir o número de acidentes:

1 - Sinalizar toda a empresa; 2 - Empregados novos, usar capacete de cor diferente; 3 - Uma Comissão

Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) actuante; 4 - Campanhas de prevenção de acidentes; 5 - Kit

de primeiros socorros; 6 - Treinamento da brigada de incêndio; 7 - Revisar extintores; 8 - Treinamentos

para prevenir acidentes; 9 - Apoio da direcção e das chefias…

RESPONSABILIDADES NA ENTIDADE EMPREGADORA

“…o empregador é obrigado a assegurar aos trabalhadores condições de segurança, higiene e saúde em

todos os aspectos relacionados com o trabalho".

1- É a responsável pelos contratos de seguro obrigatório de Acidentes de Trabalho (trabalhadores por conta de

outrem e trabalhadores independentes);

2- A entidade empregadora deve comunicar, à seguradora, no prazo de 8 dias, qualquer circunstância que se

traduza num agravamento dos riscos;

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3- Os acidentes de trabalho devem ser comunicados à seguradora no prazo de 24 horas;

4 - A evolução da sinistralidade deve ser analisada pelo menos de três em três meses.

5 - Importante para esta análise é a comparação dos índices de frequência, incidência, gravidade e avaliação da

gravidade, assim como, os limites de controlo.

OUTRAS RESPONSABILIDADES:

·Prevenção no projecto; · Planificação da prevenção; · Avaliação dos riscos; · Organização do serviço de

higiene, segurança e saúde no Trabalho; · Organização do trabalho tendo em conta a prevenção; . Consulta,

formação e informação dos trabalhadores; . Fornecimento dos equipamentos de protecção individual e colectiva;

Substituição do que é perigoso ou menos perigoso.

Não basta um trabalhador exigir de uma empresa todos os seus direitos sem menus se preocupar com as suas

responsabilidades e deveres.

RESPONSABILIDADES DOS TRABALHADORES

· Cumprir as prescrições de higiene e segurança, quer as estabelecidas por lei, quer as regulamentadas pelo

empregador;

· Zelar pela sua segurança e saúde, bem como pela segurança e saúde das outras pessoas que possam ser

afectadas pelas suas acções ou omissões no trabalho;

· Utilizar correctamente as máquinas, aparelhos, substâncias perigosas e outros equipamentos e meios postos à

sua disposição;

· Cooperar para a melhoria do sistema de segurança, higiene e saúde no trabalho;

· Comunicar ao superior as avarias e deficiências, assim como qualquer defeito verificado nos sistemas de

protecção, e que possam causar perigo.

REPARAÇÃO DOS ACIDENTES

A reparação dos acidentes pode ser de duas maneiras: em espécie e em dinheiro, além de que, teoricamente, não

existe nenhuma maneira de compensar um acidente ainda mais tratando-se da morte.

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Em espécie:

a) Assistência médica e cirúrgica, geral ou especializada; b) Elementos complementares de diagnóstico; assistência

farmacêutica, de enfermagem; c) Hospitalização, tratamento e hospedagem; d) Transporte para observação,

tratamento ou comparência a actos judiciais; e) Entre outros.

Em dinheiro:

a) Indemnização em capital ; b) Pensão vitalícia por redução da capacidade de trabalho ou de ganho em caso de

incapacidade permanente; c) Pensões aos familiares da vítima; d) Despesas de funeral.

Nota: Um acidente mortal equivale à perda de 7.500 dias de trabalho. Aproximadamente 20 anos e meio de

trabalho. (Resolução da 6ª conferência internacional das estatísticas do trabalho).

PRIMEIROS SOCORROS

São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa, fora do ambiente hospitalar, cujo estado físico, psíquico e

ou emocionais coloquem em perigo sua vida ou sua saúde, com o objectivo de manter suas funções vitais e evitar o

agravamento de suas condições (estabilização), até que receba assistência médica especializada.

Toda pessoa que for realizar o atendimento pré hospitalar (APH), mais conhecido como primeiros socorros, deve

antes de tudo, atender para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a outras pessoas, não justifica a tomada

de atitudes inconsequentes, que acabem transformando-o em mais uma vítima.

A seriedade e o respeito são princípios básicos para um bom atendimento de APH (primeiros socorros). Para tanto,

evite que a vítima seja exposta desnecessariamente e mantenha o devido sigilo sobre as informações pessoais que

ela lhe revele durante o atendimento.

Quando se está lidando com vidas, o tempo é um factor que não deve ser desprezado em hipótese alguma. A

demora na prestação do atendimento pode definir a vida ou a morte da vítima, assim como procedimentos

inadequados. Importante lembrar que um ser humano pode passar:

Até três semanas sem comida; Uma semana sem água; Pouco provável, que sobreviva mais que cinco minutos

sem oxigénio

ALGUNS CONCEITOS APLICADOS AOS PRIMEIROS SOCORROS

1. Prestador de Socorro - Qualquer pessoa, mas com o mínimo de conhecimento capaz de prestar atendimento

à uma vítima até a chegada do socorro especializado.

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2. Socorrista - Titular utilizada dentro de algumas instituições, sendo de carácter operacional, tais como: Corpo

de Bombeiros, Cruz Vermelha de Cabo Verde, Brigadas de Incêndio, etc.

3. Manutenção da vida - Acções desenvolvidas com o objectivo de garantir a vida da vítima, sobrepondo ou

acrescentado à "qualidade de vida".

4. Qualidade de Vida - Acções desenvolvidas para reduzir as sequelas que possam surgir durante e após o

atendimento.

5. Urgência - Estado que necessita de encaminhamento rápido ao hospital. O tempo gasto entre o momento em

que a vítima é encontrada e o seu encaminhamento deve ser o mais curto possível.

6. Emergência - Estado grave, que necessita atendimento médico, embora não seja necessariamente urgente.

Exemplos: entorses, hemorragia, etc.

7. Acidente - Facto do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que necessitam de atendimento.

8. Incidente - Facto ou evento desastroso do qual não resultam pessoas mortas ou feridas, mas que pode

oferecer risco futuro.

DIREITOS DAS PESSOAS QUE ESTIVER A SER ATENDIDA

Recusar do atendimento - no caso de adultos, esse direito existe quando eles estiverem conscientes e com

clareza de pensamento. Devido às crenças religiosas ou falta de confiança no prestador de socorro que for realizar

o atendimento. O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de recusar o atendimento.

Nestes casos, a vítima não pode ser forçada a receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-se de que o

socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança através

do diálogo.

Caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência do acidente, como um trauma na boca por exemplo, mas

demonstre através de sinais que não aceita o atendimento: fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a

mão do prestador de socorro, deve-se proceder da seguinte maneira:

Não discuta com a vítima; Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças

religiosas; Não toque na vítima - violação dos seus direitos.

1. Converse com a vítima. Informe a ela que você possui treinamento em primeiros socorros, que irá respeitar o

direito dela de recusar o atendimento, mas que está pronto para auxiliá-la no que for necessário;

2. Registe testemunhas de que o atendimento foi recusado por parte da vítima;

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3. No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela mãe ou pelo responsável legal. - Se a

criança é retirada do local do acidente antes da chegada do socorro especializado, o prestador de socorro

deverá, se possível, alistar testemunhas que comprovem o facto.

O consentimento para o atendimento de primeiros socorros pode ser:

a) Formal: Quando a vítima verbaliza ou sinaliza que concorda com o atendimento, após o prestador de

socorro ter se identificado como tal e ter informado à vítima que possui treinamento em primeiros socorros e

que o acidentado precisa de atendimentos pré-hospitalar;

b) Implícito: Quando a vítima está inconsciente, confusa ou gravemente ferida a ponto de não poder

verbalizar ou sinalizar concordando com o atendimento. O consentimento implícito pode ser adoptado também

no caso de acidentes envolvendo menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Nesse caso, a

legislação cita que a vítima daria o consentimento, caso tivesse condições de expressar o seu desejo de

receber o atendimento de primeiros socorros. Do mesmo modo, a legislação cita que o consentimento seria

dado pelos pais ou responsáveis, caso estivessem presentes no local.

AS FASES DO SOCORRO

1ª – Avaliação da cena;

A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os riscos que possam colocar em perigo a

pessoa prestadora dos primeiros socorros.

Se houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro especializado.

Nesta fase verifica-se:

• A provável causa do acidente;

• O número de vítimas;

• A provável gravidade delas e todas as outras informações que possam ser úteis para a notificação do

acidente, bem como a utilização dos EPI’s e solicitação de auxílio a serviços especializados como: Bombeiros

(131), Polícia Civil (132); Cruz Vermelha, Hospital (130).

O prestador de socorro deve atender-se a:

Avaliar a situação:

Inteirar-se do ocorrido com tranquilidade e rapidez;

Verificar os riscos para si próprio, para a vítima e terceiros;

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Criar um rápido plano de acção para administrar os recursos materiais e humanos visando garantir a

eficiência do atendimento.

Manter a segurança da área:

Proteger a vítima do perigo mantendo a segurança da cena;

Não tentar fazer sozinho mais do que o possível.

Chamar por socorro especializado:

Assegurar-se que a ajuda especializada foi providenciada e se está a caminho.

2ª – Avaliação inicial;

Fase de identificação e correcção imediata dos problemas que ameaçam a vida a curto prazo, sendo eles:

Respiração - Está adequada? Circulação - Existe pulso palpável? Há hemorragias graves? Nível de

Consciência; Entre outros

3ª – Avaliação dirigida

Esta fase visa obter os componentes necessários para que se possa tomar a decisão correta sobre os

cuidados que devem ser aplicados na vítima.

Entrevista rápida – SAMPLE (Sinais e sintomas, Alergias, Medicações, Passado médico, Líquidos e alimentos

e Eventos relacionados com o trauma ou doença );

Exame rápido; Verificação dos sinais vitais – TPRPA – (Temperatura, Pulsação, Respiração e Pressão).

O que o prestador de socorro deve observar ao avaliar o pulso e a respiração.

Pulso:

Frequência: É avaliada em batimentos por minuto, podendo ser normal, lenta ou rápida.

Ritmo: É verificado através do intervalo entre um batimento e outro. Pode ser regular ou irregular.

Intensidade: É avaliada através da força da pulsação. Pode ser cheio (quando o pulso é forte) ou fino

(quando o pulso é fraco).

Respiração:

Frequência: É aferida em respirações por minuto, podendo ser: normal, lenta ou rápida.

Ritmo: É verificado através do intervalo entre uma respiração e outra, podendo ser regular ou irregular.

Profundidade: Deve-se verificar se a respiração é profunda ou superficial.

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Sinais vitais

4ª Avaliação física detalhada;

Nesta fase examina-se da cabeça aos pés da vítima, procurando identificar lesões.

5ª Estabilidade e Transporte;

Nesta etapa finaliza-se o exame da vítima, avalia-se a região dorsal, prevenir-se o estado de choque e

prepara-se para o transporte.

6ª Avaliação continuada

Nesta fase, verificam-se periodicamente os sinais vitais e mantém-se uma constante observação do aspecto

geral da vítima.