prÁtica pedagÓgica em deficiÊncia fÍsica

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PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA Autora: Tatiana dos Santos da Silveira Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS

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Page 1: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Autora: Tatiana dos Santos da Silveira

Programa de Pós-Graduação EADUNIASSELVI-PÓS

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Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol

Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel

Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Profa. Erika de Paula Alves Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald Prof. Márcio Moisés Selhorst

Revisão de Conteúdo: Profa. Ana Paula Fischer Hort

Revisão Gramatical: Profa. Christiane Heemann

Revisão Pedagógica: Profa. Patrícia Cesário Pereira Offial Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci

371.9S587p Silveira, Tatiana dos Santos da

Práticapedagógicaemdeficiênciafísica/Tatiana dos Santos da Silveira. Indaial : Uniasselvi, 2013. 100 p. : il

ISBN 978-85-7830-724-0

1.Educaçãoespecial.2.Deficiênciafísica. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.

Copyright © UNIASSELVI 2013Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri

UNIASSELVI – Indaial.

CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCIRodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito

Cx.P.191-89.130-000–INDAIAL/SCFoneFax:(047)3281-9000/3281-9090

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Tatiana dos Santos da Silveira

Doutoranda em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI),Mestre em educação pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), possui especialização em Arte pela Universidade Regional de Blumenau, especialização em Educação a Distância: gestão e tutoria pela UNIASSELVI, graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina e graduação em Educação Artística pela UniversidadeRegional de Blumenau. Tem experiência na área deEducação, com ênfase em Arte Educação, atuando

principalmente nos seguintes temas: educação, arte-educação, inclusão, Educação a Distância.

Coordenadora do curso de licenciatura em Artes Visuais - UNIASSELVI e responsável pelo

Projeto de Educação Inclusiva na EAD - NUAP - UNIASSELVI.

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Sumário

APRESENTAÇÃO ......................................................................7

CAPÍTULO 1Deficiência fíSica: conceito, HiStórico e LegiSLação .................. 9

CAPÍTULO 2a incLuSão e o PPP Da eScoLa: aDaPtaçõeS curricuLareS, ProceDimentoS De enSino e avaLiação ........................................ 31

CAPÍTULO 3PráticaS PeDagógicaS incLuSivaS Para a eDucação infantiL: JogoS e materiaiS aDaPtaDoS Para criançaS com Deficiência fíSica ............................................................... 55

CAPÍTULO 4PráticaS PeDagógicaS incLuSivaS Para o enSino funDamentaL: JogoS e materiaiS aDaPtaDoS Para a interação, o DeSenvoLvimento e a conStrução Da autonomia ...................... 79

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APRESENTAÇÃO

Caro(a) pós-graduando(a):

Bem vindo à disciplina dePráticaPedagógica emDeficiência Física. Estadisciplina objetiva compreender a relação entre a legislação e a teoria e prática cotidiana da inclusão da pessoa com deficiência física, principalmente nasquestõesrelacionadasaoPlanoPolíticoPedagógico(PPP)daEscola,aosjogose aos materiais adaptados.

Espero que nossa discussão provoque reflexões acerca das práticasdesenvolvidas em sala e aula a fim de qualificar cada vez mais a inclusãoescolar.Nossomaiordesafiofrenteaoprocessodeinclusãodecriançascomnecessidades especiais está justamente na relação entre a teoria e prática, poismuitosetemdiscutidoeavançadonasproduçõesreferentesàinclusão,porémaindaprecisamoscompreendercomoesteprojetodesafiadorrealmentese concretiza.

Nossaconversaacercadadeficiênciafísicadeverácontribuirparaareflexãodapráticapedagógicaafimdeampliarmosnossorepertóriodeatividadesejogosadaptados, garantindo a acessibilidade e a inclusão de todas as crianças.

Convidovocê,pós-graduando,arefletirapartirdeagorasobreestaspráticase compartilhar conhecimentos através desta disciplina.

Vamos lá?

A autora.

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CAPÍTULO 1

Deficiência fíSica: conceito, HiStórico e LegiSLação

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:

3 Conceituaradeficiênciafísicahistoricamenteerelacioná-lacomalegislaçãopara a educação inclusiva.

3 Compreender a trajetória da inclusão de crianças comdeficiênciafísicanaescola.

“A inclusão é uma visão, uma estrada a ser viajada, mas uma estradasemfim,comtodosostiposdebarreiraseobstáculos,alguns dos quais estão em nossas mentes e em nossos corações”.

(PETER MITTLER, 2003, p. 21).

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Deficiência física: conceito, Histórico e LegisLação

Capítulo 1

contextuaLização

Este capítulo abordará, de forma sucinta, alguns aspectos relacionados àinclusão de pessoas com necessidades especiais no Brasil. No decorrer do seu curso, certamente vários professores foram apontando características gerais eespecíficasacercadainclusãosocialeescolardepessoascomdeficiênciafísica.Neste capítulo, pretendemos relembrar essa trajetória, contextualizando com aprática cotidiana.

Para sustentar nossas reflexões, utilizaremos como arcabouço teóricoautores como Mittler (2003) e Vygotsky (1997), além de documentos internacionais que tratam das questões legais da inclusão, como também os documentos do Ministério da Educação (MEC).

LegiSLação BraSiLeira Para incLuSão eScoLar

“Inclusãoésairdasescolasdosdiferentesepromoveraescoladasdiferenças”

(Mantoan)

Se adentrarmos na história da inclusão e exclusão, perceberemos com facilidade que se trata de um fator social presente desde ostempos mais remotos. Segundo a história da humanidade, registros indicam que nas civilizações mais antigas, por exemplo, o acolhimento ouo não acolhimento da diversidade sempre foi umassunto ditadopelas normas e leis de cada civilização.

Para Gugel (2007), as obras de arte indicam pessoas com deficiência em várias épocas, tais como o guardião deRoma e ummúsico anão da V Dinastia, que apresentam deficiência física.Podemossintetizarahistóriadainclusãoemdiferentesépocasdaseguinteforma:

Egito:Opovoegípcioincluíanasociedadeaspessoascomdeficiência,algoquase comumemuma civilização comuniões consanguíneas.A história destacivilização também émarcada pela existência comum de pessoas cegas e depapiros médicos que mostram procedimentos para curar os olhos.

Grécia:opovogregosemprecultuouocorpoeaperfeição,assimexcluíameeliminavamascriançasquenasciamcomalgumadeficiência.Aperfeiçãoeracondição para participação da vida social em Esparta.

Se adentrarmos na história da

inclusão e exclusão, perceberemos com facilidade que se trata de um fator social presente

desde os tempos mais remotos.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Roma:Aindacomocultodaforçafísicadosguerreiros,opovoromanojogavaascriançascomdeficiêncianoRioTibre,poisasanormalidadescaracterizavamum perigo para a continuidade da espécie.

IdadeMédia:pessoascomdeficiênciaeramassociadasàimagemdodiabo,da feitiçaria, da bruxaria e do pecado, sendo isoladas e exterminadas. Nesse momento,aspessoascomdeficiênciatinhamumcomportamentoconsequentedeforçassobrenaturais.

Na antiguidade clássica as pessoas com deficiência foramconsideradas possessas de demônios e de maus espíritos.[...]. Os modelos econômicos, sociais e culturais impuseram às pessoas com deficiência uma inadaptação geradora deignorância, preconceitos e tabus que, ao longo dos séculos e séculos, alimentaram os mitos populares da perigosidade das pessoascomdeficiênciamentaledoseucaráterdemoníaco,determinando atitudes de rejeição, medo e vergonha. (VIEIRA e PEREIRA 2003, p.17)

Após esse período a Igreja passa a acolher e proteger as pessoas comdeficiências; no entanto, ao “acolher” essas pessoas, a Igreja os tornava umaespécie de servo trabalhador da instituição que tentava manter uma posição caritativaefilantrópica.Exemplodissoéa tão famosahistóriado “corcundadeNotre Dame”.

Figura 01 - Corcunda de Notre Dame

Fonte:Disponívelem:<http://maniacosporfilme.wordpress.com/2011/10/22/o-corcunda-de-notre-dame-1939-um-classico-de-partir-o-coracao/>.Acessoem:15jan.2013.

Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que se percebeu uma necessidade de reorganizar a sociedade, reabilitando os homens sobreviventes da guerra. Surge

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Deficiência física: conceito, Histórico e LegisLação

Capítulo 1

então, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Esta declaração surgeemconvergênciacomaDeclaraçãodeDireitosInglesa,aDeclaraçãodosDireitos do Homem e do Cidadão na França, e a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945. Essa declaração serviu de base para todas as declarações e legislações posteriores que defendem a inclusão e o direito detodasaspessoasdeviverememsociedadedeformajustaeigualitária.

A Declaração dos Direitos Humanos surgiu com uma necessidade social justamente para reabilitar pessoas que acabaram desenvolvendo alguma deficiência durante a Segunda Guerra. Nesse momento, asociedade contava com um número significativo de homens comdeficiência, principalmente a deficiência física, uma condição muitocomum entre soldados e civis que passaram por campos de batalha. A exemplodisso,citamosapopulaçãodeAngolacomumgrandeíndicede mutilados por “minas”.

O número de mutilados por minas é tão grande que o paíschegou a criar um concurso demiss para asmulheres vítimas deminas terrestres.

Figura 02 - Concurso miss Angola

Fonte:Disponívelem:<http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL259988-5602,00.html>.Acessoem:15jan.2013.

A Declaração dos Direitos Humanos surgiu com uma

necessidade social justamente para

reabilitar pessoas que acabaram desenvolvendo

alguma deficiência durante a Segunda

Guerra.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Para saber mais, acesse o link:

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL259988-5602,00.html

A partir da Declaração dos Direitos Humanos, como citamos anteriormente, surgiram vários documentos relacionados aà inclusão no país e no mundo,assim organizamos uma relação dos documentos internacionais norteadores das PolíticasdeInclusãodepessoascomnecessidadesespeciais:

Declaração Universal dos Direitos Humanos – Aprovada em 1948 na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Esta declaração é a base da luta universal contra a opressão e a discriminação; defende aigualdade e a dignidade das pessoas e reconhece que os direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser aplicados a cada cidadão do planeta;asseguraàspessoascomdeficiênciaosmesmosdireitosdetodososcidadãos,tais como: direito à liberdade, a uma vida digna, à educação fundamental, aodesenvolvimento pessoal e social e à livre participação na comunidade.

• Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes - Resolução aprovada pelaAssembleiaGeraldaOrganizaçãodasNaçõesUnidasem09/12/75.Odocumento além de relembrar os direitos humanos, apela à ação nacional e internacional para assegurar que ela seja utilizada como base comum de referênciaparaaproteçãodestesdireitosparaapessoacomdeficiência.

• Declaração de Jomtien – Em 1990, aconteceu em Jomtien, na Tailândia, a ConferênciaMundialsobreEducaçãoparatodos,naqualoBrasilparticipou.Assim, ao assinar essa Declaração, o Brasil assumiu o compromisso, perante a comunidade internacional, de erradicar o analfabetismo e universalizar oEnsinoFundamentalnopaís.

• Declaração de Salamanca–Em1994,aUNESCOorganizouaConferênciaMundial sobre Necessidades Educativas Especiais: acesso e qualidade, em Salamanca (Espanha), objetivando a atenção educacional aos alunos com necessidades educacionais especiais.O resultado dessa conferência é umdos principais documentos norteadores da inclusão mundial, A Declaração de Salamanca, que instituiu a inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais.

• Convenção de Guatemala -Trata-sedeumaconvençãoquefoirealizadanaGuatemala,em1999,eteveaparticipaçãodeváriospaísessul-americanos,

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Deficiência física: conceito, Histórico e LegisLação

Capítulo 1

inclusiveoBrasil.Nessaconvenção,ofocofoiaeliminaçãodadiscriminaçãocontraaspessoascomdeficiência.Essedocumentodispõequeaspessoascomdeficiêncianãopodemrecebertratamentosdiferenciadosqueimpliquemexclusão ou restrição ao exercício dos mesmos direitos que as demaispessoastêm.

• Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão – Congresso Internacional realizado em Montreal, Quebec, em junho 2001. O Congresso Internacional “Sociedade Inclusiva”, convocado pelo Conselho Canadense de Reabilitação e Trabalho, apela aos governos, empregadores e trabalhadores bem como à sociedade civil para que se comprometam com, e desenvolvam o desenho inclusivo em todos os ambientes, produtos e serviços.

Esses são os principais documentos internacionais norteadores da inclusão e base da legislação brasileira.

Atividade de Estudos:

1) Vamos relembrar a legislação brasileira para a inclusão de pessoas com necessidades especiais?

Tenteorganizaremtópicososdocumentosnacionaisquevocêjáconhece.

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Severificarmosnosite do MEC os documentos norteadores para a inclusão escolar facilmente perceberemos a quantidade e a diversidade de materiais

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

acerca desta temática disponíveis para consulta, pesquisa e conhecimento.Assim, consideramos de suma importância que cada pós-graduando acesse e verifiqueesteportal.

SevocêjáconheceoportaldoMECejápesquisousobrealegislaçãoeosmateriais direcionados a inclusão, sugerimos que acesse constantemente, pois a cada dia o número de materiais é ampliado e atualizado.

Acessehttp://portal.mec.gov.br/index.php

Link: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,Diversidade e Inclusão.

A partir da sua construção na atividade de estudo e da sua pesquisa, vamos analisar o que as políticas públicas brasileiras já desenvolveram em relação aoprocesso de inclusão escolar de pessoas com necessidades especiais. No entanto, como verificamos, há um número amplo de documentos desenvolvidos, muitosdelescomespecificidadesbempontuais;assim,vamosdestacarosprincipais:

ECA – Estatuto da Criança e Adolescente – Esteestatuto,naLein°8069,de1990,noqueserefereàeducação,estabeleceque“todacriançaeadolescentetêm o direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa,preparoparaoexercíciodacidadaniaequalificaçãoparao trabalho” (Art. 53).Ainda, assegura direito a educação, condições de acesso e respeito.

LDB 9394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – A LDB 9394 reserva um capítulo exclusivo para a educação especial (Cap. V). Estecapítulo reafirma o direito à educação, pública e gratuita, das pessoas comdeficiência,condutastípicasealtashabilidades,bemcomodirecionaaofertaeoatendimento especializado para a demanda da educação especial.

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Deficiência física: conceito, Histórico e LegisLação

Capítulo 1

Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva - Documento elaborado por um grupo de trabalho nomeado pelo próprio Ministério da Educação que, “acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando constituir políticas públicas promotoras de uma educação de qualidadepara todos os alunos”. É um documento que objetiva “assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais dodesenvolvimentoealtashabilidades/superdotação”.

Omaisrecentedocumento,apósaPolíticaNacionaldaEducaçãoEspecial na Perspectiva da Educação Inclusiva, é o DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011– que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE), atentando para os materiais adaptados bem como para o atendimento especializado em salasmultifuncionais.

Neste momento de nossos estudos, cabe lembrar que, além desses documentos citados, existe uma série de decretos e portarias que tratam das especificidadesdaeducaçãoinclusivanoBrasil.

Podemosdesenharatrajetóriadoatendimentoàpessoacomdeficiênciada

seguinteforma:

Figura 3 – Trajetória da Inclusão Escolar

Fonte: A autora.

Que tal agora assistir a um filme e se sensibilizar com uma história queenvolveadeficiênciafísica. Vamos Lá?

O mais recente documento, após a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da

Educação Inclusiva, é o DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011– que dispõe

sobre o Atendimento Educacional

Especializado (AEE).

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Filme: De Porta Em Porta (2002).

Sinopse:BillPortervêpoucasperspectivasemseutrabalhocomovendedor.Poressa razão,ele seoferecepara trabalharemum territóriodifícil que todosrejeitam.Afinal,oqueéummero territóriodifícilparaBill,portadordeparalisiacerebral? William H. Macy é Bill, que com um corpo, mas não um espíritodeficiente,fazumavitoriosacarreiracomovendedordeportaemporta-causandogrande impacto nas vidas de seus clientes.

Atividades de Estudos:

1) ApósafruiçãodofilmeDePortaEmPorta,estánahoradeumaatividade de estudos:

Tente responder as seguintes perguntas:

Vocêjátevecontatocompessoascomdeficiênciafísica? ____________________________________________________

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Deficiência física: conceito, Histórico e LegisLação

Capítulo 1

____________________________________________________ ____________________________________________________

2) Conhece alguma prática pedagógica inclusiva para pessoas com deficiênciafísica?

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conceituanDo a Deficiência fíSica: aSPectoS HiStóricoS e SociaS

SegundoSilveiraeNascimento(2011),adeficiênciafísicarefere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema ósteo-articular, o sistema muscular e o sistema nervoso, ou seja, este tipo de deficiência compromete a movimentação e a deambulação do indivíduo. Devemos considerar que as alteraçõespodemocorreremváriosníveis:ósseo,articular,muscularounervoso.

Adeficiênciafísicapodeapresentardiversoscomprometimentosdasfunçõesmotorasquepoderãovariaremnúmeroegrau,depessoaparapessoa,dependendodesuascausaseabrangências.

Oscomprometimentosfísicospodemapresentar-secomo:

• cambalearaocaminhar;

• caminharcomnecessidadedousodeaparelhosespecíficoscomomuletasouandadores;

Segundo Silveira e Nascimento

(2011), a deficiência física refere-se ao comprometimento

do aparelho locomotor que compreende o sistema ósteo-

articular, o sistema muscular e o

sistema nervoso.

A deficiência física pode

apresentar diversos comprometimentos

das funções motoras que poderão variar em número e grau,

de pessoa para pessoa, dependendo

de suas causas e abrangências. .

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

• usodecadeiraderodas;

• dificuldadedelinguagem,visuaisouauditivas;

• necessidadedeauxílioparaatividadesdavidadiária,dependendodocaso.;

Várias podem ser as causas da deficiência física, entre as mais comunspodemos citar:

Amputações:quepodemtercausasvasculares; traumas;malformaçõeseoutras.

Hemiplegias: também conhecida por paralisação de um lado do corpo, que podeocorrerapósumacidentevascularcerebral;umaneurismacerebral;tumorcerebraleoutros;

Lesão medular: lesão na medula que pode ocasionar a paralisação do corpoemdiferentesníveis,provocadaporferimentoporarmadefogo;ferimentoporarmabranca;acidentesdetrânsito;mergulhoemáguasrasas,traumatismosdiretos;quedas;processosinfecciosos;processosdegenerativoseoutros.

Malformações congênitas: durante a gestação a mãe pode ter passado por exposiçãoàradiação;usodedrogas;causasdesconhecidas.

Artropatias: doenças nas articulações oriundas de processos inflamatórios;processosdegenerativos;alteraçõesbiomecânicas;hemofilia;distúrbiosmetabólicose outros.

Paralisia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutriçãomaterna;rubéola;toxoplasmose;traumadeparto;subnutriçãoeoutras.

Figura4–Deficiênciafísica

Fonte:Disponívelem:<http://aprenderincluindo.blogspot.com.br/2009/12/deficiencia-fisica.html>.Acessoem:05abr.2013.

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Deficiência física: conceito, Histórico e LegisLação

Capítulo 1

A deficiência física nos dias atuais corresponde a 20% do número depessoascomdeficiênciaemnossopaíseemcadamilbebêsquenascem,doispodemapresentarparalisiacerebral.Vocêsabedoqueestamosfalando?Sabeas causas e os tipos mais comuns desta lesão?

comPreenDenDo a ParaLiSia cereBraL

A paralisia cerebral é uma lesão no cérebro que ocorre durante osprimeirosestágiosdodesenvolvimentodobebê.Esta lesãopodeprovocar alteração intelectual, sensorial ou de linguagem, dependendo da parte do cérebro atingida, porém não é regra. Normalmente, a parteafetadaatingeodesenvolvimentoMOTOR da criança. O quadro não se agrava, não é progressivo e depende de estímulos para odesenvolvimento.

As causas mais comuns são:

• PRÉ-NATAL: Infecções congênitas (citamegalia, toxoplasmose,rubéola). Falta de oxigenação fetal. Exposição da mãe asubstancias tóxicas ou radiações, álcool, drogas e certas medicações (principalmente nos primeiros meses de gestação).

• PERINATAL: Falta de oxigênio ao nascer (o bebê demora arespirar, lesando parte(s) do cérebro). Lesões causadas por partosdifíceis,principalmenteadosfetosmuitograndesdemãespequenas ou muito jovens (a cabeça do bebê pode ser muitocomprimida durante a passagem pelo canal vaginal). Trabalho de parto demorado.Mau uso do fórceps,manobras obstétricasviolentas. Os bebês que nascem prematuramente (antes dos9meses e pesandomenos de 2 quilos) têmmais chances deapresentar Paralisia Cerebral.

• PÓS-NATAL: Febre prolongada e muito alta. Desidratação, com perda significativa de líquidos. Infecções cerebrais causadaspor meningite ou encefalite. Ferimento ou traumatismo nacabeça. Falta de oxigênio por afogamento ou outras causas.Envenenamento por gás, por chumbo (utilizado no esmalte

A paralisia cerebral é uma lesão

no cérebro que ocorre durante os primeiros estágios

do desenvolvimento do bebê. Esta

lesão pode provocar alteração

intelectual, sensorial ou de linguagem, dependendo da parte do cérebro atingida, porém

não é regra.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

cerâmico,nospesticidasagrícolasououtrosvenenos).Sarampo.Traumatismocrânio-encefálicoatéostrêsanosdeidade.

Fonte:Adaptadodosite:<www.apcb.org.br/paralisia.asp>.Acesso em: 10 maio 2007.

Muitaspessoasconfundemaparalisiacerebralcomadeficiênciaintelectual,oqueéumgrandeequívoco,poisaparalisiacerebralapresentacomprometimentono desenvolvimento motor e não no cognitivo. A deficiência intelectual podeestar associada à paralisia cerebral, porém não é regra, pois em muitos casos o cognitivo é preservado.

PARALISIA CEREBRAL: MITO E REALIDADE

14/12/2007-JornaldaAME.

Paralisia Cerebral e Deficiência Intelectual.

Existemalgunsmitosrelacionadosàspessoascomdeficiência,em geral alimentados pela sociedade em virtude da falta deconvivência e familiaridade. Um deles é a associação da paralisiacerebralcomdeficiênciaintelectual.Umaatépodeestarassociadaàoutra, mas isso não é regra, pois são quadros muito distintos.

Há vários tipos de paralisia cerebral, relacionados com a localização e a extensão da lesão no cérebro, mas a lesão necessariamente não chega a atingir o intelecto. Quando a lesão está localizada nas áreas que modificam ou regulam omovimento, a criança apresenta movimentos involuntários, que estão fora de seu controle e permanecem durante a fase dedesenvolvimento e na idade adulta.

As Várias Causas da Paralisia Cerebral.

Segundo a Associação de Paralisia Cerebral do Brasil (APCB), a paralisia cerebral (PC) se dá pela falta de oxigênio no cérebrodurante o nascimento. Algumas doenças ou problemas durante a gestação também podem causar a PC, como, por exemplo, ameaça de aborto, choque direto no abdômen da mãe, incompatibilidade

Segundo a Associação de

Paralisia Cerebral do Brasil (APCB),

a paralisia cerebral (PC) se dá pela

falta de oxigênio no cérebro durante o nascimento.

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Deficiência física: conceito, Histórico e LegisLação

Capítulo 1

entreotiposanguíneodamãeedopai,hipertensãoarterialdurantea gravidez, infecções congênitas como a sífilis, toxoplasmose,herpes, rubéola, consumo de drogas e exposição a radiação ou qualquer outro fator que leve a uma lesão no sistema nervosocentral. As causas perinatais estão relacionadas principalmente com complicações durante o parto e a prematuridade.

As principais causas de PC depois do nascimento são febreprolongada e muito alta, desidratação grave, sarampo e traumatismo crânio-encefálicoatéostrêsanosdeidade,entreoutras.Issosedápelofatodeatéosdoisanosdevidaosistemanervosocentralnãoestar totalmente formado.Podesedefinir aPCcomoumdistúrbioou transtorno dos movimentos e da postura, que não regride e não progride, e assim não se caracteriza como doença ou síndrome.Podetrazerdificuldadesnosmovimentos,nalocomoção,audiçãoevisãodobebê.Mas,em90%doscasos,ainteligênciadequemtemPC é preservada.

Diferenças entre Paralisia Cerebral e Deficiência Intelectual.

Segundo o neurologista infantil do Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina da USP, Fernando Kok, uma lesão no sistema nervosocentralpodeafetarapartemotoraoumentaldapessoaequando esta lesão só atinge a parte motora, denomina-se paralisia cerebral. Quando a lesão compromete a parte mental (cognitivo), resulta em deficiência intelectual. De acordo com a AssociaçãoAmericanadeDeficiênciaIntelectualeDistúrbiodoDesenvolvimento,apessoacomdeficiência intelectualapresentaQImenorque70,oquenecessariamentenãofazrelaçãocomquemtemPC.

Educação e Escola.

Na questão da educação, muitas vezes quem tem PC não é acometido por nenhuma disfunção cognitiva, mas apresentalimitaçõesfísicas,comonãoconseguirficarmuito temposentadoenãosecomunicarouescreverdaformaconvencional.Normalmentesão utilizadas ajudas técnicas como cadeira e lápis adaptados, podendo estudar em escola regular.

Prevenção e Diagnóstico.

Existemdiversosgrausdelimitaçõesenãoépossívelreverterum quadro de PC, uma vez que a lesão do cérebro estará sempre lá,

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

porém,épossívelpreveni-lo,sendomuito importantequeasmãesfaçamopré-nataldurantetodaagestação.

O diagnóstico da paralisia cerebral é feito por análisesneurológicas e exames por imagem como ressonância magnética, tomografiaeultra-som.Noexameclínicoéobservadosehásinaisdereflexos,comoexamedomartelinho,seháatrasonaevoluçãodacriança,comosentar,manterocorpomaisfirme,andar,etc.

“Ao engravidar, a mulher deve procurar alimentar-se bem, evitar o álcool, o fumo e não tomar remédios sem consultar o médico.Vacinarobebêeevitarqualquersituaçãoderiscosãoessenciais”,destacaafisioterapeutaedoutoraemCiênciaspeloDepartamentodeNeurologiadaFaculdadedeMedicinadaUSP,AnaPaulaRestiffe.

Sociedade e Pessoas com Paralisia Cerebral.

Por desconhecimento da sociedade em geral, as pessoas que possuem PC têm dificuldades na vida social e profissional.Com relação ao mercado de trabalho, o preconceito em relação ao paralisado cerebral leva ao descrédito sobre suas reais capacidades. No Brasil, onde a crise de emprego atinge parte considerável da população, a paralisia cerebral se apresenta como mais uma barreira para que o indivíduo consiga uma colocação profissional, e porconseqüência,aceitaçãonasociedade.

Fonte: SILVA, Maria Isabel da. Paralisia Cerebral: Mito e Realidade. JornaldaAME,ed.65,out.2007.Disponívelem:<http://www.

bengalalegal.com/paralisia>.Acessoem:4abr.2012.

Segundo Silveira e Nascimento (2011), a paralisia cerebral pode ser classificadaem:

Ataxia - Caracterizada por diminuição da tonicidade muscular, incoordenaçãodosmovimentoseequilíbriodeficiente,devidoa lesões no cerebelo ou das vias cerebelosas.

Espástico- Caracterizado por paralisia e aumento de tonicidade dos músculos resultante de lesões no córtex ou nasviasdaíprovenientes.Éo tipomaiscomumdeparalisiacerebral.

Atetose/Distonia - Caracterizada por movimentos involuntários e variações na tonicidade muscular resultantes de lesões dos núcleossituadosnointeriordoshemisférioscerebrais(SistemaExtra-Piramidal)

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Deficiência física: conceito, Histórico e LegisLação

Capítulo 1

Aclassificaçãodaparalisiacerebralsãoinformaçõesquecontribuemparaacompreensãodasnecessidadesdecadacriança.Alémdocontexto,éfundamentalque a escola tenha conhecimento das especificidades a fim de contribuir damelhormaneirapossívelcomoprocessodeinclusãoescolar.

aSPectoS HiStóricoS e SociaiS Da Deficiência fíSica

Parafinalizarestecapítulosobreosaspectoshistóricos,políticosesociaisda Deficiência Física abordando alguns exemplos de práticas positivas esignificativas,gostariadetrazerumgrandeautorquededicouboapartedesuaspesquisascompreendendoapessoacomdeficiência:Vygotsky.

Certamente durante o seu caminhar pela estrada da educação, você jáouviufalardesteautor;noentanto,poucaspessoasconhecemaspesquisasdeVygotskyacercadosFundamentosdaDefectologia.Essesestudosnorteiamaspráticas de inclusão até hoje.

Vygotsky (1997) acreditava que o ser humano é histórico e social, frutodassuas relaçõescomomeioecomosseuspares.Defendiarelaçõesheterogêneas,poisacreditavanaconstruçãodoaprendizadopropiciada pelas relações e então iniciou vários estudos acerca da pessoacomdeficiência.

O autor atentou para a importância de aprender por meio das

relações com o outro, pois é por meio dessas relações que a criança desenvolve seu potencial, passa a observar-se e a perceber-se como sujeito de sua própria história.

Vygotsky(1997)deixouperceptível,emseusescritos,queacreditavaqueainteraçãocomogrupofacilitaoprocessodedesenvolvimentoedeaprendizagem,eenfatizavaaimportânciadaeducaçãosocialdecriançasdeficientese o potencial da criança para o desenvolvimento normal. Afirmavaque as deficiências corporais afetavam as suas relações sociais, enãosuasinteraçõesdiretascomoambientefísico;ouseja,odefeitoorgânicomanifestava-se devido à situação social da criança e essasituação social poderia se agravar dependendo do modo como as pessoas tratavam tais crianças.

Oautorconsiderava,emseusestudosacercadosfundamentosdadefectologia,quecriançascomdeficiênciaspassavamporumprocesso

Vygotsky (1997) acreditava que o ser humano é histórico e social, fruto das

suas relações com o meio e com os

seus pares.

Para Vygotsky (1997), a educação

social, baseada na compensação

social dos problemas físicos, era a maneira de proporcionar uma vida satisfatória às

pessoas deficientes.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

de “supercompensação”. Nesse processo mencionado pelo autor, o cérebro supercompensava um sentido, pelo desenvolvimento acentuado de outro sentido, sendo que isso se dava por meio das experiências sociais das crianças. ParaVygotsky (1997), a educação social, baseada na compensação social dos problemas físicos,eraamaneiradeproporcionarumavidasatisfatóriaàspessoasdeficientes.

Partindoda legislaçãodosestudosdediferentesautores, inclusiveosdeVygotsky,percebemosumagrandemovimentaçãoemproldainclusãoescolar;

assim, hoje as crianças com necessidades especiais frequentam aescola regular e o atendimento especializado na mesma escola nas salasdeapoiomultifuncionais.

Assalasdeapoiomultifuncionaissãomaisumaconquistaeumprojeto que pretendem diminuir as barreiras entre o ensino regular e o atendimentoespecializado.Oqueprecisamosédefenderainclusãoeo direito de todos sem apegos à disputa por espaços e atendimentos. O lugar de “todas” as crianças é na escola e é justamente isto que as políticasnacionaiseinternacionaisalmejamgarantir.

É função do professor do AEE produzir materiais didáticose pedagógicos, tendo em vista as necessidades específicasdesses alunos na sala de aula do ensino regular. Esse trabalho deve se realizar focalizando as atitudes do aluno diante daaprendizagemepropiciar odesenvolvimentode ferramentasintelectuais que facilitarão sua interação escolar e social.(BRASIL, 2010, p. 09)

Oatendimento nas salasmultifuncionais ainda está em fase deimplementação. Profissionais especializados estão desenvolvendoprojetos diferenciados, com experiências positivas muitas vezesisoladas, mas que conseguimos ter acesso devido ao avanço tecnológico que nos permite pesquisas em tempo real.

Vamos lá! Pesquise você também sobre práticas de inclusãode crianças com deficiência física. Tenho certeza que você sesurpreenderá com os resultados alcançados!

Deixoaquialgumasdicasdefontesdepesquisa:

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL - SCIELO

REVISTA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL - UFSM

As salas de apoio multifuncionais são mais uma conquista

e um projeto que pretendem diminuir as barreiras entre o ensino regular e o atendimento especializado.

É função do professor do AEE produzir

materiais didáticos e pedagógicos, tendo em vista

as necessidades específicas desses alunos na sala de

aula do ensino regular.

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Deficiência física: conceito, Histórico e LegisLação

Capítulo 1

REVISTA INCLUSÃO – MEC

REVISTA CIRANDA DA INCLUSÃO

Atividades de Estudos:

1) Além das revistas citadas anteriormente, ainda sugiro que acessem os sites das Secretarias de Educação de seus estados emunicípiosafimdedescobrirasaçõesdesenvolvidasemsualocalidade.

Que tal começar agora?

Pesquise e em seguida pontue o que considerou significativoentre as ações desenvolvidas. Lembre-se de que neste momento estamos falandoda inclusãodepessoascomdeficiência física.Tenho certeza que você encontrará pelo menos uma granderelação de jogos e brincadeiras adaptadas.

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Finalizo este capítulo com uma contribuição referente ao atendimentoespecializadonassalasmultifuncionais.Sugiroquevocêassistaaovídeoqueéapresentadonafiguraaseguir.

Figura: As salas multifuncionais deixaram de ser um item a mais nasinstituições de ensino e se tornaram atrativas para as crianças com necessidades especiaisquefrequentamoeensinoregular.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Figura5–Salasmultifuncionais

Fonte:Disponívelem:<http://www.youtube.com/watch?v=gvlsEfOJX14>.Acessoem:15jan.2013.

aLgumaS conSiDeraçõeS

Neste capítulo, atentamos para a trajetória da Educação Inclusiva noBrasil.Apontamosomodo comoaspessoas comdeficiência eram tratadasnaAntiguidade até a Declaração dos Direitos Humanos.

A partir da Declaração dos Direitos Humanos, apresentamos os principais documentos internacionais que tratam da Inclusão como: Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, Declaração de Jomtien, Declaração de Salamanca,Convenção de Guatemala e Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão. Também sinalizamos para a importância em conhecer os documentos nacionaisquenorteiamainclusãonopaís,disponibilizadosnositedoMinistériodaEducação; oECA–EstatutodaCriançaeAdolescente; aLDB9394/96LeideDiretrizeseBasesdaEducaçãoNacional;,aPolíticaNacionaldaEducaçãoEspecial na Perspectiva da Educação Inclusiva e o Documento mais recente do DecretoNº7.611,de17denovembrode2011,quedispõesobreoAtendimentoEducacional Especializado (AEE), atentando para os materiais adaptados e para oatendimentoespecializadoemsalasmultifuncionais.

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Deficiência física: conceito, Histórico e LegisLação

Capítulo 1

Finalizamos o capítulo com os estudos de Vygotsky que apontam para asupercompensaçãodadeficiênciaetambémcomumareflexãoacercadotrabalhonassalasmultifuncionais.

No próximo capítulo abordaremos a importância da inclusão no PPP daEscola.

Até lá!

referênciaS

BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília,MEC,2008.Disponívelem:<portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/política.pdf>.Acessoem:10ago.2012.

______. DECRETO Nº 7.611.Brasília,MEC17DENOVEMBRODE2011.Disponívelem:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7611.htm>.Acessoem:10ago.2012.

GUGEL, Maria Aparecida.l. Pessoas com Deficiência e o Direito aoTrabalho. Florianópolis:ObraJurídica,2007.

MITTLER, Peter. Educação inclusiva: contextos sociais. Trad. WindyzBrazão Ferreira. Porto Alegre: Artmed, 2003.

SILVEIRA,TatianadosSantosda;NASCIMENTO,LucianaMonteirodo.Educação Inclusiva. Indaial, Editora UNIASSELVI, 2011.

VIEIRA,FernandoDavid;PEREIRA,MáriodoCarmo.Se Houvera quem me ensinara...AEducaçãodepessoascomDeficiênciaMental.2°ed.FundaçãoCalousteGulbenkian,ServiçodeEducação.GráficadeCoimbra,Lda:Setembro,2003.

VYGOTSKY, Lev S. Fundamentos da defectologia. Madrid: Portugal: Visor, 1997.

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CAPÍTULO 2

a incLuSão e o PPP Da eScoLa: aDaPtaçõeS curricuLareS, ProceDimentoS De enSino e avaLiação

A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:

3 Compreender a importância da consonância entre o PPP da escola e a LegislaçãoreferenteàEducaçãoinclusiva.

3 Conhecer adaptações curriculares para propiciar a inclusão de crianças com deficiênciafísicanaescola.

3 Refletiracercadaavaliaçãonosprocessosdeinclusãodecriançascomnecessidades especiais na escola a partir dos documentos norteadores das Práticas Pedagógicas.

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A inclusão e o PPP dA escolA: AdAPtAções curriculAres, Procedimentos de ensino e AvAliAção

Capítulo 2

contextuaLização

Estecapítuloabordaráumtemamuitoimportantenoquetangeàsdiscussõeseaosdirecionamentosparaainclusãoescolardealunoscomdeficiênciafísica:OProjetoPolíticoPedagógico(PPP)daEscola.

Sabe-se que a compreensão da legislação é um grande passo para pensar

a escola inclusiva, no entanto isto não basta se o PPP das escolas não tiver convergênciacomoquealeipreconiza,senãoexistiremadaptaçõescurricularese discussão acerca da avaliação neste documento.

A partir de agora, discutiremos este entrelaçamento entre o PPP, a legislação, as adaptações curriculares e os processos de avaliação em busca da inclusão do deficientefísiconasescolas.

QuanDo a LegiSLação e o PPP Da eScoLa Se encontram

EscolaInclusivasignificaeducartodososalunosemsalasdeaulacomuns;isto significa que todos, sem exceção, recebem educação e frequentam asmesmasaulas.E,consequentemente,significaquetodosrecebemoportunidadeseducacionais adequadas, além disso, é necessário também que o aluno ou seu professorrecebaebusquetambémtodooauxílioquenecessitareparaofereceresteensino.Mas,alémdisto,aescolainclusivaéumlocalemquetodosfazemparte, em que existe aceitação e cooperação entre seus membros.

A educação inclusiva concebe a escola como um espaço de todos, no qual os alunos constroem o conhecimento segundo suas capacidades, expressam suas idéias livremente, participamativamentedastarefasdeensinoesedesenvolvemcomocidadãos,nassuasdiferenças.

Nasescolasinclusivas,ninguémseconformaapadrõesqueidentificam os alunos como especiais e normais, comuns.Todos se igualam pelas suas diferenças! (BRASIL, 2010,p.08)

Neste sentido, a inclusão escolar dispõe de algumas estratégias, a saber:

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

• Frequênciade todososalunosem sala de aula comum com a mesmafaixaetária.

• Frequência do aluno comnecessidades especiais em uma escola de sua comunidade.;

• O professor é responsável portodos os alunos, independente desuaspeculiaridades;

• Inclusão do aluno na vida social da escola.

Figura06-Inclusãoescolar

Fonte:Disponívelem:<http://eusouluzpazeamor.blogspot.com/>.

Acesso em: 10 abr. 2013.

Essasestratégiasnãodevemserpensadasdeformaisoladaesimatravésdo grupo de educadores das escolas a partir da legislação e da implementação nosdocumentosoficiaisdaescola,entreelesoPPP,como tambémdaprópriaprática.“Aescolacomumsetornainclusivaquandoreconheceasdiferençasdosalunos diante do processo educativo e busca a participação e o progresso de todos, adotando novas práticas pedagógicas” (BRASIL, 2010, p.09).

Segundo o documento “A escola Comum” do MEC:

OProjetoPolíticoPedagógicoéoinstrumentoporexcelênciaparamelhordesenvolveroplanodetrabalhoeleitoedefinidoporumcoletivoescolar; ele refletea singularidadedogrupoque o produziu, suas escolhas e especificidades. (BRASIL,2010, p.10)

Para os autores deste documento, é ingenuidade pensar que ações isoladas e individualizadas garantem a inclusão na escola. A inclusão na escola comum precisa ser pensada por todos, necessita ser discutida por todos e vivenciada por todos.

A organização do PPP da escola e as discussões acerca da inclusãoescolarpermitemumdiálogoquetratadasespecificidadesdo

É ingenuidade pensar que

ações isoladas e individualizadas

garantem a inclusão na escola. A

inclusão na escola comum precisa ser pensada por

todos, necessita ser discutida por todos

e vivenciada por todos.

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A inclusão e o PPP dA escolA: AdAPtAções curriculAres, Procedimentos de ensino e AvAliAção

Capítulo 2

ambiente,dacomunidade,enfimdocontextodaescola!Essadiscussãodeveráalicerçar, normatizar e institucionalizar as ações a serem desenvolvidas por toda a comunidade escolar. Assim o PPP deverá abordar:

• O contexto da escola.

• A concepção de inclusão.

• A compreensão do Atendimento Educacional Especializado.

• As estratégias de integração e socialização dos alunos.

• Os recursos e materiais adaptados.

• As adaptações curriculares.

• Asformasderegistroseavaliação.

• Afunçãosocialdaescolaedossujeitosenvolvidos.

Figura 07- Construção coletiva

Fonte:Disponívelem:<http://www.trxantoniocarlos.seed.pr.gov.br>.Acessoem:10abr.2013.

Para ampliar nosso conhecimento sobre o PPP da escola, sugerimos a leitura do texto da professora Maria Terezinha daConsolação Teixeira dos Santos.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

EstetextoapontaaspectosfundamentaisreferentesaoPPPdaEscola, bem como aspectos relacionados à inclusão escolar, dentro deste documento.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, AUTONOMIA E GESTÃO DEMOCRÁTICA

Autora - Maria Terezinha da Consolação Teixeira dos Santos

A constatação de que a realidade escolar é dinâmica e depende de todos dá força e sentido à elaboração do PPP, entendido nãoapenas como um mero documento exigido pela burocracia e administração escolar, mas como registro de significados a seremoutorgados ao processo de ensino e de aprendizagem, que demanda tomada de decisões e acompanhamento de ações consequentes.

O PPP não pode ser um documento paralelo que não diz respeito, quenãoatravessaocotidianoescolare fica restritoà categoriadeum arquivo ou de uma alegoria, de caráter residual. Ele altera a estruturaescolareescrevê-loearquivá-lonosregistrosdaescolasóserveparaacomodaraconsciênciadosquenãotêmumverdadeirocompromisso com uma escola de todos, por todos e para todos.

Nossa legislação educacional é clara no que toca à exigência de a escola ter o seu PPP; ela não pode se furtar aocompromisso assumido com a sociedade de formação e dedesenvolvimento do processo de educação, devidamente planejado. AexigêncialegaldoPPPestáexpressanaLDBEN-LeiNº.9.394/96que,emseuartigo12,define,entreasatribuiçõesdeumaescola,a tarefa de “[...] elaborar e executar sua proposta pedagógica”,deixando claro que ela precisa fundamentalmente saber o quequer e colocar emexecuçãoessequerer, não ficandoapenasnaspromessas ou nas intenções expostas no papel.

Ao sistematizar estas escolhas e decisões, o PPP, a partir de um estudo da demanda da realidade escolar cria as condições necessárias para a elaboração do planejamento e o desenvolvimento do trabalho da sua equipe e da avaliação processual das etapas e metas propostas.

ParaGadottieRomão(1997),oProjetoPolíticoPedagógicodeve

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A inclusão e o PPP dA escolA: AdAPtAções curriculAres, Procedimentos de ensino e AvAliAção

Capítulo 2

ser entendido como um horizonte de possibilidades para a escola. O Projeto imprime uma direção nos caminhos a serem percorridos pela escola. Ele se propõe a responder a um feixe de indagaçõesde seus membros, tais como: qual educação se quer e qual tipo de cidadão se deseja, para qual projeto de sociedade? O PPP propõe umaorganizaçãoquese fundanoentendimentocompartilhadodosprofessores,alunosedemaisinteressadosemeducação.

Todas as intenções da escola, reunidas no Projeto PolíticoPedagógico, conferem-lhe o caráter POLÍTICO, porque elerepresenta a escolha de prioridades de cidadania em função dasdemandas sociais. O PPP ganha status PEDAGÓGICO ao organizar e sistematizar essas intenções em ações educativas alinhadas com as prioridades estabelecidas.

O caráter coletivo e a necessidade de participação de todos é inerente ao PPP, pois ele não se resume a um mero plano ou projeto burocrático, que cumpre as exigências da lei ou do sistema deensino. Trata-se de um documento norteador das ações da escola que,aomesmotempo,oportunizaumexercícioreflexivodoprocessopara tomada de decisões no seu âmbito.

Oprofessor,portanto,aocontribuirparaaelaboraçãodoPPP,bem como ao participar de sua execução no cotidiano da escola, tem a oportunidade de exercitar um ensino democrático, necessário paragarantiracessoepermanênciadosalunosnasescolaseparaassegurar a inclusão, o ensino de qualidade e a consideração das diferençasdosalunosnassalasdeaula.ExerceressepapelcomoumdosmentoresdoPPPnãoéumaobrigaçãoformal,masoresultadodeumenvolvimentopessoaldoprofessor.Nessesentido,vemantesa sua disposição de participar, porque contribuir é reconhecer a importância de sua colaboração para que o projeto se execute.

Nos textos legais, fica clara a ênfase dada ao Projeto PolíticoPedagógico de cada escola, bem como a reiteração de que a proposta seja construída e administrada à luz de uma gestão democrática.Evidencia-se na legislação o caráter da comunidade escolar participativa e ampliada para além dos muros escolares, com compromisso conjunto nos rumos da educação dos cidadãos. A gestão democrática ampliada nos contornos da comunidade ganha, por meio do texto legal, condições de ser exercida com autonomia.

Embora a escola não seja independente de seu sistema de

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

ensino, ela pode se articular e interagir com autonomia como parte desse sistema que a sustenta, tomando decisões próprias relativas às particularidades de seu estabelecimento de ensino e da sua comunidade. [...]

[...] Entretanto, mesmo outorgada por lei, a autonomia escolar é construídaaospoucosecotidianamente.Dopontodevistaculturaleeducacional,encontram-sepoucasexperiênciasdeconstruçãodaautonomia e do cultivo de hábitos democráticos. [...]

Osprofessoresconstroemademocracianocotidianoescolarpormeio de pequenos detalhes da organização da prática pedagógica. Nessesentido,fazemadiferença:omododetrabalharosconteúdoscomosalunos;aformadesugerirarealizaçãodeatividadesnasalade aula; o controle disciplinar; a interação dos alunos nas tarefasescolares; a sistematização doAEE no contra-turno; a divisão dohorário;aformadeplanejarcomosalunos;aavaliaçãodaexecuçãodasatividadesdeformainterativa.

Embora já tenhamos uma Constituição, estatutos, legislação, políticas educacionais e decretos que propõem e viabilizam novasalternativas para a melhoria do ensino nas escolas, ainda atendemos a alunos em espaços escolares semi ou totalmente segregados, tais como as classes especiais, as turmas de aceleração, as escolas especiais,asaulasdereforço,entreoutros.

Osaltodaescoladosdiferentesparaaescoladasdiferençasdemanda conhecimento, determinação, decisão. As propostas de mudança variam e dependerão de disposição, discussões, estudos, levantamento de dados e iniciativas a serem compartilhadas pelos seus membros, enfim, de gestões democráticas das escolas, quefavoreçamessamudança.

Muitas decisões precisam ser tomadas pelas escolas ao elaborarem seus Projetos Político Pedagógicos, entre as quaisdestacamos algumas, que estão diretamente relacionadas com asmudançasquesealinhamaospropósitosda inclusão: fazerdaaprendizagem o eixo das escolas, garantindo o tempo necessário paraquetodospossamaprender;reprovararepetência;abrirespaçopara que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam praticados por seus professores, gestores,funcionários e alunos, pois essas são habilidadesmínimas para oexercíciodaverdadeiracidadania;valorizareformarcontinuamente

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A inclusão e o PPP dA escolA: AdAPtAções curriculAres, Procedimentos de ensino e AvAliAção

Capítulo 2

o professor, para que ele possa atualizar-se e ministrar umensino de qualidade.

No nível da sala de aula e das práticas de ensino, amobilizaçãodoprofessore/oudeumaequipeescolaremtornode uma mudança educacional como a inclusão não acontece de modo semelhante em todas as escolas. Mesmo havendo um ProjetoPolíticoPedagógicoqueorienteasaçõeseducativasdaescola, há que existir uma entrega, uma disposição individual ou grupal de sua equipe de se expor a uma experiênciaeducacional diferente das que estão habituados a viver. Paraque qualquer transformação ou mudança seja verdadeira,as pessoas têm de ser tocadas pela experiência. Precisamser receptivas, disponíveis e abertas a vivê-la, baixando suasguardas, submetendo-se, entregando-se à experiência [...]sem resistências, sem segurança, poder, firmeza, garantias(BONDÍA, 2002).

As mudanças não ocorrem pela mera adoção de práticas diferentesdeensinar.Elasdependemdaelaboraçãodosprofessoressobre o que lhes acontece no decorrer da experiência educacionalinclusiva que eles se propuseram a viver. O que vem dos livros e o que é transmitido aos professores nem sempre penetram em suaspráticas.Aexperiênciaaquenosreferimosnãoestárelacionadacomo tempo dedicado ao magistério, ao saber acumulado pela repetição deumamesmaatividadeutilitária,instrumental.Estamosnosreferindoaosaberdaexperiência,queésubjetivo,pessoal,relativo,adquiridonasocasiõesemqueentendemoseatribuímossentidosaoquenosacontece,aoquenospassa,aoquenossucedeaoviveraexperiência(BONDÍA, 2002).

O reconhecimento de que os alunos aprendem segundo suas capacidades não surge de uma hora para a outra, só porque as teorias assim afirmam. Acolher as diferenças terá sentido para oprofessorefarácomqueelerompacomseusposicionamentossobreo desempenho escolar padronizado e homogêneo dos alunos, seele tiver percebido e compreendido por si mesmo essas variações, ao se submeter a umaexperiência que lhe perpassa a existência.O professor, então, desempenhará o seu papel formador, que nãose restringe a ensinar somente a uma parcela dos alunos que conseguem atingir o desempenho exemplar esperado pela escola. Ele ensina a todos, indistintamente.

[...] Opor-se a inovações educacionais, resguardando-se no

Mesmo havendo um Projeto Político

Pedagógico que oriente as ações

educativas da escola, há que

existir uma entrega, uma disposição

individual ou grupal de sua equipe de se expor a

uma experiência educacional

diferente das que estão habituados

a viver.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

despreparoparaadotá-las,resistirerefutá-lassimplesmente,distanciaoprofessordapossibilidadedese formaredese transformarpelaexperiência.Oposiçõesecontraposiçõesàinclusãoincondicionalsãofreqüentesentreosprofessoreseadiamprojetosdoensinocomumeespecialfocadosnainserçãodasdiferençasnasescolas.

É nos bancos escolares que se aprende a viver entre os nossos pares, a dividir as responsabilidades, a repartir tarefas. Nessesambientes, desenvolvem-se a cooperação e a produção em grupo combasenasdiferençasetalentosdecadaumenavalorizaçãodacontribuição individual para a consecução de objetivos comuns de um mesmo grupo.

A interação entre colegas de turma, a aprendizagem colaborativa, asolidariedadeentrealunoseentreesteseoprofessordevemserestimuladas. Os professores, quando buscam obter o apoio dosalunosepropõemtrabalhosdiversificadoseemgrupo,desenvolvemformasdecompartilhamentoedifusãodosconhecimentosnassalasde aula.

A formação de turmas tidas como homogêneas é um dosargumentosdedefesadosprofessores,gestoreseespecialistasemfavor da qualidadedoensino, queprecisa ser refutado, porque setrata de uma ilusão que compromete o ensino e exclui alunos.

Aavaliaçãodecaráterclassificatório,pormeiodenotas,provaseoutros instrumentossimilares,mantémarepetênciaeaexclusãonas escolas. A avaliação contínua e qualitativa da aprendizagem,com a participação do aluno, tendo, inclusive, a intenção de avaliar o ensino oferecido e torná-lo cada vez mais adequado àaprendizagem de todos os alunos conduz a outros resultados. A adoção desse modo de avaliar com base na qualidade do ensino e da aprendizagem já diminuiria substancialmente o número de alunos quesãoindevidamenteavaliadosecategorizadoscomodeficientesnas escolas comuns.

Osprofessoresemgeralconcordamcomnovasalternativasdese avaliar os processos de ensino e de aprendizagem e admitem que asturmassãonaturalmenteheterogêneas.

Sentem-se, contudo, inseguros diante da possibilidade de fazeruso dessas alternativas em sala de aula e inovar as rotinas de trabalho, rompendo com a organização pedagógica pré-estabelecida.

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A inclusão e o PPP dA escolA: AdAPtAções curriculAres, Procedimentos de ensino e AvAliAção

Capítulo 2

Ao contrário do que se pensa e se faz, as práticas escolaresinclusivas não implicam um ensino adaptado para alguns alunos, massimumensinodiferenteparatodos,emqueosalunostenhamcondições de aprender, segundo suas próprias capacidades, sem discriminações e adaptações.

A ideia do currículo adaptado está associada à exclusão nainclusão dos alunos que não conseguem acompanhar o progresso dosdemaiscolegasnaaprendizagem.Currículosadaptadoseensinoadaptadonegamaaprendizagemdiferenciadae individualizada.Oensino escolar é coletivo e deve ser o mesmo para todos, a partir de umúnicocurrículo.Éoalunoqueseadaptaaocurrículo,quandoseadmitemesevalorizamasdiversasformaseosdiferentesníveisdeconhecimento de cada um.

[...] As propostas curriculares, quando contextualizadas, reconhecem e valorizam os alunos em suas peculiaridades de etnia, degênero,decultura.Elaspartemdasvidaseexperiênciasdos alunos e vão sendo tramadas em redes de conhecimento, que superam a tão decantada sistematização do saber. O questionamento dessaspeculiaridadesea visãocríticadomulticulturalismo trazemuma perspectiva para o entendimento das diferenças, a qual fogeda tolerância e da aceitação, atitudes estas tão carregadas de preconceito e desigualdade.

Essaconcepçãoquestionaaexclusãosocialedemais formasde privilégios e de hierarquias das sociedades contemporâneas, indagandosobreasdiferençaseapoiandomovimentosderesistênciados dominados.

Outras práticas educacionais inclusivas que derivam dos propósitos de se ensinar à turma toda, sem discriminações, por vezessãorefutadaspelosprofessoresouaceitascomparcimônia,desconfiança e sob condições. Motivos não faltam para queeles se comportem desse modo. Muitos receberam sua própria formaçãodentrodomodeloconservador,quefoisendoreforçadodentro das escolas.

Fonte:Disponívelem:<http://arivieiracet.blogspot.com.br/2011/01/projeto-politico-pedagogico.html>.Acessoem:10abr.2013.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Atividade de Estudos:

1) E você pós-graduando, já participou da elaboração doPPP dasua escola?

CombasenotextodaprofessoraMariaTerezinha,escrevaquaissão os pontos mais comuns discutidos na elaboração dos PPP´s.

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A inclusão e o PPP dA escolA: AdAPtAções curriculAres, Procedimentos de ensino e AvAliAção

Capítulo 2

AfiguraaseguirilustraasbasesparaaconstruçãodeumPPP.

Figura 08 - PPP escolar

Fonte:Disponívelem:<http://www.moodle.ufba.br/file.php/8854/ACERVO/Mapa_PPP.jpg>.Acessoem:10abr.2013.

É importante lembrar que o PPP é um documento que deve ter sua construção alicerçada ao trabalho coletivo da escola, bem como deve estar em consonância com a legislação que o ampara.

Participar da construção do PPP é um direito e uma obrigação detodaacomunidadeescolar; torná-loumdocumentoquerespeiteevalorizeasdiferençaseinstitucionalizá-lotambéméumdeverdetodos.

É importante lembrar que o PPP é um

documento que deve ter sua construção

alicerçada ao trabalho coletivo da escola, bem

como deve estar em consonância com a

legislação que o ampara.

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44

Prática Pedagógica em Deficiência Física

aDaPtaçõeS curricuLareS Para criançaS com Deficiência fíSica

As adaptações curriculares para crianças com deficiência físicapodem variar desde uma simples adaptação de material, como um engrossador de lápis, até adaptações que envolvem a comunicação alternativa, por exemplo.Tais açõesdependerãodadeficiência físicaapresentada pela criança ou pelo adolescente.

Indiferenteàsadaptaçõesplanejadaseorganizadas,énecessáriocompreenderascaracterísticasdasescolasinclusivas,afinalseráquetodasasescolasapresentam taiscaracterísticas?Seráque todasas

comunidadesescolaresapresentam-sedeformainclusiva?

Aseguirapresentaremosasprincipaiscaracterísticasdasescolasinclusivassegundo Sassaki (1997).

Figura05-Característicasdasescolasinclusivas

1. Um senso de pertencer

Filosofia e visão de que todas as crianças pertencem à escola e à comunidade e de que podem aprender juntas.

2. Liderança A equipe Gestora envolve-se ativamente com a escola toda no provimento de estratégias.

3. Padrão de excelência

Os altos resultados educacionais refletem as necessidades individu-ais dos alunos.

4. Colaboração e cooperação

Envolvimento de alunos em estratégias de apoio mútuo (ensino de iguais, sistema de companheiro, aprendizado cooperativo, ensino em equipe, co-ensino, equipe de assistência aluno-professor etc.).

5. Novos papéis e responsabilidades

Os professores falam menos e assessoram mais, psicólogos atuam mais junto aos professores nas salas de aula, todo o pessoal da escola faz parte do processo de aprendizagem.

6. Parceria com os pais

Os pais são parceiros igualmente essenciais na educação de seus filhos.

7. Acessibilidade Todos os ambientes físicos são tornados acessíveis e, quando necessário, é oferecida tecnologia assistiva.

Indiferente às adaptações planejadas e organizadas, é necessário

compreender as características das escolas inclusivas.

Page 45: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

45

A inclusão e o PPP dA escolA: AdAPtAções curriculAres, Procedimentos de ensino e AvAliAção

Capítulo 2

8. Ambientes flexíveis de aprendizagem

Espera-se que os alunos se promovam de acordo com o estilo e ritmo individual de aprendizagem e não de uma única maneira para todos.

9. Estratégias baseadas em pesquisas

Aprendizado cooperativo, adaptação curricular, ensino de iguais, instrução direta, ensino recíproco, treinamento em habilidades sociais, instrução assistida por computador, treinamento em habilidades de estudar etc.

10. Novas formas de avaliação escolar

Dependendo cada vez menos de testes padronizados, a escola usa novas formas para avaliar o progresso de cada aluno rumo aos respectivos objetivos.

11. Desenvolvimento profissional continuado

Aos professores são oferecidos cursos de aperfeiçoamento contínuo visando a melhoria de seus conhecimentos e habilidades para melhor educar seus alunos.

Fonte:Disponívelem:<http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_22.htm>.Acessoem:10abr.2013.

Quando uma escola caracteriza-se como inclusiva, constantemente avança em busca de novas estratégias para garantir a inclusão escolar, discutindo, pesquisando e inovando nas práticas educacionais. As adaptações envolvem muito mais do que organização de materiais e espaços, elas envolvem pessoas de diferentes segmentos e, segundo o documentoAdaptaçõesCurriculares doMEC(BRASIL,2000),taisadaptaçõespodemserclassificadascomodepequenoou grande porte.

As Adaptações Curriculares de Pequeno Porte (Adaptações NãoSignificativas)sãomodificaçõespromovidasnocurrículo,peloprofessordeformaapermitirepromoveraparticipaçãoprodutiva dos alunos que apresentam necessidades especiais no processo de ensino e aprendizagem, na escola regular, juntamente com seus parceiros coetâneos. São denominadas de Pequeno Porte (Não Significativas) porque suaimplementação encontra-se no âmbito de responsabilidade edeaçãoexclusivosdoprofessor,nãoexigindoautorização,nem dependendo de ação de qualquer outra instância superior, nas áreas política, administrativa, e/ou técnica. (BRASIL,2000, p.08)

São consideradas adaptações de Pequeno Porte:

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46

Prática Pedagógica em Deficiência Física

ADAPTAÇÕES DE PEQUENO PORTE

• Criar condições físicas, ambientais e materiais para a participação do aluno.

• Favorecer os melhores níveis de comunicação e de interação.

• Favorecer a participação do aluno nas atividades escolares.

• Atuar para a aquisição dos equipamentos, recursos e materiais específicos.• Adaptar materiais.• Adotar sistemas alternativos de comunicação.

• Favorecer a eliminação de sentimentos de inferioridade.

• Posicionar o aluno de forma a facilitar-lhe o deslocamento na sala de aula, especial-mente no caso dos que utilizam cadeiras de rodas, bengalas, andadores, etc..

• Utilizar recursos ou equipamentos que favoreçam a realização das atividades propostas em sala de aula: pranchas para escrita, presilhas para fixar o papel na carteira, suporte para lápis (favorecendo a preensão), presilha de braço, cobertura de teclado, etc.

• Utilizar os recursos ou equipamentos disponíveis que favoreçam a comunicação dos que estiverem impedidos de falar: sistemas de símbolos (livro de signos, desenhos, elementos pictográficos, ideográficos e/ou outros, arbitrários, criados pelo próprio professor juntamente com o aluno, ou criado no ambiente familiar, etc.), auxílios físicos ou técnicos (tabuleiros de comunicação, sinalizadores mecânicos, tecnologia de informática).

• Utilizar textos escritos complementados por material em outras linguagens e siste-mas de comunicação (desenhos, fala, etc.).

Fonte:AdaptadodeBRASIL,2000.Disponívelem:<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha06.pdf>.

Acesso em: 10 abr. 2013.

Figura 09 - Adaptações de pequeno por

te

Fonte:Disponívelem:<http://oolhardoeducador.blogspot.com/2010/07/o-uso-da-tecnologia-assistiva-no.html>.Acessoem10abr.2013.

Page 47: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

47

A inclusão e o PPP dA escolA: AdAPtAções curriculAres, Procedimentos de ensino e AvAliAção

Capítulo 2

Para realizar as adaptações de pequeno porte, o professorinicialmente precisa rever sua prática, avaliando conteúdos, métodos, organização metodológica e didática e contexto em que seus alunos estão inseridos.

Quais seriam então as adaptações de grande porte?

Adaptações Curriculares de Grande Porte são ajustes cuja implementação depende de decisões e de ações técnico-político-administrativas,que extrapolam a área de ação específica doprofessor, e que são da competência formal deórgãos superiores da Administração Educacional Pública. (BRASIL, 2000, p.10)

ADAPTAÇÃO DE ACESSO AO CURRÍCULO

Adaptação do ambiente físico escolar.Aquisição de mobiliário específico.Aquisição dos equipamentos e recursos materiais específicos.Adaptação de material de uso comum.Capacitação continuada.Efetivação de ações dos profissionais da área especial com o professor regular.

ADAPTAÇÃO DE OBJETIVOS Dentro da organização do PPP.

ADAPTAÇÃO DE CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Dentro da organização do PPP.Participação da gestão na construção das práticas metodológicas.

ADAPTAÇÃO DO MÉTODO E ORGA-NIZAÇÃO DIDÁTICA

Organização diferenciada na sala de aula.Número de alunos.

ADAPTAÇÃO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO

Sistematização dos resultados.Reformulações nas certificações.

HOMOGENEIDADE ETÁRIA Organização de turmas.

ADAPTAÇÃO DE TEMPORALIDADE.

Reformulação do currículo escolar para atender às peculiaridades.

Fonte:AdaptadodeBRASIL,2000.Disponívelem:<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha05.pdf>.Acessoem:10abr.2013.

Para realizar as adaptações de pequeno porte,

o professor inicialmente

precisa rever sua prática, avaliando

conteúdos, métodos, organização

metodológica e didática e contexto

em que seus alunos estão inseridos.

Page 48: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Figura 10 - Adaptações de Grande Porte

Fonte:Disponívelem:<www.deficienteciente.com.br>.Acessoem:10abr.2013.

Em relação às adaptações para alunos com deficiência física, faz-senecessário:

Adaptaçãodoedifícioescolar:rampasimplescominclinaçãoadequada, rampa deslizante, elevador, banheiro, pátio de recreio, barras de apoio, alargamento de portas, etc.

Aquisiçãodeinstrumentosedeequipamentosquefavoreçama comunicação e a participação do aluno nas atividades da vida escolar:

•mobiliário:cadeiras,mesasecarteirasadaptadasemfunçãodascaracterísticasdoaluno;

• material de apoio para locomoção: andador, colete, abdutor depernas,faixasrestritoras,etc.;

• material de apoio pedagógico: pranchas ou presilhas para prender o papel na carteira, suporte para lápis, presilha de braço, tabuleiros de comunicação, sinalizadores mecânicos, tecnologia microeletrônica, sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação (baseados em elementos representativos, em desenhos lineares, sistemas que combinam símbolos pictográficos, ideográficos e arbitrários, sistemasbaseados na ortografia tradicional, de linguagem codificada,etc.),computadores que funcionam por contato, cobertura deteclado, etc. (BRASIL, 2000, p.15)

As adaptações podem ser de pequeno ou grande porte, podem romper ou nãocomasbarreirasatitudinais,podempropiciarounãoainclusão;noentanto,as adaptações necessitam ser pensadas no coletivo da escola em busca da efetivação da inclusão escolar. A adequação do ambiente ou um materialadaptado por si só não garante a inclusão, são necessárias atitudes em prol da escola inclusiva, a escola de todos e para todos.

Page 49: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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A inclusão e o PPP dA escolA: AdAPtAções curriculAres, Procedimentos de ensino e AvAliAção

Capítulo 2

Atividade de Estudos:

1) Agora que apresentamos as adaptações de pequeno e grande porte, perguntamos a você pós-graduando: quais dessasadaptaçõesvocêjávivenciouemsuapráticapedagógica?

__________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________

Para saber mais:

Fonte:Disponívelem:<http://portal.mec.gov.br/seesp/

arquivos/pdf/cartilha05.pdf>.Acesso em: 10 abr. 2013.

Fonte:Disponívelem:<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha06.pdf>.

Acesso em: 10 abr. 2013.

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50

Prática Pedagógica em Deficiência Física

avaLiação e incLuSão: um DiáLogo neceSSário

Discutiravaliaçãonãoéumaespecificidadedainclusão,massimdaescola,da comunidade, da educação. É necessário refletir acerca de possibilidades,avançosedificuldadesdeaprendizagemdetodasascrianças;assim,acimadetudo, é importante indagar sobre alguns pontos principais que são:

• Quem avaliar?

• Como avaliar?

• Quando avaliar?

• O que avaliar?

Quando nos indagamos acerca dessas questões, pensamos na escola como umtodoerespeitamosasdiferenças.

Quem avaliar?

Implica em um olhar global que compreende que a avaliação vai além de instrumentosparaverificaraaprendizagemdosalunos,levandoemconsideraçãoas práticas dos professores e a própria filosofia da escola. É um constanterepensar, reavaliar, criticar e potencializar.

Como avaliar?

Estaindagaçãoimplicaemumolhardiferenciadoqueabrangeasnecessidadesdetodososalunos.Éesteomomentodeoprofessorpensaremestratégiasquerealmente apresentem um cenário sobre a aprendizagem dos alunos.

Pensar em estratégias e instrumentos diferenciados para a avaliação dosalunos requer pesquisa acerca das necessidades, possibilidades e adaptações necessárias.

A avaliação de caráter classificatório, por meio de notas,provaseoutros instrumentossimilares,mantémarepetênciaeaexclusãonasescolas.Aavaliaçãocontínuaequalitativadaaprendizagem, com a participação do aluno, tendo, inclusive, a intençãodeavaliaroensinooferecidoe torná-locadavezmais adequado à aprendizagem de todos os alunos conduz a outros resultados. A adoção desse modo de avaliar com base na qualidade do ensino e da aprendizagem já diminuiria substancialmente o número de alunos que são indevidamente avaliados e categorizados como deficientes nas escolascomuns. (BRASIL, 2000, p.15)

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A inclusão e o PPP dA escolA: AdAPtAções curriculAres, Procedimentos de ensino e AvAliAção

Capítulo 2

Oolhardoprofessordeveestarvoltadoparaaheterogeneidade,respeitando e valorizando a diversidade, e enriquecendo os processos de avaliação.

Figura11-Oolhardoprofessor

Fonte:Disponívelem:<http://www.ced.ufsc.br>.Acessoem:10abr.2013.

Muitos alunos com necessidades especiais necessitam de avaliação adaptada, pois

abrir a possibilidade de se adaptar o sistema de avaliação para determinado aluno em função de suas necessidadeseducacionais especiais é uma das principais vias para se conseguir avaliar a aprendizagem desse aluno com responsabilidadeeprofissionalismo,epoder,então,promoveros ajustes que se tornam necessários no processo de ensino para garantir seu desenvolvimento educacional. (BRASIL, 2000, p.23).

Assim, faz-se necessário também avaliar as necessidades individuais dascrianças.

O que e quando avaliar?

O olhar do professor deve

estar voltado para a heterogeneidade,

respeitando e valorizando a diversidade, e

enriquecendo os processos

de avaliação.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

A avaliação deve acontecer de forma intensiva durante todo o processodeensinoeaprendizagem.Oprofessor deveavaliar constantementeasaçõespedagógicas,bemcomoomodocomoosalunosmanifestamsuaaprendizagemdiante de tais ações. É necessário refletir sobre os aspectos qualitativos, osavanços, e as necessidades de forma processual, qualificando o trabalhopedagógico.

A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tantooconhecimentoprévioeonívelatualdedesenvolvimentodo aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura,configurando uma ação pedagógica processual e formativaque analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções pedagógicas do professor. No processo de avaliação, o professor deve criarestratégias considerando que alguns alunos podem demandar ampliação do tempo para a realização dos trabalhos e o uso da língua de sinais, de textos em Braille, de informática oude tecnologia assistiva como uma prática cotidiana. (BRASIL, 2008, p.11)

Ou seja, devemos avaliar constantemente o processo de ensino e aprendizagem e todas as ações que envolvem este processo.

Toda avaliação é circular, englobando todos os sujeitos envolvidos no processo de ensinar na escola. Ninguém é ou devesearvorarjuizdooutro,poréméfunçãodosprofessoresassumirem plenamente sua posição de promotores da aprendizagem dos alunos, e, para isso analisar todos os fatores implicados no sucesso ou na dificuldade da suaaprendizagem, perguntando-se, constantemente: fiz osuficienteparaquemeusalunosaprendam?Qualminhacotaderesponsabilidadeparaseusucessooufracassoescolar?

Somente desta maneira o educador estará praticando uma avaliaçãoequilibradaejusta,emquesecolocacomopartícipee também co-responsável pela aprendizagem dos alunos. (BEYER,2006,p.102)

A partir do momento em que as ações convergem com os documentos norteadores da escola como o PPP, por exemplo, e o processo de avaliação engloba todos os envolvidos no processo de ensinar e aprender, levando em consideração as especificidades bem como as diferenças, então estaremoscaminhando em busca da escola inclusiva...

Toda avaliação é circular, englobando

todos os sujeitos envolvidos no

processo de ensinar na escola.

Page 53: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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A inclusão e o PPP dA escolA: AdAPtAções curriculAres, Procedimentos de ensino e AvAliAção

Capítulo 2

aLgumaS conSiDeraçõeS

Nestecapítulorefletimossobreaimportânciadeumdocumentofundamentalparaobomandamentodaescola:oProjetoPolíticoPedagógico(PPP).

Compreendemos que este documento deve apontar e dissertar sobre as adaptações necessárias para a construção de uma escola para todos. Entre essas adaptações, apontamos as de pequeno e grande porte, que buscam a inclusão das crianças com necessidades especiais.

Através das adaptações de pequeno e grande porte, compreendemos o papel de cada um dos envolvidos no processo de ensinar e aprender em busca da inclusão, entendendo que este é um processo que necessita do auxílio do corpo administrativo epedagógicodaescola,bemcomodafamíliaedacomunidade.

Refletimos sobre o processo de avaliação como uma açãoconjunta que vai muito além de avaliar os conteúdos ministrados, pois avalia todo o processo de ensino e aprendizagem, bem como seuspartícipes.

Os planejamentos, as ações, as adaptações e a avaliação necessária para a inclusão da criança com deficiência física não devem serisoladosesim estaremconvergênciacoma legislaçãoecomosdocumentosnorteadoresdaescola,organizadosapartirdeumaconstruçãocoletivaecontínua.

referênciaS

BEYER, Hugo Otto. Inclusão e Avaliação na escola. Porto Alegre: Mediação, 2006.

BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil.Brasília:MEC/SEF,1998.

______.AdaptaçõesCurricularesdegrandeporte.Brasília:MEC/SEESP,2000.

______. Portal de ajudas técnicas para educação: equipamento e material pedagógicoparaeducação,capacitaçãoerecreaçãodapessoacomdeficiênciafísica:recursospedagógicosadaptados.Brasília:MEC:SEESP,2002,fascículo1.

Através das adaptações

de pequeno e grande porte,

compreendemos o papel de cada um dos envolvidos no

processo de ensinar e aprender em

busca da inclusão, entendendo que

este é um processo que necessita do auxílio do corpo administrativo e pedagógico da

escola, bem como da família e

da comunidade.

Page 54: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

______. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar : a escola comuminclusiva.Brasília:MEC/UniversidadeFederaldoCeará,2010.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

Page 55: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

CAPÍTULO 3

PráticaS PeDagógicaS incLuSivaS Para a eDucação infantiL: JogoS e materiaiS aDaPtaDoS Para criançaS com Deficiência fíSica

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:

3 Compreenderasespecificidadesdodesenvolvimentofísicoemotordacriança de 0 à 5 anos.

3 ConhecermateriaisadaptadosparacriançascomdeficiênciafísicaquepropiciempráticaspedagógicasinclusivasparaaEducaçãoInfantil.

3 Reconhecer a importância de jogos e brincadeiras adaptadas para a inclusãodacriançacomdeficiênciafísicanaEducaçãoInfantil;

Page 56: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA
Page 57: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

57

Práticas Pedagógicas inclusivas Para a educação infantil: Jogos e Materiais adaPtados Para crianças coM deficiência física

Capítulo 3

contextuaLização

Este capítulo abordará, de forma sucinta, alguns aspectos relacionadosà inclusão de crianças com deficiência física na Educação Infantil. Criançascom deficiência devem receber estimulação precoce desde cedo. O primeiroespaço institucionalizadoparaoferecerestaestimulaçãoalémdos institutosdeatendimento especializado é a Educação Infantil, esta como sendo a primeiraetapadaEducaçãoBásicadoindivíduo.

Discutiremos a importância dos materiais adaptados, bem como o papel do brincarnestafasetãoimportantedavidadessascrianças.

a criança com Deficiência fíSica e a eDucação infantiL

A criança com deficiência física, assim como as demais,necessitam de muito estímulo. É preciso pensar as adaptaçõese os projetos de estimulação desde muito cedo, bem como os trabalhospedagógicosapartirdaEducaçãoInfantil.

A Educação infantil é a primeira etapa da Educação Básicafreqüentada pela criança. É este o espaço onde acontecem asprimeiras interações e relações com os pares em um processo com indíciosjásistematizados.

A primeira infância é um período fundamentalpara a estruturação da criança e do adulto que ela virá a ser. A base para sua personalidade, suascondiçõescognitivaseperceptivas,aformacomo irá se relacionar com o mundo dos objetos edaspessoasdependerádosestímulosque iráreceber,dosafetostrocadosedolugarquelheédadonafamíliaenaescola.

Portanto,acrecheeapré-escolatêmumpapelfundamentalno processo de formação da criança, sendo o primeiromomento de sua inserção social fora da família, ou seja, oprimeiropassoparaainclusão.(BRASIL,2006,p.32)

APolíticaNacionaldeEducaçãoEspecialnaPerspectivadaEducaçãoInclusiva(2008) atenta para os processos de inclusão escolar em todas as etapas da Educação Básica,ouseja,daEducaçãoInfantilatéoEnsinoSuperior.

Para compreendermos e iniciarmos um diálogo sobre a inclusão da

A criança com deficiência física, assim como as

demais, necessitam de muito estímulo. É preciso pensar

as adaptações e os projetos de

estimulação desde muito cedo, bem

como os trabalhos pedagógicos a

partir da Educação Infantil.

A primeira infância é um período

fundamental para a estruturação da

criança e do adulto que ela virá a ser.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

criança com deficiência física na Educação Infantil, cabe atentarmos para odesenvolvimentofísicodascrianças:

o desenvolvimento se processa no sentido da cabeça para os pés. Primeiramente, controla os olhos e progressivamente, percebe, estabelece contato, busca e fixa a visão; depoispercebe as mãos e, aos poucos, descobre o poder de preensão e força que elas têm para pegar, agarrar, puxar,manipular; com ajuda dos braços busca alcançar, apoiar,e, futuramente, passa a ter domínio das pernas e dospés usando-os em seu benefício na exploração do meio.Assim,umbebê,primeiramente,vêumobjeto,paradepoispoderalcançá-locomasmãos;controlaprimeiroacabeça,depois o tronco, e a seguir, aprende a sentar, e assim sucessivamente; aprende a fazer muitas coisas com asmãosbemantesdeandar;

• o desenvolvimento se processa da área central do corpo para as periféricas como um processo que se irradia: primeiro, obebêadquireacapacidadeparausarobraçoeacoxa,depoisasmãos e os pés, e finalmente, seus dedos. Dessa forma,observa-se que o desenvolvimento da criança acompanha a mesmaseqüênciadaformaçãodoembrião(cabeça,troncoemembros)odesenvolvimentopartedogeralparaoespecífico,dos grandes para os pequenos músculos e depois se amplia dosimplesparaocomplexo.(Ex.:preensão).(BRASIL,2006,p.29-30)

Com base nas características apontadas pelo documento doMEC(BRASIL,2006),atentamosparaopapeldaestimulaçãoprecocedesdeaEducaçãoInfantil.Éimportanteadaptarmateriaisepropiciarainclusãoemtodososníveisdeensino,atravésdotrabalhocolaborativoentre a equipe pedagógica, o professor, os alunos e a comunidadeescolar.

Vamosverificaralgumasadaptaçõesdemateriais?

• Pratos com ventosas e com bordas altas para a comida e o prato nãocaírem.

• Copos com duas alças.

• Copos com base mais pesadas.

• Talheres, pentes e escovas de dente adaptados quanto ao tamanho e dimensões, engrossando o cabo para melhor preensão do material.

• Lápiscomdiâmetroengrossadoporváriascamadasdefitacrepe,espuma,epóxi, ou outros materiais.

É importante adaptar materiais

e propiciar a inclusão em todos

os níveis de ensino, através do trabalho

colaborativo entre a equipe pedagógica, o

professor, os alunos e a comunidade

escolar.

Page 59: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

59

Práticas Pedagógicas inclusivas Para a educação infantil: Jogos e Materiais adaPtados Para crianças coM deficiência física

Capítulo 3

• Nãoutilizaçãodecadernos,poisnãopodemserbemfixadosàmesa,epeladiferençadealturaemrelaçãoàmesa.

• Usodepapelmaiordoqueosulfite(A4),comoacartolina,porexemplo.;

• Papelmuitobemfixadonasquatropontas.

• Atividadespreparadaspeloprofessordevem ter traçadoespesso, feitocompincelatômicoeemtamanhogrande,preferencialmentenacorazuloupreta(cores escuras).

• Utilização de material grande para trabalhar as formas geométricas(preferencialmentedemadeira).

• Uso,paraalgunsalunos.deumapranchaelevatóriaqueaproximaafolhaemelhoraavisualizaçãodaatividade;

• Valorização da comunicação oral ou gestual.

• Bandejas com recorte para copos e pratos que devem ser presos sobre a mesa,paraevitarqueescorreguemoucaiamemcimadacriança.;

Fonte:BRASIL,2006.

Além dessas adaptações, a escola também deverá ser adaptada em sua estruturafísica,construindorampasdeacessoatodososambientes,banheirosadaptados, portas largas que permitam a entrada de cadeira de rodas, colocação decorrimões,pisosoutapetesantiderrapantes,cantosarredondadosnamobília,além de modificação em seu mobiliário para melhor atender às necessidadesindividuais de seus alunos.

Figura12-AcessibilidadeFísica

Fonte:Disponívelem:<www.revistaescola.abril.com.br>.Acessoem:10abr.2013.

Page 60: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Atividade de Estudos:

1) Alguns recursos que auxiliam no desenvolvimento motor e no desenvolvimento da autonomia também podem ser trabalhados desde a Educação Infantil. Você sabe quais seriam essesrecursos?

QueatividadespodemospropiciaràscriançasdaEducaçãoInfantil,contribuindo com a estimulação precoce e consequentemente com o seu desenvolvimento?

Aponte a seguir suas sugestões. __________________________________________________

__________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________

Page 61: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Práticas Pedagógicas inclusivas Para a educação infantil: Jogos e Materiais adaPtados Para crianças coM deficiência física

Capítulo 3

Agoraque você já anotou suas sugestões, vamosapresentar à vocêpós-graduando, algumas das nossas...

recurSoS e ativiDaDeS

• tapetesensorial.;

• tapetedeAVD(atividadesdevidadiária).;

• jogodeencaixeporcores,formasetamanhos.;

• alinhavos.;

• pranchasdecomunicação.;

• dominódetexturas,cores,formasgeométricaseconteúdosespecíficos.;

• tapetedetexturas.;

• caixatátil.;

• quebra–cabeça.;

• quebra-cabeçadecubos.;

• bonecosparavestir.;

• cartõespictográficosparaproduzirfraseseexpressaridéias,classificar.;

• jogodastampaseroscas.;

• caderno de madeira.

Fonte: A autora.

Figura 13 - Fantoche, caixa de blocos lógicos

Figura 14 - Colher adaptada

Fonte: A autora.

Page 62: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Figura 15 - Jogo de encaixe comtamanhoseformas

Figura16-Gaveteirocomletras e objetos

Fonte: Revista Brincar para todos. Fonte: Revista Brincar para todos.

Figura 17 - Pote para relacionar eclassificarobjetoscoma

respectiva letra inicia

Figura 18 - Gaveteiro com números e quantidades

Fonte: Revista Brincar para todos. Fonte: Revista Brincar para todos.

Figura 19 - Pé ante pé. Para trabalhar cores,pares,numerais,formas,tamanhos,texturasesequência

Figura 20 - Pé ante pé. Para trabalhar cores,pares,numerais,formas,tamanhos,texturasesequência

Fonte: Revista Brincar para todos. Fonte: Revista Brincar para todos.

Page 63: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Práticas Pedagógicas inclusivas Para a educação infantil: Jogos e Materiais adaPtados Para crianças coM deficiência física

Capítulo 3

Figura 21 - Quebra-cabeça em cubos Figura 22 - Jogos de encaixe e quantidade dos numerais

Fonte: A autora. Fonte: Portal de Ajudas Técnicas.

Figura 23 - Caderno de madeira

Figura 24 - Cubo de AVD

Fonte: A autora.Fonte: Portal de Ajudas Técnicas.

Figura 25 - Caixa tátil Figura26-Quebra-cabeçacomcubosemtrêsdimensões

Fonte: A autora. Fonte: Portal de Ajudas Técnicas.

Page 64: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

64

Prática Pedagógica em Deficiência Física

Figura 27 - Jogo dos pinos Figura 28 - Tapete AVD

Fonte: A autora. Fonte: A autora.

Figura 29 - Ciranda das cores e dos objetos(observação,classificação,

pareação, nomeação)

Figura 30 - Amassadinho (bexiga cheiadefarinhadetrigo)

Fonte: Revista Brincar para todos. Fonte: Revista Brincar para todos.

Figura 31 - Rodão (serve para apoiar a criança e estimulá-la com objetos, cores,

sons,texturas,formas,pesos,etc.)

Figura 32 - Prancheta geométrica

Fonte: Revista Brincar para todos. Fonte: Revista Brincar para todos.

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Práticas Pedagógicas inclusivas Para a educação infantil: Jogos e Materiais adaPtados Para crianças coM deficiência física

Capítulo 3

Figura 33 - Pendurando Figura 34 - Pregadores para trabalhar cores,formasemovimento

Fonte: Revista Brincar para todos. Fonte: Revista Brincar para todos.

Figura 35 - Caixa das cores para trabalhar o movimento de pinça

Figura36-Cartõesdenúmerosequantidades/movimentodepinça

Fonte: A autora. Fonte: A autora.

Figura 37 - Régua de madeira adaptadaFigura 38 - Caneta adaptada.

Fonte:Disponívelem:<http://tetraplegicos.blogspot.com/2010/04/adaptacoes-para-materiais-escolares.

htm>.Acessoem:10abr.2013.Fonte: Portal de Ajudas Técnicas.

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66

Prática Pedagógica em Deficiência Física

Figura 39 - Lápis adaptado Figura 40 - Tesoura adaptada

Fonte:Disponívelem:<http://triplocdoeducador.blogspot.com/2011_01_01_archive.html>.

Acesso em: 10 abr. 2013.

Fonte:Disponívelem:<http://triplocdoeducador.blogspot.com/2011_01_01_archive.html>.

Acesso em: 10 abr. 2013.

Figura 41 - Adaptador de apontador Figura 42 - Plano inclinado

Fonte:Disponívelem:<http://triplocdoeducador.blogspot.com/2011_01_01_archive.html>.

Acesso em: 10 abr. 2013.

Fonte:Disponívelem:<http://triplocdoeducador.blogspot.com/2011_01_01_archive.html>.

Acesso em: 10 abr. 2013.

Figura 43 - Separador de páginas de espuma

Figura44-Auxílioparavirarapágina do livro com velcro

Fonte:Disponívelem:<http://triplocdoeducador.blogspot.

com/2011_01_01_archive.html>.Acesso em: 10 abr. 2013.

Fonte:Disponívelem:<http://triplocdoeducador.blogspot.com/2011_01_01_archive.html>.

Acesso em: 10 abr. 2013.

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Práticas Pedagógicas inclusivas Para a educação infantil: Jogos e Materiais adaPtados Para crianças coM deficiência física

Capítulo 3

Figura 45 - Adaptação de números e letras com velcro

Figura46-Jogodealimentaçãocom comunicação alternativa

Fonte:Disponívelem:<http://triplocdoeducador.blogspot.

com./2011_01_01_archive.html>.Acesso em: 10 abr. 2013.

Fonte:Disponívelem:<http://triplocdoeducador.blogspot.com./2011_01_01_archive.html>.

Acesso em: 10 abr. 2013.

Figura 47 - Cartões de comunicação Figura 48 - Monitor com tela de toque

Fonte:Disponívelem:<http://triplocdoeducador.blogspot.

com/2011_01_01_archive.html>.Acesso em: 10 abr. 2013.

Fonte:Disponívelem:<http://triplocdoeducador.blogspot.com./2011_01_01_archive.html>.

Acesso em: 10 abr. 2013.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Todosessesrecursosapresentadosnãosãoespecíficosparaainclusãodacriança com deficiência física apenas na Educação Infantie sim recursos queprovavelmenteserãoutilizadosdurantetodaafaseescolardessesalunos.

Crianças com necessidades especiais decorrentes da deficiência física precisam de muito mais do que tão-somenterecursosbásicosquesatisfaçamsuasnecessidadesprimárias. São crianças que poderão precisar de cuidados e atenção ininterruptos em todos os dias de sua vida, ou superar as dificuldades iniciais se forembemestimuladas ebemacolhidas.(BRASIL,2006,p.34)

É importante sempre atentar para o fato de que recursos emateriais adaptados sozinhos não garantem a participação e inclusão decriançascomdeficiênciafísica.Épossíveldizerqueasinteraçõessociaissãotão importantesouatémaissignificativasparaa inclusãodo que a simples adaptação mecânica de materiais.

Quetalumfilmeparailustraroqueestamosdiscutindo?

Filme: Meu Pé Esquerdo (1989).

Sinopse:

Christy Brown (Daniel Day-Lewis),filho de uma humilde família irlandesa,nasce com uma paralisia cerebral que lhe tira todos os movimentos do corpo, com a exceção do pé esquerdo. Com o controle deste único membro, ele se torna escritor e pintor.

Atividade de Estudos:

1) Apósassistiraofilme,procureidentificarosmateriaisadaptadosutilizadospelopersonagemprincipaldahistória,ChristyBrown.

____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

É possível dizer que as interações

sociais são tão importantes ou até mais significativas

para a inclusão do que a simples

adaptação mecânica de

materiais.

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Capítulo 3

____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________

JogoS e BrincaDeraS Para a incLuSão Da criança com Deficiência fíSica na eDucação infantiL

Brincar é direito da criança que deve dispor dessa condição na Educação Infantilatravésdasinteraçõesentreseuspares,ampliandoaspossibilidadesdesocialização, humanização e conhecimento.

A experiência de conviver com uma criança portadora dedeficiências não traz benefícios apenas para ela, mas paratodas as pessoas envolvidas. Os adultos e os colegas ganham com o aprendizado sobre a diferença, descobrindo que hálugarparatodosequeháformasdiferentesdeveromundoede interagircomele.Amplia-seoolharsobreo indivíduoesobresimesmo.(BRASIL,2006,p.34)

Énoconvíviocomosamigosqueascriançasampliamaspossibilidadesdeaprenderemjuntas;abrincadeiracontribuiparaessas interaçõese fazpartedocotidianodas criançasnosdiferentes espaçosdeEducação Infantil; indiferentedolugarondeestamos,oatodebrincarestápresenteeasbrincadeirassofremainfluênciadaculturalocal.

SegundoKishimoto(1993),osbrinquedos,jogosebrincadeirasfazemparteda cultura e são influenciados por ela nos diferentes tempos, desde o tempoantigo, quando as crianças ainda eram vistas como adultos em miniatura.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

O movimento lúdico alimenta o imaginário dos alunos, necessárioparaqueacriançaqueapresentadificuldadesdeinteração com o meio possa ter oportunidade de “brincar”, experimentando diferentes situações que satisfazem suanecessidade de integração, de sentir-se igual aos demais, da descoberta do prazer e das suas próprias possibilidades (KRAMERapudBRASIL,2006).

Ainda sobre aimportância da interação e dos momentos de trocas entre pares, Vygotsky (1987), afirma que o desenvolvimento ocorre ao longo da

vida, e que a criança aprende através da interação com seus pares. Vygotsky considera que a criança usa as interações sociais como formasprivilegiadasdeacessoa informações, equeem momentosprivilegiados como o do jogo, aprende a solucionar os problemas atravésdofaz-de-conta.

Para esses momentos, Kishimoto (1993) atenta para a importância do resgate dos jogos e brincadeiras populares por fazerem parte da cultura infantil e por proporcionarem momentosdeprazerpelosimples,mas importante, fatodebrincar.Segundoaautora, os jogoseasbrincadeirasdevemser trabalhadosde formanatural, proporcionando prazer, alegria e gratuidade, elementos indispensáveis à conduta lúdica.

Citamosnestecapítulo,váriasimagensde um material que consideramos muito rico: A revista Brincar para Todos!

Vale conhecer!

Eleestádisponívelnosite do MEC:

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/brincartodos.pdf

Trabalhar com brincadeiras populares implica primeiramente no ato de aceitar que elas fazemparte da cultura e da infância, não como conteúdo curriculara ser ministrado, mas como elemento natural presente na vida das pessoas. Ninguémmanifestainteressepeloquenãoconhece.Oprofessordevepermitir-sebrincarparapodertrabalhardeformalúdicacomseusalunos,oportunizandoa inclusão e o convívio com a diversidade, e acreditando na importância das

Kishimoto (1993) atenta para a

importância do resgate dos jogos

e brincadeiras populares por

fazerem parte da cultura infantil e

por proporcionarem momentos de

prazer pelo simples, mas importante, fato de brincar.

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Capítulo 3

brincadeiras, não apenas como meio de desenvolver habilidades, mas também como elemento primordial para o desenvolvimento social, intelectual, físico ecultural da criança.

As condições do desenvolvimento não são as mesmas para todas as crianças, com ou sem deficiências, porque todasconstroem sua pessoa com possibilidades (característicasgenéticas e estruturas corporais) que são muito diferentese particulares a cada uma. Essa construção de sua pessoa e de seu conhecimento do mundo nada mais é do que uma auto-organização que o meio, e especialmente as pessoas, podem facilitar ou não. É muito importante lembrar que odesenvolvimentoda criança comdeficiência realiza-se comoodacriançasemdeficiência,noqualasetapasdaconquistade autonomia e de conhecimento seguem a mesma ordem e acontecempelasmesmasrazões.(BRASIL,2006,p.30)

Para auxiliar no desenvolvimento individual e coletivo das crianças na EducaçãoInfantildeformalúdica,indicamos,comosugereKishimoto(1993),oresgate de brincadeiras populares, por permitirem um contato maior com a cultura e propiciarem o desenvolvimento e a interação de todas as crianças.

Apresentaremos, neste momento, apenas uma brincadeira que escolhemos, poistemosacertezadequecadaumdevocêspós-graduandostrazemconsigosabereseexperiênciasparticularesqueenriquecemsuaspráticas.

Vamosfalardeumabrincadeirapopular?

VocêlembradasCincoMarias?

Vocêconheceaorigemdestabrincadeira?

Pesquise com as crianças.

Uma das hipóteses para a origem da brincadeira é que ela venha de costumes da Grécia antiga. Quando queriam consultar os deuses ou tirar a sorte, os homens jogavam ossinhos da pata decarneiroeobservavamcomocaíam.Cadaladodoossinhotinhaum nome e um valor, e a resposta divina às perguntas humanas era interpretada a partir da soma desses números. O lado mais liso era chamado kyon (valia 1 ponto), omenos liso, coos (6 pontos);o côncavo, yption (3 pontos), e o convexo, pranes (4 pontos). Essa pode ser a origem dos dados (do latim, “dadus”, que quer dizer

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

“dado pelos deuses”), segundo Renata Meirelles, autora do livro “Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil”.Comotempo,osossinhosforamsubstituídosporpedrinhas,sementes e pedaços de telha até chegar aos saquinhos de tecido recheados com areia, grãos ou sementes. As Cinco Marias também são conhecidas como jogo do osso, brincadeira dos cinco saquinhos ou cinco pedrinhas. Para brincar são necessários cinco saquinhos de tecido de mais ou menos 4 cm por 3 cm, com enchimento de areia, farinha,grãosdearrozoufeijão,ouascincopedrinhas(quedevemter tamanhos semelhantes).

Fonte:Disponívelem:<https://sites.google.com/site/antigasbrincadeirasinfantis/brincadeiras-antigas/cinco-marias>.Acessoem:10abr.2013.

Como jogar as Cinco Marias?

1ª etapa

- Jogar as Cinco Marias no chão.

- Escolher uma delas, que será jogada para o alto, enquanto pega-se uma das quatro, sem tocar nas demais. Esperar a que está no alto cair também na mesma mão. Repetir com todas as outras que estão no chão.

2ª etapa

- Jogar as Cinco Marias e tomar de novo uma delas.

- Jogar o saquinho para o alto e, agora, pegar de duas em duas as demais, sem tocar no outro par.

3ª etapa

- Jogar as Cinco Marias no chão e tomar uma delas.

- Jogarosaquinhoparaoaltoepegarprimeiroumedepoistrês,de uma só vez.

4ª etapa

- Jogar as Cinco Marias e tomar uma delas.

- Jogar o saquinho para o alto e, enquanto ele volta, pegar os

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Práticas Pedagógicas inclusivas Para a educação infantil: Jogos e Materiais adaPtados Para crianças coM deficiência física

Capítulo 3

outros quatro de uma só vez, aparando rapidamente também a primeira.

5ª etapa

- Com todas as pedrinhas na mão, jogar para o alto uma delas e deixarnochãoasquatrorestantesetornaraapararaquefoiaoalto.

6ªetapa

- Com todos os saquinhos na mão, jogar um para o alto e colocar trêssobreochão.

- Apararoquefoiaoalto.

- Jogar de novo um para o alto, deixar o outro no chão e aparar o quefoiaoalto.

7ª etapa

- Com todas os saquinhos na mão, jogar um para o alto e deixar um no chão.

- Aparar o que foi ao alto e jogar de novo, para deixar os doisrestantesnochãoeesperaroquefoiaoalto.

8ª etapa

- Com todas os saquinhos na mão, jogar um para o alto e deixar um no chão.

- Apararoquefoiaoaltoerepetiratédeixartodosnochãoeapararoquefoiaoaltodenovo.

Contar pontos:

- Colocar os cinco saquinhos na palma da mão, arrumando-os uns sobre os outros.

- Jogar tudo para o alto e aparar o quanto puder com o dorso da mão.

- Lançarnovamenteparaoalto;oqueseconseguirapararcomapalma da mão é o número de pontos conseguidos na série.

O número de pontos a ser atingido deve ser combinado entre os jogadores.

Fonte:Disponívelem:<https://sites.google.com/site/antigasbrincadeirasinfantis/

brincadeiras-antigas/cinco-marias>.Acessoem:10abr.2013.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

É possível envolver várias áreas através de apenas uma brincadeira,trabalhandodeformainterdisciplinar.

Apresentamos o Poema e a Música “Cinca Marias”!

Eu brincava de cinco-marias E eu tinha quase cinco anos...

Um dia meus dedinhos se fecharam

E eu peguei todas elas... E como numa explosão

Eu tinha uma mão cheia!

E com todos os meus dedinhos, Se fizesse muita força,

Tocava nas nuvens, Fofinhas e doces

Como doces de algodão.

Quando ia dormir Todos eles se juntavam

E aos poucos se transformavam Em travesseiros de penas,

Cobertos com um manto azul, Igual ao da mãezinha do céu

Pra quem eu rezava!

Cinco MariasWilson Paim

Eu dou de rédeas a minha infância As cores vivas dessa aquarela Cinco Marias, o pé de angico, A pipa d’água e o nome dela. Cinco Marias, o pé de angico, A pipa d’água e o nome dela.

Ainda guardo presas a memória Cinco pedrinhas que juntei um dia

Do leito da sanga, ao redor das casas Para que povoassem minha fantasia

Do leito da sanga, ao redor das casas Para que povoassem minha fantasiaOs dedos curvados sobre a terra nua

A sombra mansa lá do arvoredo Eu contemplava seu olhar arisco

Entregue a ternura do jogo brinquedo(Refrão)

Obra de Ivan Cruz

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Capítulo 3

Passaram-se muitos anos E já me perco nos dedos

Pra contar o tempo... E já não tenho a madrinha Pra me estender a mão!

Na verdade nunca entendi

As cinco-marias, Mas entendi meus cinco anos E todos os outros que vieram.

E por duas vezes eu vi

Duas mãozinhas... Cada duas na sua vez,

Fofinhas e doces... Tão diferentes

Como eram os meus dedinhos, Mas iguais nas minhas entregas!

É... agora eu entendi A quarta Maria!

Talvez ela sorria onde estiver,

A minha madrinha... Porque sempre soube

Que eu passaria Pras minhas novas mãozinhas

O segredo guardado na minha mão cheia Das cinco-marias:

Uma pra o amor!

Outra pra dor! Aquela dos sonhos!

A da qual se semeia a entrega! E a última Maria?

Ah!!!! A última é pra o que elas quiserem!!!!

Fonte:Disponívelem:<http://www.galpaodapoesia.13rt.com.br/poemas/cinco-marias.htm>.Acessoem:19abr.2013.

Por que é que o tempo não parou no tempo,

Para um novo alento as nossas próprias vidas?

Porque a mão maléva do destino Se estende sempre para a despedida

Duas Marias pelos olhos dela Trago ainda vivas em meu pensamento, Mas hoje perdidas no frio das lonjuras

Como as três que bailam lá no firmamento Olhando estrelas pelo céu da pampa

A infância volta a cruzar cancelas São Três Marias lá no universo

As outras duas são os olhos dela São Três Marias lá no universo

As outras duas são os olhos dela

Fonte:Disponívelem:<http://letras.mus.br/wilson-paim/1683004/>.

Acesso em: 10 abr. 2013.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Assim como a brincadeira das Cinco Marias, várias outras possibilitamainteraçãoeainclusãodecriançascomdeficiênciafísica.É importante lembrar que cada brincadeira deverá ser pensada para garantir a participação e inclusão de todas as crianças.

Éimportanteprestaratençãoàfaixaetáriadascriançaseafasededesenvolvimentonaqualelasseencontramafimdesuperarasdificuldadesepropornovosdesafiosdeformaconsciente,educativae lúdica.

Se você for brincar de CincoMarias e em sua turma tiver umacriança com deficiência física, não se esqueça de garantir a suaparticipação adaptando o espaço, ampliando o tamanho das peças se for necessário; enfim, analisando as possibilidades de inclusão, e

garantindo a participação de todos.

A seguir vamos finalizar este capítulo comalguns exemplos de atividadesadaptadas.

Esta é uma atividade adaptada que propicia a participação de todos os alunos no jogo do boliche.

Figura 49 - Boliche

É importante prestar atenção

à faixa etária das crianças e a fase

de desenvolvimento na qual elas se

encontram a fim de superar as dificuldades e propor novos

desafios de forma consciente, educativa e lúdica.

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Capítulo 3

Fonte: Revista Ciranda da Inclusão.

Atividades do dia a dia escolar podem ser adaptadas e desenvolvidasdeformatranquila,propiciandoaparticipaçãodetodososalunos.Oprofessorprecisaolharparaa sua turma,pensandonadiversidade de necessidades que ele poderá encontrar em sua sala de aula. Este é o momento de desenvolver a criatividade, a concepção de ser humano e o olhar para a inclusão escolar.

Figura50-Passa,PassaTrêsvezes

Fonte: Revista Ciranda da Inclusão.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

aLgumaS conSiDeraçõeS

Estecapítuloabordouaimportânciadeatentarparaodesenvolvimentofísicoemotor das crianças desde a Educação Infantil, enfatizando que este espaçoinstitucionalizado é o primeiro freqüentado pelas crianças, correspondendo àprimeira etapa da Educação Básica.

Refletimos sobre o papel da estimulação precoce, bem como sobre asrelações entre pares e a integração e socialização das crianças em prol do aprendizado coletivo.

Apontamos algumas adaptações necessárias para garantir o acesso e a participaçãodecriançascomdeficiênciafísicanosespaçosescolaresetambémnocurrículo;finalmente,atentamosparaaimportânciadobrincarnestafase,parao resgate de brincadeiras e para a adaptação dessas brincadeiras, garantindo a participação e o desenvolvimento de todos.

Lembre-se: o olhar do professor para a diversidade é fundamental emtodas as fases do desenvolvimento das crianças. O professor deve trabalharcom o coletivo, propiciando a interação entre pares, e respeitar a diversidade, valorizando a individualidade em prol da inclusão escolar.

referênciaS

BRASIL. Educação Infantil: saberesepráticasdainclusão,dificuldadesdecomunicaçãoesinalização:deficiênciafísica.Brasília:MEC/SEESP,2006.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos tradicionais infantis. São Paulo: Cortez, 1993.

VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

Page 79: PRÁTICA PEDAGÓGICA EM DEFICIÊNCIA FÍSICA

CAPÍTULO 4

PráticaS PeDagógicaS incLuSivaS Para o enSino funDamentaL: JogoS e materiaiS aDaPtaDoS Para a interação, o DeSenvoLvimento e a conStrução Da autonomia

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:

3 Conhecerasnecessidadesdecriançascomdeficiênciafísicanoensinofundamentalesuarelaçãoentrepares.

3 Conhecermateriaisadaptadosparacriançascomdeficiênciafísicaquepropiciem práticas pedagógicas inclusivas para o Ensino Fundamental nas diversas áreas do conhecimento.

3 Compreender o processo de construção da autonomia de crianças com deficiênciafísica,bemcomoopapeldaescolafrenteaesteprocesso.

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Práticas Pedagógicas inclusivas Para o ensino Fundamental: Jogos e materiais adaPtados Para a interação, o desenvolvimento e a construção da autonomia

Capítulo 4

contextuaLização

Este capítulo abordará a inclusão de crianças com deficiência física noEnsino Fundamental. Buscaremos refletir sobre o Atendimento EducacionalEspecializado, a tecnologia assistiva e a comunicação alternativa.

Apresentaremos atividades lúdicas adaptadas para a inclusão de crianças com deficiência física, assim como atentaremos para a construção e odesenvolvimentodaautonomiaeopapeldaescolafrenteaestedesenvolvimentoe a construção da escola inclusiva.

a criança com Deficiência fíSica e o enSino funDamentaL

NocapítuloanterioratentamosparaainclusãodacriançacomdeficiênciafísicanaEducaçãoInfantil.Chegouomomentoderefletirsobreodesenvolvimentodestacriança no Ensino Fundamental, ou seja, na segunda etapa da Educação Básica.

Nestafase,acriançapassaafrequentarumambientesistematizadoepassaa ter contato comumnúmeromaior de professores.É importante perceber ascondiçõesdoespaçoescolarerefletirsobreaspossibilidadesdeinclusãonesteespaço, pois

[o] ambiente escolar é para qualquer criança o espaço por natureza de interação de uns com os outros. É nesse espaço que nos vemos motivados a estabelecer comunicação, a sentir a necessidade de se locomover, entre outras habilidades quenos fazempertenceraogênerohumano.Oaprendizadode habilidades ganha muito mais sentido quando a criança está imersa em um ambiente compartilhado que permite o convívioeaparticipação.Ainclusãoescolaréaoportunidadeparaquedefatoacriançacomdeficiênciafísicanãoestejaàparte, realizando atividades meramente condicionadas e sem sentido. (BRASIL, 2007, p.17)

É neste ambiente que as interações entre pares enriquecerão o desenvolvimento das crianças, contribuindo com a inclusão e a aceitação da diversidade.

Cabe lembrar que crianças com deficiência física podem apresentar maisalguma deficiência associada (sensorial ou intelectual), o que pode acarretarnecessidadesdiferentes.Paratanto,

[...] é necessário que os professores conheçam a diversidadee a complexidade dos diferentes tipos de deficiência física,

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

paradefinirestratégiasdeensinoquedesenvolvamopotencialdo aluno. De acordo com a limitação física apresentada énecessário utilizar recursos didáticos e equipamentos especiais para a sua educação buscando viabilizar a participação do aluno nas situações prática vivenciadas no cotidiano escolar, para que o mesmo, com autonomia, possa otimizar suas potencialidades etransformaroambienteembuscadeumamelhorqualidadedevida.(BRASIL,2006,p.29)

Paraauxiliaroprofessornabuscaporesteconhecimento,selecionamosasdicas de Iracy Paulina para a Revista Escola.

BEM-ESTAR FÍSICO

Procure saber sobre o histórico pessoal e escolar do aluno com deficiência, informe-se com a família e o médico sobre o estadode saúde e quais os efeitos dos remédios que ele está tomando.Esse conhecimento é a base para sugerir qualquer atividade que exijaesforçofísico.Osexercíciospodem,porexemplo, interferirnametabolização de medicamentos.

HABILIDADES BÁSICAS

Para ajudar a criança com deficiência física nas habilidadessociais,escolhaatividadesrelacionadasàsexigênciasdiárias,comodeitar, sentar e levantar-se, arremessar e pegar objetos, parar e mudardedireção.Proponhajogosnosquaisoalunofaçaescolhas(passar por cima ou por baixo de cordas ou elásticos), para que ele perceba o controle que pode ter sobre o corpo.

INTERAÇÃO

Estimuleocontatodacriançacomdeficiênciacomoscolegas,permitindo a troca de ideias, a expressão de emoções e o contato físicoparaauxiliarnasdiversasatividades.

PEÇAS IMANTADAS

Use material concreto e lousa com letras magnéticas para facilitar a formação de palavras e a memorização quando houverrestrição no movimento dos braços.

Fonte:Disponívelem:<http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/obstaculos-saber-424567.shtml>.Acessoem:10abr.2013.

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Práticas Pedagógicas inclusivas Para o ensino Fundamental: Jogos e materiais adaPtados Para a interação, o desenvolvimento e a construção da autonomia

Capítulo 4

Entreasnecessidadesapresentadasporcriançascomdeficiênciafísica,emalguns casos, pode-se destacar as de comunicação, principalmente nos casos de paralisia cerebral, o que vai necessitar o uso de tecnologia assistiva. “A Tecnologia Assistivadeveserentendidacomoumauxílioquepromoveráaampliaçãodeumahabilidadefuncionaldeficitáriaoupossibilitaráarealizaçãodafunçãodesejadaequeseencontraimpedidaporcircunstânciadedeficiência.(BERSCH,2006,p.2).

Existe uma associação freqüente entre a deficiência físicae os problemas de comunicação, como nos caso de alunos com paralisia cerebral. A alteração do tônus muscular, nessas crianças, prejudicará também as funções fonoarticulatórias,onde a fala poderá se apresentar alterada ou ausente. Oprejuízo na comunicação traz dificuldades na avaliaçãocognitiva dessa criança, que comumente é percebida como deficientemental. Nesses casos, o conhecimento e aimplementação da Comunicação Atendimento Educacional Especializado para Alunos com DeficiênciaFísica Aumentativa e Alternativa, no espaço doatendimento educacional, será extremamente importante para a escolarização deste aluno. (BRASIL, 2007, 23 – 24)

O uso da tecnologia assistiva propicia a inclusão de alunos com deficiência física através das possibilidades de comunicaçãoestabelecidas, e também oportuniza ao aluno o desenvolvimento de suashabilidades.Éimportantequeoprofessorconheçaepesquiseasdiferentespossibilidadesemparceriacomoprofessordoatendimentoespecializadodasaladeapoiomultifuncional,poisanecessidadedeuma criança pode não ser a necessidade de outra. Este é o momento de trabalhar e respeitar as individualidades.

Para o trabalho com essas individualidades, faz-se necessário o segundoprofessor na turma a fim de realizar oAtendimento Educacional Especializado(AEE)emparceriacomoprofessorregentedeformacolaborativa.

Figura 50 - Tecnologia assistiva

Fonte:Disponívelem:<www.casadomenino.org.br>.Acesso em: 10 abr. 2013.

O uso da tecnologia assistiva propicia a inclusão de alunos

com deficiência física através das

possibilidades de comunicação estabelecidas, e

também oportuniza ao aluno o

desenvolvimento de suas habilidades.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Para ampliar os conhecimentos acerca do Atendimento Educacional Especializado (AEE) para crianças com DeficiênciaFísica, recomendamos a leitura do material desenvolvido peloMEC.

A tecnologia assistiva, como já citamos, apresenta vários recursos;recursosessesquedevemseridentificadosdeacordocomanecessidadedecadacriançapeloprofessordoAEEnassalasderecursosmultifuncionais.

Nas salas de recursos multifuncionais, destinadas aoatendimento especializado na escola, é que o aluno experimentará várias opções de equipamentos, até encontrar o que melhor se ajusta àsuacondiçãoenecessidade.Juntocomoprofessorespecializado

aprenderá a utilizar o recurso, tendo porobjetivousufruiraomáximodestatecnologia. Após identificar que oaluno tem sucesso com a utilização do recurso de TA, o professorespecializado deverá providenciar que este recurso seja transferidopara a sala de aula ou permaneça com o aluno, como um material pessoal. (BRASIL, 2007, p.33)

Muitos alunos utilizam como material pessoal as pranchas de comunicação alternativa que são recursos e estratégias para complementar a comunicação do alunodeficientefísicoquepossuiafalacomprometida.

Sua função é complementar a comunicação existente ou substituir ashabilidades de comunicação inexistentes. A seguir, vejam alguns modelos para serem reproduzidos e utilizados em sala:

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Práticas Pedagógicas inclusivas Para o ensino Fundamental: Jogos e materiais adaPtados Para a interação, o desenvolvimento e a construção da autonomia

Capítulo 4

Figura 51 - Prancha de Higiene Pessoal

Fonte: Ciranda da Inclusão.

Figura 52 - Prancha de móveis e objetos

Fonte: Ciranda da Inclusão.

Figura 53 - Divisão por cores Figura 54 - Corpo

As pranchas de comunicação não são um material adaptado apenasparaacriançacomafalacomprometida,mastambémparacriançascomdeficiência intelectual,síndromes, transtornosglobaisdodesenvolvimento,enfim,paratodososquenecessitaremdeumacomunicaçãoalternativaquevenhaafavoreceroseurelacionamentocom o outro e a inclusão propriamente dita.

Fonte:Disponívelem:<http://comunicacaoaa.files.wordpress.

com/2009/12/pecs-corpo-humano.jpg>. Acesso em: 10 de abr. 2013.

Fonte:Disponívelem:<www.assistiva.com.br>.Acessoem:10abr.2013.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Dicas de outras pranchas:

• Pranchadosalunosdasala(vaiafotodecadacolegadasalacomseunome).

• Doalfabeto.

• Dos números.

• Do calendário.

• Das partes do corpo.

• Dos animais aquáticos.

• Dafamília.

• Daspessoas(idoso,bebê...).

• Dosfuncionáriosdaescola.

• Das roupas.

• Dos objetos escolares.

• Dos ambientes da casa.

• De animais diversos.

• Dos alimentos.

• Dasfrutasebebidas.

• De lugares.

• De brinquedos.

• De transportes.

• Dosconteúdosespecíficosdecadadisciplina.

• De ações e outras.

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Práticas Pedagógicas inclusivas Para o ensino Fundamental: Jogos e materiais adaPtados Para a interação, o desenvolvimento e a construção da autonomia

Capítulo 4

PráticaS PeDagógicaS incLuSivaS Para criançaS com Deficiência fíSica no enSino funDamentaL: DoS JogoS aoS materiaiS aDaPtaDoS

Jogos e brincadeiras são propostas que podem facilmente ser adaptadas.Aos professores, cabe a tarefa de criar condições favoráveis para atingir osobjetivosdesuaaulaemconvergênciacomasuaáreadeconhecimento.

Asdiferentescompetênciascomasquaisascriançaschegamàescolasãodeterminadaspelasexperiênciascorporaisquetiveram oportunidade de vivenciar. Ou seja, se não puderam brincar, conviver com outras crianças, explorar diversos espaços, provavelmente suas competências serão restritas.(BRASIL, 1997, p.45)

É necessário conhecer toda a turma, como também todas as especificidadesrelacionadasaodesenvolvimentodecadaaluno.Umaproposta que visa a inclusão de alunos com deficiência física nãodevepreveratividadesdiferenciadasesimatividadesquepermitamaparticipaçãodetodososalunoscomousemdeficiência,contribuindocom o desenvolvimento de todos, e respeitando a individualidade através da adaptação da atividade ou dos materiais.

Em todas as situações próprias ao desenvolvimento e à aprendizagem da criança na sala de aula e na escola, o aluno com comprometimentos motores deverá receber a atenção necessária para que possa delas participar, dentro das suas possibilidades e com o seu jeito de atuar. Dessa forma, tendoas mesmas oportunidades de participação e de execução, a criança se sentirá valorizada e estimulada, desenvolvendo sua auto-estima e, pelasexperiênciaseoportunidadesde interaçãosocial, terá condições de formar as estruturasmentais básicas para aprendizagem. (BRASIL, 2006,p.67)

Desta forma, crianças com deficiência física, assim como as demais,necessitamdemuitoestímulonoquetangea:

Uma proposta que visa a

inclusão de alunos com deficiência física não deve

prever atividades diferenciadas e sim atividades

que permitam a participação de

todos os alunos com ou sem deficiência, contribuindo com o desenvolvimento de todos, e respeitando

a individualidade através da

adaptação da atividade ou

dos materiais.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Figura 55 - Habilidades

Fonte:AdaptadodeCirandadaInclusão/2012.

Indicamos o livro: Folclorices de Brincar das autoras Mércia MariaLeitãoeNeideDuarte.Asbrincadeirasquefizerampartede

tantas infâncias são tão importantese simbolizam tão fortemente nossacultura que já são consideradas parte indissociável de nosso folclore.Amarelinha, pião, pula corda e tantas outras são o mote para a arte visual de Ivan Cruz, que, por sua vez, inspirou as autoras Mércia Leitão e Neide Duarte a usarem a arte poética para escrever este livro.

A ludicidade amplia o processo de ensino e aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, ou seja, no desenvolvimento da motricidade finae ampla, quanto no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a interpretação, a imaginação, a criatividade, a tomada de decisão, a obtenção e organização de dados, o levantamento de hipóteses e a aplicação dos fatos edosprincípiosanovassituaçõesque,porsuavez,acontecemquandojogamos,quandoobedecemosa regras,quandovivenciamosconflitosnumacompetição,etc(CAMPOS,2006).Alémdisso,ojogotambéméreconhecidocomoummeiodeforneceràcriançaumambienteagradável,motivador,planejadoeenriquecido,que possibilita a aprendizagem de várias habilidades, trabalhando também o seu desenvolvimentodentroeforadasaladeaula.

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Práticas Pedagógicas inclusivas Para o ensino Fundamental: Jogos e materiais adaPtados Para a interação, o desenvolvimento e a construção da autonomia

Capítulo 4

De acordo com Vygotsky (1989), é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Segundo o autor, acriança no brinquedo comporta-se de formamais avançada do quenas atividades da vida real, tanto pela vivência de uma situaçãoimaginária, quanto pela capacidade de subordinação às regras. Dessa forma, compreendemos que os jogos e as brincadeiras sãoaçõesindispensáveisàsaúdefísica,emocionale intelectual,eépormeio deles que a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a autoestima, preparando-se para ser um cidadãocapazdeenfrentardesafiosecontribuirdemaneiraefetivanaconstrução do mundo.

Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade que dela resulta, mas a própria ação, os momentos de fantasia que são transformados em realidade, momentos depercepção, de conhecimentos, momentos de vida. Na escola, os jogos e as brincadeiras estimulam nas crianças, o desenvolvimento pleno do corpo e da mente. O jogo desperta também o surgimento da afetividade,sentimentos,emoções,medos,interessesealegrias.

A ludicidade proporciona desenvolvimento pessoal que, associado aos fatores sociais e culturais, colabora para uma boa saúde físicae mental, facilitando o processo de socialização, comunicação,construção de conhecimento, além de um desenvolvimento pleno e integral dos indivíduos envolvidos no processo de ensino eaprendizagem. Por meio da atividade lúdica e do jogo, a criança formaconceitos,selecionaideias,estabelecerelaçõeslógicas,integrapercepções, faz estimativas compatíveis como crescimento físico edesenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando.

Desse modo, a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não deve ser vista apenas como diversão, mas como um aprendizado; porém, para garantir o trabalho com jogose ludicidade, é necessário atentar para a adaptação de materiais pedagógicos.

O material pedagógico precisa ser adaptado às condições de manipulação e de uso da criança, sendo que, para isso, a criatividade e inventividade do professor são fundamentais. O material desucataéimportanteparaessefim:embalagensetampas de material de limpeza, caixas de diversos tamanhos (pasta dental, remédios, presentes, sapatos, sabão em pó), latas com respectivas tampas,rolosvaziosdepapelalumínio, tubosdefilmesfotográficos,etc.

De acordo com Vygotsky (1989), é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera

cognitiva.

Os jogos e as brincadeiras são ações

indispensáveis à saúde física, emocional e

intelectual, e é por meio deles que a

criança desenvolve a linguagem, o pensamento,

a socialização, a iniciativa e a autoestima,

preparando-se para ser um cidadão

capaz de enfrentar desafios e contribuir de maneira efetiva

na construção do mundo.

O jogo desperta também o

surgimento da afetividade, sentimentos,

emoções, medos, interesses e

alegrias.

O material pedagógico precisa

ser adaptado às condições de

manipulação e de uso da criança, sendo que, para

isso, a criatividade e inventividade

do professor são fundamentais.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Muitacoisapoderáserfeitacomajudadacomunidade,como,por exemplo, omarceneiro poderá fazer em tamanhomaioras peças de jogos de dominó, números e letras do alfabeto(mais ou menos de 12x10 cm), peças do material dourado, dos blocos lógicos etc., sempre com o tamanho de acordo com a visualização e capacidade de manipulação e preensão dacriança.(BRASIL,2006,p.68)

São vários os materiais e várias as possibilidades de jogos e brincadeiras para oportunizarmos às crianças. Apresentaremos agora uma série de jogos e brincadeirasadaptadasparaainclusãodecriançascomdeficiênciafísica.

BATATA QUENTE

Figura56-Batataquente

Fonte:RevistaCirandadaInclusão/2012.

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Capítulo 4

FORMANDO PARES

Figura 57 - Formando Pares

Fonte:RevistaCirandadaInclusão/2012.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

ESCRAVOS DE JÓ

Figura 58 - Escravos de Jó

Fonte:RevistaCirandadaInclusão/2012.

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Práticas Pedagógicas inclusivas Para o ensino Fundamental: Jogos e materiais adaPtados Para a interação, o desenvolvimento e a construção da autonomia

Capítulo 4

ADIVINHE O ANIMAL

Figura 59 - Adivinha

]Fonte:RevistaCirandadaInclusão/2012.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

DANÇA DA BEXIGA

Figura60-DançadaBexigaoubalão

Fonte:RevistaCirandadaInclusão/2012.

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Capítulo 4

BUMERANGUE

Figura61-Bumerangue

Fonte:RevistaCirandadaInclusão/2012.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

ZOOLÓGICO

Figura62-Zoológico

Fonte:RevistaCirandadaInclusão/2012.

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Capítulo 4

Atividade de Estudos:

1) Para finalizar esta sequência de jogos e atividades, sugerimosque você pós-graduando, desenvolva uma proposta de jogoadaptadopara trabalhara inclusãodecriançascomdeficiênciafísica.Nãoseesqueçadosrecursosadaptados!

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a conStrução e DeSenvoLvimento Da autonomia De criançaS com Deficiência fíSica

Diariamente percebemos nos discursos dos professores a expressão“DESENVOLVIMENTODAAUTONOMIA”.VamosatentarparaoqueelasignificanoAtendimentoEducacionalEspecializadoparacriançascomdeficiênciafísica.

Toda criança deve ser estimulada a desenvolver sua autonomia e com criançascomdeficiência físicanãoédiferente;porém,asnecessidadespodemserespecíficas.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

Todos os recursos e as adaptações citadas no decorrer do nosso caderno de estudosestimulamodesenvolvimentodaautonomiadascriançascomdeficiênciafísica, desde um engrossador de lápis até uma prancha de comunicaçãoalternativa;noentanto,

no caso de educandos com graves comprometimentos motores, que necessitam de cuidados na alimentação, na locomoção e no uso de aparelhos ou equipamentos médicos, faz-senecessárioapresençadeumacompanhantenoperíodoem que freqüenta a classe comum. São esses recursoshumanos que possibilitam aos alunos com deficiência físicaa autonomia, a segurança e a comunicação, para que eles possam ser inseridos em turmas do ensino regular. (BRASIL, 2006,p.28)

O atendimento especializado algumas vezes depende do recurso humano para tal desenvolvimento.

É papel da escola propiciar o desenvolvimento da autonomia através das adaptações de pequeno e grande porte, já detalhadas nos capítulos anteriores, como também é papel dos professores desala regular e do atendimento especializado garantir as adaptações necessáriasparaquecadacriançacomdeficiênciapossadesenvolversua capacidades, habilidades e autonomia através das atividades pedagógicas ou atividades da vida diária, como também por meio de “produtos, instrumentos e equipamentos ou tecnologias adaptados ou

especialmenteprojetadosparamelhorarafuncionalidadedapessoaportadoradedeficiênciaoucommobilidadereduzida,favorecendoaautonomiapessoal,totalouassistida”.(BRASIL,art.61dodecretonª5.296/04).

Propiciar o desenvolvimento da autonomia, realizar as adaptações de pequeno e grande porte necessárias, garantir o Atendimento Educacional Especializado e, pensar a escola para todos são certamente um grande passo embuscadainclusãoescolar,aquelaquetantodefendemoseacreditamosseramais justa com o ser humano, pois certamente valoriza a diversidade!

aLgumaS conSiDeraçõeS

Este último capítulo abordou adaptações para o desenvolvimento daautonomiadecrianças comdeficiência físicanoEnsinoFundamental, segundaetapadaEducaçãoBásicafrequentadapelascrianças.

É papel da escola propiciar o

desenvolvimento da autonomia através

das adaptações de pequeno

e grande porte.

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Capítulo 4

Atentamos para o Atendimento Educacional Especializado, bem como para o uso da tecnologia assistiva, principalmente para a comunicação alternativa.

Dentro da comunicação alternativa, apresentamos alguns exemplos de prancha de comunicação para auxiliar na própria comunicação, na autonomia e no desenvolvimento de crianças com deficiência física que tiveram a falacomprometida.

Apresentamos uma série de jogos adaptados para garantir a participação decriançascomdeficiência físicanasatividades lúdicas, eatentamosparaasinteraçõeseastrocasentreparescomofatoresessenciaisparaodesenvolvimentohistórico, social e emocional de todas as crianças.

Concluímos o caderno de estudos, refletindo sobre a escola inclusiva, aescola da diversidade.

Esperamos ter contribuído com as reflexões que buscam garantir ainclusãoescolar semenfatizar osdiscursosdeque “nãoestamospreparados”,e substituir tal discurso que já virou comum por “estamos buscando desenvolver os conhecimentos e habilidades necessários para construir a escola inclusiva”!

referênciaS BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais–EducaçãoFísicaBrasília:MEC/SEF, 1997.

______. Referencial curricular nacional para a educação infantil.Brasília:MEC/SEF,1998.

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______. DECRETO nª 5.296/2004.Disponívelem:<www.81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/2004/5296.htm>.Acessoem:15jan.2013.

______, Educação infantil: saberesepráticasdainclusão,dificuldadesdecomunicaçãoesinalização:deficiênciafísica. Brasília:MEC/SEESP,2006.

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Prática Pedagógica em Deficiência Física

______,AtendimentoEducacionalEspecializado,DeficiênciaFísica.Brasília:MEC: SEESP, 2007.

BERSCH,Rita;SCHIRMER,Carolina.TecnologiaAssistivanoProcessoEducacional. In.: Ensaios Pedagógicos: Construindo Escolas Inclusivas. Brasília:MEC/SEESP,2005.

CAMPOS, Maria Célia Rabello Malta. A importância do jogo no processo de aprendizagem.Disponívelem:<http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=39>.Acessoem:10jan.2013.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.