public affairs - boletim mensal agosto 2017
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BOLETIM MENSALBurson-Marsteller
Agosto 2017
ÍndiceAno 1 l Nº 8
Agosto de 2017
Burson-Marsteller l Public Affairs
Uma prática transversal que, por meio da compreensão do ambiente político, assessora clientes dediferentes setores na proteção e/ou promoção de seus negócios, gerindo sua influência de maneirasustentável.
O padrão Burson-Marsteller é responsável pelo desenvolvimento de projetos altamente customizados, deacordo com as necessidades de cada cliente, desenvolvendo estratégias para os diversos setoreseconômicos, especialmente aqueles fortemente regulados pelo poder público.
Colaboradores desta edição
03 Diálogo e ConjunturaTemer de volta ao jogo
04 PolíticaO Fim da Reserva (Renca) na Amazônia e a Política Ambiental no
Governo Temer
09 Relações Internacionais
Um passo do protecionismo ao livre-comércio compelido, a condenação do Brasil na OMC
05 PolíticaO Programa de desestatização do Governo Temer: Economia Positiva ou
articulação política?
06 Política
Reforma política? Os movimentos de remodelação do Status Quo
07 Política
Eleições 2018 – Reconstrução e duelo interno marcam o PSDB em largada para a corrida presidencial
06 Política
Financiamento público de campanhas: nova alternativa ou retrocesso?
10 Economia
Dados Econômicos
11 AgendaCalendário de Eventos
Ricardo Almeida
Anna Paula Losi
Allana Rodrigues
Isabela Girotto
LucianaLemgruber
Fernanda Xavier
Nara Andrade
Há cerca de 20 dias da votação que encerrou a denúncia contra Michel Temer, pode-se afirmar queo presidente voltou ao jogo e tem força suficiente para continuar sua agenda econômica.Pelo menos três sinais dados nessa semana atestam essa avaliação.
(i). O governo anunciou um ambicioso programa de privatizações. Para fins de avaliação da forçado presidente, mais importante do que a extensão do anúncio em si foi a reação do mercado, quedenotou acreditar que Temer pode mesmo colocar em movimento pelo menos parte do planoapresentado;
(ii). O plenário da Câmara aprovou a MP 777 de 2017, que redefine a taxa de juros de longo prazopraticada pelo BNDES. Esta foi a primeira votação importante após o arquivamento da denúnciafeita pela Procuradoria Geral da República pois, além de significar a retomada da agendaeconômica, a aprovação da medida venceu a resistência de boa parte do setor produtivo, semprebem representado na Câmara.
(iii). Pesquisa realizada pela Factual Informação e Análise com 183 deputados nos dias 15 e 16deste mês mostrou que 74% dos deputados acreditam que o presidente Temer cumprirá o seumandato até o final. Entre os governistas, o percentual é de 83%; e entre os parlamentares do dito“centrão”, 79% concordam com essa afirmativa.
Tudo isso é um preâmbulo para volta da reforma da Previdência à pauta da Câmara. A assessoriada liderança do Governo marcou para o dia 1 de setembro oficina com jornalistas com a presençade Marcelo Caetano, Secretário da Previdência do ministério da Fazenda.
Hoje, os deputados ainda não acreditam na viabilidade da reforma. Na pesquisa realizada pelaFactual Informação e Análise, em uma escala de zero a dez, onde zero significa NENHUMACHANCE e dez significa COM CERTEZA, a chance média de aprovação do relatório atual está em3,48. Entretanto, o percentual de deputados que deram nota entre 7 e 10 (chances muito altas)cresceu de 8% para 15% entre julho e agosto.
O governo já recuperou boa parte da sua força legislativa, continua em movimento ascendentejunto aos deputados e senadores e manteve sua influência junto ao mercado. Tudo isso leva a umsegundo semestre com a agenda reformista bastante agitada.
Diálogo e Conjuntura
Temer de volta ao jogo
Leonardo BarretoFactual Informação e Análise
Doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília, especialista em pesquisas com autoridades e sócio da Factual Informação e
Análise, empresa de pesquisa e análises políticas.
Na última quinta-feira (24), o Presidente Michel Temer editou o decreto que extingue a Reserva
Nacional de Cobre e Associados (Renca). No dia de sua publicação, a nova norma, já em vigência,
recebeu pouca atenção; contudo, após repercussão na mídia e posicionamento de figuras públicas,
causou grande comoção entre ambientalistas no Brasil e no mundo.
A Renca foi criada em 1984, tendo como objetivo principal proteger bens minerais a fim de evitar
um desabastecimento no futuro. Dentro da reserva, a pesquisa e exploração mineral só
aconteceriam se atendessem à regulamentação específica. Segundo publicação oficial no “Portal
Brasil”, a extinção da reserva seria justificada pela necessidade de conhecimento geológico e das
riquezas minerais do subsolo brasileiro, além do fato de que o impedimento de atividades regulares
teria motivado a exploração ilegal e nociva na região.
A Reserva delimita uma área de proteção de cerca de 47 mil km², localizados em uma região entre
os estados do Pará e do Amapá. A pesquisa mineral e atividade econômica na área são de
responsabilidade da Companhia Brasileira de Recursos Minerais (CPRM – Serviço Geológico
Brasileiro) ou de empresas autorizadas pela companhia. A Presidência insiste que o fim da Renca
implica apenas na extinção de uma reserva mineral, não afetando qualquer reserva ambiental ou
indígena, pois o decreto estabelece que a legislação sobre proteção à vegetação nativa, unidades
de conservação e terras indígenas seria respeitada.
A questão agravou-se ainda mais quando a sociedade tomou conhecimento que já em março deste
ano, durante o evento “Prospectors and Developers Association of Canada (PDAC)”, em Toronto, o
Ministro de Minas e Energia anunciou o fim da reserva, compondo um pacote de medidas da
reformulação do setor mineral brasileiro. Após a reação midiática, e pressão de personalidades do
mundo artístico, sobre o assunto, o Presidente Michel Temer publicou novo decreto mais detalhado
sobre o tema nesta segunda-feira (28), revogando a legislação anterior e explicando as reais
intenções.
Diálogo e Conjuntura
O Fim da Reserva (Renca) na Amazônia e a Política
Ambiental no Governo Temer
A reserva continua extinta, porém, o novo texto trouxe a proibição da exploração mineral onde haja
sobreposição parcial com unidades de conservação da natureza ou com terras indígenas
demarcadas, exceto se previsto no plano de manejo. Nas áreas onde não haja a sobreposição, a
exploração fica aberta a fim de atender aos interesses de conhecimento das riquezas brasileiras,
devendo, no entanto, considerar aspectos como impacto ambiental e uso sustentável da área.
As diretrizes de política ambiental do governo têm sido criticadas tanto externamente quanto por
membros do próprio governo, sobretudo no atual cenário de busca por apoio parlamentar em
ambas as Casas do Congresso Nacional. Nesse sentido, a agenda ambiental teria sido usada como
forma de conquistar apoio da bancada ruralista, que conta com 211 deputados na Câmara dos
Deputados, 41% do total de parlamentares da Casa.
O governo vem realizando avanços tímidos na agenda ambiental. O aumento de três unidades de
conservação em junho desse ano, sendo um deles o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
(GO), e o veto à Medida Provisória que reduzia a Floresta de Jamanxim, feito como uma resposta às
críticas de autoridades norueguesas, são os poucos exemplos de avanço. Os desdobramentos da
extinção da Renca e a resposta às pressões realizadas pela sociedade civil parecem indicar novos
passos dessa agenda, deixando em aberto, porém, se só haverá esclarecimentos e decretos mais
detalhados quando celebridades e figuras midiáticas demostrarem algum interesse pela pauta.
PolíticaO Fim da Reserva (Renca) na Amazônia e a Política
Ambiental no Governo Temer
.
PolíticaO Programa de desestatização do Governo Temer: Economia Positiva
ou articulação política?
Ao assumir a presidência, há pouco mais de um ano, Michel Temer anunciou o Programa deParcerias para Investimento (PPI). Apelidado de “Crescer”, o Programa promete exatamente isso,fazer com que o país volte a ter uma economia positiva. Com um Estado “inchado”, as concessõesvisam transferir a responsabilidade de gestão de serviços públicos para entes privados. A ideia éque a concessão gere lucro ao Estado e que fomente a economia, além de oferecer melhorinfraestrutura ao usufrutuário dos serviços.
A grande crítica não está nas concessões em si, mas na forma como elas se dão. Em meio a umcaos político, as parcerias com a iniciativa privada deixam de ser uma solução econômica para oBrasil e passam a ser uma solução política para o próprio Presidente. Com vendas a baixo custo e afiguras já marcadas, as concessões são uma maneira muito efetiva de se manter o silêncio dosapadrinhados e agradá-los. A verdade é que pouco se sabe sobre essas desestatizações, mas oescasso debate sobre o tema e a pressa em se realizar o Programa assusta a população, quedesaprova o presidente cada vez mais.
Na primeira fase do programa, foram autorizadas 39 desestatizações, entre concessões eprivatizações. Na segunda fase, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos já aprovouuma lista com 57 ativos que podem ser ofertados à iniciativa privada, destacando-se a Eletrobrás, oAeroporto de Congonhas e a Casa da Moeda, dentre as estatais selecionadas.
Vale a ressalva de que as Concessões são autorizadas por lei, no Brasil, há mais de trinta anos, esempre foram realizadas. Em maior ou menor grau. Entretanto, o pacote é o maior em vinte anos,desde o governo Fernando Henrique Cardoso, e o prazo é de menos de dois anos para suaaplicação total. O problema é que esses processos demandam tempo e que a chance de o impactoeconômico ser o esperado, é mínima. Além do mais, a pouca informação divulgada sobre o assuntofaz com que o programa mais pareça marketing governamental, que dificilmente será aplicado.
PolíticaReforma política? Os movimentos de remodelação do
Status Quo
Passados os turbilhões que circundaram o processo de destituição da ex-presidente Dilma Rousseff
e o ápice das investigações da Lava-Jato, eis que volta à baila a discussão da reforma política,
pacote de três propostas que visam reorganizar o sistema político brasileiro. Além da PEC 77/2003,
a PEC 282/2016 e o projeto de lei da reforma política, são as iniciativas parlamentares que
demandam mudanças políticas sem, contudo, mudar os políticos.
Reforma sem mudança?
A resposta é tão rudimentar quanto o raciocínio que a enseja. Seria, no mínimo, ingênuo acreditar
que parlamentares poderosos, de partidos igualmente expressivos, cogitariam defender propostas
que colocassem em risco sua reeleição e, em casos não mais tão raros, sua liberdade.
O Distritão, ponto de maior repercussão do pacote reformista, vislumbra a mudança do sistema de
eleição proporcional de deputados (federais e estaduais) e vereadores para um sistema distrital
misto, ou seja, quem tiver mais votos é eleito, a despeito do desempenho do partido. Atualmente,
vota-se no partido e na legenda que, ao alcançar o coeficiente eleitoral, conquista determinado
número de cadeiras e elege parlamentares que tiveram menor número de votos. Curiosamente, não
fosse pelo sistema proporcional, o atual presidente da Câmara dos Deputados não seria deputado.
Abertamente defendido pelo presidente Michel Temer, assim como seu partido (PMDB), pelo
Democratas, outros partidos do Centrão e, inclusive, pelo ex-deputado Eduardo Cunha (quando
ainda presidia a Casa), o Distritão torna mais simples a compreensão do eleitor: elege-se que tiver
maior número de votos. Contudo, dizem os contrários, enfraqueceria partidos e daria proeminência
aos que já estão no cargo, assegurando-lhes foro privilegiado se reeleitos.
Com o fim do financiamento eleitoral privado, os políticos já conhecidos e com mais recursos
financeiros teriam vantagem, já que, na prática, um pequeno número de candidatos concentra o
dinheiro dos fundos partidários. Ainda, em contrapartida, a concorrência com candidatos
amplamente conhecidos pelos eleitores, como líderes religiosos e artistas, aumentaria.
Levando em consideração as projeções com base nos discursos dos parlamentares acerca do
assunto, a divisão evidenciada na votação em comissão (17 a favor e 15 contrários), além da
necessidade de 308 votos para a aprovação em plenário, são grandes as chances da proposta que
prevê o Distritão ser rejeitada.
Há que se notar que, para além da utilização de procedimentos regimentais como empecilhos para
a aprovação de proposta com o viés discutido, falta vontade política e propostas desenhadas
visando manter e melhorar o sistema democrático, no que se refere aos deveres exercidos e
demandados de deputados e senadores. Contudo, sobra apreço pelo poder e excessivo apego
pelos cargos em detrimento do bem estar social.
PolíticaFinanciamento público de campanhas: nova alternativa ou
retrocesso?
No âmbito da minirreforma eleitoral de 2015, dentre diversas mudanças no Código Eleitoral, o
Supremo Tribunal Federal (STF), em relação ao financiamento das candidaturas políticas, proibiu as
doações empresariais que eram a principal fonte de recursos para as campanhas. Segundo dados
das eleições de 2014, mais de R$ 3 bilhões foram doados por pessoas jurídicas para as campanhas
eleitorais, ao passo que os partidos utilizaram apenas R$ 72 milhões do Fundo Partidário.
PolíticaFinanciamento público de campanhas: nova alternativa ou
retrocesso?
As novas regras para financiamento foram válidas, pela primeira vez, para as eleições de 2016. No
entanto, até as últimas eleições presidenciais, além das contribuições de pessoas físicas, as empresas
poderiam doar o limite de 2% do rendimento bruto do ano anterior ao pleito. Com as mudanças,
além do impedimento do financiamento por pessoa jurídica, entidades de classe sindical e órgãos da
administração pública direta ou indireta, por exemplo, também não estão permitidos a custear as
campanhas.
Neste cenário, e com a aproximação das eleições de 2018, deputados e senadores começaram a
discutir novas formas para o financiamento das campanhas eleitorais. A Câmara dos Deputados
analisa atualmente uma proposta que cria o Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FFD), o
“fundão”. Para que a proposta já tenha efeitos nas próximas eleições, terá que ser aprovada, pela
Câmara dos Deputados e Senado Federal, até o dia sete de outubro deste ano.
A nova alternativa de financiamento foi apresentada pelo deputado Vicente Cândido (PT/SP), e
propõe que 0,5% da receita corrente líquida do governo, nos últimos doze meses, seja destinada às
campanhas políticas. Sendo assim, em 2018, este valor seria em torno de R$ 3,6 bilhões. A aprovação
do “fundão” representará um financiamento público duplo, ao passo que o Brasil já prevê, na
Constituição Federal de 1988, o Fundo Partidário que promove a autonomia financeira das
organizações partidárias.
Segundo o International Institute for Democracy (Idea), a partir da análise do sistema político de 180
países, 24% já utilizam o financiamento público para partidos e campanhas. No entanto, haja vista o
grande montante destinado ao “fundão”, em um cenário brasileiro de crise política e discussões sobre
representatividade, a medida repercutiu de forma negativa na mídia e na opinião pública.
Nesta conjuntura, e em razão do curto prazo para aprovação, o deputado Ronaldo Caiado (DEM/GO)
apresentou uma proposta alternativa em relação ao financiamento. Os recursos públicos para as
campanhas partidárias seriam da compensação fiscal que o governo concede às emissoras para
transmitirem as propagandas políticas e das multas aplicadas aos partidos. Em resumo, o democrata
argumenta que sua medida propõe um fundo pautado em menos recursos.
As alternativas sobre o financiamento público desencadearam diversas manifestações e os
parlamentares retiraram do texto do parlamentar Vicente Cândido a margem de 0,5% da receita.
Porém, na proposta, o fundo foi mantido.
Aguarda-se a tramitação das propostas, contudo as articulações dos parlamentares sobre o tema
propagam a incoerência no tocante ao cenário conjuntural do país, ao passo que, além dos
acontecimentos políticos, como impeachment e Operação Lava Jato, o Brasil enfrenta uma crise
econômica que pauta os argumentos sobre a necessidade de se investir o montante, destinado ao
fundo, em outros setores.
PolíticaEleições 2018 – Reconstrução e duelo interno marcam o PSDB em
largada para a corrida presidencial
As movimentações em torno da corrida eleitoral de 2018 começaram e os maiores partidos do
cenário político brasileiro têm dois primordiais desafios a superar: as definições dos nomes que serão
apresentados para concorrer à Presidência da República e os altos índices de rejeição de seus
políticos mais expressivos.
PolíticaEleições 2018 – Reconstrução e duelo interno marcam o
PSDB em largada para a corrida presidencial
No PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), um dos principais aliados no Governo Federal,
realizar essa missão não será nada fácil. A imagem do partido foi fortemente abalada pelos
acontecimentos em torno do senador Aécio Neves (presidente licenciado do partido) envolvendo as
delações da JBS. Há ainda o reflexo do apoio que vem sendo dado ao Planalto para as reformas e,
internamente, um duelo velado entre os dois nomes de peso para disputar o cargo: João Doria e
Geraldo Alckmin, prefeito e governador de São Paulo, respectivamente.
A gravidade política do caso Aécio Neves (MG) repercutiu negativamente não apenas dentro do
partido. Até então, cogitado pelos eleitores que buscam uma renovação, o PSDB perdeu muito de
sua credibilidade com o caso. O racha interno, protagonizado pelos congressistas que apoiavam a
permanência de Aécio na presidência do partido e os que exigiam a troca de comando, alegando
sua insustentabilidade, também gerou instabilidade no grupo.
A mudança de comando interfere tanto no futuro do partido quanto no endosso ao candidato que
disputará o pleito. O senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino do partido até dezembro
deste ano, já deixou claro que o nome de Alckmin é o primeiro da lista. Em recente visita à capital
federal, Geraldo Alckmin foi definido por Tasso como um dos principais líderes do partido e sua
atuação é fundamental para a reconstrução do PSDB. Entretanto, um novo dirigente poderá trazer
uma diferente configuração de apoio.
Outro tema que traz instabilidade para o PSDB é a manutenção do partido na base de apoio ao
Governo Temer. Enquanto Aécio Neves e seus correligionários defendem a manutenção do apoio a
qualquer custo, uma parcela do partido, principalmente a bancada da Câmara dos Deputados
defende abertamente que o partido entregue seus cargos, sentindo-se, assim, livres para votarem
segundo os valores do partido.
Em meio ao turbilhão vivido nos últimos meses ao lado do PMDB e ao desmantelamento interno
observado diante da manutenção da coalização entre os dois partidos, o PSDB sobrevive, mesmo
que enfraquecido, e pode apresentar um nome forte no contexto da disputa presidencial de 2018
para bater de frente aos interesses do ex-presidente Lula (PT) na disputa.
Diante deste cenário, o nome Doria surge como uma forte opção para combater o crescimento de
Lula nas pesquisas de intenção de votos. Em sua primeira incursão na política, João Doria vem
chamando a atenção por sua administração à frente da maior cidade do país e por seu alto poder
de comunicação.
Ao se posicionar como um gestor, o prefeito de São Paulo conseguiu se afastar da imagem de
político tradicional e, assim, conquistar aqueles eleitores que buscavam por novas opções,
alcançando inclusive, um distanciamento de Alckmin, que é seu padrinho político.
Enquanto o partido não tem uma posição definida, ambos, no entanto, já trabalham em uma
agenda nacional de reuniões e encontros com políticos e empresários para angariar apoio e se
apresentar com uma opção. A decisão do PSDB deverá ser tomada até dezembro quando
provavelmente, será anunciado o nome do candidato à Presidência da República.
Até lá, “criador e criatura” seguem as formalidades e, cada um ao seu modo, continuam a preparar
o terreno para uma possível incursão na disputa pelo maior cargo político do país.
Relações Internacionais
Um passo do protecionismo ao livre-comércio
compelido, a condenação do Brasil na OMC
A política econômica nacional baseada no modelo protecionista de comércio não é estranha aoscostumes nacionais, longe disso, está entranhada na práxis do país há várias décadas. São inúmerasmedidas de incentivos fiscais à indústria em detrimento da livre concorrência mundial lançadas ouem vias de serem publicadas todos os anos.
Foi esse o contexto que ensejou a abertura de painel na Organização Mundial do Comércio (OMC)em virtude de reinvindicações do Japão e da União Europeia (EU). De acordo com os reclamantes, oBrasil utiliza uma série de regras discriminatórias, programas de incentivo à indústria nacional, queconfiguram isenções fiscais ou vantagens competitivas que primam pelo uso de recursos locais emelhor desempenho das exportações nacionais que, contudo, ferem acordos internacionais decomércio.
Desde a abertura do painel, em 2013, a discussão a respeito desse tipo de subsídio se tornou maisevidente sem, contudo, cingir a propensão à criação de novos modelos com o mesmo fim. Aindústria nacional está afeiçoada sobremaneira à proteção do Estado, de tal forma que, sempre queos programas de incentivo estão sob ameaça de encerramento, utiliza o poder de pressão econstrange os tomadores de decisão a criar saídas, formas de perpetuar os dispositivos de estímulocomercial.
Deveras, a dependência da indústria nacional é fruto de uma postura marcadamente vitimista,habituada a repetir máximas que remontam, inclusive, ao período colonial, para justificar aincapacidade de torná-la mais competitiva e especializada. O desfecho desse ciclo deinterdependência já era esperado, a OMC decidiu pela condenação do Brasil, a maior até então.
A Organização deu prazo de 90 dias para que o Brasil retire sete programas de subsídios industrias,dos quais dois já não estão em vigor, o PATVD (Programa de Apoio ao DesenvolvimentoTecnológico da Indústria de Equipamentos para a TV Digital) e o Programa de Inclusão Digital. Osoutros são o Programa Inovar-Auto, de incentivo à cadeia produtiva de veículos automotores; oPADIS, em prol da indústria de semicondutores e displays; o RECAP e o PEC, programas que dãobenefícios a empresas exportadoras; e finalmente, a Lei da Informática.
O benefício imediato da condenação é claro e significativo, o país, ainda que por coação, deveráabrir mão de incentivos fiscais para, assim, compelir seu parque industrial a tonar-se maisqualificado e competitivo, ainda que não seja possível afirmar que esse é um resultado inevitável.Ainda, o governo federal tem a escusa que esperava para diminuir os incentivos e arrecadar maisem tempos de déficit, sem, contudo, sofrer pressão dos setores produtivos.
DadosEconômicos
MÊS DÓLARIPCA
(acumulado de 12 meses)
SELIC IBOVESPAPROJEÇÃO PIB
2017
JAN.2017 3,16 5,35% 13% 65.840,09 0,5%
FEV.2017 3,05 4,76% 12,25% 67.417,02 0,48%
MAR.2017 3,17 4,57% 12,25% 65.159,78 0,47%
ABR.2017 3,17 4,08% 11,25% 65.309,81 0,43%
MAI.2017 3,26 3,77% 11,25% 63.906,99 0,5%
JUN.2017 3,30 3,00% 10,25% 62.238,95 0,39%
JUL.2017 3,15 2,71% 9,25% 65.316,30 0,34%
AGO.2017 3,14 * 9,15% 70.727,08 0,39%
*Pendente de fechamentoFonte: Boletim Focus/Banco Central
Calendáriode Eventos
DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB
27 28 29 30 31 1 2
3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
Seminário Internacional de Defesa Comercial dos
BRICS
Local: Pequim, China
Reunião no Instituto Ludwig Boltzmann, para Doenças
raras e não-diagnosticadas
Local: Viena, Austrália
Reunião Ordinária
Publica da Diretoria
da ANVISA
Local: Sede da
ANVISA
Reunião Ordinária
Publica da Diretoria
da ANVISA
Local: Sede da
ANVISA
Reunião da Câmara
Temática do
Sistema Brasileiro
de Inspeção de
Produtos de
Insumos
Agropecuários do
Sistema Unificado
de Atenção à
Sanidade
Agropecuária
Local: Sede do MAPA
Reunião do
Conselho Diretor da
ANATEL
Local: Sede da
ANATEL
Feira World Food Moscow 2017
Local: Moscow, Russia
XXVIII Congresso Internacional da Associação Latina para Análise dos Sistemas de Saúde
Local: Bélgica
XI Simposio Nacional de Biotecnologia REDBIO
Local: Argentina
Cooperação Internacional de Pre-Qualificação de
Medicamentos e Fármacos da Organização Mundial
da Saúde
Local: Dinamarca
Cooperação Internacional de Pre-Qualificação de Medicamentos e Fármacos da Organização Mundial da Saúde
Local: Dinamarca
International Symposium on Regulation of Herbal and Tradicional Medicines
Local: Alemanha
Cúpula dos BRICS
Local: Pequim, China
II Rodada de negociações Mercosul-EFTA
Local: Genebra
Calendáriode Eventos
DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 29 30
Reunião Ordinária
Interna da Diretoria
da ANVISA
Local: Sede da ANVISA
Reunião Ordinária
Publica da Diretoria
da ANVISA
Local: Sede da
ANVISA
Reunião da Câmara
Setorial da Cadeia
Produtiva de
Florestas Plantadas
Local: Sede do MAPA
Reunião da Câmara
Setorial da Cadeia
Produtiva de
Florestas Plantadas
Local: Sede do MAPA
Reunião Técnica do
Conselho Diretor da
ANATEL
Local: Sede da ANATEL
Reunião do Conselho
Diretor da ANATEL
Local: Sede da ANATEL
29ª Conferência Sanitária Pan-Americana
Local: Washington, D.C., Estados Unidos
VIII Seminário de Proteção à Privacidade e aos
Dados Pessoais
Local: São Paulo