public affairs - boletim mensal agosto 2017

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BOLETIM MENSAL Burson-Marsteller Agosto 2017

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Page 1: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

BOLETIM MENSALBurson-Marsteller

Agosto 2017

Page 2: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

ÍndiceAno 1 l Nº 8

Agosto de 2017

Burson-Marsteller l Public Affairs

Uma prática transversal que, por meio da compreensão do ambiente político, assessora clientes dediferentes setores na proteção e/ou promoção de seus negócios, gerindo sua influência de maneirasustentável.

O padrão Burson-Marsteller é responsável pelo desenvolvimento de projetos altamente customizados, deacordo com as necessidades de cada cliente, desenvolvendo estratégias para os diversos setoreseconômicos, especialmente aqueles fortemente regulados pelo poder público.

Colaboradores desta edição

03 Diálogo e ConjunturaTemer de volta ao jogo

04 PolíticaO Fim da Reserva (Renca) na Amazônia e a Política Ambiental no

Governo Temer

09 Relações Internacionais

Um passo do protecionismo ao livre-comércio compelido, a condenação do Brasil na OMC

05 PolíticaO Programa de desestatização do Governo Temer: Economia Positiva ou

articulação política?

06 Política

Reforma política? Os movimentos de remodelação do Status Quo

07 Política

Eleições 2018 – Reconstrução e duelo interno marcam o PSDB em largada para a corrida presidencial

06 Política

Financiamento público de campanhas: nova alternativa ou retrocesso?

10 Economia

Dados Econômicos

11 AgendaCalendário de Eventos

Ricardo Almeida

Anna Paula Losi

Allana Rodrigues

Isabela Girotto

LucianaLemgruber

Fernanda Xavier

Nara Andrade

Page 3: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

Há cerca de 20 dias da votação que encerrou a denúncia contra Michel Temer, pode-se afirmar queo presidente voltou ao jogo e tem força suficiente para continuar sua agenda econômica.Pelo menos três sinais dados nessa semana atestam essa avaliação.

(i). O governo anunciou um ambicioso programa de privatizações. Para fins de avaliação da forçado presidente, mais importante do que a extensão do anúncio em si foi a reação do mercado, quedenotou acreditar que Temer pode mesmo colocar em movimento pelo menos parte do planoapresentado;

(ii). O plenário da Câmara aprovou a MP 777 de 2017, que redefine a taxa de juros de longo prazopraticada pelo BNDES. Esta foi a primeira votação importante após o arquivamento da denúnciafeita pela Procuradoria Geral da República pois, além de significar a retomada da agendaeconômica, a aprovação da medida venceu a resistência de boa parte do setor produtivo, semprebem representado na Câmara.

(iii). Pesquisa realizada pela Factual Informação e Análise com 183 deputados nos dias 15 e 16deste mês mostrou que 74% dos deputados acreditam que o presidente Temer cumprirá o seumandato até o final. Entre os governistas, o percentual é de 83%; e entre os parlamentares do dito“centrão”, 79% concordam com essa afirmativa.

Tudo isso é um preâmbulo para volta da reforma da Previdência à pauta da Câmara. A assessoriada liderança do Governo marcou para o dia 1 de setembro oficina com jornalistas com a presençade Marcelo Caetano, Secretário da Previdência do ministério da Fazenda.

Hoje, os deputados ainda não acreditam na viabilidade da reforma. Na pesquisa realizada pelaFactual Informação e Análise, em uma escala de zero a dez, onde zero significa NENHUMACHANCE e dez significa COM CERTEZA, a chance média de aprovação do relatório atual está em3,48. Entretanto, o percentual de deputados que deram nota entre 7 e 10 (chances muito altas)cresceu de 8% para 15% entre julho e agosto.

O governo já recuperou boa parte da sua força legislativa, continua em movimento ascendentejunto aos deputados e senadores e manteve sua influência junto ao mercado. Tudo isso leva a umsegundo semestre com a agenda reformista bastante agitada.

Diálogo e Conjuntura

Temer de volta ao jogo

Leonardo BarretoFactual Informação e Análise

Doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília, especialista em pesquisas com autoridades e sócio da Factual Informação e

Análise, empresa de pesquisa e análises políticas.

Page 4: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

Na última quinta-feira (24), o Presidente Michel Temer editou o decreto que extingue a Reserva

Nacional de Cobre e Associados (Renca). No dia de sua publicação, a nova norma, já em vigência,

recebeu pouca atenção; contudo, após repercussão na mídia e posicionamento de figuras públicas,

causou grande comoção entre ambientalistas no Brasil e no mundo.

A Renca foi criada em 1984, tendo como objetivo principal proteger bens minerais a fim de evitar

um desabastecimento no futuro. Dentro da reserva, a pesquisa e exploração mineral só

aconteceriam se atendessem à regulamentação específica. Segundo publicação oficial no “Portal

Brasil”, a extinção da reserva seria justificada pela necessidade de conhecimento geológico e das

riquezas minerais do subsolo brasileiro, além do fato de que o impedimento de atividades regulares

teria motivado a exploração ilegal e nociva na região.

A Reserva delimita uma área de proteção de cerca de 47 mil km², localizados em uma região entre

os estados do Pará e do Amapá. A pesquisa mineral e atividade econômica na área são de

responsabilidade da Companhia Brasileira de Recursos Minerais (CPRM – Serviço Geológico

Brasileiro) ou de empresas autorizadas pela companhia. A Presidência insiste que o fim da Renca

implica apenas na extinção de uma reserva mineral, não afetando qualquer reserva ambiental ou

indígena, pois o decreto estabelece que a legislação sobre proteção à vegetação nativa, unidades

de conservação e terras indígenas seria respeitada.

A questão agravou-se ainda mais quando a sociedade tomou conhecimento que já em março deste

ano, durante o evento “Prospectors and Developers Association of Canada (PDAC)”, em Toronto, o

Ministro de Minas e Energia anunciou o fim da reserva, compondo um pacote de medidas da

reformulação do setor mineral brasileiro. Após a reação midiática, e pressão de personalidades do

mundo artístico, sobre o assunto, o Presidente Michel Temer publicou novo decreto mais detalhado

sobre o tema nesta segunda-feira (28), revogando a legislação anterior e explicando as reais

intenções.

Diálogo e Conjuntura

O Fim da Reserva (Renca) na Amazônia e a Política

Ambiental no Governo Temer

Page 5: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

A reserva continua extinta, porém, o novo texto trouxe a proibição da exploração mineral onde haja

sobreposição parcial com unidades de conservação da natureza ou com terras indígenas

demarcadas, exceto se previsto no plano de manejo. Nas áreas onde não haja a sobreposição, a

exploração fica aberta a fim de atender aos interesses de conhecimento das riquezas brasileiras,

devendo, no entanto, considerar aspectos como impacto ambiental e uso sustentável da área.

As diretrizes de política ambiental do governo têm sido criticadas tanto externamente quanto por

membros do próprio governo, sobretudo no atual cenário de busca por apoio parlamentar em

ambas as Casas do Congresso Nacional. Nesse sentido, a agenda ambiental teria sido usada como

forma de conquistar apoio da bancada ruralista, que conta com 211 deputados na Câmara dos

Deputados, 41% do total de parlamentares da Casa.

O governo vem realizando avanços tímidos na agenda ambiental. O aumento de três unidades de

conservação em junho desse ano, sendo um deles o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

(GO), e o veto à Medida Provisória que reduzia a Floresta de Jamanxim, feito como uma resposta às

críticas de autoridades norueguesas, são os poucos exemplos de avanço. Os desdobramentos da

extinção da Renca e a resposta às pressões realizadas pela sociedade civil parecem indicar novos

passos dessa agenda, deixando em aberto, porém, se só haverá esclarecimentos e decretos mais

detalhados quando celebridades e figuras midiáticas demostrarem algum interesse pela pauta.

PolíticaO Fim da Reserva (Renca) na Amazônia e a Política

Ambiental no Governo Temer

.

PolíticaO Programa de desestatização do Governo Temer: Economia Positiva

ou articulação política?

Ao assumir a presidência, há pouco mais de um ano, Michel Temer anunciou o Programa deParcerias para Investimento (PPI). Apelidado de “Crescer”, o Programa promete exatamente isso,fazer com que o país volte a ter uma economia positiva. Com um Estado “inchado”, as concessõesvisam transferir a responsabilidade de gestão de serviços públicos para entes privados. A ideia éque a concessão gere lucro ao Estado e que fomente a economia, além de oferecer melhorinfraestrutura ao usufrutuário dos serviços.

A grande crítica não está nas concessões em si, mas na forma como elas se dão. Em meio a umcaos político, as parcerias com a iniciativa privada deixam de ser uma solução econômica para oBrasil e passam a ser uma solução política para o próprio Presidente. Com vendas a baixo custo e afiguras já marcadas, as concessões são uma maneira muito efetiva de se manter o silêncio dosapadrinhados e agradá-los. A verdade é que pouco se sabe sobre essas desestatizações, mas oescasso debate sobre o tema e a pressa em se realizar o Programa assusta a população, quedesaprova o presidente cada vez mais.

Na primeira fase do programa, foram autorizadas 39 desestatizações, entre concessões eprivatizações. Na segunda fase, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos já aprovouuma lista com 57 ativos que podem ser ofertados à iniciativa privada, destacando-se a Eletrobrás, oAeroporto de Congonhas e a Casa da Moeda, dentre as estatais selecionadas.

Vale a ressalva de que as Concessões são autorizadas por lei, no Brasil, há mais de trinta anos, esempre foram realizadas. Em maior ou menor grau. Entretanto, o pacote é o maior em vinte anos,desde o governo Fernando Henrique Cardoso, e o prazo é de menos de dois anos para suaaplicação total. O problema é que esses processos demandam tempo e que a chance de o impactoeconômico ser o esperado, é mínima. Além do mais, a pouca informação divulgada sobre o assuntofaz com que o programa mais pareça marketing governamental, que dificilmente será aplicado.

Page 6: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

PolíticaReforma política? Os movimentos de remodelação do

Status Quo

Passados os turbilhões que circundaram o processo de destituição da ex-presidente Dilma Rousseff

e o ápice das investigações da Lava-Jato, eis que volta à baila a discussão da reforma política,

pacote de três propostas que visam reorganizar o sistema político brasileiro. Além da PEC 77/2003,

a PEC 282/2016 e o projeto de lei da reforma política, são as iniciativas parlamentares que

demandam mudanças políticas sem, contudo, mudar os políticos.

Reforma sem mudança?

A resposta é tão rudimentar quanto o raciocínio que a enseja. Seria, no mínimo, ingênuo acreditar

que parlamentares poderosos, de partidos igualmente expressivos, cogitariam defender propostas

que colocassem em risco sua reeleição e, em casos não mais tão raros, sua liberdade.

O Distritão, ponto de maior repercussão do pacote reformista, vislumbra a mudança do sistema de

eleição proporcional de deputados (federais e estaduais) e vereadores para um sistema distrital

misto, ou seja, quem tiver mais votos é eleito, a despeito do desempenho do partido. Atualmente,

vota-se no partido e na legenda que, ao alcançar o coeficiente eleitoral, conquista determinado

número de cadeiras e elege parlamentares que tiveram menor número de votos. Curiosamente, não

fosse pelo sistema proporcional, o atual presidente da Câmara dos Deputados não seria deputado.

Abertamente defendido pelo presidente Michel Temer, assim como seu partido (PMDB), pelo

Democratas, outros partidos do Centrão e, inclusive, pelo ex-deputado Eduardo Cunha (quando

ainda presidia a Casa), o Distritão torna mais simples a compreensão do eleitor: elege-se que tiver

maior número de votos. Contudo, dizem os contrários, enfraqueceria partidos e daria proeminência

aos que já estão no cargo, assegurando-lhes foro privilegiado se reeleitos.

Com o fim do financiamento eleitoral privado, os políticos já conhecidos e com mais recursos

financeiros teriam vantagem, já que, na prática, um pequeno número de candidatos concentra o

dinheiro dos fundos partidários. Ainda, em contrapartida, a concorrência com candidatos

amplamente conhecidos pelos eleitores, como líderes religiosos e artistas, aumentaria.

Levando em consideração as projeções com base nos discursos dos parlamentares acerca do

assunto, a divisão evidenciada na votação em comissão (17 a favor e 15 contrários), além da

necessidade de 308 votos para a aprovação em plenário, são grandes as chances da proposta que

prevê o Distritão ser rejeitada.

Há que se notar que, para além da utilização de procedimentos regimentais como empecilhos para

a aprovação de proposta com o viés discutido, falta vontade política e propostas desenhadas

visando manter e melhorar o sistema democrático, no que se refere aos deveres exercidos e

demandados de deputados e senadores. Contudo, sobra apreço pelo poder e excessivo apego

pelos cargos em detrimento do bem estar social.

PolíticaFinanciamento público de campanhas: nova alternativa ou

retrocesso?

No âmbito da minirreforma eleitoral de 2015, dentre diversas mudanças no Código Eleitoral, o

Supremo Tribunal Federal (STF), em relação ao financiamento das candidaturas políticas, proibiu as

doações empresariais que eram a principal fonte de recursos para as campanhas. Segundo dados

das eleições de 2014, mais de R$ 3 bilhões foram doados por pessoas jurídicas para as campanhas

eleitorais, ao passo que os partidos utilizaram apenas R$ 72 milhões do Fundo Partidário.

Page 7: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

PolíticaFinanciamento público de campanhas: nova alternativa ou

retrocesso?

As novas regras para financiamento foram válidas, pela primeira vez, para as eleições de 2016. No

entanto, até as últimas eleições presidenciais, além das contribuições de pessoas físicas, as empresas

poderiam doar o limite de 2% do rendimento bruto do ano anterior ao pleito. Com as mudanças,

além do impedimento do financiamento por pessoa jurídica, entidades de classe sindical e órgãos da

administração pública direta ou indireta, por exemplo, também não estão permitidos a custear as

campanhas.

Neste cenário, e com a aproximação das eleições de 2018, deputados e senadores começaram a

discutir novas formas para o financiamento das campanhas eleitorais. A Câmara dos Deputados

analisa atualmente uma proposta que cria o Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FFD), o

“fundão”. Para que a proposta já tenha efeitos nas próximas eleições, terá que ser aprovada, pela

Câmara dos Deputados e Senado Federal, até o dia sete de outubro deste ano.

A nova alternativa de financiamento foi apresentada pelo deputado Vicente Cândido (PT/SP), e

propõe que 0,5% da receita corrente líquida do governo, nos últimos doze meses, seja destinada às

campanhas políticas. Sendo assim, em 2018, este valor seria em torno de R$ 3,6 bilhões. A aprovação

do “fundão” representará um financiamento público duplo, ao passo que o Brasil já prevê, na

Constituição Federal de 1988, o Fundo Partidário que promove a autonomia financeira das

organizações partidárias.

Segundo o International Institute for Democracy (Idea), a partir da análise do sistema político de 180

países, 24% já utilizam o financiamento público para partidos e campanhas. No entanto, haja vista o

grande montante destinado ao “fundão”, em um cenário brasileiro de crise política e discussões sobre

representatividade, a medida repercutiu de forma negativa na mídia e na opinião pública.

Nesta conjuntura, e em razão do curto prazo para aprovação, o deputado Ronaldo Caiado (DEM/GO)

apresentou uma proposta alternativa em relação ao financiamento. Os recursos públicos para as

campanhas partidárias seriam da compensação fiscal que o governo concede às emissoras para

transmitirem as propagandas políticas e das multas aplicadas aos partidos. Em resumo, o democrata

argumenta que sua medida propõe um fundo pautado em menos recursos.

As alternativas sobre o financiamento público desencadearam diversas manifestações e os

parlamentares retiraram do texto do parlamentar Vicente Cândido a margem de 0,5% da receita.

Porém, na proposta, o fundo foi mantido.

Aguarda-se a tramitação das propostas, contudo as articulações dos parlamentares sobre o tema

propagam a incoerência no tocante ao cenário conjuntural do país, ao passo que, além dos

acontecimentos políticos, como impeachment e Operação Lava Jato, o Brasil enfrenta uma crise

econômica que pauta os argumentos sobre a necessidade de se investir o montante, destinado ao

fundo, em outros setores.

PolíticaEleições 2018 – Reconstrução e duelo interno marcam o PSDB em

largada para a corrida presidencial

As movimentações em torno da corrida eleitoral de 2018 começaram e os maiores partidos do

cenário político brasileiro têm dois primordiais desafios a superar: as definições dos nomes que serão

apresentados para concorrer à Presidência da República e os altos índices de rejeição de seus

políticos mais expressivos.

Page 8: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

PolíticaEleições 2018 – Reconstrução e duelo interno marcam o

PSDB em largada para a corrida presidencial

No PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), um dos principais aliados no Governo Federal,

realizar essa missão não será nada fácil. A imagem do partido foi fortemente abalada pelos

acontecimentos em torno do senador Aécio Neves (presidente licenciado do partido) envolvendo as

delações da JBS. Há ainda o reflexo do apoio que vem sendo dado ao Planalto para as reformas e,

internamente, um duelo velado entre os dois nomes de peso para disputar o cargo: João Doria e

Geraldo Alckmin, prefeito e governador de São Paulo, respectivamente.

A gravidade política do caso Aécio Neves (MG) repercutiu negativamente não apenas dentro do

partido. Até então, cogitado pelos eleitores que buscam uma renovação, o PSDB perdeu muito de

sua credibilidade com o caso. O racha interno, protagonizado pelos congressistas que apoiavam a

permanência de Aécio na presidência do partido e os que exigiam a troca de comando, alegando

sua insustentabilidade, também gerou instabilidade no grupo.

A mudança de comando interfere tanto no futuro do partido quanto no endosso ao candidato que

disputará o pleito. O senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino do partido até dezembro

deste ano, já deixou claro que o nome de Alckmin é o primeiro da lista. Em recente visita à capital

federal, Geraldo Alckmin foi definido por Tasso como um dos principais líderes do partido e sua

atuação é fundamental para a reconstrução do PSDB. Entretanto, um novo dirigente poderá trazer

uma diferente configuração de apoio.

Outro tema que traz instabilidade para o PSDB é a manutenção do partido na base de apoio ao

Governo Temer. Enquanto Aécio Neves e seus correligionários defendem a manutenção do apoio a

qualquer custo, uma parcela do partido, principalmente a bancada da Câmara dos Deputados

defende abertamente que o partido entregue seus cargos, sentindo-se, assim, livres para votarem

segundo os valores do partido.

Em meio ao turbilhão vivido nos últimos meses ao lado do PMDB e ao desmantelamento interno

observado diante da manutenção da coalização entre os dois partidos, o PSDB sobrevive, mesmo

que enfraquecido, e pode apresentar um nome forte no contexto da disputa presidencial de 2018

para bater de frente aos interesses do ex-presidente Lula (PT) na disputa.

Diante deste cenário, o nome Doria surge como uma forte opção para combater o crescimento de

Lula nas pesquisas de intenção de votos. Em sua primeira incursão na política, João Doria vem

chamando a atenção por sua administração à frente da maior cidade do país e por seu alto poder

de comunicação.

Ao se posicionar como um gestor, o prefeito de São Paulo conseguiu se afastar da imagem de

político tradicional e, assim, conquistar aqueles eleitores que buscavam por novas opções,

alcançando inclusive, um distanciamento de Alckmin, que é seu padrinho político.

Enquanto o partido não tem uma posição definida, ambos, no entanto, já trabalham em uma

agenda nacional de reuniões e encontros com políticos e empresários para angariar apoio e se

apresentar com uma opção. A decisão do PSDB deverá ser tomada até dezembro quando

provavelmente, será anunciado o nome do candidato à Presidência da República.

Até lá, “criador e criatura” seguem as formalidades e, cada um ao seu modo, continuam a preparar

o terreno para uma possível incursão na disputa pelo maior cargo político do país.

Page 9: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

Relações Internacionais

Um passo do protecionismo ao livre-comércio

compelido, a condenação do Brasil na OMC

A política econômica nacional baseada no modelo protecionista de comércio não é estranha aoscostumes nacionais, longe disso, está entranhada na práxis do país há várias décadas. São inúmerasmedidas de incentivos fiscais à indústria em detrimento da livre concorrência mundial lançadas ouem vias de serem publicadas todos os anos.

Foi esse o contexto que ensejou a abertura de painel na Organização Mundial do Comércio (OMC)em virtude de reinvindicações do Japão e da União Europeia (EU). De acordo com os reclamantes, oBrasil utiliza uma série de regras discriminatórias, programas de incentivo à indústria nacional, queconfiguram isenções fiscais ou vantagens competitivas que primam pelo uso de recursos locais emelhor desempenho das exportações nacionais que, contudo, ferem acordos internacionais decomércio.

Desde a abertura do painel, em 2013, a discussão a respeito desse tipo de subsídio se tornou maisevidente sem, contudo, cingir a propensão à criação de novos modelos com o mesmo fim. Aindústria nacional está afeiçoada sobremaneira à proteção do Estado, de tal forma que, sempre queos programas de incentivo estão sob ameaça de encerramento, utiliza o poder de pressão econstrange os tomadores de decisão a criar saídas, formas de perpetuar os dispositivos de estímulocomercial.

Deveras, a dependência da indústria nacional é fruto de uma postura marcadamente vitimista,habituada a repetir máximas que remontam, inclusive, ao período colonial, para justificar aincapacidade de torná-la mais competitiva e especializada. O desfecho desse ciclo deinterdependência já era esperado, a OMC decidiu pela condenação do Brasil, a maior até então.

A Organização deu prazo de 90 dias para que o Brasil retire sete programas de subsídios industrias,dos quais dois já não estão em vigor, o PATVD (Programa de Apoio ao DesenvolvimentoTecnológico da Indústria de Equipamentos para a TV Digital) e o Programa de Inclusão Digital. Osoutros são o Programa Inovar-Auto, de incentivo à cadeia produtiva de veículos automotores; oPADIS, em prol da indústria de semicondutores e displays; o RECAP e o PEC, programas que dãobenefícios a empresas exportadoras; e finalmente, a Lei da Informática.

O benefício imediato da condenação é claro e significativo, o país, ainda que por coação, deveráabrir mão de incentivos fiscais para, assim, compelir seu parque industrial a tonar-se maisqualificado e competitivo, ainda que não seja possível afirmar que esse é um resultado inevitável.Ainda, o governo federal tem a escusa que esperava para diminuir os incentivos e arrecadar maisem tempos de déficit, sem, contudo, sofrer pressão dos setores produtivos.

Page 10: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

DadosEconômicos

MÊS DÓLARIPCA

(acumulado de 12 meses)

SELIC IBOVESPAPROJEÇÃO PIB

2017

JAN.2017 3,16 5,35% 13% 65.840,09 0,5%

FEV.2017 3,05 4,76% 12,25% 67.417,02 0,48%

MAR.2017 3,17 4,57% 12,25% 65.159,78 0,47%

ABR.2017 3,17 4,08% 11,25% 65.309,81 0,43%

MAI.2017 3,26 3,77% 11,25% 63.906,99 0,5%

JUN.2017 3,30 3,00% 10,25% 62.238,95 0,39%

JUL.2017 3,15 2,71% 9,25% 65.316,30 0,34%

AGO.2017 3,14 * 9,15% 70.727,08 0,39%

*Pendente de fechamentoFonte: Boletim Focus/Banco Central

Page 11: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

Calendáriode Eventos

DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB

27 28 29 30 31 1 2

3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16

Seminário Internacional de Defesa Comercial dos

BRICS

Local: Pequim, China

Reunião no Instituto Ludwig Boltzmann, para Doenças

raras e não-diagnosticadas

Local: Viena, Austrália

Reunião Ordinária

Publica da Diretoria

da ANVISA

Local: Sede da

ANVISA

Reunião Ordinária

Publica da Diretoria

da ANVISA

Local: Sede da

ANVISA

Reunião da Câmara

Temática do

Sistema Brasileiro

de Inspeção de

Produtos de

Insumos

Agropecuários do

Sistema Unificado

de Atenção à

Sanidade

Agropecuária

Local: Sede do MAPA

Reunião do

Conselho Diretor da

ANATEL

Local: Sede da

ANATEL

Feira World Food Moscow 2017

Local: Moscow, Russia

XXVIII Congresso Internacional da Associação Latina para Análise dos Sistemas de Saúde

Local: Bélgica

XI Simposio Nacional de Biotecnologia REDBIO

Local: Argentina

Cooperação Internacional de Pre-Qualificação de

Medicamentos e Fármacos da Organização Mundial

da Saúde

Local: Dinamarca

Cooperação Internacional de Pre-Qualificação de Medicamentos e Fármacos da Organização Mundial da Saúde

Local: Dinamarca

International Symposium on Regulation of Herbal and Tradicional Medicines

Local: Alemanha

Cúpula dos BRICS

Local: Pequim, China

II Rodada de negociações Mercosul-EFTA

Local: Genebra

Page 12: Public Affairs - Boletim Mensal Agosto 2017

Calendáriode Eventos

DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB

17 18 19 20 21 22 23

24 25 26 27 28 29 30

Reunião Ordinária

Interna da Diretoria

da ANVISA

Local: Sede da ANVISA

Reunião Ordinária

Publica da Diretoria

da ANVISA

Local: Sede da

ANVISA

Reunião da Câmara

Setorial da Cadeia

Produtiva de

Florestas Plantadas

Local: Sede do MAPA

Reunião da Câmara

Setorial da Cadeia

Produtiva de

Florestas Plantadas

Local: Sede do MAPA

Reunião Técnica do

Conselho Diretor da

ANATEL

Local: Sede da ANATEL

Reunião do Conselho

Diretor da ANATEL

Local: Sede da ANATEL

29ª Conferência Sanitária Pan-Americana

Local: Washington, D.C., Estados Unidos

VIII Seminário de Proteção à Privacidade e aos

Dados Pessoais

Local: São Paulo