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1 DIREITO DO CONSUMIDOR II PRÁTICAS COMERCIAIS: PUBLICIDADE Prof. Thiago Gomes Publicidade Conceito Considerações Iniciais Ocupa papel importante na fase pré-contratual Publicidade instrucional e promocional Está presente entre os arts. 36 e 38 do CDC

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DIREITO DO CONSUMIDOR IIPRÁTICAS COMERCIAIS: PUBLICIDADE

Prof. Thiago Gomes

Publicidade

Conceito

Considerações Iniciais

Ocupa papel importante na fase pré-contratual

Publicidade instrucional e promocional

Está presente entre os arts. 36 e 38 do CDC

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Publicidade

Terminologia: Publicidade e Propaganda

Publicidade

PRINCÍPIOS DA PUBLICIDADE

Identificação

Vinculação

Veracidade

Não abusividade

Transparência

Inversão

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Publicidade

PRINCÍPIOS DA IDENTIFICAÇÃO

Conceito

Previsão Legal

Art. 36, caput. A publicidade deve ser veiculada de talforma que o consumidor, fácil e imediatamente, aidentifique como tal.

São publicidades não toleráveis por este princípio:

Publicidade Clandestina

Publicidade Oculta/Subliminar

No momento da exposição

Sem esforço ou capacitação técnica

Publicidade

PRINCÍPIOS DA IDENTIFICAÇÃO

Publicidade Clandestina/Subliminar

Aquela que, embora atinja o consumidor, não é por ele

percebida como tal.

Exemplos

Comunicação publicitária revestida de redação editorial

Caso SBT-Carrossel, Mai. 2012

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Publicidade

PRINCÍPIOS DA IDENTIFICAÇÃO

O caso do Merchandising – Sentido Jurídico

“Consiste na aparição dos produtos no vídeo, aúdio ou nosartigos impressos, em situação normal de consumo, semdeclaração ostensiva da marca”

Terminologia Correta: Merchandising Editorial /Tie In

Posição Doutrinária

O caso do Teaser

Tem o objetivo de preparar o mercado para a verdadeiracampanha publicitária

Admite-se alguma enganosidade?

Publicidade

PRINCÍPIOS DA VINCULAÇÃO

Ideia Central

Veda-se o anúncio para mera atração de clientela.

Conceito

A publicidade integra o contrato que vier a sercelebrado e obriga o fornecedor a cumprir a ofertaveiculada.

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Publicidade

PRINCÍPIOS DA VINCULAÇÃO (art. 30, CDC)

Pode haver recusa no cumprimento da publicidade?

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa,

veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação aprodutos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor quea fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a sercelebrado.

Fornecedor não quer cumprir a oferta. Quais são assoluções possíveis?

Exigir o cumprimento forçado da obrigação

Aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente

Rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Fund. LegalArt. 35,

CDC

Publicidade

PRINCÍPIOS DA VERACIDADE

Ideia Central: Visa manter corretamente informado oconsumidor, para assegurar-lhe a escolha livre econsciente.

Conceito

Por veracidade deve-se entender uma apresentaçãoverdadeira do produto ou serviço oferecido.

Previsão Legal

Art. 31, CDC – Define as características da oferta

Art. 37, caput, §1º e §3º, CDC – Publicidade enganosa

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Publicidade

PUBLICIDADE ENGANOSA (art. 37, §1º, CDC)

Conceito

Considerações Interessantes

O intuito de enganar ou não do fornecedor é indiferente paracaracterizar a publicidade enganosa

Silêncio pode ser encarado como enganosidade

Para caracterizar a enganosidade basta a capacidade deenganar ou se exige a indução ao erro real?

Puffing: Técnica publicitária do exagero

Tipos de Enganosidade: Comissão/ Omissão

Publicidade

PUBLICIDADE

Publicidade Enganosa

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Publicidade

PUBLICIDADE

Publicidade Enganosa

Publicidade

PUBLICIDADE

Publicidade Enganosa

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Publicidade

PRINCÍPIOS DA NÃO ABUSIVIDADE (Art. 37, §2º, CDC)

Conceito Inicial

É aquela que, embora não afetando diretamente o bolso doconsumidor, agride outros valores tidos como importantes pelasociedade de consumo.

Situações que configuram a abusividade

Gerar discriminação, provocar violência

Explorar medo ou superstição

Aproveitar-se da falta de experiência da criança

Desrespeitar valores ambientais

Induzir a um comportamento prejudicial à saúde e à segurança

Rol taxativo ou exemplificativo?

Consumidor x Empresa: Pré-venda

PUBLICIDADE

Publicidade Abusiva

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Publicidade

PUBLICIDADE

Publicidade Abusiva

Publicidade

PUBLICIDADE

Publicidade Abusiva

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Publicidade

PUBLICIDADE

Publicidade Abusiva

Publicidade

PUBLICIDADE

Publicidade Abusiva

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Publicidade

PRINCÍPIOS DA TRANSPARÊNCIA (art. 36, § ún, CDC)

Ideia Central: A verdade se prova.

Conceito

As informações publicitárias devem ser reais, portanto, devemse fundar em dados fáticos, técnicos e científicos.

Caso Concreto: Natura x Boticário

“O produto mais vendido do Brasil”

(Atuação CONAR)

Publicidade

PRINCÍPIOS DA INVERSÃO (art. 38, CDC)

Ideia Central: Veracidade x Prova da correção informacional

Conceito

Cabe ao patrocinador da comunicação ou da informaçãopublicitária o ônus de provar a veracidade conteúdo.

Considerações Especiais

Ausência de condições técnicas e econômicas de provar odesvio da atividade publicitária / Derivação Art. 6º, VIII, CDC

A prova dessas informações independe da inversão do ônusda prova via declaração judicial

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Publicidade

PUBLICIDADE COMPARATIVA

Admissibilidade pelo CDC?

Restrições pelo CDC: Enganosidade e Abusividade

Restrições do CBAP – art. 32

Seu objetivo maior seja o esclarecimento, se não mesmo adefesa do consumidor;

Tenha por princípio básico a objetividade na comparação A comparação alegada ou realizada seja passível de

comprovação; Não se estabeleça confusão entre produtos e marcas

concorrentes

Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária: forçade lei ou mera orientação?

Publicidade

PUBLICIDADE COMPARATIVA

Admissibilidade pelo CDC?

Restrições pelo CDC: Enganosidade e Abusividade

Restrições do CBAP – art. 32

Seu objetivo maior seja o esclarecimento, se não mesmo adefesa do consumidor;

Tenha por princípio básico a objetividade na comparação A comparação alegada ou realizada seja passível de

comprovação; Não se estabeleça confusão entre produtos e marcas

concorrentes

Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária: forçade lei ou mera orientação?

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Publicidade

PUBLICIDADE COMPARATIVA

Casos Concretos

Comparativo Nissan Frontier x Toyota Hilux

x VW AmarokRailuque e Maloque

Agroboys

Confort x Mon Bijou

Publicidade

CONAR E A AUTORREGULAMENTAÇÃO DO SETOR

Aspecto Histórico Governo e a possibilidade de censura prévia nos anos 70 Modelo inglês: autorregulamentação III Congresso Brasileiro de Propaganda de 1978

Atuação do CONAR

Papel do CONAR Evitara veiculação de anúncios e campanhasdeconteúdo enganoso, ofensivo, abusivo ou que

desrespeitem,entreoutros,a lealconcorrênciaentreanunciantes.

Quem pode denunciar ao CONAR: Qualquer pessoa desde que de forma não anônima.

Sanções Advertência,Recomendaçãodealteração,Correçãoou sustaçãodoanúncioeDivulgação

públicadodescumprimentodasorientações

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Publicidade

Red Bull x Consumidores

“Red Bull Nazaré”

Duloren x Conar

“Pacificar foi fácil. Quero ver dominar”

PUBLICIDADE

Exemplos da Atuação do Conar

Publicidade

PUBLICIDADE

Consequências da Publicidade Enganosa e Abusiva

Responsabilização Administrativa Imposição de Contrapropaganda (art. 56, XII, CDC)

Custos

Forma

Multa: Art. 57, CDC Graduação

Condições para o pagamento da multa

Destinação dos Valores

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Publicidade

PUBLICIDADE

Consequências da Publicidade Enganosa e Abusiva

Responsabilização Penal (Art. 67, 68, CDC).

Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe oudeveria saber ser enganosa ou abusiva: Pena Detenção detrês meses a um ano e multa.

Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe oudeveria saber ser capaz de induzir o consumidor a secomportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ousegurança: Pena - Detenção de seis meses a dois anos emulta.

Publicidade

PUBLICIDADE

Consequências da Publicidade Enganosa e Abusiva

Responsabilização Civil Reparação dos danos sofridos

Suspensão ou retirada do ar da propaganda enganosa abusiva

DIREITO DO CONSUMIDOR - PUBLICIDADE ENGANOSA- CONFIGURAÇÃO - RESCISÃO CONTRATUAL -INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS MORAIS -CABIMENTO.

(TJMG, Apelação Cível nº 1.0598.06.012675-5/001. D. P 16/01/2012)

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Publicidade

RESTRIÇÕES PUBLICITÁRIAS IMPOSTAS PELO MUNICÍPIO

Pode o Município impor restrições ao exercício da publicidade?

Art. 22, CF. Compete privativamente à União legislar sobre: XXIX -

propaganda comercial.

CONTEÚDO X FORMA (MEIOS FÍSICOS, FORMA DE VEICULAÇÃO DOS ANÚNCIOS)

CASOS CONCRETOS

LEI Nº 14.223, DE 26 DE SETEMBRO DE 2006. Dispõe sobre a ordenação doselementos que compõem a paisagem urbana do Município de São Paulo. (ProjetoCidade Limpa)

LEI Nº 6.468, DE 28 DE MAIO DE 2009. Disciplina a veiculação de anúncios noMunicípio de Piracicaba

Publicidade

RESTRIÇÕES PUBLICITÁRIAS IMPOSTAS PELO MUNICÍPIO

Pode o Município impor restrições ao exercício da publicidade?

Art. 22, CF. Compete privativamente à União legislar sobre: XXIX -

propaganda comercial.

ESTABELECIMENTOS PÚBLICOS, ERGUIDOS EM ÁREAS PÚBLICAS OU OPERADOS

SOB O REGIME DE CONCESSÃO (Estádios, Bancas de revista outransporte coletivo)

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Publicidade

COPA E O MARKETING DE EMBOSCADA

Consiste na adoção de atos e condutas de empresas nãopatrocinadoras de grandes eventos desportivos e que, de algumamaneira, procuraram associar, de forma irregular, as suas marcas ouprodutos à realização desses eventos, sem qualquer remuneração àentidade organizadorado evento.

Lei Geral da Copa (Lei nº 12.663, DE 5 DE JUNHO DE 2012)

Direito do Consumidor II

www.professorgomes.wordpress.com

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