publicidade thinking

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S E R G I O S A N T O S S I L V A PUBLICIDADE THINKING COMO TRAZER SOLUÇÕES UTILIZANDO A ABORDAGEM DO DESIGN THINKING NA PUBLICIDADE

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S E R G I O S A N T O S S I L V A

PUBLICIDADETHINKING

COMO TRAZER SOLUÇÕES UTILIZANDO A

ABORDAGEM DODESIGN THINKING NA

PUBLICIDADE

São Paulo2016

PUBLICIDADETHINKING

COMO TRAZER SOLUÇÕES UTILIZANDO A

ABORDAGEM DODESIGN THINKING NA

PUBLICIDADE

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharelado em Comunicação Social – Habilitação Publicidade e Propaganda sob a orientação do Prof. Dr. Guilherme Ranoya Seixas Lins.

Olá, tudo bem?

BOM PROVEITO!

Primeiramente, agradeço a Deus por me oferecer forças e proteção nessa longa trajetória.

Aos meus familiares e amigos que, diretamente ou indiretamente, me ajudaram com incentivos e apoio do início ao fim deste ciclo.

Aos docentes que disseminaram com excelência os conteúdos e aplicaram a gestão do conhecimento.

Ao Senac São Paulo por proporcionar a oportunidade de estudar com estímulos e com uma infraestrutura surreal em seu Centro Universitário Senac - Santo Amaro.

“A MELHOR FORMA DE TER

UMA BOA IDÉIA

É TENDO VÁRIAS IDEIAS”

LINUS TORVALDS

resu

mo PALAVRAS-CHAVE

deSIGN

deSIGN DE SERVIÇOS

DOAÇÃO DE CULTURA

SOCIEDADE THINKINGSANGUE

abST

RACT

Como pensar em publicidade e propaganda de uma forma diferente? Este trabalho demonstra como utilizar uma abordagem diferenciada com um modelo mental inovador, trazendo resultados mais assertivos para a publicidade e propaganda e para o público consumidor. A presente pesquisa trouxe um método de pensamento e busca de soluções para um hemocentro de São Paulo, propondo apoiar e facilitar o processo de fidelização de doadores de sangue e, em longo prazo, o salvamento de vidas.

Diagnóstico e solução. Essas são as palavras que melhor definem o processo de construção colaborativa do trabalho. Desde o início da elaboração, com o método do Design Thinking, ancorada em empatia, colaboração e experimentação, os participantes do processo se dedicaram à busca de ideias, por meio de ferramentas e reflexões de caminhos que garantiram os melhores resultados para idealização, possibilitando identificar um serviço relevante aos usuários, além de praticar o incentivo à cultura, acelerando a participação na doação de sangue.

abST

RACT Keywords

deSIGN

services design

blood CULTURe

SOCIety THINKINGdonation

How to think in advertising in a different way? This paper demonstrates how to use a differentiated approach with an innovative mindset, to obtain better results for the advertising and the consumer. The research brought a method to search for solutions in a blood center of São Paulo. It supports and facilitates the process of loyalty blood donors and save lives.

Diagnosis and solution: These words define the best process of collaborative work construction. Since the beginning of the project design, and using the method of Design Thinking, anchored in empathy, collaboration and experimentation, process participants dedicated themselves in search of ideas, using tools and reflections paths, which guaranteed the best results for idealization of project. This enabled us to identify a relevant service to consumers of the method, and practice encourage culture and accelerating participation in blood donation.

sum

ário

introdução DESIGN THINKING

ColaboraçÃoEMPATIAEntrevista com Profundidade

BrainstormingPersonas

Consideraçõesfinais

referênciasbibliograficas

DUPLO DIAMENTE

experimentaçãoProtótipo StoryboardComunicação

01

06 1414 31

342408

28

39 41

02 02

introduçãoPor meio de ferramentas da abordagem do Design Thinking, foi diagnosticado um problema no hemocentro da Santa Casa de São

Paulo: não basta atrair candidatos à doação pois, acima de tudo, é indispensável fidelizar os doadores que se dirigem aos postos de

coleta. Segundo o Hemocentro da Santa, as pessoas com condições de serem doadoras estão na faixa etária entre 18 e 69 anos.

Assim, é possível estimar que há 98 mil habitantes potenciais doadores ao entorno, conforme a instituição Geografia de Mercado,

considerando uma área de influência de 2 km. Desses possíveis doadores na área, por mês, o banco de sangue recebe uma média

de 4.500 candidatos e, ao final do processo de triagem, apenas 3.800 bolsas de sangue são coletadas. Estima-se que 94 mil pessoas

não ajudam a causa no ano, cerca de 96% da população.

Este trabalho tem como meta sanar esse problema e fornecer subsídios apoiados em empatia, colaboração e experimentação. Nessa

perspectiva, afim de dar suporte ao Hemocentro da Santa Casa de São Paulo, pretende-se solucionar a “fidelização de doadores de

sangue”. O projeto apresenta um serviço com o propósito de ofertar valor aos usuários, fazendo com que esses consumidores

percebam, ou mesmo compreendam os benefícios oferecidos, para abrir possibilidades no campo da doação de sangue.

01

Design ThinkingPara dar alicerce ao projeto, utilizamos a abordagem do

Design Thinking como engrenagem na identificação de um

problema e efetivação de soluções, projetando experiências

de serviços. Esse método se caracteriza como multidisciplinar,

volta-se para a resolução e a criação de desafios, e é apoiado

pelo tripé: empatia, colaboração e experimentação. Sendo um

modelo mental, o Design Thinking constrói um caminho para

geração de valor de um produto ou serviço, realizando mais

ações com menos recursos. Esse termo está presente desde

a revolução industrial, quando precisávamos de mudanças,

buscando aperfeiçoamentos constantes e graduais. O Design

Thinking traz caminhos e um olhar para inovação em diversos

âmbitos.

Duplo DiamanteVamos utilizar o processo do Duplo Diamante. Com formato de

diamante, podemos abrir e fechar nossos pensamentos

divergentes e convergentes, para gerar opções e tomar

decisões. Este processo possui quatro fases: descoberta,

definição, desenvolvimento e entrega.

Descobrir DEFINIR DESENVOLVER entregarIdeias iniciais ou

inspirações e estabelecimento das

necessidades dousuário.

Interpretação ealinhamento dosachados para osobjetivos doprojeto.

Definição dospríncipios de design e

propostas deinteração.

Prototipagem dasideais para validaçãoe sugestões debacklog.

Ilustração 1 – Duplo Diamante. Fonte: Just4letters (2014) - adaptado pelo autor

02

ETAPA do duplo dimante

O Duplo Diamante tem esse constante processo de expandir e

redefinir quando está no processo de criação dos projetos.

Esse diagrama, no entanto, não funciona como o conhecido

modelo cascata. Ao contrário desse modelo linear, o processo

de design é livre para seguir uma natureza iterativa, ou cíclica

em sua progressão. (ALT; TENNYSON, 2012, p. 43).

0 1 2 3 4entregarDESENVOLVERDEFINIRDescobrir

03

EMPATIA

EMPATIANo Design Thinking, precisamos nos esforçar muito para

observar, conhecer, entrevistar e compreender o universo que

você quer servir. A primeira coisa a fazer é voltar o olhar para

as pessoas, entendendo o que elas sentem, pensam, quais

são suas dores e seus desejos.

No início do projeto, exploramos lugares onde a informação já

estava disponível, como a internet, livros e revistas. O objetivo

é agilizar o entendimento sobre o cenário do projeto. Ao

entender o que já existe e o que está se falando a respeito da

doação de sangue, conseguimos ficar mais preparados para

definir o que deve ser pesquisado e como explorar motivações

e necessidades mais profundas das pessoas.

Conforme Luiz Alt e Tennyson Pinheiro (2012), não existe

Design Thinking sem um grande esforço de observar,

conhecer, entrevistar e compreender as pessoas que você

quer servir. A palavra-chave aqui é “insight”.

Exploramos informações da Fundação Pró-Sangue, e para

realizar a capitação de doadores em seis postos de coleta, ela

desenvolve um vigoroso trabalho de captação, que inclui

diversas ações de sensibilização da população para a doação

voluntária de sangue. Em 2014, a instituição realizou

aproximadamente 37.000 ligações telefônicas, encaminhou

cerca de 400.000 mil malas diretas, disparou mais de um

milhão de e-mails e enviou quase um milhão de mensagens

SMS aos candidatos. Também distribuiu em torno de 500.000

folhetos, contendo os requisitos para a doação e as facilidades

ao doador.

0 1 2 3 4

06

Ilustração 3 – Quadro de evolução. Fonte: Pró-Sangue (2016)

Para tentar fidelizar seus doadores e com o objetivo de

valorizar a nobreza do gesto dessas pessoas que se

disponibilizam a ajudar os outros através da doação de

sangue, a Pró-Sangue criou em 1998 o Clube Irmãos de

Sangue. A iniciativa visava homenagear os doadores de

sangue com mais de 10 doações voluntárias. Em 2014, o

clube fechou o ano com 8.500 associados. O jornal

Pró-Sangue Online é mais um veículo de comunicação da

instituição acessado pela internet e enviado a cerca de 60.000

pessoas, mensalmente, por e-mail. Atualmente, está em seu

quarto ano de edição e também traz uma versão impressa.

Mais uma forma de divulgação e valorização do gesto e das

ações da instituição.

Convocação de Doadores 2013 2014

Telefone 22.000

270.000

40.000

210.000

37.000

400.000

1.298.000

977.000

Mala direta

E-mails

SMS

0 1 2 3 4

07

EMPATIAEntrevista com ProfundidadeAinda no processo de empatia, executamos as entrevistas

com profundidade. São conversas profundas, para ganhar

insights sobre suas vidas e experiências. Uma "EP" (entrevista

com profundidade), é estruturada em tópicos relacionados ao

projeto, porém, deve ser flexível o suficiente para que quem

estiver entrevistando, entenda de maneira mais ampla as

necessidades e os desejos das pessoas entrevistadas.

Para conectar as pessoas e nos colocar no lugar delas,

entrevistamos Lilian Razoboni, coordenadora do Hemocentro

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. E

para iniciarmos, definimos algumas premissas: procurar

conhecer a pessoa, não apenas o usuário, deixar a pessoa

bem à vontade para se abrir, fazer perguntas abertas

proporcionando uma conversa, adotar o template para

registrar as informações, tirar fotos da pessoa, do ambiente e

gravar o áudio da conversa e, no final, fazer os TOP 10 dos

insights.

Na visita ao Hemocentro da Santa Casa de São Paulo,

identificamos que todas as pessoas podem ser candidatas a

doarem sangue, mas existem critérios que visam a proteção do

doador e do receptor de sangue. Os requisitos básicos para

doação são:

• Estar bem de saúde;

• Pesar menos de 50 kg;

• Ter entre 18 e 69 anos, podendo menores de 16 e 17 anos

doarem com a autorização do seu responsável;

• Apresentar um documento oficial de identidade com foto,

podendo ser a carteira de identidade (RG), habilitação ou

carteira de trabalho;

• Não estar em jejum, evitando alimentos gordurosos nas 3

horas que antecedem a doação; e

0 1 2 3 4

08

• Ter dormido por pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.

Além de existir requisitos básicos para a doação de sangue,

algumas situações podem impedir temporariamente a ação,

como, por exemplo, endoscopia (6 meses) e tratamentos

dentários.

Outros fatores circunstancialmente impeditivos: ser gestante

de 3 a 6 meses após o parto; o uso de piercing; ter relações

sexuais com um ou mais parceiros ocasionais; o uso de

drogas ilegais; a ingestão de bebidas alcoólicas no período de

12 horas; possuir doenças sexualmente transmissíveis com

cura dentro de 12 meses; o uso de algumas medicações; ter

tido gripe, resfriado, diarréia, febre antes de ter 7 dias de

melhora; ter cirurgias recentes; estar amamentando; e a

realização de tatuagem no período de 12 meses.

O que impede definitivamente a doação de sangue: ser

soropositivo; ter hepatite B; ter hepatite C; ter HIV; ter HTLV;

ter doenças de Chagas; ter diabetes com uso de insulina; usar

drogas ilegais injetáveis; ter câncer; e doenças cardíacas.

Quando falamos do intervalo entre as doações, mulheres

possuem 3 meses, sendo permitido até 3 doações ao ano. Os

homens possuem um intervalo menor, por 2 meses e com a

permissão de até 4 doações ao ano.

Conversando ainda com Lilian Razoboni, identificamos o TOP

10 insights:

1 - Cada voluntário contribui com 470 ml de sangue, que

corresponde a uma bolsa.

2 - Por mês, o Hemocentro da Santa Casa de São Paulo tem

uma média de 4.500 candidatos, que se deslocam até o local

com a intenção da doação de sangue.

3 - Por existir requisitos básicos e específicos, sua média

mensal de doações cai para 3.800 bolsas sanguíneas

coletadas.

4 - As doações regulares são fundamentais para garantir os

estoques abastecidos.

0 1 2 3 4

09

5 - Fidelizar os doadores a realizar uma doação frequente

dentro do seu limite de intervalo de cada transfusão é mais

interessante para o hemocentro do que uma doação

esporádica.

6 - Em períodos de chuvas e frio, o movimento de doações

diminui comparado com dias de sol e calor.

7 - Doações de plaquetas ajudam no controle de

sangramentos e parte delas podem ser doadas sem causar

prejuízo algum à saúde do doador.

8 - As plaquetas podem ser doadas 24 vezes ao ano,

possibilitando um maior apoio a causa.

9 - A doação por Aférese, é uma doação diferenciada onde é

retirada apenas uma parte do sangue, sendo que, somente as

plaquetas são coletadas. Dessa forma, a quantidade de

plaquetas obtida é, em média, 7 vezes maior do que se

consegue em uma doação normal.

10 - O processo desse tipo de doação, porém, não é bem

comunicado, existindo falta de informação ao público doador.

0 1 2 3 4

10

colaboração

colaboração

Diante do cenário encontrado, para continuar a entender a real

necessidade do usuário, é preciso envolver participantes do

projeto e stakeholders para obter soluções desejáveis,

implementáveis e rentáveis. Como explicam Luiz Alt e

Tennyson Pinheiro (2012), é preciso compreender a

importância da formação de equipes multidisciplinares e de

envolver as pessoas durante o ciclo de desenvolvimento de

projeto. Aqui, vamos a fundo sobre o processo de geração e

seleção de ideias.

colaboraçãoBrainstormingPara isso, utilizamos o brainstorming. Uma técnica de

absorção de informações muito utilizada na investigação, com

o objetivo de explorar novas ideias. O brainstorming tem como

objetivo alimentar a intuição do projeto, para solucionar

problemas diagnosticados. Foi realizado um encontro de

aproximadamente uma hora de duração com quinze

participantes. A estratégia era estruturar as questões em um

formato de funil para trazer as primeiras discussões em alto

nível, com o intuito de desinibir o grupo de participantes e

promover uma conversa sem timidez e assim,

progressivamente, afunilar até a hipótese do encontro: como

aumentar o número de doadores de sangue. Os participantes

tiveram alguns requisitos básicos, delimitados, para que os

resultados não fossem enviesados e que ao final do encontro

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conseguiremos realizar planos de ações viabilizados. Esses

delimitadores foram:

• Jovens adultos com a faixa etária de 20 a 29;

• Doadores potenciais que nunca realizaram a doação ou não

estão ativos dentro de três anos;

• Preocupados com causas humanitárias.

Assim, conseguimos identificar como esses prospects não

realizam a doação de sangue e como estimulá-los a realizar.

Utilizamos algumas regras básicas para que o encontro fosse

uma grande oportunidade de captações de ideias e

cocriações, que seriam importantíssimas no decorrer do

projeto. E para iniciarmos, definimos algumas premissas:

1. Aproveitar ao máximo a desinibição do grupo e deixar claro

o objetivo;

2. Modelar as atividades, dando exemplos positivos e

negativos;

3. Estabelecer pistas não verbais para conduzir a sessão;

4. Manter o tempo sob controle;

5. Certificar-se que as pessoas estejam presentes

interativamente;

6. Confirmar o entendimento sobre o que foi compartilhado; e

7. Promover alinhamentos sempre que possível.

Ao iniciarmos o encontro, foi apresentado o objetivo da

atividade que era trazer pensamentos que, juntos, poderiam

definir problemas e gerar conceitos iniciais para o começo do

projeto. Foi mostrado o processo de passo-a-passo onde um

moderador teria o papel de registrar toda a atividade,

consolidando as informações e qualquer geração de ideia que

possivelmente surgerisse. Apresentamos o primeiro tópico

para estimular a discussão:

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Quais tecnologias poderiam ajudar você em seu dia a dia?

Deixamos claro o propósito do brainstorming de deliberar as

ideias livres para serem discutidas e que poderia ser tratado

qualquer tipo de ideia, mesmo que se caracterize pelo

participante como uma ideia fraca e/ou não aproveitável.

Um participante trouxe o aplicativo de celular como tecnologia,

sendo muito utilizado por ele para diversas atividades,

otimizando o tempo e facilitando seu dia a dia corrido por conta

de vários aspectos cotidianos. O próprio celular junto com a

internet também foi levantado nesta discussão, onde a

sociedade incorporou essa ferramenta e muitos não

conseguem ficar sem, por criar parâmetros que ajudam o

usuário a ter meios e acessos, mas pode-se deixar o usuário

abstraído de relações humanas reais. O participante citou o

exemplo de uma habilidade do celular: por meio de um familiar

que estuda enfermagem, descobriu que alguns aplicativos da

área de enfermagem conseguem criar percepções para apoiar

a prática de trabalho na consulta de informações. Entende-se

que essa ferramenta poderia ser utilizada para outras áreas,

ajudando na execução de tarefas comuns.

Outro ponto levantado frente à tecnologia foi que ela está

caracterizada em dois âmbitos, o lado bom e o lado ruim. O

participante que trabalha na área de trade marketing

encontrou um aplicativo que possibilita o usuário realizar a

compra do mês através do aplicativo. Todo o processo de

logística é realizado pela empresa e a aplicação mostra, no ato

da compra, a comparação de preços de suas concorrentes.

Muito além do e-commerce convencional, em que o usuário

necessariamente precisaria de uma infraestrutura como um

computador ou um notebook, o realizar da compra acontece

por meio de um acesso facilitado. Mesmo se o usuário não for

adepto, a tecnologia é um ganho que ele poderá ter. Pode-se

achar clichê falar da evolução da tecnologia, principalmente

para nova geração, mas praticamente todas as novas

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instituições e startups são voltados para tecnologia.

O lado ruim refere-se à relação humana, pois o usuário acaba

perdendo a experiência de compra no ponto de venda,

ocorrendo a extinção do trabalhador que fornece suporte à

venda e a gestão de cadeia do supermercado.

A tecnologia não está ligada apenas à internet e/ou à conexão.

Uma participante complementa com um exemplo das nossas

facilidades diárias. O Bilhete Único. Ele é uma facilitação que

ajuda os passageiros na otimização do tempo. A simplificação

do processo de carregamento para evitar o manuseio de

dinheiro, está cada vez mais perdendo o contato com o

usuário, e o cargo do cobrador para apoiar e atender o usuário

de ônibus na comprada passagem, gradativamente está

perdendo sua funcionalidade. A mesma coisa acontece com o

motorista, pois os novos modelos de ônibus cada vez mais

estão privatizando o ambiente do motorista, perdendo o

contato com os usuários traduzindo apenas uma prestação de

serviço sem a relação humana, aferindo a vida de outras

pessoas e sucessivamente tirando empregos sem a geração

de um novo.

Mesmo com esses dois âmbitos, o participante apontam a

tecnologia como uma solução para a comunicação e o

autosserviço. Pessoas de todo mundo, podem se comunicar

facilmente sem aguardar uma oportunidade de viajem. A

utilização da tecnologia no uso pessoal e no uso profissional,

onde muitas empresas são movidas pela internet e quem não

está diretamente envolvido acaba perdendo oportunidades

profissionais.

Outra participante colocou um ponto que muitos não fazem

ideia da importância, mas que está claramente presente em

diversos lugares: o acesso à tecnologia. Exemplificou que

como muitos dos participantes teriam acesso diário a internet,

muitos trabalham, em uma determinada condição social que

consegue proporcionar a si o acesso à tecnologia, mas todos

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os presentes seriam uma pequena minoria amostrada da

população. Que existem pessoas com uma condição de vida

inferior quando falamos da tecnologia, e muitas vezes podem

existir barreiras de acesso à tecnologia e aumentar a

desigualdade social e cultural entre as pessoas. Não apenas

no Brasil, mas generalizando para uma questão mundial. Uma

participante complementa que a sociedade costuma julgar que

todo mundo tem acesso a informação, mas apenas uma

minoria é beneficiada, consequentemente o restante que não

possui acesso fica de fora. Esta minoria com acesso, em curto

prazo, vai acabar ditando uma regra que com a analogia de

uma bolha, imaginamos no qual a bolha refere-se às pessoas

que usam a internet, vão se comunicar apenas com quem tem

internet. Um exemplo utilizado foi a vida acadêmica, onde

colegas apenas realizam trabalhos através desses meios

digitais, e se um dos colegas não possui hoje um smartphone

ele é julgado e criam especulações de como irão construir o

trabalho com o colega se ele não possuir um aplicativo de

comunicação ou uma rede social. Outro participante interage e

coloca que o estudo é mais válido quando existe o confronto

de ideias com uma pessoa, do que um indivíduo sozinho, só

com os parâmetros dos livros e da internet, mesmo sendo

gigantesco. O parâmetro do colega/amigo é muito válido

principalmente quando há discordância e surgem novas

ideias. A participante complementou com um exemplo das

televisões, onde todas as TVs necessariamente precisam ser

digitais e as analógicas serão tiradas fora do ar,

potencializando a exclusão social. Foi indicada também uma

pesquisa realizada por uma emissora de televisão onde os

resultados mostram que os maiores números eram de quem

possuía as televisões digitais, mas foi questionado esse

resultado pelos participantes e foram levantadas algumas

dúvidas: Será que realmente é necessária essa qualidade nas

televisões? A população é exigente mesmo neste aspecto de

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imagem? O público é exigente ou seria uma estratégia de

marketing? E todas essas questões acabam literalmente

excluindo uma grande fatia da sociedade e criando desejos de

compra para essa massa, movimentando setores específicos

fundados no desenvolvimento capitalista. Outro participante

comenta que o comércio está se aproveitando dessa situação

e imposição para fazer como algumas instituições do varejo

que facilitam a compra com crediários para receber de

contrapartida juros altos dos seus públicos alienados, que

estão preocupados minimamente com o valor final de sua

compra, mas sim com o valor parcelado e o seu impacto no

orçamento mensal.

Para vocês, o que poderia melhorar na doação de sangue

pensando nestas tecnologias?

Um participante que trabalha na área da saúde comentou que

em sua localização de trabalho encontram-se dois

bancos de sangue: o do Servidor Público, no Hospital São

Paulo, e do Hospital Edmundo Vasconcelos, que possuía uma

empresa prestadora de serviços para coleta de sangue que

acabou falindo, pois, a arrecadação de sangue era revendida

e não estava havendo lucro por falta de doações. Todas as

distribuições desses dois bancos de sangue eram

direcionadas para clientes específicos, potencializando a falta

de sangue no município de São Paulo.

Uma participante doadora de sangue com o tipo sanguíneo

A+, explicou que a maior parte da população também tem

essa classificação e sucessivamente as empresas receptoras

de sangue estão com seus bancos de sangues cheios apenas

com esse tipo sanguíneo, havendo uma necessidade de

outros tipos de sangue. Sua opinião como melhoria nas

doações de sangue, é um investimento no marketing e/ou

publicidade e propaganda, pois facilmente uma pessoa que

necessita de sangue pode utilizar as mídias digitais para

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19

solicitar um apoio na captação de sangue. Um exemplo da

última vez que essa participante realizou uma doação de

sangue foi um anúncio em um grupo universitário solicitando a

ajuda para um familiar com leucemia, onde a participante

mesmo sem conhecer o solicitante e o paciente necessitado,

realizou a doação. Ela imagina que o marketing “boca a boca”

é uma estratégia muito eficaz e assertiva. Posiciona que existe

um déficit nas ações existentes hoje para os grupos de tipos

sanguíneos específicos.

Outra participante propôs a reflexão como novidade a revenda

de sangue, trazendo a compra e a venda nessa área, e outro

participante, explica que existe a possibilidade de uso interno

nos hospitais particulares, mas também existem hospitais,

como exemplo, o Banco Nacional de Sangue, que é igualitário

e realiza sua distribuição para a rede SUS (Sistema Único de

Saúde).

Outra participante exemplificou, com um caso real de uma

colega com um tipo sanguíneo universal, onde ela realiza a

doação de plaquetas, e a cada seis meses o Hospital das

Clínicas realiza uma logística da paciente até o hospital para

aplicar o processo de análise e realização da doação. A

participante aponta que essa funcionalidade de lembrar o

doador é muito importante e poderia existir uma parte

tecnológica, como uma aplicação de controle para facilitar o

usuário no quesito da informação, informando que tipos

sanguíneos em quais locais de coleta de sangue que estão

precisando de sangue.

Exemplificou que hoje diversos departamentos públicos estão

aderindo o aplicativo de smartphone como o Ponto Certo do

Bilhete Único. Ela sugeriu que a área da saúde deveria obter

um aplicativo voltado para doação, contextualizando que já

ouviu muito sobre a grande necessidade de sangue e que é

impactada pela comunicação existente hoje, mas não

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20

considera assertiva. Entende que poderia ter uma plataforma

que avise com uma semana de antecedência que você já pode

realizar outra doação. O próprio aplicativo dar sugestões do

que o doador poderá comer naquela semana, e outras

sugestões da realização da doação. Todo esse mecanismo irá

facilitar que as pessoas se lembrem de ajudar na causa de

doação de sangue.

Um participante levantou um ponto importante na

caracterização dos tipos sanguíneos. Argumenta que a maior

parte da população desconhece seu tipo e dentre os

participantes poucos conheciam sua categorização

sanguínea. Ele reporta que hoje existe um processo onde o

potencial doador responde um questionário, realiza a doação

e este sangue irá para uma análise. Após o período de trinta

dias o doador tem a possibilidade de acessar o Portal Nacional

de Sangue e verificar qual seu tipo sanguíneo. Porque não

utilizar esse processo existente para a descoberta do tipo

sanguíneo em um aplicativo trazendo à informação para

população?

Um participante disse que as pessoas que não tem acesso à

informação desconhecem onde estão localizados os bancos

de sangue. Apontou que poderia existir um dispositivo que

reúna geograficamente a localização dos bancos de sangue

mais próximos do usuário para facilitar o acesso à eles. Outro

participante complementou que a ideia é eficaz, mas o

aplicativo é apenas para quem tem a consciência da

importância da doação de sangue, e afirma que quem nunca

realizou a doação de sangue e não tem como prática ajudar na

causa e/ou necessidade não irá realizar o download. Uma

solução levantada é utilização do cenário atual de

bombardeamento de aplicativos para smartphones, para

incentivar a descoberta de seu tipo sanguíneo e despertar o

interesse na causa através de parcerias que impeçam seu

cadastro se não tiver as informações necessárias. Mesmo

0 1 2 3 4

21

com a margem de erro de uma possível informação do tipo

sanguíneo inconsistente, este usuário estaria familiarizado

com o assunto. Outra idéia seria colocar dentro de uma

funcionalidade de localização, um pop-up informativo quando

o usuário estiver na frente de um banco de sangue informando

seu tipo sanguíneo e indicando a doação no local. Outro

participante explicou que no SUS (Sistema Único de Saúde),

para agendar um hemograma sem um encaminhamento

médico é impossível, e para ter este encaminhamento é

necessária uma consulta com um clínico geral que poderá

demorar meses. Argumentou que a população não tem

conhecimento de que poderiam obter um laudo do tipo

sanguineo gratuitamente através da doação de sangue,

podendo existir uma troca de valor e otimização do tempo.

Como aumentar o número de doadores?

O participante trouxe em pauta sua idealização no tema

anterior, que poderá ajudar no aumento e número de

doadores por meio da venda, pois a população tem como

cultura a troca de valores em diversos aspectos de sua vida.

Muitos necessitam de algo em troca quando estão realizando

alguma atividade, principalmente no apoio de causas.

Exemplifica que se o usuário é informado que ganhará um

exame gratuito após a realização da doação de sangue,

aumentará o interesse. Outro participante complementou a

idealização especificando uma região afastada de grandes

centros para mobilizar a oferta de valor para realização de

uma comunicação em hospitais públicos incentivando o

usuário a doar sangue. E em contrapartida, ganharia a

possibilidade de um atendimento mais ágil ou minimamente

exclusivo por

também ajudar na causa. Idealiza que assim também poderia

ser realizada uma breve pesquisa aplicada nos pacientes para

gerar um grande banco de dados e ser utilizado em

mobilizações individuais. Um participante complementou com

0 1 2 3 4

22

uma ideia de pop-up informativos para sanar dúvidas quanto

às restrições que uma pessoa com interesse na doação de

sangue precisa seguir.

Outro participante comentou a importância do vínculo dos

aplicativos com as redes sociais e o impacto que elas podem

trazer. Exemplifica com uma rede social: Facebook, que

realizou uma campanha das enchentes que mostrava a

segurança do usuário em sua localização, podendo utilizar

este exemplo para indicar qual banco de sangue existe a

maior necessidade de tipos sanguíneos. Um participante

mencionou duas divisões de distribuição de sangue: a direta,

para uma pessoa que é indicada pelo doador e a indireta, que

seria de disponibilidade universal para qualquer paciente

necessitado. Indicou, assim, a necessidade de existir no

aplicativo uma lista de pacientes que precisam de sangue.

Dessa forma, o usuário se norteia para realizar a doação e

salvar vidas. Outra participante enfatizou que poderiam existir

ações de conscientização da doação de sangue, como já

ocorreu com a realização da semana de prevenção da AIDS.

Essas ações ocorreriam com empresas públicas e privadas

com incentivo fiscal de diminuição de impostos onde o

cadastro do funcionário nessas empresas seja

complementado com o tipo sanguíneo e que exista

obrigatoriedade de realização de ações de conscientização da

doação para aumentar o número de doadores e de vidas

salvas.

0 1 2 3 4

23

Ao finalizarmos a exploração das informações e fazer com que

os usuários participassem e criassem livremente possíveis

soluções, conseguiremos trazer soluções mais assertivas e

menos arriscadas.

Concluímos um problema central no hemocentro da Santa

Casa: Como fidelizar e estimular pessoas que freqüentam,

trabalham, estudam e transitam ao entorno do banco de

sangue a doarem regularmente? Pois, para o

hemocentro, a doação regular é muito mais interessante do

que apenas a realização da doação esporádica.

Para trazer a interação de forma assertiva, a solução precisa

oferecer uma linguagem direcionada para disseminar como o

projeto irá conversar com a sociedade frente às necessidades

e suas dores. Iniciamos o processo da linguagem, dentro do

grande campo a ser explorado na doação de sangue.

Hoje, pensando em uma área de atuação que podemos

comunicar, contemplamos 198.045 mil habitantes potenciais

doadores ao entorno, conforme a instituição Geografia de

Mercado. Essa população se dissemina em diversas faixas

etárias que individualmente se caracterizam pelos seus

hábitos e vivencias. Na identificação e representação da

persona do projeto, utilizamos novamente a entrevista com

profundidade (EP), assim criaremos uma historia com seus

desejos, gostos, preocupações e o mais importante, suas

características.

Queremos abordar personalidades, que resultem em

características para esse potencial cliente. Essa ferramenta foi

utilizada para centralizar nossa linguagem, no intuito de ficar

cada vez mais próximo do usuário e fazer a comunicação da

melhor forma possível. O objetivo das entrevistas é criar uma

única definição de persona, que representem todos os

0 1 2 3 4

colaboraçãopersonas

24

envolvidos. A abordagem é focada em capturar a vivencia e as

experiências dos habitantes.

Cada participante, ao final da atividade, sairia com uma

persona que contempla nome, idade, ocupação, hobbies e seu

estilo de vida. Ao entrevistarmos algumas pessoas que

freqüentam os arredores do banco de sangue, consolidamos

uma única persona que representará o projeto:

Nome: Maria;

Idade: 27 anos;

Ocupação: Jornalista;

Hobbies: Ouvir músicas, assistir a filmes e teatros, passeios

no parque com a família.

Estilo de vida: Leva o filho na escola pela manhã, vai ao

trabalho, almoça pela região, volta ao trabalho, encontra sua

família e/ou amigos, realizam algum programa cultural e após

o passeio, vai para sua casa para descansar.

As personalidades que foram definidas se caracterizam como

pessoas globalizadas, preocupadas com a sustentabilidade e

causas humanitárias, antenados com questões ambientais,

questionadores e argumentadores.

0 1 2 3 4

25

experimentação

Frente ao problema do projeto e a identificação da Persona, na

experimentação, criamos ideias e as validamos para corrigir

rotas através da simulação de realidade. A mudança racional

acontece quando pensamos em protótipos para depois pensar

na solução. Consideramos o desenho da ideia como visual,

com uma função clara e com conteúdo, permeando o fictício e

o real.

Como observam Luiz Alt e Tennyson Pinheiro (2012), a

experimentação é importante para errar cedo e aprender logo.

Além disso, ajustar e evoluir as ideias antes de gastar muito

dinheiro.

Idealizamos o Projeto Reação, um serviço com intuito de

aumentar a fidelização das doações de sangue no

Hemocentro Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São

Paulo, localizado no bairro de Santa Cecília e também

proporcionar as melhores experiências culturais aos doadores

por meio da troca de pontos adquiridos. A projeção oferece a

oportunidade de que mais pessoas conheçam e realizem a

doação de sangue, além de estimular a cultura através de

incentivos aos participantes a assistirem espetáculos, shows,

cinema, exposições, musicais e muito mais. Unir uma ação

social com o que eles mais gostam: a ação cultural. A ideia

funciona como uma proposta de valor, com base no

levantamento de informações, elaborou-se uma oferta

colaborativa apoiada na coleta de bolsas de sangue do

hemocentro.

Efetuando a doação no hemocentro e/ou indicando um amigo

a realizar a prática, como recompensas, irão receber pontos

que estarão registrados no CPF. Estes pontos poderão ser

revertidos em peças teatrais, musicais e ingressos para

cinemas, com a parceria do Caixa Belas Artes, Itaú Cultural e

0 1 2 3 4

experimentação

28

Sesc Consolação, localizados ao redor do banco de sangue.

Esses fornecedores, parceiros do projeto, são quem fornece

os benefícios aos seus usuários, a partir do acúmulo de pontos

adquiridos no ato da doação de sangue.

Com o projeto, o hemocentro receberá, uma maior frequência,

e as transfusões de sangue aumentarão, possibilitando que

tanto os receptores, quanto os doadores, sejam beneficiados.

A organização de troca dos pontos funcionará da seguinte

forma:

Hoje para ter uma credencial plena, no Sesc, você

necessariamente precisa ser trabalhador com carteira

assinada ou aposentado em áreas especificas. Conforme

Sesc Consolação, as áreas que possibilitam o plano são:

• Comércio: lojas, farmácias, shoppings, papelarias;

lanchonetes; restaurantes, casas lotéricas, supermercados;

postos de combustível, lojas de departamentos e outros.

• Serviços: hospitais particulares, clinicas médicas,

laboratórios de análise, vigilância e segurança, condomínios

residenciais e comerciais, escolas particulares, veículos de

comunicação e publicidade, casas de saúde, consultores

médicos e outros.

• Turismo: hotéis, resorts, motéis, pousadas, campings,

apart-hotéis, agências de turismo e outros.

Com a soma de 100 pontos, o doador ganhará por seis meses,

agendamentos de consultas odontológicas, a possibilidade de

se inscrever em cursos exclusivos, como ginástica e natação,

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Doação 50 Pontos

25 Pontos 25 PontosIndicação

pontos

atividade doador

+

amigo

Caixa Belas Artes 10 Pontos Ingressos (Cinema)

Ingressos (Cinema/Teatro)10 PontosItaú Cultural

Estabelecimentos

+

100 PontosSesc Consolação Plano Semestral

Ilustração 4 – Divisão de pontos e estabelecimentos (2016) - Criada pelo autor

29

agendar temporadas de férias no Sesc Bertioga e em qualquer

Sesc de férias do Brasil, além de obter toda a programação do

Sesc com descontos especiais.

Essas instituições além de reforçar o seu compromisso com a

responsabilidade social poderão promover suas marcas

através de eventos de relações públicas do projeto e em todo

material publicitário desenvolvido pelo projeto. Na identidade

visual, o logotipo do projeto, apresenta duas esferas: uma na

cor vermelha simbolizando a causa de doação de sangue, e a

outra na cor azul simbolizando a cultura.

Estas duas ações unidas, em uma fusão, geram uma reação.

Porque toda ação tem sua reação. Assim foi criado o nome e

identidade visual do projeto.

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Ilustração 5 – Ícones ilustrativos (2016) - Criados pelo autor

Ilustração 6 – Logotipo (2016) - Criado pelo autor

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Para ilustrarmos a ideação, concebemos uma série de

imagens sequenciais que visam ilustrar a dinâmica e história,

dando a ela cenários e contextos. Esta entrega trata-se de

uma maneira lúdica e eficiente de evidenciar o uso de

serviços, dando vida e movimento a ideias. Ao visualizar uma

experiência através de uma história, estabelecemos

alinhamento, transmitimos os conceitos e potencializamos

feedback. Desta forma, criamos um vídeo case mostrando o

panorama da região, o diagnóstico de um problema e o projeto

com o propósito de saná-lo.

0 1 2 3 4

experimentaçãoProtótipo Storyboard

Roteiro

pessoa áudio Imagem

Na capital paulista, no bairro de Santa Cecilia, temos o Hemocentro Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Mapa de São Paulo com uma indicação do hemocentro.

Loucutora

Por mês, ele recebe uma média de 4.500 candidatos, mas infelizmente apenas 3.800 tem os requisitos básicos para a doação.

Quantidade de pessoas com a representação em ícones.

Loucutora

A região possui cerca de 70 mil habitantes com idade adequada para doação, conforme a legislação brasileira. Fora o público que trabalha e estuda ao entorno.

Cidade com prédios e casas ao entorno do hemocentro com a mensagem de “Cerca de 70 mil habitantes de 16 a 69 anos”.

Loucutora

Colocando-se no lugar do hemocentro e frente a toda esta oportunidade, foi identificado um problema: como fidelizar e estimular essas pessoas a doarem sangue regularmente?

Cidade apagada com destaque ao hemocentro com pessoas andando até ele.Loucutora

Utilizado um recurso para a criação de uma persona, com as principais características da população que frequenta, estuda ou trabalha na região.

Template de uma persona com nome, idade, ocupação, foto, hobbies e estilo de vida.Loucutora

31

0 1 2 3 4

Estas personas são preocupadas com causas humanitárias e tem como hobbies aos finais de semana, a prática de atividades culturais.

Destaque nas informações da persona e ícones simbolizando suas características.

Loucutora

Na mesma região, estão concentrados os maiores centros culturais de São Paulo.

Mapa com o hemocentro localizado e os centrosculturais: Itaú, Sesc e Caixa em seu arredor.

Loucutora

Pensando nisso, foi criado o projeto Reação, unir uma ação social com o que eles mais gostam, a ação cultural. Por que toda ação tem sua reação.

Ícone Logo do projeto em construção até ele se formar.

Loucutora

O projeto funciona como uma proposta de valor. Com base nas informações, elaboramos uma oferta colaborativa que poderá dar um novo rumo na coleta de bolsas de sangue do hemocentro.

Apresenta os ícones de uma pessoa doando, o dinheiro simbolizando os pontos e o presente.

Loucutora

Artes, Itaú Cultural e Sesc Consolacao, presentes ao redor do banco de sangue.

Efetuando a doação no hemocentro e/ou indicando um amigo a realizar a prática, como recompensa, irão receber pontos que estarão registrados em seu CPF.Estes pontos poderão ser revertidos em teatros, musicais e cinemas, com a parceria do Caixa Belas

Mostra um template com a representação de um processo. Esta sequência apresenta a doação e/ou indicações de amigos, ganhando pontos “presentes”, e símbolos que retratam a cultura.

Loucutora

Com o projeto, o hemocentro receberá com uma maior frequência, as transfusões de sangue e possibilitará que tanto os receptores quanto os doadores sejam beneficiados.

Cidade com ênfase ao hemocentro com pessoas saindo dele.Loucutora

E o mais importante, o salvamento de vidas.

A representação gráfica de uma bolsa de sangue com o tubo no formato de um coração.

Loucutora

Ilustração 7 – Roteiro (2016) - Criada pelo autor

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Ilustração 8 – Print Screen do vídeo 1 (2016) - Criada pelo autor Ilustração 9 – Print Screen do vídeo 2 (2016) - Criada pelo autor

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Conceito Criativo

Nossa intenção é trazer uma percepção de valores para quem

promove o ato da doação, mostrando que doar é positivo, e

fazendo com que esses doadores realizem as doações com

uma maior frequência. Desta forma, tentaremos passar para o

público os ganhos com a doação de sangue e mostrar como é

simples conseguir premiações, ajudando a causa.

Objetivo de Comunicação

Conscientizar o público sobre as possibilidades que uma ação

social pode propor, além de trazer a satisfação pessoal em

ajudar uma causa.

Público Alvo

• Frequentadores dos espaços culturais;

• Preocupados com causas humanitárias;

• Faixa etária – 18 a 69 anos;

• Classe Social- A, B, C e D;

• Todos os gêneros.

Estratégia

Criar um folheto informativo, falando sobre a doação de

sangue e a dinâmica do projeto, uma vez que, o usuário

precisa conhecer o processo da doação até o momento que

ganhará os pontos a serem revertidos à cultura. Criar dois

cartazes conceito onde mostre a fusão desses dois temas:

causa social e a cultura. Nosso intuito é que as pessoas que

passem pelos cartazes fiquem curiosas e ao se aproximar,

vejam o folheto informativo do projeto. Criar uma página do

Facebook para o projeto, no intuito de aumentar o

0 1 2 3 4

experimentaçãocomunicação

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engajamento orgânico com os doadores de sangue,

convidando seus amigos e conseqüentemente ganhando mais

pontos a serem revertidos. Criar um web site do projeto, no

próprio site do hemocentro, para que os usuários possam

consultar seus pontos, obter detalhes da programação dos

três espaços parceiros e informações sobre o projeto. Além de

aproximar o público do site oficial do hemocentro.

Peças criativas

• Folheto;

• Cartaz 297 x 420mm;

• Vídeo Case - mínimo 03:00min máximo 05:00min;

• Web site;

• Página no Facebook.

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Ilustração 10 – Peça criativa - folheto (2016) - Criada pelo autor

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Gostou? Quer assistir a este filme?Participe do Projeto Reação:

O Projeto Reação é um serviço com intuito de aumentar a fidelização das doações de sangue no hemocentro Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e também proporcionar as melhores experiências culturais aos doadores por meio da troca de pontos.

1º Efetue uma doação de sangue no hemocentro da Santa Casa de São Paulo na R. Marquês de Itu, 579 - Vila Buarque, São Paulo - SP, 01223-001.

2º Após a doação, como recompensa, você ganhará pontos que estarão registrados em seu CPF. Esses pontos poderão ser consultados no site www.wix.com/projetoreacao, além de conhecer detalhes das programações e informações do projeto.

Convide seus amigos a irem juntos com você, indicando e sendo indicado, você poderá obter mais pontos. E curta a página do Projeto Reação.

Troque seus pontos por peças teatrais, musicais, ingressos para cinema e credenciais plena, com a parceria do Caixa Belas Artes, Itaú Cultural e Sesc Consolação.

0 1 2 3 4

Ilustração 12 – Peça criativa - Cartaz 02 (2016) - Criada pelo autorIlustração 11 – Peça criativa - Cartaz 01 (2016) - Criada pelo autor

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Ilustração 14 – Peça criativa - Web site (2016) - Criada pelo autor

Ilustração 13 – Peça criativa - Cartaz 03 (2016) - Criada pelo autor

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Ilustração 15 – Peça criativa - Página no Facebook (2016) - Criada pelo autor

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considerações finaisEsta pesquisa teve como objetivo analisar um novo formato de

pensar em publicidade e propaganda. Utilizamos uma

abordagem com um modelo mental multidisciplinar, apoiado

por: empatia (a arte de conhecer o público), colaboração

(quando cocriamos coletivamente) e experimentação (que

prototipamos ideias para uma validação antecipada e

aperfeiçoada).

A publicidade conversa muito bem com esta abordagem por

estar envolvida com a sociedade e ter uma percepção de

valor. Hoje, subliminarmente, já podemos considerar que

existe este conceito enraizado em diversas campanhas, com

intuito de sanar problemas de comunicação, compra e venda.

Mas, muitos de nós não percebemos que o Design Thinking

permeia todas essas ações. Como experiência, a empresa

sueca IKEA, que atua no ramo de móveis e decorações, após

estudar seu cenário de vendas e seus consumidores,

identificou que mesmo ofertando os melhores produtos com

ótimos preços, não tinha muita procura. Foi assim que ela

desenvolveu uma ação para aproximar mais sua marca para

seu público.

O site Pequenas Empresas e Grandes Negócios (2010),

divulgou a matéria na qual colocaram em exposição vários

sofás em quatro importantes estações de metrô. Os pontos

têm alto tráfego de pessoas e a ação permite a interação com

os produtos. Quem estava esperando o trem poderia se sentar

nos sofás, dispostos abaixo de cartazes da campanha, que

mostravam interiores de lojas da IKEA. Assim, a campanha

trouxe o conforto no momento em que os consumidores mais

precisavam, após o trabalho e atividades afins.

Outra empresa, na África, encontrou uma maneira criativa e

inovadora de transformar o problema em algo divertido e mais

39

humanizado na região. Após observar a grande necessidade

de abastecimento de água e a necessidade de qualidade de

vida dos moradores ao entorno, criou o “Playpump”. Como

explica o site Epoch Times (2014), divulgando na matéria: o

playpumpé uma maneira divertida de obter água, trazendo a

ideia de aproveitar a energia de crianças brincando para

acionar uma bomba que retira água subterrânea e a leva até

uma caixa d’água. Sendo assim, traz a qualidade de vida para

mulheres e meninas africanas, por não precisar perder horas,

andando quilômetros, para conseguir apenas um ou dois

baldes de água. Os casos anteriores e o desenvolvido neste

trabalho, aplicando o Design Thinking na solução de um

problema em um hemocentro, valida a proposta: Como trazer

soluções utilizando a abordagem do Design Thinking na

publicidade. Nesses 10 meses de pesquisa e dedicação, a

intenção do estudo foi utilizar um processo de pensamento

crítico e criativo para a resolução de um problema, no

Hemocentro de São Paulo. Propõe-se apoiar e facilitar a

fidelização de doadores de sangue por meio de soluções

diagnosticadas pela abordagem e pelas ferramentas do Design

Thinking. O resultado torna-se evidente ao observarmos que,

hoje, se aplicarmos os conceitos do Design Thinking no

processo de criação de campanhas publicitarias, cada vez

mais entenderemos os consumidores, público-alvo, as

personas e os stakeholders. Enfim, descobriremos o real

problema e as necessidades desses agentes,

consequentemente, será maior a assertividade nos resultados

publicitários.

40

Referências

ALT, Luis; PINHEIRO, Tenyson.Design Thinking Brasil. Rio de

Janeiro: Elsevier, 2012.

EPOCH TIMES. Uma maneira divertida de obter água. 12 ago.

2014. Disponível em:

<https://www.epochtimes.com.br/maneira-divertida-obter-agu

a/#.WBEatdIrIdW>. Acesso em: 20 out. 2016.

FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE. Coletânea de informações sobre

a doação de sangue. São Paulo: Fundação Pró-Sangue, 2016.

GEOGRAFIA DE MERCADO. Dados socioeconômicos. São

Paulo: Geografia de Mercado, 2016.

HEMOCENTRO Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de

São Paulo. Informações sobre a doação de sangue. São

Paulo: Hemocentro Irmandade da Santa Casa de Misericórdia

de São Paulo, 2016.

LUPTON, Ellen (Org.). Intuição, ação, criação:graphic design

thinking. São Paulo: G. Gili, 2013.

MORAES, Dijon de. Metaprojeto: o design do design. São

Paulo:Blucher, 2010.

PAULA, Hellerde. As metodologias e o processo no primeiro

ciclo do laboratório de inovação da equipe C&I UOL. 30 mar.

2016. Disponível em:

<http://hellerdepaula.com/br/as-metodologias-e-o-processo-no

-primeiro-ciclo-do-laboratorio-de-inovacao-da-equipe-ci-uol/>.

Acesso em: 15 set. 2016.

PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS.

Campanha de marketing coloca sofás no metrô.Pequenas

Empresas & Grandes Negócios, São Paulo, 17 mar.

2010.Disponível em:

<http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI127393

-17180,00-CAMPANHA+DE+MARKETING+COLOCA+SOFAS

+NO+METRO.html>. Acesso em: 20 out. 2016.

SESC SÃO PAULO. Serviços institucionais. Disponível em:

<http://www.sescsp.org.br/servicos/1_MATRICULESE#/conten

t=59sobreamatricula>. Acesso em: 22 out. 2016.

bibliográficas

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sobre o autorEste estudo foi desenvolvido por Sergio Santos Silva em seu

último ano no curso de Comunicação Social. Hab. Publicidade

e Propaganda no Centro Universitário Senac. Sergio é um

facilitador por paixão, que adora se conectar com pessoas e

projetos relacionados ao "novo". Publicitário com

especializações em Design de Serviços e Inteligência de

Mercado, atua como articulador de projetos e desenvolvedor

de pesquisas, utilizando abordagens para construir novos

produtos, serviços e experiências.

Para mais informações:

E-mail: [email protected]

Portfólio de Projetos: behance.net/sergiomuller

LinkedIn: br.linkedin.com/in/seergiomuller

“espero que você gostedeste livro tanto quantoeu gostei da elaboração dele.”

Sergio Santos

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