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VICE-REITORIA ACADÊMICA COORDENAÇÃO GERAL DE ENSINO DE GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PSICOLOGIA Rio de Janeiro / 2006 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

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VICE-REITORIA ACADÊMICA

COORDENAÇÃO GERAL DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

PSICOLOGIA

Rio de Janeiro / 2006

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco - UCB

Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou porquaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade CasteloBranco - UCB.

U n3p Universidade Castelo Branco. Psicologia. – Rio de Janeiro: UCB, 2006. 40 p.

ISBN 85-86912-14-X

1. Ensino a Distância. I. Título. CDD – 371.39

Universidade Castelo Branco - UCBAvenida Santa Cruz, 1.631Rio de Janeiro - RJ21710-250Tel. (21) 2406-7700 Fax (21) 2401-9696www.castelobranco.br

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ChancelerChancelerChancelerChancelerChancelerProf.a Vera Costa Gissoni

ReitorReitorReitorReitorReitorProf. Paulo Alcantara Gomes

Vice-Reitor de Ensino de Graduação e Corpo DiscenteVice-Reitor de Ensino de Graduação e Corpo DiscenteVice-Reitor de Ensino de Graduação e Corpo DiscenteVice-Reitor de Ensino de Graduação e Corpo DiscenteVice-Reitor de Ensino de Graduação e Corpo DiscenteProf. Eugenio da Silva Corrêa

Coordenadora Acadêmica de Educação a DistânciaCoordenadora Acadêmica de Educação a DistânciaCoordenadora Acadêmica de Educação a DistânciaCoordenadora Acadêmica de Educação a DistânciaCoordenadora Acadêmica de Educação a DistânciaProf.a Vania Alcantara

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Setores Responsáveis Pela Produção do Material InstrucionalSetores Responsáveis Pela Produção do Material InstrucionalSetores Responsáveis Pela Produção do Material InstrucionalSetores Responsáveis Pela Produção do Material InstrucionalSetores Responsáveis Pela Produção do Material Instrucional

Coordenação Acadêmica de Educação a Distância - CEADCoordenação Acadêmica de Educação a Distância - CEADCoordenação Acadêmica de Educação a Distância - CEADCoordenação Acadêmica de Educação a Distância - CEADCoordenação Acadêmica de Educação a Distância - CEADVania Alcantara

Centro Editorial – CEDICentro Editorial – CEDICentro Editorial – CEDICentro Editorial – CEDICentro Editorial – CEDIJoselmo Botelho

ConteudistaConteudistaConteudistaConteudistaConteudistaMaria de Fátima Cardoso Simões

Atualizado porAtualizado porAtualizado porAtualizado porAtualizado porMaria de Fátima Cardoso Simões

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Apresentação

Prezado(a) Aluno(a):

É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de graduação,na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, conseqüentemente, propiciandooportunidade para melhoria de seu desempenho profissional. Nossos funcionários e nosso corpo docenteesperam retribuir a sua escolha, reafirmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de umaestrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.

Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seuconhecimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.

Seja bem-vindo(a)!Paulo Alcantara Gomes

Reitor

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Orientações para o Auto-Estudo

O presente instrucional está dividido em três unidades programáticas, cada uma com objetivos definidos econteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejamatingidos com êxito.

Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividadescomplementares.

As Unidades 1 e 2 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1.

Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das três unidades.

Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todos osconteúdos das Unidades Programáticas 1, 2 e 3.

A carga horária do material instrucional para o auto-estudo que você está recebendo agora, juntamente com oshorários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 60 horas-aula, que vocêadministrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontrospresenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.

Bons Estudos!Vania Alcantara

Coordenadora Acadêmica de Educação a Distância

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Dicas para o Auto-Estudo

1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.

2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite interrupções.

3 - Não deixe para estudar na última hora.

4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.

5 - Sempre que tiver dúvidas entre em contato com o seu monitor através do e-mail [email protected].

6 - Não pule etapas.

7 - Faça todas as tarefas propostas.

8 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento da disciplina.

9 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a auto-avaliação.

10 -Não hesite em começar de novo.

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SUMÁRIO

Quadro-síntese do conteúdo programático........................................................................................................ 11

Contextualização da disciplina...............................................................................................................................

UUUUUNIDADENIDADENIDADENIDADENIDADE I I I I I

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PSICOLOGIA

1.1 - A conceituação da Psicologia, suas áreas de aplicação e a inter-relação da Psicologia com outras áreas do conhecimento.................................................................................................................................................... 13

1.2 - Métodos de análise utilizados na Psicologia................................................................................................... 161.3 - Evolução histórica da ciência psicológica........................................................................................................ 17

UUUUUNIDADENIDADENIDADENIDADENIDADE II II II II II

PRINCIPAIS TEORIAS PSICOLÓGICAS

2.1 - As principais teorias psicológicas do século XX.......................................................................................... 192.2 - A Psicanálise............................................................................................................................................................ 192.3 - O Behaviorismo....................................................................................................................................................... 252.4 - A Gestalt................................................................................................................................................................. 27

UUUUUNIDADENIDADENIDADENIDADENIDADE III III III III III

PROCESSOS PSICOLÓGICOS E SUA RELEVÂNCIA PARA A COMPREENSÃO DO COMPORTAMENTO

3.1 - O processo da motivação..................................................................................................................................... 303.2 - Novas abordagens sobre inteligência................................................................................................................ 32

Glossário...................................................................................................................................................................

Referências bibliográficas.............................................................................................................................................. 38

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Quadro-síntese do conteúdoprogramático

Unidades do Programa Objetivos

1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAPSICOLOGIA

1.1 – Conceituação, áreas de atuaçãoda Psicologia e a inter-relação daPsicologia com outras áreas doconhecimento

1.2 – Métodos de análise utilizadosna Psicologia

1.3 – Evolução histórica da ciênciapsicológica

• Apontar os elementos necessários para a caracterização daPsicologia como ciência;

• Reconhecer os principais conceitos da ciência psicológica,visando superar o conhecimento proveniente do senso comum;

• Relacionar a importância da inter-relação da Psicologia comoutras áreas do conhecimento;

• Conhecer os diferentes métodos de análise comportamentalutilizados na Psicologia;

• Fornecer uma visão histórica da evolução da Psicologia;• Identificar a importância da Psicologia na formação profissional.

2 – PRINCIPAIS TEORIASPSICOLÓGICAS

2.1 – As principais teoriaspsicológicas do século XX

2.2 – A Psicanálise2.3 – O Behaviorismo2.4 – A Gestalt

• Identificar e distinguir as três principais teorias psicológicas:a Psicanálise, o Behaviorismo e a Gestalt;

• Reconhecer a importância da Psicanálise, do Behaviorismo eda Gestalt na construção da ciência psicológica;

• Assimilar e aplicar os conceitos das principais teoriaspsicológicas em situações da vida cotidiana;

• Discutir criticamente os temas apresentados.

3 – PROCESSOS PSICOLÓGICOS ESUA RELEVÂNCIA PARA ACOMPREENSÃO DOCOMPORTAMENTO

3.1 – O processo da motivação3.2 – Novas abordagens sobre

inteligência

• Conhecer o mecanismo da motivação, identificando suaimportância para a compreensão do comportamento humano;

• Compreender a hierarquia das necessidades no contexto damotivação humana;

• Apresentar a evolução da forma de abordar a inteligência atéos dias atuais;

• Relacionar as inteligências múltiplas com as diferentesprofissões;

• Reconhecer a importância de desenvolver a inteligênciaemocional.

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Contextualização da Disciplina

Talvez você já tenha indagado sobre a importância do estudo da Psicologia na sua formação profissional, outenha a impressão de saber o suficiente sobre a Psicologia. De certa forma, muitas pessoas pensam entender umpouco de psicologia, entretanto, para você que busca sedimentar sua formação com significativa consistênciateórica, será necessário superar o conhecimento superficial proveniente do senso comum.

Nesse sentido, construiremos nosso trabalho partindo das bases da Psicologia: começaremos por contextualizarsua origem, sua evolução histórica, suas áreas e campos de atuação, sua relação com outras áreas doconhecimento e seus principais métodos de investigação. Em seguida, abordaremos os pressupostos dasprincipais teorias psicológicas: a Psicanálise, o Behaviorismo e a Gestalt, reconhecendo a importância de seusconceitos para a compreensão do comportamento humano. Por último, estudaremos dois temas que têmdespertado grande interesse das pessoas: o processo da motivação e a inteligência.

Certamente, não temos a pretensão de esgotar nesta disciplina todas as discussões e estudos que a ciênciapsicológica pode promover, mas objetivamos despertar seu interesse em ampliar seus conhecimentos, adotandouma postura investigativa. Esperamos, ainda, que você possa encontrar resposta à indagação inicial e sejacapaz de reconhecer a importância do estudo da Psicologia na sua formação profissional.

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13UNIDADE I

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PSICOLOGIA

1.1 - 1.1 - 1.1 - 1.1 - 1.1 - A Conceituação da Psicologia, Suas Áreas deAplicação e a Inter-Relação da Psicologia comOutras Áreas do Conhecimento

“Não devemos cessar a exploração E quando chegarmos ao seu final

Devemos chegar onde começamos E conhecer o lugar pela primeira vez.”

T.S. Eliot

Você está iniciando seus estudos sobre a Psicologiae já deve ter pensado sobre a importância que esteconhecimento terá em sua formação. Pois bem, a partirde agora você conhecerá aspectos gerais dessaciência, os quais poderão elucidar essa dúvida.

Psicologia é uma palavra de origem grega, a junçãode psique, que significa alma ou mente e logos, quesignifica estudo. Etimologicamente, Psicologia querdizer o estudo da alma ou da mente.

O conceito de Psicologia evoluiu e atualmente é aceitaa definição de Psicologia como a ciência que estuda ocomportamento e os processos mentais. Essatrajetória, no entanto, não foi fácil, e apesar dasquestões psicológicas sempre terem sido preocupaçãodo ser humano, a Psicologia só adquiriu o status deciência ao final do século XIX.

A esta altura você deve estar se perguntando: masse as pessoas são tão diferentes, se não existem doisseres humanos exatamente iguais, como é possívelexistir uma ciência que se propõe estudar ocomportamento dos indivíduos?

Ainda, se todos nós somos um pouco psicólogos –temos sempre um conselho a dar frente a um problemacontado por um amigo, sabemos a melhor maneira deeducar um filho, lidamos com nossos problemaspessoais a partir de algumas crenças que temos – paraque precisamos dessa tal ciência Psicologia, visto queno dia-a-dia já a utilizamos sem que tenha sidonecessário embasamento científico?

Vamos responder por partes. Quanto à primeiraquestão, que se refere a possibilidade de existir uma

ciência psicológica, é preciso esclarecer que, apesarde não existir uma pessoa igual a outra – e este étambém um tema estudado pela Psicologia, asdiferenças individuais – é possível realizar muitascomparações entre os indivíduos, pois existeminúmeras semelhanças em determinados aspectos:todas as pessoas comem, bebem, dormem, possuemnecessidades fisiológicas, desejos, aspirações,temores, buscam relacionar-se com os outros,trabalham, sofrem diante de situações dolorosas, têmansiedades e frustrações, etc. É por essas semelhançasque a Psicologia tem seu lugar no contexto dasciências, estudando o que é comum entre as pessoas.

Quanto à segunda questão, que diz respeito aconstatação de que somos todos um poucopsicólogos, cabe uma observação: não se trata demenosprezar o conselho de um amigo ou derrubar ascrenças populares, mas sim de encará-los comorealmente são: conhecimentos não-científicos sem origor necessário para serem classificados comoPsicologia científica.

Esses conhecimentos rotineiros sobre as pessoas eseus problemas são descompromissados, enquantoo conhecimento científico não pode ser assim.

Essa falta de credibilidade da Psicologia científicase agrava quando constatamos a existência de falsospsicólogos, pessoas que lançam livros, ministramconferências, atuam em supostas clínicas deautoconhecimento, dão conselhos em revistaspopulares, contribuindo, desse modo, para fortaleceruma falsa imagem da Psicologia, desconsiderando aexistência de uma ciência psicológica.

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A essas constatações acrescenta-se o fato de queparte do vocabulário psicológico é usadoindiscriminadamente, ou seja: é freqüente o uso deexpressões como: “Meu chefe é um neurótico”,“Você só pode estar ficando maluco”, “Meu filhotem muita criatividade” . Tais expressões, quandoadotadas, nem sempre possuem o significado realdos termos da Psicologia científica, traduzindo o usoda Psicologia do senso comum.

Mas o que é, afinal, a Psicologia do senso comum?Refere-se a um tipo de conhecimento adquiridoinformalmente e que origina um conteúdo inexato,que se acumula ao acaso e é baseado em observaçõescasuais, sem que se avalie os princípios ou as provasdesse conhecimento. É o ouvir falar, a opinião pessoalou de alguma celebridade da televisão, a informaçãodescompromissada do jornal ou revista.

O conhecimento do senso comum é bastante usado,e pode-se constatar que no nosso dia-a-dia é ele queestá presente na maior parte de nossas ações. Porexemplo, não nos preocupamos, ao escovar osdentes diariamente, com a melhor técnica deescovação ou com os efeitos comprovadamentecientíficos do uso desta ou daquela escova ou pastade dentes, fazemos isso quase que mecanicamente.Assim como não nos perguntamos, ao usarmos umaparelho eletrodoméstico, sobre seus princípios defuncionamento.

O conhecimento do senso comum é intuitivo,espontâneo, baseado em tentativas e erros,acumulado no nosso dia-a-dia. Baseia-se no hábitoou na tradição, e pode-se passar de geração parageração. Produz suas próprias teorias, e para issoapropria-se superficialmente de conhecimentosadquiridos cientificamente, reduzindo taisconhecimentos a teorias simplificadas, produzindouma particular visão de mundo.

A realidade do cotidiano permite um domínio davida pela prática diária daquilo que é vivido eexperimentado. As pessoas, em geral, têm umconhecimento pequeno e superficial da Psicologiacientífica, e é com base em tal conhecimento quebuscam explicar ou compreender seus própriosproblemas e os dos outros, de um ponto de vistapsicológico.

A ciência, por sua vez, persegue objetivoscientíficos, usa procedimentos científicos e adotamétodos científicos. A ciência é eminentementereflexiva, e procura alterar o cotidiano a partir de seuestudo sistemático. Ao fazer ciência, está sepensando sobre a realidade diária e se baseando nela,embora afastando-se da mesma para refleti-la econhecê-la além de suas aparências.

O termo ciência refere-se a um conjunto deconhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade,conjunto este expresso através de uma linguagemrigorosa e precisa. Esse conjunto de conhecimentos deveser obtido de maneira sistemática e controlada, permitindoa verificação de sua validade. A ciência aspira àobjetividade, e suas conclusões devem ser passíveis deverificação e isentas de emoção, para tornarem-se válidaspara todos.

São características do conhecimento científico,portanto, a existência de um objeto de estudo específico,o uso de uma linguagem rigorosa e de métodos e técnicasespecíficas, o fato de ser um processo cumulativo doconhecimento e a existência de objetividade. A ciênciarefere-se a um conjunto de conhecimentos siste-matizados, obtidos por uma atividade humana que seguemétodos rigorosos e tem suas conclusões baseadas emdados passíveis de mensuração, não influenciadas porinclinações pessoais ou tendenciosidade. Na ciência,descreve-se, com minúcias, os procedimentos usadosna investigação, para que possa ser possível a réplicado estudo.

É preciso ter clareza de que ambos os conhecimentos –científico e do senso comum – são importantes e estãopresentes no dia-a-dia de todos nós. Mesmo o cientistamais dedicado a pesquisas de laboratório, quando sai deseu ambiente de trabalho para viver sua rotina diária,está submetido à dinâmica do cotidiano, na qual hásimplificação das teorias para que possam ser usadas euma maneira peculiar de interpretação dos fatos, adespeito das considerações científicas. Todos nós,portanto, vivemos a maior parte do nosso tempo nocotidiano, aceitando as regras do seu jogo.

Os estudos científicos, em geral, são chamados deciência pura, referindo-se à busca do conhecimentodesinteressado, sem vistas à sua aplicação. A ciênciaaplicada atende ao desejo de usar as descobertas nassituações da vida cotidiana, investiga-se os temas,objetivando usá-los em alguma área da atividade humana.

Na Psicologia, tal distinção é evidenciada a partir dealgumas áreas de aplicação, onde pesquisadoresdirecionam sua investigação para um enfoque específico.Assim, a Psicologia é uma ciência que possui um campode aplicação bastante amplo. Os temas investigadospela Psicologia abrangem: desenvolvimento, basesfisiológicas do comportamento, aprendizagem,percepção, memória, motivação, inteligência,personalidade, comportamento anormal, comportamentosocial, entre outros. A Psicologia do Desenvolvimentoestuda as mudanças que ocorrem na vida de umindivíduo, desde a infância à velhice; a Psicologia Socialinvestiga as situações e as variáveis em que a condutahumana é influenciada e influencia a de outras pessoas egrupos; a Psicopatologia estuda o comportamentoanormal, como as neuroses e psicoses.

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Há também os campos em que os psicólogos podematuar. Em cada setor que os conhecimentos daPsicologia são aplicados, dá-se uma denominação queindica o ramo da atividade humana no qual essesconhecimentos são usados. Nestes casos, é possívelverificar que a Psicologia estabelece uma inter-relaçãocom outras áreas do conhecimento. Podemos entãocitar: a Psicologia Educacional, que trata da aplicaçãode princípios e técnicas da Psicologia nas questõeseducacionais; a Psicologia Clínica; a PsicologiaOrganizacional; a Psicologia Esportiva; a PsicologiaJurídica; a Psicologia Social; a Psicologia do Trabalho;a Psicologia do Trânsito; etc.

Considerar que o objeto de estudo da Psicologia é ohomem, é amplo demais. Há, então, uma diversidadede objetos específicos de estudo da Psicologia, o quese justifica em parte pelo fato de ser uma ciência muitonova e também pelo fato de o cientista confundir-secom o objeto a ser pesquisado: o homem. Assim, aconcepção de homem que o pesquisador traz consigoinfluencia, sem dúvida, sua pesquisa em Psicologia.

O objeto de estudo da Psicologia deve reunir umaampla variedade de fenômenos psicológicos, e taisfenômenos são tão diversos que não podem seracessíveis ao mesmo nível de observação, não sendo,portanto, sujeitos aos mesmos padrões de descrição,de medida, de controle e de interpretação.

Poderia mesmo falar-se na existência não de umaPsicologia, mas de “ciências psicológicas” emdesenvolvimento. A vida dos seres humanos, matéria-prima da Psicologia, é a base para a construção detodo o seu saber. A Psicologia contribui, com o estudodos fenômenos psicológicos, para a compreensão datotalidade da vida humana. Tais fenômenos tratam-sede processos que acontecem no mundo interno daspessoas e são construídos durante a vida. Sãoprocessos contínuos, que constituem a subjetividadedo ser humano e que possuem a riqueza e a realidadedo mundo externo. Sua construção dá-se à medidaque o indivíduo vive a realidade com os outrosindivíduos.

Um dos problemas enfrentados pela Psicologiarefere-se aos limites do que é possível e do que aindanão é possível saber sobre o psiquismo humano,

podendo-se confundir aquilo que é conhecimentocientífico comprovado com aquilo que é conhecimentoque está sendo pesquisado e que ainda é especulação,e com aquilo que nada tem a ver com Psicologiacientífica.

Um exemplo disso é o conhecimento místico, que écampo de estudo da Teologia. É um conhecimentoreligioso, mas que, em muitos momentos pode serconfundido com o conhecimento psicológico. Tarô,astrologia, quiromancia e numerologia são práticasadivinhatórias que podem ser confundidas, por alguns,com o campo de trabalho da Psicologia, pois em geralos que trabalham com tais práticas aconselham pessoassobre aspectos de sua personalidade e oferecemsoluções para seus problemas pessoais.

Entretanto, é preciso ficar claro que misticismo ePsicologia científica devem ser distanciados, pois demodo algum podem ser conciliados. Mas não podemos,como cientistas, fechar os olhos a essas práticas.

Há pesquisadores que vêm estudando tais práticasadivinhatórias com o objetivo de descobrir o que elastêm de eficiente. Ao lado destes, encontram-se tambémalguns psicólogos usando tais práticas sem o devidocuidado e observação científica. Segundo prevê ocódigo de ética da profissão, essas pessoas sãoenquadradas como praticantes de charlatanismo oudesempenho inadequado da profissão.

A distinção entre o trabalho do psicólogo e daquelesque fazem uso de práticas adivinhatórias estáessencialmente no uso, pelo psicólogo, doconhecimento científico em sua intervençãoterapêutica.

Longe de considerar o conhecimento científico comoabsoluto, não se trata de menosprezar as práticasadivinhatórias, mas de reconhecê-las como não-científicas. As pessoas têm o direito de recorrer a elas,e os cientistas precisam reconhecer que há ainda muitacoisa sobre o psiquismo humano que não estáexplicada, e que, portanto é preciso estar atento para oque há de novo nesse campo. A riqueza da vida internado ser humano explica a diversidade de temasestudados pela Psicologia.

Exercícios de Fixação

1- Qual o conceito atual de Psicologia?2- A Psicologia é considerada uma ciência?3- Quais as áreas de aplicação da Psicologia?4- Quais os campos de atuação dos Psicólogos?5- Misticismo e Psicologia podem ser conciliados?6- Explique o senso comum, partindo de um exemplo de vida cotidiana em que as pessoas pareçam exercer o

papel de psicólogos.

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161.2 -1.2 -1.2 -1.2 -1.2 - Métodos de Análise Utilizados na Psicologia

Conceituou-se Psicologia como a ciência docomportamento humano e dos processos mentais, aentendendo, então, como o estudo de toda e qualqueratividade do organismo, observável ou não. Noestudo do comportamento e dos processos mentais,é preciso usar de rigor científico e a Psicologia busca,na medida do possível, usar procedimentos objetivospara coleta de dados, o que permite apurarinformações e conclusões válidas sobre ocomportamento. Destacaremos a seguir algunsmétodos de análise utilizados na Psicologia.

1- Método de Observação – pode ser dividido emobservação naturalista e observação controlada. Aobservação naturalista consiste em observar seminterferir no comportamento. Geralmente ela ocorreno ambiente natural do sujeito a ser observado eenvolve a descrição dos fenômenos tal como no meioem que o comportamento ocorre. Uma vantagem delaé a não interferência no meio em que ocomportamento ocorre e uma limitação é o carátersubjetivo da observação, pois há influência dapersonalidade do observador no que está sendoobservado. A observação controlada ocorre quandoé possível um certo grau de controle sobre o meio emque o comportamento ocorre. A principal vantagemda observação controlada é a possibilidade de limitara influência de variáveis ou introduzirdeliberadamente uma variável para avaliar seu efeitosobre o comportamento em estudo. Num estudo deobservação controlada, o pesquisador podeesconder-se atrás de um espelho para minimizar ainfluência de sua presença.

2- Método Experimental – caracteriza a Psicologiacomo ciência. Seu objetivo é descobrir as relaçõesentre as variáveis. A condição manipulada peloexperimentador é chamada variável independente(VI). A resposta a essa variável é chamada variáveldependente (VD). O método experimental secaracteriza pelo controle de variáveis.

3- Método Clínico ou Estudo de Caso – é uma forma deinvestigação que concentra seu foco de interesse numcaso específico, buscando levantar o máximo deinformações através dos diferentes métodos utilizadosna Psicologia, com vistas a alcançar um diagnósticomais detalhado. Neste método, ocorre o emprego deentrevistas, testes e históricos de casos, na busca desoluções para problemas individuais. O objetivo de seuuso é fazer tratamento psicoterápico de pessoas quebuscam atendimento psicológico.

4- Levantamento – este método reúne instrumentosestruturados sob a forma de questionários aplicadosem entrevistas, escalas de atitudes e permite oferecercorrelações. A entrevista é um dos instrumentospsicológicos mais utilizados para levantar informaçõessobre os indivíduos. Devemos, no entanto, delimitar oseu uso, uma vez que por ser um instrumento deavaliação de personalidade e interesses, depende, paraseu êxito, de entrevistadores bem preparados. Aentrevista pode ser de dois tipos: a entrevista aberta ea entrevista fechada. Na entrevista aberta, oentrevistador tem mais liberdade para explorar dadossobre a personalidade do entrevistado e levantar asinformações necessárias para a investigação quepretende fazer. Já na entrevista fechada, as perguntassão padronizadas e permite a comparação das respostasde vários indivíduos. As escalas de atitudes consistemem atribuir graus a comportamentos e a situaçõesdescritos em questões.

5- Testes Psicológicos – neste método, o registro dedados sobre os indivíduos são obtidos através daaplicação de testes psicológicos que podem serpsicométricos ou projetivos. O seu uso permite levantarinformações necessárias que complementam o trabalhodo profissional de Psicologia. A aplicação deste métodoé restrita aos psicólogos.

Exercícios de Fixação

1- Aponte uma vantagem para a utilização da observação naturalista e uma vantagem para a utilização daobservação controlada.

2- No que consiste o método clínico?3- Os testes psicológicos podem ser utilizados por qualquer profissional?

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171.3 -1.3 -1.3 -1.3 -1.3 - Evolução Histórica da Ciência Psicológica

A Psicologia Pré-Científica

Comos vimos anteriormente, na Psicologia do senso-comum existe uma crença de que todas as pessoasteriam uma habilidade para a Psicologia, algo parecidocom o famoso ditado popular que diz: “de médico ede louco todos nós temos um pouco”. A experiênciade vida, muitas vezes, nos reveste de confiança paraemitir opiniões, palpites e promover aconselhamento.Entretanto, mesmo reconhecendo que estasexperiências são importantes, devemos deixar claroque a Psicologia é uma ciência e não uma coleção decoincidências.

Faremos uma pequena viagem através da históriada Psicologia, procuraremos traçar sua linha de tempo,seus eventos mais significativos. É simples, imagineque você fosse contar a sua história pessoal, comovocê surgiu, como foi seu desenvolvimento, aspessoas que participaram mais de perto da sua vida,os momentos mais marcantes. E a esta altura vocêdeve estar se perguntando, mas para que eu querosaber isso? Porque estas informações são a base detudo. Com elas, nós poderemos conhecer a evoluçãodessa disciplina, compreender melhor a Psicologia daatualidade, saber porque o comportamento humanosempre despertou e continua despertando tantacuriosidade. Conhecer a história da Psicologia éconhecer um pouco da história da humanidade.

Esse interesse pelo próprio comportamento e asreflexões sobre a natureza da conduta humana sãoencontrados desde os primórdios da Filosofia. Aliás,como a Filosofia é tida como a “mãe” das ciências,também o foi com relação a Psicologia. Nos volumesescritos pelos filósofos encontram-se as primeirastentativas de sistematizar as investigações docomportamento humano, cujos princípios foramrevitalizados por alguns autores e constituem astendências teóricas atuais. Assim, é correto afirmarque a Psicologia surgiu da Filosofia.

Os filósofos gregos encarregam-se desse início, opróprio termo Psicologia, vem do grego: psyché, quesignifica alma e logos, que significa estudo, razão.Portanto, etimologicamente, Psicologia significa“estudo da alma”. Por esse motivo, durante muitotempo a Psicologia foi conhecida como o estudo daalma.

Entre os filósofos gregos que começaram aenveredar pelo “estudo da alma”, podemos destacarSócrates, Platão e Aristóteles (séculos III e IV a.C.).

Sócrates ensinava que nosso conhecimento do meiocircundante é necessariamente imperfeito, uma vez quenos vem pela via imperfeita de nossos órgãos dossentidos, a qual é sujeita a ilusões. Por isso, seudiscípulo Platão afirmou ser imprudente considerar aexperiência sensorial como fonte fidedigna deconhecimento. Na verdade, dão primazia aoconhecimento de si mesmo, mesmo reconhecendo queé um processo difícil e que nunca se completa. É deSócrates a recomendação “conhece-te a ti mesmo”.

Em Aristóteles, encontramos a doutrina de que todoconhecimento provém da experiência. Ao nascer, amente é placa de cera intacta, “tábula rasa”, e sobreessa placa a experiência escreve-se.

Alguns séculos se passaram e, ao mesmo tempo quea cultura grega começou a desintegrar-se, surgiram efloresceram as primeiras religiões. Com isso,consolidou-se o Império Romano, cujo poder político eeconômico da Igreja Católica garantiu o monopólio daIgreja no estudo do psiquismo. Foi um longo período,em que se destacaram: Santo Agostinho (354 - 430) eSão Tomás de Aquino (1225 - 1274). Santo Agostinho éo maior pensador da Igreja antiga e São Tomás deAquino é a maior expressão da Igreja medieval.

Pouco mais de 200 anos após a morte de São Tomásde Aquino, surge um novo período, a Renascença, noqual as ciências passaram por grande avanço, comCopérnico e Galileu. Neste período, René Descartes(1596 - 1659), um dos filósofos que mais contribuiupara o avanço da ciência, postula a separação entremente (alma, espírito) e corpo, afirmando que o homempossui uma substância material e uma substânciapensante, e que o corpo, desprovido do espírito, éapenas uma máquina. Esse dualismo mente-corpo tornapossível o estudo do corpo humano, o que eraimpossível em anos anteriores, porque a Igrejaconsiderava o corpo humano sagrado por ser a sededa alma. Dessa forma, a possibilidade de poder estudaro corpo de alguém que morreu, permitiu avanços nodesenvolvimento da fisiologia e da anatomia, que viriama contribuir muito para o progresso da Psicologia, umavez que para se conhecer o psiquismo humano, tornava-se necessário compreender o funcionamento damáquina de pensar do homem: o cérebro.

Posteriormente, os filósofos dos séculos XVIII e XIXdividiram-se em duas escolas de pensamento: oempirismo inglês e o racionalismo alemão. O termoescola refere-se a um grupo de pessoas que seidentificavam e se associavam ideologicamente e, porvezes, geograficamente, ao líder de um movimento. Em

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sua maior parte, os membros de uma escola refletemsobre problemas comuns e compartilham de umaorientação teórica ou sistemática comum.

O empirismo inglês teve como fundador John Locke,que retomou as idéias de Aristóteles, quandocomparou a mente a uma “tábula rasa”.

Os racionalistas alemães acreditavam que a mentetem a capacidade inata de gerar idéias,independentemente dos estímulos do meio.Diminuíam, assim, a importância da percepçãosensorial.

A Origem da Psicologia Experimental

Vimos até aqui que existiam, apenas, escolasfilosóficas e não-psicológicas. Mas a Psicologiacomeçou a adotar procedimentos rigorosamentecientíficos para os padrões exigidos na época,realizando estudos em laboratório e experimentos.

No percurso da Psicologia em direção à ciência, nãopodemos deixar de mencionar importantesacontecimentos do século XIX que ajudaram aconduzi-la a esse propósito, como os avanços nasáreas da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia,que permitiram o conhecimento das estruturascerebrais e do sistema nervoso central. Além disso,nesse período surgiram nomes como Hegel, quedemonstrou a importância da História na compreensãodo homem, Darwin, com a teoria da evolução dasespécies, e Augusto Comte, com o positivismo, o qualpostulava a necessidade de um maior rigor científicona construção dos conhecimentos humanos.

Entretanto, duas personalidades devem serdestacadas nesse momento histórico: a primeira éGustav Theodor Fechner, fundador da Psicofísica e“pai da Psicologia Experimental”, o qual estabelece arelação entre estímulo e sensação, permitindo a suamensuração, mostrando que é possível aplicartécnicas experimentais e procedimentos matemáticosao estudo dos problemas psicológicos; a segunda éWilhelm Wundt.

Costuma-se relacionar ao ano de 1879, na Alemanha,o surgimento da Psicologia como ciência e foi Wundt(1832 - 1926) quem criou o primeiro laboratório dePsicologia na Universidade de Leipzig, influenciado

pelos filósofos empiristas. Com ele nasceu oestruturalismo, considerada a primeira escolapsicológica, cujo método utilizado era a introspecção,o “olhar para dentro”.

A Psicologia Científica

Conhecemos até agora como a Psicologiaestabeleceu-se como ciência e o marco para essa novaetapa de sua história, com a fundação do laboratóriode Leipzig em 1879, por Wilhelm Wundt.

Como foi dito antes, Wundt foi o fundador doestruturalismo, escola que adotava como concepçãoteórica o método da introspecção. Entretanto, estemétodo não podia ser usado em crianças, indivíduosanormais e animais, por terem dificuldade de expressaro que sentem em nível consciente. Este fato fez comque o método fosse criticado por outros teóricos. Oestruturalismo chegou à América, levado por EdwardTitchner (1867 - 1927), discípulo de Wundt.

Em reação ao estruturalismo, surgiu nos EstadosUnidos o funcionalismo, e destacaram-se WillianJames (1842 - 1910), John Dewey (1859 - 1952) e JamesCattel (1860 - 1944). Estes teóricos estabeleceram ainteração entre organismo e meio e como o homemusa essa consciência para adaptar-se.

Nesse período, outro movimento também ganhoudestaque, o associacionismo, cujo principalrepresentante é Edward L. Thorndike (1874 - 1949),que defendeu a concepção de que as idéias associam-se das mais simples às mais complexas e formulou aLei do Efeito. Através dessa lei, procurou evidenciarque todo o comportamento do organismo vivo tendea se repetir se nós o recompensarmos assim que oemitimos, ou evitado caso seja castigado.

Embora a Psicologia científica tenha nascido naAlemanha, ela ganha impulso nos Estados Unidos,dando destaque as três abordagens que foram jávistas: o estruturalismo, o fun-cionalismo e oassociacionismo. Mas a Psicologia continuouevoluindo e estas três escolas foram já substituídas,no século XX, por novas teorias, dentre as quais asmais importantes são: o Behaviorismo, a Gestalt e aPsicanálise. Veremos um pouco de cada uma dessasescolas nas próximas unidades.

Exercícios de Fixação

1- Como surgiu a Psicologia?2- Que evento foi considerado como o marco para o reconhecimento da Psicologia como ciência?3- Quais as principais teorias psicológicas do século XX?

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2.2 -2.2 -2.2 -2.2 -2.2 - A Psicanálise

“Se fosse preciso concentrar numa palavra a descoberta freudiana, essa palavra seriaincontestavelmente inconsciente” ( BOCK, 1999: 217-18).

UNIDADE II

PRINCIPPRINCIPPRINCIPPRINCIPPRINCIPAIS TEORIAS PSICOLÓGICASAIS TEORIAS PSICOLÓGICASAIS TEORIAS PSICOLÓGICASAIS TEORIAS PSICOLÓGICASAIS TEORIAS PSICOLÓGICAS

2.1 - 2.1 - 2.1 - 2.1 - 2.1 - As Principais Teorias Psicológicas do Século XX

Como vimos na unidade I, a Psicologia só foireconhecida como ciência a partir de 1879, com afundação do primeiro laboratório de Psicologia, emLeipzig na Alemanha. Neste período, a influência dealgumas correntes filosóficas favoreceram osurgimento de correntes teóricas que deram origemàs escolas de Psicologia. No final do século XIX einício do Século XX, três grandes escolas psicológicasse destacam: a Psicanálise, o Behaviorismo e a Gestalt.Estas escolas constituíram teorias fundamentais parao avanço de pesquisas relativas ao comportamentohumano e aos processos mentais.

A Psicologia tem contribuído para desenvolver aspotencialidades dos mais diversos profis-sionais.Certamente, aqueles que não pretendem serpsicólogos, não precisarão conhecer a fundo as teoriaspsicológicas, entretanto é importante queprofissionais, que de algum modo estabelecemrelações com outras pessoas, estudem algunsaspectos centrais relacionados às teorias psicológicas,para compreender a complexidade que envolve ocomportamento humano e não se deter a formassimplistas e reducionistas de interpretação, muitofreqüentes no senso-comum.

Em nossas ocupações diárias, muitas vezes nosdeparamos com comportamentos de familiares, amigose outras pessoas, conhecidas ou não, que nos causamcuriosidade.

Quem nunca se deparou com um chefe queapresentava oscilações de humor e se alguma coisam

“Sinto um forte receio de que o desenvolvimento das ciências do comportamento possa serutilizado para controlar o indivíduo ou para aliená-lo da sua personalidade. Todavia, é minha

convicção que estas ciências poderiam ser utilizadas para realçar o valor da pessoa”(ROGERS, 1991:321).

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não lhe corria bem fora do trabalho, descontava noprimeiro que passasse a sua frente?

Quem nunca observou uma mulher enaltecendo,constantemente, a figura do pai, ou um homem que aolongo do dia recebe e faz inúmeras ligações telefônicaspara sua mãe?

Quem não conhece alguém extremamente agressivo,mas que vive apontando agressividade nos outros?

Quem nunca sonhou com algum fato cujo conteúdoparece totalmente absurdo? Aliás, quem não gostariade ter seus sonhos interpretados?

Quem nunca ouviu ou pronunciou a frase: “Freudexplica!”?

Quem não conhece alguém totalmente condicionadoa desempenhar uma tarefa, que ao ser solicitado arealizar outra fica completamente desestabilizado?

Quem nunca olhou para o céu e viu nas nuvensformas de borboletas, jacarés, corujas, etc.? Ou, ainda,insiste em mostrar aos outros que determinadamontanha apresenta a forma de uma águia, de umgigante, ou do dedo de Deus?

Essas e a muitas outras perguntas podem sercompreendidas ao estudarmos as teorias psicológicas,e começaremos com o estudo da Psicanálise.

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Quem nunca ouviu falar no Dr. Freud?

Sigmund Freud é o nome correto do mais expressivorepresentante da psicanálise e seu fundador.

Este médico austríaco, com especialização emneurologia, foi o responsável pelo surgimento de umaimportante abordagem da Psicologia, a Psicanálise.

Como já sabemos, Freud formou-se em medicina,portanto, como evoluiu o seu pensamento nadireção da construção da Teoria Psicanalítica?

Foi preciso muito tempo de pesquisa e prática clínicapara que Freud desvendasse os mecanismos queregem a mente humana. Nesse percurso, a TeoriaPsicanalítica construiu alguns conceitos de base. Ametapsicologia (expressão que inicialmentedesignava o que mais tarde nomeou-se depsicanálise) freudiana considera que o estudo dodesenvolvimento e do aparelho psíquico deve levarem conta três pontos de vista: o dinâmico, oeconômico e o tópico.

O dinâmico considera os fenômenos psíquicoscomo resultantes do conflito e da composição deforças que exercem uma certa pressão. Forças deorigem pulsional.

O econômico leva em consideração o aspectoquantitativo das forças presentes: intensidade deenergia pulsional, intensidade dos mecanismosdefensivos e dos contra-investimentos, quantidadede energia mobilizada pelo conflito. Isto é, osprocessos psíquicos consistem na circulação erepartição de uma energia, suscetível de aumento e/ou diminuição.

O tópico supõe uma diferenciação do aparelhopsíquico em certo número de sistemas dotados decaracterísticas ou funções diferentes e dispostos,numa certa ordem, uns em relação aos outros. O quepermite considerá-los, metaforicamente, como lugarespsíquicos dos quais podemos fornecer umarepresentação figurada espacialmente. O termo tópicodiz respeito a lugar.

Como houve uma evolução no pensamento deFreud, sua teoria é marcada por dois períodos,conhecidos como: 1ª tópica e 2ª tópica, que deramorigem à representação espacial figurada doscomponentes do aparelho psíquico.

A primeira tópica surge por volta de 1900, com otexto “A Interpretação dos Sonhos” e estabelecetrês sistemas psíquicos, o inconsciente, o pré-consciente e o consciente.

A segunda tópica surge por volta de 1920 com otexto “Além do Princípio do Prazer” e estabelece trêsinstâncias psíquicas, o id, o ego e o superego. Esteperíodo marca, também, mais um aspecto relevante naobra de Freud, a descoberta da importância dasexualidade no desenvolvimento afetivo das pessoase revelação de que existe sexualidade na infância.

As duas tópicas são marcos na construção da teoriaPsicanalítica e encontramos nelas os conceitosbásicos da Psicanálise.

Passemos então ao estudo dos três sistemaspsíquicos propostos por Freud na 1ª tópica: oinconsciente, o pré-consciente e o consciente. Paradepois estudarmos as três instâncias psíquicas: o id,o ego, e o superego; propostas na 2ª tópica.

Inconsciente

Apesar de alguns autores contemporâneos a Freudterem realizado estudos na direção da investigação donível inconsciente da personalidade, coube a Freud omérito e a ousadia de constatar, entender e publicar osresultados de suas investigações. A sociedade médicada época não via com bons olhos estas pesquisas,considerando tais investigações práticas obscuras depouca relevância e seus pesquisadores charlatões.

O fato é que o universo da vida psíquica não foi maiso mesmo depois desta constatação. Compara-se adescoberta do inconsciente às mais significativasdescobertas da humanidade.

Em seu artigo “O Inconsciente” (1915) Freud odescreve como um sistema que tem por característicasa ausência de cronologia, a ausência de conceito e decontradição, a linguagem simbólica, a igualdade devalores para a realidade interna e externa, comsupremacia da primeira e o predomínio do princípio doprazer.

O inconsciente é um sistema positivo em constanteevolução e investido de energia psíquica. É o graupreparatório do consciente, onde só se pode chegarde forma indireta, mediante dados que não sãofornecidos. Sua existência se estabelece pelo conteúdoe modo de atuar, só assim chega à consciência.

Nos conteúdos devem-se considerar os equivalentesinstintivos, que são a manifestação externa de uminstinto que se expressa por modificações motoras esecretórias, que são vividas como emoções. Umimpulso amoroso, por exemplo, aparece com todas asmodificações motoras e secretórias, e é vivido comouma emoção. Um impulso agressivo é traduzido evivido como emoção colérica.

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Ao modo de atuar do inconsciente dá-se o nomede processo primário (energia livre), por ser a primeiraforma de atuação, a mais primitiva do psiquismo. Noprocesso primário é importante considerar oselementos que atuam, levando-se em conta que noaparelho psíquico o que chega a ser consciente,provém do inconsciente. Daí sua importância.

O ponto fundamental proposto por Freud, no quediz respeito à noção de inconsciente, é o fato docomportamento das pessoas não ser influenciadoapenas por metas e objetivos sobre os quais oindivíduo tem clareza (consciência). Atuam sobre elasos desejos e as idéias inconscientes do indivíduo,ou seja, os impulsos, as fantasias, as experiênciasesquecidas, aspectos que não se encontram sobre odomínio da consciência. Alguns desses aspectos, porterem sido vividos de forma dolorosa, foram, no cursodo desenvolvimento, “expulsos” da consciência,foram reprimidos. Por isso, nossos traumas estãoguardados no inconsciente. Os materiais reprimidospodem se manifestar através dos sintomas, aos quaispodemos citar os sonhos, atos falhos, lapsos, chiste,neuroses, psicoses, perversões e afecçõespsicossomáticas. Quem já não chamou alguém pelonome de outra pessoa? Ou falou algo indesejávelsem sentir, promovendo uma situaçãoconstrangedora? São exemplos de atos falhos, coisasque conscientemente você não desejaria revelar, masinvoluntariamente acaba fazendo. Assim comocometer pequenos esquecimentos ou distrações sãolapsos.

Portanto, são inconscientes os processos psíquicosque não podem ser evocados voluntariamente.

Pré-Consciente

O pré-consciente está situado entre o inconscientee o consciente. O seu conteúdo está integrado, emparte, por elementos em trânsito do inconsciente parao consciente e vice-versa. Apesar dos fatos contidosno pré-consciente não conservarem a mesma nitidezque os fatos contidos ao nível consciente, eles aindaestão disponíveis e podemos evocá-los. Portanto, opré-consciente é formado pelos processos psíquicosque podemos tornar conscientes espontaneamentee voluntariamente, sempre que tivermos necessidadeou assim desejarmos. É um nível do aparelho psíquicoem que se tem acesso ao seu conteúdo.

Consciente

É consciente todo processo psíquico que tomamosconhecimento num certo momento. É um sistema depercepção para as impressões que nos absorvem nomomento e deve ser considerado como um órgão

sensorial situado no limite entre o interno e oexterno, com capacidade para perceber processos deuma ou de outra procedência. Para que um atopsíquico chegue a ser consciente é necessário quepercorra todos os níveis do sistema psíquico.

O homem não reage sempre a todo o estímulo e tem-se a impressão de que o sistema consciente contacom um dispositivo especial capaz de protegê-lo decertas excitações que poderiam perturbar seuequilíbrio. Freud deu a esse dispositivo o nome dedetector ou amortecedor de estímulos. Esteamortecedor é o que capacita o homem a regular suavida psíquica, mediante uma distribuição econômicadas cargas energéticas, o que lhe permite conservaro repouso e manter em equilíbrio adequado suatensão energética.

Mas, como funciona o dinamismo do aparelhopsíquico?

Vamos entender essa pergunta estudando oscomponentes da 2ª tópica, que são as instânciaspsíquicas: id, ego e superego.

Id

Para agir, o recém-nascido dispõe de apenas umainstância psíquica: o id, que atua como umreservatório de energia instintiva. Tal como no adulto,as ações do bebê visam satisfazer as suasnecessidades imediatas e se dirigem, portanto, parabuscar o prazer. O id possui todos os seus setoreslocalizados no inconsciente, é regido pelo princípiodo prazer, é primitivo, sem freios e está integrado pelatotalidade dos impulsos instintivos. Freud limitou-sea levar em conta dois instintos primários: o instintode vida, EROS, que tenderia de forma construtiva àreunião, integração, fusão, conservação e criação denovas vidas; e o instinto de morte, TANÁTOS, quemotiva o envelhecimento e a morte, sua finalidade é adestruição, desintegração e o aniquilamento. A partirdo id, vão se formando outras duas instânciaspsíquicas: o ego e o superego.

Ego

O ego é a parte da psique que contém as habilidades,os desejos aprendidos, os medos, a linguagem, osentido de si próprio e a consciência. O ego é, assim,o elemento de organização da sociedade. Para Freud,o ego nada mais é do que uma parte do id modificadapelo impacto ou a interação das pulsões internas edos estímulos externos. Está situado entre o mundointerno e externo, numa posição tal que se comportacomo receptor de impulsos que lhe chegam de ambosos campos.

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22É importante salientar, também, que o ego, por

vezes, se defende. Situado entre o id e o meioambiente, e constantemente controlado pelosuperego, o ego encontra-se em posição bastantedifícil. Isso, às vezes, lhe provoca angústia, e estamobiliza o processo defensivo. A angústia émotivada pelo perigo de que a organização total doego possa ser destruída. O ego então constróibarreiras, mecanismos que lhe permitem rechaçarcertos impulsos ou solucionar conflitos originadospela oposição das exigências de cada uma dasinstâncias psíquicas. Esses mecanismos de defesasão utilizados pelo ego em sua luta contra perigosintrapsíquicos e extrapsíquicos ou ambientais.

Os motivos que regem, no ego, a escolha de umtipo de mecanismo, ainda não são muito conhecidos.Mas, no campo da teoria, pode-se dizer que essainstância psíquica recorre à repressão quandonecessita combater, sobretudo, os desejos sexuais.Mas a repressão é o mecanismo que oferece maiorperigo, em virtude da dissociação simultânea queproduz no ego . Os outros mecanismos sãoempregados, prova-velmente, em face de impulsosagressivos ou apenas complementam o que arepressão deixou inacabado ou o que retorna dasidéias proibidas quando a repressão falha.

Os mecanismos de defesa são funções do ego e,por definição, inconscientes. Consistem emdiversos processos psíquicos, cuja finalidade éafastar um evento gerador de angústia da percepçãoconsciente. Vários autores trabalharam essesconceitos, vejamos os principais:

Repressão - é o principal mecanismo de defesa, doqual derivam os demais. A repressão impede quepensamentos dolorosos ou perigosos cheguem àconsciência.

Regressão - é voltar a níveis anteriores dedesenvolvimento, como a criança mais velha quenão suporta a frustração da atenção que a mãedispensa ao irmão recém-nascido e volta a chuparchupeta.

Conversão - quando não conseguimos harmonizaros impulsos do id com o nosso superego por meiode outros mecanismos. A luta resultante desseconflito vai se converter em sintoma físico: paralisia,dores de cabeça, distúrbios digestivos, etc.

Isolamento - consiste em isolarmos umpensamento, atitude ou comportamento, dasconexões que teriam com o resto da elaboraçãomental. O comportamento assim isolado passa anão ameaçar, porque está separado e não maisconectado aos desejos iniciais, como é o caso dascondutas e rituais dos neuróticos obsessivos.

Anulação ou reparação - consiste na realizaçãode um ato determinado com a finalidade de anularou reparar o significado de um anterior. O sujeitose esforça por fazer com que pensamentos, palavras,gestos e atos passados não tenham acontecido.

Negação - não percebemos aspectos que nosmagoariam ou que seriam perigosos para nós, comoa famosa expressão “tem pai que é cego”, bem comoa negação dos prejuízos causados pelo cigarro e amanutenção do hábito de fumar.

Racionalização - é a constante tentativa dejustificar nossas atitudes e, com isso, tentamosprovar que somos merecedores do reconhecimentodos outros. Ao explorar empregados, inventamosdesculpas que justifiquem a exploração; a defesada eutanásia em muitos casos é uma racionalização.

Formação reativa - caracteriza-se por uma atitudeou um hábito psicológico com sentido oposto aodesejo recalcado, como ocorre nos desejos sexuaisintensos, transformados em comportamentosextremamente puritanos.

Deslocamento – através dele descarregamossentimentos acumulados, geralmente agressivos,em pessoas ou objetos menos perigosos; pais quedescontam em casa as frustrações do trabalho, ouchefes que descontam no trabalho as frustraçõesde casa.

Identificação - como o próprio nome sugere, trata-se da internalização das características de alguémvalorizado, ou seja, trazer para si aquilo que écaracterístico do outro. É um processo normal noinício da vida, entretanto sua manutenção impedea aquisição de uma identidade própria. Osmovimentos fanáticos e de massa tambémconstituem o processo de identificação.

Projeção - trata-se da transferência, para o mundo,daquilo que é intolerável em nós. Quando nossentimos mal, ou quando um evento doloroso é denossa responsabilidade, tendemos a projetá-lo parao mundo externo. Como exemplo, negamos a nossaprópria agressividade, insistindo que os outros éque são agressivos; a mãe descuidada, cujodescuido está trazendo problemas para o filho,poderá projetar a culpa em todas as situações queenvolvem a criança, como culpar a professora pelofracasso escolar do filho. A paranóia é o extremodeste mecanismo, na qual o sujeito tem tantadestrutividade interior que é obrigado a projetá-la,passando a ver todo o mundo como perseguidor.

Troca de um instinto pelo seu contrário - Consistena mutação do amor a um objeto por ódio a essemesmo objeto; isso ocorre, normalmente, em

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23conseqüência de uma frustração nas solicitaçõesamorosas, como no caso de um homem apaixonadoque ao ser rejeitado mata a mulher.

Volta do instinto contra o ego - consiste emtransferir para si as cargas agressivas primitivamentedirigidas para objetos do mundo exterior; caracteriza-se por machucar-se em vez de machucar o outro e,ainda, no caso dos suicídios quando a destruiçãodo ego é total.

Sublimação - é considerado o mecanismo de defesamais evoluído e é característico do indivíduo normal;os desejos afetivos, que consideramos sexuais emsentido amplo, quando não podem ser literalmenterealizados, são canalizados pelo ego para seremsatisfeitos em atividades simbolicamente similares esocialmente produtivas; ou seja, é a satisfaçãomodificada dos impulsos naturais, em atossocialmente mais aceitáveis. Os psicanalistas afirmamque uma pessoa pode satisfazer seus desejosnaturais entregando-se à arte, à religião, a obrassociais, etc.

Superego

O superego é uma espécie de censura, de controlesobre o poder dos impulsos numa dada situação. É oresponsável pelo adiamento do prazer por parte doindivíduo. É o resultado da incorporação, no ego,das injunções proibitivas dos pais e da internalizaçãoda compulsão externa. Está direcionado a formar umcódigo de normas éticas e é um dos pré-requisitosindispensáveis à adaptação social.

A relação entre id, ego e superego (impulsos,realizações e censura) é fonte de tensão e ansiedade.O ego procura continuamente aliviar essa ansiedadepor meio de medidas realistas. O indivíduo aprende,assim, a satisfazer os impulsos de forma culturalmenteaprovada. O superego é herdeiro do Complexo deÉdipo e este é um dos mais polêmicos e complexostemas da Psicanálise. Abordaremos, neste estudo,seu conceito forma sucinta.

Por Complexo de Édipo entende-se um conjuntoorganizado de desejos amorosos e hostis que acriança sente em relação aos pais, cujo apogeu évivido entre os três e os cinco anos de idade, na fasefálica.

O início do conflito edipiano é assinalado peloreconhecimento da angústia da castração, o que levao menino ao medo de perder seu pênis e a menina aodesejo de obter um.

O mundo da criança é a família, isto é, ela, o pai e amãe. Ao descobrir a diferença sexual entre ela e seu

genitor do sexo oposto, a criança passa a desejá-losexualmente e experimentar sentimentos agressivoscontra o genitor de mesmo sexo, que ameaça competircom ela no amor do genitor do sexo oposto. Apesar deparecer um processo desagregador e destrutivo, avivência desses sentimentos é muito saudável, se bemconduzida, pois determinará a identificação de papéis.A menina na tentativa de conquistar o pai, identificar-se-á com a mãe e o menino, na tentativa de conquistara mãe, identificar-se-á com o pai, adquirindorespectivamente suas identidades feminina e masculina.

A fase edipiana representa uma época de grandeimportância no desenvolvimento da personalidade decada um, traumas ocorridos nessa época marcamcondutas muito caracterizadas na fase adulta.

Mas como se dá o desenvolvimento afetivo?

Até Freud, os pesquisadores não reconheciam ainfância como um período de grande importância naformação da personalidade, e pouca atenção se atribuíaao universo infantil. Freud não só demonstrou aimportância dessa fase evolutiva, como também,localizou aí a principal fonte de traumas, responsáveispor deformações de comportamento na fase adulta.Freud mostrou que comportamentos neuróticos adultostêm sua origem na infância e datam de um determinadomomento na vida de cada um. Não seria suficiente,portanto, buscar em acontecimentos atuais a explicaçãopara comportamentos desajustados. Por esse motivo,percebemos que sua teoria enfatiza os primeiros seisanos de vida.

Segundo Freud, o bebê e a criança pequena têm poucocontrole sobre as poderosas forças biológicas e sociaisque agem sobre eles. É somente através da experiênciaque eles vão aprendendo a lidar com elas, formando asua personalidade.

O que leva o indivíduo a agir é a sua excitaçãoenergética, os seus instintos. A energia biológica, ouseja, o instinto, fonte de todos os impulsos básicos doindivíduo, é o aspecto que se encontra na base de todosos comportamentos, motivos e pensamentos. Todoseles seriam governados a partir de três fontesenergéticas: a sexualidade (chamada por Freud delibido), os impulsos de autoconservação e a agressão.Quando agem, os indivíduos procuram descarregar aenergia neles acumulada e que lhes causa desprazer.Tal descarga diminui a tensão interna, trazendo comoconseqüência, o prazer.

No início da vida, a sobrevivência do recém-nascidodepende fundamentalmente da figura materna. Àmedida que cresce, a criança vai aos poucos conferindoenergia a outros elementos (investimento) que passama representar, também, fontes de prazer.

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24Freud enfatizou a qualidade instintiva das ligações

afetivas que seriam manifestações do instinto sexualda criança. Por intermédio da sua experiência com omeio em que vive e dependendo de sua maturaçãoorgânica, a criança atravessa vários estágios dedesenvolvimento que, para Freud, estariam ligados aoslugares do corpo que servem como fonte primária deprazer. O desenvolvimento da personalidade seguiriaum padrão fixo, com estágios determinados, de umlado, pelas mudanças maturacionais no corpo, e deoutro, pelo tipo de relacionamento que a criançaestabelece com os adultos significativos do seu meio,em especial com o pai e a mãe. São os estágiospsicossexuais, ou estágios de desenvolvimentoafetivo. O desenvolvimento afetivo-emocional dascrianças está diretamente ligado a estes estágios, quesão nomeados pela parte do corpo onde estáconcentrada a libido: fase oral, anal, fálica, período delatência e fase genital.

Fase oral (0 a 18 meses) - nesta fase, que vai donascimento ao desmame, predomina os interessesligados à boca: amamentação e sucção, tornando-auma zona erógena. É através da boca que o bebêcomeçará a conhecer o mundo externo. O seio e amamadeira são os primeiros objetos de prazer que acriança tem contato, pois é através deles que alivia atensão provocada pela fome. A sensação de prazeralcançada com a satisfação da alimentação, leva acriança a tentar reproduzi-la, independentemente danecessidade fisiológica, levando à boca outros objetosdedo, chupeta, fralda, brinquedos, etc.

Fase anal (2° e 3° ano) - começa com o início daaquisição do controle esfincteriano. A zona erógena,agora, localiza-se nas mucosas anais, uma vez que acriança passa a sentir prazer no ato de reter e expulsaras fezes, daí a importância do treino de ir ao banheironão ser traumático. O bolo fecal, por sua vez, passa aadquirir múltiplas significações para a criança e porisso é importante que não se demonstre aversão ourejeição ao bolo fecal por ela produzido, pois poderácausar-lhe decepção. As experiências vividas nessafase farão surgir sentimentos e desejos de oposiçãocomo: expulsão-retenção, atividade-passividade,submissão-oposição, autonomia-vergonha.

Fase fálica (3° ao 5° ou 6° ano) - a origem da pulsãodesloca-se em direção aos órgãos genitais. Adescoberta da diferença anatômica entre meninos emeninas torna-se bastante representativa. O objetoda pulsão passa a ser representado pelo pênis. Não setrata do pênis concebido como um órgão genital, masdo pênis concebido como órgão de poder e potência.Neste período, surge a masturbação e se originam asteorias sexuais infantis, dentre as quais pode-semencionar a curiosidade sexual infantil. A curiosidadeinfantil leva a criança a expandir suas investigações atudo e a mergulhar no famoso mundo dos porquês.Durante a fase fálica, espera-se que se processe a

resolução do Complexo de Édipo e a estruturação dosuperego.

Fase de latência (6° ou 7° ano ao início da puberdade)- este período tem sua origem no declínio do Complexode Édipo e corresponde a uma intensificação dorecalque das questões sexuais vividas na fase anterior,que tem como efeito uma amnésia que cobre osprimeiros anos. Neste momento, a criança entra numaépoca de calma sexual, durante a qual o id se aplaca, oego se reforça e o superego atua com mais severidade.A libido não é direcionada para uma região específicado corpo, mas sim para a expansão intelectual, artística,cultural, para o aumento do conhecimento e para asocialização do sujeito. O desejo de aprender faz comque a criança deseje realizar várias atividades. É comuma solicitação aos pais para praticar um esporte, aprenderuma língua estrangeira, a tocar um instrumento musical,etc. Muitos talentos são manifestados nesta fase.

Fase genital (a partir da puberdade) – a evolução dacorrente sexual resulta, por fim, na fase genital. Com apuberdade, ocorrem as transformações físicas,possibilitando, ao menino, ejacular e a menina,menstruar. Um novo objetivo é dado; a pulsão sexualpõe-se agora a serviço da reprodução, etc. Naadolescência, ocorre a revivescência do conflitoedipiano, entretanto, marcado pelo pleno e total acessoà genitalidade.

Como vimos, o desenvolvimento afetivo de todo serhumano é marcado por fases que são decisivas naformação da sua personalidade. As experiências e osrelacionamentos com adultos significativos nosprimeiros anos de vida determinam muito do que serácomo pessoa e profissional na vida adulta. Quando odesenvolvimento afetivo não se processa,normalmente, pode ocorrer uma fixação ou regressãonuma dessas fases, o que, certamente, acarretará umdesajustamento.

Nesse sentido, comportamentos desajustados podemser entendidos a partir da Psicanálise. A tarefa essencialdo trabalho psicanalítico é decifrar o inconsciente e aintegração de seus conteúdos na consciência. Issoporque são estes conteúdos inconscientes edesconhecidos que determinam, em grande parte, aconduta dos homens e dos grupos, as dificuldadespara viver e se relacionar.

A partir das considerações feitas até aqui, você deveter compreendido porque a mais de cem anos aPsicanálise provoca polêmica. Como foi ditoanteriormente, Freud foi o fundador da Psicanálise eseu mais expressivo representante, por issoconcentramos nossas reflexões à luz de alguns dosprincipais conceitos propostos por ele. Entretanto,haveria ainda muito o que explorar e aprofundar sobreno tema, inclusive no que se refere a outros autoresque também abordam a Psicanálise.

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25Exercícios de Fixação

1- Ao nascer, nosso aparelho psíquico já está pronto?2- Quais os sistemas psíquicos propostos por Freud?3- É correto afirmar que o pré-consciente possui conteúdos em parte constituídos por elementos em trânsito

do inconsciente para o consciente?4- É correto afirmar que o inconsciente é um sistema positivo em constante evolução e investido de energia

psíquica?5- Como definir o sistema consciente?6- Quais as instâncias psíquicas propostas por Freud?7- A partir do id, que outras instâncias psíquicas são formadas?8- Podemos dizer que o ego é o elemento de organização da sociedade?9- Como podemos explicar o funcionamento do superego?10- Descreva um exemplo de um comportamento regulado pelo superego.11- Quais as fases de desenvolvimento propostas por Freud?12- Na fase oral, a pulsão sexual está concentrada em que parte do corpo?13- Em que fase as crianças entram no mundo dos porquês?14- Ao final de que fase se espera a resolução do Complexo de Édipo?15- Em que fase a criança canaliza a pulsão sexual para a expansão intelectual, buscando aumentar conhecimentos

e desenvolver várias atividades, tais como: esportivas, culturais, artísticas, entre outras?

Sugestão de Atividades

- Realize uma auto-avaliação e investigue se alguma coisa mudou em você, se o conhecimento adquiridooperou alguma mudança de opinião.

- Esteja atento à programação da TV e quando souber que o filme Freud Além da Alma será exibido, não perca.Será muito interessante verificar os conceitos estudados, no contexto do filme.

- Assista também ao filme Shine, que é baseado num fato real, e perceba como se deu o desenvolvimentoafetivo do personagem principal.

2.32.32.32.32.3 - O Behaviorismo

“Cada pessoa nasce como um indivíduo que herdou capacidades e habilidades paradesenvolver, experimentar e exprimir. De acordo com Berne, isso significa que cada criança éum “príncipe” em potencial ou “princesa” em perspectiva. Muito cedo na vida, entretanto,

muitas crianças recebem mensagens de pessoas importantes na sua vida que as diminuem dealguma forma, o que causa o seu funcionamento aquém da sua real potencialidade. Tornam-se

“sapos” ou “feras” ao invés dos vencedores que se destinavam a ser”( JAMES e JONGEWARD, 1986: 93-4).

As mensagens recebidas pelas crianças funcionamcomo reforçadores positivos e negativos, que exercemforte influência sobre suas posições psicológicas e seudesenvolvimento de uma maneira geral.

Essa posição é identificada nas teorias compor-tamentais que usam o modelo do condicionamento, comoé o caso da Teoria Behaviorista.

A palavra inglesa behavior quer dizer compor-tamento,conduta. Assim, o Behaviorismo, dentro de uma visãocomportamentalista, considera o homem um organismopassivo, governado por estímulos fornecidos pelo ambiente

externo; assim, podemos inferir a importância do ambientenessa teoria. O homem pode ser manipulado, condicionado,isto é, seu comportamento pode ser controlado, através deadequado controle de estímulos ambientais.

Muitos pesquisadores contribuíram para os estudosdo condicionamento, entretanto mencionaremos dois,cujos trabalhos originaram o condicionamentoclássico e o condicionamento operante.

Condicionamento clássico é de autoria do russo IvanPetrovitc Pavlov e veio a ser chamadocondicionamento clássico para distinguir-se do

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26condicionamento operante. É o condicionamento denatureza fisiológica e estabelece uma relação entreestímulo e resposta.

Primeiro, Pavlov observou as reações inatas, oureflexos, que podem ser definidos como reaçõesimediatas, fixas e não aprendidas de um músculo ouglândula em face de um estímulo sensorial. Oorganismo que é dotado de uma série de respostas,tendências ou reações na presença de estímulosapropriados, naturais incondicionados, entra em açãoe produz uma resposta. Por exemplo: na presença deum estímulo natural, incondicionado, como o alimento,o organismo entra em ação e emite uma resposta, asalivação.

Posteriormente ele introduziu um estímulo artificial,como uma campainha, ao mesmo tempo em que eleapresentava o estímulo natural (alimento), e observavaa resposta salivação. Realizou esse procedimentovárias vezes, tornando o estímulo artificialcondicionado.

Por fim, percebeu que retirando o estímulo natural(alimento), e mantendo o estímulo artificial (campainha),a resposta salivação permanecia.

Portanto, concluiu que a apresentação de um estímuloartificial (campainha, choque elétrico, etc.)simultaneamente, ou antes, de um estímulo originalincondicionado (alimento), por repetidas vezes,determinará, com facilidade, a produção da reação,mesmo em presença, apenas, do estímulo artificial quefoi condicionado.

Condicionamento operante refere-se aocondicionamento proposto pelo Americano B. F.Skinner. Seu processo pode ser resumido da seguinteforma: é operante porque implica a realização de umaação, que seria resposta, para obter um estímulo. Ouseja, ao colocar o rato numa gaiola, dotada de umaalavanca que liga o seu interior a um reservatório dealimento ou água localizado na parte externa, e privá-lo de alimento, o rato percorrerá toda a gaiolainsistentemente, para procurar alimento. Ao operaressa ação, em algum momento, ele, incidentalmente,irá esbarrar na alavanca, que ao ser pressionada, jogapara dentro da gaiola uma bolinha de alimento ougotinha de água. Ao repetir a ação de pressionar abarra, esse procedimento tornar-se-á a respostacondicionada para o seu problema inicial (ausência dealimento ou de água) e desta forma o estímulo (alimento/ água) será o reforçador para a emissão da respostacondicionada (pressionar a barra). O alimento / águafuncionou como um reforçador positivo. Entretanto, senesta mesma caixa for adicionado ao piso um choqueelétrico, da mesma forma, o rato irá emitir movimentosna tentativa de escapar do choque, o que o levará,

novamente, a esbarrar na alavanca e pressionar a barraincidentalmente. O que ocorre quando ele opera essaação é que seu problema inicial (choque elétrico nopiso) faz com que ele repita a resposta (pressionar abarra), uma vez que essa resposta remove o estímulodo choque.

Se você acompanhou o raciocínio, deve ter concluídoque, enquanto no condicionamento clássico, oestímulo incondionado (alimento) e o estímulocondicionado (campainha) antecedem a resposta(salivação); no condicionamento operante a resposta(pressionar a barra) antecede ao aparecimento doestímulo (alimento / água) ou ao desaparecimento doestímulo (choque elétrico) , que vai assumir o papel dereforço para a emissão da resposta condicionada depressionar a barra.

Quanto ao conceito de reforço, em linguagem comum,corresponde a recompensa. Para Skinner, não é bemassim; qualquer estímulo, cuja apresentação ouafastamento aumentam a probabilidade de umaresposta, é um reforço. Conseqüentemente, há doistipos de reforço: o positivo e o negativo.

O reforço positivo é qualquer estímulo cujaapresentação fortalece o comportamento, como oalimento e a água, por exemplo.

O reforço negativo é qualquer estímulo cujoafastamento fortalece o comportamento; assim, oafastamento do choque elétrico é conseguido ao pisara alavanca, portanto a probabilidade para que o ratocondicione a resposta que o remove (pressionar abarra), aumenta.

É preciso ter cuidado no uso do reforço negativocomo punição. No caso do reforço negativo, umcomportamento está sendo instalado para evitar umestímulo desagradável; no caso da punição, umdeterminado comportamento está sendo eliminadoatravés de um estímulo aversivo.

As teorias do condicionamento recebem freqüentescríticas, entretanto devemos reconhecer que sãocomponentes marcantes no nosso dia-a-dia e podemser vistas em um grande número de atividadeshumanas.

A teoria do condicionamento dá uma novadimensão à compreensão dos aspectosmotivacionais. Dentro desta abordagem, através doreforço positivo o indivíduo será capaz de estruturarhábitos comportamentais desejáveis. Portanto,elogios e recompensas são mais eficazes do quepunições. Punido, o indivíduo tenderá a extinguir um

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A Gestalt é uma das grandes Escolas da Psicologia.O termo alemão Gestalt quer dizer forma ouconfiguração e implica uma idéia de totalidade. ATeoria da Gestalt estudou a organização do processomental.

O princípio básico da Teoria Gestalt é que aorganização dos dados que nos cercam é parte doprocesso perceptivo, e não algo que é acrescido depoisdas variáveis terem sido selecionadas.

Para os psicólogos gestaltistas, toda percepção éuma gestalt, um todo que não pode ser compreendidopela separação em partes.

O todo é mais que a soma das partes.

Acreditam que uma pessoa percebe uma situaçãointeira, ao invés de seus elementos individuais. Assim,o todo é mais do que meramente a soma dos elementos,porque as pessoas tendem a organizar os elementosde uma situação e depois acrescentam os elementosda experiência passada. Dessa forma, tornam aexperiência maior do que a soma das percepçõesindividuais. Uma paisagem não é apenas relva + céu +árvores + nuvens + outros detalhes, é uma percepçãoúnica, que depende do relacionamento especialexistente entre as partes e o olho do observador.

Tudo o que vemos ou percebemos está relacionadocom a totalidade (gestalt) do campo de observação. Atotalidade do que percebemos de um fato, de umevento, de uma paisagem é diferente da soma daspartes. O todo consiste nas partes relacionadas entresi.

2.42.42.42.42.4 - A Gestalt

“As coisas tem muitos jeitos de ser... depende do jeito da gente ver...” ( MASUR, 1982: 1).

Exercícios de Fixação

1- Explique o condicionamento clássico.2- No que consiste o reforço positivo?3- No que consiste o reforço negativo?

Sugestão de Atividades

- Leia o livro O Gerente-Minuto. Este livro apresentará a você uma estratégia de gerenciamento baseada empressupostos de Teoria Behaviorista. Estabeleça uma relação com outras circunstâncias, como a escola e afamília, em que você pode utilizar a estratégia de gerenciamento proposta no livro.

Assim, de acordo com os pressupostos da Gestalt,para aprender um assunto, você deve, em primeirolugar, ter uma visão de conjunto do texto, do fato, dolivro e depois estudar as partes. Finalmente, ao juntaras partes numa síntese, vai verificar que a totalidade(gestalt), a compreensão e o entendimento do textonão são apenas a soma das partes que você estudou.

A percepção é um dos temas centrais desta teoria e éneste ponto que surge uma significativa divergênciada teoria behaviorista, para os gestaltistas existe umarelação de causa e efeito entre o estímulo e a resposta.Porque entre o estímulo que o meio fornece e aresposta do indivíduo, encontra-se o processo depercepção. Ou seja, em situações similares, osindivíduos podem perceber coisas diferentes. O que oindivíduo percebe e como percebe, são dadosimportantes para a compreensão do comportamentohumano. Portanto, um dos principais determinantesde como e por que um indivíduo assume e mantémcertas formas de comportamento baseia-se nosconceitos de sensação e percepção.

As informações do meio externo são processadasem dois níveis: sensação e percepção. Apesar de serpossível diferenciá-los, sentir e perceber é, na realidade,um processo único, que é o da recepção einterpretação de informações. Entretanto, percepçãonão deve ser confundida com sensação.

Sensação é o dado não processado recebido porum indivíduo através dos sentidos, é como umasimples consciência dos componentes sensoriais edas dimensões da realidade (mecanismo de recepçãode informações).

comportamento, ou deixará de atuar de determinadaforma, mas, em compensação, poderá desenvolver

qualquer outro comportamento indesejável até queocorra novo reforço negativo.

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28Percepção supõe as sensações acompanhadas dos

significados que lhes atribuímos como resultado danossa experiência anterior. Pode-se dizer quepercepção é atribuição de significado à informaçãorecebida pelos sentidos. É, portanto, a interpretaçãoda sensação (estímulo) em base de seus atributosfísicos, de seu relacionamento com suas cercanias edas condições presentes dentro do indivíduo em umponto específico do tempo. Assim, a percepção estádiretamente relacionada ao quadro de referência doindivíduo, e um único estímulo será percebido demodo diferente pelo mesmo indivíduo em ocasiõesdiferentes, dependendo das condições em que semodificam. Os elementos que mais contribuem parao processo de percepção são as características doestímulo e as experiências passadas, atitudes ecaracterísticas da personalidade do indivíduo.

Quem percebe, seleciona aspectos do meioambiente, pois não são percebidos todos osestímulos do meio ambiente simultaneamente pelamesma pessoa. A percepção é, assim, a seleção deestímulos por meio da atenção.

O estado psicológico de quem percebe é um fatordeterminante da percepção. Seus motivos, emoçõese expectativas fazem com que perceba,preferencialmente, certos estímulos do meio. Temostendência, portanto, a perceber o mundo mais comocremos ou queremos que ele seja, do que como nosinformam os diferentes estímulos que chegam aosnossos órgãos dos sentidos.

A percepção é um processo inato ou aprendido?

A percepção contém sempre um componenteaprendido, mas não é exclusivamente uma questãode aprendizagem. Entretanto, a aprendizagemdesempenha um importante papel, desenvolvendo-se sobre os fundamentos das tendências inatas deresposta e da maturação.

Pode-se constatar a influência da aprendizagem napercepção, comparando-se as diferenças na maneirapela qual os mesmos estímulos são percebidos emdiferentes sociedades. Os esquimós, por exemplo, sãocapazes de perceber inúmeras tonalidades de brancoem virtude do meio externo a que estão expostos.

Como as pessoas são continuamente submetidas aum grande número de estímulos do mundo externo, é

preciso contar com um mecanismo interno, um modode selecionar e organizar todos esses dados. Essaforma de organizar foi sistematizada, na teoria daGestalt, através dos princípios da proximidade,semelhança ou similaridade e fechamento e através dofenômeno figura-fundo.

Proximidade – É a tendência de organizar apercepção a partir da Proximidade entre seuselementos.

Similaridade ou Semelhança – É a tendência deorganizar a percepção a partir da Similaridade ouSemelhança entre seus elementos.

Fechamento – É a tendência de perceber figurasincompletas como se estivessem completas.

Figura-Fundo – Ao observarmos diversosfenômenos ao nosso redor, tendemos a organizar essesdados de maneira a minimizar as diferenças e mudanças,preservando a sua unidade e integridade. A base destefenômeno é a nossa tendência de perceber uma figuracontra o seu fundo. Esse fenômeno pode influenciarnossa tendência de ver configurações, mesmo quandoos elementos individuais não mantêm qualquer relaçãocom o composto que vemos; por exemplo,configurações nas nuvens, nas montanhas, etc.Quando você está assistindo a uma aula, o que oprofessor está falando pode ser figura ou fundo doseu processo de pensamento. Será figura se o seupensamento estiver presente e atento às explicaçõesdo professor e todo o resto não lhe dispersar. Seráfundo se seu pensamento estiver em outras atividades,como jogar bola, namorar, etc., ou seja, mesmo olhandopara o professor, você não o está vendo. De certo, ficaaqui uma reflexão para professores, se sua aula nãoestá despertando interesse em seus alunos, mude oestímulo, para colocá-la no status de figura.

Insight – A expressão insight significa umacompreensão imediata, achar subitamente a soluçãopara uma situação difícil, através de uma atividadeintrospectiva. O insight pode, ainda, estar relacionadoa processos que envolvam criatividade. Já estudamosanteriormente que o insight pode ser uma forma deaprendizagem.

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29Exercícios de Fixação

1- Que teoria psicológica dedicou-se ao estudo da percepção?2- Diferencie sensação e percepção.3- No que consiste a propriedade da proximidade?4- No que consiste a propriedade da similaridade?5- No que consiste a propriedade do fechamento?6- Ao ser cumprimentado na rua pelo garçom que sempre o atende num restaurante, você não o conhece, mas

fica com a sensação de que sua aparência é familiar. Este fato pode ser explicado a partir de que conceito daGestalt? Explique.

Sugestão de Atividades

- Se você pretende realizar um trabalho de percepção com crianças, procure sensibilizá-las com a leitura ediscussão do livro O frio pode ser quente?.

- Se você pretende realizar um trabalho de percepção com adolescentes e adultos, procure sensibilizá-los coma leitura e discussão de alguns textos extraídos do livro Não faça tempestade num copo d’água.

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A motivação é um dos processos psicológicos quemais despertam atenção. Freqüentemente, justificamosnossos comportamentos com base na motivação.

Não é incomum a queixa de pessoas que dizem estardesmotivadas para realizar alguma tarefa, assim comopais e professores afirmam não saber como motivarseus filhos e alunos. Mas o que leva um indivíduo aestar motivado para realizar alguma tarefa?

A motivação para aprender, por exemplo, nada maisé do que o reconhecimento, pelo indivíduo, de queconhecer algo irá satisfazer suas necessidades atuaisou futuras. Ela também pode ser encarada como umprocesso psicológico em construção. A motivaçãohumana deve ser compreendida na relação entre osaspectos cognitivos e afetivos da personalidade,ambos largamente dependentes do meio social. Amotivação está ligada à autoconsciência do indivíduo(seus ideais, seus projetos, sua visão de mundo) etambém aos aspectos inconscientes de suapersonalidade. Pode-se dizer que uma pessoamotivada para aprender constrói o conhecimento maisprontamente do que uma sem motivação. Na base damotivação encontram-se tanto as razões de ordemgeral como aquelas de natureza específica: vontadede aprender, necessidade de realizar-se, desejo dereceber determinada recompensa ou de evitar certapunição, entre outras.

A questão da motivação tem sido amplamenteestudada pelas diversas linhas teóricas existentes emPsicologia, podendo destacar a teoria cognitiva, ateoria do condicionamento e a teoria humanística.

A teoria cognitiva considera que o homem, como serdotado de capacidade de raciocínio e de vontadeprópria, decide conscientemente o que quer ou nãoquer fazer.

Já a teoria do condicionamento entende a motivaçãoatravés do reforço ou recompensa. Nesse sentido, aaprendizagem pode ser controlada por recompensas,obtendo satisfação pessoal ou elogios da professora,por exemplo. De igual modo, aprende-se melhorquando se espera alcançar sucesso do que quando

UNIDADE III

PROCESSOS PSICOLÓGICOS E SUAPROCESSOS PSICOLÓGICOS E SUAPROCESSOS PSICOLÓGICOS E SUAPROCESSOS PSICOLÓGICOS E SUAPROCESSOS PSICOLÓGICOS E SUARELEVÂNCIA PRELEVÂNCIA PRELEVÂNCIA PRELEVÂNCIA PRELEVÂNCIA PARA A COMPREENSÃO DOARA A COMPREENSÃO DOARA A COMPREENSÃO DOARA A COMPREENSÃO DOARA A COMPREENSÃO DOCOMPORTCOMPORTCOMPORTCOMPORTCOMPORTAMENTAMENTAMENTAMENTAMENTOOOOO

3.13.13.13.13.1 - O Processo da Motivação

se tem expectativa de fracasso. Neste último caso, acriança não investe energia suficiente para poderrealizar adequadamente a tarefa. Entretanto o hábitode vincular a motivação à expectativa de umarecompensa pode afetar de forma insatisfatória apersonalidade do indivíduo, fazendo com que amobilização para a realização de uma tarefa estejadiretamente ligada ao recebimento algo.

Portanto, um dos trabalhos mais importantes a serdesenvolvido pelo professor junto aos seus alunos éo de motivá-los. Não se trata apenas de incentivá-loscom elogios ao desempenho. Ao contrário, o bomprofessor procura fazer com que o processo deaprendizagem seja motivador em si mesmo: as criançasdevem ser levadas a colocar toda a sua energia paraenfrentar o desafio intelectual que a escola lhes coloca.O prazer vem, assim, da própria aprendizagem, dosentimento de competência pessoal, da segurança deser hábil para resolver problemas. Cabe ao professorexplicar à classe o que vai ser estudado, por quaisrazões e com quais finalidades, pois o trabalhointelectual feito sobre materiais ou conteúdossignificativos é sempre mais produtivo do que aqueleenvolvendo conteúdos ou materiais sem nenhumasignificação para quem aprende. Se houvercompreensão a respeito da importância de determinadatarefa, esta passa a adquirir significação e a atividadeintelectual agiliza-se.

Mas o que significa motivar? Motivar significa termotivos, razões para fazer alguma coisa ou deixar defazer. Motivar significa predispor o indivíduo para certocomportamento desejável naquele momento. O alunoestá motivado para aprender quando está disposto ainiciar e continuar o processo de aprendizagem,quando está interessado em aprender um certoassunto, resolver um dado problema, etc.

Os motivos levam o indivíduo a uma atividade natentativa de satisfazer suas necessidades. Qualquernecessidade gera tensão, desequilíbrio. A tensãoimpulsiona o comportamento na direção de um objetivoque permita o restabelecimento do equilíbrio. Osmotivos mantêm o organismo ativo até que anecessidade seja satisfeita e a tensão desapareça.

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31Motivo, necessidade, impulso, instinto, são

constructos, processos internos hipotéticos queparecem explicar o comportamento, mas não podemser diretamente observados ou medidos. Referem-se aum estado de tensão, uma impulsão interna, que inicia,dirige e mantém o comportamento voltado para umobjetivo, que é, muitas vezes, chamado incentivo.

Os motivos dirigem o comportamento do indivíduopara o objetivo mais adequado para satisfazer anecessidade. Não basta que o organismo esteja ativo,é preciso que sua função dirija-se para um objetivoadequado.

Os motivos selecionam e acentuam a resposta correta.Nossas necessidades são numerosas, especialmenteas psicológicas, e muitas delas continuam insatisfeitas.Assim, melhor que afirmar que sempre se deve motivaralguém, é dizer que se deve apresentar objetivosadequados para a satisfação dos motivos, dasnecessidades. Esse entendimento da motivaçãorelacionada a uma necessidade é explicado pela teoriahumanística, especialmente por Abraham Maslow.

Maslow aceitou a idéia de que o comportamentohumano pode ser motivado pela satisfação denecessidades e esquematizou uma hierarquia baseadaem cinco conjuntos de motivos-necessidades, queposteriormente foi ampliada por outros autores parasete, ficando conhecida como a pirâmide das setenecessidades.

Pirâmide das Sete Necessidades ______

________ * Necessidades Estéticas

__________ * Necessidade de Conhecimento e Compreensão

____________ * Necessidade de Realização

______________ * Necessidade de Estima e Status

________________ * Necessidades Sociais: de Amor e Participação

___________ * Necessidades de Segurança

_____________ * Necessidades Fisiológicas

• Necessidades fisiológicas: são consideradasbásicas, sem as quais não podemos sobreviver. Sãoelas: oxigênio, líquido, alimento e descanso. Oatendimento a essas necessidades é fundamental paraque as demais necessidades possam surgir;

• Necessidade de segurança: manifesta-se pelo com-portamento de evitar o perigo. Assim, o abrigo, a casafazem o indivíduo sentir-se seguro;

• Necessidades sociais de amor e participação: ex-pressam o desejo de todas as pessoas de serelacionarem efetivamente com os outros, depertencerem a um grupo;

• Necessidade de estima e status: leva-nos a procurara valorização e o reconhecimento por parte dos outros;

• Necessidade de realização: expressa nossatendência a transformar em realidade o que somospotencialmente, a realizar nossos projetos de vida,nossos sonhos e a alcançar nossos objetivos;

• Necessidade de conhecimento e compreensão:abrange a curiosidade, a exploração e o desejo deconhecer novas coisas, de adquirir maisconhecimentos;

• Necessidades estéticas: estão presentes em algunsindivíduos e se manifestam através da busca constantede beleza, pela estética, não só pessoal, mas tambémno ambiente, nas artes.

Na teoria de Maslow, a hierarquia das necessidadesé fundamental. As necessidades que estão localizadasna parte de cima da pirâmide só aparecem e podem sersatisfeitas à medida que satisfazem as necessidadesque estão na base. Partindo do entendimento dasnecessidades de um indivíduo, torna-se possívelatingir sua motivação.

Exercícios de Fixação

1- O que significa motivar?2- Como o condicionamento explica a motivação?3- Que implicações negativas a motivação com base na recompensa pode trazer?4- Descreva de forma resumida as necessidades hierarquizadas na pirâmide proposta por Maslow.

Sugestão de Atividade

Assista ao filme O Náufrago e identifique o surgimento da hierarquia das necessidades na trama vivida pelopersonagem principal.

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Certamente a consideração de Aristóteles é muitoimportante nos dias atuais. Podemos observar que ofilósofo da antigüidade já instigava à reflexão para abusca do equilíbrio, da ponderação e da justiça.Afirmava haver duas espécies de excelência: aintelectual e a moral, a excelência moral se relacionacom as emoções e ações.

Em outra citação semelhante diz: “...pode-se sentirmedo, confiança, desejos, cólera, piedade, e de ummodo geral prazer e sofrimento, demais ou muito pouco,e em ambos os casos isto não é bom; mas experimentarestes sentimentos no momento certo, em relação aosobjetos certos e às pessoas certas, e de maneira certa,é o meio-termo e o melhor... ( Ibidem: 144)”. Por meio-termo entendia aquilo que é eqüidistante em relação acada um dos extremos. Nesse sentido, podemosperceber que já na antigüidade, de certa forma, seinduzia ao uso inteligente das emoções.

Mas o que é ser inteligente? Podemos dizer que serinteligente é reunir alguns atributos, tais como:capacidade de aprender, capacidade de resolverproblemas, capacidade de adaptação a situaçõesnovas, capacidade de ajustar-se ao ambiente,capacidade para estabelecer relações, capacidade paracompreender e inventar. Entretanto, há alguns anos,essa pergunta poderia ser respondida pela simplesapresentação do quociente de inteligência, o famosoQI (quociente de inteligência). O QI é um índicenumérico que descreve o desempenho relativo em umteste e compara o desempenho de uma pessoa comoutras da mesma idade.

Quando se fala em QI, inteligência e testes deinteligência pensa-se em geral nos gênios. Entretanto,os teste de inteligência não foram desenvolvidos parao reconhecimento prévio dos bem-dotados e sim parafiltrar os intelectualmente deficientes. Estes testesforam criados na França pelo psicólogo Alfred Binet(1857-1911); Binet, que já realizava testes, por voltade 1905, foi solicitado pelo governo francês, paraelaborar um teste que identificasse crianças comdesvantagens mentais e colocá-las em escolasespeciais. Binet desenvolveu um teste sobre as áreaslingüísticas e matemáticas, com a finalidade deverificar quem teria melhores condições de aproveitara escola. Além disso, a escola tradicional desseséculo padronizava o saber único, com um currículoigual e métodos de avaliação iguais para todos. Essa

3.23.23.23.23.2 – Novas Abordagens Sobre Inteligência

idéia de escola surgiu na França na virada do séculoe determinava que toda criança deveria entrar naescola diante dos princípios de: Liberdade, Igualdadee Fraternidade. Como não havia prédios suficientespara todos e partindo do princípio que uns são maiscompetentes e outros menos, o governo decidiupelos testes como forma de seleção. O teste ficouconhecido como Binet-Simon, pois teve acolaboração deste psicólogo.

O teste de Binet-Simon chegou aos Estados Unidos,onde sofreu revisões que originaram novas formas deteste. Entre elas, a mais famosa é a bateria de Stanford-Binet, que ficou conhecida como teste de QI edifundiu-se, sendo utilizado com várias finalidades. Oteste Stanford-Binet classifica as pessoas numa escalaque vai de superdotado a debilidade mental.

As pessoas com desempenho intelectual consi-derado inferior, que apresentam um QI abaixo de 70 ecom um comportamento adaptativo ineficiente, sãochamadas de retardados mentais e recebemdenominações especiais de acordo com o QI e a idademental que apresentam.

A utilização do QI imperou por décadas, repre-sentando um passaporte para o sucesso. Foi usadoem exames de seleção para escolas, academias,empresas, etc. Entretanto, esta maneira de encarar ainteligência sofreu severas críticas e surgiram novastendências, nas quais se destacam a inteligênciaemocional e as inteligências múltiplas.

O que é a inteligência emocional?

Daniel Goleman, psicólogo e jornalista americano,autor do livro Inteligência Emocional, realizou umaintensa pesquisa em escolas, empresas e famílias,apontando que lidar com as emoções é sinal deinteligência.

Pode-se dizer que a inteligência emocional ésimplesmente o uso inteligente das emoções; isto é,fazer intencionalmente com que suas emoçõestrabalhem a seu favor, usando-as como uma ajuda paraditar seu comportamento e seu raciocínio de maneiraa aperfeiçoar seus resultados.

Nesse sentido, fica mais fácil entender que fatoresentram em jogo quando as pessoas de alto QI

“... encolerizar-se, pois isto é fácil, ou dar ou gastar dinheiro; mas proceder assim em relação àpessoa certa, até o ponto certo, no momento certo, pelo motivo certo, e da maneira certa, não é

para qualquer um, nem é fácil” ( ARISTÓTELES, 1996: 149).

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33malogram e as de QI modesto saem-se surpreen-dentemente bem. A explicação reside na presença dainteligência emocional, que funciona como umdiferencial, uma vez que envolve aptidões que incluemautocontrole, zelo e persistência.

Para Goleman, temos dois cérebros, duas mentes e,portanto, dois tipos diferentes de inteligência: aracional e a emocional. Nosso desempenho na vida édeterminado pelas duas.

Como vimos anteriormente, durante anos julgou-seque o QI, quociente ou coeficiente de inteligência,fosse determinante para o desenvolvimento edesempenho de um indivíduo, porém hoje sabe-se quenão é apenas o QI, mas a inteligência emocional queconta. Na verdade, o intelecto não pode dar o melhorde si sem a inteligência emocional.

Esta nova forma de conceber a inteligência mudamuita coisa. Um bom profissional, por exemplo, não émais aquele que tem apenas competência e sim aqueleque alia à competência o controle emocionalnecessário para o exercício profissional; entreestudantes também não é diferente, não mais se exigeapenas boas notas, impõe-se que eles desenvolvam olado emocional adequadamente. Portanto, a escolaprecisa cooperar com a família para o aprendizadoemocional, um compromisso pedagógico que tem oobjetivo de levar as crianças e os adolescentes arefletirem sobre si mesmos e sobre suas relações comos outros.

Segundo Goleman, existem cinco habilidades quecaracterizam a trajetória de pessoas consideradasemocionalmente inteligentes: a autoconsciência, aautogerência ou capacidade de lidar com as emoções,a automotivação, a empatia e o engajamento oucapacidade de se relacionar.

Autoconsciência – capacidade de saber o que estásentindo;

Autogerência ou lidar com as emoções – é tercontrole das próprias decisões e sentimentos, éadministrar o que sente, procurando uma maneirapositiva de superar ou conviver com suas emoções;

Automotivação – capacidade de colocar as emoçõesa serviço de uma meta, ser esforçado e tenaz;

Empatia – sensibilidade para perceber as emoçõesdo outro e colocar-se no lugar dele;

Engajamento ou capacidade de se relacionar –capacidade de lidar com as pessoas, não ver a vidaapenas como observador, é a habilidade de lidar comas emoções dos outros de maneira adequada.

A aplicação dos princípios propostos nas cincohabilidades pode ajudar a expandir nossa inteligênciaemocional, favorecendo nosso relacionamento e, destaforma, saberemos utilizá-la em nosso benefício.

Estas habilidades, apontadas por Goleman comonecessárias para o desenvolvimento da inteligênciaemocional, estão relacionadas à inteligênciainterpessoal e intrapessoal da teoria das inteligênciasmúltiplas.

A teoria das inteligências múltiplas foi elaborada apartir dos anos 80 por pesquisadores da UniversidadeNorte-Americana de Harvard, liderados pelo psicólogoHoward Gardner.

Gardner dedicou-se a difícil tarefa de explicar comohabilidades, talentos e criatividade relacionam-se coma inteligência, e apresentou a idéia de que os sereshumanos são capazes de desenvolver pelo menos oitotipos de inteligências. Em vez de analisar a inteligênciahumana a partir de estudos normativos, ele parte dapsicologia desenvolvimentista e da neuropsicologia,bem como aos estudos da criatividade e de indivíduoscom talentos excepcionais.

Examinou os antecedentes desses comportamentos,na tentativa de retroceder às inteligências queestariam na origem dos vários desempenhos. A visãopluralista da mente, oferecida por Gardner, examinagrande variedade de estilos e habilidades, e reconhecediferentes aspectos da cognição. Ele sugere que nãoexiste uma capacidade geral para a resolução deproblemas, opõe-se à idéia de que a inteligência podeser medida através de testes padronizados, e enfatizaa importância de papéis e desempenhos valorizadosem diferentes culturas.

Sua definição de inteligência abrange uma série dehabilidades, ressalta a identificação de problemas e acriação de produtos culturalmente válidos. Para eletodos os seres humanos possuem oito inteligências,mas, por razões genéticas ou ambientais, os indivíduosdiferem enormemente entre si quanto aos seus perfisintelectuais. Essas inteligências, ou faculdades sãosignificativamente independentes, embora quasetodas as atividades humanas, razoavelmentesofisticadas, dependam de uma combinação deinteligências.

Para propor sua lista de inteligências, Gardnerpesquisou questões que não haviam sidoconsideradas simultaneamente, tais como odesenvolvimento de habilidades de crianças normais,estudos de populações excepcionais e dados sobre aevolução da cognição através dos milênios.

Gardner sugere que, em vez de haver uma habilidadegeral, tal como memória, existem diferentes formas de

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34percepção, memória, aprendizado e atenção em cadauma das inteligências, com possíveis semelhanças,mas sem uma ligação necessária. Sugere ainda odesenvolvimento da cognição como uma capacidadecada vez maior de compreender e expressar significadosatravés de diferentes sistemas simbólicos existentesnum determinado ambiente cultural.

A decisão de Gardner para indicar oito inteligênciasfoi tomada a partir de três considerações: 1°) É a suacrença de que, de fato, há sete sistemas neurológicosque atendem a essas inteligências; 2°) É o desejo deescrever competências que correspondem àsatividades que podem ser identificadas, e são utilizadaspor membros das mais diversas culturas; 3°) É anecessidade de ter um número de categorias pequenoo bastante para analisar qualquer atividade, porémbastante grande para compreender a maioria dasatividades de um grupo cultural.

Ele ressalta que, exceto em indivíduos excepcionais,as inteligências funcionam sempre em conjunto, etalvez sejam úteis para analisar processos e habilidadesque são contínuos. Assim sendo, ele indicou os oitotipos de inteligência, que são:

Lógico-Matemática - É a inteligência que determinahabilidade para o raciocínio dedutivo, compreensãode cadeias de raciocínios, além da capacidade deresolver problemas, envolvendo números e demaiselementos matemáticos. É a competência maisdiretamente associada ao pensamento científico e,portanto, a idéia tradicional de inteligência.

Lingüística - Manifesta-se na habilidade para lidarcriativamente com as palavras nos diferentes níveis delinguagem (semântica, sintaxe), tanto na forma oralquanto na escrita, no caso de sociedades letradas.Particularmente notável em poetas e escritores, étambém desenvolvida por oradores, jornalistas,publicitários e vendedores.

Musical - É a inteligência que permite a alguémorganizar sons de maneira criativa, a partir dadiscriminação de elementos com tons, timbres e temas.As pessoas dotadas deste tipo de inteligênciageralmente não precisam de aprendizado formal.

Espacial - É a capacidade mental de formar o modelopreciso de uma situação espacial e utilizar este modelopara orientar-se entre objetos ou transformar ascaracterísticas de um determinado espaço. Ela éespecialmente desenvolvida, por exemplo, emarquitetos, navegadores, pilotos, cirurgiões,engenheiros e escultores.

Corporal-Cinestésica - É a inteligência que se revelacom uma especial habilidade para utilizar o própriocorpo de diversas maneiras. Envolve tanto o auto-controle corporal, quanto a destreza para manipularobjetos (cinestesia diz respeito a senso-percepçãodos movimentos corporais, é o sentido pelo qualpercebemos os movimentos musculares, o peso e aposição dos membros). Atletas, dançarinos,malabaristas e mímicos têm essa inteligência altamentedesenvolvida.

Interpessoal - É a capacidade de uma pessoa dar-sebem com as demais, compreendendo-as, percebendoas suas motivações ou inibições e sabendo comosatisfazer suas expectativas emocionais. Esse tipo deinteligência ressalta-se nos indivíduos de fácilrelacionamento pessoal, como líderes de grupo,políticos, terapeutas, professores e animadores deespetáculos.

Intrapessoal - É a competência de uma pessoa paraconhecer-se e estar bem consigo mesma,administrando seus sentimentos emoções a favor deseus projetos. Enfim, é a capacidade de formar ummodelo real de si e utilizá-lo para conduzir-seproveitosamente na vida.

Pictória – É a capacidade de reproduzir, pelodesenho, objetos e situações reais ou mentais. Etambém de organizar elementos visuais de formaharmônica, estabelecendo relações estéticas entreeles. Trata-se de uma inteligência que se destaca empintores, artistas plásticos, desenhistas, ilustradorese chargistas.

As inteligências múltiplas assumiram um papelimportante no cenário educacional, uma vez quevalorizam as potencialidades dos indivíduos, bemcomo suas diferenças individuais.

Exercícios de Fixação

1- Que fatores entram em jogo quando pessoas muito inteligentes não são bem sucedidas e pessoas com baixoQI podem se projetar surpreendentemente bem na vida?

2- Que habilidades propostas por Goleman estão relacionadas à inteligência interpessoal de Gardner?3- Que habilidades propostas por Goleman estão relacionadas à inteligência intrapessoal de Gardner?4- No contexto das inteligências múltiplas, qual ou quais você julga ter como predominante?

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35Atenção!

As respostas dos Exercícios de Fixação são encontradas nos textos da sua respectivaunidade. Para o esclarecimento de quaisquer dúvidas, entre em contato com o seututor.

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Se você:

1) concluiu o estudo deste guia;2) participou dos encontros;3) fez contato com seu tutor;4) realizou as atividades previstas;

Então, você está preparado para asavaliações.

Parabéns!

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37Glossário

Behaviorismo – Teoria psicológica, também conhecida como comportamental. Ressalta a importância doseventos objetivos, publicamente observáveis, como base da verdadeira Psicologia científica.

Condicionamento Clássico ou Respondente – Complexo de processos orgânicos resultante da apresentaçãoemparelhada de dois estímulos em rápida seqüência temporal, usualmente repetida inúmeras vezes. Emconseqüência da apresentação emparelhada dos dois estímulos, o estímulo que antes não era o adequado auma determinada reação passa a adquirir a potencialidade de induzir aquela reação.

Condicionamento Operante – Método instrumental de condicionamento investigado por Skinner, que podeser descrito da seguinte forma: um estímulo provoca uma reação que coloca à vista um estímulo gratificador,criando assim, maiores probabilidades de repetição da mesma reação.

Estruturalismo – Sistema da Psicologia associado aos ensinamentos de Wundt e que sustentava que aPsicologia é experiência humana, estudada do ponto de vista da pessoa que experimenta. Seu método é aintrospecção.

Funcionalismo – Escola da Psicologia que atribui importância primordial aos atos ou processos mentais comoobjeto de estudo. A mente deve ser estudada em função de sua utilidade para o organismo, tendo em conta aadaptação ao meio. Opõe-se ao estruturalismo de Wundt.

Gestalt – Teoria psicológica que enfatiza a percepção. Propõe que as unidades organizadas na percepção e nocomportamento têm propriedades características que não podem ser reduzidas às propriedades de suas partescomponentes.

Libido – Significa em latim, vontade, desejo. Energia postulada por Freud como essência das transformaçõesda pulsão sexual.

Motivação – Ou motivo, refere-se a um estado interno que resulta de uma necessidade que ativa ou despertao comportamento usualmente dirigido ao cumprimento da necessidade ativante.

Neurose – Afecção de origem psíquica em que os sintomas são a expressão simbólica de um conflito psíquicoque tem raízes na história infantil do indivíduo e constitui compromisso entre o desejo e a defesa.

Psicanálise – Método de psicoterapia desenvolvido por Sigmund Freud. Baseia-se na técnica de associaçãolivre, na investigação metódica e no estudo teórico das observações decorrentes de investigação empírica dasperturbações de comportamento e estrutura.

Pulsão – Consiste numa pressão ou força (carga energética, fator de motricidade) que faz o organismo tenderpara um objetivo.

Reflexo Condicionado – Novo padrão de comportamento desenvolvido por um determinado estímulo após ocondicionamento. Trata-se de um princípio básico para a explicação de inúmeros fenômenos do comportamento.

Reforço – Fortalecimento de uma resposta a um estímulo.

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38Referências Bibliográficas

ARISTÓTELES. Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996.BARROS, C. S. G. Pontos de Psicologia Geral. São Paulo: Ática, 1995.BLANCHARD, K. e JOHNSON, S. O Gerente Minuto. Rio de Janeiro, Record, 1995.BOCK, A. M. B. et al. Psicologias - Uma introdução ao estudo de Psicologia. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 1999.BRAGHIROLLI, E. Ma et al. Psicologia Geral. 13 ed. Petrópolis: Vozes, 1995.CARPIGIANI, B. Psicologia. Das Raízes aos Movimentos Contemporâneos. São Paulo: Pioneira, 2000.CARLSON, Richard. Não faça tempestade em copo d’água... e tudo na vida são copos d’água... . Rio de

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