qual é o preço da liberdade? - mdb 2ª edição

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QUAL O PREÇO DA LIBERDADE? TOXOPLASMOSE Não é preciso abrir mão da companhia de um bichano DIABETES EM CÃES Conheça os riscos e saiba como tratar SILVESTRES Cuidados quando se tem ou se encontra um bicho destes Ano I - nº 2 fev/mar 2013 - distribuição gratuita Animais do mundo inteiro são aprisionados e comercializados na rota de um mercado milionário facebook.com/RevistaMundodosBichos

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QUAL O PREÇO DA LIBERDADE?

TOXOPLASMOSENão é preciso abrir mão da companhia de um bichano

DIABETES EM CÃESConheça os riscos esaiba como tratar

SILVESTRESCuidados quando se tem ou se

encontra um bicho destes

Ano I - nº 2 fev/mar 2013 - distribuição gratuita

Animais do mundo inteiro são aprisionados e comercializados na rota de um mercado milionário

facebook.com/RevistaMundodosBichos

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03I

14I

12I

24I

27I

EDITORIALPreservação ambientalé a nossa cara

DIÁRIOImagens de uma viagem de bicicleta pela América Latina

PET NA REDEComunidades especializadasno seu melhor amigo

SILVESTRESAtenção redobrada com estes animais

AMANARIONG orienta população sobreos recursos hídricos

Para sugestões, críticas ou elogios, envie e-mail para [email protected]

ÍNDICE16

6 8

CAPAAs implicações do tráfico de animais

SAÚDEComo a diabetes afeta os cachorros

FELINOSToxoplasmose

sem mitos

22

20

LAZERAs lições ambientaisdos filmes

10AVES

Tudo sobre trocade penas

LAGOA VERDEResolva um problema comumem lagos ornamentaisTODA EDIÇÃO

04 Artigo26 Bichos curiosos28 Livros / Filmes30 Click

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3facebook.com/RevistaMundodosBichos

Editorial

Papo sérioEdição bimestral - ANO I - Nº 2 JAN/FEV 2013

Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição gratuita

ANUNCIE: (16) 3322 [email protected]

DIRETOR Marcelo Quén

[email protected]

EDIÇÃOFabiana Assis - Mtb 55169

[email protected]

REPORTAGEMDacyo Cavalcante

Renato Alves

JORNALISTA RESPONSÁVELFabiana Assis - Mtb 55169

DIRETORA COMERCIALMilena Roberta

[email protected]

DIRETOR DE MARKETINGDacyo Cavalcante

[email protected]

PROJETO GRÁFICO E DESIGNMarcelo Quén

FOTOGRAFIABeto Ambrósio

[email protected]

COLUNISTA SOCIALVirgínia Coutinho

[email protected]

CONSULTORESJaquelini Fiochi - Médica VeterináriaDr. Vagner José Mendonça - Biólogo

COLABORADORES DESTA EDIÇÃODaniel Rodrigues da Silva

Kdu OliveiraVestígio de Aventura

Hugo Elias

Mundo dos Bichos não tem responsabilidade edito-rial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados

A segunda edição da revista Mundo dos Bichos chegou com fôlego e muitos planos para 2013.

Neste número, coloca em evidência um problema sério: o tráfico de animais. O antropólogo Felipe Vander Velden fala sobre as origens deste crime e as maneiras de combatê-lo. É ne-cessária a união de autoridades e da população para evitar este abuso e conscientizar a todos de que não há ganhos em capturar animais na natureza.

O assunto tem tudo a ver com a ideologia da revista, cujo foco é tanto a saúde animal quanto a preservação ambiental e a sustentabilidade. Essa preocupação faz parte do projeto pionei-ro da MDB, diferente das outras revistas do ramo porque toca em assuntos sensíveis da área animal e, muitas vezes, desco-nhecidos do público. Por isso, somos muito gratos àqueles que apoiam nossa iniciativa: fontes, colaboradores e anunciantes que estão ajudando a MDB a se tornar sucesso. E vale reforçar: queremos você conosco nos números que estão por vir.

Revista Mundo dos Bichos

Shopping JaraguáBanca do Correio – Na frente do Clube 22 de agosto (sede social), ao lado dos Correios do CentroBanca da Praça Pedro de Toledo – Na Praça Pedro de ToledoBanca do Parque Infantil – No Parque Infantil Banca do Carmo – AV. 7 de Setembro, em frente à concessionária Chevrolet Banca do Extra – Dentro do supermercado Extra Banca Alves – Esquina da Rua São Bento (Rua 3) com a Av. 36 Banca da Fonte – Av. Bento de Abreu, em frente ao GigantãoBanca das Roseiras – Av. Luiz Alberto, próximo à padaria das Roseiras Banca 13 de Maio – Em frente à escola Antonio Lourenço Correia, na Rua 13 de maioBanca Alameda – Alameda Paulista, em frente à TV AraBanca da Santa Cruz – Praça da Santa Cruz Banca do Cris – Av. Maurício Galli, dentro do shopping Uirapuru Banca do São Geraldo – Praça da igreja do São GeraldoBanca Central – Esquina da Rua São Bento (Rua 3) com a Av. Duque de Caxias Banca Martinez – Próximo à concessionária Honda de automóveis

Onde encontrar a revista Mundo dos Bichos

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alguma, é a educação.Educar para transformar, trans-

formar para equacionar nossa re-lação com nossos amigos animais e o planeta, em busca de algo que simplesmente se reduz a uma ques-tão: que o homem não faça parte da história da evolução como aque-le que destruiu e deflagrou a maior tragédia já imaginada.

Talvez quando cada um puder esclarecer para si mesmo o por-quê de não pensarmos de forma coletiva, poderemos deixar de ser apenas um “arquivo anexo” e passar a ser o principal documen-to vivo e capaz de realizar a tão sonhada sustentabilidade.

Artigo

se as abelhas desaparecessem (e isso vem ocorrendo), grande parte das fontes de alimentos iria virar história, isso porque são elas que polinizam quase 90% dos alimentos de que ne-cessitamos para nossa sobrevivência.

Como nós, “crânios redondos”, dotados e sucumbidos em um neo-córtex que nos “aparelhou” para tan-tas habilidades, somos tão frágeis na cadeia evolutiva!

Podemos enxergar nosso futuro cada um a sua maneira. Podemos ser seletivos, sectários, preconceitu-osos, unânimes, fajutos e até subor-dinados, mas, com o tempo, iremos verificar que a consciência coletiva pode mudar o rumo da evolução.

Ações persistentes de uma or-dem geral que nascerá em cada um, passo a passo, irão fomen-tar o desejo de agregar e não de dividir o espaço que a evolução reservou para todos nós no pla-neta Terra. Caberá esta tarefa ao grande e poderoso instrumento de transformação que, sem dúvida

Copérnico disse: “A Terra não é o centro do universo”.

Darwin afirmou: “O ho-mem e o macaco evoluíram de um ancestral comum”.

Freud disse: “Não somos donos de nossas ações nem ao menos dos pensamentos que as prece-dem, o inconsciente é o centro de nossa personalidade”.

O porquê então de nos sentirmos tão poderosos perante a natureza?

Pensamos ainda como seres do-minantes, fortes, capazes de subs-tituir nossos medos por produtos, sejam eles quais forem.

O grande fator desesperador em nossa relação com a natureza e suas vicissitudes é que não percebemos que neste grande universo o “arqui-vo anexo” na história da evolução do planeta é o homem. Perante o arcabouço magnífico do ciclo que gerou toda a evolução, fazemos parte de um risco praticamente in-visível na linha do tempo.

Somos ainda tão dependentes que

Kdu Oliveira*

“Caberá esta tarefa ao grande e poderoso instrumento

de transformação que, sem dúvida,

é a educação”

Anexo

*Psicólogo. CRP:06/77717

ILUSTRAÇÃO: HUGO - NINJAHART

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JARAGUAC

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JG-0053-12B_ANUNCIO-revista-pet_JARAGUA.ai 1 12/12/12 10:00 AM

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Diabetes em cães? Sim, eles também têm Doença é de difícil detecção e pode matar se não for tratada rapidamente

dendo do estágio da patologia, pode ocorrer também o compro-metimento de outros órgãos e sistemas, causando vários sinais secundários, como infecções, ca-tarata, doença renal e desordens do sistema nervoso.

Muitas vezes, contudo, a doen-ça demora a ser detectada. “Além de exames clínicos e laboratoriais de rotina, o médico veterinário terá o diagnóstico definitivo da doença com a constatação de ele-vados níveis de glicose na corrente sanguínea do animal (com o bicho em jejum) ou detecção da presença de glicose na urina”, explica o es-tagiário de medicina veterinária do Hospital Saúde Animal de Soroca-ba, Danilo Antunes Kitaoka.

O tratamento varia de acordo com a gravidade e os sintomas e tem como base a insulinoterapia (em caso de diabetes mellitus tipo I), dieta e exercícios físicos.

Uma vez diagnosticada esta do-ença, a insulina deve ser adminis-trada diariamente. Após a escolha

facebook.com/RevistaMundodosBichos6

do tipo da insulina (de ação rápida, intermediária ou longa), é o médi-co veterinário quem determina a dosagem correta.

O cuidado com a alimentação é importante para controlar a obesi-dade e minimizar a hiperglicemia. A dieta alimentar deve ser estabe-lecida pelo veterinário e fraciona-da em quatro ou cinco porções ao longo do dia, tendo início em um período pré-determinado após a injeção da insulina.

Além disso, exercícios físicos de-vem ser rotina na vida do animal, pois, além de controlar a obesida-de, eles ajudam na captação de gli-cose pelos tecidos periféricos.

A diabetes mellitus em cães é co-mum e pode levar à morte se não for tratada. Se diagnosticada e con-trolada com eficiência, o animal po-derá ter uma vida sem graves com-plicações. Basta que ele seja levado ao consultório periodicamente para exames de controle da glicemia e siga à risca todas as recomendações do veterinário.

Diabetes mellitus é um distúrbio endócrino pancreático que não é exclusividade do homem.

Também pode ocorrer em cães de qualquer idade, sexo ou raça. Há mais relatos de casos, porém, em fêmeas, animais de meia idade ou senis e nas raças Pulik, Cairn Ter-rier, Poodle, Pinsher, Spitz, Golden Retriver e Schnauzer.

A doença pode ser causada por diversos fatores, como hereditarie-dade, obesidade e infecções virais.

Os sinais clínicos mais comuns da diabetes mellitus são o aumento do volume urinário, sede ou fome excessivas e perda de peso. Depen-

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Saúde

Depoimento dado por Daniela Silotto e Emerson dos Santos

Em casa, temos duas labradoras. A Monalisa, de 12 anos, e a

Meg, de quase dois anos.São duas cadelas animadas,

amorosas e grandes companheiras de todos, principalmente da Bea-triz, nossa filha de nove anos.

Há pouco mais de três meses, a Monalisa, mais conhecida como Mona, começou a apresentar di-ficuldades para andar. No início, achamos normal, por causa da idade e porque não havia qual-quer outro sinal que indicasse algum problema mais grave de saúde. Depois de alguns dias, per-cebemos que ela estava bebendo

água além do seu costu-me. E, de repente, não andava mais.Foi o alerta para a levar-

mos ao veterinário. Após vários exames – raio-x, ul-trassonografia, análise de sangue –, foi constatado que a causa da paralisia não era

Paralisia foi alerta para tratamento Cuidado com

a alimentação é importante para controlar a obesidade e minimizar a hiperglicemia

um problema ósseo, e sim diabetes, diagnosticada devido às altas taxas de glicemia que a Mona apresenta-va. Por causa da doença, ela ainda desenvolveu uma infecção urinária.

Iniciamos o tratamento com aplicação de insulina e controle diá-rio da glicemia e substituímos a ra-ção comum por uma especial para cachorros diabéticos, além de tratar a infecção. Após uma semana, per-cebemos uma grande melhora. A Mona voltou a andar e hoje se mos-tra muito mais animada. Voltou a brincar com a Meg e com a gente.

O diagnóstico de diabetes nos pegou de surpresa, pois em 12 anos de vida, a Mona nunca mostrou ne-nhum problema que pudesse indi-car a doença. É importante que os donos fiquem atentos aos menores indícios de mudança de comporta-mento em seus cachorros, sobretu-do a sede excessiva.

O tratamento envolve disciplina, principalmente nossa, pois a dieta dela agora é mais rigorosa, contem-plando somente a ração. Também devemos fazer a aplicação de insu-lina duas vezes ao dia e manter uma tabela diária dos níveis de glicemia.

Essa disciplina vale a pena, pois vê-la voltando ao seu ritmo normal de vida, brincalhona e “espevitada” como sempre, é uma grande vitória para todos nós.

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Um grande número de pessoas abre mão da companhia pra-zerosa e ronronante de um ga-

tinho por medo da toxoplasmose. Embora eles possam ser hospedei-ros do parasita causador da doença, existem diversas maneiras de pro-teger seu animal e sua família desse risco sem ter que renunciar a tão charmosa convivência.

Gatos sem grilos Ainda vista como tabu, a toxoplasmose priva pessoas do convívio com os bichanos

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Saúde

A toxoplasmose é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii e pode infectar diversos animais além do homem e do gato, como cães, bois, porcos, carneiros e aves (como a galinha). De acordo com o médico veterinário Paulo Jacques Mialhe, o gato é o hospedeiro definitivo do parasita, já que somente no apare-lho digestivo do felino o protozoá-rio consegue se reproduzir.

Embora os gatos sejam hospe-deiros em potencial do Toxoplasma, nem todos os infectados transmi-tem a doença. “O felino iniciará a eliminação do protozoário nas fe-zes a partir de 20 dias da contami-nação. Se o animal estiver em boas condições, eliminará o parasita por pelo menos duas semanas e desen-volverá imunidade contra ele, o que reduz a quantidade eliminada nos

seus dejetos”, explica o veterinário. “Depois, o gato só volta a expulsar o parasita se estiver com o sistema imunológico fragilizado, o que pode ocorrer em casos de doença, má nu-trição ou estresse”.

Uma vez eliminado nas fezes do gato, o protozoário sofre transfor-mações e pode contaminar a água, vegetais e outros animais. O homem pode ser infectado, portanto, de dife-rentes maneiras, como pela ingestão de água e alimentos contaminados. “Outras formas de transmissão in-cluem o leite de alguns animais e a transplacentária (isto é, por meio da placenta)”, explica o veterinário.

A toxoplasmose causa preocu-pações particularmente quando é contraída por gestantes, já que pode causar problemas no desen-volvimento do feto ou até sua mor-te. Por outro lado, isso não significa que, se houver uma gestante em casa, o bichano deva ser doado. Se o animal for livre do Toxoplasma, não há motivo para alarde.

De acordo com Mialhe, “A pre-venção é a melhor solução. O gato deve estar saudável, higienizado, vermifugado e fazer suas necessida-

A prevenção é a melhor solução. O gato deve estar saudável, higienizado, vermifugado e fazer suas necessidades em uma caixa de areia, que deve ser limpa com o uso de pá e luvas

des em uma caixa de areia, que deve ser limpa com o uso de pá e luvas”.

Gatos e outros animais podem acidentalmente se sujar com fezes contaminadas. “Se alguém alisar o pelo desses bichos e depois le-var a mão à boca, ao nariz ou aos olhos, pode se infectar. Então, lavar as mãos depois de higienizar os animais e alisar seu pelo é sempre bom”, aconselha.

Outra medida para prevenir a do-ença é restringir o acesso do gato ao parasita, estimulando o bichano a se tornar mais caseiro. Se o animal for macho, pode-se recorrer à castração, por exemplo. Em todo caso, haven-do dúvidas a respeito da saúde do felino, é possível realizar um exame para detectar se ele está infectado.

O mais importante é ser respon-sável na hora de adquirir qualquer animal. É indispensável conhecer seu comportamento e criar um am-biente adaptado para suas necessi-dades. Se o dono estiver atento a fatores como higiene, espaço, ali-mentação e acompanhamento ve-terinário, seu relacionamento com os bichos tende a trazer apenas boas experiências.

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Felinos

De acordo com um estudo reali-zado pela Universidade de Stan-

ford, nos EUA, o Toxoplasma gondii atua no cérebro dos ratos para que eles percam o medo do seu mais co-nhecido predador, os gatos, e sejam devorados pelos felinos. O motivo? Simples: porque apenas no sistema digestivo dos gatos o Toxoplasma consegue se reproduzir sexualmente.

A pesquisa revela que o Toxo-plasma se instala no cérebro dos roedores e faz com que a repulsão que eles sentem pelo odor da urina

Parasita manipulador

dos bichanos se converta em uma espécie de atração sexual. Assim, o Toxoplasma controla a mente dos ratos e os manipula de modo a en-trar no organismo dos felinos. É o que os cientistas chamam de “ma-nipulação hipnótica”.

Segundo entrevistas do profes-sor Robert Sapolsky, que também participa do estudo, o Toxoplasma parece saber mais da neurobiologia do medo do que nós, porque con-segue alterá-la.

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O segredo portrás da belezaTroca de penas mantém asaves bonitas e saudáveis

Uma das coisas que nem todo mun-do sabe a respeito dos pássaros é que todos eles, tanto os domestica-

dos quanto os silvestres, efetuam o que se chama de muda de penas. De acor-do com o biólogo Rafael Soave Guerta, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), “todas as aves realizam a troca de penas em al-guma fase da vida”.

Se você tem um pássaro e ainda não está familiarizado com seus hábitos, não precisa se preocupar ao notar que ele está perdendo algumas penas. A ave pode estar realizando a muda, um pro-cesso natural e importante que garante sua saúde e beleza.

“A muda é regulada por causas fisio-

10 facebook.com/RevistaMundodosBichos Foto: Beto Ambrósio

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lógicas e possui grande importân-cia no comportamento social des-ses animais, como, por exemplo, na atração sexual de parceiros em épocas de reprodução”, afirma o pesquisador do INPA.

Se a gaiola do animal, porém, aparecer forrada de penas, alguma coisa pode estar errada, e um espe-cialista deve ser consultado. Como todo processo natural, a troca de penas é gradativa e ocorre sem grandes complicações.

Mesmo assim, as aves apresen-tam algumas mudanças de com-portamento durante este período, como diminuição do padrão de canto e de mobilidade.

A muda costuma ocor-rer no inverno, mas nem

sempre é regular, variando de acordo com a região e a espécie.

“Ao mesmo tempo em que, para aves de pequeno porte, como os pássaros de gaiola, a muda se es-tende por poucas semanas, para aves de rapina, como as águias, o processo pode demorar meses”, explica Guerta, e completa, “Além disso, observam-se variações no ci-

Aves

clo da muda mesmo quando com-paramos indivíduos de uma mes-ma espécie”.

Existem algumas medidas sim-ples que ajudam na troca das penas. É importante que o criador estabe-leça um ambiente de segurança e calma para os animais, poupando-os de esforços, de disputas com outros pássaros e até evitando que ouçam o canto de outras aves. Tudo deve

Todas as aves realizam a troca de penas em alguma fase da vida

ser direcionado para tornar a vida do animal mais confortável e tranquila, como deixar a ave ao sol e dar uma atenção especial a sua alimentação.

Além dos cuidados materiais que se deve garantir sempre aos bichos, é importante oferecer atenção e ca-rinho redobrados aos pássaros nes-se momento, assegurando melhores condições para que as aves saiam dessa transição ainda mais felizes, saudáveis e bonitas.

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(Conselho do Meio Ambiente de Araraquara) e em reuniões do Or-çamento Participativo.

Segundo Edgar, “A Amanari não possui ligações políticas e realiza as ações de forma autônoma”.

Entre os projetos da ONG, está a associação com um grupo de bió-logos para implantação de horta comunitária e criação de cabras no semiárido nordestino. A intenção é melhorar a qualidade da alimenta-ção da população local, bem como o prosseguimento de suas atividades em prol do bom uso da água e da preservação do Aquífero Guarani.

Mesmo atuando junto à popu-lação para melhorar a compreen-são destes temas, Edgar frisa que algumas medidas simples podem ser tomadas para a preservação da água, que envolvem desde o uso deste recurso dentro das casas até o descarte do lixo.

“A água captada para fornecimen-to à população pode ser contamina-da, devido à poluição, por substân-cias não passíveis de detecção pelo sistema atual de purificação. Então, não sujá-la já é uma alternativa de preservação”, analisa.

Sede de preservação

ONG Amanari trabalha pela conscientização no uso dos recursos hídricos

A água captada para fornecimento à população pode estar contaminada, devido à poluição, por substâncias não passíveis de detecção pelo sistema atual de purificação. Então, não sujá-la já é uma alternativa de preservação.

Grandes causas

Criada em setembro de 2005, em Araquara, a ONG Amanari (que em tupi significa “água da

chuva”) tem o intuito de conscien-tizar e chamar a atenção da popu-lação e das autoridades para a pre-servação dos recursos hídricos e a qualidade da água fornecida.

Edgar Santa Rosa Esteves, um dos responsáveis pelo grupo, com Júlio Perroni e Nicolino Lia Junior, conta que iniciaram suas atividades após uma palestra oferecida por Perroni no auditório da Uniara, que

trazia como tema o Aquífe-ro Guarani. “Na ocasião,

o que chamou a aten-ção foi constatar a falta de conhecimento da maioria sobre as ca-racterísticas do Gua-rani e de informações

como o fato de que seus recursos são finitos

e que há riscos de contaminação.”A preocupação com a integridade

do Aquífero – que atende os habi-tantes das regiões Centro-Oeste, Su-deste e Sul do Brasil e, nas palavras do entrevistado, “tem seus recursos intensamente explorados de forma inconsequente” – fez com que o trio se unisse para iniciar atividades que desmitificassem o uso da água e des-sem a real dimensão de como seu consumo é feito no país atualmente.

Com essa intenção, os fundado-res da ONG passaram a desenvol-ver diversos projetos: o movimen-to de criação do Parque Marivan, para incentivar a preservação do córrego de mesmo nome, pales-tras em escolas estaduais de Ara-raquara e região, participações no Conselho do DAAE, no Condema

A Amanari está aberta à participação de novos parceiros que ajudem o time em sua tarefa de preservação. Os

interessados podem entrar em contatopelo website oficial da ONG:

amanari.org.br

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13facebook.com/RevistaMundodosBichos

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14 facebook.com/RevistaMundodosBichos

Animais silvestres exigem atenções especiais. Arredios e até agressivos com os hu-

manos, dificultam o atendimento veterinário em casos de acidentes nas estradas ou mesmo quando são criados em cativeiro. Além disso, nem todos os veterinários são qua-lificados ou autorizados para lidar com estas espécies, que têm doen-ças características e necessitam de cuidados específicos.

“Há muitos casos de pessoas com animais silvestres em casa, mas que não sabem como tratá-los direito”, afirma o veterinário Júlio da Cunha Rudge Furtado, que tem 18 anos de experiência no atendimento a ani-mais silvestres, com autorização do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e parcerias com a Polí-cia Ambiental e com a ONG Grupo

Eles merecemtratamento

Ferimentos e doenças em animais silvestres devem ter

atendimento especializado

Olho Vivo na Ecologia (Grove). Manter um animal silvestre em

cativeiro é crime, mas o veterinário é proibido pelo código de ética da sua profissão de denunciar casos que chegam para atendimento. “Mi-nha preocupação deve ser cuidar do animal”, afirma. Mas, na maioria das vezes, o tratamento não seria necessário se o dono soubesse lidar com o bicho. Os problemas mais comuns decorrem do manejo ina-dequado ou falta de condições para um desenvolvimento saudável, o que desencadeia deficiências nutri-cionais e atrofia muscular por falta de espaço ou estresse.

“Um caso comum ocorre com os papagaios. Geralmente, são trazidos do Norte e do Nordeste por cami-nhoneiros que os adquirem por um preço baixo e usam esse comércio como forma de ganhar um dinheiro

extra. Mas a cada dez que são reti-rados dos ninhos, apenas um sobre-vive. Além disso, quem compra cos-tuma oferecer chocolate, pão, café, deixando o bicho doente”, explica.

Há quem já considere o papagaio um animal que se adapta facilmente à vida doméstica, mas isso não é ver-dade. Uma prova é que sua expec-tativa de vida, que é de 80 anos na natureza, cai radicalmente para 20 anos em cativeiro.

Cada vez mais raros

“Infelizmente, o número de espé-cies de animais silvestres da nature-za, ou seja, sem estar em cativeiro, que são atendidos na clínica tem diminuído muito, principalmente mamíferos de grande porte. Isso sig-nifica que eles estão escasseando”, afirma Furtado. A causa é, sobretu-

ESPECIAL

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Silvestres

do, a ação do homem por meio de desmatamentos, grandes áreas de cultivo agrícola sem corredores para os animais, queimadas e poluição dos rios, riachos e córregos.

“O lobo guará é um exemplo. Ele precisa de um território grande para viver e quando aparece nos arredores das cidades é porque não tem mais condições de sobreviver na mata. É um alarme, estão pedindo socorro, porque estão indo contra o seu ins-tinto de ficar longe do homem”, diz o veterinário, que também atendeu o caso de uma onça parda (sussua-rana) encontrada no quintal de um bairro de Araraquara.

Das centenas de animais silves-tres acidentados, órfãos ou vítimas de crimes ambientais que passaram pela clínica, como onças, lobos, ta-tus, várias espécies de aves, porcos--espinhos e tamanduás, muitos não tiveram condições de retornar à

natureza e foram encaminhados a abrigos e zoológicos.

Pela lei ambiental brasileira, o atendimento de um animal silves-tre deve ser idêntico ao de um ser humano. Isso significa, por exem-plo, que ao atropelar um animal ou encontrar algum acidentado, o correto é não mexer no bicho e chamar a Polícia Ambiental ou o Corpo de Bombeiros.

Segundo o Código Ambiental, um animal silvestre que não tem con-dições de ser devolvido à natureza deve ser encaminhado para abrigos, zoológicos ou criadores autorizados. Como a maioria desses locais não tem mais capacidade para recebê-los, representantes de veterinários estão propondo ao IBAMA uma mudança na lei que viabilize mais adoções, de modo a garantir mais participação da sociedade na luta pela sobrevivência destas espécies.

Arquivo pessoal

O tamanduá encontrado ferido e a onça sussuarana que se abrigou debaixo de um tanque de roupas foram tratados e devolvidos à natureza

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Tráfico de animais: o planeta inteiro perdePara o antropólogo Felipe Vander Velden, este crime não pode ser tratado com normalidade e, para ser evitado, necessita de mudanças das autoridades e população

Os maus-tratos aos animais sem-pre foram motivo de espanto para o antropólogo Felipe Van-

der Velden, professor do Departamen-to de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Page 17: Qual é o preço da liberdade? - MDB 2ª edição

17facebook.com/RevistaMundodosBichos

Capa

Suas memórias pessoais resga-tam vivências no Sul de Minas, onde passou parte da infância. “Lembro de pessoas que capturavam e manti-nham presos em suas casas animais como macacos e papagaios, o que era relativamente comum”, afirma. “Também tinha amigos cuja paixão eram aves canoras e que as manti-nham aprisionadas.”

Ao se graduar e enxergar esses acontecimentos pela ótica de sua formação, passou a buscar compre-ender, no campo da Antropologia, o que leva as pessoas a aprisionar animais. Hoje, canaliza seus estu-dos para questões ligadas à prote-ção ambiental e animal, e tenta res-ponder perguntas sobre as origens do tráfico e da captura animal, suas motivações e também encontrar saídas para conter estas práticas.

Mundo dos Bichos – Qual a sua atuação no combate ao tráfico de animais?Felipe Vander Velden – Tenho me interessado em estudar a circulação de animais – vivos e/ou em partes – na Amazônia, o que inclui o trá-fico ilegal de animais silvestres. Faço uma investigação antropológica das modalidades de captura, cativeiro e intercâmbio de espécies animais entre os diferentes grupos sociais amazônicos, como povos indígenas, populações ribeirinhas, moradores de periferias urbanas e suas conexões com mercadores e estabelecimentos que comercializam ilegalmente ani-mais selvagens no Brasil e no exterior, além de seus clientes, colecionadores ou simplesmente gente que gosta de ter animais exóticos em casa. O tráfi-co de animais em si é de interesse da antropologia: formas de circulação e intercâmbio são um tema clássico da disciplina, assim como as rela-ções entre humanos e animais. No entanto, pouco foi feito para com-preender o entrelaçamento entre esses dois campos, ou seja, o bicho como objeto de intercâmbio entre

grupos sociais. Ademais, os animais são parte fundamental da história da humanidade e de suas relações atu-ais e, até por isso, o cuidado e o res-peito para com eles se tornam ques-tões ainda mais sérias – pois todas as formas animais têm tanto direito ao planeta quanto nós, seres humanos.

De que maneira o tráfico contribui para o desaparecimento de animais silvestres e quais são suas motivações?Sua contribuição é decisiva em pro-cessos de extinção de espécies por duas razões: o valor concedido a sua

raridade e o volume crescente do comércio. No primeiro caso, quan-to mais escasso um bem, maior seu valor monetário – isso vale também para animais. Espécies encontradas em número reduzido ou restritas a regiões geográficas específicas, como ilhas ou vales isolados, alcan-çam maior preço no mercado ilegal e são, por isso, mais procuradas pelos traficantes. Eles abastecem o gosto excêntrico pela raridade e pelo exotismo. A procura dos tra-ficantes por espécies raras conduz à redução dessas populações e cria

um círculo vicioso: espécies que são continuamente capturadas se tornam mais escassas, o que eleva seu preço e estimula mais procura, e por aí vai, até a extinção da espécie. A outra razão que leva o tráfico de animais a contribuir com o desaparecimen-to de espécies é o volume crescente desse negócio ilegal. Como sabemos, o comércio internacional de animais silvestres movimenta cifras astronô-micas e não cessa de se expandir. A quantidade de indivíduos capturados e negociados, aliada ao aumento da procura por esses animais silvestres

– seja para coleções de animais vivos ou mortos –, formam um cenário que desencadeia a extinção.

Segundo o Fundo Mundial para a Natu-reza (WWF), o tráfico de animais no Bra-sil gera 1 bilhão de euros por ano. Você acredita que as autoridades e a socieda-de dão pouca importância para o fato?As autoridades têm feito pouco para combater o tráfico de animais. Muito é em função do descaso, da pouca estrutura e do próprio des-preparo dos indivíduos e agências responsáveis pela proteção ao meio

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Animais domésticos também são vítimas

ambiente e pelo combate ao co-mércio ilegal de animais no Brasil e em outros países, especialmente no mundo em desenvolvimento –que, por sinal, concentra os países mais pobres e mais biodiversos. Há dificuldades adicionais, como por exemplo o fato de que esse co-mércio ocorre, muitas vezes, em regiões de acesso difícil, em áreas distantes no interior do país. Tam-bém existem as fronteiras, que no caso brasileiro são muito extensas e de fiscalização complexa. Mas não podemos esquecer que a so-ciedade contribui decisivamente para a tragédia do comércio ilegal de animais, afinal, só há trafican-tes porque há compradores. Há aqueles grandes colecionadores, muitos compradores em nível glo-

bal, que pagam pequenas fortunas por animais de certas espécies. Há também os cidadãos endinheira-dos – principalmente nos Estados Unidos, Europa e Japão – que com-pram animais silvestres ilegalmen-te movidos por modismos ou por uma atração pelo exótico. Mas há, também, compradores ricos e com os mesmos gostos no Brasil, as-sim como uma imensa parcela das classes médias ou populares – em especial no interior do país –, que insistem em manter animais silves-tres em suas casas irregularmente. Somente com o término da procura por esses animais, o tráfico terá seu fim. Se não houver compradores, não há razão para que existam tra-ficantes e vendedores.

O Ibama divulgou uma lista de 130 es-pécies sob risco de extinção no Brasil. Você acredita que este número possa ser maior?É possível que seja maior, sobretudo pelo fato de que ainda conhecemos pouco da enorme biodiversidade do nosso país e das dinâmicas ecológi-cas, incluindo as ações humanas, de várias regiões, muitas isoladas e de difícil acesso. Sabemos que é muito provável que espécies animais e ve-getais entrem em risco de extinção e mesmo desapareçam completamen-te antes que sejam conhecidas pela ciência. Claro, extinções são tam-bém processos naturais, parte da

dinâmica da vida no planeta. Basta recordar o que aconteceu com os di-nossauros, milhões de anos antes de humanos andarem pela Terra. Mas o fato é que, nos últimos séculos, os homens têm sido os grandes res-ponsáveis pela extinção de espécies de seres vivos e, quando um habitat inteiro é completamente destruído, o que não é incomum, muitas espé-cies podem ser exterminadas antes mesmo de ser reconhecidas. É fun-damental que haja mais investimen-to em pesquisas, em especial as de campo, que se possa compreender melhor a ecologia das espécies ani-mais e, desta forma, contribuir para que tenhamos uma lista mais acura-da das espécies ameaçadas.

Como acabar com o tráfico de animais no Brasil?Reforço que o tráfico de animais no Brasil só poderá ter fim se dois grandes conjuntos de ações ocorre-rem rápida e simultaneamente. Pri-meiro, as autoridades oficiais, em todos os níveis – federal, estadual e municipal –, precisam tomar a devida consciência da tragédia que é a captura, o transporte, o encar-ceramento e a comercialização ile-gal de animais, e materializar esta consciência na forma de políticas públicas e ações decisivas voltadas para o combate ao tráfico de espé-cies silvestres, como melhorar a fis-calização nas fronteiras, rodovias,

O tráfico de animais domés-ticos é pouco conhecido.

Fala-se muito em comércio ile-gal de espécies selvagens, mas há também, no mundo todo, um mercado ilícito de espécies domésticas, incluindo o abate clandestino de bovinos, suínos e aves, além da comercialização por rotas obscuras e da criação sem critérios mínimos de higie-ne e bem-estar de cães, gatos e outras espécies.

Tudo isso deve ser levado em conta se pensamos em desen-volver modos de relação menos exploratórios e violentos com as demais formas de vida que par-tilham a Terra.

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Para saber mais sobre as espécies animais que sofrem risco de extinção, acesse o Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas: http://www.mma.gov.br/

“Há compradores ricos no Brasil, assim como uma imensa parcela das classes médias ou populares, em especial no interior do país, que insistem em manter animais silvestres em suas casas irregularmente. Somente com o término da procura por esses animais, o tráfico terá seu fim. Se não houver compradores, não há razão para que existam traficantes e vendedores

portos e aeroportos, que são as rotas de circulação e de fuga de traficantes e dos animais capturados; aumentar a vigilância em parques nacionais e outras áreas protegidas; refinar a le-gislação contra o tráfico de animais; fomentar o diálogo internacional a respeito do tema e organizar e de-senvolver campanhas de conscienti-zação da população a respeito dos muitos impactos do tráfico de ani-mais para o meio ambiente. É de grande importância também que a população atue, em conjunto com o Estado, no combate a estas práti-cas ilegais. Falo da atuação de pro-fessores em salas de aula, de padres e pastores em igrejas e templos, e mesmo da educação em casa, pois os pais podem incutir nas crianças o respeito pela vida selvagem em ge-ral e por cada animal em particular ao não praticar e desestimular a vio-lência e os maus-tratos contra ani-mais e práticas clandestinas.

A criação de parques e reservas é alter-nativa para o combate ao tráfico?Parques e reservas podem ajudar a combater o tráfico de animais, mas não se existirem apenas no pa-pel, em mapas, como ocorre com a maioria das áreas protegidas no Brasil. Não basta criar uma reser-va e deixá-la sem fiscalização, sem pesquisas que ajudem a compreen-der o funcionamento daquele ecos-sistema, sem educação e conscien-

tização ambientais das populações do entorno, enfim, sem garantir efetivamente sua proteção. Sabe-mos como, no Brasil, a fiscalização dos parques e reservas naturais é pífia, com pouquíssimos guardas e funcionários, em geral mal trei-nados e com salários baixos. A maioria das pessoas sequer sabe da existência dessas áreas prote-gidas, mesmo aquelas que vivem nas proximidades. Criar áreas de proteção ambiental em múltiplos níveis, do federal ao particular, é importantíssimo, mas é necessá-rio fiscalizar as fronteiras. Além de atos legislativos e administrativos, isso deve incluir as populações que estão nas regiões vizinhas a essas áreas ou no interior delas. Estas comunidades, como detentoras de um saber especializado e de uma experiência muitas vezes secular e mesmo milenar com esses am-bientes e os seres que ali vivem, podem contribuir muito para a proteção dessas reservas.

Você vai lançar um livro que trata da re-lação entre tribos indígenas e animais domésticos. O que podemos aprender com essas populações no que diz res-peito ao trato com animais?Mesmo não sendo ecologistas no sentido estrito do termo, as tribos in-dígenas vêm garantindo com maior eficiência a biodiversidade das terras em que habitam, muitas vezes con-tribuindo para aumentá-la. As terras indígenas no Brasil são as áreas de maior concentração de biodiversida-de nativa, bem como as zonas mais protegidas ambientalmente. Vale a pena ouvir e conhecer o que esses povos têm a dizer sobre a natureza e os seres vivos, pois suas práticas parecem dar resultados na conserva-ção ambiental. Veja o caso de Ron-dônia: embora haja vastas áreas de proteção ambiental, como parques nacionais e estaduais, florestas na-cionais e estações ecológicas, se você olhar uma foto de satélite da região, verá que as terras protegi-das, de fato, são as indígenas.

Fotografe a figura acima com o leitor de QR Code do seu celular e acesse diretamente o Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas.

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de pessoas que se interes-sam por este ambiente.

A falta de conhecimen-to e de planejamento, po-rém, podem causar pro-blemas na sua montagem e manutenção. Um dos mais comuns é a lagoa verde, fenômeno caracte-rizado pelo aspecto turvo da água. Segundo a espe-cialista em lagos Sarah Teodoro, as propriedades da água apresentam uma relação direta com a vida dos peixes. “É importante entender que o lago tem uma dinâmica natural, na qual as condições variam em ciclos, como o dia e a

noite, ou como as estações do ano e, portanto, os parâmetros não po-dem ser analisados isoladamente. Seu lago não receberá a mesma quantidade de luz no inverno e no

Quando o verde é problemaFenômeno pode indicar má qualidade da água

Um lago ornamental transmite tranquilidade e uma agradável e relaxante sensação de proxi-

midade com a natureza, o que tem estimulado um número crescente

verão, assim como a temperatura da água não estará igual na hora do almoço e durante a madruga-da”, explica.

Quando o lago torna-se esver-deado, pode estar passando por um processo chamado de eutro-fização, que consiste no enrique-cimento da água por nutrientes (principalmente nitrogênio e fós-foro) e faz com que as algas mi-croscópicas se reproduzam a uma taxa altíssima, alterando a cor do lago. Este excesso de nutrientes pode ser causado por vários moti-vos, como exagero na alimentação dos peixes, filtro desregulado ou mudança na luminosidade.

A modificação de cor não é, en-tretanto, o pior dos efeitos da eutro-fização. O aumento de algas resulta no crescimento dos organismos que delas se alimentam e causa um efei-to dominó, o que leva à diminuição da quantidade de oxigênio dissolvi-

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do na água e pode ocasionar a morte dos seres que vivem no lago. A decomposição da matéria morta, por sua vez, diminui ainda mais a quan-tidade de oxigênio e compromete a qualidade da água, o que altera todo o ecossistema e pode oca-sionar odores desagradáveis.

Se a água do lago estiver turva e esverdeada, é necessário resolver o problema antes que as espécies que ali vivem sofram as consequên-cias da má qualidade hídrica. “Geralmente, uma lâmpada ultravioleta resolve o problema”, orienta Sarah. De acordo com a especialista, a lâmpada UV mata as algas e até bactérias nocivas.

Estas lâmpadas podem ser manufaturadas ou compradas em lojas especializadas. O in-vestimento inicial, que pode ser alto, varia de acordo com o tamanho do lago, mas os resul-tados costumam ser rápidos.

“A ajuda de um profissional é importante para que se possa avaliar o problema que afeta a qualidade do lago e a maneira mais efetiva de combatê-lo”, diz Sarah.

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SuStentabilidadeem cena

Consciência ambiental pode ser aprendida com descontração e bom humor

Quem não curte uma boa ani-mação? Estas produções, ale-gres e, aparentemente, despre-

tensiosas, podem conter mensagens muito mais significativas do que mostram à primeira vista, como, por exemplo, a importância da natu-reza e da proteção à fauna e à flora, e ajudar as crianças a desenvolver a consciência da preservação.

A revista Mundo dos Bichos apre-senta uma lista com alguns grandes sucessos dessas categorias de filmes, e o que eles trazem de relevante nas suas entrelinhas.

Além de apresentar uma das personagens mais adoradas da Pi-xar – a esquecida Dory –, Procuran-do Nemo, filme que mostra a saga de um peixe-palhaço em busca de seu filho, traz uma mensagem sutil contra a pesca predatória e a interferência do homem no equilíbrio ecológico dos oceanos. A animação revela, ainda, alguns efeitos nocivos do comércio de peixes marinhos.

Lançada em 2008, a história do robozinho coletor de lixo Wall-E é rica em mensagens ambientais. Pas-sado em um futuro em que a Terra é um planeta em ruínas, o filme alerta para uma necessária mudança de há-bitos da sociedade, critica a produ-ção massiva de lixo e ressalta a im-portância da sustentabilidade. Ainda chama a atenção para os danos do estilo de vida de uma geração seden-tária e que exagera no fast-food.

WALL-ETemas: Sustentabilidade, crítica aos padrões de vida modernos

PROCURANDO NEMOTemas: Pesca predatória, preservação de espécies

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A simpática animação Os Sem Flo-resta traz um grupo de animais que se deparam com a interferência do homem quando uma cidade é construída ao lado da floresta onde habitam. As saídas que os perso-nagens encontram para driblar o problema são hilárias, mas, na re-alidade, as coisas não são engraça-das assim. A produção transmite a mensagem de que os espaços ver-des em que vivem os animais não devem ser tocados.

Em uma cidade totalmente sintéti-ca, na qual o ar puro é vendido em garrafas, um garoto se aventura em busca de uma árvore de verdade para dar de presente à menina de que gosta. O filme mostra os proble-mas de um lugar no qual a moderni-zação não levou em conta a impor-tância da natureza e criou um modo de vida artificial.

Enquanto tenta impedir que o

Lazer

Jellystone Park seja vendido, Zé Colmeia mostra a importância dos recursos naturais e o quanto os animais dependem deles. Tam-bém alerta para a fragilidade da vida animal que fica à mercê da ganância humana.

Especialmente feito para TV, o es-pecial traz Mônica e sua turma às voltas com uma descoberta fantás-tica: um líquido capaz de remover qualquer sujeira. Empolgados com a descoberta, os personagens passam a combater a poluição, o acúmulo de lixo e outros problemas ambien-tais. Sem muitas firulas, o desenho entrega uma mensagem direta e que atinge em cheio os pequenos. Ape-sar de não ser lançado em DVD, é facilmente encontrado na internet.

A animação que deslumbrou o mundo com sua reconstrução fiel das paisagens do Rio de Janeiro traz a simpática arara azul Blu aprenden-do a voar, descobrindo o amor e fu-gindo de uma porção de traficantes

de animais que querem capturá-la. Contagiadas pelo ritmo leve da pro-dução e pela trilha sonora vibrante, as crianças logo percebem quem são os vilões na história e que capturar animais para venda e benefício hu-mano não é nada bacana.

Talvez a mais “dolorida” das anima-ções clássicas da Disney, Bambi mos-tra como a ação do homem pode ser prejudicial ao habitat dos animais de uma forma bastante comovente. Por meio das reações do cervo Bambi ao que acontece ao seu redor, o público nota que a interferência das pesso-as na natureza pode desestruturar completamente o equilíbrio ecológi-co e causar sérios problemas.

OS SEM FLORESTATema: Intervenção do homem em espaços naturais

O LORAX: EM BUSCA DA TRÚFULA PERDIDATema: Preservação ambiental

TURMA DA MÔNICA – UM PLANO PARA SALVAR O PLANETATema: Combate à poluição

BAMBITema: Interferência do homem em espaços naturais

ZÉ COLMEIATema: Preservação dos recursos naturais

RIOTemas: Tráfico de animais, preservação de espécies

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Mundo dos bichosDiário

Em dezembro passado, o ciclista Roberto Ambrósio Filho iniciou um plano de longa data: percorrer

30 mil quilômetros sobre sua bicicleta por toda a América Latina em um período de dois anos e meio. O rapaz, que saiu de Araraquara, compartilha com os leitores da Mundo dos Bichos um pouco das belezas e figuras que viu na estrada até o momento.

Percorrendo o mundo de bikefacebook.com/vestigiodeaventura

Beto comprova como os quatis são fotogênicos, em registros captados na Serra do Rio do Castro, SCPose na Pedra do Segredo, Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul, RSAmanhecer na Serra GaúchaUma das muitas variedades de aves que Beto encontrou em FlorianópolisO sorrisão do Osmar, caseiro do Castelo Eldorado, em Marilândia do Sul, interior do Paraná Tem menina mais bonita que a Talita, que Beto conheceu na Serra do Cadeado, interior do Paraná?

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Bichos curiosos

Conheça o Orictéropo Mistura de focinho de porco, orelhas de burro, língua de tamanduá e garras de tatu

Embora seja pouco conhecido, o orictéropo foi famoso no

passado como protagonista de um desenho animado dos anos 70, chamado “The Ant and the Aardvark”, traduzido para o Bra-sil como “A Formiga e o Taman-duá”. A série, de 17 episódios, ficou no ar de 1969 a 1971.

Se você leu a primeira edição da Mundo dos Bichos, certa-mente ficou curioso para des-

cobrir que animal era aquele que estava nas mãos do biólogo Sérgio Rangel. O bichinho peculiar, que fica bem na fronteira entre o fofo e o estranho, tem nome. Por sinal, tão esquisito quanto ele: Orictéro-po, também conhecido por Aard-vark, que significa “porco-da-ter-ra” no idioma africâner. O animal também é conhecido como jimbo,

Chega de mostrar só as Gi-seles Bünchens do mundo

animal. Chega de exibir só ga-tinhos, ovelhas e porquinhos da índia. Esta revista é um es-paço de fauna democrática, e faz questão de garantir espaço e vez para animaizinhos, diga-mos, de apa rência alternativa.

A partir deste número, cada edição da revista vai trazer um animal exótico, desafiando os seus conhecimentos sobre bio-diversidade e, claro, os seus pa-drões de estética.

O próximo candidato a bel-dade é este da foto aí em cima. E aí, bicho, qual é?

E aí, bicho, qual é?

timba, timbo e porco-formigueiro.Como um dos seus nomes indi-

ca, o orictéropo se alimenta basica-mente de formigas e cupins. Para isso, ele tem uma língua pegajosa e comprida, que pode chegar a 30 centímetros. Sua dieta é composta também por outros insetos, peque-nos roedores e frutos.

O orictéropo é considerado um dos animais mais estranhos do mundo. Solitário e de hábitos no-turnos, vive nas savanas, ao longo do território da África subsaariana. Não é veloz, tem comportamento acanhado e tímido e, ao menor si-nal de ameaça, cava uma toca e se esconde nela.

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Tem pet na rede

Você acha que as redes sociais não oferecem o espaço que os bichinhos merecem? Já existem comunidades específicas para os adoradores de pets! Veja algumas, nacionais e estrangeiras, entre as que mais bombam na web. Todas com cadastro gratuito.

YUMMYPETS (www.yummypets.com)A rede social francesa – que pode ser acessada com tradução em português – funciona como um álbum de animais. Os donos podem compartilhar materiais sobre seus pets e a rede permite que outros seguidores curtam, comentem e vejam os bichinhos. Ainda conta com um blog (apenas em francês) com novidades sobre animais e pequenas histórias.

OIPET (www.oipet.com.br)A OiPet é mais do que uma rede social, é uma comunidade que incentiva os criadores não apenas a mostrar seus bichos, mas também a adotar e divulgar ações responsáveis. Ela ga-nha pontos por ser inteiramente em português e possuir uma interface prática e organizada. Traz ainda um fórum no qual os participantes podem conversar sobre o mundo dos bichos.

PLUGPET (www.plugpet.com.br)A brasileira Plugpet abre espaço para a publicação de material e diálogo entre donos de pets. Também traz algumas seções diferentes, como a “Agência de Namoro”, que possibilita aos donos procurar um par para seu animal. Há ainda um serviço que permite ao usuário enviar imagens bem humoradas de animais para seus amigos por email.

CATMOJI (www.catmoji.com)Essa vem direto do Japão e não contempla todos os animais. O Catmoji, uma rede social de fotos, busca agradar aos fãs dos felinos com fotos e vídeos de gatos em situações corri-queiras, inusitadas ou simplesmente charmosas. Catmoji se assemelha muito ao Pinterest, e também tem o compartilhamento de fotos, mas só os gatos têm espaço.

Digital

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Livros

Entre coices, garras e mordidas – Histórias favoritas de um veterinário, de Jeff Wells, Editora Landscape

Quando ingressou na carreira veterinária, o autor Jeff Wells pensou que tudo seria muito simples. Os primei-ros anos do rapaz, porém, provaram que o dia a dia da profissão traz desafios e situações bem diferentes do que ele imaginava. Alternando entre momentos hilariantes e emocionantes, Wells conta sobre seu convívio com os mais diversos bichos, seus donos, sobre as confusões e também as surpresas que podem surgir em uma clínica de animais. O tom é despretensioso, como uma conver-sa de amigo, e é difícil não simpatizar com as pequenas histórias de Jeff.

Alex & Eu, de Irene M. Pepperberg, Editora Record

Alex & Eu, por sua vez, nos apresenta a relação da auto-ra, a cientista Irene Pepperberg, e Alex, seu papagaio de estimação, durante toda a existência do animalzinho – que viveu por 31 anos. No livro, Irene resgata os feitos marcantes da ave. Capaz de distinguir mais de cem palavras e enten-der conceitos matemáticos, Alex contribuiu para inúmeras pesquisas que pretendiam entender melhor o intelecto dos papagaios. Mais do que isso, a obra é um relato singelo so-bre uma criadora cheia de saudade de seu pet e que guarda muito amor pelos dias em que conviveram juntos.

John Grogan é o cara por trás do sucesso literá-rio Marley & Eu. Antes de apresentar ao mundo o labrador mais célebre que existe, o autor já havia explorado suas memórias pessoais no simpático De volta para casa. Lançado por aqui após o sucesso de Marley..., o livro traz diversos casos de John, que abordam acontecimentos de várias fases de sua existência, da infância até a vida adulta. A relação com seus familiares, seus trabalhos, relacionamen-tos amorosos, a conquista da independência... tudo descrito com muita ternura e com uma linguagem bastante acessível, que leva o leitor a devorar as páginas em pouco tempo. Uma leitura para deixar um sorriso no rosto!

De volta para casa, de John Grogan, Editora Ediouro

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Filmes

O Grande Milagre, de Ken Kwapis

Baseado em uma história real, O Grande Milagre mostra como uma simples ação pode mobilizar muito mais pessoas do que se imagina. No filme, um repórter se depara com uma família de baleias presa embaixo de uma formação de gelo, em um lugarejo próximo ao Círculo Ártico. Indig-nado com a apatia da população, que não se importa com o fato, ele con-tata sua ex-namorada, uma ativista do Greenpeace, para contornar a situa-ção. O apelo do casal chama a atenção de todos e aí... só assistindo para saber! Estrelado por Drew Barrymore e John Krasinski, O Grande Milagre passou pelos cinemas sem muito alarde, mas vale ser conferido em DVD.

As Aventuras de Pi, de Ang Lee

Um dos mais fortes candidatos do Oscar 2013, com 11 indicações, As Aventuras de Pi é um delírio visual com uma trama emocionante. O filme conta a história de Pi, um rapaz indiano que busca encontrar a fé. Sua procura o leva por caminhos curiosos e fascinantes, e reve-lar mais que isso estragaria as surpresas do filme, que é inspirado no livro The Life of Pi, de Yann Martel, autor que foi acusado de plagiar o escritor brasileiro Moacyr Scliar. Polêmicas à parte, As Aventuras de Pi possui uma trama envolvente, fotografia impecável e um tom épico cativante.

Compramos um Zoológico, de Cameron CroweO diretor Cameron Crowe adora contar histórias de recomeços. Em Compramos um Zoológico, a proposta não é diferente. O protago-nista da trama é Benjamin Mee, um homem que se muda com a família para uma casa anexa a um zoológico após um revés familiar. Os parentes passam por um momento instável, e reerguer o zoo, que também enfrenta maus momentos, torna-se uma tarefa de todos. Para reabri-lo ao público, a família Mee terá que se unir como nunca e provar que consegue dar conta do recado. Com um elenco de astros – como Matt Damon, Scarlett Johansson e a atriz mirim Elle Fanning –, Compramos um Zoológico é repleto de calor humano e ótimo para todas as idades.

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