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Psiquiatria Legal no Direito Criminal O Psiquiatra e a Lei Pressupostos do Crime O Psiquiatra e o Crime Imputabilidade e Crime Medidas de Segurança Psiquiatria Legal enquanto atividade científica Doença Mental e Crime Sander Fridman - Psiquiatra e Psiquiatra Forense pela ABP. Psiquiatrialegal @ Yahoo . com . br

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Psiquiatria Legal no Direito Criminal

• O Psiquiatra e a Lei• Pressupostos do Crime• O Psiquiatra e o Crime

– Imputabilidade e Crime– Medidas de Segurança

• Psiquiatria Legal enquanto atividade científica• Doença Mental e Crime

Sander Fridman - Psiquiatra e Psiquiatra Forense pela ABP.Psiquiatrialegal @ Yahoo . com . br

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Psiquiatria Legal no Direito Criminal

• Textos Sugeridos:– Fridman S, Moraes TM: Medicina e Direito - introdução ao

processo sócio-jurídico, in Lana & Figueiredo: Temas em Direito Médico, R. Janeiro: Espaço Jurídico, 2005, pp. 403-405.

– Fridman S, Moraes TM: Psiquiatria, Tóxicos, Ética e Direito, in Lana & Figueiredo: Temas em Direito Médico, R. Janeiro: Espaço Jurídico, 2005, pp. 407-415.

– Fridman S, Moraes TM: Psiquiatria Legal e os Códigos Substantivo, Adjetivo e Executivo Penais, in Lana & Figueiredo: Temas em Direito Médico, R. Janeiro: Espaço Jurídico, 2005, pp. 417-421.

Sander Fridman - Psiquiatra e Psiquiatra Forense pela ABP.Psiquiatrialegal @ Yahoo . com . br

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Psiquiatria Legal no Direito Criminal

• Textos Sugeridos:– Fridman S, Mendlowicz MV, Mecler K et alli: Neuropsicologia e

Psicometria - vicissitudes clínicas e forenses, in Moraes TM: Ética e Psiquiatria Forense, R. Janeiro: IPUB-CUCA/UFRJ, 2001, pp.167-183.

– Moraes TM, Fridman S: Medicina forense, psiquiatria forense e lei, in Taborda, Chalub & Abdalla-filho: Psiquiatria Forense, Porto Alegre: Artmed, 2004, pp. 21-29.

– Chalub M: Perícias de responsabilidade penal e de dependência química, in Taborda, Chalub & Abdalla-filho: Psiquiatria Forense, Porto Alegre: Artmed, 2004, pp. 129-151.

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Direito Penal

• Aplica sanções que limitam liberdades fundamentais: ir e vir, fazer o que a lei não proíbe, disponibilizar de bens.

• Contenção entre Estado e Pessoa, mesmo quando provocado por outra Pessoa.

• Jus Gentium: aplicava-se aos plebeus, aos peregrinos, em oposição ao Jus Civile, aplicado aos “Patrícios”, herdeiros dos fundadores de Roma.

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Direito Penal

• Constituição Federal• Código Penal• Lei das Contravenções Penais• Lei de Tóxicos• ECA• Código de Processo Penal• Lei de Execuções Penais

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Parâmetros do Direito Penal

• O que é desejável• O que é exigível• O que é normal• O que é próprio• O que é excusável• O que deve ser buscado• O que é saudável• Como determinam-se os fatos

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Acesso ao Fato a que se aplica o DireitoAcesso ao Conteúdo de Direito na Lei

• História• Lingüística• Lógica• Filosofia• Antropologia• Medicina• Psicologia• Sociologia• Quimica• Física

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Atores no Direito Penal• Cidadão• Legislador• Normatizador• Suspeito• Réu• Vítima• Testemunha• Investigador• Delegado• Peritos• Promotor (e o Assistente da Promotoria)• Defensor (Público ou Privado)• Conselheiro tutelar • Juiz, Juri• Desembargador• Corregedor• Ministro do Supremo Tribunal de Justiça• Ministro do Supremo Tribunal Federal

• O Cientista• O Doutrinador• A Mídia• O Político

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O Psiquiatra e a Lei

• Cidadão e Legislador• Fonte de Direito

– Produção da lei– Interpretação da lei - doutrina

• Normatizador• Auxiliar de Justiça

– Inquérito– Processo– Execução

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Pressupostos do Crime

• Tipo penal: comportamento tipificado• Anti-juridicidade (ilicitude):

Exclusão da antijuricidade (nulla poena sine crimine) - puníveis excessos dolosos ou culposos

coação irresistível ou obediência hierárquica a ordem não manifestamente ilegal

Estado de necessidade Legítima defesa Estrito cumprimento do dever legal Exercício regular do direito

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Pressupostos do Crime

Culpabilidade (censurabilidade): Dirimentes / excludentes de culpabilidade-

penalidade erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de

crime (punível se decorrente de imprudência, negligência ou imperícia)

erro determinado por terceiro erro inevitável sobre a ilicitude do fato

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Pressupostos do Crime

Imputabilidade Inimputáveis:

menor de 18 anos incapacidade de entender o caráter ilícito do ato ou

omissão, ou de se determinar de acordo com este entendimento por motivo de:

doença mental desenvolvimento mental incompleto, ou retardado embriaguez pelo uso de substância psicoativa em

decorrência de dependência, caso fortuito ou força maior

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Da Inimputabilidade Penal

• Caput do artigo 26 do Código Penal:– é isento de pena o agente que, por doença mental ou

desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento.

– Ou é isento de pena o agente que, ao tempo da ação ou da omissão, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com este entendimento, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado.

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Da Semi-Imputabilidade Penal

• Parágrafo único do art. 26 do CP: A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente,

– em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

• Ou seja: não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, em virtude de perturbação da saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado.

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Minoridade, Paixão e Embriaguez

• CP, 27: Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (ECA)

• CP, 28: Não excluem a imputabilidade:I - a emoção ou a paixãoII - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo

álcool ou substância de efeitos análogos.

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Isenção de Pena por Embriaguez

• CP, 28, § 1.o É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

• CP, 28, § 2.o A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

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Critérios Biológico, Psicológico e Biopsicológico

• Biológico: a idade, a constituição, a doença mental - estrutural

• Psicológico: a condição intelectiva, volitiva, afetiva (violenta emoção) - funcional

• Biopsicológico: a dupla condição de inimputabilidade– Requisito Conseqüencial: A incapacidade, ou a redução na

capacidade, de entender ou de se determinar– Requisito Causal: doença, perturbação, retardo ou

desenvolvimento mental incompleto (silvícolas inadaptados)

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Critério Cronológico

“...ao tempo da ação ou

da omissão...”

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Escola Positiva do Direito Penal

• O conceito de periculosidade nasceu no final do século passado dentro da Escola Positiva do Direito Penal, tendo se tornado o conceito chave do Direito Penal Moderno.

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Escola Positiva do Direito Penal

• Ao contrário do Direito Clássico, que detinha-se na gravidade do delito e na correspondente punição, o Direito Positivo considera o delito como um índice, um sintoma de uma personalidade anormal, tendo como base seu tratamento e a prevenção de novos delitos.

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ESCOLA POSITIVA DE DIREITO CRIMINAL

• Os positivistas alegavam que, assim como a medicina científica passou, a partir do século XIX, a ter como objeto os doentes e a classificar as doenças segundo suas causas, também o Direito deveria ter como objeto os criminosos e, não, seus crimes, classificando as formas de criminalidade segundo suas causas.

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ESCOLA POSITIVA DE DIREITO CRIMINAL

• Nega a existência do livre arbítrio• A pena tem caráter preventivo, daí a idéia

de pena/recuperação. • O delito é um sintoma de periculosidade• O delinqüente é caracterizado como

portador de um conjunto de anormalidades somato-psíquicas

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ESCOLA POSITIVA DE DIREITO CRIMINAL

• O crime passa a ser uma questão médica, psicológica e sociológica

• Os juízes deveriam se orientar para uma avaliação particularizada da periculosidade compreendida como uma espécie de índice de criminalidade virtual

• A pena deveria ser ajustada à natureza do criminoso e aplicada de acordo com o princípio de defesa social

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CRIMINALIDADE NATA

César Lombroso: Zigomas salientes, orelhas em asas, enormes mandíbulas,

invulnerabilidade, analgesia física e moral, egoísmo, amoralidade, gosto pela tatuagem, pela gíria, vaidade, imprudência, impulsividade, insensibilidade moral, caráter vingativo, amor pela orgia, preguiça, precocidade e o prazer no delito, ausência de remorso, olhar frio, sensibiidade à eletricidade, aos meteoros e às mudanças atmosféricas.

Lombroso C: L’Uomo Delinquente, 1889.Lombroso C: L’Uomo Delinquente - Atlas, 1887.

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Medidas de Segurança

“A MEDIDA DE SEGURANÇA NÃO

PRESSUPÕE HOMENS LIVRES,

CULPÁVEIS E IMPUTÁVEIS, MAS

INDIVÍDUOS QUE ESTÃO

EVENTUALMENTE FORA DO MUNDO

MORAL.” (Maggiore)

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Inimputáveis e Medidas de Segurança

Códigos Penais de 1830 e 1890 - previam a entrega do louco delinquente para a família ou internação, cfme o juiz.

Código Penal de 1940 - sistema do duplo binário: duas reações penais, de naturezas diversas – clássica e positiva - que poderiam atingir aos imputáveis. Ao final da execução da pena, sendo o delinqüente perigoso, era executada uma medida de segurança, que tinha fim curativo e preventivo. Este sistema esteve em vigor no Brasil de 1940 a 1984.

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Inimputáveis e Medidas de Segurança

• Reforma da Parte Geral do Código Penal de 1984 (Lei n.º 7.209, de 11.07.1984):– Aparente fim do duplo binário: ou se aplica pena, ou

medida de segurança. – A decisão sobre aplicar-se ou não medida de segurança

ao final da pena, foi postergada para o momento ao final da pena, conforme a verificação das condições (periculosidade) do preso, ao tempo da soltura.

– O tema da medida de segurança ao imputável foi transferido do Código Penal para a Lei das Execuções Penais (Lei 7210, 11.07.1984, arts. 10 e 66,V,d).

– Na prática, não se aplica!

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Medida de Segurança

Imposição da medida de segurança para inimputável

Art. 97. Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.

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Medida de Segurança

Prazo§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será

por tempo indeterminado perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.

Perícia médica§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do

prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.

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Medida de Segurança

Desinternação ou liberação condicional (art. 97, cont.)§ 3o - A desinternação, ou liberação, será sempre condicional

devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um ano), pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade.

§ 4o - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos.

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Medida de Segurança

Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável

Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.

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Penas e Medidas de Segurança

• Espécies de Pena:– Reclusão– Detenção– Restrição de Direitos– Multa

• Tipos de Medidas de Segurança:– Detentiva– Restritiva

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Medida de Segurança e Lei de Tóxicos

Art. 29. Quando o juiz absolver o agente, reconhecendo por força de perícia oficial, que ele, em razão de dependência, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, ordenará seja o mesmo submetido a tratamento médico.

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Medida de Segurança e Lei de Tóxicos

Art. 29 (cont):§ 1º Verificada a recuperação, será esta comunicada

ao juiz que, após comprovação por perícia oficial, e ouvido o Ministério Público, determinará o encerramento do processo.

§ 3º No caso de o agente frustar, de algum modo, tratamento ambulatorial ou vir a ser novamente processado nas mesmas condições do caput deste artigo, o juiz poderá determinar que o tratamento seja feito em regime de internação hospitalar.

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Medida de Segurança e Lei de Tóxicos

Art. 10. O tratamento sob regime de internação hospitalar será obrigatório quando o quadro clínico do dependente ou a natureza de suas manifestações psicopatológicas assim o exigirem.

§ 1º Quando verificada a desnecessidade de internação, o dependente será   submetido a tratamento em regime extra-hospitalar, com assistência do serviço social competente.

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Medida de Segurança e Lei de Tóxicos

Art. 11. Ao dependente que, em razão da prática de qualquer infração penal, for imposta pena privativa de liberdade ou medida de segurança detentiva será dispensado tratamento em ambulatório interno do sistema penitenciário onde estiver cumprindo a sanção respectiva.

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Exame Médico-Legal - Perícia Psiquiátrica

I – IdentificaçãoII – Elementos colhidos nos autosIII – Versão do acusado aos peritosIV – Anamnese – Antecedentes Pessoais, Familiares e

PsicossociaisV – Exame PsíquicoVI – Exame SomáticoVII – Exames ComplementaresVIII – Conclusão: 1. Diagnóstico

2. Considerações Psiquiátrico-ForensesIX – Resposta aos Quesitos

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Psiquiatria Forense Enquanto Prática Científica

• Clínica diagnóstica e terapêutica de casos psiquiátrico-legais

• Psiquiatria Legal como ramo da Saúde Pública

• Epidemiologia Psiquiátrico-Forense

• Psiquiatra Forense enquanto campo de aplicação da ciência do contraditório: fatos, lógica, hermenêutica e retórica.

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Psiquiatria Forense Enquanto Prática Científica

• Algumas ciências básicas da Psiquiatria e da Psiquiatria Forense:– Antropologia, Sociologia, Ciências Políticas, Economia– Psicologia da percepção (fenomenologia)– Construtivismo Moral– Psicologia Cognitiva– Behaviorismo– Psicometria– Filosofia– Neurociências

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Psiquiatria Forense Enquanto Meio de Prova

DocumentosTestemunhasInterrogatóriosConfissão

Perícias Acareação Alegações Reconstituição

O Psiquiatra Forense no Processo de Direito oferece-se como fonte de conhecimento dos fatos no trabalho judicante.

Mascara as mesmas fragilidades dos demais meios de prova, sob o manto de seu pretenso valor científico.

Beneficia-se aí da Metodologia Científica oriunda do Direito: o Processo do Contraditório

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Psiquiatria forense entre as ciências

• Ocupa espaço epistemológico intermediário entre as ciências humanas e as naturais.

• O objeto/sujeito do saber transmuta-se na medida em que o conhecimento sobre si é produzido.

• Isto não ocorre com uma Aplysia, um fígado ou um reator!

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HISTÓRICO (Passado)

CLÍNICO (Presente)

MANEJO DO RISCO (Futuro)

H1 Violência Prévia C1 Falta de Insight R1 Planos sem

Viabilidade H2 Idade Precoce no

Primeiro Incidente Violento

C2 Atitudes Negativas

R2 Exposição a Fatores Desestabilizantes

H3 Instabilidade nos Relacionamentos

C3 Sintomas Ativos de Doença Mental Importante

R3 Falta de Apoio Pessoal

H4 Problemas no Emprego

C4 Impulsividade R4 Não Aderência ao Tratamento

H5 Problema com Uso de Substâncias

C5 Sem Resposta ao Tratamento

R5 Estresse

H6 Doença Mental Importante

H7 Psicopatia H8 Desajuste Precoce H9 Transtorno de

Personalidade

H10 Prévio Fracasso em Supervisão

Criminologia Positiva Moderna – Predição e Prevenção do Comportamento Criminoso

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HCR - 20AVALIAÇÃO DE RISCO DE VIOLÊNCIA

VERSÃO 2

CHRISTOPHER D. WEBSTERSimon Fraser University

KEVIN S. DOUGLASSimon Fraser University

DEREK EAVESBritish Columbia Forensic Psychiatric Services Comission

STEPHEN D. HARTSimon Fraser University

Versão em Português:Associação Brasileira de Psiquiatria, Departamento de Ética e Psiquiatria Legal

Academia Internacional de Direito e Saúde Mental, Filial Brasileira

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HCR-20

Lista de verificação dos fatores de risco de comportamento violento

• 20 itens, organizados em torno de 10 fatores do passado ("Históricos"), 5 variáveis do presente ("Clínicas") e 5 questões do futuro ("Manejo do Risco")

• Guia para a avaliação e, não, um teste psicológico formal

• O HCR-20 torna "transparente" a base para a tomada de decisões.

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ITENS HISTÓRICOSH1. Violência Prévia

• Monahan (1981) : "a probabilidade de crime futuro aumenta a cada ato criminoso anterior" – Atos de violência moderada: tapas, empurrões e

outros comportamentos que provavelmente não causarão danos sérios ou permanentes às vítimas.

– Atos de violência grave: os que causam morte ou danos graves à vítima ou a mutilação desta.

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H1. Violência Prévia

CODIFICAÇÃO

0 - Sem “violência prévia”1 - Violência prévia (possivelmente / menos) séria: um ou

dois atos de violência moderadamente grave2 - Violência prévia definidamente séria: três ou mais atos

de violência de qualquer gravidade, ou quaisquer atos de violência grave

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H2. Idade Precoceno Primeiro Incidente Violento

• Quanto mais jovem era a pessoa no momento da primeira violência conhecida, maior é a probabilidade de conduta violenta subseqüente (Harris et al., 1993; Lattimore, Visher & Lister, 1995; Steadman et al., 1994; Swanson, 1994).

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H2. Idade Precoceno Primeiro Incidente Violento

Codificação: 0 - 40 anos e mais velho quando do primeiro ato

violento conhecido1 - Entre 20 e 39 anos quando do primeiro ato

violento conhecido2 - Menos de 20 anos quando do primeiro ato

violento conhecido

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H3. Instabilidade nos relacionamentos

• “o apoio social ajuda a proteger contra o crime violento” (Klassen & O'Connor, 1994; Swanson, 1994).

• Os homens violentos nos relacionamentos têm potenciais mais elevados de serem violentos fora dos relacionamentos (Gondolf, 1988; Saunders, 1992).

• “Instabilidade": muitos relacionamentos de curta duração; ausência de qualquer relacionamento; presença de conflito em relacionamentos de longa duração.

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H3. Instabilidade nos relacionamentos

Codificação:0 - Padrão de relacionamento relativamente estável e

sem conflitos1 - Padrão de relacionamento possivelmente ou menos-

seriamente instável e/ou conflituoso2 - Padrão de relacionamento definidamente ou

seriamente instável e/ou conflituoso

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H4. Problemas com Emprego

Correlacionaram-se:• baixo nível de renda → má conduta

durante a liberdade condicional (Monahan, 1981);

• desemprego → elevada reincidência criminal geral (Andrews & Bonta,1995).

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H4. Problemas com Emprego

Codificação: 0 - Sem problemas de emprego1 - Problemas de emprego possíveis ou menos

graves2 - Problemas de emprego bem definidos e

graves

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H5. Problemas Ligados ao Uso Recreativo de Substâncias

Epidemiological Catchment Area (Swanson, 1994): entre as desordens mentais, o abuso de substâncias correlacionou-se mais freqüentemente com comportamento violento. Entre as demais variáveis estudadas, esta manteve o maior poder preditivo para comportamento violento.

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H5. Problemas Ligados ao Uso Recreativo de Substâncias

Codificação: 0 - Sem problemas ligados ao uso de

substâncias1 - Problemas ligados ao uso de substâncias possíveis ou menos-sérios2 - Problemas ligados ao uso de substâncias bem definidos ou sérios

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H6. Doença Mental Grave

• Swanson (1994): o transtorno mental, especialmente a esquizofrenia e a mania, são marcadores fortes de risco para a violência na comunidade.

• Hodgins (1992): doença mental importante eleva a probabilidade de violência ao longo da vida.

• Taylor et al. (1994): delírios aumentam a chance de comportamento violento.

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H6. Doença Mental Grave

• McNiel & Binder (1994): alucinações correlacionam-se fortemente com violência

• Monahan (1992): a grande maioria das pessoas com doenças mentais não se comporta de forma violenta e, comparada à combinação de sexo masculino, pouca idade e baixo status sócio-econômico, por exemplo, a doença mental representa apenas um fator moderado de aumento de risco .

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H6. Doença Mental Grave

Codificação:0 - Nenhuma doença mental grave1 – Presença de doença mental grave duvidosa ou

possível2 – Presença de doença mental grave inequívoca.

Obs: Desordens de Personalidade não contam neste ítem.

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H7. Psicopatia1

• Harris et al. (1993): o melhor preditor isolado de violência em esquizofrênicos ou transtornos de personalidade.

• Forte preditor de violência futura em populações diversas (Forth, Hart, & Hare, 1990; Hill, Rogers, & Bickford, 1996; Quinsey, Rice, & Harris, 1995; Rice, & Harris, 1992; Serin, 1991, 1996; Serin & Amos, 1995).

1Consistente com o Transtorno de Personalidade Anti-Social

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H7. Psicopatia:

• Escala de Harpur & Hare (1994), composta dos fatores 1 (afetivos) e 2 (comportamentais).

• Itens como impulsividade, versatilidade criminosa, insensibilidade e falta de empatia ou remorsos tornam a ligação entre violência e psicopatia bastante prováveis.

• Da mesma forma entre psicopatia e os transtornos de personalidade de tipo anti-social.

PCL-R/SV, Psychopathic Checklist Revised (20 itens) ou sua Short Version (13 itens)

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H7. Psicopatia

Codificação:0 - Não-psicopático: PCL-R1 < 20 / PCL:SV < 131 – Possível Psicopatia (ou menos-grave):

PCL-R: 20-29 ou PCL:SV: 13-17.2 - Psicopatia definida e grave. PCL-R: 30-40

ou PCL:SV: 18-24.

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H8. Desajuste Precoce – antes dos 17 anos, em casa, escola e/ou na comunidade.

• Habilidades e progressos escolares, conduta e ajustamento escolar geral, afastado dos pais: elevado risco de conduta violenta. (Harris et al, 1993; Hodgins, 1994).

• Abuso físico na infância experienciado ou testemunhado, entre os pais (Caesar, 1988; Hotaling & Sugarman, 1986).

• Klassen & O'Connor, 1989; Yesavage (1983): a qualidade da vida familiar precoce prediz violência futura.

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H8. Desajuste Precoce

Codificação:

0-Sem desajuste

1-Desajuste possível/menos-sério

2-Desajuste definitivo/sério

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H9. Transtorno de Personalidade

• Yarvis (1990): os transtornos de personalidade anti-social e borderline estavam representados em excesso em uma amostra de assassinos.

• Hare, 1991; Hare & Hart, 1993; Sonkin, 1987 - os ingredientes-chave, que consistem em raiva, impulsividade, hostilidade e outros semelhantes, aumentam o risco de comportamento criminoso violento e geral.

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H9. Transtorno de Personalidade

Codificação0 - Nenhum transtorno de personalidade1 - Transtorno de personalidade possível

e:ou menos sério2 - Transtorno de personalidade definitivo

e:ou sério

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H10. Fracasso em Supervisão Prévia

• Harris et al. (1993): fracassos em livramentos condicionais prévios estão associados a atos de violência no futuro.

• Ball, Young, Dotson, Brothers, & Robbins (1994):. pacientes psiquiátricos forenses internados, classificados pela equipe como tendo risco de fuga, comportavam-se de forma mais violenta no hospital do que aqueles que não eram classificados como tendo risco de fuga.

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H10. Fracasso em Supervisão Prévia

Codificação0 - Sem fracasso(s) durante supervisão1 - Fracasso(s) possível ou menos-sério

durante supervisão2 - Fracasso(s) definitivo/sério durante

supervisão

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ITENS CLÍNICOS c1. Falta de Insight

• English & English (1958): compreensão e avaliação razoáveis de seus próprios processos mentais, reações e autoconhecimento.

• Amador et al. (1993): pode ser aplicado para se determinar até que ponto o paciente acredita que tenha um transtorno mental, até que ponto tem consciência dos efeitos da medicação sobre seu problema e até que ponto compreende as conseqüências sociais do transtorno mental e da possível violência potencial de que pode estar possuído.

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c1. Falta de Insight

Codificação0 - Sem falta de insight1 - Falta de insight possível / menos

grave2 - Falta de insight definida / séria

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C2. Atitudes Negativas

• Este item não se refere à atitude pessimista ocasional, ou a outra atitude semelhante, mas a atitudes e crenças negativas e anti-sociais arraigadas.

• Andrews e Bonta (1995) relatam que sentimentos pró-criminais, ou atitudes que apóiam o recurso ao crime, estão relacionados a comportamento criminoso e violento.

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C2. Atitudes Negativas

Codificação0 - Sem atitudes negativa1 - Atitudes negativas possíveis e/ou

menos-sérias2 - Atitudes negativas definidas e/ou

sérias

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C3. Sintomas Ativos de Doença Mental Importante

• Monahan (1992): quanto mais floridos forem os sintomas psicóticos, maior é a probabilidade de os mesmos estarem intimamente relacionados à conduta violenta; mais ainda do que o mero diagnóstico de um transtorno psicótico.

• Douglas e Hart (1996): sintomas psicóticos específicos possuem um efeito mais pronunciado do que categorias genéricas de doença.

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C3. Sintomas Ativos de Doença Mental Importante

• Link e Stueve (1994) e Swanson, Borum, Swartz e Monahan (1996): sintomas psicóticos que anulam a percepção de autocontrole do indivíduo e que ameaçam sua percepção de segurança e bem-estar (os assim chamados sintomas de "ameaça-controle") estão relacionados de forma mais pronunciada a violência do que sintomas psicóticos que não possuem essas qualidades.

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C3. Sintomas Ativos de Doença Mental Importante

Codificação0 - Sem sintomas ativos de doença mental

importante1 - Sintomas ativos de doença mental

importante possíveis/menos-sérios2 - Sintomas ativos de doença mental

importante definitivos/sérios

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C4. Impulsividade

• Monahan, (1981): o avaliador deve descobrir de que forma o indivíduo provavelmente reagirá a reais ou imaginários desprezos, insultos e desapontamentos

• Prentky, Knight, Lee, & Cerce (1995): a "impulsividade como estilo de vida" diferenciava transgressores que apresentavam reincidência dos que não a apresentavam.

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C4. Impulsividade

• A impulsividade refere-se a oscilações dramáticas, de hora em hora, de um dia para o outro ou de uma semana para a outra, no humor ou no comportamento geral. Refere-se à incapacidade de permanecer composto e orientado mesmo quando sob pressão para agir.

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C4. Impulsividade

Codificação

0 - Sem impulsividade

1 - Impulsividade possível/menos-séria

2 - Impulsividade definida/séria

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C5. Sem Resposta ao Tratamento

• Rogers e Webster (1989): a tratabilidade refere-se à determinação clínica de quais pacientes, sob quais modalidades de tratamento e condições ambientais, responderão de forma mais favorável.

• Haywood et al(1995): as pesquisas têm demonstrado que não tomar a medicação prescrita prediz a volta ao hospital.

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C5. Sem Resposta ao Tratamento

Codificação

0-Com resposta ao tratamento1-Falta de resposta ao tratamento

possível/menos-séria2-Falta de resposta ao tratamento

definida/séria

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ITENS DE MANEJO DE RISCOR1. Planos Sem Viabilidade

• Um indivíduo que tenha demonstrado capacidade de aceitar e fazer uso de tratamento ou programas de terapia provavelmente terá um menor risco de violência.

• Os planos geralmente incluirão uma divisão clara de responsabilidades e rotinas específicas para lidar com diversas situações.

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R1. Planos Sem Viabilidade

• CODIFICAÇÃO• 0-Baixa probabilidade de que os planos

não tenham êxito• 1-Moderada probabilidade de que os

planos não tenham êxito• 2-Alta probabilidade de que os planos

não tenham êxito

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R2. Exposição a Fatores Desestabilizantes

• Estroff e Zimmer (1994): pacientes com poucos profissionais de saúde mental à sua disposição para auxiliá-los tinham maior probabilidade de agir violentamente.

• Bartels et al.(1991): a dificuldade em lidar com necessidades vitais e sociais básicas, como habitação, finanças, refeições e lazer, prediz violência.

• Este item pode ser codificado como presente se o apoio (emocional, financeiro ou físico) de amigos ou da família não estiver disponível ou, se embora estando disponível, o indivíduo não estiver disposto a aceitá-lo.

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R2. Exposição a Fatores Desestabilizantes

Codificação0-Baixa probabilidade de exposição a fatores

desestabilizantes1-Moderada probabilidade de exposição a

fatores desestabilizantes2-Alta probabilidade de exposição a fatores

desestabilizantes.

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R3. Falta de Apoio Pessoal

• Estroff e Zimmer (1994): a estrutura e a natureza da relação de um indivíduo com os outros, em combinação com sua experiência subjetiva, condição clínica e história pessoal, esclarecem de forma considerável quem será violento e com quem.

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R3. Falta de Apoio Pessoal

Codificação0 - Baixa probabilidade de falta de apoio

pessoal1 - Moderada probabilidade de falta de

apoio pessoal2 - Alta probabilidade de falta de apoio

pessoal

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R4. Não Aderência às Tentativas de Tratamento

• Haywood (1995) e Bartels (1991): a não aderência aos esquemas de medicação predispõe, geralmente, a uma nova internação.

• O item deve ser interpretado de forma genérica, de modo a incluir tentativas de tratamento em áreas terapêuticas e de supervisão/manejo.

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R4. Não Aderência às Tentativas de Tratamento

Codificação• 0-Baixa probabilidade de não aderência às

tentativas de tratamento• 1-Moderada probabilidade de não

aderência às tentativas de tratamento• 2-Alta probabilidade de não aderência às

tentativas de tratamento

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R5. Estresse

• Monahan (1981): consideração ao constructo do estresse, sugerindo atenção a três áreas gerais: família, parceiros e trabalho.

• Exemplos úteis de estressores são dados pelo Eixo IV do DSM-IV.

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R5. Estresse

Codificação• 0 - Baixa probabilidade de estresse• 1 - Moderada probabilidade de estresse• 2 - Alta probabilidade de estresse