public affairs - boletim mensal julho 2017

12
BOLETIM MENSAL Burson-Marsteller Julho 2017

Upload: burson-marsteller-brasil

Post on 23-Jan-2018

107 views

Category:

News & Politics


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

BOLETIM MENSALBurson-Marsteller

Julho 2017

Page 2: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

ÍndiceAno 1 l Nº 6

Julho de 2017

Burson-Marsteller l Public Affairs

Uma prática transversal que, por meio da compreensão do ambiente político, assessora clientes dediferentes setores na proteção e/ou promoção de seus negócios, gerindo sua influência de maneirasustentável.

O padrão Burson-Marsteller é responsável pelo desenvolvimento de projetos altamente customizados, deacordo com as necessidades de cada cliente, desenvolvendo estratégias para os diversos setoreseconômicos, especialmente aqueles fortemente regulados pelo poder público.

Colaboradores desta edição

03 Diálogo e ConjunturaHenrique Meirelles: mais forte do que nunca

05 PolíticaA denúncia contra Michel Temer sob a visão da Constituição, da

Justiça e da Cidadania

11 Economia

Dados Econômicos

07 PolíticaA condenação do ex-presidente Lula e as implicações na corrida eleitoral 2018

08 Política

O Congresso Nacional além da disputa Janot x Temer

10 Tecnologia

O Plano Nacional de Conectividade e os novos rumos da Infraestrutura de Acesso à banda larga

Ricardo Almeida

Anna Paula Losi

Carlos Eduardo Ferraz

Allana Rodrigues

Hugo Leal

LucianaLemgruber

Fernanda Xavier

09 Economia

Aumento de impostos: a inevitável alternativa

12 AgendaCalendário de Eventos

GiullianaZorzi

Page 3: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

A exemplo do mercado, o meio político também enxerga um descolamento entre a gestão política

e econômica do país. Esta é a conclusão de uma pesquisa com 182 parlamentares nos dias 4 e 5

julho feita pela empresa Factual Informação e Análise.

Enquanto a avaliação da musculatura política do presidente Temer sofreu muito desde a

investigação aberta pela Procuradoria Geral da República – 53% dos deputados disseram acreditar

que Temer concluirá o seu mandato em comparação aos 75% de respostas positivas apuradas em

maio – o prestígio do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, permanece em alta.

Perguntados se estão otimistas em relação à gestão Meirelles, cerca de 68% dos deputados

disseram que sim. O resultado é 12 pontos maior do que o apurado na pesquisa de maio e devolve

a avaliação do ministro à faixa superior aos 60% que ele havia obtido no início do ano. Entre os

deputados da base governista, o índice de otimismo atingiu 87%.

O resultado traz consequências práticas, tanto para a economia quanto para o desfecho da crise

política atual.

Por um lado, a equipe econômica vê reforçada sua autonomia de voo, como ficou comprovado na

redução da meta inflacionária, um dos lances mais ousados na política econômica brasileira em

mais de uma década. Mais do que discutir números, chamou atenção toda uma estratégia política

que colocou na berlinda os mentores da corrente desenvolvimentista na economia.

De uma tacada só, Meirelles e Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, passaram por cima dessa

querela de teor econômico, mas de forte cunho político, para impor metas ambiciosas de inflação.

Mais do que isso: não apenas interferiram nas metas do mandato presidencial atual como ainda

avançaram em dois anos de exercício do poder pelo próximo presidente a ser eleito em 2018 – se

o calendário eleitoral brasileiro for cumprido em seu desenho original.

O ministro da Fazenda não deixou dúvidas sobre a estratégia por trás dessa decisão: constranger o

próximo presidente eleito a cumprir as metas reduzidas agora fixadas. Meirelles citou “o custo”

relevante que envolveria a mudança dessas metas para números mais elevados. O custo a que ele

se refere é o desgaste que o sucessor de Michel Temer sofrerá no mercado financeiro se tentar

voltar a meta inflacionária para o patamar de 4,5%, que vigorou no país deste 2005.

O otimismo quanto à gestão Meirelles ao mesmo tempo ajuda e engessa o presidente Temer.

Explica-se: na medida em que a administração econômica encontra-se preservada, parte do senso

de urgência para resolver a crise política se vai, dado que as condições gerais da economia

permanecem mais ou menos estáveis e o mercado não aumenta a pressão sobre os parlamentares

para um desfecho rápido. O efeito colateral é que Temer vê limitada sua capacidade de interferir na

política econômica, dado que qualquer estremecimento da posição de Meirelles poderia jogar pelo

ralo o que existe de confiança dos agentes econômicos no governo.

O limite de interferência da gestão política sobre a econômica está constantemente sendo testado

e tem como episódio recente a nova orientação que vem sendo imprimida ao BNDES pelo seu

novo presidente, Paulo Rabello de Castro.

Diálogo e Conjuntura

Henrique Meirelles: mais forte do que nunca

Page 4: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

Em pouco tempo de gestão e em que pese seu perfil notadamente liberal, ele atravessou uma das

principais propostas da dupla Meirelles-Ilan, que é a redução do nível de subsídios do Tesouro aos

empréstimos do BNDES. Num movimento que indica a busca de apoio dos empresários do setor

produtivo para a manutenção de Temer, Paulo Rabello criticou a criação da TLP, que substituiria a

subsidiada TJLP, contrariando Meirelles e dois diretores da casa, que pediram demissão.

Como Meirelles virou uma espécie de senha para acalmar tanto o mercado quanto o Congresso –

haja vista a pressa dos apoiadores da alternativa Rodrigo Maia de alardearem que a equipe

econômica seria mantida em uma eventual transição – hoje ele tem condições de conduzir da

maneira que achar melhor a solução das controvérsias que surgirem pelo caminho. A prova disso

foi o recuo incondicional do presidente do BNDES em relação à proposta que defendeu

inicialmente. Rabello ainda declarou-se um mero técnico sob as ordens dos ministros da equipe

econômica. Mais claro, impossível.

Diálogo e Conjuntura

Entrando em terreno que ninguém pisou ainda

Leonardo BarretoFactual Informação e Análise

Doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília, especialista em pesquisas com autoridades e sócio da Factual Informação e Análise, empresa de pesquisa e análises políticas.

Page 5: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

A fim de garantir a segurança jurídica do Estado Democrático de Direito, o processo de destituição

de um Presidente da República não pode se dar de maneira simplificada. O voto da população é o

meio direto de escolha dos representantes do povo, e a Constituição da República possui

mecanismos que dificultam a banalização desse sufrágio.

A cassação do mandato presidencial é um procedimento tão somente jurídico, julgado mediante

decisão do Supremo Tribunal Federal, órgão técnico e, em tese, isento. De outro modo, o

impeachment é um processo jurídico-político, com tramitação no Congresso Nacional e julgamento

pelo Senado Federal, órgão eminentemente político.

Seguindo, para que haja penalização presidencial com cassação de mandato, existem duas

circunstâncias: condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral por crimes relacionados ao processo

eleitoral; e a condenação pelo Supremo Tribunal Federal em crimes comuns. Neste ponto, vale

levantar a diferença entre o que são crimes comuns e próprios.

Crimes comuns são aqueles que não exigem qualquer qualidade especial, seja do sujeito ativo ou

passivo do crime; qualquer um pode praticar ou ser vítima. Já os chamados crimes próprios são os

que exigem qualidade especial de quem o pratica ou é vítima. O crime de responsabilidade e os

crimes eleitorais são próprios, conforme descrito em seu tipo penal, são praticáveis apenas por

algumas autoridades e em situações específicas. Foi em consequência de condenação jurídico-

política por Crime de Responsabilidade que a Presidente Dilma Rousseff foi destituída de seu cargo

no último ano.

Após a absolvição do Presidente da República, Michel Temer, por crime eleitoral, resta-nos a

avaliação do cenário político brasileiro quanto à possibilidade de o chefe do Executivo sair do

poder após condenação por crime comum. Temer é suspeito de práticas de corrupção passiva,

organização criminosa e obstrução de Justiça, crimes ocorridos durante o seu mandato e em

virtude de seu cargo, apesar de não serem próprios do cargo, ou seja, qualquer um pode praticar

esses crimes.

Caso os crimes versassem sobre outros assuntos ou tivessem ocorrido antes do início do mandato

presidencial, o Presidente seria julgado apenas após o fim de seu período a frente do Executivo,

conforme determina a Constituição. Tal fato ocorre devido à chamada “Irresponsabilidade relativa

do Presidente da República”, que constitui nas prerrogativas que o Presidente possui no tocante à

prática de infrações penais comuns. Essas prerrogativas estão previstas no artigo 86 da Constituição

Federal de 1988, que enuncia em seu parágrafo 3º que “enquanto não sobrevier sentença

condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão” e,

seguindo, em seu parágrafo 4º, que “o Presidente da República, na vigência de seu mandato, não

pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.”.

Assim, por consequência lógica do texto legal, conclui-se que, em casos de crimes comuns

cometidos durante o mandato e em virtude do cargo, o Presidente pode ser julgado de imediato.

Mas não é tão simples julgar um Presidente. Voltando aos dizeres iniciais deste escrito, recordamos

que o Estado Democrático só pode ser forte se os mandatos eletivos forem fortes e seguros. Nesse

sentido, a legislação vigente obriga que a Câmara dos Deputados autorize a abertura do processo

contra o presidente.

PolíticaA denúncia contra Michel Temer sob a visão da

Constituição, da Justiça e da Cidadania.

Page 6: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

Seguindo o trâmite constitucional, em primeira análise a Comissão de Constituição, Justiça e de

Cidadania (CCJC) da Casa Legislativa negou o relatório do Deputado Sérgio Zveiter (PMDB/RJ) que

autorizava a abertura do processo criminal contra o Presidente Temer. Assim, a decisão segue para

o plenário, que irá votar o relatório final da CCJC, elaborado pelo Deputado Paulo Abi-ackel

(PSDB/MG), e contrário ao seguimento das denúncias contra o presidente. Caso o Plenário vote

com dois terços de seus membros pelo seguimento da denúncia, o processo irá para o STF que,

aceitando a denúncia, tornará Temer réu. O presidente deverá, então, se afastar da presidência por

180 dias para elaboração de sua defesa.

Caso a Câmara decida por não autorizar o processo, Temer fica protegido pelo escudo da

presidência até o fim de seu mandato, quando virará réu em processo na justiça comum. Ou até

que outra denúncia surja contra ele, e o processo comece todo novamente.

PolíticaA denúncia contra Michel Temer sob a visão da

Constituição, da Justiça e da Cidadania.

Page 7: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

PolíticaA condenação do ex-presidente Lula e as implicações na

corrida eleitoral 2018

A condenação em primeira instância do ex-presidente Lula no caso do tríplex do Guarujá, um dos

três processos pelos quais responde como réu na Lava Jato, é um divisor de águas nos rumos de

sua provável corrida à presidência nas eleições de 2018 e terá um efeito maior em todo o quadro

da disputa política.

A sentença dada pelo juiz Sergio Moro foi recebida com apreensão por Lula e seus apoiadores e

repercutiu em toda a classe política. Somados à condenação, outros acontecimentos tornam a

situação do petista mais difícil: o bloqueio e a apreensão de alguns de seus bens e o andamento

de outros quatro processos judiciais pelos quais é réu, dois na Lava Jato e outros dois no âmbito

da operação Zelotes. O que, teoricamente, enfraqueceria sua imagem e, por consequência, sua

força política e o desgaste do partido.

Na prática, entretanto, o que se vê até o momento é um quadro inverso. Lula hoje é líder nas

pesquisas de intenção de votos e, observa-se um contínuo e notório crescimento do movimento

pró-Lula. É de conhecimento público a forte relação passional entre o Partido dos Trabalhadores

(PT), Lula e seus eleitores.

Ainda não é possível dimensionar os impactos dessa condenação no cenário político de 2018, pois

dependerá do resultado do recurso solicitado pelo ex-presidente aos desembargadores do Tribunal

Federal da 4ª Região (TRF-4). Caso a sentença seja mantida em segunda instância, e o processo

transitar em julgado Lula se torna inelegível. Isto mudaria completamente a definição dos papeis

dos outros pré-candidatos e as coligações que se formariam. Especialistas em análise política

afirmam que estas circunstâncias criariam uma votação pulverizada.

É válido ressaltar que, mesmo diante de todo o desgaste sofrido nos últimos anos, o PT ainda é um

dos maiores partidos no contexto da política nacional, e deverá ter papel importante nas eleições

de 2018, mesmo que o ex-Presidente Lula não seja o candidato.

Caso o recurso de Lula seja aceito pelos desembargadores, o petista seguirá na corrida eleitoral e

seus principais opositores terão um árduo trabalho para tentar reverter ou ao menos frear o

crescimento da preferência do petista pelos eleitores.

Ao ampliar um pouco o prisma da disputa, percebemos um crescente movimento de bastidores

para definir quem seriam os possíveis presidenciáveis com capital político para enfrentar o petista.

João Doria Jr (PSDB), prefeito de São Paulo, vem despontando no campo político como uma opção

“inovadora”. Contudo, a indicação de seu nome ainda é incerta e poderá fragilizar o PSDB já que a

disputa presidencial sempre foi um dos objetivos do governador paulistano Geraldo Alckmin

(PSDB), padrinho político de Doria.

Em um dos cenários hipotéticos da pesquisa de intenção de votos à presidência, o Deputado

Federal Jair Bolsonaro (PSC) é outro nome citado, aparecendo em segundo lugar. A intenção da ex-

ministra do meio ambiente, Marina Silva, ex-PT e atual Rede Sustentabilidade, ainda é uma

incógnita, porém, a depender do resultado das intenções de voto, sua presença é confirmada em

terceiro lugar.

Todavia, independentemente dos resultados das pesquisas eleitorais, um importante fator que

precisa ser levado em conta é o tempo que os desembargadores do TRF-4 levarão para julgar o

recurso de Lula, que segue em liberdade e prometendo presença no jogo.

Page 8: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

Política O Congresso Nacional além da disputa Janot x Temer

O Congresso Nacional retoma as atividades no dia 01 de agosto já com uma pauta recheada de

requerimentos e proposições legislativas. Contudo, a reunião do dia 02 de agosto é a mais

aguardada, pois votará a Solicitação de Instauração de Processo (SIP) 01/2017, do Supremo Tribunal

Federal, que "encaminha a denúncia formulada pelo Ministério Público Federal em desfavor do

Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Michel Temer".

Ainda não é possível garantir um resultado, mas sabe-se que oposicionistas e governistas estão há

dias trabalhando suas estratégias. A oposição usará todas as ferramentas regimentais para

prorrogar a votação da SIP, utilizando-se, inclusive, da falta de quórum na reunião. Governistas, por

sua vez, querem votar ainda no dia 02 de agosto, uma vez que acreditam que ainda é possível

garantir a vitória no Plenário.

Apesar da importância dessa votação existem ainda outros temas prioritários para o governo e,

principalmente, para o país. Com relação à Reforma da Previdência, governistas afirmam que a

discussão da PEC 287/2016 será retomada pelo Plenário da Câmara dos Deputados tão logo

encerre-se o capítulo Janot x Temer. Além disso, outro tema relevante que será discutido nas Casas

Legislativa será a Reforma Política, com algumas prioridades na pauta, como o financiamento das

legendas; a cláusula de barreira; o sistema de eleição para o legislativo; e o fim das coligações

partidárias.

Existem ainda diversas Medidas Provisórias que já estão trancando as pautas dos Plenários da

Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e que se não forem votadas perderão a eficácia, tais

como: a MP 770/2017, que prorroga o prazo para utilização do benefício fiscal do Regime Especial

de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica (Recine); a MP

771/2017, que cria a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo), uma autarquia federal

de caráter temporário para substituir a Autoridade Pública Olímpica (APO); a MP 772/17, que

aumenta de R$ 15 mil para até R$ 500 mil o valor máximo de multa a ser aplicada a frigoríficos que

infringirem a legislação sanitária; a MP 773/17, que autoriza estados, Distrito Federal e municípios a

usar dinheiro da regularização de ativos no exterior para cumprir o limite constitucional de gastos

com educação; a MP 775/17, que determina que em todas as operações realizadas no âmbito do

mercado financeiro deverá haver, se for o caso, a chamada constituição de gravames e ônus,

atualmente limitada a operações do mercado de valores mobiliários e do sistema de pagamentos

brasileiro. Apesar de ainda não ter sido lida em Plenário outra MP que está com os dias contados é

a MP 774/17, que acaba com a desoneração da folha de pagamento para a maioria dos setores

hoje beneficiados.

Além dessas MPs, existem outras importantes em deliberação pelas Comissões Especiais, como a

MP 778/17, que prevê o parcelamento da dívida previdenciária dos estados e municípios; a MP

782/17, que dá status de ministério à Secretaria-Geral da Presidência da República; e a MP 783/17,

que institui um novo programa de regularização tributária (Refis).

Page 9: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

Economy Tax increase: an inevitable alternative

Apesar da crise política e de sua baixa popularidade, o presidente Michel Temer anunciou, no

último dia 20 de julho, aumento de impostos e bloqueio de gastos para fechar as contas deste ano.

Por não depender do aval do Congresso Nacional, o governo já elevou a alíquota do PIS/Cofins

que incide sobre combustíveis e anunciou ainda um corte de R$ 5,9 bilhões em gastos. Essas

medidas são tentativas de reequilibrar as contas públicas para atingir a meta fiscal. Para cumpri-la e

não desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo precisa fechar o ano com um déficit

de R$ 139 bilhões.

Essa é a segunda ação do Governo para tentar equilibrar as contas, já que, em março, a equipe

econômica de Temer encaminhou a MP que coloca fim à desoneração da folha de pagamento de

quase todos os setores da economia, além de cortar 42,1 bilhões de despesas públicas.

Segundo economistas, essa decisão do governo foi tomada em um momento apropriado, onde há

um cenário de inflação muito baixa e a necessidade de ordenar as contas. No entanto, há a

avaliação de que deve haver "efeito em cadeia" sobre a inflação, apesar de que esse impacto

negativo não deve ser prolongado.

As medidas anunciadas são uma resposta ao cenário de fracas receitas, que vem preocupando o

Planalto e dando sinais de que a máquina pública pode estar perto de um colapso. Um dos reflexos

mais recentes do aperto fiscal foi a suspensão, no mês passado, da emissão dos passaportes após a

Polícia Federal revelar que não havia mais recursos para cobrir os custos do serviço.

Durante algum tempo, o governo negou que aumentaria impostos para reverter a situação de suas

contas, concentrando o discurso nos cortes de gastos. No entanto a elevação era inevitável dada a

fragilidade das receitas. O Presidente Michel Temer relutou ao máximo em optar por essa ação para

evitar uma queda ainda maior de sua popularidade e, principalmente, para não entrar em conflito

com o setor produtivo que tem apoiado seu Governo. A medida agora vai na contramão de um

dos seus maiores apoiadores, a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), que já divulgou nota

rejeitando a ação do Governo Federal.

Por fim, e não menos importante, nesta semana o Poder Executivo encaminhou quatro novas MPs

que com certeza serão muito debatidas pelas Comissões Especiais e pelos plenários das duas Casas:

MP 789/2017, que dispõe sobre a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais;

MP 790/2017, que altera o regime especial para exploração e aproveitamento das substâncias

minerais; MP 791/2017, que cria a Agência Nacional de Mineração e extingue o Departamento

Nacional de Produção Mineral, todas três prioritárias para o setor de mineração e que trazem

mudanças pleiteadas há bastante tempo pelo setor; e a MP 792/2017, que institui, no âmbito do

Poder Executivo federal, o Programa de Desligamento Voluntário, a jornada de trabalho reduzida

com remuneração proporcional e a licença sem remuneração com pagamento de incentivo em

pecúnia, destinados ao servidor da administração pública federal direta, autárquica e fundacional,

mais uma medida com vistas a diminuir os gastos do governo.

A pauta do Congresso Nacional para este segundo semestre não é simples, e com certeza gerará

bastante debate, mas pode ainda piorar, tendo em vista que o Procurador Geral da União, Rodrigo

Janot, promete encaminhar pelo menos mais uma denúncia contra o Presidente Temer antes do fim

do seu mandato, datado para agosto.

Política O Congresso Nacional além da disputa Janot x Temer

Page 10: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

TecnologiaO Plano Nacional de Conectividade e os novos rumos da

Infraestrutura de Acesso à banda larga

A infraestrutura nacional de telecomunicações e, mais especificamente, de acesso à banda larga

está muito aquém do esperado para a nona economia mundial, também conhecida por ter os

usuários de internet mais assíduos e atuantes do planeta. Segundo levantamento mais recente da

Anatel, 40 cidades brasileiras, ou 0,007% dos 5.569 municípios, detém metade da banda larga fixa

do país. É quase clichê lembrar que metade dessas cidades fica na região sudeste.

É fácil inferir que a distribuição de acesso à internet no Brasil é, no mínimo, muito ruim. Contudo,

não há que se culpar as empresas do setor pela situação. Levando-se em consideração as regras de

mercado, é quase óbvio que os locais que tem maior demanda e concentração de renda serão os

beneficiados. Além disso, não existem leis que versem sobre a universalização do serviço de banda

larga.

Nesse sentido, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) idealizou o

Plano Nacional de Conectividade (PNC). O projeto, que substitui o Programa Nacional de Banda

Larga, visa revisar as políticas públicas de expansão do acesso à internet no país. Logo, todos os

decretos sobre o tema a partir de 2003 devem ser reanalisados.

A agenda do MCTIC prevê que o PNC seja disponibilizado para consulta pública em agosto deste

ano, e depende também da elaboração do Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações (PERT),

sob responsabilidade da Agência Nacional de Telecomunicações. O PERT pretende traçar um

diagnóstico da infraestrutura de banda larga e sugerir ações para ampliação do acesso à internet.

O que, a princípio, pode parecer um passo atrás, no que concerne a mudar, ainda que

superficialmente, o Decreto Nacional de Banda Larga, o PNC promete trazer uma nova

metodologia: o mapeamento de necessidades por localidade. Vale ressaltar que as novas diretrizes

não estão atreladas ao PLC 79/2016, que prevê a adaptação das concessões de serviços de

telecomunicações para a cessão de capacidade de manutenção.

Em outras palavras, o poder público não tem recursos para arcar com um projeto tão ambicioso e,

para isso, utilizará o modelo TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) ainda não pacificado, já que

o PLC 79/2016 ainda está em tramitação no Congresso Nacional. O PNC pretende rever e, portanto,

reajustar todos as diretrizes em vigor, defasadas, sem dúvida.

Infere-se também que, além da probabilidade do novo projeto também tornar-se defasado (os

modelos oriundos do Executivo tendem a manter-se apenas na seara do debate), as discussões

com relação aos prejuízos do modelo de concessão para empresas de telecomunicações devem

ressurgir, já que foram apurados prejuízos para os cofres públicos quando da retomada da

estrutura pelo governo.

Economia Tax increase: an inevitable alternative

Despite all the negative repercussions, the Federal Governement assessment was that a few cents

increase in the price of a liter of gasoline should not weigh heavily on the Brazilian consumer's

pocket, but it will help a lot to boost the collection in a time of fiscal collapse. The government also

claims that the impact of the tax increase will also not be as noticeable in the economic team's

vision since Petrobras has debuted a new pricing policy since last year and has reduced the value of

its refinery fuels.

Page 11: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

DadosEconômicos

MÊS DÓLARIPCA

(acumulado de 12 meses)

SELIC IBOVESPAPROJEÇÃO PIB

2017

JAN.2017 3,16 5,35% 13% 65.840,09 0,5%

FEV.2017 3,05 4,76% 12,25% 67.417,02 0,48%

MAR.2017 3,17 4,57% 12,25% 65.159,78 0,47%

ABR.2017 3,17 4,08% 11,25% 65.309,81 0,43%

MAI.2017 3,26 3,77% 11,25% 63.906,99 0,5%

JUN.2017 3,30 3,00% 10,25% 62.238,95 0,39%

Jul.2017 3,15 * 9,25% 65.316,30 0,34%

*Pendente de fechamentoFonte: Boletim Focus/Banco Central

Apesar de toda repercussão negativa, a avaliação do Planalto foi a de que um aumento de poucos

centavos no preço do litro da gasolina não deverá pesar fortemente no bolso do consumidor

brasileiro, mas ajudará bastante a impulsionar a arrecadação em momento de colapso fiscal. O

Governo também alega que o impacto da elevação de tributos também não será tão perceptível na

visão da equipe econômica já que, desde o ano passado, a Petrobras estreou uma nova política de

preços, e tem reduzido o valor dos combustíveis nas suas refinarias.

TecnologiaO Plano Nacional de Conectividade e os novos rumos da

Infraestrutura de Acesso à banda larga

Page 12: Public Affairs - Boletim Mensal Julho 2017

Calendáriode Eventos

DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB

30 31 1 2 3 4 5

6 7 8 9 10 11 12

13 14 15 16 17 18 19

20 21 22 23 24 25 26

27 28 29 30 31 1 2

Florida International Medical Expo – FIME

Local: Miami, FL - EUA

Expo Brasil Chocolate

Local: Centro de Convenções Frei Caneca – São Paulo/SP

6º CONGRESSO DE INOVAÇÃO DE MATERIAIS E

EQUIPAMENTOS PARA SAÚDE

Local: Hotel Maksoud Plaza – Rua São Carlos do

Pinhal, 424, Bela Vista - São Paulo

Local: Sede da ANATEL, Brasília/DF

Feria del Mundo Digital

Local: World Trade Center, Cidade do México – México

Reunião da Comissão Nacional de Incorporação de

Tecnologias no SUS

Local: Centro de Convenções Frei Caneca – São

Paulo/SP

Feria del Mundo

Digital

Local: World Trade

Center, Cidade do

México – México

Congresso Bombeiro Brasil 2017

Local: Expo Center Norte – São Paulo/SP

14° Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição

Local: Maksoud Plaza Hotel, São Paulo/SP

5a Cúpula Mundial de Cacau

Local: Centro de Convenções de Guayaquil, Guaiaquil - Equador

Workshop:

Inteligência Artificial e

a Computação na área

de oncologia

Local: Prédio-Sede do

Instituto Nacional de

Câncer, Rio de

Janeiro/RJ

Curso de Revisão em Oncologia Clínica do Albert Einstein

Local: São Paulo/SP

congresso INCA 80 anos: desafios e perspectivas

para o controle do câncer no século XXI

Local: Rio Othon Palace Hotel

Av. Atlântica, 3264 - Copacabana - Rio de Janeiro

Innovation Pay

Local: Teatro das

Artes, São Paulo/SP

7º Congresso Fecomercio de Crimes Eletrônicos

Local: Sede da Fecomercio

Rua Doutor Plínio Barreto, 285, São Paulo/SP

152a Reunião do Comitê de Financiamento e

Garantia das Exportações - COFIG

CAMEX

InnovaPack: evento nacional sobre embalagens e rotulagens de alimentos

Local: Transamerica ExpoCenter, São Paulo/SP

Fórum Saúde Digital

2017

Local: WTC Events

Center

Avenida das Nações

Unidas, 12551,

Brooklin Novo, São

Paulo/ SP