prova-modelo exame nacional-auto da barca do inferno (blog9 10-11)

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©2004 • LÍNGUA PORTUGUESA – 9. o ANO 11 PROVA 1 Competências/Conteúdos gerais Compreenção de texto escrito Conhecimentos explicíto da língua Produção de texto PROVA 2 Competências/Conteúdos gerais Compreensão de texto dramático Conhecimento explícito da língua Produção de texto 1.ª Parte Lê com muita atenção este texto de Gil Vicente, extraído da sua obra Auto da Barca do Infer- no. Podes consultar alguma informação e significados de algumas palavras, apresentados, em notas ao lado do texto. TEXTO A JUDEU Que vai cá? Hou marinheiro! DIABO Oh! que má-hora vieste!... JUDEU Cuj'é esta barca que preste? DIABO Esta barca é do barqueiro. JUDEU Passai-me por meu dinheiro. DIABO E o bode 1 há cá de vir? JUDEU Pois também o bode há-de vir. DIABO Que escusado passageiro! JUDEU Sem bode, como irei lá? DIABO Nem eu nom passo cabrões. JUDEU Eis aqui quatro tostões e mais se vos pagará. Por vida do Semifará 2 que me passeis o cabrão! Querês mais outro tostão? DIABO Nem tu nom hás-de vir cá. JUDEU Porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho 3 apraz? Senhor meirinho, irei eu? DIABO E o fidalgo, quem lhe deu... JUDEU O mando, dizês, do batel? Corregedor, coronel, castigai este sandeu 4 ! Azará, pedra miúda, lodo, chanto, fogo, lenha, caganeira que te venha! Má corrença que te acuda! Par el Deu 5 , que te sacuda coa beca nos focinhos! Fazes burla 6 dos meirinhos? Dize, filho da cornuda! PARVO Furtaste a chiba 7 cabrão? Parecês-me vós a mim gafanhoto d'Almeirim chacinado em um seirão. DIABO Judeu, lá te passarão, porque vão mais despejados 8 . PARVO E ele mijou nos finados n'ergueja de São Gião 9 ! E comia a carne da panela no dia de Nosso Senhor 10 ! E aperta o salvador, e mija na caravela! DIABO Sus, sus! Demos à vela! Vós, Judeu, irês à toa 11 , que sois mui ruim pessoa. Levai o cabrão na trela! Tanto que Brísida Vaz se embarcou, veo um Judeu, com um bode às costas; e, chegando ao batel dos danados, diz: 1. O bode era um animal de sacrifício da religião judaica 2. nome judeu, talvez o da pró- pria personagem 3. juiz, autoridade; o Judeu diri- ge-se ao Fidalgo 4. tolo 5. fala típica dos judeus 6. troça 7. cabra 8. vazios, com menos gente 9. não respeitou as sepulturas da igreja 10. comia carne durante o jejum cristão 11. a reboque Notas Gil Vicente, excerto do «Auto da Barca do Inferno», in Teixeira, M. Ascensão e Bettencour, M. Assunção (2001) Língua Portuguesa 9, vol. 2, Texto Editora, Lisboa

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Page 1: Prova-Modelo Exame Nacional-Auto Da Barca Do Inferno (Blog9 10-11)

© 2 0 0 4 • L ÍNGUA PORTUGUESA – 9 . o ANO 11

PROVA 1Competências/Conteúdos gerais

Compreenção de texto escrito Conhecimentos explicíto da língua Produção de texto

PROVA 2Competências/Conteúdos gerais

Compreensão de texto dramático Conhecimento explícito da língua Produção de texto

1.ª Parte

Lê com muita atenção este texto de Gil Vicente, extraído da sua obra Auto da Barca do Infer-no. Podes consultar alguma informação e significados de algumas palavras, apresentados,em notas ao lado do texto.

TEXTO A

JUDEU Que vai cá? Hou marinheiro!DIABO Oh! que má-hora vieste!...JUDEU Cuj'é esta barca que preste?DIABO Esta barca é do barqueiro.JUDEU Passai-me por meu dinheiro.DIABO E o bode1 há cá de vir?JUDEU Pois também o bode há-de vir.DIABO Que escusado passageiro!

JUDEU Sem bode, como irei lá?DIABO Nem eu nom passo cabrões.JUDEU Eis aqui quatro tostões

e mais se vos pagará.Por vida do Semifará2

que me passeis o cabrão!Querês mais outro tostão?

DIABO Nem tu nom hás-de vir cá.

JUDEU Porque nom irá o judeuonde vai Brísida Vaz?Ao senhor meirinho3 apraz?Senhor meirinho, irei eu?

DIABO E o fidalgo, quem lhe deu...JUDEU O mando, dizês, do batel?

Corregedor, coronel,castigai este sandeu4!

Azará, pedra miúda,lodo, chanto, fogo, lenha,caganeira que te venha!Má corrença que te acuda!Par el Deu5, que te sacudacoa beca nos focinhos!Fazes burla6 dos meirinhos?Dize, filho da cornuda!

PARVO Furtaste a chiba7 cabrão?Parecês-me vós a mimgafanhoto d'Almeirimchacinado em um seirão.

DIABO Judeu, lá te passarão,porque vão mais despejados8.

PARVO E ele mijou nos finadosn'ergueja de São Gião9!

E comia a carne da panela no dia de Nosso Senhor10!E aperta o salvador,e mija na caravela!

DIABO Sus, sus! Demos à vela!Vós, Judeu, irês à toa11,que sois mui ruim pessoa.Levai o cabrão na trela!

Tanto que Brísida Vaz se embarcou, veo um Judeu, com um bode às costas; e, chegando ao batel dos danados, diz:

1. O bode era um animal de sacrifício da religião judaica

2. nome judeu, talvez o da pró-pria personagem

3. juiz, autoridade; o Judeu diri-ge-se ao Fidalgo

4. tolo5. fala típica dos judeus6. troça7. cabra8. vazios, com menos gente9. não respeitou as sepulturas da

igreja10. comia carne durante o jejum

cristão11. a reboque

Notas

Gil Vicente, excerto do «Auto da Barca do Inferno», in Teixeira, M. Ascensão e Bettencour,M. Assunção (2001) Língua Portuguesa 9, vol. 2, Texto Editora, Lisboa

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2 O questionário seguinte apresenta várias hipóteses de resposta para a questão que te écolocada. Escolhe a solução que te pareça correcta (apenas uma) e transcreve a alínea res-pectiva para a tua folha de prova.

1. Segundo as palavras do Diabo, o Judeu não podia ir na sua barca porque

a) insistia em pagar para que o levassem.

b) sendo judeu, não pertencia à religião cristã.

c) transportava um animal com ele.

c) não fizera jejum nos dias santos.

2. Depois de ter tentado pagar para ir na barca e, ao constatar que o Diabo não fazia tenção de o levar,o Judeu

a) manifestou o desejo de acompanhar Brísida Vaz.

b) invocou a autoridade do Fidalgo.

c) desistiu de embarcar, depois de ter insultado o Diabo.

d) foi à outra barca porque estava mais «despejada».

3. Quando o Judeu pergunta porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz?, isso significa que

a) se sentia mais à vontade indo com alguém que conhecia.

b) a julgava de uma condição social superior à sua.

c) achava que merecia o mesmo castigo do que ela.

d) não se considerava socialmente inferior a ela.

4. Ao dirigir-se ao Judeu, Joane acusa-o de

a) ter obtido o seu dinheiro ilegalmente.

b) se alimentar exclusivamente de carne.

c) ter desrespeitado a religião cristã.

d) nada em especial, apenas lhe dirige insultos.

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5. O Fidalgo e o Judeu não são designados pelos seus nomes próprios porque

a) não representam um indivíduo mas um grupo social.

b) ambos estão mortos e o seu nome já não é importante.

c) são personagens alegóricas.

d) ambos eram pecadores e iam para o Inferno.

Responde agora às seguintes questões tomando atenção às indicações que te são dadas.

6. Dois espectadores, que na época assistiram à peça, revelam opiniões diferentes sobre a personagemJoane.

Em cerca de 10 linhas indica com qual das opiniões estás de acordo, apresentando argumentos queexpliquem a tua posição e recorrendo aos elementos do texto que achares necessário.

7. Transcreve um excerto do texto que demonstre que o Judeu não reconhecia autoridade ao Diabo.

8. De todos as personagens que vão desfilando ao longo do auto, o Judeu é o único que quer entrar naBarca do Inferno. Qual a razão dessa opção?

9. Como em muitas peças de Gil Vicente, à crítica junta-se o elemento cómico.

9.1. Transcreve do texto um excerto que consideres cómico.

9.2. Explica por que razão achaste esse excerto cómico.

Joane é apenas o«parvo» da peça. GilVicente só o incluiupara nos fazer rir

com todos osdisparates que diz.

Joane não é assimtão parvo: acho atéque neste episódio

tem um papelimportante,normalmente

desempenhado peloDiabo.

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14 © 2 0 0 4 • L ÍNGUA PORTUGUESA – 9 . o ANO

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2 Lê agora com muita atenção o texto B, que se refere à presença dos Judeus em Portugal. Po-des consultar o significado de algumas palavras, apresentado alfabeticamente a seguir aotexto.

TEXTO B

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Na Idade Média eram numerosos os Judeus em Portugal, e, na altura da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques (1147), a cidade tinha já uma comunidade hebraica significativa.

Devido às circunstâncias precárias da sua vida, e por estarem sujeitos a perseguições por motivosrácicos, religiosos e económicos, os Judeus dedicavam-se sobretudo a actividades que não dependes-sem da propriedade imobiliária. Eram, na sua maioria, mercadores, usurários, médicos, astrónomos eastrólogos, ou exerciam ofícios artesanais como os de ourives e alfaiate. Era aos Judeus e ao seu siste-ma bancário que membros de todas as classes recorriam, provindo daí o seu peso decisivo na economianacional.

A integração dos Judeus continuava a ser problemática, com a continuada existência de incidentesentre Judeus e Cristãos. Em 1480 foi introduzida a Inquisição e, em 1492, ordenada a expulsão dos Judeus de Espanha pelos Reis Católicos. Os que recusaram a conversão conseguiram em parte emigrar,tendo Portugal recebido cerca de 60 mil, enquanto outros seguiram para o norte de África ou para o norte da Europa. Quatro anos mais tarde, D. Manuel ordenou também a sua expulsão, com excepçãodos que aceitassem converter-se, dificultando a saída dos convertidos do país, medida esta que procura-va manter em Portugal meios financeiros necessários ao reino.

Enciclopédia Universal, Texto Editorain http://www.jovem.te.pt (adaptado)

conversão – mudança de religião, neste caso do ju-daísmo para o cristianismo

hebraico – relativo aos Judeus

precário – inseguro, incertorácico – relativo à raçausurário – aquele que empresta dinheiro com juros

VOCABULÁRIO

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© 2 0 0 4 • L ÍNGUA PORTUGUESA – 9 . o ANO 15

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Responde às seguintes questões, tomando atenção às indicações que te são dadas.

10. Explica a razão pela qual os Judeus não se podiam dedicar a actividades que implicassem a possede bens imobiliários.

11. Indica a condição que era imposta aos Judeus para que pudessem permanecer no reino, no tempode D. Manuel.

12. Recorda agora o texto A, considerando que, de certa forma, ele reflecte uma realidade da sua época.

Transcreve dois excertos do texto A que estejam relacionados com cada uma das seguintes conclu-sões que pudemos retirar da leitura do texto B.

12.1. Os Judeus estavam sujeitos a perseguições religiosas e rácicas.

12.2. Muitos Judeus eram usurários e gente de todas as classes recorria ao seu dinheiro porque osJudeus dominavam o sistema bancário.

Responde, agora, às questões seguintes, sobre o funcionamento da língua, tendo em aten-ção, mais uma vez, as indicações que te são dadas.

13. Lê a seguinte frase complexa:

Eram, na sua maioria, mercadores, usurários, médicos, astrónomos e astrólogos, ou exerciam ofícios ar-tesanais como os de ourives e alfaiate.

13.1. Delimita as orações existentes na frase.

13.2. Classifica-as.

13.3. Indica a função sintáctica da expressão sublinhada.

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16 © 2 0 0 4 • L ÍNGUA PORTUGUESA – 9 . o ANO

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2 14. Transforma, eliminando ou substituindo o que achares necessário, cada um dos seguintes pares defrases simples numa só frase complexa, utilizando para esse efeito, uma só vez, um elemento esco-lhido da lista seguinte.

Exemplo:

– Os Judeus tinham poder económico. Os Judeus viviam em condições precárias.

– Os Judeus tinham poder económico, contudo viviam em condições precárias.

14.1. Viviam muitos Judeus em Lisboa em 1147. D. Afonso Henriques conquistou Lisboa em 1147.

14.2. Os Judeus viviam em comunidades próprias. As comunidades eram administradas por rabinos.

14.3. Após a expulsão de Espanha, muitos Judeus fugiram para Portugal. Em Portugal os Judeus aca-baram também por ser perseguidos.

14.4. D. Manuel necessitava do poder económico dos Judeus. D. Manuel tentou evitar a saída dosJudeus do reino.

15. Faz corresponder a cada palavra numerada na coluna da esquerda, a sua respectiva classe gramati-cal, escolhendo-a, uma só vez, na coluna da direita e registando na tua folha de prova os números eas letras que lhes estão associadas.

contudo

por conseguinte onde quando que

1. numerosos (linha 1)

2. não (linha 4)

3. ou (linha 6)

4. integração (linha 9)

5. os (linha 1)

6. em (linha 11)

7. sua (linha 13)

8. dificultando (linha 14)

a) conjunção

b) adjectivo

c) verbo

d) nome

e) pronome

f) advérbio

g) preposição

h) artigo

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16. Indica quais as palavras, da lista numerada na questão anterior, que têm a forma que podemos en-contrar no dicionário, registando na tua folha de prova os números das palavras que seleccionaste.

17. Indica na tua folha de prova uma palavra homófona de cada uma das palavras da lista seguinte.

a) sem

b) concerto

c) paço

d) coser

18. Completa as frases que se seguem, escolhendo a expressão adequada entre parêntesis. Regista natua folha de prova cada uma das expressões que escolheste pela ordem com que surgem no texto.

A maioria das personagens do Auto (vai/vão) para o Inferno. Chegam do mundo dos vivos preocupa-das em salvar-se mas não (vêm/vêem) que os argumentos já de nada lhes valem. Quase toda a socieda-de é assim condenada e não é de surpreender que no final (houve-se/houvesse) na Barca do Inferno umfidalgo, um juiz e um frade.

19. Da seguinte lista de palavras, transcreve para a tua prova aquelas que, pela sua acentuação, consi-deres graves.

20. Indica, das palavras da lista abaixo a que se formou por aglutinação, registando na tua prova a alí-nea escolhida.

a) judaísmo

b) fidalgo

c) preconceito

d) capitão-mor

águia – altura – cidade – integração – precário – rácico – também – usurário – vida

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18 © 2 0 0 4 • L ÍNGUA PORTUGUESA – 9 . o ANO

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Redige um texto, com o máximo de 220 e o mínimo de 160 palavras, em que apresentes a tuaopinião sobre a melhor maneira de promover a boa convivência entre comunidades, de forma a evitar amarginalização de pessoas com base na sua raça, religião ou país de origem.

Antes de escreveres o texto, toma atenção às indicações seguintes:

• Tenta estabelecer com clareza o teu ponto de vista sobre o assunto, de modo a que as tuas afirma-ções e raciocínios sejam coerentes e façam sentido.

• Organiza o texto de modo a que tenha introdução, desenvolvimento e conclusão, estabelecendoparágrafos sempre que for necessário.

• Tenta exprimir-te correctamente, tendo em atenção a construção das frases, a ortografia, a esco-lha do vocabulário adequado e a pontuação.

• Elabora um rascunho para que possas corrigir o que for necessário.

Depois de escreveres o texto, relê-o com muita atenção antes de entregares a tua prova.

2.ª Parte

Portugal sempre foi, desde a sua origem, uma nação com várias raças e até várias religiões.Mais recentemente, passou de um país exclusivamente de emigrantes para um país de acolhi-mento de pessoas provenientes de outros países à procura de uma vida melhor.

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© 2 0 0 4 • L ÍNGUA PORTUGUESA – 9 . o ANO 19

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C O T A Ç Õ E S

1.ª Parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150 pontos

1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 pontos2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 pontos3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 pontos4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 pontos5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 pontos6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 pontos7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 pontos9.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 pontos9.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 pontos10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos12.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 pontos12.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 pontos13.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos13.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos13.3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos14.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos14.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos14.3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos14.4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 pontos16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 pontos17 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos18 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 pontos

20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 pontos

2.ª Parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 pontos