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PROVA TESTEMUNHAL PROFESSOR EDUARDO RAMSAY DE LACERDA PROCESSO CIVIL II UNIC – CAMPUS PANTANAL

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PROVA TESTEMUNHALPROFESSOR EDUARDO RAMSAY DE LACERDAPROCESSO CIVIL IIUNIC – CAMPUS PANTANAL

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PROVA TESTEMUNHAL Prova testemunhal é a que se obtém por

meio do relato prestado, em juízo, por pessoas que conhecem o fato litigioso.

Portanto, são testemunhas, as pessoas que vêm a juízo depor sobre o fato controvertido.

Não podem ter interesse na causa e devem satisfazer a requisitos legais de capacidade para o ato que vão praticar.

Em definição completa, testemunha é a pessoa capaz e estranha ao feito, chamada a juízo para depor o que sabe sobre o fato litigioso.

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VALOR PROBANTE DAS TESTEMUNHAS

A prova testemunhal é o mais antigo dos meios de convencimento utilizados pela justiça.

A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso (art.400).

A inquirição de testemunha só não terá cabimento naqueles casos que o próprio código veda esse tipo de prova (arts. 400 a 406):

Dentro do sistema de livre convencimento motivado (art. 131), a prova testemunhal não é mais nem menos importante do que os outros meios probatórios, a não ser naqueles casos em que a lei exija a forma solene para reconhecer eficácia ao ato jurídico.

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VALOR PROBANTE DAS TESTEMUNHAS

Não de admite a prova testemunhal quando: I – o fato já tiver sido provado por documento ou

confissão (art. 401, I); II – o fato somente puder ser provado por

documento, ou seja, quando a forma do ato depender de forma especial (art. 401, II);

III – na comprovação de contratos cujo o valor exceda dez vezes o salário mínimo, salvo se existe início de prova documental (arts. 401 e 402,I).

Não se admite prova exclusivamente testemunhal para provar contrato superior a 10 salários mínimos (art. 401), nem para provar a atividade rurícola para fins previdenciários ( Súmula 149 do STJ).

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VALOR PROBANTE DAS TESTEMUNHAS

Todavia, qualquer que seja o valor do contrato será admissível a prova testemunhal quando:

A) dispor a parte de início de prova material; B) o credor não podia, material ou

moralmente, obter prova escrita da obrigação (art. 402).

Ex.: Contrato oral firmado entre irmãos, caso em que o parentesco dificulta a formalização do contrato.

As restrições em matéria de valor da obrigação se aplicam não apenas ao contrato, mas também ao pagamento e à remissão de dívida (art. 403).

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VALOR PROBANTE DAS TESTEMUNHAS

Em consonância com o entendimento de que a restrição do art. 401 é apenas quanto ao contrato em si, vê-se do art. 404 que “é lícito à parte inocente provar com testemunhas”, independentemente do valor da obrigação:

I – nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a vontade declarada;

II – nos contratos em geral, os vícios de consentimento. Em conclusão, a prova testemunhal, que é regra geral, só

não será admitida: A) se o fato já estiver provado por documento, ou

confissão, expressa ou presumida. B) se o fato só puder ser demonstrado por documento ou

perícia; C) se o contrato ultrapassar a taxa legal (10 salários) e as

testemunhas forem as únicas provas requeridas.

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VALOR PROBANTE DAS TESTEMUNHAS

Art. 400. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:I - já provados por documento ou confissão da parte;II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.

Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.

Art. 402. Qualquer que seja o valor do contrato, é admissível a prova testemunhal, quando:I - houver começo de prova por escrito, reputando-se tal o documento emanado da parte contra quem se pretende utilizar o documento como prova;II - o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, depósito necessário ou hospedagem em hotel.

Art. 403. As normas estabelecidas nos dois artigos antecedentes aplicam-se ao pagamento e à remissão da dívida.

Art. 404. É lícito à parte inocente provar com testemunhas:I - nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a vontade declarada;II - nos contratos em geral, os vícios do consentimento.

STJ Súmula nº 149 - 07/12/1995 - DJ 18.12.1995Prova Testemunhal - Atividade Rurícola - Benefício PrevidenciárioA prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário.

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DIREITOS E DEVERES DA TESTEMUNHA

Qualquer pessoa, desde que não seja considerada, pela lei, impedida ou suspeita, pode ser chamada a depor como testemunha (art. 405).

Até as impedidas ou suspeitas, porém, poderão ser ouvidas pelo juiz, “sendo estritamente necessário”. Mas seus depoimentos serão prestados independentemente de compromisso (art. 415) e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer (art. 405, § 4º).

O juiz da causa, também, poderá ser arrolado como testemunha, o que lhe acarretará o seguinte procedimento (art. 409):

I – se realmente tiver conhecimento de fatos que possam influir na decisão da causa, o juiz se declarará impedido de continuar funcionando no processo e determinará a remessa dos autos a seu substituto legal (art. 409,I).

II – se o juiz nada souber, simplesmente mandará excluir seu nome do rol de testemunhas (art. 409, II).

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DIREITOS E DEVERES DA TESTEMUNHA

Os incapazes de prestar depoimento são (art. 405, § 1º):

I – o interdito por demência;II – o que, acometido por enfermidade ou debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los; ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir percepções;III – o menor de 16 anos;IV – o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam.

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DIREITOS E DEVERES DA TESTEMUNHA

São impedidos de depor como testemunha (art. 405, § 1º):I – o cônjuge, bem como a ascendente e o descendente em qualquer grau, ou colateral, até 3º grau, de alguma das partes, por consanguinidade, salvo se o exigir o interesse público, ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito;II – o que é parte na causa;III – o que intervém em nome de uma parte, como o tutor na causa do menor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros, que assistam ou tenham assistido às partes. São suspeitas as testemunhas que se enquadrarem numa das

seguintes situações (art. 405, § 3º):I – o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado em julgado a sentença;II – o que, por seus costumes, não for digno de fé;III – o inimigo capital da parte, ou seu inimigo íntimo.IV – o que tiver interesse no litígio.

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DIREITOS E DEVERES DA TESTEMUNHA

A doutrina reconhece como os principais deveres das testemunhas:

A) o de comparecer em juízo (art. 412); B) o de prestar depoimento (art. 414); C) o de dizer a verdade (art. 414). Se a testemunha deixar de comparecer à audiência, sem

motivo justificado, será conduzida coercitivamente para nova audiência que o juiz designar e responderá pela diligência decorrente do adiamento do ato judicial (art. 412).

Quanto ao dever de depor, pode a testemunha se recusar a fazê-lo, quando (art. 406):

I – que lhe acarretarem grave dano, bem como ao seu cônjuge e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta, ou na colateral em segundo grau;II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.

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DIREITOS E DEVERES DA TESTEMUNHA

Os direitos reconhecidos às testemunhas são: A) o de recusar a depor. Quando ocorrerem as hipóteses do

art. 406 a testemunha requererá ao juiz sua dispensa e este, ouvidas as partes, decidirá de plano (art. 414, § 2º);

B) o de ser tratado pelas partes com urbanidade, às quais não é lícito formular perguntas ou considerações impertinentes, capciosas ou vexatórias (art. 416 § 2º);

C) o de ser reembolsada pela despesa que efetuou para comparecer à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada, ou depositá-la em cartório dentro de três dias (art. 419);

D) o depoimento prestado em juízo é considerado serviço público. E a testemunha quando sujeita ao regime da legislação trabalhista, não pode sofrer, por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço (art. 419, parágrafo único).

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A PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL

O momento adequado para requerer a prova testemunhal é a petição inicial (art. 282, VI), para o autor, ou a contestação, para o réu (art. 300), ou então na fase de especificação de prova, durante as providencias preliminares, no caso de ausência de contestação, mas, ainda assim, não ocorrer a revelia (art. 324).

É no saneador que o juiz admitirá, ou não, essa espécie de prova (art. 331, II). Entende-se, porém, implicitamente deferida a prova testemunhal previamente requerida quando o juiz simplesmente designa a audiência de instrução e julgamento.

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A PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL

A parte que desejar produzir essa prova deverá, antes da audiência, no prazo em que o juiz designar, depositar, em Cartório, o respectivo rol, onde figurarão nomes, profissões, residências e locais de trabalho das testemunhas a ouvir (art. 407).

Omitindo-se o juiz na estipulação do referido prazo, o rol terá de ser apresentado até dez dias antes da audiência (art. 407).

Cada parte poderá arrolar no máximo 10 testemunhas; mas ao juiz é permitido dispensar, na audiência, as excedente de três, quando destinadas à prova do mesmo fato (art. 407, parágrafo único).

Art. 407 - Incumbe às partes, no prazo que o juiz fixará ao designar a data da audiência, depositar em cartório o rol de testemunhas, precisando-lhes o nome, profissão, residência e o local de trabalho; omitindo-se o juiz, o rol será apresentado até 10 (dez) dias antes da audiência. 240Parágrafo único - É lícito a cada parte oferecer, no máximo, dez testemunhas; quando qualquer das partes oferecer mais de três testemunhas para a prova de cada fato, o juiz poderá dispensar as restantes.

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A PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL

Depois de apresentado o rol de testemunhas de que fala o art. 407, a parte só poderá substituir testemunha:

I – que falecer; II – que, por enfermidade, não estiver em condições de

depor; III – que, tendo mudado de residência, não for encontrada

pelo oficial de justiça.

Art. 408 - Depois de apresentado o rol, de que trata o artigo antecedente, a parte só pode substituir a testemunha:I - que falecer;II - que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;III - que, tendo mudado de residência, não for encontrada pelo oficial de justiça.

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A PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL

Ao requerer a prova oral, a parte pode requerer a intimação das testemunhas (art. 412) ou comprometer-se a levá-las, independentemente de intimação (art. 412, § 1º).

No primeiro caso, o oficial de justiça, em cumprimento do mandado, intimará testemunha a comparecer em juízo, no dia, hora e local que forem designados para a audiência. E haverá condução coercitiva, caso a testemunha deixe de atender à intimação (art. 412).

Quando se tratar de testemunha que seja funcionário público ou militar, o juiz, por ofício, a requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir (art. 412, § 2º).

No segundo caso, ou seja, quando se dispensou a intimação, o não comparecimento importará presunção de que a parte desistiu da ouvida da testemunha (art. 412, § 1º).

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A PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL

As testemunhas são ouvidas pelo juiz na audiência de instrução e julgamento, depois dos esclarecimentos dos peritos e dos depoimentos pessoais das partes (arts. 410 e 452, III).

Fora da audiência, mas em juízo, são inquiridas as testemunhas que prestam depoimento antecipadamente (art. 336, parágrafo único) e as que “são inquiridas por carta” (art. 200).

Fora do juízo, serão ouvidas as testemunhas mencionadas nos incisos III e IV do art. 410, ou seja:

A) no local onde estiverem, “as que, por doença ou outro motivo relevante, estão impossibilitadas de comparecer em juízo”;

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A PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL

B) em sua residência, ou onde exercem a sua função: I – o Presidente e o Vice-Presidente da República; II – O Presidente do Senado e o da Câmara dos Deputados; III – os Ministros de Estado; IV – os Ministros do STF, STJ, STM, TSE, TST e TCU; V – o Procurador-Geral da República VI – os Senadores e Deputados Federais; VII – os Governadores dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal; VIII - os Deputados Estaduais; IX – os Desembargadores dos Tribunais de Justiça, os Juízes dos

Tribunais de Alçada, os Juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais e Conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal;

X – O Embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa ao agente diplomático do Brasil.

Nesses casos, o juiz oficiará à autoridade que deve depor, solicitando que designe dia, horário e local para depor.

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A PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL

Na audiência de instrução e julgamento, o juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente; primeiro as do autor e depois as do réu, providenciando de modo que uma não ouça o depoimento da outras (art. 413). A ordem em questão pode ser alterada segundo conveniência do caso em concreto.

Antes de depor, a testemunha será qualificada, isto é, declarará o nome por inteiro, a residência e o estado civil, bem como se tem relações de parentesco com a parte, ou interesse no objeto do processo (art. 414).

Nesta fase, é licito à parte contrária contraditar a testemunha por meio de arguição de incapacidade, impedimento ou suspeição, de acordo com o art. 405. Sobre a contradita o juiz ouvirá a testemunha e a parte que arrolou. Se reconhecida a procedência da arguição, o depoimento não será tomado, salvo as exceções do art. 405, § 2º, n I, § 4º.

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A PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL

Se, todavia, a testemunha negar os fatos que lhe são imputados, a parte poderá provar a contradita com documentos ou com testemunha até três, apresentadas no ato e inquiridas em separado. Sendo provados os fatos, o juiz dispensará a testemunha, ou tomará o depoimento sem o compromisso legal.

Após a qualificação, e antes do início da inquirição, a testemunha prestará compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado e será advertida pelo juiz que se sujeita à sanção penal quem faz a afirmação falsa, cala ou oculta a verdade.

O interrogatório é feito pelo juiz e versará sobre os fatos articulados no processo. Após o juiz, caberá também aos advogados das partes formular perguntas tendentes a esclarecer ou completar o depoimento. Primeiro, perguntará a parte que arrolou a testemunha, depois a parte contrária. (art. 416).

As perguntas não são formuladas diretamente à testemunha, mas sim submetidas à consideração do juiz, que é o único que interroga o depoente.

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A PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL

Caberá ao juiz indeferir as perguntas inúteis (art. 130) e as que forem julgadas impertinentes, capciosas ou vexatórias (art. 416, § 1º). As perguntas indeferidas serão transcritas no termo, se a parte requerer (§ 2º).

O depoimento é sempre oral, de modo que não é lícito à parte substituí-lo por declaração escrita levada em audiência.

Isso não impede que se permita à testemunha consultar breves anotações ou documentos em seu poder.

Findo o depoimento, lavrará o escrivão o competente termo, que deve ser datilografado, e assinado pelo juiz, pela testemunha e pelos advogados das partes. Pode ainda o termo ser registrado por taquigrafia, estenotipia ou outro meio idôneo de documentação.