quadro da Água na regiÃo metropolitana de goiÂnia · para solucionar essa condição...

15
QUADRO DA ÁGUA NA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA - Condição geológica desfavorável à acumulação expressiva de água subterrânea; - Tem seus sistemas de abastecimento dependentes, quase que exclusivamente, do terço superior da bacia hidrográfica do rio Meia Ponte e da metade inferior da sub-bacia do ribeirão João Leite; - Devido à localização geográfica da região, a disponibilidade de água de boa qualidade representa um dos importantes fatores de limitação do desenvolvimento; - Em função do crescimento populacional e de consumo, Goiânia apresenta problemas de escassez de água em períodos de seca com os rios da bacia hidrográfica da região metropolitana, apresentando extrema variação e reduções de vazões indo de 46% até o máximo de 94% entre vazões de chuvas e de seca (Universidade Federal de Goiás - UFG, 1999); - As fontes atuais o Rio Meia Ponte e seu afluente Ribeirão João Leite tem sofrido processos de degradação antrópica tendendo à problemas futuros graves. Todos os outros cursos d'água que cortam a malha urbana de Goiânia estão com a qualidade ambiental parcialmente ou totalmente comprometidos; - O sistema de tratamento de águas encontra-se em sua capacidade máxima de trabalho e o nível dos rios no limite mínimo necessário. O sistema de capacitação do João Leite está comprometido, não possuindo disponibilidade para atender os 26% da população. - A qualidade de água no ponto de capacitação vem decaindo (COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MEIA PONTE, 2003). -

Upload: nguyenbao

Post on 20-Jan-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

QUADRO DA ÁGUA NA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA

- Condição geológica desfavorável à acumulação expressiva de água subterrânea;

- Tem seus sistemas de abastecimento dependentes, quase que exclusivamente, do terço superior da bacia hidrográfica do rio Meia Ponte e da metade inferior da sub-bacia do ribeirão João Leite;

- Devido à localização geográfica da região, a disponibilidade de água de boa qualidade representa um dos importantes fatores de limitação do desenvolvimento;

- Em função do crescimento populacional e de consumo, Goiânia apresenta problemas de escassez de água em períodos de seca com os rios da bacia hidrográfica da região metropolitana, apresentando extrema variação e reduções de vazões indo de 46% até o máximo de 94% entre vazões de chuvas e de seca (Universidade Federal de Goiás - UFG, 1999);

- As fontes atuais o Rio Meia Ponte e seu afluente Ribeirão João Leite tem sofrido processos de degradação antrópica tendendo à problemas futuros graves. Todos os outros cursos d'água que cortam a malha urbana de Goiânia estão com a qualidade ambiental parcialmente ou totalmente comprometidos;

- O sistema de tratamento de águas encontra-se em sua capacidade máxima de trabalho e o nível dos rios no limite mínimo necessário. O sistema de capacitação do João Leite está comprometido, não possuindo disponibilidade para atender os 26% da população.

- A qualidade de água no ponto de capacitação vem decaindo (COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MEIA PONTE, 2003).

-

Para solucionar essa condição desfavorável veio a construção da barragem

João Leite localizada junto ao Morro do Bálsamo à montante da cidade de

Goiânia calculada para o abastecimento da população de Goiânia até 2025

quando terá aproximadamente 2.407.000 habitantes.

CAPTAÇÃO DE ÁGUA E TRATAMENTO

Os mananciais de captação de água em utilização dos rios, córregos e poços artesianos se encontram dentro do perímetro urbano de Goiânia e a captação de água se faz através do:

- Rio Meia Ponte; - Do Ribeirão João Leite e;- Do Córrego Samambaia.

Goiânia depende de 2 estações de tratamento:

- Rio Meia Ponte, com capacidade de 2 m3/s, - João Leite (Jaime Câmara) com capacidade de 1,8 m3/s (MANOEL, 2003). Com a barragem de um volume de 129 milhões m3 de água, a vazão regularizada de abastecimento fica com 5,33 m3/s, com uma descarga mínima, a partir de 2010, de 0,90 m3/s e um total de 6,23 m3/s.

NO ESTUDO DA DISPONIBILIDADE DE ÁGUA PARA GOIÂNIA, O QUE SE TEM QUE SABER:

Saber quais são os limites de disponibilidade hídrica sob diferentes projeções de demanda, com cenários

para os próximos 50 anos.

Sub-bacias do Rio Meia Ponte, Área total e Vazão da Bacia

-------------------------------------------------------------------- Área Total Vazão

(Km2) (m3/s)-------------------------------------------------------------------- Rio Caldas 1.271,20 6,72 Ribeirão João Leite 804,40 6,00Ribeirão Cachoeira * 2,54Ribeirão Capivara * 1,23Ribeirão Capoeirão * 1,11Ribeirão Inhumas * 1,04Rio Dourados 1.715,3 5,30

----------------------------------------------------------------Fontes: IBGE 2003 e SEMARH 2003

*Até a data mencionadas não havia dados da área dessas regiões

Barragem Joâo Leite

Para o cenário de demanda foi adotado, um horizonte de 50 anos, com taxas de

crescimento populacional, definidos a partir da base atual de crescimento para a região e

aceita como fica para o período considerado. As quotas de consumo adotadas são

crescentes, variando entre 150 e 250 L/hab.dia considerando o consumo doméstico e

industrial. Utilizou-se uma taxa de 10% para o cálculo da demanda compensada.

Disponibilidade de água futura

Considerando-se as 2 estações de captação:

- A atual do Rio Meia Ponte = 2,00 m3/s, - A do João Leite (Jaime Câmara) com a represa = 5,33 m3/s. * Total = 7,33 m3/s

* A vazão regularizada de abastecimento é de 5,33 m3/s, com uma descarga mínima a partir de 2010 de 0,90 m3/s e um total de 6,23 m3/s.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Ano População Quota Per capita Demanda Média Demanda Compensada

(L/hab.dia) (m3/s) (m3/s)

1000 hab Min. Média Max. Min Média Max Min Média Max-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

2000 1.619 150 200 250 2,81 3,74 4,68 3,09 4,11 5,152005 1.848 150 200 250 3,21 4,28 5,35 3,53 4,71 5,882010 2.040 150 200 250 3,54 4,72 5,90 3,86 5,19 6,492015 2.200 150 200 250 3,82 5,09 6,37 4,20 5,60 7,012020 2.320 150 200 250 4,02 5,37 6,71 4,42 5,91 7,382025 2.407 150 200 250 4,17 5,57 6,96 4,59 6,13 7,662030 2.496 150 200 250 4,33 5,78 7,22 4,76 6,36 7,942035 2.589 150 200 250 4,49 5,99 7,49 4,93 6,59 8,242040 2.686 150 200 250 4,66 6,22 7,77 5,13 6,84 8,552045 2.786 150 200 250 4,83 6,45 8,06 5,31 7,09 8,672050 2.890 150 200 250 5,02 6,69 8,36 5,52 7,36 9,20

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fontes: IBGE (2003) , SEMARH (2003)

*Para o cálculo da demanda compensada foi considerado um aumento de 10% da demanda média consumida

Calculo da demanda com a Taxa de crescimento populacional 2,2% disposto pelo IBGE

Calculo da demanda com a Taxa de crescimento populacional varíável.

O QUE SE OBSERVA:

Se for considerada Taxa de crescimento populacional 2,2% disposto pelo IBGE

Situação em 2020 – População de 2.407.000 hab. ↠ Se respeitada a taxa de consumo máxima

250 L/hab.dia ↠ demanda média compensada em torno de 7,38 m3/s.

Se reduzida a cota de consumo para 200 L/hab.dia dá pra ter uma sustentação até 2050, quando a demanda será de 7,36 m3/s. Estaremos com uma população estimada em 2.890.000 habitantes.

Se forem consideradas as Taxas de crescimento populacional variadas.

No nível de consumo de 250 L/hab.dia – haverá racionamento de água já em 2015 ↠ demanda de 7,92 m3/s

Ou seja, como medida de equilibrar a disponibilidade com a demanda, estaria a estratégia de diminuir com consumo de cada um.

Também se faz necessário conter perdas e desperdiço da água.

- A disponibilidade hídrica da Região Metropolitana de Goiânia é restrita e, portanto o planejamento do uso de seus mananciais deve ser avaliado e diagnosticado cuidadosamente.

- Nas condições do cenário atual taxa de crescimento 2,2% (IBGE) de disponibilidade de recursos hídricos considerando a inexistência de programas efetivos de conservação de mananciais as potencialidades de recursos hídrico seriam esgotadas entre os anos de 2015 e 2025.

CONCLUSÕES

Especificamente para a Região Metropolitana de Goiânia, devem ser tomadas as seguintes medidas:

- Providências para evitar os impactos sobre a bacia do Rio Meia Ponte. Cabe ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Meia Ponte, definir critérios e ações a serem, implementadas nas bacias hidrográficas.

- Deverá ser revisado o Plano Diretor de forma a definir critérios ambientais para o uso urbano, agrícola e industrial destas áreas.

- Pode ser necessário um replanejamento do uso e manejo de ocupação do solo no entorno dos corpos d’água das duas bacias hidrográficas como parte de um programa de readequação das atividades agropastoris, industriais e de assentamento urbano.

- Deve ser dirigida especial atenção ao Ribeirão João Leite , pois, com a barragem atendera 75% do abastecimento de água da grande Goiânia. É medida de garantia de estabilidade ambiental, econômica e social a conservação da capacidade de produção de água nessa sub-bacia.

- Deve ser implementado um programa de pagamento de serviços ambientais na bacia do Ribeirão João Leite específico para produção de água.

Haverá limitação ao desenvolvimento exigindo antecipação do cronograma de obras para as captações mais distantes, com muito maiores custos de implantação e a operação dos sistemas que, a longo prazo, seria repassados à população.

Nesse caso, a alternativa seria a captação no Rio Caldas devido a posição e a sua vazão superior a 6,72 m3/s.

Se não for assim.....

Escassez da Água como Limitador do Desenvolvimento da Região Metropolitana de Goiânia

Dr. Professor Antônio Pasqualetto; Christiane Raquel de Alcântara; Frederico Patrício Ramos; Gleides Maria Ramos Patrício; Hildefonsina Maia Silva;

Mas, como é ficar sem água?