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Agências Reguladoras p/ ANS (Técnico em Regulação) Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho – Prova Comentada
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Prova Comentada
Prova Agências Reguladoras Sobre as agências reguladoras, sua natureza jurídica e suas
funções, assinale a resposta correta.
A) as agências reguladoras são autarquias que têm como objetivo institucional a intervenção estatal no domínio econômico, quando
necessário, para evitar abusos praticados por pessoas privadas, reservadas as funções de fiscalização e controle às agências executivas.
B) As agências reguladoras são espécie do gênero agências autárquicas, juntamente com as agências executivas, e têm por função básica o
controle e a fiscalização, o que se coaduna com o regime de desestatização.
C) As agências reguladoras são organizadas sob a forma de empresas públicas e têm por função a fiscalização das pessoas privadas
concessionárias ou permissionárias de serviços públicos. D) Entre os objetivos das agências reguladoras encontram-se a
fiscalização e controle das pessoas permissionárias ou concessionárias de serviços públicos, a intervenção estatal no domínio econômico, ou, ainda,
a prestação direta de serviços públicos, hipótese em que a agência
reguladora receberá a denominação de agência reguladora executiva. E) As agências reguladoras podem ser constituídas sob a forma de
autarquias ou empresas públicas, ou, ainda, podem pertencer ao terceiro setor, de modo que ora assumem personalidade jurídica de direito
público, ora de direito privado.
Comentários: A) Incorreta. Bom, vimos que as agências reguladoras no Brasil têm a
característica de serem autarquias (aula 00, página 41 e em diversas outras páginas! Kkkkkk). Estas entidades intervém no domínio econômico
de forma a regular algum serviço público oferecido.
Nem sempre a atuação das agências reguladoras é estritamente baseada em preços e quantidades, pois há agências que priorizam mais outros
aspectos da regulação, como é o caso da ANS, que dá mais ênfase à
redução da assimetria de informação entre as empresas e os consumidores (aula 03, página 21).
Já as agências executivas não são novas entidades. Este título é dado
para autarquias ou fundações que passaram por um processo de QUALIFICAÇÃO, para aumentar sua autonomia na gestão. Esta
qualificação é concedida quando a autarquia ou fundação assina o contrato de gestão com seu Ministério Supervisor e quando ocorre a
publicação de Decreto do Presidente da República (aula 02, página 54).
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O erro da questão é afirmar que as funções de fiscalização e controle são reservadas às agências executivas.
É bem claro que isto não é verdade, pois não é necessário ser agência
executiva para fiscalizar e controlar. As agências reguladoras, mesmo não sendo executivas, podem, sim, fiscalizar e controlar (aula 02, página 41).
Até apontamos essas competências das agências no resumo da aula e
com as duas palavras “fiscalizar” e “controlar” negritadas!!! Segue o
trecho:
“As Agências Reguladoras foram criadas no contexto da reforma administrativa do Estado, seguindo a tendência da administração
gerencial, para controlar e fiscalizar serviços públicos repassados ao mercado, em virtude das privatizações”. (grifo no original)
Vale ressaltar que há outros órgãos/entidades que não são nem agências
reguladoras nem agências executivas, mas que fiscalizam e controlam como o TCU, a CGU e o BACEN, o que reforça que fiscalização e controle
não são atividades reservadas às agências executivas.
B) Correta. Alguns autores chamam as agências reguladoras e as agências executivas de agências autárquicas.
Essa nomenclatura decorre do fato das agências reguladoras serem autarquias e do fato de que apenas autarquias e fundações podem ser
agências executivas.
No caso das fundações públicas de direito público, há certo consenso na doutrina de que elas são muito próximas às autarquias e doutrinadores
chegam a chamar essas fundações de “fundações autárquicas”.
Ou seja, agências reguladoras são autarquias. E as agências executivas ou são autarquias ou são fundações autárquicas.
Aí, de forma geral, usou-se o termo “agências autárquicas”, que é o
gabarito desta questão.
Vale ressaltar que as agências reguladoras têm a função de fiscalizar e
controlar e que sua criação decorreu das iniciativas de passar ao setor privado alguns serviços públicos.
O surgimento das agências ocorreu de uma combinação de fatos. No
plano normativo, o Programa Nacional de Desestatização e o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado ganham destaque.
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C) Incorreta. Agências reguladoras são empresas públicas? Vou nem
comentar essa, gente. É um insulto à inteligência dos meus alunos.
D) Incorreta. A banca tava vindo certinha! Quando chegou no final, havia uma pedra no meio do caminho, e ela tropeçou e caiu de cara no chão.
As agências reguladores tem, sim, objetivos de fiscalizar, controlar e de
intervir no domínio econômico.
Algumas agências chegam até a prestar diretamente serviços públicos,
como é o caso da Agência Nacional do Cinema (ANCINE) que tem entre uma de suas atribuições o fomento do cinema nacional.
O erro desta alternativa é dizer que quando a agência reguladora presta
diretamente serviços públicos ela se chama agência executiva.
Não tem nada a ver com nada essa alternativa. Agência executiva é uma qualificação dada para autarquias e fundações para que estas entidades
recebam maior autonomia.
É claro que autarquias e fundações prestam serviços públicos, mas não é necessário que elas sejam agências executivas para prestar os serviços.
Além disso, existem outros prestadores de serviços públicos que não são
nem agências reguladoras, nem executivas.
E) Incorreta. Essa é viagem, moço!
Gabarito: B
É possível afirmar que, com o processo de privatização iniciado no
Brasil na última década do século XX, mais especificamente a partir da edição do Programa Nacional de Privatização (Lei nº
8.031, de 1990), o Estado perdeu seu papel de protagonista na execução de certos serviços públicos. Nesse contexto, surgem as
agências reguladoras federais. Especificamente sobre a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é correto afirmar que foi
criada por (pela): A) Constituição Federal, através de um processo de emenda,
dispensando-se lei regulamentadora
B) Lei específica C) emenda Constitucional e regulamentada por lei ordinária
D) Emenda Constitucional e regulamentada por lei ordinária. E) Lei complementar
Comentários:
Essa era a questão mais fácil da prova, acho!
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A ANS é uma agência reguladora. Por ser agência reguladora, ela é uma autarquia. Por ser autarquia, só pode ser criada por lei específica!
Quem dá essa determinação é a Constituição Federal, que dispõe no seu
art. 37, XIX: XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação;
Vimos todas essas relações na nossa aula 02, página 24.
Gabarito: B
Normalmente, as agências reguladoras têm por características, entre outras, a nomeação de diretores com lastro político (isto é,
nomeados pelo Presidente da República, com a aprovação do Senado Federal) e mandato fixo. As mencionadas características
decorrem da (o): A) autonomia político-administrativa das agências reguladoras.
B) necessária vinculação entre as agências reguladoras e o Poder Executivo.
C) enquadramento jurídico das agências reguladoras como pessoas
jurídicas de direito privado. D) Vitaliciedade conferida aos diretores das agências reguladoras.
E) Autonomia econômico-financeira das agências reguladoras.
Comentários: Nessa cabe recurso!!!! Cabe tanto recurso pode ele pode acontecer de
três formas:
1 – Tentar inviabilizar a alternativa A. Nesse caso, a questão ficaria sem resposta correta e deveria ser anulada.
2 – Mudar o gabarito da alternativa E para correta. Nesse caso, a questão
ficaria com duas respostas corretas (A e E).
3 – Mudar o gabarito de A para E. Esta alternativa seria a mais justa.
Vamos aos comentários:
A) Correta (mas é incorreta). Que as agências reguladoras possuem
autonomia administrativa, todos sabemos.
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Mas a palavra “político”, torna a alternativa errada. Vou fazer aqui uma
proposta de recurso, mas não copie e cole, ok?
Bom, simbora:
“ A Constituição Federal, no seu artigo 18, estabelece que:
A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Assim, houve a criação da expressão “autonomia político-administrativa”
para representar que União, Estados, Distrito Federal e Municípios são autônomos e compõem a organização político-administrativa da República
Federativa do Brasil.
José Augusto Delgado, em artigo para a obra “Tratado de Direito Constitucional” (Ed. Saraiva, 2012, pág. 746-747, sob Coordenação de
Ives Gandra da Silva Martins, Gilmar Ferreira Mendes e Carlos Valder do Nascimento), argumenta que:
“o caput do artigo 18 da CF expõe, d emodo bem claro, quais são os
entes políticos-administrativos que compõem a República Federativa do Brasil, isto é, O estado Federal do brasil: a) a União; b) os
Estados; c) o Distrito Federal; e d) os Municípios.
O Estado Federal do Brasil (...) tem as seguintes características
básicas:
a) (...) b) autonomia política: caracterizada pela possibilidade de todas as
pessoas político-estatais exercitarem, de modo mais ou menos intenso, a capacidade de auto-organização, capacidade de
autogoverno, capacidade de autolegislação, capacidade de autoadministração, capacidade financeira e capacidade tributária,
nos limites fixados pela Constituição Federal.
(...)”
Conclui-se, portanto, que apenas possuem autonomia política os
membros do Estado Federal do Brasil, quais sejam: União, Estados, DF e municípios. De fato, as agências reguladoras não possuem a capacidade
de auto-organização, autogoverno e autolegislação, componentes da autonomia política.
José dos Santos Carvalho Filho (Manual de Direito Administrativo, 23ª
Ed., Editora LumenJures, 2010, pág. 7) assim discorre acerca do tema:
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“Autonomia no seu sentido técnico-político, significa ter a entidade integrante da federação capacidade de auto-organização,
autogoverno e autoadministração”
Quando leciona acerca das autarquias, o eminente autor assim se posiciona:
“autonomia é figura de conotação mais política, porque indica que
alguns entes podem criar sua própria administração e estabelecer
sua organização jurídica (...) Em determinadas situações, as pessoas autônomas têm capacidade política, significando a
possibilidade de eleger os seus representantes. Melhor exemplo de entes autônomos é o caso das pessoas integrantes de uma
federação, como no caso do brasil. Estados, Distrito Federal e Municípios são, todos eles, autonomias, no sentido de que, nos
termos da Constituição Federal, dispõem de todas aquelas prerrogativas e peculiaridades. O art. 18 da Constituição, aliás,
emprega o termo autônomos quando se refere a tais entidades políticas. ” (grifou-se).
Continua o Administrativista:
“Outro é o sentido de autarquia. Aqui a conotação não é de caráter
político, mas sim administrativo (...) Daí não poderem criar regras
jurídicas de auto-organização, nem terem capacidade política. Sua função é meramente administrativa”. (grifou-se).
Conclui-se, portanto, que as agências reguladoras, por serem autarquias,
não possuem autonomia política, pois esta é reservada aos entes federativos, também chamados abundantemente na doutrina de entes
políticos.
Dessa forma, pede-se a anulação da questão, por não possuir resposta correta.”
B) Incorreta. As agências não precisam necessariamente ser criadas pelo
Poder Executivo. Em diversos países elas não são vinculadas ao Poder Executivo.
No caso do Brasil, a CF também não estabelece que elas apenas devem ser criadas pelo Poder Executivo, pois a CF apenas faz menção à União.
Apesar de ser bastante razoável que as agências reguladoras sejam
vinculadas ao Poder Executivo, é possível, em tese, a criação de autarquias pelos demais poderes.
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Enfim, o que deixou o item incorreto foi a palavra “necessária”.
C) Incorreta. As agências reguladoras são autarquias e, portanto, são
pessoas jurídicas de direito público.
D) Incorreta. O mandato dos dirigentes é fixo. Isso significa que eles não podem ser demitidos no curso do mandato, salvo algumas exceções. O
prazo varia. Em alguns casos é de 3 anos, em outros de 4, etc.
Mas o mandato não é para a vida toda, não é vitalício.
E) Incorreta. As agências reguladoras são autarquias e, portanto,
apresentam autonomia administrativa, financeira, patrimonial, orçamentária e receitas próprias.
No caso da ANS, ainda existe a autonomia de recursos humanos e nas
decisões técnicas.
Ocorre que alguns doutrinadores expressamente falam em autonomia econômico-financeira se referindo às receitas próprias das agências.
Apenas para exemplificar:
José dos Santos Carvalho Filho (Manual de Direito Administrativo, Lumen Juris, 2010, 23ª Ed.):
“Finalmente, a autonomia econômico-financeira demonstra que essas autarquias tem recursos próprios e recebem dotações
orçamentárias para gestão por seus próprios órgãos, visando aos fins a que a lei as destinou”.
José Maria Pinheiro Madeira (Administração Pública Centralizada e
Descentralizada, América Jurídica, 2004, 2ª Ed., pág. 282):
“14.3 Autonomia Econômico-Financeira
Outro aspecto digno de nota é a autonomia financeira das ag~encias reguladoras, pois suas receitas advém da cobrança de
um percentual incidente sobre o faturamento das concessionárias, em razão da atividade regulatória desenvolvida, liberta, portanto,
dos repasses orçamentários do Poder Executivo.”
Gabarito: A (pede-se anulação ou mudança de gabarito para E)
O neomarxista Gabriel Kolko foi pioneiro na crítica ao aspecto
puramente benigno da regulação, sustentando a “captura” de agências regulatórias. A teoria da captura:
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A) tem por objeto o fenômeno natural de aproximação entre órgão
regulador e pessoa regulada, interação esta que deve ser fomentada para uma proveitosa troca de informações e consequente justiça nas decisões
administrativas. B) apregoa a necessidade de imparcialidade nas decisões dos órgãos
reguladores, o que somente pode ser conquistado quando esses órgãos se desapegam de uma visão unidirecional, razão pela qual a aproximação
para com as pessoas reguladas é essencial. C) reconhece ser impossível a tomada de decisões imparciais por parte
dos órgãos reguladores. Assim, ao aceitar a aproximação entre órgãos
reguladores e pessoas reguladas, permite ao menos que a atividade administrativa defenda os resultados que o mercado se propõe a atingir.
D) rechaça a defesa de interesses de pessoas reguladas por parte dos órgãos reguladores, pois os interesses dessas pessoas jamais
corresponderão ao interesse público. E) baseia-se na compreensão de que as pessoas reguladas podem
ingressar em uma relação promíscua com o poder público, influenciando a atuação e as decisões do órgão regulador e, com isso, ocorrendo
comprometimento de sua imparcialidade. Trata-se, por conseguinte, de uma vinculação que deve ser evitada.
Comentários:
A FUNCAB até tentou enrolar os alunos do Estratégia nessa questão, mas não deu conta! Encheu de alternativas grandes e com palavras difíceis,
mas quando o aluno está bem preparado, ele está bem preparado.
Ainda bem que você estudou conosco e se deu bem nessa questão.
Nós estudamos a teoria da captura na nossa aula 01, a partir da página
09, e trata basicamente de quando a indústria regulada consegue “capturar” a agência reguladora e faz com que ela comece a seguir os
interesses as empresas reguladas e não o da sociedade.
A) Incorreta. Uma das boas práticas de uma regulação é a imparcialidade nas decisões. Assim, é claro que deve haver alguma relação entre
regulado e regulador, mas o processo regulatório deve ser transparente e justo.
Ou seja, tudo o que a alternativa falou está correto. Mas o que a
alternativa falou não tem a ver com a teoria da captura, e sim com as
boas práticas regulatórias. Esse é o erro.
B) Incorreta. Esta alternativa apresenta o mesmo erro da anterior: o seu conteúdo está correto, mas não descreve a teoria da captura.
Vale ressaltar que a aproximação com pessoas reguladas deve ser técnica
e institucional, apenas.
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Vimos, por exemplo, que as agências reguladoras devem conhecer bem a estrutura de custos da empresa regulada. E isso só é possível se houver
alguma aproximação entre a empresa e o setor.
Se essa aproximação exceder o limite do necessário, o risco de captura é maior.
C) Incorreta. A alternativa é toda doida! Primeiro, decisões imparciais são
encorajadas pela literatura e pelas boas práticas de regulação (aula 03,
página 14). Segundo que a regulação nem sempre defende o interesse dos mercados, mas, sim, do público em geral (aula 03, página 13).
D) Incorreta. Nem sempre o interesse privado equivale ao interesse
público. Mas também nem sempre eles são diferentes.
Pode ser que, num determinado caso, o objetivo da política regulatória seja justamente atender ao interessa da empresa regulada, seja por que
haverá maior expansão dos serviços e da qualidade, por exemplo.
Enfim, é necessário avaliar caso a caso. Além disso, a alternativa foi muito intensa, taxativa, dizendo que os interesses “jamais
corresponderão (...)”. No geral, alternativas exaltadas assim estão erradas.
E) Correta. Aí tá certo!
Repare que a FUNCAB foi até mais cuidadosa neste item. Ela não disse que qualquer relação com o setor regulador deve ser evitada.
O que ela disse foi que as relações promíscuas é que devem ser evitadas.
Esse tipo de relação pode prejudicar a imparcialidade do regulador, o que frustra os objetivos de qualquer regulação.
Assim, guarde: relações entre regulador e regulado são normais. O que
não se pode é ter relações promíscuas entre as partes de uma regulação.
Gabarito: E
Sobre a teoria econômica da regulação e as discussões acerca da
impossibilidade de reduzir políticas públicas a explicações apenas econômicas, assinale a alternativa que corretamente indica uma
das características da regulação, consoante elaboração de Peltzman.
A) grupos compactos e bem organizados tendem a se beneficiar mais da regulação que grupos amplos e difusos.
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B) a política regulatória não preserva uma distribuição de renda
politicamente ótima dentro da coalização. C) a estrutura de preços, em algum momento, favorecerá grupos diversos
dos consumidores de alto custo, através de subsídios cruzados. d) o processo regulatório é indiferente a perdas do tipo “peso morto”.
E) A coalização dominante é refratária a subconjuntos de consumidores.
Comentários: Caramba! Nosso curso aqui pra ANS matou a pau!!! Hahaha
Dissemos isso de maneira expressa na aula 01, página 10. Olha só o
trechinho da aula (fizemos até uma contextualização com o setor regulado da ANS):
“No setor de saúde, por exemplo, os planos da saúde tendem a
apresentar maior poder de negociação e de influência do que os consumidores sobre a determinação política acerca das tarifas,
prazos de carência, etc. No setor rodoviário, as empreiteiras também possuem maior poder de barganha perante o órgão
regulador. Isto acontece porque as indústrias reguladas possuem um
grupo mais organizado e coeso no que tange aos objetivos pretendidos. Assim, apresentam poder de organização muito
maior do que os consumidores, dispersos entre milhares de pessoas que não se comunicam, e não combinam suas
ações.”
Em relação às outras alternativas, podemos dizer que vimos na nossa
aula 03, página 27, que a ANS possui a equidade como um dos critérios de regulação a equidade, que se importa com outros critérios além do
econômico, pois considera os aspectos sociais e ambientais da regulação.
Dentre as diversas formas de regulação, podemos citar a regulação social que se preocupa com os aspectos sociais do impacto regulatório, como a
redistribuição de renda, o maior acesso da população ao serviço público etc.
Vale dizer também que um dos objetivos da regulação é melhorar a
eficiência do mercado. Se há peso morto, há ineficiência. Mas, quando a agência reguladora combate as falhas de mercado, ela trabalha para que
o peso morto seja reduzido, dando maior eficiência ao mercado.
Portanto, é errado dizer que ela é “indiferente” ao peso morto, já que a
agência reguladora se importa, sim, com as perdas de eficiência do mercado.
Gabarito: A
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Sobre os monopólios naturais, assinale a resposta correta.
A) são características dos monopólios naturais, entre outras, o alto custo da atividade e as elevadas economias de escala.
B) A influência do produto sobre o preço, nos monopólios naturais, é mínima.
C) Os monopólios naturais existem naquelas atividades em que o público a ser atendido é restrito.
D) A precarização dos serviços não é um risco oriundo dos monopólios naturais.
E) Em atividades nas quais o monopólio natural se faz presente, a
regulação sobre o preço é dispensável, embora não a regulação sobre qualidade do serviço prestado.
Comentários:
A) Correta. Na nossa aula 01, a partir da página 26, estudamos a teoria econômica da regulação, aplicando os conhecimentos ao monopólio e ao
oligopólio.
Em relação ao monopólio natural, apontamos diversas vezes a existência de altos custos nessa atividade (páginas 26-28, especialmente a página
27, onde negritamos essas informações) das elevadas economias de escala (mesmas páginas).
Até colocamos essa característica no resumo (página 40) e chamamos
atenção com a nota “importante” na página 26.
B) Incorreta. Pelo contrário! Por ser um monopolista, a influência da
empresa sobre o preço é muito grande!
Essa, inclusive, é uma das razões pelas quais a regulação é necessária.
C) Incorreta. Vimos em aula que diversos setores apresentam monopólios naturais, como os de Energia Elétrica, Telefonia, abastecimento de água,
etc (aula 01, página 26).
Repare que nenhum desses serviços é restrito. Pelo contrário! São amplos, pois atingem inúmeras pessoas.
D) Incorreta. A tendência de um monopólio é que a qualidade do serviço
seja deteriorada. Como não há concorrência, a firma se sente confortável
e pode não se importar com a qualidade do serviço.
Como os setores de monopólio natural costumam ser muito importantes para a população em geral, o setor público intervém nos setores para
garantir, por meio da regulação, um padrão mínimo de qualidade nos serviços.
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E) Incorreta. Viagem! Tanto o preço quanto a qualidade do serviço devem
ser objeto de regulação.
Em relação ao preço, vimos em aula (aula 01, página 29) que no caso do monopólio natural o regulador deve fazer com que o preço seja
aproximado ao custo médio!
Até botamos uma corujinha!!!
Gabarito: A
A partir do advento do Estado regulador, surge a necessidade de
criação das agências reguladoras. Sobre contexto histórico em que o tema se situa, é correto afirmar que a(o):
A) modelo de “welfare state” é reproduzido pelo Estado regulador, em contraposição ao modelo keynesiano.
B) criação do Estado regulador sucedeu a um modelo de Estado não intervencionista, surgido no período pós-crise de 1929.
C) Brasil, ao instituir a políticas de criação de agências reguladoras, absorveu influências tanto do modelo americano, quanto do modelo
europeu de regulação. D) Constituição de República Federativa do Brasil, de 1988, não
demonstra qualquer inclinação ao Estado regulador, não se encontrando em seu texto qualquer referência a órgãos regulatórios.
E) Estado regulador é um modelo concebido no Brasil em virtude de
sucessivas crises econômicas que atingiram a capacidade de financiamento estatal, com posterior exportação desse modelo para
outros países.
Comentário: A) Incorreta. O modelo de welfare state é o modelo de bem-estar social,
onde o Estado atua para garantir diversos direitoe e benesses à sua população. O único problema é que, para isso, são necessários muitos
gastos (defendido por Keynes).
Como o Estado está cada vez mais sem dinheiro, mudou-se do Bem-Estar social para o Estado Regulador (passando da Administração Burocrática
para a gerencial e do Estado produtor para o Estado regulador) – Aula 04, página 32.
B) Incorreta. No Brasil, o Estado regulador começou na década de 90, com a edição do PND e do PDRAE.
Além disso, o período pós-crise de 1929 instituiu o modelo
intervencionista (a alternativa disse que o modelo é não intervencionista, o que está errado).
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C) Correta. Dissemos isso de forma expressa na aula 02, página 42.
Segue o trecho da aula:
“Nossas agências reguladoras sofreram muita influência da experiência regulatória do exterior, especialmente EUA e
Inglaterra.”
Sem problemas aqui, certo?
D) Incorreta. Pelo contrário! Aula 02, página 41:
“Repare que a CF já previa a criação da ANATEL e da ANP, que são
as duas únicas agências reguladoras com amparo constitucional, frutos de Emenda Constitucional.”
Dissemos isso após citarmos o texto constitucional, apontando que nossa
CF já previu a criação de “órgãos reguladores”.
Vale ressaltar que apesar da menção expressa da CF a “órgão”, as agências reguladoras são autarquias e, portanto, são entidades (não
órgãos).
E) Incorreta. Pelo contrário! O Brasil fez foi importar o modelo de Estado regulador.
Aliás, o Brasil não costuma exportar nada de bom para o mundo. Um Economista chamado Simonsen disse uma vez: “Se só existe no Brasil e
não é jabuticaba, é besteira”.
Gabarito: C
Em 2014, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) elaborou um guia técnico de boas práticas regulatórias. Entre os
vários tópicos abordados, o guia trata de análise de impacto regulatório. Assinale a alternativa que corretamente explica o
conteúdo da expressão. A) a análise de impacto regulatório tem por objeto exclusivo a verificação
das consequências concretas determinadas pelas decisões da agência. É direcionada ao chefe do Poder Executivo, para que este tenha em mãos
dados sobre a atuação dos diretores da agência e possa decidir sobre
possível intervenção no órgão regulatório. B) Trata-se unicamente de uma análise estatística sobre a percepção que
as pessoas reguladas têm sobre a atuação da agência reguladora, de forma a estabelecer um melhor processo de interação entre órgão
regulador e pessoa reguladas. C) Trata-se de pesquisa realizada com o público interno da agência
reguladora, buscando conhecer a percepção sobre o ambiente de trabalho
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e atuação da diretoria, o que, em última análise, contribui para maior
bem-estar dos servidores e consequente incremento da eficiência da agência.
D) Cuida-se de um instrumento formal que permite a verificação dos problemas regulatórios. Com isso, analisadas as políticas disponíveis e as
consequências das decisões regulatórias através de dados empíricos, é possível estabelecer melhorias na eficácia e na eficiência da atividade
regulatória. E) O termo se refere à coleta informal de dados por pessoas alheias à
agência reguladora, os quais são a ela encaminhados, sistematizados e,
com isso, fornecem um panorama sobre sua atuação e consequências das práticas regulatórias.
Comentários:
Galera, até o Guia Técnico de Boas práticas regulatórias da ANS tava no nosso curso! Infelizmente, só caiu o conceito de Análise de Impacto
Regulatório, mas se tivesse caído mais coisa, nossos alunos teriam acertado!
A questão pediu a definição de AIR de acordo com o Guia da ANS. A
definição estava na Aula 03, página 18. Segue o trecho:
Já a ANS enxerga a AIR como “o instrumento formal que permite a explicitação dos problemas regulatórios, das opções disponíveis de
política e das consequências das decisões regulatórias, em cada
caso concreto, mediante a utilização de dados empíricos”.
Assim, correta letra D. Seguem os erros das demais alternativas:
A) Incorreta. A AIR não tem por objetivo a verificação das consequências concretas da ação. A AIR é um documento que visa, entre outras coisas,
levantar as diversas opções regulatórias, inclusive a de não fazer nada (aula 03, página 22).
Além disso, na AIR, as consequências são prováveis, não concretas (aula
03, página 17).
A verificação das consequências concretas é feita no monitoramento pós-implementação.
B) Incorreta. Não é somente uma análise estatística, pois envolve outras áreas do conhecimento e aspectos ambientais e sociais.
C) Incorreta. A AIR é feita levando em conspiração não somente o público
interno da Agência, mas todos os agentes envolvidos no processo de regulação.
Agências Reguladoras p/ ANS (Técnico em Regulação) Teoria e exercícios comentados
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E) Incorreta. Os dados são coletados formalmente e isso é feito pelo
próprio regulador (não por pessoas alheias).
Gabarito: D
Sobre o sistema de regulação “price cap”, é correto afirmar que: A) por esse sistema, os preços devem remunerar os custos totais e conter
uma margem que corresponde a uma taxa de retorno atrativa. B) Não se trata do único modelo de regulação tarifária existente, ao lado
do qual se pode colocar, por exemplo, a tarifação com base no custo
marginal. C) foi desenvolvido na década de 80, na Alemanha, com objetivo
direcionado à regulação de tarifas em serviços públicos. D) consiste na transferência ao consumidor dos custos de incremento,
necessários ao sistema para seu atendimento. E) cuida-se da fixação de um preço-teto para os preços médios, ao qual
não se aplica qualquer índice de correção. Comentários:
A) Incorreta. O price cap é um método de tarifação que impõe limites ao valor das tarifas. Definido o valor inicial da tarifa, o seu reajuste (correção
monetária) não pode ultrapassar um valor máximo (aula 03, página 06).
A alternativa não descreve o price cap. Ela descreve a tarifação por custo do serviço (por TIR – aula 03, página 02).
B) Correta. Existem diversos tipos de regulação: por TIR, price cap, sliding scale plane, yardstick regulation, etc.
E a tarifação com base no custo marginal que consiste em igualar o preço
da tarifa ao custo marginal da firma.
No entanto, vale ressaltar que nem sempre convém igualar Preço ao custo marginal. No monopólio natural, por exemplo, deve-se igualar preço
ao custo médio, já que o monopólio natural possui algumas características que o impedem de ser regulado pelo custo marginal.
C) Incorreta. O método foi desenvolvido na Inglaterra.
D) Incorreta. Oi?????????
Cada uma dessa FUNCAB, viu....
E) Incorreta. Como vimos na alternativa A, o price cap permite, sim, correção no valor das tarifas. A única condição é que essa correção
mantenha a tarifa abaixo (ou igual) ao teto.
Gabarito: B
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A administração pública indireta é composta por autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista. No que tange às características das autarquias, assinale a assertiva correta.
A) regime jurídico funcional celetista e personalidade jurídica de direito privado.
B) personalidade jurídica de direito privado ou público e não sujeição ao controle administrativo.
C) Regime jurídico funcional estatutário e impenhorabilidade de bens.
D) Responsabilidade civil subjetiva e penhorabilidade de bens. E) Personalidade jurídica de direito privado e prerrogativas processuais,
como por exemplo, prazo dilatado em juízo.
Comentários: A) Incorreta. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público e,
portanto, apresentam regime funcional estatutário. Já se tentou fazer com que o regime das agências fosse celetista. Houve
até servidores que entraram sobre esse regime. No entanto, segundo determinação do STF, o regime jurídico voltou a ser único.
Estudamos essas coisas todas na aula 02, página 24.
B) Incorreta. A personalidade é exclusivamente de direito público e as
agências se sujeitam, sim, ao controle administrativo, inclusive do
Ministério Supervisor (o controle finalístico – aula 02, página 23) e do TCU (aula 02, página 50).
C) Correta. O regime é estatutário e os bens são impenhoráveis.
Apontamos essa característica na aula 02, página 27 e até no resumo sobre as autarquias (página 58).
D) Incorreta. A responsabilidade é objetiva, e não subjetiva (aula 02,
página 23 e resumo) e os bens são impenhoráveis.
E) Incorreta. Autarquias possuem diversos privilégios processuais (como o prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer – aula 02,
página 26), mas sua personalidade é de direito público.
Gabarito: C