pub com estratégia do fundo das indústrias culturais · estratégia do fundo das indústrias...

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Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4703 • Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015 10 PATACAS FOTO GCS PUB Novo seleccionador motiva jovens atletas Tam Iao San está há pouco tem- po como seleccionador de fute- bol mas já merece elogios pelo seu trabalho, especialmente por parte dos jogadores, satisfeitos com os novos métodos. Pág. 9 Japão e China retomam diálogo sobre segurança em Março Tóquio e Pequim querem retomar no final de Março o diálogo bilateral em matéria de segurança, suspenso há mais de quatro anos pelo re- crudescimento de disputas territoriais, informou ontem a cadeia pública NHK, citan- do fontes diplomáticas japo- nesas. O diálogo de segu- rança bilateral, que implica funcionários dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e Defesa de ambos os países, foi realizado pela última vez em Janeiro de 2011. As rela- ções com o Japão tornaram- -se mais tensas sobretudo desde a decisão de Tóquio de ‘nacionalizar’, no Outo- no de 2012, três dos ilhotes das ilhas Senkaku, admi- nistradas, de facto, pelo Ja- pão, mas cuja soberania é reivindicada por Pequim, que as designa de Diaoyu. Em causa, um pequeno e desabitado arquipélago do Mar da China Oriental, es- trategicamente localizado e potencialmente rico em recursos naturais. Em No- vembro passado, o chefe da diplomacia nipónica, Fumio Kishida, e o seu homólogo chinês, Wang Yi, mostraram- -se de acordo em reiniciar o diálogo de segurança em Tóquio. Espera-se que nesta nova ronda o Japão procu- re esclarecer um tema que a China identificou como preocupante: a reinterpreta- ção da Constituição pacifista japonesa que visa um papel mais activo para as tropas nipónicas. Artistas e criadores estão preocupados com a estratégia do Fundo das Indstrias Culturais (FIC) na atribuição de apoios ao sector. A aposta em platafor - mas de serviços, alertam, pode promover uma “nova classe de intermediários” e prejudicar os artistas lo- cais que mais têm investido. Outros responsáveis li- gados ao sector dizem ser necessário esperar para ver qual será o resultado das candidaturas. Criadores apreensivos com estratégia do Fundo das Indstrias Culturais Contestada qualidade de casas económicas Um grupo de moradores do Edifício Koi Ngan, no comple- xo de Seac Pai Van, queixou-se ao Executivo através de uma petição na qual coloca em cau- sa a qualidade das fracções do imóvel. Pág. 2 Segurança “desviou” notas do cofre de Museu A Polícia Judiciária deteve um homem de 27 anos, suspeito de ter furtado 30.000 patacas do cofre do Museu Marítimo, onde trabalhava como segu- rança. Pág. 6 Instaladas 80 por cento das colunas do Metro O coordenador interino do Gabinete para as Infra-estru- turas de Transportes garantiu que cerca de 80% das obras de instalação das colunas do Me- tro estão concluídas. Pág. 7 Associação turística quer carreiras só para visitantes Última Pág. 3 Pág. 5 Novo Macau procura financiamento para se autonomizar de deputados

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Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4703 • Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015 10 PATACASFO

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Novo seleccionadormotiva jovens atletasTam Iao San está há pouco tem-po como seleccionador de fute-bol mas já merece elogios pelo seu trabalho, especialmente por parte dos jogadores, satisfeitos com os novos métodos. Pág. 9

Japão e Chinaretomam diálogo sobre segurançaem MarçoTóquio e Pequim querem retomar no final de Março o diálogo bilateral em matéria de segurança, suspenso há mais de quatro anos pelo re-crudescimento de disputas territoriais, informou ontem a cadeia pública NHK, citan-do fontes diplomáticas japo-nesas. O diálogo de segu-rança bilateral, que implica funcionários dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e Defesa de ambos os países, foi realizado pela última vez em Janeiro de 2011. As rela-ções com o Japão tornaram--se mais tensas sobretudo desde a decisão de Tóquio de ‘nacionalizar’, no Outo-no de 2012, três dos ilhotes das ilhas Senkaku, admi-nistradas, de facto, pelo Ja-pão, mas cuja soberania é reivindicada por Pequim, que as designa de Diaoyu. Em causa, um pequeno e desabitado arquipélago do Mar da China Oriental, es-trategicamente localizado e potencialmente rico em recursos naturais. Em No-vembro passado, o chefe da diplomacia nipónica, Fumio Kishida, e o seu homólogo chinês, Wang Yi, mostraram--se de acordo em reiniciar o diálogo de segurança em Tóquio. Espera-se que nesta nova ronda o Japão procu-re esclarecer um tema que a China identificou como preocupante: a reinterpreta-ção da Constituição pacifista japonesa que visa um papel mais activo para as tropas nipónicas.

Artistas e criadores estão preocupados com a estratégia do Fundo das Industrias Culturais (FIC) na atribuição de apoios ao sector. A aposta em platafor-mas de serviços, alertam, pode promover uma “nova

classe de intermediários” e prejudicar os artistas lo-cais que mais têm investido. Outros responsáveis li-gados ao sector dizem ser necessário esperar para ver qual será o resultado das candidaturas.

Criadores apreensivos com estratégia do Fundo das Industrias Culturais

Contestada qualidade de casas económicasUm grupo de moradores do Edifício Koi Ngan, no comple-xo de Seac Pai Van, queixou-se ao Executivo através de uma petição na qual coloca em cau-sa a qualidade das fracções do imóvel. Pág. 2

Segurança “desviou”notas do cofre de MuseuA Polícia Judiciária deteve um homem de 27 anos, suspeito de ter furtado 30.000 patacas do cofre do Museu Marítimo, onde trabalhava como segu-rança. Pág. 6

Instaladas 80 por cento das colunas do MetroO coordenador interino do Gabinete para as Infra-estru-turas de Transportes garantiu que cerca de 80% das obras de instalação das colunas do Me-tro estão concluídas. Pág. 7

Associação turística quer carreiras só para visitantes Última

QUASE 60% DAS QUOTAS FICARAM POR PREENCHER

Pág. 3

Pág. 5

Novo Macau procura financiamentopara se autonomizar de deputados

02 JTM | LOCAL Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015

JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Dinis • Director: Sérgio Terra • Grande Repórter: Fátima Almeida • Redacção: André Jegundo e Pedro André Santos (Editores), Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

ENTREGUE PETIÇÃO AO GOVERNO

Moradores contestam qualidade de casas em Seac Pai Van Os moradores do Edifício Koi Ngan, em Seac Pai Van, entregaram uma petição ao Governo com o intuito de chamar a atenção para os problemas de qualidade das fracções. Na petição, exortam o Executivo a fazer testes no edifício por forma a evitar um caso semelhante ao do Sin Fong Garden

Despesas dos visitantes entram em desaceleraçãoOs gastos totais dos visitantes cresceram quase 4% em 2014 mas a despesa “per capita” diminuiu mais de 20%, indicam dados oficiais

A despesa total dos visitantes chegados a Ma-cau em 2014, excluindo o jogo em casino, au-mentou 3,7% para 61.749 milhões de patacas,

contra cerca de 59.540 milhões em 2013, apesar de uma forte quebra no último trimestre do ano, reve-lam estatísticas oficiais.

Segundo dados da Direcção dos Serviços de Es-tatística e Censos (DSEC), ao longo do ano passa-do, os turistas gastaram 50.883 milhões de patacas, mais 2,6%, enquanto os excursionistas despenderam 10.866 milhões de patacas, mais 9,1%.

No entanto, atendendo aos números do quarto trimestre, as despesas totais dos visitantes recuaram 13,9% para 14.054 milhões de patacas quando com-paradas com os 16,32 mil milhões de patacas contabi-lizados no período homólogo de 2013.

Já as despesas dos turistas caíram, entre Outubro e Dezembro do ano passado, 17,7% para 11.058 mi-lhões de patacas, enquanto os gastos dos excursio-nistas subiram 4,2% para 2.995 milhões de patacas.

Por outro lado, a despesa “per capita” diminuiu 3,5% para 1.959 patacas no cômputo geral de 2014,

ano em que Macau recebeu cerca de 31,5 milhões de visitantes, e no último trimestre do ano passado a queda atingiu os 20,2% para 1.757 patacas.

De acordo com os mesmos dados, a despesa “per capita” dos visitantes da China Continental fixou-se em 2.038 patacas no quarto trimestre de 2014, tradu-zindo uma descida anual de 27,3%, enquanto que a dos visitantes chineses portadores de visto indivi-dual caiu 10% para 2.618 patacas.

O declínio estendeu-se também à despesa “per capita” dos visitantes provenientes do Japão (1.716 patacas), Taiwan (1.510 patacas) e Hong Kong (912 patacas).

Em contrapartida, registaram-se subidas de 10,2% e 5,1%, respectivamente, nos gastos “per capita” dos visitantes de Singapura (1.977 patacas) e da Malásia (1.718 patacas).

A DSEC salienta ainda que a despesa “per capi-ta” dos visitantes que percorreram longas distâncias, sobretudo oriundos do Reino Unido, aumentou 19% para 1.518 patacas.

No quarto trimestre, as despesas “per capita” dos

turistas e excursionistas atingiram 3.082 e 679 pata-cas, respectivamente, assinalando descidas homólo-gas de 18,4% e 8,9%.

No período em análise, os gastos dos visitantes foram canalizados sobretudo para compras (45,3% do total), alojamento (26,9%) e alimentação (19,9%). No entanto, a despesa “per capita” dos visitantes em compras desceu 27,4% para 796 patacas, e envol-veu essencialmente alimentos/doces (26,1%), jóias/relógios (18,6%) e produtos cosméticos/perfumes (16,9%).

Com base nos resultados do “Inquérito aos Co-mentários dos Visitantes” referente ao quarto trimes-tre de 2014, a DSEC indicou, por outro lado, que os visitantes ficaram satisfeitos com os serviços e as ins-talações dos hotéis e similares (88,2%, ou seja mais 2,3 pontos percentuais do que no terceiro trimestre de 2014) e os serviços das lojas (82,0%, ou mais 0,7 pontos). Por seu turno, apenas 40,4% consideraram que os lugares turísticos eram suficientes (-6,5 pon-tos) e 18,8% sugeriram que os serviços dos transpor-tes publicos devem ser melhorados (+1,8 pontos).

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NGViviana Chan

Um grupo de moradores do Edifício Koi Ngan, que integra o comple-

xo de habitação económica de Seac Pai Van, queixou-se ao Executivo através de uma pe-tição na qual coloca em causa a qualidade das fracções do imóvel. O alerta surge cerca de uma semana depois de ter circulado nas redes sociais uma fotografia que colocou “o dedo na ferida”, mostrando sa-cos entre as paredes para “en-cher”.

Apesar do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-es-truturas (GDI) e o Instituto da Habitação (IH) terem garan-tido que estão a acompanhar o caso, o grupo de moradores declarou ter já perdido a con-fiança no Governo. Numa peti-ção ontem entregue ao Executi-vo, os residentes denunciaram exemplos de mosaicos caídos, instalações eléctricas com defi-ciências e inundações nas habi-tações, entre outros problemas. Assim, pedem ao Governo que contrate uma terceira entidade para fazer exames de quali-dade ao edifício, consideran-do que os construtores terão, eventualmente, que assumir a

sua responsabilidade.O Executivo tem vindo a

garantir que a estrutura prin-cipal do edifício não evidencia problemas, uma opinião que merece discórdia por parte dos moradores, que classificam a situação de “inaceitável”. Para além disso, advertem que não pretendem ver-se envolvidos num caso semelhante ao do Sing Fong Garden.

A questão dos transportes no local foi também abordada

pelos residentes, que consi-deram que a falta de locais de estacionamento tem pressiona-do bastante os moradores do edifício. Na petição é mesmo recordado um vídeo que mos-tra uma altercação entre um segurança e um morador num parque de estacionamento em Seac Pai Van.

A petição refere ainda pro-blemas nos espaços comerciais, com os moradores a lamen-tarem que a maioria das lojas

esteja fechada a maior parte do tempo.

O deputado Ho Ion Sang manifestou também a sua preo-cupação sobre a qualidade da habitação publica. Através de uma interpelação escrita, Ho Ion Sang considerou que, ape-sar de o Governo ter mantido o mesmo critério para as habi-tações publicas e privadas, têm sido levantadas várias ques-tões em relação à qualidade de algumas delas.

O deputado recorda ainda que, segundo a legislação em vigor, os construtores devem oferecer pelo menos dois anos de garantia em relação à qua-lidade da obra. Dessa forma, entende que deveria ser criado um regime de responsabiliza-ção para estes casos, bem como um mecanismo de selecção de construtores, incluindo um banco de dados para os melho-res candidatos para as obras públicas.

Moradores denunciam casos como paredes de “papelão”

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 03

Estratégia para as indústrias culturais é alvo de debate

A aposta do Fundo das Indústrias Culturais (FIC) em plataformas de serviços poderá originar uma nova “classe de intermediários” e prejudicar criadores locais com percurso e investimento feito na área, alertam profissionais do sector ouvidos pelo JORNAL TRIBUNA DE MACAU. O FIC deverá divulgar em breve os resultados das candidaturas mas a estratégia que está a ser seguida para colocar Macau no mapa das indústrias criativas gera dúvidas e preocupações. Outros responsáveis ligados ao sector dizem ser necessário esperar para ver qual será o resultado das candidaturas

André Jegundo

CRIADORES MANIFESTAM DÚVIDAS SOBRE DESTINO DOS APOIOS

Estratégia do Fundo das Indústrias Culturaisgera preocupações no sector

Artistas e criadores locais estão preocupados com a estratégia do Fundo das Industrias Culturais (FIC) na atribuição dos apoios financeiros para o

sector. Os responsáveis do Conselho de Administração do FIC têm sublinhado que o Fundo vai ser aproveitado para estimular a criação de plataformas de serviços que favoreçam o aparecimento de projectos com viabilida-de comercial, porém, há quem considere que a estraté-gia vai promover uma “nova classe de intermediários” e prejudicar os artistas e criadores locais que mais têm investido no sector ao longo dos anos.

O desenvolvimento de “plataformas de serviços das indústrias culturais” é um dos objectivos inscritos no re-gulamento do fundo e o presidente do Conselho de Ad-ministração do FIC, Leong Heng Teng, tem referido que uma parte significativa dos apoios será canalizada para este tipo de entidades. O arquitecto Rui Leão considera, no entanto, que a aposta é “errada” e vai contribuir para “nivelar por baixo o sector”, uma vez que há muitos no-vos actores a aparecer, “sem qualificações e provadas dadas”, e que estão a concorrer ao FIC “atraídos” pelas verbas que foram disponibilizadas pelo Governo.

“A partir do momento em que os apoios apareceram houve uma série de actores que apareceram no mercado. Parece que subitamente somos uma cidade repleta de gente criativa. O Governo de Macau tem que reconhecer e premiar quem já está no sector, quem tem formação e currículo na área, para fazer este tipo de investimentos”, afirma Rui Leão.

As reservas são partilhadas pelo designer e artista visual Fortes Pakeong Sequeira, que teme que a aposta nas plataformas de serviços acabe por prejudicar projec-tos apresentados por artistas locais profissionais, e que contam com uma “vida inteira” dedicada à criação e ao desenvolvimento do sector cultural no território. “Há muitas pessoas que surgiram e que são novas nesta área das industrias culturais. Constato que algumas não têm qualquer preparação ou percurso artístico e que estão a perseguir unicamente um objectivo comercial”, lamenta.

O designer sustenta que devia haver mais pessoas ligadas ao sector artístico e cultural nos júris dos concur-sos e apela ao Governo e aos responsáveis do FIC para fazerem um “esforço” na “distinção qualitativa” dos projectos que se candidataram ao fundo.

Na avaliação dos projectos, acrescenta Fortes Pakeong Sequeira, deve ser ponderada não só a viabi-lidade comercial dos mesmos mas também a qualida-de artística. “Sabe-se que o Fundo tem esta perspectiva comercial, muito orientada para o desenvolvimento de produtos, o que não acho negativo. Agora, na raiz tem que haver arte, tem que haver pertinência artística”, acrescenta.

Estando o território a dar os primeiros passos para lançar as industrias culturais, Rui Leão diz que o está em causa é a “estratégia” a seguir para o desenvolvi-mento do sector. Elogiando o papel que o fundo pode desempenhar no financiamento de projectos culturais com uma componente comercial, Rui Leão alerta para a necessidade de se fazer uma aposta “na qualidade”,

dando “fôlego” e “meios” a muitos profissionais ligados às artes criativas e que têm formação e um percurso pro-fissional e artístico. Só dessa forma, aponta, será possível assegurar que o sector das industrias criativas de Macau se possa colocar ao mesmo nível de outros pólos como Hong Kong, Banguecoque, Taiwan ou Japão.

“Os modelos de sucesso são esses, não há outros. Há depois a possibilidade, e é isso que me preocupa, que se vá investir nesta ideia das plataformas, que são galerias, bases de serviços, de logística. São serviços de apoio e gestão mas que são feitos por quem? Na realidade não é preciso ter nenhuma formação na área nem nenhuma visão qualitativa do que são as industrias criativas para se ter uma galeria ou um escritório de apoio a serviços de artistas”, refere.

“É preciso esperar para ver”Se o FIC privilegiar unicamente estes actores, aponta

Rui Leão, isso irá criar “uma classe de intermediários” no sector criativo, que serão “os unicos a mexer no di-nheiro” e a “tomar decisões estratégicas” em relação a uma área que “desconhecem completamente”. O arqui-tecto lamenta também que os responsáveis pelo Fundo não tenham definido uma postura “clara” em relação à estratégia que será seguida.

O cineasta Albert Chu, da “Cut Association”, acres-centa que os regulamentos do FIC “não são muito claros” em relação aos critérios que serão seguidos na atribuição dos apoios, referindo que na área do cinema as fronteiras entre a componente comercial e a intenção artística do projecto são ainda mais difíceis de analisar. “É preciso es-perar para ver as propostas que serão aprovadas para se

poder analisar os critérios que foram seguidos e os sec-tores que foram alvo de uma aposta mais forte”, aponta.

Manuel Correia da Silva, do atelier “Lines Lab”, su-blinha também que só depois de conhecidos os apoios atribuídos pelo Fundo será possível fazer uma avalia-ção, admitindo no entanto que o Governo terá que fazer “opções” uma vez que os fundos “não são ilimitados”. O plano de negócio dos projectos e a inovação dos mes-mos são alguns dos critérios que considera que devem ser tidos em conta na avaliação das candidaturas, para além do “currículo” dos proponentes e da qualidade do trabalho que têm desenvolvido. “Nesta cidade em que toda a gente conhece toda a gente julgo que é algo relati-vamente fácil de se fazer”, acrescenta.

A designer Clara de Brito, também fundadora do “Lines Lab”, diz-se “atenta” e “expectante” em relação aos projectos que poderão vir a ser apoiados pelo Fundo. Considerando que não é negativo que haja uma “foca-lização na sustentabilidade financeira dos projectos” e uma preocupação em privilegiar a “criação de pontes e sinergias entre áreas profissionais e do saber”, a designer diz “confiar” nas decisões que serão tomadas. “Há um painel de pessoas inteligentes e com conhecimento que está a decidir e estou curiosa de ver os resultados que vão surgir”, sustenta.

Questionado pelo JORNAL TRIBUNA DE MACAU, o secretariado do FIC limitou-se a referir que, de acordo com o regulamento, os apoios serão atribuídos a empre-sas comerciais, detidas quer por pessoas singulares ou colectivas, acrescentando que financiamentos a artistas em nome individual para projectos específicos são tam-bém atribuídos pelo Instituto Cultural.

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Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 201504 JTM | LOCAL

Acção Ordinária nº CV3-14-0042-CAO 3° Juízo Cível

Autor: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, SA, com sede na Avenida Almeida Ribeiro, 22 em Macau.Réus: JASON CRAIG RIDDELL e mulher JACQUELINE MARIE RIDDELL, com última residência conhecida na Rua de Nam Keng, Edifício Nova City, Bloco 6, 17º D em Macau, ora ausente em parte incerta.

FAZ-SE SABER QUE, por esta Secção, correm éditos de TRINTA DIAS, contados da segunda e última publicação do anúncio, citando os Réus acima identificados, para no prazo de TRINTA DIAS, decorrido que seja os dos éditos, contestarem a Acção Ordinária, cujo pedido resumidamente consiste em:

Serem os réus condenados a pagar ao autor a quantia de MOP$64.662,41, a que acrescem os juros que se forem vencendo, à taxa anual de de 29,25% após a propositura da acção e até integral pagamento, o respectivo imposto de selo que sobre os mesmos incide, excepto se à operação for aplicável alguma isenção e, ainda, as custas e condigna procuradoria.

Pelos fundamentos constantes da petição inicial que se encontram á disposição dos citandos nesta Secção.

A intervenção dos citandos nos autos implica a constituição de advogado - artº 74º do Código Processo Civil de Macau.

RAEM, 02 de Fevereiro de 2015.

O Juiz de Direito a) Carlos Armando da Cunha Rodrigues de Carvalho

O Escrivão Judicial Principala) Acácio Coelho

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

“JTM” - 25 de Fevereiro de 20151ª Vez1ª Vez “JTM” - 25 de Fevereiro de 2015

Divisão de coisa comum nº CV1-12-0080-CIV-A 1° Juízo CívelRequerente: 1. IEONG VUN IONG, viúva, titular do BIRP da RAEM, residente em Macau.2. TANG PUI SENG, casado, titular do BIRP da RAEM, residente em Macau3. WONG TANG SIO LENG, casada, titular do BIRP da RAEM, residente em Macau4. TANG PUI LOK, casado, titular do BIRP da RAEM, residente em Macau5. TANG FRANCISCO, casado, titular do BIRP da RAEM, residente em Macau6. TANG PUI KONG, divorcidado, titular do BIRP da RAEM, residente em Macau.Requeridos: 1. TANG PUI KUAN, casado, titular do BIRP da RAEM, residente em Macau.2. TANG VAI CHENG, casada, titular do BIRP da RAEM, residente em Macau.3. TANG VAI MENG, casada, titular do BIRP da RAEM, residente em Macau.4. TANG WAI KUN INÊS, viúva, titular do BIRP da RAEM, residente em Macau.

FAZ SABER que nos autos supra referenciados, pendentes no 1º Juízo Cível deste Tribunal, foi decretada a venda por meio de propostas em carta fechada, do seguinte:

ImóvelDenominação da fracção autónoma: “F3” do 3º andar “F”.Situação: em Macau na Rua do Barão, nºs 10 a 10D.Fim: Habitação.Número de matriz: 022851.Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: Nº 20873 de fls. 48v. do Livro B46.Número de inscrição da propridadde horizontal: Nº 8710 da fls. 144v. do Livro B9.Número de inscrição da proprietário: Nº 273102G.O valor base da venda é de: Quatro Milhões, Setecentas e Quarenta e Sete Mil, Duzentas Patacas (MOP4.747.200,00).

São convidados todos os interessados na compra daquele bem a entregarem na Secretaria deste Tribunal as suas propostas até ao dia 16 de Março de 2015, pelas 9:30 horas, devendo o envelope da proposta conter a indicação “Proposta em Carta Fechada”, bem como o número do respectivo processo.

A abertura das propostas realizar-se-á neste Tribunal na data e hora acima mencionadas, podendo os proponentes assistir ao acto.

Durante o prazo dos editais e anúncios, é o interessado TANG PUI SENG obrigado a mostrar os bens a quem pretenda examiná-los.

Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., aos 13 de Fevereiro de 2015. .

A Juiz de DireitoAna Meireles

A Escrivã Judicial Principal,Fernanda Branco

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

1ª Vez “JTM” - 25 de Fevereiro de 2015

Acção Ordinária nº CV2-14-0028-CAO 2° Juízo CívelAutores: LOK WAI UN (陸惠源), masculino, de nacionalidade chinesa, residente em Macau, na Areia Preta, Edifício Alameda da Tranquilidade, Bloco I, 13º andar A;COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO URBANA SEK NGA, LDA. (式雅建築工程有限公司), sociedade comercial registada na Conservatória do Registo Comercial de Bens Móveis sob o nº 22989 (SO), com sede em Macau, na Avenida de Marciano Baptista, nº 26, Centro Comercial Chong Fok, 5º andar G.Rés: COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO JUN HE LIMITADA. (浚和建築工程有限公司), sociedade comercial registada na Conservatória do Registo Comercial de Bens Móveis sob o nº 14774 (SO), com última sede conhecida em Macau, na Avenida de Marciano Baptista, nº 26, Centro Comercial Chong Fok, 5º andar G;LAM WAI MAN (林慧敏), feminino, de nacionalidade chinesa, residente em Macau, na Estrada da Vitória, nº 26, Edifício Jardim da Vitória, 4º andar N.

Correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando a ré COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO JUN HE LIMITADA. (浚和建築工程有限公司), para no prazo de trinta (30) dias, findo dos éditos, contestar, querendo, a acção supra identificada, instaurada pelos fundamentos constantes da petição inicial, cujo pedido resumidamente consiste em:

Ser proferida sentença que condene as Rés a pagarem, solidariamente, aos Autores a quantia de MOP3.113.281,84 (Três Milhões, Cento e Treze Mil, Duzentas e Oitenta e Uma Patacas e Oitenta e Quatro Avos), acrescida dos juros de mora que se forem vencendo desde a data da citação até efectivo e integral pagamento à taxa legal aplicável, bem como no pagamento de custas e condigna procuradoria e demais legal.

Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta secretaria nas horas normais de expediente.

Mais, caso contestar, é obrigatória a constituição de advogado (nos termos do artº 74º do C.P.C.M.).

Macau, em 13 de Fevereiro de 2015. .

O Juiz,Jerónimo Santos

O Escrivão Judicial Adjunto,Chiu ka Ian David

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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LEI CHENG I EXORTA GOVERNO A REVER CONTRATO

Deputada quer ver SJM a suportar custos dos serviços de dragagemA SJM deve assumir as despesas dos serviços de dragagem em torno de Macau, defende a deputada Lei Cheng I, contestando a isenção fiscal de 1% concedida à empresa

Liane Ferreira

Lei Cheng I, deputada da Assembleia Legislativa e representante da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) exortou o Governo

a aproveitar a revisão das licenças de jogo para avaliar a situação da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) relativa-mente às obrigações resultantes da realização de obras de dragagem, que pertenciam inicialmente à Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) – empresa que detém a maioria do capital da SJM - mas que passou a assumir após uma alteração ao seu contrato de concessão de jogo em 2013.

A deputada contesta assim o facto do universo em-presarial fundado por Stanley Ho pagar apenas 1,4% das suas receitas em contribuições (para a segurança social, desenvolvimento urbano e promoção turística), quando as restantes operadoras de jogo estão obrigadas a contri-buir com 2,4%.

“O problema é que ao longo dos anos as receitas das operadoras de jogo cresceram imenso e em 2013 o mon-tante relativo ao 1% de isenção da STDM já atingiu 900 milhões de patacas. Para além disso, se calcularmos o crescimento acumulado de 2008 a 2013 na dragagem vê--se que atinge os 210%”, afirmou Lei Cheng I, numa inter-pelação escrita dirigida ao Executivo da RAEM.

A representante de uma das principais associações de Macau sublinhou ainda que os custos dos serviços de dragagem crescem muito e a operadora de jogo recebe grandes lucros, estando tanto o serviço como a taxa es-pecial do contrato de atribuição de licença assentes num mecanismo flutuante, no qual os dinheiros publicos são utilizados para pagar o serviço de dragagem.

Nesse contexto, a deputada considera que a SJM deve assumir o pagamento dos serviços de dragagem e in-dagou o Governo sobre a posição que irá adoptar sobre

essa matéria. “As autoridades vão ou não avaliar o facto da isenção de 1% e os custos da dragagem serem muito elevados?”.

Para além disso, questionou o Executivo sobre uma eventual alteração às práticas associadas ao contrato con-junto de serviços de dragagem e jogo no âmbito da re-visão a médio prazo das concessões para a operação de casinos no território. Do mesmo modo, inquiriu sobre a possibilidade de vir a ser dado algum género de explica-ção à população sobre os custos desse serviço.

Lei Cheng I aproveitou também a oportunidade para relembrar o caso de uma disputa laboral, envolvendo mais de 40 trabalhadores dos barcos de dragagem, que veio a publico em Março de 2014. Para a deputada, o Go-verno como entidade contratante “tem a responsabilida-de de supervisionar não apenas a qualidade dos serviços, mas também de promover o bom tratamento dos funcio-nários do mesmo serviço”.

“O Governo vai ou não dar prioridade ao tratamento dos empregados desses serviços na revisão do contrato de concessão de serviços, para promover a melhoria contí-nua das condições de trabalho, para que os trabalhadores não residentes possam usufruir os resultados do cresci-mento desenvolvimento?”, questionou.

Recorde-se que os trabalhadores apresentaram uma queixa na Direcção dos Serviços para os Assuntos Labo-rais (DSAL), devido àquilo que consideraram ser um caso injusto de despedimento e tratamento laboral, depois de terem passado de contratos permanentes na STDM para temporários na SJM. Aqueles que pediram uma indem-nização consoante os anos de trabalho, foram rejeitados e despedidos.

Na altura, a STDM afirmou que iria pagar uma “in-demnização justa” e que a transferência de pessoal iria re-sultar num aumento salarial, no entanto, a falta de acordo quanto à compensação motivou o despedimento.

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 05

GRUPO QUER SER MAIS DO QUE UM “CLUBE” PARA TROCA DE IDEIAS

Novo Macau vai procurar financiamento para não depender de deputadosA Associação Novo Macau quer tornar-se uma entidade mais institucional e partidária, ao invés de funcionar apenas como palco para encontros e troca de ideias, tal como foi definida pelos fundadores há 23 anos. A nova liderança da Novo Macau vai arranjar diversas formas de financiamento argumentando que não “é seguro” depender apenas dos contributos de Ng Kuok Cheong e Au Kam San, deputados que já se demarcaram da linha mais radical da associação

Fátima Almeida

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JTM

Consulta pública sobre proposta contra assédio

Jason Chao reiterou a intenção de lançar uma consulta pública sobre a criação de uma proposta de lei para prevenir o assédio sexual e espera que algum deputado possa apresentar o projecto à Assembleia Legisla-tiva. O activista disse que Ng Kuok Cheong lhe perguntou sobre o ras-cunho do projecto de lei, o que mostra que há interesses comuns em torno de alguns planos, apesar das divergências internas na Associação Novo Macau. “Estou a trabalhar nesta proposta. Vamos ver se algum dos deputados apresenta este projecto [na AL] em nome da associação”, re-feriu Jason Chao.

Construtora Ho Chun Kei exige um milhão a Jason Chao

O processo está em fase de instrução, mas Jason Chao disse ontem que a Companhia de Construção e Investimento Ho Chun Kei pediu um milhão à Associação Novo Macau por difamação, num caso relacionado com o projecto de reordenamento da zona norte da Taipa. Em Janeiro do ano passado, Jason Chao afirmou que o envolvimento da Ho Chun Kei com estes terrenos eram a prova de que o Governo estava “a fazer um plano feito à medida para beneficiar os seus amigos, que são promotores imobiliários”. Depois das declarações de Jason Chao e das acções promovidas pelo activista, convic-to que havia conluio neste processo aprovado antes da entrada em vigor da Lei do Planeamento Urbanístico, a empresa apresentou queixa junto do Ministério Público contra Jason Chao e Bill Chou, acusando-os da prática de crime de difamação.

No Ano da Cabra, a Associação Novo Macau (ANM) pretende mudar o rumo da sua defini-

ção: de um “clube” de troca de ideias, construído por deputados como Ng Kuok Cheong e Au Kam San, para uma entidade mais institucional e partidária. Jason Chao, antigo presidente da Novo Macau e actual membro da direcção, disse ontem aos jornalistas que o gru-po, cada vez mais jovem, quer construir uma associação virada para o futuro e que não dependa exclusivamente dos deputados que a fundaram e de quem se demarcaram devido às diferentes vias para manifestarem as suas visões políticas e sociais.

Neste sentido, o actual presidente da Associação Novo Macau, Sulu Sou, está a encetar “uma série de reformas”, nomeadamente ao nível de uma nova estratégia de angariação de fundos, que permita obter um orçamento além do contributo monetário atribuído pelos deputados. “Ao nível da parte finan-ceira, dependemos exclusivamente das doações dos deputados [Au Kam San e Ng Kuok Cheong], que contribuem com um quinto do seu salário [cerca de 10.000 patacas por mês cada um], mas não é seguro”, disse Jason Chao.

A ANM quer prevenir-se desde já para as eventualidades, nomeadamen-te a possibilidade dos dois deputados poderem não ser reeleitos daqui a dois anos. “Sulu Sou está a analisar algumas formas de desenvolvermos programas de angariação de fundos para no caso dos deputados perderem o lugar na AL, em 2017, a Novo Macau continue a ser sustentável”, explicou Jason Chao, que ontem esteve na conferência de impren-sa ao lado de Sulu Sou.

Para conseguir arrecadar mais di-nheiro, a associação planeia organizar jantares de angariação de fundos ou re-ceber doações de várias pessoas. Outra das intenções do grupo é elevar as quo-tas que são cobradas aos membros e as quais não são revistas há 10 anos. “Ac-tualmente os nossos membros pagam 200 patacas por ano, valor fixado há uma década. Este ano, Sulu Sou propôs

uma subida para as 400 patacas”, disse Jason Chao, explicando que tal medida não foi efectivada por falta de mem-bros para votar esta moção. “Quando a moção estava para ser votada, Au Kam San foi-se embora e então não tínhamos membros suficientes para mudar esta situação. Por isso, o valor cobrado con-tinua nas 200 patacas”, explicou.

Jason Chao deu conta que os depu-tados da associação são contra esta mu-dança, uma vez que consideram que a subida do valor das quotas irá voltar a associação para as elites. Este é apenas mais um dos pontos de discórdia, que levaram a uma separação visível entre os fundadores da associação - que este ano entra no 23º aniversário - e as últi-mas duas direcções, lideradas por pre-sidentes mais jovens. “A separação foi motivada por eles e não por nós”, disse Jason Chao quando questionado sobre os motivos de ouvirmos um discurso cada vez mais negativo em relação a Ng Kuok Cheong e Au Kam San.

O distanciamento entre o passado e

o presente vai adensar-se ainda mais, à medida que a nova direcção assume as rédeas da associação, uma vez que já assumiu ter o objectivo de mudar a sua base de actuação. “No passado, Ng Kuok Cheong, dirigiu a associação, de-liberadamente, como um ‘salon’ para um encontro casual de troca de opiniões, mas nós não apreciamos esta ideia, por-que queremos que a associação seja mais sustentável”, vincou Jason Chao.

O ex-presidente da Associação Novo Macau explica que “os resultados das eleições são sempre imprevisíveis pelo que não é sustentável que estejam ape-nas dependentes de dois doadores”. Este dinheiro mensal faz parte das re-gras da associação, mas Jason Chao referiu que “ninguém pode ter a certe-za que não cortem essa contribuição”. “Depois da separação oficial da associa-ção, acidentes podem acontecer”, disse.

O ainda membro da direcção da Novo Macau deu conta que Au Kam San deixou de pagar a sua contribuição mensal durante um período de tempo,

mas depois de receber um alerta aca-bou por comprometer-se a dar, durante estes dias, o total em falta.

Questionado sobre qual a opinião de Ng Kuok Cheong e Au Kam San face a estas mudanças, Jason Chao mencio-nou que os deputados não tecem co-mentários sobre as actividades, embora estejam aptos para ajudar nalguns pro-jectos (ver caixa). O JORNAL TRIBU-NA DE MACAU tentou contactar Ng Kuok Cheong e Au Kam San, mas sem sucesso até ao fecho desta edição.

A Associação Novo Macau acredita que depois da campanha que liderou com sucesso contra o regime de garan-tias para os titulares dos altos cargos - que moveu milhares de pessoas num protesto que teve um adesão recorde na era da RAEM - as autoridades adensa-ram a sua perseguição aos dissentes. A ANM frisa, porém, que “os casos con-tra os membros da associação têm-se tornado mais desafiadores” para que devotem a sua atenção “na luta pela justiça social, reforma política e diver-sificação das industrias”.

Depois de se mobilizarem, em Maio, contra um regime que previa beneficiar os dirigentes do Governo – e que aca-bou por ser retirado da AL face à con-testação – a Associação Novo Macau diz ter recebido cerca de 50.000 patacas em doações dos cidadãos, sendo que 40.000 diziam respeito a um donativo singular.

Actualmente a ANM tem no seu quadro 90 membros, mas para este ano pretende “encorajar” novamente “a geração mais jovem a acreditar na sua capacidade de mudar o status quo”. “Estejam preparados para falar por vo-cês mesmos, pela sociedade e pelo de-senvolvimento sustentável de Macau, tendo em conta a realidade da falta da nossa representatividade no Governo e na Assembleia Legislativa”, exortou a associação.

A Novo Macau antecipa fenómenos sociais e políticos caóticos neste ano da Cabra, num tempo em que as receitas do jogo se movem de um passado de forte crescimento para a estabilização. “Não sejam ovelhas silenciosas para exploração dos outros”, apelaram ain-da os dirigentes da ANM.

Sulu Sou e Jason Chao querem que a Associação Novo Macau seja “mais sustentável”

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 201506 JTM | LOCAL

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informar que Sexta-feira, dia 27 de Feveereiro,

pelas 18 horas, será rezada na Sé Catedral

uma missa pelo repouso da alma do seu ente querido que faleceu

no dia 16 de Fevereiro.

A família enlutada agradece antecipadamente a todos

quantos se queiram associar a este piedoso acto.

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ARQ

UIVOAPOSTADOR BURLADO EM 800 MIL HKD

Fugiu com as fichase deixou código falsoUm indivíduo do Continente foi detido por suspeita de burla qualificada num casino, após ter sugerido à vítima a utilização de um cartão “UnionPay” para obtenção dos 800 mil dólares de Hong Kong prometidos em troca de fichas de jogo. Porém, forneceu-lhe um código falso

A Polícia Judiciária de-teve na segunda-fei-ra um homem sus-

peito de burlar em 800 mil dólares de Hong Kong outro cidadão da China Continen-tal num casino.

O detido abordou a ví-tima dizendo que tinha 670 mil renminbis que pretendia trocar por fichas no valor de 800 mil dólares de Hong Kong, proposta que o lesado aceitou. Segundo a vítima, foi-lhe dito que seria feita uma transferência com re-curso ao telemóvel, porém, essa operação não se concre-tizou, facto que o suspeito atribuiu a falhas na rede de telecomunicações naquela zona do casino.

Assim, o suspeito terá proposto a utilização de um cartão “UnionPay” para o lesado obter os fundos, fornecendo-lhe um falso có-digo de acesso. Antes de se dirigir a uma máquina para levantar o dinheiro, a vítima terá entregue as fichas ao detido, que fugiu do local de imediato.

As autoridades intercep-

taram o suspeito no Aero-porto de Macau quando ten-tava sair do território.

Furtou fichas de bolso de casaco

Noutro caso, uma resi-dente de 51 anos foi detida no domingo por suspeitas de furto de fichas avaliadas em 200 mil dólares de Hong Kong que se encontravam no bolso do casaco de um homem que jogava num casino do NAPE. Imagens das câmaras de vigilância a que a Polícia Judiciária teve acesso mostraram o indiví-duo oriundo da China Con-tinental a guardar as fichas no bolso do casaco que pou-sou em seguida sobre uma cadeira enquanto jogava. Segundos depois, a suspeita retirou as fichas. A mulher foi interceptada no Posto Fronteiriço das Portas do Cerco quando tentava sair de Macau.

Investigações das autori-dades concluíram que a de-tida estava proibida de en-trar no casino onde cometeu o delito. I.A.

USOU PAPEL ESPESSO PARA IMPEDIR PASSAGEM DE NOTAS

Segurança do Museu Marítimo “bloqueou” dinheiro do cofreUm segurança do Museu Marítimo foi detido ontem pela Polícia Judiciária por alegado furto de 30.000 patacas do cofre em três dias. O suspeito terá colocado um papel espesso na ranhura que separa os dois andares do cofre para impedir que o dinheiro passasse do primeiro andar para o piso térreo da caixa-forte, ao qual não tinha acesso

A Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem um homem de 27 anos, oriundo da China Continental, suspeito de ter furtado 30.000

patacas do cofre do Museu Marítimo entre quinta--feira e sábado.

O suspeito, que exercia funções de segurança no Museu, tinha como uma das suas funções reco-lher as receitas do dia e colocá-las no primeiro piso do cofre. O dinheiro devia ser transposto automa-ticamente para o piso térreo da caixa-forte através de uma ranhura que foi coberta pelo indivíduo com recurso a um papel espesso.

A primeira tentativa de furto ocorreu na quar-ta-feira, porém, o material introduzido no cofre não era suficientemente espesso para suportar o peso do dinheiro, que acabou por passar pela abertura em direcção à zona do cofre a que só têm acesso altos responsáveis do Museu.

Já na quinta-feira o esquema deu resultado e o suspeito repetiu a acção ao longo de três dias. Funcionários do Museu que se apresentaram on-tem ao trabalho, após as celebrações do Ano Novo

Lunar, aperceberam-se da falta do dinheiro e apre-sentaram uma queixa à PJ, que se dirigiu ao local e deteve o suspeito.

Segundo as autoridades, o homem confessou o furto e alegou que já tinha gasto todo o dinheiro no jogo. Vai agora ser presente ao Ministério Publi-co por furto qualificado.

Ferido com lâmina por carteiristaUm residente de 46 anos foi ferido numa mão

com uma lâmina quando tentava impedir o furto de uma carteira que continha 6.000 patacas num autocarro.

O incidente aconteceu na quarta-feira, pelas 16:00, e foi denunciado de imediato às autorida-des. No local, a vítima do furto identificou o sus-peito que foi detido. Porém, após uma revista ao autocarro a carteira da mulher de 43 anos não foi encontrada. A PSP admite, por isso, que o furto terá sido realizado por um grupo de carteiristas.

O passageiro agredido teve de receber assistên-cia hospitalar. I.A.

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 07

ESBOÇO FINAL DO PROJECTO PODERÁ SURGIR EM BREVE

Instaladas 80% das colunas do Metro na TaipaO coordenador interino do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes planeia ter em breve um esboço final do sistema do Metro Ligeiro. O Governo pretende iniciar a montagem dos carris do Metro na Taipa no segundo semestre deste ano

Viviana Chan

Ho Cheong Kei, coorde-nador interino do Ga-binete para as Infra-es-

truturas de Transportes (GIT), garantiu que cerca de 80% das obras de instalação das colunas do Metro Ligeiro na Taipa estão concluídas, acreditando que terá um esboço final brevemente.

Actualmente, as obras da construção de algumas pla-taformas já estão a decorrer, perspectivando-se que no se-gundo semestre comecem a ser montados os carris da linha do Metro. Em relação ao segmento da península de Macau, o res-ponsável referiu que desenho da parte sul vai ficar concluída igualmente no segundo semes-tre de 2015, iniciando-se de se-guida os trabalhos do concur-so público para contratar um construtor.

Ao intervir num progra-ma radiofónico da TDM, Ho Cheong Kei garantiu que os atrasos nas obras do Metro Li-geiro serviram de lição e o or-ganismo governamental irá pe-

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ARQ

UIVO

Ng Kuok Cheong apreensivocom mudanças no CPU

A revogação do secretariado do Conselho do Planeamento Urbanístico tem vindo a dividir opiniões. O deputado Ng Kuok Cheong receia que a medida possa retirar poder de fiscalização ao órgão

O Governo confirmou ontem, através do Boletim Oficial, que o Chefe do Executivo apro-

vou a revogação do secretariado do Conselho do Planeamento Urbanísti-co (CPU), atribuindo à Direcção dos Serviços dos Solos, Obras Publicas e Transportes (DSSOPT) a função de prestar apoio técnico-administrativo àquele órgão.

A decisão causou alguma apreen-são a Ng Kuok Cheong, colocando em causa a autonomia e poder de super-visão do CPU. Numa interpelação es-crita, o deputado recordou que a cria-ção do secretariado do CPU surgiu na mesma altura do que a do secretariado do Conselho do Património Cultural, existindo ainda outros órgãos simila-res, como o da Ciência e Tecnologia, Assuntos Médicos e Desenvolvimento de Talentos. No entender de Ng Kuok Cheong, o Executivo não referiu ne-nhuma razão válida para explicar a sua decisão, lamentando que tenha sido tomada de forma súbita e sem qualquer tipo de consulta.

Na semana passada, Chui Sai On

negou que a decisão tenha sido toma-da para enfraquecer o poder de super-visão do Conselho e assegurou que a mudança não irá afectar o funciona-mento do órgão. Para além disso, o Chefe do Executivo referiu ainda que a decisão não se aplica apenas ao CPU e a Secretária para a Administração Pu-blica e Justiça irá realizar um estudo para ver se há necessidade de integra-ção dos órgãos consultivos.

Também o investigador Anthony Wong apontou o dedo ao Governo, sustentando que violou a lei em rela-ção ao princípio de justiça e da criação do Conselho, que servia como forma de aumentar a participação do publico.

De acordo com Wong, Macau vive um período de transferência de pode-res e, por isso, existem interesses para retirar as “barreiras” colocadas pelo antigo tutelar da pasta, Lau Si Io. An-thony Wong descarta, contudo, que a ideia tenha passado pelo novo Secretá-rio para os Transportes e Obras Públi-cas, Raimundo do Rosário, que tomou posse recentemente.

V.C.

Mak Soi Kun alerta para riscos ecológicos no COTAIOs trabalhos do Governo não são suficientes para que as aves migratórias prefiram ficar nas Zonas Ecológicas do COTAI, em parte devido à poluição, considera Mak Soi Kun. Para o deputado, deve ser reforçada a cooperação ambiental com Guangdong, incluindo a construção de uma reserva natural na Ilha da Montanha

O deputado Mak Soi Kun ques-tionou o Governo da RAEM sobre a situação do parque na-

tural em Hengqin e apelou a uma atitu-de mais pró-activa relativamente às Zo-nas Ecológicas no COTAI. Lembrando que o Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau prevê a construção de uma reserva natural transfronteiri-ça, um corredor ecológico e a protecção dos recursos para ecoturismo, Mak Soi Kun quer saber em que fase se encon-tram tais projectos.

Numa interpelação escrita, Mak Soi Kun sustenta que a construção de uma zona ecológica natural de longo alcance em Hengqin permitirá destacar as van-tagens da cooperação bilateral e optimi-zar o ambiente ecológico para as aves.

“O Governo deve basear-se no espí-rito do desenvolvimento científico para levar a cabo acções mais activas e prá-ticas, por isso, aconselho que se pense a longo prazo no desenvolvimento do equilíbrio ecológico e sustentável”, re-fere.

Apesar de reconhecer algum méri-to ao trabalho do Governo na protec-ção das zonas ecológicas no COTAI, o deputado frisa que muitos turistas se queixam por não encontrarem lá ani-mais a descansar ou a comer. Para Mak Soi Kun, tal deve-se ao facto do aumen-to das obras no COTAI causar não só poluição do ar, mas também das águas e visual, “tornando-se num problema cada vez mais crítico e que gera dese-quilíbrios nos habitats naturais dos ani-mais e na flora”.

No início de Janeiro, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental indi-cou que foi contabilizada a presença de cerca de 63 colhereiros-de-cara-preta no local, número que apresentava uma tendência crescente desde Outubro de 2014.

Apontando que não existem nume-ros sobre as aves que deixam as zonas ecológicas no COTAI e não regressam, o deputado acredita que procuram refúgio nas áreas circundantes a Hen-gqin. L.F.

dir ao construtor para acelerar as obras, perspectivando-se o aumento de recursos humanos, entre outros. Sobre a construção da oficina do Metro Ligeiro, o coordenador do GIT indicou

que o assunto está ainda em discussão entre o Governo e o construtor, esperando que possa surgir uma solução o mais rápi-do possível.

Em meados de Janeiro, recor-

de-se, um relatório do Comissa-riado de Auditoria referiu que o Governo alterou por 15 vezes a data para entrada em funcio-namento do Metro, estando as obras com um atraso de quase

três anos face à previsão inicial. Segundo o organismo, quatro obras da linha da Taipa, que co-meçaram em 2012 e deveriam ficar prontas este ano, apenas tinham uma taxa de execução efectiva de 2%.

“Farpas” de Susana ChouEntretanto, a antiga presi-

dente da Assembleia Legislativa Susana Chou criticou os gastos do Governo no Metro Ligeiro, bem com os atrasos que a obra tem vindo a registar. No seu blogue, Susana Chou referiu que o projecto tem vindo a ser implementado por “crianças que fazem coisas de adultos”, referindo-se aos dirigentes do Governo.

Susana Chou escreveu ainda que os responsáveis das enti-dades públicas precisam de ter mais conhecimentos, confessan-do-se “chocada” com o facto do Comissariado de Auditoria ter alertado para os custos da cons-trução do projecto, que podem vir a aumentar anualmente em cerca de 100 milhões de patacas, para além do facto de não haver limite para as despesas.

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 201508 JTM | LOCAL

Aniversário da Rádio Universidade de Coimbra terá festa em Macau

MÚSICA VAI PAUTAR OS 29 ANOS DA RÁDIO UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Aniversário com “espírito de Coimbra”A Rádio Universidade de Coimbra (RUC) vai comemorar o seu 29º aniversário no dia 1 de Março, uma festa que se estendeu a Macau por iniciativa de alguns antigos sócios que passaram pela rádio mais mítica da cidade dos “estudantes”

• • • BREVESBanco da China absorve42% dos depósitosO Banco da China (BOC) congrega 42,4% dos depósitos em Macau, o valor mais elevado no âmbito das instituições bancárias do território. Segundo o jornal “Business Daily”, que compilou dados oficiais, o BOC tinha, no final do ano passado, cerca de 341,4 mil milhões de patacas em depósitos. Nos lugares seguintes da lista surgem o Banco Industrial e Co-mercial da China (18,4%), Tai Fung (9%), Luso Internacional (7%) e BNU (5,2%). Peach Aviation pondera voos entre Macau e JapãoA “Peach Aviation”, companhia aé-rea japonesa de baixo custo, demons-trou interesse em lançar voos entre Macau e o Japão, anunciou a CAM--Sociedade do Aeroporto Internacio-nal de Macau. Durante o Festival de Aviação da Ásia, que decorreu em Singapura, responsáveis da CAM também mantiveram contactos com responsáveis de transportadoras da Índia e Indonésia.

Receitas do jogo estão a cair 56%Até segunda-feira, a queda nas recei-tas brutas dos casinos de Macau atin-giu os 56%, noticiou a Rádio Macau, citando fontes do sector do jogo. As fontes contactadas pela Rádio admi-tem que se o mês de Fevereiro termi-nasse com um registo total de 20 mil milhões de patacas “seria já um exce-lente resultado”.

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UIVOPedro André Santos

Sendo uma das cidades portuguesas com maior re-presentação em Macau, foi sem surpresa que nasceu recentemente a Associação de Antigos Estudantes de

Coimbra na RAEM, que conta já com cerca de seis dezenas de membros. Para aqueles que lá viveram, a Rádio Univer-sidade de Coimbra (RUC) tornou-se numa companheira inseparável durante a vida académica, tanto pela música como pelos míticos relatos dos jogos da Académica.

A RUC prepara-se para assinalar o seu 29º aniversário, a 1 de Março, uma data que não passará despercebida tam-bém em Macau, com uma festa marcada para o próximo sábado. “Há aqui um grupo de pessoas - talvez cerca de 20 - que passaram pela Rádio Universidade de Coimbra, e dá--se a coincidência de nos reencontrarmos em Macau”, disse José Carlos Matias ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU. “O Rui Faria sugeriu fazermos aqui uma festa”, prosseguiu, lembrando ainda que “a RUC completa o seu aniversário a 1 de Março, que também é o Dia da Universidade”, surgin-do assim uma ideia “que achámos ser engraçada”.

José Carlos Matias, que teve a sua contribuição na RUC como jornalista e animador, considera que a noite servirá igualmente para “assinalar o aniversário através do espírito da musica” e “da cidade de Coimbra”.

A festa, que conta com o apoio do JORNAL TRIBUNA DE MACAU como “media partner”, está marcada para o próximo sábado, dia 28, devendo prolongar-se pela noite dentro, já que o aniversário é assinalado logo à meia-noite. A “Live Music Association” foi o local escolhido para o pal-co da festa, sendo os próprios antigos jornalistas e sócios da

RUC os DJ’s de serviço. “A ideia é passar musica que invo-ca o som da Rádio Universidade de Coimbra, com pendor para a música independente e alternativa, muito variada e eclética”, adiantou José Carlos Matias.

A iniciativa surpreendeu também a própria RUC, que teve “uma reacção muito positiva”, referiu José Carlos Ma-tias. “Não era uma coisa que estavam à espera e as mensa-gens são de grande simpatia. Curiosamente, vão ter nesse mesmo dia um jantar comemorativo”, acrescentou.

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 09

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ARQ

UIVO

SELECÇÕES DE FUTEBOL PREPARAM JOGOS INTERNACIONAIS

Jogadores sentem-se mais motivadospelos métodos do novo treinadorTam Iao San está há pouco tempo no cargo e já merece elogios pelo seu trabalho. Os jogadores dizem que os métodos nada têm a ver com os anteriores. A selecção A de futebol de Macau defronta hoje uma equipa de Hong Kong

Vítor Rebelo

Estão em franca actividade as duas principais se-lecções de futebol de Macau, A e Sub-23, prepa-rando os próximos compromissos internacionais,

respectivamente a eliminatória para o Mundial e a qua-lificação para o Campeonato da Ásia da categoria.

Os treinos têm decorrido duas vezes por semana, em separado para ambas as equipas representativas da RAEM, com uma sessão física e outra com bola, não ainda de forma muito intensa porque, nesta al-tura da época, decorre a Liga de Elite e os jogadores igualmente treinam nos clubes.

As competições estão agendadas para Março (Mundial a 12 e 17 e Asiático entre 23 e 31 do mes-mo mês), pelo que já não falta muito tempo para Ma-cau mostrar o seu actual valor, numa altura em que o futebol do território ocupa o 186º lugar do ranking da FIFA, tendo atrás de si, em termos de continente asiático, países como Paquistão, Mongólia, Brunei e Butão.

A grande curiosidade da preparação reside nos métodos do novo treinador, Tam Iao San, que sucede a Leung Sui Wing, depois de cerca de cinco anos no comando das duas principais formações de Macau.

Segundo alguns jogadores seleccionados, contac-tados pelo JTM, “nada tem a ver com o que se passava antes”, considerando que agora há muito maior moti-vação para encarar os desafios.

Há um futebolista que se destaca de entre os con-vocados, Alexandre Matos, pelo facto de estar nos dois lados, ou seja, foi chamado para treinar na selec-ção principal e também nos Sub-23, restando saber se na verdade irá vestir a camisola da RAEM nas duas competições.

“Eu sinceramente gostava de estar presente nas duas provas, claro que não tem sido fácil treinar nas duas formações, mas sinto-me bastante motivado e pelos vistos o treinador confia em mim, dando a en-tender que posso ser útil nos dois lados”, salienta Ale-xandre Matos, de apenas 19 anos e senhor de estatura elevada (1,92m), o que dará bastante jeito principal-mente nos lances por alto.

Atitude ganhadora

e trabalho mais profissionalO atleta do Ka I e que na época passada represen-

tou o Sporting, não sabe por qual selecção optaria se tivesse de ser ele a escolher, mas talvez a principal me-reça preferência.

“Sim a equipa principal, porque nunca estive num jogo a contar para o Campeonato do Mundo e gosta-ria de seguir os passos do meu pai (Paulo Conde). De qualquer modo o mais importante é estar a treinar e pelos vistos as coisas estão a ser levadas mais a sé-rio desde que entrou o novo treinador. Ele tem falado connosco e não quer a equipa a defender resultados, quer uma atitude ganhadora, dando-nos muita mo-tivação, tudo está a ser feito mais a sério”, afirma o jogador.

Quanto aos métodos de treino, as diferenças pare-cem ser muitas em relação ao trabalho de Leung Sui Wing (que continuará a trabalhar para a Associação de Futebol, ligado aos cursos de treinadores) e isso tem sido do agrado dos atletas.

Alexandre Matos destaca “a pressão a quem tem a bola, não desistir dos lances, estar em cima do ad-versário”. “Sentimo-nos muito mais motivados, com mais garra, sentindo o orgulho de estar na selecção”.

Ouvimos também outras opiniões, como a de Ri-cardo Torrão, já com vários jogos de camisola de Ma-cau ao peito, actuando nas alas da defesa ou no meio--campo.

O jovem do Ka I, de 24 anos, regressado esta tem-

porada ao futebol do território, depois de algum tem-po na África do Sul, é peremptório: “Mudou muito, os métodos são bons, é bastante mais profissional. Há sempre um plano estabelecido dos treinos e nós sa-bemos o que vamos fazer. Para além disso a comuni-cação é francamente melhor e os jogadores aparecem quase todos aos treinos. Na verdade nunca treinei as-sim em Macau, ele é a pessoa certa para este cargo. Nas sessões fazemos testes de velocidade, de explo-são, há sempre três ou quatro treinadores connosco. Há de facto melhores condições e isso origina uma competitividade elevada entre os seleccionados, por-que todos querem um lugar na equipa, o que dá mais qualidade nos treinos.”

Pré-selecção de jogadores

Iuri Capelo, que regressa aos trabalhos deixando para trás “alguns problemas” com o anterior treina-dor, que o desmotivaram para responder afirmativa-mente às convocatórias, também é da mesma opinião.

“Este treinador tem ideias claramente diferentes do anterior. Para já tomou a decisão, pouco habitual em Macau, de fazer uma primeira chamada de 41 jogadores. Ele vai ver os jogos do campeonato e tem uma clara ideia do que os jogadores valem. Tem ha-vido dois treinos e o físico é bastante puxado, a que a maioria dos atletas não estão habituados”, refere o jogador campeão pelo Benfica em 2014 que já pensa no jogo com o Camboja. “Ele [treinador] quer ganhar ao Camboja, assim como todos nós, para estarmos presentes na fase de grupos. Era uma experiência bas-tante aliciante para todos nós. Eu pessoalmente nunca defrontei o Camboja”

De referir que Tam Iao San tem agora, depois da primeira selecção de valores, 30 jogadores a treinar, para escolher provavelmente 23 para a eliminatória do Mundial, cuja primeira mão será efectuada a 12 de Março em Phnom Penh, seguindo-se a 17 a segunda mão, no Estádio de Macau.

Vontade em ganhar ao CambojaDe entre uma maioria de elementos de etnia chi-

nesa, incluindo Paulo Chieng, Ho Man Fai, Leong Ka Hang, Chan Man, entre outros, há nomes portugueses na selecção principal. Para além de Iuri Capelo e Ri-cardo, também o irmão deste ultimo, Nicholas Torrão, e ainda Luis Amorim.

Amâncio Goitia tinha sido chamado na pré-selec-ção, mas ficou de fora na segunda escolha, enquanto que Vinício de Morais Alves só não está integrado nos trabalhos porque contraiu uma lesão no joelho, que o vai afastar dos relvados por vários meses.

Na formação de Sub-23, que terá de defrontar, no apuramento asiático, Japão, Malásia e Vietname, num grupo a realizar em Kuala Lumpur, há somente um ocidental, Alexandre Matos, que como dissemos até pode jogar pelas duas selecções se o treinador assim o entender.

O jovem estreou-se em 2013 na selecção A, num desafio do Interport com Hong Kong, depois de vá-rias chamadas nos escalões jovens e, no que concerne ao desafio face ao Camboja, destaca a grande vontade que existe em passar a eliminatória, “porque igual-mente o treinador pretende que Macau faça um jogo mais equilibrado do que quando defrontámos os cam-bojanos para a Taça Challenge e perdemos por 3-0.”

Ricardo Torrão garante que a selecção vai ao Cam-boja “para ganhar e não só para adquirir experiência”. “Antigamente não havia grande entusiasmo dos joga-dores, mas agora tudo parece diferente. No meu caso adoro estar na selecção e nunca joguei com o Cambo-ja”, afirmou.

A equipa principal de Macau faz um jogo-treino hoje à noite diante de uma formação de Hong Kong, enquanto que os Sub-23, cuja maioria dos convocados integra a equipa com o mesmo nome que participa na Liga de Elite, disputou no domingo um desafio ami-gável face ao Benfica, líder do campeonato, no qual se registou a vitória dos pupilos de Bruno Álvares por 5-1.

Tam Iao San assumiu recentemente o comando da selecção principal de futebol da RAEM

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015

Arquimínio Rodrigues da Costa, açoriano de S. Mateus do Pico, onde nasceu a 8 de Julho de

1924, Bispo Emérito de Macau ainda felizmente vivo, é um exemplo de mo-déstia no ser e de simplicidade no agir. Aportou a Macau em 1938 com destino ao Seminário de S. José onde fará a sua formação teológica. Pela frente, os ter-ríveis anos da segunda guerra mundial, que Macau bem conheceu porque aco-lheu largas dezenas de milhares de re-fugiados que verdadeiramente muda-ram a fisionomia da cidade. E aí, quer o governo português, quer a Igreja, quer a filantropia dos particulares tiveram uma actuação que foi um verdadeiro hino à generosidade e à humanidade. Arquimínio Rodrigues da Costa recorda a segunda guerra mundial deste modo dolorido: “quem aqui passou esse pe-ríodo atribulado, sabe que, por mais de uma vez, esta terra esteve prestes a ser absorvida pelo incêndio que lavrava à nossa volta. No entanto, quando tudo parecia perdido, um golpe de cena, à ultima hora salvava a situação. E quan-tas, quantas situações difíceis, huma-namente desesperadas, não conheceu esta cidade e esta Diocese através da sua história quadrissecular?”. Rodrigo Leal de Carvalho, magistrado, escritor e antigo residente no Território, em “Requiem por Irina Ostrakoff”, deixou--nos uma imagem romanesca dessas vi-das que a guerra sugou e escangalhou e que afluíram a Macau, sempre sob o signo do mistério e do sofrimento.

Arquimínio Rodrigues da Costa é ordenado sacerdote em Outubro de 1949, também o tempo da fundação da Republica Popular da China. Come-ça aí uma carreira cheia de trabalhos apostólicos e de evangelização. Diz-nos que “evangelizar não é apenas ensinar. É sobretudo, comunicar uma vida”. Paralelamente, aprofunda a sua face-ta de poliglota, aprende chinês, latim, alemão, italiano e francês. É nomeado Reitor do Seminário de S. José (1961-1966), aí leccionando Latim, Filosofia, Francês e Direito Canónico. Foi Profes-sor no Seminário Maior da Diocese de Hong Kong, em Aberdeen (1968-1973). A educação moral e religiosa dos jovens encontra-se sempre presente no seu ho-rizonte de professor e de educador: “ca-ros jovens, à vossa formação integral pertence também a dimensão moral e religiosa. Aprofundai-a cada vez mais, através duma assídua participação nas aulas de Religião e Moral, e verificareis, por experiência própria, como a verda-de religiosa é libertadora e plenificante, tal como o seu Autor, que é Verdade, Liberdade e Plenitude”. Na Universi-dade Gregoriana, em Roma, obteve a

D. Arquimínio Rodrigues da CostaNas palavras quase proféticas do cardeal D. José da Costa Nunes, de 23 de Janeiro de 1976, Arquimínio Rodrigues da Costa estaria condenado a ficar “na História como o último Prelado do Padroado do Oriente”. Assim sucedeu, tendo sido também o último bispo português de Macau. A Igreja é universal e local, pelo que o seu múnus não tem etnia. Contudo, a força avassaladora do contexto demográfico impôs, com toda a naturalidade, outras escolhas. E bem, diga-se de passagem

10 JTM | LOCAL

António Aresta*

licenciatura em direito canónico. Assu-me cada vez mais responsabilidades na governação da diocese, é governador do bispado e vigário capitular. Em 1976 o Papa Paulo VI nomeia-o Bispo de Ma-cau, sucedendo a D. Paulo José Tava-res, também ele açoriano. A resignação, essa virá doze anos depois em 1988. O tempo da transição chegara à Diocese, tendo sido entendido como um acto de sabedoria o seu voluntário afastamento. Recolhe-se na Ilha do Pico, nos Açores, até aos dias de hoje. O seu sucessor foi D. Domingos Lam Ka Tseung.

O tributo às suas actividades não tar-dou. A Universidade da Ásia Oriental, de Macau, concedeu-lhe um doutora-mento ‘honoris causa’ em 1986. Foi con-decorado pelo Presidente da República, em 1984 com o grau de Grande Oficial da Ordem da Benemerência e em 1988 com a Grão-Cruz da Ordem de Mérito. A Assembleia Legislativa Regional dos Açores, a sua terra natal, condecorou-o em 2012 com a Insígnia Autonómica de Reconhecimento. Ignoramos se o gover-no de Macau lhe outorgou alguma dis-tinção.

O essencial da sua obra doutrinária foi fixada pelo Padre Tomás Bettencourt Cardoso, sob o título “Textos de D. Ar-quimínio Rodrigues da Costa”, reunin-do dispersos e avulsos, e editado pela Fundação Macau em 1999. O trabalho do Padre Tomás Bettencourt Cardoso merece igualmente um realce particu-lar, porque foi decisivo para a recolha da obra de José da Costa Nunes, José Vieira Alvernaz, João Paulino de Aze-vedo e Castro ou Jaime Garcia Goulart. Este carismático lobby açoriano consti-tuiu-se como uma ilha à parte no arqui-pélago da espiritualidade portuguesa no Oriente e no Extremo Oriente.

Gostaria de convidar o leitor a acom-panhar-me na revisitação de três ideias nucleares do pensamento de D. Arqui-mínio Rodrigues da Costa. Com as pala-vras do autor, trilhamos um caminho de hermenêutica e de descoberta.

A primeira ideia consiste na apreen-são e projecção da pedagogia e da sa-bedoria da História. Em 1978, a propó-sito da comemoração dos 75 anos da fundação do “Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau”, fundado em 1903 pelo Bispo D. João Paulino de Azeve-do e Castro, escreveu o seguinte: “sen-do apenas uma revista diocesana, o Boletim transcende a estreiteza de tais limites para se projectar no campo da Igreja universal. E isto, em virtude da sua secção de História das Missões. Arrancando ao esquecimento dos arquivos e à erosão do tempo, docu-mentos valiosos sobre a acção da Igreja no Oriente e colocando-os ao alcance dos es-tudiosos, esta revista vem realizando uma obra digna do apreço de todos os que se in-teressam pelo passado missionário da Igreja nestas paragens”. O director era o padre Manuel Teixeira, personalidade bem conhecida e historiador reputado. Mer-gulhar nas raízes significava pensar na totalidade dos sentidos e nas tendências espirituais e materiais, para além das

Comissão do Grande Prémio de Macau

ANÚNCIO

A Região Administrativa Especial de Macau faz público que, de acordo com o Despacho de 12 de Fevereiro de 2015, do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, foi autorizado o procedimento administrativo para adjudicação do “FORNECIMENTO DE “LUNCH BOXES” AOS TRABALHADORES EM SERVIÇO AO LONGO DO CIRCUITO DO 62.º GRANDE PRÉMIO DE MACAU”.

1. Entidade que põe o serviço a concurso: Comissão do Grande Prémio de Macau.

2. Modalidade do procedimento: Concurso público.

3. Prazo de execução: Cumprimento das datas constantes no Caderno de Encargos.

4. Prazo de validade das propostas: 90 dias, a contar do acto público do concurso.

5. Caução provisória: MOP50.000,00 (cinquenta mil patacas), podendo ser prestada por depósito em numerário ou mediante cheque visado, a entregar na Divisão Financeira da Direcção dos Serviços de Turismo, ou por garantia bancária, aprovados nos termos legais, à ordem da Comissão do Grande Prémio de Macau, devendo ser especificado o fim a que se destina.

6. Caução definitiva: 5% do preço total de adjudicação.

7. Valor do serviço: Sem preço base.

8. Adiamento: Em caso de encerramento dos serviços públicos por motivo de força maior, a sessão de esclarecimento, o termo de entrega das propostas e a abertura das propostas serão adiados para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, à mesma hora.

9. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Entregue contra recibo na Comissão do Grande Prémio de Macau, sita em Macau, na Avenida da Amizade n.º 207, Torre de Controlo do Grande Prémio de Macau, 1.º Andar, até às 17.45 horas do dia 23 de Março de 2015.

10. Sessão de esclarecimento: Os interessados podem assistir à sessão de esclarecimento deste concurso público que terá lugar às 15.00 horas, do dia 9 de Março de 2015, na sede da Comissão do Grande Prémio de Macau.

11. Local, dia e hora da abertura das Propostas:Local: sede da Comissão do Grande Prémio de Macau;Dia e hora: 24 de Março de 2015, pelas 11.00 horas.

Os concorrentes deverão fazer-se representar na abertura das propostas para apresentação de eventuais reclamações e/ou esclarecimento de dúvidas acerca da documentação integrante da proposta.

12. Critérios de apreciação das propostas e respectivos factores de ponderação:

a) Preço..................................................................................................(40%);b) Conteúdo das “lunch boxes” e modo de empacotamento................(45%);c) Experiência no fornecimento de “Lunch Boxes” em eventos

turísticos/desportivos/culturais organizados por entidades públicas e privadas da RAEM...........................................................(10%);

d) Tipo de veículos para o transporte........................................................(5%).

Os modos de cálculo estão descritos no art.º 11.° do Programa de Concurso.

13. Local, data, horário para exame do processo e preço para a obtenção de cópia:Local: Comissão do Grande Prémio de Macau.Data e horário: Dias úteis, a contar da data da publicação do anúncio até ao dia e hora do Acto Público do Concurso.Preço: MOP500,00 (quinhentas patacas).

A Comissão do Grande Prémio de Macau, aos 16 de Fevereiro de 2015.

O Coordenador,João Manuel Costa Antunes

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015 JTM | LOCAL 11

D. Arquimínio Rodrigues da CostaNas palavras quase proféticas do cardeal D. José da Costa Nunes, de 23 de Janeiro de 1976, Arquimínio Rodrigues da Costa estaria condenado a ficar “na História como o último Prelado do Padroado do Oriente”. Assim sucedeu, tendo sido também o último bispo português de Macau. A Igreja é universal e local, pelo que o seu múnus não tem etnia. Contudo, a força avassaladora do contexto demográfico impôs, com toda a naturalidade, outras escolhas. E bem, diga-se de passagem

fraquezas da historicidade: “as comodi-dades da vida moderna talvez nos impeçam de avaliar o sacrifício heróico dos pioneiros que, em minúsculas caravelas, cruzaram os mares, em longas e penosas viagens, a fim de aqui fundarem a Igreja. Muitos deles so-freram o martírio, enquanto outros deram a vida, numa imolação lenta, entregues às privações e canseiras do labor missionário. E não foram baldados tantos esforços. As cristandades que hoje florescem através do Oriente são, em grande parte fruto e desen-

volvimento do gérmen evangélico trazido pelos pioneiros de há quatro séculos. Entre esses frutos, conta-se também a cristandade de Macau”. É o conhecimento do passa-do que parece caucionar e dar alento ao presente e ao futuro, projectando os sucessivos ciclos de poderes e de sabe-res: “para quem vive em Macau, o nosso passado missionário não pode passar des-percebido. Lá estão as ruínas de S.Paulo e o Seminário de S. José a recordar-nos a acção dos missionários jesuítas, indubitavelmen-

te os nossos grandes evangelizadores do Oriente. Lá está o Quartel de S. Francis-co, a lembrar-nos a acção dos missionários Franciscanos, que ali tinham o seu centro e dali partiam para espalhar ao longe a boa nova do Evangelho. Lá está a Igreja de S. Domingos a assinalar o esforço evange-lizador dos Religiosos Dominicanos. Lá está a Igreja de Santo Agostinho a evocar a acção dos Agostinianos em Macau e nas suas missões através do Extremo Oriente. Graças ao labor apostólico desses pregoeiros do Evangelho e de tantos do clero secular e de outras congregações religiosas, novas cristandades foram surgindo através destas imensas regiões, desde Timor até ao Japão, dando origem a novas dioceses, sucessiva-mente desmembradas da Diocese-Mãe”.

A segunda ideia centra-se na refle-xão sobre a desumanização da socie-dade contemporânea, o pensar sobre a racionalidade científica e sobre o valor da objectividade, sobretudo na proble-mática da ciência e da técnica serem to-madas como ideologia: “não se nega que a ciência e a técnica libertem o homem de muitas limitações e dependências, através do domínio e utilização das forças da natureza. Tal avanço, porém, deverá ser acompanha-do por igual progresso moral e espiritual, construído sobre o amor. De outro modo, es-sas forças libertadoras converter-se-ão, para o homem, em factores de nova escravidão, pelos desequilíbrios e ambivalências que produzem (Cfr. GS 8-9, 10). O mundo con-temporâneo, ameaçado pelo espectro da sua autodestruição, é prova evidente dessa ver-dade”. Um dos remédios para combater as mais grosseiras alienações tecnológi-cas , tecnocráticas e tecnoburocráticas, poderá ser construído com o fraterno diálogo entre espiritualidade, a cultura e as religiões? Como notava o pensador alemão Karl Otto Apel, “a situação do ho-mem é um problema ético para o homem”.

A terceira ideia está ligada às ques-tões políticas do relacionamento com a China e o posicionamento da Igreja, em tempos anteriores à Declaração Conjun-

ta. Prudentemente, começa por afirmar que “ao contrário do que por vezes se afir-ma, a Diocese de Macau nunca fez política à sombra da religião”, enfatizando mes-mo, “não viemos para dominar, mas para servir. Viemos trazer a boa nova da frater-nidade universal dos homens em Cristo”. Em 1985 foi convidado, pelo Gabinete para os Assuntos Religiosos, a visitar oficialmente a Republica Popular da China. Foi uma verdadeira “romagem de fraternidade humana e cristã.(…) Todos se esforçaram por nos esclarecer sobre a situa-ção da Igreja Católica na China, incluindo as relações da mesma com o Governo.(…) Da nossa parte, não deixamos de salientar a situação específica da nossa Diocese, cons-tituída por duas comunidades culturalmen-te heterogéneas: uma portuguesa e outra chinesa. Sublinhamos como a fraternidade cristã tem conseguido reunir numa mesma Igreja pessoas tão diferentes, estabelecen-do uma verdadeira unidade cimentada no respeito pela identidade cultural de cada grupo; como, além da evangelização pro-priamente dita, estávamos empenhados em servir a comunidade, nomeadamente atra-vés das escolas e das instituições de assis-tência social; como a nossa Diocese estava em comunhão com muitas outras através do mundo, havendo com elas um considerável intercâmbio de pessoal e bens materiais; como em Macau trabalhavam, lado a lado, missionários chineses e de outras naciona-lidades; como a nossa Diocese estava em co-munhão com o Sucessor de Pedro e Pastor de toda a Igreja Católica”.

Esta sageza nas relações culturais internacionais, uma característica inata de D. Arquimínio Rodrigues da Costa, ajudou, seguramente, a dissipar algu-mas históricas crispações e mal enten-didos, acumulados a partir de 1949. A arte de ser português no mundo, o diá-logo ecuménico e o espírito de tolerân-cia fizeram o resto.

*Docente e investigador.Ex-residente em Macau.

Um dos remédios para combater as mais grosseiras alienaçõestecnológicas , tecnocráticas etecnoburocráticas, poderá ser

construído com o fraterno diálogo entre espiritualidade, a culturae as religiões? Como notava o

pensador alemão Karl Otto Apel,‘a situação do homem é um

problema ético para o homem’

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 201512 JTM | ACTUAL

TIMOR-LESTE

“Há grande sensação de impunidade na sociedade”O combate à corrupção em Timor-Leste não precisa de novo enquadramento legal mas de uma forte implementação das leis, defendeu o novo líder do Governo

O chefe do Governo timorense considerou ontem que Timor-Leste tem leis suficientemente fortes para lidar com a corrupção e as irregularidades

no sector publico, considerando que falta é uma “forte implementação da lei”.

“A estratégia mais importante contra a corrupção é a lei. Na gestão das despesas publicas, no processo de aprovisionamento, há regras. Temos que as cumprir. E, se houver irregularidades, investigar e aplicar a lei”, disse Rui Maria Araujo.

“Não concordo com essas opiniões de que as leis não são fortes. A lei é suficiente. A implementação da lei é que não é forte. Há uma grande sensação de impu-nidade na sociedade”, afirmou.

Rui Maria Araujo foi o convidado da terceira edição do programa de debate “Talk Show Ita Nia Governo”, da Rádio e Televisão de Timor-Leste (RTTL), gravado no auditório do Arquivo e Museu da Resistência Timo-rense em Díli e moderado por Rui Viana, da Secretaria de Estado da Comunicação Social.

Questionado sobre vários aspetos da sua estratégia de governação, Rui Araujo disse que, no combate à cor-rupção, o executivo vai simplesmente “aplicar as leis”.

O Primeiro-Ministro disse que depois da violência de 1999 e da independência, o país viveu um processo

positivo de perdão e reconciliação, muitas vezes atra-vés de cerimónias tradicionais.

Ainda que isso tenha sido util, desde aí deixou “uma impressão de impunidade” que não pode continuar.

Rui Araujo pediu a toda a sociedade - população, funcionários publicos e titulares de órgãos de Estado - que cumpram a sua responsabilidade nesta matéria “relatando factos às autoridades judiciais quando hou-ver indícios, sinais de irregularidade”.

“Precisamos de cortar este ciclo. De travar alega-ções de que servidores publicos cobram por serviços que têm que prestar à comunidade. Se não se denuncia, continuam essas práticas”, afirmou.

A nível das finanças publicas, Rui Araujo recordou que há uma “responsabilidade política, administrativa e criminal” associada aos gastos, sendo que os servido-res do Estado têm “uma responsabilidade adicional”.

Por outro lado, considerou que metade dos actuais funcionários públicos permanentes e casuais pode ser desnecessária, defendendo um processo de reforma do sector publico que o torne mais eficaz e eficiente.

“Fico com a impressão de que só metade destes 32 mil funcionários é que estão a cumprir serviço efecti-vo”, afirmou Rui Maria Araujo, no programa de debate.

“Temos de nos perguntar: precisamos de tantos fun-

cionários publicos? Ou com contratos para toda a vida? Podemos introduzir contratos de cinco anos, com me-canismos de avaliação”, questionou.

Em resposta a perguntas do moderador e de alguns membros da audiência sobre a sua estratégia de gover-nação, Rui Araujo disse que o Governo quer trabalhar “em equipa” mas que, muitas vezes, “há um buraco” entre a ordem política e a “ordem burocrática”.

“Às vezes falha a comunicação ou a monitorização e a supervisão não funciona como deve ser. E isso im-plica que, em alguns casos, não se vejam os resultados concretos”, disse.

“A nível político, os membros do Governo estão conscientes de que têm que fazer mais esforços para orientar funcionários. Mas depois temos alguns proble-mas ao nível do funcionalismo público e, por isso, pre-cisamos de uma reforma da administração, da função publica”, afirmou.

Desde que tomou posse, há uma semana, Rui Maria Araújo tem levado a cabo várias iniciativas, incluindo visitas surpresa a Ministérios e departamentos gover-namentais, mensagens para a população pela sua pági-na no facebook e até a apresentação da sua declaração de bens: foi o primeiro governante a fazê-lo.

JTM com Lusa

UNIÃO EUROPEIA

Atenas propôs “medidas sérias”Presidente do Eurogrupo considera que a lista de reformas entregue à troika pelo governo grego “são sérias”

Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, confirmou ontem num debate na comissão de Assuntos

Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas, que as autoridades gre-gas enviaram atempadamente, ainda na segunda-feira à noite, a lista de re-formas, que está agora a ser analisada.

“Penso que as medidas são sérias. Mas, não vai ser fácil. Sugerem um primeiro passo. Esta lista não é um novo memorando de entendimento ou um novo acordo. Esta lista é ape-nas é apenas uma indicação do tipo das reformas que eles gostariam de aplicar, com algumas substituições de [de medidas] e daquelas que eles que-rem manter”, disse.

Questionado por um deputado so-bre o atraso que foi noticiado, de acor-do com fontes do próprio Eurogrupo, que afirmaram que foi aceite que a o governo grego entregasse apenas on-tem, terça-feira, a lista de medidas, Di-jsselbloem afirmou não estar “a par” e assegurou que a lista lhe chegou ao email, já tarde, durante a noite, mas ainda sem “atraso”.

O presidente do Eurogrupo negou também que alguma vez o Eurogrupo tenha considerado a possibilidade da saída da Grécia da zona euro, embo-ra vários jornais alemães tenham ad-mitido, nos últimos dias que tanto o BCE, como o Eurogrupo estiveram a estudar a possibilidade da Grécia sair

do euro.“O meu objectivo é para manter a

zona euro intacta de uma forma robus-ta, resiliente, para trabalharmos juntos e permanecermos juntos. Às vezes é difícil. Não vou sequer mencionar os inúmeros problemas. Agora estamos juntos. É o meu ponto de vista. É o meu compromisso”, garantiu, a pou-cas horas da troika se pronunciar sobre a lista de reformas, apresentadas pelo governo grego.

A Comissão Europeia também apontou, após uma primeira leitura da lista de reformas que o ministro das Finanças grego, Yanis Varufakis, submeteu a Bruxelas, que a mesma é “suficientemente completa” com vis-ta ao prolongamento da assistência a Atenas.

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PORTUGAL

Processos de Sócrates e BPN estão em garagem e acessíveisApesar da sua sensibilidade, alguns dos processos judiciais mais mediáticos de Portugal estão arrecadados num corredor de acesso de uma cave do DCIAP, em Lisboa, indica uma auditoria do Ministério Público, alertando para a falta de segurança, de condições de trabalho e de organização

Os arquivos dos processos entre-gues ao Procurador Rosário Tei-xeira, que está a conduzir inqué-

ritos por crimes financeiros relacionados com os casos BPN, Operação Furacão e Sócrates, encontram-se actualmente junto ao estacionamento subterrâneo, no piso -4, do Departamento Central de Investi-gação e Acção Penal (DCIAP), em Lisboa. Segundo avançou o Diário de Notícias (DN), esses arquivos estão num “espaço pouco digno”, concretamente num local delimitado por uma rede que os separa de uma das zonas de estacionamento e circu-lação de veículos.

Este foi um dos aspectos apontados pe-los inspectores do Ministério Publico (MP) numa auditoria ao DCIAP que, segundo o DN, arrasa em toda a linha o departamento responsável pela investigação à grande cri-minalidade económico-financeira do país, os chamados crimes de “colarinho bran-

co”, enumerando a falta de segurança, de condições de trabalho e de organização.

O maior problema reside na deficiente segurança do edifício apontada pelos ins-pectores, que faz pensar na facilidade com que um cidadão comum, ou um crimino-so, pode aceder à sede do DCIAP, situada na rua Alexandre Herculano, em Lisboa. “Verificámos das primeiras vezes que en-trámos no edifício pela Portaria que os funcionários não registam as pessoas que lá entram, e nem sequer pedem a respec-tiva identificação”, referem os inspectores no relatório da auditoria, datado de 28 de Março de 2014 e a que o DN teve acesso.

A auditoria apurou ainda que “há mesmo registo de episódios de magistra-das que foram seguidas até ao interior das instalações por indivíduos que as impor-tunaram na rua, passando livremente pela portaria apenas com invocação de que acompanhavam ‘aquela senhora’”.

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JTM | ACTUAL 13 Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015

CHINA

Gastos militares desafiam desaceleração económicaO abrandamento económico não deverá impedir a China de reforçar o seu orçamento militar para 2015, por forma a contrariar o crescente interesse dos Estados Unidos pela Ásia

Apesar da desacelera-ção económica, o Pre-sidente da China, Xi

Jinping, deverá voltar a autori-zar despesas elevadas na área da Defesa para este ano, num sinal de determinação para ro-bustecer a capacidade militar do país num contexto de cres-cente desconforto em Pequim perante o renovado foco de Washington na Ásia, avançou a agência Reuters.

Embora a China mantenha secretismo em torno dos deta-lhes dos seus gastos militares, especialistas acreditam que, provavelmente, serão atribuí-dos fundos adicionais para do-tar a Marinha de embarcações anti-submarinos e desenvolver mais porta-aviões, pois apenas tem um actualmente em ope-ração.

O orçamento militar para 2015 será anunciado no iní-cio do encontro anual da As-sembleia Nacional Popular da China a 5 de Março. No orça-mento para o ano passado, as despesas com a Defesa aumen-taram 12,2 por cento para cerca de 132 mil milhões de dólares americanos, ficando apenas atrás dos Estados Unidos.

Dessa forma, o orçamento

anterior deu sequência a qua-se duas décadas de aumentos consecutivos na casa dos dois dígitos, embora muitos ana-listas acreditem que os gastos militares chineses sejam na verdade muitos superiores aos montantes anunciados.

Por norma, os líderes chi-neses costumam justificar a

modernização militar do país associando os gastos na Defesa ao rápido crescimento econó-mico. Porém, o crescimento de 7,4% no ano passado foi o mais moderado em 24 anos e espera--se uma nova desaceleração para cerca de 7% em 2015.

Outros factores levam os especialistas a prever a ma-

nutenção de gastos militares elevados, desde o “reequilí-brio” diplomático e militar norte-americano para a Ásia ao combate contra a corrupção no Exército de Libertação do Povo, facto que estará a causar apreensão entre os militares.

“Xi valoriza o ‘sonho de militares fortes’ como parte

da sua grande estratégia para o desenvolvimento da China, talvez mais do que qualquer outro líder moderno do país. Esse grande ênfase no campo militar é muito significativo”, disse à Reuters Zhang Baohui, especialista da Universidade Lingnan de Hong Kong.

Actualmente, as tropas do país estão a preparar-se para uma grande parada em Setem-bro onde os militares deverão mostrar novas armas chinesas na primeira de uma série de demonstrações publicas, refe-riu a agência noticiosa, citando fontes não identificadas.

Os estrategas chineses es-tão a dar prioridade ao “ree-quilíbrio” dos Estados Uni-dos, que pretendem ter 60% das suas embarcações na Ásia por volta de 2020. “O ajuste na estratégia norte-americana trouxe pressões externas enor-mes”, afirmou um recente co-mentário do jornal publicado pela Escola Central do Partido Comunista Chinês.

Recorde-se que a China está envolvida em disputas sobre fronteiras marítimas com o Ja-pão, Filipinas e Vietname, paí-ses que têm procurado reforça-do relações com Washington.

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JAPÃO

Jejum de “smartphones” e internet na florestaUma semana numa floresta sem acesso a qualquer tipo de tecnologia é o que propõe uma iniciativa lançada no Japão com o objectivo de minorar o nível de dependência dos jovens em relação à internet

Dez adolescentes participaram de forma volun-tária num programa de jejum da internet no Japão, o primeiro deste género no país, sendo

que algo semelhante já tinha sido tentado na Coreia do Sul, explicou o psiquiatra Susumu Higuchi, coor-denador do projecto, em declarações à agência EFE.

Oito dias de acampamento na floresta sem acesso a computadores ou “smartphones” é a proposta que serve como tratamento pioneiro para uma dependên-cia que afecta cada vez mais os jovens japoneses.

Os adolescentes ficaram alojados em cabanas perto do Monte Fuji, fizeram caminhadas e praticaram ou-tras actividades ao ar livre, incluindo preparar as suas próprias refeições, acompanhados por três psicólogos que viam a iniciativa como uma terapia de grupo.

O programa visa integrar “o tratamento numa ex-periência do mundo real, do trabalho em grupo e con-tacto com a natureza”, revelou o director do Centro Médico Nacional Kurihama para as Dependências.

O especialista definiu os sintomas apresentados pe-los participantes no projecto como um “uso excessivo ou compulsivo” de dispositivos electrónicos, acompanhado de consequências psicológicas, sociais ou educativas.

À chegada ao acampamento, os jovens “estavam muito reticentes à interacção entre si e com os psicólo-gos”, no entanto, terminada a semana “mostraram-se conversadores, extrovertidos e desenvolveram laços entre si”, esclareceu o coordenador.

Como parte da iniciativa, cada um dos participantes elaborou um plano para “conviver com os computado-res e a internet de forma saudável”, relatou Higuchi, que considera ainda ser demasiado cedo para avaliar os

efeitos do programa, “que serão vistos a longo prazo”.O “acampamento sem internet” foi impulsionado

pelo Ministério da Educação, Cultura, Desporto, Ciên-cia e Tecnologia do Japão, devido às estatísticas divul-gadas no ano passado que davam conta do nível de dependência dos jovens relativamente às tecnologias.

Uma sondagem realizada em 2012, entre mais de 100 mil estudantes do ensino primário e básico revelou que 6,5% dos meninos e 9,9% das meninas demonstra-vam já uma “dependência grave” da internet. Entre os sintomas salientam-se os problemas de sono ou alimen-tares e o hábito de passar cinco horas por dia “online”.

Outros problemas frequentes envolvem o défice de atenção, a hiperactividade, a ansiedade e depressão, sendo que em casos extremos foram diagnosticados também síndrome de Asperger e fobia social.

Quanto aos adultos, o fenómeno afectava 4,5% dos homens e 3,6% das mulheres em 2013, o que represen-ta um aumento de aproximadamente 1,5% em cada grupo desde 2008.

“A quantidade de pacientes aumentou de forma significativa e vai continuar a crescer, no entanto, o nu-mero de clínicas que oferecem tratamentos específicos é ainda muito limitado”, declarou Higuchu, também membro do Comité para o Alcoolismo e Toxicomania da Organização Mundial de Saude (OMS).

O centro que gere é o unico no Japão preparado para tratar a dependência da internet e desde a sua fundação em Abril de 2011, já acolheu 1.300 pacien-tes, na sua maioria menores de idade. “Ainda estamos numa fase inicial do tratamento deste novo proble-ma”, admitiu o psiquiatra, acrescentando que não

existe um consenso na comunidade científica sobre se a dependência relativa à internet deve ser considera-da uma patologia “oficial”, visto o seu impacto ainda não ter sido medido em muitos países.

Actualmente, a dependência não é reconhecida pela OMS, nem pela Associação de Psiquiatras dos Estados Unidos que elaboram os manuais de diagnós-tico utilizados como referência à escala mundial. Ain-da assim, o Governo japonês pretende continuar com os “acampamentos sem internet” no próximo ano e em maior escala, garantiu Higuchu.

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 201514 JTM | ROTEIRO

TDM 13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 18:10 Avenida Brasil (Repetição) 19:00 TDM Entrevista (Repetição) 19:30 O Teu Olhar 20:30 Telejornal 21:00 Montra do Lilau 21:40 Arqui-tectarte 22:10 Avenida Brasil 23:00 TDM News 23:30 Resumo Liga dos Campeões 23:50 Monumentos e Sítios 00:25 Telejornal (Repetição) 00:55 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 Max Power 14:00 Australian Open Tennis 2015 15:30 National Icons 16:00 Dutch Eredivisie PSV vs Dordrecht 17:00 2015 AFC Champions League Playoff 18:00 Pro Bull Riding 19:00 National Icons 19:30 Perfection 20:00 FOX SPORTS Central 20:30 2015 AFC Champions League Playoff 21:30 National Icons 22:00 FOX SPORTS Central 22:30 2015 AFC Champions League Group Stage 00:30 FOX SPORTS Central

31 FOX SPORTS 213:00 LPGA 2015 ISPS Handa Women’s Australian Open Day 3 14:00 Sport-ing Paradise Brisbane 14:30 AFF Suzuki Cup 2014 SF 2nd Leg: Vietnam vs Malaysia 16:00 College Basketball Atlantic Coast Conference - Louisville vs Georgia Tech 17:30 Australian Baseball League Championship Series 2015 19:00 Badminton Unlimited 19:30 Dutch Eredivisie PSV vs Dordrecht 20:30 Beach Sports Network Pro Watercross Tour 21:00 Volvo Ocean Race 21:30 LPGA 2015 ISPS Handa Women’s Australian Open Day 4 22:30 Australian Open Tennis 2015 Best Match of the Day 00:00 FOX College Basketball

Providence vs Villanova

40 FOX MOVIES12:00 The Nut Job 13:30 The Hunger Games: Catching Fire 16:00 Pompeii 17:50 Bears 19:15 Rio 2 21:00 Sunshine 22:50 Oldboy 00:35 Delivery Man

41 HBO12:15 On The Red Carpet: The Winners 2015 13:45 Captain Phillips 16:00 Tarzan 17:35 Alan Partridge: Alpha Papa 19:05 Red 2 21:00 Blood Diamond 23:20 Girls 23:50 Togetherness 00:20 Inside Llewyn Davis

42 CINEMAX12:00 Red Planet 13:45 The Fugitive 16:00 The War Of The Worlds 17:25 When Worlds Collide 18:50 Rewind 20:10 Automata 22:00 The Take 23:35 Twins

50 DISCOVERY12:00 Deadliest Catch 14:00 Running Wild With Bear Grylls 15:00 Dual Sur-vival 16:00 Top Hooker 17:00 How Do They Do It? 17:30 How It’s Made 18:00 Deadliest Catch 19:00 Ice Cold Gold 20:00 What Happened Next? 20:30 Magic Of Science 21:00 Auction Hunters 22:00 Futureweapons 3 23:00 Taiwan’s Military Elite 00:00 What Happened Next? 00:30 Magic Of Science

51 NGC12:30 The Great Food Revolution 13:25 America The Wild 14:20 Speed Nation 15:15 Search For The Super Snake 16:10 Science of Stupid 17:05 The Great Food Revolution 18:00 America The Wild 19:00 The Great Food Revolution 20:00 The Food Files 21:00 Crocs Of Katuma 22:00 Science of Stupid 23:00 The Great Food Revolution 00:00 The Food Files

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 United Stuff Of America 15:00 Storage Wars 16:00 Titanic: Blood & Steel 17:00 Serial Killer Earth 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Storage Wars 20:30 Storage

Wars: Canada 21:00 The Pickers 22:00 Ancient Aliens 23:00 The Curse Of Oak Island 00:00 The Pickers

55 FYI13:00 Flipped Off 14:00 Hideous Houses 15:00 Taste Of Vietnam 16:00 Far Flung With Gary Mehigan 17:00 Bondi Vet 18:00 Flipping Boston 19:00 Red Hot Design 20:00 Picker Sisters 21:00 Bondi Vet 22:00 Taste Of Vietnam 23:00 Bondi Vet 00:00 Picker Sisters

63 STAR WORLD12:55 Million Dollar Listing 13:45 Scandal 14:35 Glee 16:15 The Crazy Ones 17:05 America’s Next Top Model 18:00 Masterchef US 18:55 Masterchef Junior US 20:45 Asia’s Next Top Model 21:40 America’s Next Top Model 22:35 Masterchef Junior US 23:30 Sex and The City 00:25 America’s Next Top Model

82 RTPI14:30 Telejornal Madeira 15:00 Bom Dia Portugal-Directo 16:01 Os Nossos Dias 16:33 Biosfera 17:03 Poplusa 18:00 CUIDADO COM A LÍNGUA! 18:14 Bem-vindos a Beirais 19:00 Telejornal Ásia-Directo 19:31 Ideias que Brilham 19:54 Era uma vez 20:04 Sabia Que? 20:27 Água de Mar 21:00 Jornal da Tarde-Directo 22:13 Hamburg - Alentejo 23:09 Três Pontos 23:41 Caminhos da Natureza 00:06 Os Nossos Dias 00:37 O Preço Certo 01:29 Biosfera 02:00 Portugal em Directo-Directo 03:02 Sabia Que? 03:26 Água de Mar 04:00 Telejornal-Directo 05:01 Agora Nós

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

180C/210C

• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 8.98 9.10YUAN (RPC) 1.269 1.287

SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

• • • AMANHÃ 26/01

• • • HOJE 25/01180C/200C

WWW.SMG.GOV.MO

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

03:45TDM SPORT/HD

Arsenal vs Monaco

CINETEATROS1 Stand By Me Doraemon14:00 • 17:40

S2 Kingsman: The Secret Service14:30 • 19:15 • 23:30

TORRE DE MACAU12 Golden Ducks14:30 • 16:30 • 19:30 • 21.30

GALAXYFrom Vegas to Macau13:40 • 15:45 • 18:00 • 18:20 • 19:40 • 20:25 • 21:50 • 22:10

Fifty Shades of Grey15:30 • 22:00 • 23:35

An Inspector Calls13:00 • 18:15

Triumph In The Skies14:00 • 15:20 • 16:30 • 17:50 • 19:45 • 21:40 • 22:10

Penguins of Madagascar13:30 • 14:10

Kingsman: The Secret Service12:00 • 15:55

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015 JTM | DESPORTO 15

O Boavista resistiu quase 80 minutos, à custa de muito trabalho e entreajuda, mas, depois, a classe indivi-dual dos portistas Tello, Jackson Martinez e Brahi-

mi fez a diferença e garantiu aos portistas um triunfo suado mas justo.

O FC Porto apresentou-se sem os castigados Danilo, Alex Sandro e Casemiro e o lesionado Oliver Torres, mas também sem o argelino Brahimi e o espanhol Tello, que Lopetegui deixou no banco de suplentes e substituiu por Hernâni e Quaresma.

Os dez minutos iniciais foram jogados quase só no meio--campo do Boavista, mas longe da baliza de Mika. Sem sur-presa, os “axadrezados” investiram forte na defesa e procu-raram, assim, bloquear o ataque azul-e-branco.

Aos 44 minutos, finalmente o FC Porto deu um ar da sua classe: Quintero serviu Jackson Martinez, pondo a bola nas costas de Carlos Santos, mas o dianteiro colombiano falhou uma ocasião clara de golo. Esse lance foi o ponto alto da pri-meira parte deste “dérbi”. Até aí, o jogo foi desinteressante e muito táctico e as duas equipas jogaram a um ritmo baixo, evitando expor-se ao contragolpe do adversário.

O que ficou evidente é que o FC Porto sentiu muito a fal-ta dos seus laterais, Danilo, na direita, e Alex Sandro, na es-querda, jogadores que intervêm muito nas acções ofensivas.

Na segunda parte, o FC Porto impôs a sua vontade e a sua superioridade e individual e colectiva, acelerou e levou a melhor frente a um Boavista que só uma vez, por Brito, es-teve perto do golo. Fabiano negou-lho com uma boa defesa.

Aos 53 minutos, Ricardo Quaresma ganhou uma bola no meio-campo boavisteiro e, em boa posição, rematou, mas fraco e ao lado. A intensidade do futebol portista come-

LIGA PORTUGUESA

Dragão passa no “xadrez”O FC Porto venceu o Boavista, por 2-0, com golos de Jackson Martinez e Brahimi nos minutos finais, na partida que fechou a 22.ª jornada da I Liga de futebol, e mantém-se a quatro pontos do Benfica

çou a causar danos na muralha defensiva “axadrezada” e o perigo aumentou junto da baliza de Mika. Uchebo substituiu Leozinho aos 54 minutos e Tello entrou para o lugar do apaga-do Hernâni, substituição que viria a render frutos mais tarde, já com Brahimi também em campo.

O FC Porto correu atrás dos três pontos e encontrou-os num lance em que a velocidade de Tello foi decisiva. O es-panhol bateu um adversário junto à linha de fundo, cruzou e Jackson marcou o primeiro golo.

O Boavista procurou responder e avançou no terreno, mas isso saiu-lhe caro já na recta final, com Brahimi a aproveitar o espaço à sua frente, a correr com a bola e a rematar rasteiro e colocado, fazendo o 2-0 e o resultado final.

Quase sete anos depois do último encontro entre as duas equipas no Bessa, que terminou 0-0, o FC Porto impôs-se gra-ças a uma segunda parte forte e dominadora frente a um Boa-vista esforçado e batalhador, mas com muitas limitações.

FIFA propõe datas de Inverno para Mundial de 2022, no QatarO grupo de trabalho da FIFA, que visi-tou o Qatar para avaliar as condições do emirado para organizar o Mundial de 2022, sugeriu que o torneio se reali-ze no Inverno, provavelmente nos me-ses de Novembro e Dezembro. Salman bin Ebrahim Al-Khalifa, presidente da Confederação Asiática de Futebol e lí-der deste grupo de trabalho, revelou, no final de uma reunião em Doha, que “as recomendações apontam para No-vembro/Dezembro”, enquanto outras alternativas, como Janeiro/Fevereiro, foram descartadas pela FIFA. Segundo Salman bin Ebrahim Al-Khalifa, a FIFA tomará uma decisão final sobre as datas do Mundial de 2022 na próxima reunião do Comité Executivo, agendada para 19 e 20 de Março, em Zurique. Ao fim de seis meses de consultas e reuniões, o lí-der do grupo de trabalho da FIFA garan-tiu que todas as confederações mundiais concordam com as datas que permitem “escapar” às altas temperaturas do Ve-rão, já que o Mundial de futebol cos-tuma realizar-se nos meses de Junho/Julho. Só depois da próxima reunião do Comité Executivo, e das decisões aí to-madas, a FIFA assumirá a “pasta” dos acertos de calendário para o período de 2018/2024. “Estamos muito satisfeitos por, após cuidada ponderação sobre as várias opiniões de todos os interessados, termos chegado à conclusão que esta de-cisão [Mundial de 2022 no Inverno] é a melhor solução”, disse o líder do gru-po de trabalho da FIFA, que também é membro do Comité Executivo.

LIGA DOS CAMPEÕES

Mónaco tenta “surpresa” em LondresO Arsenal apresenta-se hoje como favorito perante o Mónaco, orientado por Leonardo Jardim, mesmo tendo em atenção a prestações dos monegascos na fase de grupos

Terceiros em Inglaterra e em grande forma, com oito triunfos nos últimos

nove jogos, os “gunners” irão certamente apostar no ataque, que rendeu 15 golos na época re-gular, enquanto os gauleses ten-tarão manter-se com um tento sofrido. O brasileiro Talisca foi o único jogador que conseguiu marcar um golo ao Mónaco na fase de grupos que, no entanto, valeu ao Benfica um inconse-quente triunfo caseiro por 1-0.

A formação londrina tem algumas ausências para esta partida, nomeadamente Arte-ta, Debuchy e Diaby, enquan-to que o conjunto francês de-verá apresentar-se na máxima força, apesar de algumas du-vidas sobre a utilização dos portugueses João Moutinho e Ricardo Carvalho.

Este encontro poderá ser acompanhado em directo, em Macau, a partir das 03h45 nos canais de desporto e HD da TDM.

Igualmente hoje, o vice--campeão em título Atléti-co de Madrid surge também como claro candidato a seguir para os “quartos”, perante um Bayer Leverkusen que não re-

gressou da melhor forma da pausa invernal (uma vitória, dois empates e duas derrotas).

Na Alemanha, os “colcho-neros” vão apostar, certamen-te, em não sofrer golos, como fizeram nos ultimos cinco jogos, com Moya na baliza, após Oblak sofrer três no re-duto do Olympiacos (2-3).

A formação em que alinha Tiago não tem tido a regula-ridade do ano passado, mas, há pouco tempo, foi capaz de vencer o Real Madrid por 4-0, sendo que o Leverkusen também marcou quatro golos recentemente, ao Wolfsburgo, embora tenha sofrido cinco.

Os oitavos-de-final vão as-sim para a segunda semana, depois de uma primeira em que o detentor do título Real Madrid selou, praticamente, o apuramento, ao vencer fora o Schalke 04, por 2-0.

O FC Porto, unico repre-sentante luso, também deu um passo importante, ao empatar 1-1 na casa do Basileia, enquan-to o Chelsea conquistou idênti-co resultado no terreno do Paris Saint-Germain. O Bayern Mu-nique empatou a zero em Lviv, face ao Shakhtar Donetsk.

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 201516 JTM | OPINIÃO

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Mangais: um projecto colectivo,uma espécie ameaçada

UM ARTIGOFrancisco José Leandro*

Muito recentemente tive a rara oportunidade de participar numa visita ao projecto de

conservação da área de reserva eco-lógica dos mangais na Ilha da Taipa (COTAI), a propósito do estudo de um texto sobre conservação, recupe-ração e investigação associada aos di-ferentes espaços de reserva ecológica de mangais, por toda a zona ribeiri-nha do Sul Republica Popular da Chi-na e da Ilha Formosa.

A visita foi realizada sob a direc-ção científica da investigadora da Universidade de São José Professo-ra Karen Tagulao que, no local, pro-feriu uma lição sobre a importância do projecto no contexto de Macau e de todos os projectos de conservação da espécie em curso no Sul da Repú-blica Popular da China. Dessa inter-venção destacam-se quatro ideias: a primeira, relativa às ameaças que se colocam à conservação desta espécie, designadamente a poluição do solo do ar e das águas, o crescimento da agricultura, o exercício crescente da aquacultura, o impacto da industria-lização, a expansão urbanística e as invasões biológicas de outras espé-cies; a segunda diz respeito ao enor-me esforço que as autoridades locais e as instituições com responsabilidades científicas estão a efectuar, no sentido de harmonizar a conservação de pro-jectos ecológicos e desenvolvimen-to infraestrutural; em terceiro lugar, urge reconhecer a importância dos mangais enquanto santuário de aves migratórias, de uma miríade de ani-mais bentônicos (animais que vivem na zona de maré), bem como da sua

importância enquanto zona de amor-tização para fenómenos atmosféricos violentos (como tsunamis e tufões); fi-nalmente, os 4 km de linha costeira da Ilha da Taipa que se encontram desti-nados ao projecto de conservação dos mangais de Macau, devem por todos ser encarados como um projecto co-lectivo da maior importância, certa-mente unico no contexto de Macau e que dá uma contribuição substan-cial para a conservação da espécie no contexto das províncias Chinesas de Hainão, Guanxi, Guangdong, Fujian, Zhejiang, Hong Kong e também no contexto da Ilha Formosa.

Os mangais de Macau fazem com certeza parte de um Macau verde, cada vez mais importante no contex-to dos projectos de desenvolvimento do território e creio que o sucesso da zona de conservação dos mangais, pode ele próprio acabar por constituir, se não um pólo de atracção turística, uma vez que os habitat naturais da espécie são cada vez mais raros, pelo menos uma lição de harmonia entre o Homem e a natureza tão necessária às gerações futuras.

*Docente da Universidade de São José.Escreve neste espaço

bimensalmente às quartas-feiras.

TRIBUNALeonídio Paulo Ferreira

Foi há mais de 70 anos que Manolis Glezos su-biu à Acrópole e derrubou a suástica. Prova de que a coragem não foi ousadia de jovem, as

fotos de 2010 na primeira linha das manifestações antiausteridade, sem medo dos bastões ou do gás. Não admira que o Syriza tenha feito dele um ícone. Basta olhar para os pujantes cabelo e bigode bran-cos do agora eurodeputado quando aponta o dedo aos poderosos para se perceber que utopia só podia ser uma palavra grega.

Mas também pragmatismo é palavra grega, como Tsipras e o ministro das Finanças, Varoufakis, se têm fartado de mostrar, mesmo aos que se dei-xam distrair pela falta de gravata do primeiro-mi-nistro e pelos casacões do camarada.

Bastaram alguns embates com os governantes europeus para que o Syriza, o partido de esquerda radical que triunfou a 25 de janeiro, percebesse que, se apostasse no tudo, acabaria com nada. Por isso, Tsipras fez questão de esclarecer que o acordo de sexta-feira com o Eurogrupo significou ganhar uma batalha, mas não vencer a guerra. E que batalha ga-

nhou Atenas? Continuar a contar com o apoio da União Europeia.

Foi desta vitória em aparência tão pífia que Gle-zos não gostou. O homem que arriscou ser fuzilado pelos nazis quando tinha 19 anos exigia o mesmo espírito aos líderes do Syriza, agora governantes depois de três eleições a subir e conseguindo redu-zir a minipartido o PS grego.

“Peço desculpa ao povo grego porque partici-pou na ilusão”, afirmou Glezos. E prometeu reagir. Contará com a solidariedade da ala mais à esquerda do Syriza, a mesma que já não gostara que Tsipras tivesse escolhido um homem da direita como candi-dato presidencial.

Mas os gregos estão com o Syriza. Uma sonda-gem mostra que a popularidade do governo está em alta, outra que se o país voltasse às urnas o partido alcançaria 45%. Não deve surpreender que o prag-matismo se imponha. Afinal, o partido de Tsipras teve pouco mais de um terço dos votos e a maioria desses vieram de ex-eleitores do Pasok, frustrados com Papandreou e Venizelos, mas nem por isso atraídos pelo regresso à dracma.

A austeridade foi excessiva e os gregos sentiram isso na pele mais do que os outros. Mas aqueles que antes de Tsipras ganharam eleições com discursos de rutura contra a suposta ortodoxia alemã, como Hollande na França e Bersani em Itália, tiveram de chamar ou ceder o lugar a alguém que admitisse que equilíbrio nas contas públicas e reformas es-truturais são incontornáveis. Veremos se Tsipras tem coragem de assumir que o Syriza só ajudará a Grécia se souber ser de esquerda sem ficar refém do adjetivo radical. Glezos, esse, aos 92 anos, não mudará.

JTM/DN

Grego que desafiou nazisagora põe a nu o Syriza

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015 JTM | OPINIÃO 17

Dito

(...) “O Governo podia introduzir um imposto [sobre as entradas de turistas] que seria benéfico por várias razões: em primeiro lugar, desincen-tiva os visitantes que atravessam a fronteira para fazer dinheiro fácil ven-dendo bens de Macau no Continente e vice-versa; pode ‘reduzir’ o número de visitantes, sobretudo aqueles que vêm para uma estada curta” (...)

• • • HÁ 20 ANOS

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 25/02/1995

FUNÇÃO PÚBLICA: MENOS DE 7% FORAM RECRUTADOS NO EXTERIORA localização dos quadros e das leis e a generalização do uso da língua chinesa na Administração de Macau dominaram a sexta reunião do Con-selho para os Assuntos da Transição, que decorreu sob a presidência do governador Rocha Vieira. Em co-municado, o Conselho indicou que na reunião foi feito um balanço dos trabalhos relativos à concretização do estatuto oficial da língua chine-sa e à localização de quadros e das leis, “tendo registado progressos substanciais no desenvolvimento das referidas três questões do pe-ríodo de transição”. “Existindo mo-tivos de confiança, quando se avalia o caminho andado e o que há para percorrer em matéria de localiza-ções, é compreensível que, a par do esforço que a Administração está a desenvolver e o modo como encara o assunto, também a parte chinesa dê passos no sentido de contribuir para esse estado de confiança”, dis-se à Lusa uma fonte do Conselho. A mesma fonte salientou que o Con-selho registou com agrado que, dos 16.400 funcionários públicos existen-tes no final de 1994, 93,19 por cento eram recrutados localmente e 6,81 por cento recrutados no exterior. Foi referido ainda que, na mesma altura, 73 por cento do pessoal de direcção e chefia e 83 por cento dos técnicos superiores da Administração Publi-ca de Macau eram de origem local. Actualmente, o Governo de Macau tem mais de dois mil funcionários a frequentarem cursos superiores no Território e no exterior, estando também em curso o Programa de Estudos em Portugal e os Cursos de Língua e Administração Chinês, que registaram mais de 460 parti-cipantes. De acordo com o comu-nicado, o secretário-adjunto para a Administração, Educação e Cultura, Jorge Rangel, informou o Conselho sobre as “diversas medidas adopta-das, em execução e programada no campo do uso da língua chinesa no seio da Administração Publica”. Na sua exposição, Jorge Rangel salien-tou as medidas “que se relacionam com a formação e aperfeiçoamento linguístico dos recursos humanos locais realizados no Território, em Portugal e na República Popular da China”, refere o comunicado.

…e imediata e rápida, a pergunta: como se chama a clara do ovo? Raro era o garoto que não respondia gema.

Havia uma idade em que brincáva-mos com as crianças fazendo-lhes per-guntas deste género: “uma ovelha preta dá lã preta - de que cor é o leite de uma vaca preta”? E a mais famosa: “de que cor é o cavalo branco de Napoleão”? Todos nos lembramos. Assim como dos desa-fios à destreza do falar da miudagem: “um tigre, dois tigres, três tigres”… ou “o rato roeu a rolha da garrafa do Rei da Rússia”.

Mas, ema-ema era a maia traiçoeira. Ema…não há assim muitas palavras em português terminadas por ema: lema, problema, gema, emblema, tema… Tema - a escolha do tema, o problema dos cro-nistas e dos editorialistas. Dos cronistas ainda vá pois qualquer coisa serve para uma crónica como me disse um dia um velho jornalista. A comprová-lo as cróni-cas dos dois nomes maiores que conheci no Brasil: Nelson Rodrigues, que escrevia em O Globo e Luis Fernando Veríssimo, no Jornal do Brasil. Mas, tema para edito-rial isso é mais complicado pois que não se trata de escrever a própria opinião mas a da linha editorial do jornal.

Durante os muitos anos em que fui Coordenador do Gabinete de Opinião (quer dizer, chefe dos editorialistas) do JB chegou a acontecer-me escrever numa página, a par, não assinada, a opinião, do jornal e na outra ao lado, em artigo assi-nado, a minha opinião, muitas vezes con-trária àquela.

Nos anos 60, antes do Jornal do Brasil o ser, o mais famoso e influente diário do Rio de Janeiro, era o Correio da Manhã cujo proprietário, o Dr. Paulo Bittencourt, era um milionário que vivia em Paris e al-

Ema-ema-ema-ema…

moçava todos os dias no que na altura era considerado o melhor e mais caro restau-rante do mundo - La Tour d’Argent. Era daí, depois de ter comido o seu patinho com laranja acompanhado de um Beau-jolais de garrafeira seguido de um cog-nac da reserva da casa e de ter acendido o seu purito cubano que ligava para o Rio para conversar com o director do jornal, o grande jornalista (e, mais tarde, acadé-mico) António Calado. Chegando ao fim, perguntou-lhe: “Ô Calado, e o editorial”? Calado não sabia responder: “Dr. Paulo - não há notícias; é Natal e não está nin-guém no Rio (na altura a capital), todo o mundo subiu para Petrópolis ou foi para a província passar as festas com as famí-lias; então, não sei o que escrever”. Paulo Bittencourt tentou ajudar: “Olha Calado, como é Natal, escreve sobre Jesus Cristo”. Impávido, Calado perguntou: contra ou a favor”?

Mais ou menos o que hoje me acontece com as férias do Ano Novo Chinês; sem tema, sem noticiários, sem cavaqueiros de fim de tarde com os amigos, com toda a gente que é ou faz notícia fora de Macau… até que tive uma inspiração “à Paulo Bit-tencourt” - escrever sobre o Ano Novo Chinês. “Contra ou a favor”? Perguntarão. “A favor, claro, pois uma fiada de feriados assim agora só para Dezembro”.

Na terça-feira antes dos feriados, um amigo ligou-me de Lisboa a dizer que me tinha mandado nesse dia por correio

rápido um livro cuja publicação eu espe-rava há muito: “deve chegar ainda antes do fim de semana”, acrescentou. “Antes do fim desta semana não vai ser pois de amanhã até segunda-feira tudo vai estar fechado, até os Correios, por ser a entrada do Novo Ano Chinês”.

“Ano Novo Chinês”? Admirou-se. “Que é isso”? Realmente, estamos tão embrenhados nas tradições e nos costu-mes chineses que nem imaginamos que para quem vive no outro lado do mundo a China é pouco mais do que comer com pauzinhos e andar a comprar a retalho a Ásia, a África, a América Central e qual-quer dia - se a senhora Merkel se não se meter pelo meio - qualquer dia a Grécia.

“Uma espécie de carnaval”? Tentei explicar-lhe de que se tratava - que ti-nha uns pauzinhos de carnaval - com os seus desfiles e as suas paradas mas, era sobretudo uma mistura do Natal (com as reuniões de família e seus presentes) e do nosso Ano Novo, com os seus votos de felicidades.

Por mim, católico apostólico e ro-mano, e embora vivendo há anos “para aquém” da Taprobana mas, tendo as mi-nhas raízes seculares na “piquena praia lusitana”, para mim que, no Natal, enfei-to a casa com todos os azevinhos e veli-nhas e ponho sempre à porta dois vasos daquelas flores de folhas grandes verme-lho escuro, não deixo de ter à porta dois vasos de tangerinas envoltos em papel dourado e de, em lugar dos azevinhos, pôr na sala uma jarra com lírios e crisân-temos. Sempre dizendo aos amigos que se escandalizam: - “Se não fizer bem, mal também não faz”.

*Docente. Anterior presidente do Instituto Politécnico de Macau.

POSTAIS DAS ILHASLuiz Oliveira Dias*

Mais um “corta!” inteligenteA Expo Milão 2015 vai acontecer de 1 de Maio a 31 de

Outubro. Ontem, soube-se que Portugal não estará representado. O governo tem uma desculpa, o pavi-

lhão custaria oito milhões estamos de tanga.E, seja dito, é bom saber que não vamos estar numa coi-

sa que mete a construção de um pavilhão e vai abrir daqui a dois meses.

Se fosse anunciado, ontem, “vamos à Expo de Milão!”, então é que seria caso para ficarmos atrapalhados, não?

Mas a verdade é que falhámos uma montra mundial aqui tão perto. É grave? Pois, não é.

As Expos têm tema (a de Lisboa”98 foi os Oceanos) e o tema da Expo Milão 2015 é sobre o Diabo-da-Tasmânia.

Que raio íamos meter nas prateleiras do pavilhão? Que calçado e cortiça temos inspirados em marsupiais?

O mais que nos podíamos vangloriar seria isto: somos dos países mais nos antípodas do diabo-da-tasmânia.

Avisada, pois, a decisão de pouparmos oito milhões. Outra coisa seria se a Expo Milão 2015 fosse dedicada,

sei lá, à Alimentação do Planeta. Aí, já poderíamos expor, como poucos, o passado: fizemos o milho, a batata, a man-dioca passear por continentes.

Poderíamos expor o presente: temos uma cozinha sur-preendente, sabemos de peixe e de grelos como ninguém.

E poderíamos expor o futuro: no inverno podemos pro-duzir vegetais que só aparecem meses depois nos merca-dos europeus (e de Milão)...

Mas não, a Expo é sobre o diabo-da-tasmânia. Foi de mestre não irmos.

JTM/DN

Anthony Wong, investigador do Instituto de Formação Turística, ao “Ponto Final”

UM PONTO É TUDOFerreira Fernandes

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JTM/DN

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 201518 JTM | LAZER

A Muralha da China atravessada

• Completam-se, neste mês de Fevereiro, 27 anos de ausência do ilusionista português Conde de Aguilar. Nascido em Janeiro de 1909, em Lisboa, iniciaria a sua actividade de profissional em 1926, como faquir. Uma carreira mágica de sucessos distribuídos por Portugal e além fronteiras, com destaque para os países africanos, então Províncias Ultrama-rinas. Conde de Aguilar (Saul Fernandes de Aguilar) foi, à época, a referência ilustre do Ilusionismo português. Viria a falecer no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

• A elogiada (in)dignidade do processo de ajustamento, resultou, para centenas de milhares de portugueses, em imi-gração, desemprego, perda da habitação, abandono das Universidades (centenas de jovens), suicídios (de alguns), refor-mados a partilhar casa e reforma (por filhos e netos), milhares de famílias destroçadas, milhares de pequenas e médias empresas falidas ou penhoradas, centenas de cantinas da “comida dos pobres” a rebentar pelas costuras, um milhão de portugueses sem médico de família, etc., etc. Duvida de Mágico: quando o Primeiro-Ministro afirmou “A dignidade de Portugal nunca esteve em causa durante o processo de ajustamento e a dignidade dos portugueses também não” estava a referir-se à (in)dignidade do “Conto de Crianças” ou, ao “Custe o que Custar”?

ENTRADA LIVREACardinal*

Dicas

Só a magia, por via do Ilusionismo, é capaz de efectuar a proeza de ras-gar a Muralha da China fazendo-lhe

uma fenda, criada pelo imaginário má-gico e, a partir daí, em poucos minutos, tornar possível o seu atravessamento, num trilho com a largura de cerca de 7 metros, mantendo incólume a estrutura daquele monumento, símbolo da China e atracção turística mundial, constituído por diversas muralhas, com uma altura variável de 6 a 7 metros numa extensão total de mais de 20.000Km não deixando de espreguiçar-se pelo Deserto de Gobi, conhecido e reconhecido pelo maior chão paleontológico do mundo.

Esta Maravilha, desde 2007 uma das Sete Maravilhas do Mundo, a Muralha da China, foi o palco escolhido nos anos 80 por David Copperfield para nos escrever uma das mais espectaculares histó-rias da Arte do Ilusionismo.

Bastou-lhe montar uma estrutura metálica para su-portar o cenário constituído por paredes de tecido bran-co que, por sua vez funcio-navam individualmente, como se fossem cortinas deslizantes na vertical.

Copperfield, de uma equipa composta habitual-mente por quatro dezenas de colabora-dores, utilizou somente de forma visível, nos minutos breves em que decorreu o efeito, dois ajudantes e um técnico de

luzes. Vestiu de preto, como é seu costu-me, utilizando acessoriamente um longo e indispensável cachecol branco que en-tregaria a um dos ajudantes, enquanto as cortinas laterais e a cortina da frente eram descidas manualmente e, poucos minu-

tos depois, acontecia a suprema magia - Copperfield desaparecia misteriosamen-te diante do público estupefacto colocado no cimo da Muralha a querer recebê-lo no outro lado do trilho murado.

A Grande Muralha da China tinha sido atravessada. O mundo, de lés a lés, através da Comunicação Social, tomava conhecimento de um facto inédito, leva-do a cabo de forma tão surpreendente que se interrogava: realidade ou ilusão?

Seria que a impenetrável Grande Mu-ralha tinha cedido aos ocultos poderes de um mágico americano?

Não, claro que não. O que houve foi arte produzida pelo Ilusionismo e por um dos seus melhores e mais prestigia-dos intérpretes de sempre, com indisfar-çável apoio por parte dos responsáveis chineses, que sem complexos ou receios de comentários menos simpáticos, permi-tiram montar, num dos mais belos e sim-bólicos monumentos, um acto de magia, arte e ilusão que correu mundo e é, para além de um acto de inegável diplomacia, o truque que requereu a Copperfield um arrojo especial.

Um ano antes, 1983, num especial de

televisão, Copperfield tinha efectuado a espectacular desaparição da Estátua da Liberdade nos Estados Unidos.

A estes efeitos, de Copperfield, com recurso a monumentos famosos, pode juntar-se outros não menos espectacu-lares como a desaparição de um Boeing 747 e a desaparição de uma carruagem do titulado Expresso do Oriente, o famo-so comboio de luxo criado em meados de 1883, que Agatha Christie, no seu li-vro de título Assassinato no Expresso do Oriente, pôs o famoso Poirot a deslindar o crime e a desmascarar o criminoso e, em 1982, o nome serviu de tema musical, numa criação de Jean Michel Jarre, musi-co francês, aquando da sua digressão pela China.

Finalmente, se a Muralha da China resiste às tempestades de areia oriundas do Gobi, aos milénios de anos que tem de vida, como pôde deixar-se enfeitiçar à magia da Arte do Ilusionismo? Para res-ponder recuperemos algumas palavras de Copperfield: Não é uma questão de inte-ligência, é uma ilusão.

* Ilusionista - Coordenador do MagicValongo Festival Internacional de Ilusionismo

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Scarlett Johanssonintegra “girls band”A actriz Scarlett Johansson juntou-se a Este Haim, uma das irmãs da banda Haim, para lançar um novo grupo pop, chamado “Singles”. A banda conta ainda com a participação de Holly Miranda, Kendra Morris e Julia Haltigan. A primeira canção, divulgada pela revista “Rolling Stone”, chama-se “Candy” e foi produzida por Dave Sitek, dos “TV on the Radio”. “O objectivo é escrever música de dança super-pop tocada por raparigas”, disse Johansson à revista, citando Grimes, as Bangles e as Go-Go’s como influências. “Ultra-pop mas com um pouco de ironia”, concluiu.

Musa dos “red devils” aquece Old

TraffordSofia Jaramillo, modelo e actriz colombiana de 23 anos, entrou

para a história do Manchester United ao protagonizar um ensaio sensual no

mítico estádio de Old Trafford. Fã assumida dos “red devils”, posou de biquíni vermelho

e branco e com equipamentos de

jogadora de campo, guarda-redes, equipa

técnica e até de árbitro. Sofia também

é fã do compatriota Radamel Falcao, que

nesta temporada reforçou o ataque do Manchester United.

Em palco, David Copperfield faz uma “travessia” que separa as pernas do tronco

Lady Gaga está noivade Taylor KinneyA cantora Lady Gaga anunciou o seu noivado com o actor e modelo Taylor Kinney, de 33 anos, que conheceu em 2011 durante as gravações do videoclip da canção “You and I”. “Ele deu-me o seu coração no Dia De São Valentim e eu disse SIM!”, revelou Lady Gaga na legenda de uma foto da aliança de noivado partilhado no Instagram. Kinney é um dos protagonistas da série “Chicago Fire”.

Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015 JTM | LAZER 19

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

O que falta em Macau? por Gloria Choi

Acho que o trânsito cada vez mais congestionado é um grande pro-blema e afecta-me no dia-a-dia. To-

dos os dias tenho que ir até à universidade e mesmo que apanhe autocarros como o MT3U e 37U a partir da Taipa, muitas vezes, demoro a lá chegar. Os autocarros cir-culam tão cheios que nem param nalgumas paragens, como

naquela em que costumo tentar apanhar, por exemplo. Não chego atrasada às aulas, porque já saio de casa com alguma antecedência prevendo que vou ter que esperar algum tem-po por um autocarro. Isto também tem a ver com o facto dos transportes serem utilizados pelos trabalhadores da constru-ção que têm que ir até ao COTAI ou até à Taipa. Penso que de-viam existir mais autocarros bem como autocarros exclusivos

para as pessoas que querem ir de Macau até à universidade. Podiam também ser criados transportes especiais para os tra-balhadores da construção civil. Era necessário ainda criar mais lugares de estacionamento porque alguns carros estacionam na berma das estradas e congestionam pelo menos uma das faixas, dificultando o trânsito, sobretudo em locais de muito movimento como as Portas do Cerco.

Celebrando o Ano Novo ChinêsGrace Ma e o marido celebraram o Ano Novo Chinês com um casal amigo vindo de Kuala Lumpur, na Malásia. As pequenas na foto são filhas de Dato Adrian e Jaime (casal amigo)

e chamam-se Amber e Jade Wang.

Retrato de famíliaBelmiro Aguiar partilhou com o GENTE GIRA uma foto da sua família, rodeado pela

esposa Manuela Sousa Aguiar, a filha Guida Aguiar, e os dois filhos mais novos, Bruno e Marco Aguiar.

Jantar no tailandêsFinalmente um jantar em família. O restaurante tailandês da Doca dos

Pescadores foi o sítio escolhido para comemorarem a reunião. Nary Sousa conta ao GENTE GIRA que a filha mais velha tinha chegado de Pequim e o

namorado Luigi, da Escócia.

O primeiro aconchego

Valentina é uma cadelinha cuja história teve um

final feliz. Numa cidade onde muitos cães e gatos

são abandonados nas ruas, Valentina viu a sua sorte mudar quando foi

resgatada e adoptada por João Coimbra e esposa.

Após serem retiradas as centenas de carraças

que trazia e ter sido bem esfregada no banho, eis o primeiro momento de entrosamento no novo

seio familiar.

20 JTM | ÚLTIMA Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015 • Fecho da Edição • 01:15 horas

Sector do turismo defende carreiras de autocarros apenas para visitantesO Governo da RAEM deveria criar rotas específicas de autocarros para turistas entre os postos fronteiriços e os principais pontos turísticos, sugeriu o presidente da Associação da Industria Turística de Macau, Wu Keng Kuong, defendendo que essa medida permitiria aliviar a pressão sobre o sistema de transportes públicos, que está constantemente sobrelotado. Para Wu Keng Kuong, a tarifa inicial nessas rotas deveria ser semelhante à praticada nas carreiras actuais até o serviço estar em pleno funcionamento, podendo posteriormente sofrer um aumento que, na sua perspectiva, seria bem aceite pelos visitantes, que levam em consideração o tempo e o di-nheiro gastos. O presidente da Associação da Industria Turística de Macau acredita que a im-plementação desse sistema permitiria, por um lado, que os turistas deixassem de sobrecarregar os recursos públicos e, por outro, atenuaria o impacto do desenvolvimento turístico na vida da população. Além disso, acrescentou, poderiam ser desenvolvidas outras zonas da RAEM para além do centro da cidade. O mesmo responsável indicou ainda, em declarações à imprensa de língua chinesa, que o ambiente de ressentimento que se vive em Hong Kong em relação aos visi-tantes da China Continental representa uma oportunidade para Macau, já que os visitantes têm sentimentos contraditórios relativamente à região vizinha e acabam por procurar novos locais, tendo a RAEM condições para atraí-los. L.F.

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Visitantes chineses em Hong Kong com descida inédita no Ano Novo LunarO numero de visitantes do Continente Chinês que entraram em Hong Kong nos primeiros cinco dias dos feriados do Novo Ano Lunar caiu pela primeira vez em quase 20 anos, revelou o Conselho da Indústria de Turismo da cidade. De acordo com os numeros dos Serviços de Imigração, entre quarta-feira e domingo entraram em Hong Kong 675.155 visitantes oriundos da China Continental, menos 0,16% do que no mesmo período de 2014. Joseph Tung, líder do Conselho da Indústria de Turismo, explicou ter sido a primeira vez a que assistiu a uma diminuição do numero de visitantes nas festividades do Ano Novo Lunar, salientando também que esse movimento vai afectar os negócios ligados ao retalho e do turismo. Em 2014, nos primeiros cinco dias do Ano Novo lunar, entraram em Hong Kong 676.297 vi-sitantes da China Continental, representando na altura uma subida anual de 13,7%. Os numeros estão a preocupar os responsáveis do retalho e turismo que atribuem a queda aos recentes protestos de residentes de Hong Kong contra os visitantes da China Continental e referem que muitos destes preferem outros destinos como o Japão e a Europa, onde a desvalorização da moeda face ao yuan torna as visitas mais baratas.

Sequela de “Now You See Me” filmada na RAEM em MarçoA produção norte-americana “Now You See Me 2” vai ser filma-da em Macau entre 12 e 18 de Março, tanto no Centro Histórico como em casinos, tendo iniciado o recrutamento de figurantes locais. Já começaram os “castings” para escolher quem vai en-trar na produção com cenas na baixa e em casinos na penínsu-la de Macau e na Taipa, referiram os produtores. O filme, que segundo a página IMBD será realizado por Jon M. Chu, quer captar idosos no centro da cidade, homens a jogar “Mahjong” e pessoas a guiar “scooters”. São requisitados também figurantes que façam de clientes e funcionários dos casinos. “Now You See Me 2” começou a ser filmado no final do ano passado em Lon-dres e está agendado para estrear em Junho de 2016. O elenco conta com actores como Daniel Radcliffe, Jesse Eisenberg, Mark Ruffalo, Dave Franco, Morgan Freeman e Michael Caine. O fil-me conta a história de um agente do FBI e um detective da In-terpol em perseguição de um grupo de ilusionistas que assalta bancos durante os seus espectáculos.

Sócrates vai continuar em prisão preventivaO ex-Primeiro-Ministro portu-guês José Sócrates e o empre-sário Carlos Santos Silva vão continuar em prisão preventiva no âmbito do processo “Opera-ção Marquês”, revelou à agência Lusa fonte ligada ao processo. O ex-motorista de Sócrates, João Perna, viu a medida de coação de prisão domiciliária ser alte-rada para liberdade provisória, mediante apresentação semanal à autoridade policial. João Perna está ainda impedido, por deci-são do juiz de instrução criminal Carlos Alexandre, de viajar para o estrangeiro e de contactar com os restantes arguidos.

Responsável de organismo da ONU demite-se após queixa de abuso sexualRajendra Pachauri, presidente do or-ganismo da ONU sobre as alterações climáticas, demitiu-se ontem, depois de a polícia indiana ter iniciado uma investigação contra si por presumível abuso sexual. O líder do Painel Intergover-namental para as Alterações Climáticas (IPCC) justificou o pedido de demissão enviado ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, com a necessidade do organismo ter “uma direcção forte”. Pachauri, de 74 anos, é acusado por uma investigadora, de 29 anos, do centro de reflexão que dirige sediado em Nova Deli, o Instituto da Energia e Recursos, de repetido comportamento impróprio, incluindo através de mensagens de correio electrónico e de telemóvel. Após aceitar a demissão de Pachauri, que presidiu ao organismo nos ultimos 13 anos, o IPCC designou o até agora vice-pre-sidente, Ismail El Gizouli, para o substituir.

Casal indiano vai deixar fortuna a macaco de estimaçãoUm abastado casal de indianos que não tem filhos e cuja relação foi rejeitada pelas famílias desig-nou como único herdeiro o ma-caco de estimação, por entender que contribuiu para o seu sucesso profissional, e decidiu criar uma fundação para garantir o bem-es-tar do animal caso este fique “ór-fão” um dia. Brajesh Srivastava, de 48 anos, e a esposa Shabista, de 45, contaram à agência AFP que só se tornaram ricos depois de te-rem adoptado “Chunmun”, em 2004, sendo que hoje possuem uma casa no Estado de Uttar Pradesh (norte), terras e várias empresas, incluindo uma rede de televisão e uma fábrica de farinha, todas com o nome do macaco. “Talvez as pessoas digam que estamos loucos e podem inclusive rir-se, mas sabemos o quanto Chunmun é im-portante para nós”, afirmou à AFP Shabista, advogada de sucesso, frisando que quer estar certa de que a vida do símio “não será afec-tada” caso o casal venha a falecer primeiro. Chunmun tem 10 anos e a expectativa de vida da sua espécie varia entre 35 e 40 anos. O ma-caco tem direito a um quarto com ar condicionado que partilha com a companheira, Bitti, também adoptada pelo casal. Os dois macacos adoram a cozinha chinesa e costumam beber chá e sumo de manga, segundo Shabista, que comemora todos os anos com centenas de convidados o aniversário de casamento de Chunmun e Bitti.

Máquinas “pachinko” mais longe da Doca dos PescadoresA Macau Legend Development e a Dynam Japan Holdings não chegaram a acordo para oficiali-zar uma parceria que previa a operação em Macau de máquinas de jogo japonesas “pachinko”. As duas partes tinham celebrado um memorando de entendimento para introduzir um mínimo de 100 máquinas deste tipo e outros jogos electrónicos em vários locais na Doca dos Pescadores, mas esse pré-acordo expirou na segunda-feira, sem qualquer tipo de prolongamento, anunciou o grupo liderado por David Chow à Bolsa de Valores de Hong Kong. No entanto, apesar de as duas companhias não terem chegado a um entendimento, a porta não foi fechada para futu-ras cooperações, segundo refere o site “GGR Asia”. A Macau Legend e Dynam Japan Holdings iniciaram o memorando de entendimento em 2013, tendo o mesmo sido prolongado por duas vezes no ano passado.