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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE 04/08/2016 PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 00010e16 Exercício Financeiro de 2015 INSTITUTO DE PREVIDENCIA-IPPN Município de PONTO NOVO Gestor: Sergio Marcos do Nascimento Freire Relator Cons. Raimundo Moreira DELIBERAÇÃO Decide pela rejeição, porque irregulares , das contas da IPPN - INSTITUTO DE PREVIDENCIA do município de PONTO NOVO, relativas ao exercício financeiro de 2015. O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes: 1. INTRODUÇÃO A prestação de contas do IPPN - Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Ponto Novo, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade do Sr. Sérgio Marcos do Nascimento Freire, foi encaminhada por via eletrônica a este Tribunal de Contas dos Municípios dentro do prazo estabelecido pela legislação em vigor, havendo indicação da disponibilidade pública, restando caracterizada a observância ao estabelecido pelo art. 54 da Lei Complementar de nº 06/91. Registre-se que as contas do exercício anterior tiveram parecer desta Corte de Contas pela aprovação, porém com ressalvas, ocasião em que o Gestor foi multado em R$3.500,00, em função das impropriedades registradas no decisório deste Tribunal, acerca do descumprimento do prazo legal para encaminhamento das Contas ao TCM, conforme prescrito no art. 6º da Resolução TCM n.º 1.061/05; as falhas consignadas no relatório anual; inconsistências nos registros contábeis, em desacordo com as disposições contidas no MCASP; descumprimento da Resolução TCM 1.061/05 alterada pela Resolução TCM nº 1332/14 – item 31 do art. 7º, pela não apresentação dos processos de baixa e/ou cancelamento de dívidas passivas; ausência do registro da depreciação dos bens móveis e imóveis pertencentes a Entidade; não atendimento às exigências do art. 7º, item 37, da Resolução TCM nº 1061/05, quanto a elaboração do Demonstrativo dos Bens Móveis e Imóveis; ausência do relatório de avaliação atuarial em desatendimento ao disposto do art. 7º, item 29, da Resolução TCM nº 1061/05; e relatório de controle interno com informações precárias. Esteve sob a responsabilidade da 13ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada na cidade de Senhor do Bonfim, o acompanhamento dos exames mensais das contas, cujo resultado encontra-se reunido no relatório de cientificação anual, elaborado após a análise das respostas as notificações expedidas pela IRCE. 1

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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE 04/08/2016PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 00010e16Exercício Financeiro de 2015INSTITUTO DE PREVIDENCIA-IPPNMunicípio de PONTO NOVO Gestor: Sergio Marcos do Nascimento FreireRelator Cons. Raimundo Moreira

DELIBERAÇÃO Decide pela rejeição, porque irregulares, das contas da IPPN - INSTITUTO DE PREVIDENCIA do município de PONTO NOVO, relativas ao exercício financeiro de 2015.

O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes:

1. INTRODUÇÃO

A prestação de contas do IPPN - Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Ponto Novo, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade do Sr. Sérgio Marcos do Nascimento Freire, foi encaminhada por via eletrônica a este Tribunal de Contas dos Municípios dentro do prazo estabelecido pela legislação em vigor, havendo indicação da disponibilidade pública, restando caracterizada a observância ao estabelecido pelo art. 54 da Lei Complementar de nº 06/91.

Registre-se que as contas do exercício anterior tiveram parecer desta Corte de Contas pela aprovação, porém com ressalvas, ocasião em que o Gestor foi multado em R$3.500,00, em função das impropriedades registradas no decisório deste Tribunal, acerca do descumprimento do prazo legal para encaminhamento das Contas ao TCM, conforme prescrito no art. 6º da Resolução TCM n.º 1.061/05; as falhas consignadas no relatório anual; inconsistências nos registros contábeis, em desacordo com as disposições contidas no MCASP; descumprimento da Resolução TCM 1.061/05 alterada pela Resolução TCM nº 1332/14 – item 31 do art. 7º, pela não apresentação dos processos de baixa e/ou cancelamento de dívidas passivas; ausência do registro da depreciação dos bens móveis e imóveis pertencentes a Entidade; não atendimento às exigências do art. 7º, item 37, da Resolução TCM nº 1061/05, quanto a elaboração do Demonstrativo dos Bens Móveis e Imóveis; ausência do relatório de avaliação atuarial em desatendimento ao disposto do art. 7º, item 29, da Resolução TCM nº 1061/05; e relatório de controle interno com informações precárias.

Esteve sob a responsabilidade da 13ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada na cidade de Senhor do Bonfim, o acompanhamento dos exames mensais das contas, cujo resultado encontra-se reunido no relatório de cientificação anual, elaborado após a análise das respostas as notificações expedidas pela IRCE. 1

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Posteriormente, na sede deste TCM, as contas foram examinadas pela 1ª Diretoria de Controle Externo, que expediu o pronunciamento técnico. Nos relatórios supracitados há questionamentos merecedores de esclarecimentos, razão pela qual, em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa amparados pela Constituição Federal, o Gestor foi notificado através do edital de nº 153/2016, publicado no Diário Oficial Eletrônico deste Tribunal em 08/06/2016, para, querendo, no prazo regimental de 20 dias, contestar os registros constantes nos autos, tendo a responsável pelas contas apresentado seus esclarecimentos acompanhado de documentos através do sistema e-TCM, cabendo a analise final dos fatos a esta Relatoria.

2. DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

A Lei Municipal de nº 281/14 (LOA), estabeleceu para a Instituto de Previdência estimativa de receita na ordem de R$1.039.500,00, e fixou as despesas em R$3.039.500,00, promovendo assim um déficit orçamentário de -R$2.000.000,00, coberto por receitas intraorçamentárias, conforme registrado no próprio orçamento municipal.

Durante o exercício, consoante decretos e demonstrativo contábil acostado aos autos, foram realizadas aberturas de créditos suplementares no valor de R$42.000,00, por anulações de dotações orçamentárias, que serão avaliados na prestação de contas da Prefeitura.

3. DO ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Dos exames mensais realizados pela Inspetoria Regional através da análise de documentações apresentadas e das informações constantes no SIGA (Sistema Integrado de Gestão e Auditoria), concluídas após a análise das respostas as notificações até o mês de dezembro/2015, remanescem registros de impropriedades constantes no relatório anual, tendo ficando caracterizado que a maioria destes achados ocorreram em função do envio de dados incorretos ou incompletos ao sistema deste TCM, com ênfase para falhas formais envolvendo as liquidações das despesas.

4. DA ANÁLISE DE BALANÇO

A Previdência Municipal obteve no exercício, receitas na ordem de R$1.182.230,12, ultrapassando em 13,73% o valor estimado na LOA, sendo que; R$485.233,29, são decorrentes de contribuições previdenciárias; e R$696.996,83, de receitas patrimoniais. As despesas alcançaram o total de R$578.981,39, que comparada com as receitas auferidas resulta num superávit orçamentário no valor de R$603.248,73.

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Foram identificadas diversas inconsistências nos registros contábeis inseridos no SIGA, tendo em vista as divergências entre o DCR - demonstrativo de contas do razão referente ao mês de dezembro/15, com relação ao balanço patrimonial, acerca do saldo do ativo total (com enfase para a conta caixa e equivalência de caixa) e passivo circulante, sendo recomendado a administração a adoção de medidas a fim de corrigir tais falhas nos próximos exercícios, observando aos princípios fundamentais de contabilidade, estabelecidos pela Resolução CFC 1.111/07.O balanço financeiro foi apresentado com informações incompletas, devido a ausência de saldo do exercício anterior, não atendendo assim a estrutura definida pelo MCASP (Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público), além de inobservar ao determinado pelo art. 103 da Lei 4.320/64.

Ademais, verifica-se inconsistências nos registros constantes no balanço financeiro com relação aos demonstrativos de receitas orçamentárias; recebimentos e pagamentos extraorçamentárias, consoante descrito na tabela a seguir:

Balanço Financeiro

Demonstrativo das Receitas Extraorçamentárias

Demonstrativo das Despesas Extraorçamentárias

Diferença

Receita Orçamentária

1.318.262,55 1.340.644,14 xxxxxxx -R$22.381,59

Recebimentos Extraorçamentários

36.209,25 48.835,62 xxxxxxx -R$12.626,37

Pagamentos Extraorçamentários

35.488,99 xxxxxxx 48.711,03 -R$13.222,04

Em sua defesa o Gestor envia novo demonstrativo de receita orçamentária e de receita e despesa extraorçamentária, não sendo tal procedimento compatível com as Normas Brasileiras de Contabilidade ( NBC T 2.4 ) – Resolução do CFC 596/85 – haja vista que somente é permitido a retificação de lançamento, e não a simples substituição dos demonstrativos contábeis.Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de um registro realizado com erro, na escrituração contábil das Entidades, e deve ser feito mediante estorno, transferência ou complementação.

Não obstante, da análise dos fatos ora abordados, constata-se que as divergências retromencionadas são decorrentes de inserções de dados incorretos no SIGA, cabendo a administração adotar medidas nos próximos exercícios a fim de corrigir situações similares.

Consoante balanço financeiro, na movimentação extraorçamentária ocorreram recebimentos de recursos na ordem de R$36.209,25 e pagamentos no montante de R$35.488,99.

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Conforme balanço patrimonial do exercício anterior, a Autarquia tinha um patrimônio liquido de R$20.531.735,04, tendo diminuído no exercício em exame para R$20.108.608,93, devido ao deficit patrimonial registrado no demonstrativo das variações patrimoniais na ordem de -R$423.126,08.

Não obstante, o balanço patrimonial apresentado através do e-TCM, contém informações totalmente distorcidas, não demonstrando de forma confiável os as alterações patrimoniais, conforme descritas na tabela a seguir:

Balanço Patrimonial/2015 – anexado ao e-TCMAtivo Valor (R$) Passivo Valor (R$)

Circulante 7.380.199,20 Circulante 252,50

Não Circulante 21.751.027,94 Não Circulante 0,00

******************* ******************** Patrimônio Liquido 21.751.523,94

Total 29.131.227,14 Total 21.751.532,94

Como se observa, há uma diferença da ordem de R$7.379.694,20, entre o somatório do ativo com relação ao passivo e patrimônio liquido. Em sua defesa, o Gestor se limita a informar que a divergência ocorrida no balanço patrimonial é decorrente da inclusão da divida previdenciária do executivo no ativo não circulante, não sendo tal argumentação suficiente para esclarecer a situação, mormente pelo fato das informações constantes na peça contábil em questão não observarem as normas estabelecidas pelo MCASP (Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público).

Consta no balanço patrimonial um aumento de R$7.859.706,57, no saldo dos créditos a longo prazo sem a correspondente contrapartida. Ademais, não há na citada peça contábil o registro das reservas matemáticas no passivo não circulante, em inobservância ao estabelecido pelo §3º do art. 17 da Portaria MPS 403/08.

Outrossim, constata-se que o balanço patrimonial apresentado a este Tribunal não o registra o saldo das contas relativas ao exercício anterior, estando assim em desconformidade com o MCASP (Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público).

Junto a resposta à notificação foi apresentado termo de conferência de caixa com informações atualizadas, contendo o registro de saldo financeiro no valor de R$7.278.986,68, enquanto no balanço patrimonial consta o registro de R$7.380.199,20, sendo este valor superior àquele em R$101.212,52, cuja destinação não está sendo identificada nos autos, razão pela qual recaí sobre o Gestor a responsabilidade sobre o ressarcimento da citada diferença aos Cofres Públicos com recursos pessoais.

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Ademais, verifica-se a não apresentação junto aos extratos bancários, das respectivas conciliações bancárias, em inobservância ao estabelecido pelo item 21 do art. 7º da Resolução TCM 1.061/05.

Vale salientar que o saldo financeiro registrada no balanço patrimonial é suficiente para honrar as obrigações registradas no passivo financeiro na ordem de R$252,50.

Outra falha identificada nos registros contábeis, é a não adoção dos procedimentos de reconhecimento pelo regime de competência, dos valores a receber decorrentes das variações patrimoniais aumentativas oriundas das receitas de contribuição previdenciária.

Não consta no balanço patrimonial o saldo para a conta de estoques/almoxarifado, sendo recomendada a Administração a implantação de política de gestão e controle de materiais de consumo, observando o critério de avaliação estabelecido pelo art. 106, III da Lei 4.320/64, de modo que os valores constantes no inventário analítico seja contabilizado.

O patrimônio liquido da Descentralizada registrada no balanço patrimonial do exercício anterior é de R$20.531.735,01, que subtraído do déficit patrimonial apurado no demonstrativo das variações patrimoniais constante no autos, no valor de -R$423.126,08, resulta num patrimônio liquido de R$20.108.608,93, sendo este valor inferior em R$1.642.671,51, com relação ao valor registrado no balanço patrimonial do exercício em exame, de R$21.751.280,44, ficando mais uma vez caracterizada a ocorrência de inconsistência nos registros contábeis.

5. DAS OBRIGAÇÕES LEGAIS

Consta nos autos o relatório de inventário dos bens móveis, acompanhado da certidão, atestando que todos os bens estão registrados no livro tombo e submetidos a controle apropriado, em desatenção ao estabelecido no item 17, artigo 7º, da Resolução TCM 1.061/05.

O Relatório do Controle Interno encaminhado não trata das atividades desempenhadas para efetivação das operações objeto de acompanhamento e controle especifico, sendo também omisso acerca das falhas identificadas nos demonstrativos contábeis, não atendendo, portanto, os dispositivos da Resolução TCM nº 1.120/05.

Consta nos autos o relatório de avaliação atuarial do plano de benefícios do Fundo de Previdência, apresentado em cumprimento ao estabelecido pela Resolução TCM 1.061/05, em seu artigo 7º, item 29, entretanto, no referido documento constam recomendações para a administração adotar medidas a fim reduzir o déficit atuarial, que alcançou o montante de -R$14.658.821,17,

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em 31/12/2014, bem como, para a implantação do plano de amortização deste passivo ao longo do tempo.

Verifica-se junto a defesa anexada ao e-TCM (nº do documento 66), DAM´s – Documentos de Arrecadação Muncipal e comprovantes bancários, indicando os pagamentos das multas imputadas ao responsável pelas contas ora analisadas, decorrentes dos decisórios envolvendo os Processos TCM 03.960/11 e 05.915/14, nos valores originais de R$600,00 e R$3.000,00 respectivamente, cabendo a SGE informar a 1ª DCE sobre tais fatos.

Não obstante, não foi identificada nos autos, comprovante de pagamento da multa imputada ao responsável pelas contas, no valor de R$3.500,00, decorrente do Processo TCM 08.864/15, cujo prazo para pagamento finalizou em 12/10/2015.

Diante do exposto, com fundamento no inciso III do art. 40, combinado com o art. 43, da Lei Complementar Estadual n° 06/91, é de se deliberar no sentido da rejeição das contas do IPPN - Instituto de Previdência de Ponto Novo, correspondentes ao exercício financeiro de 2015, aplicando-se a Gestor, Sr. Sérgio Marcos do Nascimento Freire, com fulcro no inciso II do art. 71 da Lei Complementar Estadual n° 06/91, multa no importe de R$3.000,00 (três mil reais), em função das impropriedades envolvendo o não pagamento de multa imputada ao próprio Gestor por este Tribunal, relacionada as contas do exercício anterior; envio de dados incorretos ou incompletos ao sistema deste TCM, com ênfase para falhas formais envolvendo as liquidações das despesas, além de diversas inconsistências nos registros contábeis; apresentação de balanço financeiro e patrimonial com informações incompletas, denotando fragilidade no funcionamento do controle interno, além da falta de confiabilidade nas informações constantes nos demonstrativos contábeis, cuja estrutura não observa o MCASP (Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público), além de inobservar ao determinado pelo art. 103 da Lei 4.320/64; balanço patrimonial com informações distorcidas, não retratando a realidade patrimonial com fidedignidade; não registro das reservas matemáticas no passivo não circulante, em inobservância ao estabelecido pelo §3º do art. 17 da Portaria MPS 403/08; não apresentação junto aos extratos bancários das respectivas conciliações bancárias, em desatenção ao estabelecido pelo item 21 do art. 7º da Resolução TCM 1.061/05; ausência de registro no balança patrimonial do saldo para a conta de estoques/almoxarifado; relatório de controle interno com informações precárias; e ausência de informações envolvendo as medidas necessárias para a implantação do plano de amortização do déficit atuarial.

Ademais, com respaldo na alínea “c”, do inciso III, do art. 76, da Lei Complementar Estadual n° 06/91, determina-se ao responsável pelas contas a realização de ressarcimento aos cofres públicos municipais, com recursos pessoais do próprio Gestor, do montante de R$101.212,52, em razão da não comprovação da destinação da citada importância, decorrente da diferença

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verificada entre o saldo financeiro apurado nos extratos bancários e o registro constante do balança patrimonial.

Os recolhimentos aos cofres públicos municipais das penalidades pecuniárias supramencionadas deverão ocorrer no prazo máximo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado deste decisório, com ordem bancária identificando o próprio devedor, nominal à Prefeitura Municipal de Ponto Novo, sob pena de adoção das medidas previstas no art. 49, combinado com o art. 74, da Lei Complementar Estadual nº 06/91, com a cobrança judicial dos débitos, considerando que as decisões dos Tribunais de Contas que imputam débito possuem eficácia de título executivo, nos termos do § 3°, do art. 71, da Constituição Federal, e do § 1°, do art. 91, da Constituição do Estado da Bahia.

Recomenda-se a Gestor a adoção de medidas a fim de: (i) reverter o deficit atuarial da Caixa de Previdência Municipal, de modo a não comprometer compromissos futuros junto aos segurados; (ii) efetivar a implantação de política de gestão e controle de materiais de consumo, observando o critério de avaliação estabelecido pelo art. 106, III da Lei 4.320/64, de modo que os valores constantes no inventário analítico seja registrado no balanço patrimonial.

Determine-se a SGE informar à 1ª DCE para a adoção das devidas averiguações, acerca dos pagamento das multas imputadas ao responsável pelas contas ora analisadas, Sr. Sérgio Marcos do Nascimento Freire, decorrentes dos decisórios envolvendo os Processos TCM 03.960/11 e 05.915/14, nos valores originais de R$600,00 e R$3.000,00 respectivamente, tendo em vista que foram anexados a defesa DAM´s – Documentos de Arrecadação Municipal e comprovantes bancários (nº do documento 66 da defesa constante no e-TCM).

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 02 de agosto de 2016.

Cons. Francisco de Souza Andrade NettoPresidente

Cons. Raimundo Moreira Relator

Foi presente o Ministério Público de ContasProcurador Geral do MPEC

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade desta deliberação, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

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