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Publicação mensal da construção civil . ano 6 . nº 61 . Março 2009

São Paulo SustentávelCrescimento urbano com qualidade de vida

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PERÍCIAS DE ENGENHARIA

VISTORIAesse mês, abordaremos detalhes da vistoria, parte

fundamental de uma atividade pericial. Ressalta-se que a realização de perícias de engenharia na cons-trução civil é matéria eminentemente técnica e de ex-clusiva competência de peritos e assistentes técnicos nos termos da legislação vigente.

Ao início dos trabalhos periciais, é imprescindível a identificação exata (i) do objeto da perícia, efetuada a partir dos elementos de cadastro físico, da vistoria, do exame, da avaliação ou do arbitramento, e (ii) do objetivo da perícia, que se resume em definir a que ela se destina, de forma a estabelecer o grau de deta-lhamento das atividades a serem desenvolvidas e do laudo, ou segundo informação de quem o tenha soli-citado. Desse modo, a vistoria ou exame do objeto da perícia é uma atividade básica em qualquer trabalho pericial, mas engana-se quem acredita que a perícia consiste em apenas realizar a vistoria.

Objetivando fundamentar-lhes em relação à vistoria, basea-mos as informações a seguir na norma NBR 13752/1996 - Perí-cias de engenharia na construção civil. Durante a vistoria, o pe-rito deve observar e registrar os seguintes elementos, que serão utilizados na formação da convicção e redação do Laudo:

Caracterização da região, utilizando como parâmetros a caracterização física, os melhoramentos públicos, equipamen-tos e serviços comunitários e o potencial de aproveitamento.

Caracterização do imóvel e de seus elementos que com-preendem: (i) imóvel através de sua localização e identificação do bairro, logradouro(s), número(s), acessos e elementos de cadastro legais e fiscais, equipamento urbano, serviços e melho-ramentos públicos, ocupação ou utilização legal e real, prevista e atual, adequada à região; (ii) terreno, por perímetro, relevo, forma geométrica, características de solo e subsolo, dimensões, área e confrontantes; e (iii) das benfeitorias, como as constru-ções, instalações, equipamentos, tratamento acústico e outros.

Constatação de danos, que objetiva caracterizar, classificar e quantificar a extensão de todos os danos observados. As pró-prias dimensões dos danos definem a natureza das avarias.

Condições de estabilidade da edificação, onde qual-quer anormalidade deve ser assinalada e adequadamente fundamentada.

Fotografias, que visam documentar a vistoria com ima-gens esclarecedoras, em tamanho adequado, gerais ou deta-lhadas, sempre com referências que possam auxiliar os que não acompanharam a vistoria a entender o local. As fotogra-

fias devem ser numeradas correspondentemente ao detalhe que se quer documentar e, preferencialmente, datadas.

Projetos e Plantas, pois o perito deverá, sempre que possível, tentar obter os projetos, plantas ou croquis do terreno, das edificações e das instalações, inclusive de deta-lhes, de acordo com a natureza e objetivo da perícia.

Subsídios esclarecedores, que são os documentos adicio-nais que poderão ser anexados, sempre que a natureza da perí-cia assim exigir, tais como: (i) gráficos de avarias progressivas, (ii) resultados de sondagens do terreno, (iii) gráficos de recal-ques, (iv) cópia de registro e escritura, entre outros.

Vale relembrar que uma vistoria bem planejada e exe-cutada, além de contribuir com a fundamentação do laudo pericial, evita despesas desnecessárias, como horas do peri-to e assistentes técnicos, em mais deslocamentos desneces-sários ao local a ser periciado.

Eng. Clémenceau Chiabi Saliba JúniorCoordenador de pós-graduação do IEC/PUC Minas e

diretor do Instituto Mineiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-MG)E-mail: bbceng@bbceng.com.br