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HOSPITAL SÃO PAULO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO Diretoria de Enfermagem PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA Página 1 de 5 Controle de Emissão Elaboração Revisão Aprovação Ariane Ferreira Machado - COREN/SP: 86722 Daniela Bicudo Angelieri - COREN/SP: 135071 Maria Isabel S. Carmagnani - COREN/SP:16708 Flávio Trevisani Fakih - COREN/SP: 29226 Luiza Hiromi Tanaka - COREN/SP: 18905 Grace M. P. Lima - COREN/SP: 57312 Resumo de Revisões Data Emissão inicial Set/2004 Primeira revisão Jul/2007 Segunda revisão SUMÁRIO 1 OBJETIVO: Instalar cateter em trajeto venoso periférico para a coleta de sangue venoso, infusão contínua de soluções, administração de medicamentos, ou para manutenção de uma via de acesso venosa, para a administração intermitente de medicamentos (por meio da salinização do cateter). 2 APLICAÇÃO: Aos pacientes internados, ambulatoriais e de pronto atendimento. 3 RESPONSABILIDADES: Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem. 4 MATERIAIS: Bandeja, garrote, álcool a 70%, bolas de algodão, cateter venoso apropriado, esparadrapo ou fita adesiva hipoalergênica, luvas de procedimento. Conforme a indicação da punção, acrescentar: ? Tubos de coleta de sangue, adequados aos tipos de exames solicitados; ? Dispositivo a ser conectado ao cateter venoso (torneirinha, tubo extensor, tubo em “Y”), o equipo do sistema de infusão e o frasco da solução; ? Seringa contendo o medicamento; ? Material para salinização do cateter (consulte o procedimento de “salinização de cateter venoso periférico”). 5 DESCRIÇÃO: Descrição dos Passos Reunir todo material numa bandeja limpa. Realizar a higienização das mãos . Levar a bandeja ao quarto do paciente, colocando-a na mesa auxiliar. Explicar o procedimento ao paciente. Calçar as luvas de procedimento. Escolher o local de acesso venoso. Expor a área de aplicação, verificando as condições das veias. Garrotear o local que vai ser puncionado (no adulto: aproximadamente de 5 a 10 cm do local da punção venosa), para propiciar a dilatação da veia. Solicitar ao paciente que mantenha e o braço imóvel. Fazer a antissepsia do local com algodão embebido em álcool a 70%, em movimentos circulares do centro para as extremidades. Manter o algodão seco ao alcance das mãos. Tracionar a pele para baixo, com o polegar abaixo do local a ser puncionado. Introduzir o cateter venoso na pele, com o bisel voltado para cima, num ângulo aproximado de 30 o a 45 o . Uma vez introduzido na pele, direcioná-lo e introduzi-lo na veia. (no caso da utilização de cateter sobre agulha: introduzir o cateter com o mandril no interior da veia e, então, remover o mandril). Abrir o cateter e observar o refluxo sangüíneo em seu interior.

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HOSPITAL SÃO PAULO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

Diretoria de Enfermagem

PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA Página 1 de 5

Controle de Emissão Elaboração Revisão Aprovação

Ariane Ferreira Machado - COREN/SP: 86722 Daniela Bicudo Angelieri - COREN/SP: 135071 Maria Isabel S. Carmagnani - COREN/SP:16708 Flávio Trevisani Fakih - COREN/SP: 29226 Luiza Hiromi Tanaka - COREN/SP: 18905 Grace M. P. Lima - COREN/SP: 57312

Resumo de Revisões Data Emissão inicial Set/2004 Primeira revisão Jul/2007 Segunda revisão

SUMÁRIO 1 OBJETIVO: Instalar cateter em trajeto venoso periférico para a coleta de sangue venoso, infusão

contínua de soluções, administração de medicamentos, ou para manutenção de uma via de acesso venosa, para a administração intermitente de medicamentos (por meio da salinização do cateter).

2 APLICAÇÃO: Aos pacientes internados, ambulatoriais e de pronto atendimento. 3 RESPONSABILIDADES: Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem. 4 MATERIAIS: Bandeja, garrote, álcool a 70%, bolas de algodão, cateter venoso apropriado,

esparadrapo ou fita adesiva hipoalergênica, luvas de procedimento. Conforme a indicação da punção, acrescentar:

? Tubos de coleta de sangue, adequados aos tipos de exames solicitados; ? Dispositivo a ser conectado ao cateter venoso (torneirinha, tubo extensor, tubo em “Y”), o

equipo do sistema de infusão e o frasco da solução; ? Seringa contendo o medicamento; ? Material para salinização do cateter (consulte o procedimento de “salinização de cateter

venoso periférico”).

5 DESCRIÇÃO:

Descrição dos Passos Reunir todo material numa bandeja limpa. Realizar a higienização das mãos. Levar a bandeja ao quarto do paciente, colocando-a na mesa auxiliar. Explicar o procedimento ao paciente. Calçar as luvas de procedimento. Escolher o local de acesso venoso. Expor a área de aplicação, verificando as condições das veias. Garrotear o local que vai ser puncionado (no adulto: aproximadamente de 5 a 10 cm do local da punção venosa), para propiciar a dilatação da veia. Solicitar ao paciente que mantenha e o braço imóvel. Fazer a antissepsia do local com algodão embebido em álcool a 70%, em movimentos circulares do centro para as extremidades. Manter o algodão seco ao alcance das mãos. Tracionar a pele para baixo, com o polegar abaixo do local a ser puncionado. Introduzir o cateter venoso na pele, com o bisel voltado para cima, num ângulo aproximado de 30o a 45o. Uma vez introduzido na pele, direcioná-lo e introduzi-lo na veia. (no caso da utilização de cateter sobre agulha: introduzir o cateter com o mandril no interior da veia e, então, remover o mandril). Abrir o cateter e observar o refluxo sangüíneo em seu interior.

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Controle de Emissão Elaboração Revisão Aprovação

Ariane Ferreira Machado - COREN/SP: 86722 Daniela Bicudo Angelieri - COREN/SP: 135071 Maria Isabel S. Carmagnani - COREN/SP:16708 Flávio Trevisani Fakih - COREN/SP: 29226 Luiza Hiromi Tanaka - COREN/SP: 18905 Grace M. P. Lima - COREN/SP: 57312

Soltar o garrote. Conforme a indicação da punção: 1. para a coleta de sangue venoso: (consulte o procedimento de “coleta de sangue venoso”).

2. para a infusão contínua de solução: ? Conectar a torneirinha,

tubo extensor ou tubo em “Y” ao equipo do sistema de infusão;

? Remover o ar do sistema;

? Conectar o sistema ao cateter venoso;

? Iniciar a infusão, no tempo/velocidade recomendado;

3. para a administração de medicamento: ? Conectar a seringa

contendo o medicamento ao cateter venoso;

? Iniciar a infusão, no tempo/velocidade recomendado;

(consulte o procedimento de “administração de medicamentos via intravenosa”).

4. para a manutenção de uma via de acesso venoso (salinização): (consulte o procedimento de “salinização de cateter venoso periférico”).

Observar se há sinais de infiltração, extravazamento ou hematoma no local da punção, além de queixas de dor ou desconforto do paciente (consulte recomendações). Fixar o dispositivo com esparadrapo ou adesivo hipoalergênico. Orientar o paciente sobre os cuidados para a manutenção do cateter. Deixar o paciente confortável. Recolher o material e encaminhar os resíduos ao expurgo (sem reencapar agulhas). Descartar o material pérfuro-cortante em recipiente adequado. Lavar a bandeja com água e sabão, secar com papel-toalha e higienizá-la com álcool a 70%. Retirar as luvas e desprezá-las no lixo. Realizar higienização das mãos. Registrar na anotação de enfermagem a punção e o cateter utilizado.

RECOMENDAÇÕES

Gerais:

? Orientar o paciente sobre o procedimento. Respeitar o seu direito de recusa.

Específicas:

? Para a escolha a veia, deve-se levar em consideração as condições das veias, tipo de solução a ser infundida e o tempo de infusão. Preferir veias calibrosas na administração de drogas irritantes ou muito viscosas, a fim de diminuir o trauma do vaso e facilitar o fluxo. Se possível, escolher o membro superior não dominante para que o paciente possa movimentá-lo mais livremente. As veias mais indicadas para receber infusão são: metacarpianas, basílica, cefálica inferior e cefálica acessória. Evitar usar veias antecubitais, pela limitação de movimentos do paciente, a menos que se utilizem dispositivos venosos flexíveis.

? Métodos de punção venosa periférica:

? Direto: Inserção do cateter diretamente sobre a veia em ângulo de 30 a 45 graus (indicado para veias frágeis, tortuosas).

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Ariane Ferreira Machado - COREN/SP: 86722 Daniela Bicudo Angelieri - COREN/SP: 135071 Maria Isabel S. Carmagnani - COREN/SP:16708 Flávio Trevisani Fakih - COREN/SP: 29226 Luiza Hiromi Tanaka - COREN/SP: 18905 Grace M. P. Lima - COREN/SP: 57312

maior tempo de permanência do cateter e menor ocorrência de complicações).

? Evitar a proximidade entre o local da nova punção e o local da anterior.

? Evitar puncionar veias esclerosadas ou membros paralisados, edemaciados ou com lesões.

? Evitar punção de membro ipsilateral à mastectomia.

? Para facilitar o aparecimento de uma veia, pode-se aquecer o local escolhido com compressa ou bolsa de água morna, minutos antes da punção.

? Na retirada do cateter venoso, pressionar o local da punção com uma bola de algodão, por 3 minutos, e aplicar um curativo adesivo no local da punção.

? Agulhas de pequeno calibre estão mais freqüentemente associadas à ocorrência de hematoma.

? Acesso venoso para infusão contínua ou intermitente:

? Para manter o acesso venoso é mais apropriado o uso de dispositivo venoso flexível tipo cateter sobre agulha (jelco), que permita a movimentação do paciente. Para infusões contínuas de curta permanência, pode-se utilizar o cateter agulhado (scalpe).

? Não é recomendada a interrupção da infusão durante outros procedimentos (banho, refeições, transporte do paciente etc.).

? A cada procedimento (injeção de medicamentos, retirada de amostras de sangue etc.) é necessário lavar o dispositivo com até 10 mL de solução fisiológica, antes e após o procedimento.

? Fazer o rodízio das punções a cada 72 horas, no máximo, mesmo que a veia pareça íntegra.

? Recomendações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital São Paulo/UNIFESP:

? Os cateteres venosos periféricos (scalpes/jelcos) podem ser mantidos por períodos de até 72 horas.

? Os equipos utilizados para infusão intermitente deverão ser trocados a cada dose especialmente aqueles utilizados para infusão de soluções lipídicas e hemoderivados, podendo os demais serem trocados a no máximo cada 24 horas, desde que sejam lavados com solução fisiológica após cada infusão.

? As buretas utilizadas para infusão de antimicrobianos e drogas vaso ativas deverão ser trocados a cada 48 horas.

? Os equipos utilizados para infusão contínua deverão ser trocados a cada 72 horas.

? Os frascos de soro não devem ser perfurados, ou mantidos com agulhas.

? Avaliação de flebite e infiltração e extravasamento:

? Verificar a presença de dor, edema, hematoma e hiperemia. Aplicar escalas de avaliação de sinais de flebite e infiltração e extravazamento.

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Escala de avaliação de flebite

0 Sem sinais clínicos.

1 Presença de eritema, com ou sem dor local ou edema, sem endurecimento e cordão fibroso não palpável.

2 Presença de eritema, com ou sem dor local ou edema, com endurecimento e cordão fibroso não palpável.

3 Presença de eritema, com ou sem dor local ou edema, com endurecimento e cordão fibroso palpável menor que 1 cm.

4 Presença de dor, com eritema e ou edema, com endurecimento e cordão fibroso palpável igual ou maior que 1 cm de comprimento, drenagem purulenta.

Escala de avaliação de infiltração e extravasamento

0 Sem sinais clínicos.

1 Pele fria e pálida, edema menor que 2,5 cm, com pouca ou sem dor local.

2 Pele fria e pálida, edema aproximadamente de 2,5 cm, com pouca ou sem dor local.

3 Pele fria, pálida e translúcida, edema maior que 15 cm, dor local variando de média a moderada, possível diminuição da sensibilidade.

4 Pele fria, pálida e translúcida, edema maior que 15 cm, dor local variando de moderada a severa, diminuição da sensibilidade e comprometimento circulatório. Ocorre na infiltração de derivados sangüíneos, substâncias irritantes ou vesicantes (extravasamento).

? Caso ocorram sinais de flebite e infiltração/extravazamento, deve-se retirar o cateter venoso imediatamente (mesmo antes de 72h de instalação).

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Ariane Ferreira Machado - COREN/SP: 86722 Daniela Bicudo Angelieri - COREN/SP: 135071 Maria Isabel S. Carmagnani - COREN/SP:16708 Flávio Trevisani Fakih - COREN/SP: 29226 Luiza Hiromi Tanaka - COREN/SP: 18905 Grace M. P. Lima - COREN/SP: 57312

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1. Carmagnani MIS et al. Manual de Procedimentos Básicos de Enfermagem. São Paulo,

Interlivros; 2000.

2. Nettina SM. Práticas de Enfermagem. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, sexta edição;

1998.

3. Phillips LD. Manual de Terapia Intravenosa. 2 ed. Porto Alegre: Artmed; 2001.

4. Centers for Disease Control and Prevention. Guidelines for the prevention of intravascular

catheter-related infections. MMWR 2002; 51(RR-10).

5. Alexander M. Infusion Nursing: Standards of Practice. J Infusion Nurs 2006; 29(1S).

6. Machado AF. Motivo da retirada e tempo de permanência de cateteres venosos periféricos em

crianças: estudo experimental com três tipos de curativos. Tese (Mestrado em Enfermagem) -

Universidade Federal de São Paulo, São Paulo; 2003. 126 p.

7. Medeiros EAS, Wey SB, Guerra CM. Diretrizes para a prevenção e o controle de infecções

relacionadas à saúde 2006 - 2007. Comissão de Epidemiologia Hospitalar, Hospital São Paulo,

Universidade Federal de São Paulo, São Paulo; 2006. 132p.