provérbios 17
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A474
Alves, Silvio Dutra
Provrbios 17./ Silvio Dutra Alves. Rio de
Janeiro, 2016.
43p.; 14,8x21cm
1. Teologia. 2. Salomo. 3. Estudo Bblico.
I. Ttulo.
CDD 230.223
3
Provrbios 17
1 Melhor um bocado seco, e com ele a
tranquilidade, do que a casa cheia de
festins, com rixas.
Festas constantes, abundncia de bens,
reunies para fins de entretenimento, no so
meios eficazes para a superao de desavenas,
rancores, rixas e desentendimentos.
Aqueles que as promovem para o fim de
melhorar a harmonia e entendimento entre os
participantes, sempre sairo frustrados no fim,
evidenciando o que afirma o provrbio.
Agora, possvel haver paz e harmonia no lar ou
em reunies de famlia, com festins, desde que
o fator de unidade no seja a festa propriamente
dita, mas estarem os participantes debaixo do
temor do Senhor e se comportarem conforme
os seus preceitos.
Um corao no transformado e apaziguado
pelo Esprito Santo, no pode ser o promotor da
verdadeira paz e alegria aonde quer que ele se
encontre, ainda que seja em famlia.
Por isso se destaca no provrbio, que a paz e
harmonia so melhores do que a boa comida e
as festanas, e assim se revelam mesmo quando
4
o que h para comer seno uma simples
poro de alimento seco.
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2 O servo prudente dominar sobre o
filho que procede indignamente; e entre
os irmos receber da herana.
Quando Jesus definiu a verdadeira famlia de
Deus, como sendo aquela que tem a Sua palavra
e a guarda, e no necessariamente aqueles que
esto ligados por laos sanguneos, e lhes falta
este requisito essencial.
O que identifica uma famlia verdadeira aos
olhos de Deus, o amor genuno entre os
membros, bem como a honra e obedincia que
se deve dar aos que esto investidos de
autoridade por Ele no ncleo familiar, a saber,
os pais.
Ento, entre um servo prudente e temente a
Deus, e um filho biolgico rebelde que proceda
de forma indigna contra os preceitos do Senhor,
ser dada preferncia por um pai sbio, ao servo
e no ao filho quanto ao governo dos assuntos de
interesse da famlia, e o constituir tambm
como herdeiro de seus bens.
Quando Jesus se referiu a um grande nmero de
judeus, em seus dias, chamando-lhes de filhos
do diabo e no de Deus, ele apresentou
imediatamente a razo de ter feito a citada
definio; porque imitavam e seguiam as obras
do diabo e no as de Deus.
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Assim, um filho de Deus no identificado por
causa da denominao religiosa qual pertena,
nem por serem seus pais verdadeiros filhos de
Deus, mas por ser um imitador de Deus, como
filho amado, e no das obras do diabo.
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3 O crisol para a prata, e o forno para o
ouro; mas o Senhor que prova os
coraes.
O crisol um recipiente para a fundio de metais, chamado tambm de cadinho; da vem a
expresso cadinho da provao, como indicando a condio na qual fomos colocados
para sermos provados por Deus, pelo fogo da
purificao.
O corao dos filhos dos homens esto sujeitos,
no somente vista de Deus, mas ao seu
julgamento; assim, como o crisol para provar e
melhorar a prata, de igual modo o Senhor prova os coraes; para ver se esto purificados ou
no, e aqueles que no esto, ele refina para
torn-los mais puros.
Deus prova o corao pela aflio, e muitas vezes
submete seu povo a este forno. Somente Deus
apto para a realizao deste trabalho; devemos
ento, estar conscientizados de que nos
encontramos nas mos do mais habilidoso
Ourives, quando passamos por momentos de
aflio.
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4 O malfazejo atenta para o lbio inquo; o
mentiroso inclina os ouvidos para a
lngua maligna.
comum se dizer que existe o mexeriqueiro,
porque h sempre algum disposto e curioso
para dar-lhe ateno.
Se o lbio inquo e a lngua maligna no
encontrassem ouvintes interessados, no
haveria a maledicncia e a intriga, assim como
no haveria traficantes de drogas, caso no
existissem os viciados.
Geralmente, um pecado alimentado por outro.
O estelionatrio desapareceria, caso no
houvesse tambm quem deseja auferir
vantagens ilcitas.
O ladro de peas de automveis no as furtaria,
caso no houvessem os receptadores.
Por isso, o provrbio afirma que o malfazejo
atenta para o lbio inquo, e vemos, assim, que
este lbio inquo alimentado e incentivado
pelo corao que intenta fazer ou ver o mal de
outros.
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5 O que escarnece do pobre insulta ao seu
Criador; o que se alegra da calamidade
no ficar impune.
Quando Jud foi levado para o cativeiro pelos
babilnios, l estavam os edomitas associados a
eles, no somente para ajud-los, mas para se
alegrarem na desgraa de Israel.
A ida dos judeus para o cativeiro havia sido
decretada pelo prprio Senhor, e de maneira
justa, porque estavam vivendo entregues
idolatria.
Todavia, ningum deveria se alegrar com isto,
pois no h porque se alegrar quando Deus se
levanta para julgar seu povo, seno nos
entristecermos, tanto quanto ele se entristece
por ter que faz-lo como forma de disciplina
extrema.
Em razo disso vrias profecias vieram sobre
Edom, de que Deus se vingaria em razo da
atitude que haviam tido para com o povo de
Israel.
Em outra escala; como Deus pode justificar
aqueles que escarnecem dos pobres, por suas
baixas condies de vida? Em vez de escrnio
deveriam sim, se compadecer e fazer algo por
eles.
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H, portanto, um juzo aguardando por todos
aqueles que se alegram com as calamidades que
vm sobre seus semelhantes, pois isto revela a
grande perversidade, falta de amor e de
misericrdia existente em seus coraes.
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6 Coroa dos velhos so os filhos dos
filhos; e a glria dos filhos so seus pais.
Evidentemente, sero uma coroa, caso se
comportem dignamente, indicando que
receberam boa instruo da parte de seus pais,
que por sua vez a receberam de seus avs.
Se o testemunho de algum quanto sua
piedade em servir a Deus e em trazer sua famlia
sob a devida obedincia sua vontade, passar
terceira gerao, isto ser algo que pode ser
comparado a uma vitria diante de Deus, que
nos faz dignos de receber uma coroa indicativa
da referida vitria.
E, tambm, estes filhos obedientes e
encaminhados presena de Deus por seus
pais, sero para eles um motivo de se gloriarem
nos pais que tiveram, que lhes transmitiram o
modo correto de se viver neste mundo,
tornando-os dignos de herdar a vida eterna.
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7 No convm ao tolo a fala excelente;
quanto menos ao prncipe o lbio
mentiroso!
Os governantes deste mundo, bem fariam em atentar para as palavras do sbio na segunda
parte deste provrbio, em vez de seguirem os conselhos de Maquiavel, no seu livro O Prncipe,
como a maior parte deles costuma fazer, pois
parece sbio o conselho que lhes dado, de no serem verdadeiros e honestos, porm tudo
fazerem para dar esta aparncia ao povo.
Maquiavel nunca esteve vivo em tantos pensamentos de governantes, como podemos
ver em nossos dias, especialmente em todos os
noticirios. Cabe tambm lembrar, que estas
notcias so apenas uma pequena ponta do iceberg que aparece da enorme quantidade de
iniquidades que so praticadas, e permanecem
ocultas ao conhecimento geral da populao.
Quando se descobre as mentiras usadas pelos que governam, eles costumam cair em
descrdito perante o povo que dirigem, como tambm na opinio pblica internacional; e, isto
faz com que muita desconfiana seja gerada e
falta de incentivo para se investir num pas cujo
governante vive claramente da prtica do engano e da dissimulao, quanto s reais
condies polticas e financeiras da nao que
dirige.
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Tambm, seguindo em direo contrria verdade proclamada pelo provrbio, muitos so
guindados posio daqueles cuja fala deve ser
excelente (como a de estadistas, juristas, embaixadores etc.), por motivo de
favorecimento interesseiro poltico, ou m
escolha dos votantes que os conduzem a estas posies, sem que renam as qualificaes
mnimas, conforme exigidas por seus cargos.
H uma teia muito complexa, especialmente no que tange s relaes internacionais, e uma
temeridade vermos tantos ocupando cargos de mando pblicos, sem que tenham o mnimo
conhecimento das condies que prevalecem
no mundo atual.
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8 Pedra preciosa o suborno aos olhos de
quem o oferece; para onde quer que ele
se volte, serve-lhe de proveito.
Numa lida apressada, este provrbio pode ser entendido, erroneamente, como sendo um
estmulo prtica do suborno.
No entanto, o que se pretende nele destacar o sentimento que possuem aqueles que vivem da
prtica de subornar os outros.
Eles