prova de português

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INSTRUESPara a realizao destas provas, voc recebeu este Caderno de Questes, uma Folha de Resposta destinada Redao e uma Folha de Respostas para as questes discursivas. NO AMASSE, NO DOBRE, NO SUJE, NO RASURE ESTE MATERIAL. 1. Caderno de Questes Verifique se este Caderno de Questes contm as seguintes provas: REDAO 01 questo subjetiva; PORTUGUS 06 questes discursivas. Registre seu nmero de inscrio no espao reservado para esse fim, na capa deste Caderno. Qualquer irregularidade constatada neste Caderno deve ser imediatamente comunicada ao fiscal de sala. Neste Caderno, voc encontra dois tipos de questo: De Redao questo subjetiva, que visa avaliar a capacidade de expresso escrita do candidato, com base em tema proposto. Discursiva questo que permite ao candidato demonstrar sua capacidade de produzir, integrar e expressar ideias a partir de uma situao ou de um tema proposto e de analisar a interdependncia de fatos, fenmenos e elementos de um conjunto, explicitando a natureza dessas relaes. Leia cuidadosamente o enunciado de cada questo, formule suas respostas com objetividade e correo de linguagem, atendendo ao tema proposto. Em seguida, transcreva cada uma na respectiva Folha de Respostas. O rascunho deve ser feito nos espaos reservados junto das questes, neste Caderno.

2. Folhas de Respostas As Folhas de Respostas so pr-identificadas, isto , destinadas exclusivamente a um determinado candidato. Por isso, no podem ser substitudas, a no ser em situao excepcional, com autorizao expressa da Coordenao dos trabalhos. Confira os dados registrados nos cabealhos e assine-os com caneta esferogrfica de TINTA PRETA ou AZUL-ESCURA, sem ultrapassar o espao reservado para esse fim. 2.1 Folha de Resposta destinada Redao Nessa Folha de Resposta, voc s deve utilizar o espao destinado Redao, o suficiente para desenvolver o tema. 2.2 Folha de Respostas destinada s questes discursivas Nessa Folha de Respostas, voc deve observar a numerao das questes e UTILIZAR APENAS O ESPAO-LIMITE reservado resposta de cada uma. 3. ATENO! Ser ANULADA a prova que no seja respondida na Folha de Respostas correspondente ou que possibilite a identificao do candidato. Nas Folhas de Respostas, NO ESCREVA na Folha de Correo, reservada ao registro das notas das questes.

ESTAS

PROVAS DEVEM SER RESPONDIDAS PELOS CANDIDATOS

AOS CURSOS DOS GRUPOS

C

e

D.

GRUPO C Administrao Arquivologia Biblioteconomia e Documentao Cincias Contbeis Cincias Econmicas Cincias Sociais Comunicao Jornalismo Comunicao Produo em Comunicao e Cultura Direito Estudos de Gnero e Diversidade Filosofia Geografia Histria Licenciatura em Educao Fsica Museologia Pedagogia Psicologia Secretariado Executivo Servio Social

GRUPO D Letras Vernculas Letras Vernculas e Lngua Estrangeira Moderna Lngua Estrangeira Moderna ou Clssica Lngua Estrangeira Ingls / Espanhol

Redao Escreva sua Redao, com caneta de tinta AZUL ou PRETA, de forma clara e legvel. Caso utilize letra de imprensa, destaque as iniciais maisculas. O rascunho deve ser feito no local apropriado do Caderno de Questes. Na Folha de Resposta, utilize apenas o espao a ela destinado. Assine a prova APENAS NO CABEALHO. A assinatura no campo da resposta ANULAR a sua Redao! Ser atribuda pontuao ZERO Redao que no se atenha ao tema proposto; esteja escrita a lpis, ainda que parcialmente; apresente texto incompreensvel ou letra ilegvel; esteja escrita em verso; apresente texto padronizado, comum a vrios candidatos; NO SEJA RESPONDIDA NA RESPECTIVA FOLHA DE RESPOSTA; ESTEJA ASSINADA FORA DO LOCAL APROPRIADO; POSSIBILITE, DE ALGUMA FORMA, A IDENTIFICAO DO CANDIDATO.

Os textos apresentados a seguir devem servir para uma reflexo sobre os sonhos. I. SONHO. 1. ato ou efeito de sonhar. 2. conjunto de imagens, de pensamentos ou de fantasias que se apresentam mente durante o sono. 3. (p.ext.). Sequncia de ideias soltas e incoerentes s quais o esprito se entrega; devaneio, fantasia, (entrega-se aos sonhos para fugir da realidade). 4. [...] 5. (fig.) desejo vivo, intenso e constante; anseio (o sonho dele enriquecer o mais rpido possvel). 6. [...] 7. ideia ou ideal dominante que algum ou um grupo busca com interesse ou paixo; (o sonho da liberdade). [...]In: HOUAISS, Antnio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 2608.

II. SOBRE O SONHO BRASILEIRO Foi James Truslow Adams (1879-1949) quem cunhou, em The Epic of America (1931), a expresso the American Dream: O Sonho Americano, disse ele, o sonho de uma terra onde a vida melhor, mais rica e mais completa para todos, com oportunidade para cada um de acordo com a capacidade ou desempenho. No apenas um sonho de altos salrios, mas um sonho de ordem social em que cada homem e cada mulher sejam reconhecidos por outros pelo que eles so, sem levar em conta as circunstncias fortuitas de bero ou posio. Essas ideias deitam razes na Declaration of Independence (1776), que afirma (incio do segundo pargrafo): Ns defendemos como verdades evidentes que todos os homens foram criados iguais; que eles so dotados por seu Criador de certos Direitos inalienveis; que entre estes esto a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade. [...]UFBA 2011 2a fase Redao 2

[...] O Sonho Americano tal como se espera venha a ser um possvel Sonho Brasileiro farol a guiar destinos, a motivar projetos coletivos e individuais. [...] [...] O Brasil vai beneficiar-se se vier a ter uma viso socialmente compartilhada e politicamente relevante de seu futuro. Principalmente se, como proposto, o Sonho Brasileiro expressar-se no lema Desenvolvimento com Incluso.ALBUQUERQUE, Roberto Cavalcanti de. Sobre o Sonho Brasileiro. In: Frum Nacional Especial 2009. Rio de Janeiro, 17 e 18 set. 2009. INAE. Disponvel em: . Acesso: 31 jul. 2010.

III. SONHO IMPOSSVEL Sonhar Mais um sonho impossvel Lutar Quando fcil ceder Vencer O inimigo invencvel Negar Quando a regra vender Sofrer A tortura implacvel Romper A incabvel priso Voar Num limite improvvel Tocar O inacessvel cho minha lei, minha questo Virar esse mundo Cravar esse cho No me importa saber Se terrvel demais Quantas guerras terei que vencer Por um pouco de paz E amanh, se esse cho que eu beijei For meu leito e perdo Vou saber que valeu delirar E morrer de paixo E assim, seja l como for Vai ter fim a infinita aflio E o mundo vai ver uma flor Brotar do impossvel cho

DARION, Joe; LEIGH, Mitch. Sonho impossvel. Verso em portugus de Chico Buarque. Disponvel em: . Acesso em: 31 jul. 2010.

IV. DEVER DE SONHAR Eu tenho uma espcie de dever de dever de sonhar, de sonhar sempre, pois, sendo mais do que um espectador de mim mesmo eu tenho que ter o melhor espetculo que posso. E assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palcos, cenrio para viver o meu sonho entre luzes brandas e msicas invisveis.PESSOA, Fernando. Dever de sonhar. Disponvel em: . Acesso em: 31 jul. 2010.

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V. PRELDIO Sonho que se sonha s s um sonho que se sonha s Mas sonho que se sonha junto realidade [...]SEIXAS, Raul. Preldio. Disponvel em: . Acesso em: 31 jul. 2010.

VI. O futuro no um presente, uma conquista. Harry LauderIn: SHINYASHIKI, Roberto T. Os donos do futuro. So Paulo: Infinito, 2000. p. 173.

A partir da leitura dos textos apresentados, das ideias neles contidas e da sua forma de enxergar o mundo, produza um texto dissertativo/argumentativo sobre o tema: A importncia dos sonhos na vida do ser humano. RECOMENDAES:

Use a forma de prosa que julgar conveniente, mas lembre-se de que no dever conter nenhuma identificao. Discuta a questo do sonho como algo vital para o ser humano, sendo ponto de partida para as grandes transformaes do indivduo e at da humanidade. Apresente exemplos de transformaes da atualidade que, no passado, foram apenas sonhos de determinados homens. Proponha formas essenciais para que os sonhos individuais ou coletivos se concretizem.

UFBA 2011 2a fase Redao 4

RASCUNHO

UFBA 2011 2a fase Redao 5

Portugus QUESTES de 01 a 06LEIA CUIDADOSAMENTE O ENUNCIADO DE CADA QUESTO, FORMULE SUAS RESPOSTAS COM OBJETIVIDADE E CORREO DE LINGUAGEM E, EM SEGUIDA, TRANSCREVA COMPLETAMENTE CADA UMA NA FOLHA DE RESPOSTAS.

INSTRUES: Responda s questes, com caneta de tinta AZUL ou PRETA, de forma clara e legvel. Caso utilize letra de imprensa, destaque as iniciais maisculas. O rascunho deve ser feito no espao reservado junto das questes. Na Folha de Respostas, identifique o nmero das questes e utilize APENAS o espao correspondente a cada uma. Ser atribuda pontuao ZERO questo cuja resposta no se atenha situao apresentada ou ao tema proposto; esteja escrita a lpis, ainda que parcialmente; apresente texto incompreensvel ou letra ilegvel. Ser ANULADA a prova que NO SEJA RESPONDIDA NA RESPECTIVA FOLHA DE RESPOSTAS; ESTEJA ASSINADA FORA DO LOCAL APROPRIADO; POSSIBILITE A IDENTIFICAO DO CANDIDATO.

Questo 01 (Valor:I.

15 pontos)

Sob as apreenses de uma crise social iminente, infalvel, que a todos h de custar direta ou indiretamente onerosos sacrifcios, o povo brasileiro, e particularmente os lavradores, esperam ansiosos, entre receios por certo justificveis e clamores que se explicam sem desar, o pronunciamento legal e decisivo da soluo do problema da emancipao dos escravos. [...] Ningum se iluda, ningum se deixe iludir. No h combinao de interesses, no h partido poltico, no h governo, por mais forte que se presuma, que possa impedir o proceloso acontecimento. [...] A voz de Deus, o brado do sculo da liberdade, a opinio do mundo, o pronunciamento dos governos, o esprito e a matria, a ideia e a fora querem, exigem, e em caso extremo ho de impor a emancipao dos escravos.MACEDO, Joaquim Manuel de. As vtimas algozes: quadros da escravido. 4. ed. So Paulo: Zouk, 2005. p. 7 e 8.

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II.

Man galinha: [...] Voc uma criana! Menino: Que criana? Eu fumo, cheiro, j matei, j roubei [...] Eu sou sujeito homem.CIDADE de Deus (2002). Direo: Fernando Meirelles. Intrpretes: Matheus Nachtergaele e um grupo de atores, em sua maioria, amadores, moradores da comunidade retratada no filme. Roteiro: Brulio Mantovani.

Os fragmentos transcritos dizem respeito viso ficcional da existncia de afrodescendentes no Brasil, em momentos histricos distintos. Tea um comentrio sobre as representaes do negro brasileiro de ontem e de hoje, focalizadas nas duas obras e identificadas por I e II.

Questo 02 (Valor:I.

20 pontos)

Falar com a me, noite seguinte, pouco antes de sair para encontrar-se com o rapaz. E se a me perguntar quem ele e o que faz, como responder? Dir-lhe- que no sabe sequer o nome porque no houve tempo para maior aproximao. Confessar, porm, o detalhe: Ele mudo. Intil discutir, procurar explicar, tentar justificar-se frente ao espanto da me. Sabe que ela no compreender, ningum entender, o sobrado inteiro a dizer que tem um parafuso a menos. Uma doida, apenas uma doida se deixaria seduzir e fascinar por um mudo! Deitada, com os olhos fechados, espera que a noite passe depressa e ainda mais depressa o dia seguinte. Vender os pezinhos de queijo com maior alegria porque deve ser mesmo amor o que sente no corao. (A moa dos pezinhos de queijo)UFBA 2011 2a fase Portugus 7

II.

O pacote com farelos de milho. Voam os pombos quando Eliane, aproximando-se, abre o pacote com as mos trmulas. O sol anuncia dia claro na manh de junho. Tamanho o nervosismo que rasga o pacote e, lanando os farelos no ptio da Igreja da Palma, v que os pombos retornam para apanh-los. Bom, como seria bom se fosse um pombo! No ter que falar, esconderse como uma ladra, no depender de ningum. No ter principalmente qualquer conscincia e muito menos buscar explicao para as coisas da vida. E, sobretudo, de sua vida de mulher. Comer os farelos de milho no passeio, voar acima das ruas e da multido, abrigar-se nas rvores e nos beirais. [...] [...] Anda, apressando-se, como a fugir. No percebe os que passam porque nada realmente importa a no ser o encontro com Odilon. E a verdade que, antes de transpor a porta da casa, ali no Bngala, deteve-se frente ao espelho, no quarto, mas no teve coragem de olhar-se. Pareceu-lhe que, vendo-se naquele espelho, faltaria a coragem para o encontro. E por isso, apenas por isso, ganhara a rua com rapidez. (O largo de Branco)ADONIAS FILHO. O largo da Palma: novelas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. p. 17; p. 31 e 32.

Considerando os fragmentos transcritos e a leitura da obra, faa um resumo sobre as personagens Clia e Eliane, explicitando semelhanas e diferenas entre as personagens e entre as situaes por elas vividas nas respectivas narrativas.

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Questo 03 (Valor:

15 pontos)

De outras e muitas grandezas vos poderamos ilustrar, senhoras Amazonas, no fora perlongar demasiado esta epstola; todavia, com afirmar-vos que esta , por sem dvida, a mais bela cidade terrquea, muito hemos feito em favor destes homens de prol. Mas cair-nos-am as faces, si ocultramos no silncio, uma curiosidade original deste 5 povo. Ora sabereis que a sua riqueza de expresso intelectual to prodigiosa, que falam numa lngua e escrevem noutra. Assim chegado a estas plagas hospitalares, nos demos ao trabalho de bem nos inteirarmos da etnologia da terra, e dentre muita surpresa e assombro que se nos deparou, por certo no foi das menores tal originalidade lingustica. Nas conversas utilizam-se os paulistanos dum linguajar brbaro e multifrio, crasso de feio e impuro na 10 vernaculidade, mas que no deixa de ter o seu sabor e fora nas apstrofes, e tambm nas vozes do brincar. Destas e daquelas nos inteiramos, solcito; e nos ser grata empresa v-las ensinarmos a chegado. Mas si de tal desprezvel lngua se utilizam na conversao os naturais desta terra, logo que tomam da pena, se despojam de tanta asperidade, e surge o Homem Latino, de Lineu, exprimindo-se numa outra linguagem, mui prxima da 15 vergiliana, no dizer dum panegirista, meigo idioma, que, com imperecvel galhardia, se intitula: lngua de Cames! [...]ANDRADE, Mrio de. Macunama: o heri sem nenhum carter. 4. reimpresso. Rio de Janeiro: Agir, 2008. p. 107-108. multifrio (l. 9): que se apresenta sobre vrios aspectos. crasso (l. 9): grosseiro, grande. apstrofes (l. 10): interpretao direta e imprevista do orador, que se dirige a algum.

A partir da realidade lingustica explicitada por Macunama no texto Carta para Icamiabas, comente o ponto de vista dessa personagem sobre a lngua no Brasil.

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Questo 04 (Valor:

10 pontos)

Leslie acenou para um campons. Lzaro, venha c. Sim, seu Lelo disse Lzaro. Conta aqui ao padre Nando, l do mosteiro, como que te trataram na polcia. Ah, eu guardei a cara do sargento que me cuspiu em cima. Aquele eu corto de peixeira um dia. Os que me bateram ainda vai. Mas foi por nada, seu padre. Eu sou homem temente a Deus e nunca tinha tido conhecimento de polcia. Mas o sargento me cuspiu. Feito eu fosse uma poa dgua na rua que a gente cospe assim de desafogo, pra ver se acerta. Eu corto ele, seu padre. Voc no deve lutar com as mesmas armas disse Nando. Lute pelos seus direitos mas perdoe quem lhe ofendeu pessoalmente. Impaciente, vermelho, pronunciando os nomes de qualquer jeito Leslie demonstrava conhecimento ntimo da situao. Conta aqui ao padre Nando, Nequinho disse Leslie a histria da desonra de tua filha pelo capataz. Eu conto mas Jesus Cristo j me falou. J me esclareceu para corrigir os malfeitos. Bena, padre. Deus te abenoe disse Nando. Desgraaram tua menina? Quase na cara da gente. Aquele porco. No tinha dez braas da casa de farinha. Houve at quem escutou um grito da menina antes dele tapar a boca dela. Grito pertinho. E depois a gente ainda ouvia o galope do cavalo dele quando Maria do Egito j estava na porta de casa toda molhada de lgrima e com o sanguinho ainda quente no vestido dela. Nando fez o sinal da cruz, num momento de genuno horror. Que Deus perdoe este monstro. Voc deu parte dele, Nequinho? Deu disse Leslie mas ainda no aconteceu coisa nenhuma. O capataz o brao direito do senhor de engenho, que deve ter achado a histria compreensvel, at corriqueira. [...]CALLADO, Antonio. Quarup. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. p. 38-39. Com base no fragmento transcrito e na leitura da obra, destaque e comente dois aspectos da realidade social presentes na narrativa ficcional.

UFBA 2011 2a fase Portugus 10

Questo 05 (Valor:

20 pontos)

MAURCIO. Magali: a lei de Newton. Almanaque Historinhas de duas pginas: Turma da Mnica, So Paulo: Maurcio de Souza Ed., n. 05, maio 2010. p. 5-6.

Leia a histria com ateno e retextualize-a como uma narrativa verbal sem imagens que apresente os ingredientes essenciais a uma narrativa padro: lugar, tempo, personagem, enredo e narrador.

UFBA 2011 2a fase Portugus 11

Questo 06 (Valor:

20 pontos)

EMERGNCIAMrio Quintana

5

Quem faz um poema abre uma janela. Respira, tu que ests numa cela abafada, esse ar que entra por ela. Por isso que os poemas tm ritmo para que possas profundamente respirar. Quem faz um poema salva um afogado.

AGOSTO 1964Ferreira Gullar

Entre lojas de flores e de sapatos, bares, mercados, butiques, viajo num nibus Estrada de Ferro Leblon. 5 Volto do trabalho, a noite em meio, fatigado de mentiras. O nibus sacoleja. Adeus, Rimbaud, relgio de lilases, concretismo, neoconcretismo, fices da juventude, adeus, 10 que a vida eu a compro vista aos donos do mundo. Ao peso dos impostos, o verso sufoca, a poesia agora responde a inqurito policial-militar. Digo adeus iluso 15 mas no ao mundo. Mas no vida, meu reduto e meu reino. Do salrio injusto, da punio injusta, da humilhao, da tortura, 20 do terror, retiramos algo e com ele construmos um artefato um poema uma bandeiraIn: MORICONI, Italo (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do sculo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 117 e 267.

UFBA 2011 2a fase Portugus 12

Com base na leitura dos poemas Emergncia, de Mrio Quintana, e Agosto 1964, de Ferreira Gullar, explique a concepo de poesia de cada sujeito potico e destaque, pelo menos, dois recursos lingusticos que constituem imagens poticas de cada texto. Justifique sua escolha.

UFBA 2011 2a fase Portugus 13