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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE DE 12/12/2013 PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 15230-13 Exercício Financeiro de 2012 Prefeitura Municipal de PONTO NOVO Gestor: Antônio Marcos Alves da Silva Relator Cons. Plínio Carneiro Filho PARECER PRÉVIO Opina pela rejeição, porque irregulares, das contas da Prefeitura Municipal de PONTO NOVO, relativas ao exercício financeiro de 2012. O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes: Versa o Processo TCM nº 15230-13 da prestação de contas da Prefeitura Municipal de PONTO NOVO, exercício financeiro de 2012, da responsabilidade do Sr. Antônio Marcos Alves da Silva, somente encaminhada ao Legislativo Municipal em 25 de julho do ano em curso, portanto a destempo, uma vez que sua remessa haveria de ter ocorrido até 31 de março segundo a regra do art. 53 da Lei Complementar nº 06/91, circunstância que será levada em consideração quanto às repercussões negativas sobre o mérito das contas referenciadas. Ainda que tenha ingressado intempestivamente, a Câmara Municipal cuidou em promover a disponibilização pública das contas em apreço pelo prazo de sessenta dias à disposição de qualquer contribuinte em cumprimento do disposto no § 3º do art. 31 da Constituição Federal, conforme noticia o Edital nº 03/2013, seguindo do seu envio à Corte em 30.09.13, por via postal, com vistas à emissão de Parecer Prévio que, constitucionalmente, consubstanciará os trabalhos do Legislativo no julgamento das contas do ente público. Esteve a cargo da 13ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada na cidade de Senhor d Bonfim, o acompanhamento da execução orçamentária, da gestão financeira, operacional e patrimonial das contas referenciadas, tendo, no desempenho de suas funções regimentais, materializado nos relatórios mensais complementados e refletidos no anual de fls. 489/640, falhas, impropriedades técnicas e irregularidades, sobre as quais o ordenador da despesa apresentou justificativas sanando apenas parte dessas questões, de modo que as pendências remanescentes, aliadas aos achados não descaracterizados na resposta à diligência das contas, ante o que restará evidenciado nos passos seguintes, lamentavelmente, comprometem o mérito das contas. 1

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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE DE 12/12/2013PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 15230-13Exercício Financeiro de 2012Prefeitura Municipal de PONTO NOVO Gestor: Antônio Marcos Alves da SilvaRelator Cons. Plínio Carneiro Filho

PARECER PRÉVIO Opina pela rejeição, porque irregulares, das contas da Prefeitura Municipal de PONTO NOVO, relativas ao exercício financeiro de 2012.

O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes:

Versa o Processo TCM nº 15230-13 da prestação de contas da Prefeitura Municipal de PONTO NOVO, exercício financeiro de 2012, da responsabilidade do Sr. Antônio Marcos Alves da Silva, somente encaminhada ao Legislativo Municipal em 25 de julho do ano em curso, portanto a destempo, uma vez que sua remessa haveria de ter ocorrido até 31 de março segundo a regra do art. 53 da Lei Complementar nº 06/91, circunstância que será levada em consideração quanto às repercussões negativas sobre o mérito das contas referenciadas.

Ainda que tenha ingressado intempestivamente, a Câmara Municipal cuidou em promover a disponibilização pública das contas em apreço pelo prazo de sessenta dias à disposição de qualquer contribuinte em cumprimento do disposto no § 3º do art. 31 da Constituição Federal, conforme noticia o Edital nº 03/2013, seguindo do seu envio à Corte em 30.09.13, por via postal, com vistas à emissão de Parecer Prévio que, constitucionalmente, consubstanciará os trabalhos do Legislativo no julgamento das contas do ente público.

Esteve a cargo da 13ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada na cidade de Senhor d Bonfim, o acompanhamento da execução orçamentária, da gestão financeira, operacional e patrimonial das contas referenciadas, tendo, no desempenho de suas funções regimentais, materializado nos relatórios mensais complementados e refletidos no anual de fls. 489/640, falhas, impropriedades técnicas e irregularidades, sobre as quais o ordenador da despesa apresentou justificativas sanando apenas parte dessas questões, de modo que as pendências remanescentes, aliadas aos achados não descaracterizados na resposta à diligência das contas, ante o que restará evidenciado nos passos seguintes, lamentavelmente, comprometem o mérito das contas.

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Encaminhadas à Corte, as contas passaram pelo crivo da assessoria técnica, quando foram apontadas mais algumas questões reclamando esclarecimentos, a exemplo da ausência de comprovação das ações que teriam sido adotadas para regularização da conta de responsabilidade lançada no Ativo Realizável; baixa cobrança da Dívida Ativa Municipal; violação da norma de que trata o art. 212 da Constituição Federal, evidenciando aplicação de recursos na manutenção e desenvolvimento do ensino em percentual inferior ao mínimo exigido constitucionalmente; desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FUNDEB, além da não devolução dos recursos do mesmo Fundo glosados em exercícios anteriores; ausência do Parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, assim como do Parecer do Conselho Municipal de Saúde; aplicação de recursos em ações e serviços públicos de saúde em percentual aquém do mínimo exigido pela Carta Magna Nacional; ausência de folhas de pagamento de subsídios dos agentes políticos; realização de despesa total com pessoal acima do limite definido na LRF; ausência de comprovação de publicidade do RREO e do RGF na forma e prazo exigido pela LRF, assim como não foram enviadas as cópias das audiências públicas acaso realizadas; ausência do Relatório de Controle Interno; ausência de prestação de contas de recursos transferidos a entidade civil a título de subvenções sociais; ausência de comprovação das providências acaso adotadas com vistas à cobrança dos gravames imputados pelo TCM, inclusive, recolhimento dos gravames aplicados ao próprio gestor; deficiência dos relatórios enviados violando as exigências legais; anexos contábeis com incorreções; violação das Resoluções oriundas da Corte de Contas.

Convertido o processo em diligência para que fosse, em homenagem ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa, possibilitado ao gestor a oportunidade de apresentar suas justificativas, resultou no arrazoado de fls. 786/822 secundado pelos documentos dispostos em quatro pastas do tipo “AZ”, anexas.

A defesa apresentada sanou parte dos questionamentos apontados, de sorte que os remanescentes, dado o grau de relevância, nível de incidência e frequência com que ocorreram, inviabilizam as contas submetendo-as ao comando da alínea “a” do inciso III do art. 40 combinado com o parágrafo único do art. 43 da Lei Complementar nº 06/91, merecendo pontuar, dentre outras constatações, o seguinte:

EducaçãoViolação da determinação de que trata o art. 212 da Constituição da República estabelecendo que os Municípios deverão aplicar, anualmente, o mínimo de 25% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino, tendo em vista que a Prefeitura Municipal comprovou, inicialmente uma aplicação do percentual de 24,43%, resultante do comprometimento do montante de R$11.789.446,60.

Na resposta à diligência das contas, o gestor pretendeu adicionar aos gastos com educação parte das despesas oriundas dos recursos transferidos a título de subvenções sociais à OSCIP denominada CECOSAP – Cetro Comunitário 2

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Social Alto Paraíso, no montante de R$2.368.044,95, tendo em vista que a 13ª IRCE, segundo alegou o gestor, recusou o seu adicionamento para os fins do art. 212 da Carta Federal devido a “ausência da comprovação da despesa e processo de prestação de contas,”.

Essa pendência, lamentavelmente, não restou descaracterizada na medida em que ainda não houve prestação de contas dos recursos transferidos à entidade mencionada, posto que os documentos enviados a título de prestação de contas, conforme documentos nºs 03/04 e 04/04, não passam de cópias fotostáticas que, à luz do art. 4º da Resolução TCM nº 1121/05, haveriam de ter sido envidados na forma original, com acréscimo de que a despesa pertinente à educação somente seria apropriada para os fins do art. 212 da Carta Magna, após exame e aprovação da prestação de contas dos recursos transferidos, do modo que, sob esse aspecto, a irregularidade permanece inalterada, ainda que se adicione o valor de R$6.039,20, proveniente de despesa realizada com a Coelba.

Despesas em Ações e Serviços Públicos de SaúdeDescumprimento da regra imposta pela Carta Magna no que tange às despesas realizadas em ações e serviços públicos de saúde, com os impostos definidos no art. 156 e os recursos de que tratam os arts. 158 e 159, I, b e § 3º da Constituição Federal, que alcançaram o montante de R$1.852.488,21, ou seja, o percentual de 14,63% quando o art. 7º da Lei Complementar nº 141/12, para a aplicação desses recursos, exige o mínimo 15%, ficando o gestor advertido que os recursos não aplicados deverão acrescer ao montante mínimo a ser aplicado no exercício subsequente, de conformidade com o previsto no art. 25 da Lei Complementar antes mencionada.

Na resposta à diligência das contas, tal qual ocorreu em relação à aplicação do percentual mínimo de 25% na manutenção e desenvolvimento do ensino, o gestor pugnou pela apropriação de despesas realizadas com recursos oriundos transferidos a título de subvenções sociais à OSCIP denominada CECOSAP – Cetro Comunitário Social Alto Paraíso, no montante de R$2.368.044,95, tendo em vista que a 13ª IRCE, segundo alegou o gestor, recusou o seu adicionamento para os fins da Lei Complementar nº 141/12 devido a “ausência da comprovação da despesa e processo de prestação de contas,”.

Essa questão, como já se mencionou precedentemente, não foi descaracterizada na medida em que ainda não houve prestação de contas dos recursos transferidos à entidade mencionada, dado que os documentos enviados a título de prestação de contas, conforme documentos nºs 03/04 e 04/04, não passam de cópias fotostáticas que, à luz do art. 4º da Resolução TCM nº 1121/05, haveriam de ter sido envidados na forma original, com acréscimo de que a despesa pertinente aos gastos em ações e serviços públicos de saúde, somente seria apropriada após exame e aprovação da prestação de contas dos recursos transferidos, o que ainda não ocorreu, permanecendo inalterada a irregularidade, ainda que seja adicionado o valor de R$8.447,54, proveniente de despesa realizada com a Embasa-Saúde e Coelba.

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Despesa com PessoalA Lei de Responsabilidade Fiscal, ao regulamentar o estabelecido no art. 169 da Carta Magna, estabeleceu limites para a despesa total com pessoal, determinando expressamente no art. 19 que este dispêndio, de referência aos Municípios, não poderá exceder a 60% da receita corrente líquida, destinando, no art. 20, inciso III, na alínea “b”, 54% ao Executivo.

Quanto ao exercício financeiro de 2012, observa-se descumprimento da norma de regência, na medida em que a despesa total realizada com pessoal foi da ordem de R$18.959.150,61, correspondente a 62,19% de uma Receita Corrente Líquida de R$30.483.979,18.

Na resposta à diligência das contas, o gestor pugnou pela exclusão de parte das despesas realizadas com terceirização de mão de obra, tais como consultoria jurídica, contábil e tributária, além de sistema de informática, pessoal da área de saúde (médicos, enfermeiros, odontólogos), de sorte que da despesa total com pessoal no montante de R$18.959.150,61 deveria ser excluído o importe de R$5.272.185,26.

Examinada a questão, observa-se que o pedido do gestor seria passível de ser aceito parcialmente, desde que restasse comprovado o valor dos insumos, ou seja, das despesas realizadas pelo contratado para a prestação dos serviços contratados, desde que os demonstrasse através dos contratos ajustados entres as partes, das notas fiscais emitidas, planilhas ou mesmo outro instrumento capaz de revelar esses insumos extreme de dúvidas, o que não ocorreu no caso em tela, de modo que a situação de irregularidade permanece a mesma apontada no Pronunciamento Técnico.

O quadro abaixo evidencia com bastante clareza o comportamento da despesa total realizada com pessoal.

DESPESA COM PESSOALReceita Corrente Líquida 30.483.979,18

Limite máximo – 54% (art. 20 LRF) 16.461.348,76

Limite Prudencial – 95% do limite máximo (art. 22) 15.638.281,33

Limite para alerta – 90% do limite máximo (art. 59) 14.815.213,89

Despesa realizada com pessoal no exercício 18.959.150,61

Percentual da Despesa no exercício 62,19

O gráfico acima revela, portanto, descumprimento dos preceitos da Lei Complementar nº 101/00, considerando que a receita corrente líquida totalizou R$30.483.979,18, e a despesa com pessoal ascendeu a R$18.959.150,61, correspondente a 62,19% da RCL, o que impõe à Administração Municipal a adoção de providências com vistas à eliminação do percentual excedente na forma preconizada pelo art. 23 da LRF e §§ 3º e 4º do art. 169 da Constituição

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Federal, sem prejuízo de submeter-se às medidas previstas no art. 22 desse mesmo diploma legal.

Assim sendo, fica a Administração Municipal advertida para a devida obediência às regras impositivas da Lei de Responsabilidade Fiscal, atentando, inclusive, para o disposto no parágrafo único do art. 40 da Lei Complementar nº 06/91, segundo o qual “O Tribunal de Contas dos Municípios poderá considerar irregular as contas no caso de reincidência no descumprimento de determinação de que o responsável tenha tido ciência, feito em processo de prestação ou tomada de contas anterior.”

No que tange ao exercício de 2011, observa-se que a Prefeitura ultrapassou o limite previsto na alínea “b” do inciso III do art. 20 da LRF, ao aplicar 64,54% em despesa total com pessoal. Essa situação estava a obrigar o ente público, segundo a regra de que trata o art. 23 da LRF, que eliminasse no exercício subsequente pelo menos 1/3 do excedente no primeiro quadrimestre e o restante no segundo quadrimestre.

O Relatório de Prestação de Contas Mensal de abril de 2012 informa que a despesa total com pessoal foi de R$17.326.728,52, correspondente a 66,39% de uma receita corrente líquida de R$26.097.447,32, descumprindo a legislação de regência, tendo em vista o limite máximo de 61,03%.

No quadrimestre subsequente (2º quadrimestre de 2012), o Relatório de Prestação de Contas Mensal de agosto de 2012 informa que a despesa total com pessoal foi da ordem de R$18.328.077,10, correspondendo a 64,19% de uma receita corrente líquida no montante de R$28.554.413,13, constatando assim, descumprimento à determinação da LRF, considerando que o limite máximo é de 54%.

Portanto, a prática da singular irregularidade decorrente da não recondução da despesa total com pessoal ao limite previsto na LRF, constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas, conforme definido no inciso IV do art. 5º da Lei nº 10.028/00, e resulta na aplicação ao gestor da penalidade de que trata o § 1º desse mesmo dispositivo legal, consistente na cominação da multa de trinta por cento (30%) dos vencimentos anuais do Prefeito Municipal.

Licitações Questionamentos em torno de procedimentos licitatórios em relação às formalidades de que trata a Lei Federal nº 8.666/93, sobretudo no que tange a ausência de licitações em relação aos processos de pagamento nºs 75/2011 e 15PRG/2012 totalizando R$141.936,23. Da mesma forma é observada a existência de vários casos de procedimentos licitatórios que não satisfazem as exigências da Lei de Licitações e Contratos Administrativos, segundo se nota dos processos nºs 11CC/2012, 11PRP/2012, 08PRP/2012, 12PRP/2012, 03PP/2012, 12CC/2012, 17PRP/2012, 16PRP/2012, 05PP/2012, 07PP/2012, 06PP/2012, 20PRP/2012, 08PP/2012, 04TP/2012, 09PP/2012 e 109/2012 no montante de

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R$2.298.007,16, a exigir da Administração Municipal maior empenho no cumprimento das normas de regência, sob pena de incorrer nas sanções legais, a exemplo da rejeição das contas da entidade em futuro exercício financeiro como, aliás, está a contribuir para impactar negativamente as contas em apreço.

Indevido Pagamento de DespesaAponta o Pronunciamento Técnico ter havido pagamento de despesa em valor superior à sua comprovação, considerando que o gasto realizado no mês de dezembro através do processo pagamento 2015, no valor de R$6.000,00, favorecendo o credor Jorge Luiz Félix Martins, em que o Relatório Anual (fl. 614) registra que o “Valor processo/pago R$6.000,00, superior aos comprovantes de despesa, uma vez que foi encaminhado como comprovação da despesa duas notas fiscais com o mesmo número no valor de R$3.000,00 cada.”, sem que o gestor tenha apresentado nenhuma justificativa perante a 13ª IRCE, de sorte que, à míngua de quaisquer esclarecimentos, não resta à Corte de Contas alternativa, senão determinar o ressarcimento ao erário da quantia de R$3.000,00, devidamente atualizada e acrescida de juros de mora.

Audiências PúblicasViolação às determinações contidas no item 31 do art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05, e, bem assim, das exigências de que trata o § 4º do art. 9º da LRF devido a realização a destempo das audiências públicas que deveriam ter ocorrido nos meses de maio e setembro, no entanto, foram realizadas em junho e outubro de 2012, sendo que a do mês de fevereiro de 2013 não teria sido realizada, possibilitando ao Poder Executivo demonstrar e avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre.

Remuneração dos Agentes PolíticosA Câmara Municipal, através da Lei nº 190/08, fixou os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais, nos valores respectivos de R$9.150,00, R$4.500,00 e R$2.500,00. Os pagamentos foram realizados dentro dos parâmetros legais, na medida em que o Prefeito recebeu no exercício financeiro o montante de R$109.800,00 e o Vice o importe de R$54.000.00, sendo que a folha de pagamento de agosto foi enviada na resposta à diligência das contas, conforme documento nº 09 da pasta tipo “AZ” nº 01/04.

Os Secretários Municipais, por sua vez, receberam o total de R$197.252,08, dentro dos parâmetros legais, em que pese ter sido apontada, também, a ausência de algumas folhas de pagamento em relação aos Secretários de Agricultura e Assistência Social (abril); Planejamento (abril e novembro); e Educação (março), sem que o gestor as tenha apresentado na diligência das contas, diante da sua injustificável omissão, razão porque se lhe é concedido o prazo de trinta dias para sua apresentação, lavrando em seguida, caso não seja satisfeita a determinação, Termo de Ocorrência.

Verificação dos Balanços de Abertura e Encerramento

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Do confronto entre o Balanço Patrimonial/2011 e o Demonstrativo das Contas do Razão/Janeiro de 2012 foram observadas diferenças de lançamentos não devidamente esclarecidas, conforme se pode notar do gráfico a seguir:

Grupo Saldo DCR jan/12

Saldo BP/11 Diferença

Ativo Financeiro Disponível 115.590,65 4.475.623,53 (4.360.032,88)

Ativo Financeiro Realizável 2.823.188,66 142.683,64 2.680.505,02

Ativo Permanente 12.646.969,01 15.543.308,74 (2.896.339,73)

Passivo Real a Descoberto 0,00 0,00 0,00

Passivo Financeiro 1.783.060,06 1.846.289,18 (63.229,12)

Passivo Permanente 5.400.628,54 1.080.204,93 4.320.423,61

Ativo Real Líquido 9.333.978,40 13.148.224,53 (3.814.246,13)

TOTAL 32.103.415,32 36.236.334,55 (4.132.919,23)

Por sua vez não foi localizado nos autos o Demonstrativo das Contas do Razão/Dezembro de 2012, de sorte a possibilitar o seu confronto com o Balanço Patrimonial de 2012.

Confrontos com as Contas da Câmara MunicipalVerificando os valores registrados nos Demonstrativos de Receita de Dezembro/2012 dos Poderes Executivo e Legislativo foram identificadas as irregularidades apontadas no Pronunciamento Técnico, no que tange as contas de receita e despesa extraorçamentárias, sem que o gestor tenha justificado as divergências, conforme quadros abaixo.

Receita Extraorçamentária:Discriminação Dem.Desp.Extra

Dez - CâmaraBal.Financeiro

PrefeituraDiferença

Salário Família 770,00 770,00 0,00INSS 50.711,51 0,00 50.711,51IRRF 14.937,74 2.492,12 12.445,62ISS 1.725,20 1.725,20 0,00Empréstimo CEF 67.691,14 67.691,14 0,00Pensão Alimentícia 13.374,00 13.374,00 0,00Estorno Conciliação 394,25 394,25 0,00TOTAL 149.603,84 86.446,71 63.157,13

Despesa Extraorçamentária:Discriminação Dem.Desp.Extra

Dez - CâmaraBal.Financeiro

PrefeituraDiferença

Salário Família 770,00 770,00 0,00

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INSS 50.362,21 0,00 50.362,21IRRF 14.937,74 0,00 12.445,62ISS 1.725,20 1.725,20 0,00Empréstimo CEF 67.691,14 67.691,14 0,00Pensão Alimentícia 13.374,00 13.374,00 0,00Estorno Conciliação 394,25 394,25 0,00INSS 13º Salário 349,30 0,00 349,30TOTAL 149.603,84 83.954,59 65.649,25

Resultado PatrimonialO Saldo Patrimonial do exercício pretérito apresentou Ativo Real Líquido de R$13.148.224,53, que somado ao superávit verificado no exercício em exame no valor de R$3.491.201,54, evidenciado no Demonstrativo das Variações Patrimoniais resultou no Ativo Real Líquido de R$16.639.426,07, todavia, o registrado no Balanço Patrimonial/2012 foi de R$16.642.238,74, cuja diferença da ordem de R$2.812,67 não foi esclarecida diante na resposta à diligência das contas.

Relatório de Controle InternoO Relatório de Controle Interno reclamado no Pronunciamento Técnico veio aos autos na resposta à diligência das contas, conforme documento nº 13 da pasta tipo “AZ” nº 01/04, cuja peça padece de irregularidade por não apresentar “os resultados das ações de controle interno, bem como as respostas decorrentes do acompanhamento das atividades realizadas, não atendendo, assim, ao disposto na Resolução TCM nº 1120/05.”

Transferência de Recursos a Entidade Civil – Resolução TCM nº 1.121/05Não foram notadas no processo em tela, de conformidade com as regras da Resolução TCM nº 1.121/05, as prestações de contas dos recursos transferidos a título de subvenções sociais à entidade civil denominada de CECOSAP – Cetro Comunitário Social Alto Paraíso, no valor de R$2.368.044,95, circunstância que impacta negativamente as contas em apreço, de sorte que é concedido ao gestor o prazo máximo de trinta dias para seu encaminhamento, ficando ressalvado o que ali restar apurado e decidido oportunamente.

Convém deixar consignado que na resposta à diligência das contas, o gestor fez chegar aos autos os documentos dispostos nas pastas tipo “AZ” nºs 03/04 e 04/04, enviados a título de prestação de contas, os quais, lamentavelmente, não passam de cópias fotostáticas e não de documentos originais, conforme exige a Resolução TCM nº 1121/05, no art. 4º, de sorte que as peças encaminhadas não satisfazem a legislação de regência.

Transmissão de Governo – Resolução TCM nº 1311/12Não se vislumbra nos autos a presença de Relatório Conclusivo elaborado por Comissão de Transmissão de Governo, como determinado pela Resolução TCM nº 1311/12, como, aliás, denunciado pelos membros da Comissão de

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Transmissão indicados pelo atual Prefeito, segundo expediente de fls. 677/748, relatando as omissões do gestor em prestar as informações e os documentos necessários à regular transmissão de governo, circunstância que será levada em consideração para fins de aplicar ao gestor omissão penalidade prevista na regra de competência, em que pese haver o gestor enviado o documento nº 14 da pasta tipo “AZ” nº 01/04, na resposta à diligência das contas, contendo algumas atas de reunião da Comissão de Transmissão.

Glosas de Recursos do FUNDEBAponta o Pronunciamento Técnico ter havido glosa de recursos do FUNDEB no exercício em apreço no expressivo montante de R$671.193,71, assim como é noticiada a existência de glosas em exercícios anteriores não devolvidas à conta de origem do Fundo, conforme Processos TCM nºs 08734-09 (R$21.964,05), 09641-10 (R$13.479,68), 08149-11 (R$97.330,42) e 08416-12 (R$434.506,67), totalizando R$567.280,82. O gestor não adotou nenhuma providência, uma vez que nem mesmo na oportunidade da diligência das contas apresentou justificativa capaz de esclarecer sua inaceitável resistência em devolver à conta de origem do FUNDEB, com recursos municipais, os numerários que lhe foram indevidamente subtraídos porque aplicados em ações estranhas às suas finalidades, razão porque deve a atual Administração Municipal ser cientificada das ocorrências, para adotar, com a maior brevidade possível, ações com vistas às devoluções reclamadas, sob pena da sua inação vir a repercutir no mérito das futuras prestações de contas da Prefeitura Municipal.

Parecer Conselho Municipal de SaúdeNão foi encartado aos autos o Parecer do Conselho de Municipal de Saúde previsto no art. 13 da Resolução TCM nº 1.277/08.

Ativo RealizávelO Pronunciamento Técnico questiona a origem do registro e as medidas adotadas para regularização da conta registrada no Ativo Realizável, totalizando R$170.766,96.

Dívida Ativa O saldo da Dívida Ativa Tributária do Município no exercício pretérito foi de R$4.012.678,47, não havendo inscrição enquanto a cobrança foi no inexpressivo valor de R$581,26, representando 0,01% do saldo do exercício anterior, resultando num saldo para o exercício seguinte no importe de R$4.012.097,21. A Dívida Ativa Não Tributária do Município referente ao exercício anterior, por sua vez, apresentou saldo de R$14.826,60, cuja cobrança foi de R$464,47, representando 3,13% desse estoque, sem que tenha havido inscrição, resultando num saldo para o exercício subsequente no valor de R$14.362,13.

A situação vertente evidencia a necessidade de a Administração Municipal envidar maior empenho no resgate da Dívida Ativa, tanto da Tributária quanto da Não Tributária, de modo a não caracterizar renúncia de receita que, por não se amoldar ao previsto no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, afigura-se 9

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ilegal mesmo porque esse Diploma Legal consagra no art. 11, como um dos requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal, além da instituição e da previsão, a efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação, sancionando-o, inclusive, com a vedação de transferências voluntárias em caso da não arrecadação de seus impostos.

Execução Orçamentária (Relatório Anual)Constam ainda do Relatório Anual de fls. 489/639, além dos questionamentos envolvendo procedimentos licitatórios; saída de numerário da conta específica do FUNDEB sem documento que lhe dê suporte e ausência de comprovação de despesa, além de processo de pagamento adimplido em valor superior aos comprovantes da despesa destacados em separado, algumas pendências apontadas no decurso da execução orçamentária, a exemplo da ausência de recibos na realização de despesas junto a empresas concessionárias de serviço público; divergência na alimentação do Sistema SIGA; ausência de contratos para aquisição de bens e serviços; deficiente comprovação de despesas; saída de numerário da conta específica do FUNDEB mediante transferência bancária sem identificação da documentação de despesa correspondente; locação de veículos sem a devida identificação; ausência de termos de contrato; ausência de termos aditivos ao contrato; ausência de contrato de prestação de serviços; pagamento indevido de tarifas bancárias com recursos do FUNDEB; ausência de boletim/planilha de medição de obras e/ou serviços; ausência de descontos de IRRF e ISS; ausência de notas fiscais e/ou recibos; realização de despesas com terceiros sem a identificação das pessoas beneficiadas dentre outras pendências a merecer do gestor maior empenho com vistas à melhoria da máquina administrativa e aperfeiçoamento do sistema de controle interno da entidade.

Dando continuidade à análise das contas em referência, convém promover o registro das informações a seguir descritas, objetivando melhor evidenciar o comportamento da execução orçamentária.

1. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

1.1. Plano PlurianualO PPA referente ao quadriênio 2010/2013, consoante pasta anexa, foi instituído através da Lei Municipal nº 201, de 11.12.2009, em cumprimento ao art. 165, § 1º da Constituição Federal, o art. 159, § 1º da Constituição do Estado da Bahia e o art. 4º, V, da Resolução TCM nº 1060/05.

1.2. Lei de Diretrizes OrçamentáriasForam estabelecidas as diretrizes para elaboração do Orçamento de 2012, através da Lei Municipal nº 210, de 28.06.11, consoante fls. 11/36 dos autos, publicada na edição de 29.06.11 do Diário Oficial dos Municípios, observando o que determina o art. 48 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

1.3. OrçamentoA Lei Orçamentária Anual – LOA nº 225, de 09.12.11, pasta anexa, com indicativo de publicidade na edição de 13.12.11 do Diário Oficial dos Municípios, estimou a receita e fixou a despesa do Município para o exercício 10

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financeiro de 2012 no montante de R$30.000.000,00, compreendendo o Orçamento Fiscal no valor de R$23.680.767,82 e o da Seguridade Social no importe de R$6.319.232,18.

Esse Estatuto autorizou ainda, dentre outras ações, no art. 4º, a abertura de créditos adicionais suplementares até o limite de 15% do total do Orçamento, por anulação parcial ou total de dotações orçamentárias, por superávit financeiro e por excesso de arrecadação.

O Decreto nº 110, de 21.12.11, fls. 121/159, aprovou o Quadro de Detalhamento da Despesa – QDD do Poder Executivo, para o exercício financeiro de 2012.

1.4. Programação FinanceiraAtravés do Decreto nº 109, de 21.12.11, traduzido no documento de fls. 160/167 dos autos, foi aprovado a Programação Financeira do Poder Executivo e o cronograma mensal de desembolso. Esse instrumento, previsto no art. 8º da LRF, possibilita ao gestor traçar um programa de utilização dos créditos orçamentários aprovados no exercício, bem como efetivar análise comparativa entre o previsto na LOA e a sua realização mensal, compatibilizando a execução das despesas com as receitas arrecadadas no período.

1.5. Créditos Adicionais SuplementaresForam abertos créditos adicionais suplementares no montante de R$15.718.214,00, sendo R$13.828.214,00 por anulação de dotações orçamentárias; R$1.300.000,00 por superávit financeiro; e R$590.000,00 por excesso de arrecadação, cuja contabilização consignada no Demonstrativo de Despesa de dezembro se deu no mesmo valor.

Observe-se que os decretos de abertura de créditos suplementares estão de acordo com a autorização constante da Lei de Meios.

1.6. Alterações de QDD De acordo com os decretos consoante pasta anexa foram promovidas alterações no Quadro de Detalhamento da Despesa – QDD no valor de R$1.167.600,00, para uma contabilização de mesmo valor segundo o Demonstrativo de Despesa de dezembro.

2. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.1. Declaração de Habilitação ProfissionalOs Demonstrativos Contábeis foram assinados por Contabilista devidamente inscrito no Conselho Regional de Contabilidade, sendo anexada aos autos a Certidão de Regularidade Profissional – CRP, emitida por meio eletrônico, em cumprimento ao disposto na Resolução n° 1.402/2012.

2.2. Balanço OrçamentárioSegundo o Anexo XII, constata-se que do total de R$30.000.000,00, estimado para a receita, foi efetivamente arrecadado o montante de R$31.182.000,48 11

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correspondendo a 103,94% do valor previsto no Orçamento. Por sua vez, a despesa orçamentária autorizada no valor R$31.890.000,00, foi executada no importe de R$29.890.455,04, corresponde a 93,72% do montante autorizado, de sorte que o Balanço Orçamentário registrou superávit da ordem de R$1.291.545,44.

2.3. Balanço FinanceiroO Anexo XIII, que trata do Balanço Financeiro, apresenta os valores das receitas e despesas orçamentárias, os recebimentos e pagamentos extraorçamentários, os saldos oriundos do exercício anterior e os a transferir para o seguinte, nos termos do art. 103 da Lei nº 4.320/64, da seguinte forma:

Descrição Valor R$Receita Orçamentária 31.182.000,48Receita Extraorçamentária 1.189.037,44Saldo do Exercício Anterior 4.480.214,30TOTAL 36.851.252,22Despesa Orçamentária 29.890.455,04Despesa Extraorçamentária 110.342,53Saldo para o exercício seguinte 6.850.454,65TOTAL 36.851.252,22

2.4. Balanço PatrimonialO Anexo XIV (Balanço Patrimonial) do exercício anterior consignou Ativo Real Líquido de R$13.148.224,53 que, somado ao superávit verificado no exercício em exame no valor de R$3.491.201,54, evidenciado no Demonstrativo das Variações Patrimoniais resultou no Passivo Real a Descoberto de R$16.639.426,07, sendo que o registrado no Balanço Patrimonial/2012 foi de R$16.642.238,74, cuja diferença da ordem de R$2.812,67 não foi justificada na resposta à diligência das contas.

O gráfico abaixo apresenta a situação do Balanço Patrimonial:

ATIVO PASSIVOFinanceiro/Realizável 7.016.597,41 Financeiro 2.342.096,30

Permanente 18.311.927,60 Permanente 6.344.189,97

Passivo Real a Descoberto 0,00 Ativo Real Líquido 16.642.238,74

Total do Ativo 25.328.525,01 Total do Passivo 25.328.525,01

2.5. Inventário dos Bens PatrimoniaisApontou o Pronunciamento Técnico à fl. 276 o Inventário das contas do Ativo Permanente acompanhado da relação com os respectivos valores de bens constantes do Ativo Permanente com indicação da alocação dos bens e números dos respectivos tombamentos, acompanhada de certidão firmada pelo Prefeito, pelo Secretário de Finanças e pelo encarregado do controle do 12

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patrimônio, atestando que todos os bens do Município encontram-se registrados no Livro Tombo e submetidos a controle apropriado, estando, ainda, identificados por plaquetas, observando ao disposto no item 18 do art. 9º da Resolução TCM nº 1.060/05, segundo o documento nº 04 da pasta tipo “AZ” nº 01/04.

O montante dos bens patrimoniais do Município apresentado no Inventário totaliza R$14.285.468,26, em harmonia com o registrado no Balanço Patrimonial.

2.6. Passivo Financeiro / Dívida FlutuanteO saldo da Dívida Flutuante do exercício pretérito era de R$1.846.289,18, tendo havido uma inscrição no exercício da ordem de R$3.041.935,61 e baixa de R$2.546.128,49, remanescendo saldo no valor de R$2.342.096,30.

2.7. Dívida Fundada InternaO Anexo XVI, que trata da Demonstração da Dívida Fundada Interna, registra saldo anterior de R$5.167.102,20, havendo no exercício inscrição de R$1.177.087,77, não havendo baixa, remanescendo saldo no montante de R$6.344.189,97, conforme demonstrado a seguir:

TÍTULOSSALDO

EXERCÍCIO ANTERIOR

INSCRIÇÃO BAIXASALDO PARA O EXERCÍCIO

SEGUINTEINSS 1.080.204,93 1.143.823,20 0,00 2.224.028,13PIS/PASEP 89.374,74 0,00 0,00 89.374,74EMBASA 185.580,55 0,00 0,00 185.580,55IPPN 3.811.941,98 33.264,57 0,00 3.845.206,55TOTAL 5.167.102,20 1.177.087,77 0,00 6,344.189,97

2.8. Dívida com o INSSRegistra o Pronunciamento Técnico, que o Balanço Patrimonial, no Passivo Financeiro (fls. 195/196), consignou retenções zero (0,00) e, no Passivo Permanente, o montante de R$7.716.627,77, a título de Dívida Fundada INSS. Todavia, de acordo com informações prestadas pela Receita Federal ao TCM, o débito com o INSS é da ordem de R$18.173.631,86, sendo R$13.569.120,98 de débitos pendentes de parcelamento e R$4.604.510,88 de débitos parcelados, evidenciando uma diferença de R$10.457.004,09.

Constata-se que o débito do Município com o INSS, que foi objeto de parcelamento é da ordem de R$983.119,67, conforme informações enviadas pela Receita Federal ao TCM, no entanto, o Balanço Patrimonial (Passivo Permanente), registra Dívida Fundada com o INSS no montante de R$2.224.028,13, emergindo, assim, uma diferença da ordem de R$1.240.908,46, de sorte que a situação, diante das informações e lançamentos conflitantes, está a exigir da Administração Municipal a adoção de providências junto a Receita Federal para sua regularização, sobretudo dos débitos pendentes de negociação, uma vez que a permanência da situação em 13

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apreço, certamente impactará o cumprimento do art. 42 da LRF em futuros exercícios financeiros.

2.9. Precatórios JudiciaisNão há registros nos demonstrativos contábeis de valores referentes a precatórios judiciais.

2.10. Dívida Consolidada LíquidaDenotam-se nos autos satisfação às disposições de que trata o inciso II do art. 3º da Resolução n.º 40, do Senado Federal, uma vez que a Dívida Consolidada Líquida do Município, no montante de R$144.953,15, representa 0,48% da Receita Corrente Líquida no importe de R$21.932.741,25, situando-se, portanto, dentro do limite de 1,2 vezes a RCL, conforme se pode notar do quadro abaixo:

ESPECIFICAÇÃO VALOR R$Passivo Permanente 2.998.525,04

(-) Disponibilidades 2.998.525,04

(-) Haveres Financeiros 110.269,72

(+) Restos a Pagar Processados do Exercício 255.222,87

(=) Dívida Consolidada Líquida 144.953,15

Receita Corrente Líquida 21.932.741,25

Endividamento (%) 0,48

2.11. Restos a Pagar/Disponibilidade FinanceiraPara os fins do art. 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal, cuja aferição do seu cumprimento ocorre no exercício em apreço, por se tratar do último ano de mandato da legislatura 2009/2012, apontou o Pronunciamento Técnico uma Disponibilidade Financeira do Município foi de R$3.108.794,76 que, uma vez deduzidas das Consignações e Retenções de R$1.978.991,76 e de Restos a Pagar de Exercícios Anteriores no importe de R$104.611,67, resultou numa Disponibilidade de Caixa no montante de R$1.025.191,33, que se revelou suficiente para o pagamento dos Restos a Pagar inscritos no exercício em tela no valor de R$258.492,87 e Despesas de Exercícios Anteriores – DEA de R$7.447,23.

O quadro abaixo discrimina de forma clara e objetiva a situação referenciada.

DISCRIMINAÇÃO VALOR R$(+) Disponibilidade Financeira (Caixa/Bancos) 3.108.794,76

(-) Consignações e Retenções 1.978.991,76

(-) Restos a Pagar de Exercícios Anteriores 104.611,67

(=) Disponibilidade de Caixa 1.025.191,33

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(-) Restos a Pagar do Exercício 258.492,87

(-) Despesas de Exercícios Anteriores 7.447,23

(=) Saldo 759.251,23

2.12. Despesas de Exercícios AnterioresAs Despesas de Exercícios Anteriores (DEA), adimplidas no exercício de 2012 somaram o montante de R$500.590,18, representando o percentual de 1,67% das Despesas Orçamentárias realizadas totalizando R$29.890.455,04.

2.13. Demonstração das Variações PatrimoniaisO Demonstrativo das Variações Patrimoniais apresenta, no exercício em exame, Variações Ativas que somaram R$33.948.818,97 e, por sua vez, as Variações Passivas importaram em R$30.457.617,43, resultando num superávit da ordem de R$3.491.201,54.

3. OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

3.1. FUNDEBA Lei Federal nº 11.494/07 determina que os Municípios apliquem, pelo menos, 60% dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB na remuneração dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública, tendo o Município aplicado o valor de R$7.599.129,27, representando o comprometimento do percentual de 67,60%, satisfazendo o comando legal, sendo que o Parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB de que trata o art. 31 da Resolução TCM nº 1.276/08 foi enviado na resposta à diligência das contas, conforme documento nº 08 da pasta tipo “AZ” nº 01/04.

O parágrafo único do art. 13 da Resolução TCM nº 1276/08, em consonância ao art. 21, § 2º da Lei nº 11.494/07 (FUNDEB), estabelece que até 5% dos recursos desse Programa poderão ser aplicados no primeiro trimestre do exercício subsequente àquele em que se deu o crédito, mediante abertura de crédito adicional. Desta forma, verifica-se que os recursos do FUNDEB, inclusive aqueles originários da complementação da União, somaram o montante de R$11.240.824,56, sendo comprometidos 97,56% desse numerário, restando a ser aplicado o percentual de 2,44%, situação que se revela em conformidade com a regra de competência.

3.2. Transferência de Recursos ao Poder LegislativoNo exercício financeiro em exame, o valor fixado para o Executivo transferir à Câmara Municipal foi de R$1.064.500,00, superior, portanto, ao limite máximo de R$883.073,98, estabelecido pelo art. 29-A, da Constituição Federal. Desse modo, este último será o numerário a ser repassado ao Legislativo, observando o comportamento da receita orçamentária. Conforme Pronunciamento Técnico, o Executivo transferiu ao Poder Legislativo, ao longo do exercício financeiro, o montante de R$883.073,98, cumprindo as determinações constitucionais. 15

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4. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

4.1. Relatórios de Gestão Fiscal e Resumido da Execução Orçamentária – PublicidadeCumpridas as formalidades de que tratam os arts. 52 e 55 § 2º da LRF determinando que a publicação do Relatório Resumido da Execução Orçamentária se dê até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e, o de Gestão Fiscal, até trinta dias após o encerramento do período a que corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico, devendo consignar que a documentação reclamada veio aos autos na resposta à diligência das contas, conforme documento nº 11 da pasta tipo “AZ” nº 01/04.

5. RESOLUÇÕES DO TCM/BA

5.1. Aplicação dos Recursos do Royalties/Fundo EspecialDe acordo com informações provenientes do Banco do Brasil, o Município recebeu recursos oriundos do Royalties/Fundo Especial no total de R$154.589,09. Registre-se que os gastos realizados estão compatíveis com as determinações da Resolução TCM nº 931/04.

5.2. Aplicação dos Recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDENo exercício em exame, o Município foi aquinhoado com recursos provenientes da CIDE no montante de R$25.090,11 não sendo identificadas despesas incompatíveis com a legislação vigente, segundo aponta o Relatório de Prestação de Contas Mensal.

5.3. Demonstrativo dos Resultados AlcançadosO Demonstrativo dos Resultados Alcançados de fl. 364 dos autos contemplou a quantidade de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, os resultados alcançados e a evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa, observando o disposto no item 30 do art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05.

5.4. Relatório de Projetos e AtividadesEncontra-se encartado às fls. 276/278 o Relatório de Projetos e Atividades “acerca dos projetos e atividades concluídos e em conclusão, observando as diretrizes estabelecidas no item 32 do art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05 e parágrafo único do art. 45 da Lei Complementar nº 101/00.”

5.5. Declaração de BensA Declaração de bens do gestor, datada de 31.12.12, encontra-se à fl. 377 dos autos, informando bens e direitos no montante de R$18.000,00, cumprindo, assim, o art. 11 da Resolução TCM nº 1.060/05.

CONCLUSÃO

Após tudo visto e devidamente examinado o processo da Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de PONTO NOVO, referente ao exercício financeiro de 16

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2012, sob os aspectos da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, que é conferida à Corte pela Carta Federal, denotam-se falhas, impropriedades devidamente descritas neste in folio, inclusive várias irregularidades a evidenciar, inclusive, fortes indícios de prática de atos de improbidade administrativa de que tratam os arts. 10 e 11 da Lei nº 8.439/92, de sorte a concluir que as contas referenciadas submetem ao comando do contido no art. 40, inciso III, alínea “a” combinado com o parágrafo único do art. 43, da Lei Complementar nº 06/91, dentre as quais, merecem ser destacadas as seguintes:

• Violação das normas de que trata o art. 212 da Constituição Federal, devido a aplicação de recursos na manutenção e desenvolvimento do ensino no percentual 24,43%, portanto, inferior ao mínimo de 25% exigido constitucionalmente;

• Descumprimento da regra imposta pela Carta Magna no que tange às despesas realizadas em ações e serviços públicos de saúde, que alcançaram o percentual de 14,63%, enquanto o art. 7º da Lei Complementar nº 141/12 exige uma aplicação mínima de 15%;

• Descumprimento das exigências de que trata o art. 23 da Lei de Responsabilidade Fiscal devido a não adoção de providências com vistas à redução da despesa total com pessoal referente ao exercício financeiro de 2011, com agravante de terem sido violadas as disposições do art. 20, inciso III, na alínea “b” da LRF, devido à realização de despesa total com pessoal acima do limite de 54% no exercício em apreço;

• Ausência de licitações e Procedimentos licitatórios cujas formalizações desconsideram as exigências previstas na Lei 8.666/93;

• realização de gasto em valor superior ao comprovante de despesa;• Ausência de prestação de contas dos recursos transferidos à entidade

civil denominada CECOSAP – Centro Comunitário Social Alto Paraíso a título de subvenções sociais, para os fins da Resolução TCM nº 1.121/05;

• Descumprimento da regra prevista no § 4º do art. 9º da LRF, em razão da não comprovação da realização da audiência pública referente ao 3º quadrimestre, além da realização a destempo das audiências alusivas ao 1º e 2º quadrimestres;

• Ausência de providências com vistas à regularização das contas inscritas no Ativo Realizável;

• Ausência de folhas de pagamento de agentes políticos;• Divergências entre os Balanços de Abertura e de Encerramento da

Prefeitura; assim como do confronto entre os Demonstrativos do Executivo e da Câmara Municipal;

• Ausência de comprovação das providências acaso adotadas para a cobrança das multas e ressarcimentos aplicados aos agentes políticos descritos no Pronunciamento Técnico, com agravante do gestor não haver comprovado o recolhimento das multas que lhe foram aplicadas;

• Desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FUNDEB, com agravante de não ter sido comprovada a devolução dos recursos

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glosados do Fundo em exercícios pretéritos, devido sua aplicação em ações estranhas às suas finalidades;

• Baixa recuperação da Dívida Ativa do Município;• Ausência de devolução dos recursos glosados do FUNDEB no exercício

em apreço devido sua aplicação em ações estranhas às finalidades desse Fundo;

• Deficiente Relatório de Controle Interno;• Execução orçamentária reveladora de irregularidades, falhas e

impropriedades técnicas não devidamente esclarecidas, conforme registros do Relatório Anual de fls. 489/640 dos autos.

VOTO

Diante do exposto e tudo o mais que consta do processo, com arrimo no art. 40, inciso III, alínea “a” combinado com o art. 43, todos da Lei Complementar nº 06/91, vota-se no sentido de que, no cumprimento de sua missão institucional, o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia emita Parecer Prévio pela rejeição das contas da Prefeitura Municipal de PONTO NOVO, Processo TCM nº 08402-13, exercício financeiro de 2012, da responsabilidade do Sr. Antônio Marcos Alves da Silva.

Aplicar ao gestor, nos termos do art. 71, inciso II combinado com o art. 76, inciso III, alínea “d” da mencionada Lei Complementar nº 06/91, multa no valor de R$3.500,00 (três mil e quinhentos reais), em razão das irregularidades remanescentes, sobretudo no que tange às formalidades na realização de procedimentos licitatórios.

Aplicar, também, ao gestor multa de 30% dos seus vencimentos anuais, no montante de R$32.940,00 (trinta e dois mil, novecentos e quarenta reais), com fundamento no § 1º do art. 5º da Lei Federal nº 10.028/00, devido a não adoção das medidas saneadoras de que trata o art. 23 da LRF e das previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da Constituição da República, para recondução da despesa total com pessoal ao limite definido na Lei Complementar nº 101/00 no que tange ao exercício de 2011, incorrendo na infração administrativa de que trata o inciso IV do art. 5º da mencionada Lei Federal nº 10.028/00.

Imputar ao gestor, com esteio no art. 71, inciso III combinado com o art. 76, inciso III, alíneas “b” e “c” da multicitada Lei Complementar nº 06/91, ressarcimento da quantia de R$3.000,00 (três mil reais), proveniente da realização de gasto em valor superior ao comprovante de despesa que instrui o processo de pagamento nº 2015, devidamente atualizada e acrescida de juros de mora.

Para imputação dos gravames deverá ser emitida Deliberação de Imputação de Débito, devendo o recolhimento aos cofres públicos se dar no prazo de trinta dias do trânsito em julgado do decisório, na forma das Resoluções TCM nºs 1.124/05 e 1.125/05, sob pena de ensejar a adoção das medidas previstas no art. 49, combinado com o art. 74 da aludida Lei Complementar nº 06/91, com a cobrança judicial dos débitos, considerando que esta decisão tem 18

Page 19: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE DE 12/12/2013 PRESTAÇÃO ANUAL ... · PUBLICADO EM RESUMO NO DOE DE 12/12/2013 PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS ... uma vez que sua remessa haveria de ter ocorrido

eficácia de título executivo, nos termos do estabelecido no art. 71, § 3º, da Carta Federal e art. 91, § 1º, da Constituição do Estado da Bahia.

Conceder ao gestor o prazo máximo de trinta dias a contar do trânsito em julgado do decisório para, de conformidade com as regras da Resolução TCM nº 1.121/05, apresentar as prestações de contas dos recursos transferidos a título de subvenções sociais à entidade civil denominada de CECOSAP – Cetro Comunitário Social Alto Paraíso, no valor de R$2.368.044,95; assim como apresentar as folhas de pagamento referentes à remuneração dos agentes políticos tidas como ausentes, alusivas aos Secretários de Agricultura e Assistência Social (abril); Planejamento (abril e novembro); e Educação (março), lavrando, em caso de descumprimento das determinações, Termo de Ocorrência.

Notificar o atual Prefeito Municipal para que promova, com recursos municipais e com a maior brevidade possível, devolução à conta de origem do FUNDEB do valor de R$671.193,71, assim como dos recursos glosados em exercícios anteriores e ainda não devolvidos à conta de origem do Fundo, conforme Processos TCM nºs 08734-09 (R$21.964,05), 09641-10 (R$13.479,68), 08149-11 (R$97.330,42) e 08416-12 (R$434.506,67), totalizando R$567.280,82, além de promover as medidas necessárias à recuperação das multas e ressarcimentos descritos no Pronunciamento Técnico, sob pena do descumprimento da determinação repercutir negativamente nas contas futuras do ente público, sem prejuízo de outras cominações, devendo o atual gestor voltar atenção, inclusive, para as disposições do Parecer Normativo nº 13/07, uma vez que a sua omissão no dever de agir, seja culposa ou dolosa, poderá dar ensejo a perda patrimonial resultando na prática de ato de improbidade administrativa.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 10 de dezembro de 2013.

Cons. Paulo Maracajá PereiraPresidente

Cons. Plínio Carneiro Filho Relator

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

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