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JOAQUIM BISPO DE JESUS
PRÁTICAS E MÉTODOSDE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Trabalho de Graduação apresentado ao curso de
Letras Vernáculas e sua Respectiva Literatura
da Universidade Leonardo da Vinci,
(UNIASSELVI) como requisito essencial para
obtenção do grau de Licenciatura em Letras
Vernáculas, orientado pelo professor Carlos
Magno.
Feira de Santana- BA
2014
JOAQUIM BISPO DE JESUS
PRÁTICAS E METODOS DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Trabalho de Graduação apresentado ao curso de Letras Vernáculas e sua Respectiva
Literatura da Universidade Leonardo da Vinci,( UNIASSELVI ), como requisito
essencial para obtenção do grau de Licenciatura em Letras Vernáculas, orientado pelo
professor Carlos Magno.
Banca:
1º. Examinador:
2º. Examinador:
3º. Examinador:
Julgado em
Nota:
Feira de Santana- BA
2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................01
1 Relação Professor e Aluno ........................................................................ 02
1.1 Afeto Cognitivo........................................................................................03
MÉTODODE PESQUISA..................................................................................... 07
1 Ensino de Língua Portuguesa ....................................................................07
1.1 Prática da Oralidade.................................................................................08
1.2 Prática da Escrita ....................................................................14
1.3 Práticas Gramaticais ...............................................................14
1.4 Plano de Ação pedagógico-Projeto Escolar.............................................15
RESULTADOS....................................................................................................... 22
DISCUSSÃO.......................................................................................................... 23
CONCLUSÃO ..................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS................................................................................................... 25
ANEXOS............................................................................................................. 27
DEDICATÓRIA
Agradeço a Deus por ter me permitido estar aqui presente possibilitando que
meu aprendizado seja valorizado e produtivo.
A minha família, inclusive a minha mãe, pelo apoio sincero, pelo esforço e
paciência que teve comigo apoiando-me nos momentos mais difíceis, a minha
namorada, aos meus irmãos e aos amigos pela compreensão e pelo imenso apoio
quando eu precisei.
A toda equipe de Gestores, Docentes e funcionários do Colégio Estadual Ernesto
Carneiro Ribeiro aos quais me acolheram com muito carinho e receptividade para a
realização do estágio. A professora Elza e a Professora Laís, as quais acolheram-me,
orientaram-me e se disponibilizaram em cooperar comigo durante todo o meu estágio
nas suas turmas vespertinos.
Aos meus Gestores da empresa, o Ser. Neydson Eloy e a Sr.ª Marialva Borba,
quando me cederam à ausência para a realização do estágio, ao Engenheiro Humberto
Mário pelo apoio durante os meus trajetos à faculdade.
E por fim, não menos importantes, o professor Tutor Carlos Magno, por me
orientar com paciência durante toda a elaboração do projeto do meu estágio e, aos meus
colegas do curso de letras pelo apoio durante a realização deste projeto.
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
as possibilidades para a sua própria produção ou
construção”.
( Paulo Freire )
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Curso: Letras Vernáculas e sua respectiva Literatura
Tutor Externo: Carlos Magno
Autor: Joaquim Bispo de Jesus
Turma: LED 133
Trabalho d e Graduação
20/06/2014
RESUMO
Este trabalho objetivou investigar como se dá a relação professor e aluno levando em
conta o afeto cognitivo, como o professor transmite o ensino de Língua Portuguesa,
levando em conta a capacidade do aluno quanto ao nível de aprendizagem de
gramática inserido dentro do texto. Como os educadores se utilizam de métodos e
práticas de projetos pedagógicos. Este trabalho está emanado com base em pesquisa de
campo por meio de observações e regência observadas em sala de aula desenvolvido
em um colégio estadual do município de Feira de Santana-BA, mas precisamente na
turma do 9º anodo fundamental e do 2º ano do ensino médio. Os dados foram obtidos
por meio de uma entrevista semiestruturada aplicada a professores de Língua
Portuguesa, atuantes nas Séries Finais do Ensino Fundamental e médio e por meio das
práticas nos estágios. Após observações e regências, foi possível afirmar que os
professores têm conhecimentos teóricos científicos das metodologias de como ensinar a
Língua Portuguesa, no entanto não consegue transformá-los em 100% realidade
práticas em sala de aula, distanciando assim as suas práticas metodológicas, dos
conhecimentos teóricos científicos acerca do Ensinar Língua Portuguesa com respeito
a texto/gramática no Ensino Fundamental e Médio. Por isso que este trabalho emana-
se de uma necessidade de estudar novos métodos, práticas, projetos e ações
pedagógicas no ensino de Linguagens de maneira que possa desenvolver no aluno o
prazer pela leitura, o domínio do oral à escrita, e ainda o domínio no uso de palavras
gramaticais, aperfeiçoando assim a arte na produção textual com domínio básico de
coesão e coerência e, desenvolverem uma postura crítica diante do que leem.
Palavras – Chave: Ensino de Língua Portuguesa. Práticas Metodológicas. Plano de ação
Pedagógica
1
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo relatar algumas observações, vivências e
impressões do estágio, desta vez em um colégio estadual de Ensino Fundamental e Médio,
situado em Feira de Santana-BA. Pesquisas estas que foram de punho documental e de
campo. Documental por que foi baseada em algumas experiências de Teóricos peritos na
área de ensino da Língua Portuguesa. De campo, pela necessidade de acompanhar na
prática como os professores se detêm das práticas metodológicas e dos planos pedagógicos
baseado em projetos quando desenvolvem em sala de aula produção textual, como se dá
análise linguística desses textos e como o ensino de gramática é aplicado.
É de do conhecimento de todo e qualquer profissional da educação que é da escola
a obrigação de viabilizar o acesso ao universo de textos que circulam socialmente, ensinar
a produzi-los e interpretá-los. Assim, todas as disciplinas têm a responsabilidade de ensinar
a utilizar os textos, mas é a Língua Portuguesa que deve tomar para si o papel de fazê-lo de
modo mais sistemático. Por isso cabe a escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral e
escrita nas diversas situações comunicativas e respeitando as normas e regras
especialmente nas mais formais: planejamento e realização de entrevistas, debates,
seminários, diálogos com autoridades, dramatizações, etc. A capacidade dos professores
quanto ao afeto cognitivo e quanto ao ensino, se baseiam nos Parâmetros Curriculares
Nacionais ( PCN`s ).
Diante da importância da Análise de Produção Textual e do ensino de Gramática,
o objetivo da pesquisa foi observar como se davam essas práticas em sala de aula. Mas
precisamente, analisei em uma turma do 9º ano dos anos finais e em outra turma do 2º ano
do ensino médio nesta escola já citada acima, na cidade de Feira de Santana. Tive como
objetivo verificar como os professores se utilizavam das práticas, métodos de ensino e dos
projetos políticos pedagógicos e como são analisadas as produções escritas dos alunos,
como se dá o diálogo entre o professor x texto x escritor ( neste caso tendo como produtor
de texto, o aluno ).
Será que o professor se prende apenas às correções do tipo gramaticais, ou será
que ele oportuniza ao aluno condições para ampliar sua ideia em relação ao texto
produzido? O professor verifica a coerência e a coesão do texto produzido pelo aluno? E o
produtor do texto (o aluno), como será que ele responde aos encaminhamentos do
professor? O que ele muda em sua reescrita? A nós, enquanto professores precisamos fazer
uma reflexão crítica a cerca dessas perguntas voltadas á nós.
2
2 RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO E A FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA
A nova geração está envolvida em intensos processos de transformação. Estariam
os educadores acompanhando as mudanças que afetam esta nova geração? Estão os
profissionais da educação prontos, para encarar os desafios que constantemente aparecem?
Essas e outras perguntas serão consideradas à base de análise de campo, onde professores e
alunos voluntariamente se dispuseram responder a algumas perguntas elaboradas pelo
autor deste trabalho.
A escolha foi de uma metodologia que trabalhe com significados, valores e atitudes, na
intenção de apreender e compreender a questão tema deste estudo, que vai, aos poucos, se
configurando num mundo de ações e relações humanas. Nota-se claramente a importância
do relacionamento do professor com o aluno. Os dados quantitativos foram úteis ao
direcionamento das análises.
Em toda era, o relacionamento professor-aluno era uma peça fundamental, ou seja, a mola
mestra para o sucesso da criança e da sociedade, pois uma vez uma criança, uma vez
adolescente e uma vez um adulto pronto para o uso, jogando-o na sociedade como cidadão
crítico, capaz de tomar suas próprias decisões enfim, pronto para a sobrevivência. Mas
onde começa tudo isso? A resposta é óbvia, na escola.
Por isso não deve haver distanciamento entre docente e dissente como se fossem
divorciados, pois:
O verdadeiro compromisso que é sempre solidário, não pode reduzir-se jamais a
gestos de falsa generosidade, nem tão pouco ser um ato unilateral, no qual quem
se compromete é o sujeito ativo do trabalho, comprometido é aquele com quem
se comprometeu e a incidência de seu compromisso que sendo encontro
dinâmico de homens solidários ao alcançar aqueles com os quais se compromete,
volta destes para ele, abraçando a todos num único gesto amoroso.
(FREIRE1996, p.9).
A citação acima nos faz entender que o relacionamento entre educador e educando
deve ser de amizade, de troca de solidariedade, de respeito mutua, enfim, não se concebe
desenvolver qualquer tipo de aprendizagem, em um ambiente hostil, isso sempre foi
impossível e sempre será sem sombra de dúvidas, mas não devemos esquecer que o
respeito que a criança tem pelo adulto é unilateral, (ou seja, situado em um só lado), dando
origem a dois sentimentos distintos: afeto e o medo, mas simultaneamente percebido pela
criança ou adolescente quando envolvidos em situações resultantes das suas
desobediências.
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Por isso, é de suma importância o bom relacionamento do professor com o aluno,
pois ajuda o individuo a se desenvolver na busca pelo desejo que tem de conhecer a si
próprio, de encontrar uma definição para a vida. É o carro forte para o desenvolvimento
intelectual. Portanto fica evidente a importância que tem para nós, educadores, o
conhecimento da afetividade, quer seja através das emoções, da força motora das ações ou
do desejo e da transparência para o melhor desenvolvimento da aprendizagem do aluno e,
consequentemente, para uma melhor relação entre este e o educador.
A escola então deve voltar-se para a qualidade das suas relações, valorizando o
desenvolvimento afetivo, social e não apenas cognitivos como elementos fundamentais no
desenvolvimento do aluno.
2.1 – AFETOCOGNITIVO
Fernadez (1991, p.47 ) disse que: “Para aprender, necessitam-se dois personagens:
ensinante e aprendente, e um vínculo que se estabelece entre ambos”.
FIGURA 1 – Afeto Cognitivo
FONTE: Disponível em>http://www.pedagogiaaopedaletra.com/ Acessado 10/03/14
Podemos então afirmar que para chegar a uma aprendizagem efetiva deve haver um
ensinante e um aprendente e, entre eles, um relacionamento subjetivo. Da parte do
professor deve haver as capacidades cognitivas: atenção, percepção e emoção. Quando há
um fracasso na aprendizagem, é preciso pensar sobre estas situações, pois o problema pode
estar no educador, na instituição de ensino, nos pais e não necessariamente no aprendente.
O que deve haver na verdade é um equilíbrio entre ambas as partes, o educando
respeitando o professor como autoridade em sala de aula e, o professor respeitando o
educando como ser humano em processo de aprendizagem, formação de valores e
construção de novos conhecimentos. Pensando assim, há de concordar com as palavras de
Gadotti:
O educador para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de
detentor do saber, deve antes de, colocar-se na posição de quem não sabe tudo,
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reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais
importante: o da vida. (GADOTTI 1999, p.02).
Ser professor é ser um malabarista, não é um atarefa fácil, ao contrário, requer
amor, habilidade e equilíbrio. O professor não é simplesmente aquele que transmite um
tipo de saber para seus alunos, como um simples repassador de informações. O papel do
educador é bem mais amplo, ultrapassando esta mera trivialidade de transmissão de
conhecimento de maneira robótica, mecânica. O professor deve tornar seu saber
alavancado em nível do sistema social, econômico e político. Cabe ainda ao educador
procurar superar as deficiências encontradas e recuperar o real significado do seu papel
como professor, no sentido de apropriar-se de um fazer e de um saber fazer adequados ao
momento que vive a escola atual.
A convivência entre professor e aluno deve ser baseada em afetividade e
sinceridade, pois:
Se um professor assume aulas para uma classe e crê que ela não aprenderá, então
está certo e ela terá imensas dificuldades. Se ao invés disso, ele crê no
desempenho da classe, ele conseguirá uma mudança, porque o cérebro humano é
muito sensível a essa expectativa sobre o desempenho. (ANTUNES 1996, p. 56).
A relação de comunicação mais pessoal é reconhecer os êxitos, reforçar
autoconfiança dos alunos, manterem constantemente uma atitude de cordialidade e de
respeito, isso sem esquecer que embora tenhamos que ter uma relação afetiva com nossos
alunos, isso não significa dizer que tenhamos de que ir à sala de aula para sermos
humoristas e nem sermos carinhosos para que os alunos se sintam bem. Na verdade, se não
houver uma relação didática eficaz não poderá haver relação professor/aluno.
Resumindo o professor precisa na verdade de uma autoavaliação, pois as nossas
atitudes em sala de aula podem trazer sérias consequências para o aluno, porque enquanto
dispensamos expectativas positivas para uns, e com isso dispensamos mais atenção, afeto e
cuidado para outros, em geral, desenvolvemos expectativas negativas, as quais terminam
prejudicando aqueles que deixamos de atender de forma afetuosa. Sim, dentre os alunos
excluídos podem estar àqueles ignorados, que na maioria das vezes nem são
desinteressados, e sim, tímidos.
Foi pensando neste quesito de “relação professor e aluno” que se desenvolveu um
trabalho a base de pesquisa de campo, onde optou por uma metodologia qualitativa,
valorizando a fala dos sujeitos, através do estabelecimento de categorias de análise. A
escolha foi de uma metodologia que trabalhe com significados, valores e atitudes.
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2.1.1-Relacionamento professor/aluno na visão do aluno
Em relação à pergunta de como consideram suas aulas hoje:
2.1.2 Experiências positivas
Quando: a aula é boa; a realização de provas de recuperação; o fato de aprender muito
com o professor; quando o professor, além de ensinar a matéria, conta piadas e brinca com
os alunos; quando o professor manifesta-se preocupado com os problemas dos
alunos; a aceitação de proposta de alunos; o fato do aluno se interessar por determinada
disciplina; gostar dos professores, pois eles ensinam sobre tudo; quando o professor dá
atenção aos alunos que precisam; quando o professor discute a matéria até através de um
“bate-papo” ou uma “prosa”; o fato de o aluno conseguir entender a matéria; quando o
professor esclarece as dúvidas.
2.1.3 Experiências negativas
Quando: há agressão entre professor e aluno; o professor está estressado; o aluno pede
outra explicação da matéria e o professor não dá; o professor não mostra preocupação com
os alunos; o professor expulsa o aluno da sala de aula; há falta de compreensão do
professor; há problemas com a direção do colégio; as aulas são monótonas; o professor
pede com frequência para o aluno fazer e corrigir exercícios torna-se muito cansativo; o
professor marca prova e pede questões que não foram anunciadas; há discussões (brigas)
entre professor e aluno.
Ao contrário do que muitos professores podem pensar negociar, buscar normas
que satisfaçam o coletivo e que contemplem a relação professor/aluno não
significa abrir mão da autoridade. Significa apenas abrir mão do autoritarismo.
(Carvalho, 1997, p.36).
É possível uma forma harmônica de melhorar o relacionamento entre professor e
aluno, atraindo a atenção do aluno para a matéria, num contexto mais próximo da realidade
vivenciada no dia-a-dia. Nesse sentido, Vasconcellos (2001, p. 57) faz o seguinte alerta: “o
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autêntico professor é aquele que necessariamente faz memória, recorda os mitos, os
sonhos, as utopias e as tradições, as aprendizagens do passado, a cultura, ao mesmo tempo
em que analisa o presente e projeta o futuro”.
Vasconcellos (2001) apresenta um rol de possibilidades de práticas concretas que
podem ser utilizadas, tais como: roteiro de orientação de estudo para fora da sala de aula,
atendimento durante as atividades em sala; adequação do nível de dificuldade para
possibilitar o sucesso do aluno e o resgate de sua autoestima; o uso de metodologias
interativas em sala de aula, entre outras.
O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade
do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma
cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque
acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas
dúvidas, suas incertezas. (FREIRE,1996, p.96).
Mas por outro lado, o que se observa é professor e aluno divorciados. O professor
sente dificuldade em estar se relacionando com os alunos de forma aberta e conveniente;
alguns são autoritários e tradicionais, desejam que os alunos sejam disciplinados seguindo
um currículo pré-estabelecido. No entanto essa metodologia fere o educando, porque,
conforme Freitas (1998, p. 74), “O professor se comporta como se fosse o proprietário da
sala de aula, bem como de tudo que está ali dentro: mesa, quadro, giz e, inclusive, os
alunos. É por isso que ele se sente no pleno direito de manipula-los conforme sua
vontade”.
Ou seja, o professor na sala de aula ensina e dá ordens e os alunos aprendem e
obedecem. Nesse sentido pode se diz que o educador quebra a possibilidade de um
relacionamento harmonioso entre ele e o educando e, se o educando não se adapta ao
controle, ele é considerado rebelde, indisciplinado, quando na verdade pode ser apenas
uma forma de não aceitar as imposições estabelecidas pelo professor e pela escola e, com
isso causando divergência entre professor e aluno no que diz respeito à subjetividade
(sentimento, respeito e hábitos),sendo que, muitas vezes, as relações são mecânicas(como
vai? Como passou de ontem para hoje?) ritualistas( bom dia, boa tarde) e sem vida.
Docentes e discentes mostraram o significado do papel do professor e do aluno em
sala de aula. Nas respostas dos alunos foi possível perceber que eles sabem qual é o seu
papel (manter-se disciplinado, respeitar o professor e se esforçar para aprender) e o do
professor (ensinar, tirar as dúvidas, usar de descontração, cumprir os acordos com a
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turma). Ao analisar as respostas dos professores, verificamos que os alunos não agem
como deveriam, pois há falta de respeito, interesse e compromisso.
Vale trazer uma citação de Tiba (1998, p. 196) quando diz que “a escola precisa
alertar os pais sobre a importância de sua participação: o interesse em acompanhar os
estudos dos filhos é um dos principais estímulos para que eles estudem”.
O papel do professor tem sido a transmissão de conteúdo pré-definido, sendo que
ao aluno cabe a repetição automática dos dados que a escola forneceu. As relações sociais
nesse caso são praticamente suprimidas. A educação de uma nova geração é um ensino em
que prevalecem trocas e reflexões, em que poder formar o caráter do cidadão, com um
diálogo aberto e franco, favorecendo o compromisso do aluno e do professor na construção
de uma nova relação entre estes atores do processo ensino-aprendizagem.
3 ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA “ PRÁTICAS E MÉTODOS”
Os Parâmetros Curriculares Nacionais ( PCN ),frisam a importância do trabalho
com textos produzidos pelos próprios alunos. De acordo com Fregonezi:“a Língua
Portuguesa Possui quatro habilidades específicas: o falar, o escrever, o ouvir e o ler,
tornando o aluno emissor de mensagens e receptor da mesma.” ( Fregonezi 1999).
Mediante o exposto, cabe ao professor levar o aluno assumir a sua função de sujeito do
discurso por meio de muita leitura e produção textual, despertando no aluno o interesse em
se aprofundar no estudo das diversas formas linguísticas. O mesmo autor ainda fala da
importância da análise linguística em sala de aula, pois para ele por meio das atividades de
análise linguística é possível mostrar ao aluno como o texto organiza seus elementos
gramaticais, a concordância do texto, e outras infinitas possibilidades de análise do uso, e
do relacionamento das possibilidades linguísticas, a partir de então, é possível partir para
sua reestruturação, para melhor, ampliá-lo.
Ainda, vale salientar que os PCN chamam atenção para a maneira como são
apresentadas as diferentes práticas de trabalho com a linguagem, cujo objetivo é
desenvolver no aluno:
O domínio da expressão oral e escrita em situações de uso público da linguagem,
levando em conta a situação de produção social e material do texto e selecionar,
a partir disso, os gêneros adequados para a produção do texto, operando sobre as
dimensões pragmáticas, semânticas e gramatical.
( PCN.1998, p.49).
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3.1 PRÁTICA DA ORALIDADE
O estudo da linguagem oral é uma preocupação que se tornou mais relevante no
meio linguístico desde que os estudiosos da língua recuperaram a fala como objeto de
análise.
A área de língua portuguesa é, de certo modo, transversal, já que atravessa todas as
demais disciplinas. Está presente nos textos de História, na formulação de enunciados de
problemas matemáticos, na descrição de ambientes geográficos. Dominando a
compreensão e a interpretação das palavras da língua materna, o estudante tem o
instrumental básico para se lançar às diversas áreas do conhecimento humano.
A língua fornece, inclusive, o suporte para que as diferentes operações mentais
sejam realizadas, já que é a partir dela que se organiza o pensamento e por meio dela que
se dá qualquer processo de cognição. Esse dado é especialmente relevante num mundo em
que, para além da escola, é necessário estar disposto e apto a continuar aprendendo
permanentemente, estabelecendo um diálogo constante entre os conhecimentos prévios e
as informações novas. A este respeito, Castilho( 200,p.11) afirma que:
O professor de língua portuguesa, hoje, encontra-se em meio à crise social. (...)
apesar de muitas tentativas frustradas no ensino da língua, ainda não absorveu as
novas concepções de funcionamento da linguagem. Isso tudo, acrescido da crise
do magistério, que vai desde a formação deficitária à remuneração irrisória,
forma um quadro desanimador.
O autor acredita ser necessária uma mudança com relação à postura de quem ensina
diante do quê e como ensinar língua portuguesa. Para o autor este desânimo em ensinar,
pode está relacionado com as condições precárias para o ensino.
A preocupação com a questão da linguagem oral no ensino de língua materna torna-
se cada vez mais relevante no meio educacional. Desta forma, a escola por acreditar que o
aprendizado da linguagem oral não é de sua alçada, esta modalidade da linguagem é
utilizada, somente, para a transmissão dos conteúdos. Todavia, o diálogo se tornou uma
ferramenta fundamental no que tange a comunicação em sala de aula, por permitir a troca
de informações, confronto de opiniões, se a intenção do professor é tornar o aluno um
usuário competente da linguagem no exercício da cidadania isto não é suficiente.
3.1.1- Ensino Fundamental (6º - 9º ano )
9
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN`s) para o ensino de língua
portuguesa, publicação do Governo Federal tem o intuito de contribuir para a atualização
profissional, desenvolvimento de projetos educativos e planejamento de aulas. Os
Parâmetros Curriculares para o ensino de língua portuguesa, publicados em 1998,
ressaltam que a partir dos anos 80 é que se estabeleceram mais fortemente as críticas ao
modo como se ensinava língua portuguesa, na escola. Neste sentido, postulam que: Pela
linguagem os homens e as mulheres se comunicam, têm acesso à informação, expressam e
defendem pontos de vista, partilham ou constroem visões de mundo, produzem cultura.
(PCN 1998, p.19).
Esta afirmação deve-se ao fato de que ao ingressar na escola os alunos já dispõem
de competência discursiva e linguística para comunicar-se em seu dia a dia, mesmo que
ainda não domine a norma culta.
Ainda que o espaço da sala de aula não seja um espaço privado, é um espaço
público diferenciado: não implica necessariamente, a interação com
interlocutores que possam não compartilhar as mesmas referências, valores,
conhecimento de mundo. ((PCN 1998, p.24).
Assim, sem deixar de considerar os conhecimentos que o aluno traz para a escola,
esta deve promover sua ampliação durante os oito anos que correspondem ao Ensino
Fundamental.
Porém, é relevante o fato de que com o ensino-aprendizagem de diferentes
padrões de fala e escrita, o que se deseja não é levar os alunos a falarem certo, mas sim
lhes permitir escolher a forma da fala que deve ser utilizada em situações comunicativas
distintas, adequando os recursos expressivos, a variedade de língua e o estilo. Ainda, com
relação à importância atribuída ao ensino da linguagem oral na escola, os PCNs colocam
ao lado das atividades de leitura e produção de textos escritos, a escuta e a produção de
textos orais como forma de atender as diversas demandas sociais, além de responder a
diferentes propósitos comunicativos e expressivos e, ainda, considerar as diferentes
condições de produção do discurso. Desta forma, o aluno pode ser levado a conhecer e
valorizar outras variedades linguísticas, inclusive a sua.
3.1.2Ensino Médio
O processo de ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa nos anos finais, deve
basear-se em propostas interativas, explorando dos gêneros discursivos. Não enxergamos
outra saída, senão o diálogo, para que o aluno aprenda a confrontar defender, explicar suas
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ideias de forma organizada, em diferentes esferas de prática da palavra pública,
compreendendo e refletindo sobre as marcas de atualização da linguagem, seja ela na
avaliação da posição do interlocutor, ou a crítica do contexto extra verbal, uma posição
crítica sobre as normas dos textos em questão ou em análise de acordo com as expectativas
em jogo, a escolha dos gêneros e recursos.
A linguagem permeia o conhecimento e as formas de conhecer, o pensamento e as
formas de pensar, a comunicação e os modos de comunicar, a ação e o s modos de agir. Ou
seja:
Ela é a roda inventada, que movimenta o homem e é movimentada pelo homem.
Produto e produção cultural, nascida por força das práticas sociais, a linguagem é
humana e, tal como o homem, destaca-se pelo seu caráter criativo, contraditório,
pluridimensional, múltiplo e singular, a um só tempo. ( PCNS 2000.p , 5 )
Portanto, o aluno consciente e responsável, poderá fazer previsões e escolhas
adequadas na fala/escrita, bem como olhar para o texto de forma crítica, ampliando os
significados para além da palavra escrita. Poderá ver-se no texto e ver o texto como objeto,
dialogar com o outro que o produziu, criar seu próprio texto. Vale salientar ainda que, além
de mostrar a importância, os conteúdos e objetivos para o trabalho com a linguagem oral,
os PCNs ilustram algumas possibilidades de projetos, em que a linguagem oral seja
privilegiada, conforme veremos logo mais citados também por Jânia M. Ramos.
Mas, talvez você educador esteja se perguntando: onde está a literatura, a
gramática, a produção do texto escrito, as normas? Os conteúdos tradicionais foram
incorporados por uma perspectiva maior, que é a linguagem, entendida como um espaço
dialógico, em que os locutores se comunicam. Nesse sentido: “todo conteúdo tem seu
espaço de estudo, desde que possa colaborar para a objetivação das competências em
questão.” ( PCNS 2000.p,23 ).
É importante salientar que os comentários feitos neste tópico, foram baseados nos
PCNs de 2000, os quais se tratam das tendências atuais sobre as questões da linguagem e
do ensino em sala de aula explorando dos recursos da oralidade ao ensinar Língua
Portuguesa nos anos fundamentais e nos anos finais.
3.1.3Os gêneros orais em sala de aula
Faz-se necessário abordar propostas de trabalho com a linguagem oral na sala de
aula, presentes em algumas publicações atuais. Dentre estas, encontramos “A língua falada
no ensino de português”, em que, entre outras observações, Castilho faz uma proposta de
incorporação da língua falada nas aulas de gramática, baseado na atual situação em que se
encontra o ensino de língua, na escola, ou seja, normalmente o aluno não procede de um
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meio letrado, o que para muitas delas é novidade. Assim é dever da escola valorizar os
hábitos culturais dos alunos, além de iniciá-los em novos hábitos, diferentes dos de sua
família. Para isso, o ponto de partida para a reflexão gramatical deve ser o que ele já traz
para a escola, isto é, a conversação.
Em função disso, o ensino de Língua Portuguesa deve se desenvolver mantendo as
dimensões da linguagem oral e da escrita estreitamente vinculadas, propiciando situações
de comunicação em que os alunos possam se expressar, possam ir ampliando os recursos
linguísticos, ao mesmo tempo em que os ajuda a aprender a estruturar o próprio discurso e
a regular a própria fala em função dos diferentes contextos sejam eles formais ou
informais, em que ela pode se desenvolver.
Talvez se pergunte: como ensinar gramática usando a oralidade? Quanto ao uso da
gramática, Castilho ainda esclarece que “A gramática é vista como o lugar das reflexões,
debates e questionamentos. Ou seja, a partir dos dados da língua falada ou escrita, que são
formuladas perguntas e a análise são feita, ficando, por último, a ordenação desses dados.”
(CASTILHO 2000, p.22).
É bom frisar que não só estes estudiosos, mas também os PCNs apontam
mecanismos os quais poderão ser usados em sala de aula ao ensinar a Língua Portuguesa
sem ofender, as origens do educando, sem ferir a sua cultura e a língua materna. Por
exemplo, podemos citar alguns desses mecanismos bem como: texto dramático, canção; de
imprensa: comentário radiofônico, entrevista, debate, depoimento; de comunicação
científica: exposição, seminário, debate, palestra; publicidade: propaganda.
Percebemos nesta seleção uma grande diversidade, que abre um leque de
possibilidades de trabalho para o professor, pois há textos que ocupam várias posições
alguns até bem próximos da escrita como é o caso da exposição, do seminário e do texto
dramático, que, apesar de falados são estritamente calcados na escrita. O autor neste
capítulo vai direto ao assunto quando ele diz “ o negócio é por a mão na massa” e buscar
formas de colocar em prática as ideias expostas.” ( CASTILHO 2000, p.26).
Também não podemos deixar de considerar neste artigo as ideias calcadas nas
propostas teóricas e metodológicas de Jânia M. Ramos, podemos encontrar, em uma das
suas obras como “O espaço da oralidade na sala de aula”, publicado em 1997. Esta
mesma autora desse maravilhoso e impressionante livro salienta que“ Trabalhar com os
gêneros orais é lançar mão dos instrumentos que viabilizam a ação linguística e o
aprendizado- a própria ação de falar consiste em uma apropriação dos gêneros ( RAMOS
1997,p.28).
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Assim, educadores, o pré-requisito para um trabalho com a linguagem oral
realizado nessa perspectiva é a atitude do professor que esteja disposto ao diálogo, à
comunicação, convicto de que o aluno e ele têm algo a trocar e ambos podem aprender um
com o outro, para isso é preciso primeiro desenvolver uma boa relação entre professor e
aluno por meio do afeto cognitivo, Somente se dá voz ao aluno quando se acredita que ele
tem algo importante a dizer, quando ele é visto como uma pessoa de valor.
Além de explicitar alguns aspectos da linguagem oral, assim como o primeiro,
sugere atividades para que o professor possa partir, também, do oral para o escrito. No seu
livro a autora fez algumas perguntas como: como posso desenvolver isso por meio da
oralidade? Ou como posso ensinar língua portuguesa por meio da oralidade? A mesma
responde apontando algumas estratégicas facilitadoras para ser explorado ao ensinar
Língua Portuguesa, baseado na sua obra “O espaço da oralidade na sala de aula:
Trabalhos em grupos pequenos – nos quais a partir de uma tarefa proposta, tal
como a discussão de um tema polêmico ou a preparação de uma apresentação para a turma,
os alunos poderão trocar ideias, expor argumentos e opiniões, vivenciar a prática do
diálogo como forma de construção de conhecimento coletivo.
Debate com toda a turma – em que a partir de um eixo-motivador, como um texto
lido ou um programa assistido, os alunos poderão confrontar os próprios posicionamentos
com os dos demais, expondo-se diante do grupo e vencendo as inibições.
Conversas com o professor- a partir das quais o aluno se exercitará no falar de si
mesmo, na autoanálise e na autoavaliação, ao mesmo tempo em que o ensino se torna mais
personalizado e o professor passa a se relacionar mais diretamente com os estudantes.
Conversas informais do professor com a turma – momentos em que,
espontaneamente, o professor pode abrir espaço pata a troca de ideias apara além dos
conteúdos da programação, seja antes da aula ou entre uma atividade e outra.
Dramatizações de textos ou de situações do cotidiano- em que os alunos assumam
diferentes papeis em contextos diversos, e possam perceber a necessidade de adequação da
linguagem e da utilização de diferentes recursos linguísticos em função das situações
vividas pelas personagens, além disso, as dramatizações são oportunidades para o estímulo
da capacidade de memorização e podem favorecer a fixação de determinadas estruturas
sintáticas. Esse recurso tem diversas outras vantagens: torna o processo de ensino-
aprendizagem mais agradável, permite que o revelem sentimentos, sonhos ou condutas
que, em geral passam despercebidos nas aulas comuns. Facilita a mudança de atitudes e a
13
postura do aluno frente ao grupo, na medida em que ele se expõe e obtém a aceitação dos
demais com respeito ao seu trabalho. Por isso, é um valioso instrumento para lidar com a
autoestima dos estudantes.
Rodas de leitura- em que os alunos possam contar histórias, ler poesias em voz alta,
debater diferentes interpretações de textos, partilharem vivências e experiências a partir de
textos.
É de fundamental importância que se respeite as diferenças e as diversidades oral
do aluno. Porém é de cunho competência da escola ensinar o aluno a utilizar
adequadamente a linguagem em diferentes contextos e situações comunicativas.
SCHNEUWL nos dá algumas sugestões de como exploram oral em sala de aula quando diz
que :
é preciso que as atividades de uso e a reflexões sobre a língua oral estejam
contextualizadas em projetos de estudo, como: atividades em grupo com temas
definidos, tomadas de decisões, divisão de tarefas na resolução de problemas
estimativas de resultados, comparação e confronto de procedimentos a ser
tomados. (SCHNEUWLY, 1994, p.7 )
Assim, se pode concluir que a linguagem oral pode aparecer em dramatizações
teatrais, simulação de programas de rádio e televisão, de discursos políticos, e outros.
Porque o ensino de Língua Portuguesa é sustentado pela prática de escuta de textos orais/
leitura de textos escritos, práticas de produção de textos orais e escritos e prática de análise
linguística. Podemos sustentar esse eco nas palavras do linguista Santos (2010), quando
salienta que:
Os conteúdos partem, portanto, de textos sempre, conforme já foi dito,
valorizando e destacando diferenças e semelhanças, fazendo com que o aluno
discuta o que vê e o que lê para conseguir se sentir usuário da Língua e
participante do processo de aprendizagem. ( SANTOS 2010. p, 65 ).
3.2 PRÁTICAS DA ESCRITA
Se existe algum que não pode andar sozinho é a escrita e a leitura, ambos são dependentes
um do outro, por isso a leitura e escrita são formas complementares no processo de
letramento. A escrita transforma a fala e a influencia a escrita. Assim, é mais que preciso
superar que ler é codificar, converter letras em sons. A leitura é a uma construção do
significado do texto escrito. Por isso que para formar um leitor competente, a escola
precisa mobilizá-lo, pois aprender a ler requer esforço, a leitura é algo interessante e
desafiador.
14
Então, a quem cabe mobilizar o aluno a desenvolver esta arte? Logicamente, o
professor. Por isso deve se trabalhar com diversidades de textos e de combinação entre
eles, isto é diversidade de objetivos e modalidade seja para resolver problemas práticos,
informar-se, dividir-se, estudar, escrever ou revisar. Para quer isso aconteça requer
condições favoráveis para a prática da leitura como uma boa biblioteca, dispor de acervos
nas classes e outros materiais de leitura, ter organizado tempos de leitura livre e que o
professor também leia, atividades diárias de leitura, escolhas de boas leituras,
possibilidade de empréstimos de livros, sugestões de títulos, construção de uma política de
formação de leitores.
Criar contextos de produção precisa, efetuar atividades ou exercícios múltiplos e
variados: é isso que permitirá aos alunos se apropriarem das noções, das técnicas
e dos instrumentos necessários ao desenvolvimento de suas capacidades de
expressão oral ou escrita, em situações de comunicação diversas.
(SCHNEUWLY,1994, p.8 ).
A produção textual tem como finalidade formar escritores competentes, coerentes, coesos e
eficazes. Um leitor competente é alguém que planeja o discurso em função do seu objetivo
e do leitor que se destina e as características do gênero e além do mais, tornando-o leitor
critico, com visão aguçada de mundo.
3.3 PRÁTICAS GRAMATICAIS
A gramática ganha utilidade quando na produção de texto assegurando sua adequação,
coerência, coesão e correção. Saber gramática não significa ser capaz de construir bons
textos. Isso não significa que não é para ensinar fonética, morfologia ou sintaxe, mas que
elas devem ser oferecidas à medida que se tornarem necessárias para reflexão sobre a
língua.
Podemos estruturar esse argumento nas palavras do gramático Travaglia quando o
mesmo afirma que:
é possível perceber que o ensino de gramática e o ensino de
produção/compreensão de textos são uma coisa só, uma vez que os textos são
produzidos e compreendidos graças à gramática da língua e, portanto, não há
como trabalhar com textos sem trabalhar gramática e vice-versa.(
Travaglia2003, p. 44-45 )
Concluímos então que, os estudos gramaticais precisam ser desenvolvidos de forma
ampliar a capacidade comunicativa do aluno. O professor deve partir da produção textual e
recepção de textos de diferentes variedades linguísticas, utilizando o contexto em sua
aplicação.
15
3.4PLANO DEAÇÃO PEDAGÓGICA – PROJETO ESCOLAR
Segundo a LDB a "educação, dever da família e do Estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". Para a conquista destas ideias,
não podemos em vista disto continuar com os mesmos métodos conteudistas de antes.
Devem-se procurar formas metodológicas para uma aprendizagem significativa. Para tanto,
é necessário a interação professor-aluno, escola-comunidade e outros agentes responsáveis
pelo o desenvolvimento cognitivo do alunado.
Partido desta premissa é que acreditamos que o trabalho com projetos de
aprendizagem no contexto escolar é de suma importância na vida escolar do aluno, pois
possibilita a integração e o convívio social e coletivo dos mesmos. Aprende a compartilhar
a superar as diferenças e acima de tudo conquistar a autonomia.
Quando falamos em “aprendizagem por projetos” estamos necessariamente nos
referindo à formulação de questões pelo autor do projeto, pelo sujeito que vai construir
conhecimento. Partimos do princípio de que o aluno nunca é uma tábula rasa, isto é,
partimos do principio de que ele já pensava antes.
E é a partir de seu conhecimento prévio, que o aprendiz vai se movimentar,
interagir com o desconhecido, ou com novas situações, para se apropriar do conhecimento
específico - seja nas ciências, nas artes, na cultura tradicional ou na cultura em
transformação.
3.4.1. Características do Projeto de aprendizagem
Trabalhar com projetos de aprendizagem proporciona aprender coisas que tem
relação com a vida dos alunos e professores, sendo que a postura deste seja como
orientador e mediador da aprendizagem. Assim, o professor, bem como o aluno são
sujeitos que estão envolvidos diretamente com a construção do conhecimento, e um projeto
voltado para este intento pode proporcionar um melhor conhecimento de si mesmos e do
mundo, estabelecendo relações significativas entre os conhecimentos. Segundo Fagundes,
Maçada e Sato “atividade de fazer projetos é simbólica, intencional e natural do ser
humano. Por meio dela, o homem busca a solução de problemas e desenvolve um processo
de construção de conhecimento, que tem gerado tanto as artes quanto as ciências naturais e
sociais “(Fagundes, Maçada e Sato, 1999, p.15)
16
Desta forma, pode-se entender que o projeto em sala de aula é importante, pois é
uma metodologia de ensino que envolve os alunos em investigações de problemas
atrativos, que geram resultados originais; dão margem a perguntas desafiadoras que não
podem ser respondidas pelo método de ensino rotineiro; Favorece a disciplina e resgata a
motivação para a pesquisa; Estimula a curiosidade ativa e um nível mais elevado de
raciocínio, entre outros.
Alguns elementos para uma boa experiência com projetos de aprendizagem incluem:
Questões ou conflitos férteis que sejam originais, reais e relevantes para as vidas dos
alunos
O uso de tecnologia atual.
Aprendizagem deve ser centrada no aluno ou promover que esse faça uso deliberado
de sua autonomia
Colaboração
Componentes Multidisciplinares
Trabalho à longo prazo; não é preciso que o projeto seja realizado em períodos de aula,
ou apenas em tempo de aula.
Devem ser orientadas aos resultados, com um estudo, apresentação e ação, como
resultado da indagação original
3.4.2 Projeto com leitura e Produção Textual
Os Parâmetros Curriculares Nacionais ( PCNs ),frisam a importância do trabalho
com textos produzidos pelos próprios alunos. De acordo com Fregonezi: “a Língua
Portuguesa Possui quatro habilidades específicas: o falar, o escrever, o ouvir e o ler,
tornando o aluno emissor de mensagens e receptor da mesma.” ( Fregonezi 1999).
Mediante o exposto, cabe ao professor levar o aluno assumir a sua função de sujeito
do discurso por meio de muita leitura e produção textual, despertando no aluno o interesse
em se aprofundar no estudo das diversas formas linguísticas. O mesmo autor ainda fala da
importância da análise linguística em sala de aula, pois para ele por meio das atividades de
análise linguística é possível mostrar ao aluno como o texto organiza seus elementos
gramaticais, a concordância do texto, e outras infinitas possibilidades de análise do uso, e
do relacionamento das possibilidades linguísticas, a partir de então, é possível partir para
sua reestruturação, para melhor, ampliá-lo. Assim, segundo o linguista Schneuwly :
É preciso que as atividades de uso e a reflexões sobre a língua oral estejam
contextualizadas em projetos de estudo, como: atividades em grupo com temas
definidos, tomadas de decisões, divisão de tarefas na resolução de problemas
17
estimativas de resultados, comparação e confronto de procedimentos a ser
tomados. (SCHNEUWLY, 1994, p.7 ).
Ainda, vale salientar que os PCN chamam atenção para a maneira como são
apresentadas as diferentes práticas de trabalho com a linguagem, cujo objetivo é
desenvolver no aluno:
O domínio da expressão oral e escrita em situações de uso público da linguagem,
levando em conta a situação de produção social e material do texto e selecionar,
a partir disso, os gêneros adequados para a produção do texto, operando sobre as
dimensões pragmáticas, semânticas e gramaticais.
( PCN.1998, p.49).
A leitura é um ato que, também, depende de estímulo e motivação. A prática da leitura é
uma tarefa essencial para a construção do conhecimento e um deflagrador do sentimento e
opinião crítica do indivíduo.
Um projeto voltado para o desenvolvimento da leitura requer planejamento,
estratégia e acima de tudo comprometimento coma aprendizagem dos alunos. É de
conhecimento de todo e qualquer profissional da educação que é da escola a obrigação de
viabilizar o acesso ao universo de textos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e
interpretá-los. Assim, todas as disciplinas têm a responsabilidade de ensinar a utilizar os
textos, mas é a Língua Portuguesa que deve tomar para si o papel de fazê-lo de modo mais
sistemático.
Por isso cabe a escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral e escrita nas
diversas situações comunicativas e respeitando as normas e regras especialmente nas mais
formais: planejamento e realização de entrevistas, debates, seminários, diálogos com
autoridades, dramatizações e outros por meio de projetos estratégicos.
Abro espaço neste texto para fazer um relato de experiência vivencia na sala de aula
durante o estagio com aplicação de um projeto com alunos do 9º ano do ensino
fundamental em um colégio localizado em Feira de Santana, BA.
3.4.3Relato da Experiência Docente
O projeto tinha como objetivo de desenvolver nesses alunos a aptidão pela leitura,
desenvolver um olhar crítico acerca do que se trata o texto e tornarem conscientes da
necessidade de desenvolver o hábito pela leitura e mostrar que só é possível escrever bem,
se expressar bem e desenvolver um olhar crítico quanto cidadãos e transformadores da
sociedade no qual estão inseridos se, si tornarem leitores.
18
Por isso, foi trabalhado durante o projeto, com produção textual de artigos de
Jornais e reportagens, usando o gênero “notícia”, com a finalidade de desenvolver nos
alunos a capacidade de se expressarem oral e na escrita. Observei durante um mês e fiz
uma regência em uma turma do 9° ano do ensino fundamental, no colégio Estadual situado
em Feira de Santana, BA, e nesta mesma unidade de ensino foi aplicado o meu projeto de
estágio “O Jornal e a Notícia na Produção Textual”.
Durante a regência nesta turma, foi possível constatar que os alunos são realmente
imperativos. Os que deram mais trabalho foram os meninos, pois constantemente era
preciso chamar atenção deles e adverti-los. As meninas prestavam mais atenção nas aulas
do que os meninos, 65% da turma era composta por meninas e 50% mais ou menos são
estudiosas e prestavam atenção as aulas, enquanto os meninos que representavam 35% da
turma, muito poucos eram prestativos e estudiosos, mas a minoria que prestava atenção e
fazia as tarefas de sala e de casa compensava os esforços do estagiário para desenvolver o
projeto.
Assim que assistiram aos vídeos sobre a “violência na escola entre professor e
aluno” automaticamente abriu-se um debate sem o estagiário esperar, aquilo provou o
quanto tinha sido apropriado a transmissão daqueles vídeos chocantes de cenas gritantes
em sala de aula entre professor e aluno. No dia seguinte falou-se sobre o que compõe uma
notícia levando em conta o que estava por trás daqueles vídeos que haviam assistido, ou
seja como eles foram produzidos do que precisou para ficar pronto para o público.
Feito isso, todos os alunos receberam uma cópia com o tema “A notícia - Um
gênero textual de cunho jornalístico.” No próximo encontro trouxeram jornais, revistas,
livros, folhetos, para a produção de um noticiário. Em trio, cada um desenvolveu a sua
redação sobre um determinado assunto polêmico e atual, um auxiliando o outro na sua
produção. O impressionante foi que 90% dos alunos estavam envolvidos com o projeto e
ansiosos para saber em que iria resultar todo aquele trabalho desenvolvido em sala de aula.
Enquanto faziam leituras e rascunhos da produção textual, o estagiário passava de
grupo em grupo dando dicas e corrigindo possíveis erros ortográfico e gramatical,
levando em conta os assuntos já estudado com o estagiário sobre “concordância nominal”,
e logo após uma aplicação de uma atividade com 5 questões sendo uma “aberta” e apesar
de estarem ainda no período complicado para se aprender gramática, os alunos cometiam
poucos erros de concordância.
Graças o respeito que existiu entre professor e estagiário, foi possível desenvolver
um excelente projeto, pois os métodos ali usado pelo o estagiário eram de mecanismos do
19
cotidiano dos alunos, (jornais, revistas, livros, folhetos, vídeos, etc.), isso fez com quer eles
produzissem melhor seus trabalhos.
Foi observado também, se os alunos conseguiam transpor do oral para o escrito,
ou seja se eles seriam capazes de transcrever o que expõem oralmente durante um diálogo
aberto sobre os atos de violência nas escolas entre professor e aluno. E como de fato,
muitos surpreenderam o estagiário, pois apesar de alguns erros e falta de coerência durante
a produção da redação, se saíram bem.
Foi constatado durante essa vivência magnífica, que infelizmente os alunos têm
muito pouco a prática da escrita e da leitura, foi percebido a falta da escrita pelas
produções desenvolvidas em sala de aula, e notou-se a falta de leitura pelo método que
linhas, trocando letras, atropelando ponto, virgula, interrogação e alguns até pulavam
linhas, denotado assim que não tinham a prática da leitura, ora, se não tem a prática da
leitura, é claro que terão dificuldades na escrita.
GRÁFICO - 01
Após esses possíveis análises, partiu-se para a conclusão da produção do jornal com base
no gênero “notícia”, agora os alunos já não mais cometiam os mesmo erros gritantes que
haviam cometido durante a produção da redação. Pouquíssimos erros foram encontrados
nos trabalhos. Foi uma experiência maravilhosa e diferente.
GRÁFICO - 02
Fonte: o autor
20
Trabalhando com projetos de aprendizagem, estaremos fazendo necessariamente
uso da pesquisa em sala de aula e isto significa mover-se na insegurança; pois com a
pesquisa estaremos nos arriscando a ensinar o que talvez não sabemos. A respeito disso
Moraes (2002, p.141) enfatiza que:
A pesquisa em sala de aula constitui-se numa viagem sem mapa; é um navegar
por mares nunca antes navegados; neste contexto o professor precisa saber
assumir novos papéis; de algum modo é apenas um dos participantes da viagem
que não tem inteiramente definidos nem o percurso nem o ponto de chegada; o
caminho e o mapa precisam ser construídos durante a caminhada.
Sendo assim, entendemos que com este trabalho estamos dando um passo para que
nossos alunos se tornem sujeitos críticos e criativos, capazes de serem autônomos e
competentes no exercício do argumentar; ou seja, trabalhando com projetos de
aprendizagem e pesquisa, estamos contribuindo para desenvolver a autonomia dos alunos,
motivando-os a participar ativamente das aulas e a construírem conhecimentos linguísticos
mais elaborados.
Mediante a essa experiência durante aplicação desse projeto, pode-se concluir que
nenhum aluno está totalmente perdido, e que não se pode julgar pela primeira impressão.
Ainda podemos argumentar com certeza que não se pode dizer que o aluno não que nada,
sem antes deter de práticas metodológicas no ensino de língua portuguesa. Assim, o
professor enquanto mentor e transformador de mente precisa fazer bom uso de seus
arcabouços, renovar suas práticas de ensino, desenvolver métodos eficazes e produtivos, e
acreditar no potencial do educando, tornando assim o seu ensino baseado em projetos
políticos pedagógicos (ppp), o ensino construtivista e não no ensino tradicional.
4 MÉTODOS
Como havia proposto nesta pesquisa a análise de textos dos alunos, então durante a
regência foi trabalhado produção de texto com um novo olhar, com a finalidade de
desenvolver nesses alunos a aptidão pela leitura, desenvolver um olhar crítico acerca do
que se trata o texto e tornarem conscientes da necessidade de desenvolver o hábito pela
leitura e mostrar que só é possível escrever bem, se expressar bem e desenvolver um olhar
crítico quanto cidadãos e transformadores da sociedade no qual estão inseridos se, si
tornarem leitores.
Por isso, foi trabalhado durante este estágio, com produção textual de artigos de
Jornais e reportagens, usando o gênero “notícia”, com a finalidade de desenvolver nos
21
alunos a capacidade de se expressarem oral e na escrita. Observei durante um mês e fiz
uma regência de cinco aulas em uma turma do 9° ano do ensino fundamental, no colégio
Estadual situado em Feira de Santana, BA, e nesta mesma unidade de ensino foi aplicado o
meu projeto de estágio “O Jornal e a Notícia na Produção Textual”.
Durante a regência de cinco aulas nesta turma, foi possível constatar que os alunos
são realmente imperativos. Os que deram mais trabalho foram os meninos, pois
constantemente era preciso chamar atenção deles e adverti-los. As meninas prestavam mais
atenção nas aulas do que os meninos, 65% da turma era composta por meninas e 50% mais
ou menos são estudiosas e prestavam atenção as aulas, enquanto os meninos que
representavam 35% da turma, muito poucos eram prestativos e estudiosos, mas a minoria
que prestava atenção e fazia as tarefas de sala e de casa compensava os esforços do
estagiário para desenvolver o projeto.
Como havia proposto trabalhar com a “notícia” na produção textual, de fato foi
concretizado. Foi possível seguir os planos de aula nos respectivos dias dentro Onde se
partiu do zero e chegou-se a um belíssimo trabalho em grupo dando origem a um acervo de
jornais produzido nesta turma do 9º ano vespertino.
Assim que assistiram aos vídeos sobre a “violência na escola entre professor e
aluno” automaticamente abriu-se um debate sem o estagiário esperar, aquilo provou o
quanto tinha sido apropriado a transmissão daqueles vídeos chocantes de cenas gritantes
em sala de aula entre professore aluno. No dia seguinte falou-se sobre o que compõe uma
notícia levando em conta o que estava por trás daqueles vídeos que haviam assistido, ou
seja, como eles foram produzidos do que precisou para ficar pronto para o público.
Feito isso, todos os alunos receberam uma cópia com o tema “A notícia - Um
gênero textual de cunho jornalístico.” No próximo encontro trouxeram jornais, revistas,
livros, folhetos, para a produção de um noticiário. Em trio, cada um desenvolveu asua
redação sobre um determinado assunto polêmico e atual, um auxiliando o outro na sua
produção. O impressionante foi que 90% dos alunos estavam envolvidos com o projeto e
ansiosos para saber em que iria resultar todo aquele trabalho desenvolvido em sala de aula.
Enquanto faziam leituras e rascunhos da produção textual, o estagiário passava de
grupo em grupo dando dicas corrigindo possíveis erros ortográfico e gramatical, levando
em conta os assuntos já estudo com o estagiário sobre “concordância nominal”, e logo
após uma aplicação de uma atividade com 5 questões sendo uma “aberta” e apesar de
estarem ainda no período complicado para se aprender gramática, os alunos cometiam
poucos erros de concordância.
22
5 RESULTADOS
Graças o respeito que existiu entre professor e estagiário, foi possível desenvolver
um excelente projeto, pois os métodos ali usado pelo o estagiário eram de mecanismos do
cotidiano dos alunos, (jornais, revistas, livros, folhetos, vídeos, etc.), isso fez com quer eles
produzissem melhor seus trabalhos.
Foi observado também, se os alunos conseguiam transpor do oral para o escrito, ou
seja, se eles seriam capazes de transcrever o que expõem oralmente durante um diálogo
aberto sobre os atos de violência nas escolas entre professor e aluno. E como de fato,
muitos surpreenderam o estagiário, pois apesar de alguns erros e falta de coerência durante
a produção da redação, se saíram bem.
Foi constatada durante essa vivência magnífica, que infelizmente os alunos têm
muito pouco a prática da escrita e da leitura, foi percebida a falta da escrita pelas
produções desenvolvidas em sala de aula, e notou-se a falta de leitura pelo método que
tinham, trocando letras, atropelando ponto, vírgula, interrogação e alguns até pulavam
linhas, denotado assim que não tinham a prática da leitura, ora, se não tem a prática da
leitura, é claro que terão dificuldades na escrita.
O tempo não foi suficiente para exercitar melhor a leitura e a prática, mas foi
possível fazer breves analises sobre como se lê e como se produz um bom texto, quando
brevemente falamos sobre o que compõe uma introdução, desenvolvimento e conclusão.
Ficaram contentes quando fiz as devidas correções das redações, pois o estagiário sentou
com cada um dos alunos e fez críticas construtivas e ao mesmo tempo, elogios por terem
aceitado esse desafio de transpor do oral para a escrita o seu ponto de vista sobre o tema
abordado.
Após esses possíveis análises, partiu-se para a conclusão da produção do jornal
com base no gênero “notícia”, agora os alunos já não mais cometiam os mesmo erros
gritantes que haviam cometido durante a produção da redação. Pouquíssimos erros foram
encontrados nos trabalhos. Foi uma experiência maravilhosa e diferente.
No último dia de aula foi o dia mais marcante, pois seria a despedida e a exposição
dos trabalhos no mural da escola. 90% dos alunos estavam presentes neste dia, foi
marcante porque alunos e professores estavam empolgados para ver e ler as produções
dessa turma que até então eram vistos como alunos que não queriam nada com os estudos,
pois agora essa impressão sobre os mesmos já não eram mais as mesmas. No término da
23
exposição o estagiário se despediu da turma e foi aplaudido pelos alunos com um belíssimo
anúncio “volte sempre professor, foi bom está com o senhor”!
5 DISCUSSÕES
Mediante a vivência com essa turma, pode-se concluir que nenhum aluno está
totalmente perdido, e que não se pode julgar pela primeira impressão. Ainda podemos
argumentar com certeza que não se pode dizer que o aluno não quer nada, sem antes deter
de práticas metodológicas no ensino de língua portuguesa. Assim, o professor enquanto
mentor e transformador de mente precisa fazer bom uso de seus arcabouços, renovarem
suas práticas de ensino, desenvolver métodos eficazes e produtivos, e acreditar no
potencial do educando, tornando assim o seu ensino baseado em projetos políticos
pedagógicos (ppp), o ensino construtivista e não no ensino tradicional.
De acordo com Paulo freire e seus postulados, ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou construção, e é
isso que todo e qualquer educador, mentor, devem fazer, abrir caminhos para que o
educando vá muito mais além da sua imaginação e do seu potencial e fazendo com que o
mesmo durante todo o seu trajeto possa adquirir conhecimentos e fazer bons usos.
Volto a salientar neste aspecto que é da escola e do professor o papel de estimular
no aluno, enquanto estiver na escola, o interesse pela a aprendizagem, ao aperfeiçoamento
na arte de estudar e ajudá-lo a colocar em prática segundo a sua cultura e a sua esfera da
realidade social o que se aprende. Para isso, se faz necessário antes de qualquer outro
passo, o professor primeiro conhecer o histórico de cada aluno e o meio social do mesmo,
para que, mediante a estes aspectos, o mesmo possa fazer os devidos reajustes nos seus
planos políticos pedagógicos de ensino.
6 CONCLUSÃO
Durante toda construção desse projeto, concentrei-me primordialmente em observar
e analisar minuciosamente como se dava a relação entre professor e aluno, como os alunos
se saiam frente ao método de ensino do educador e o grau de capacidade dos alunos em
assimilar o conteúdo, quanto ao professor, atentei-me em analisar como enquanto mentor,
mestre da educação, desenvolvia o seu papel em sala de aula, seu potencial de instruir,
ensinar, guiar e ao mesmo tempo manter o respeito mútuo entre professor e aluno.
Também me dediquei afinco durante todos os estágios quanto ao comportamento dos
24
alunos, o grau de aprendizagem, o índice de desenvolvimento intelectual e a relação afetiva
entre educador e educando.
Somando as vivências, experiências e impressões durante todos os meus estágios
são possível afirmar que, ainda é possível ensinar Língua Portuguesa em sala de aula, que
ainda é possível ensinar e aprender, que apesar das deficiências na educação ainda se pode
fazer uma educação melhor, principalmente quando o professor faz bom uso das suas
ferramentas de ensino, conduzindo a criança e/ou o adolescente rumo ao futuro,
transformando-o e preparando-o para ser um cidadão capaz de tomar decisões precisas,
eficientes, produtiva e bom para todos que fazem parte dessa sociedade.
A expressão “Os alunos não querem nada”, não procede quando o professor
mostra ser um profissional na sua arte de ensino, quando o mesmo faz uso adequado com
competência de ferramentas, de instrumentos, de recursos didáticos e mediáticos, quando
busca se atualizar constantemente de maneira tal que possa fazer parte do mundo do
educando, levando ele nos compassos da revolução e das mudanças em pleno século que
se avança com todo vapor.
Assim, com base nas minhas vivências e experiências adquiridas com educadores
eficientes que me acompanharam durante os meus estágios com determinação, paciência e
com porções de sabedoria, posso afirmar que, o verdadeiro profissional da educação,
quando faz uso de tudo que gira em sua volta, aquele que inventa, cria situações, descobri
soluções, transforma matérias em outras, só para dar ao aluno aquilo que é de seu de
direito, aquele que é capaz de transformar o modo de pensar erronia de uma criança e
prepará-lo para a vida.
Por fim, esta pesquisa me fez refletir em quer tipo de profissional eu serei ou me
tornarei, tudo dependerá de como farei uso das práticas vivenciadas, dos estudos de
grandes educadores, pesquisadores e de como farei uso dos estudos dos grandes postulados
teóricos da educação e dos legados dos Parâmetros Curriculares Nacionais e das práticas
de grandes profissionais da educação contemporânea.
25
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Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental.
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Campinas, Mercado de Letras, 1994.
TIBA, I. (1998,p.53,62 e 164). Ensinar Aprendendo. Como superar os desafios do
relacionamento professor/aluno em tempo de globalização. São Paulo: Editora Gente
26
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gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 3ª Ed. 1995
VASCONCELOS,C.S.(2001, p.67). Para onde vai o professor? São Paulo: Liberdade.
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