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PRÁTICA JURÍDICA III 2005 1º Semestre

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PRÁTICA JURÍDICA III

20051º Semestre

EXPEDIENTE

CURSO DE DIREITO – CADERNOS DE EXERCÍCIOSCoordenação Geral do Curso de Direito da Universidade Estácio de SáProf. Sérgio Cavalieri FilhoProf. André Cleofas Uchôa CavalcantiCoordenação Executiva: Márcia Sleiman

COORDENAÇÃO DO PROJETOComissão de Qualificação e Apoio Didático-pedagógicoPresidência: Prof. Laerson MauroCoordenação: Prof.ª Tereza Moura

ORGANIZAÇÃO DO CADERNOProf.ª Solange Ferreira de Moura

COLABORAÇÃOProfessores Aloma Rangel, Anna Cristina Motta, Cláudia Arouca, Juliana Lintz eLilian Coelho

APRESENTAÇÃO

A metodologia de ensino do Curso de Direito é centrada na articulaçãoentre teoria e prática. Essa metodologia abarca o estudo interdisciplinardos vários ramos do Direito, permitindo o exercício constante da pesqui-sa, bem como a análise de conceitos e a discussão de suas aplicações. Oobjetivo é tornar as aulas mais interativas e melhorar a qualidade doensino da prática jurídica.Os pontos relevantes para o estudo dos casos devem ser objeto depesquisa prévia pelos alunos, envolvendo a legislação pertinente, a dou-trina e a jurisprudência, de forma a prepará-los para as discussões emsala de aula.Ao final de cada semestre, o aluno disporá de uma pasta completa epersonalizada, contendo peças processuais de qualidade, que servirãode base para o exercício profissional.

Coordenação Geral do Curso de Direito

SUMÁRIO

Procedimentos de estágio de prática jurídica ............................. 7

AULA 1Articulação – teoria e prática. Do processo cautelar. Disposiçõesgerais. Requisitos específicos. Distinção da antecipação detutela. Cautelares em espécie. Petição inicial. Estrutura de petiçãoinicial. ......................................................................................... 10

AULA 2Ação Cautelar. Direito de família. Incidental. Processo deexecução. ................................................................................... 13

AULA 3Ação Cautelar. Direito de família. Preparatória de ação deconhecimento. ............................................................................ 13

AULA 4Ação Cautelar. Natureza satisfativa. ......................................... 14

AULA 5Embargos à execução de título extrajudicial. .............................. 15

AULA 6Embargos de terceiro. ................................................................. 19

AULA 7Articulação – teoria e prática. Teoria geral dos recursos: conceito;princípios gerais; efeitos; classificação; finalidades; espécies.Juízo de admissibilidade e juízo de mérito. Estrutura dos recursosde apelação e de agravo. ............................................................ 20

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AULA 8Recurso contra sentença. Direito de família. .............................. 30

AULA 9Recurso contra sentença em ação de execução de títuloextrajudicial. ............................................................................... 31

AULA 10Recurso contra decisão interlocutória em exceção deincompetência. ........................................................................... 31

AULA 11Recurso contra decisão interlocutória. Direito de família. .......... 32

AULA 12Recurso contra sentença. Lei 9.099/1995. Direito doConsumidor. .............................................................................. 34

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PROCEDIMENTOS DEPRÁTICA JURÍDICA

Compete ao aluno

1. Ler, antecipadamente, o caso concreto que será objeto da aula seguin-te, revisando a base conceitual necessária.

2. Levar para a aula os apontamentos e o material de consulta necessári-os à solução do caso (código, doutrina e jurisprudência) e o esboço daestrutura da peça processual cabível.

3. Elaborar, individualmente, a peça processual, após a discussão docaso com o grupo, e entregá-la ao professor para correção.

4. Observar os seguintes critérios na elaboração da peça:

Forma

• Estrutura da petição• Presença de todos os elementos necessários• Coesão e coerência no discurso• Observância da modalidade culta da língua• Uso competente do repertório vocabular

Conteúdo

• Direito material em questão• Rito• Competência• Legitimidade ativa e passiva• Narrativa lógica dos fatos• Expressão jurídica escrita

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• Fundamentação jurídica• Pedido• Requerimento de provas• Valor da causa

5) Ao receber a peça corrigida, o aluno deverá proceder às modificaçõessugeridas pelo professor, aprofundando sua fundamentação com doutri-na e jurisprudência pertinentes.

Obs: Esta peça refeita deverá ser entregue ao professor na aula seguinte,juntamente com a original, para avaliação.

6) Arquivar as peças numa pasta própria identificada com nome, turma,turno, para ser entregue ao professor no dia da prova, para atribuição degrau.

Critérios de avaliação:

As provas de prática jurídica (PR1, PR2 e segunda chamada) serão com-postas de uma peça processual. O grau obtido na prova será somado aospontos atribuídos com base na avaliação progressiva do aluno por meiodos trabalhos semanais que constarão da pasta, entregue obrigatoria-mente na data da prova.

Atenção:

As PR1, PR2 e segunda chamada serão compostas de um caso concretopara avaliação e elaboração da peça processual cabível, valendo setepontos. A correção pelo professor será baseada na subtração dos pon-tos relativos aos erros, conforme indicadores abaixo.

Roteiro da peça processual para avaliação:

• Competência ......................................................................... 1 ponto• Rito ....................................................................................... 1 ponto• Legitimidade ativa ................................................................. 1 ponto• Legitimidade passiva ............................................................ 1 ponto

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• Narrativa lógica dos fatos ..................................................... 1 ponto• Fundamentação jurídica ........................................................ 1 ponto• Pedido ................................................................................... 2 pontos• Requerimento de provas ....................................................... 1 ponto• Valor da causa ....................................................................... 1 ponto

• A participação do aluno na discussão dos casos, em aula, a apresenta-ção oral dos casos, a expressão jurídica escrita, a reapresentação detodas as peças já corrigidas, com a inclusão de citações doutrinárias ejurisprudenciais, bem como, o zelo e a boa apresentação da pasta com ostrabalhos, valerão até 3 pontos.

• A prova final será composta de uma peça processual valendo até 10pontos.

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AULA 1

Articulação – teoria e prática

PROCESSO CAUTELAR

Arts. 796 a 889 do Código de Processo Civil (CPC)

1. ConceitoA ação cautelar consiste no direito do interessado de provocar o órgãojurisdicional para tomar providências que assegurem e conservem oselementos do processo (pessoas, provas, bens), eliminando a ameaça deperigo ou prejuízo iminente e irreparável ao interesse tutelado no proces-so principal (de conhecimento ou de execução), para que este possa vira ter um resultado útil.

2. Requisitos da tutela cautelar

2.1. Fumus boni iuris – o direito em risco deve revelar-se como o interes-se que justifica o “direito de ação”, ou seja, o direito ao processo demérito.

2.2. Periculum in mora – o perigo de dano justificador do poder geral decautela deve ser fundado, relacionado a um dano próximo, grave e dedifícil reparação.

3. Requisitos da petição inicialArt. 801 do CPC, c/c arts. 806 e 808.

4. A liminarArt. 804 do CPC.

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5. Estrutura da petição inicial de ação cautelar

EX.mo SR. DR. JUIZ DE DIREITO... (observar art. 800 e 801, I do CPC eCódigo de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Rio de Janeiro– Codjerj)

(NOME DO REQUERENTE), nacionalidade, estado civil, profissão, por-tador da carteira de identidade n° xxxxxxxxx, expedida pelo IFP, inscrita noCPF/MF sob o n° xxxxxxxxxxx, residente na rua (endereço completo), porseu advogado, com endereço profissional na rua (endereço completo),vem a V. Ex.a propor

AÇÃO CAUTELAR _______,

em face de (NOME DO REQUERIDO), nacionalidade, estado civil, profis-são, portador da Carteira de Identidade n° xxxxxxxxx, inscrito no CPF sobo n° xxxxxxxxxxx, residente na rua (endereço completo), pelas razões defato e de direito que passa a expor:

A LIDE E OS FUNDAMENTOS (nas ações preparatórias, art. 801, III, doCPC)

A EXPOSIÇÃO SUMÁRIA DO DIREITO AMEAÇADO E O RECEIO DALESÃO (art. 801, IV, do CPC)

A AÇÃO PRINCIPAL A SER PROPOSTA NO PRAZO DE TRINTA DIAS(arts. 806 e 808 do CPC)

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DO PEDIDO

Diante do exposto, requer a V. Ex.a:a) a concessão da medida liminar de..............., inaudita altera pars (art.804 do CPC);b) a expedição de ofício para..... ou mandado de......;c) a citação do requerido;d) a procedência do pedido, tornando definitiva a medida liminarmentepleiteada;e) a condenação do requerido aos ônus da sucumbência.

DAS PROVAS (art. 801 V)

Requer a produção de prova documental, pericial, testemunhal.

DO VALOR DA CAUSADá à causa o valor de R$...........

P. Deferimento.

Rio de Janeiro, ____de_______________ de ______.

________________________________Nome do(a) advogado(a)

OAB/RJ nº xxxx

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AULA 2

CASO CONCRETO

Mariana Santos Rodrigues, menor impúbere, representada por sua mãe,Fernanda Santos Rodrigues, brasileira, casada, professora, residente naRua Jota, 32, Nova Iguaçu, propôs ação de alimentos em face de JorgeRodrigues, seu pai, brasileiro, casado, contador, residente na rua Paulina,25/302, Flamengo, sendo esta julgada procedente em 25 de fevereiro de2003, com trânsito em julgado, restando o mesmo condenado a pagar aquantia de R$ 1.000,00 por mês (processo 111, que tramitou perante a 2ªVara de Família de Nova Iguaçu).

Em processo de separação judicial, casal discute partilha do únicobem, adquirido na constância do casamento por esforço comum. O pro-cesso tramita na 1ª Vara de Família da Capital, sob o nº 222. O bem é umautomóvel no valor de R$ 10.000,00 que está na posse do varão.

Ocorre que há três meses Jorge Rodrigues não paga a pensão, o queensejou a execução judicial nos autos da ação de alimentos nesta data. Écerto que o varão está anunciando o veículo para venda, o que se com-prova com os anúncios publicados em jornal, além de haver testemunhasde que diversas pessoas o procuraram em casa, interessadas no veículo(declarações em anexo).Visando proteger os interesses de Mariana, elabore a medida judicialcabível.

AULA 3

CASO CONCRETO

José Moreira Sampaio, delegado de polícia, vive em união estável há 12anos com Maria Lúcia Soares. Residem na rua dos Sabiás, 633/1.001,Freguesia. Na convivência, adquiriram vários bens, pelo esforço comum,a saber: apartamento na rua dos Sabiás, 633/1.001, registrado somenteem nome de José; casa de praia na estrada da Maresia, 2.300, Búzios;automóvel Citroën 2004, placa LKF-7795; 25 mil ações da Petrobrás; to-dos os móveis que guarnecem a residência do casal (fogão, geladeira,

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sofá, televisão, aparelho de som, mobília do quarto, DVD, dois aparelhosde ar- condicionado).

Em 20 de fevereiro de 2004 Maria foi surpreendida pelo companheiro,ao ouvi-lo dizer que estava abandonando o lar conjugal, que tinha umanamorada, muito mais nova e culta que ela, e que, como todos os bensestavam em seu nome, iria aliená-los, deixando-a sem nada.

Apavorada, Maria Lúcia procura você, advogado(a), para que tomeas medidas judiciais cabíveis a fim de resguardar os bens, até que sejaproposta a ação visando o desfazimento da união estável. Promova amedida judicial cabível, apontando a fundamentação legal.

AULA 4

CASO CONCRETO

Aparecida Mendes Pinto, brasileira, casada, médica pediatra, portadorada carteira de identidade nº 355.887.46-5, expedida pelo IFP/RJ, CPF202.658.458-65, residente na estrada do Pau Ferro, 89, Jacarepaguá, com-parece ao seu escritório narrando o que segue.

“Casei-me com Raimundo Pinto, brasileiro, empresário, carteira deidentidade 855.774.10-9, CPF 203.257.785-51, residente na estrada do Ouro,187, Barra da Tijuca. Tivemos dois filhos: Pedro e Lucas, que hoje estãocom 4 e 5 anos. No dia 1º de março de 2003, meu marido deixou o larconjugal. Desde então passei a viver sozinha com a posse de fato dasminhas crianças. Raimundo propôs ação de regulamentação de visita,que tramitou perante o MM. Juízo da 1ª Vara de Família de Jacarepaguá.No dia 10 de setembro de 2003 foi proferida a seguinte decisão: ‘(...) Anteo exposto, julgo procedente o pedido, autorizando o Autor a ter os meno-res em sua companhia em finais de semana alternados, apanhando-os às10 horas de sábado e devolvendo-os às 19 horas de domingo na residên-cia de sua mãe, detentora da guarda dos menores (...) condeno a ré aopagamento das custas e honorários fixados em 10% do valor da causa.’Tal decisão vinha sendo cumprida regularmente. Ocorre que no dia 15 demarço de 2004 Raimundo pegou as crianças para passear e não as devol-veu como combinado. O telefone da casa de Raimundo não atende, nemo seu celular. As crianças estão longe de casa e de mim pela primeira vez.

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Estão faltando à escola há quinze dias. Estou desesperada. Soube ontempela minha sogra que as crianças estão na casa de Raimundo e que eledesligou os telefones.”

Aparecida disse, ainda, que pretende propor a ação de separaçãojudicial litigiosa, porque o acordo proposto pelo marido é inaceitável, jáque ela teria de abrir mão de grande parte do patrimônio ao qual temdireito na partilha. Aparentemente, sua recusa em aceitar as condiçõesinjustas foi a causa da atitude irresponsável de seu marido que pretendeusar os filhos para pressioná-la.Diante desta situação proponha a medida judicial cabível.

AULA 5

CASO CONCRETO

Wanderson Darlan procura você, advogado(a), munido do mandado deintimação da penhora do caminhão da marca Mercedes, modelo Mega X,ano 2003, de propriedade da executada, no valor de R$ 130 mil e apresen-tando a petição inicial abaixo. Informa ainda que jamais recebeu as mer-cadorias objeto do pedido, que deveriam ter sido entregues até o dia 10de dezembro, razão pela qual cancelou o pedido e se recusou a pagar asduplicatas, que sequer foram protestadas. A Fábrica de Camisetas DarlanLtda. não fechou, apenas mudou de sede, para a rua da Paz, 39, em NovaIguaçu. A citação efetuou-se em seu endereço residencial. Seu clienteapresenta prova documental de todas as afirmações.

Promova a medida judicial cabível.

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCADE NOVA IGUAÇU

Distribuição por dependência ao proc. n°: ____

LANCASTER-EMPRESA PRODUTORA DE EMBALAGENSLTDA., inscrita no CNPJ sob o nº 333.444.555-98, Inscrição Estadual n°239485-09 , com sede na estrada Velha da Pavuna, nº 533, Rio de Janei-ro, CEP 22333-444, representado por Emerson Lancaster, sócio-geren-te, por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na ruada Luz, n° 29, sala 707, Centro, nesta Capital, vem a V. Exa. respeitosa-mente propor

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA FACE A DEVEDOR SOLVENTEFUNDADA EM TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL

em face à FÁBRICA DE CAMISETAS DARLAN LTDA., inscrita no CNPJn° 999.888.777.33, Inscrição Estadual n° 567890-99, com sede em NovaIguaçu, à Rua das Marrecas, n° 222, Rio de Janeiro, CEP 000.000, nestacidade, pelos fatos e fundamentos de direito que passa a expor:

DOS FATOS

A exequente figura como empresa produtora de embalagens e afins, con-quistando posição de renome nacional por sua lisura e competência, sejanos produtos que fabrica e comercializa, seja pelo zelo com seu maiorpatrimônio – sua idoneidade.

Ocorre que em 01 de dezembro de 2004, a exequente recebeu solicita-ção de compra de mercadoria por parte da executada, consistindo nofornecimento de 25.000 (vinte e cinco mil) caixas de papelão, compreen-dendo um valor total de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais).

Em virtude das negociações acordadas, foram emitidas 3 (três) dupli-catas mercantis, no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) cada,com os vencimentos marcados, respectivamente, para 01 de janeiro de2005, 01 de fevereiro de 2005 e 1 de março de 2005.

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Todavia, já no primeiro pagamento começaram os problemas, vistoque a primeira duplicata não foi paga . No mês seguinte, a executadadeixou de efetuar o pagamento do segundo título, constituindo ainadimplência desta parcela e do restante da obrigação.

No deslinde, convém ressaltar que o representante da exequenteprocurou resolver a aflitiva situação pela via amigável, empreendendouma série de contatos telefônicos e, inclusive, procurando a sede daempresa devedora.

Entretanto, o representante legal da exeqüente, ao chegar à sede darequerida, estarreceu-se, ao constatar que estava abandonada e comple-tamente vazia. Na oportunidade, foi informado por vizinhos que a fábricada executada não mais existia e que o proprietário retirou todo omaquinário, a viatura e demais pertences da empresa, bem como o esto-que de mercadorias, levando-os para sua residência.

DOS FUNDAMENTOS

Destarte, diante da inoportuna falta de pudor comercial da executada,não apenas por deixar de arcar com a obrigação avençada, mas por ter sefurtado à dignidade de enfrentar a situação, se sujeitando ao desapareci-mento precoce, encerrando suas atividades e se escondendo, configura-se com limpidez o direito que ora se pleiteia, corroborados pela presençados requisitos necessários.

Nesta esteira, torna-se imprescindível a demonstração dos requisi-tos essenciais para a realização da presente medida, presentes sob aforma que se exige no processo de execução, qual seja o título executivoextrajudicial e o inadimplemento do devedor.

Ocorrendo o vencimento de todos títulos, quedou-se inerte a execu-tada quanto ao pagamento dos mesmos, consubstanciando o direito docredor de buscar a tutela jurisdicional para a cobrança do débito de R$77.836,70 (setenta e sete mil oitocentos e trinta e seis reais e setentacentavos), conforme planilha de débito em anexo.

Com efeito, ficam explicitamente comprovados os elementos essen-ciais exigidos por lei e balizadores da sanção que ora se propõe, configu-rados pelo título executivo extrajudicial – DUPLICATAS MERCANTIS –líquidas, certas e plenamente exigíveis, além da inadimplência do execu-tado a embasar a execução forçada..

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DO PEDIDO

Diante do exposto, requer a V. Exa:

a) a citação da executada na pessoa de seu representante legal, Sr.Wanderson Darlan, que pode ser encontrado na rua Ingá, n° 339, NovaIguaçu, para, no prazo de 24 horas, pagar a quantia de R$ 77.836,70(setenta e sete mil oitocentos e trinta e seis reais e setenta centavos),sob pena de penhora;

b) seja lavrado o auto de penhora, com a conseqüente intimação do exe-cutado;

c) a expropriação de tantos bens do devedor quantos forem necessáriospara a satisfação integral do crédito a que tem direito o exequente;

d) a condenação do executado aos ônus sucumbenciais.

Dá-se à causa o valor de 77.836,70 (setenta e sete mil oitocentos e trintae seis reais e setenta centavos)

Nestes termos,

P. Deferimento.

Rio de Janeiro, 1 de abril de 2005.

________________________________Nome do(a) advogado(a)

OAB/RJ nº007.007

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AULA 6

CASO CONCRETO

Em agosto de 2002, Lígia Bastos ajuizou ação de despejo por falta depagamento c/c cobrança de aluguéis (período de novembro de 2001 aagosto de 2002) em face do locatário João Evangelista e de seus fiadoresAndré Madeira e sua mulher Márcia Lopes Madeira, consoante contratode locação assinado em 23 de abril de 1996, distribuído para o MM Juízoda 32ª Vara Cível da comarca da Capital.

Após ser citado, o locatário desocupou o imóvel objeto da locação,motivo pelo qual a ação de despejo foi extinta pela perda do objeto,prosseguindo-se com a cobrança dos aluguéis em relação aos fiadores.

André Madeira, devidamente citado no processo de conhecimento,celebrou acordo homologado judicialmente, comprometendo-se a efetu-ar o pagamento dos aluguéis em atraso em três parcelas iguais e sucessi-vas, com vencimento em março, abril e maio de 2004.

Em decorrência do inadimplemento da obrigação assumida, iniciou-se a Execução do Título Judicial. Ao ser citado, André indicou a penhorao imóvel de sua propriedade constituído pela unidade 702 do edifíciolocalizado no número 60 da rua Bambina, em Botafogo, Rio de Janeiro.Apesar da efetivação da penhora, André não opôs embargos, e a execu-ção prosseguiu normalmente.

Quando o avaliador judicial, em 13 de março de 2005, compareceu aoreferido imóvel para proceder à avaliação, encontrou ali residindo MárciaLopes Madeira, o que foi certificado no mandado de avaliação.

Márcia procura você, advogado(a), e faz o relato a seguir.

1) Em 11 de setembro de 1998, mediante sentença proferida pelo juízo da6ª Vara de Família, ela e André separaram-se judicialmente, sem teremprocedido à partilha do patrimônio comum.

2) Como possuíam dois imóveis, seu ex-marido permaneceu no imóvel emque o casal residia, na rua Anita Garibaldi, 35, apartamento 1.102, en-quanto ela mudou-se para o imóvel objeto da penhora.

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3) Realmente, em 1996 assumiu o encargo de fiadora de João Evangelista,mas em outubro de 1998, quando o contrato de locação foi prorrogadopor prazo indeterminado, notificou o locador de que a partir daquela datanão mais assumiria tal encargo, o que foi perfeitamente aceito por este.

4) Jamais teve conhecimento da ação proposta por Lígia Bastos e, muitomenos, do acordo celebrado por seu ex-marido.

5) Desde que se mudou para o imóvel objeto da penhora exerce, tranqüi-lamente, a posse sobre o mesmo, efetuando, pontualmente, o pagamentoda cota condominial e de todos os tributos que incidem sobre ele.

Elabore a peça processual cabível para a defesa dos interesses de Márcia,esclarecendo que esta apresentou todos os documentos comprobatóriosde suas alegações.

AULA 7

CASO CONCRETO

Articulação – teoria e prática

TEORIA GERAL DOS RECURSOS

1. RecursosSão assim chamados porque podem se exercitar dentro do processo emque surgiu a decisão impugnada; diferem das ações impugnativas autô-nomas, cujo exercício, em regra, pressupõe a irrecorribilidade da decisão,ou seja, o seu trânsito em julgado (ex.: ação rescisória).

2. Admissibilidade

2.1. Juízo de admissibilidadeVerificação das condições impostas pela lei para que se possa apreciar oconteúdo da postulação. Com o resultado positivo, o recurso éadmissível. Quando o órgão a que compete julgar o recurso o declarainadmissível, diz-se que ele não conhece do recurso. O juízo deadmissibilidade é preliminar ao de mérito.

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2.2. Requisitos de admissibilidadeIntrínsecos: cabimento, legitimação para recorrer, interesse em recorrer einexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer;extrínsecos: tempestividade, regularidade formal e preparo.

3. Juízo de méritoApós a preliminar da admissibilidade, cumpre apreciar a matéria impug-nada, para acolhê-la, caso fundada, ou rejeitá-la, caso infundada. O obje-to do juízo de mérito é o próprio conteúdo da impugnação à decisãorecorrida. Pode ocorrer error in iudicando – reforma da decisão em razãoda má apreciação da questão de direito, ou da questão de fato, ou deambas. Pode ocorrer error in procedendo – invalidação da decisão porvício de atividade.

4. Teoria da causa maduraArt. 515, § 3o do CPC, alterado pela Lei 10.352/2001, objetivando atenderao princípio da efetividade da prestação jurisdicional, além da celeridadee da economia processual. Possibilita que, sendo o processo extinto noprimeiro grau sem exame do mérito e o tribunal, em grau de recurso,entendendo descabida a extinção, possa decidir o mérito. Só é cabível aaplicação da causa madura se a matéria for unicamente de direito ou,sendo também de fato, em relação a este não houver controvérsia.

5. Efeitos da interposiçãoImpedimento ao trânsito em julgado, efeito suspensivo, efeito devolutivo.

6. Espécies. Disposições legais. Reforma. Leis 10.352, de 26.12.2001, 10.358, de 27.12.2001, e 10.444, de7.5.2002.

6.1. Apelação (arts. 513 a 521)Sentença, com ou sem julgamento de mérito.

6.1.1. O novo inc. VII do art. 520 do CPC inclui, entre os casos de apela-ção sem efeito suspensivo, aquela que for interposta contra “sentençaque confirmar a antecipação de tutela”. Entende-se por essa expressão a

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sentença que, decidindo o mérito a favor do beneficiado da antecipação,implícita ou explicitamente, reafirma a decisão antecipatória.

6.1.2. O art. 296 prevê o juízo de retratação em apelação de sentença queindefere a petição inicial.

6.2. AgravoArts. 522 a 529. Decisão interlocutória. Não pode o recurso prejudicar oandamento do feito.

6.2.1. Agravo retidoA reforma introduziu no CPC um dispositivo de abrangência geral, desti-nado a demarcar divisas entre o agravo de instrumento e o agravo retido,dizendo: “Será retido o agravo das decisões proferidas na audiência deinstrução e julgamento e das posteriores à sentença, salvo nos casos dedano difícil e de incerta reparação, nos de inadmissão da apelação e nosrelativos aos efeitos em que a apelação é recebida.” (art. 523, § 4o, reda-ção dada pela Lei 10.352/2001)

6.2.2. O novo § 4o do art. 523 do CPC associa-se ao inc. II de seu art. 527,também trazido pela Lei 10.352/2001, segundo o qual é da competênciado relator do agravo de instrumento convertê-lo em retido, nos casos emque o veto se imponha e, portanto, seja admissível este agravo e nãoaquele. Prazo: o prazo de resposta ao agravo retido antigo, de cinco dias,foi dilatado para dez dias, nos termos do art. 523, § 2o da Lei 10.352/2001.

6.2.3. Agravo de instrumentoA reforma do CPC trouxe inúmeras mudanças na disciplina legal do agra-vo de instrumento, objetivando maior celeridade de sua tramitação.

6.2.4. Comunicação ao juízo de origemArt. 526 – O legislador criou a norma no sentido de condicionar à inicia-tiva do agravado a possibilidade de extinção do agravo por falta decumprimento do ônus instituído pelo art. 526. Dessa forma, criou umaargüição em sentido estrito, ou seja, aquela que só pode ser apreciadapelo juiz se for levantada pelo interessado. Entende-se que tal alegaçãodeva ser feita logo nas contra-razões recursais, muito embora a lei nãoaponte o prazo.

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Negar seguimento ao agravo (art. 527, I) – no entendimento do legisla-dor, negar seguimento ao recurso abrangeria hipóteses de recursos des-merecedores de conhecimento, por lhes faltar algum dos pressupostosde admissibilidade, e recursos desmerecedores de provimento, porquedesamparados pelo Direito, pela jurisprudência ou pela prova. Negandoprovimento ao recurso, o relator impede que o mesmo siga para câmaraou turma.

6.2.5. Converter o agravo de instrumento em retidoArts. 527, II, e 523, § 4o – trata-se de uma inovação ao Direito vigenteantes da reforma.

6.2.6. Suspensão da medida e efeito ativoArts. 527, I e III, e 557, § 1o, a – admite que o relator tem não só o poder desuspender os efeitos da decisão agravada, como ainda de conceder, elepróprio, a medida urgente que o juiz inferior haja negado. O que significadizer que efeito ativo seria o poder do relator de reverter uma decisão inferiornegativa, agregando à situação processual do agravante efeito ativo.

Obs.: Quando houver pedido de liminar no agravo, para concederefeito suspensivo, deverá ser destacado e fundamentado no art. 558do CPC, na peça de interposição.

6.3. Embargos de declaraçãoArts. 535 a 538 – quando na sentença ou no acórdão existe obscuridade,contradição; quando for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-seo juiz ou tribunal.

6.4. Embargos infringentesArt. 530 – cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânimehouver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houverjulgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embar-gos serão restritos à matéria objeto da divergência (redação dada pelaLei 10.352, de 26.12.2001).

6.5. Agravo regimentalRegimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro – CPC.

6.6. Recurso ordinário

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Seu cabimento está disciplinado nos arts. 102, II, a, e 105, II, b, c daConstituição Federal (CF), e nos arts. 539 e 540 do CPC.

6.7. Recurso extraordinárioArts. 102, III, a, b, c da CF, e 541 a 546 do CPC.

6.8. Recurso especialArts. 105, III, a, b, c da CF, e 541 a 546 do CPC.

6.9. Embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinárioArt. 496, VIII do CPC.

7. Estrutura do recurso de apelação

EX.mo SR. DR. JUIZ DE DIREITO... (art. 514 do CPC)

(NOME DO APELANTE e qualificação completa), nos autos da

AÇÃO ________,

que tramita pelo rito _________, movida por (NOME DO APELADO equalificação completa), inconformado com a r. sentença de fls., vem a V.Ex.a, tempestivamente, interpor recurso de

APELAÇÃO

para o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, apresen-tando as razões em anexo, assim como o comprovante de recolhimentodas custas relativas ao preparo do recurso.

25

Diante do exposto, requer a V. Ex.a se digne em receber o presenterecurso, no seu efeito prescrito em lei, remetendo os autos à SuperiorInstância.

P. Deferimento.

Rio de Janeiro, ____de_______________ de ______.

________________________________Nome do(a) advogado(a)

OAB/RJ nº xxxx(Peça de interposição)

RAZÕES DE APELAÇÃO

Processo no _____________________________________________

Apelante: _______________________________________________

Apelado: _______________________________________________

EGRÉGIA CÂMARA,

Merece reforma a referida sentença recorrida em razão da má apreciaçãodas questões de fato e de Direito, como irá demonstrar o apelante.

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DOS FUNDAMENTOS DE FATO E DE DIREITO

Obs.: Atacar os fundamentos da sentença apelada, indicando nasfolhas dos autos as razões de fato e articulando os fundamentospara a reforma.

1. Trata-se de ação________________________________________

2. _____________________________________________________

3. _____________________________________________________

4. _____________________________________________________

DO PEDIDO DE NOVA DECISÃO

Em razão de todo o exposto, requer o apelante que esse Egrégio Tribunalconheça do recurso ora interposto e lhe dê provimento para reformar asentença recorrida no sentido de julgar procedente/improcedente o pe-dido, por ser medida de Direito e de Justiça.

Rio de Janeiro, ____de_______________ de ______.

________________________________Nome do(a) advogado(a)

OAB/RJ nº xxxx

(Razões do recurso)

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8. Estrutura do recurso de agravo

EX.mo SR. DR. DESEMBARGADOR __________________ VICE-PRE-SIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIODE JANEIRO (Codjerj e RITJ/RJ)

(NOME DO AGRAVANTE), (qualificação), data venia, inconformado coma referida decisão de fls., da lavra do eminente Dr. Juiz de Direito da __Vara _____ da Comarca de _________________, proferida nos autosda AÇÃO _____________________ que move em face de (NOME DOAGRAVADO), (qualificação), vem, por seu advogado infra-assinado, comendereço profissional na rua _________ (art. 524, III do CP), com funda-mento nos arts. 524 e segs. do CPC, dela interpor recurso de

AGRAVO DE INSTRUMENTO

a fim de ver reformada a decisão, pelas anexas razões, requerendo a V. Ex.ªse digne em recebê-lo e processá-lo, distribuindo o presente a uma dasColendas Câmaras deste Egrégio Tribunal.

Outrossim, de acordo com o que dispõe o art. 525 do CPC, anexa osdocumentos abaixo relacionados, para a devida formação do instru-mento.

1. Cópia da decisão agravada.2. Cópia da certidão da intimação da decisão agravada.3. Cópia da procuração outorgada aos advogados do agravante e do agravado.

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4. Cópia da petição inicial da Ação...5. Cópia da afirmação de pobreza (se for o caso).6. Cópia da íntegra da decisão proferida em eventual acórdão.

Nestes termos,

P. Deferimento.

Rio de Janeiro, ____de_______________ de ______.

________________________________Nome do(a) advogado(a)

OAB/RJ nº xxxx

(Peça de interposição)

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RAZÕES DE AGRAVO

Processo no _____________________________________________

Ação: _________________________________________________

Agravante: _____________________________________________

Agravado: ______________________________________________

COLENDA CÂMARA,

EGRÉGIO TRIBUNAL.

Merece reforma a referida decisão atacada, posto que proferida contrari-amente à prova dos autos e sem qualquer amparo legal.

1. Trata-se de AÇÃO ___________________________ proposta pelaAgravante em face de _____________________________________.

2. Ocorre que...

(expor os fatos e fundamentos motivadores da reforma da decisão)

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente Recursode Agravo de Instrumento, para o fim de reformar a decisão ora agravada,no sentido de ______________ por ser medida de Direito e de Justiça.

P. Deferimento.

Rio de Janeiro, ____de_______________ de ______.

________________________________Nome do(a) advogado(a)

OAB/RJ nº xxxx(Razões do recurso)

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AULA 8

CASO CONCRETO

João Marques Medeiros, menor impúbere, representado por sua mãeSueli Marques, propôs ação de alimentos em face de seu avô paterno,Mauro Medeiros, pleiteando valor de R$ 800,00 mensais, consistentenas despesas básicas do menor relativo a plano de saúde, escola, alimen-tação e vestuário.

O autor reside com sua genitora na rua Oitis, 26/102, Barra da Tijuca,e o avô paterno reside na rua Maré, 46, Flamengo.

O juiz da 1ª Vara de Família da Regional Barra da Tijuca, nos autos doprocesso 2003.001.000, após a instrução do feito, extinguiu o processo,sem julgamento do mérito, sob o fundamento de ilegitimidade passiva doréu. No seu entender, o avô paterno é parte ilegítima no feito porque aobrigação de alimentar compete inicialmente aos pais, incluindo, portan-to, a genitora do menor. Na sentença, o juiz cancelou os alimentos provi-sórios inicialmente concedidos. Observa-se, portanto, que o magistradoacolheu a tese de defesa de que a obrigação de alimentar dos avós ésubsidiária e que o menor possui pais vivos.

Ocorre que consta nos autos cópia da ação de declaração de ausên-cia em andamento, bem como laudos médicos atestando a incapacidadepara o trabalho da genitora do menor, por ser portadora de esclerosemúltipla em grau avançado. O menor não possui avós maternos nem avópaterna, falecidos. Informa a mãe da criança que o réu é proprietário decinco imóveis, além de ser militar de alta patente, reformado, percebendomensalmente a quantia de R$ 9.000,00. Esclarece a representante legal domenor que reside com a criança em apartamento próprio, recebido comoherança, e que recebe R$ 650,00 mensais, decorrentes de sua aposenta-doria por invalidez, e não tem outra fonte de rendimento.

Elabore a medida judicial cabível para defesa dos interesses de seu cliente.

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AULA 9

CASO CONCRETO

Ruth Maria Alves Ribeiro, brasileira, solteira, fonoaudióloga, portadorada carteira de identidade 234567-8, expedida pelo IFP e do CPF 123.456.789-0, residente na rua Rainha Elizabeth, 71/102, Ipanema, promoveu Ação deExecução por Quantia Certa fundada em título executivo extrajudicial emface de Alexandre Silva Monteiro, brasileiro, divorciado, dentista, porta-dor da carteira de identidade 7893-0, expedida pelo CRO e do CPF987.654.432-1, residente na avenida Nossa Senhora de Copacabana, 600/303, Copacabana, distribuída para a 7ª Vara Cível da comarca da Capital.

Alexandre, regularmente citado, requereu nos autos o parcelamentoda dívida, comprometendo-se a pagar o débito ajuizado em seis presta-ções mensais, com todos os acréscimos legais. A exequente apresentoupetição, concordando com o pedido de parcelamento. Os autos foramencaminhados ao juiz que assim decidiu: “Tendo as partes celebradotransação, homologo o acordo e julgo extinto o processo com fulcro noartigo 269, inciso III do Código de Processo Civil.”

Ocorre que Ruth procura você advogado(a), sustentando que a de-cisão lhe foi prejudicial, porque se Alexandre não cumprir a obrigaçãoterá que ajuizar outra execução, razão pela qual deseja ingressar com amedida cabível para resguardar seus interesses.Elabore a peça processual cabível.

AULA 10

CASO CONCRETO

Clotilde Cordeiro propôs ação de conhecimento, com pedido de repara-ção de danos materiais e moral em face da empresa de transporte coleti-vo, Velocidade Máxima Ltda., com sede em Nova Iguaçu, por causa doatropelamento fatal de Antônio Leal, ocorrido no dia 13 de agosto de2004, próximo à residência dele, em São João de Meriti.

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Na petição inicial afirmou-se que a autora foi companheira do decujus desde novembro de 1999 até a data do acidente; ele era arrimo defamília e ganhava a quantia equivalente a dois salários mínimos por mêstrabalhando como camelô; a autora também era autônoma, mas parou detrabalhar em junho de 2000, em razão de doença grave; o de cujus nãopossuía herdeiros necessários; a ré tinha o dever de reparar os danoscausados à autora independentemente de culpa, de acordo com a normacontida no § 6º, do art. 37, da Constituição Federal.

Como a ação foi distribuída na 2ª Vara Cível de São João de Meriti, aré, regularmente citada e intimada, limitou-se a oferecer, em audiência,exceção de incompetência relativa, alegando que o foro de Nova Iguaçué que teria competência para processar e julgar aquela ação, a teor do quedispõe o art. 100, IV, “a”, do CPC.

Recebida a exceção, declinou-se incontinenti da competência emfavor do juízo indicado e determinou-se a remessa dos autos à comarcade Nova Iguaçu.

Na qualidade de advogado(a) da autora, apresente o recurso cabí-vel, considerando que as partes foram intimadas da decisão acima.

AULA 11

CASO CONCRETO

João Vicente Ribeiro é pai de Maria Amélia Mendes Ribeiro, menor comoito anos de idade, com quem mantém estreito relacionamento. Emboraviva separado da filha, fala com ela por telefone diariamente e a vê sema-nalmente.

João já pensionava sua filha regularmente, quando foi surpreendidopela propositura de uma ação de alimentos em 2000, distribuída para a 2ª

Vara de Família da comarca da capital (processo 2000.000.999.55). Nosautos, foi celebrado um acordo, em audiência, fixando o valor dos alimen-tos em “20% (vinte por cento) dos seus vencimentos líquidos, assimentendidos o vencimento bruto, deduzidos os descontos de previdênciae IR, se for o caso, incidindo ainda sobre o 13º salário e férias, quanto aoprêmio eventualmente recebido pelo alimentante, não incidirá sobre o

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percentual de 20%, mas apenas sobre 5% (cinco por cento), em favor desua filha menor. (...)”

Não houve qualquer menção ao FGTS. O acordo foi homologado em18 de janeiro de 2001. Na ocasião, João era funcionário da XPTO quepassou a efetuar os descontos em folha e os depósitos em conta de RitaMendes, mãe de Maria Amélia.

Em 31 de outubro de 2004 João foi demitido. A XPTO efetuou opagamento do valor equivalente ao percentual determinado na sentençasobre todas as verbas rescisórias de João à mãe de Maria Amélia. O valorpago foi de R$ 5.200,00, equivalentes a seis meses da pensão no valor de20% dos ganhos de João quando funcionário da XPTO. O FGTS de Joãoficou retido para liberação por alvará judicial, embora não houvesse qual-quer inadimplência. Nesta ocasião, João propôs à Rita que estabeleces-sem uma cláusula alternativa para o pensionamento na ausência de vín-culo empregatício, para evitar a necessidade de novo litígio. Esta, cientedo desemprego de João, mostrava-se disposta a aceitar o acordo.

Ocorre que, nesse ínterim, tendo João solicitado alvará judicial paralevantamento do FGTS, ao juízo da 2ª Vara de Família da comarca dacapital, viu-se surpreendido pelos obstáculos para a obtenção do queera seu por direito. Embora comprovada a quitação de todas as parcelasdevidas a título de alimentos, o juiz achou por bem ouvir a representantelegal da menor sobre o levantamento do FGTS de João. A partir de entãoRita achou-se no direito de obstaculizar o levantamento do FGTS deJoão que, por seu turno, continuou insistindo na fixação da cláusulaalternativa em dois salários mínimos mensais.

Depois de muito esforço, João conseguiu levantar 80% do valor doFGTS, restando 20% retidos pelo juízo. Após inúmeras idas e vindas doprocesso, mesmo com parecer do Ministério Público no sentido de que oFGTS é verba indenizatória e não rescisória, o juiz decidiu determinar aliberação do valor total retido, cerca de R$ 12.000,00 em favor de MariaAmélia , sem sequer mencionar a que título tal valor deveria ser pago..

João continua desempregado e sobrevive com dificuldade fazendoserviços avulsos. Sua renda caiu drasticamente, e, por conseguinte, suaspossibilidades como alimentante diminuíram. O levantamento do valortotal de seu FGTS acarrretará dano irreversível.

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Como advogado(a) de João, elabore a peça processual cabível para adefesa de seus interesses.

AULA 12

CASO CONCRETO

Zilda Lins, brasileira, viúva, funcionária pública federal, domiciliada nacidade do Rio de Janeiro, onde reside na rua do Catete, 100/107, Catete,ajuizou, no IV Juizado Especial Cível, em janeiro de 2004, ação revisionalde contrato cumulada com repetição de indébito em face de UsuracardS.A., administradora de cartão de crédito, estabelecida nesta cidade, naavenida Rio Branco, 10, 10° andar, Centro.

Na inicial, informou que era usuária titular do cartão de crédito n°xxxxxxxxxxx, emitido e administrado pela empresa Ré e que, em virtude deabuso na estipulação dos juros que chegavam ao patamar de 15% ao mêse da prática da capitalização desses mesmos juros, ou seja, do anatocismo,viu tornarem-se infrutíferos os pagamentos mínimos efetuados, desdeoutubro de 2003. Afirmou, ainda, que as faturas eram sempre para com-pras de supermercado e farmácia, como forma de parcelar seus gastosmensais com sua subsistência, porque, sendo diabética e cardíaca, fazuso de muitos medicamentos.

A inicial veio instruída com perícia contábil que confirmou a práticado anatocismo, bem como demonstrou que a autora faz jus à repetição doindébito, nos termos do art. 42 da Lei 8.078/1990, no valor de R$ 4.398,00.

Foi requerido o seguinte:1) Declaração de nulidade das cláusulas contratuais, com base no

CDC.2) Decretação da revisão do débito, para sua apuração, com o ex-

purgo da capitalização dos juros operada durante todo o período.3) A condenação da ré na repetição do indébito pago pela autora

durante todo o período indicado na inicial, devidamente corrigido.

Em contestação, a ré afirmou que a cláusula mandato constante docontrato autorizava a administradora a captar recursos no mercado livre-

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mente, repassando os encargos à devedora. Ademais, afirmou que ditacláusula sendo potestativa simples dava à autora a possibilidade dequitação do débito total a cada mês e que a opção pelo endividamento foida autora. A ré não impugnou especificadamente a planilha de cálculosem sua contestação, alegando tão somente, que após a Emenda Consti-tucional 40/2003, a cobrança de juros é regulada pelo mercado.

Finda a fase instrutória, foi proferida sentença extinguindo o proces-so sem julgamento de mérito, nos termos do artigo 51, II da Lei 9.099/1995, sob o fundamento de que tal demanda, por sua complexidade, nãopoderia ter sido proposta perante o Juizado Especial Cível.

Elabore o recurso cabível.